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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….…...03
4 – AGAPAO E PHILOS………………………………………………….…………….06
5 – RESTAURAÇÃO DE PEDRO……………….…………………………….……….09
CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………..11
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………….12
INTRODUÇÃO
Para uma interpretação mais coerente o capítulo inteiro foi lido em duas traduções
diferentes. As versões escolhidas foram a King James que é mais fiel em relação aos textos
originais e a versão Bíblia Viva que segue uma linguagem mais atualizada.
O estudo deve ser feito sobre um texto selecionado pelo aluno (exemplo: Êxodo 12:1-13).
Obs. O estudo não é sobre um livro, mas pode conter informações sobre o livro em que o
texto selecionado está contido.
O estudo é um registro, que pode ser feito no formato de diário, aonde o aluno deve descrever
o processo de exegese do texto escolhido.
O processo descrito deve conter a interpretação inicial ao ler o texto e as alterações dessa
interpretação a cada passo.
Os passos a serem seguidos na exegese são leitura do texto, leitura do livro aonde o texto está,
consulta a comentários bíblicos (mínimo 2).
Obs. Outras fontes possíveis são, livros sobre exegese, dicionários bíblicos, site Biblehub,
livro sobre geografia bíblica, livro de panorama bíblico, etc.
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2 – VERSÃO KING JAMES
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Assim, tendo eles jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, tu me amas mais
do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que eu te amo. Ele disse-lhe: Apascenta
os meus cordeiros.
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Ele disse novamente pela segunda vez: Simão, filho de Jonas, tu me amas? Ele disse-lhe: Sim,
Senhor; tu sabes que eu te amo. Ele disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
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Ele disse-lhe pela terceira vez: Simão, filho de Jonas, tu me amas? Pedro entristeceu-se por
ele lhe ter dito na terceira vez: Tu me amas? E ele disse-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas,
tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
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Na verdade, na verdade eu te digo: Quando tu eras jovem, te cingias a ti mesmo, e andavas
por onde querias; mas, quando envelheceres, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te
levará para onde tu não queiras.
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E falou isso, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, tendo falado isso,
disse-lhe: Segue-me.
15. Depois da refeição, Jesus disse a Simão Pedro: "Simão, filho de João, você Me ama mais
do que estes outros? " "Sim", respondeu Pedro, "O Senhor sabe que eu sou seu amigo".
"Então pastoreie os meus cordeiros", disse Jesus.
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16. Jesus repetiu a pergunta: "Simão, filho de João, você Me ama de verdade? " "Sim,
Senhor", disse Pedro. "O Senhor sabe que eu sou seu amigo". "Então cuide das minhas
ovelhas", disse Jesus.
17. Mais uma vez Ele perguntou: "Simão, filho de João, você é mesmo o meu amigo? " Pedro
ficou triste porque Jesus fez a pergunta pela terceira vez. "O Senhor conhece o meu coração; o
Senhor sabe quem eu sou", disse ele. Jesus disse: "Então pastoreie as minhas ovelhinhas.
18. Quando você era jovem, era capaz de fazer o que gostava, e de ir aonde queria ir; mas
quando for velho, você estenderá as mãos, outros guiarão você e levarão aonde você não quer
ir".
19. Jesus disse isto para dizer de que tipo de morte ele morreria para glorificar a Deus. Depois
Jesus disse: "Siga-me".
4 – AGAPAO E PHILOS
É importante ressaltar que momentos antes da crucificação Pedro havia negado Cristo
por três vezes conforme Jesus mesmo tinha alertado, portanto era necessário uma reintegração
pública de Pedro e sua restauração ao ministério público (CARSON, 2007). Pode ser vista
também como a restauração de Pedro, não no sentido de perdão mas para restaurar sua
liderança como discípulo (HARRISON, 2010). Naquele momento Pedro foi desafiado a tomar
a decisão final de entregar sua vida à pregação do evangelho e a cuidar do rebanho de Cristo
(BARCLAY, 2008).
