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CADERNO PEDAGÓGICO

CÍRCULO DE LEITURA

CADERNO PEDAGÓGICO CÍRCULO DE LEITURA 6 O AO 9 O ANO


6º AO 9º ANO
GERÊNCIA DE LEITURA

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA
6º AO 9º ANO

2023 GER ÊNC IA D E LEIT UR A


Olá, professor!
É com imensa alegria que trazemos esta novidade para você: o Caderno Neste material, antes das sugestões de atividades propostas para cada
Pedagógico Círculo de Leitura, a fim de orientar, formar e auxiliá-lo na ano de escolaridade, anexamos um quadro com as habilidades a se-
prática pedagógica junto aos estudantes da Rede Municipal Carioca. rem trabalhadas em conjunto com os professores de sua escola, durante
os Bimestres. Acreditamos na importância de tais informações estarem
Sabemos que você é quem mais conhece os estudantes, e possui
mais acessíveis à sua prática. Assim, ao construir seu planejamento ou
experiência e formação para realizar um trabalho de excelência. Por isso,
plano de ação, você poderá visualizar e destacar com mais facilidade as
o objetivo deste material é ser um ponto de partida para novas ideias
habilidades desenvolvidas e trabalhadas.
e práticas leitoras. Sua utilização não precisa acontecer de forma line-
ar e suas contribuições para o material serão muito bem-vindas. Então, Gostaríamos muito de estreitar nossa interação. Assim, ao final deste
deixe a sua criatividade fluir e acrescente suas ideias! caderno, há um espaço reservado para trocarmos ideias, experiências e
para serem relatadas outras habilidades específicas, referentes à BNCC,
Nas primeiras páginas deste caderno você encontrará algumas diretrizes
que foram trabalhadas por você durante o desenvolvimento das ativida-
teóricas e metodológicas que permeiam a práxis das Salas de Leitura,
des propostas. Queremos enriquecer cada vez mais este material com
trazendo habilidades presentes na Base Nacional Comum Curricular
as suas contribuições. Vamos construir juntos!
(BNCC). Contamos com sua parceria para acrescentar outras habilida-
des trabalhadas por vocês. Atenciosamente,
Coordenadoria de Ensino Fundamental
Este caderno também contém sugestões de atividades com diferentes
Gerência de Leitura
gêneros textuais, levando em conta a transversalidade dos processos de
aprendizagem. Nesse sentido, acreditamos que seu repertório, sua traje-
tória profissional e seu diferencial sejam de grande valor para alcançarmos
nossos objetivos. Nosso desejo é que você seja o protagonista desse pro-
cesso, junto com seus estudantes.
EDUARDO PAES
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
RENAN FERREIRINHA CARNEIRO
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ADRIANO CARNEIRO GIGLIO
SUBSECRETARIA DE ENSINO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO MULTIRIO


CARLA ANDREA DIAS CELESTINO PAULO ROBERTO MIRANDA MARCELO SALERNO
SAULO MARCOS ALBUQUERQUE ARAUJO JUNIOR PRESIDÊNCIA ALOYSIO NEVES
FABIANA DE OLIVEIRA CABRAL PEREIRA ELIZA RIZO
ROSÂNGELA DE FÁTIMA DIAS
GISELE MACHADO AZEVEDO DANIEL NOGUEIRA
DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO
COORDENADORIA DE ENSINO FUNDAMENTAL TATIANA VIDAL
E FINANÇAS
ANTÔNIO CHACAR
MARIZE DE SOUZA CELESTINO EDUARDO GUEDES FRATA SOARES
MARTHA ROCHA GUIMARÃES DIRETORIA DE MÍDIA E EDUCAÇÃO ANDRÉ LEÃO
GERÊNCIA DE LEITURA EDUARDO DUVAL
SIMONE MONTEIRO
NÚCLEO DE ARTES GRÁFICAS
ASSESSORIA DE ARTICULAÇÃO
MARIZE DE SOUZA CELESTINO E ANIMAÇÃO
PEDAGÓGICA
MARTHA ROCHA GUIMARÃES
MARCIA ROMUALDO DA SILVA LEVY
REVISÃO TÉCNICA E ORTOGRÁFICA
IMPRESSÃO
ALDENIRA MOTA DO NASCIMENTO ZIT GRÁFICA E EDITORA
ANA CAROLINA SALEM BELLO IMPRESSÃO
ELAINE ALVES E SANTOS
FABIANA FLORÊNCIO DOS SANTOS
FÁTIMA REGINA DOS SANTOS FRANÇA
GISELE MACHADO AZEVEDO CONTATOS E/SUBE – GERÊNCIA DE LEITURA
GUSTAVO OLIVEIRA DE CASTRO
Telefones: 2976-2318 / 2976-2319
JAN CARLOS DA SILVA
smeleitura@rioeduca.net
JANAÍNA DE SOUZA DO NASCIMENTO
LILIAN DE SOUZA WENDORFF FRITZ JACQUES
LUCÍLIA DE JESUS LOPES
NÁDIA JOSÉ ZIADE
ROSIANE NASCIMENTO SILVA FERREIRA DE SOUZA
ROSA NOGUEIRA
VALÉRIA MONTEIRO PREZA
VANESSA PEEIRA CIRINO RODRIGUES
ELABORAÇÃO E REVISÃO ORTOGRÁFICA
SUMÁRIO

COMPONENTES CURRICULARES 7º ANO


Introdução • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 6 Habilidades do 7° ano • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 59
Roda de leitura / Círculo de Leitura • • • • • • • • • • • • • • • • 9 Brasiliana • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 62
Estratégias de Leitura • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 13 Crônicas para jovens: de bichos e pessoas • • • • • • • • • • • • • 66
Oficina de Leitura • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 17 Crônicas para jovens: do Rio de Janeiro e seus personagens • • • • • 67
Objetivos gerais dos referidos componentes curriculares • • • • • • 19
Eixos das áreas de linguagem • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 20 8º ANO
Círculo de Leitura • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 23 Habilidades do 8° ano • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 73
Estrutura geral • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 26 Contos tradicionais do Brasil • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 76
Natureza: ciência em verso de cordel • • • • • • • • • • • • • • • 87
6º ANO
Habilidades do 6° ano • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 28 9º ANO
Carmen: a grande pequena notável • • • • • • • • • • • • • • • • 30 Habilidades do 9° ano • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 94
Para gostar de ler: crônicas 4 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 36 Mais de 100 histórias maravilhosas • • • • • • • • • • • • • • • • • 97
HQ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 42 A peleja do violeiro Chico Bento com o rabequeiro Zé Lelé • • • • • • 103
Contos indígenas brasileiros • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 51 A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau • • • • • • • • 104

VAMOS CONVERSAR? • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 113

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • • • • • • • • • • • • • • • • 114


COMPONENTES CURRICULARES

Neste documento você, professor, encontrará, além das orientações sobre o Círculo de Leitura, com-
ponente do 6º ao 9º anos, referências à Roda de Leitura, componente dos anos iniciais.

Introdução Objetivos Eixos da Área Estratégias


de Linguagens de Leitura

Práticas Roda de Círculo de Estratégias de


de Leitura Leitura Leitura Aprendizagem

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CÍRCULO DE LEITURA 5
Introdução

As transformações sociais pelas quais passamos, resultantes dos atuais


processos de globalização, somados ao surgimento de novas tecnolo-
gias de comunicacão e informação, modificaram profundamente nos-
sa forma de ser e de nos relacionarmos. “De uma sociedade tipográfica
(a partir do séc. XIV), que se baseava preferencialmente no uso da
linguagem verbal reproduzida em mídias impressas, como livros,
jornais, revistas, tablóides, informativos
etc., passamos para uma sociedade tipo- Para tanto, faremos uso da metodologia de Círculos de
gráfica digital pós-moderna cuja produ- Leitura, defendida por Cosson (2014) e Yunes (1999). Am-
ção de sentido assenta-se em usos com- bos autores propõem o ensino sistematizado da leitura
plexos e variados de modos semióticos, dos diversos gêneros textuais literários canônicos (como
tais como fala, gestos, olhar, etc., proces- os clássicos) e contemporâneos como contos, crônicas,
so este que potencializa a construção de poemas, romances, fábulas etc., com o apoio de outros
significados em sala de aula” (MENDON- gêneros, tais como: anúncios publicitários, charges, tiri-
ÇA et al, 2018). nhas, cartazes, cordel, letras de música, filmes etc.

Com base nesse pressuposto, apresen- O ato de ler auxilia no desenvolvimento das habilidades de
tamos este documento com o objetivo produção textual e análise linguística do texto. Quando o
de ampliar o repertório textual e ser fio estudante adquire o hábito de leitura, amplia-se o seu
condutor do trabalho desenvolvido nas horizonte cultural, pois tende a favorecer a interpretação
escolas públicas municipais do Rio de de textos (literários e não literários), uma vez que o uso
Janeiro, nos componentes curriculares: de recursos e estratégias discursivas passam a compor
Círculo de Leitura e Roda de Leitura. o universo linguístico do leitor. Dessa forma, o estudan-
te torna-se sujeito-leitor ativo e interferente na leitura e,
consequentemente, na escrita protagonizada por ele.

CADERNO PEDAGÓGICO
6 CÍRCULO DE LEITURA
É neste contexto que remetemos o mediador/professor
para o papel da mediação, a fim de desenvolver a con-
cepção de um leitor proficiente que requer uma apren-
dizagem complementada em um processo de ensino
que vai para além da escola. Cabe ao professor negociar
para poder ensinar as estratégias de leitura. Convém fri-
sar, “todas as atividades escolares das quais o texto par-
ticipa precisam ter sentido, para que o texto resguarde
seu significado maior” (LAJOLO, 1997, p. 62).

Para tal desafio, o professor deve fomentar o modelo de


No discorrer deste documento, indicamos as
estratégias de leitura, oportunizar ao aluno a interação
capacidades de leitura Rojo (2004) que fundamentarão
com o texto, firmar-se numa interlocução (entre leitor e
o desenvolvimento das estratégias de aprendizagem,
autor) ativa e produtiva. Assim, “para elaboração de uma
partindo da literatura e gêneros textuais. Assim como
hipótese de leitura é necessário ativar o conhecimento
indicam estratégias de leitura e oficinas de leitura,
prévio do leitor sobre o assunto até que este se torne
segundo Girotto e Souza (2010). Este é um documento
um sujeito-leitor mais experiente, ou seja, até que sua
orientador do trabalho de leitura, que colabora de forma
leitura se torne uma atividade consciente, reflexiva e in-
efetiva na construção do sujeito-leitor.
tencional” (KLEIMAN, 2001, p. 56).
Ratificamos, por fim, a importância e a busca da proficiên-
cia em leitura e escrita dos nossos estudantes, com ênfase
na leitura do texto literário e dos textos não literários. As in-
dicações de livros, atividades e as experiências propostas
são sugestões e, portanto, podem ser utilizadas de manei-
ra ampla, em diferentes turmas. As estratégias apresenta-
das podem multiplicar as possibilidades de abordagem da
leitura no ensino fundamental. Para tanto, é necessário um
diálogo entre a Gerência de Leitura (GEL) e os professores
de sala de leitura e/ou regentes de tais componentes.

CADERNOPEDAGÓGICO
CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULODE
CÍRCULO DELEITURA
LEITURA 77
A leitura como geradora de aprendizagens significativas

LEITURA COMO
PRÁTICA ESCOLAR
(RODA DE LEITURA E
CÍRCULO DE LEITURA)

OFICINA DE LEITURA
(DESENVOLVIMENTO COMPREENDER AS
DAS ESTRATÉGIAS CAPACIDADES DE
E ATIVAÇÃO DAS LEITURA
ATIVIDADES COGNITIVAS)

ATIVIDADES UTILIZAR ESTRATÉGIAS


COGNITIVAS DE LEITURA (ANTES,
ATIVADAS PELAS DURANTE E/OU DEPOIS
ESTRATÉGIAS DA LEITURA)

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8 CÍRCULO DE LEITURA
Roda de Leitura e
Círculo de Leitura Leitura como prática escolar

RODA DE LEITURA CÍRCULO DE LEITURA

• Componente pertencente à matriz curricular • Componente pertencente à matriz curricular dosm anos
dos anos iniciais do Ensino Fundamental. finais do Ensino Fundamental.

• A Roda de Leitura não é simplesmente organizar os alunos • O Círculo de Leitura deve fortalecer o protagonismo juvenil
em círculo para eles lerem juntos. Vai muito além da e auxiliar no desenvolvimento de habilidades de leitura e
organização. O professor responsável deve organizar a escrita dos mais variados gêneros literários, assim como as
atividade, a seleção das leituras que serão realizadas, competências gerais da Base Nacional Comum Curricular
funcionando como um mediador para contribuir com as (BNCC), através da socialização de escolhas, leituras,
questões abordadas. escutas, comentários e efeitos que as obras produzem nos
leitores.
• Roda de Leitura pressupõe intencionalidade de
aprendizagem, encantamento pelas palavras, pelos textos
lidos e, acima de tudo, o prazer em ler.

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CÍRCULO DE LEITURA 9
Conheça os gostos Faça festas literárias
Pesquisar junto aos alunos suas preferências de leitura é um passo impor- Convide escritores, ilustradores, editoras. Organize o espaço com litera-
tante e que pode ajudar na construção do planejamento do trabalho. Sa- tura variada, atingindo assim os mais diferentes gostos.
ber quais os gêneros preferidos ajuda a fazer escolhas mais confortáveis,
Um momento importante, e até meio mágico (encantador) para os alunos,
em um primeiro momento, e também aponta quais estilos precisam ser
é quando recebem autores e ilustradores para conversar sobre sua expe-
apresentados e mais trabalhados com cada grupo.
riência nas diferentes fases da vida, seus interesses, sua caminhada até
Faça propaganda se tornarem profissionais, escritores de suas narrativas. Essa aproximação
Um bom recurso para aguçar a curiosidade para a leitura pode ser re- com o autor/ilustrador transforma a visão dos estudantes sobre as histó-
produzir a forma de chamar a atenção para um próximo programa (como rias e seu potencial em ser um escritor.
fazem as emissoras de TV em suas propagandas), assim como, exibir pe-
Cartazes interessantes com sinopses curiosas
quenos trechos dos livros, imagens e perguntas com curiosidades.
E se tudo que você pensa que sabe sobre o Lobo Mau for um terrível en-
Conheça bem o livro gano? Quer tirar a prova? Leia: A verdadeira história dos três porquinhos.
Ter um roteiro definido do trabalho ajuda a otimizar o tempo e a evitar
Crie momentos diferentes e impactantes para a leitura
surpresas desagradáveis. Por isso, é importante saber do que se trata a
Que tal receber os alunos para um piquenique literário? Ou enfeitar a árvo-
história e as palavras que podem ser desconhecidas pela turma.
re do quintal da escola com livros presos por elásticos? Ou quem sabe pen-
Leia livros teóricos durá-los em algumas portas como se fossem cortinas? A leitura não preci-
Livros que abordam metodologias para desenvolver projetos, que tratam sa ficar restrita ao espaço da sala.
do panorama da leitura no Brasil, que conversam sobre como fazer a me-
diação da leitura, entre outros, são importantes e enriquecedores da prá-
tica do mediador de leitura.

Seja um leitor
Um passo fundamental para pensarmos a formação do aluno-leitor, mui-
to mais importante que orientar, aconselhar e apontar a direção, é ensi-
nar pelo exemplo. Cada professor deve se autoavaliar em relação à sua pró-
pria prática leitora e estabelecer metas para ampliação desse hábi-
to. Qual foi sua última leitura? Foi uma leitura formativa ou por prazer e frui-
ção? Quantos livros você leu no ano que passou?

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10 CÍRCULO DE LEITURA
Capacidades leitoras

Para desenvolver o ato de ler de forma competente, é necessário que


o aluno, aqui considerado sujeito-leitor, faça uso de algumas capaci-
dades leitoras apontadas por Roxane Rojo (2004). Para a autora, essas
capacidades são: de decodificação, de compreensão, de apreciação (e
provável réplica) do sujeito-leitor em relação ao texto.

Capacidades de decodificação compreendem o conhecimento das


convenções gráficas – que regem a escrita, atendo-se aos conhecimen-
tos que envolvem a compreensão da orientação da escrita, a função
da segmentação dos espaços em branco entre as palavras e a pontu-
ação – e suas relações, isto é, capacidades aprendidas e consolidadas
durante o processo de alfabetização; as capacidades de compreensão
relacionam-se com a sequência de capacidades que envolvem o ato de
ler, isto é, o antes, o durante e o depois da leitura. Com isso exploram-
-se a compreensão global, a localização de informações explícitas, a
inferência de informações implícitas; e as capacidades de apreciação
mencionam uma sequência de capacidades que (já) envolvem a intera-
ção do leitor com o texto, assumindo uma posição de sujeito-leitor. Isto
é: dialogar com o texto, concordando ou não (com o que está sendo
dito), praticar um ato de interlocução com o texto. Assim, por exemplo,
durante o ato de ler, o aluno (sujeito-leitor) pode deixar-se levar e apre-
ciar o belo na forma da linguagem.

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Compreender as capacidades de leitura
CAPACIDADES DE LEITURA
TIPOS DE CAPACIDADE CAPACIDADES
Compreender diferenças entre escritas e outras formas gráficas.
Conhecer o alfabeto.
Capacidades de decodificação
Compreender a natureza alfabética do sistema de escrita.
Englobam o conhecimento das convenções gráficas e suas relações, isto
Ler, reconhecendo globalmente palavras escritas.
é, capacidades consolidadas no período de alfabetização.
Ampliar o olhar para porções maiores de texto, desenvolvendo fluência
e rapidez na leitura.
Ativação de conhecimentos prévios.
Antecipação ou predição de conteúdos ou propriedades dos textos.
Checagem de hipóteses.
Capacidades de compreensão Redução de informações semânticas.
Referem-se à sequência de capacidades que envolvem Localização ou cópia de informações.
o antes, o durante e o depois da leitura. Construção de informações a partir de comparação de trechos do texto.
Generalização.
Produção de inferências locais.
Produção de inferências globais.
Recuperação do contexto de produção do texto.
Definição das finalidades da atividade de leitura.
Capacidades de apreciação e réplica do leitor Definição das finalidades presumidas do texto.
em relação ao texto (interpretação, interação)
Percepção de relações de intertextualidade.
Referem-se a uma sequência de capacidades que
Percepção de relações de interdiscursividade.
envolvem a interação do aluno (sujeito-leitor) com o texto,
assumindo uma posição ou um posicionamento na leitura. Percepção de outras linguagens.
Elaboração de apreciações estéticas ou afetivas.
Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos.

