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Jesus, o Logos Eterno

João 1:1-2

1) Amados irmãos, hoje nossa comunhão será centrada


nesses versículos que lemos, João capítulo 1, versos 1-2. E
nós procuraremos examinar esse trecho com calma, com
paciência, palavra por palavra, frase por frase. Mas antes
disso, gostaria de trazer aos irmãos algumas notas
introdutórias para servir como pano de fundo daquilo que
vamos falar hoje e que nos trarão um contexto adequado a
respeito do que o Espirito Santo tinha em seu coração ao
nos deixar registrado, através de João, esse evangelho e
especificamente hoje, esses 5 versículos iniciais.

1.1) Primeira nota – Como nossos irmão já nos


compartilharam nas semanas que antecederam, o
evangelho de João tem um Tema, e mais que o evangelho
de João, na verdade todos os escritos de João, o
evangelho, as epístolas e até o apocalipse tem um só tema:
VIDA DE UNIÃO COM CRISTO.

João, que quando jovenzinho, entre os seus 15 e 20 anos,


reclinava sua cabeça no peito do seu Senhor, que estava
presente em todos os momentos mais marcantes do seu
amado mestre, agora em sua velhice, quem sabe beirando
os seus noventa anos, chama a igreja de volta ao princípio,
como um remendador de redes, com um peso sobre seus
ombros de ser um dos últimos dos apóstolos vivos, de
manter viva a chama do evangelho.

Então ele nesse contexto, procura chamar os santos,


chamar o povo de Deus, trazer aquela igreja açoitada pela
perseguição e pela entrada sorrateira de heresias
devastadores, de volta à uma vida tal como era a sua vida,
Uma vida de intimidade, uma vida de maior estreiteza com
o Senhor.

E como ele faz isso, qual é o MÉTODO, se é assim que


podemos chamar, de que forma João, nesse seu evangelho
vem chamar a Igreja para uma vida de união com Cristo? E
a resposta está em João 20:21

Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros


sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém,
foram registrados para que CREAIS (vida de união) que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome.

Como foi falado pelo nosso irmão no sábado passado e


ressaltamos na reunião do partir do Pão, essa palavra
“Sinais” é muito importante.

O nosso amado Senhor Jesus agiu e operou, se


manifestou de diversas maneiras enquanto esteve nessa
terra, como Pedro em seu discurso em atos 2 diz “Jesus, o
Nazareno, varão aprovado por Deus, diante de nós com
milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus
realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos
sabeis”.

Jesus fez grandes milagres e prodígios, onde as multidões


o seguiam e o acompanhavam, todos os olhos que estavam
ali presentes poderiam contemplar, testemunhar com os
olhos a magnificência, o poder, a glória do que Jesus fazia.
Mas poucos viram os sinais. O valor intrínseco daquilo
que Jesus fazia, revelava na verdade o valor da própria
pessoa do Senhor.
Quando Pedro, de alguma maneira, mesmo que de forma
parcial, junto com os discípulos mais chegados, entendeu
os sinais, ele disse em João 6:68 “Senhor, para quem
iremos? Tu tens as palavras de vida eterna”.

Irmãos, que essa seja sempre nossa impressão quando nos


debruçarmos diante dessas verdades tão profundas no
evangelho de João e em toda escritura, “Senhor para
quem iremos?” Senhor em ti está toda a plenitude de
alegria, em ti nossas fontes vazias são extravasam, nossas
feridas, quaisquer que sejam, são curadas, nossas almas
satisfeitas, nosso coração encontra paz e descanso.. pra
quem iremos?

Mais uma nota – João, o autor desse evangelho, que não


cita seu nome, mas refere a si mesmo como “o discípulo a
quem Jesus amava” foi vamos assim dizer apelidado pelo
Senhor Jesus de Boanerges, que quer dizer Filho do
Trovão. Mas o tempo passou e o Senhor trabalhou nesse
vaso assim como fez com todos os seus dentro os 11, e
após esse trabalhar do Senhor, João então escreve suas
cartas seu evangelho e o apocalipse e é chamado por
muitos de o Apóstolo do amor.

Isso porque João faz referência a palavra “Amor” 80 vezes


nos seus escritos. Oitenta Vezes.

