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NOTAS DE AULA
LIÇÃO 1
O SERMÃO DO MONTE: O CARÁTER DO REINO DE DEUS
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
O Sermão do Monte revela a ética do Reino de Deus que forma o caráter do cristão.
Para quem deseja ser chamado discípulo de Jesus, não há alternativa senão praticá-
lo.
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LEITURA DIÁRIA
Mateus 5.1-12
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10 – bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é
o Reino dos céus;
11 – bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo,
disserem todo o mal contra vós, por minha causa.
12 – Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós.
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
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meditar sobre a própria conduta e a suplicar a Deus a graça de viver as bem-
aventuranças do Sermão do Monte.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão: Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas. Na edição 89,
p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará dois auxílios que
darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “O Segredo da Felicidade” é uma
reflexão ampliada pelo teólogo Myer Pearman acerca do conceito de Bem-Aventurança;
2) O texto “Dono da Maneira como Pensamos”, do pastor Stan Toler, traz uma proposta
de aplicação a respeito do impacto que o ensino de Jesus pode trazer para a vida cristã.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Antes de mais nada, precisamos contextualizar aquele período em que Cristo viveu
encarnado. A nação israelita havia passado por um período de 400 anos de silêncio por
parte de Deus e, nesse período, haviam se desenvolvido as principais seitas judaicas:
fariseus, saduceus, zelotes, essênios e herodianos. Dentre esses grupos, os mais
influentes eram os saduceus e fariseus. Os saduceus eram formados pela aristocracia
judaica, ou seja, pelo povo de maior poder aquisitivo, incluindo a classe sacerdotal. Já
os fariseus eram aqueles que defendiam a pureza ritual, ou seja, eles tinham como
objetivo de vida defender os princípios morais encontrados na Lei de Moisés. Ocorre
que, com o passar do tempo, essas seitas se desviaram da verdade de Deus e
passaram a viver uma vida de hipocrisia, onde eles falavam uma coisa e agiam de forma
diferente ao que falavam.
Sendo assim, a referência de uma vida justa que o povo tinha vinha da observação das
tradições defendidas pelos fariseus e escribas. Mas, aquele nível de justiça não era
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suficiente para alguém que quisesse ser servo de Cristo. Por conta desse desvio
espiritual dos religiosos da época, o Senhor Jesus apresentou os padrões de conduta
que aqueles que desejassem seguir os Seus passos. Inclusive, o próprio Senhor Jesus
afirmou que aquela justiça praticada pelos escribas e fariseus não era suficiente para
que alguém alcançasse a salvação. Leiamos Mt 5.20 – ARC:
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e
fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus”.
Na realidade, não considero como um convite, mas sim como uma ordenança do
Mestre. Ele mesmo afirmou que, para que alguém possa ser salvo, a justiça dessa
pessoa tem que ser maior do que a dos religiosos da época, conforme mencionado.
Essa questão nos exorta a respeito da necessidade de possuirmos uma vida justa
diante de Deus e dos homens, se quisermos entrar no Reino dos céus.
Palavra-Chave: Beatitude
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I. A ESTRUTURA DO SERMÃO DO MONTE
1. Por que Sermão do Monte? A introdução do capítulo 5 de Mateus (os dois primeiros
versículos) anuncia o título do Sermão do Monte.
É importante lembrarmos que não há, no texto bíblico, esse nome “Sermão do Monte”
ou “Sermão da Montanha”. Esse título foi dado posteriormente pelos estudiosos das
Escrituras, mas não faz parte do texto original.
De acordo com Mateus 8.1,5 e Lucas 7.1 é admissível que esse monte estivesse perto
de Cafarnaum. Geograficamente, diz-se que ele estava situado a 6,5 quilômetros a
oeste do Mar da Galileia e 13 quilômetros a sudeste de Cafarnaum.
Essa afirmação encontramos no livro de apoio escrito pelo Pr Osiel. Champlin afirma
que é impossível determinar com exatidão qual era esse monte, sendo que toda
afirmação nesse sentido é apenas uma suposição.
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O que o comentarista quer dizer com essas informações é que os textos que antecedem
o chamado Sermão do Monte vêm para demonstrar as credenciais dAquele que estava
falando. É a apresentação do Carpinteiro de Nazaré como o Cristo aguardado pela
nação de Israel, ou seja, alguém que tinha toda autoridade para pronunciar discursos
tão contundentes como aqueles.
Assim, toda essa estrutura precede os cinco grandes discursos do Sermão do Monte:
1) As Bem-Aventuranças (5.3-12); 2) Sal e luz (5.13-16); 3) Jesus é o cumprimento da
Lei (5.17-48); 4) Os atos de justiça (6.1-18); 5) Declarações de sabedoria (6.19 - 7.27).
A princípio, podemos dizer que o Sermão do Monte foi direcionado aos discípulos (Lc
6.20), mas também à boa parte da multidão que o ouvia (Mt 7.28; Lc 6.17). Portanto, o
Sermão do Monte é destinado a todo crente que nasceu de novo (2Co 5.17).
