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MISSA DO I DOMINGO DO ADVENTO

Tema: A libertação está próxima


I – Introdução

 Qual é o objetivo traçado para o Ano novo na liturgia da Igreja? Para que o Ano
Litúrgico serve?
 Para nós, cristãos, é um tempo oportuno de reflexão e oração;
 É um tempo de discernir e tomar boas resoluções em nossa vida.
 É um tempo de transformação interior.
 O Tempo de Advento nos prepara para quê? Para que que serve o tempo do
Advento?
 Há vários símbolos litúrgicos que nos acompanham ao longo do
Advento.
 Estes símbolos nos ajudam a ter Jesus como luz de nossa
caminhada de fé.
 Na verdade, o Advento nos prepara para a segunda vinda
gloriosa de Jesus. Fiquemos atentos!
 Vamos ver o que nos falam as leituras bíblicas de hoje.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Jr 33,14-16 – Fala das promessas de Deus

 O profeta fala que Deus vai enviar um descendente da casa de Davi, cuja
missão será concretizar o sonho de justiça, de paz e de vida em abundância
para o povo escolhido.
 Tudo isso já se concretizou a 2021 anos atrás.
 Este texto está aqui como um alerta: fique atento, pois tudo se cumpriu como
Deus havia prometido pelos Profetas. Estas novas promessas se cumprirão do
mesmo modo. Vigiai!
II Leitura – 1Ts 3,12-4,2 – Esperar ativamente a vinda do Senhor

 A segunda leitura é um convite aos discípulos para sair do comodismo e da


mediocridade, e esperar ativamente a vinda gloriosa de Jesus.
 Ter postura digna diante das coisas referentes a Deus e respeito
diante do semelhante.
 Esta exortação de São Paulo, nos lembra da prática do amor
fraterno como fundamento para aqueles que esperam pela
vinda gloriosa de Jesus.
 Você está lembrado das perguntas do domingo passado sobre o Reino de
Deus?
 Qual é a natureza do Reino de Deus? É eterno e universal (Gn
1,1-2,4 – “Essa é a história da criação do céu e da terra”).

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 Como ele se torna conhecido e visível no mundo? (Gn 2,8-25 – a
vida humana sinaliza a presença do Reino de Deus no mundo –
Gn 3,8 “...ouviram os passos de Deus no Jardim...”).
 Como participar, hoje, do Reino de Deus? – só há um jeito:
vivendo a prática do amor fraterno. Não há outro caminho
(vv.12-13).
III Leitura – Lc 21,25-28.34-36 – A realidade antiga cede lugar aos novos tempos

 O Advento que celebramos é a entrada nesta nova perspectiva de vida nova e


eterna para toda a humanidade = esta é a natureza do Reino.
 O Evangelho de hoje narra os últimos acontecimentos que se realizarão
concluindo a Antiga Aliança e, ao mesmo tempo, começando uma Nova e
Eterna Aliança, isto é, a paixão, morte e ressurreição de Jesus.
 Ao longo do Advento somos convidados a refletir sobre a realidade da vida
humana:
 Rezar pelas muitas situações de sofrimento que assola o nosso
tempo e as pessoas (v.25b);
 Nos alertar da importância da confiança em Deus e saber resistir
a temores e a projetos enganadores que aparecerão, aos
montes, em nossa vida para nos desviar de Deus (v.26)
 Fixar o olhar em Deus. Esta é a nossa única saída (v.27). Olhai!...
Ap 1,7-8).
 Nos alertar para os sinais catastróficos de destruição da natureza
(v.25);
 Nos abrir os olhos para ver tantos irmãos nossos vivendo em
situações-limite: de fome, miséria, insegurança... (v.34).
 Nos alertar quanto à hipocrisia religiosa muito comum entre nós
(v.35).
 Se o advento é a preparação para a segunda vinda de Jesus o que nos prepara,
então, para o Natal?
 A novena de natal: Natal em Família – “Jesus quer nascer em sua
casa”.
 São os nove dias que antecedem o dia 25 de dezembro – início
dia 16/12 e término no dia 24/12, com a vigília do Natal do
Senhor.
 No Natal a gente renova o coração e nos preparamos melhor
para vivermos em espírito de oração, de ação solidária e
caritativa, em vista do Reino que se aproxima.

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Novena de N. Sra. da Conceição
Tema: Fazei tudo o que ele vos disser – recomendação de N. Sra. importante para a
vida do cristão
I – Introdução

 O que significa encontrar-se com Jesus e fazer “tudo o que vos disser”? como
encontrar-se com Ele?
 Qual é o maior anseio do ser humano sobre a terra?
 Não é viver bem?
 E para se viver bem precisa-se do quê? – organização
 Qual é o ensinamento que a multiplicação dos pães quer nos deixar?
 Todo mundo foca no milagre, mas seria este mesmo o objetivo
de Jesus?
 Não seria o desejo d’Ele que a gente organizasse melhor a vida?
 Como nós podemos nos organizarmos melhor?
 Você observou o comportamento das pessoas que fazem parte do cenário do
Evangelho de hoje?
 Uma multidão faminta a ponto de desmaiar de fome (v.30)
 Alguém está preocupado com esta situação de penúria destas
pessoas (v.32)
 Algumas pessoas achavam difícil atenuar a dor desta gente, pois
estavam num ambiente distante de recursos e muito hostil
(v.33)
 Outras colocaram à disposição o pouco que tinham – alguns
pães de peixes (v.34).
 Outros, ainda, se dispuseram a organizar as pessoas em grupos e
fazer a distribuição (v.35).
 Por fim, houve aqueles que recolheram as sobras, pois ninguém
se julgou no direito de retê-las para si (v.37).
 Você percebeu tudo isso? Que ensinamentos você tira daqui para a sua vida e
para a vida do nosso tempo?
 É aqui que está o segredo de se viver bem
 Não guardar nada para si, pois o que se guarda em benefício
próprio gera falta a outros.
 Quando se faz o que Jesus manda, conforme o pedido de Nossa
Senhora, tudo se torna melhor para todos.
 Para ninguém sobra e para ninguém falta.
 A recuperação da saúde ou ter saúde é o anseio mais profundo do ser humano
 Mas é impossível termos saúde no meio do egoísmo
 A maior causa de nossas enfermidades são os nossos excessos
ou as nossas inseguranças alimentares.

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 A multiplicação dos pães aponta para a remoção do egoísmo que
vitimiza aos os lados: aqueles que o pratica e aqueles que são
atingidos por ele.
 Diante de tudo isso o milagre da partilha é possível e é a única solução
 O milagre aconteceu porque cada um se dispôs a repartir com o
outro um pouco do pouco que recebeu.
 Aí, ninguém ficou sem receber o seu.
 A alegria de viver e a solidariedade com o próximo são
resultados do encontro com Jesus.
 Roguemos a Deus, por intercessão da sua Santa Mãe, que sejamos curados do
egoísmo pelo encontro pessoal com Jesus, nosso Mestre e Senhor. Amém!

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MISSA DO II DOMINGO DO ADVENTO

Tema: Todos podem ver a salvação

I – Introdução

 A misericórdia de Deus é maior do que todas as crises e calamidades humanas


 O Criador não abandona sua obra, por isso recria e reanima seus filhos
continuamente.
 Daí o convite à conversão, à renovação do coração, a fim de remover todos os
obstáculos que impedem nossa proximidade com Deus.
 O caminho da conversão seria como um novo êxodo, i.é., deixar a escravidão do pecado em
direção à liberdade.
 O grande fruto da conversão é a alegria, é a decisão de deixar as vestes de
luto e aflição para se revestir do manto da justiça (1ª Leitura).
 Como também, trabalhar para eliminar as divisões entre os nós os cristãos e
acolher de verdade o Senhor que vem (2ª Leitura).
 Como preparar o caminho do Senhor?
 Propondo uma transformação radical de vida.
 Passar a viver uma vida cristalina, transparente diante de Deus e do próximo
(Evangelho).

III Leitura – Lc 3,1-6 – O tempo da história humana e o tempo da salvação

 O Evangelho de hoje quer nos ajudar a perceber uma coisa muito importante que nos ajudará a
compreender melhor os fatos e os acontecimentos pelos quais passamos.
 1º mostrando que é no tempo da história humana que acontece o tempo da
salvação de Deus.
 2º ele quer deixar claro que Deus entra na história humana para transformá-
la.
 Como Deus entra na história humana?
 Se servindo de pessoas
 João Batista, por exemplo, foi uma peça importante.
 Ele pregava um batismo de conversão e animava o povo a preparar o caminho do Senhor:
 Endireitar estradas
 Preencher os vales
 Aplainar as montanhas
 Isto é, vencer os obstáculos que nos separam uns dos outros e isso só nos é
possível, em Cristo, por Cristo e com Cristo.

II – Preparação para o Natal

 Novena preparatória para o Natal – fazer em família – distribuição dos livrinhos


 Encerramento da novena será aqui na Igreja dia 22 de dezembro, às 19h.
 Missa do galo será no dia 24/12 às 20h.

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MISSA DA IMACULADA CONCEIÇÃO
Tema: A mãe de Deus
I – Introdução

 Cheia de graça e isenta de todo pecado – como tudo isso pôde ser possível
 Vc lembra que para Deus nada é impossível
 Vc lembra que “por ordem de Deus” nasceu florestas no deserto
para fazer sombra para Israel? (Baruc 5,8).
 Tudo isso já era prefiguração dos fatos ocorridos ao longo dos
séculos.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Gn 3,9-15.20 – A origem do pecado

 A 1ª leitura de hoje fala da ambiguidade humana e da graça de Deus.


 O mesmo ser humano que é ambíguo em suas atitudes, é o
mesmo que tem a possibilidade de ser pleno da graça de Deus.
 Como tudo isso pode ser possível? = por ordem de Deus = por
Seus desígnios.
 Autossuficiência é a mãe de todos os males, que são apenas consequências
dela.
 Quando o homem se torna autossuficiente, se rebela contra o
plano de Deus e faz o seu próprio projeto de vida.
 Aí, dá com “os burros n’agua”: projeta liberdade e vida só para si
mesmo.
 Com isto acaba criando escravidões das mais diversas, que
chamamos de pecado, ou seja, relações distorcidas e quebradas,
tanto dos homens entre si como dos homens com a natureza.
 Neste clima gerado pelo mal o caminho já não leva mais para
Deus, para a vida, mas para a morte (vv.22-24).
 O que é o pecado?
 O pecado está mais na relação com o próximo do que com Deus
(cf. 1Jo 2,4)
 O pecado não é desconhecimento, não é ignorância, não é
ingenuidade.
 O pecado caracterizado como comportamento ímpio ou iníquo é
aquele articulado, calculado friamente e desejado (cf. Sl 36,1-5).
 O pecado é uma negação a Deus por meio do desprezo à sua
criatura.
 O pecado envolve consciência de hostilidade, rejeição e ódio ao
bem e grande amor ao mal (cf. Is 1,15; Mq 2,1-2; Mq 3,2).

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 O pecado seria a falta de experiência e a falta de discernimento.
 O que é a falta?
 A falta, o equívoco, a ofensa intempestiva são erros por
ingenuidade, por ignorância ou por descontrole momentâneo e
passíveis de arrependimentos, pedido de desculpas e
reconciliação imediata.
 O pecado é uma falta de integridade da pessoa na sua relação com o próximo e
com Deus, mesmo que ela não tenha religião ou crença em qualquer divindade
(cf. Is 1,2-3: “... o boi conhece o seu dono e o jumento a cocheira do seu
senhor...”).
II Leitura – Ef 1,3-6.11-12 – O sentido último da vida humana

 A expressão “para o louvor da sua glória” (vv.6. 12 e 14) mostra que o sentido
último da vida humana é louvar a Deus.
 Em que consiste louvar a Deus?
 O louvor é ato de consciência: Deus como o único Senhor nosso.
 Respeito e bom uso de toda a sua obra criada.
III Leitura – Lc 1,26-36 – O inicio de um novo tempo

 Aquele que vai iniciar nova história, surge dentro da história de maneira
totalmente nova.
 Aqui está o grande mistério da nossa fé.
 Nossa Senhora é o modelo do verdadeiro discípulo de Jesus:
 Sempre pronta para acolher a vontade de Deus e pô-la em
prática, embora incompreensível e desafiadora.
 O segredo estar em colocar-se nas mãos de Deus, como se
espera de quem se deixa guiar pelo querer divino.
 Duas palavras de Nossa senhora nos deve chamar a atenção hoje:
 A 1ª: “Eis a serve do Senhor”, expressa sua consciência de
servidora, nas mãos de Deus.
 A 2ª: “Faça-se segundo a rua palavra” demonstra a disposição
para abraçar o desígnio de Deus, seja qual for.
 Esta é a atitude esperada de todo nós cristãos que seguimos
Jesus.

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MISSA DO III DOMINGO DO ADVENTO

Tema: Preparar o caminho do Senhor

I – Introdução

 Como é que se prepara um caminho para Deus?


 Quais são as ferramentas usadas para abrir este caminho?
 No tempo do advento fala-se muito em conversão. Que devemos fazer para nos convertermos
de fato e acolher o Messias de Deus?
 Como viver alegre numa situação difícil?
 Que pontos na minha vida precisam ser mudados para que eu possa viver coerentemente como
cristão?
 Vejamos o que nos fala os textos propostos na liturgia de hoje sobre estes pontos colocados.