Também é verdade que João estava preocupado com a


palavra verdade. Ele menciona a palavra verdade 45 vezes
– 25 no evangelho e vinte na epístola.

Então quarenta e cinco vezes ele fala sobre a verdade,


oitenta vezes ele fala sobre o amor.
Mas tem outra palavrinha que ele utiliza muito nesse
evangelho, que é palavra CRER – e só no evangelho ele
usa essa palavra crer e suas derivações 100 VEZES.

Se nós juntarmos essas três ideias, esses tres conceitos,


podemos formar o seguinte quadro. O Espirito Santo,
através das penas de João, quer que acreditemos,
CREIAMOS na VERDADE, para que possamos entrar em
um relacionamento de AMOR ao Senhor.

O problema é que o nós somos seres desequilibrados,


tendemos ou somente para verdade, para o intelectualismo,
para o conhecimento pelo conhecimento, e não permitimos
que essas verdades alcancem nossas almas ao ponto do
quebrantamento, do arrependimento. Isso gera pessoas
emocionalmente insensíveis ao falar do Senhor. Onde a
palavra de Deus consiste em mera retórica.

Por outro lado outros tendem ao emocionalismo. A paixão e


emoção da alma pura sem base e sustentação. É como
aquele solo que recebe a palavra com alegria, mas a
palavra não frutifica porque não cria raízes.

“Mero conhecimento e fata de amor nos levam a uma


formalidade vazia. Amor exagerado e falta de conhecimento
levam à superstição. Mas qualquer um que tenha uma visão
espiritual da GLÓRIA de Cristo, terá grande amor para com
ele e a mente será cheia de pensamentos sobre Ele.” John
Owen

O que nós precisamos então irmãos? DE UMA VISÃO


ESPIRITUAL DA GLÓRIA DE CRISTO. Para que todo o
desequilíbrio desapareça, nós clamamos ao Senhor para
que a glória da pessoa De Cristo seja revelado aos nossos
olhos espirituais.
E é isso que João, em seu evangelho vem nos
apresentar, uma visão do Cristo Glorioso, a visão do
Cristo Glorioso de João, é uma visão diferente dos
evangelhos ditos sinóticos.

Sinóticos – mesmo enfoque, mesma lente, mesma visão –


os três evangelhos sinóticos apresentam o Senhor sobre a
mesma ótica – e retratam a história de Jesus quase que de
maneira paralela, concomitante.

Mateus retrata o Senhor Jesus como o Filho de Davi, o


Herdeiro do trono, o Rei ; e tudo no seu Evangelho contribui
para este tema central.
Em Marcos, Cristo é visto como o Servo de Jeová, o
perfeito Obreiro de Deus; e tudo neste segundo Evangelho
revela as características de Seu serviço e a maneira como
Ele serviu.
Lucas trata da humanidade do Salvador e apresenta-O
como o Homem perfeito, contrastando-O com os filhos
pecadores dos homens.

O quarto Evangelho vê-O como o DEUS que desceu à


terra, o eterno Filho do Pai feito carne e habitando entre
os homens.

Interessante que apesar do evangelho João tratar


eminentemente sobre a divindade do Salvador, ele é o
evangelho que mais cita o nome dentre os homens que
foi dado ao nosso Senhor.

Jesus é pronunciado 13 vezes em Marcos


Lucas 88 – mateus 150 – mas João o chama de Jesus
250 Vezes – isso parece superficial e mecânico mas é
bastante instrutivo.

O evangelho que fala do Redentor divino nos mantém


próximos de Sua humanidade.

O propósito deste quarto Evangelho é mostrar que Aquele


que nasceu numa manjedoura e depois morreu na Cruz
teve glórias mais elevadas do que as do Rei,

que Aquele que Se humilhou para ocupar o lugar de Servo


era, “igual a Deus”. ”, que Aquele que se tornou o Filho do
Homem não era outro senão, e sempre permanece, o
Unigênito do Pai.

Então por ser Deus, por ser o Criador, por ser o unigênito
do Pai, João precisa começar o relato do seu evangelho por
onde Jesus começou a existir.

O problema é que o O começo do Cristo pré-encarnado é


um começo sem fim… O Cristo eterno, o logos, como nós
vamos ver, Ele não tem início de dias, nem árvore
genealógica, não tem princípio nem fim, porque ele é o alfa
(princípio) e Ele o fim (ômega).