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No versículo 15 Jesus questiona Pedro pela primeira vez se este o ama. Na versão
King James fica claro que a resposta é afirmativa: “Sim Senhor, tu sabes que eu te amo”.
porém na tradução da Bíblia Viva a resposta é um pouco diferente: “Sim! O Senhor sabe que
eu sou seu amigo". No versículo 16 Jesus então faz a mesma pergunta e repete a pergunta uma
vez mais no 17. Ora se a resposta de Pedro foi positiva por que Jesus insistiu na pergunta?
Na primeira pergunta (v.15) Cristo pergunta se Pedro o ama mais que estes (outros) na
outra pergunta (v.16) Jesus pergunta apenas se Pedro o ama. Alguns entendem “estes” como
os demais discípulos presentes outros entendem como instrumentos de pesca mas se fosse
assim Pedro teria respondido sem nenhuma evasiva (HARRISON, 2010). Por sua vez Carson
(2007) afirma que pode-se interpretar o trecho de três formas, (1) “Você me ama mais que
ama estes discípulos?”, (2) “Você me ama mais do que ama este equipamento de pesca?” e (3)
“Você me ama mais do que estes discípulos me amam?” Qualquer que seja o sentido real
denota-se que o Mestre queria deixar clara uma exclusão geral de tudo o que pudesse
interferir no amor de Pedro pelo seu Senhor (EARLE e MAYFIELD, 1969). Podemos então
supor que a segunda pergunta foi diferente da primeira.
Na versão de King James Pedro responde “Sim Senhor, tu sabes que eu te amo”
enquanto na Bíblia Vida Pedro responde “Sim! O Senhor sabe que eu sou seu amigo”. Por que
a diferença de resposta entre as versões? Para responder essa pergunta teremos que recorrer ao
texto original em grego, para isso utilizamos do recurso “Bible Hub” e verificamos palavra
por palavra do versículo. A palavra correspondente a “amor” na pergunta de Jesus equivale-se
ao verbo grego “agapas” (ἀγαπᾷς), que é um tipo de amor entre o homem e Deus, contudo em
sua resposta Pedro utiliza o verbo “philia” (φιλῶ) que é um tipo de amor relacionado à
amizade e companheirismo. O diálogo se repete no versículo 16 com as mesmas palavras. No
versículo 17 porém dessa vez Jesus usa o termo “philia” e Pedro confirma dizendo que Jesus
sabe de todas as coisas e conhece o seu coração. Lembrando que no passado Pedro disse que
de forma alguma negaria a Cristo, agora Pedro sabia que não adiantava contrariar o Senhor.
Moody traz a seguinte interpretação:
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A tristeza de Pedro pode ser devida a duas coisas. Primeiro, a pergunta três vezes
repetida poderia fazê-lo pensar na sua tripla negação. Segundo, Jesus deixou de usar
uma palavra indicando amor (agapao) e usou aquela que Pedro usou (fileo)
indicando esta uma afeição cálida mas talvez considerada inferior a primeira.
Com esta análise do texto original podemos supor que o Mestre repete a pergunta para
Pedro porque a resposta da primeira pergunta foi uma negativa, embora nas próprias
escrituras há menção do uso de “philia” num sentido mais elevado. Os estudiosos divergem
sobre qual o real sentido deste uso de verbos “sinônimos”. Há quem defenda que o verbo
“agapao” é filantrópico e altruísta mas sem vínculo emocional ou seja muito frio para afeição
de Pedro, este preferindo “phileo”. Enquanto outros afirmam que “agapao” denota amor mais
elevado, distintivamente cristão, enquanto “phileo” é um amor mais natural (CARSON,
2007).
Há correntes que afirmam existir um simbolismo entre as três vezes que Pedro nega a
Cristo com as três declarações de amor de Pedro para com Cristo como que se fosse uma
espécie de redenção. Após Jesus fazer a mesma pergunta pela terceira vez Pedro fica
particularmente magoado (v.17), não porque Jesus mudou de verbo mas porque foi
questionado pela terceira vez. Como ele havia negado a Jesus três vezes entendeu que o
Mestre exigia dele essa confissão também por três vezes (CARSON, 2007).
