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Ressignificando a Vida
Neste primeiro livro, o aluno é apresentado aos principias
elementares d a fé cristã, descobrindoeexperimentandomaissobre
o am or de Deus recebendo o acolhimento, am or e cuidado d a igreja
para consolidação da fé. Perguntas importcntes co m a iQ u a n é
Deus?" “Q ual o propósito de Deus paru a humanidade?’ e “O que é
o pecado?”são respondidas de form a stmpiese objetiva neste n ível
A jornada com Cristo é uma caminhada diária, ser cristão fala de uma
nova vida de relacionamento e crescimento. À medida que as pessoas se
convertem precisam do discipulado que faz delas imitadores de Cristo,
de seu exemplo e de suas ações.
Ser discípulo é ressignificar a vida, entendendo que a vida que se
levava antes agora já não faz mais sentido, pois se é uma nova criatura.
É importante ensinar a cada novo discípulo os princípios iniciais da vida
cristã, sua prática e como essa jornada deve ser cumprida com afinco e
a risca.
Não há nada mais importante que ensinar sobre discipulado,
compreender os princípios elementares da fé cristã e como torná-los
prática na vida, cada lição levará ao discípulo esta compreensão.
EQUIPE EDITORIAL

C O M EN TA R ISTA E C O M P L E M E N T O P E D A G Ó G IC O
Missionária consagrada. Casada com o Rev. A lm ir Sant'Ana, mâe de 4 filh o s e avó
de 4 netos. Coordenadora Pedagógica Geral do Instituto W esleyano de Educação
(IWE). Formação: Bacharela em Teologia; Licenciada em Pedagogia e Lctras/Lingua
Portuguesa; Pós-graduada em Neuroeducação e Tutoria em EAD. Pós-graduanda no
PIGEAD (UFF) e Neuropsicopedagogia. Pelo C P IM W é Coordenadora Pedagógica
da revista de adultos, escritora, comentarista e revisora de outros periódicos.

R EVISÃO DE C O N T E Ú D O E ESCRITA DE LIÇÕES


Miss. Geisiane Barbosa M a rtin s, na tura l de G ua rap ari (ES), 2 7 anos. G ra d u a d a
em Teologia pelo In s titu to W esleyan o de Educação na m o dalida de In te rn a to ,
graduada em G estão de Pessoas, serve a tu a lm e n te na IM W Nossa Casa em
Itaquera - SP/3 a Região no p a sto re io da ju v e n tu d e e dos v o lu n tá rio s . Casada
com o A spiran te R o b e rto M a rtin s.

REVISÃ O O R T O G R Á F IC A
Pr. M ax Souza - m a rido de D iany e pai de João V ito r e M a ria Eduarda. Pastor
ajudante na IM W C entral d o Lote X V / l a Região. G ra dua do em E ngenharia pela
U N ES A e form ad o em Teologia pelo IW E - Polo M a n tiq u ira .

C O O R D E N A Ç Ã O E D IT O R IA L
Fernandinho Araújo: Pastor de Crianças e Pré-Adolescentes da Igreja M etodista
Wesleyana Central de Petrópolis-RJ, dire to r editorial de conteúdo da Editora C PI M W
C entrode Publicações, educador social, palestrante e conferencista na área de educação
cristã. É formado em Teologia pelo CEFORTE/Polo de Vltória/ES, bachar el em Teologia
pela Faculdade Unida de Vitória e técnico em Gestão Empresarial. A tualm ente cursa
Pedagogia na Universidade Estácio, RJ. Casado com Sem. Gabriela Araújo.

I
NOSSOS ESCRITORES

Miss. Rosane O liv e ira D u a rte , form ada em Teologia pelo In s titu to B etei
B rasileiro e em Liderança Avançada pelo In s titu to Haggai, a tu a lm e n te é
professora do IW E na m atéria Epístolas d o N ovo Testam ento.

Bispo Luis F ernando Hammes, sup e rin te n d e nte da 8a Região, fo rm a d o em


Teologia pela Faculdade Unida, e s c rito r de Revistas para Escola Bíblica pelo
CPIM W .

Pr. Alexandre Mendes, atualmente pastor ajudante na IM W em Alagoa. Minas Gerais


entre os anos de 2012-2023. Formado no Curso Livre de Teologia pelo CEFORTE/
Interno (Guarulhos). Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de V itó ria Bacharel
em Direito pela Faculdade de São Lourenço. Pós-graduado em Direito Processual Civil
pela UCAM. Exerce a advocacia e trabalha como Subprocurador do Município de
Alagoa/MG.Casadocom Miriã Mendes de Sena

3>
Pr. V íto r H ugo Ferreira, 2 4 anos, e s c rito r e co o rd e n a d o r no C P IM W , p a stor
na IM W Praia do M o rro em G uarapari/ES, fo rm a d o em te o lo g ia no In s titu to
W esleyano de Educação in te rn o (antigo CEFORTE in te rn o ) em G u a ru lh o s/
SP e bacharelando em D ire ito pela U niversidade D o ctu m - ES.

Sem inarista Eduarda Teje, natural de G ram ado (RS), 2 4 anos. Há d o is anos
está com o se m ina rista in te rn a do IW E (In s titu to W e sleyano de Educação)
Polo John W e sle y (RJ), fo rm a d a tam bém em m agistério.
.1
MÓDULO 2 - Crescendo em conhecimento
Neste segundo livro do trilho do discípulo, Maturidade
crescendo em conhecimento o aluno será incentivado
a buscar maior profundidade doutrinária e espiritual,
criando raízes sólidas para futuros frutos maduros.
Estão presentes temas fundamentais da teologia cristã,
como a soteriologia, e também outros pertinentes ao
crescimento espiritual do aluno, comoo desenvolvimento
do caráter cristão.

MÓDULO 3 - Amadurecendo a fé
Neste terceiro livro, o aluno será conduzido a um
aprendizado sobre o significado da Igreja, aprendendo
os princípios da Palavra de Deus e sendo edificado,
integrado e ativado na igreja, compartilhando as boas
novas de Jesus e mantendo comunhão com os irmãos.
Aqui, abordaremos temas importantes para a membresia,
como a disciplina eclesiástica e os relacionamentos
entre os irmãos.

MODULO 4 - Multiplicando os dons


Neste quarto livro, o aluno será preparado para frutificar
e contribuir para o desenvolvimento saudável da igreja,
através do serviço e da edificação de outras vidas. Serão
abordados temas como reconhecimento de dons e
ministérios, discipulado e liderança de pequenos grupos.
14 LIÇÃO 1 1UM A NO VA VIDA EM CRISTO

17 LIÇÃO 2 l EU, U M DISCÍPULO 7

21 LIÇ Ã O 3 I AS CREDENCIAIS DO
DISCÍPULO

24 LIÇ Ã O 4 |O CARÁTER DO DISCÍPULO

27 LIÇ Ã O 5 l A IMPORTÂNCIA DA
DISCIPLINA NA VIDA DO DISCÍPULO

30 LIÇÃO 6 |ORAÇÃO E FÉ - ELEMENTOS


INDISPENSÁVEIS NA VIDA D O DISCÍPULO

33 L IÇ Ã O 7 |O DISCÍPULO E A PALAVRA
DE DEUS

37 L IÇ Ã O 8 |BATISMO, A CO NFIRM AÇÃO


DE FÉ DO DISCÍPULO

40 L IÇ Ã O 9 |A MISSÃO DO DISCÍPULO

43 LIÇÃO 1 0 1DEUS EXISTE MESMO?

46 LIÇÃO 1 1 1QUAL É O PROPÓSITO DE


DEUS PARAA VIDA?

49 LIÇÃO 12 |o QUE É O PECADO 7

54 LIÇÃO 1 3 1SALVOS DE QUÊ?


60 LIÇÃO 1 4 1CELEBRANDO UMA NOVA
ALIANÇA

63 LIÇÃO 1 5 1PARTICIPANDO DO
CORPO NA CO M UNHÃO DA IGREJA

66 LIÇÃO 16 | PARTICIPANDO DO CORPO

43
POR MEIO DOS DÍZIMOS E OFERTAS

70 LIÇÃO 17 | PARTICIPANDO DO CORPO


POR MEIO DOS DONS E MINISTÉRIOS

74 LIÇÃO 18 | DISTINGUINDO FRUTO


DO ESPÍRITO E OBRAS DA CARNE

78 LIÇÃO 19 | AMOR, A MARCA DO


DISCÍPULO (JO 15.12)

81 LIÇÃO 20 I PERDÃO, A MANUTENÇÃO

DO AM O R

84 LIÇÃO 2 1 1JEJUM, UM IMPORTANTE

ALIADO

87 LIÇÃO 22 | A GUERRA INVISÍVEL

90 LIÇÃO 23 I QUAIS PRINCÍPIOS SÃO


INEGOCIÁVEIS?

94 LIÇÃO 24 I COMO POSSO VENCERAS


TENTAÇÕES?

97 LIÇÃO 25 I O QUE É BATALHA

ESPIRITUAL?

101 LIÇÃO 26 I QUAL É A RELAÇÃO


ENTRE FÉ E OBRAS?
VI.HOO A SUA
PRIMEIRA JORNADA
DE CONHECIMENTO'
,1
3

Versículo chave pecaminosa estávamos destinados à


perdição, mas Deus em Seu infinito amor,
*Se alguém está em Cristo, nova cria­ nos salvou e nos deu uma nova vida (Ef
tura é; as coisas velhas já passaram; 2.1-10).
eis que tudo se fez novo." (II Co 5.17)
1. DE QUE M A N E IR A PO DEM O S
COMPREENDER NOSSA SALVAÇÃO?
Objetivo
(HB 2.3) - Além de receber o Senhor Jesus
Compreender os elementos do novo como salvador em nossas vidas, é muito
nascimento em Cristo. importante compreender o que aconteceu
conosco no processo da salvação.
INTRODUÇÃO
a. Somos pecadores (Rm 3.23;
Um novo tempo é inaugurado na vida Is 64.6) -Para entender a
daquele que recebe a Jesus como seu grandeza do que Deus fez por
salvador e senhor. Esta é a mais fantástica nós, precisamos conhecer nossa
experiência que um ser humano pode condição de pecadores, pois "só
experimentar: morrer para o pecado e nos perceberemos da altura a que
nascer para uma nova vida em Cristo. fomos elevados se nos percebermos
Esta é uma oportunidade ímpar que Deus da profundidade em que tínhamos
nos dá na pessoa de Jesus, de refazer a afundado"1. Nascemos pecadores
rota e mudar completamente a direção
(Lc 1.77-79). Por causa da nossa natureza 1 JONES, Lloyd D. M. Reconciliação, o Método
de Deus. São Paulo: PES, 1995. p. 17.
iiiiiiuiiuiiiiiiiniii u . MATURIDADE, PESSlGNIFICANDO A VIDA
(Rm 5.12,14) com o filh os d a ira (Ef salvador, aceita seu perdão e recebe
2.3) e estávam os e sp iritualm en te a eterna salvação (Jo 3.17,18; 5.24).
m o rto s (Ef 2.5). É im portante d. Fomos libertos (Rm 6.22; Cl L 1 3 -
lem b rar que não som os pecadores 14: Jo 8.32,36; Ef 4.8) - A palavra
p orq u e pecam os, mas pecam os redenção, encontrada na Bíblia
p orq u e já nascem os com uma (Ef 1.7), significa libertar por meio
natureza co ntrolad a pelo pecado, e de resgate. Isto implica no fato
a única m aneira de ficarm os livres é de que estávamos no cativeiro do
m o rre n d o e nascendo de novo. Para pecado, controlados pelo diabo
isso, D e u s p roviden ciou o escape (Ef 2.2), carentes de um libertador
p o r m eio da m orte do Seu Filho que pagasse o preço pela nossa
(Rm 5.15-21). Ele nos levou na cru z libertação. Deus enviou Seu Filho
em Sua m orte e nos trouxe de volta como nosso redentor, e Jesus
para uma nova vida de santidade derramou Seu sangue como preço
(Rm 6.5-11). do resgate (I Pe 1.18-19).
b. A importância do arrependimento e. Foiuos perdoados (I Jo 2.12; C l
(Mt 3.1-2; M t 4.17; Lc 24.47; 2.13,14) - O Evangelho quer dizer
A t 2.38; II Pe 3.9) - "A palavra boas notícias, e a boa notícia é
a rre p e n d im e n to é de origem que Deus, por meio do sacrifício
grega e significa co nve rsã o [...], de Jesus na cruz, perdoou nossos
m udança de d ire çã o e m udança de pecados. Estávamos condenados à
mente; m udança de atitudes.j...] morte eterna e nada podíamos fazer
Então a rre p e n d im e n to q u er d ize r a respeito (Rm 5.6-11), mas "D eis
m udança d e atitude, ou seja, atitude amou o mundo de tal maneira, que
contrária, ou oposta, àquela tom ada deu o Seu Filho unigênito, para
a n te rio rm e n te ”2 . O a rre p e nd im e n to que todo aquele que nele crê, não
é o p rim e iro sinal q ue se m anifesta pereça, mas tenha a vida eterna' (Jo
no ato da salvação. Envolve alguns 3.16). Não temos mais dívida, não
elem en tos essenciais, com o: ó d io ao resta mais culpa, nem condenação
pecado (SI 97.10); triste za p or causa (Rm 8.1,33-34). É importante crer
do pecado (II C o 7.9); confissão no perdão de Deus e não permitir
a D e u s (SI 32.3-5); confissão ao que Satanás trabalhe contra a
hom em (Tg 5.16) e o abandono nossa vida, usando nossos erros
do pecado (Pv 28.13). A rre p e n d e r- do passado [I Jo 19; Pv 28.13).
se q u e r d iz e r d e s is tir do pecado e Somos perdoados. Isto é um fato (SI
desejar, na prática, v iv e r segundo a 103.3,4,8-14).
Palavra de D e u s (Lc 19.2-10). f. Fomos regenerados (I Pe 1.3; Tg
c. A importância da fé (Ef 2.8,9; Hb 1.18; I Pe 1.23) - Regenerar quer
11.6) - Pelo arrep end im en to, o dizer gerar de novo, dar nova
p ecad or abandona o pecado; pela vida. As Escrituras apontam uma
fé, e le se v olta para C ris to co m o seu grande transformação operada em
todos aqueles que se tornaram
crentes (II C o 5.17). A regeneração
2 Disponível em: < https://pt.wikipedia.org>. é uma geração espiritual operada
Acesso em: 18 nov. 2016.

M A T U R ID A D E r e s s ig n if ic a n d o a v id a 15
F*

por Deus (I Pe 1.3: Tg 1.18). Ela é h. Fui salvo, e agora? (Fl 2.12-15; Cl
necessária devido à condição da 1.10) - O processo da salvação
natureza humana em seu presente continua a ser desenvolvido por
estado. Ela está deformada devido toda a nossa existência até que ela
ao pecado. Sua natureza é carnal, seja completamente concretizada
voltada para as obras da carne no céu (Fl 1.6; 3.12-16; Cl 3.1-
(Gl 5.17-21). Somente o novo 4). "O que, então, o apóstolo quis
nascimento do Espírito pode gerar dizer quando afirmou 'desenvolvei
a natureza espiritual: uma nova a vossa própria salvação’?" Paulo
natureza que se volte para Deus, está apelando por um estilo de vida
que tenha discernimento das coisas consistente com exigências da fé.
espirituais e que busque agradar a Com efeito, o apóstolo está dizendo:
Deus”3. Quando Jesus se encontrou "Sim, você é salvo pela fé. Você é
com Nicodemos, disse que ele salvo pela graça de Deus. Mas você
deveria "nascer de novo". Assim é salvo para viver. A sua experiência
como no mundo físico ninguém de fé deve se mover do acreditar
pode nascer por si mesmo, se não para o viver. Você deve viver a sua
for gerado por outra pessoa, no salvação. Isso envolve um estilo
mundo espiritual também ocorre a de vida de obediência, exatamente
mesma coisa: somente Deus pode como o nosso grande modelo
gerar o novo nascimento (Jo 3.3-7). - Cristo Jesus -, que obedeceu
g. Fomos feitos filhos de Deus (Jo até o ponto da humilhação e da
1.12; Rm 8.16-17; Gl 3.26; I Jo morte (Filipenses 2.5-13)"4 . Somos
3.2) - Uma das implicações mais chamados para crer em Jesus, mas
fantásticas da redenção é que ela também para andar como Ele andou
faz com que deixemos de ser apenas (I Pe 2.21-25).
criaturas de Deus e nos transforma
em filhos. Uma vez gerados por CONCLUSÃO
Ele, tornamo-nos filhos. Isto quer
Recebemos em nosso novo coração
dizer que passamos a participar da
a vida do Filho de Deus. Somos a nova
natureza santa de Deus como nosso
geração de filhos de Deus na face da
Pai. Como filhos, somos amados
Terra, chamados para aprender aos Seus
(I Jo 3.1); tornamo-nos família de
pés como discípulos e multiplicadores da
Deus (Ef 2.17-19) e herdeiros de
Sua obra. Este é o começo de uma longa e
Deus (Rm 8.17-17; Gí 3.29; Tt 3.7;
maravilhosa caminhada que nos conduzirá
I Pe 1.3-5).
à glória eterna do Pai (Ap 3.5,21).

3 ROMOLO, Carlos Roberto Coutinho (Org.). 4 Disponível em: <http://www.exegese.teo.


Assim Cremos. Xerém, RJ: CPIMW, 2016. p. 250. br>. Acesso em: 19 nov. 2016.

Illlllllllllllllllllllll 16 M A T U R ID A D E . P E S S I G N IF I C A H D O A V ID A
EU. UM DISCÍPULO?

Versículo chave da palavra. No grego56 a palavra usada


para discípulo é 'pa&prqç- mathetes, que
“Não é o discípulo mais que o seu mes­ significa literalmente aprendiz (derivado
tre; mas todo o que for bem instruído de manthanõ, “aprender” proveniente de
será como o seu mestre." Lc 6.40 uma raiz math- que indica pensamento
acompanhado de esforço) [...] por
Objetivo conseguinte denota aquele que segue os
Compreender a essência do verdadeiro ensinamentos de alguém0 " Já no hebraico,
discipulado. a palavra para discípulo é j yt eh , talmid,
que significa aluno. Denota aquele que
INTRODUÇÃO senta para aprender. Portanto vemos que
o significado bíblico da palavra discípulo é
O que vem à nossa mente quando ser um aprendiz, um aluno que está sempre
pensamos na palavradiscípulo?Geralmente disposto a aprender e a seguir os ensinos
nosso pensamento nos remete aos doze de seu mestre”7 . Segundo Dockery, O
homens escolhidos por Jesus para andar termo discípulo' era usado com frequência
com Ele durante seu ministério terreno.
No entanto, o conceito de discipulado é 5 Grego - Ungua na qual foi escrito o Novo
bem mais abrangente do que geralmente Testamento
6 VINE, W.E. et al. Dicionário VINE. 4S ed. Rio
imaginamos. Para iniciar nosso estudo,
de Janeiro: CPAD, 2004, P.569
é importante entendermos o significado 7 Disponível em http://caminhoexcelente.
b lo g s p o t.c o m .b r/2 0 1 0 /0 7 /a n d a n d o -e -fa z e n d o -
discipulos.html em 28 /09/1 6 às 14,07

M A T U R ID A D E R E S S IG N IF IC A N O O A V ID A V llllllllllllllllllllllll
no mundo filosófico para referir-se ao notáveis eram os fariseus (Mc 2.8 e
aluno do filósofo®. A Bíblia está repleta de Lc 5.33) e João Batista (M t 9.14).
conteúdos que nos remetem à experiência
do discipulado e vale a pena conferir. 2. OS DISCÍPULOS DE JESUS
a. Se rabinos judeus, filósofos gregos
1. CONCEITO BÍBLICO DE
e religiosos em geral possuíam
DISCIPULADO
seguidores, com o Mestre dos
Que tal sobrevoarmos rapidamente mestres não poderia ser diferente.
pela Bíblia a fim de ampliar nosso conceito Jesus atraiu para si muitas pessoas
de discipulado? desejosas de se tornarem seus
a. No Antigo Testamento - (2 Rs discípulos. Na verdade, o número
2.3.15:1 C r 25.8; Is 8.16: Is 50.4; Am destes não foi limitado a 12 homens.
7.14) - Embora a palavra discípulo Como veremos a seguir podemos
propriamente dita não apareça dividir os discípulos de Jesus em
tantas vezes no A.T., encontramos algumas categorias:
alguns relacionamentos que 1 Multidões - ( Lc 19.37; Jo 6.66-67)
giravam em torno de um autêntico - A primeira coisa que se pode dizer
discipulado. Dentre estes podemos é que sempre havia uma multidão
citar: Moisés e Josué (Êx 17.10; seguindo a Jesus por onde quer que
24.13; Nm 18.12-18; Js 1.1); Eli Ele andasse ( M t 20.29; Mc 2.13;
e Samuel (1 Sm 3.1-21) Elias e 3.7,20; 4.1; 5.21). Seu ministério
Eliseu (2 Rs 2.1-15). Em todos causava impacto por onde ia. As
estes exemplos encontramos pessoas ficavam impressionadas
elementos característicos do com suas palavras e o poder que
discipulado: Ensino e aprendizado, manifestavam, de sorte que não
relacionamento inspirativo e poucos se tornaram seus discípulos
sucessão ministerial. (Lc 19.37). Entretanto muitos
b. No Novo Testamento - (M t 11.2; no meio da multidão o seguiam
Mc 2.18; Jo 3.25; 4.1; 9.28; At de tal forma que o verdadeiro
21.16) - No Novo Testamento, discipulado ficava comprometido.
entretanto, entramos num ambiente Sua dedicação ao Mestre se limitava
em que o conceito de discipulado é a um nível mais superficial e se
preponderante?. Durante o tempo recusaram a um comprometimento
em que Jesus viveu na terra, outros mais profundo (Jo 6.60-66).
mestres tinham discípulos. Os mais c Os Setenta - (Lc 10.1-20) -
Dentre a multidão de discípulos,
Jesus destacou setenta para uma
missão peculiar (Lc 10.1). Apenas
o evangelho de Lucas relata a
missão dos setenta discípulos,
mas se podemos atribuir-lhes uma
8 DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida característica, então podemos dizer
Nova. São Paulo: VIDA NOVA, 2010, p. 634
que eles se enquadram naqueles
9 Preponderante - dominante, que tem mais
peso, importância, influência ou força. que ficam entusiasmados diante da

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii » • M A T U R ID A D E R E S 5 1 G IIIF IÇ A W D O A V ID A

I
manifestação do poder de Deus (Lc formavam um grupo mais restrito
10.17). Isto não será um problema dentro do ministério de Jesus. Esses
em si mesmo, desde que estejamos três foram selecionados para estarem
atentos com a advertência do próprio com ele em algumas ocasiões
Jesus a respeito de não valorizar os especiais como na transfiguração (M t
dons em detrimento 10 do maior de 17.1); na ressurreiçãodafilha de Jairo
todos os dons: a salvação eterna (Lc (Mc 5.35-43); na oração angustiante
10.18-20; M t 7.21-23). no Getsêmani (Mc 14.33). Dentre
d. Os Doze - ( M t 10.1-11.1) - Os os mais comprometidos, Jesus conta
doze figuram como os principais com discípulos que demonstram
discípulos de Jesus, também maior grau de maturidade aos quais
designados como os doze Ele possa revelar-se em dimensões
apóstolos. Estes são chamados pelo mais profundas (2 Co 12.1-9).
nome nos evangelhos e aparecem I O Discípulo Amado - (Jo 13.23-25)
diretamente ligados aos três anos - João ocupa um lugar de destaque
do ministério terreno de Jesus. no Novo Testamento. É escritor
Eles se tornaram os principais do evangelho que leva seu nome,
responsáveis pela continuidade do das cartas de L 2 e 3 João e do
ministério do Mestre na terra após livro de Apocalipse. Além disso, é
a sua ressurreição (At 1.1-8), com considerado o "discípulo amado"
exceção, claro, de Judas Iscariotes como ele se refere a sí mesmo no
(At 1.12,13,16-26). A trajetória seu evangelho (Jo 13.23). Seguidor
dos doze revela a oportunidade de Jesus desde o início (Jo 4.21-22),
de um relacionamento cotidiano foi o único a estar ao seu lado, junto
com o Mestre. Esses doze homens com Maria, durante a crucificação
cheios de complexidades, lutavam (Jo 19.25-27). João compõe o grupo
para abandonar sua velha forma dos doze, faz parte do seleto grupo
de pensar e viver, para adequar- de três, mas recebe um destaque
se ao "m o d u s-vive n d iir do seu especial que depõe a favor do seu
Mestre (M t 16.21-26; Mc 10.35- caráter amoroso. Dentre os doze.
45; Lc 9.51-55). Eles representam João parecia ser o mais próximo do
aqueles que são verdadeiramente Mestre, possivelmente um amigo
comprometidos com o discipulado, mais chegado que um irmão (Pv
e que permanecem seguindo a 18.24). A confiança do Mestre em
Jesus a despeito de suas limitações João revelou seu ponto culminante
ou das circunstâncias (Jo 6.66-69). quando Ele entrega sua mãe aos
A estes Jesus conferia um nível cuidados do discípulo amado pouco
de conhecimento que não era antes da sua morte (Jo 1926-27).
permitido à multidão (Mc 4.10-11). João retrata o discípulo que anda
e. Os Três - ( M t 17.1; Mc 5.37; 14.33)- tão próximo do Mestre, a ponto
Dentre os doze, Pedro, Tiago e João de tornar-se digno da sua maior
confiança,
g. A Multiplicação - (M t 28. 18-20)
10 Detrimento - dano, prejuízo, perda,
desvantagem. - Jesus antes de subir para o Pai
11 “Modus -V iv e n d f - Modo de viver
M A T U R IO A iD t R t S ü I G M F lC A N D O A V ID A 1? liiiiiiiiiiiiniuiiiiii
encarregou seus discípulos a se CONCLUSÃO
multiplicarem de tal forma, que
O convite de Jesus ao discipulado
seu ensino saísse de Jerusalém e
é irrestrito’ 2: "Se alguém quiser...siga-
se espalhasse por toda a terra (At
me" (Mt 16.24). Sua proposta é que nos
1.8). É exatamente isso que vemos
assentemos aos seus pés para ouvir
na sequência da história bíblica (At
cada palavra que sai da sua boca e ao
1.15; 2.41; 4.4: 6.1-2.7; 14.21). A
nos levantarmos estejamos prontos para
ênfase do discipulado é que todo
seguir-lhe moldando nosso viver diário
discípulo reproduz em si mesmo a
ao seu estilo de vida. Este é o começo
vida do M estre e a multiplique em
de uma longa jornada que terá seu ponto
novos discípulos (M t 10.25a), ou
culminante na eternidade (Fl 3.12-14).
seja, fazer outros discípulos que
Seguir a Jesus é o mais sublime e mais
também façam outros discípulos (2
extraordinário projeto de vida! Seja bem
Tm 2.2). Aqui começa a nossa nova
vindo ao discipulado!
história de vida como discípulos
de Cristo. Sim, eu posso ser um(a)
discípulo(a). 12 Irrestrito - sem restrição; desprovido de
limitações; amplo e ilimitado