Por isso irmãos, esses versículos iniciais, do evangelho de


João, vão nos falar sobre o Cristo pré-encarnado. Sobre o
Filho antes de se fazer carne. Hoje não vamos falar sobre a
encarnação, será privilégio dos irmãos que seguirão.

Nosso foco é falar sobre o Cristo antes de se fazer


carne. E João, inspirado pelo Espirito Santo utiliza um
termo bastante específico para chamar, para nominar esse
Filho eterno, ele usa a expressão LOGOS. Na maioria das
versões esse termo foi traduzido por verbo ou palavra.

Então temos:

No princípio era o verbo, no princípio era a palavra e No


grego original temos NO PRINCÍPIO ERA O LOGOS.

E logos não foi um termo cunhado, inventado por João, ele


usou essa palavra dentro de um contexto tanto grego como
do contexto hebreu.

E qual então era o sentido para os gregos dessa TERMO


LOGOS. Os gregos diziam que “Por trás de toda a
harmonia, ordem e beleza do universo há um princípio”. Um
princípio, um poder. Para eles algo que existia pressupunha
que tivesse existido um pensamento anterior, (exemplo da
cadeira) mas esse pensamento anterior era desassociado à
uma personalidade, era apenas um poder, um princípio,
uma força. Esse é “logos” para o grego.

Para o hebreu o termo “palavra” também era muito


importante, pois muitas vezes era o termo substituidor de o
SENHOR, ou A PALAVRA DO SENHOR no antigo
testamento.

Por exemplo – Gn15:1 Depois destes acontecimentos, veio


a palavra do SENHOR a abrão numa visão e disse…

o Sinônimo de LOGOS no antigo testamento é menra –


menra – “a palavra” geralmente significa o discurso do
Senhor ao profeta ou patriarca, mas também significava
palavra criativa, como Sl 33:6 Pela palavra do Senhor foram
feitos os céus” “Porque ele falou, e tudo se fez”
No pensamento hebreu, que vai mais a fundo do que o
grego, o termo “palavra” que é “menra” é que a existência
das coisas pressupunha um pensamento, mas também
pressupunha uma mente por trás daquilo. Mas para o
hebreu, aquela pessoa por trás da criação era intocável,
impronunciável, intangível.

Mas João vem, usa esse termo, e coloca tanto a cultura


grega quanto a religião judaica, vamos dizer assim à luz da
verdade.

Porque esse logos dos gregos, não é uma força, não é um


princípio, muito menos uma emanação impessoal, isso que
vocês chamam motor primário, força universal, e tantas
outras elucubrações da mente humana, não é outra coisa
senão uma PESSOA, e essa pessoa é o próprio Filho
eterno de Deus.

E ele usa o pensamento Hebreu do antigo testamento e diz,


que esse SENHOR impronunciável, inatingível, intocável,
criador do CÉU e da terra, aquele que falava com moisés,
aquele apareceu na sarça, que lutou com Jacó, que fez
Isaías se prostrar, não era outro senão O FILHO, O
CRISTO, O VERBO. O LOGOS DE DEUS.

Então, meus amados irmãos, o que importa pra nós, é que


o Logos, a palavra, O Filho, é a expressão completa da
mente de Deus.

Uma palavra é justamente isso, a expressão, a verbalização


de um pensamento.

Assim como o homem pensa, ele é Pv23:7


Então o conceito mais exato de logos seja “Ele, que é o
resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” Esse
nosso Senhor Jesus, esse nosso salvador é a palavra final
do que Deus tem para revelar.

Porque ele não apenas expressa as ideias de Deus, os


pensamentos de Deus, a sabedoria de Deus, mas
expressa, ele transmite quem Deus é.

Nenhum jamais viu a Deus, o Filho unigênito que está no


seio do pai foi quem o Revelou – João 1:18

Agora esse Logos, essa palavra, que sabemos ser a


expressão de Deus, sabemos ser uma pessoa, João
começa fala de QUATRO coisas muito importantes sobre
esse verbo.

A relação do Logos com o tempo – no princípio era o verbo


A relação do Logos com e em Deus – e o verbo estava com
Deus e o verbo era Deus.
A relação do Logos com a Criação - todas as coisas foram
feitas por intermédio Dele e, sem ele, nada do que foi feito
se fez.
A relação do Logos com o homem – A vida estava nele e a
vida era a luz dos homens.