Passemos agora para a análise do versículo 18. Aqui Jesus faz uma predição citando
um provérbio sobre o vigor da juventude e a fragilidade da velhice (CARSON, 2007) e
fazendo referência a forma que Pedro viria a morrer (estender as mãos refere-se à
crucificação). No comentário de Beacon (1969) a liberdade impetuosa da juventude de Pedro
agora chegou ao fim e as palavras “estenderás as mãos” eram uma predição inequívoca do
martírio na cruz. O versículo 19 traz esta constatação sobre a forma que Pedro havia de
morrer. William Barclay (2008) se limita a falar sobre o sacrifício de Pedro semelhante ao de
Jesus na cruz:
Chegou o dia quando Pedro, estando em Roma, morreu por seu Senhor. Ele também
foi à cruz e quando estavam para pregá-lo nela pediu que o pusessem com a cabeça
para baixo pois não se sentia digno de morrer como seu Senhor. O amor lhe
proporcionou uma tarefa e uma cruz. O amor sempre implica responsabilidades e
sacrifícios. E não amamos a Cristo de verdade a menos que estejamos dispostos a
enfrentar sua tarefa e a carregar sua cruz.
Para Harrison (2010) no comentário Moody, Pedro devia se sentir honrado em ter o
mesmo tipo de morte que do Senhor. Sendo assim os quatro comentários consultados
concordam nesse aspecto.
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No final do versículo 19 Jesus diz a Pedro: “Siga-me”. Significa mais que um convite
para uma caminhada na praia e sim esse passo do discipulado ao chamado inicial de Jesus,
desafiando Pedro a um discipulado consistente até o martírio que ele agora enfrenta como
obrigação (CARSON, 2007). É mais do que um movimento físico, estava implícito que Pedro
estava sendo convocado a seguí-lo constante e fielmente tal como Jesus permanecera à vista
da cruz que se aproximava (HARRISON, 2010). Para Earle e Mayfield (1969) o “Segue-me”
indica uma ação contínua, habitual, costumeira. Não haveria mais negações.
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CONCLUSÃO
É muito interessante saber que Jesus concedeu a Pedro, não só uma chance de se
redimir como torná-lo parte fundamental em seu ministério demonstrando seu infinito amor.
Isso mostra que nenhum pecado é grande demais para a misericórdia de Deus e que um
coração quebrantado é suficiente para a aprovação de Cristo não sendo necessárias
justificativas da parte de Pedro. O perdão e aceitação de Pedro por Cristo não necessariamente
implica em uma vida livre de responsabilidades, pelo contrário, era o início de um árduo
ministério que culminaria na sua morte mostrando que a vida do cristão é repleta de desafios e
sacrifícios.
A interpretação aqui exposta não tem o objetivo de ser a completa verdade sobre o
texto bíblico mas sim uma análise que fosse exegeticamente aceitável e que possibilitasse o
uso de recursos de interpretação. Há detalhes no texto que até mesmo os estudiosos divergem
quanto ao real significado portanto o objetivo do estudo em si é buscar uma interpretação
clara e coerente com a mensagem original que o escritor quer transmitir.
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REFERENCIAL
BÍBLIA King James 1611 A tradução original e fiel. BKJFIEL, 2020. Disponível em: <https:
//www.bkjfiel.com.br/bible/jo/21>. Acesso em 28/07/2020.
BÍBLIA Viva on-line em português. Bíblia Todo, 2020. Disponível em: <https://www.
bibliatodo.com/pt/a-biblia/biblia-viva/joao-21>. Acesso em 28/07/2020.
CARSON, D.A. O comentário de João (The gospel according to John). São Paulo; Shedd
Publicações, 2007.
HARRISON, EVERETT F. Comentário Bíblico de Moody. Volume 02. São Paulo; Editora
Batista Regular do Brasil, 2010.
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