M A T U R ID A D E . R E SSlG NI F I CAN DO A V ID A
Versículo chave 9.23) e apegar-se a tudo que engloba
Sua vontade (M t 6.10). Não há dúvida
"E qualquer que não tomar a sua cruz de que nos depararemos com os mais
e vier após mim, não pode ser meu dis­ altos desafios, mas também é certo que
cípulo." (Lc 14.27) experimentaremos as mais excelentes
revelações que são incompreensíveis às
Objetivo percepções meramente humanas (I Co
Compreender as atitudes importantes 2.6-16). Quais são as implicações de vida
na vida do discípulo. para aquetes que pretendem se engajar na
trilha do discipulado?
IN T R O D U Ç Ã O
1. TOME UMA DECISÃO (LC 9.23; MT
Aceitar o convite de seguir Jesus é 16.24)
desafiador. Isto porque Aquele que afirma
"meu reino não é deste mundo" (Jo 18.36) O convite ao discipulado começa com
anda na contramão da mentalidade um “Se" O discípulo é um ser livre. É
humana. Nossos maiores valores poderão um voluntário. Sua vontade jamais será
ser desprezados e nossos maiores desejos castrada, invadida e desrespeitada (II Cr
desapontados, pois o Mestre nos propõe 7.14; Is 1.19; Ap 3.20), no entanto, ele
um plano mais elevado. Ele nos convida precisa usar sua liberdade para tomar
a um fascinante projeto de vida que uma decisão. O próprio Jesus alertou que
envolve desapegar-se de si mesmo (Lc "ninguém pode servir a dois senhores” (Mt
6.24), o que indica que segui-Lo implica
M A T U R ID A D E . R E S S IG N IP IC A N D O a v i d a i i ii ii ii iin in i im
amputar13 o que se coloca entre nós e o seguir o Filho de Deus, é preciso refletir
senhorio de Cristo sobre nossa vida. Se sobre o significado da cruz.
alguém quer ir após Jesus, esteja pronto
a. Tomar a cruz significa renunciar
para tornar uma decisão.
(Lc 14.33; 18-23; Fl 2.5-8; 3.7-8,
Mt 26.39) - Não será possível andar
2. FAÇA UM INVENTARIO (LC 14.25-
adequadamente com o M estre se não
33)
compreendermos a importância da
O Mestre e Senhor Jesus nos estimula renúncia. Jesus é o nosso modelo. Ele
a fazer um inventário que nos ajudará a renunciou à Sua glória para se tornar
tomar uma decisão. Podemos fazer isso homem; era Senhor e se fez servo;
era Santo e morreu como se fosse
de forma bem prática, tomando uma folha
um pecador. O convite que Ele nos
de papel e fazendo nela um inventário da
faz não se refere a uma aventura ou
nossa vida. Faça a si mesmo as seguintes
a adotar uma nova filosofia de vida,
perguntas: O que eu tenho? O que eu
mas diz respeito a uma verdadeira
preciso abandonar para andar com Jesus? transfusão15 de vida. A vida do Filho
O que eu tenho a ganhar ao decidir segui- de Deus só poderá operar em nós
Lo? As respostas dessas perguntas nos mediante a morte do nosso eu. É
ajudarão a concluir se de fato estamos uma vida pela outra. Cristo morreu
dispostos a engajar14-nos no caminho do por nós e agora nós devemos morrer
disdpulado(Mt 5.28-29:14.44). pra que Ele viva em nós (Gl 2.19-20).
Devemos entender renúncia como a
3. TOME A CRUZ COMO EIXO {MT substituição da nossa vida pela vida de
10.38; 16.24; LC 9.23; GL 2.20; 6.14) Deus em nós, portanto, não devemos
contemplá-la apenas em relação ao que
Sem a cruz não há salvação, não há é propriamente ruim, mas devemos
Evangelho e nem discipulado. Quem incluir nossas melhores intenções e
não compreende o significado da cruz nossos desejos mais legítimos quando
não pode seguir Jesus. Quem não confrontados com a vontade de Deus
toma a cruz jamais poderá entender o (Is 64.6; At 16.6; Fl 3.4-11).
verdadeiro significado de viver com Jesus.
Cristianismo sem experiência com a cruz b. Tomar a cruz significa humilhar-se
é mera religião superficial e sem vida. (Fl 2.8-11; Is 53.3,7) - Este é um tema
dos mais relevantes na trajetória do
Em contrapartida, quando ousamos nos
discipuladoegeralmente mal entendido
envolver na essência da cruz, podemos
pelos cristãos. Jesus humilhou-se
experimentar as maiores profundezas
quando saiu da Sua glória, recolheu-
ocultas em Cristo (El 3.7-14; C! 3.3-4),
se num ventre humano e limitou-se a
conscientes de que o caminho que Deus viver como homem ao colocar Seus pés
tem para nós é o mesmo por onde Cristo no chão (Jo 1.1-3,14). No entanto, Sua
trilhou (I Pe 2.21). Então, se queremos humilhação estendeu-se a morrer de
forma vergonhosa na cruz, assumindo
o lugar do pecador (Is 53.3). Todo o
curso da Sua história estava adequado
13 Amputar - Retirar uma parte de alguma
coisa, diminuir, limitar.
14 Engajar - Referente ao ato de participar de 15 Transfusão - Ação de alterar ou transformar
modo voluntário de algum trabalho ou atividade. em outro.
lUIUIlKIUHlllUIÜI 22 • M ATURIDADE. P ES5IGNI F iC A N DO A VIDA
ao plano do Pai e convergiu 16 no seu Desde que entramos em Adão pelo
cumprimento (Is 53.10-12; Hb 2.9- nascimento, devemos sair dele pela
10). Sua glorificação tinha um tempo morte. Mas como podemos morrer?
determinado no mesmo propósito, Qual é o caminho da saída? Deus
mas cabia-lhe cumprir até o fim o tratou do nosso caso em Cristo (Rm
sofrim ento que lhe fora proposto 6.3). Quando o Senhor Jesus estava
(Hb 12.2-3; Ef 1.19-21; Fl 2.8-11). na cruz, todos nós morremos com Ele
Ser humilde é essencial ao discípulo (II Co 5.14). Quando Ele ressuscitou,
de Cristo (M t 11.29; 5.3? 18.4; Tg da mesma forma, nós estávamos lá,
4.6). Na vida do cristão, o processo ressuscitando com Ele. A experiência
de humilhação tem como propósito de Cristo é a nossa experiência. Cristo
torná-lo como seu Mestre (M t 10.25; morreu, nós morremos; Ele venceu o
I Pe 2.18-23; A t 5.40-42; Cl 1.24; Tg pecado, nós também; Ele ressuscitou,
1.2-4). Ser humilde também significa nós ressuscitamos com Ele. Tudo o
aceitar nossa humanidade, ou "ter os que precisamos é, num ato de fé,
pés no chão” em relação a quem somos CONSIDERAR-NOS mortos para o
e ao que Deus quer que sejamos (I Co pecado e ressurretos para uma nova
4.4-5; Rm 12.3,16). vida (Ef 3.17; Rm 6.11).

c. Tomar a cruz significa identificar- CONCLUSÃO


se com Cristo em Sua morte e
ressurreição (Rm 6.1-13; Gl 2.20; Fl O discípulo é aquele que vive fascinado
3.9-10; Rm 8.11,17; II Co 4.10-11,14) pelo seu Mestre. Nenhum obstáculo será
- Eis aí uma verdade simples, porém suficientemente grande para impedi-lo de
pouco compreendida. Existem muitos ir avante. Os valores e amores terrenos
cristãos "tentando" viver a vida de
são desprezados mediante o vislumbre da
Cristo. Somente o poder da cruz pode
presença do Mestre. O discipulado é um
nos libertar da nossa velha natureza
chamado para aqueles que amam Jesus
e gerar em nós uma nova vida pelo
Espírito de Cristo. Watchaman Nee, em e estão dispostos a dar sua vida por Ele.
seu livro A vida cristã normal, esclarece Segui-Lo é paradoxal17: quem perde, acha:
o processo da nossa identificação com quem morre, vive; quem se humilha, será
Cristo de forma ímpar. Segundo ele exaltado; quem se exalta, será humilhado;
(com base no texto de Rm 5.12-21), quem quiser ser o primeiro será o último,
em Adão recebemos tudo o que é de mas os últimos serão os primeiros. Que o
Adão; em Cristo recebemos tudo o que Espírito de Deus nos guie sempre nessa
é de Cristo. Desde que nascemos em maravilhosa jornada!
Adão, como podemos sair de Adão?

16 Convergir - Que tende a seguir o mesmo 17 Paradoxal - Conceito que é ou parece


propósito. contrário ao comum.

m a t u r id a d e . r e s s ig n if ic a n d o a v id a a iiiiiiiiiiiiiilllllilllll
Versículo chave mais rica quando buscamos sua origem
etimológica na língua grega. Segundo
‘Meus filhinhos, por quem de novo sin­ Esdras C. Bentho.otermo "caráter” procede
to dores de parto, até que Cristo seja do grego "charaktêr" e significa literalmente
formado em vós." (Gl 4.19) "estampa", "impressão", "gravação", “sinal",
“marca” ou "reprodução exata”. Ainda
Objetivo segundo ele, a única ocorrência na Bíblia da
Definir o que nos identifica como palavra "charaktêr1, em seu sentido verbal
discípulos de Cristo. e imediato, encontra-se em Hb 1.3, que
afirma que nosso Senhor Jesus C risto é "a
INTRODUÇÃO expressa imagem" da pessoa de Deus. Ele
é o "charaktêr" - a "estampa", a "gravação"
Segundo o dicionário Aurélio, caráter ou "reprodução exata" - da "substância"
é definido como "qualidade inerente a "essência" ou "natureza" do próprio
uma pessoa, [...] o que os distingue de Deus".1’ O propósito maior do Evangelho é
outra pessoa, [...] o conjunto dos traços nos tornar conforme a imagem do Senhor
particulares, o modo de ser de um indivíduo Jesus (Rm 8.29; Cl 3.10; I C o 11.1), ou
ou de um grupo ’181.9No entanto, a seja, devemos permitir que o Seu caráter
definição deste termo se torna ainda seja impresso em nossa vida, resultando

18 Disponível em: <www.dicionarioaurelío. 19 Disponível em: www.teologiaegraca.


com>. Acesso em: 01 nov. 2016. blogspot.com. Acesso em: 01 nov. 2016.

iiuiniiniiiiiiiiiiiii » . M A T U R ID A D E . R E SSIG N I F IC AH DO A V ID A
em uma identificação com o Mestre, Senhor e nós Servos. Segundo Wiersbe,
e que, como os primeiros discípulos, Peter T. Forsythe tinha razão ao dizer que
sejamos reconhecidos como cristãos (At "o primeiro dever da alma é procurar não a
11.26). Dentre tantas características a sua liberdade, mas o seu Senhor20".
serem reveladas no caráter do discípulo,
destacamos as mais fundamentais: 2. M AN SO E HUMILDE DE
CO RAÇÃO , APRENDENDO C O M O
1. SUBMISSÃO É A PALAVRA DE MESTRE (MT 11.29; 5.3; 18.4; TG 4.6)
ORDEM (TG 4.7; RM 6.16; JO 14.15; I
Mesmo tendo abordado o item
JO 2.3; I PE 2.13,18; EF 5.21)
"humildade" na lição 2, faz-se necessário
Nosso progresso na caminhada cristã reafirmá-lo neste ponto. A humildade
dependerá do quanto formos capazes está entre as virtudes indispensáveis ao
de entender o conceito de submissão. discípulo de Cristo. Ser verdadeiramente
Ninguém pode voar grandes alturas, se cristão demandará ser humilde. Uma
não seguir o curso do vento. Da mesma pessoa humilde nunca julgará saber o
forma, nenhum discípulo poderá avançar suficiente e estará sempre apta a aprender
na caminhada cristã sem prestar atenção (Rm 12.3; I Co 8.2); não terá dificuldade
nas "placas" sinalizadas por Deus. O em se submeter a Deus, aos bons ou
conceito de submissão é mais amplo do aos maus (I Pe 218-21) e cumprirá sem
que mera obediência. A obediência está resistência os dois maiores mandamentos
mais relacionada com uma atitude externa, (Mt 22.36-40), pois não julgará nenhum
enquanto a submissão acontece de dentro sacrifício grande demais que o impeça de
pra fora, Está relacionada com a atitude do colocar Deus como sua maior prioridade,
coração em relação a aceitar ser conduzido nem jamais permitirá que a intolerância o
por outro. Obediência está no nível da impeça de relacionar-se de forma saudável
razão, submissão passa pela razão, mas flui com o seu próximo (Rm 1216-21; 15.1).
do coração. Embora sejamos convocados Nossos olhos devem seguir atentamente
à prática da submissão em várias esferas o Mestre e nosso coração se inclinar ao
(I Pe 2.13,18; Ef 5.21,22; 6.1,5), quando seu terno convite: "Aprendei de mim que
entendemos verdadeiramente o principio sou manso e humilde de CORAÇÃO!" (Mt
da submissão a Deus, todo o restante 11.29).
segue o mesmo fluxo. O principio da
submissão pode ser mais facilmente 3. COM PROM ETIDO CO M A
praticado quando compreendemos que RETIDÃO (JS 24.14; I CR 29.17)
Deus é soberano e que nada pode fugir à
Estamos diante de um tema de alto
Sua capacidade de cumprir Seus eternos
valor na composição do caráter do
propósitos em meio às mais complexas
discípulo. A palavra retidão está associada
circunstâncias (Rm 8.28; Gn 50.20; SI
com várias outras que apontam numa
76.10; Fp 1.12-18). Compete ao discípulo
mesma direção, entre elas a integridade,
de Cristo submeter-se ao Seu senhorio
a verdade, a sinceridade e a honestidade.
e jamais questionar Sua competência no
Retidão é um dos atributos de Deus e,
comando de todas as coisas (Jó 42.1-
2; Rm 9.19-21). Deus e Sua Palavra são
20 WIERSBE, WarrenW. A Crise de Integridade.
inquestionáveis (Rm 11.33-36). Deus é
Flórida. EUA: Editora Vida, 1989. p. IS.

M A T U R ID A D E , R Ê S S IG N IF tC A N D O A V ID A 25 IIIIIHIIIIIIIIIinilUI
portanto, nos identifica como Seus fiIhos andar seguros, livres de qualquer temor, a
(Mt 5.48). A dissimulação e a mentira prática da retidão é um excelente caminho
são incompatíveis com o Seu caráter (Tg (I Pe3,13).
1.17,18). Se quisermos andar com Deus,
então precisamos com muito empenho CONCLUSÃO
rever os valores que formam nosso caráter.
Que o caráter de Jesus seja estampado,
Alguém já disse que "fidelidade nas
gravado, reproduzido em nosso ser
pequenas coisas é um dos testes de caráter
interior. "Portanto, assim como recebestes
mais seguro" e sem dúvida era justamente
a Cristo Jesus, o Senhor, assim também
isso queo Mestre Jesus estava se referindo
nele andai, arraigados e edificados nele,
em Lc 16.10. Se desejamos que Deus ou
e confirmados na fé, assim como fostes
as pessoas nos confiem grandes coisas, ser
ensinados, abundante em ações de graças"
fiel, honesto e íntegro em coisas pequenas
(Cl 2.6-7).
é um excelente exercício. Se quisermos

Illlllllllllllllllllllll H • M A T U R ID A D E . R E S S IG N IE IC A N D O A V ID A
5
A IMPORTÂNCIA OA DISCIPLINA
NA VIDA DO DISCÍPULO

Versículo chave Sem disciplina não há discipulado. Se


somos discípulos, somos vocacionados
“Nenhuma correção parece no mo­ para a disciplina.
mento ser motivo de gozo, porém de
tristeza; mas depois produz um fruto
1 . 0 MESTRE JESUS E A D IS C IPLIN A
pacífico de justiça nos que por ele tem (JO 15.1)
sido exercitados" (Hb 12.11)
Jesus, ao iniciar Seu ministério terreno,
Objetivo chamou para si doze homens com a
finalidade de tom á-los Seus discípulos ou
Com preender o papel da disciplina no
aqueles que passariam a receber disciplina
desenvolvimento do caráter cristão.
diretam ente dEle.

IN TR O D U Ç Ã O a. Personalidades conflitantes, Sua


matéria-prima (M t 16.23; 26.33-35,
Estamos diante de um tema que 69-74; M t 9.9; Lc 9.51-56) - Quando
precisa ser melhor compreendido na lemos nas páginas do Novo Testamento,
caminhada cristã. Na verdade, quando e em especial no livro de A tos sobre
falamos em disciplina, estamos falando no a magnífica tarefa desempenhada
desenvolvimento de todo o processo de pelos apóstolos, devemos levar
crescimento cristão. Todo discípulo deve em consideração o maravilhoso e
sujeitar-se ao processo de aprendizado, paciente trabalho do M estre Jesus. Ele
pois nisto consiste o verdadeiro discipulado. escolheu alguns homens rudes, com
personalidades conflitantes a fim de
M A1UR1DADE RE S $ tG N I F í C A N D O A V IÜ A ■ -n llllllllllllllllllllllll
discipulá-los e treiná-los de tal forma produzido mais pessoas de caráter débil.
que se tornassem responsáveis pela Entretanto, cabe à igreja reafirmar os
expansão da Sua obra na terra (At 1.8). princípios bíblicos na formação do caráter
cristão.
b. Pescadores de homens, Sua obra- a. Cristãos frustrados (Os 4.6a; I Co
prima (M t 4.18,19) - Ao serem
encontrados por Jesus, Pedro e André 15.19) - Segundo Rick W arren, "gran­
foram por Ele chamados a passar de parte das confusões na vida cristã
por uma reforma na sua "oficina". tem origem no desconhecimento da
De pescadores de peixe eles seriam simples verdade de que Deus está
transformados em pescadores de muito mais interessado em nosso ca­
homens. A frase usada por Jesus deixa
ráter que em qualquer outra coisa.”23
claro que o privilégio em segui-lo
demandaria um processo de reforma, Ele permitirá situações difíceis, usará
de mudança de foco e de abandono pessoas e circunstâncias para nos pro­
da zona de conforto (Mt 5.27-32). var, lapidar e, finalmente, nos aprovar
(Rm 5.3-5; Tg 1.2-4; I Pe 1.6-9). O cris­
c. Semelhantes a Cristo, Seu propósito tão que não se submeter à disciplina
(Gn 1.26; II Co 4.4; Cl 1.15; Hb 1.3; Gl de Deus sofrerá o dano do retardo es­
4.19) - Desde o princípio, o propósito piritual e será sempre dependente de
de Deus era imprimir no homem a
alguém que o sustente, que o alimente
Sua imagem (Gn 1.27). Por causa do
pecado, a imagem divina refletida no e o conduza em sua caminhada cris­
homem foi danificada, razão pela qual tã (I Co 3.1-3; Hb 5.12-13). Entretan­
Deus enviou Seu Filho ao mundo: "Para to, aquele que for capaz de perceber
buscar e salvar o que se havia perdido" o agir da disciplina de Deus em cada
(Lc 19.10). Portanto, o propósito situação adversa ao seu próprio favor
maior de Deus não é nos dar uma vida
caminhará em passos seguros rumo a
confortável, e sim imprimir em nós o
caráter de Cristo (Ef 4.13-15). Tudo uma vida cristã saudável e equilibrada
o que Deus deseja é que sejamos (I Co 11.19; Tg 1.12; I Pe 1.6-9).
conforme a imagem do Seu Filho.
Ele 'quer que você assuma valores, b. Cristãos focados (Fl 3.12-19) - O
atitudes e caráter próprios dele”21
(Ef 4.20-32). “É preciso tomar uma cristão focado é aquele que conhece
decisão contra sua formação cultural o propósito de Deus e o estabelece
para que você possa se concentrar em como seu projeto de vida, sem, con­
se tornar cada dia mais semelhante a tudo, se deixar embaraçar (Hb 12.1-
Jesus."22 Isso requer disciplina. 3). O sofrimento, a dor e a frustração
não devem ser encarados pelo discí­
pulo como meios que Deus usa para
2. CONVIVENDO POSITIVAMENTE
promover crescimento e edificação
COM A DISCIPLINA - (HB 12.4-11; I
(Gn 41.52; 50.20). Independente-
PE 4.14; TG 5.11; II CO 1.7)
mente das circunstâncias, Ele está no
A ideia de disciplina às vezes parece controle de tudo dirigindo a história
assustadora, especialmente em um tempo e colocando cada peça no seu devido
de tanta relativização. Nossa sociedade tem tempo e lugar (Jó 42.2; Rm 8.18,28).
rejeitado o conceito disciplinar e, portanto, Nem sempre vamos com preender
completamente o Seu agir, mas, uma
vez colocada nEle a nossa confiança.
21 WARREN, Rick. Uma vida com propósitos.
São Paulo: Editora Vida, 2013. p. 198.
22 Ibid, p. 205. 23 Ibid, p. 204.
iiuiiitiiiiiiiiiniiiii 28 * M A TU R ID A D E PESSt GN I F IC A N DO A V ÍD A
teremos sempre a segurança de que toda forma de disciplina será rejeitada,
nossa vida está nas mãos do oleiro e causando, assim, males ainda maiores
que Ele trabalha para nos tornar va­ a nós mesmos e à comunidade cristã.
sos úteis em Suas mãos (Jr 18.1-6; Rm
9.19-21), promovendo em nós uma
CONCLUSÃO
obra de santificação na qual valores
do Reino de Deus substituem nossa Nenhum mal é maior na vida cristã do
forma carnal de viver (Rm 12.1-2). So­ que a ausência de disciplina. Ela exerce
mente com esta perspectiva em mente segurança no ambiente onde é aplicada,
poderemos compreender a atitude do assegura ao disciplinado sua importância
apóstolo Paulo em relação à imoralida­
no corpo de Cristo e desenvolve seu
de que acometia a igreja em Corinto.
caráter promovendo-o à semelhança do
Ele considerava a disciplina extrema­
Filho de Deus. Não despreze o tratamento
mente importante para que a igreja se
mantivesse saudável (I Co 5.1-13). Se de Deus em sua vida. Como remédio
julgarmos segundo os valores eternos, amargo, ele pode nos incomodar por um
compreendemos a atitude de Paulo; no tempo, mas produzirá em nós um eterno
entanto, sob o ponto de vista carnal, peso de glória (II Co 4.17).