1) A relação do LOGOS com o tempo – no princípio era o


verbo

Que início seria esse? Seria o início de Gênesis? O início


da Criação? Ou o início da criação de seres angelicais, dos
anjos, dos serafins dos querubins? O certo é que não
sabemos, não podemos dizer que início é esse, mas uma
coisa sabemos, qualquer que seja o início, ele ERA.
Nunca houve um tempo no qual ele não existiu, porque ele
É desde sempre no Pai.

João 17:4- Eu Te glorifiquei na terra, consumando a obra


que me confiaste para fazer; e, agora, glorifica-me, Ó Pai,
contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes
que houvesse mundo.

Antes do início das eras, antes que qualquer coisa, matéria,


energia, elemento químico, ser espiritual viessem a existir,
Ele, o nosso glorioso redentor, o nosso amado Senhor já
estava lá.

João não diz que no começo veio o verbo. Ou no princípio


COMEÇOU a palavra OU foi o verbo. Mas no princípio
ERA.

Isso significa que quando tudo teve um princípio, o verbo já


existia, o verbo preexiste ao tempo, ao princípio a história, a
criaçao. Se ele preexiste ao tempo. Se ele é alguém que é
antes qualquer coisas existir, inclusive o tempo ele tem um
atributo em si, a eternidade.

Então João já começa dizendo que o verbo, o logos é divino


porque a eternidade é um atributo exclusivo de Deus.

Então não há como fixar uma data de quando O logos veio


a existir, porque ele antecede a tudo que fora criado.

É importante frisar isso irmãos, porque muitas podem dizer


que ele passou a existir quando se nasceu de maria. Que o
pai se tornou o filho e depois se tornou o espirito, isso não é
verdade.
O pai é eterno em si mesmo – o FILHO É ETERNAMENTE
GERADO DO PAI. O pai projeta conhecendo a si mesmo
perfeitamente, projeta uma imagem perfeita de si, e essa
imagem é o FILHO, por isso ele é a imagem do Deus
invisivel, MAS essa geração não é criação, essa é uma
geração eterna, não um momento em que o pai pensou em
gerar, não simplesmente gerou eternamente.

E o espirito santo é eternamente procedente do pai e


eternamente procedente do Filho, o Espirito Santo procede
do pai e do filho. Três pessoas uma única essência. Depois
nós vamos falar brevemente sobre isso.

Então esse Filho, esse logos, eternamente gerado, vivia


com Deus, antes que houvesse tempo.

Mas COMO era a vida desse logos em Deus? Será que ele
era alguém impassível, inerte ou entediado com a
eternidade, cansado e insatisfeito como alguns tentam
reproduzir.

Veja o que se no versículo, o Verbo estava com Deus e o


verbo era Deus.

2) temos o segundo ponto – a relação do verbo com e em


Deus

Irmãos, temos aqui diante nós um texto que nos humilha,


que no derruba de qualquer soberba. Que põe-nos de
joelhos, pois fala daquele relacionamento eterno do Filho
com Deus.

Note irmãos que não fala ‘e o verbo estava em Deus’ mas


fala que o verbo estava COM Deus
João torna essa pessoa distinta – identifica o verbo como
alguém separado, ele individualiza o verbo –

se alguém te perguntar onde você estava e você responder


‘eu estava comigo mesmo’ essa é uma frase vazia de
significa em termos de companhia, porque ninguém faz
companhia a si mesmo.

Mas o verbo estava com Deus. Porque? Por que existia


uma relação de companheirismo, relacionamento, de
habitação dentro do ser de Deus.

Essa palavra COM significa que O Filho estava face a face


com pai.

A face do Filho sempre esteve voltada para a face do pai e


a face do pai sempre esteve voltada para a face do Filho e
tudo isso sustentado, fluindo através da pessoa do Espirito
Santo.

Pv 8:22 Nessa passagem, a sabedoria é uma pessoa,


Antes de haver abismo eu nasci – original hebraico – fui
gerada – sabedoria gerada eternamente por Deus.

Essa sabedoria, é uma sabedoria personificada. Ele veste a


sabedoria em carne e osso. A maneira como ela é
apresentada é uma pessoa.

