Você está na página 1de 11

Convenção Batista Brasileira

CURSO DE TEOLOGIA - TECNÓLOGO P70

Alexsandra Ferreira de Sousa Carvalho

Larissa Sousa Santana

ESTUDO BÍBLICO

Moisés intercede pelo povo

Salinas e Mata Verde – MG

2020
1
Alexsandra Ferreira de Sousa Carvalho

Larissa Sousa Santana

ESTUDO BÍBLICO

Moisés intercede pelo povo

Trabalho apresentado para obtenção da


aprovação na disciplina Panorama do
Antigo Testamento I do Curso de Teologia
– Tecnólogo P70 da Convenção Batista
Brasileira.

Prof. Claudinei Gonçalves e Silva

Salinas e Mata Verde – MG

2020

2
RESUMO

Este trabalho consiste na elaboração de um Estudo Bíblico que retratará a


intercessão do líder Moisés pelo povo de Israel. Tal esboço tem como objetivo
apresentar especificidades presentes nessa narrativa do Êxodo, como contexto,
explicação do texto e aplicação para a vida. Isso terá como objetivo acrescentar, na vida
dos membros, de forma positiva e eficaz acerca do Reino de Deus.

Palavras-chave: Estudo Bíblico. Intercessão do líder Moisés.

3
SUMÁRIO

1. Introdução ............................................................................................................................ 5
2. Desenvolvimento .................................................................................................................. 6
2.1 Contexto ....................................................................................................................... 6
2.2 Explicação do texto e aplicação .................................................................................. 6
2.2.1 Moisés exorta o povo sobre o seu pecado (v. 30)...................................................... 6
2.2.2 Moisés intercede junto a Deus pelo povo (v. 31) ...................................................... 7
2.2.3 Moisés se oferece em propiciação pelo povo (v. 32) ................................................. 7
2.2.4 Deus ordena Moisés a continuar conduzindo o povo (v.33, 34 e 35) ...................... 9
3. Conclusão ........................................................................................................................... 10
4. Referências ......................................................................................................................... 11

4
1. Introdução

O texto de Êxodo 32:30-35 discorre sobre o aviso de Moisés a Deus acerca do


pecado da idolatria presente no meio do povo de Israel e, em seguida, sobre o seu
pedido de misericórdia ao Todo Poderoso para que perdoasse essa Nação. Sob essa
análise, essa passagem bíblica foi escolhida para ressaltar a importância de um
sacerdote, naquela época, para a mediação na relação existente entre Deus e a
humanidade. Enquanto que, nos dias atuais, serve para asseverar a relevância do Sumo
Sacerdote, que viria posteriormente, para a remissão dos pecados dos homens, a saber,
Jesus Cristo. Além disso, vale destacar a ousadia que Moisés teve ao se revoltar com o
povo e jogar o bezerro de ouro no fogo, demonstrando o quão abominável tinha sido
aquela atitude dos israelitas (Êx 32:20). Análogo a isso, Jesus reagiu semelhantemente a
Moisés quando chega no templo e expulsa todos os que estavam ali fazendo comércio
(Mt 21:12). Diante dessa explicação, observa-se que, apesar dos erros dos homens, o Pai
da Eternidade sempre é tardio em irar-se e compassivo para perdoar os que são seus e,
por isso, enviou seu Filho Amado, Jesus Cristo, como o Sumo Sacerdote que intercede
pelo Seu povo escolhido.

5
2. Desenvolvimento

2.1 Contexto

O contexto no qual a passagem de Êxodo 32:30-35 está inserida é marcado pela


rebelião do povo de Israel, junto ao monte Sinai, que estava caminhando pelo deserto
rumo à Canaã. Anterior a esse fato, esse povo viveu um intenso período de escravidão
no Egito, com momentos de aflições e durezas, fato que promoveu o agir de Deus por
meio de Moisés para o resgate desse povo. Além disso, Deus havia mandado Moisés
subir ao monte para entregar a ele as leis para essa nação. Esta, vendo a demora do líder
na montanha, foi tomada pela ansiedade enquanto ele estava em seu ápice falando face a
face com o Senhor. Em contrapartida, o povo de Deus chegava em seu vale mais
profundo com a construção de um bezerro de ouro para adoração, pois duvidou acerca
do retorno de Moisés. Nesse momento, Deus pede a Moisés para descer do monte, pois
o povo dele havia se corrompido (Êxodo 32:7-14).

Portanto, os capítulos posteriores ao 32 de Êxodo ressaltam a reiteração da aliança,


uma vez que as tábuas com as Leis escritas pelo dedo de Deus foram quebradas ao pé
do monte quando o líder se deparou com a depravação total de Israel e, devido a isso,
foi necessário que Deus, por intermédio de Moisés, exprimisse um novo meio de
estabelecer uma nova relação com sua amada nação.