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Estratégias de Leitura

A seguir, você encontrará atividades que servirão como base para traba- Os professores de Roda de Leitura e de Círculo de Leitura devem ter cla-
lhar estratégias de leitura essenciais na formação do leitor. reza da importância e da necessidade de ensinar um conjunto de estra-
tégias de leitura, de situações nas quais as crianças possam ampliar seu
Essas estratégias são:
entendimento, bem como possam adquirir e ativar o seu conhecimento de
mundo, linguístico e textual, a partir do que estão lendo (Kleiman, 1989).

Quanto ao trabalho com estratégias de leitura, Girotto e Souza (2010)


Conhecimento afirmam:
Conexões Inferência Visualização
Prévio
“Entre o repertório de estratégias de compreensão – fazer
conexões, inferências, visualizações, questionamentos, su-
marizações e síntese – há uma estratégia essencial, a de ati-
var o conhecimento prévio, em que ficam evidentes todas as
demais estratégias, tais como: a previsão, a interlocução, o
Perguntas
Sumarização Síntese questionamento, a indagação. Os norte-
ao texto
-americanos chamam-na de estratégia-
-mãe ou estratégia guarda-chuva, pois
agrega todas as demais” (GIROTTO;
SOUZA, 2010, p. 65).
Orientamos o uso de tais estratégias para que os alunos possam melhorar
a compreensão do que leem e não apenas decodificarem o texto. Tais es-
tratégias poderão ser dinamizadas sem uma ordem específica. Mas ao en-
sinar (para os alunos, sujeitos-leitores) tais mecanismos, o professor agirá
didática e sensivelmente, explicando-os conforme surgem no decorrer da
leitura do texto (SOUZA; COSSON, 2012).

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Estratégias
O conhecimento prévio – condição primeira para Compreende a ação do sujeito-leitor em fazer uso do
compreensão do texto – é basilar para as demais es- que já se constitui como seus conhecimentos prévios,
Conhecimento tratégias de leitura, porque o sujeito-leitor dificilmen- “aliados às dicas do texto, para completar os espa-
Inferência
Prévio te conseguirá entender o que está lendo sem pensar, ços deixados em aberto” (VÁGULA, 2016, p. 191). Por
isto é, sem estabelecer relação com aquilo que já tais indícios textuais, ele passa a deduzir sequências
conhece. Kleiman (2002), ao comentar isso, também dos fatos e significados não conhecidos. As inferên-
afirma que “a compreensão de um texto é um processo que se caracteriza cias podem ser elaboradas de diferentes tipos, como
pela utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele interpretação(ções), hipótese(es), previsão(ões) e conclusão(ões) (GIROT-
já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida” (Kleiman, 2002, TO; SOUZA, 2010).
p. 13). Nesse sentido, a leitura conduz o sujeito-leitor a trazer do seu pas-
A autora Isabel Solé defende que “Formular hipóteses, fazer previsões, exige
sado de lembranças conhecimentos significativos, relevantes à compre-
correr riscos, pois, por definição, não envolvem a exatidão daquilo que se
ensão do texto propriamente dito.
previu ou formulou” (SOLÉ, 1998, p. 108). Sendo assim, as perguntas (Qual
será o final deste romance? Que sugestões podem surgir para resolução de
Na estratégia conexão, intensifica-se o conhecimento determinado conflito? Qual é o significado de determinada palavra desco-
prévio para estabelecer compreensão, conectando o nhecida pelo aluno? O que poderá acontecer com o/a personagem?) são de
texto lido com o conhecimento que já traz consigo, fundamental importância.
Conexão
num constante processo de construção de significa-
do. Segundo Souza et al. (2010), três são os tipos de
possíveis conexões: o texto-texto, com fusões que se
realizam do texto (que está sendo lido) com outros textos com os quais
teve contato; o texto-leitor, em que o aluno, nosso sujeito-leitor, faz uso
de trechos do texto lido e os associa aos fatos de seu cotidiano; texto-
-mundo, num processo de associar o texto com fatos de contextos so-
ciais, ou seja, fatos da cidade, de seu entorno, e acontecimentos que
ocorrem no mundo. A conexão ainda tem por base o pressuposto: estimu-
lar os alunos a conectar seu conhecimento de mundo com novas leituras,
o que exigirá do sujeito-leitor a habilidade de compreender o texto como
um todo e assim relacionar ideias das partes com outros textos.

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14 CÍRCULO DE LEITURA
A visualização é uma estratégia de leitura que está Essa estratégia auxilia os sujeitos-leitores a percebe-
vinculada à inferência, pois se concretiza quando lei- rem as pistas contidas no texto, ensejando o racio-
tores inferem e elaboram significados através da cria- Perguntas cínio. Ao fazerem perguntas ao texto, os alunos pas-
Visualização
ção de imagens (mentais) e cenários em suas mentes. ao texto sam a ter uma compreensão mais significativa desse.
Por serem inteiramente pessoais, essas visualizações As questões podem ser respondidas com base no pró-
intensificam a experiência com a leitura, tornando-se prio texto ou no conhecimento do leitor. Nesse senti-
um ato muito mais prazeroso, gerando um forte engajamento na prática do, os alunos podem aprender com o texto. Solé (1998), ao falar sobre
literária. Isso se dá porque quando visualizam determinadas imagens, os as relações entre as perguntas e as respostas que podem surgir a partir
sujeitos-leitores, passam a se interessar mais; pensam e entendem melhor de um determinado texto, aduz: perguntas de resposta literal, perguntas
a informação compreendida no texto (GIROTTO; SOUZA, 2010, p. 85). para pensar e buscar, perguntas de elaboração pessoal.

Embora difícil, a sumarização é a estratégia de sele- A estratégia da síntese, definida como o processo de
cionar o que de fato é importante, relevante, no tex- atribuição de sentido, com reconstrução textual de
to. As autoras Harvey e Goudvis (2008) (apud SOUZA, acordo com o entendimento pessoal de cada leitor.
Sumarização Síntese
2010), esclarecem que os sujeitos-leitores devem pa- Essa ocorre quando o sujeito-leitor articula o que está
rar a cada página, a fim de pensar sobre o que está lendo com impressões pessoais, isto é, reconstitui o
sendo lido, antes de avançar na leitura. Refletir sobre próprio texto e elenca as informações que considera
o que é relevante e pormenorizar informações contribui para produção de essenciais. “Ensinar a resumir – selecionar os fatos, ordenar eventos, pa-
significados, o que é fundamental para a compreensão da leitura. rafrasear e escolher o que é importante – como um processo de síntese,
é fundamental para a formação do leitor autônomo” (GIROTTO; SOUZA,
2010, p. 104).

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CÍRCULO DE LEITURA 15
Atividades cognitivas ativadas

1 Compreender os propósitos implícitos e explícitos da leitura;

2 Ativar os conhecimentos prévios relevantes para o conteúdo em


questão;

3 Dirigir a atenção ao fundamental em detrimento do trivial;

4 Avaliar a consistência interna do conteúdo e sua compatibilidade


Solé (1998), com base em Palincsar e Brown
com o conhecimento prévio e o “sentido comum”;
(1984), descreve seis atividades cognitivas
que devem ser ativadas mediante as estra- 5 Comprovar se a compreensão ocorre mediante a revisão e
tégias para compreender o que se lê: recapitulação periódica e a autointerrogação;

6 Elaborar e provar inferências de interpretações, hipóteses,


previsões e conclusões.

A partir dessas atividades cognitivas, Solé (1998) propõe o uso de


estratégias que devem e podem ser mobilizadas antes, durante e
depois da leitura.

Antes da leitura: Durante a leitura: permite


Depois da
estabelecer os estabelecer inferências, rever
leitura: permite
objetivos da leitura e comprovar a compreensão
recapitular o
e/ou revisitar seus e tomar decisões
conteúdo, resumi-
conhecimentos quando houver equívocos ou
lo e ampliar seus
prévios. lacunas na compreensão.
conhecimentos.

A promoção do uso das estratégias de leitura pelos alunos, ocorrem durante a mesma, ou seja, pode ocorrer antes, depois e/ou
durante a realização da leitura.
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16 CÍRCULO DE LEITURA
Oficina de Leitura

As autoras Girotto e Souza (2010) sugerem uma oficina de leitura como procedimento que favorece o ensino das estratégias de compreensão,
estruturado em “minilições”, que possibilitará aos alunos pensarem sobre o que estão lendo. Tem-se como visão geral que, para compreender um
texto, “o leitor deve interagir com ele, pensar sobre ele, questioná-lo e sintetizá-lo.” (FLARE, 2002, p. c.IV). Deve acontecer a partir de aulas pre-
viamente planejadas, e ter por objetivo o desenvolvimento e o aprendizado do leitor, através de vivências e experiências de leituras. As oficinas de
leitura podem acontecer organizadas nos seguintes momentos:

Prática
Guiada

Aula Partilha
Introdutória em grupo Avaliação

Leitura
Independente

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CÍRCULO DE LEITURA 17
Oficina de Leitura

Professor, explique aos alunos a estratégia escolhida para ser ensinada; modele como usá-la efetivamente. Apresen-
te aos alunos um filme do que se passa em sua mente no momento da leitura.
Aula
Introdutória

O aluno deverá utilizar em leitura individual a estratégia modelada por você. Para tanto, proponha a leitura de um
texto ou dê a ele a possibilidade de escolha, apresentando uma atividade na qual ele registre seus pensamentos ao
Política Guiada / utilizar a estratégia em questão.
Leitura
Independente

Este é o momento de compartilhar os sentidos elaborados por cada um, no qual os sujeitos-leitores deverão per-
ceber e destacar uma ou diferentes possibilidades de compreensão dos textos. Para ajudá-lo, é interessante ques-
tionar: o quê, para quê, como e em que momento os sujeitos-leitores fizeram uso das estratégias. Por ser ainda
Partilha em Grupo uma proposta avaliativa, peça que os alunos façam considerações sobre utilidade da oficina, por meio de “cartazes
sínteses”, “fichas avaliativas”, entre outros.
e Avaliação

Fonte: Girotto e Souza, 2010, p.63

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18 CÍRCULO DE LEITURA
Objetivos Gerais dos Referidos
Componentes Curriculares

• Promover a leitura em todos os segmentos da escola. • Diversificar as sugestões para o trabalho com literatura junto aos alunos.

• Inserção dos alunos no mundo da leitura significativa, proporcionando • Ampliar repertórios de leituras.
situações diversificadas de leitura (e escrita).
• Estimular a leitura e a produção de textos por parte dos alunos.
• Incentivar e facilitar o acesso à leitura.
• Enriquecer o projeto pedagógico das escolas.
• Conhecer vários gêneros textuais.
• Diversificar a prática pedagógica.
• Proporcionar o desenvolvimento das competências, habilidades e
• Envolver a Comunidade Escolar em ações de fomento à leitura.
criatividade.
• Reconhecer os diferentes tipos de textos e linguagens como forma de
• Despertar o prazer da leitura e aguçar o potencial cognitivo e criativo do
manifestação artística e cultural.
aluno.
• Estimular o contato e a reflexão a partir de diferentes linguagens.
• Possibilitar o acesso aos diversos tipos de leitura na escola, buscando
efetivar, enquanto processo, a leitura e a escrita. • Diversificar a prática pedagógica por meio do estímulo à sensibilidade e à
criatividade.
• Estimular o desejo de novas leituras.
• Promover o enriquecimento cultural e intelectual da comunidade escolar,
• Possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação.
criando o hábito e o prazer de ler, escrever, pesquisar e interpretar.
• Possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens.

• Proporcionar, através da leitura, a oportunidade de ampliação dos


horizontes pessoais e culturais.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 19
Eixos das áres
de linguagens

ORALIDADE

ANÁLISE
LINGUÍSTICA LEITURA

ESCRITA

CADERNO PEDAGÓGICO
20 CÍRCULO DE LEITURA
Compreende a produção de textos orais, consideran- A leitura, por ser um ato social, amplia a visão de mun-
do as diferenças entre língua falada e escrita e as for- do através da interlocução texto e autor (sujeitos so-
mas próprias de composição do discurso oral (com ou ciais). Essa interação entre o sujeito-leitor e autor, texto
ORALIDADE LEITURA
sem contato face a face). Além de explorar a variação e contexto, baseia-se numa interlocução em que o pri-
linguística de acordo com a diversidade de práticas
meiro, em presença do texto, deve exercer um papel
orais de uso da linguagem, identifica as caracterís-
ativo, reflexivo e produtivo, que lhe propiciará a produção de sentidos.
ticas de diferentes gêneros textuais orais, que organizam determinadas
atividades humanas, como também sinais paralinguísticos e cinésicos (en- Como uma prática social e discursiva, a leitura envolve atividades de uso
tonação da voz, gestos, postura, expressão facial). e reflexão, orientada por condições de produção, o que possibilita a re-

Como prática social, o trabalho com a oralidade vai além da fala cotidiana. elaboração dos gêneros, apreciação e valorações estéticas, éticas, polí-
Faz-se necessário a mediação do professor a fim de favorecer o desen- ticas. A prática também permite aos sujeitos-leitores analisar os textos e
volvimento da capacidade de expor, argumentar, criticar e defender um estabelecer relações de intertextualidade e interdiscursividade. As capa-
ponto de vista. cidades envolvidas no ato de ler perpassam à ativação de conhecimentos
prévios, à apreciação e identificação de informações, às inferências, à ré-
Os gêneros discursivos orais constroem-se na interação comunicativa
(interlocução) e são fenômenos sociocomunicativos. Estão presentes em plica e à sintese.

várias atividades da comunicação humana, desde os gêneros simples,


Tal “proposta assume a centralidade do texto como unidade de traba-
como a conversa em ambiente familiar, aos gêneros complexos, como o
lho e as perspectivas enunciativo-discursivas na abordagem, de forma a
debate. Já os gêneros textuais, além de “fenômenos históricos, profun-
sempre relacionar os textos a seus contextos de produção e o desenvol-
damente vinculados à vida cultural e social”, formam um conjunto de tex-
vimento de habilidades ao uso significativo da linguagem em atividades
tos que possuem características específicas, como: estrutura, linguagem
e temática. Esses gêneros cumprem “funções comunicativas, cognitivas e de leitura, escuta [...]”. Cabe, então, “proporcionar aos estudantes expe-
institucionais”. (MARCUSCHI, s.d, p. 01) riências que contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a
possibilitar a participação significativa e crítica” (BRASIL, 2018, p. 65-68)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1998) caracterizam assim os
gêneros:

– Conteúdo temático: relativo ao tema; - Construção composicional: re-


lativo à estrutura; – Estilo: relativo à linguagem. Dentre a infinidade de gê-
neros textuais, destacamos: Anúncio publicitário, artigo científico, bilhete,
carta, conto, crônica, diário, narratividade, enígma, romance etc.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 21
As duas dimensões da língua, segundo a BNCC, são: Articulada aos demais eixos, sistematiza a alfabetização.
a oral e a escrita. A aprendizagem se dá através do Conduz os alunos e alunas a refletir, particularmente
percurso entre elas. ANÁLISE nos dois primeiros anos (1º e 2º anos), e desenvolve-
ESCRITA
LINGUÍSTICA se, ao longo dos três anos seguintes, a observação das
Ao ser categorizada como uma dimensão da língua,
regularidades e a análise do funcionamento da língua
a escrita deve ser ensinada levando-se em conta sua
e de outras linguagens e seus efeitos nos discursos. A
relação com a oralidade, que tem início no período da alfabetização, e
BNCC, ainda neste eixo, explicita uma determinada concepção. A saber:
seguirá ao longo da educação básica, pontuando os usos sociais dessas
duas dimensões. “[...] envolve o conhecimento sobre a língua, sobre a norma-padrão
e sobre as outras semioses, que se desenvolve transversalmente aos
A escrita, durante os anos iniciais do ensino fundamental, relaciona-se ao
dois eixos – leitura/escuta e produção oral, escrita e multissemiótica
sistema alfabético, etapa em que se concebe a aprendizagem das letras,
– o que envolve análise textual, gramatical, lexical, fonológica e das
oportunizando a alfabetização, a qual, por sua vez, servirá de subsídio
materialidades das outras semioses. [...] Envolve os procedimentos
para o desenvolvimento de outras linguagens, como: digital, arquitetôni-
e estratégias (metas) cognitivas de análise e avaliação consciente,
ca, matemática, científica, o braile, a língua de sinais, a mímica, os gestos,
durante os processos de leitura e de produção de textos (orais,
a fotografia, a corporal, os emoticons, etc.
escritos e multissemióticos), das materialidades dos textos,
Ao avançar nos anos de escolaridade, as atividades em torno do eixo es- responsáveis por seus efeitos de sentido, seja no que se refere às
crita se tornam um pouco mais complexas, em comparação ao que se formas de composição dos textos, determinadas pelos gêneros
desenvolveu nos primeiros anos do ensino fundamental. As atividades de (orais, escritos e multissemióticos) e pela situação de produção,
escrita progridem da aprendizagem do sistema alfabético para a escrita seja no que se refere aos estilos adotados nos textos, com forte
de textos, isso porque os conhecimentos linguísticos e gramaticais contri- impacto nos efeitos de sentido” (BNCC, 2017, p. 80).
buem para o desenvolvimento da habilidade de escrita dos alunos.
Ao trabalhar uma produção de texto, é possível, por exemplo, realizar
entrevistas (oral) com registros (escrita), ler textos modelares do
mesmo gênero (leitura) e transformar a entrevista em texto escrito
(análise linguística). A BNCC aponta também a necessidade de ensinar
as especificidades de cada prática de linguagem nas mídias digitais
(websites, redes sociais, podcasts, etc.). Neste caso, o professor deve
fazer um uso pedagógico da tecnologia e estimular a visão crítica dos
alunos em torno da utilização daquelas ferramentas digitais, considerando
também os princípios éticos, estéticos e políticos.