II – Reflexão bíblica

I Leitura – Sf 3,14-18a – Convite à alegria e ao júbilo

 A 1ª leitura de hoje é um convite à alegria e ao júbilo como reconhecimento da misericórdia


divina.
 Em tempos de sofrimentos, como este de pandemia, não é fácil cantar de alegria, mas temos
uma certeza: Deus não se ausentou de nós. Aqui está a razão de não nos entristecermos.

II Leitura – Fl 4,4-7 – Convite à conversão

 A 2ª leitura é um convite à conversão insistindo nas atitudes corretas que devem marcar a vida
de todos os que desejam acolher o Senhor.
 Atitudes de bondade, alegria e oração.
 O que nos distância de Deus são as preocupações com coisas fúteis, que
perturbam o coração (v.6).

III Leitura – Lc 3,10-18 – As evidências da nossa conversão

 O Evangelho de hoje nos chama à atenção e nos desafia a mostrar evidências de nossa
conversão.
 1º indicando gestos concretos, considerando a condição social de cada um
dos que buscam o caminho de Deus (vv.11-14).
 Ao povo ele pede solidariedade e amor fraterno – vv.10-11;
 Aos cobradores de impostos ele exorta a serem honestos e justos –
vv.12-13;
 Aos responsáveis pela segurança ele pede que não sejam violentos e
não se aproveitem da força das armas para oprimir – v.14.
 2º exigindo uma postura ética de quem, sem dúvida, vem até ele arrependido
de suas mazelas e desejoso de se preparar para a vinda gloriosa do Senhor –
v.15.
 3º apontando que a conversão autêntica se mostra no modo de agir de quem
deseja ser fiel ao projeto de Deus.
 4º nos alertando de que não é suficiente declarar que é cristão e que
entregou o coração a Jesus se o modo de viver não condiz com os princípios
da fé cristã = vida dupla (v.17).

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 5º nos mostrando que o testemunho de vida, e só ele, torna credíveis os
discípulos de Jesus no mundo. Palavreado vazio e orações sem entendimento
(= ato de consciência, respeito e bom uso de toda obra de criada) são inúteis.

 Cada um de nós pode tomar as palavras de Jesus e aplicá-las a si mesmo, na respectiva situação
de vida em que se está vivendo.
 Este é o processo legitimo de conversão
 Quanta coisa deve ser mudada, em minha vida, tendo em vista uma vida
cristã coerente que eu devo viver.
 Cada um de nós tem que olhar isso em si e não ficar esperando que outros
nos digam.
 Muitas vezes quando o outro nos fala algo a respeito disso não é com intuito
de nos ajudar, mas de nos recriminar e destruir.
 Muitas coisas poderiam ser evitadas se houvesse interesse da nossa parte
pelas coisas de Deus (cf. Mt 11,16-19).
 Ser cristão requer de nós mudança de vida e nem todos estão dispostos a
assumir esse compromisso. Fazem-se de surdos e desentendidos.
 Roguemos a Deus, por intercessão da sua Santa Mãe, que nos ajude a identificar os pontos de
nossa vida que precisam ser mudados, pois queremos ser cristãos de verdade, autênticos.

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MISSA DO IV DOMINGO DO ADVENTO
Tema: O desafio de Maria
I – Introdução

 Como reconhecer em Jesus o Messias de Deus? Que sinais O indicam como o


Messias? Como descobrir sua identidade?
 Como reconhecer Jesus glorioso na sua segunda vinda? Que sinais O indicam
como o Messias glorioso? Como será a sua chegada?
 O que que Jesus veio fazer aqui no mundo? Qual era a sua missão?
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Mq 5,1-4 – O novo tempo que aproxima

 A primeira leitura de hoje fala do novo tempo que seria inaugurado por Deus, o
verdadeiro pastor de do povo. Este novo pastor:
 Viria para apresentar a nova proposta de um reinado de paz e de
amor.
 Seu Reino não seria construído com base em forças militares
 Seu Reino não se assemelharia aos poderes políticos deste
mundo, mas seria construído e acolhido no coração das pessoas.
 Jesus é esse novo e verdadeiro pastor que chegou à terra a mais
de 2021 anos atrás.
 Pergunta-se: o que mudou de lá pra cá?
 A história da humanidade ficou dividida em duas partes o antes
e o depois d’Ele.
 Se o mundo ainda não está melhor, cada um de nós deve bater
no peito dizendo: “minha culpa, minha máxima culpa”.
II Leitura – Hb 10,5-10 – A missão de Jesus na terra

 A segunda leitura de hoje nos ensina que a missão de Jesus neste mundo era
realizar três coisas extremamente importantes que nenhum profeta conseguiu:
 1º estabelecer uma relação fraterna e de comunhão entre os
seres humanos;
 2º estabelecer um caminho de proximidade com Deus, isto é, o
encontro entre criatura e Criador não será realizado por meio de
rituais, mas sim por Jesus, que se encarna no meio de nós;
 3º criar um novo modo de ver e de viver a vida e estar em
comunhão com toda a obra criada de Deus.

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 Se isso ficou claro em seu entendimento e se seu coração foi fecundado por
esta Palavra, você está salvo.
III Leitura – Lc 1,39-45 – A verdadeira identidade de Jesus

 No Evangelho de hoje somos ajudados, pelo Espírito Santo, a distinguir e


compreender a identidade de Jesus.
 Segundo o relato de hoje, o filho de Isabel (J. Batista) teria a missão de preparar
o coração das pessoas para acolher o Messias.
 Quanto ao Filho de Maria, Jesus, sua missão é trazer a salvação a todos os
povos da terra, ensinando-os a dar uma resposta de amor ao plano salvífico de
Deus.
 Também não se pode esquecer da importância de Nossa Senhora neste plano
de Deus:
 Nas palavras de Isabel encontra-se a sua identidade
 Os verbos visitar e acreditar revelam a identidade de Maria, na
condição de bendita entre todas as mulheres.
 Visitar tem o sentido de servir, socorrer, ajudar em alguma coisa
– “como mereço que a Mãe do meu Senhor venha me servir?”
 N. Sra. estava ali para atender às necessidades de Isabel, sem
medir esforços nem colocar limites – ela viajou 200Km até
Isabel.
 Acreditar significa abraçar uma causa, com a exigência que ela
traz = ser mãe de Deus.
 Acreditar supõe esquecer-se de si memo para pensar no outro,
por causa de Deus.
 Em Maria está o exemplo de vida de todo o verdadeiro cristão. A sua fé é
exemplo para nós que falamos que somos seguidores do Filho dela.

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MISSA DO NATAL DO SENHOR
Tema: A realização plena das promessas de Deus
Is 9,1-6 – O caminho de luz nas trevas

 Jesus é este caminho luminoso anunciado por todos os profetas.


 Jesus é aquele trouxe luz e esperança ao povo que vive nas trevas da miséria,
do sofrimento e do abandono.
 Infelizmente, muitas pessoas não conseguem contemplar no Natal esta
experiência, por algumas razões:
 1ª delas, talvez por estar marcados pelo sofrimento, por grandes
perdas em sua vida – sejam de ordem humana, afetiva,
emocional ou material -, muitos não conseguem, nesta noite,
encontrar-se com Jesus.
 2ª por estar perdidos neste mundo consumista, materialista e
egoísta – tudo isso nos dificulta celebrar o Natal de verdade –
muitas vezes somos levados pelas fantasias e outras ilusões.
 Contudo, há outros tantos que, apesar das circunstâncias desfavoráveis,
conseguem acolher e abraçar o que nos é trazia nesta noite: Jesus. E, isto é
devido a uma única coisa importante:
 A profundida da fé (Hb 11).
Tito 2,11-14 – Jesus é a maior graça de Deus vinda ao mundo

 Por isso, este é o momento propício para vivermos com equilíbrio, justiça e
piedade. Que momento é este? Estes 21 séculos que nos foram dados e os
séculos futuros, até a 2ª vinda gloriosa de Jesus.
 Viver com equilíbrio, justiça e piedade é viver de acordo com a
graça divina, isto é, viver de acordo com os ensinamentos de
Jesus.
 Viver de acordo com os valores do Reino de Deus.
 A manifestação de Deus muda o modo de compreender e viver a vida.
 O v. 14 é um testemunho da fé dos primeiros cristãos na
divindade de Jesus.
Lc 2,14 – O nascimento de Jesus

 Ninguém poderia imaginar que o Messias de Deus nascesse pobre e entre os


pobres e os primeiros a receber a boa notícia são os pastores, pessoas simples
e pouco valorizadas.

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 É aqui que está o alicerce da nossa vida de fé cristã: esquecer o
consumo desenfreado e a viver com simplicidade, despojamento
e alegria.
 O Messias de Deus desde o primeiro instante de sua vida se
identifica com os pobres
 Esta é uma das suas principais características
MISSA DA SAGRADA FAMÍLIA

Tema: A Igreja doméstica

I – Introdução

 A festa da Sagrada Família nos leva a rezar por todas as famílias, a refletir e meditar sobre sua
condição – social, moral, política e espiritual – numa perspectiva de fé bíblica.
 O mandamento do amor a Deus e ao próximo deve ser posto em prática
primeiramente junto àqueles com os quais partilhamos nossa vida mais de
perto: a nossa família.
 Como ter uma boa convivência familiar?

II – Reflexão bíblica

I Leitura – Eclo 3,3-7.14-17 – Atitudes que devem ser cultivadas na família

 A primeira leitura de hoje aponta, de forma muito prática, algumas atitudes que devem ser
cultivadas na família.
 1ª atitude: Respeito para com os pais:
 Os filhos devem acolher a autoridade dos pais com atitude amorosa,
de respeito, de reconhecimento pelos cuidados e orientações
recebidas para a vida.
 A relação de reciprocidade entre pais e filhos deve ser baseada no
amor, no respeito, no testemunho diante dos demais, preservando
os valores morais e éticos como contribuição à construção de uma
sociedade equilibrada.
 Honrar pai e mãe significa dar a devida importância a ambos;
reconhecer que os pais são instrumentos pelos quais alcançamos a
bênção divina, pois por meio deles é que Deus nos concede a vida e
todas as bênçãos do céu. Não há outro meio mais eficaz.
 Os pais são a fonte por meio da qual Deus nos deu a vida e nos dá
todas as bênçãos, por isso devemos ser agradecidos aos nossos pais,
sobretudo cuidando deles na velhice.
 2ª atitude: ter consciência dos próprios limites.
 A maior sabedoria é ter consciência dos próprios limites e manter-se
aberto aos ensinamentos da Palavra de Deus para evitar cair no
abismo.

II Leitura – Cl 3,12-21 – Atitudes que o cristão deve cultivar

 A segunda leitura destaca atitudes que o cristão deve cultivar em suas relações fraternas, isto é,
como viver em comunidade, na Igreja, a grande família:
 Revestir-se de sentimentos de bondade, amabilidade, mansidão e paciência.
 Essas expressões de amor devem atingir a todos aqueles que partilha de
nossa vida familiar e comunitária = Igreja.
 Não podem faltar entre nós a caridade fraterna, a misericórdia, a bondade, a
mansidão e o perdão.

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 Ter consciência de que a prática da fé cristã é muito exigente, pois implica em
uma vida de virtudes que contrasta com os valores do mundo.
 Ter ciência de que a família é o primeiro espaço em que o cristão deve
testemunhar seu amor, pois é a partir da família que somos capazes de
construir relações construtivas, dignas e amorosas com todas as outras
pessoas.

III Leitura – Lc 2,41-52 – Jesus e sua família

 O Evangelho nos fala sobre a infância de Jesus e sua convivência na família. O que acontecia
naquela família?
 Nada de extraordinário que não pudesse acontecer em nossas famílias
também.
 Naquela família se vivia o amor a Deus em primeiro lugar.
 Entre os membros daquela Família, sempre houve profundo respeito pelo
plano de Deus para cada um deles: N. Sra. com seu desígnio de esposa e mãe;
são José com seu desígnio de esposo e pai de coração e Jesus com o seu
desígnio de Salvador do mundo.
 A missão de todos e de cada um dos membros da Sagrada Família de Nazaré exigiu uma
dedicação exclusiva onde todos eles tiveram que renunciar:
 Quanto a Jesus a sua missão o levou a deixar os familiares e mesmo a ser
incompreendidos por eles.
 São José e N. Sra. também tiveram que fazer o mesmo e entenderam que,
embora Jesus fosse seu filho, percorreria um caminho que o Pai lhe havia
designado.
 Eles entenderam que Jesus veio ao mundo para cumprir sua missão
redentora.

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MISSA DA SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS
Tema: O plano divino da salvação
I – Introdução

 Por que se celebra uma solenidade especial: a de Santa Maria, Mãe de Deus?
 1º para nos recordar da importância de Maria no plano da
salvação. Essa festa remonta o ano de 431 – Concílio de Éfeso.
 2º para nos mostrar o que tornou Maria ideal para o Plano de
Deus – um ser humano comum a nós, porém com uma
extraordinária diferença em sua postura diante de Deus.
 Que postura é essa que Nossa Senhora teve diante do Plano
salvífico de Deus?
 Se você conseguir entender um pouco disso que a missa de hoje nos fala sua
vida vai começar a mudar, sua espiritualidade será enriquecida e fortalecia.
Vejamos o que a Palavra de Deus nos fala sobre este assunto.
II – Reflexão bíblica
Jo 1,1-18 – A luz veio ao mundo

 A metáfora – comparação – da luz foi usada pelos primeiros cristãos para


entender a presença e a ação de Jesus no mundo.
 O que os cristãos primitivos entendiam quando falavam de “luz que brilha nas
trevas”?
 Entendiam que o testemunho deixado por Jesus abriria uma
perspectiva nova para toda a humanidade.
 Um caminho novo em direção a Deus acabava de chegar.
 Que perspectiva era essa?
 Um novo modo de ver e de viver a vida que lhe permitiria
caminhar com segurança, sem tropeçar no erro e na maldade.
 Quem de nós vive deste modo e ver a vida a partir dos ensinamentos de Jesus é
capaz de:
 Caminhar com segurança
 Não tropeçar no erro
 Não praticar a maldade.
 Como caminhar nesta luz?