MATURJO AO E. R E S S K ÍN IF IC A N D O A V ID A » IIIIIIIHIIIIIIIIIIIIII
r

ORAÇÃO E FÉ - ELEMENTOS IND!S


PENSÃVEIS HA VIDA DO DISCÍPULO

Versículo chave se torna galardoador dos que o buscam" (Hb


11.6). A fé é descrita como “a certeza de
*E tudo o que pedirdes na oração, cren­ coisas que se esperam, a convicção de fatos
do, recebereis." Mt.21.22 que não se vêem” (Hb 11.1), portanto
o exercício da fé nos leva a não admitir
Objetivo outra possibilidade além daquela que está
Compreender a importância da oração revelada por Deus nas Escrituras Sagradas
e da fé na vida cristã. (Rm 10.17) e a desenvolver uma vida de
oração eficaz (Tg 5.14-16).
INTRODUÇÃO
1. AM PLIANDO O CONCEITO DE
A oração e a fé andam intimamente ORAÇÃO (MC 7.6; FL 4.6; CL 4.2; TG
ligadas. Da maneira mais simples possível, 5 .15)
definimos oração como "falar com Deus".
Entretanto, para falar com um Ser invisível Embora possamos definir a oração
aos olhos humanos, precisamos exercitar como o ato de falar com Deus, devemos
a fé pois é ela que nos habilita a ir além ampliar esse conceito.
a. Oração Envolve Comunhão (Mc 7.6,
dos nossos sentidos humanos e praticar
Lc 18.10-14) - A oração é um dos ca­
uma vida de oração eficaz. A Bíblia diz
nais mais importantes de comunhão
que "sem fé é impossível agradar a Deus,
com Deus, portanto devemos rejeitar
porquanto é necessário que aquele que de
toda fórmula de oração mecânica e re­
Deus se aproxima creia que Ele existe e que petitiva. É na busca do conhecimento

IIIIIIUIIIIIIIIIIIIIIII » ■ MATURIDADE RE S$1G HIF IC A N DO A V I DA


de Deus e de intimidade com Ele que 2. C O M O D EV EM O S ORAR? ( JO
a oração deve ser canalizada. Deus es­ 16.23;14.13-14;16.23; RM 8.28;EF
pera que entremos em sua presença 6.18)
não apenas como servos, que cum­
prem ordens e esperam provisão para Embora a oração não possua uma
suas necessidades, mas como filhos fórmula, no entanto é regida por princípios
amados com os quais Ele deseja estar básicos. Devemos orar:
(Jo 15.15). Portanto, concluímos que a. Ao Pai - (Mt 6.6,9;7.9-ll; Jo 14.13) -
a oração é um tempo que separamos O Pai é provedor. Aquele que conhe­
para estar em comunhão com Deus. ce nossas necessidades antes mesmo
de as pronunciarmos (SI 139.3-4). Ele
sabe dar boas coisas aos seus filhos
b. Oração Envolve Dependência - (Jo
(Mt 7.9-11) e deles se compadece (SI
5.30; Jo 12.49; 15.4) - A auto-suficiên­
103.8-13), por isso devemos entrar na
cia humana é o maior empecilho para
sua presença com confiança e em ple­
uma vida de oração bem sucedida, pois
na certeza de fé (Hb 4.16; 10.22), pois
ao orar enfraquecemos o nosso "eu”
Ele "chama à existência aquilo que não
declarando que não somos capazes de
existem” (Rm 4.17).
governar nossas vidas. Não oraremos
o suficiente, até entendermos o quan­
to precisamos de Deus, e só entende­ b. Em Nome de Jesus - ( Jo 14.13-14;
remos o quanto precisamos de Deus, 16.23) - Jesus é o mediador entre o
quando avaliarmos o resultado da ora­ nós e Deus (1 Tm 2.5). Ele é o Cami­
ção operando em nosso cotidiano. nho (Jo 14.6). Ele é a Porta (Jo 10.9).
Orar em nome de Jesus significa que
c. Oração Envolve Persistência ( Lc o Pai nos ouve por causa do sacrifício
11.5-10;18.1-7; Ef 6.13; I Ts 5.17) - que Ele ofereceu por nós (Hb 10.19-
O rar está entre uma das mais desafia­ 20; Rm 5.1-2; Ef 2.16-18).
doras tarefas, pois requer persistência
para resistir à auto-suficiência; ao dia­ c. No Espírito Santo (Rm 8.28; Ef 6.18)
bo, o maior inimigo da oração; e à in­ - O Espírito Santo nos ensina a orar
credulidade. Jesus prevendo as dificul­ segundo o coração de Deus, nos guia
dades que teríamos para desempenhar em toda a verdade (Jo 16.31) e nos
uma vida de oração, deixou registradas convence (Jo 16.8).
as duas parábolas acima que revelam
o quanto devemos persistir em orar. 3. TRÊS ALICERCES D A O R A Ç Ã O ( EF
Orar exige disciplina e determinação. A 6.14-18; M T 26.39; 1 JO 5.14-15)
nossa alma precisa ser treinada a orar,
e uma excelente forma de fazer isto é Um alicerce é aquilo que fundamenta,
ter um tempo de oração e aumentan­ que sustenta, que serve de apoio. Para
do gradativamente. Com o todo apren­ a manutenção de uma vida de oração é
dizado, precisamos ser pacientes e não necessário estabelecer pelo menos três
desistir mediante os fracassos. Quem alicerces fundamentais;
não se arrisca a errar, não consegue a. O Que Está Escrito - (Is 55.10-11; I
aprender. Aprende-se dirigir, dirigin­ Rs 8.26; Êx 3213; Ef 6.17; Hb 4.12; Hb
do; aprende-se a andar de bicicleta, 11.3) - A Palavra de Deus é a principal
andando e aprende-se a orar, orando. base de sustentação da oração, pois
Então, oremos! por ela conhecemos a Deus, seus man-

M A T U R ID A D E R E S S IG N IF IÇ A N D O A V ID A 31 llllllllllllllllllllllll
damentos, suas promessas e seu poder. em conta, como ser tomada como uma
Pelo conhecimento bíblico seremos das bases indispensáveis na oração. Al­
orientados a orar segundo a vontade de gumas vezes ela "parecerá" inadequa­
Deus (1 Jo 5.14), pois a linguagem bíbli­ da, no entanto, ao nos submetermos
ca é a linguagem do coração de Deus. ficamos livres das consequências das
Além disso, a Palavra é instrumento de nossas escolhas egoístas e mesquinhas,
guerra espiritual (Ef 6.17), é a alavanca e experimentamos a "boa, agradável e
da fé (Rm 10.17); e por meio dela se perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).
manifesta o poder e autoridade do Se­
nhor (Hb 11.3. Ap 12.11). CONCLUSÃO

b. O Que Eu Creio - (Mc 11.23-24; Hb Orar é alcançar o sobrenatural, ver o


11.1-40; M t 17.20) - A fé nâo é um invisível e poder o impossível. Orar é tudo o
elemento alternativo na oração. Pelo que podemos fazer, quando não podemos
contrário, é ela que fará nossa vida de fazer nada. É render a nossa vontade à Sua
oração tornar-se dinâmica e significa­ soberana vontade. A vontade Dele passa
tiva. O Capítulo 11 de Hebreus exi­ a ser a nossa. Algumas vezes, Ele muda
be uma galeria de testemunhos de fé as circunstâncias, outras, Ele muda nossa
que vale a pena ler e deixar que estes disposição (Mt 26.36-39; 2 Co 12.7-10; SI
exemplos nos inspirem. Pessoas co­ 73). Sabemos como entramos em oração,
muns ousaram crer no poder sobrena­ mas nunca sabemos como sairemos dela
tural de Deus e por sua fé experimen­ (Rm 11.33), porque orar é também entrar
taram o extraordinário. na dimensão do imprevisível. Se quisermos
ver Deus se mover de forma específica em
c. O Que Deus Quer - ( U o 5.14-15; M t nossa vida, então o caminho é sem dúvida,
6.10; 7.21; 26.39; Jo 9.31) - A vontade a ORAÇÃO.
de Deus não apenas deve ser levada

Illlllllllllllllllllllll » • M A T U R ID A D E . R E S SIG N IF IC A N D O A V ID A
Versículo chave a história da primeira civilização, ensina o
homem a viver bem na Ter ra, mostra-lhe a
“Mas Jesus lhe respondeu: Está escri­ direção para o céu, prevê o fim do mundo
to: Nem só de pão vive o homem, mas e o recomeço de um novo tempo para
de toda palavra que sai da boca de aqueles que encontraram a salvação.
Deus". M t 4.4 A Bíblia desperta os curiosos, desafia
a ciência, inquieta os ateus, atrai os
Objetivo intelectuais; mas para o discípulo ela é a
Compreender a importância da Palavra Palavra que sai da boca de Deus,
de Deus na prática da vida cristã.
1. A ESTR UTU RA D A B ÍBLIA
IN T R O D U Ç Ã O
“A Bíblia é uma verdadeira biblioteca
A Bíblia é com certeza, um dos livros mais de 6 6 livros, divididos em duas prateleiras,
intrigantes e mais fascinantes. È também o iguais em valor, não obstante uma contém
mais lido e o mais vendido do mundo. Ela 39 livros, outra 27. Chamamos estas
possui um conteúdo que abrange várias prateleiras de Antigo Testamento e Novo
ciências, como História, Geografia, Filosofia, testamento”24
Antropologia, Arqueologia, Psicologia, a. Quem escreveu a Bíblia? - “Nestes 66
livros notamos o trabalho de quaren-
Astronomia, Botânica, Teologia e muitas
outras. A cultura do povo judeu constitui
seu cenário principal. Ela também registra 24 M EIN, John. A Bíblia e com o chegou até
nós.Rio de Janeiro: JUERP, 8 ’ ed.,1990, p.16

M ATU R ID A D E . R E S S IG N IF IC A N D O A V ID A iiiiiiiiiiiiiniiiimi
ta pessoas de diversas vocações. Ao Se queremos crescer no conhecimento de
escrever, cada escritor manifesta seu Deus, o ponto de partida é a Sua Palavra.
próprio estilo e características. O tra­ a. A Bíblia Revela Quem Deus É (Jo
balho de todos levou uns 1600 anos 1.1,14) - Deus é o que Ele afirma ser
- desde 1500 a.C., quando Moisés em Sua Palavra (Is 45.12;46.9; Ap 1.8;
começou a escrever (Ex. 17.14) até 97 Ê 3.14: Is 64.4) e muito mais, Ele é a
d.C., quando o apóstolo João escreveu própria Palavra que se fez carne e ha­
seu evangelho na Ásia Menor".25 bitou entre nós (Jo 10.30; 14.9). Isto
quer dizer que é impossível crescer no
b. Um Só Plano - "Há na Bíblia um só conhecimento de Deus sem levar a sé­
plano, que de fato mostra que havia rio o estudo da Bíblia sagrada.
um só autor divino, guiando os huma­
nos'.26 Todos os autores escreveram b. A Bíblia Revela a Vontade de Deus -
inspirados pelo Espírito Santo. Embo­ (Jo 9.31; I Rs 22.13; Ne 8.8,9,12-14)
ra tivessem tantos autores humanos, - O verdadeiro discípulo é aquele que
a unidade, simplicidade e singularida­ deseja agradar a Deus. Mesmo não
de da Bíblia indicam que houve uma sendo visível, nós podemos falar com
só mente atrás de todas, e era a divina Ele, e buscar sua orientação. Ele nos
(II Tm.3.16). É como a construção dum dará resposta e direção para a nossa
grande prédio, em que muitos operá­ vida, no entanto, a maneira mais certa
rios estão empregados. Cada um de­ e segura pelo qual veremos isto acon­
les sabe bem o seu ofício, porém to­ tecer se dará pela leitura, reflexão e
dos dependem do plano do arquiteto. conhecimento da Sua Palavra.
Não será fora de verdade dizer que a
Bíblia é humano-divina, quer dizer que c. A Bíblia é Fonte de Prosperidade - (Js
contém estes dois elementos. Sendo 1.8; SI 1.1-3; SI 119.96-101) - Um dos
humana, está sujeita às leis de língua sentidos bíblicos para a palavra prospe­
e literatura, e, sendo divina, pode ser ridade é "aquilo que se desenvolve, que
compreendida somente por homens é bem sucedido”. Uma pessoa próspera
espirituais. Os autores humanos ofere­ é também uma pessoa bem-aventurada,
cem variedades de estilo e matéria. O feliz (Mt 5.1-11; SI 1.1-3). Existem inú­
autor divino garante a unidade de re­ meras passagens bíblicas que revelam
velação e ensino. Os autores humanos a bem-aventurança daquele que vive
se referem à Bíblia em partes. O divino comprometido com a Palavra de Deus
refere-se à Bíblia como um só livro".27 (Dt.28.1-14; SI 1.1-3; Js 1.8).

2. PORQUE EU DEVO CONHECER 3. O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE SI


A BÍBLIA? (JS. 1.1-9; SL 119.96-101; MESMA?
MT.4.1-11)
Para que possamos compreender
Um grande erro na vida do crente é melhor a importância da Palavra de Deus,
não dar à Palavra de Deus o verdadeiro
vamos verificar o que ela diz sobre si
valor. Esse é um dos principais motivos
mesma.
porque alguns vivem fracassados (Os 4.6). a. A Palavra é Água - (Ef 5.26-27) - A
água possui a propriedade de lavar e
25 Ibid, p.16
26 Ibid, p.16
remover a sujeira. Como água que lim­
27 Ibid, p.17 pa, assim a Palavra é um importante

llllllllllllllllllllll M • M A T U R ID A D E . R Ê S SIG N IF IC A N D O A /ID A

I
in g re d ie n te no p ro ce sso d e s a n tifica ­ tas ignorando o que viu? Esta compa­
ção (Jo 17,17). ração mostra a inutilidade de ler a Bí­
blia e não colocá-la em prática.
b. A Palavra é Fogo - (Jr 23.29) - A o
m esm o te m p o q ue lim pa co m o a água, i. A Palavra é Sem ente - (Lc 8.4-5) -
a Palavra d e D e u s é p o d e ro sa co m o Quando a Palavra de Deus encontra
fog o para q u e im ar as im p u rezas, le ­ um coração receptivo, Ela provocará
van d o o p ro ce sso de sa n tifica çã o a um uma sucessão de surpreendentes re­
nível mais p ro fu n d o (N m 31.23). sultados.

c. A Palavra é a Verdade - (Jo 17.17) - A j. A Palavra é Lâmpada - (SI 119.10) -


palavra de D e u s não é U M A verd ad e, Se não conseguirmos enxergar o ca­
senão A verdade. Isto q u e r dizer, q u e minho na escuridão desta vida, será a
tu d o aq uilo que fo r c o n trá rio a ela, Palavra nosso facho de luz.
deve se r co n sid e ra d o uma m entira.
k. A Palavra é M a is Desejável do que
d. A Palavra é M artelo - (Jr 23.29) - O O u ro e M ais D oce que o M e l - (SI
m artelo é uma fe rra m e n ta d e reform a. 19.7,10) - Aquele que conhece o po­
D eus usará a Sua Palavra para d e s tru ir der da Palavra de Deus e que a expe­
tu d o o q u e não fo i c o n s tru íd o p o r Ele. rimenta operando em sua vida, saberá
que o seu valor é mais alto e mais su­
e. A Palavra é Espada - (Ef 6.17) - C o m o blime do que qualquer outro valor ter­
in stru m e n to de luta, a espada é a fig u ­ reno. Ferramenta de cura e restaura­
ra da Palavra q ue nos ca p a cita a v e n ­ ção para a alma cansada, ela não pode
ce r o mal. ser substituída em nenhuma hipótese.

f. A Palavra é Alim ento - (M t 4.4) - O I. A Palavra é Fonte de Consolo e Sa­


cristão que não vive da Palavra e pela bedoria - (SI 119.50, IO 7 98-100) - A
Palavra so fre de d e sn u triçã o , ra q u itis ­ Bíblia traz ao coração do homem afli­
mo e anorexia e sp iritu a l, e n q u a n to que to uma enorme eserva de sabedoria
aquele que dela se a lim en ta d ia ria ­ e consolo. Nas diversas situações do
m ente estará sem p re p re p a ra d o para cotidiano ela carrega a mente de sabe­
e n fre n ta r as a d ve rsid a d e s da v id a (M t doria, prudência e entendimento.
7.24-27).
4. C O M O LE R A BÍBLIA? (JS 1.8)
g. A Palavra é V iv a e Eficiente - (Hb
Ler a Bíblia deve ser entendido como
4.12) - A B íb lia é um livro incom um .
algo mais do que uma leitura superficial,
Suas palavras te m fôlego, são d in â m i­
sem muito esforço. A Bíblia deve ser
cas e possui um a tre m e n d a ca p a cid a d e
de p e n etrar no m ais ín tim o d o c o ra çã o instrumento de estudo e reflexão.
a. Faça um estuao constante e sistemá­
hum ano.
tico - (At 17.11) - Defina por onde vai
começar e certifique-se em dar conti­
h. A Palavra é Com o Um Espelho (Tg
nuidade ao estudo seguindo uma se­
1 .2 2 -25 ) - D e q u e a d ia n ta ria alguém
quência. “O s bereanos não estudavam
se o lh a r no espelho, c o n s ta ta r o q ue
as Escrituras um dia, esperando uma
está in a d e qu a d o e d e p o is v ira r as co s­ semana para fazê-lo outra vez. Seu

M A T U R ID A D E , RESSIGNII F)C A N D O A V ID A is iniiiiuiiiiiHiiiiiiii


r
contato era constante”28 (At. 17.11). do se emprega a reprodução escrita".2’

b. Não tenha pressa - Quem tem pres­ d Você deve aplicar o que estuda à sua
sa em ler a Bíblia, acaba fazendo uma vida -A primeira finalidade do estudo
leitura superficial e não retendo a Pala­ deve ter nosso coração como alvo. Se
vra devidamente. É melhor pegar uma a Palavra alcança nosso coração, é cer­
pequena porção de cada vez e certifi­ to que refletirá na vida de outras pes­
car-se de que absolveu o conteúdo de soas (Tg.1.22; 2Tm2.2).
forma proveitosa.
CONCLUSÃO
c. Faça uma reprodução escrita - “Es­ O quanto do nosso tempo gastamos
crever e reunir pensamentos é uma com a Bíblia, determinará o quanto
das diferenças-chave entre ler a Bíblia teremos de Deus em nossa vida. Ela é a
e estudá-la. Um rico reservatório de mente, a vontade e o poder de Deus. É a
conhecimentos das Escrituras pode expressão de si mesmo. É a revelação da
ser armazenado para uso futuro quan- Sua pessoa. Se o amamos, nos dedicamos
à Sua Palavra e dela vivemos.
28 HENRICHSEN, Valter A., M éto d o s d e Estudo
Bíblico.São Paulo: Mundo cristão,7? ed, 1997, p . l l 29 Ibid, p . l l

■•iilllHlluuillllllll | mat u r ío ad e . r E55IG m i f 1CAND0 A V1DA

I
Versículo chave em tinta, resultando na mudança de cor,
era chamado de baptizo. É um termo da
“Ide, portanto, fazei discípulos de to­ língua grega, traduzido por batizar.'30 O
das as nações, batizando-as em nome batismo é, portanto, o ato de “mergulhar'
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” que simboliza a transformação de vida
(M t 28.19)
que ocorre quando nos convertemos em
Cristo.
Objetivo

C o m p re e n d e r o sig n ifica d o e a 1. JESUS E JO Ã O (JO 1 .1 9 -3 3 ; M T 3 .1 -


im p o rtância do b a tism o na vid a do 17)
discípulo.
Quando o cenário do Evangelho é
revelado, logo nos deparamos com uesus,
IN T R O D U Ç Ã O
e então com João Batista. O batismo
O b atism o é um im p o rta n te rito na vida aparece como um elemento importante,
cristã. N o N o v o Testam ento, Jo ã o B a tista indicando a transição para um novo tempo,
a. Um convite audacioso (M t 3.1-10) -
aparece o fe re c e n d o o b a tism o co m o
"João encorajou seus ouvintes a [apre­
te s te m u n h o d e a rre p e n d im e n to e p re p a ro
sentarem] publicamente sua disposi­
para a vin d a de Je su s (Jo 1.1 9 -31 ) - por
ção de mudar ao se juntarem a ele em
isso ele é ch am ad o de Jo ã o Batista, ou
Jo ã o q u e batizava. “N o p rim e iro século, 30 OLIVEIRA, Odila Braga. Começando a Vida
o p ro c e sso de im ergir, m e rg u lh a r o te cid o Cristã. São José dos Campos, SP: Cristã Evangélica,
2007. p. 46.

M ATU RIDA DE. R E SS IG N IFIC A N O O A V ID A 37 llllllllllllllllllllllll


um ato de imersão no rio Jordão."31 A por três fatores: foram instituídas por
tônica do seu convite estava no arre­ Cristo [Mc 16.16; M t 28.19], foram
pendimento (Mt 3.2; Lc 3.8). A pala­ ensinadas pelos apóstolos [At 8.12,36]
vra grega usada para arrependimento e praticadas pela Igreja Primitiva [At
é "Metanóia", que significa mudança 9.18:16.15,33; 18.8]. Nenhuma das
de mente e de atitude. Era necessá­ ordenanças é necessária à salvação’’33,
rio "nascer de novo” para participar porém testificam dela. Quando uma
da vida do Reino de Deus (At 2.38; Jo pessoa se batiza, além de expressar
3.3-5). sua fé e seu compromisso com o Reino
de Deus, está ao mesmo tempo cum­
b. O Batismo de Jesus (Mt 3.13-17) -A o prindo um importante mandamento
ser procurado por Jesus para que este de Jesus.
fosse por Ele batizado, João reage de
forma completamente previsível. Por b. Identificação com Jesus (Rm 6.3-5)
que ele batizaria alguém que não ne­ - Devemos compreender que o pon­
cessitava de arrependimento? Qual se­ to crucial do Batismo é a nossa união
ria o sentido em levar o Salvador a um com Cristo. Não somos unidos a Cristo
nível que pertencia apenas ao peca­ pelo batismo, pelo contrário, devemos
dor? Porque Jesus se apresentou para nos batizar porque fomos unidos a Ele.
ser batizado? Segundo Girard e Ri- Este é o ensino do Novo Testamento.
chards, o batismo inaugurou a carreira As pessoas que devem ser batizadas
de Jesus com uma declaração pública são as que já deram prova de que são
de que Ele era um de nós - um ser hu­ regeneradas. Ou seja, não é o batismo
mano. "Ao se apresentar para o batis­ que as toma crentes, e sim, porque
mo, Jesus não estava confessando que são crentes, ou se presume que são,
era pecador. Ele estava dizendo: "Eu que devem ser batizadas (At 8.26-38;
estou com João”, "tenho o compromis­ 10.44-48; 16.25-34). Unimo-nos a
so de viver uma vida íntegra", "quero Cristo em Sua morte, sepultamento e
viver sob o domínio de Deus", "Eu sou ressurreição: "Fomos, pois, sepultados
um de vocês”.32 com Ele na morte pelo batismo; para que
como Cristo foi ressuscitado dentre os
mortos pela glória do Pai, assim andemos
2. A IGREJA E O BATISMO (AT também nós em novidade de vida" (Rm
2.38,41; 8.36; 9.18; 16.33; 18.8) 6.4). Pela fé cremos que, quando Cris­
to morreu, nós morremos com Ele, e,
O batismo passou a representar quando Ele ressuscitou, nós também.
um importante rito na vida da Igreja Quando alguém é imerso na água,
Cristã, como um marco que assinala o é simbolicamente atestado que esta
rompimento com o mundo e a entrada no pessoa foi sepultada com Jesus e, ao
Reino de Deus. ser levantada das águas, é da mesma
forma afirmado que ela já ressuscitou
a. Uma ordenança de Jesus (Mt 28.19) com Cristo para viver uma nova vida.
- "As ordenanças são determinadas Portanto, pelo batismo testemunha­
mos de uma fé que nos identifica com
31 GIRARD, C. Robert; RICHARDS, Larry. Guia Cristo e Sua obra realizada na cruz (Rm
fácil para entender a vida de Jesus. Rio de Janeiro: 7.4-6).
Thomas Nelson, 2013. p. 57.
32 GIRARDS, RICHARDS, Op Cit, p. 59. 33 Ibid., p. 374.
Illlllllllllllllllllllll « ■ m a t u r id a d e p. e s s i g i -i i f i c a n o o a v id a
c. Um selo da Fé (Mc 16.15,16) - N o A n ­ CO N CLUSÃO
tigo Testamento, o rito da circuncisão
era o selo da aliança que o povo de Is­ O batismo é testemunho de fé,
rael tinha com Deus (Gn 17.10,11). Na afirmação do nosso compromisso com o
Nova Aliança que Deus fez por meio de Reino de Deus e a testífícação da nossa
Jesus, podemos inferir que o batismo é inclusão no sacrifício salvífico de Cristo.
como o selo de um fato já concretizado: Todo salvo em C risto anseia por essa
nossa morte, sepultamento e ressurrei­ maravilhosa experiência cristã. Um noivo
ção em Cristo: "Nele também fostes cir- que não anseia pelo casamento não ama
cuncidados, não por intermédio de mãos, sua noiva, assim, aquele que não anseia
mas no despojamento do corpo da carne, pelo batismo, sua experiência de salvação
que é a circuncisão de Cristo; tendo sido é questionável, pois entendemos que no
sepultados juntamente com ele no batis­ caminho do discipulado nada há que possa
mo, no qual igualmente fostes ressuscita­
interferir entre o discípulo e seu Mestre.
dos pela fé no poder de Deus, que o ressus­
citou dentre os mortos" (Cl 2.11,12).

M ATURÍDA.PE R E S S lG N IF íC A N D O A V ID A » niiiiiiiiiiiiiuimii
Versículo chave tocar em outros e assim sucessivamente,
'Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz culminando num número cada vez maior
seja convosco; assim como o Pai me daqueles que se encantam pelo Mestre e
com Ele se comprometem. O propósito do
enviou, também eu vos envio a vós. E,
discipulado vislumbra a concretização final
havendo dito isto, assoprou sobre eles e
do Reino de Deus descrita em Apocalipse:
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo" - Jo
"[...] eis grande multidão que ninguém podia
20:21,22
enumerar, de todas as nações, tribos, povos
Objetivo e línguas, em pé diante do trono do Cordeiro
[,.J"(Ap 7.9). O discípulo deve ser tomado
Compreender a dimensão em que o
em alta honra o ser parte deste processo.
discípulo é responsável pela propagação
do Reino de Deus.
1. A PERSPECTIVA DA MISSÃO - (JO
20.21)
INTRODUÇÃO
Para compreender a missão que nos
O discípulo é antes de tudo alguém que
foi confiada, devemos entender sob que
decidiu seguir o seu Mestre por crer nos
ângulo ela foi estabelecida.
seus ensinos e se comprometer com eles.
O convite de Jesus para que o sigamos
a. Somos Enviados na Mesma Pers­
não termina em nós. Podemos dizer que
pectiva do Ministério de Jesus - (Jo
ele possui um efeito dominó. Quando ele
17.18; 20.21) - Jesus foi enviado com
toca em nós, nos sentimos impelidos para o objetivo de salvar o mundo. Ele abriu
lllllllllllllllllllllll ifti • MATURIDADE. RESSIGHIF1CAHDO A I DA

I
mão da sua glória e de forma obedien­ a. O Desafio de Cada Oportunidade -
te cumpriu aquilo que lhe fora confia­ (Jo 4.7-42) - Jesus costumava prestar
do pelo Pai (El 2.5-8; Jo 17.4). "Jesus atenção em pessoas aparentemente
concebeu a igreja como uma continua­ invisíveis, Ele fazia de cada encontro,
ção de si próprio, sendo ele a cabeça, e uma oportunidade. Temos diante de
a igreja, o resto do corpo. Portanto, te­ nós incontáveis oportunidades das
mos, como missão, exatamente a mes­ quais podemos e devemos nos utili­
ma que Jesus tinha. Somos enviados zar para o testemunho do evangelho.
ao mundo por Jesus, assim como ele O discípulo de Jesus deve ver cada
foi enviado ao mundo pelo Pai.34" Nos­ pessoa, em qualquer lugar ou circuns­
sa missão, portanto, consiste em sal­ tância como parte da sua missão evan-
var o mundo por meio da pregação do gelizadora ( At 3.1-8,4.8-12; 8.34-38;
Evangelho (Rm 1.15-16; Mt 28.15,16). 16.25-32).

b. Somos Enviados No Seu Poder (Mt b. O Reino da Inclusão - (Lc 18.16; Mt


28.18; Mc 16.17-18; Jo 20.22; At.1.8) 15.21-28; Lc 18.35-43; Jo 8.3-11) -
- É maravilhoso e reconfortante sa­ Uma marca inestimável do ministério
ber que o próprio Deus que nos envia de Jesus é a total ausência de precon­
também nos capacita no cumprimento ceito. Jesus foi inúmeras vezes critica­
da missão. Jesus subiu ao céu após sua do por manter contato com pessoas
ressurreição mas enviou o Seu Espírito estigmatizadas35 pela sociedade reli­
sobre a igreja garantindo a ação vivifi- giosa de sua época (Mc Z16; Lc 7.36-
cadora do Seu poder para que a Sua 50. Para Jesus cada vida é igualmente
obra fosse realizada de maneira eficaz preciosa (Mt 12.12; Lc 15.7,10,32). O
(Jo 16.5-15). amor que temos por Jesus deve ser
traduzido em amor pelas almas perdi­
c. Sua Presença Na Missão (Mt 28.20b) das, pois o desejo do coração de Deus
- A promessa da sua presença diária é que ninguém se perca sem salvação
é assegurada ao discípulo no cumpri­ (2Pe3.9).
mento da sua missão. Ela é a garantia
do sucesso da missão. Jesus nos envia 3. A IGREJA É A ESPERANÇA DO
ao mundo mas vai conosco. Ele é nos­ M UN DO (JO 20.23)
so guia, nosso provedor e sustentador.
Jesus confiou a mensagem e o poder
do Evangelho à sua Igreja Somente a
2 .0 FOCO DA MISSÃO - (LC 19.10;
Igreja tem a credenciai para manifestar a
JO 3.16; MC 16.15-16)
salvação ao mundo.
Os homens eram a missão de Jesus.
Embora Ele tenha frequentado o templo,
as sinagogas, participado dos ritos do
judaísmo, o que Ele tinha em mente o
35 “O uso moderno da palavra estigma
tempo todo eram as pessoas. originou-se na Greda Antiga, onde se costumava
marcar escravos fugitivos com a letra F. O nome dado
a esta marca era STK M A . Dessa forma, o uso de
estigma fo i entendido para significar qualquer sinal
34 MACRI, Sylvio Pr. A Mesma Missão de Jesus. que se estabeleça ou infiro condições de desvios de
http://www.prazerdapalavra.com.br em 06/11/2016 uma norma estabelecida'. http://infopsiconews.
às 20.18 hs. blogspot.cont.br em 07/11/2016 às 6.25