CADERNO PEDAGÓGICO
22 CÍRCULO DE LEITURA
Círculo de Leitura

O estreitamento do espaço da leitura literária e não literária nas nossas A leitura, dentro dos círculos, empodera e possibilita a
unidades escolares e, consequentemente, nas práticas leitoras das crian- transformação. Entre as múltiplas possibilidades que o círculo
ças e dos jovens é uma das finalidades do Círculo de Leitura (CL). Segundo de leitura oferece, podemos destacar:​
Cosson (2012), além disso, é uma prática pedagógica de compartilhamen-
to entre leitores, que oportuniza tanto a aprendizagem da leitura quanto • A discussão de uma mesma obra em diferentes linguagens
o desenvolvimento integral do aluno como cidadão crítico e consciente, e suportes, contribuindo para formação do leitor literário na
tendo-se em vista que o CL é realizado de forma colaborativa e solidária. educação básica.

O ler-ouvir-compartilhar cria uma experiência única, algo que acontece


• O trabalho em equipe, dando ênfase à cooperação, à
frequentemente durante o círculo, com os alunos e professores envolvi-
flexibilidade e ao diálogo.
dos, pois as falas, as sensações e as impressões causadas por cada troca
não se repetem; estamos, constantemente, sujeitos à influência de tudo o • A valorização da leitura literária como experiência estética.
que nos cerca: nossas vivências pessoais, nossos problemas, nossas con-
quistas e nosso ânimo. • O incentivo ao hábito de leitura, à produção de diversos
tipos de textos, articulando linguagens, como a literatura,
a poesia, a análise das mídias, a dramatização de histórias.
Desta forma, o aluno dialoga com o livro literário, o filme,
a poesia e o teatro, o que está também intimamente
relacionado ao desenvolvimento do protagonismo juvenil.

• Possibilitar aos alunos uma atividade de leitura literária sem


finalidade moral ou metalinguística.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 23
Pontos importantes devem ser observados na execução do círculo, após
ser apresentado aos alunos:

a) seleção das obras: a seleção das obras a serem lidas deve ser compar-
tilhada entre o professor e os alunos;

b) formação de grupos: os grupos devem ser temporários, ou seja, a cada


obra lida deve ocorrer o rodízio entre os alunos do grupo;

c) cronograma: deve ser estabelecido com dias específicos e horários, às


obras mais extensas se destina um bimestre, às mais curtas, um mês;

d) encontros, propriamente ditos: um recurso do círculo de literatura


proposto por Daniels (2002) é a miniaula à qual é destinado o tempo
de 10 a 15 minutos para o docente fazer esclarecimentos quanto à obra,
registros, observações pertinentes. Ao final da leitura, dedica-se uma
aula inteira aos comentários sobre a obra, que podem contemplar
apresentação oral, recomendação do livro ou até elaboração de um
produto especial como uma árvore genealógica das personagens, in-
terpretação de texto por meio de encenação, dança, canção e criação
de textos paralelos;

e) avaliação: para o registro e sistematização das leituras realizadas no


Círculo, sugerimos a utilização dos diários de leitura e as fichas de fun-
ção com seus alunos, contribuições de Daniels (2002) citadas por Cos-
son (2014) em seu livro Círculos de leitura e letramento literário.

CADERNO PEDAGÓGICO
24 CÍRCULO DE LEITURA
Trabalho em equipe!
Mãos à obra!
CONECTOR
Liga a obra ou o trecho lido
com a vida, com o momento.

QUESTIONADOR ILUMINADOR DE PASSAGENS


Prepara perguntas sobre a obra Escolhe uma passagem para explicar ao grupo, seja
para os colegas, normalmente porque é bonita, porque é difícil de ser entendida ou
de cunho analítico porque é essencial para a compreensão do texto.

ILUSTRADOR DICIONARISTA ILUSTRADOR


Traz imagens para Escolhe palavras consideradas Traz imagens para
ilustrar o texto. difíceis ou relevantes para a ilustrar o texto.
leitura do texto.

PESQUISADOR
Busca informações
contextuais que são CENÓGRAFO PERFILADOR
relevantes para o texto. Descreve as Traça um perfil das personagens
principais cenas. mais interessantes.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 25
Estrutura Geral

Ano de
Escolaridade

Habilidades
Literatura
BNCC Habilidades do
Curriculo Carioca

Eixos da área Objetos de Estratégias de


de linguagens Conhecimento Aprendizagem

Objetivos de
Aprendizagem

Seguiremos com as sugestões de planos de aula, distribuídos por ano de


escolaridade, sempre respeitando a estrutura acima, facilitando a práxis
do professor no seu planejar cotidiano, partindo das experiências de
aprendizagem.
CADERNO PEDAGÓGICO
26 CÍRCULO DE LEITURA
CÍRCULO DE LEITURA

6º ANO

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 27
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Apresentar opinião sobre assuntos significativos.

ORALIDADE • Atuar com interesse e atenção nas conversas.


E ANÁLISE • Identificar informações implícitas em situações de interação oral (fazer inferências de sentido).
LINGUÍSTICA • Realizar exposições orais de assuntos, de forma fluente, expressiva e com sequência lógica, coerente.
• Reconhecer informações explicitas em situações de interação oral.

• Comparar textos, estabelecendo relações entre eles (assunto/tema e estrutura).


• Compreender textos não verbais e multimodais, tais como: fotos, gráficos, tabelas, tirinhas, propagandas etc.
• Construir diferentes hipóteses de leitura.
• Distinguir um fato de uma opinião.
• Explicar as pistas linguísticas que causam o humor do texto.
• Identificar a finalidade (função social) de um texto e seu público-alvo.
LEITURA E
• Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
ANÁLISE
LINGUÍSTICA • Identificar o assunto e o tema (assunto principal) de um texto.
• Identificar relações lógico-discursivas entre partes de um texto, marcadas por recursos coesivos articuladores de relações
de sentido (tempo, lugar, causa, dúvida, comparação, conclusão).
• Inferir informações implícitas, seguindo as pistas fornecidas pelo texto como um todo.
• Inferir o sentido de uma palavra ou expressão no texto.
• Interpretar recursos gráficos não verbais, relacionando-os a outras informações apresentadas em textos e entendendo a
combinação desses elementos na construção da mensagem como um todo.

CADERNO PEDAGÓGICO
28 CÍRCULO DE LEITURA
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Localizar informações explícitas, literalmente expressas no texto.


• Reconhecer as diferentes partes de uma notícia título (ou manchete), subtítulo, lide, corpo da notícia.
• Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função
das condições em que foram produzidos e daquelas em que serão recebidos.
• Reconhecer estrutura da narrativa: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax); desfecho.
LEITURA E • Reconhecer os elementos da narrativa: narrador (foco narrativo); personagem (principal e secundários, protagonista e
ANÁLISE antagonista) e suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa; aspectos descritivos do tempo/
LINGUÍSTICA espaço da narrativa.
• Reconhecer os elementos estruturais da narrativa: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax); desfecho.
• Estabelecer relações entre as partes de um texto, identificando repetições e substituições que contribuem para a sua
continuidade (substantivos, pronomes, palavras e/ou expressões mais gerais e mais específicas).
• Identificar as relações de causa e consequência. Reconhecer as estruturas de textos em prosa e em verso (parágrafos,
períodos, orações, estrofes, versos).

• Empregar, na produção de textos de base narrativa, elementos da narrativa, tais como: narrador (foco
narrativo); personagem (principal e secundários) e suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa.
• Planejar a escrita do texto, adequada ao interlocutor e aos objetivos da comunicação, levando-se em conta: a finalidade, a
ESCRITA E circulação, o suporte, a linguagem, o gênero, o tema e o assunto.
ANÁLISE • Produzir textos com linguagem, estrutura e elementos próprios dos textos em versos (verso, estrofe, rima, ritmo, etc).
LINGUÍSTICA • Produzir textos de base narrativa com a estrutura adequada: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax);
desfecho.
• Produzir textos, individual e coletivamente, com uma sequência lógico-temporal (início, meio e fim; presente, passado,
futuro).

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 29
Livro 1 – Carmen:
a grande pequena notável

Carmen: a grande pequena notável

Carmen Miranda foi a brasileira mais famosa do mundo


em seu tempo. Conquistou os quatro cantos do plane-
ta cantando e dançando. Virou um dos maiores símbolos
do nosso país. Até hoje, poucas pessoas são tão imitadas
quanto ela. E essa história começou há mais de 100 anos!

CADERNO PEDAGÓGICO
30 CÍRCULO DE LEITURA
6º ANO TEMPO PREVISTO: 6 TEMPOS / 3 ENCONTROS

• Identificar o assunto de um texto lido ou ouvido.


Objetos de
• Inferir, em diferentes gêneros textuais, informações implícitas, seguindo as pistas fornecidas pelo texto como um todo,
Conhecimento
com a mediação do professor.

• (EF67LP03) Comparar informações sobre um mesmo fato, divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e
Habilidades BNCC avaliando a confiabilidade.
• (EF67LP04) Distinguir, em segmentos descontínuos de textos, fato da opinião enunciada em relação a esse mesmo fato.

Habilidades • Distinguir um fato da opinião.

• Oralidade.
Eixos da
• Leitura de textos.
Linguagem
• Conhecimentos linguísticos.

• Título: Carmen: a grande pequena notável.


Literatura • Autor: Heloisa Seixas / Julia Romeu.
• Ilustrador: Graça Lima.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 31
Carmen: a grande pequena notável

O ponto de partida é sempre o professor-leitor, com um conhecimento


amplo do acervo literário. Professor, inicie a aula lendo o livro em voz alta
ou pedindo a uma das crianças que faça a leitura para todos. Esse estilo
de leitura ajuda o aluno a perceber a fluência da leitura e o familiariza com
a mesma, reconhecendo os sons e as entonações.

CADERNO PEDAGÓGICO
32 CÍRCULO DE LEITURA
Sugestão de sequência de atividades

Leve os alunos a compreenderem os conceitos de FATO e OPINIÃO.

Fato é um acontecimento, uma ocorrência, aquilo que Para saber mais, clique no link abaixo:
acontece em decorrência de eventos exteriores.

A opinião é um ponto de vista a respeito de um fato. Ela não


é, portanto, um fato. Trata-se de um julgamento pessoal, de
um pensamento em relação a algo, é uma maneira de pensar.

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/
videos/15205-fato-ou-opini%C3%A3o

Dinâmica Fato ou Opinião

Orientações:
Apresente o slide com trechos do livro Carmen: a grande pequena no-
tável aos seus alunos e peça para que identifiquem se cada trecho é
fato ou opinião. Prepare plaquinhas e promova a participação dos seus
alunos. Para cada frase, o slide seguinte é o gabarito. Seus alunos vão Dinâmica Fato ou Opinião
se divertir e aprender. https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1kLnYLRMHaPbtV
LAgu4PzlvzYfYPoB_1C

Acesse a dinâmica com o link ao lado.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 33
Campeonato de trava-línguas Que tal realizar um campeonato de trava-línguas com a turma?

Trava-línguas é um conjunto de palavras formando uma fra-


se de difícil articulação, em virtude da existência de sons que Sugerimos a organização de um campeo-
exigem movimentos seguidos da língua, que normalmente nato de trava-línguas com o grupo e regis-
não são utilizados no cotidiano. tro em vídeo para assistirem posteriormen-
te. Ah! Compartilhe esse registro conosco
Os trava-línguas, além de aperfeiçoadores da pronúncia, ser- através dos nossos contatos (p. 257).
vem para divertir e provocar disputa entre amigos. São emba-
raçosos, provocam risos e alegram.
https://www.youtube.com/
watch?v=6-o6WljMUnA

Depois da exibição do vídeo acima para os alunos, faça-os per-


No livro, Carmen: a grande
ceber que a letra é um trava-língua.
pequena notável, as autoras
mencionam que Carmem se
especializou em cantar mú-
sicas engraçadas, com letras • Para iniciar, vamos fazer um Círculo de Leitura falando sobre a história
que mais pareciam um trava- do trava-língua.
-língua.
• Em seguida, separe-os em duplas e peça para que eles treinem o trava-
-língua entre eles antes de começarem.

• Vamos começar a disputa. Fica no jogo quem não errar o trava-línguas!

• No final, restarão apenas dois alunos e o que falar sem errar será o
vencedor!

CADERNO PEDAGÓGICO
34 CÍRCULO DE LEITURA
Professor, as crianças naturalmente gostam de criar paródias, que tal
Criação de paródia aproveitar a oportunidade para desenvolver a oralidade e a escrita dos
seus alunos?
A paródia consiste na recriação de um texto, conservando-se
a ideia central do hipertexto (texto de referência), mas atri-
buindo a ele efeitos mais sarcásticos, humorísticos e críticos.
Podemos dizer que a paródia é um exercício de intertextua-
lidade cujo objetivo é levar o leitor a fazer uma reflexão críti-
ca a respeito do que acontece na sociedade.

Clique no link abaixo e acesse o vídeo e a letra da canção


O que é que baiana tem.

https://www.letras.mus.br/carmen-miranda/259221/

http://blogdivertudo.blogspot.com/

• Explique a eles que para fazer uma boa paródia será preciso formar fra-
ses que se encaixem direitinho na composição verdadeira, como no
exemplo acima.

• Você pode sugerir que os alunos façam paródias das músicas de Carmen
Miranda, mas antes é importante que eles conheçam a letra e a melodia
da canção.

• Separe os alunos em grupos ou em duplas e distribua cópias da letra da


música. Nesse momento você pode colocar a música para todos ouvi-
rem e cantarem juntos.

• Explique à turma que uma paródia pode ter apelo cômico, mas o humor
não precisa ser o requisito principal.

• Peça para os grupos ou duplas criarem as suas paródias.

• Hora de cantar: cada grupo ou dupla apresentará a sua paródia. Nessa


hora, vale bater palmas, improvisar com instrumentos musicais. É permi-
tido usar e abusar da criatividade.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 35
Livro 2 – Crônicas 4

Sinopse

O cronista está sempre atento aos detalhes. Nada passa em branco, e


qualquer fato vira história para ler, reler e compartilhar. Uma aula sobre
os animais, uma reunião de condomínio, o encontro inesperado com um
amigo. Acompanhe o olhar poético e bem-humorado de Rubem Braga,
Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos.
Eles relatam curiosos episódios do cotidiano e, ao final do livro, contam
como se tornaram escritores. Quando a série Para Gostar de Ler foi cria-
da, na década de 1970, esses cronistas foram convidados a participar dos
cinco primeiros volumes. Para selecionar as crônicas, eles contaram com a
opinião de cerca de mil estudantes, com o objetivo de despertar o prazer
da leitura com bons textos que dialogam com o jovem brasileiro.

CADERNO PEDAGÓGICO
36 CÍRCULO DE LEITURA
Trabalhando com o texto... Pergunte: “A leitura desse gênero textual despertou em vocês sentimentos ou
emoções? Quais? Qual é o assunto da crônica? A professora amava os animais?
Por quê? Como vocês confirmam sua resposta?”

Explique a fala do aluno Ricardo: “Entendi, a gente deve amar, respeitar, pelar
e comer os animais, e aproveitar bem o pelo, o couro e os ossos.” Por que o
aluno Ricardo chegou a essa conclusão? Considerando que todo texto tem
intenção(ões), qual(is) a(s) intenção(ões) possível /possíveis nessa crônica?

Essas questões têm o objetivo de trabalhar as seguintes estratégias de leitura:


o levantamento e a checagem de hipóteses, a localização de informações
explícitas e a inferência de informações implícitas e o posicionamento dos
alunos frente ao que leram.

Por fim, após ouvir as respostas dos alunos, o professor poderá fazer um re-
sumo coletivo do texto. No contexto dos anos iniciais, o docente atua como
escriba, enquanto os alunos sintetizam, oralmente, a narrativa.

Outras sugestões seriam: a dramatização da crônica; o resumo ilustrado; a


produção de cartazes em prol da defesa dos animais; a criação de um “es-
tatuto dos animais” etc. Enfim, a temática poderia ser explorada de diversas
maneiras, a depender dos propósitos do professor e do nível da turma.

Em síntese, essas e outras capacidades (de decodificação, compreensão e in-


teração) e estratégias (cognitivas e metacognitivas) poderiam ser exploradas
a partir da referida crônica.

Além disso, outros componentes do currículo poderiam complementar o


aprofundamento da temática suscitada pelo texto. No entanto, é preciso que
o docente tenha domínio desses conhecimentos e se disponha a colocá-los
em prática.

FONTE: SOUZA, Maria Genilda Santos De et al.. Estratégias de leitura nos anos iniciais do ensino
fundamental: ferramentas para o letramento. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora,
2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/36873>.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 37
6º ANO TEMPO PREVISTO: 4 TEMPOS / 2 ENCONTROS

• Formação de leitor.
Objetos de
• Compreensão.
Conhecimento
• Estratégia de leitura.

• (EF69LP46) Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas,


como de rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de apresentações
teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas
(de leitores, de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e
Habilidades BNCC
afetiva e justificando suas apreciações, escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando
formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música),
playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvideos, fanclipes, posts em fanpages, trailer honesto, vídeo-minuto,
dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de “fans”.

• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes do uso ou função da pontuação e de


Habilidades
outras notações. Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

Eixos da • Oralidade. Leitura de textos. Conhecimentos linguísticos.


Linguagem • Escrita.

• Título: Para gostar de Ler: crônicas, volume 4.


Literatura
• ‘Autores: Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos.

CADERNO PEDAGÓGICO
38 CÍRCULO DE LEITURA
Da utilidade dos animais
No tópico abaixo, a partir da crônica Da utilidade dos animais, de Carlos
Drummond de Andrade, sugerimos algumas estratégias que podem ser
trabalhadas em uma aula de leitura, nos anos iniciais e no 6º ano do Ensino
Fundamental. É importante salientar, que o gênero crônica, em geral, é
apresentado aos alunos nos anos finais do Ensino Fundamental. No entan-
to, defendemos que diversos gêneros podem (e precisam) ser trabalha-
dos nos primeiros anos escolares. Cabe, então, ao professor adequá-los à
turma e aos seus propósitos pedagógicos.

Inicialmente, é preciso explicar aos alunos os objetivos da aula: ler um


texto humorístico que nos ajudará a refletir sobre alguns assuntos do co-
tidiano e a desenvolver a compreensão leitora. A fim de provocar o inte-
resse dos alunos, fazê-los levantar hipóteses e ativar seus conhecimentos
prévios, pode-se apresentar o título do texto, Da utilidade dos animais, e
perguntar: Que utilidades têm os animais para os seres humanos? Como
devemos tratar os animais? É crime abandonar animais? E maltratá-los? Em
nosso país, existe alguma lei que protege os animais? Onde vocês acham
que essa crônica foi publicada? Com qual propósito?