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 O 1º passo a ser dado é vencer o egoísmo – abrir mão de si
mesmo, esta é a parte mais difícil.
 O 2º passo é abrir o coração para a misericórdia – ver a história
do outro facilita a gente agir com misericórdia para com ele.
 O 3º passo é tornar-se solidário com os sofredores, vulneráveis e
marginalizados
 Caminha nas trevas, quem, enveredando-se nos desvios do egoísmo, fecha o
coração para as carências alheias e se recusa a fazer o bem.
 Este estará perdido em si mesmo.
 Roguemos a Deus, a graça de caminharmos iluminados por Sua
Luz, para não nos perdemos pelo caminho. Amém.
Lc 2,16-21 – O plano divino da salvação

 No plano da salvação, Maria aceita que, pela ação do Espírito Santo, a Palavra
de Deus encarnada habite em seu ventre.
 Estamos diante de um dos maiores mistérios da fé.
 Com o seu sim a Deus, Maria torna-se morada do Espírito Santo
de Deus aqui na terra – veja de que grande mistério estamos
falando – de certa forma o céu chegou aqui.
 Vejam também de que grande pessoa estamos falando,
corajosa, destemida e pronta, embora fosse uma pessoa frágil
pela sua condição de mulher, pela sua idade e pela sua pobreza.
 O que, então, a tornou ideal para o Plano de Deus?
 É aqui que mora o segredo!
 O que mais encanta em Nossa Senhora é a sua postura diante
das coisas referentes a Deus, apesar da sua pouca idade, sua
condição de feminina e sua pobreza, destemidamente deu o seu
sim a Deus.
 Coisa que o rei Acaz, com todo o seu poderio, não foi capaz de
assumir (cf. Is 7,10-14).
 Nada disso foi empecilho para ela dizer o seu sim a Deus.
 Maria nos ensina que as maravilhas desse grande acontecimento são para
serem guardadas no silêncio do coração – sua postura discreta, silenciosa e
confiante, fez toda a diferença.
 Desde a visitação, é aquela que acredita na mensagem do
Senhor;
 Escuta-a e a põe em pratica, sem alarde.
 Por isso, Deus realiza grandes coisas em seu favor e em favor de
seu povo
 O bom uso do silêncio faz do fraco vitorioso, enquanto que o barulhento se
sufoca em suas próprias armadilhas.

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MISSA DA EPIFANIA DO SENHOR

Tema: O caminho de luz para a humanidade

I – Introdução

 Nesta liturgia de hoje, a Igreja celebra a manifestação de Jesus como luz da humanidade.
 A festa da Epifania é a celebração do primeiro encontro de Jesus com os
gentios, representados pelos magoas vindos do Oriente.
 Segundo uma tradição que remonta aos primeiros séculos da fé cristã, cada
um dos magos vinha de uma cultura diferente: Melchior era da Àsia, Baltazar
da Pérsia e Gaspar da Etiópia.
 Eles estavam aí representando as três raças conhecidas no mundo antigo =
simbolizam todas as raças fora do judaísmo.
 Quem eram os magos do Oriente?
 Eram adoradores de divindades, e Deus usa de seus conhecimentos culturais,
de sua capacidade de ler os sinais nos astros dos céus, de suas habilidades de
identificar as estrelas, para conduzi-los até seu Filho Jesus.
 Veja o processo de conversão como se dá: de um lado o homem com sua
limitação, mas com esforço e do outro Deus que se serve de suas habilidades.
 Antes de conhecer a Jesus, os magos contemplam as estrelas, mas, com seu
nascimento eles passam a adorar o Deus verdadeiro. Mudam completamento
o rumo de suas vidas.
 Como foi possível que tudo isso acontecesse com gente tão simples e desconhecedoras das
Escrituras? Por que quem sabia das Escrituras não se atinaram para os fatos que estavam
acontecendo em sua volta? Aonde eles estavam com a cabeça?
 A grande diferença está na postura das pessoas diante das “das coisas referentes a Deus”.
 Os magos interrogam com sabedoria onde se poderia encontrar o Rei que
acabara de nascer. Eles haviam percebido os sinais nos céus – uma estrela
que apontou para algo extraordinário que eles desconheciam.
 Aqui está o primeiro passo para a mudança de vida: procurar se informar
sobre aquilo que não conhece.
 O primeiro sinal de sabedoria é interrogar sobre aquilo que desconhece:
Onde está o rei do Judeus?
 As Escrituras nos mostram que Deus sempre toma a iniciativa de revelar-se à
humanidade.
 Herodes ignorava as Escrituras, por isso não soube responder aos magos.
 De um lado temos os magos buscando pela verdade e de outro Herodes
optando por não se aproximar dela.
 Aquele que não se aproxima das Sagradas Escritura fogem da verdade e não
se aproximam da luz.
 Roguemos a Deus que a sabedoria dos magos nos inspire a buscar nas Escrituras os caminhos
que nos conduzem até Jesus, para adorá-lo e segui-lo.

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MISSA DO BATISMO DO SENHOR
Tema: O caminho de vida nova no Espírito
I – Introdução

 A festa do Batismo do Senhor conclui o ciclo do Natal:


 Recordando a segunda epifania de Jesus, agora no rio Jordão,
onde foi batizado por J.B, “este é o meu Filho amado. Escutai-
O!”.
 Aqui fica bem visível a existência da Santíssima Trindade: o Pai
(voz), o Filho e o Espírito Santo.
 A 1ª Leitura de hoje, Is 42,1-4.6-7 – O servo escolhido de Deus
 Apresenta-nos a figura do servo escolhido de Deus e enviado ao
mundo, cuja missão é instaurar a justiça e a paz na terra.
 A justiça e a paz na terra só serão possíveis a partir de um ponto
de confluência fraterna – Jesus é este ponto.
 O Espírito do Senhor repousa sobre ele, por isso o servo vai
construir a paz pelo viés, ou seja, pelo caminho da humildade e
da não violência.
 Aqui temos um ponto básico para vivermos nossa fé cristã: humildade.
 Não querer privilégios ou fazer exigências descabidas para
mostrar que é piedoso, por exemplo, e, muito menos ainda, usar
de violência para impor idéias e costumes religiosos.
 A 2ª Leitura - Mostra Jesus como o portador da paz e libertador dos oprimidos
 Jesus veio para todos, afim de nos ajudar a ter uma vida mais
leve e isenta de escravidões de cunho, sobretudo, religioso e
social.
 Ele realizou as boas obras do Pai, e nós, seus seguidores somos
chamados a dar testemunho de nossa fé n’Ele, também por
meio de palavras e ações que praticamos.
 O Evangelho – O Batismo de Jesus – o caminho no Espírito
 Jesus quis se inserir na realidade humana de maneira profunda,
assumindo todas as condições humanas, menos o pecado.
 Ele que não tinha nenhum pecado, participa do batismo pela
água, não para exaltar a si mesmo, mas para tomar a condição
de servo no mais estrito da palavra: servo humilde.

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 Para resgatar os pecadores, Ele deixa sua condição divina e se
põe ao lado de todas as categorias de pessoas que precisam de
sua libertação e salvação.
 É precisamente aqui que começa o nosso Caminho de vida nova no Espírito.
 Assim como Jesus deixou a sua condição divina para nos resgatar
do pecado e da morte, nós também precisamos deixar nossa
condição humana decaída, para com Ele caminharmos neste
caminho novo de luz e de salvação.
 Isso só é possível a partir do Batismo.

MISSA DO II DOMINGO DO TEMPO COMUM


Tema: Fazei tudo o que Ele vos disser
I – Introdução

 Estamos iniciando hoje a liturgia do tempo comum:


 Neste ano iremos refletir o Evangelho de Lucas
 O evangelista Lucas apresenta três caminhos importantes: o
caminho de Jesus; o caminho da Igreja e o caminho da salvação.
 Ocasionalmente, a liturgia vai trazer alguns textos de outro evangelista, como
hoje, João 2,1-11
 O Evangelho de hoje nos apresenta o início do ministério de
Jesus, o primeiro sinal que ele realiza.
 O Evangelho não fala de milagre, mas de sinal que Jesus realizou
para indicar sua identidade como Filho de Deus.
 O objetivo do Evangelho é suscitar a fé em Jesus.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Is 62,1-5 – O amor de Deus é inabalável e eterno

 A 1ª leitura define o amor de Deus como inabalável e eterno


 Deus desposa seu povo escolhido, e nesse amor reside a alegria de Deus e de
seu povo
 O profeta recorda que, da parte de Deus, esse amor nunca foi ou será
quebrado e que nos convida a todos a caminhar com Ele como seu povo
escolhido.
II Leitura – 1Cor 12,4-11 – Os dons são sinais do amor de Deus para conosco

 Por isso, a diversidade dos dons entre nós é uma riqueza que deve favorecer a
unidade, o serviço e a comunhão.
 Entre nós ninguém pode se considerar mais importante ou menos importantes.
 Isto ajuda a construir a unidade e a paz
 A atitude de superioridade provoca desarmonia e gera conflito

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III Leitura – Jo 2,1-11 - Os sinais

 O objetivo dos sinais realizados por Jesus era a de fazê-Lo conhecido como
Filho de Deus que é.
 A presença da Mãe de Jesus nesse seu primeiro sinal e que até, de uma certa
forma, foi provocado por ela mostra o quanto Maria é importante dentro do
plano salvífico de Deus. Ela estava presente também na Cruz.
 O início dos trabalhos de pastoral de Jesus aqui:
 Não é um relato ao chamado à penitência e à conversão
 Não fala do anúncio iminente do Reino de Deus.
 Mas que colocar em evidência aquilo que ele veio trazer ao
mundo: a alegria e o fim dos tempos de escassez = miséria.
 O vinho simboliza fartura, felicidade, alegria, vida boa.

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MISSA DO III OMINGO DO TEMPO COMUM

Tema: Tuas palavras, Senhor, são espírito e vida

I – Introdução

 Qual foi o anúncio de Jesus na Sinagoga de Nazaré? O que este anúncio significa?
 Qual é o melhor alimento espiritual para uma pessoa?
 As leituras de hoje nos fazem um convite, a nível pessoal e comunitário. Que convite é este?
 Que a Palavra de Deus seja o centro de nossa vida
 O povo de Deus sempre se nutriu da Palavra de Deus e por ela se orientou.
 Nós cristãos não podemos ver as Escrituras como um livro de doutrinas, mas
como um caminho de vida.
 Essa é a mensagem, o ensinamento do anúncio de Jesus na sinagoga de Nazaré.

II – Reflexão bíblica

I Leitura – Ne 8,2-4a. 5-6.8-10 – A força da Palavra de Deus

 A 1ª leitura extraída de um trecho do Livro de Neemias no qual a comunidade dos fiéis é


reunida em torno da Palavra de Deus.
 A força geradora da Palavra de Deus traz esperança e alegria para o povo no
pós-exílio babilônico.
 A vida só é possível de ser reconstruída por meio do compromisso assumido
diante das Sagradas Escrituras – não há outro meio – este é o melhor e o mais
eficaz de todos os meios.
 Se você quiser ser uma pessoa religiosa de valor aí está a dica: “Fazei tudo o
que Ele vos disser”, é o 1º passo no caminho de Jesus.

II Leitura – 1Cor 12,12-30 – O melhor alimento para o sustento espiritual

A 2ª leitura nos orienta a superar todas as formas de divisão por meio da Palavra de Deus.
 Não existe hierarquia entre os carismas, pois todos são dons nascidos de Deus para a riqueza e
o crescimento da comunidade
 A diversidade dos carismas e serviços na Igreja não deve ser motivo de competição, mas de
ajuda mútua para o bem de todos.
 Compreender isso e viver só é possível quando se é alimentado da Palavra de Deus. Não há
outro meio.

III Leitura – Lc 1,1-4; 4,14-21 – O projeto de vida de Jesus.

 O Evangelho de hoje tem duas partes importantes sobreposta uma na outra para mostrar duas
coisas importantes:
 A 1ª parte: para fazer conhecer o objetivo daquilo que Lc escreveu: dar
testemunho da fé em Jesus Cristo – Lc 1,1-4 – esta 1ª parte apresenta a vida

21
de Jesus e a sua Obra. Ajudar as pessoas a se tornarem, pela fé, amigas de
Deus = Teófilo = “amigo de Deus”.
 A 2ª parte: para mostrar a importância de se ter um projeto de vida – Lc 4,14-
21 –
 O nosso projeto de vida deve estar afinado com a Sagrada Escritura.
 Jesus deixa bem claro que sua obra está em continuidade com o que diz
Isaías: “Hoje se cumpriu...”.
 Aqui está o 2º passo para ser dado no caminho de Jesus: ter um projeto de vida pautado nas
Escrituras e não na própria cabeça.
 O 1º passo: ouvir e fazer o que Jesus fala – “Fazei tudo que Ele vos disser”.
 O 2º passo: moldar a vida segundo os seus ensinamentos – fazer um projeto
de vida.