M A T U R ID A D E R E S S IG N If IC A N O O A V ID A « iiiiiniiiiiiiniiiiiiH
d. A Igreja Como Agente do Perdão (Jo é a verdadeira e única missão da Igre­
20.23) - Jesus deu aos discípulos a ja: a salvação por meio da pregação
responsabilidade de anunciar Seu per­ do evangelho de Cristo. Se a Igreja
dão. Na sua obra na cruz, o perdão de não viver para evangelizar, ela perde­
Deus foi estendido a toda humanida­ rá a razão da sua existência.
de. no entanto só poderão recebê-lo
aqueles que crerem por meio da pre­ CONCLUSÃO
gação do evangelho.
"A mensagem do cristianism o não é
b. A Igreja Como Agente de Fé (Rm sobre melhorar o mundo, e sim, sobre
10.14,17) - A única forma pela qual as transformar as pessoas, apesar do mundo,
pessoas serão aceitas diante de Deus preparando-as para a glória ainda por vir.
é por meio da fé (Hb 11.6). portanto, a Este Jesus está ativo e está agindo com
Igreja é enviada a gerar fé por meio da esse fim em vista, e continuará agindo
pregação da Palavra de Deus. até [que o evangelho seja pregado em
todo o mundo] e então Ele voltará[...].37 ’’
c. A Igreja Como Agente de Vida - (At "E este evangelho do reino será pregado
1.8; Rm 15.19-21; At 20.24) - O Es­ em todo o mundo, em testemunho a
pírito Santo veio sobre a Igreja com todas as nações, e então virá o fim” (Mt
o propósito de torná-la uma agente 24:14). Este é o projeto no qual estamos
de vida. "Espírito e Palavra: por estes inseridos. Sejamos fiéis no cumprimento
dois a Igreja surgiu como uma comu­
da nossa missão e descobrirem os a
nidade que testemunha. A partir de
verdadeira essência de ser discípulo (Is
então, testemunhar o Cristo ressurre-
58.10-12)!
to passou a ser a essência da Igreja.
Um organismo vivo foi criado (1 Co
12.12.13) e logo demonstrou sua ca­
pacidade de comunicar vida aos ho­
mens através da sua presença’’36. Esta

36 WINTER, Ralph D., HAWTHORNE, Steven


37 JONES, Llhoyd D.M., Cristianism o Autêntico.
C_, (Org.J. Missões Tranculturais, Uma Perspectiva
São Paulo: PES, 2005, p.27
Bíblica. GLASSER, Arthur F., O Apóstolo Paulo e a
Tarefa Missionária. São Paulo: Mundo cristão, 1987,
p.124,125

....... " B ■ M A T U B ,0 A D t F E S S iG N .r .C A N D O A V .O A
V ersícu lo chave se foi muito analisado, tendo como ponto
de vista que a teologia é em etimologia
Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou,
É isto que você d irá aos israelitas: Eu Sou
da palavra: o estudo de Deus. Ainda que
m e enviou a vocês". Êxodo 3 :1 4 seja bem mais abrangente que isso e
encare muitos assuntos e com uma certa
O b je tiv o profundidade, é inegável que até mesmo
em suas vivências individuais homens e
C o m pre e n d e r segundo a filosofia humana
mulheres já tenham se perguntado sobre
e a visão bíblica sobre a existência de Deus.
a existência ou não de Deus de acordo
IN T R O D U Ç Ã O com suas experiências pessoais, como
luto, sofrimentos, abusos, catástrofes
Essa p ergunta ecoa sécu los e ao mundiais, entre outras situações que
longo do te m p o m u ito se d iscu tiu
fazem questionar a presença de Deus ou
so b re a existê n cia d e D e u s e as p rovas
onde Ele estaria quando tudo isso tenha
q ue fariam com q ue isso fo s s e ou não
co m p rovad o . No cam po filosófico, acontecido.
s o c io ló g ico e p rin cip a lm e n te cie n tífico A indagação só nunca pode sobressair
hom ens passaram suas v id a s e gastam a fé, que de fato norteia os corações
suas e n e rg ia s te n ta n d o em p iricam e n te sobre a existência e pessoa de Deus. Esse
d e cla ra r ce rte z a so b re a e xistência ou não questionamento é natural, principalmente
de Deus.
aos que estão a conhecer a fé e o
E stu d o s fo ra m fe ito s e op in iõe s
cristianismo, mas há algo a ser entendido e
em itid as de a co rd o co m a cre n ça q ue eles
tinham , te o lo g ic a m e n te fala n d o tam b ém já será feito a partir dessa lição.

M A TU RIDA DE. RCSSIGNIFtC-ANDO A VIDA . •• llllllllllllllllllllll


1. A PERGUNTA DE CULTURAS E um efeito não pode ser menos real que a
GERAÇÕES; sua causa. O que isso de fato quer dizer
para nós? A resposta encontra-se no fato
René Descartes (1596-1650) filósofo
de que somente o ser perfeito existente
moderno se destaca nessa pesquisa sobre a
pode ser causa da ideia que o representa.
existência de Deus, como já visto nesta lição
Se pudéssemos compreender o infinito,
uma indagação que perpassa gerações e
esse caberia em nosso intelecto e, portanto,
culturas em todo o mundo, não há um sequer
deixaria de ser infinito. Reconhecer que não
que já não tenha se feito essa pergunta. Em
podemos compreender o infinito é o mais
sua obra Meditações metafísicas, Descartes
perfeito conhecimento da ideia de infinito
elenca diversas provas e estudos que
que podemos alcançar. Em outras palavras,
conseguem de maneira filosófica comprovar
reconhecer que Deus existe é precisamente
a existência de Deus, o artigo de Letícia Luiz
reconhecer nossa incapacidade de
Rodrigues intitulado *A prova cosmológica
compreendê-lo.
da existência de deus em René Descartes:
Descartes aqui primeiro olha para si,
o princípio de causalidade como elemento
ao ponto que reconhecendo quem ele
fundamental’ terá premissa identificar
é consegue identificar a superioridade
justamente um dos apontamentos, a visão
de Deus em sua essência, a relação de
cosmológica que traz clareza sobre a
causa se estabelece assim e identifica a
existência de Deus. Descartes buscou apelar
existência de Deus. É interessante pensar
para o entendimento filosófico e não apenas
que para comprovar a existência de Deus
teológico para que suas provas fossem
um homem tenha que analisar um elemento
irrevogáveis e alcançassem também os não
que teologicamente seja tão fácil de ser
crentes, visto que ele afirmava a existência
entendido, afinal, a superioridade que há em
de Deus na ótica material e científica.
Deus como Ser infinito é prova irrevogável
Aqui, por meio do artigo tomando como
de Sua existência, Ele é infinito e sempre
base será vista a ideia da prova da existência
existiu. Descartes apenas faz no campo
de Deus e o princípio de causalidade. Em sua
da filosofia um favor para que enquanto
escrita, Letícia Luiz Rodrigues declara que a
seres racionais haja explicação além das
ideia de Deus é a ideia de um ser perfeito,
Escrituras, afinal como igreja o papel de
que em sua realidade objetiva exibe um
revelar a Deus também é na sociedade,
ser infinito. O fato da realidade objetiva
até mesmo um dos locais principais. A
da ideia de Deus exibir um ser infinito é
indagação sobre a existência não é incorreta,
fundamental para a prova da existência de
a partir do momento que se entende pelos
Deus, porque é justamente partindo da
meios certos a comprovação e que isso não
ideia de infinito que podemos nos conhecer
diminua a fé, pelo contrário só fortaleça
como finito. Mas, como é possível que uma
nosso entendimento de Deus.
substância finita conceba a ideia de um ser
infinito? A fim de responder a esta questão,
2.ELEÉ;
Descartes argumenta que a ideia de Deus
é inata e foi colocada em nossa mente pelo Ainda que sem o objetivo Descartes
próprio Deus, que é a causa de sua própria aplica exatamente a ideia de quando
ideia. Como se pode notar, a formulação Deus se revela a Moisés. Cham plin em
do princípio de causalidade utilizada aqui seu comentário a respeito de Êxodo 3:14
é a mais geral, pois apenas estabelece que trará as seguintes afirmações, interpreta

1IIIIIIIIIIIIIIIII1IIII « • M A T U R ID A D E . R E S S IG U IF IC A N D O A V ID A

I
aqui:" Eu sou Aquele que é e que será" O dias antigos que a essência de uma pessoa
que é Indiscutível é que esse nome está se concentrava em seu nome”. Um novo
alicerçado sobre o verbo ser (no hebraico, nome é um novo "eu”. No caso de Moisés, o
hayah). Mas o texto hebraico com porta novo nome indicava uma nova revelação de
mais de uma interpretação. Alguns dizem Deus, um novo propósito.
: "Eu sou porque sou", dando a entender a Moisés ensina aqui que o questionamento
vida independente ou necessária de Deus, sobre quem Deus é e com isso a linha tênue
em contraste com a vida de todos os seres sobre a dúvida de sua existência existirá,
criados, que é derivada e dependente. Ou mas que sempre será respondida pela voz do
então Deus é exatamente o que Ele é, o próprio Deus afirmando que Ele é, apenas
Poder Supremo, Imutável. Naturalmente, o é. Jesus no evangelho de João reforça
tetragrama dos hebreus, YH W H (Yahweh), as palavras do Êxodo durante suas sete
vem da mesma raiz. Assim , o nome deste afirmações sobre quem Ele era, afirmações
versículo seria uma espécie de manipulação estas que mais uma vez voltar os olhos do
dessa raiz. Esse nome indicaria o Ser eterno leitor para o Antigo Testamento, declarando
e pessoal de Deus, além de Sua atuação e que Ele é atemporal, está no Novo e está
presença no mundo. presente no Antigo.
Há aqui alguns atributos inegociáveis de
Deus distintos nesse texto, auto-existência; CONCLUSÃO
eternidade: imutabilidade; constância;
fidelidade. A auto existência revelada aqui A conclusão que se estabelece é que
mostra a cada cristão que o entendimento pela visão de um filósofo ou bíblica. Deus
da existência em Deus é sobre Ele ser, ou existe e se revela aos corações que desejam
seja, Ele sempre foi e por isso sempre esteve conhecê-lo e se relacionarem com Ele. Deus
e sempre existiu. A indagação de Moisés não é um objeto de pesquisa ou precisa
aqui pode não ser sobre a existência perfeita passar por avaliações empíricas para se
de Deus, a sua explicação de se Ele existia provar presente ou existente, através da
ou não, mas identifica um coração que está experiência de Moisés é possível enxergar a
querendo provar algo a alguém, de fato existência de Deus e tantos outros textos e
Moisés queria pois quando Deus diz a ele narrativas bíblicas enfatizaram tal afirmaçãa
que iria em nome de Deus, Moisés pergunta: Cabe ao cristão entender a existência
mas qual é o seu nome? Não seria essa a de Deus e esta lição traz luz segundo o
mesma pergunta que de forma simplificada pensamento e estudo humano e também
significaria: quem é você? Vale lembrar que de acordo com a revelação das Sagradas
Moisés não era aqui um homem de amplos Escrituras.
conhecimentos sobre quem Deus era,
afinal toda sua base de dados era sobre a BIBLIOGRAFIA
religiosidade no Egito, os deuses egípcios. CHAMPLIN, Russell N. (Ed). O Antigo
Champlin acerca do questionamento de testamento interpretado - versículo por
Moisés afirma que de acordo com a Bíblia, versículo - Dicionário M-Z. vol. 7. São
o nome de uma pessoa indica o seu caráter. Paulo: Hagnos editora. 2001
RODRIGUES, Leticia Luiz. A prova
Moisés, pois, estava reivindicando uma nova
cosmológica da existência de Deus em
revelação, e isso requereu um novo nome RenéDescartesroprincípiodacausalidade
divino para dar-lhe respaldo. "Cria-se nos como elemento fundamental. São Paulo.

M A T U R ID A D E . R E S S IG N IF IC A N D O A V ID A llllllllllllllllllllllll
Versículo chave Nosso “eu" nos faz naturalm ente perguntas
egocêntricas, como: “O que devo fazer com
"(...) pois nele foram criadas todas as minha vida? Quais são meus objetivos e
coisas nos céus e na terra, as visíveis minhas ambições? Q uais são meus sonhos
e as invisíveis, sejam tronos ou sobe- para o futuro?” A grande verdade é que
ranias, poderes ou autoridades; todas centralizar tudo em nós mesmos jamais
as coisas foram criadas por ele e para esclarecerá o propósito de nossa vida.
ele’ (Colossenses 1.16) Será que existe algo tão im portante
quanto saber qual é o propósito de Deus
Objetivo para a nossa vida?
Apresentar o propósito de Deus para os Você já percebeu que estamos sempre
seus filhos. acelerados e tem os sem pre a sensação de
estar atrasados ou deixando alguma coisa
IN TRO DUÇÃO para trás? A grande maioria das pessoas
reduz o propósito de sua vida em três
A busca incansável pelo propósito vertentes: ter reconhecim ento (poder),
da vida é algo que intriga o ser humano ganhar dinheiro e satisfazer seu prazer.
e tem atravessado séculos e gerações Qual é o seu propósito de vida? Já pensou
há incontáveis anos. Isso geralmente sobre isso? Acha que vale a pena gastar o
acontece porque nós, seres humanos, presente da vida que Deus lhe deu com
temos a tendência a errar logo no ponto de esse propósito?
partida: focamos sempre em nós mesmos.

Illlllllllllllllllllllll ■ MATURIDADE, RESSlGN í f ic a h d o a VIDA

I
1 .0 PROPÓSITO DE DEUS E O M EU tem um preço. Às vezes precisamos abrir
“EU" mão do nosso conforto. Em outros casos,
precisamos abandonar nossos próprios
“Pois descí do céu, não para fazer a planos, até mesmo nossas melhores
minha vontade, mas para fazer a von­ agendas. Também precisamos abandonar
tade daquele que me enviou” (João nosso orgulho, nos humilhar e nos
6.38). submeter a Deus e aos homens.
Podemos observar no versículo acima, Vemos, diante disso, que o preço que
que o propósito de Jesus na terra era pagamos por fazer a vontade de Deus
"fazer a vontade daquele que o enviou”, nos custa tudo. Mas sabendo em quem
Deus Pai. Ele foi até o último estágio para acreditamos e sabendo que o Senhor vê
realizá-lo: quando soube que seu destino, muito rnaís do que podemos ver. podemos
o de morrer na cruz pela salvação de toda abrir mão de todas as coisas que são tão
a humanidade, estava próximo, Ele orou: importantes momentaneamente para nóse
"Pai, se queres, tira este cálice da minha confiar, com todo o coração.que viveremos
mão, mas que não seja a minha vontade, o que o nosso Pai amoroso e soberano tem
mas a tua vontade (Lucas 22:.42). para nós: sempre o melhor.
Sendo plenamente homem, Jesus sabia
que fazer a vontade do Pai lhe custaria 2 . AS FÔ R M AS D O M U N D O O U OS
tudo. Não somente seu conforto, não PLANOS D E DEUS?
somente a incredulidade de seus discípulos
antes de sua ressurreição, não somente sua “Não vivam como vivem as pessoas
vida. Ele sabia que, na cruz, carregaria os deste mundo, mas deixem que Deus os
pecados da humanidade, o que significava transforme por meio de uma comple­
que o Pai teria que manter distância: "Por ta mudança da mente de vocês. Assim
volta das três horas da tarde, Jesus rompeu vocês conhecerão a vontade de Deus*
bradando: 'Eloí, Eloí, Lama Sabactâni?’, (Romanos 1 2 2 , NTLH).
simbolizando: 'meu Deus! meu Deus! por Nós vivemos em um mundo onde
que você me deixou "' (Mateus 27.46). No os valores estão invertidos, como a
entanto, mesmo diante da maior angústia supervalorização de coisas efêmeras, a
sentida por um homem, Jesus obedeceu ao corrupção do conceito da criação de Deus,
Pai e, por causa de Sua obediência, Ele nos etc.
deu a vida e a oportunidade de estarmos O mundo tem formas, as quais mudam
perto do Pai novamente. todos os dias. O que era errado ontem é
Quandonosentregamosverdadeiramente certo hoje. O que era repudiado ontem é
a Cristo e começamos a aprender mais aplaudido hoje em praça pública. O que era
sobre seu modo de vida e como Ele pode vergonhoso ontem, hoje é praticado à luz
proporcionar o melhor para nossas vidas, do dia. Nós, porém, seguimos um modelo
ficamos entusiasmados para viver seus absoluto, que jamais fica obsoleto. Esse
sonhos e planos, que são abundantemente modelo é Jesus!
maiores que os nossos. Afôrma do mundo éfrouxa, incoerente e
Mas, com o passar do tempo e o gelatinosa, ou seja, nãotemfirmeza alguma.
amadurecimento, encontramos uma A fôrma do mundo é uma manifestação
realidade vital: fazer a vontade de Deus de relativismo moral, ética situacional

M A T U R ID A D E R t $Sl G N I M C A N O O A V ID A « llllllllllinilllllllll
e um descrédito à virtude. Um crente é Depois de passar por inúmeros desafios
alguém que não se deixa moldar por estes em sua vida, Jó finalmente teve uma
padrões. Não se conforma com o plano experiência real com Deus e reconheceu
do mundo, mas é mudado pela renovação que seus olhos haviam visto o Senhor. A
da mente. Ao invés de entrar nesse molde verdade é que ele pensou que O conhecia.
para nos conform ar a ele. devemos ser Quantas pessoas hoje se dizem
transform ados, de dentro para fora, cristãs, mas nunca tiveram realmente
renovando nosso pensamento mediante a um relacionamento íntimo com Deus,
Palavra de Deus. reconhecendo-0 como Pai e Amigo. As
Ao invés de viver de acordo com os palavras de Jó nos dizem que m anter uma
padrões de um mundo inconsistente vida religiosa é fácil, mas ser íntim o de
e rebelde contra Deus, os crentes são Deus é outra questão.
instruídos a p erm itir que suas mentes Não é que Deus seja inacessível, mas
sejam renovadas pelo poder do Espírito vivemos em um mundo dominado pelas
Santo, transform ando suas vidas em trevas, como vimos anteriorm ente, e é
harmonia com a vontade de Deus. Em muito mais fácil nos relacionarmos com as
outras palavras, não devemos ser como questões temporais e transitórias do que
camaleões, assumindo as cores em com as coisas espirituais e eternas.
conform idade com o ambiente. Um fato basilar é que Deus criou o
Como cristãos, nosso papel é te r um homem para te r um relacionamento com
encontro com Deus, não importa como o Ele.
mundo se desenvolva. Precisamos sair da Se você tiver alguma dúvida sobre isso,
cultura do mundo e viver o plano de Deus. eu o desafio a ler o livro de Gênesis. Através
Não devemos adotar os padrões externos da leitura, você entenderá claramente
e transitórios deste mundo, mas sermos que Deus não criou o homem para viver
transform ados em nossa natureza interior. longe d'Ele. Todas as coisas foram criadas
Agrande verdade é que quando estamos pela palavra de Deus. Ele fala e tudo se
ligados aos padrões do mundo, não forma. Ele disse "Haja" e houve! Mas com
estamos cumprindo os propósitos de Deus. o homem Ele usou um m étodo diferente.
Por isso não podemos nos conformar com Há um toque na criação do homem. Deus
o que o mundo pensa, precisamos atualizar, tocou a terra, moldou o barro e soprou o
revitalizar nosso pensamento de acordo fôlego da vida nas narinas do homem. Ao
com a palavra de Deus e viver uma vida de contrário da criação de tudo, o homem
contracultura. foi criado na premissa da intimidade. A
Busque orientação na Palavra, ame criação do homem tem o toque de Deus.
o próximo e sempre coloque Deus Deus se propôs a te r com o homem um
em prim eiro lugar. Esse é o desejo e a relacionamento pessoal.
orientação do nosso Deus. Antes de você existir, Deus já desejava
se relacionar com você. É realm ente um
3. O M E U PROPÓSITO DE VIDA grande privilégio te r um relacionamento
com Deus. Não deixe que a presença
“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora real de Deus em sua vida seja banalizada,
os meus olhos te veem.” (Jó 42.5). pois quando perdemos esse privilégio da
intimidade, nos distanciamos do A m or real

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiin « ■ M A T U R ID A D E , RE S S IG H 'F IC A N D O A V I DA
e sincero. Não aceite um relacionamento Você entende que, por causa dessa falta
superficial que, mediocremente, cumpre de atitude, muitos crentes podem passar
deveres religiosos. Comunique-se com uma vida inteira sem ter experiências com
Deus com sinceridade e honestidade. Por Deus, pensando assim que a vida cristã é
meio de Jesus, hoje temos esse grande entediante e desinteressante?
privilégio.
Manter uma vida espiritual requer de CONCLUSÃO
nós uma decisão de estar em comunhão
com Ele "faça sol ou faça chuva”, estejamos Viver os propósitos Deus nem sempre
com vontade ou não, tenhamos tempo é uma tarefa fácil, pelo contrário, vimos
no decorrer de nossa lição que viver os
ou estejamos super ocupados. É um
propósitos designados por Deus requer
posicionamento, uma decisão e uma
de nós renúncia, ou seja, muitas vezes
disciplina que, com certeza, valerá muito
teremos que rejeitar algo que gostamos,
a pena, mas é algo que jamais aconteceria
temos que abrir mão de confortos que
sem a nossa participação.
nos eram belos aos olhos, mas que na
Deus jamais se afasta de nós; nós é
conclusão dos fatos não trazem plenitude
que fazemos isso. Então, decida romper o
para nossa alma. Ter um relacionamento
comodismo e não se conformar em apenas
constante com Deus nos faz viver em
ouvir falar de Deus. Ele quer se apresentar
a você de maneira extraordinária. plenitude mesmo em momentos de
aflições e até mesmo de dor. Acredite, Ele
é Suficiente!

M ATU R ID A D E . RESStGHíF IC A N D O A V ID A tl llllllllllllllllllll


Versículo chave prática daquele que deseja viver como
um genuíno cristão. Faz parte do início
Todo aquele que pratica o pecado da caminhada entender sobre o pecado,
transgride a Lei; de fato, o pecado é a pois apenas sobre aquilo se compreender,
transgressão da Lei. Vocês sabem que é possível se distanciar, o que nesse caso
ele se manifestou para tirar os nossos é necessário pois o pecado em nada
pecados, e nele não há pecado. Todo beneficia a vida. O pecar leva o homem
aquele que nele permanece não está a viver fora da abundância e o inimigo
no pecado. Todo aquele que está no pe­ de nossas almas está a todo tempo
cado não o viu nem o conheceu. 1 João desejando isso, planejando e organizando
3 :4 á ó ataques e uma forma de enraizar o mal nos
corações. A intenção é que o pecado seja
Objetivo um hábito diário, enxerga-se isso desde
Compreender em síntese o que é a fundação do mundo, quando na queda
pecado, suas consequências na vida de em Gênesis a serpente engana Eva e Adão
quem pratica e o primeiro pecado presente com falácias que visavam desobediência a
na história. ordem divina. Esta lição trará importantes
ensinamentos sobre o pecado, para que
IN T R O D U Ç Ã O em cada cristão esteja a busca de uma vida
de santidade e não uma vida entregue aos
Desde sempre se ouve acerca do atos pecaminosos.
pecado e como esta não deve ser uma

Illlllllllllllllllllll ra. • M A T U R ID A D E . RESSIG bJI F t C AN DO A V ID A