Em seguida, sugerimos que seja apresentado aos alunos o suporte textual


onde a crônica foi publicada: a coletânea Para gostar de ler: crônicas,
volume 4. Pode-se explicar o que é uma coletânea, mostrar as ilustrações,
apontar que essa contém vinte histórias (crônicas), de quatro consagra-
dos autores brasileiros: Rubem Braga, Carlos Drummond de Andrade, Fer-
nando Sabino e Paulo Mendes Campos (apontar onde aparecem os nomes
dos autores). É interessante informar também que, em geral, as crônicas
são publicadas em jornais.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 39
Posteriormente, seus autores podem escolher algumas e publicá-las em
livros. Mostrar que, nessa coletânea, as crônicas foram reunidas de acor-
do com o assunto (mostrar o índice e explicar sua função), que a crônica
escolhida para a leitura encontra-se na seção “Utilidades“ e foi escrita por
Carlos Drummond de Andrade.

Antes da leitura, pode-se perguntar aos alunos se eles sabem o que é


um cronista, o que ele faz e onde, geralmente, trabalha. É interessante
também indagá-los se conhecem Carlos Drummond de Andrade, se já ou-
viram algum poema ou crônica dele (pode-se dar alguns exemplos de tí-
tulos). Como sugestão, para conhecer um pouco da história desse autor,
de sua formação, de seu estilo, etc., pode-se apresentar um vídeo curto
sobre sua biografia e, ao final, perguntar-lhes o que eles mais gostaram
no vídeo e que informação(ões) lhes chamaram mais a atenção. Por fim,
o professor pode fazer um apanhado dos principais dados sobre a vida
e obra do autor. Com isso, o docente está, ao mesmo tempo, resumindo
os conhecimentos partilhados no vídeo e apresentando um modelo de
como fazer uma síntese. Essas informações sobre as condições de pro-
dução da crônica contribuem também para a construção do(s) sentido(s)
da mesma.

Depois disso, o professor pode explicar que a crônica apresenta um di- Faça a leitura oral da crônica. Ao passo que vai citando o
álogo entre uma professora e seus alunos, em um contexto de sala de nome dos animais, poderá mostrar a imagem dos mesmos,
aula. O assunto da aula é a utilidade de alguns animais. Tendo em vista tornando a leitura mais interessante e dinâmica. Após a leitura
que os animais apresentados no texto (iaque, texugo, canguru, vicunha, da crônica, pode-se perguntar: Como vocês imaginam o lu-
zebra, pinguim, javali, castor, rinoceronte, tartaruga-marinha, biguá) não gar onde a história aconteceu? Quais são os personagens da
são muito conhecidos, é interessante mostrar as imagens dos mesmos e crônica? No início da crônica, como a professora é caracteri-
perguntar, por exemplo, seu nome e sua principal utilidade. Esse diálogo zada? Como vocês a caracterizam? Por que o texto foi cons-
ajudará o professor a verificar que conhecimentos prévios os alunos já truído em forma de diálogo? O que chamou mais a atenção
possuem sobre esses animais. de vocês na leitura?

CADERNO PEDAGÓGICO
40 CÍRCULO DE LEITURA
O uso de outras linguagens favorece novas aprendizagens e desperta a
curiosidade e o interesse dos alunos.

O curta-metragem dialoga diretamente com a crônica e pode ser assisti-


do antes da leitura e das inferências ou depois, dependendo da mediação
que o professor irá utilizar, assim como as experiências de aprendizagem
que planeja.

Professor, atualmente, temos vários movimentos em defesa


dos animais, converse sobre o assunto com seus estudantes.
Essa atividade é uma oportunidade para desenvolver o senso
crítico, a oralidade e a capacidade de argumentação.

https://www.youtube.com/watch?v=zMwveNtKu7o

(Tempo do vídeo: 9’44)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 41
Livro 3 – Calvin e Haroldo

Sinopse

Calvin e seu amigo imaginário Haroldo (Hobbes, no


original em inglês) são dois famosos personagens dos
quadrinhos. Haroldo é um tigre de pelúcia que ganha
vida quando Calvin está sozinho e volta a ser brinque-
do quando outras pessoas estão presentes.

aiva: São
professor led. Sar
s: conexão e uso. 6o ano. Manual do Paulo, 2018. p. 80.
CARVALHO, Lais de B. Portuguê
, Dileta;
Fonte: DELMANTO

CADERNO PEDAGÓGICO
42 CÍRCULO DE LEITURA
6º ANO TEMPO PREVISTO: 6 TEMPOS / 3 ENCONTROS
• Relação entre textos.
• Construção da textualidade.
Objetos de
• Figuras de linguagem.
Conhecimento
• Produção de textos orais.
• Oralização.

• (EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre esses e outras manifestações artísticas (como cinema, teatro, música, artes visuais
e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas, personagens e recursos literários e semióticos.
• (EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação comunicativa, as variedades de língua falada, o conceito de norma-padrão e
preconceito linguístico.
Habilidades • (EF67LP30A) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de
BNCC enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando os
elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço, narrador.
• (EF69LP53A) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas líricas,
humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros de maior extensão,
como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura infantojuvenil.

• Inferir informações em textos.


Habilidades
• Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas em um texto.

• Leitura.
Eixos da • Produção de textos.
Linguagem • Oralidade.
• Análise linguística/semiótica.

• Título: Português: conexão e uso (Manual do Professor) - p. 146.


Literatura
• Autor: Dileta Delmanto / Laiz B. de Carvalho.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 43
Vamos iniciar a aula lendo o conto em voz alta ou pedindo a um dos alu- A) CONTEXTUALIZAÇÃO:
nos ou a uma das alunas que faça a leitura para todos. Propomos para esta aula trabalhar com o gênero textual “His-
tória em quadrinhos”, com a finalidade de ampliar o contato
Se necessário, experimente guiar a turma por meio de uma segunda lei-
dos alunos com manifestações literárias diversas, de modo
tura em voz alta do texto. Pare periodicamente e faça perguntas para
que possam compreendê-las e fruí-las, contribuindo para a
que os alunos possam interagir e mostrar que compreenderam pontos da
formação do leitor literário.
história.
Você sabia?
No Brasil, em 1905, surgiu a revista semanal O Tico-Tico, con-
siderada a primeira revista em quadrinhos do nosso país. O
nome Tico-Tico vinha do agitado passarinho com o mesmo
nome. A revista foi influenciada pela publicação francesa La
Semaine de Suzette e teve uma tiragem inicial de 11 mil exem-
plares.

Fonte:
https://plenarinho.leg.br/index.php/2018/01/o-tico-tico-pri-
meira-revista-em-quadrinhos-brasil/#:~:text=Aqui%20no%20
Brasil%2C%20foi%20em,inicial%20de%2011%20mil%20
exemplares

CADERNO PEDAGÓGICO
44 CÍRCULO DE LEITURA
Propomos conversar com as crianças sobre o gênero “Histó-
ria em quadrinhos”, apresentando suas características e seus
recursos verbais e não verbais. Para enriquecer esta aula, que
tal acessar a videoaula: O mundo das HQs | Rioeduca na TV -
Carioca II, disponível em:

Os quadrinhos também
https://www.youtube.com/watch?v=MgZpe6kcEsA são chamados de gibi, co-
mics, comicbook, arte se-
Logo depois, apresentar através do projetor multimídia a HQ
quencial, historieta, banda
de Calvin e Haroldo, e comentar sobre os recursos utilizados
desenhada, mangá, entre
para a produção do texto. Peça aos estudantes, um por vez,
outros. Possui muitas caras
que façam a leitura em voz alta. Mencione, também, as carac-
e formatos. As histórias em
terísticas de uma onomatopeia e sua função na HQ .
quadrinhos são formadas
Sabendo mais: As onomatopeias são figuras de linguagem pelo cruzamento de dois
que procuram reproduzir por escrito um som da natureza ou conjuntos distintos: litera-
de um objeto, por meio da repetição de fonemas ou sílabas. tura e imagem.
Por exemplo: hahaha, chuá, buá, atchim, tic tac, etc.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 45
Conversando sobre o texto HQ:
a – Já vimos que as histórias em quadrinhos apresentam uma
narrativa, ou seja, contam uma história com começo, meio e
fim. Na HQ lida pela turma, que história é narrada?

b – Sabemos que uma história em quadrinhos pode ser identifi-


cada por um título ou pelo nome dos personagens que surgem
nela. Em qual dos dois casos a história lida se encaixa?

Releia o primeiro quadrinho da HQ e responda.


a - Você percebeu que o Calvin busca um elemento de com-
paração para o ar que respira. Quais recursos no balão de fala
confirmam essa busca do personagem?

b - Pelo cenário no quadrinho e pela expressão de Calvin, que


expectativa você tem a respeito da comparação que será feita
pelo personagem sobre o cheiro do ar?

c - Volte à HQ e compare as expressões faciais dos persona-


gens no primeiro e no segundo quadrinhos. De que modo a
mudança entre elas (personagens) contribui para criar o humor
da história?

d - Releia o quinto, o sexto e o sétimo quadrinhos da HQ e ob-


serve as onomatopeias reproduzidas. Que sons estão represen-
tados nesses quadrinhos?

e - No sexto quadrinho, que efeito a sobreposição ou repetição


do desenho dos personagens cria para o desenrolar da narrati-
va? Explique sua resposta.

CADERNO PEDAGÓGICO
46 CÍRCULO DE LEITURA
Brincando com os sons e se divertindo com as onomatopeias
• Vamos preparar os equipamentos, buscando vários elementos sono-
ros. Por exemplo, sino, tampa de panela, violão, apito, canudo de pape- Era uma vez, um som que passava tão rápido, mas tão rápido,
lão, chocalho ou colheres de madeira e de metal e até mesmo a palma que ninguém sabia bem o que era, de onde vinha e para onde
das mãos. estava indo. Era vupt para cá e vupt para lá e ficavam todos
• A turma inteira fica de costas e uma pessoa fica responsável por escolher
confusos, olhando de um lado para o outro. Um conto bem
um objeto e fazer um som.
humorado e muito curioso, que reúne imaginação e investiga-
ção científica na mesma página.
• Terão que adivinhar de onde veio o som e com qual material foi feito.
Sugestão literária:

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 47
Apresentar para os alunos o Quadrinhos Arquivo disponível em PDF
Guia Prático, em:
Os vídeos apresentam os principais
https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/ passos para o desenvolvimento de
series/serie/3445-quadrinhos-guia-pratico uma história em quadrinhos: uso de
balões e letras, tempo de narrativa,
tipo de texto e enquadramento.

O texto Enquadramento

O diálogo entre texto e desenho nas histórias em quadrinhos. O enquadramento da imagem interfere diretamente no entendi-
mento da narrativa.

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/1631-o-texto https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/1632-enqua-
(Tempo do Vídeo – 1’51) dramento (Tempo do Vídeo – 1’53)

Letreiramento

O traçado das letras e sua relação com o texto e o desenho.

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/1633-letreira-
mento (Tempo do Vídeo – 2’04)

CADERNO PEDAGÓGICO
48 CÍRCULO DE LEITURA
Timing O balão

Recursos de linguagem usados para representar o tempo e o O papel do balão na construção das histórias em quadrinhos.
ritmo da narrativa.

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/1629-o-ba-
https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/1630-ti-
lao (Tempo do Vídeo – 1’21)
ming (Tempo do Vídeo – 1’24)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 49
Professor, após o Círculo de Leitura sobre os ele- Se eu fosse um personagem de história em quadrinhos, eu seria...
mentos que compõem as histórias em quadrinhos,
Escreva sobre o personagem que você gostaria de ser.
ajude os alunos a reconhecerem a estrutura dos
quadrinhos. Em seguida, oriente-os a fazer o texto
descritivo, como sugere a proposta.

CADERNO PEDAGÓGICO
50 CÍRCULO DE LEITURA
Livro 4 – Contos
Indígenas Brasileiros
Sinopse

Na apresentação do livro Contos indígenas brasileiros, publicado em


2004, o autor Daniel Munduruku afirmou: “O Brasil é o país da diversidade
cultural e linguística. Aqui em nossas terras, convivem mais de 250 povos
diferentes, falando 180 línguas e dialetos, morando em todos os estados
desse imenso país. São mais de 750 mil pessoas, segundo os últimos da-
dos do IBGE, que buscam manter acesas as chamas de sua tradição e o
equilíbrio de suas próprias vidas.”

Os oito contos selecionados pelo autor, a partir de um critério linguístico,


têm a intenção de retratar, através de seus mitos – o roubo do fogo, a
origem do fumo, depois do dilúvio, entre outros –, a caminhada de alguns
de nossos povos indígenas do norte ao sul do país – Guarani, Karajá, Mun-
duruku, Tukano, entre outros. A leitura dessas histórias dá às crianças uma
rica visão de nossa herança cultural.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 51
6º ANO TEMPO PREVISTO: 16 TEMPOS / 8 ENCONTROS

Objetos de • Relação entre textos.


Conhecimento • Oralização.

• (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários,
reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas,
considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
Habilidades BNCC • (EF69LP49) Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do
campo, assim como receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em
relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu
conhecimento sobre os gêneros e temática, nas orientações dadas pelo professor.

• Inferir informações em textos.


Habilidades
• Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas em um texto.

• Leitura.
Eixos da • Produção de textos.
Linguagem • Oralidade.
• Análise linguística/semiótica.

• Título: Contos Indígenas Brasileiros.


Literatura • Autor: Daniel Munduruku.
• Ilustrador: Rogério Borges

CADERNO PEDAGÓGICO
52 CÍRCULO DE LEITURA
Estratégias de Aprendizagem:
Contar, Criar e Recriar histórias com Daniel Munduruku
File:Daniel_Munduruku,_G%C3%B6teborg_
https://commons.wikimedia.org/wiki/

“O Brasil é o país da diversidade cultu- As crianças gostam de ouvir e contar histórias. No espaço educacional a prá-
ral e linguística. Aqui em nossas terras, tica de contação de histórias deve ser realizada durante todo o tempo, prin-
convivem mais de 250 povos diferentes, cipalmente nos anos iniciais do ensino fundamental. Para Benjamim (1994),
Book_Fair_2014_2.jpg

falando 180 línguas e dialetos, morando é pela narrativa que as pessoas intercambiam experiências, quando contam
em todos os estados desse imenso país. sua história a outro, quando narram fatos de sua vida, oralmente, ou por es-
São mais de 750 mil pessoas, segundo os crito, quando deixam para seus pares rastros de sua experiência no mundo.
últimos dados do IBGE, que buscam man-
ter acesas as chamas de sua tradição e o
equilíbrio de suas próprias vidas.” (Daniel Munduruku)

Projeto a ser desenvolvido com alunos do sexto ano do ensino fun-


damental, durante um bimestre, com contos indígenas brasileiros de
Daniel Munduruku. Abrange práticas de leitura oral compartilhada, cír-
culos de leitura, reconto, momento em que o leitor conta as histórias
a outros leitores e o registro dos contos. Contribui para o desenvolvi-
mento da linguagem oral e escrita dos alunos.

Daniel Munduruku é paraense, pai de três filhos. Escreve para as crianças


perceberem que os povos indígenas foram importantes para a construção
da identidade nacional. Autor de mais de 50 livros, para crianças e jovens.
Alguns deles foram premiados no Brasil e no exterior.

O livro Contos Indígenas Brasileiros possui oito contos selecionados pelo


autor, a partir de um critério linguístico; têm a intenção de retratar, através
de seus mitos – “O roubo do fogo”, “A origem do fumo”, “Depois do dilú-
vio”, entre outros –, a caminhada de alguns de nossos povos indígenas do
norte ao sul do país – Guarani, Karajá, Munduruku, Tukano etc.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 53
Sugestões de abordagem, em relação às histórias: O projeto é de suma importância, traz a leitura de contos indígenas brasi-
leiros, de forma significativa para os alunos. Acolhe, escuta, considera os
A) O que Rairu encontrou quando chegou ao centro da Terra? discursos e falas dos alunos, permite que eles vivenciem e troquem, em
várias atividades, de leitura literária. Oportuniza a produção de lingua-
B) Como Karú–Sakaibê transformou a grande nação
gem, tanto oral como escrita. Segundo Daniel Munduruku “A leitura dessas
Munduruku em um povo forte e poderoso?
histórias dá às crianças uma rica visão de nossa herança cultural.”
C) Qual o plano de Nhanderequeí para roubar o fogo dos
A vivência de contar, recontar e criar contos indígenas contribui para que
urubus?
os alunos construam conhecimento sobre a cultura indígena, se desenvol-
D) Qual a causa de a cobra mudar de pele sempre que as vam como leitores e mediadores de leitura. Para Reyes (2012), lemos lite-
estações do ano mudam? ratura para conversar com o mundo, estranhá-lo ou reconhecê-lo. Lemos
para nos afetarmos, nos encontrarmos com o outro, atribuirmos sentidos
E) Qual o motivo de o sol andar tão devagar?
àquilo que faz parte de nossas vidas e lemos para buscar respostas às
F) Qual o motivo de a onça ter tanto medo de trovoada? eternas inquietações humanas.

O projeto Contar, Criar e Recriar histórias com Daniel Munduruku prevê


conhecimentos que podem auxiliar no trabalho com os contos indíge-
nas, como: elementos da narrativa, contos, história e cultura dos indíge-
nas brasileiros, entre outros. Deve acontecer em três fases: 1) a partir do
contato com contos indígenas, especificamente os de Daniel Munduruku,
2) serão desenvolvidos vários círculos de leitura com diversos tipos de
contação, 3) com atividades em que os alunos possam soltar a imagina-
ção e recontar as histórias.

CADERNO PEDAGÓGICO
54 CÍRCULO DE LEITURA
Círculo de Leitura

Após vários círculos de leitura de contos indígenas de Daniel Munduruku e Propomos a escrita dos recontos das histórias de Daniel Munduruku que fo-
envolvimento dos alunos com as narrativas, devem ser desenvolvidas ativida- ram colocados em exposição na sala. Em seguida, com a apropriação da
des de reconto. Os alunos recontarão os contos, a princípio para os colegas linguagem oral e escrita, os alunos criarão seus contos. O projeto tem como
de turma, depois para a outra turma de 6º ano do ensino fundamental da proposta final a produção de um livro de contos indígenas.
unidade escolar. O encantamento tomará conta dos alunos que se sentirão
Com o livro de contos pronto, deve ser organizada uma tarde de autógra-
importantes e valorizados.
fos. As crianças poderão autografar e presentear as famílias e toda a comu-
No desenvolvimento de cada atividade, o conto selecionado será o mais nidade escolar. Os alunos se apropriarão das estruturas estáveis do gênero
querido, escolhido pelos alunos, que já terão estabelecido relações com a textual conto, a ponto de construírem autonomia de escrita ao reescrever
narrativa escolhida, escuta em diversos momentos. A princípio, os alunos que e escrever contos.
desejarem, contarão o conto escolhido, do jeitinho que ficar em sua memó-
ria, para todos os colegas.