MISSA DO IV DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema: O caminho do profeta de Deus

I – Introdução

 Você tem coragem de trilhar o caminho de Jesus?


 Quem é Jesus e quem as pessoas acreditam que Ele seja?
 É aqui que está a 1ª dificuldade para andarmos pelo caminho de Jesus.
 Saber quem Ele é, é de extrema importância para podermos andar no Seu
caminho.
 Acreditar quem Ele é, também é de extrema importância para que aja um
verdadeiro seguimento Seu.
 A missa de hoje nos ensina que apesar de toda dificuldade que se tem na missão precisamos
continuar no caminho.

I – Reflexão bíblica

I Leitura – Jr 1,4-5.17-19 – O caminho do profeta

 O profeta é aquele que reza, olha para Deus e para o povo, sente a dor das pessoas e chora
quando o povo caminha numa estrada que o desvia de do caminho de Deus.
 A 1ª leitura de hoje nos lembra que Deus nos escolheu ainda quando estávamos no seio da
nossa mãe.
 Isto mostra que a missão que cumpro independe da minha escolha e vontade,
pois ela foi-me dada por Deus.
 Por isso, aqueles que se dispuserem em ouvir o chamado de Deus terão um
caminho de sofrimento pela frente, por que?
 Porque muitos não querem andar pelo caminho de Deus, vivem uma vida
extraviada e desviada e não querem aceitar o caminho que o profeta mostra
como o de Deus.

II Leitura – 1Cor 12,31-13,13 – O caminho da santificação é o amor

 A 2ª leitura propõe como caminho de santificação o amor gratuito, incondicional e


desinteressado, portanto:
 Tanto a ação profética como a caridade devem ser frutos da generosidade,
sem nenhum interesse comercial ou proveito próprio.
 É aqui que está a maior deficiência da nossa fé (todo movimento religioso
visa ganhar alguma coisa: fama, dinheiro, etc).
 O único caminho a ser percorrido por aqueles que têm uma missão confiada
por Deus é o caminho da generosidade, do amor gratuito.

22
 Os que fazem outro percurso não são de Deus. Aqui está o maior equivoco
das religiões.

III Leitura – Lc 4,21-30 – Jamais desviar do caminho

 A vida de Jesus foi permeada de armadilhas e perseguições com o objetivo de desviá-lo do


caminho. Tirá-lo do foco:
 O mesmo acontece conosco (se fizeram isso com a vara verde o que não
farão com a vara seca?).
 O grande desejo do nosso inimigo é nos fazer mudar de rumo.
 Jesus não se deixou levar por estas armadilhas do mal (continuou o seu
caminho...).
 Nada foi suficientemente forte para tirá-lo do caminho que Deus lhe tinha
traçado.
 É aqui que está o segredo de ser cristão de verdade: não desviar do caminho da fé cristã.
 O cristão vive a sua vida inspirado na vida de Jesus.
 Ele é o caminho, a verdade e a vida (cf. Jo

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MISSA DO V DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema: Chamado por Deus para uma missão

I – Introdução

 Deus tem seus próprios critérios para chamar pessoas para os diversos ministérios na Igreja.
 Hoje a liturgia nos dá, como exemplo, os chamados do profeta Isaías, o de Pedro e o de Paulo –
todos de modo diferente e em momentos diferentes, mas com a mesma finalidade, ajudar as
pessoas:
 a examinar o seu próprio chamado,
 a examinar ou avaliar sua resposta de conversão
 e examinar sua adesão ao caminho de Deus

II – Reflexão bíblica

I Leitura – Is 6,1-8 – A Palavra de Deus nos motiva a dar a resposta da fé

 Aqui estamos, envia-nos.


 O profeta Isaías diante do chamado que Deus lhe faz se sente inadequado, indigno, mas
mesmo assim se coloca à disposição de Deus (v.5).
 Temos que ter consciência de que é Deus mesmo que nos prepara para a missão (vv.6-7).
 O importante é se colocar à disposição de Deus, apesar das limitações humanas que temos
(v.8).

II Leitura – 1Cor 15,1-11 ou 3-8.11 – O centro do Evangelho e da missão

 O centro do Evangelho e da pregação é a ressurreição de Jesus.


 Em outras palavras, a certeza de uma vida eterna na comunhão com Deus
deve moldar a vida cristã (v.2).
 É vivendo nesta esperança que nos tornamos corajosos a ponto de vencer o
medo da morte e da injustiça.
 Precisamos deixar para trás as nossas fraquezas e nos dedicarmos, daqui para
frente, à evangelização.
 Tudo acontece por graça de Deus e não por mérito ou competência nossa
(v.10).

III Leitura – Lc 5,1-11 – Os desafios da missão

 Nós vimos que os dois primeiros passos a serem dados no Caminho de Jesus são:
 “Fazer tudo o que Ele vos disser” = escutá-Lo – 1º passo
 Fazer um projeto de vida moldado a partir das Escrituras: “Hoje se cumpriu a
Escritura que acabaste de ouvir” = ter um modo de vida em conformidade
com a Palavra de Deus.

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 Vimos, também, a 1ª dificuldade que se tem para andar neste Caminho: Saber quem é Jesus e
acreditar em quem Ele seja.
 Esta foi a dificuldade de seus conterrâneos de Nazaré – sabia que Ele era filho
de José e de Maria, mas não acreditava que Ele era o Messias de Deus.

 Hoje temos a 2ª dificuldade que se tem para andar neste Caminho que é Jesus: o medo.
 Somos orientados, por Jesus, a dar passos na direção das situações
desafiadoras (v.4).
 Somos alertados por Ele a não nos contentar com as tarefas facilitadas =
pescar na orla da lagoa é bem mais fácil e seguro e tem mais peixes.
 Obedecer a estas suas orientações supõem grande coragem e espírito de iniciativa (v.5), pois:
 Os medrosos, os inseguros e os sem criatividade estão excluídos deste
Caminho.
 Os que preferem as águas rasas, onde não se corre nenhum risco não servem
para andar em seu caminho.
 Estes são os cristãos inúteis que fazem da religião cristão sua fonte de renda,
sua segurança financeira ou até mesmo de poder.
 O mundo cristão está infestado desta gente.
 Vimos que todos os três chamados de hoje reconheceram suas fraquezas diante de Deus:
 Isaías: “Sou apenas um homem de lábios impuros...” (v.5);
 S. Paulo: “sou um abortivo”. “persegui a Igreja de Deus” (vv.8-9).
 S. Pedro: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador” (v.8).
 E você, o que dirá hoje a Deus que te chama para esta missão que você está
cumprindo?

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MISSA DO VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema: Bem-aventurados os que confiam no Senhor

I – Introdução

 Como percebemos a benção de Deus em nossa vida?


 Quais sinais indicam que sou uma pessoa abençoada, bem-aventurada?
 Que resposta Deus espera de nós quando do seu amor misericordioso por nós?

II – Reflexão bíblica

I Leitura – Jr 17,5-8 – Só Deus é merecedor da nossa esperança e confiança

 A 1ª leitura de hoje ressalta o perigo da autossuficiência dos que põem sua confiança mais nos
seres humanos do que em Deus.
 Aqueles que escolhem depositar sua confiança em Deus se dispõem a
percorrer um caminho de sabedoria, de vida e de felicidade.
 Este caminho nem sempre é fácil, pois é muito exigente, como por exemplo,
calar-se diante do ignorante (cf. Jo 19,9: “De onde és tu?” Jesus ficou calado).
 Há um ditado que diz: “aonde a ignorância fala a sabedoria silencia”.
 A vida humana é efêmera, frágil, passageira e limitada:
 A imagem de uma árvore plantada à beira da água descreve aqueles que
depositam em Deus sua confiança;
 Em oposição ao deserto, a planta que se encontra em contato com a água
está segura, fecunda e com abundância de vida.
 Dessa forma a Palavra de Deus nos adverte sobre em quem temos colocado a
nossa confiança: em Deus ou nos poderes deste mundo que nos levarão à
ruina?
 A 1ª leitura apresenta o primeiro tijolo colocado na construção da nossa casa espiritual: a
humildade.

II Leitura – 1Cor 15,12.16-20 – O fundamento da nossa fé

 A 2ª leitura sugere que façamos uma leitura desta nossa vida na perspectiva da vida plena em
Deus.
 Ver se o que vivemos está em comum acordo com aquilo que aprendemos de
Jesus.
 Ver se o que fazemos está afinado com a vida nova que nos é reservada pela
ressurreição
 Aqui aparece o 2º tijolinho para se construir nossa casa espiritual: a fé.

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 A fé na ressurreição gera nova humanidade, que acredita e trabalha pela vida plena e eterna.

III Leitura – Lc 6,17.20-26 – Anseio por um mundo novo

 O Evangelho de hoje nos propõe as Bem-aventuranças como um caminho de vida para os que
buscam as bênçãos de Deus.
 O que é ser bem-aventurado e quem são os bem-aventurados?
 Bem-aventurado é: ser feliz, ser abençoado, é aquele que obteve o favor de
Deus.
 São bem-aventurados: os pobres, os famintos, os que choram ou são
perseguidos.
 Como entender isso se todas estas coisas são ruins?

 A mensagem de Jesus é totalmente contrária ao que o mundo pensa:


 As bem-aventuranças mencionam situações que são vistas como abandono
de Deus.
 É aqui que está o segredo dos ensinamentos do Evangelho.
 O motivo da bem-aventurança não é a situação atual, mas a nova condição
que os bem-aventurados recebem como dom de Deus: “porque deles é o
Reino do céu”, “porque serão consolados”, “porque possuirão a terra”, etc.
 Deus, para socorrer a humanidade, escolhe muitas vezes caminhos
impensáveis, talvez até os dos nossos limites, das nossas fraquezas,
sofrimentos, derrotas e abandono, para não nos deixar perder ou perdidos.
 As bem-aventuranças são o caminho para alcançar a alegria. Não existe outro.
 É neste caminho que reside a verdadeira bênção e felicidade.
 Quanto aos “ai de vós” aprendamos que:
 Eles apontam para situações que são consideradas sinais de bênção, como
riquezas, prosperidade, boa reputação e alegria.
 Tudo isso são coisas que não nos dão garantia de vida eterna feliz.
 O pior de tudo, nos direcionam a ter confiança em coisas erradas e podem
nos conduzir a um estilo de vida que nos afasta de Deus.

Avisos:

 A partir de março, dia 06/03, o horário da missa do domingo à noite será alterado para as 19h.
 Os envelopes do dízimo, que serão entregues a partir março, virão com 12 exemplares, 1 para
cada mês. Por motivo de higiene os mesmos serão descartáveis.

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MISSA DO VII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Tema: Sede misericordiosos

I – Introdução

 A missa de hoje nos faz refletir sobre um tema muito importante para nossa fé cristã:
 A relação nossa com nossos inimigos ou com aqueles que se opõem
aos valores do Evangelho que nós abraçamos.
 Como você vê os seus inimigos?
 Os textos bíblicos da missa de hoje nos sugerem ou convidam a substituir a lógica da
violência e da hostilidade pela lógica do amor incondicional, inspirado na misericórdia
de Deus, cuja imagem fomos criados (cf. Gn 1,26).

II – Reflexão bíblica

I Leitura – 1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23 – A vida pertence a Deus

 A 1ª leitura de hoje nos fala de um fato ocorrido com Davi que teve a
oportunidade de matar o seu inimigo e não o fez, por que?
 Porque ele teve a consciência de que a vida de seu inimigo
pertencia a Deus, por isso deixou que Deus fizesse a justiça,
segundo seus desígnios.
 Este texto sagrado nos propõe duas formas de lidar com aqueles que nos
agridem, usando de violência e não governa o povo com sabedoria:
 Uma forma seria eliminar os que agem mal atendendo contra a
sua vida, mas este não é o caminho de Deus;
 A outra forma seria a de quem decide não entrar na lógica deles,
da violência, do pagar mal com o mal, pois se encontra no
caminho de Deus que é de perdão e misericórdia.

II Leitura – 1Cor 15,45-49 – O caminho da salvação

 A lógica que nos move em direção à vida éter é o amor a Deus e ao próximo.
 O exercício da construção da paz por meios pacíficos é um dos caminhos para nos
prepararmos para a vida plena que Deus nos reserva no futuro.
 Jesus é o modelo de vida que devemos seguir;

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 É a imagem que devemos moldar nossa via e superar todas as formas
de morte.
 Cristo é o Novo Adão.

III Leitura – Lc 6,27-38 – A regra de outro para o caminho do discipulado cristão

 Qual é a regra de ouro e quem são os nossos inimigos?


 A regra de ouro é amar até os inimigos
 São nossos inimigos aquelas pessoas que nunca irão retribuir o bem
que lhes fizermos.
 Infelizmente, às vezes, nos fazemos inimigos até de nossos familiares,
inclusive de nossos pais. Isto é muito triste.
 O grande ensinamento do Evangelho de hoje para nós é: não julgue e nem condene
ninguém, pois não sabemos o que passa dentro das pessoas.
 Só Deus tem autoridade para tanto, mas mesmo assim, não o faz.
 Ele sempre opta pela misericórdia, proporcionando ao pecador a
possibilidade de conversão.
 Procure dar oportunidade às pessoas e inclusive, para você mesmo.
 Não te trate a ferro e fogo. Pode ter certeza que você conseguirá ser
melhor do que tem sido.