I
1. D E F I N I Ç Ã O D E P E C A D O ; 3:8-9), mas, mesmo assim, ninguém pode
considerar-se impecável, nem dispensar a
O apóstolo João neste capítulo inicia
necessidade do perdão (1 Jo 1:8).
a idéia do amor, suas primeiras palavras
A definição clara de pecado em João
nesta carta revelam o amor de Deus e que
descreve uma ação consciente do homem
agora, traz o título para o homem de seu
que decide ir contra os princípios de uma
filho. O sacrifício substitutivo de Jesus
vida santa, existe um alvo a se acertar,
permite que os chamados pecadores
o de se parecer com Cristo, imitar suas
e que estavam afastados do Pai, agora
práticas e ser santo. Mas quando se erra o
tenham livre acesso e perdão. O cerne
alvo, há uma escolha pelo pecado, a carne
desses prim eiros 10 versículos gira em
falará mais alto e naturalmente a balança
torno de uma explicação clara de que o
penderá para o pecado.
amor de Deus vem para a limpeza total da
João ensina também sobre o pecado ser
prática pecaminosa, para agora uma vida
uma transgressão da Lei, que aqui se refere a
alcançada por amor e por isso, uma vida
Lei Mosaica, por ser o conjunto de princípios
que busca a santificação.
conhecidos de todos da época. N o original
João aqui trará um sentido objetivo do
essa palavra é anomía", que traz o significado
que é o pecado e o que significa a ação
de condição daquele que não cumpre a lei,
do pecado na vida de alguém. Pecado é
seja por não a conhecer ou nesse caso,
expresso aqui por Cham plin no grego,
transgredi-la, desobedecê-la Esta paiavra
como “hamartía", "errar o alvo", "fracasso”
surge diversas vezes no Novo Testamento
em viver segundo um padrão conhecido.
expressando iniquidade ou maldade, é uma
Mas o vocábulo aqui empregado indicava
expressão inclusive bastante usada por
todas as espécies de erro, de perversão
Jesus. A transgressão é o ato de saber que
e de pecado, sem atender ao sentido
algo está errado e ainda assim fazê-lo, saber
fiel à sua raiz original. Q ualquer tipo de
o caminho certo a percorrer e escolher uma
ação errônea está em foco, qualquer ato
outra via. O pecado é uma escolha porque
contrário à moralidade e ao padrão divino.
toda a Bíblia aponta o que é certo a fazer,
O conceito cristão do pecado acha em
a escolha está diante de todos os cristãos
Paulo e João sua expressão mais plena e seu
e cabe a cada um esta decisão, exatamente
desenvolvimento teológico mais profundo
como Gênesis 4:7 ensina sobre Caim "Se
segundo o D icionário de Teologia do
você fizer o bem, não será aceito? Mas, se
Novo Testamento, "hamartía” ocorre 173
não o fizer, saiba q u e o pecado o am eaça
vezes, das quais 64 ocorrências se acham
à porta; ele deseja conquistá-lo, m as você
em Paulo (inclusive 48 em Romanos), 25
deve dominá-lo*.
em Hebreus e 17 cada em João e nas
Epístolas de João. "Hamartía" sempre se
2, P R I M E I R O P E C A D O N A
emprega no N T acerca do pecado humano
H U M A N ID A D E;
que, em última análise, é dirigido contra
Deus, em 1 João, o pecado é visto como Quando a mulher viu que a árvore pa­
o oposto do am or (agapè) (1 Jo 3:1-10). recia agradável ao paladar, era atraente
É verdade que a purificação do pecado
aos olhos e, além disso, desejável para
foi realizada por meio de C risto (1 Jo 1:7) dela se obter discernimento, tomou do
e que o pecado é uma im possibilidade seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido,
para aquele que nasceu de Deus (1 Jo que comeu também. Os olhos dos dois
SI lllllllllllllltllllllll
M A TU RIDA DE. RESSIGN ^ C A N D O A VIDA
se abriram , e perceberam que estavam Estou firmemente persuadido de que
nus; então ju ntara m folhas de figueira todo homem da descendência de Adão
para cobrir-se. Gênesis 3:6 e 7 está muito longe da retidão original e é
de sua própria natureza inclinado ao mal;
Deus havia criado o homem e a mulher,
que essa corrupção de nossa natureza, em
tudo fora criado por meio de Sua Palavra,
toda pessoa nascida no mundo, merece a
mas ao homem e a mulher deu o privilégio
ira e a condenação de Deus; e, portanto,
de serem obras de Suas mãos. Gênesis
se alguma vez recebermos a remissão de
1:27 ainda afirma a "imago dei" estabelecida
nossos pecados e fomos considerados
no homem e mulher, tendo a imagem e
semelhança do Único Deus. Mas a eles fora justos diante de Deus, deve ser somente
pelo mérito de Cristo, pela fé.” Nosso
dada uma ordem, eles estavam proibidos
entendimento enquanto Igreja Metodista
de tom arem para si e comerem do fru to da
Wesleyana é a de que o pecado original
árvore do bem e do mal. o resultado disso
seria a morte. Em seguida a isso buscando ou a depravação nos torna solidários com
enganar Eva e Adão, a serpente surge Adão, mas que a graça preveniente nos faz
com mentiras e Eva levada por aquelas responsáveis, nos dá o direito de resposta
palavras se agrada do fruto, se atrai por na salvação. Ou seja, o pecado existe e Deus
ele, o deseja e então pratica o primeiro tem graça disponível para nós, diferente dos
pecado da humanidade, juntamente seu calvinistas que entendem a graça irresistível,
marido Adão também o pratica e os dois segundo nossa doutrina teológica o homem
agora transgridem a lei dada por Deus. É responde a essa dádiva a aceitando, é lhe
outorgado o poder de escolha.
importante perceber que no tópico anterior
Isso deve estar claro pois a p a rtir dessas
fala-se sobre a transgressão da lei e a ênfase
doutrinas entende-se diversas questões
que o apóstolo João dá sobre se tra ta r da
na vida cristã, não apenas no sentido de
lei mosaica, aqui a lei veio diretamente da
definir, mas também direcionar o cristão
parte de Deus por se tra ta r dos primeiros
com relação ao pecado e como ele não
humanos criados.
deve ser uma prática ou hábito daqueles
O capítulo 3 de Gênesis narra a queda,
que conhecem a Jesus.
a primeira vez em que o pecado entra na
terra e agora marca toda a humanidade.
3. CONSEQUÊNCIAS DA PRÁTICA
Neste instante, segundo Champlin em seu
PECAMINOSA E O SEGUNDO ADÃO;
comentário versículo a versículo sobre
Gênesis, há a crença de que o homem
Portanto, da mesma forma como o pe­
caiu, e, em consequência, tornou-se um
cado entrou no mundo por um homem,
ser alienado, carente de restauração,
e pelo pecado a morte, assim também
reconciliação e salvação. Temos aí o
a m orte veio a todos os homens, porque
nascimento da doutrina do pecado original,
todos pecaram; entretanto, não há com­
ou depravação total como descreve o
paração entre a dádiva e a transgressão.
calvinismo. Na queda, o homem morreu
De fato, muitos morreram por causa da
espiritualmente, e isso ocorreu pronta e
transgressão de um só homem, mas a
imediatamente. Agora a redenção tornara-
graça de Deus, isto é, a dádiva pela graça
se uma necessidade.
de um só, Jesus Cristo, transbordou ainda
Seguindo as palavras de John Wesley
mais para muitos. Romanos 5 :1 2 e 15
“Acredito na justificação pela fé somente.

lllllllllllllllllllllll • M A T U R ID A D E P E S S lG H lU C A N D O A V ID A

I
Este texto de Paulo na carta de Romanos Adão, romper este círculo vicioso mediante
é muito claro e evidencia a consequência a Sua vinda. Tomou sobre Si a maldição
clara do pecado: morte. Não há como fugir da Lei em prol de todos os homens (G1
da morte, principalmente a espiritual e não 3:1014). Suportou a morte (Rm 5:8; 6:3
somente o afastamento do homem para e segs.; 1 Co 15:3), e anulou o pecado ao
com Deus, mas também a morte eterna carregá-lo sobre Si (Rm 8:1). Ele mesmo
para aqueles que preferem o pecado à ficou sendo pecado (2 Co 5:21) a fim de
uma vida de santificação. estabelecer a justiça de Deus. É por isso
E esse é o desejo do Diabo, vir como que Gênesis 3:15 é denominado pelos
ladrão para roubar, matar e destruir teólogos como o protoevangelho, pois ali
exatamente como dito em João capítulo Deus já profere a vinda de Cristo e sua
10. Ele vem de forma sorrateira e aos missão em justificar a humanidade que
poucos induzindo exatamente como a naquele momento estava caída com Adão,
serpente fez com Eva, se aproveitando da mas seria reconciliada por meio de Jesus.
concupiscência dos olhos que havia em
Eva, o desejo que nutria em seu coração CONCLUSÃO
por aquele fruto que a ela era proibido.
A maior conclusão que se pode chegar
É interessante observar que havia
diante do estudo desta lição é de que o
diversas árvores no jardim, Eva e Adão
pecado nunca deve ser um ato na rotina
provaram exatamente da que não podiam
do cristão, sempre precisa ser algo que
e a desobediência ocorreu, ocasionando
assim a morte espiritual instantânea a eles. se tenha distância e procure não praticar.
Mas Paulo apesar de afirmar a Mas caso o pecado bata a porta e ela
consequência clara do pecado, também seja aberta, a confissão e arrependimento
identifica que Jesus soluciona isso com sempre são os caminhos naturais, pois a
sua própria vida, é na entrega de Jesus graça está disponível e acessível para todos
que não há mais o título filhos da ira, mas que a procuram. Não é desejo de Deus que
filhos amados e adotados. É por isso que o o homem continue afastado, pelo contrário
segundo Adão é superior ao primeiro, pois o envio de Jesus foi para que os atos do
por meio de Jesus as dívidas são canceladas primeiro Adão fossem cancelados com
e assume-se a natureza de limpos do pecado, a vinda do segundo Adão, Jesus se torna
para desfrutar a graça e misericórdia. o substituto por nós e voluntariamente
Champlin sobre o episódio de queda se entrega em perdão e reconciliação, há
comenta, a Bíblia oferece uma declaração remissão agora e ela é disponível.
mais esperançosa, o homem caiu, mas
Deus não o abandonou, o homem retém a BIBLIOGRAFIA
imagem de Deus, e a imagem espiritual de https://paleoortodoxo.wordpress.
Deus continua podendo ser implantada com/2019/03/ 27/arminio-e-wesley-
nele. A missão de Cristo no mundo teve sobre-o-pecado-original/
por finalidade reverter todos os vestígios CHAMPLIN, Russell Norman, 1933
- O Antigo Testamento interpretado:
da queda, além de conferir a genuína
versículo por versículo: Gênesis, Êxodo,
imortalidade, por meio da qual os homens Levitico, Números, volume 1 / por
podem vir a compartilhar da natureza Russell Norman Champlin. - 2. ed. —
divina Jesus Cristo, como contraparte de São Paulo: Hagnos, 2001.

M A T U R IO A D E . R E S S IG N IF IC A N D O A V ID A « llllllllllllllllllllllll
Versículos chave tamanho esforço, descobriu o endereço
do menino no alto de um morro. Mesmo
‘Porque se nós, sendo inimigos, fomos sendo um lugar de difícil acesso, foi
reconciliados com Deus pela morte de perguntando, perguntando, mas, quando
seu Filho, muito mais, estando já re­ descobriu a casa, recebeu uma pedrada
conciliados, seremos salvos pela sua no rosto. Machucado e sangrando, o
vida. E não somente isto, mas também professor desceu o morro, fez curativo
nos gloriamos em Deus, por nosso Se­ e comprou de presente para o garotinho
nhor Jesus Cristo, pelo qual agora al­ uma roupa, um brinquedo e voltou lá
cançamos a reconciliação" (Romanos em cima. Deixou o presente na porta do
5:10,11). menino, reforçou o convite para ir à Escola
Dominical e partiu.
Objetivo No dia seguinte, alguém bate à porta.
Apresentar o motivo pelo qual somos O professor veio atender e ali estava um
salvos em Cristo Jesus. homem com o seu aluno e com o presente
na mão. O homem, bravo, disse: “Professor,
IN T R O D U Ç Ã O viemos devolver o presente que o senhor
deixou. O menino não merece. Sabe quem foi
Certa vez um professor sentiu a que atirou aquela pedra no senhor? Foi ele!!
falta de um aluno que vinha frequentando Ele não merece o presente!!". A essa altura
a Escola Dominical pois já havia faltado há dos acontecimentos o garotinho já estava
três domingos consecutivos. Então, com aos prantos. O professor perguntou-

llllllllllllllllllllllll Sf ■ M A T U R ID A D E . RE S5IG N I FIC A ND O A V ID A


lhe: "Mas você não gostou do presente?", toda a humanidade, decide desobedecer
o menino respondeu: "Gostei sim, mas e, acima de tudo, ser independente de
não mereço". Então o professor indagou: Deus e seguir seu próprio caminho, ele
“Você não precisa do presente?” E o menino é responsável por seu próprio destino, a
replicou: “Preciso sim, mas não mereço”. morte.
Então o professor com olhos cheios de A salvação tem o poder de libertar o
amor e compaixão lhe disse: “Mas eu dei homem da impiedade e injustiça que o
esse presente a você, não porque você o pecado lhe impõe (Rm 1.18). Do domínio
mereça, mas porque você precisa dele”. do mundo, da carne e do Diabo (João23-
Não há pecador, por pior que seja, 24; Romanos 8.7-8; Doão 5.19). Dos
que não possa ser alcançado pela graça temores resultantes de uma vida de
e salvação divina, pois onde abundou o pecados (Rm 8.15; 2 Tm 1.7; Hb 2.14-
pecado, superabundou a graça de Deus 15). Dos vícios (Ef 4.17-24; 1 Ts 4.3-8; Tt
(Rm 5.20). Por meio da compreensão 2.11, 3.6), e de tudo aquilo que o pecado
dessa maravilhosa graça, o apóstolo João corrompeu e deturpou.
escreveu: "se alguém pecar, temos um A Bíblia utiliza a expressão ”salvação’ em
Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o um sentido específico para se descrever
Justo” (lJ o 2.1). E é isso que Deus deseja à nossa redenção definitiva do pecado
proporcionar a toda humanidade. e à reconciliação com Deus. Nessa linha
Em toda a Bíblia é possível encontrar de pensamento, a salvação é do juízo
o tema da salvação. Aliás, esta é a grande de Deus. A salvação final é realizada por
mensagem do Evangelho, que é a boa Cristo, "que nos livra da ira vindoura"(lTs
notícia que em Jesus Cristo há salvação 1.10).
para todo o que crê (João 3.16).
2. SALVOS POR MEIO DE QUEM?
1. SALVO DO QUÊ?
"Não há salvação em nenhum outra;
A salvação não é uma opção humana,
porque abaixo do céu. não existe ne­
ela é uma necessidade. Essa necessidade
nhum outro nome, dado entre os ho­
de salvação surge de uma consequência da
mens, pelo qual importa que sejamos
própria humanidade: o pecado. O pecado
salvos” (Atos 4.12).
colocou a humanidade sob a condenação
divina, tendo como preço a morte eterna. A pergunta que todos devem fazer é:
"Porque o salário do pecado é a morte” , "onde eu posso encontrar a salvação”? A
declara o apóstolo Paulo, inspirado pelo resposta a essa pergunta se encontra no
Espírito Santo (Rm 6:23). texto acima.
A necessidade de salvação é uma Essa afirmação de Pedro no texto
realidade que muitos desconhecem e, acima divide todo e qualquer conceito
até mesmo, ignoram. Muitos são iludidos sobre a busca por salvação, ele centraliza
por suas próprias crenças religiosas que a pessoa de Jesus como sendo o único
buscam dogmas, costumes e preceitos meio pelo qual alguém pode ser salvo.
humanos. Quando vamos de encontro com Não há salvação verdadeira fora de Jesus
a Bíblia, observamos que a salvação foi Cristo! Pois o próprio Senhor Jesus afirma,
vista como uma carência e exigência desde "Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
o início. Quando Adão, representando Ninguém vem ao Pai. a não ser por mim"

M ATU R ID A D E. RE SS IG N fFlC A N D O A VIDA IIIIIIIIIIIIIIIUIIIIIll


(João 14:6). Ele não é apenas o caminho se dos homens. Para isto, o Filho de
que conduz o homem perdido a Deus, Ele Deus teve de tomar a forma humana, a
é o único caminho. fim de cumprir Seu propósito de salvar a
O utra verdade no texto é que salvação humanidade. Com isso podemos afirmar,
não se encontra nos dogmas, costumes, que conforme o próprio Senhor Jesus
tradições, na religião, ou em uma igreja afirmou. Ele é o único meio pelo qual o
especifica, a salvação é propriedade homem tem acesso a Deus, e nas palavras
exclusiva de Jesus Cristo. Esse fato de Pedro, somente por meio de Jesus é
causou m uito alvoroço na época em que que o homem pode vir a ser salvo.
Ele esteve na terra, por conta que os O pecado que afetou toda a raça
religiosos da época, cegos pela tradição humana tornou o homem portador de
judaica, não aceitavam o fato de que um uma dívida impagável, porém, de acordo
simples filho de carpinteiro desconhecido com as Escrituras, somente Jesus poderia
poderia te r tamanha autoridade. pagá-la, e Ele o fez de forma perfeita
Não há nenhum outro nome debaixo (Romanos 8.1; Colossenses 2.14).
do céu que possa salvar a humanidade,
nenhum dos deuses, religiões, igrejas nem 3. QUAIS SÃO OS EFEITOS DA
o próprio homem com suas tentativas SALVAÇÃO?
ineficazes de se auto-justificar por meio
de suas ações inoperantes. O único nome 'Antes vocês estavam separados de
que tem poder e autoridade para salvar Deus e, em suas mentes, eram inimi­
é o nome de Jesus; poder por ser Ele o gos por causa do mau procedimento de
próprio Deus, e autoridade por te r sido vocês. 22 Mas agora ele os reconciliou
Ele mesmo quem levou sobre si todos os pelo corpo físico de Cristo, mediante a
nossos pecados morrendo na cruz. morte, para apresentá-los diante dele
A salvação é do Senhor. Salvação não é santos, inculpáveis e livres de qual­
uma iniciativa humana. Os seres humanos quer acusação, 23 desde que conti­
não podem se salvar. A salvação é uma nuem alicerçados e firmes na fé, sem
obra divina, que é realizada e aplicada por se afastarem da esperança do evan­
Deus. gelho, que vocês ouviram e que tem
Jesus Cristo tem condições para salvar sido proclamado a todos os que estão
o homem por várias razões. Em primeiro debaixo do céu. Esse é o evangelho
lugar, Eleé Deus (João 1.1; Filipenses 2.5- do qual eu, Paulo, me tomei ministro"
9). Somente Deus seria capaz de cumprir (Colossenses 1:21-23).
suas próprias exigências para a salvação do O pecado trouxe consigo sequelas
pecador: sacrifício perfeito. Não somente terríveis. A grande verdade é que todos
isso, mas também condições de enfrentar os males que afetam a humanidade e toda
e vencer o pecado, o mundo, o diabo e a a criação resultam da desobediência de
morte. Adão e Eva (Gn 3.9-19). Contudo, dentre
Além disso, Jesus fez carne. Além de tantas tragédias, sem dúvida a maior é o
ser o próprio Deus, havia ainda a exigência rompimento e a separação que o pecado
de que o Salvador do homem se tornasse trouxe na relação entre o homem e Deus,
como ele, e isso por duas razões básicas:
vencer o pecado na carne e compadecer-

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiin « • M A T U R ID A D E R E S S I G N I E IC A N U O A V ID A
resultando assim em inim izade entre nos apresentar a Deus consagrados,
ambos (Is 59.2). imaculados e irrepreensíveis. Deus não
A nossa condição antes de C ris to era de fez a paz para que continuássemos
separação. Estávam os afastados de Deus. sendo rebeldes! Ele nos reconciliou
A nossa condição antes de C ris to era que consigo mesmo para que pudéssemos
nós éram os inim igos de D eus e não amigos. ter parte em sua vida e santidade. Somos
Nós decidim os dar as costas para Deus. apresentados a Deus “santos, inculpáveis
Não foi Deus quem decidiu dar as costas e irrepreensíveis" (Cl 1:22).
para nós, mas foi nós que assim fizemos.
A ntes nós estávam os separados d e Deus, CONCLUSÃO
não porque Deus desejou e planejou isso,
Em vista de tudo o que Deus realizou
mas porque o homem desejou isso. E em
pela humanidade por meio de Cristo, basta
nossas mentes nós éram os inim igos por
a fé, ou seja, crer que Jesus é o Filho de
causa do nosso procedim ento.
Deus, e somente Nele pode haver perdão
Entretanto, em meio a essa terrível notícia,
do s pecados e, portanto, salvação eterna.
a Palavra de Deus torna-nos cientes de que
Não há nada mais precioso do que ser
os que recebem a C risto com o Senhor e
salvo em Jesus. Ao implorar perdão por
Salvador são reconciliados com Deus, pois
seus pecados, o rei Davi não pedia a Deus
a perfeita obra de Jesus destruiu o muro
que preservasse seu trono, nem mesmo
da separação, tornando possível fazer com
que aqueles que em outro tem po eram seus interesses, porém, clamava para que a
chamados inimigos, agora serem chamados alegria da salvação e a presença do Espírito
de amigos de Deus (Jo 15.15), e também Santo não se perdessem (SI 5113-14)
"filhos de Deus” (Jo 1.11-12). Creia em Jesus Cristo, entregue-se a Elee
A finalidade da reconciliação é a viva com a promessa de vida eterna e alta
santidade. C ris to levou a cabo sua qualidade de vida (João 11.25-Romanos
obra sacrificial de reconciliação para 8.1; 26; 10.10).

M A TU R ID A D E . R E S S IG M F IC A N D O A V IO A . S7 llllllllllllllllllllll
I
BEM-VINDO A SUA
SEGUNDA JORNADA DE
CONHECIMENTO
Versículo chave o sentido de uma aliança, nunca
entenderemos completamente a essência
"Por semelhante modo, depois de ha­ da cerimônia da Ceia do Senhor.
ver ceado, tomou o cálice dizendo:
este cálice é a nova aliança no meu 1. O Q U E É U M A A LIANÇA?
sangue; fazei isto todas as vezes que
beberdes em memória de mim" - 1 Co Para entender mais claramente o cerne
11.25 de uma aliança devemos olhar para as
culturas orientais que são ricas em práticas
Objetivo de aliança. Mas o que a Bíblia tem a dizer a
esse respeito?
Compreender o significado da
celebração da Ceia a. Em primeiro lugar, a Bíblia é o livro das
alianças: ela se divide em Antiga Alian­
IN T R O D U Ç Ã O ça (Antigo Testamento) e Nova Aliança
(Novo Testamento).
A Ceia do Senhor também consiste
numa das ordenanças deixadas por Jesus
b. Existem muitos outros termos usados
assim como o é o batismo (I Co. 11.24-
na Bíblia como palavras sinônimas para
26). Ao refletirm os sobre a Ceia, devemos
aliança: Concerto (Pv 2.17), testemu­
te r em mente a descrição feita por Jesus: nho (Êx 25.16:31.38), pacto (Gn 6.18
"Este é o cálice da Nova aliança em meu - também traduzido por aliança em al­
sangue..." ( Lc 22.20). Se ignorarmos gumas versões), testamento (Gl 3.17).

iniiiiiiiiiiiiiiiiii » ■ M A T U R ID A D E , R E SS IG N I F IC A N D O A V ID A
i|
u
c. Aliança era um contrato que solene­ encontramos o juramento, a troca de
mente se realizava entre duas pessoas, nomes (Gn 15.18; 17.1-8,15) e o sinal
ou entre um homem e Deus. A s pes­ visível da aliança (Gn.17.9-11).
soas no A.T faziam alianças entre si.
Era um traço cultural do qual Deus se b. Deus Fez Uma Aliança Com todo o
utilizou para revelar-se ao homem (Gn Povo de Israel - (Êx 12.1-14; 19.5-6)
21.22-27; 26.28; 31.44; Js 9.6-15). - Embora a aliança feita com Abraão
incluísse seus descendentes, era ne­
d. Existiam no mundo antigo vários tipos cessário que ela fosse confirmada par­
de alianças, entretanto, é possível ve­ ticularmente, como foi o caso de Isa-
rificar alguns traços mais comuns na que e Jacó (Gn 26.1-4;28.10-15). Por
maioria delas. Geralmente as alianças esta razão Deus se revelou de forma
feitas eram marcadas por um acordo peculiar ao povo de Israel. Observe os
(contrato), uma refeição, troca de no­ elementos da Aliança de sangue pre­
mes entre as partes, um elemento fí­ sentes na relação de Deus com este
sico como sinal, um juramento, derra­ povo: A imutabilidade da Aliança: Deus
mamento de sangue (no caso de uma fez um juramento a Abraão a respeito
aliança de sangue). da sua descendência e se mantém fiel
(Êx 2.23-25); O derramamento de san­
2. A ANTIGA ALIANÇA (O ANTIGO gue e o sinal visível (Êx 123,7,12,13);
TESTAMENTO DE DEUS) - ( ÊX 2.23 - Uma refeição memorial (Êx 1214,24-
3.6) 27); Um contrato (direitos e deveres)
- ou termos da aliança, juramento- (Êx
Não temos a pretensão de esgotar o 20. l-17;24.3-8; Dt 28-30 etc
assunto sobre Alianças, pois esta seria
uma tarefa impossível, pois toda a Bíblia 3. U M A N O V A A LIA N Ç A ( HB 722;
reflete esta linguagem, sendo ela o próprio 8.6- 13; 9.15-22)
livro da Aliança de Deus com o Seu povo.
Abordaremos algumas nuances apenas Em todo o tempo a Velha Aliança
com o fim de ampliar nossa compreensão apontava para um tempo em que Deus
sobre a Santa Ceia. faria uma Nova Aliança com seu povo {Jr
31.33).
a. Deus fez uma aliança com Abraão -
(Gn. 15.7-18; 17.1-11,15) - A aliança a. Jesus é o Substituto - (Hb 8.6,9.15)
que Deus fez com Abraão não foi a - É necessário lembrar a ineficiência
primeira aliança entre Deus e o ho­ humana para fazer aliança com Deus.
mem, mas uma das mais importantes. A iniciativa é divina, os meios e os ter­
No cenário dos textos acima encontra­ mos são divinos. Por isso Deus enviou
mos os principais elementos que cons­ Seu Filho como mediador, ou como
tituem uma aliança de sangue: A morte substituto do homem a fim de tornar
de alguns animais se encarrega do der­ possível uma aliança entre o divino e
ramamento de sangue (Gn 15.9-10); O o humano.
profundo sono de Abraão e a ação so­
berana de Deus (Gn. 15.12,17) reve­ b. Jesus é o Cordeiro de Deus-(Jo 129)
lam a incapacidade humana para fazer - Ele se ofereceu na cruz como o sa­
uma aliança com Deus e a necessidade crifício cujo sangue derramado sela a
que temos de um substituto. A seguir aliança do homem com Deus. Assim

M A T U R ID A D E . R E S S 1 G N IF IC A N D O A V ID A
como o cordeiro pascoal (Gn 12.3- b. O Corpo e o Sangue (1 Co 11.24-25)
14), a morte de Jesus nos liberta da - Representados pelo pão e o vinho
escravidão e nos transporta para uma . devem trazer à nossa consciência o
nova vida em aliança com Deus. Nesta fato de que espiritualmente "comemos
nova dimensão identificamos a impor­ e bebemos" da vida de Jesus (Jo 6.56)
tância do sangue de Cristo derrama­ e por Ele vivemos (Jo 6. 57-58). Nossa
do (Rm 3.25: 5.9; Ef 1.7: Cl 1.20; Hb vida foi unida a Cristo por meio da sua
9.12:12.24); Os termos do novo pac­ morte e ressurreição (Ef 2.5-6). Somos
to (Mt 5.21-7.27 e etc): O sinal ( 2 participantes do Seu corpo e do Seu
C o 1.22: Ef. 1.13): E a troca de nomes: sangue (I Co 10.16-17); nos tornamos
O crente em Cristo receberá um novo um com Cristo ( Ef.3.6).
nome (Ap 2.17: 3.12). A conversão da
referência ao "Deus de Abraão. Isaque c. Gratidão (1 Co 11.23-24) O Senhor
e Jacó" o "Deus de Israel" para "o Deus Jesus tinha plena consciência do sofri­
e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” é mento que lhe estava reservado, mas
visível no Novo Testamento (Rm 15.6; isso não impedia sua ação de graças.
2 Co 1.3: Ef 1.3: Cl 1.3; I Pel.3) in­ Algo maior que a dor estaria se reali­
dicando que a nova aliança tem um zando: A redenção da humanidade.
novo mediador. Ainda com relação ao A Ceia deve ser celebrada com uma
nome, devemos lembrar que um dos atitude de gratidão. Nada pode fazer
sinônimos para Aliança, é o Testamen­ desvanecer a alegria da nossa salvação
to. Um testamento só tem força a par­ em Jesus (Rm 8.18).
tir da morte do testador (Hb 9.16-17)
e dessa forma, por meio da morte de
d. Cristo voltará - (1 Co 11.26) - A imu­
Jesus, uma vez tendo recebido o Seu
tabilidade da Aliança deve ser lembra­
nome como família de Deus (Ef 2.18-
da na celebração da Ceia. Jesus afir­
19) nos tornamos herdeiros ( Rm 8.17;
mou que voltaria (Jo 14.1-3; A t 1.11)
GI3.29; Hb 6.17-18).
e a cada Ceia a igreja deve lembrar-se
dessa promessa e aguardá-la vigilante,
4. A CEIA DO SENHOR - ( MT 26.26- pois o noivo virá reivindicar a noiva a
28; LC 22.14-20; 1 CO 11.23-30) qual tomou em Aliança ( M t 25.1-13).
A Ceia é o meio pelo qual a Igreja celebra
a Nova Aliança feita por Deus através do
CONCLUSÃO
Que enorme privilégio temos em
Seu Filho Jesus Cristo. Nela relembramos
participar de uma aliança com Deus por
o significado do sacrifício de Jesus, da
comunhão com Deus e com o corpo de meio de Jesus! Por Ele nós que éramos
Cristo. O próprio Jesus disse: “Fazei isto "estranhos às alianças da promessa", pelo
em memória de mim” (Lc 22.19). Participar "Sangue” fomos aproximados, sendo
da Ceia do Senhor é um ato de trazer à estrangeiros, nos tornamos concidadãos
memória. e da família de Deus, como também
a. Cristo morreu por uma Nova Aliança habitação de Deus no Espírito (Ef 2.12-
( Lc 22.20) - O antigo pacto estava ul­ 22). Ao comer o pão e beber do cálice, se
trapassado. Não tinha poder para nos alegre por tamanha honra!
salvar. Jesus interveio em nosso favor
como ministro de uma Nova Aliança
(Hb8.6-7).