2.2 Explicação do texto e aplicação

2.2.1 Moisés exorta o povo sobre o seu pecado (v. 30)


Entre os versos 25 e 29, o texto descreve a condenação dos idólatras por suas
transgressões através da morte de cerca de três mil pessoas dentre o povo de Israel pela
espada. Posteriormente, a frase do hebraico, traduzida diretamente para o inglês, “And it
came to pass on the next day” – E aconteceu no dia seguinte –, no início do versículo,
sugere a progressão da história, baseada no versículo anterior, no qual o povo tinha se
consagrado ao Senhor. Depois disso, Moisés aponta a grande culpa dos israelitas,
deixando-os aterrorizados e imaginando que todos os culpados seriam mortos por causa
da idolatria à estátua de ouro. No entanto, o amor e a misericórdia de Moisés por aquele
6
povo o levaram a interceder por ele novamente, porquanto ele se comprometeu a subir o
monte para oferecer a Deus propiciação pelo pecado daquela Nação.
Aplicação para a vida
Eis uma importante lição sobre a qual precisamos refletir. Como
discipuladores e missionários, devemos amar os que estamos discipulando e conduzi-
los para mais perto de Deus. Além disso, não devemos falhar em mostrar aos nossos
irmãos as suas transgressões, como está escrito em Isaías 58:1: “Clama a plenos
pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua
transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados”, bem como em ouvir a correção dos
nossos semelhantes e praticá-la. Por fim, devemos sempre rogar a Deus pelo perdão
dos nossos pecados, com foco no sacrifício e na misericórdia de Cristo.

2.2.2 Moisés intercede junto a Deus pelo povo (v. 31)


O condutor Moisés, ao subir o monte Sinai, conversa com Deus sobre a sua
revolta com a transgressão dos israelitas no versículo 31 e, nesta parte, ele se refere aos
israelitas com o termo “este povo”; porém, não disse “Teu povo” – como se lê no
versículo 11 “[...] Moisés suplicou ao Senhor, seu Deus, e disse: Por que se acende,
Senhor, a Tua ira contra o Teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande fortaleza
e poderosa mão?” – porque, nesta passagem, ele viu a gravidade do pecado que os
tornou indignos de serem chamados povo de Deus.

Aplicação para a vida


Deus não precisa de informações, mas devemos expor a Ele nossa situação
através da oração. Moisés, ao voltar-se ao Senhor e dizer que “[...] o povo cometeu
grande pecado [...]”, estava sendo específico em seu pedido. Quando pleiteamos a
graça divina, especialmente em uma situação de necessidade de remoção da culpa de
nosso pecado (propiciação), precisamos ser bem específicos com Deus, através de
uma relação de amizade, e expor a Ele a nossa situação por completo.

2.2.3 Moisés se oferece em propiciação pelo povo (v. 32)


Segundo o livro “Teologia Sistemática: uma introdução”, do pastor Hélio
Cordeiro Volotão, o termo propiciação significa aplacar ou acalmar a ira de Deus, e o
propiciatório era uma espécie de escudo que estava colocado entre Deus e as Leis ali

7
representadas no Decálogo escrito nas tábuas de pedras repousadas no interior da arca.
Sob essa conceituação, Moisés fez exatamente isto enquanto conversava com Deus:
acalmou a ira divina provocada por causa da construção do bezerro de ouro (Êx 32:11).
Por esse motivo, o servo Moisés estava tão enternecido pelo povo que, ao dirigir suas
súplicas a Deus, não pensou em si próprio nem nas consequências do pecado, conforme
é possível ver, por exemplo, na parábola da figueira estéril descrita em Lucas 13:6-9. O
amor dele por seus irmãos pecadores era tão grande que, se não pudesse evitar a
destruição deles, não queria vê-la (Nm 11:15). Tal fato o fez se dispor a não estar entre
os inscritos para a vida (Is 4:3), bem como a entregar a própria vida como expiação
pelos pecados deles. Ademais, ofereceu-se para carregar a culpa, a fim se assegurar o
perdão para eles, realizando muitos atos nobres, sendo este o maior de todos. Aliado a
isso, Paulo também manifestou abnegação semelhante para com os judeus de sua época
(Rm 9:1-3). Sendo assim, não é fácil medir o amor de servos como Moisés e Paulo, pois
a razão limitada do homem não é capaz de compreendê-lo.
Em adição a isso, Moisés é um tipo do Bom Pastor que deu a vida pelas ovelhas
(Jo 10:11-15) e que foi “cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão” de
seu povo (Is 53:8). Nessa perspectiva, alguns textos mostram que aqueles que se
afastam de Deus e os que, devido a sua indisposição para abandonar o pecado, se
tornam endurecidos para a influência do Espírito Santo, terão seus nomes riscados do
Livro da Vida. Como forma de exemplificação disso, tem-se Mt 12:31, Ef 4:30 e 1Ts
5:19. Diante disso, envolvido por tão grande amor, Moisés chegou a desejar que seu
nome fosse riscado desse Livro, no qual estão registrados os nomes de todos os que
professam serem filhos de Deus (Sl 69:28 e Ap 3:5).
Aplicação para a vida
Como cristãos genuínos, é nosso dever seguir os passos de Cristo e imitar as
suas ações (1 Jo 2:6 e 1 Co 11:1). Nesse prisma, o amor ao próximo deve ser o selo
da nossa vida, uma vez que os grandes heróis da fé assim fizeram durante a
caminhada terrena. Além disso, os anseios, a felicidade e as aflições dos nossos
irmãos devem estar acima das nossas vontades e necessidades, pois foi assim que
Cristo fez com os seus quando se entregou por amor numa cruz.