Verso 30 – então, eu estava com ele (quem? O LOGOS, O


FILHO) e era o seu arquiteto, sim ele foi o agente da
criação, mas mais do que isso, “dia após dia, eu era as
suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo”.
Então irmãos, esse versículo um, antes de nos fazer
lembrar da criação, a intenção do espirito santo é iluminar
os olhos do nosso coração para essa comunhão eterna que
existia entre as três pessoas da trindade e especialmente a
relação do Filho COM o Pai

O próprio Deus fez questão de deixar isso claro pelo menos


por duas vezes, quando os céus se abriram no batismo do
Senhor e três anos depois no monte da transfiguração. Este
é o meu Filho amado em quem tenho todo o meu prazer.

Essa verdade não é somente a verdade da encarnação,


embora Deus estivesse satisfeito com a humanidade de
Cristo, mas mais do que isso, é uma verdade eterna. O pai
estava satisfeito com o logos na eternidade e o logos
satisfeito no pai, através do fluir do amor do Espirito Santo.
Um Deus totalmente satisfeito em si mesmo.

A alegria, prazer, comunhão glória, o pai sempre se alegrou


no Filho e o Filho no pai. ELES não precisavam de nada
nem de ninguém. Se não vermos Deus assim, começamos
a ver um Deus com necessidade. Deus estava sozinho,
Deus precisa de companhia, Deus estava insatisfeito então
Criou o homem.

Deus estava satisfeito na eternidade, porque se ele


estivesse insatisfeito, significa que o Logos não era
suficiente e isso é impossível. O Filho em si mesmo tem a
plenitude. Plenitude de quê. Ele é aquele que a tudo enche
em todas as coisas. Então, Deus satisfeito em si mesmo.

Algo que não é pra entender, mas pra crermos. O único


indissolúvel Deus, mas existindo em três gloriosas pessoas,
que fluem uma para outra que vivem em eterno
relacionamento de glória e comunhão.
A melhor representação para isso, é o termo que foi
utilizado na história da Igreja para tentar explicar a trindade,
o termo pericorese.

A palavra grega pericw,resij (lê-se pericôresis, que tem


como equivalente em latim a palavra circuminsessio) é um
termo composto de duas palavras, peri (ao redor) + chorea
(dança), que pode significar a dança de Deus, isto é, a
dança divina das pessoas da Trindade, assim como é a
dança das duas naturezas na Pessoa de Cristo. Quando os
gregos modernos usam este termo perichoresis, eles estão
se referindo a uma dança intrincada que envolve uma idéia
de mudança de posição, e as pessoas se entrelaçam.
Nesse tipo de dança, o que se vê não são indivíduos
dançando, mas a totalidade de um grupo integrado,
movimentando-se em passos à medida que a música se
processa. Talvez seja esta a razão pela qual os teólogos
cunharam o termo perichoresis para descrever os
movimentos sincrônicos das três Pessoas da Trindade num
belo relacionamento interpessoal. Assim como os
dançarinos são distintos, mas, todavia, se parecem um só
em seus movimentos, assim também as Pessoas da
Trindade, conquanto distintas e três, são unidas no
relacionamento de habitação e de interpenetração, mas
sem que uma se torne a outra. Para ilustrar essa “dança”, o
Pai Criador, o Filho-Verbo e o Espírito Sustentador estão
envolvidos igualmente na obra da criação; todas as três
pessoas, que compartilham eternamente a essência da
divindade, conquanto distintas e possuindo alguns atributos
distintivos ou mais enfáticos, elas participam igualmente
(não quantitativamente) em todas as opera ad extra, exceto
a obra da encarnação, que pertence unicamente à Segunda
Pessoa da Trindade.
Para ilustrar de uma outra forma, podemos dizer que numa
dança de três, uma pessoa não pode liderar as outras duas.
Antes, todas as três se movimentam como se fossem uma
só, uma pessoa respeitando a outra, e nenhuma delas
tendo supremacia sobre a outra. Da mesma forma, na
Trindade, o Deus Criador, Redentor e Santificador – Pai,
Filho e Espírito Santo – todos se movimentam
conjuntamente ainda que com uma santa diferença na sua
comunhão para o cumprimento dos seus propósitos ad
extra.