Illllllltlllllllllllllll u . M A T U R ID A D E , RE SSi G N I F IC A M DO A V ID A
15
PARTICIPANDO DO CORPO
NA COMUNHÃO OA IGREJA

Versículo chave 1 . 0 USO COT: Dl A N O DA


EXPRESSÃO IGREJA
"Alegrei-me quando me disseram: Va­
mos à Casa do Senhor." (SI 122.1) Para facilitar nossa com preensão do
assunto, vam os entender um trip lo sentido
Objetivo que a palavra igreja pode significar, atém
de o u tros que talvez não estejam aqui
Entender a importância de congregar e relacionados:
qual é o valor da igreja na vida cristã.
a. Igreja como espaço físico: É muito co­
INTRODUÇÃO mum ver as pessoas dizendo que irão
à Igreja, ou mesmo convidando outras
Um dos lugares mais agradáveis do
para frequentarem a sua Igreja Q uan­
mundo, com certeza, é a Igreja! Nela, muitas
do com entam os que nossa igreja pos­
pessoas têm sua vida completamente sui ar-condicionado, estacionamento,
transformada, ao ouvirem sobre o único sala para a E B D das crianças, na ver­
Salvador: Jesus Cristo. Na Igreja sentimos dade estam os nos referindo ao aspec­
uma paz verdadeira sendo transmitida to físico da palavra igreja. N o Antigo
por meio dos louvores, pela pregação, Testamento, D eus projetou um lugar
ou mesmo por um abraço. Nesta aula específico para Seu povo se reunir e
veremos como é bom estar ligado à Igreja adorá-lo. Podemos citar como exem­
do Senhor Jesus. plo o tabernáculo (que era um templo
móvel) e, posteriorm ente, o Templo
construído por Salomão (Ex 35; I C r

M A T U R ID A D E R E S S iG N Ir lC A N D O A V ID A 63 iiiiiiiniiiiiiiiim
29; II Cr 5). No Novo Testamento, Je­ próprias são a Igreja de Cristo, o que
sus e seus discípulos frequentavam o dispensa a observância dos outros dois
Templo (Lc 4.15-17; At 3) é também sentidos do termo. Poderiamos então
a sinagoga judaica, onde a Palavra de perguntar: por que Deus ordenou que
Deus era estudada. Com o passar do se construísse o tabernáculo e templo
tempo, vemos que a Igreja em seu sen­ no Antigo Testamento? Embasamos a
tido físico originou-se na casa dos pri­ necessidade de frequentar o templo e
meiros cristãos, cuja finalidade era de pertencer a uma denominação cristã
celebração do culto e da Ceia do Se­ nas palavras de alerta do escritor de
nhor (At 2.42-47; I Co 16.19-20; Fm Hebreus: "e não deixemos de congregar
1.1-3). como é costume de alguns" (Hb 10.25).
"O Novo Testamento nunca retrata o
b. No sentido denominacional: É bem cristão como alguém que existe fora
normal que alguém lhe faça a seguinte da comunhão da igreja por muito tem­
pergunta; De qual igreja você é? Neste po.”38
aspecto, podemos afirmar que perten­
cemos à Igreja Metodista Wesleyana, 2. A IM PO RTÂ NC IA DA IGREJA NA
aceitando como verdadeiros os ensi­ V ID A CRISTÃ
namentos bíblicos que ela adota como
doutrina. Isto não quer dizer que a sal­ Como já foi dito, a expressão Igreja
vação está restrita à nossa denomina­ pode ser relacionada ao espaço físico do
ção. Encontraremos irmãos em Cristo Templo. No Antigo Testamento, o salmista
que pertenceram a outras igrejas, no expressa seu entusiasmo mediante um
sentido denominacional do termo, convite recebido: "Alegrei-me quando
pois obedecem aos mesmos princípios me disseram: vamos à Casa do Senhor" (SI
bíblicos que nós, especialmente, tendo 122.1). Em outra ocasião faz um pedido
Jesus como seu único e suficiente Sal­ a Deus: "Uma coisa pedi ao Senhor, e a
vador (I Tm 2.5; I Jo 5.1,11-13). buscarei: que possa morar na casa do Senhor
todos os dias da minha vida, para contemplar
c. No sentido dos membros: Além dos a formosura do Senhor, e inquirir no seu
significados já vistos, a palavra Igreja templo" (SI 27.4). No Salmo 84.4 afirma:
também diz respeito às pessoas, ou "Bem-aventurados os que habitam em tua
seja, aos filhos de Deus. O apóstolo casa; louvar-te-ão continuamente"
Paulo afirma que somos o Templo do
Frequentar a Igreja não deve ser
Espírito Santo (I Co 6.19). Portanto,
uma obrigação imposta, pelo contrário,
nós mesmos somos a Igreja de Jesus.
o discípulo de C risto sente alegria por
Na volta gloriosa de Cristo, Ele levará
para os céus esta Igreja constituída de estar neste ambiente de ministração
pessoas, e não as que já foram estu­ espiritual. Deixar de cultuar a Deus no
dadas acima (templo e denominação). templo e em comunhão com os irmãos
Podemos definir Igreja como a reunião acarreta fraqueza espiritual. O segredo
de pessoas que se unem em torno de é perseverar, conforme relata o texto
um triplo propósito; adorar a Deus, bíblico: “E, perseverando unânimes todos
servir ao próximo e seguir os passos os dias no templo, e partindo o pão em casa,
de Jesus. Muitas pessoas atualmente
justificam sua ausência aos cultos e
também a falta de vínculo com uma 38 DEVER, Mark. O que é uma igreja saudável?
denominação cristã alegando que elas São José dos Campos/SP: Editora Fiel, p.23, 2009.
iBiiiiiiiiiiiininiii MATUPIDADÉ. PESSIGWIF ICAH DO A VIDA
comiam Juntos com alegria e singeleza de (I C o 12. 25). O s membros devem co­
coração" (At 2.46). operar um com o outro de forma que
se alguém sofre, todos sofrem junto
3. A IG R EJA É C O M O U M C O R P O e se alguém é abençoado, logo todos
(RM 12.5; I C O 12.12-27) se alegram com ele. Assim, Paulo nos
aconselha: "Rogamos-vos, também, ir­
"O N ovo T estam en to usa m uitas mãos, que admoesteis os desordeiros,
m etáforas re fe re n te s à Igreja, e n tre elas: consoleis os de pouco ânimo, susten­
uma fam ília, uma com unhão, um corpo, teis o s fracos, e sejais pacientes para
uma noiva, um povo, um tem plo.”39 com todos". (I Ts 5.14)
D e n tre as m etáforas acima, o a p ó sto lo
Paulo com p arou o fu n cio n a m e n to e a c. C risto é a cabeça d o corpo: A Igreja
existência da Igreja ao co rp o hum ano, e tem um dono: Jesus Cristo (Mt 16.18).
d isto podem os tira r p rofu n d a s lições: A Bíblia diz que Ele é a cabeça da Igre­
ja, ou seja, ele é o líder e também de
a. No corpo há diferenças: O c o rp o hu­
m ano é co n stitu íd o p or m e m b ros com onde provém o direcionamento para
todo o corpo (Cl 1.18). Tal como nos­
funções distintas. S e m elha n te ao q ue
acon tece em um co rp o em q u e o pé so cérebro coordena nossas ações
nos faz andar, o o u v id o nos leva a ouvir, enviando estímulos para nossos mem­
os olhos a ver, desta m esm a fo rm a na bros, Cristo deve coordenar todos os
Igreja haverá diversidade de funções nossos atos e pensamentos enquanto
(nem to d os na igreja se rã o p re g a d o re s membros do Seu corpo. Apesar das
ou cantores, por exemplo), mas to d o s lutas que a Igreja enfrenta desde os
têm a sua im p o rtância n aq u ilo q u e d e ­ tempos antigos, podemos a fa n a r com
sem penham . A lé m disso, o s m em b ros toda a certeza que ela nunca estará
do co rp o hum ano possuem d istin çã o morta, ainda que alguns de seus mem­
q uanto às suas c a ra cte rís tica s e f o r ­ bros tombem na terra. Esta garantia
mas. A Igreja, neste sen tid o, e stá re p le ­ está no fato de que Cristo ressuscitou
ta de d ive rsid a d e no q ue co n c e rn e à no terceiro dia, e se a cabeça está bem
faixa etária, h istó ria de vida, fo rm a çã o viva, o corpo também estará.
acadêm ica, e n tre outras. E sta m u ltip li­
cidade d o C o rp o de C ris to é o q u e o CO N CLU SÃO
to rna b elo e ch e io de vida. A o d is c í­
A Igreja não é um projeto criado pelo
pulo de C ris to é m u ito im p o rta n te que
exerça o re sp e ito e a m or ao próxim o, homem. Jesus foi o seu organizador e
m esm o que existam ta is d ife re n ças. continua zelando para que ela cumpra sua
missão que é ser sal e luz neste mundo.
b. O s membros do corpo se ajudam: To­ Por mais que o mal tente combater contra
dos os m esm os d o co rp o tra b a lh am ela, há uma promessa maravilhosa de
para que e le co n tin u e v iv o e saudável. que ' as portas do inferno não prevalecerão
A lg u ém já viu a m ão q u e re r um a coisa contra a Igreja" (Mt 16.18).
e o pé outra? É c e rto q u e não! T ud o é A Igreja de Cristo proclama o Evangelho,
fe ito em conjunto, p or isso o te x to diz a transformação de vidas, o perdão dos
q ue no c o rp o não p od e haver d ivisõ e s pecados, e espera ansiosamente a volta
de Jesus.
39 ibid, p.23, 2009.

MATURIDADE. RESSIGN1FICANDO A VIDA • • llllllllllllllllllllllll


PARTICIPAiOO 00 COAPO POR
MEIO DOS DÍZIMOS E OFERTAS

Versículo chave vestuário, habitação, transporte, despesa


com água e energia elétrica, e em alguns
"Honra ao Senhor com os teus bens e casos, até mesmo para o lazer.
com as primícias de todas as tuas ren­ Indiscutivelmente é Deus quem sustenta
das" (Pv 3.9) a Igreja ao longo dos séculos, mas Ele próprio
estipulou que materialmente ela seria
Objetivo mantida por meio dos dízimos e das ofertas.
Reconhecer a importância dos dízimos
e ofertas como frutos de um coração grato 1. Q U A L A D IF E R E N Ç A E N T R E O
a Deus. D ÍZ IM O E A O F E R T A ?

Antes de estudarmos a fundamentação


IN T R O D U Ç Ã O bíblica que ampara o assunto, é necessário
Quem nunca ouviu ou mencionou fazer uma distinção entre o dízimo e a oferta.
a célebre frase “o dinheiro não traz A palavra dízimo provém da expressão
felicidade"?! Realmente, o sentimento hebraica "maaser', que é traduzida por
de felicidade e realização, biblicamente "dez". O dízimo representa 10% dos grãos,
falando, não provém das riquezas, mas do dos frutos, dos animais ou do dinheiro de
40
Senhor (SI 128.1). Todavia, não podemos uma pessoa (Lv 27.30-34; Ne 13.5) .
negar que precisamos do dinheiro para a A oferta, por sua vez, não está vinculada
manutenção de diversas áreas da nossa à proporcionalidade de quanto ganhamos.
vida, como por exemplo, alimentação,
40 WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico
I1II1IIIIIIIIIIIIIII1III 66 . M A T U R ID A D E . RESSIGN IF IC A N D O A V ID A

I
Trata-se de uma doação voluntária que tenho posto por coluna será casa de Deus;
pode ultrapassar ou não os dez por e de tudo quanto me deres, certamente te
cento. Podemos o fe rta r para missões, darei o dízimo? (Gn 28.20-22).
para abençoar alguma pessoa que faz um A o fe rta tam bém rem onta aos tempos
tratam ento médico, para a construção de prim itivos. A narrativa bíblica descreve a
uma Igreja, entre outras finalidades. prim eira o fe rta fe ita pelos irmãos Caim
Note que o texto bíblico faz a clara e Abel. Ambos trouxeram algo, mas Abel
distinção entre os dois princípios: "Pode o fe rto u a Deus o m elhor de suas ovelhas,
um homem roubar de Deus? Contudo vocês tendo Deus se agradado ta n to pela
estão me roubando. E ainda perguntam: o ferta quanto do coração voluntário e
'Como é que te roubamos?1' Nos dízimos e desapegado do o fe rta n te (Gn 4.4).
nas ofertas.’’ (Ml 3.8). Com o passar do tem po, o próprio
Deus, ordenou que Moisés estipulasse
2 . 0 D ÍZ IM O E AS OFERTAS NA como seria realizada a prática de dizimar
BÍBLIA SAGRADA e o fe rta r ao Senhor (Lv 27.3O -32;Dt 12.6)
e tam bém sobre a finalidade dada a tais
Há várias passagens bíblicas que
recursos, e n tre as quais se destacam:
refletem sobre o ato de dizim ar e ofertar.
sustento do m inistério sacerdotal e dos
Vejamos alguns casos:
levitas (N úm eros 18.21-24), manutenção
do tabem áculo (Êx 25); cuidar dos órfãos,
O relato do Antigo Testamento;
viúvas e estrangeiros (D t 26.11-13).
Algumas pessoas discordam da
aplicabilidade do dízimo para nossos tempos, O relato do Novo Testamento;
sustentando que se trata apenas de uma
Nas páginas do N ovo Testamento não
instituição legal para a época dos levitas.
vemos Jesus explicando minuciosamente
Porém, antes mesmo de Moisés legalizar tal
sobre como deveria ser o dízimo e as
prática, os patriarcas já a tinham como parte
ofertas, até porque, o povo bem conhecia
de uma vida de adoração a Deus.
o ensino do A ntigo Testamento.
Somos informados que Abraão
O fa to de não fazer m uita menção ao
devolveu o dízimo para Melquisedeque,
assunto, não quer dizer que Jesus revogou
sacerdote e rei de Salém, em decorrência
o dízimo, como argum entam alguns. Pelo
de uma vitória obtida (Gn 14.17-20).
contrário, Jesus afirm ou que ele deveria
Posteriormente, seu neto Jacó, mediante
ser fe ito em conjunto com a prática da
uma revelação maravilhosa de Deus,
justiça, m isericórdia e fé (M t 23123).
prometeu que devolveria o dízimo de tudo
Em o utra ocasião, Jesus observa como
o que recebesse caso fosse guardado por
as pessoas ofertavam no gazofilácio do
Deus no novo caminho que estava por
tem plo, ressaltando aos seus discípulos a
trilhar: "E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus
a titude nobre de uma viúva que trouxe o
for comigo, e me guardar nesta viagem que
seu melhor, e não as sobras (Lc 21.1-4).
faço, e me der pão para comer, e vestes para
Mesmo após a m orte de Jesus, era muito
vestir;E eu em paz tornar à casa de meu pai,
comum que as pessoas adorassem a Deus e
o Senhor me será por Deus;E esta pedra que
contribuíssem com a expansão missionária
entregando seus recursos financeiros (At
Expositivo - Proféticos. Santo André/SP: Editora 4.36-37; 2Co 9.6-10; Fp 4.14-19).
Geográfica, 2006, p. 94.
67
MATURIQAQE RÊ SStGN IF IC ANDO A VI DA
3. UM A QUESTÃO ESPIRITUAL tade de devolver o dízimo, mas meu
dinheiro nunca sobra para fazer isto!".
Falar sobre dinheiro mexe com o ser Eis um grande problema de interpreta­
humano. Sabedor disto, Jesus ensinou que ção bíblica e de má administração dos
precisaríamos aprender a confiar em Deus recursos. O dízimo não deve ser enca­
e buscar em primeiro lugar o Reino de rado como a sobra ou resto, porque se
Deus e sua justiça, ao invés de vivermos pensarmos assim, sempre teria outra
ansiosos (Mt 6.33), coisa para gastarmos nosso dinheiro ou
A Bíblia compara o amor ao dinheiro investi-lo. Antes de pensar em pagar
como uma forma de idolatria (Cl 3.5) e que dívidas, ao receber o salário, é indica­
não é possível servir a Deus e as riquezas do que já separamos o valor do nosso
simultaneamente (Mt 6.24). O dinheiro não dízimo, não correndo o risco de ficar­
pode nos aprisionar, nos fazer escravos, mos com ele para nós mesmos. Isto é
o que a Bíblia chama de primícias, ou
porque foi feito para ser utilizado.
seja, as primeiras coisas. “Quando libe­
Por isso, entendemos que "o dízimo
ramos nosso dinheiro, estamos liberando
não é uma questão meramente financeira,
parte de nós mesmos e parte de nossa
mas, sobretudo, espiritual. O bolso revela o segurança [...] Quando doamos dinheiro,
coração.’41 estamos liberando um pouquinho mais de
O pai da Reforma Protestante, Martinho nosso egocentrismo e um pouquinho mais
Lutero, destacou que três conversões são de nossa falsa segurança"43.
necessárias: a do coração, a da mente e a
da bolsa42. b. Cuidado com votos feitos a Deus: O u ­
O ato consciente da importância de tra orientação é que tomemos cuida­
dizimar e ofertar reflete primeiramente do com os votos feitos a Deus. Muitas
nossa gratidão a Deus pelo sustento que pessoas irrefletidamente fazem um
vem de Sua parte. Também ressalta nossa propósito de que se conseguir vender
compreensão de que tudo é de Deus um imóvel, ganhar uma causa na jus­
e que Ele é o nosso verdadeiro amor. O tiça, entre outras coisas, entregarão o
dízimo na casa do Senhor. Com a re­
grande perigo não é ter o dinheiro, mas
alização do pedido, em alguns casos,
amá-lo (I Tm 6.10).
deixam de entregar o dízimo, ou de­
vido à quantia ser significativa, ficam
4. DICAS PARA DEVOLVER O DÍZIMO com parte do dízimo para si. Este é um
E OFERTAR grande perigo segundo as palavras do
Após a análise do fundamento bíblico sábio Salomão: "Quando a Deus fizeres
algum voto, não tardes em cumpri-lo;
dos dízimos e ofertas, destacamos algumas
porque não se agrada de tolos. Cumpre o
sugestões práticas que auxiliarão nossa
voto que fazes.Melhor éque não votes do
caminhada de fidelidade ao Senhor.
que votes e não cumpras" (Ec 5.4-5)
a. Separe a primeira parte: Muitas vezes
ouvimos pessoas dizerem: "Tenho von­
c. Seu dízimo deve ser entregue na Igre­
41 LOPES, Hernandes Dias. Malaquias: a igreja
ja em que você congrega: Atualm ente
no tribunal de Deus. São Paulo: Editora Hagnos, muitos cristãos deixam de dizim ar em
2009, p. 94. sua Igreja local entregando-o para ou-
42 FOSTER, Richard F. Dinheiro, sexo e poder -
um chamado à renovação ética. São Paulo: Editora
Mundo Cristão, 2005, p. 35. 43 F05TER, Richard F. op cit, 2005, p. 56-57.

IIIIIIIIIIIIIHUIIIIII M . M A T U R ID A D E . R E S S IC N IF IC A N D O A V ID A
tros ministérios ou mesmo para "tele nosco. Portanto, precisamos ter caute­
evangelistas" A Igreja local tem seus la e sabedoria para utilizar os 90% que
gastos mensais e tudo isto visa o pró­ estão sob nosso cuidado.
prio bem-estar dos membros. Além
disso, ela investe em missões, evange- CONCLUSÃO
lismo, educação cristã e eventos que
contribuem para a edificação dos ir­ Devolver o dízimo e ofertar na casa do
mãos. Por este motivo, é bom que o Senhor é um ato extremamente espiritual.
nosso dízimo seja destinado à Igreja Trata-se de reconhecer sua providência
em que congregamos, pois nós mes­ em nossas vidas e agradecermos por isto.
mos usufruímos dos recursos que ela O profeta Malaquias relata quatro
arrecada. bênçãos que advém àqueles que são
fiéis nos dízimos e ofertas: Deus abre as
d. Administre corretamente os 90%: A l­ janelas dos céus, derrama bênçãos sem
gumas pessoas pensam que terão uma medida, repreende o devorador e garante
vida financeira abençoada somente uma vida feliz (Ml 3.10-12)**.
pelo fato de dizimarem. Esta é uma
falsa compreensão. Tão importante
quanto devolver o dízimo e ofertar, é 44 LOPES, Hemandes Dias.opat, 2009, p.105-
saber administrar aquilo que fica co­ 106.

M A T U R ID A D E . R Ç S S IG N IF IC A N D O A V ID A 63
17
PARTICIPANDO DO CORPO POR
MEIO DOS DONS E MINISTÉRIOS

Versículo chave amadurecimento e é nela que tenho a


oportunidade de servir a Deus e aos
“Dele todo o corpo, ajustado e uni­ irmãos com meus talentos e dons. Sei que
do pelo auxílio de todas as jun­ ela não é perfeita, mas por isso mesmo
tas, cresce e edifica-se a si mes­ estamos nela, para sermos aperfeiçoados
mo em amor, na medida em que através do serviço aos outros, para um
cada parte realiza a sua função". proveito comum: 1 Co 12.1-7 - “Ora, a
Efésios4.16. respeito dos dons espirituais, não quero,
irmãos, que sejais ignorantes. Vós sabeis que,
Objetivo quando éreis gentios, vos desviáveis para
Entender a importância de servir a Deus os ídolos mudos, conforme éreis levados.
e a comunidade cristã, através da vocação, Portanto, vos quero fazer compreender que
do serviço e de grupos de afinidade. Nesta ninguém, falando pelo Espírito de Deus, diz:
aula veremos como é bom servir a Deus Jesus é anátema! e ninguém pode dizer:
na Igreja deixando fluir os dons e talentos Jesus é o Senhor! Senão pelo Espírito Santo.
que Deus tem nos dado. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito
é o mesmo. E há diversidade de ministérios,
IN T R O D U Ç Ã O mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera
Amo a Igreja. Sou devedor a Deus em tudo em todos. A cada um, porém, é dada a
primeiro lugar por minha salvação, mas manifestação do Espírito para o proveito
sou devedor à Igreja porque nela alcanço comum”.

ptmiMIlttliHttlUI • • M A H JP IO A O E P e S S IG N IF IC A H O O A V ID A
DEFINIÇÕES serviço ao próximo. Isso é ministério.
“Cada um administre aos outros o dom como
Dons e Ministérios é a Igreja atuando
o recebeu" (1 Pd4.10).
em sua missão através de talentos e dons,
A melhor maneira de uma igreja
concedidos por Deus para o serviço e
funcionar bem como corpo de Cristo,
testemunho do crente.
é colocar as pessoas certas nos lugares
a. Dons: a palavra grega é charismata,
certos, alocando cada membro da igreja
que denota algo concedido pelo fa­
de acordo com o seu chamado ministerial
vor divino. No contexto eclesiástico,
indica uma função, ordinária ou extra­ (paixão ou encargo) ou dons ministeriais.
ordinária destinada à edificação e ao
testemunho do Corpo de Cristo. Em 2. A MAIOR NECESSIDADE É QUE OS
síntese, dom é uma manifestação gra­ MEMBROS SE TORNEM MINISTROS
ciosa do Espírito Santo que atua para
Há pesquisasquemostramque somente
o bem comum do povo de Deus, nas
10% (dez por cento) dos membros de
capacidades naturais do crente e atra­
vés delas, porém superando-as. E as uma igreja local, são participantes ativos
supera porque a capacitação é sempre das atividades e missão. Você é uma
dada por Deus. Os dons naturais não parte importante do corpo de Cristo.
são eficazes, por si mesmos; portanto, Você recebeu capacitação ou habilidade
toda a habilidade humana deve ser in­ especial distribuída pelo Espirito Santo.
teiramente consagrada a Deus. Tudo isso foi de acordo com a soberania
e graça de Deus, visando a um propósito
b. Ministérios: a palavra grega é diako- proveitoso no corpo de Cristo, que é a
nia, que significa serviço, ofício ou mi­ Igreja (1 C o 12.7): “A cada um, porém,
nistério reconhecido pela Igreja. Esta é dada a manifestação do Espírito, visando
palavra salienta a utilização dos dons, ao bem comum" -1 Coríntios 12.7. Quando
onde a pessoa deve empregar seus ta­ a Igreja está servindo, debaixo do poder
lentos.
e direção do Espírito Santo, com todos
os seus membros ligados entre si através
1. SOMOS CHAM ADOS POR DEUS
da comunhão, e cada um fazendo a sua
PARA SERVIR
parte através dos dons/ministérios, a
Deus quer que eu faça aquilo que ele Igreja cresce e se desenvolve: Efésios
me capacitou para fazer. Eu sou a única 4.16 - “[...] todo o corpo bem ajustado e
pessoa na terra que posso usar meus consolidado pelo auxílio de todas juntas,
talentos e dons. Ninguém pode assumir segundo a justa cooperação de cada parte,
minha missão. Mas para que o exercício efetua o seu próprio aumento
de meu ministério seja eficaz, Deus Não somos consumidores de cultos,
requer o melhor de mim. "Atenta para o mas participantes, Não podemos ser
ministério que recebeste no Senhor, para que como uma platéia que assiste a um evento
o cumpras" (Cl 4.17) esportivo. Um espectador aplaude, chora,
De forma bem simples: ministério é o cobra resultados, vaia, etc., mas nunca
dom em prática. Ministério é sinônimo de entra em quadra, nunca participa. Somos
servir, ajudar, auxiliar e oferecer. Quando chamados para entrar em campo. Somos
Deus concede um dom a alguém, Ele chamados para ministrar e não assistir.
espera que o dom seja empregado no
M ATU RIDA DE RE 5 S l G N IF IC A N 0 0 A V ) D A 71 IIIIIIIIIIIIIIUIIIIIIII
3. CO M O IDENTIFICAR DONS E te elogiam pelo teu desempenho. Mas
MINISTÉRIOS? seja verdadeiro na análise que fazem.
Verifique honestamente a sua eficiên­
a. Antes de mais nada, ore intensamen­ cia nas tarefas que até agora te foram
te sobre o assunto - Peça a Deus que confiadas. Não insista em fazer algo
lhe conceda a graça de perceber seu que Deus não te mandou fazer, pois
lugar no C orpo de Cristo, para servi-Lo
na maioria dos casos, acaba dando
e honrá-Lo. O melhor lugar do mundo
muito errado.
é o centro da vontade de Deus

4. A RIQUEZA DA IGREJA ESTÁ


b. O que move o teu coração? - O que
NA DIVERSIDADE DOS DONS E
faz teu coração bater mais forte? O MINISTÉRIOS
que você gostaria de ver melhorado na
Igreja? A grande descoberta de seu Na Igreja, o Corpo de Cristo, somos
m inistério no C orpo de C risto pode UM, mas também somos MUITOS. Como
estar no momento em que você olhar estamos descobrindo, a unidade e a
ao redor, e perceber que algo te inco­ diversidade andam de mãos dadas. Unidade
moda e que você pode contribuir para
depende de diversidade. Diversidade
as mudanças necessárias.
saudável contribui para a unidade. É quase
impossível ter unidade sem diversidade.
G Em que áreas você tem tido oportuni­ Para fixar bem esta questão da
dade de servir a Deus na Igreja? - Em
diversidade: Um antropólogo propôs
alguns casos, senão a maioria, as pesso­
uma brincadeira para algumas crianças
as na Igreja descobrirão nosso dom an­
de uma tribo africana. Colocou um cesto
tes de nós. Seremos convidados para
atuar em alguma área da igreja, ajudar de frutas perto de uma árvore e falou
em algum setor, e chamados para pre­ que quem chegasse primeiro ficaria com
gar ou assumir a direção de um culto, elas. Quando ele deu o sinal, todas as
e t c Interessante é saber que Deus vai crianças deram as mãos e correram juntas.
revelando Sua vontade suprema antes Chegando ao local, elas se sentaram e
que percebamos: “Enquanto adoravam compartilharam as frutas entre si. Quando
ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito perguntaram às crianças porque quiseram
Santo: 'Separem-me Barnabé e Saulo correr todas juntas quando apenas um
para a obra a que os tenho chamado"’. poderia chegar e ganhar o prêmio, elas
Atos 13:2. Antes que Paulo e Barnabé responderam: "UBUNTU"; como pode um
se percebessem como missionários, o ser feliz enquanto todos os outros estão
Espírito e a Igreja já haviam percebido. tristes? "UBUNTU" na cultura africana
Tanto é que nem tiveram dúvidas em
quer dizer: "EU SOU QUEM SOU, PORQUE
im por as mãos sobre eles e os enviam:
NÓS SOMOS”.
“Assim, depois de jejuar e orar, impuse-
a. A Igreja é de Deus. A Obra é de Deus.
ram-lhes as mãos e os enviaram" - Atos
Ele chama e capacita quem quer,
13:3.
quando quer e como quer. A ceite­
mos isso. Somos apenas cooperado-
d. Qual o feedback que você tem rece­ res deste Deus. Não rejeite aqueles
bido dos crentes de sua igreja? - C e r­ a quem Deus vocacionou. Todos nós
tam ente que aquilo que você faz bem, desempenhamos funções igualmente
será comentado entre os irmãos. Eles valiosas em benefício do Reino.