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Conforme mencionado, inicialmente os discursos alcançaram apenas os mais próximos
a Cristo ali no monte, mas esses ensinos são para todos os que foram alcançados pelo
Evangelho da Salvação.
SINOPSE I
Essa expressão trata das qualidades presentes na vida dos que dependem de Deus,
que estão sob seu domínio e soberania e seguem a Jesus com sinceridade.
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Aqui temos que separar as coisas. Se o servo desenvolver essas qualidades
mencionadas em sua vida, isso resultará no recebimento de recompensas dadas por
Deus. É essa promessa de Deus que torna os obedientes e fiéis em bem-aventurados.
Ela ainda se refere tanto ao presente quanto ao futuro. Nesse sentido, o salvo está
consciente das promessas divinas para o futuro, a fim de que viva piedosamente em
Cristo e desenvolva as virtudes presentes no Sermão do Monte.
Aqui é importante mencionarmos que esses requisitos colocados pelo Senhor Jesus
são atemporais, ou seja, valiam para os servos na época do ministério de Cristo
enquanto encarnado e valem para nós, hoje. Isso significa que para todos aqueles que
forem fiéis, as promessas ainda estão válidas e as recompensas são certas.
Assim, nas palavras de nosso Senhor (Mt 5.1-11), as bem-aventuranças são o resultado
da fidelidade do crente a Deus que, em qualquer circunstância, persevera no caminho
e, com isso, participa das bênçãos divinas da salvação (Ap 1.3; 14.13; 22.17).
John Stott nos ensina que o Reino de Deus é o domínio que o Pai começou a exercer
no mundo através da Igreja. Lembrando que antes da vinda de Cristo, as nações do
mundo deveriam ser influenciadas por Israel a conhecer ao Deus único e verdadeiro.
Mas Israel falhou nessa missão. Quando o Senhor Jesus iniciou Seu ministério, Ele
estava anunciando a chegada do Reino de Deus através dos discípulos, pois esse reino
é espiritual. Deus reina nesse mundo, hoje, através da Igreja. A Bíblia mesmo diz que
Deus nos fez reis e sacerdotes. Leiamos Ap 1.5,6 – ARC:
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sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para
Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!”.
Infelizmente a Igreja está falhando em exercer sua função de rei e sacerdote nessa terra
no sentido espiritual, e está buscando o reinado físico, através da política. Precisamos
entender que as armas da Igreja não são carnais e humanas, mas sim espirituais e
poderosas em Deus para destruição das fortalezas do inimigo (2Co 10.4,5). Paulo nos
exortou a orar pelas autoridades e não se candidatar a cargos públicos, para “ajudar” a
Igreja. A igreja não precisa de ajuda política, pois ela conta com a ajuda do Deus Todo-
Poderoso.
Essa comparação do Reino de Deus como semente aponta para a questão da influência
que o Evangelho pode ter na vida das outras pessoas. Não é um Reino que se vale da
força humana, mas sim da ação espiritual de Deus através da Igreja.
Podemos ainda destacar pelo menos quatro conceitos que se referem a essa expressão
na Bíblia:
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“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus,
respondeu-lhes e disse: O Reino de Deus não vem com aparência
exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de
Deus está entre vós”.
Quando o Senhor Jesus anunciou a chegada do Reino de Deus, Ele estava se referindo
justamente à oportunidade oferecida pelo Pai para que todos se reconciliassem com
Ele, através de Cristo Jesus. Quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador da
nossa vida, somos recebidos na família de Deus e passamos a fazer parte do Reino
Celestial. Inclusive, a Bíblia diz que o Reino de Cristo não é terreno e sim espiritual.
Leiamos Jo 18.36 – ARC:
“Agora, portanto, somos embaixadores de Cristo; Deus faz seu apelo por
nosso intermédio. Falamos em nome de Cristo quando dizemos:
‘Reconciliem-se com Deus!’”.
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Durante o Milênio é que o Reino de Deus se manifestará ao mundo na sua forma visível,
onde nosso Senhor Jesus Cristo estabelecerá o Seu reino na terra por mil anos.
Leiamos Ap 20.6 – ARC:
Logo, espera-se que os filhos de Deus manifestem essas qualidades espirituais na vida
cristã pois, sem elas, não poderemos participar do reinado divino (Mt 3.8-10).
Conforme mencionado, essas questões apontadas pelo Senhor Jesus são pré-
requisitos para que alguém consiga alcançar a salvação.
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SINOPSE II
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O Segredo da Felicidade
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Para que possamos gozar dessa plenitude e satisfação apontada pelo comentarista,
devemos atingir um grau de maturidade espiritual bem difícil de ser vista em nosso
meio. Então, não podemos romantizar a coisa. Precisamos ter a clareza em afirmar que
essa condição apontada pelo comentarista é um alvo a ser atingido e não uma realidade
já alcançada pela maioria de nós.
Isso ocorre porque o discípulo de Jesus desfruta do favor de Deus e manifesta atitudes
que mostram coerência com a ética do Reino de Deus: humildade, mansidão, retidão,
misericórdia, pureza, pacificação, disposição para o perdão (Mt 5.1-12).