Agora veja, depois de tudo que falamos, dessa plenitude de


satisfação mutua entre as pessoas da trindade, Pai, Filho e
Espirito eternamente satisfeitos em si, esse Deus, decidiu
não por compulsão externa (como se precisasse de algo),
mas uma compulsão interna de amor, pelo seu
impressionante amor, nesse conselho eterno da deidade.

Efésios 1:3-4 e 1 Pe 1:2 “Eleitos segundo a presciência de


Deus”. Veja meus irmãos, a despeito da completa
satisfação e harmonia na trindade, Deus na eternidade,
tinha pensamentos de amor para conosco. Deus, o nosso
amado Deus, quis conceder aos homens o privilégio de
gozar da mesma e maravilhosa vida que Deus tinha
consigo mesmo na eternidade.

Que amor! Que graça! Deus em sua plenitude, pensou,


traçou um plano antes que houvesse tempo, reuniu o
conselho de sua vontade, antes que houve qualquer coisa,
antes que houvesse tempo, antes que os anjos fossem
criados, o nosso amado Deus, decidiu nos abrir a destra
dessa comunhão impenetrável, indissolúvel, plena de amor,
de alegria e glória a nós.
1 Jo 1:3 Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu
Filho, Jesus Cristo.
1 Co 1:9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à
comunhão de Seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.

Aquela comunhão, Não podemos imaginá-la, porque é algo


além de nós. Quanto ela é doce, quanto é perfeita, quão
harmoniosa, quão amável é aquela comunhão. Nunca há
uma quebra, nunca uma erupção, perfeita, harmoniosa.
Mas para nossa surpresa na comunhão Deles chegaram a
uma conclusão, que é por causa do amor Deles, querem
alargar Sua comunhão. Eles querem incluir o homem na
comunhão Deles. Não em Sua deidade, divindade, mas na
comunhão Deles. E isso é perfeitamente acordado pelo Pai
e pelo Filho no Espírito, Eles querem fazê-lo. Eles querem
estendê-la para o ser humano

E agora, porque o verbo se fez carne, e habitou entre nós


cheio de graça e de verdade, morreu num madeiro de
angustia, suportou a ira do Santo e Justo Pai, nos vestiu de
SUA JUSTIÇA, essa comunhão foi aberta para nós.

Irmãos e irmãos, isso é vida eterna – Vida Jo17:3 E a


vida eterna é essa, que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.

Muitos se perguntam o que é vida eterna. Irmãos e irmãs,


pensem comigo, o que há de bom em ter vida eterna
considerando apenas o fator tempo? Digamos que,
hipoteticamente, por um milagre da ciência e da medicina, a
raça humana consiga viver 1000 anos? Que vida miserável
a desse ser? Fico imaginando os casais.. eu viveria
tranquilamente 1000 mil anos com minha Samira, mas
coitada, imagina ela ter que viver 1000 anos comigo… que
entediante, que miséria. Daqui a pouco essa barba fica
mais branca, a chatice e a calvice ficam mais evidentes,
que vida não seria?

Mas irmãos, veja a definição de Willian Barclay para vida


eterna:

Agora, seja o que for a vida eterna, não é meramente uma


vida que dura para sempre. É evidente que uma vida que
durasse para sempre poderia ser uma terrível maldição;
muito freqüentemente a única coisa que os homens
desejaram é ver-se livres dessa vida.

Na vida eterna deve haver algo mais que duração; deve


haver certa qualidade de vida. A vida não é desejável a
menos que se trate de um certo tipo de vida. Aqui temos a
chave No sentido mais exato da palavra, só Deus é aionios,
eterno; de maneira que a vida eterna é aquela vida que
Deus vive.

Irmãos e irmãos, pela graça do nosso Senhor Jesus, nós,


criaturas finitas, rasteiras, criadas do pó, sem nada e
absolutamente nada para acrescentar ao Deus eterno,
fomos chamados viver a vida que Deus vive, e como é essa
essa vida.

Agora em Cristo a destra da comunhão do Deus Triuno foi


aberta ao homem e nós, como Filhos de Deus eleitos na
eternidade podemos gozar da mesma plenitude que o Deus
triuno desfrutava na eternidade.