M A T U R ID A D E . R E S S IG IH F IC A H D O A V ID A
b. Não somos concorrentes. O olho não ria não está em nós mesmos, A glória
concorre com o ouvido. Eles se com­ é de Deus. O utro fator importante a
plementam. Somos Corpo de Cristo ser lembrado é que, um semeia, outro
e temos várias funções (ministérios): rega e outro colhe, Mas é Deus quem
"Porque também o corpo não é constitu­ dá o crescimento.
ído de apenas um membro, mas de mui­
tos. Se porventura o pé disser: 'Porque CONCLUSÃO
não sou mão, não pertenço ao corpo’,
nem por isso deixa de fazer parte do cor­ O exercício dos dons visa edífícar
po. E se a orelha reclamar: 'Porque não a Igreja e promover seu crescimento
sou olho, não pertenço ao corpo!’, nem e unidade. Portanto, pergunte-se a si
por isso deixa de fazer parte do corpo’ - / mesmo (a) agora: Onde Deus me quer?
Co 12.14-16. Como Ele quer que eu seja usado? Você
consegue se ver encaixado dentro de
c. O dom de Deus é m aior do que nossas algum ministério?
habilidades humanas. Por isso, a gló­

M A T U R ID A D E . RE SSIG NI F IC A N D O A V»DA > miiiiiiiiiiiniiiiiiil


Versículo chave Nesta lição veremos que o Espírito
Santo, que habita em nós, pretende
"Digo, porém: andai no Espírito e ja ­
produzir seu fruto e tirar toda "erva
mais satisfareis à concupiscência da
daninha" que possa comprometer tal
carne" (Gi 5 .16)
frutificação.

O b je tiv o 1. TRÊS T IP O S DE PESSOAS


Aprender as principais diferenças entre
Antes de analisar o fruto do Espírito e
o fruto produzido pelo Espírito Santo e as
as obras da carne, convém compreender ■
obras da carne.
o ensino do apóstolo Paulo em I Coríntios
2.13-3.4, em que destaca os três tipos de
IN T R O D U Ç Ã O
pessoas: a) o homem natural (aqueles que
Entre tantas batalhas que sobrevêm não são cristãos e não compreendem as
àquele que se converte a Cristo, a maior coisas de Deus); b) o homem espiritual
delas é a que ocorre interiormente, que (uma pessoa convertida e que vive de
é a luta entre a carne e o Espírito. Esta acordo com a Palavra de Deus); c) o homem
luta interna é ininterrupta e se estenderá carnal (é uma pessoa convertida, mas que
por toda a vida, por isso o apóstolo Paulo tem as atitudes de criança e atitudes de
recomenda que os cristãos precisam não crentes, apesar de ter o Espírito Santo
"andar" no Espírito, o que traz uma ideia em sua vida. Com o passar do tempo, pode
de persistência e continuidade (GI 5.16). amadurecer na fé, demonstrando isso com
suas obras).
'iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuii « • M A T U R ID A D E . R E S S IG N i F I C A N D O A V ID A

I
Sendo assim, é possível alguém tão simples assim. Talvez pudesse sur­
pertencer à Igreja de Jesus e agir de duas gir outra pergunta: não seria possível
formas: como alguém espiritual ou carnal; viver na carne e no Espírito ao mesmo
e tudo depende de nossas atitudes, de tempo? Muitos gostariam que houves­
nossas obras e frutos. se um "jeitinho” de experimentar as
Passemos então a estudar sobre a vontades e prazeres da carne e mesmo
assim agradar a Deus vivendo no Espí­
constante luta que há dentro de nosso
rito, mas isto é impossível. Em primei­
ser: a luta entre a carne e o Espírito.
ro lugar, a carne e o Espírito estão em
conflito, ou seja, é impossível haver um
2. QUEM LUTA EM NOSSO relacionamento entre ambos. Por isso
INTERIOR? o texto diz: "Andai no Espírito e jamais
satisfareis a concupiscêncía da carne”
O cristão nunca estará isento de
(Gl 5.16). Em segundo lugar, notamos
conflito, pois dentro de si sempre haverá a
que a luta não é entre nosso espirito
intensa luta entre a carne e o Espírito.
humano e nossa carne, mas entre o
a. O que é a carne? - Carne, no sentido
Espírito Santo (que é todo-poderoso)
que Paulo descreve em Gálatas 5 não
e a nossa carne, “para que não seja feito
se refere ao nosso corpo físico, mas a
o nosso querer (Gl 5.17). Se tentarmos
desejos internos que são exteriorizados
vencer essa batalha apenas por nos­
por meio de certas práticas realizadas
sas forças, seremos derrotados. Pau­
com o nosso corpo. Portanto, a carne
lo já dizia: "Pois eu sei que em mim, isto
são desejos que nascem e se desenvol­
é, na minha carne, não habita nenhum
vem no coração humano, os quais são
bem, pois o querer o bem está em mim;
contrários à vontade de Deus.
não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço
o bem que prefiro, mas o mal que não
b. O que é Espírito ou quem é o Espíri­ quero, esse faço (Rm. 7.18-19). Outro
to? - O Espírito aqui mencionado é o motivo para esta luta, é que a carne
próprio Espírito Santo e não o espírito produz as “obras da carne e o Espirito
humano. O Espírito Santo, que é pes­ Santo gera o "fruto"
soal (se relaciona com o homem) tem
como característica a santidade, como
3. AS OBRAS DA CARNE
seu nome já diz. É ele quem convence
o homem do pecado, da justiça e do “A carne é a nossa natureza antiga, secreta
juízo (João 16.8-11). É impossível ser e invisível, mas as suas obras, as palavras e os
um cristão sem tê-lo em nossas vidas atos pelos quais se manifestam, são públicos
(João 3.5-6). É o Espírito Santo que
e evidentes no dia-a-dia^ As obras da
testifica (confirma) em nosso coração
carne são diversas, mas o apóstolo Paulo
que somos filhos de Deus (Romanos
menciona as principais (Gl 5.21). É possível
8.16). Ainda mais, ele habita no cora­
dizer que as obras da carne se subdividem
ção daquele que recebe a Cristo, fa­
zendo do nosso coração Seu templo (I por áreas, entre as quais se destacam:
Coríntios 3.16-17). Ele nos ajuda em pecados sexuais, pecados religiosos,
nossas orações (Romanos 8.26-27). pecados sociais e pecados pessoais456

c. Por que há uma luta entre a carne e o 45 Ibid, p.134.


Espírito? Esta pergunta pode parecer 46 LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: a carta da
tão fácil de ser respondida, mas não é liberdade. São Pauto: Editora Hagnos, 2011, p.241-247.

M A T U R ID A D E - R E S S lG N IF IC A N D O A V ID A K lllllllllllllllllllllil
As obras da carne relacionadas à área cristão revela que houve uma trans­
sexual são a prostituição, a impureza formação radical em seu modo de agir,
e a lascívia (Gl 5.19), Demonstram um sentir e pensar. Exemplificando esta
comportamento que ultrapassa limites, que questão, podemos dizer que sentir paz
não obedecem o que Deus estabeleceu sob uma perspectiva espiritual não re­
quer a ausência de guerras, porque ela,
para uma vida sexual saudável e santa.
por ser sobrenatural, se revela justa­
Na lista dos pecados religiosos estão a
mente em tempos de conflito (Fp 4.7).
idolatria e a feitiçaria (Gl 5.20). Estas duas
práticas levam o homem a colocar Deus
e Sua glória sempre em segundo lugar. b. O fruto se evidencia nos relaciona­
mentos: A vida da pessoa regenerada
Pode-se dizer que são uma perversão do
por Deus e habitada pelo Espírito San­
culto, pois a idolatria é um culto prestado
to é transform ada em todas as esfe­
a falsos deuses e a feitiçaria é a interação
ras de relacionamento. Há uma tríplice
secreta com os poderes malignos*47. esfera de relacionamentos em que o
Os pecados sociais são vários: fruto se desenvolve: com Deus, com o
inimizades, porfias (disputas), ciúmes, próximo e consigo mesmo. Alguns es­
iras, discórdias, dissensões, facções e critores ressaltam que o amor, alegria
inveja (Gl 5.20,21). Estas obras da carne e paz, estão intimamente ligados à re­
demonstram problemas que podem lação do crente com Deus, ao passo
ocorrer no relacionamento entre os seres que a longanimidade, benignidade e a
humanos. O discípulo de Jesus deve viver bondade são virtudes que exercitam os
em harmonia com todas as pessoas. ao nos envolvermos com nossos se­
melhantes. Por fim, a fidelidade, a man­
Por fim, vemos as "bebedices e
sidão e o domínio próprio são form as
glutonarias”. São pecados pessoais porque
de amadurecermos em relação a nós
prejudicam diretamente a própria pessoa.
mesmos48 .
Com o templo do Espírito Santo, o cristão
deve sempre vigiar com a alimentação, para
c. O fruto aparece com o tempo: A p ro ­
não ocasionar prejuízos à própria saúde.
dução do fruto em sua plenitude, não
ocorre imediatamente, porque ne­
4 .0 QUE É O FRUTO DO ESPÍRITO? nhum fruto é produzido do dia para a
noite. Há um processo gradativo, con­
Algumas pessoas às vezes mencionam
tínuo que ocorre a cada circunstância
que há nove frutos do Espírito. Todavia,
que exige da pessoa uma reação d ife ­
conforme Gálatas 5.22 existe um só fruto
rente da que realizaria se estivesse d o ­
que possui nove partes. Ilustrando, seria
minada por sua carne.
semelhante a uma laranja que possui
vários gomos e só é completa se estiverem
d. Sem plantio não há fruto: N osso Se­
todos juntos. O fruto do Espírito é um
nhor Jesus falou que conheceriam os
e se manifesta em todas as suas partes.
uma pessoa pelos seus fru to s (M t
Vejamos algumas peculiaridades do fruto 7.16) e o fruto é o resultado de algo
do Espírito: que foi plantado. Nunca conseguire-
a. O fruto é um novo caráter - A manifes­
tação do fruto do Espírito na vida do 48 STOTT, John R. W. Batism o e P lenitude
do Espírito Santo: O m over s o brenatural d e Deus.
São Paulo: Editora Vida Nova, 2007, p.80; LOPES,
47 Ibid, p.243. Hernandes Dias, op cit, 2011, p. 248.

76 M A T U R ID A D E , P E 5 S IG U IF IC A N D O A V ID A

I
mos plantar feijão e colher laranja. A lei CONCLUSÃO
da semeadura é infalível e reveladora,
À medida em que nos enchemos do
pois mostra o que estamos plantando.
"A semeadura inclui as companhias que Espírito Santo a tendência é que as obras
temos, as amizades que cultivamos, a li­ da carne sejam extintas de nosso viver.
teratura que lemos, os filmes que assisti­ Seria impossível tentar enxertar o fruto
mos no cinema ou na televisão, o tipo de de uma laranjeira em um pé de abacate e
lazer com que preenchemos nosso tempo vice-versa; o mesmo acontece quando o
livre, e tudo o que ocupa nosso interesse, homem tenta conciliar a vida na carne e a
absorve nossa energia e domina nossa vida no Espírito: é algo inviável! O convite
mente." ao díscipulado é bastante incisivo: "Aquele
que quiser ser meu discípulo, negue-se a si
49 STOTT, John. Batismo e Plenitude do
mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-
Espírito Santo: O mover sobrenatural de Deus. São
Paulo: Editora Vida Nova, 2007, p.85. me". (M t 16.24)

M A T V R iD A D E . R E S S IG N IF IC A N D O A V ID A n iiiiiiiiiiiilllliin iiii
19
AMOR. A MARCA DO DIS
Cí PULO [JO 15.121

Versículo chave o faz. Se quisermos seguir a Jesus, tão


importante quanto saber que o amor é
“Nisto todos conhecerão que sois um elemento essencial ao caráter cristão,
meus discípulos, se vos amardes uns é compreendê-lo no contexto bíblico-
aos outros" - Jo 13.35 cristão.

Objetivo 1. O M A N D A M E N T O MAIS
Apresentar as características do amor DESAFIADOR (M T 2 2 .3 6 -3 9 )
como dom supremo. Dentre todos os mandamentos bíblicos,
Jesus destaca dois como sendo os mais
INTRODUÇÃO importantes, ambos relacionados com o
Dentre tantos aspectos do caráter, amor.
a. Amar a Deus incondicionalmente -
Jesus definiu o amor como o maior sinalde
(Dt 6.5; 10.12) “Nossa relação com
identificação dos seus discípulos. "[...] É
nossos semelhantes se torna um caos,
o que motiva tudo o mais que Deus quer
exceto quando primeiramente ama­
que caracterize sua igreja.50" Existem
mos a Deus. [...] Nossos semelhantes
muitos conceitos a respeito de amor, mas são criaturas como nós. Nosso vínculo
ninguém jamais definiu o amor fraternal mais profundo é o criador. [...] Som en­
com tanta pureza e realismo como a Bíblia te depois de termos estabelecido uma
correta relação com Deus podemos
50 DEVER, Mark. A Mensagem do Novo esperar uma amizade estável e fulgu
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.185.

iiiiiiiiiiimniuiiiii ví ■ M A T U R ID A D E . RE $$ IG N I F ICAM D O A V ID A
rante com n o sso s se m e lh a n te s. 51 " Para portadora de tantos e maravilhosos
am ar a D e u s a d e q u a d a m en te , é n e ce s­ dons era algo que motivava a igreja,
sá rio e n te n d e r q u e Ele m esm o é a fo n ­ então ela deveria experimentar algo
te de to d o a m or (Rm 5.5-8) e seu a m or ainda mais profundo: o amor. Paulo
é nossa fo n te m o tiv a d o ra (1 J o 4.19). passa a discorrer sobre os dons, agora
N o sso a m or a D e u s d e v e se m a n ife s­ em paralelo com o dom supremo do
tar d e fo rm a p rá tica e co n c re ta . Isso amor. Assim, ele exclui a possibilida­
a con te ce a p a rtir d o m o m e n to em q u e de do exercício inadequado de qual­
nos to rn a m o s re sp o n sá v e is m e d ia n te quer dom, o que pode ocorrer caso a
seus m an d a m e n tos (Jo 14.21). maior motivação não for o genuíno e
puro amor de Deus. O apóstolo Pau­
b. Am ar o próxim o na mesma propor­ lo desdenha da hipocrisia, da vaidade,
ção do am or-próprio - (1 Jo 4.10-21) do legalismo que podem advir de uma
- N in g u é m m e lh o r q u e Je s u s para nos vida religiosa desprovida de amor. Ele
e n sin a r s o b re o v a lo r de um s e r hu ­ desconstrói o modelo que vive da apa­
m ano (M c 8.36). Ele tra n s ita v a m u ito rência e da necessidade de vangloria.
bem e n tre g e n te d e to d a cla sse co m Dom cuja finalidade não é altruísta, e
a m esm a em patia. Sua p ro p o s ta é q u e sim egoísta.
sejam os ca p a ze s de d e d ic a r o a p re ç o
natural q u e te m o s p o r nós m esm os. b. Edificando Um Lugar Seguro - (1 Co
Um a das tô n ica s do m a n d a m e n to d e 13.4-13) - O amor é o lugar mais se­
Jesu s é p ro m o v e r a lib e rta ç ã o d o e g o ­ guro para se estar (1 Jo 4.18). É para
ísm o tã o in e re n te à n a tu re za hum ana. onde Deus quer nos levar. Não há lei
É in d iscu tív e l q u e o a m o r fa z bem ao contra o amor (Gl 5.22-23). O amor
próxim o, p o ré m ao m esm o te m p o é expressa-se na mais terna humilda­
capaz d e e le v a r o co ra ç ã o d o a d o r a de: é paciente, não é ciumento, nem
um in d e s critív e l e sta d o d e lib e rd a d e e soberbo, nem egoísta, não é áspero e
graça d ia n te do Pai. não fica ressentido. Ama a justiça e a
verdade. 'Tudo sofre, tudo crê. tudo
espera, tudo suporta.’ Para amar, pre­
2 . 0 N ÍV E L M A IS E L E V A D O D E cisamos derrubar as muralhas inte­
riores que nos separam das pessoas,
E S P IR IT U A LID A D E - (1 C O 1 3 .1 -1 3 )
romper com preconceitos e rever valo­
A m ensagem de P aulo n e ste te x to é a res. Amar não depende do que o outro
mais com pleta, m ais cla ra e m ais e levad a é ou faz, tem a ver com quem somos
d e scrição d o amor. e o quanto estamos dispostos a ceder
a. Desconstruindo Paradigm as 52 - (1 C o (Mt 5.39-47). Sempre será algo entre
13.1 -3) - O a p ó s to lo Paulo, d e p o is de nós e Deus e não entre nós e o outro
o rie n ta r e e s tim u la r a ig reja d e C o r in to (Rm 12.18; M t 5.23-24; Rm 14.12). A
a re s p e ito d o s d o n s e s p iritu a is (1 C o capacidade de amar revelará o nível de
1 2 .28-31), a tra n s p o rta para um a d i­ tolerância e maturidade do discípulo
m ensão de excelência. Se o fa to d e se r (Rm 15.1; Ef 4.2; Cl 3.14).

51 CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento


c. Um a Identificação Indispensável -
Interpretado Versículo Por Versículo. São Paulo: (Jo 13.35) - O próprio Senhor Jesus
Hagnos, 2002, p. 537. orientou e capacitou seus discípu­
52 PARADIGMA - é um m odelo ou padrão a los para a demanda da pregação do
seguir

M A T U R ID A D E R E S S IG N IF IC A N D O A V ID A ■ » llllllllllllllllllllllll
evangelho (Mc 16.15-18), entretanto muitas vezes ambíguas. O profeta Jeremias
alertou-os de que a verdadeira identi­ já nos advertiu sobre a engenhosidade do
ficação como seus discípulos só seria coração em enganar-se (Jr 17.9). Amar
possível caso desenvolvessem um ca­ não é tarefa fácil, nem mesmo simples.
ráter de amor uns para com os outros Não nos enganemos a ponto de cairmos
(Jo 13.35). É notável também o alerta no erro da superficialidade e da hipocrisia.
que o Mestre fez em relação ao peri­ Entretanto, "o que é impossível para o
go de se perder em meio às atividades
homem, é possível para Deus” (Lc 18.27).
dos dons e negligenciar o elemento
Não podemos esquecer de que toda ação
essencial na fé cristã (M t 7.22-23; Lc
na vida cristã só é possível "EM ” Jesus. Nele
10.17-20).
há suficiência. É Ele quem nos capacitará a
iniciarmos, prosseguirmos e concluirmos a
CONCLUSÃO
mais maravilhosa caminhada de uma vida
A máxima da vida cristã consiste em em amor.
cuidar do coração e de suas intenções

Illlllllllllllllllllllll K .
M A T U R ID A D E R E S 5 IG N IF IC A N D O A V ID A
'Versículo chave A palavra para perdão derivada do grego
tem o sentido de “deixar ir’ o que nos
"Suportando-vos uns aos outros, e remete a uma ideia de desprendimento.de
perdoando-vos uns aos outros, se al­ libertação. Só poderemos compreender o
guém tiver queixa contra outro; assim modo do perdão, quando olharmos para
como Cristo vos perdoou, assim fazei as circunstâncias com as ientes do Senhor
vós também” - Cl 3.13. Jesus, nosso modelo por excelência.

lObjetivo 1. A ESSÊNCIA DE DEUS (CL 3.13; EF


Demonstrar a importância do perdão 4.32; RM 5.8; M T 18.23-35)
ino contexto cristão.
O perdão é algo para ser tratado como
algo que tem começo, meio e fim. É um
IINTRODUÇÂO processo e não um ato. É uma tarefa que
Uma vez concluído que o amor é a exige esforço e iniciativa. Não deve ser
lessência do caráter cristão, o perdão tratado como coisa banal, mas como algo
é uma ferramenta para ser manuseada que está ligado à própria essência de Deus.
linsistentemente. Deus nos chamou para Só pela perspectiva da cruz podemos
lexercê-lo dentro da realidade em que trilhar este caminho corretamente.
vivemos, não sendo, portanto algo utópico
a. A Fonte do perdão (Lc 23.34; Lm 3.22)
pu inatingível.
- Deus revelou a maior expressão de
amor e perdão enviando Seu Filho

M A T U R ID A D E . R E S S IG N J F tC A N D O A V ID A • 81 llllltllllllllllllllllll
I

para morrer pelos pecadores. A huma­ b. Deus Pensa Diferente (Is 55.8-9;
nidade havia se voltado contra Deus. 64.6; Jo 18.39-40) - O ponto de vista
Havíamos nos tornado inimigos (Ef da parte de Deus pode ir muito além
2.14: Tg 4.4), no entanto Ele tomou a do que imaginamos. Vamos "entrar no
iniciativa e nos proporcionou perdão meio da multidão" que gritava em alto
e reconciliação por meio de Jesus (Ef e bom som sua preferência por Bar-
2.16). rabás em detrimento de Jesus? Qual
seria a sensação daqueles que tinham
b. Alcançados pelo perdão (Cl 2.13-14) plena convicção de que Jesus era o F i­
- Só poderemos desenvolver um co­ lho de Deus? Não estariam ali muitos
ração perdoador à medida em que va­ ex-cegos, coxos, endemoninhados, e
mos tomando consciência do quanto tantos outros que foram tocados pelo
fomos perdoados. Em nossa natureza Mestre? Provavelmente sentindo-se
auto suficiente temos dificuldade de impotentes em meio a tamanha mul­
admitir o quanto somos pecadores e, tidão. Se pudéssemos nos aproximar
consequentemente, profundamente destes, perceberemos um senso co­
carentes da graça perdoadora de Deus mum entre eles: Isso é injusto! De fato,
(Mt 18.23-35). Fomos perdoados por sim, é injusto, porém no plano eterno
um Deus santo e isto deve ser o su­ Deus escolheu usar a injustiça huma­
ficiente para nos tornar canalizadores na para que sua justiça fosse satisfeita
de perdão. na cruz em que um cordeiro perfeito
deveria morrer para nossa redenção.
Diante de toda e qualquer injustiça,
2. ISTO NÃO É JUSTO! (LC 15.11-32;
cabe-nos confiar em Deus como justo
MT 20.1-16)
juiz. Ele governa soberanamente e tem
Geralmente o que pensamos ou em suas mãos a perfeita justiça.
sentimos em relação ao perdão tem à ver
com nosso senso de justiça. 3. LIDANDO COM A CULTURA DA
CULPA (GN 3.9-13)
a. Perdoar não parece justo (Lc 15.11-
Desde o início da raça humana,
32) - Porque deveriamos simplesmen­
recebemos a herança da culpa. Ora
te perdoar alguém que nos fez mal?
Embora essa forma de pensar seja um sentindo-nos culpados além do
padrão comum e pareça correta, deve­ conveniente, ora buscando encontrar
mos avaliá-la à luz da Palavra de Deus. culpados para nossas tragédias humanas
"O número de vezes que alguém nos sejam elas em pequenas ou grandes
ofendeu não é a questão (Mt 18.21- proporções.
22). Se outra pessoa merece perdão
não é a questão. Como nós responde­ a De quem é a Culpa? (Jo 9.1-3) - Se­
mos à graça de Deus é a questão. Nós gundo o Dr. Henri Cloud e o Dr. John
mostramos misericórdia com os outros, Townsend, nós vivemos numa cultura
porque Ele tem sido misericordioso co­ de culpa. Pessoas sempre estarão em
nosco.53” (Mt 5.7;9.13; 1 Pe 2.10). busca de culpados antes mesmo de
assumirem suas responsabilidades e
de tentarem sair da situação em que
53 STOOP, Davi, Perdoando Nossos Pais, se encontram. Ainda segundo eles, a
Perdoando a Nós Mesmos. Curitiba: Esperança,
culpa acentua a ansiedade, o medo,
2014, p. 124.

iiiiiuiiiiiiiiiiiiiuii » • M A T U R ID A D E . P E SS1G N l F IC AN D O A V ID A
e não contribui em nada para resol­ a outra pessoa responde.56’’ Alguém já
ver os problemas. "Enquanto pensar­ disse que: "A única arma que pode nos
mos, sentirmos e agirmos como se não atingir está em nossas mãos: a nossa
houvesse nada a fazer a respeito, não reação”. Então, devemos mudar o foco
importando o quanto nos esforcemos de "O que fizeram comigo”, para "O
para isso, permaneceremos presos.54" que eu vou fazer mediante o que fize­
ram comigo?”. Isto fará muita diferença
b Interrompendo o Processo da Culpa em relação ao processo de libertação
(Jo 5.7-9) - Existe uma tendência ge­ das mágoas e culpas. E nos conduzirá
neralizada em se sentir confortável en­ a experimentar a paz de Deus em uma
tre culpas, desculpas e culpados, mas dimensão mais completa (Rm 12.18;
isso não muda nada para melhor. O Cl 3.15; 2 C o 13.11).
coxo em Betesda achou uma desculpa
(Jo 5.7), que logo foi descartada por Je­
sus: "Se você quer mudança, esqueça a CO N CLUSÃO
desculpa. Levante-se e ande" (Jo 5.8).
Interromper o processo de culpa é to­ A alma humana, tão acomodada ao
mar as rédeas da própria vida e impe­ egoísmo, é desafiada pelo Senhor e Mestre
dir que ela continue sendo governada Jesus, a sair da esfera do convencional (Mt
pelos "verdugos”55 (Mt 18.32-35)."[...] 5.46) e fluir na gratificação do perdão (Lc
O perdão é 'um processo unilateral’. 23.34). A apropriação do perdão de Deus
Isso significa que é algo que fazemos e do poder do Espírito Santo que habita
por nós mesmos, não importando se em nós nos capacitará a um rompimento
com velhos sentimentos e atitudes e a
viver em plena liberdade! Nada deverá
54 CLOUD, Henri; TOWNSEND, John. Um Plano controlar a nossa vida, senão o Espírito
Para Dar Direção à Sua Vida. Rio de Janeiro: CPAD, Santo de Deus (2 C o 3.17).
2009, p. 12.
55 Verdugo é o mesmo que carrasco; indivíduo
cruel, desumano, que dá maus tratos a alguém. S6 STOGP, o p . a t . , p . 12^.