Após esta fase, os alunos começarão a criar um final diferente para os contos
que já apresentarem familiaridade. A cada aula, os alunos vão recontar os
contos oralmente para os colegas.

Benjamin traz questões para pensar a escola como um


possível contexto para se narrar, tanto experiências
acontecidas quanto histórias inventadas. De acordo com a
perspectiva do filósofo, a narrativa potencializa o imaginário
da criança, atua sobre sua subjetividade e contribui para que
ela não apenas reproduza a cultura a sua volta, mas possa
recriá-la. (TRAVASSOS, 2013)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 55
Para refletir...

De acordo com Sepúlveda e Teberosky (2016), “as crianças aprendem


linguagem a partir da linguagem que escutam, ou seja, das palavras, ex-
Para saber mais sobre o autor e
pressões e formas de comunicação usadas pelos seus interlocutores” (p.
sua obra:
65). Porém, as autoras ressaltam: “as crianças não aprendem somente
escutando, elas precisam participar de situações comunicativas signi- https://danielmundurukuoficial.
ficativas e ter oportunidades frequentes de usar e produzir linguagem” com.br/quem-sou
(idem, p. 65).

Cada um carrega consigo uma sacola para onde vão os personagens


das histórias que ouvimos! Só poderão sair de lá quando aquele conto
for recontado... (A sacola de couro - conto popular)

(…) fui vítima do sistema ocidental de ensino e aprendi a manipular a me-


mória usando a escrita e tornando-me, assim, um redator da memória
oral da gente indígena, o que faz de mim um escritor. Meu amigo Ailton
Krenak prefere me chamar de escrevinhador das memórias, título que
muito me honra. (MUNDURUKU, 2010, p. 66).

https://youtu.be/8D4RF2CqR68

(Tempo de vídeo - 9’40)


CADERNO PEDAGÓGICO
56 CÍRCULO DE LEITURA
Literatura Indígena
Márcia Kambeba – culturas indígenas

https://www.youtube.com/
watch?v=ixkX2e_aDQQ

(Tempo do vídeo - 4’38)

O cinema indígena no Brasil e as tensões entre passado e Márcia Kambeba, escritora de origem Omágua Kambeba, no
presente Amazonas, cresceu em uma aldeia do povo Ticuna e reside
hoje no Pará. Aos 8 anos, ela se mudou para a cidade, porém
visitava a aldeia com frequência. Nessas visitas pôde obser-
var o aumento gradativo do contato da civilização branca
com a cultura daquele povo, que ainda mantém sua tradição
oral. Ela também fala sobre alguns trabalhos de preservação
da cultura.
https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/
reportagens/15557-cinema-ind%C3%ADgena-no-brasil-e-as- https://www.youtube.com/watch?v=maZLixWP4Yw
-tens%C3%B5es-entre-o-passado-e-o-presente (Tempo de vídeo – 10’39)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 57
CÍRCULO DE LEITURA

7º ANO

CADERNO PEDAGÓGICO
58 CÍRCULO DE LEITURA
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Argumentar com coerência na defesa de opinião sobre assuntos significativos.


• Atuar de forma colaborativa em conversas.
• Identificar informações implícitas em situações de interação oral (fazer inferências de sentido).

ORALIDADE • Narrar fatos do cotidiano.


E ANÁLISE • Opinar com coerência sobre assuntos significativos.
LINGUÍSTICA • Realizar exposições orais de assuntos, de forma fluente, expressiva e com sequência lógica, coerente.
• Reconhecer função/finalidade do texto oral. (Habilidade do 2º bimestre)
• Reconhecer informações explicitas em situações de interação oral.
• Reconhecer os contextos de uso dos diferentes registros, respeitando as variantes de seus interlocutores.

• Ler com fluência e expressividade textos de diferentes gêneros discursivos, identificando os mecanismos de coesão e coerência.
• Comparar textos, estabelecendo relações entre eles (assunto/tema e estrutura).
• Compreender textos não verbais e multimodais, tais como fotos, gráficos, tabelas, tirinhas, propagandas etc.
• Construir diferentes hipóteses de leitura.
LEITURA E
• Distinguir um fato de uma opinião.
ANÁLISE
LINGUÍSTICA • Estabelecer relações entre as partes de um texto, identificando repetições e substituições que contribuem para a sua continuidade
(substantivos, pronomes, palavras e/ou expressões mais gerais e mais específicas).
• Identificar a finalidade (função social) de um texto e seu público-alvo.
• Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
• Identificar as relações de causa e consequência.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 59
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Identificar o assunto e o tema (assunto principal) de um texto.


• Identificar relações lógico-discursivas entre partes de um texto, marcadas por recursos coesivos articuladores de relações de
sentido (tempo, lugar, causa, dúvida, comparação, conclusão etc.)
• Inferir informações implícitas, seguindo as pistas fornecidas pelo texto como um todo.
• Inferir o sentido de uma palavra ou expressão no texto.
• Interpretar recursos gráficos não verbais, relacionando-os a outras informações apresentadas em textos.
• Localizar informações explícitas, literalmente, expressas no texto ou dele parafraseadas.
• Reconhecer as diferentes partes de uma notícia: título (ou manchete), subtítulo, lide, corpo da notícia.
• Reconhecer as estruturas de textos em prosa e em verso (parágrafos, períodos, orações, estrofes, versos etc.).

LEITURA E • Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das

ANÁLISE condições em que foram produzidos e daquelas em que serão recebidos.

LINGUÍSTICA • Reconhecer efeito de sentido decorrente do uso de recursos ortográficos e morfossintáticos (repetições, alongamentos,
períodos curtos, inversões).
• Reconhecer na combinação de elementos da linguagem de um texto, efeitos de humor e de ironia, explicando as pistas
linguísticas que causam o humor e a ironia do texto.
• Reconhecer os elementos da narrativa: narrador (foco narrativo); personagem (principal e secundários, protagonista e
antagonista) e suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa; aspectos descritivos do tempo/espaço
da narrativa.
• Reconhecer os elementos estruturais da narrativa: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax); desfecho.
• Reconhecer os sinais de pontuação e outras notações como marcas da expressividade em um texto, identificando efeitos de
sentido de seus usos.

CADERNO PEDAGÓGICO
60 CÍRCULO DE LEITURA
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Valorizar a literatura em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.


• Empregar adequadamente os sinais de pontuação, inclusive como marcas de expressividade.
• Empregar, na produção de textos de base narrativa, elementos da narrativa, tais como: narrador (foco narrativo); personagem
(principal e secundários) e suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa.
• Organizar o texto em blocos de sentido: parágrafo.
• Planejar a escrita do texto, adequada ao interlocutor e aos objetivos da comunicação, levando em conta finalidade,
circulação, suporte, linguagem, gênero, tema e assunto.
• Produzir textos de base narrativa com a estrutura adequada: situação inicial, complicação (conflito gerador e clímax),
ESCRITA E desfecho.
ANÁLISE • Produzir textos, individual e coletivamente, com uma sequência lógico-temporal (início, meio e fim; presente, passado,
LINGUÍSTICA futuro).
• Produzir textos, individual e coletivamente, de acordo com as condições de produção (finalidade, gênero, interlocutor),
utilizando recursos gráficos suplementares (distribuição espacial, margem, letra maiúscula).
• Reescrever o texto incorporando os processos vividos de revisão.
• Reler e revisar o texto produzido, com a mediação do professor e a colaboração dos colegas, visando a aprimorá-lo no
processo de formação autor-escritor.
• Utilizar diferentes tipos de requadros e balões, legendas, recursos gráficos, onomatopeias.
• Utilizar recursos coesivos articuladores de relações de sentido em produções individuais e/ou coletivas.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 61
Livro 1 – Brasiliana

Sinopse

Em versos de literatura de cordel, surge uma brasiliana repleta de encan-


tamento, magia e mistério. Rimas bem construídas e simples dão cor a
seis lendas do Brasil - Caipora, Negrinho do Pastoreio, Saci-Pererê, Uira-
puru, Vitória-Régia e o Vaqueiro Misterioso - mitos que formam uma linda
e verdadeira aquarela do Brasil.

CADERNO PEDAGÓGICO
62 CÍRCULO DE LEITURA
7º ANO TEMPO PREVISTO: 20 TEMPOS / 10 ENCONTROS

• Elementos notacionais da escrita.


Objetos de
• Coesão.
Conhecimento
• Sequências textuais.

• (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a
diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances infantojuvenis, contos populares,
contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas,
Habilidades autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), videopoemas, poemas
BNCC visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
• (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
• (EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos
expressivos adequados ao gênero textual.

• Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto. Reconhecer o sentido das relações lógico-discursivas
Habilidades em um texto.
• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes do uso ou função da pontuação e de outras notações.

Eixos da • Leitura.
Linguagem • Produção de textos.

• Título: Brasiliana: lendas do Brasil em versos de cordel.


Literatura • Autor: Gonçalo Ferreira da Silva.
• Ilustrador: Rafael Limaverde.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 63
Estratégias de Aprendizagem

Aula 1 – Poesia e cordel: origem, história e estrutura desse gênero literário. A literatura de cordel, desde 2018, é reconhe-
Exibição do vídeo Contadores, cantadores e encantadores, da Multirio: cida pelo Conselho Consultivo como Patrimô-
nio Cultural brasileiro. O cordel, como gênero
de literatura, traz marcas cotidianas que podem
promover em nossos estudantes um olhar críti-
co acerca de seus contextos.

https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/22/14/o-cordel-na-
-bncc-e-sua-ausencia-nos-anos-finais-do-ensino-fundamental

(Tempo do vídeo - 4’38)

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/6840-contadores,-can-
tadores-e-encantadores (Tempo do vídeo - 4’38)

CADERNO PEDAGÓGICO
64 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 2 – Biografia e obra de Gonçalo Ferreira da Silva. Lendas: Aula 5 – Apresente e leia as três
conceito e história. Exibição do vídeo Literatura de cordel, primeiras lendas que aparecem
com Gonçalo Ferreira da Silva: no livro, em suas versões em
prosa. Compare com o texto
em cordel e proporcione uma
discussão sobre a estrutura dos
dois tipos de texto.

Aula 6 – Apresente e leia as três últimas lendas que aparecem no livro, em


suas versões em prosa. Compare com o texto em cordel e proporcione
https://www.youtube.com/watch?v=7bG6m6YZxrA uma discussão sobre a estrutura dos dois tipos de texto.

(Tempo do vídeo – 6’23) Aula 7 – Leia outras lendas brasileiras e discuta sobre os temas que apa-
recem nos textos.

Aula 3 – Leia o livro Brasiliana: lendas do Brasil em versos de cordel, de Aula 8 – Divida a turma em grupos para produzir uma história coletiva em
Gonçalo Ferreira da Silva e peça aos alunos que observem a entonação forma de cordel, sobre alguma lenda brasileira vista na aula anterior. Cada
da leitura, anotem as palavras desconhecidas e pesquisem o significado grupo deverá fazer uma estrofe.
no dicionário.
Aula 9 – Finalize a atividade da aula anterior. Trabalhe com os alunos a ilus-
tração da capa e da história. Organize o espaço escolhido para exposição
Aula 4 – Apresentação dos sinais de pontuação e suas funções do trabalho elaborado pela turma, colocando as estrofes penduradas, na
no texto. Divida a turma em grupos (no máximo dois ou três sequência da história, em corda, como em um varal.
grupos com o mesmo texto) e peça para os alunos observarem
Aula 10 – Apresente a história para outras turmas da unidade escolar,
a pontuação no desenvolvimento dos fatos narrados nas estro-
com a leitura de um aluno por grupo, revezando até todos lerem.
fes e leiam em voz alta, explicando as palavras pesquisadas no
dicionário.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 65
Livro 2 – Crônicas para jovens:
de bichos e pessoas

Sinopse

Quarto livro da coleção Clarice Lispector: Crônicas para Jovens, organiza-


da por Pedro Karp Vasquez, De bichos e pessoas reúne algumas das crôni-
cas mais comoventes de Clarice Lispector, aquelas em que fala dos animais
e das relações entre eles e os seres humanos.

Dona de uma percepção aprofundada do mundo animal, a escritora interes-


sava-se por todo e qualquer ser vivo; desde as enormes baleias aos ínfimos
insetos, com especial carinho pelos cachorros e compaixão pelas galinhas,
sempre tão desprezadas. Nesta coletânea, o leitor é convidado a refletir
sobre a vida, a natureza e a condição humana a partir de pequenos textos
que revelam a visão singular de Clarice ‘sobre bichos e pessoas’.

O livro faz parte de uma coleção que reúne crônicas, escolhidas por temas,
de Clarice Lispector, com o objetivo de apresentar a faceta cronista de
umas das maiores escritoras brasileiras às novas gerações de leitores.

CADERNO PEDAGÓGICO
66 CÍRCULO DE LEITURA
Livro 3 – Crônicas para jovens:
do Rio de Janeiro e seus personagens

Sinopse

Quando voltou definitivamente para o Brasil, Clarice Lispector não teve dúvidas e escolheu
o Rio de Janeiro para fixar residência e criar seus filhos. Como cronista, sempre procurou
seus temas nas ruas da cidade ou em conversas com seus mais bem informados habitantes.
Em Crônicas para jovens: do Rio de Janeiro e seus personagens, a autora conduz o jovem
leitor a um instigante passeio pela Cidade Maravilhosa, por meio de suas crônicas.

O mar e a floresta são presenças constantes em seus textos. O murmúrio do Oceano Atlân-
tico, que ela ouvia do terraço do seu apartamento, costumava acalentar suas insônias. E
crônicas como “Um reino cheio de mistério” e “O ato gratuito” foram inspiradas em suas
frequentes visitas ao Jardim Botânico.

Além de contemplar a natureza privilegiada do Rio de Janeiro, as crônicas cariocas de Clari-


ce têm na vida cotidiana da cidade o ponto de partida para relatos, como os de emprega-
das domésticas ou de motoristas de táxi, que quase sempre se desdobram em considera-
ções metafísicas. Um exemplo disso é a crônica de abertura, intitulada “Perdoando Deus”,
que começa assim: “Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios,
nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada.” Com o título, a crônica trata de uma especu-
lação tipicamente clariciana sobre a condição humana e sua relação com o divino.

Nessa coletânea de crônicas – terceira de uma coleção que reúne textos de Clarice, sele-
cionados por temas, com o objetivo de apresentar a faceta cronista de uma das maiores es-
critoras brasileiras, às novas gerações – o leitor conhecerá tanto o Rio pessoal e secreto da
autora quanto o coletivo, numa mescla hábil do espírito carioca com seu modo único de ver
o mundo. Apesar de sua experiência jornalística, Clarice consegue somar o campo ficcional
ao campo jornalístico em temas que, mais tarde, seriam aprofundados em sua obra literária.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 67
7º ANO TEMPO PREVISTO: 20 TEMPOS / 10 ENCONTROS
• Figuras de linguagem.
Objetos de
• Morfossintaxe.
Conhecimento
• Estratégias de leitura. Apreciação e réplica.

• (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes
objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances infantojuvenis, contos populares, contos de
terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias,
histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre
outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
Habilidades • (EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor, narrativas de
BNCC enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia, observando
os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais como: enredo, personagens, tempo, espaço e narrador,
utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se
iniciar uma história e de inserir os discursos direto e indireto.
• (EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos
expressivos adequados ao gênero textual.

• Reconhecer efeito de humor ou de ironia em um texto.


Habilidades • Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes do uso ou função da pontuação e de outras notações.

Eixos da • Análise linguística/semiótica.


Linguagem • Leitura.

• Coleção: Crônicas para Jovens Clarice Lispector.


• Títulos: Crônicas para jovens: de bichos e pessoas e Crônicas para jovens: do Rio de Janeiro e seus personagens.
Literatura
• Autora: Clarice Lispector.
• Editora: Rocco.

CADERNO PEDAGÓGICO
68 CÍRCULO DE LEITURA
Canal Sala de Leitura SME Carioca

Reconhecida pela crítica literária brasileira e estrangeira como uma Aula 030 - O centenário de Clarice Lispector
das maiores escritoras do século XX, Clarice Lispector mudou os ru-
“Não escrevo para fora, escrevo para dentro”. Assim a escritora Clarice
mos da narrativa moderna com uma escrita singular, passando por
Lispector (1920-1977) explicava sua literatura. Considerada uma das maio-
diversos gêneros, do conto ao romance, da crônica à dramaturgia,
res escritoras do Brasil, ela foi romancista, contista, cronista, tradutora e
da entrevista à correspondência e, também, pelas páginas femininas.
jornalista. Em 2020 comemoramos os 100 anos de nascimento dessa gran-
de escritora. A professora Adriana Pina nos conta sobre a vida e a obra de
https://upload.wikimedia.org/wiki-
pedia/commons/9/9d/%281920-

Clarice Lispector e nos narram trechos de algumas delas. Já a professora


-1977%29_%22Clarice_Lispec-

Lucília Lopes narra um trecho do romance social, A hora da estrela, que


fala sobre Macabéa, uma personagem nordestina que tenta a vida no Rio
de Janeiro.
tor%22.png

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 69
Aula 1 – Apresentação do gênero textual crônica: origem, história e estru-
tura. Exibição do vídeo Gênero crônica. Conheça a série Cronistas do Rio – https://www.multirio.rj.gov.
br/index.php/series/serie/2805-cronistas-do-rio

Cronistas do Rio apresenta a vida e


a obra de escritores que, ao longo
dos 450 anos da cidade, olharam a
vida cotidiana e as paisagens urbanas
do Rio de Janeiro e traduziram essas
https://www.youtube.com/watch?v=nJWjTP71Jto imagens em crônicas consagradas.
(Tempo do vídeo – 4’03)

Aula 3 – Vida e obra de Clarice Lispector. Apresentação da coleção Crô-


Aula 2 – Apresentação de alguns cronistas brasileiros. Grandes cronistas nicas para jovens.
brasileiros discorreram sobre temas que despertaram curiosidade, refle-
xão e o bom humor do leitor na relação com o texto. Entre eles estão: Um panorama da obra jornalística da escritora. Os livros A Descoberta do
Machado de Assis, João do Rio, Lima Barreto, Rubem Braga, Paulo Mendes Mundo e Aprendendo a Viver reúnem crônicas sobre o cotidiano e o am-
Campos, Rachel de Queiroz, Marina Colasanti e Clarice Lispector. biente urbano do Rio, publicadas no Jornal do Brasil. Questões existenciais
e sociais da condição feminina foram temas de colunas em O Comício e
Correio da Manhã. Depoimentos: Teresa Montero, autora de Eu Sou uma
Pergunta: uma biografia de Clarice Lispector; Suzana de Sá Klôh, doutora
Crônica é um dos estilos mais populares na literatura e no jorna- em Letras e Vernáculos pela UFRJ; e Pedro Karp Vasquez, organizador da
lismo. O que importa, nesses textos, é a descrição de algo que seleção de crônicas de Clarice para o livro Aprendendo a Viver.
ocorre no dia a dia de todos, ou seja, um acontecimento comum
no cotidiano de cada um. A intenção do cronista é levar o leitor
a observar de outra forma o que à primeira vista é evidente de-
mais para ser notado. Possui como principais características ser
um texto leve e escrito de forma pessoal, que pretende refletir
e/ou divertir o leitor que capta aspectos singulares do fato e
ângulos não percebidos pelas pessoas.