Notem que as beatitudes são manifestas em meio às dificuldades. Quem tem fome e
sede de justiça é porque sofre injustiças, ou seja, sofre com isso. Quem chora o faz por
conta de algum sofrimento que esteja experimentando. Os que sofrem perseguição
também estão passando por dificuldades. Notem que as qualidades éticas se
manifestam em meio a situações de sofrimento, perseguição e tristeza. Isso nos mostra
que as qualidades dos servos de Deus se manifestam em meios às maiores
dificuldades.
É possível todo crente agir por meio dessas atitudes, pois quem passou pela
experiência da salvação é transformado interiormente pela Palavra de Deus (Hb 4.12).
É possível, mas não é fácil. Conforme mencionado, reagir de forma a demonstrar essas
qualidades requer maturidade espiritual, que justamente é desenvolvida em meio às
dificuldades e tribulações da vida. Leiamos Rm 5.3-5 – ARC:
“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo
que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a
experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o
amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que
nos foi dado”.
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Conforme citado, a presença dessas qualidades na nossa vida depende do nosso nível
de desenvolvimento espiritual. É muito importante que tenhamos consciência da
necessidade de desenvolvermos essas qualidades na nossa vida, pois são de suma
importância para nosso desenvolvimento espiritual. Nossa felicidade não pode
depender de fatores externos. Precisamos ser felizes em Cristo Jesus, mesmo que,
eventualmente, nos entristeçamos por conta de algo que nos tenha acontecido.
Leiamos 2Co 6.10 – NVT:
Assim, no Sermão do Monte, Jesus Cristo ensina que a verdadeira felicidade nada tem
a ver com o que o homem moderno deseja: dinheiro, ambição e poder.
Salomão nos ensina isso claramente. Ele teve tudo o que um homem poderia desejar
e chegou à seguinte conclusão, no final da sua vida: “De tudo o que se tem ouvido, o
fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo
homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto,
quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.13,14 – ARC). O que ele quis dizer foi que nada
do que se desfrute nessa vida tem valor na Eternidade. O que nos traz felicidade é estar
em paz com Deus, servindo a Cristo com sinceridade.
A felicidade bíblica se revela em quem ama o seu inimigo, bendiz o que maldiz, faz o
bem ao que o odeia e ora pelos que o maltratam e perseguem (Mt 5.44).
Na realidade, essas ações apontadas pelo comentarista não podem ser romantizadas.
Todas elas devem ser feitas, motivadas pelo nosso amor a Deus, em primeiro lugar.
Nenhum de nós consegue executar essas ações se não tivermos abundante graça de
Deus na nossa vida, alcançada através de uma profunda comunhão e rendição ao
Espírito Santo.
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SINOPSE III
Como cristãos, temos de entregar a mente de forma que Jesus se torne o dono
do modo como pensamos. Mas entregar a mente não significa que paramos de pensar.
Nada disso. Os cristãos podem e devem estar entre as pessoas mais lógicas, racionais
e intelectualmente curiosas do mundo. Lembre-se de que Deus criou a mente, e ele
espera que a usemos no máximo das nossas habilidades!
[...] Entregar a mente para Cristo significa escolher Jesus como mentor ou
mestre. Significa confiar na sua sabedoria como guia para a vida. Significa confiar que
o modo como Ele entende e torna entendível o mundo é verdade, preciso e suficiente.
Se você escolhe crer no que Jesus crê, ordenar a vida de acordo com os princípios que
Ele ensina e oferecer a vida a serviço dEle, você está entregando a mente a Cristo”
(TOLER, Stan. Repense a Vida: Uma Dieta Incomparável para Renovar a Mente. 1ª
Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.26).
CONCLUSÃO
O Sermão do Monte é a base ética do Reino de Deus. Nele, constatamos o lado divino
de uma atitude amorosa do cristão para com Deus, bem como para com o próximo. Se
cada crente fizesse do Sermão do Monte o seu norte ético de vida, as polêmicas não
teriam lugar entre nós, não haveria espaço para meras opiniões intelectivas, visto que
o propósito desse sermão é que cada crente seja como Deus quer que ele seja.
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REVISANDO O CONTEÚDO
VOCABULÁRIO
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divorciam a moral da ética, objetivando uma perspectiva mais moderna a respeito do
tema. Na Ética Moderna, muitos consideram determinados valores como questões
religiosas. Por isso, há distorções graves no convívio social. Nesse ambiente social
conturbado, estudaremos o Sermão do Monte. Perceberemos que os valores do Reino
de Deus estão patentes nele e, por isso, é relevante para a Igreja de Cristo nos dias
atuais.
O que é felicidade?
Uma aplicação
É muito importante que você faça uma reflexão com a classe, levando-a a ter
consciência do tipo de valores cultivados no dia a dia. Esses valores que configuram a
nossa visão de mundo estão em coerência com os valores ensinados do Sermão do
Monte? Comportamo-nos segundo a justiça, a mansidão e a humildade ensinadas pelo
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nosso Senhor? Essa primeira lição é uma excelente oportunidade para mapear nossas
verdadeiras motivações.
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