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MISSA DO VIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema: A boca fala do que o coração está cheio
I – Introdução

 A Missa de hoje destaca algumas virtudes e qualidades que são essenciais para
caracterizar um cristão.
 A pessoa que se diz cristã, mas que não tem estas qualidades ela
é um falso cristão.
 Trata-se de um testemunho de fé que deve encher o nosso
coração, e não os critérios humanos, movidos pela busca pessoal
de visibilidade.
 Infelizmente, muitos agentes de pastorais ou movimentos religiosos, ou ainda,
comunidades de vida têm como critério de ação a sua visibilidade pessoal, o
seu grupo. Ninguém pensa na Igreja de Cristo como deveria sê-lo.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Eclo 27,5-8 – Cuidado com as aparências

 A 1ª leitura de hoje chama a atenção para o cuidado que precisamos ter para
não avaliar as pessoas pelas aparências, e sim pela sabedoria de vida que
revelam.
 A pessoa demonstra o que é pelo seu discurso, pelas palavras
que saem de sua boca.
 Não devemos nos impressionar pela habilidade teatral ou pela
retórica de uma pessoa, e sim por sua sabedoria de vida.
 Aqueles que agem pela aparência podem fingir, enganar,
disfarçar, representar, encenar como num teatro, mas as
palavras de sabedoria só podem brotar de corações sinceros e
retos.

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 O verdadeiro sábio é aquele que se inspira nas Escrituras, que orienta sua vida
à luz dos princípios divinos. O resto é conversa fiada.
II Leitura – 1Cor 15,54-58 – Como alcançar a vitória da vida eterna

 O único caminho é Jesus, não há outra via possível:


 Por isso não devemos nunca esmorecer no testemunho de nossa
fé, para que a vitória de Jesus não seja vã em nossa vida.
 A nossa ressurreição é incontestável e, ela, começa em nós, no
Batismo.
 Cabe a cada um de nós vencer as obras da morte dia após dia:
egoísmo, escravidão, violência, ódio, etc.

III Leitura – Lc 6,39-45 – O cisco e a trave nos olhos

 A parábola do Evangelho de hoje do cisco e da trave nos olhos é uma exortação


a nós no sentido de cultivarmos o senso da autocritica, junto à capacidade de
criticar os outros.
 Trata-se de atitude sábia que nos ensina a olhar primeiro para si
mesmo antes de se arvorarem em juízes dos outros, com grande
possibilidade de se equivocarem.
 O ponto frisado neste ensinamento de Jesus é a contradição de
alguém denunciar pequenas falhas alheias, quando tem defeitos
muito piores, sem que se esforce para corrigi-los.
 Todo aquele que passa a considerar as mazelas pessoais, torna-se mais
benévolo e compassivo com as limitações dos outros.
 O caminho a ser percorrido na correção dos erros é longo e
penoso.
 Será preciso contar com o auxilio de Deus para manter vivo o
desejo de se emendar.
 Somente os hipócritas têm o atrevimento de julgar os outros sem primeiro,
julgar a si mesmos.
 O Evangelho de hoje nos ensina que a qualidade de nosso coração determina a
qualidade de nossas palavras e ações.
 Tudo depende do coração.
 O bem que se guarda no coração transborda nas atitudes.
 A boca fala daquilo que o coração está cheio.
 A maior dificuldade da Igreja hoje para cumprir sua missão está justamente
aqui:
 Há muita gente disposta a falar de Deus por aí, mas do jeito
delas, a partir do entendimento e interesse delas.

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 Jesus faz uma severa advertência sobre isto no Evangelho:
cuidado com a cegueira e com o espírito de juiz do outro.
 Aquele que se propõe como guia deve ter clara visão de como conduzir os
outros a uma direção certa.
 Caso contrário, a implicações serão desastrosas tanto para
aquele que guia como para aqueles que são conduzidos por
cegos.
 Na Comunidade cristã não há lugar para aqueles que se fazem juízes dos irmãos
e irmãs.
 A intolerância e a intransigência não são atitudes que
contribuem para o bem comum, pois abrem caminhos para a
condenação dos outros, muitas vezes por falhas insignificantes.
 Quem não está em uma atitude permanente de conversão tende
a olhar mais para os pequenos defeitos dos outros e não
enxergar os seus próprios defeitos.

MISSA DA QUARTA FEIRA DE CINZAS


Tema: A vida que renasce das cinzas
I – Introdução

 Hoje se inicia um caminho espiritual a ser percorrido em direção à Cruz e à luz


da Ressurreição do Senhor.
 Trata-se de um tempo de recolhimento interior e à penitência.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Joel 2,12-18 – O cuidado com o coração

 A profecia de Joel fala de “rasgar o coração” mais do que as vestes – como era
costume naquele tempo, como sinal dessa atitude interna de atenção ao que é
espiritual.
 É de um coração humano infestado de maldades que saem todo tipo de
destruição.
II Leitura – 2Cor 5,20-6,2 – Novos propósitos de vida

 A 2ªleitura enfatiza que estamos num tempo favorável e propício para a


conversão.
 Iniciar esta nova etapa exige de nós:
 Ter novos propósitos
 Ter coragem de fazer uma autorrevisão = autocritica
 Ter disposição para levar adiante ações transformadoras
inspiradas por Deus.

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 Feito isso, sua quaresma está bem iniciada.
III Leitura – Mt 6,1-6.16-18 – Proposta de um caminho de crescimento na fé

 O Evangelho propõe a esmola, a oração e o jejum como vias praticas de


crescimento na fé e de amadurecimento humano.
 A esmola: a pessoa não precisa buscar a desnecessária aprovação alheia, mas o
exercício do amor transbordante de Deus no ser humano.
 A oração:
 Não se deve rezar em lugares públicos a fim de ganhar prestigio
e notoriedade.
 A oração não é um teatro.
 Os atos de piedade precisam ser vivenciados sob o olhar
amoroso de Deus.
 As fórmulas de orações são secundárias e as palavras menos
importantes do que a atitude de filiação divina e fraternidade
humana.

 O jejum: seria um cuidado consigo mesmo


 Deve ser praticado para “ser visto” por Deus, e não pelas
pessoas.
 O jejum ´precisa ser feito como verdadeiro exercício de
desapego.
 Estas práticas quaresmais – esmola, oração e jejum – visam nos ajudar na
comunhão e na integração do ser humano para que os vínculos de amor
possam prevalecer em cada pessoa de modo mais perfeito e eficaz.
O rito da imposição das cinzas

 Esse rito marca o início de um novo tempo na vida das pessoas.


 Recorda, também, a condição humana, sempre frágil e sempre convidada a
voltar-se para Deus.
 Aponta, também, o início de um caminho, um itinerário, um rumo a ser dado
na vida de conversão e de reconhecimento de que nada podemos nem somos
sem o amor de Deus.
 É hora de abandonar os velhos costumes de vida para melhor aderir à proposta
do Evangelho.
 Convertei-vos e crede no Evangelho
 Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar

33
MISSA DO I DOMINGO DA QUARSMA
Tema: Viver a fé nos desertos da vida
I – Introdução

 O tempo da quaresma nos sugere o quê?


 Um deserto para nos fortalecer no combate contra o mal.
 O deserto é o lugar aonde ninguém quer nos acompanhar
 É um lugar propício para uma renovação interior.
 Nos sugere também uma aventura de confiar em Deus.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Dt 26,4-10 - O gesto de gratidão a Deus

 A 1ª leitura lembra a ação de Deus na história do seu povo e, ao mesmo tempo,


mostra o gesto de gratidão do povo oferecendo, agradecido, as primícias de
tudo quanto possuía.
II Leitura *- Rm 10,8-13 – A confissão de fé

 A 2ª leitura fala da importância da profissão de fé em Jesus como Senhor.


III Leitura – Lc 4,1-13 – A recusa às seduções do mal

 A fé se apresenta como uma possibilidade de escolha a quem a deseja.


 Quem crer, experimentará as maravilhas de Deus.

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 As três tentações resumem as diferentes situações que que Jesus se
encontrava:
 Foi tentado a se servir do poder divino para realizar obras em
benefício próprio;
 Foi tentado a recorrer a meios escusos para atingir seus
objetivos;
 Foi tentado a ser irresponsável no exercício da missão, certo de
que Deus se encarregaria de seus maus feitos.
 Jesus venceu todas estas tentações nos deixando um exemplo.

MISSA DO II DOMINGO DA QUARESMA

Tema: Transformação em Cristo


I – Introdução

 O grande propósito da missa de hoje é o de nos ajudar a descobrir a nossa


própria identidade.
 Olhar-nos por dentro e perguntar a nós mesmos: quem sou eu?
 Descobrir o que verdadeiramente somos
 E, a partir daí, buscar a transfiguração, tendo por modelo Jesus =
ser transparente
 O primeiro passo a ser dado para se transfigurar é fugir “das sombras”.
 Daí a necessidade de procurar um lugar alto, uma grande
montanha, onde fica difícil encontrar “sombras”.
 Que monte é este que devemos subir para fugirmos das
“sombras” e sermos transfigurados, límpidos, cristalinos?
 É isto que nos mostra as leituras bíblicas da missa de hoje
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Gn 15,5-12.17-18 – A fé de Abraão: uma aventura

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 A relação entre o ser humano e Deus se constitui com base em uma disposição
confiante do ser humano em aventurar-se nos planos divinos.
 A disposição de fé de Abraão nos inspira a confiarmos nas
promessas de Deus e nos dispormos a novos horizontes.
 Deus é fiel à sua promessa. E, nós, o que temos feito?
 Aqui aparece o primeiro sinal do “monte” através do qual acontece a
transfiguração das pessoas: aventurar-se em Deus.
II Leitura – Fl 3,17-4,1 – A realidade humana e suas possibilidades

 A 2ª leitura descreve o contraste entre nossa realidade humana desfigurada e a


destinação transfigurada para qual todos são chamados a partir da fé em
Cristo.
 Em outras palavras:
 Infelizmente muitos cristãos comportam como “inimigos da cruz
Cristo”.
 A sua conduta, o seu modo de viver, não reflete a maneira
correta de crer, de viver a fé cristã como ele nos é dada nos
ensinamentos de Jesus (vv.18-19).
 Falta nesta gente o compromisso de fé e um modo digno de
viver como cristão que se diz ser (v.17).
 A leitura conclui com um convite à perseverança na fé (cf. 4,1), isto é, um
amadurecimento espiritual nascido do agir do Espírito de Deus em nós.
 Aqui aparece o segundo sinal do “monte” sob o qual a transfiguração das
pessoas se torna possível: o amadurecimento na fé.
III Leitura – Lc 9,28b-36 – O Caminho da transfiguração da humanidade

 A humanidade glorificada em Cristo = Jesus é o Caminho (cf. Jo 14,6)


 Apesar da cena, com tantas características fabulosas, conclui-se com o silêncio
(v.36). Por que?
 A experiência com Deus não constitui uma fruição entusiásticas,
barulhenta, mas é uma preparação para a dura realidade da
vida, como: incompreensões, sofrimentos e morte.
 Estes movimentos carismáticos e pentecostais querem fugir
desta dura realidade. Isso faz deles um perigo para a fé cristã.
 A ressurreição será a resposta de Deus à entrega confiante, mas
deve-se levar em conta que o caminho não será fácil.
 Foi assim para Jesus e o será também para nós.
 Ser cristão não é brincadeira, não é fazer festinha de comemoração, como
acontece nos clubes e associações.
 Ser cristão é viver o que Jesus viveu, fazer o que Ele fez e ser o que Ele foi: fiel
a Deus.
 Aqui está o terceiro sinal do “monte” da possibilidade de transfiguração das
pessoas: o silêncio.
 Guarde no coração:
36
 Aventurar-se em Deus
 Amadurecer na fé
 Guardar silêncio

MISSA DO III DOMINGO DA QUARESMA


Tema: A paciência de Deus nos convida à conversão
I – Introdução

 Precisamos lembrar hoje de três coisas que já aconteceram nesta quaresma


que vão nos ajudar a compreender melhor o assunto da missa de hoje:
 O recolhimento interior e a penitência – quarta-feira de cinzas
 Viver a fé no deserto da vida – tentação no deserto – 1º
domingo
 Aventurar-se em Deus – a transfiguração – 2º domingo
 Hoje a missa nos chama a atenção para a paciência de Deus, que nos convida à
conversão.
 A maior tentação que temos é a de atribuir a Deus
responsabilidades que não são d’Ele, como por exemplo, as
coisas ruins que nos acontecem.
 O mal pode ter diferentes origens, mas não vem de Deus.
 Precisamos contemplar a presença de Deus mesmo em meio às
adversidades da vida, como por exemplo, nos momentos

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trágicos, pois estes momentos são importantes para nossa
conversão.
 Os momentos infortúnios são ocasiões para melhorar o nosso
jeito de ser.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Ex 3,1-8a.13-15 – A vocação de Moisés

 A 1ª leitura mostra a proximidade de Deus ao chamar Moisés.


