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AVALIAÇÃO DISCURSIVA 1

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Em 1983, Alan Race publicou um livro chamado “Christians and Religious
Pluralism: Patterns in the Christian Theology of Religions,” o qual tornou
conhecida a tipologia clássica que busca descrever como o Cristianismo tem
historicamente lidado com a realidade de religiões não cristãs: exclusivismo,
inclusivismo e pluralismo.
Exclusivismo é definido como sendo a posição que argumenta pela inevitável
necessidade de conhecimento e fé na pessoa de Jesus Cristo, seus
ensinamentos e sua obra. Não apenas o evento Cristo em si, mas o
conhecimento cognitivo e espiritual deste evento são necessários para
re(estabelecer) o relacionamento com Deus. A revelação final de Deus para a
humanidade acontece no evento Cristo e a religião cristã dá testemunho disto.
Aqui é excluída a possibilidade de estabelecer-se um relacionamento sob a
graça de Deus fora da fé em Cristo Jesus.
Abordagens inclusivistas normalmente reconhecem a necessidade do evento
Cristo para que a reconciliação de Deus com a humanidade seja possível, mas
não defendem a necessidade de um conhecimento cognitivo da vida e
ensinamentos de Jesus, nem mesmo fé nele ou adoração dele. Partem da
compreensão de que o que Deus fez através de Jesus tem valor universal e
que os benefícios conquistados por Cristo estão disponíveis para todos aqueles
que, mesmo sendo praticantes de religiões não-cristãs, encarnam os
ensinamentos de Jesus em suas vidas.
Pluralismo é uma abordagem que não reconhece nenhuma particularidade
especial no evento Cristo ou na doutrina cristã, defendendo uma igual
valorização de toda e qualquer manifestação religiosa. Não é apenas o
reconhecimento de uma realidade que é diversa, mas é um movimento político
contra qualquer forma de opressão religiosa e uma afirmação do igual valor de
todas as religiões do mundo.
A partir das informações acima:
a) Indique em qual categoria da tipologia de Alan Race melhor se encaixa o
pensamento de Karl Rahner, justificando a escolha.
b) A partir de tuas próprias convicções teológicas (evidencie-as), avalie o
pensamento de Karl Rahner no que se refere ao relacionamento do
Cristianismo com religiões não cristãs.
Utilize no máximo 20 linhas em fonte tamanho 12 (Arial ou Times New Roman):

O Pensamento do Karl Rahner melhor se encaixa na categoria inclusivista, pois


ele afirma que o ser humano tem em sí uma receptividade natural a Deus e isto
se dá devido a existência do sobrenatural em todos nós o qual é a graça de
Deus, pois é desejo de Deus que todos os homens sejam salvos. Ele
acreditava que a graça de Deus está em todos os indivíduos até que eles se
encontrassem com o evangelho. Karl Rahner afirmava que “até mesmo um
ateu.... não está excluído de possuir a salvação, dado que ele não tem agido
contra sua consciência moral como um resultado de seu ateísmo”. Para
Rahner, “cada caminho trilhado pelo ser humano em real fidelidade à sua
consciência é um caminho que conduz ao Deus infinito”
Posso dizer que minhas convicções teológicas estão mais próximas da
categoria exclusivista, pois creio na verdade eterna da revelação do filho de
Deus, o Cristo a toda humanidade, acredito que sem fé em Jesus não há
salvação, mas não posso negar, que as ideia de Karl Rahner traz uma grande
contribuição para uma abertura de respeito e de diálogo entre as religiões
cristãs e não cristãs, posso dizer que existe muito das ideias inclusivistas as
quais considero, pois acredito que a graça salvadora de Deus se estende a
todos os homens, acredito que todas as religiões são dignas de respeito e que
cada uma delas a seu modo tentam se achegar a Deus, e será com
consideração e dialogo que conseguiremos, como seguidores de Jesus,
apresentar o evangelho a todos os homens.

A posição que descrevi é exclusivista no sentido de que afirma a verdade ímpar


da revelação em Jesus Cristo, mas não é exclusivista no sentido de negar a
possibilidade da salvação do não cristão. É inclusivista no sentido de que se
recusa a limitar a graça salvífica de Deus aos membros da igreja cristã, mas
rejeita o inclusivismo que considera as religiões não cristãs como meios de
salvação. É pluralismo no sentido de reconhecer a obra da graça de Deus na
vida de todos os seres humanos, mas rejeita um pluralismo que nega a
singularidade e o caráter decisivo do que Deus fez em Jesus Cristo
(NEWBIGIN, 2016, p.234-235)

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