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/8390-claricelispector
(Tempo de vídeo – 27’10)
CADERNO PEDAGÓGICO
70 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 4 – Leia a crônica O que eu queria ter sido, características estudadas? Para tanto, deve-se planejar a escrita do texto,
do livro Crônicas para jovens: de bichos e po- considerando sua finalidade – buscar nos acontecimentos diários a temá-
esias. Converse sobre o que os alunos querem tica, envolver-se neles e descobrir suas belezas – e o que leitor que quer
ser e faça um registro. atingir.

Aula 5 – Leia a crônica “O primeiro livro de cada Aula 10 – Gravação de podcasts com as crônicas escritas pelos alunos.
uma de minhas vidas”, do livro Crônicas para Reprodução dos áudios para o grupo.
jovens: de bichos e poesias. Converse sobre os
livros favoritos dos alunos.
Desafie-se a produzir um podcast | Rioeduca na TV – Língua
Aula 6 – Leia a crônica “Uma esperança”, do livro Portuguesa
Crônicas para jovens: de bichos e poesias. Converse sobre o uso da pala-
vra “esperança” no texto.
h t t p s : //w w w. y o u t u b e . c o m /
Aula 7 – Leia a crônica “Eu tomo conta do mundo”, do livro Crônicas para watch?v=IWqCBhnP2OE
jovens: de bichos e poesias. Converse sobre o que preocupa os alunos.
(Tempo do vídeo – 15’32)
Aula 8 – Leia a crônica “Sábado”, do livro Crônicas para jovens: do Rio de
Janeiro e seus personagens. Converse sobre o dia da semana favorito dos
alunos, com registro dos argumentos que os levaram à tal escolha.

Aula 9 – Que tal escrever uma crônica?


Para escrever uma boa crônica, é necessário, antes de mais nada, ser um
bom observador da vida cotidiana das cidades. Através da observação
da realidade e por uma perspectiva inusitada é que o cronista encontra o
tema de seus textos. Para além disso, um texto de qualidade deve ser pro-
jetado, rascunhado e revisado, sempre que possível. Que tal você relatar,
de forma breve, um acontecimento simples da vida diária, observando as

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 71
CÍRCULO DE LEITURA

8º ANO

CADERNO PEDAGÓGICO
72 CÍRCULO DE LEITURA
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Opinar com coerência sobre assuntos significativos.


• Participar em situações de interação oral com desenvoltura e autonomia.
ORALIDADE
• Reconhecer função/finalidade do texto oral.
E ANÁLISE
LINGUÍSTICA • Sintetizar ideias expressas em textos orais.
• Utilizar a linguagem adequada à situação de interação, reconhecendo os contextos de uso dos diferentes registros e
respeitando a variante de seus interlocutores.

• Comparar textos, estabelecendo relações entre eles (assunto/tema e estrutura).


• Compreender o uso expressivo do verbo nos textos lidos. (Habilidade do 1º bimestre)
• Compreender textos não verbais e multimodais, tais como fotos, gráficos, tabelas, tirinhas, propagandas etc.
• Construir diferentes hipóteses de leitura.
• Distinguir um fato de uma opinião.
• Estabelecer relações entre as partes de um texto, identificando repetições e substituições que contribuem para a sua continuidade
LEITURA E
(substantivos, pronomes, palavras e/ou expressões mais gerais e mais específicas).
ANÁLISE
LINGUÍSTICA • Identificar a finalidade (função social) de um texto e seu público-alvo.
• Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.
• Identificar as relações de causa e consequência.
• Identificar os efeitos de sentido resultante dos recursos semânticos e morfossintáticos (denotação/conotação, repetições de
palavras/versos, inversões sintáticas, aliterações).
• Identificar relações lógico-discursivas entre partes de um texto, marcadas por recursos coesivos articuladores de relações de
sentido (tempo, lugar, causa, dúvida, comparação, conclusão).

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 73
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Inferir informações implícitas, seguindo as pistas fornecidas pelo texto como um todo.
• Inferir o sentido de uma palavra ou expressão no texto, percebendo o caráter polissêmico de palavras ou expressões e
os diferentes significados que podem assumir em contextos diversos.
• Interpretar recursos gráficos não verbais, relacionando-os a outras informações apresentadas em textos verbais e
entendendo a combinação desses elementos na construção da mensagem como um todo.
• Ler com fluência e expressividade textos de diferentes gêneros.
• Localizar informações explícitas, literalmente expressas no texto ou dele parafraseadas.
• Reconhecer as diferentes partes de uma notícia: título (ou manchete), subtítulo, lide, corpo da notícia.
• Reconhecer as estruturas de textos em prosa e em verso (parágrafos, períodos, orações, estrofes, versos).
LEITURA E
ANÁLISE • Reconhecer as relações de coesão e coerência estabelecidas nas circunstâncias indicadas pelo uso de advérbios,

LINGUÍSTICA conjunções, etc.


• Reconhecer aspectos característicos de uma crônica, como sua periodicidade, linguagem (informal, objetiva, poética),
fatos cotidianos ou assuntos de interesse geral.
• Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em
função das condições em que foram produzidos e daquelas em que serão recebidos.
• Reconhecer efeito de sentido decorrente do uso de recursos ortográficos e morfossintáticos (repetições,
alongamentos, períodos curtos, inversões).
• Reconhecer na combinação de elementos da linguagem de um texto, efeitos de humor e de ironia, explicando as pistas
linguísticas que causam o humor e a ironia do texto.
• Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma palavra ou expressão.

CADERNO PEDAGÓGICO
74 CÍRCULO DE LEITURA
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Reconhecer os elementos da narrativa: narrador (foco narrativo); personagem (principal e secundários, protagonista e
antagonista) e suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa; aspectos descritivos do tempo/espaço
LEITURA E da narrativa.
ANÁLISE • Reconhecer os elementos estruturais da narrativa: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax); desfecho.
LINGUÍSTICA • Reconhecer os sinais de pontuação e outras notações como marcas da expressividade em um texto, identificando efeitos de
sentido de seus usos.
• Valorizar a literatura em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

• Empregar adequadamente os sinais de pontuação, inclusive como marcas de expressividade.


• Empregar, na produção de textos de base narrativa, elementos da narrativa, tais como: narrador (foco narrativo); personagem
(principal e secundários) e suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa.
• Organizar o texto em blocos de sentido: parágrafo.
• Planejar a escrita do texto, adequada ao interlocutor e aos objetivos da comunicação, levando com conta: a finalidade, a
circulação, o suporte, a linguagem, o gênero, o tema e o assunto.
ESCRITA E
• Produzir textos de base narrativa com a estrutura adequada: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax); desfecho.
ANÁLISE
• Empregar adequadamente os sinais de pontuação, inclusive como marcas de expressividade.
LINGUÍSTICA
• Empregar, na produção de textos de base narrativa, elementos da narrativa, tais como: narrador (foco narrativo), personagem
(principal e secundários) e suas características físicas e psicológicas, tempo/espaço da narrativa.
• Organizar o texto em blocos de sentido: parágrafo.
• Planejar a escrita do texto, adequada ao interlocutor e aos objetivos da comunicação, levando com conta: finalidade, circulação,
suporte, linguagem, gênero, tema e assunto.
• Produzir textos de base narrativa com a estrutura adequada: situação inicial, complicação (conflito gerador e clímax), desfecho.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 75
Livro 1 – Contos
Tradicionais do Brasil

Sinopse

A leitura de Contos tradicionais do Brasil para jovens possibilita ao aluno-


leitor conhecer um pouco do vasto trabalho de Luís da Câmara Cascu-
do, um dos mais importantes pesquisadores e estudiosos das raízes ét-
nicas do Brasil. As histórias, anônimas em sua autoria, recolhidas da voz
do povo, na sua maioria do sertão da Paraíba e do Rio Grande do Norte,
revelam informações históricas e sociais e evidenciam crenças, costumes
e valores.

Segundo o próprio autor, ao lado da literatura, do pensamento intelectual


letrado, correm as águas paralelas, solitárias e poderosas da memória e
da imaginação popular. Divididas em doze seções – “contos de encanta-
mento, contos de exemplo, contos de animais, facécias, contos religiosos,
contos etiológicos, demônio logrado, contos de adivinhação, natureza
denunciante, contos acumulativos, ciclo da morte e tradição” – as histó-
rias resgatam aspectos de nossa cultura, de nosso folclore.

CADERNO PEDAGÓGICO
76 CÍRCULO DE LEITURA
8º ANO TEMPO PREVISTO: 20 TEMPOS / 10 ENCONTROS

• Elementos notacionais da escrita.


Objetos de
• Coesão.
Conhecimento
• Sequências textuais.

• (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.


• (EF67LP36) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (léxica e pronominal) e sequencial e outros recursos
Habilidades
expressivos adequados ao gênero textual.
BNCC
• (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração,
assonância, dentre outras.

• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes do uso ou função da pontuação e de outras notações.


Habilidades • Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
• Reconhecer efeito de humor ou de ironia em um texto.

Eixos da • Leitura.
Linguagem • Produção de textos.

• Título: Contos Tradicionais do Brasil.


Literatura
• Autor: Luís da Câmara Cascudo.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 77
Estratégias de Aprendizagem
Projeto a ser desenvolvido com alunos do 8º ano do ensino fundamental, du- O projeto Contar, criar e recriar histórias com Câmara Cascudo acontece em
rante um bimestre, com leitura de contos da tradição oral, de Luís da Câmara três fases: 1) a partir do contato com contos da tradição oral, especificamen-
Cascudo. Abrange práticas de leitura oral compartilhada, círculos de leitura, te os de Luís da Câmara Cascudo, 2) serão desenvolvidos vários círculos de
reconto, momento em que o leitor conta as histórias a outros leitores e faz o leitura com diversos tipos de contação. 3) após o contato com o livro e seus
registro dos contos. Contribui para o desenvolvimento da linguagem oral e contos, dividir a turma em pequenos grupos e deixá-los escolher os contos
escrita das crianças. que mais se identificaram.

Ao perceber que os alunos se apropriaram das histórias da tradição popular,


propor que contem do seu modo aos outros alunos, desenvolvendo ativida-
Contar, criar e recriar histórias com Câmara Cascudo
des de reconto. A princípio, para os colegas de turma, depois para a outra
Em cada texto que lê, o sujeito-leitor aumenta seu acervo, po- turma de 8º ano do ensino fundamental da unidade escolar.
dendo fazer novas leituras de si mesmo, do outro e do mundo.
Como destaca Cosson, (2014) o primeiro espaço da literatura na sala de aula
[…] A dimensão da leitura enquanto experiência está justamen-
é o lugar do texto, da leitura do texto literário. Tudo se inicia com o impres-
te na possibilidade de ir além do momento em que se realiza,
cindível e motivado contato com a obra.
podendo desempenhar importante papel na formação.

CORSINO, 2010, p. 9.

Luís da Câmara Cascudo foi o maior folclorista brasileiro. Apaixonado pela


cultura do nosso país, dedicou sua vida à pesquisa e nos deixou mais de 130
livros, compondo o magnífico quadro de costumes, crenças e do linguajar
da nossa terra.

O livro Contos tradicionais do Brasil reúne uma variedade de histórias, co-


lhidas diretamente do povo brasileiro; carregadas de sabedoria e imagina-
ção, são contadas pelo mundo afora.

CADERNO PEDAGÓGICO
78 CÍRCULO DE LEITURA
Estratégias de Aprendizagem:
Contar, criar e recriar histórias com Câmara Cascudo
No desenvolvimento de cada atividade, o conto selecionado será o mais
Para saber mais:
querido pelos alunos: aquele pelo qual os alunos já tenham estabelecido
relações com a narrativa escolhida, e que tenham escutado em diversos http://www.cascudo.org.br/home
momentos. A princípio os alunos que desejarem, contam o conto escolhido, Site Instituto Câmara Cascudo
do jeitinho que ficou em sua memória para todos os colegas.

Após esta fase, os alunos começam a criar um final diferente para os con-
tos que já apresentam familiaridade. Sempre os alunos recontam os con-
tos oralmente para os colegas. A princípio escrevem recontos das histó-
rias de Câmara Cascudo, que foram colocados em exposição na sala. Em
seguida, com a apropriação da linguagem oral e escrita, os alunos criam
seus próprios contos. O projeto apresenta como proposta final a produ-
ção de um livro de contos.

Com o livro de contos pronto, organize uma tarde de autógrafos. Os alunos


podem autografar e presentear as famílias e toda a comunidade escolar.
Com isso, os alunos se apropriam das estruturas estáveis do gênero textual
conto, a ponto de construírem autonomia de escrita ao reescrever e escre-
ver contos, se desenvolvendo como leitores e mediadores de leitura.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 79
Canal Sala de Leitura SME Carioca

Vídeo realizado pela professora Etany, orientadora da EJA. Nesse vídeo, você irá ouvir três contos de Câmara Cascudo,
Fala sobre infâncias, tradições, contos e histórias que fazem contados pelas professoras Jenny Iglesias e Sandra Vieira. Será
parte de nossas vidas. Narra o conto de Câmara Cascudo: O uma viagem sem sair do lugar.
caboclo, o padre e o estudante.

https://www.youtube.com/watch?v=fBz2WJtBSBw&list=PLn5 https://www.youtube.com/watch?v=fBz2WJtBSBw&list=PL
tIHfpy-WtuhYhFIuuQmbEU73eT_D3i&index=23 n5tIHfpy-WtuhYhFIuuQmbEU73eT_D3i&index=23

(Tempo do vídeo – 6’18) (Tempo do vídeo – 6’18)

CADERNO PEDAGÓGICO
80 CÍRCULO DE LEITURA
A seguir, Sugestões para os círculos de leitura com os contos: A Festa no Céu,
A professora Elaine Mascarenhas nos apresenta Luís da Câmara O Bicho Folharal, O Sapo e o Coelho e O caboclo, o padre e o estudante.
Cascudo e narra o seguinte conto: Os sete sapatinhos da prin-
A Festa no Céu
cesa. Esse conto tem diferentes origens e a professora Helena
Qual a parte do conto que você mais gostou?
Horvat, da Escola Municipal Medalhista Olímpica Mayra Aguiar
Qual foi a estratégia criada pelo sapo para participar da festa no céu?
da Silva, narra e ilustra o conto colhido na Alemanha pelos Ir-
Deu certo?
mãos Grimm, que recebeu o nome: Sapatos estragados.
O sapo foi ajudado por quais personagens?
Qual personagem foi mais esperto na história? Por quê?
https://www.youtube.com/ Quando ocorre o clímax da história, o momento de maior tensão da
watch?v=LOHPSoOH-fk narrativa?