 Esta proximidade deve ser motivo de alegria e não de medo e
distanciamento.
 É nessa perseverança de amor com Deus e proximidade com Ele
que a eternidade vai acontecendo.
II Leitura – 1Cor 10,1-6.10-12 – Não desanimar diante das dificuldades

III Leitura – Lc 13,1-9 – O cuidado que se deve ter com pensamentos enganosos

 A parábola da figueira infrutífera sublinha a paciência de Deus em relação a


quem se mostra insensível aos apelos de conversão.
 Jesus nos alerta em relação a certos pensamentos enganosos,
que podem ter graves desdobramentos.
 Muitos de nós se encontram como esta figueira, pois vivendo
despreocupados no egoísmo.
 Outros comportam sem nenhuma compaixão do irmão que
sofre alguma tragédia.
 Temos uma forte tendência de olhar para os outros e julgá-los pecadores, sem
se dar o trabalho de olhar para si mesmo e se reconhecer carente de
conversão.
 Todos nós precisamos de um tempo, precisamos de um cuidado
especial e a mudança acontecerá.

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 Temos uma facilidade enorme de reconhecer os pecados
alheios e identificar as respectivas punições.
 Mas não temos a mesma facilidade de reconhecer os próprios
pecados e penitenciar-se por eles.
 Servir-se do sofrimento do outro para taxá-lo de pecador, no mínimo, é
diabólico, pois aquele que sofrem algum tipo de sofrimento não é mais
pecador do que nós.
 Pelo contrário: pode nos servir de sinal, pois se aconteceu com
eles imagina só o que não acontecerá conosco que vivemos pior
do que eles?

MISSA DO IV DOMINGO DA QUARESMA


Tema: A alegria do encontro com o Senhor
I – Introdução

 Em que consiste a penitência cristã? Quando é que uma penitência não tem
valor nenhum?
 A penitência cristã não é um fim em si mesma. Ela deve levar à
felicidade.
 Uma penitência que fecha a pessoa em si mesma não é inspirada
por Deus, portanto, sem nenhum valor.
 Qual é a principal característica do tempo da quaresma?
 O tempo da quaresma não pode ser caracterizado por um tempo
de tristeza, sofrimento e mera recordação do pecado, pois é o

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tempo da celebração da ação misericordiosa de Deus no ser
humano.
 Qual é a única exigência para se voltar para casa?
 Amar os que ficaram em casa – a família
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Js 5,9a.10-12 – Uma nova vida começa a frutificar

 A 1ª leitura fala do que ocorreu na Terra Prometida logo no primeiro ano que
lá chegaram:
 Fala do entusiasmo da nova realidade de vida muito diferente
daquela lá do Egito, no tempo da escravidão.
 O povo festeja e como dos primeiros frutos colhidos em sua
terra.
II Leitura – 2Cor 5,17-21 – A importância da transformação da pessoa

 A 2ª leitura fala do quanto é importante a mudança de mentalidade das


pessoas.
 Trata-se de novidade que acontece na pessoa humana, e não
em um lugar.
 Na 1ª leitura ficou claro que houve uma mudança de lugar =
uma novidade = uma nova realidade. E as pessoas, como elas se
encontravam?
 Se não houver uma mudança na pessoa de nada adiantará os
esforços empregados naquele fim.
 Aqui está o maior desafio da Igreja do nosso tempo: como ajudar as pessoas a
si enxergar = mudar de mentalidade = mudar interiormente.
 O único caminho de transformação é Cristo = Ele faz novas
todas as coisas.

III Leitura – Lc 15,1-3.11-32 – A volta para casa

 O Evangelho fala do filho sem juízo que acaba voltando para casa por iniciativa
própria. O que o levou a tomar esta decisão?
 Não foi o sofrimento, mas sim, um ato de sensatez, de
discernimento.
 Ele percebeu que estava morto e queria voltar a viver.
 A vida longe de Deus configura-se como morte.
 Viver longe de Deus é se perder e se enveredar por desvios e
atalhos, caminhando sem rumo.
 O resultado deste modo de vida é a infelicidade e a frustração.

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 Quando a gente ama, confia, abre mão de tudo e aceita as
exigências daquele a quem se ama.
 Só há vida onde há amor. Do contrário, a vida não existe. Só há
desgosto, sofrimento e tristeza = isso não é vida.
 Penso que a grande preocupação da Igreja hoje deveria ser com tantos
entristecidos, adoecidos e abatidos que há dentro dela, por diversas razões.
 Como a Igreja tem alentado a dor destas pessoas? Como ela tem
cuidado destas pessoas?
 Tem aparecidos pessoas de “aparente boa fé”, que apresentam
propostas das mais diversas para solucionar os problemas dos
outros e, o faz, em nome de Deus e da Igreja.
 Daí o surgimento de muitos atos de piedade que são
questionáveis.
 Você sabia que só fala em nome da Igreja o Bispo e mesmo
assim em comunhão com os outros?
 Quem recebe o anúncio do Evangelho, com docilidade de
coração, tem todas as suas dores sanadas.
 Por isso o Evangelho deve ser anunciado puro, sem nenhuma
contaminação ou infestação humana.
 É aqui que está o desafio pastoral da Igreja: Evangelizar com o Evangelho.
 Não há outra possibilidade de evangelização.
 Não se pode arrumar artifícios para levar o Evangelho ao mundo.
 O Evangelho é o Evangelho. Ele se carrega a si mesmo.
Avisos:

 Questionário de consulta do Sínodo dos Bispos – trazer suas respostas até o


próximo final de semana; podem entregar também na secretaria paroquial.
 Programação da Semana Santa será apresentada no próximo final de semana
 Os pais com crianças na idade de catequese fiquem atentos para inscrição dos
mesmos. Só serão inscritos na catequese paroquial famílias residentes na
paróquia.
MISSA DO V DOMINGO DA QUARESMA
Tema: Olhar o mundo a partir do olhar de Deus
I – Introdução

 A Liturgia da missa deste domingo nos recomenda duas coisas importantes:


 Deixar as coisas passadas – se não é possível deletá-las pelo
menos devemos deixá-las bem longe de nós hoje.
 Acolher o novo que Deus nos dá, isto é, ter uma atitude de fé em
que novos horizontes, maiores e melhores, surgem com a ação
divina.
 Esta é a proposta da reflexão da missa de hoje.
 Celebremos a novidade de Deus em nossa vida e em nosso meio.

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 Deixemo-nos surpreender com o que desponta no mistério
deste domingo.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – Is 43,16-21 – A libertação do Egito

 A primeira leitura fala da libertação ocorrida no passado e mostra que Deus


está para realizar algo melhor, superior ao que se recorda como tempo glorioso
de Israel.
 Que “algo” novo, melhor e superior é este?
 Vinda do Filho de Deus.
 As pelejas do exílio preparam a glória que há de vir para os
judeus no futuro.
 As adversidades são ocasiões oportunas para acolher a novidade
que Deus está preparando.
 Deus sempre está a fazer coisas novas, para que olhemos o presente mais do
que o passado e contemplemos o que desponta ou está por vir.
II Leitura – Fl 3,8-14 – A grandeza do que nos espera no futuro

 A segunda leitura nos propõe uma mudança de mentalidade no processo da


nossa conversão.
 São Paulo, por exemplo, considerou as coisas antigas que ele
viveu ou acreditou como perda diante do bem mais precioso que
ele encontrou: o conhecimento de Cristo (v.8)
 Se antes ele se apoiava na observância da Lei mosaica, agora se
sustenta na fé em Cristo (v.9).
 O mesmo se aplica a nós
III Leitura – Jo 8,1-11 – A vida que ressurge da misericórdia

 No Evangelho de hoje lemos a história de uma mulher que foi perdoada por
Jesus.
 Trata-se de uma história de vida ressurgida na misericórdia
oferecida por Deus a partir daquele encontro.
 Este encontro tinha tudo para ser desastroso para aquela
mulher, mas não o foi, porque encontrou-se com a misericórdia
de Deus.
 Isto acontece conosco também.
 “Quem dentre vós não tiver pecado atire a primeira pedra!” (v.7).
 Jesus escreve no chão coisas não sabidas.
 A reação dos ouvintes foi a de saírem pouco a pouco...
 A mensagem ensinada por Jesus era clara:
 Quanto mais velho, mais pecado acumulado tem e, no caso dos
escribas e fariseus, maior aptidão para a condenação...

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 Quanto a mulher, o seu medo se converteu em alegria de uma
vida nova surgida a partir da misericórdia de Deus.
 A determinação do juiz foi a misericórdia e a liberdade no amor
de Deus.
 Para guardar no coração:
 Deus não é um juiz carrasco, mas Pai misericordioso.
 O agir de Deus em relação a nós não se equipara ao nosso
merecimento.
 Deus procede de forma muito melhor do que imaginamos e nos
surpreende com seu amor e misericórdia, dando-nos mais do
que aquilo de que somos dignos.

CELEBRAÇÃO PENITENCIAL
Tema: A alegria de voltar pra casa e tornar a viver

 A mensagem desta parábola é a misericórdia de Deus e a alegria que ele


provoca
Lc 15,1-3.11-32

 A passagem bíblica que acabamos de ouvir começa com uma introdução


literária para melhor compreensão do que será tratado no decorrer da
parábola (vv.1-3):

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 De um lado está Jesus, com seu jeito de ser, de passar pelos lugares e se
relacionar com os excluídos da sociedade: cobradores de impostos, prostituta,
pecadores, etc. – gente sem uma boa reputação.
 Mas estas pessoas tinham algo em comum e de valor: todos
queriam ouvir Jesus e acompanhá-lo.
 Para estas pessoas Jesus tinha algo que agradava, fortalecia e
aliviava suas dores. Passaram a ter carinho com Ele.
 Do outro lado já estavam os fariseus e escribas, que murmuravam como o povo
no deserto no tempo de Moisés.
 Estes odiavam Jesus até a morte e tentavam uma maneira
sorrateira para exterminar com a vida de Jesus.
 É daqui que nasce a parábola do “filho pródigo” que nos ajudar a rever a nossa
própria vida.
 O filho mais jovem pediu a parte de sua herança e foi embora para um lugar
distante, aventurando-se na sorte (v.13).
 Aqui aparece o 1º passo para andarmos no erro: aventurar-se
em seus próprios interesses.
 Este jovem rapaz se entusiasmou com aquela possibilidade de
estar só, longe do pai e foi esbanjando todo o seu dinheiro.
 Aqui está o 1º perigo para quem quer ser livre demais: o
futuro...
 O tempo foi passando, veio a fome à região em o filho mais jovem habitava, e
ele começou a passar necessidade (v.14)
 O nosso pecado também atinge o outro = “fome naquela
região”.
 Para não morrer de fome, empregou-se como criador de porcos
– todos nós sabemos o que é um chiqueiro = lugar difícil de se
estar.
 A crise era tanta, a carestia era tanta que nem sequer conseguia
comer dos alimentos dados aos porcos.
 Só a partir daqui aquele jovem toma consciência da sua situação
 Ele cai em si, pensa mais seriamente sobre o sentido da vida e
em alguma solução que poderia adotar.
 O 1º passo para mudar de vida é tomar decisão – a decisão é sua
e não de alguém que lhe mandou tomar este ou aquele
caminho.
 Uma coisa que pode nos ajudar muito a tomar uma decisão
segura é fazer memória = recordar da vida junto ao pai, onde os
empregados comiam com fartura (vv.18-20).
 Esta situação de empregado já era de maior dignidade do que
aquela em que ele se encontrava, por opção.
 Este jovem era mesmo de sorte:
 Ele ainda estava longe como o pai lhe reconheceu, mesmo
desfigurado como estava.

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 Quando ele saiu de casa ele era bonito, forte, saudável
 Agora ao retorna parecia um mendigo = era um “caco de gente”.
 Como pode o pai o reconhecer naquela situação?
 A acolhida foi uma das melhores. Coisa que ele nunca esperava que
acontecesse aconteceu:
 Festa, roupa nova, anel, boi gordo = churrasco, dança – alegria
só.
 Surpreendentemente, o pai não age como o esperado, com
punições ou revolta contra o filho, mas o trata com honras –
melhor túnica, anel nos dedos e sandálias nos pés), porque o
filho estava morte e voltou a viver (v.24).
 Guarde no mais profundo do seu coração: você é este filho e este pai é Deus
que te ama.
 Não fique parado à beira do coxo dos portos.
 Tome consciência de que você pode mudar o rumo da sua vida e
o faça o quanto antes. A decisão é sua.
 Nós poderíamos parar por aqui, mas tem uma outra figura importante nesta
parábola: o filho mais velho.
 Ele fica com raiva quando sabe da atitude do pai para com o
irmão – fica zangado – faz birra e não quis entrar em casa e
muito menos participar da festa (v.28).
 Este é o cuidado que devemos ter: acharmos que somos
melhores do que os outros porque sabemos uma meia dúzia de
rezas....
 O filho mais velho resistia ao apelo paterno e se vangloriava porque trabalhava
havia muito tempo com o pai e nunca ganhou nada (v.29).
 O grande desafio do religioso é fazer alto para Deus sem querer
nada em troca.
 A nossa relação com Deus sempre é a de berganha
 Veja como Deus é bom para com todos:
 Nesta parábola a atitude do pai para com ambos os filhos é de
misericórdia e bondade.
 Ele não se zangou com o filho mais novo por tem levado uma
vida desenfreada e nem se zangou com o filho mais velho, nem
discute com ele – só tenta mostrar as coisas, dialogo (vv.31-32).
 Nota-se aqui que Deus não sede ao capricho de ninguém – a
festa não parou.
 Com qual destes dois filhos você se parece?
SEXTA-FEIRA SANTA – 2022
Tema: Falar de Deus em tempos de sofrimento – como isso é possível?
Jo 18,1-42 – A Paixão e Morte de Jesus

 Sofrer é um verbo que toda a humanidade sabe conjugar.