8
2.2.4 Deus ordena Moisés a continuar conduzindo o povo (v.33, 34 e 35)
A Bíblia ensina que todos devem carregar seu próprio castigo (Dt 24:16, Sl 49:7,
Jr 31:29-30) e que existe apenas uma expiação aceita por Deus como substitutiva: a
expiação de Jesus Cristo. Este, não tendo pecado, foi punido pelos pecados de outros (Is
53:5-6, Jo 1:29). Tal assertiva pode ser observada no seguinte verso: “Nisto consiste o
amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou Seu
Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4:10). Nesse panorama, ao
interceder por Israel, Moisés tipificou a intercessão de Cristo pelos pecadores; no
entanto, ele não podia carregar a culpa dos transgressores, como fez o Senhor e
Salvador Jesus. Por esse motivo, Deus lhe delegou a seguinte função: “Vai, pois, agora,
e conduze o povo para onde te disse; eis que o meu Anjo irá diante de ti”. Nesse trecho,
o termo Anjo, provavelmente, foi a presença real de Cristo antes de sua encarnação nos
anos posteriores.
Por último, é possível analisar que Deus não permitiu que o erro daquele povo
fosse apagado de uma vez sem as devidas consequências. Ele, sendo justo, afirmou que
quando chegasse o momento, puniria os israelitas pelos seus pecados. Foi o que
aconteceu quando, no versículo 35, o Senhor fere o povo com uma praga. Paralelo a
isso, nota-se que Deus age conforme a lei da semeadura (Gl 6:7), em que tudo aquilo
que o homem plantar, o mesmo ele ceifará.
Aplicação para a vida
Mesmo sendo nós pecadores e optando pelo caminho mal, Deus, em Sua
infinita graça, nos perdoa e nos concede o Espírito Santo para nos conduzir durante a
caminhada cristã. Além disso, não podemos nos enganar, visto que a lei da semeadura
é para toda a humanidade. Por isso, é necessário que tomemos cuidado com o que
plantamos e, como cristãos, devemos semear apenas o que é bom e agradável aos
olhos de Deus, para que, no tempo oportuno, colhamos frutos para o Reino.

9
3. Conclusão

Diante do exposto, é possível observar um paralelismo explícito entre Moisés e


Jesus, pois Este, na condição de Cordeiro de Deus, se entregou como sacrifício por toda
a humanidade, enquanto aquele, como libertador dos hebreus, intercedeu durante toda a
sua missão pelos israelitas e ofereceu propiciação pelos seus pecados. Em virtude desse
paralelo, vale ressaltar que Moisés foi um tipo de Cristo, o qual estabeleceu a primeira
analogia entre ele e Jesus (Dt 18:15), revelando a sua intimidade com o Mestre quando
o próprio Deus afirma que enviaria um profeta como ele (Dt 18:18). Aliado a isso, há,
também, a relação direta que tanto Jesus quanto Moisés tinham com o próprio Deus.
Isso pode ser analisado quando o Senhor, pela primeira vez, se revela ao líder hebreu
como o grande Eu Sou (Êx 3:14). Em acréscimo, a vida de Moisés revela o seu nível de
intimidade com o Senhor e o reflexo benéfico dessa proximidade para o povo escolhido.
Destarte, afirma-se que o texto de Êxodo 32:30-35 deixa evidente o papel fundamental
desse líder, amigo do Eu Sou, na história do povo de Deus mediante a sua preparação
para a chegada do Salvador Jesus Cristo.

10
4. Referências

EXPLICAÇÃO e Significado de Êxodo 32. Teologia simples, 2020. Disponível em:


https://teologiasimples.com/significado-de-exodo-
32/#:~:text=O%20significado%20de%20%C3%8Axodo%2032%20trata%20da%20idol
atria%20no%20meio,seus%20sentimentos%2C%20pensamentos%20e%20h%C3%A1b
itos. Acesso em: 10 de set. de 2020.
A SUPERIORIDADE de Jesus em relação a Moisés. Gospel Prime, 2020. Disponível em:
https://www.gospelprime.com.br/licao-3-a-superioridade-de-jesus-em-relacao-a-
moises/. Acesso em: 11 de set. de 2020.
BÍBLIA Shedd, Revista e Atualizada no Brasil. 2. ed. Edições Vida Nova - São Paulo.
COMENTÁRIO Bíblico Logos, Pentateuco. 1. ed. Casa Publicadora Brasileira - Tatuí,
2014.
VOLOTÃO, Hélio Cordeiro. Teologia sistemática: uma introdução. 1. ed. Belo
Horizonte: Koinonia, 2020.

11

Você também pode gostar