Tudo isso que falamos, se refere a frase “e o verbo estava


com Deus”. De modo que o Espirito Santo, através de João
nos mostra a relação do logos em plenitude na eternidade
com Deus.
Esses eram amados irmão os pensamentos e atividade do
Logos com Deus na eternidade, pensamentos profundos de
amor, de gozo e completa misericórdia. E quão preciosos
me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são
as somas deles!”Salmos 139:16-17.

Finalmente irmãos, só gostaria de fazer alguns breves


comentários sobre essa última frase do versículo 1 “e o
verbo era Deus”

O Verbo não é meramente um anjo criado ou um ser inferior


a Deus Pai e investido por ele com autoridade para redimir
pecadores. Ele mesmo é Deus, coigual com o Pai

Jesus não é apenas um mestre moral; ele é Deus.

Aqui não está escrito que o Logos era uma divindade,


dentre tantas, como muitos gregos acreditavam.

Também não está escrito que era um deus – como na


versão novo mundo das testemunhas de jeová. As quais
acreditam que Jesus era uma criatura de Deus, por isso
igual a tantas outras emanações de Deus.

Não – ele era Deus, ele estava com Deus e ele era Deus.
Co-eterno, preexistente,

Todo o Pleroma da divindade habita corporalmente em si –


todo o total – todo o total de Deus estava em Cristo. Por
isso ele não é uma criatura, ele é o Criador, então João
enfatiza, Ele estava no princípio com Deus.
O Verbo de Deus não é um ser inferior a Deus. Ele é da
mesma essência de Deus. Ele é Deus de Deus, Luz de
Luz, co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai.

Com esta frase João elimina e abole toda heresia pela qual
Satanás tem assediado a Igreja de Deus desde o seu
início.

· Arianismo - que afirma que Cristo é um Ser inferior a


Deus.

· Sabelianismo (Modalismo) - , que nega a distinção de


Pessoas na Trindade , e diz que Deus ora se manifestou
como o Pai, ora como o Filho, ora como o Espírito.

Nesse heresia, muitos amados irmãos, ainda persistem..


Por isso, tenho certeza que a maioria de nós aqui já
ouvimos a frase “Jesus se tornou o Espirito” ou “Deus
triúno processado” amados, isso é modalismo, heresia
combatida na história da Igreja.

O Pai é o Pai, o Filho é Filho e O Espirito Santo é o Espirito


Santo desde de sempre, ETERNAMENTE, O pai não é
gerado, o Filho é gerado do Pai mas sem princípio de
existência, ele é eternamente gerado do pai, o espírito
santo procede do pai e procede do Filho, e todos eles, a
despeito de serem três pessoas distintas, são uma unidade
indissolúvel de essência.

Quem estava na cruz? O Filho – mas também é correto


dizer DEUS. Mas é incorreto dizer que o Pai estava na
Cruz. Porque quem se fez homem foi o FILHO e não o PAI.

Quem veio habitar em nossos corações quando o Senhor


nos converteu, o Espirito Santo, ele que nos assiste nossas
fraquezas, mas nós podemos dizer que Deus habita em
nossos corações, claro que sim, mas não podemos dizer
que o pai habita em nós, por que o pai habita em luz
inacessível.

Você entende irmão, como é sutil.

Então ele é o logos de Deus, o nosso redentor estava com


Deus, era Deus, estava no princípio com Deus.

Há três implicações de tudo isso que falamos.

Porque o Espirito Santo em sua sabedoria deixa registrado


na palavra de Deus essa importante verdade? Será que é
meramente um argumento teológico, pra poder discutir com
testemunha de jeová ou mórmons e outras seitas? Por
certo termos convicção de nossa FÉ é importante, nossa fé
não é uma fé sem entendimento.., mas mais do que isso
queridos, mais do que entendermos, mais do que
assimilarmos essas informações, creio que o que o Espirito
Santo quer restaurar na Igreja é aquele santo, e
assombroso e espantoso “OH” no coração do povo de
Deus.

Por alguma razão, por causa do pecado, da nossa sujeira


deste mundo, por causa tradição religiosa, nós tendemos a
esquecer, não de nossa mente, mas de nosso coração,
que aquele homem que nasceu numa manjedoura e que
padeceu das dores da vida humana, que chorou pela morte
de um amigo querido, que cansou depois de trabalhar, que
suou gotas de sangue, que morreu pregado numa cruz,
não é outro senão DEUS MESMO.