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 Não somente a humanidade, mas também a criação inteira.
 Há uma Escritura que diz assim: “Sabemos que, até hoje,
toda a criação geme e padece, como em dores de parto” (Rm
8,22).
 Quando nascemos, nossa primeira reação é o choro.
 Gritamos pela estranheza da luminosidade, que certamente
dói em nossos olhos e em nosso corpo todo, em contraste
com o conforto do útero materno.
 Ao chegarmos a este mundo, aos poucos vamos nos
adaptando à temperatura, aos ruídos, aos cheiros e mau
cheiros, aos sabores, etc.
 Tudo não passa de um aprendizado.
 O interessante e que a gente não pode esquecer, é a nossa criatividade
para driblar as dificuldades que vão aparecendo: fazemos caretas,
semblantes tristonhos, suspiro... etc., mas também damos sinais de que
tudo está bem: sorriso...
 Não bastasse o sofrimento como condição, há também o sofrimento
imposto. É aqui que está o perigo e a maior causa da nossa dor: o
sofrimento imposto a nós.
 Por atitude de pessoas inconsequentes
 Por falta de uma política social eficiente – temos visto tantos
rostos desfigurados de pessoas jogadas nas praças e calçadas
de nossas cidades, e nos lugares mais remotos esquecidos.
Vc consegue imaginar a dor desta gente: sem comida, sem
casa, sem família?
 Por pestes que vão aparecendo no meio da humanidade
como consequência de um desequilíbrio ou mal uso dos bens
naturais, por exemplo, a pandemia do Coronavírus. Essa
peste encarregou de escancarar a dor, o sofrimento e a
tristeza no mundo inteiro.
 Tudo isso está sendo falado para nos acordar do sono da indiferença em
que temos vivido.
 Foi essa indiferença humana que matou Jesus.
 O motivo religioso da Sua condenação foram seus
ensinamentos.
 Para os líderes religiosos era difícil conviver com o incômodo
daquele ensinamento novo que estava aparecendo (v.19).
 Houve também a fragilidade humana na traição de Judas
Iscariotes (v.3) e nas negações de Pedro (v.17).
 O jogo de interesses políticos e religiosos levam a mortes multidões de
inocentes até hoje (Rússia e Ucrânia, Covid-19). Foi este jogo político e
religioso que levou Jesus à morte.
 O motivo do julgamento de Jesus muda dos ensinamentos
para a suposta realeza (v.33).

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 Deixa de ser motivo religioso para ser político com um único
objetivo: matá-Lo!
 Aqui está o maior desafio da nossa fé cristã. Muitos de nós ainda não
entendemos a razão da nossa fé. Temos que viver de modo diferente.
 Jesus é Rei de um reino diferente, que eles não podiam
compreender.
 O reinado de Jesus não tem nada a ver com política, com
poderes... (v.36)
 Veja só do que constituído o reinado de Jesus (v.37).
 A figura de Pilatos nos mostra a covardia política que existe nos poderes do
mundo que nada fazem pelo bem dos seus cidadãos.
 Pilatos sabia da inocência de Jesus e tinha autoridade para
soltá-Lo e não o fez por covardia e medo – esta não é uma
atitude correta de um bom político, que tem nas mãos o
destino do povo (v.38).
 Jesus, diante de toda essa maldade política e religiosa, age
com a soberania e a liberdade de quem compreende os
desígnios de Deus e n’Ele espera.
 É aqui que está o nosso refúgio: imitar Jesus. “Fechou”,
como diz na gíria.
 Na vida temos que aprender uma coisa muito importante:
 Não devemos ater aos detalhes sobre os sofrimentos, mas
servirmos deles para nos fortalecermos no “amor até o fim”
(Jo 13,1), foi o que Jesus fez (v.30).
 A cruz deve ser entendida por nós como glória e não como
fracasso.
 Um cristão sem cruz é um pagão cristianizado.
 Um detalhe importante que não pode ser esquecido e que se ouve falar
muito pouco. Como ficou a situação daquelas pessoas que viveram e
morreram antes da vinda de Jesus a este mundo? Que possibilidade de
salvação elas tiveram?
 Jesus desce para abraçar todos os silêncios e, dessa forma,
reapresentar a vida como possibilidade de salvação a todos.
 Há uma Escritura que diz (Mt 27,51-53) “Os túmulos se
abriram e muitos santos falecidos ressuscitaram... e foram
vistos na Cidade...”

MISSA DO I DOMINGO DA PÁSCOA


Tema: Os olhares da fé
I – Introdução

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 O primeiro dia da semana é o dia mais importante, por que?
 Porque “é o dia que o Senhor fez para nós!” (Sl 117,24)
 O quê você faz no domingo?
II – Reflexão bíblica
I Leitura – At 10,34.37-43 – O conteúdo da Catequese cristã

 A 1ª leitura de hoje faz um resumo do que se lê nos Evangelhos, a saber:


 Depois de ser batizado por João, Jesus pregou o Reino de Deus a
partir da Galiléia;
 Foi morto na cruz em Jerusalém;
 Entretanto, Deus o ressuscitou dentre os mortos
 E então ele apareceu às testemunhas, para que o proclamassem
como o “juiz” designado por Deus para os povos de toda a terra
(v.37-42).
 Aqui está a mensagem essencial, o conteúdo da fé cristã, que deve ser
transmitido aos outros.
 Devemos tomar cuidado com duas coisas importantes com relação a fé:
 1ª: que a fé não é um conjunto de idéias a respeito de alguém;
 2ª que a fé é uma experiência com a Pessoa de Jesus
 Foi graças a esta experiência que hoje nós temos a oportunidade de conhecer
Jesus. Com a vida que estamos levando como cristãos, que legado vamos deixar
para as gerações futuras?
II Leitura – Cl 3,1-4 – A força da ressurreição

 A espécie humana é ressuscitada com Cristo e já se encontra à direita de Deus =


lugar de honra. O que isto significa?
 Além de dignidade, essa condição nos confere a
responsabilidade de vivermos conforme esse novo estado de
vida em Cristo.
 Jesus não fingiu ser humano nem, depois, abandonou a
humanidade; Ele nos assumiu até o fim e por inteiro.
 A experiência com Jesus gera vida nova, de forma que as preocupações
terrenas, comuns a todas as pessoas, tornam-se secundárias para nós, os de fé.
 O encontro com Jesus muda os valores, e ele passa a ser o maior
de todos os bens e o centro de todas as coisas em nossa vida.
 Isto procede? Quantas vezes trocamos Deus por bananas?
 Para nós cristãos tudo que estiver fora de Cristo deve ser
considerado lixo (cf. Fl 3,8).

III Leitura – Jo 20,1-9 - A dinâmica da fé

 O Evangelho de hoje nos apresenta três modelos de seguimento da fé: o de


Maria Madalena, o de Pedro e o do discípulo Amado.
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 São três exemplos de vida que nos ajudam a avaliar a nós mesmos neste
mesmo caminho de seguimento de Jesus, embora em tempos diferentes.
 Maria Madalena viu-se na obrigação de superar a amizade no
plano físico presencial com Jesus e passar a estabelecer uma
relação espiritual com Ele, como compromisso de vida (v.1-2);
 Pedro é a figura dos que se detêm nas interrogações, buscando
verificar tudo, a fim de entender e chegar ao conhecimento da
verdade sobre Jesus (v.6-7).
 Este caminho pode resultar em equívocos, se a pessoa não der
um passo adiante e aderir a fé em Jesus a partir do coração e
não com a razão;
 O Discípulo Amado, por ter conhecido a identidade de Jesus,
sem dificuldade, dá o passo da fé (v.8).
 “Viu e creu”, significa ter compreendido que a presença de
Jesus, a partir daquele momento seria diferente na sua vida:
deixar-se iluminar por aquela Luz toda a sua existência.
 Aqui está o segredo de ser cristão: deixar-se iluminar e transformar pela
Ressurreição de Jesus. De que modo?

MISSA DO II DOMINGO DA PÁSCOA


Tema: Jesus no meio de nós

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I – Introdução

 Quando, como e onde o encontro de Jesus ressuscitado se dá em nosso


tempo?
 Que possibilidades temos hoje em “tocar Jesus”, como Ele próprio fizera com
os seus discípulos convidando-os: “Vejam minhas mãos e meus pés...”? (v.47)
 Como é possível a realização da ressurreição entre nós hoje?
 Qual é a missão da Igreja e de seus membros no mundo? Qual é a sua utilidade
e finalidade?
II – Reflexão bíblica
I Leitura – At 5,12-16 – O ideal de vida cristã

 A 1ª leitura relata o ideal da vida cristã daqueles que querem seguir Jesus:
 1º se distinguir das outras pessoas pela maneira de viver (v.13);
 2º ser assíduo aos ensinamentos dos apóstolos, na comunhão
fraterna, na partilha do pão e na oração em comum.
 São essas coisas que caracterizam quem segue Jesus.
 A vivência da fé em Cristo provoca um novo modo de ser, diferente dos demais
grupos religiosos que existem por aí.
 Aqui está o maior desafio da pastoral da Igreja hoje:
 Ajudar seus fiéis a tomarem consciência de que os ensinamentos
de Jesus atraem mais pelo modo como os cristãos vivem do que
por força da oratório, da pregação, da argumentação e de
muitos outros meios oracionais sem eficácia.
 Em outras palavras: não basta ser religioso, é preciso ser
evangelizado.
 Ser evangelizado é ir além daquilo que os olhos vêem, as mãos tocam e o
coração sente (cf. Jo 20,11-18).
 Maria Madalena foi incapaz de reconhecer Jesus depois da sua
ressurreição, porque ainda estava demasiadamente fixada nos
esquemas mentais e não foi capaz de ir além da amizade
humana com Jesus.
 Foi esta dificuldade que dificultou M. Madalena a ver Jesus como
o Ressuscitado. O mesmo acontece conosco hoje.
 Se não formos evangelizados não teremos condições de “ver o
Senhor” e muito menos dar testemunho d’Ele.
 Um sinal de que não somos evangelizados está na incapacidade de
acompanharmos a dinâmica da fé.

II Leitura – Ap 1,9-11.12-13.17-19 – O centro da vida é Cristo

 A 2ª leitura fala do Senhor ressuscitado


50
 O apóstolo João sente a mão direita (= o lado da força) deste
Senhor sobre si.
 Daí não necessidade de ter medo.
 Aqui está o núcleo da fé cristã: Cristo Ressuscitado.
III Leitura – Jo 20,19-31 - A profunda alegria que a ressurreição causa entre nós

 A experiência da ressurreição de Jesus é transformadora, empolgante e arranca


o ser humano da própria angústia, abrindo-o à felicidade plena e ao sentido da
vida.
 A nossa tarefa é testemunhar essa experiência de fé que nos
converteu o coração (v.21);
 Continuar a missão de Jesus, proclamando e realizando o que foi
sua missão: o perdão dos pecados (v.25).
 A 2ª parte do Evangelho de hoje nos apresenta a experiência de Tomé (vv.24-
28):
 Uma das dificuldades de crer está na ausência da pessoa na
Comunidade de fé (v.24); veja a importância do 1º dia da
semana.
 Só lhe foi possível crer quando estava presente na Comunidade
pela 2ª aparição de Jesus. Tudo acontece no 1º dia da semana
 Jesus convida Tomé a pôr o dedo na ferida e estender a mão para colocá-la no
seu lado.
 Trata-se do convite à experiência de fé e à aproximação do
mistério de ressurreição.
 Uma situação não se dissocia da outra: o crucificado-glorificado
é o ressuscitado com suas chagas.
 Este nosso pobre corpo que sepultaremos é o mesmo que
teremos na ressurreição do último dia.
 Cuidemos dos nossos corpos para não os chagar com tantas imundícies do
nosso tempo: drogas, prostituições, falta de composturas, fome e muitos
outros males que nos atingem. Amém.

MISSA DO III DOMINGO DA PÁSCOA

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Tema: O reconhecimento e o testemunho do Ressuscitado
I – Introdução

 Domingo passado falamos sobre a identificação do corpo depois da


ressurreição:
 Pode ser tocado
 Carrega as marcas que o caracteriza
 Não tem barreira de tempo e espaço
 A experiência de Tomé de tocar as chagas de Jesus visava precisamente afirmar
que o Crucificado e o Ressuscitado são
“um e o mesmo”.
 Hoje, continuamos, em nossa reflexão sobre o reconhecimento do Cristo
ressuscitado, sob um outro ponto de vista:
 A partir da partilha de uma refeição comum, justamente o que
estamos fazendo agora.
 Aquele que aparece diante dos discípulos não era uma ilusão ou
um fantasma, por isso ele come com eles, como fizera quando
estava vivo entre eles.
 Outro ponto importante também dito hoje é a situação dos cristãos:
 Estes serão reconhecidos pela partilha do pão, ou seja, pela
“comida” repetida em cada liturgia eucarística.
 Aqui está o sinal, antecipado, do que seremos num futuro
próximo.
 Uma 2ª consideração nos leva a entender que essa experiência de encontro
com Jesus ressuscitado permite a nós duas coisas importantes para a
propagação da nossa fé:
 Ousadia e coragem de anunciar Cristo ressuscitado
 Ousadia e coragem de testemunhar seus ensinamentos, ainda
que sob o risco de sermos presos, torturados, etc.
 Todos nós somos advertidos sobre este risco que corremos:
sofrer incompreensões e perseguições, inclusive dos que dizem
ser dos nossos.
 Os nossos maiores e piores inimigos estão entre nós.
 Como Igreja, somos chamados a unir nossa voz à dos anjos e santos, como
também, às vozes das demais criaturas, num canto de louvor ao nosso Senhor e
Salvador.