A festa no céu: um conto do nosso folclore. Trata-se, como o próprio título


indica, de uma história da tradição oral
revisitada por Angela Lago. Pela visão
dos animais sem asas da floresta, conhe-
A professora Jenny Iglesias narra o conto Mata Sete, do folclo- cemos a história da tartaruga, que deseja
rista Câmara Cascudo. participar da festa no céu, enganando
o urubu-rei. No início da história, presen-
https://www.youtube.com/
ciamos os pássaros felizes, em contra-
watch?v=srlRmkl60ic
posição às fisionomias tristes dos outros
Tempo do vídeo – 14’57 bichos, como o macaco e o jacaré, que
não poderiam participar do festejo por
não serem dotados de asas. A tartaruga é
a única que não se mostra incomodada,
pois já havia planejado a sua estratégia
para estar na festa. As ilustrações lembram o plano geral da câmera no ci-
nema, mostrando detalhes do espaço e dos outros personagens que estão
omitidos no texto escrito.

https://blog.ataba.com.br/festa-no-ceu/

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 81
Cineclube

Festa no Céu – Trailer Dublado (2014) - Guillermo del Toro HD A Festa no Céu - História Contada Infantil Famosa (o sapo
que queria voar)
A colorida e simpática animação produzida por Guillermo Del
Toro acompanha Manolo, um jovem com dúvidas entre cum- Festa no céu conta a história de um sapo que “deu uma de
prir as expectativas impostas por sua família de toureiros e esperto” para poder ir, sem ser convidado, a uma festa que
seguir a sua paixão pela música. Em meio a esse dilema, Ma- aconteceria no céu, que só os pássaros poderiam participar.
nolo embarca em uma viagem por três diferentes mundos: Ele deu um jeitinho de chegar lá e aparecer na festa, na frente
o dos Vivos, o dos Esquecidos e o dos Eternizados. Durante de todos os pássaros.
essa aventura, ele irá encontrar figuras marcantes e agir com
o apoio do amigo Joaquim e da amada Maria.

https://www.youtube.com/watch?v=8gTP4-AfjMY https://www.youtube.com/watch?v=K2fBWDV6BVg

(Tempo do vídeo – 3’00) (Tempo do vídeo – 8’31)

CADERNO PEDAGÓGICO
82 CÍRCULO DE LEITURA
Dramatização do conto A festa Teatro: A festa no céu – Escola Mu-
no céu com alunos do 6o ano, nicipal CEI Francisco Frischmann;
coordenados pela Professora Professora Fátima Antoneli.
Sandra.

https://www.youtube.com/ https://www.youtube.com/
watch?v=Sw_7MGg6Kwk watch?v=m_X2EJdDB2Q

(Tempo do vídeo – 15’15) (Tempo do vídeo – 10’39)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 83
O Bicho folharal De estilo literário sucinto e divertido, com ilustrações vibrantes e mui-
to bem-humoradas, o livro garante a atenção tanto de leitores iniciantes
O conto O Bicho folharal fala da onça que estava cansada de
quanto daqueles já com bastante experiência.
ser enganada pela raposa, por não conseguir pegá-la para fa-
zer um bom guisado, então um dia resolve ter uma ideia... Em O Bicho folharal, chegou a hora de conhecer o humor da onça que
não tem nada de engraçado. Ao contrário, invocada que só ela, a comadre
Qual a ideia que a onça teve para atrair a raposa?
onça decidiu, sem razão nenhuma, impedir o macaco de beber água na
Como a raposa descobriu o truque da onça? sua fonte. E olha que era um tempo de seca danada! Só na fonte dela ain-
da havia água. Mas o macaco, que não era bobo nem nada, logo arrumou
A raposa muito astuta conseguiu se livrar da onça, mas a um jeitinho de ludibriar a onça.
onça não desistiu e continuou à espreita da raposa. Estando
a raposa com muita sede e sabendo que a onça estava à sua
espera, pensou em uma forma de enganá-la e se transformou
História recolhida do nosso folclore, O Bicho folharal ganha
no bicho folharal.
o status de Cordel Ilustrado, numa edição em cores, com os
Por que a raposa se nomeou bicho folharal? versos do cearense Arievaldo Viana e o traço fantástico do
pernambucano Jô Oliveira.
Qual personagem foi mais esperto na história? A onça ou a
raposa? Por quê? O texto de Arievaldo, escrito em sextilhas (com o segundo,
o quarto e o sexto versos rimados entre si, deixando órfãos o
História da tradição oral revisitada por Angela Lago.
primeiro, terceiro e quinto versos), vem carregado de regio-
nalismo, como os termos quixó, quengada e mangando, por
exemplo. Mas em nada atrapalha o entendimento do leitor.
Para os mais curiosos há um glossário no final do livro. A histó-
ria sobre a esperteza do macaco sobre a onça fala também da
Brinquei de gado-de-osso
infância da criança sertaneja.
De carrapeta e pião,
Em cavalinhos de pau
Corria pelo sertão...
Com prego, lata e madeira
Fazia o meu caminhão.

CADERNO PEDAGÓGICO
84 CÍRCULO DE LEITURA
O Sapo e o Coelho Um coelho aposta corrida com um sapo. Ele tinha certeza de
que venceria o sapo num piscar de olhos, mas parece que não
Depois de ouvir o conto O sapo e o coelho, você conseguiu
vai ser tão fácil assim.
perceber qual é a finalidade do texto?

Quais as características atribuídas ao sapo pelo coelho?

Qual foi a estratégia criada pelo sapo para se livrar das “zoa-
ções” do coelho? Deu certo?

O sapo foi ajudado por quais personagens?

Com qual palavra você descreveria o coelho, ao chegar e en-


contrar o sapo tranquilo, à margem do rio?
https://www.youtube.com/watch?v=nnuaZ7EeFW8
Você sabe o significado da palavra “debalde”, mencionada no
conto? Vamos pesquisar? Que outra palavra poderia substitui-la? (Tempo do vídeo – 4’47)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 85
O caboclo, o padre e o estudante O caboclo, o padre e o estudante
Rioeduca na TV – Sala de Leitura
Qual a parte do conto que você mais gostou?
A professora Fabiana Florencio apresenta a aula O caboclo, o
Onde se passa a história do conto O caboclo, o padre e o estudante?
padre e o estudante.
Toda história é contada por alguém que pode estar participando ou não
da narrativa. No primeiro parágrafo, quem narra a história é um dos per-
sonagens ou o narrador?

O conflito é estabelecido a partir de que fato?

Quem teve a ideia de que quem tivesse o sonho mais bonito ficaria com
o queijo e por quê?

https://www.youtube.com/watch?v=jJQGrXQ7G4U Qual personagem foi mais esperto na história? O padre, o estudante ou o


caboclo? Por quê?
(Tempo do vídeo – 12’52)
Quando ocorre o clímax da história, o momento de maior tensão da
narrativa?

CADERNO PEDAGÓGICO
86 CÍRCULO DE LEITURA
Livro 2 – Natureza: ciência
em verso de cordel

Sinopse

Não há mais tempo para perguntas e respostas. É dentro dessa proposta


e em tom de alerta que o texto sugere como discussão a necessidade ur-
gente de preservar a Terra e a permanência do homem. Por meio de rimas
bem construídas e simples, neste texto, o leitor pode conhecer e enten-
der o porquê das grandes tragédias naturais, fazendo-o refletir sobre o fu-
turo da vida, da importância de se preservarem os recursos naturais como
a água, este elemento importantíssimo para a sobrevivência do homem e
da biodiversidade.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 87
8º ANO TEMPO PREVISTO: 20 TEMPOS / 10 ENCONTROS

• Figuras de linguagem.
Objetos de
• Morfossintaxe.
Conhecimento
• Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção. Apreciação e réplica.

• (EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores
textuais.
• (EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
Habilidades • (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração,
BNCC assonância, dentre outras.
• (EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários,
reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e
considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.

• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes do uso ou função da pontuação e de outras notações.


Habilidades • Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.
• Reconhecer efeito de humor ou de ironia em um texto.

• Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.


Eixos da
• Reconhecer efeito de humor ou de ironia em um texto.
Linguagem
• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes do uso ou função da pontuação e de outras notações.

• Título: Natureza: ciência em versos de cordel.


Literatura • Autor: Gonçalo Ferreira da Silva.
• Ilustrador: J. Victor.

CADERNO PEDAGÓGICO
88 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 1 – Poesia e cordel: origem, história e estrutura des- Você sabe o que é Literatura de Cordel e como surgiu? ​
se gênero literário. Exibição do vídeo Contadores, can-
O presidente da Academia Brasileira de Literatura de
tadores e encantadores:
Cordel - Gonçalo Ferreira da Silva - nos conta essa his-
h t t p s : //w w w. m u l t i r i o . r j . g o v. b r/ i n d e x . p h p/
tória de tradições e lutas sociais. Conheça um pouco da
videos/6840-contadores,-cantadores-e-encantadores
Academia Brasileira de Literatura de Cordel acessando
(Tempo do vídeo – 20’04)
o site: http://www.ablc.com.br/ A cultura do Nordeste
Aula 2 – Biografia e obra de Gonçalo Ferreira da Silva. apresenta características próprias herdadas da influência
Apresentação do livro Natureza: ciência em versos de da cultura dos colonizadores. Sendo assim, a cultura do Nordeste brasilei-
cordel, do autor. Exibição do vídeo: Literatura de Cordel ro, região formada pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande
com Gonçalo Ferreira da Silva: do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia desenvolveu há-
https://www.youtube.com/watch?v=7bG6m6YZxrA&l bitos próprios com relação às demais regiões e às manifestações culturais
ist=PLn5tIHfpy-WtuhYhFIuuQmbEU73eT_D3i&index=30 herdados de geração em geração. Algumas das manifestações culturais
(Tempo do vídeo – 6’23) que mais se destacam na região nordeste do Brasil são: a poesia popular,
o artesanato, as festas juninas, o Reisado, a capoeira, o frevo, a culinária e
as religiões afro-brasileiras. Poesia popular na Região Nordeste - a poesia
popular é representada pela literatura de cordel, recitada ou publicada
em folhetos.
https://live.staticflickr.com/6061/602
2542685_0aeea1485f_b.jpg

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 89
Aula 3 – Leitura, feita pelo professor, dos seguintes textos que compõem
o livro Natureza: ciência em versos de cordel, de Gonçalo Ferreira da Sil- I - Leitura desse trecho pelo professor, solicitando que os alu-
va: “Terra: o nosso planeta pede socorro”, “Águas primordiais” e “A natu- nos tentem ouvir de olhos fechados.
reza e o homem”. Pedir aos alunos que observem a entonação da leitura.
II - Conversa sobre quais imagens surgem na mente durante
Aula 4 – Leitura de trecho do livro Natureza: ciência em versos de cor- e após a leitura.
del, de Gonçalo Ferreira da Silva, capítulo “Terra: o nosso planeta pede
III - Em seguida, afastar as cadeiras e espalhar objetos que
socorro”.
manipulados possam fazer barulho (tecido, sino, madeira, fer-
Segundo a teoria do Big Bang, o Universo teria se formado a partir de uma
ro, lata , isopor, papelão, papel, canudos, garrafas PET).
grande explosão. O Big Bang é uma teoria evolucionista desenvolvida a
partir do século XX. IV – Deixar os alunos experimentarem o som que o material
produz.

V - Em seguida, em uma apresentação, o professor lê o trecho


Aula 5 – Sobre o livro Natureza, de Gonçalo Ferreira da Silva, novamente e, como um regente, no trecho “Ressoa em todos
capítulo “Terra: o nosso planeta pede socorro”, o trecho: os seres o som primordial” os alunos iniciam o som.

“A partir do Big Bang, VI – Repete-se três vezes essa atividade alternando som alto/
o instante inicial, som baixo, parte da turma som alto e outra parte som baixo.
de que teria resultado
o universo atual,
ressoa em todos os seres
o som primordial.

Daí se iniciaram
os diversos movimentos.
Grande era a confusão
dos milhões de elementos
produzindo o maior
dos universais eventos.”

CADERNO PEDAGÓGICO
90 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 6 – Apresentação dos sinais de pontuação e suas funções no texto.
Dividir a turma em três grupos (um para cada texto trabalhado na aula I - Leitura do trecho pelo professor, solicitando que os alunos
anterior), pedir para os alunos analisarem o papel da pontuação no de- tentem ouvir de olhos fechados.
senvolvimento dos fatos narrados nas estrofes e leiam suas análises em
II - Conversa sobre quais imagens surgem na mente durante
voz alta.
e após a leitura.
Aula 7 – Promover um debate sobre questões relacionadas à natureza, a
III - Em seguida, formar uma roda e pedir que fechem o olhos
partir da exibição dos vídeos “Dando uma força para a natureza” e “Pla-
e façam movimentos com o corpo, conforme os sons ouvidos.
neta Água”, relacionando-os ao conteúdo apresentado no livro Natureza:
ciência em versos de cordel. IV - Do Youtube, em um celular ou notebook, colocar para
a turma: som de criança chorando, de chuva, de trânsito, de
risadas. Pedir que abram os olhos e relatem o que sentiram e
quais movimentos fizeram ou tiveram vontade de fazer.

V - O professor deve reler o trecho e na parte “daí se ini-


ciaram os diversos movimentos”, os alunos podem fazer mo-
vimentos diversificados com o corpo, agora todos de olhos
abertos, como uma apresentação teatral.

VI - Dividir a turma em grupos de três ou quatro alunos para


produzirem uma pequena história, em forma de cordel, sobre
elementos da natureza.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 91
Em tempos tão desfavoráveis para o meio ambiente, este episódio mos-
tra que muitos trabalham para defender e preservar a natureza. Enquanto
pesquisadores na Amazônia e no Ártico estudam as causas e os efeitos do
aquecimento global, produtores de cacau e até animais nos Alpes e na
Antártida tentam se adaptar às mudanças climáticas.

https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/12971-
-dando-uma-for%C3%A7a-pra-natureza
(Tempo do vídeo – 12’27)

Aula 8 – Dividir a turma em grupos de três ou quatro alunos para produ-


(Tempo do vídeo – 8’19)
zirem uma pequena história, em forma de cordel, sobre temas ligados à
https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/videos/9165-planeta-
natureza. Leitura dos textos produzidos para os outros grupos.
-%C3%A1gua
Aula 9 – Gravação de podcasts com as histórias elaboradas pelos alunos. Uso consciente e sustentável da água; reservas brasileiras; oceanos e ma-
Organização do espaço escolhido para exposição do trabalho elaborado res; o papel de cada um contra o desperdício.
pela turma, colocando as estrofes penduradas na sequência da história,
em corda, como em um varal.

Aula 10 – Exposição dos textos elaborados pelos alunos, com as histórias


penduradas em corda, como em um varal. Apresentação dos podcasts
para as turmas da escola.

CADERNO PEDAGÓGICO
92 CÍRCULO DE LEITURA
CÍRCULO DE LEITURA

9º ANO

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 93
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Argumentar com coerência na defesa de opinião sobre assuntos significativos.


• Opinar com coerência sobre assuntos significativos.
• Participar de debates e exposições orais, formulando perguntas coerentes com relação ao assunto abordado.
ORALIDADE
• Participar em situações de interação oral com desenvoltura e autonomia.
E ANÁLISE
LINGUÍSTICA • Realizar exposições orais de assuntos, de forma fluente, expressiva e com sequência lógica, coerente.
• Sintetizar ideias expressas em textos orais.
• Utilizar a linguagem adequada à situação de interação, reconhecendo os contextos de uso dos diferentes registros, respeitando a
variante de seus interlocutores.

• Comparar textos, estabelecendo relações entre eles (assunto/tema e estrutura).


• Compreender o uso expressivo do verbo nos textos lidos.
• Compreender textos não verbais e multimodais, tais como fotos, gráficos, tabelas, tirinhas, propagandas etc.
• Construir diferentes hipóteses de leitura.
LEITURA E • Distinguir um fato de uma opinião.
ANÁLISE • Estabelecer relações entre as partes de um texto, identificando repetições e substituições que contribuem para a sua continuidade
LINGUÍSTICA (substantivos, pronomes, palavras e/ou expressões mais gerais e específicas).
• Identificar a finalidade (função social) de um texto e seu público-alvo.
• Identificar a organização do texto dramático (prólogo, epílogo, ato, cena, rubrica, indicação de cenário etc.). (Habilidade do
2º bimestre)
• Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

CADERNO PEDAGÓGICO
94 CÍRCULO DE LEITURA
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES
• Identificar as relações de causa e consequência, dentre outras relações textuais.
• Identificar o assunto e o tema (assunto principal) de um texto, enfoques que desenvolvem o tema (ideias secundárias) e tipos
de desfecho do tema desenvolvido.
• Identificar os efeitos de sentido resultantes dos recursos semânticos e morfossintáticos (denotação/conotação, repetições
de palavras/versos, inversões sintáticas, aliterações). (Habilidade 2º bimestre)
LEITURA E
• Identificar relações lógico-discursivas entre partes de um texto, marcadas por recursos coesivos articuladores de relações de
ANÁLISE
sentido (tempo, lugar, causa, dúvida, comparação, conclusão).
LINGUÍSTICA
• Inferir informações implícitas, seguindo as pistas fornecidas pelo texto como um todo.
• Inferir o sentido de uma palavra ou expressão no texto, percebendo o caráter polissêmico de palavras ou expressões e os
diferentes significados que podem assumir em contextos diversos.
• Interpretar recursos gráficos não verbais, relacionando-os a outras informações apresentadas em textos verbais e entendendo a
combinação desses elementos na construção da mensagem como um todo.

• Ler com fluência e expressividade textos de diferentes gêneros.


• Localizar informações explícitas, literalmente expressas no texto ou dele parafraseadas.
• Reconhecer a estrutura da narrativa: situação inicial (introdução), complicação (desenvolvimento do conflito gerador e do clímax)
e desfecho (conclusão).
• Reconhecer as diferentes partes de uma notícia: título (ou manchete), subtítulo, lide, corpo da notícia. (Habilidade
LEITURA E 2º bimestre)
ANÁLISE • Reconhecer as estruturas de textos em prosa e em verso (parágrafos, períodos, orações, estrofes, versos), explicando as diferentes
LINGUÍSTICA estruturas e o propósito comunicativo dos diferentes textos.
• Reconhecer as relações de coesão e coerência estabelecidas nas circunstâncias indicadas pelo uso de advérbios, conjunções etc.
• Reconhecer aspectos característicos de uma crônica, como sua periodicidade, linguagem (informal, objetiva, poética.), fatos
cotidianos ou assuntos de interesse geral. (Habilidade do 1º bimestre)
• Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das
condições de produção e daquelas em que serão recebidos.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 95
EIXO HABILIDADES – 1º e 2º BIMESTRES

• Reconhecer efeito de sentido decorrente do uso de recursos ortográficos e morfossintáticos (repetições, alongamentos, períodos
curtos, inversões).
• Reconhecer, na combinação de elementos da linguagem de um texto, efeitos de humor e de ironia, explicando as pistas linguísticas
que causam o humor e a ironia do texto.
• Reconhecer no texto publicitário seu caráter injuntivo e/ou persuasivo suas diferentes linguagens, a combinação dos elementos de
diferentes linguagens e sua finalidade. (Habilidade do 2º bimestre)
LEITURA E
• Reconhecer o efeito de sentidos decorrente da escolha de uma palavra ou expressão, inclusive em usos afetivos e/ou pejorativos
ANÁLISE
de diminutivos ou aumentativos, em palavras ou expressões intencionalmente grafadas em língua estrangeira, nas figuras de
LINGUÍSTICA
linguagem etc.
• Reconhecer os elementos da narrativa: narrador (foco narrativo); personagem (principal e secundários, protagonista e antagonista) e
suas características físicas e psicológicas; tempo/espaço da narrativa; aspectos descritivos do tempo/espaço da narrativa.
• Reconhecer os sinais de pontuação e outras notações como marcas da expressividade em um texto, identificando efeitos de sentido
de seus usos.
• Valorizar a literatura em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

• Organizar o texto em blocos de sentido: parágrafo.


• Planejar a escrita do texto, adequada ao interlocutor e aos objetivos da comunicação, levando com conta: a finalidade, a
circulação, o suporte, a linguagem, o gênero, o tema e o assunto.
• Produzir textos de base narrativa com a estrutura adequada: situação inicial; complicação (conflito gerador e clímax); desfecho.
ESCRITA E
• Produzir textos, individual e coletivamente, com uma sequência lógico-temporal (início, meio e fim; presente, passado, futuro).
ANÁLISE
• Produzir textos, individual e coletivamente, de acordo com as condições de produção (finalidade, gênero, interlocutor), utilizando
LINGUÍSTICA
recursos gráficos suplementares (distribuição espacial, margem, letra maiúscula).
• Realizar processo de revisão de textos, verificando a adequação ao leitor e aos objetivos da comunicação.
• Reescrever o texto, levando em conta o proposto na revisão textual.
• Utilizar recursos coesivos articuladores de relações de sentido em produções individuais e/ou coletivas.