Deus não mandou um anjo pra cumprir com nossa


redenção, nem criou um homem sem pecado, mas ELE
MESMO, na pessoa do FILHO ETERNO, O LOGOS, O
CRIADOR, O ALFA E O ÔMEGA, se fez carne, e cumpriu
todo aquele plano que estava em seu coração antes que
houvesse tempo. Ele é o cordeiro conhecido antes da
fundação do mundo.

João quer nos levar ao assombro, e a melhor palavra para


isso é ADORAÇÃO.

Imagine aquele velho João, depois de ver seu irmão de


sangue decapitado pelo evangelho, depois de cuidar da
mãe do seu amado Senhor, depois de cuidar de tantas
igrejas e ver o estado de tudo que, então ele põe a pena no
papel, e à sua memória vem aquele momento quando ele
reclina o peito sobre o seu Senhor, e agora ele sabe, quem
sabe naquele momento quando o fez ele não tivesse muita
ideia disso, mas agora sim, ele sabe que o peito que ele se
reclinou, que as batidas do coração que ele ouvir, não
foram as batidas do coração apenas de um homem, mas
foram as batidas do coração de DEUS. Certamente, o
primeiro pergaminho do evangelho deve ter sido regado à
lagrimas, lagrimas de amor, de saudade, de reverência.

Que assim seja conosco meus irmãos, que o nosso


pergaminho aqui também seja regado a lágrimas, a louvor,
a reverência, a honra ao nosso Senhor, por que esse
homem, É DEUS.

Então, que importante a nossa visão a respeito dessa


Pessoa eterna. Porque a nossa visão a respeito da Cruz
muda. Nossa dos sinais muda. Das palavras muda.

Contemplando esse Deus-homem, sabendo que ele é,


apreciando sua glória, suas virtudes, sua co-eternidade

Se não temos uma visão adequada da pessoa do SENHOR


não temos uma visão adequada da obra do Senhor. Se não
vemos a dignidade, louvor, valor, honra da pessoa não
vemos valor na obra. Porque a obra emana da vida.

Então, quanto mais nós contemplamos o verbo de Deus, o


nosso Senhor Jesus, mais glória nós vemos na cruz, ELE
SE entregou. Quando olhamos pra cruz do Senhor sobre o
enfoque de João, a cruz brilha, cheia de graça e de
verdade. Porque aquele não era o lugar dele.
Mas a verdadeira adoração sempre levar à real
consagração.

Quando contemplamos quem é o nosso Senhor e o


adoramos verdadeiramente, queremos viver para ele. Pois
o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um
morreu por todos; logo todos morreram, E ele morreu por
todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e
ressuscitou.

Vendo o Senhor, contemplando a glória do LOGOS que se


fez carne, vivemos para ele, nos movemos para Ele, tudo é
para ELE e isso gera uma outra palavra tão impostante no
evangelho de João.

TESTEMUNHO, e creio que esse seja o objetivo final do


evangelho, uma vida de união com Cristo, uma aos pés da
Cruz, gera naqueles que tem essa vida um testemunho
prevalecente.

Abra comigo irmão João 19:34-35 – Aquele que isto viu


testificou, sendo verdadeiro o seu Testemunho;

João pôde testemunhar de Jesus porque estava próximo,


chegado, íntimo dele. Essa é a nossa necessidade irmãos.
Que testemunho temos dado? Não falo apenas de
questões comportamentais, eu sou cristão não posso fazer
isso, não posso fazer aquilo, isso é muito infantil ainda
queridos. Testemunho é uma palavra de maior valor, é uma
palavra de maior gravidade.

Testemunho tem mais a ver com quem nós temos exibido?


Será que nossa vida diária Cristo tem sido exibido, será
que se algum incauto chegar nas nossas reuniões ele será
convencido que de fato Deus está no meio de nós? Será
como Igreja do Senhor temos sido luz e sal para esse
mundo?

Que a visão da glória da pessoa de Cristo nos leve a


adoração, nos leva a prostração, nos àquele verdade
deslumbramento de quem ELE é, e que a adoração nos
faça Cristãos mais consagrados, devotos, unidos à ELE e
que assim sendo, nessa vida de União com nosso amado
Senhor, tenhamos um testemunho prevalecente acerca do
nosso Bendito Redentor, para honra e glória do Seu nome.

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