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 Uma 3ª consideração é o primado de Pedro (vv.15-17):
 Por que Jesus chama Pedro de “Simão, filho de João”? – porque
ele está tratando com pessoa humana sujeita a fraqueza,
limitações e todo tipo de desânimo.
 O que significa amar “mais do que os outros...”? – significa
justamente isto: empenho em superar suas fraquezas, limitações
e todo tipo de desânimo. Só poderá estar no lugar de Pedro
quem agir assim.
 Qual a diferença entre cordeiros e ovelhas? – os cordeiros são as
ovelhas jovens ainda em fase de amadurecimento.... as ovelhas
são os animais já adultos prontos para o abate ou outras
finalidades. A tarefa de Pedro é cuidar de ambos na Igreja, como
o pastor cuida do seu rebanho.
 Ler vv.18-19 – como final
Jo 21,1-19 – Tu me amas mais do que estes?

 Esta conversa de Jesus ressuscitado com S. Pedro não está aqui atoa não. O que ela
significa? Qual é o seu ensinamento?
 Fala do critério para que uma pessoa possa ser escolhida para um
cargo ou função de líder numa comunidade cristã.
 Jesus põe em relevo uma dimensão fundamental da liderança na
comunidade cristã: o amor verdadeiro a Deus.
 Muitas de nossas lideranças religiosas têm se portado de modo
avesso: o amor verdadeiro a si mesmos. Deus fica como uma
chamarisco.
 Em que consiste este amor “tu me amas mais do que estes”?
 Jesus referia-se ao amor ágape, superior à mera amizade e ao bem-
querer do outro.
 Trata-se do amor doação, entrega de si em favor do outro, até o
extremo de doar a própria vida.
 Por quem você daria a sua própria vida?
 Conseguindo responder a esta pergunta saberemos se somos ou
não dignos de assumir uma liderança na Igreja.
 Entenda bem isto: só poderá ser líder na Comunidade quem estiver
disposto a ser como Jesus foi: doou sua vida, como expressão de
amor, incluindo até os seus próprios inimigos.
 Todo mundo sabe o que aconteceu com ele.
 Só depois das respostas de Pedro que Jesus lhe fez o chamado: “Segue-me” (v.19).

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MISSA DO IV DOMINGO DA PÁSCOA
Tema: A constituição do rebando do Senhor
I – Introdução

 A missa de hoje continua falando do reconhecimento do ressuscitado, mas de


modo diferente;
 Não mais olhar e tocar suas chagas ou oferecer-lhe alguma coisa
pra comer.
 Somos chamados a refletir não sobre a identidade do pastor,
mas sobre a identidade das ovelhas, ou seja, do rebanho.
 Falamos ou nos apresentamos como cristãos, mas será que o somos? Qual é a
nossa identidade de cristãos? O que nos identificam como cristãos? Como você
está ligado a Jesus?
 A Palavra de Deus hoje tem por objetivo nos ajudar a responder ou achar uma
resposta a estas perguntas.
II – Reflexão bíblica
I Leitura – At 13,14.43-52 – A importância de se reunir para ouvir a Palavra de Deus

 O v.44 registra esta importância que nos tempos atuais está muito
desmerecida, quase ninguém tem dado o devido valor: escutar a Palavra de
Deus.
 Presta bem atenção no que aconteceu com os judeus, que não quiseram dar
ouvidos à Palavra de Deus pela boca dos Apóstolos:
 Não acolheram o ensinamento, porque ficaram tomados de
inveja quando viram a multidão que os ouvia anunciar.
 Diante da rejeição destes, os apóstolos se dirigiram aos pagãos,
que acolheram a Palavra de Deus com muita alegria.
 O risco que corremos é o de estarmos tendo o mesmo
comportamento dos judeus daquela época.
 Estamos jogando fora a nossa oportunidade de ouvir e aprender
da Palavra de Deus.
 Do anúncio da Palavra de Deus decorrem duas posturas importantes que
precisam ser averiguadas em nossa vida:
 A rejeição, como fizera os judeus;
 A acolhida, como fizeram os pagãos.
 Qual é a sua postura hoje?
 Os que acolhem são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, reconhecem a
“voz” do Pastor na Palavra pregada. Você é um destes?

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II Leitura – Ap 7,9.14b-17 – Ligar existencialmente ao Cristo

 A primeira parte da 2ª leitura se refere ao rebanho, ou ovelhas que


“lavaram e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro” (v.14b).
 Aqui está a ligação vital, existencial entre a pessoa humana e o
Cristo Ressuscitado.
 Na 2ª parte a leitura fala da identidade do “pastor” como o Cordeiro:
 O pastor das ovelhas, ou seja, do rebanho, é como um deles, é o
Cordeiro.
 O pastor participa de algum modo, da mesma condição de vida
das ovelhas, o que permite não só o reconhecimento mútuo,
mas também a confiança decorrente desse conhecimento.
III Leitura – Jo 10,27-30 – Critério para identificação das ovelhas

 A primeira coisa de que o Evangelho de hoje nos fala é do critério para a


identificação das ovelhas dentro do rebanho.
 No meio do rebanho como identificar qual é a ovelha de cristo?
 O critério é: elas escutam a voz do pastor e o seguem.
 A segunda coisa importante de que fala o Evangelho hoje é sobre o pastor:
 No meio de tantos pastores como identificar o verdadeiro
pastor?
 O critério é: ele conhece as ovelhas e lhes dá a vida – não
qualquer uma, mas vida eterna.
 É daqui que nasce a melhor condição de vida:
 Do conhecimento do pastor em relação às ovelhas e do
reconhecimento da voz do pastor por parte destas ovelhas
decorre a compreensão de que elas: nunca se perderão; não se
extraviarão; nem ninguém poderá roubá-las ou tomá-las da
mão do seu pastor.
 O dia que a Igreja tomar consciência disso, neste rebanho a ela
confiado, ninguém enfiará a mão ou tirará proveito.
 Enquanto estivermos com esta catequese “meia boca”, este mal
persistirá neste sofrido rebanho de Deus.
 Há uma Escritura que diz: “Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque
estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36; 1Pd 2,25).
 O povo é muito explorado
 A dor torna-se maior quando é explorado naquilo que lhe é
mais precioso: a sua fé.
 Aqui é que entram em ação os maus pastores que, como ave de
rapina, devora o povo por inteiro, a partir da sua fé (cf.1Pd 5,2).

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MISSA DO V DOMINGO DA PÁSCOA
Tema: Eles serão o seu povo
I – Introdução

 Em que consiste a missão do cristão no mundo? Ele está aqui fazendo o quê?
 Você acredita na possibilidade de um “novo céu e uma nova terra”? Como será
este novo céu e esta nova terra? Aonde eles se encontram? Como participar
deles ou viver neles?
 Qual é o primeiro sinal que caracteriza, identifica e autentifica um cristão no
mundo?
II – Reflexão bíblica
I Leitura – At 14,21b-27 – A missão do cristão no mundo

 A primeira atitude de um cristão que quer ajudar a Deus a melhorar a face do


mundo é permanecer firme na fé.
 Permanecer firme na fé exige da pessoa:
 Suportar o sofrimento (v.22).
 Entender que sua vida não será diferente da vida de Jesus =
crucificação
 Crer que a missão que a gente faz, na verdade, é Deus que está
fazendo por meio de nós.
 Entender que o maior desejo de Deus é que todas as pessoas se
beneficiem da Sua graça (v.27).
 O cristão deve ser como uma porta para que a graça de Deus possa atingir o
outro e não ser uma barreira, um obstáculo.
II Leitura – Ap 21,1-5 – O mundo novo que estar por vir

 Que mundo é este? Aonde ele está? Como viver nele ou participar dele?
 O mundo novo que virá é definitivo e nenhum mal habitará nele
 Trata-se de uma realidade totalmente nova e que vem
diretamente de Deus.
 Nada mais deve nos amedrontar – o mar apavora as pessoas.
 Neste mundo não há espaço para dor, ressentimentos,
sofrimentos, lágrimas, pois estas coisas são realidades antigas,
fazem parte de um passado imperfeito (vv.2-3).
 Tudo isso foi deixado para trás, depois de Cristo.

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III Leitura – Jo 13,31-33a.34—35 – Ajustar-se ao modo de amar de Deus

 Observa-se no início do Evangelho a saída de Judas Iscariotes do Cenáculo,


referência velada à traição desse discípulo ao, até então, seu mestre: Jesus.
 Aqui aparece o primeiro sinal do que não se tem neste mundo novo: a traição.
 Aparece também o primeiro sinal que caracteriza a presença deste mundo
novo e, também, identifica quem mora nele: o amor.
 Em que consiste este “novo mandamento do amor?”:
 O amor com o qual devemos amar-nos mutuamente está
alicerçado no amor com que Cristo nos amou.
 Esse amor será também o critério para que se saiba que somos
discípulos de Jesus.
 É aqui que está a nossa identidade cristã
 Amar a Deus e amar o próximo são faces da mesma moeda:
 Deter-se no amor a Deus, com a exclusão do próximo,
corresponde a deixar pela metade a experiência do amor.
 A vivência do amor exige superar o egoísmo para ir ao encontro
do outro em suas carências e necessidades.
 Requer liberdade de coração, que desata os nós dos
preconceitos.
 Nós seres humanos só seremos capazes de amar uns aos outros com qualidade
se Deus agir em nosso coração.
 Deus só agirá em nosso coração se deixarmos. Ele não o
arrombará, como o fazem os ladrões.
 Nosso maior desafio é: radicalizar o amor mútuo, de modo a
mostrar o amor a Deus que trazemos dentro de nós (cf. Mt
25,31-46).
 Só o amor verdadeiro faz coexistir, em um mesmo fogo que os funde em uma
união indissolúvel:
 A dor e a alegria
 O amor à vida e o risco de perdê-la
 O amor aos amigos e a coragem de deixa-los
 As perseguições dos inimigos e a audácia para morrer por eles,
como o fez Jesus.
 O grande desafio nosso é: ajustar-nos ao modo de amar de Deus que se revela
mais em obras do que em palavras.

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MISSA DO VI DOMINGO DA PÁSCOA
Tema: O Espírito Santo ensinará todas as coisas
I – Introdução

 Você acredita mesmo que o Espírito Santo nos ensina todas as coisas? Por que
será que agente é tão ignorante ainda?
 É possível estar presente a um evento sem estar lá? Como isso é possível?
 Como a Igreja é governada? Que tipo de sistema a Igreja usa para o seu
governo?
 Para que serve a religião?
II – Reflexão bíblica
I Leitura – At 15,1-2.22-29 – O sistema de governo da Igreja

 A forma de governo da Igreja é colegiado. O que significa esta forma de


governo?
 Significa que nesta forma de governo as decisões não são
puramente humanas.
 Trata-se de uma ação divina, que ilumina todas as decisões que
ocorrerem nestas grandes reuniões: Concílios.
 Esta expressão ilustra bem isso: “Porque decidimos, o Espírito
Santo e nós” (v.28).
 A 1ª leitura de hoje fala deste primeiro concílio que houve para resolver um
problema da Igreja na época: a questão das pessoas de outras religiões que
vieram para a religião cristã.
 Ficou decidido que não era necessário que estas pessoas se
circundassem, conforme o costume dos judeus.
 Na verdade, há coisas desnecessárias para a nossa salvação
 Se são desnecessárias não são obrigatórias.
 Neste primeiro Concílio ficou decidido que os cristãos procurassem não
escandalizar as pessoas de outras religiões:
 Não fazendo chacota dos costumes deles...
 Desrespeitando o culto deles....
 Você está lembrado da missa do domingo passado: ajustar-se ao modo de amar
de Deus?
II Leitura – Ap 21,10-14.22-23 – O objetivo da religião

 Quando a religião alcança o seu objetivo ela deixa de ser necessária.


 Vai chegar o dia que não vamos mais precisar da religião:
 Para que, então, ficar brigando por uma coisa que um dia não
será mais necessária?

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 A Nova Jerusalém nos é apresentada como uma Cidade sem
templo e sem sol.
 Como entender isso?
 1º não terá templo:
 Se a pessoa busca a Deus usando esta ou aquela expressão
religiosa que lhe agrade ou lhe convenha, já começou a se
despencar num abismo intransponível (lembra da história de
Lázaro e do rico?).
 Numa verdadeira religião não pode haver distância entre Deus e
o ser humano e, portanto, não existe a necessidade de um lugar
de aproximação: no céu estaremos no “colo” de Deus.
 Neste caso a comunhão já está estabelecida.
 A religião serve para nos ajustar ao modo de amar de Deus, se não ela não tem
serventia nenhuma.
 2º não terá sol
 Nesta Cidade não terá necessidade dos astros criados para
presidir o dia e a noite (cf. Gn 1,14-19) porque Deus e o Cordeiro
é a luz de tudo e de todos.
 E mais: essa Cidade tem uma muralha intransponível e doze
portas = através das quais o povo de Deus pode entrar e aí
habitará por toda a eternidade.

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