CADERNO PEDAGÓGICO
96 CÍRCULO DE LEITURA
Livro 1 – Mais de 100 histórias
maravilhosas

Sinopse

Mais de 100 histórias maravilhosas é uma antologia que reúne todos os


contos de fadas escritos por Marina Colasanti, ao longo de mais de três
décadas, e um posfácio imperdível da autora. São nove livros em ordem
cronológica, e mais um inédito, o novíssimo Quando a primavera chegar.​

“As chuvas haviam terminado e as flores cresciam até debaixo das pe-
dras, quando a tribo dela chegou. Outras tribos já estavam acampadas
havia dias, com seus cavalos, suas carroças, suas tendas e seus filhos.
Muitas ainda viriam para o encontro. E este ano ela não era mais menina”.​

Os contos de Marina transitam pela rota


do simbólico e do imaginário. O tempo,
o espaço e os personagens são cons-
truídos em uma esfera de puro encanta-
mento, através de uma linguagem meta-
fórica e de ritmo musical. São histórias
mágicas, capazes de acolher o leitor de
qualquer idade, inclusive as crianças. Um
livro para sentir e apreciar o misterioso
poder das palavras, tão único nas mãos
de Marina Colasanti.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 97
9º ANO TEMPO PREVISTO: 20 TEMPOS / 10 ENCONTROS

• Relação entre textos.


Objetos de
• Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição.
Conhecimento
• Construção da textualidade.

• (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus
contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder
identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em
Habilidades
questão.
BNCC
• (EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica,
dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos
expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

• Reconhecer formas de tratar uma informação, na comparação de textos que tratam do mesmo tema.
Habilidades
• Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

• Leitura.
Eixos da
• Análise linguística/semiótica.
Linguagem
• Produção de textos.

• Título: Mais de 100 histórias maravilhosas.


Literatura
• Autora: Marina Colasanti.

CADERNO PEDAGÓGICO
98 CÍRCULO DE LEITURA
Marina Colasanti apresenta o livro Marina Colasanti explica o que são histórias
Mais de 100 histórias maravilhosas. maravilhosas ou contos de fada.

https://youtu.be/gTcEjthGfoE
https://youtu.be/VV2Uzq2F7Jk
(Tempo do vídeo – 2’15)
(Tempo do vídeo – 2’52)

Marina Colasanti sobre as ilustrações


das histórias maravilhosas.

https://youtu.be/ucwLnAG97_s
(Tempo do vídeo – 2’22)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 99
Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 Após a exibição dos vídeos, apresente alguns contos maravilhosos de Ma-
anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros rina Colasanti
de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prê-
mio Jabuti com Eu sei, mas não devia e também por Rota de co-
Aula 1
lisão. Dentre outros, escreveu E por falar em amor, Contos de
amor rasgados, Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Atividade com o conto O último rei – (um encontro)
Zoológico, A morada do ser, A nova mulher (que vendeu mais 1. Leitura do texto pelo professor. Se preferir, o professor poderá fazer
de 100.000 exemplares), Mulher daqui pra frente, O leopardo é uma contação da história.
um animal delicado, Esse amor de todos nós, Gargantas aber- 2. Após a leitura ou a contação, trazer a pergunta motivadora: Que luga-
tas e os escritos para crianças, Uma ideia toda azul e Doze reis res você tem vontade de conhecer?
e a moça do labirinto de vento. Colabora, também, em revistas
3. Trabalhar o vocabulário do texto. Observar as palavras desconhecidas
femininas é constantemente convidada para cursos e palestras
pelos alunos e fazer um vocabulário.
em todo o Brasil.

Aula 2
Atividade com o conto A primeira só – (um encontro)
1. Leitura do texto pelo professor. Se preferir, o professor poderá fazer
uma contação da história.
2. O professor deverá buscar as lembranças dos alunos do conto trabalha-
do na Atividade 1.
3. Trabalhar as similaridades dos dois contos: O último rei e A primeira só.
4. Em um círculo de leitura trazer para discussão os temas tratados nos
dois contos, como: solidão, amizade, felicidade e outros.

CADERNO PEDAGÓGICO
100 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 3
Atividade com o conto A moça tecelã – (dois encontros)
1. Leitura do texto em conjunto, leitura compartilhada. O professor inicia
a leitura e pede para cada aluno ler um trecho do conto.
2. Volta aos temas das aulas anteriores.
3. Trabalha os temas dos textos anteriores, em comparação.
4. Faz um painel ilustrado com a turma para contar a história.
5. Faz uma exposição do painel.
https://www.youtube.com/
watch?v=fdHA2rhDasU
Aula 4
Atividade com os contos Uma concha à beira mar e Onde os oceanos se (Tempo do vídeo – 9’18)
encontram – (três encontros)
1. Separar a turma em 4 grupos. Dois grupos vão ler, separadamente, um
A diferença entre fato e opinião na análise de uma biografia, o uso de
conto, e, os outros dois, o outro conto.
adjetivos e outras palavras que qualificam informações subjetivas. Este
2. Os grupos devem fazer um resumo do conto e desenvolver estratégias
episódio apresenta atividades para o seguinte descritor de Língua Portu-
para contar a história.
guesa.
3. Reunir os grupos que leram o mesmo conto. Eles deverão se organizar
D11 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
para fazer um jornal painel e um podcast sobre a história.
4. Organizar uma sessão de apresentação dos trabalhos da turma.
5. Sugestões: como os textos trazem a temática do mar, os alunos podem
incluir nos seus trabalhos a paisagem do Rio.
6. Como os alunos vão escrever textos jornalísticos para o painel e o
podcast, devem ser trabalhados os conceitos de realidade e fantasia,
fato e opinião.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 101
Do fato à opinião: uma questão de leitura! Rioeduca na TV Aula 5
– Língua Portuguesa - 9º Ano Cada aluno deverá escolher um conto diferente – (três encontros)
Devem ser trabalhados os conceitos de causa e consequência.
1. No primeiro encontro os alunos vão ler os contos escolhidos e fazer
https://www.youtube.com/watch?v=qN4rHKVnVEc resumos.

(Tempo do vídeo – 15’18) 2. No segundo encontro cada aluno produzirá um folder/card com ima-
gem e texto sobre o conto lido.
3. No terceiro encontro o professor poderá organizar uma exposição e/ou
apresentação dos trabalhos.

Como identificar as relações de causa e


consequência presentes em um texto.

https://www.youtube.com/watch?v=MYqXuBKW6wQ

(Tempo do vídeo – 14’53)

A professora Diana Ribeiro


apresenta a aula “Do fato à opinião”:
uma questão de leitura!
Habilidade trabalhada: Distinguir um
fato de uma opinião.

CADERNO PEDAGÓGICO
102 CÍRCULO DE LEITURA
Livro 2 – A Peleja do Violeiro
com o Rabequeiro

Sinopse

Em versos divertidos, Chico Bento e Zé Lelé fazem um desafio bem à


moda dos repentistas do Nordeste brasileiro. Acompanha um CD com a
narrativa da história e o desafio cantado e tocado pelos personagens da
Turma da Mônica.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 103
Livro 3 – A Peleja de Chapeuzinho
Vermelho com o Lobo Mau

Sinopse

Contada e recontada, inúmeras vezes, a aventura da garotinha que en-


contra o lobo a caminho da casa da avó está entre as histórias mais po-
pulares de todos os tempos. Desde o século XIV, esse conto de fadas
clássico tem se apresentado em muitas versões, sendo que as mais anti-
gas, assustadoras e violentas, eram voltadas ao público adulto. A trama
que chegou aos nossos dias, com a presença de um caçador que salva a
menina e sua avó e garante o final feliz, foi publicada pela primeira vez em
1812, no livro Contos da criança e do lar, dos Irmãos Grimm.

O antigo conto ganha agora nova roupagem. A peleja de Chapeuzinho


Vermelho com o Lobo Mau traz como novidade à estrutura do relato: o
texto foi escrito em cordel, poema de origem na tradição oral e bastante
disseminado no Nordeste brasileiro. Como manda a tradição cordelista, a
história é contada em sextilhas, estrofes compostas de seis versos.

Com graça, cadência e deliciosas rimas, as aventuras da


menina vestida de vermelho proporcionam uma leitura pra-
zerosa e instigante. Os versos do cearense Arievaldo Viana,
integrante da Academia Brasileira de Literatura de Cordel,
e as belas ilustrações do artista pernambucano Jô Oliveira
prendem a atenção do leitor do início ao fim e dão tempero
bem brasileiro para o clássico da literatura infantil.

CADERNO PEDAGÓGICO
104 CÍRCULO DE LEITURA
9º ANO TEMPO PREVISTO: 20 TEMPOS / 10 ENCONTROS

• Relação entre textos.


Objetos de
• Estratégias de escrita: textualização, revisão e edição.
Conhecimento
• Construção da textualidade.

• (EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta
seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder
identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em
Habilidades
questão.
BNCC
• (EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica,
dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos
expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

• Reconhecer formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema.
Habilidades
• Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

• Leitura.
Eixos da
• Análise linguística/semiótica.
Linguagem
• Produção de textos.

• Título: A peleja do violeiro Chico Bento com o rabequeiro Zé Lelé.


• Autores: Fábio Sombra e Mauricio de Souza.
• Ilustrador: Mauricio de Souza.
Literatura
• Título: A peleja de Chapeuzinho Vermelho com o Lobo Mau.
• Autor: Arievaldo Viana.
• Ilustrador: Jô Oliveira.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 105
Estratégias de aprendizagem Sugestão 2

Atividades para 2 tempos de aula Biografia e obra de Fábio Sombra e de Mauricio de Sousa.

Sugestão 1

O cordel como notícia. Apresentação do gênero literário e a sua


utilização como meio de comunicação. Exibição do vídeo: O que é
literatura de cordel?

Mauricio de Sousa e Fábio Sombra falam sobre o livro A peleja do violeiro


Chico Bento com o rabequeiro Zé Lelé.

https://www.youtube.com/
watch?v=ryQEMsOgw74

(Tempo do vídeo – 3’47)


https://www.youtube.com/
watch?v=ZqNAzDR2Ul4

(Tempo de vídeo – 8’38)

CADERNO PEDAGÓGICO
106 CÍRCULO DE LEITURA
Sugestão 3

Leitura, feita pelo professor, do livro A peleja do violeiro Chico Bento


com o rabequeiro Zé Lelé, de Fábio Sombra e ilustrado por Mauricio de
Sousa. Pedir aos alunos que observem a entonação da leitura, conforme
a pontuação.

https://www.youtube.com/
watch?v=dEMYRY8zPfM

(Tempo do vídeo – 14’07)

Pontuação? Pontuação! E seus efeitos de sentido - Rioeduca na TV

A literatura de CORDEL - como surgiu e como se escreve um cordel?

Sugestão 4

Dividir a turma em grupos e pedir que os alunos transformem histórias


em quadrinhos em cordel, como se fossem notícias. Cada grupo trabalha
A professora Maria Teresa Tedesco apresenta a aula Pontuação? Pontua- com uma história. As histórias podem ser de gibis levados por alunos ou
ção! E seus efeitos de sentido. Habilidades trabalhadas: Reconhecer os do acervo da Sala de Leitura.
sinais de pontuação e outras notações como marcas da expressividade
em um texto, identificando efeitos de sentido de seus usos.

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 107
Atividades para 2 tempos de aula
Sugestão 5 Sugestão 6

Apresentação das histórias dos alunos para os demais grupos. Biografia e obra de Arievaldo Viana. Exibição do vídeo Arievaldo Viana.
Gravação de podcasts das histórias.
Arievaldo Viana utiliza o cordel na alfabetização
de jovens e adultos no Brasil
Desafie-se a produzir um podcast Rioeduca na TV – Língua Portuguesa
https://www.youtube.com/watch?v=0iDNy5VjfIA
(Tempo do vídeo – 10’30)

https://www.youtube.com/watch?v=IWqCBhnP2OE
(Tempo do vídeo – 15’32)

Para auxiliar no processo de alfabetização de jovens e adultos, o poeta e radialista Arievaldo Via-
https://www.youtube.com/
na criou em 2002 o projeto Acorda Cordel na Sala de Aula. Através de palestras, livros, folhetos
watch?v=RtKE6kNf7tw
e CDs com a gravação de poetas, os estudantes entram em contato com esta manifestação da
cultura popular. Além de ter percorrido a região Nordeste, o projeto também chegou a algumas (Tempo do vídeo – 4’17)
cidades no Sul e Sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Confira no vídeo o
depoimento de Arievaldo Viana sobre o projeto e a literatura de cordel.

CADERNO PEDAGÓGICO
108 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 7 A literatura de cordel é a estrela desta edição do Brasilidades. A tradição
Leitura, feita pelo professor, do livro A peleja de Chapeuzinho Vermelho oral de histórias contadas em versos chegou ao país junto com os pri-
com o Lobo Mau, de Arievaldo Viana. Pedir aos alunos que observem a meiros portugueses. Desde 2018, a Literatura de Cordel é reconhecida
entonação da leitura, conforme a pontuação. Após a leitura, discussão pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como
comparando a história original com a versão apresentada. Pedir aos alu- Patrimônio Cultural do Brasil. Saiba mais sobre o cenário atual dessa ma-
nos que registrem as suas reflexões. nifestação cultural e como alguns desses autores mantêm esta tradição
brasileira.

Brasilidade: Literatura de Cordel

https://www.youtube.com/
watch?v=dtVWsdsmZxY
Tempo do vídeo – 6’56)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 109
Aula 8
Dividir a turma em grupos e pedir que os alunos transformem contos
clássicos em cordel, em forma de notícia. Cada grupo trabalha com uma
história.

COMO SE FAZ UM CORDEL?

https://www.youtube.com/
watch?v=PHwAKmthMU0
(Tempo do vídeo – 4’00)

CADERNO PEDAGÓGICO
110 CÍRCULO DE LEITURA
Aula 9 Rima: como se faz um cordel?
Finalização da atividade da aula anterior, com a gravação de podcasts. https://www.youtube.com/
Organização do espaço escolhido para exposição do trabalho elaborado watch?v=iAEMZQVcFEQ
pela turma, colocando as estrofes penduradas na sequência da história, (Tempo do vídeo – 9’32)
em corda, como em um varal.

Verso e Estrofe | COMO SE FAZ UM CORDEL?


Métrica: como se faz um cordel:
https://www.youtube.com/
watch?v=JqDdVzBDw0I
(Tempo do vídeo – 9’08)

https://www.youtube.com/
watch?v=i2pqWVJBOzY
(Tempo do vídeo – 4’06)

CADERNO PEDAGÓGICO
CÍRCULO DE LEITURA 111
Aula 10
Exposição dos trabalhos elaborados a partir de histórias em quadrinhos e
de contos clássicos, pela turma, com as histórias penduradas em corda,
como em um varal. Apresentação dos podcasts para as outras turmas da
unidade escolar.

Mar de Palavras - Cordel- Repente:


https://www.youtube.com/
watch?v=yQbZkD9Q7hg
(Tempo do vídeo – 2’32)

CADERNO PEDAGÓGICO
112 CÍRCULO DE LEITURA
Vamos conversar?

QUEREMOS OUVIR VOCÊ!


Assim poderemos inspirar mais pessoas com suas ideias.
a corrente criativa não pode parar!

Professor, https://forms.office.com/r/
fale com a nossa equipe! EYFznmXLzJ

Registre aqui, suas ideias, experiências


e outras habilidades, referentes à BNCC,
que você encontrou.

+Ideias Multisseriadas&Multilinguagens
CADERNO 2023 +ideias.pdf

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CÍRCULO DE LEITURA 113
Referências bibliográficas
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a Base. Brasília: MEC/ ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania.
CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. 2004. Disponível em: http://arquivos.info.ufrn.br/arquivos/2013121153a8f
gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso 23 de 1155045828c12733b68e/Letramento_e_capacidade_de_leitura_pra_cida-
nov. 2022. dania_2004.pdf. Acesso 22 de nov. 2022.

COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2012. SEIXAS, Heloísa. ROMEU, Júlia. Carmen: a grande pequena notável; Editora:
Edições de janeiro. 2014.
_________. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2014.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
DELMANTO, Dileta; CARVALHO, Laís de B. Português conexão e uso. 6º ano.
Manual do professor 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. SOUZA, Renata Junqueira de; COSSON, Rildo. Letramento literário: uma pro-
posta para a sala de aula. Acervo Digital da Unesp. 2011. Disponível em:
GUIMARÃES, João Luiz . Vupt. Rio de Janeiro: Editora do Brasil, 2022.
<https://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40143?locale=pt_BR>
GIROTTO, Cyntia e SOUZA, Renata. Estratégias de leitura: para ensinar alunos Acesso 23 de nov. 2022.
a compreenderem o que lêem. In: SOUZA, Renata (org.) Ler e compreen-
VAGULA, Vania Kelen Belão. Andersen e o ensino de estratégias de leitura:
der: estratégias de leitura. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
relações entre leitores e textos. Presidente Prudente : [s.n.], 2016. Disponí-
KLEIMAN, A. B.; MORAES, S. E. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes vel em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/137899/va-
nos projetos da escola. Campinas: Mercado de Letras, 2001. gula_vkb_dr_prud.pdf?sequence=3&isAllowed=y. Acesso 22 de nov. 2022.

KLEIMAN, A.; Texto e leitor – aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, YUNES, Eliana. Círculos de leitura: teorizando a prática. In: Leitura: teoria &
2002. prática, nº. 33. Porto Alegre: Mercado Aberto; Campinas: ALB, 1999.

LAJOLO, Marisa. O texto não é pretexto. In: ZILBERMAN, Regina (Org.). Leitura
em crise na escola: as alternativas do professor. 11ª ed. Porto Alegre: Mer-
cado Aberto, 1993.

MENDONÇA, Ismael Lopes. Tipografia para além da relação instrumental: a me-


diação cultural manifesta pelo caderno especial “Planeta seca”. Disponível
em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ies/article/view/38198/21831.
Acesso 22 de nov. 2022.

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