M A T U R IQ A D í R E S S lG N IF IC A N D O A VID A . «I llllllllllllllllllllllll
Versículo chave as razões pelas quais devemos jejuar. O
jejum tem especialmente uma conotação
‘Então proclamei um jejum [...] para de auto-humilhação e dependência de
nos humilharmos diante do nosso Deus. Jejum é um tempo de abstinência
Deus, a fim de lhe pedirmos caminho de alimentação com o propósito de
seguro para nós, para nossos peque­ dedicar-se à oração e consagração a Deus.
ninos, e para toda nossa fazenda." (Ed Devemos diferenciar o jejum da greve de
8.21). fome. O fato de ficar sem comer por si só
não caracteriza o jejum bíblico, por isso
Objetivo devemos compreender bem o que a bíblia
Compreender a natureza do jejum diz sobre o assunto.
bíblico.
1. POR Q U E JEJUAR
IN T R O D U Ç Ã O
João Wesley jejuava duas vezes por
A questão do jejum é pouco explorada semana até a hora do chá e estimulou
pelos cristãos. A bíblia mostra que ele todos os seus seguidores a fazerem
está presente em momentos decisivos o mesmo dizendo que "o homem que
na vida do povo de Deus, mas explica nunca jejua está tão distante do céu
muito pouco sobre o motivo pelo qual é quanto o que nunca ora." Ao mortificar a
importante. No entanto, podemos extrair carne negando-lhe prazeres e sustento,
do seu conteúdo, as formas de jejum e o espírito é fortalecido (Marcos 14.38). A

iiiiiiiiiiiiiiiiniiiiii . m a t u r id a d e r f s s j g n if ic a n d o a v id a
Bíblia apresenta várias razões para jejuar. 2. TIPOS DE JEJUM
Vejamos algumas:
O jejum, assim como a oração, é uma
a Porque Promove Aproximação a prática a ser desenvolvida. Basicamente,
Deus ( At 13.2-4 ) - O jejum é mui­ existem três tipos de jejum.
to importante para nos aproximar de
Deus. Quando estamos em jejum a. Jejum absoluto - (Ester 4.16). - É o
reconhecemos nossas fraquezas e tipo de jejum onde nem alimento sóli­
buscamos força espiritual. A grande do, nem líquido fazem parte, é aconse­
conquista no jejum é um estado de lhável não ir além de três dias, pois até
completa dependência de Deus. Atra­ os médicos afirmam que o corpo hu­
vés do jejum recebemos poder espiri­ mano sofre terrível desidratação sem
tual para vencer o pecado, suportar o água neste períodc. No caso de Ester
mundo e expulsar demônios vencendo onde todos os judeus são convocados
todas as fortalezas do inimigo. A san­ para um jejum coletivo sem alimentos
tificação deve ser buscada em jejum e e sem água, mas por um tempo de três
oração constante. dias apenas. Caso semelhante é visto
na experiência do apóstolo Paulo (Atos
9.9). No caso de ultrapassar este pe­
b. Capacita-nos Espiritualmente - (Mt
ríodo de tempo só deve ser feita sob
17.21) - O jejum é um elemento im­
intervenção sobrenatural, conforme
portante na vida cristã é tão necessário
aconteceu com Moisés e Elias (Ex.
na batalha espiritual na operação da li­
34.28; IRs 19.5-8).
bertação pessoal ou de outras pessoas
(At 9.1-20; M t 17.21; At 16.16-18) e
na manifestação sobrenatural de um b. Jejum Pardal - (Dn 10.2-3) - Neste
modo geral (At 5.12-16; 8.6). caso a pessoa (dispensa as comidas
mais apetitosas e) ingere acenas pe­
c. É Um Meio da Interferência de Deus quena quantidade de alimento básico,
especialmente sucos, frutas, legumes,
na Vida Humana - (Ed 8.21-23; Et 4.1-
saladas e outros alimentos leves e por
17; 2 Cr 20.1-5) - É muito comum as
um curto período de absti^ncia. Pro­
pessoas jejuarem quando precisam de
vavelmente tenha sido assim o jejum
uma intervenção muito específica de
de Daniel (Dn 10.3). Esse tipo de jejum
Deus em alguma situação na qual não
é recomendado a pessoas que sofrem
conseguem ver uma saída. Era comum
com algum tipo de enfermidade, não
o povo de Deus proclamar um jejum
podendo ficar sem alimento algum em
para obter um favor especial do Se­
seu organismo.
nhor (2 C r 20.1-5).

3. ATITUDE ESPERADA NO JEJUM (IS


d. É Um Meio de Obter Revelação - (Dn
58.1-14; MT 6.16-18)
9.3,20-23) - A prática do jejum é uma
forte aliada à oração e meditação na Já sabemos que jejuar não consiste
Palavra para aqueles que desejam re­ apenas em ficar sem comer, mas em
ceber revelações de Deus. Daniel ti­ demonstrar disposição para com Deus.
nha o hábito de praticar essas três coi­
Não permita que o jejum se transforme
sas e teve a maravilhosa oportunidade
em simples formalidade. 'Não jejue
de receber ricas revelações do céu.
como substituto para a obediência. Isaías

M ATU RIDAD E r ess -ig n i f i c a n o o a VIDA • as IIII1IIIIIIIIIIIIIIHIII


apresenta claramente a exortação de CONCLUSÃO
Deus a seu povo que estava jejuando
Não conhecemos todos os mistérios
como um meio de suborná-lo. Em lugar
que envolvem a prática do jejum, mas
disso, eles foram aconselhados a deixar
uma coisa é certa: quando um homem
de brigar, a corrigir a injustiça, a ajudar
se dispõe a buscar a Deus com oração e
os pobres e necessitados, e a carregar
jejum, de todo o coração, ele o encontra.
os fardos de outros se quisessem que
"Jejum tem o propósito de dirigir o
Deus respondesse quando orassem e
homem do natural para o espiritual. Serve
jejuassem. "Jejuando assim como hoje
para estimular as faculdades espirituais
não se fará ouvir a vossa voz no alto” (Is
58.4).S7” No jejum nossa vontade deve daqueles que buscam a Deus. Para
ser enfraquecida, para que a vontade de fortalecer e implementar a oração [,..]"58.
Não conhecemos a Deus profundamente
Deus prevaleça” (Is 58.1-14). Sobretudo,
sem a prática do jejum, mas podemos
no ato de jejuar nosso coração deve
ser submetido a Deus em humildade, experimentá-lo de f orma mais sublime se
arrependimento, e contrição (Jl 2.12-15). compreendermos a importância da sua
prática alinhada com uma vida de oração
e meditação na Palavra de Deus.

57 SALES, Alexandra - http://w w w . 58 LINDSAY, Gordon h ttp://w w w .


igrejabiblicacrista.org/o-jejum-biblico. html, em igrejabiblicacrista.org/o-jejum-biblico.html, EM
03/11/16 ás 19.16 03/11/16 às 19.23

lllllllllllí lllllllllllll 86 . M A T U R ID A D E R E S SfG N tF IC A f-ID Q A V ID A


Versículo chave as habilidades de um soldado (2 Tm 2.3-
4). Isto porque desde a eternidade existe
"Sede fortalecidos no Senhor e na for­ uma batalha entre o bem e o mal e nós
ça do seu poder. [...] Porque a nossa estamos envolvidos nela, quer queiramos
luta não é contra o sangue e a carne, ou não. Todo o ensino que recebemos até
e sim contra os principados e potes- aqui, pode ser colocado em risco, caso
tades, contra os dominadores deste não compreendamos a seriedade deste
mundo tenebroso, contra as forças es­ assunto. Toda guerra é vital. O u lutamos
pirituais do mal, nas regiões celestes." ou morremos. Na batalha espiritual não é
Ef 6.10,12
diferente. Deus nos deu o grande tesouro
da salvação e da vida de fé, juntamente
Objetivo nos deu as armas necessárias para
P ro m o v e r e n te n d im e n to a re s p e ito da preservá-las. Se pretendemos desfrutar
batalha na q u al o d is c íp u lo d e C r is t o e stá de uma vida próspera e abençoada, então
envolvido. nos preparemos para a guerra!

INTRODUÇÃO 1. SINAL DE ALERTA (EF 6.12; 2 CO


2.11)
O d is c íp u lo deve c o m p re e n d e r
Se a guerra física não é uma experiência
dentre ta n ta s co isas, o fato, de que
suave, a guerra espiritual é tão séria
ao se to rn a r um s e g u id o r de C ris to ,
quanto. Por isso precisamos ficar em alerta
co n s e q u e n te m e n te d e v e a d q u irir ta m b é m
e considerar os itens abaixo:

m a t u r i d a d e . r e s s ig n t f t c a n d o a v i d a • «' llllllllllllllllllllllll
a. A Guerra é Invisível - (2 Co 11.3) - A a. Conhecendo o inimigo - (2 Co 2.11; Ef
realidade da batalha espiritual é geral­ 6.11) - É de fundamental importância
mente ignorada por muitos cristãos. conhecer a natureza do nosso inimigo
Alguns detém o conhecimento teóri­ e a força que dispõe contra nós. Nao
co, ignorando sua realidade na orática. devemos subestimá-lo e nem mesmo
Isto porque ela acontece no campo es­ ignorá-lo. Quando fazemos isto, por
piritual e não podemos percebê-la se­ outro lado não vemos tanta neces­
não com os nossos sentidos igual men­ sidade do revestimento do poder de
te espirituais. Assim como precisamos Deus em nós, e isto poderá acarretar
de fé para crer em Deus, também pre­ prejuízos inestimáveis em nossa vida
cisamos dela para crer na existência do espiritual.
Diabo e nas suas maquinações contra
nossa vida. Sem esta consciência, nos b. Cuidado com as armadilhas - (Ef 6.11)
tornamos presas fáceis às suas arma­ - Segundo Lloyd Jones a palavra para
dilhas. "cilada" no original grego tem o senti­
do de "apanhar em armadilha, captura
b. A Guerra Não é Opcional - (1 Pe 5.8) e enfeitiçar". A idéia transmitida pelo
- Não existe a possibilidade de esco­ apóstolo Paulo, é que o diabo é perito
lhermos se queremos ser parte desta em armadilhas e por isto devemos es­
guerra ou não. O apóstolo Paulo não tar atentos (M t 26.41; Lc 21.36; 1 Pe
está fazendo um convite. Ele está nos 4.7;5.8). Um cristão distraído e descui­
informando (Ef 6.12). Já estamos inse­ dado com os valores espirituais, tende
ridos na guerra, e tudo o que precisa­ a viver como marionete nas mãos do
mos é de compreensão a fim de nos inimigo e muito mais suscetível à cair
posicionarmos corretamente diante nas armadilhas.
dela (Lc 14.31).
c. Não dispense a força (Ef 6.10) - Não
g A Guerra é de Natureza Espiritual - há como travar uma guerra sem o re­
(Ef 6.11-12) - O que o apóstolo Paulo curso da força. Assim como o soldado
quer dizer é que o conflito do cristão precisa de preparo físico a fim de ga­
não é contra pessoas. Ele está além da nhar resistência para suportar o tempo
esfera humana e terrena. Quando não de guerra, o cristão precisa ser fo rtale­
conseguimos compreender isto, corre­ cido por meio de exercícios espirituais
mos o risco de fracassar por estarmos (Hb 5.14). A igreja precisa ser revesti­
criando reações humanas diante de da do poder de Deus para que esteja
situações que precisam primeiro ser pronta para resistir ao diabo (Lc 10.19;
resolvidas no âmbito espiritual (1 Sm Tg 4.7). O M estre Jesus alertou que
17.45-50). comete erro aquele que dispensa o co­
nhecimento do poder de Deus: "Errais
2. PREPARE-SE PARA A GUERRA - não conhecendo as Escrituras, nem o
(SL 144.1; SL 18.29,32-40) PO D ER de Deus" (Mt.22.29).

Se a ninguém é dado viver sem


d. Use as armas certas - (Ef 6.13-17;
guerra, então nossa alternativa sensata 2 Co 10.4) - Se a guerra é espiritual,
é participarmos dela, da forma mais as armas também devem ser esp iri­
adequada possível. tuais. As armas nos são concedidas
por Deus, portanto devemos "tomar"

iiiiiiiiiiiniiiiiiiiiii K . M A T U R ID A D E R t S S IG H IF IC AH DO A V I DA

1
(v.13,16,17), "cingir" (v.14), "vestir" seu d o m ín io d e a m o r (Cl 1.13). 'Que di­
(v.14) e "calçar" (v.15). "A ideia veicula­ remos, pois, a estas coisas? Se Deus é por
da pela expressão 'toda a armadura de nós, quem será contra nós? Aquele que
Deus' é que este é um tipo muito es­ nem mesmo o seu próprio Filho poupou,
pecial de armadura, como os próprios antes o entregou por todos nós, como nos
termos indicam - "verdade", "justiça", não dará tam bém com ele todas as coi­
["paz"],"fé", "salvação", ["Palavra de sas? Quem intentará acusação contra os
Deus”].[...] Somos levados ao seguinte escolhidos de Deus? É Deus quem os jus­
ponto: que esta armadura consiste de tifica. Quem é que condena? Pois é Cristo
um entendimento e de uma aplicação quem morreu, ou antes quem ressuscitou
da verdade do evangelho.[...]Como dentre os mortos, o qual está à direita de
cada parte e peça desta armadura é Deus, e tam bém intercede por nós. [...]
obviamente espiritual por sua nature­ M as em todas estas coisas somos mais
za, significa que ela só pode ser usada do que vencedores, por aquele que nos
por pessoas espirituais”.59 amou" (Rm 8 .3 1 -3 4 ;3 7 ).

e. Não tire os olhos D e le (H b 1 2 .2 ) - CONCLUSÃO


Embora devamos estar bem inform a­
É m a ra v ilh o s o v e r co m o o E spírito
dos a respeito de Satanás e das suas
artimanhas, nosso principal foco deve S a n to p re v ê o fin a l d e s ta g.erra.-‘ Efes
estar no Senhor Jesus, nosso general. pois o venceram pelo sangue do Cordeiro e
Conhecer intimamente a obra de Jesus pela Palavra do testemunho; e não amaram
por nós e o poder que procede do seu as suas vidas até a morte? (Ap 1 Z 1 ). Esta
sacrifício na cruz é o principal elem en­ é a nossa fé e a nossa esperança. A
to de sobrevivência em meio à guerra. b a ta lh a ch e g a rá ao fim , e neste dia a
Jesus foi até às últimas consequências ig re ja tr iu n fa n te c e le b ra rá sua v itó ria na
na cruz, nos libertando do cativeiro p re se n ça d o C o rd e iro d e Deus.
das trevas que nos colocou debaixo do

59 Ibid, p.160,161

M A T U R ID A D E , R E S S iG N l F iC A N D O A V ID A v lllllllllUIIIIIIHIIIIi
Versículo chave para uma nova maneira de andar, mas
igualmente para o aprimoramento
Quanto ao mais, irmãos, já os instru­ dessa maneira de andar. Ou seja, eles já
ímos acerca de como viver a fim de caminhavam sobre os ensinos de Cristo
agradar a Deus e, de fato, assim vocês e deveríam permanecer em crescimento
estão procedendo. Agora pedimos e sobre estes ensinos, interessante que a
exortamos a vocês no Senhor Jesus que vida cristã é uma caminhada diária e essa
cresçam nisso cada vez mais. 1 Tessa- rotina nos aperfeiçoa enquanto cristãos
ionicenses 4:1 (NVI) verdadeiros.
Champlin ainda reforça este
Objetivo pensamento afirmando que a ação de
Compreender os princípios permanecer em crescimento na vida cristã
inegociáveis da vida cristã e permanecer é um imperativo, ou seja uma ordem
constantemente neles, aprimorando-os irrevogável e que não deve ser discutida.
diariamente. O ciclo é claro, você conhece a Jesus e
permanece em conhecimento sobre Ele,
INTRODUÇÃO com isso seu desejo e sua vida cristã
avançam e você desenvolve dia após dia
De acordo com Champlin em os princípios inegociáveis.
seu comentário sobre a carta de 1 Estes princípios devem estar inclusos
Tessalonicenses, Paulo convocou os no coração de todo cristão, pois eles
crentes de Tessalônica não apenas nortearão a nossa caminhada. Claro que

uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii » ■ M A T U R ID A D E , P ESSIG N l F1C AN D O A V ID A


ao longo do n o sso c o n h e c im e n to d e C r is t o Pai. Justamente sobre isso Jesus enfatiza
aprenderem os n o vo s p rin c íp io s e n o v a s em um capítulo inteiro a importância do
ações que fa rã o co m q u e o se r c ris tã o seja relacionamento no secreto, o escritor
ainda mais e v id e n te e p rin c ip a lm e n te q u e Lawrence O. Richards em seu Guia ao
a nossa vida re v e le a Jesus, sua n a tu re za leitor faz uma exposição clara de que a
e suas ações. O s p rin c íp io s aqu i lis ta d o s medida que nosso relacionamento com
são os p rim e iro s p a sso s e a fo rm a b á sica Deus cresce as demais coisas se tornam
de en ten d er e c o m p re e n d e r um a jo rn a d a menores e apenas a Sua presença é
com Jesus. prioridade para nós.
Jesus declara todas essas palavras aos
1. RELACIONAMENTO COM DEUS nossos corações de forma que jamais nos
esqueçamos que viver um relacionamento
“Mas, quando você orar, vá para seu com Ele no secreto reflete um princípio
quarto, feche a porta e ore a seu Pai, inegociável, ou seja, algo a que não podemos
que está em secreto. Então seu Pai, que deixar de lado ou tratar com menos
vê em secreto, o recompensará.” (Ma­ prioridade. A acessibilidade fica visível agora
teus 6:6} por entendermos que em nosso ambiente,
em nosso quarto podemos encontrar Jesus
O re la cio n a m e n to com D e u s passa
e isso é maravilhoso. O relacionamento
pelas d iscip lin a s e s p iritu a is básicas, a
com Deus nunca deve se apartar da vida
oração e o jejum e a m e d ita ç ã o na Pa la vra
do cristão, pois isso o faz permanecer de
de Deus. E este re la c io n a m e n to é p rin c íp io
pé e sempre saber que em conhecimento
fundam ental na vid a cristã , m as p o r qu e?
sobre quem Cristo é a vida que imita a Ele
Porque ao nos re la c io n a rm o s co m D e u s
se tomará possível é uma realidade. Apenas
retornam os à um a p rá tica q u e s e m p re
esteve no co ra çã o de D eu s, d e sd e o É d en quando estamos próximos de ^guãii
conseguimos ser como Ele é. a comunhão
o relacio n am en to e n tre D e u s e o h o m e m
diária nos faz como Jesus é.
é evidenciado na n a rra tiv a d o G ê n e s is .
Por causa do p e ca d o a d istâ n c ia fo i cria d a ,
im pedindo que e ste re la c io n a m e n to
2. FÉ EM CRISTO
fosse acessível. N a s n a rra tiv a s b íb lica s
“Pois vocês são salvos pela graça, por
perceb erem os o s h o m e n s se a c h e g a n d o
meio da fé, e isto não vem de vocês, é
à D eus so m en te a tra v és d e um m e dia do r,
dom de Deus; não por obras, para que
um sa cerd ote q u e re p re s e n ta ria as p e sso a s
ninguém se glorie.’ (Eféstos 2:8 e 9)
perante o Senhor.
M as tu d o isso m u da co m a v in d a d e Paulo em diversas de suas cartas tratará
C risto, qu a n do Ele atra vés d e seu s a c rifíc io a temática da fé em Cristo Jesuse como por
se torn a m e d ia d o r e n tre nós e D e u s, ao meio da fé a salvação é concedida a nós,
aplacar a ira com sua p ró p ria vida, E le isso ele deixa claro na carta de Romanos
nos garante liv re acesso ao Pai e a m p lo que destaca a justificação por meio de
relacio n am en to com Ele. H o je n ão há m ais Cristo, Gálatas que é um compilado da
a n ecessidade de um sa c e rd o te para q u e carta aos Romanos e que segue uma linha
estejam os em co m u n h ã o co m D e u s, p o is bem parecida, mas destaco aqui c texto
ao fech a rm o s a p o rta d o n o sso q u a rto e que mais evidencia a salvação por meio da
irm os para o s e c re to e n c o n tra re m o s ao fé, Efésios 2 :8 e 9.

M A T U R ID A D E RE S S l ú N IF I C A N D O A V ID A • ” llllllllllllllllllllllll
Nesses dois versículos enxergamos Se observarm os bem cada p rin cíp io é
claramente a mensagem que norteia a vida ligado ao outro, to rnan d o cada um deles
de todo cristão, é a fé em C risto Jesus que um passo na cam inhada cristã. À m edida
nos salva, não nossas obras. Hernandes que você se relaciona com D eus, você
Dias Lopes em seu comentário sobre a carta O conhece e assim se m antém em fé
aos Efésios afirma que é muito importante nEle, pois só crem os na m edida que nos
ressaltar que Paulo não está falando de conhecem os. Pense você q ue alguém
qualquer tipo de fé. A questão não é a fé, mas que acabou de co n h e ce r lhe co nte
o objeto da fé. é a fé em Cristo, o Salvador. uma história, por m elhor que seja seu
Por que a fé em C ris to é um princípio coração a confiança provavelm ente não
inegociável? Pois à medida que o novo seja estabelecida de im ediato e alguns
cristão entende que não serão as obras dias, meses sejam necessários para que
que lhe garantirão a salvação, ele entende o vín culo to rn e aquela pessoa alguém
que som ente a fé é capaz. Pois a ajuda ao digna de sua confiança, assim tam bém é
próximo, as disciplinas espirituais, o nosso com Jesus e a m edida que o conhecem os
serviço a D eus ou qualquer outra obra não nos tornam os confiantes e firm es em fé
irão garantir a nossa salvação, senão a fé nEle, não porque Ele é alguém de quem se
e isso precisa estar claro para to d o cristão. deva duvidar, mas porque nosso coração
As obras caminham com a fé, pois a fé à medida que O conhece e cre sce nesse
sem obras é morta, mas não são elas a causa relacionam ento tende a te r cada v e z mais
de sermos justificados e sim a fé que temos fé. Porém há ainda dois p rin cíp ios que
em Cristo, em quem Ele é. Há muitos que caminham de mãos dadas, a confissão de
se questionam sobre isso pois enxergam pecados e o arrep end im en to de pecados.
diversos atos de bondade como algo que João em sua prim eira carta já inicia
lhes deveria trazer alguma recompensa, nisso afirm ando que quando confessam os
pensa-se na salvação. Mas apenas aqueles nossos pecados Ele é fiel e justo para
que permanecem em fé é que herdarão a vida nos perdoar, Ele nos purifica de toda a
eterna ao lado do Pai, a fé no Filho, o Verbo injustiça. M as para que Ele nos perdoe e
que se faz carne e habitou entre nós, o Cristo nos purifique é necessário que tom em os
Ressurreto. As obras são um reflexo daqueles a nossa posição de confissão, isso diz
que possuem a fé, elas serão praticadas pois respeito a declarar de form a consciente
entende-se que elas agradam ao Senhor e nossos pecados e isso inclui dar nom es a
revelam o caráter de Cristo em nós. eles, afinal existem aqueles pecados que
denom inam os de "estimação", aqueles que
3. CO N FISSÃ O E A R R EP E N D IM E N T O arrastam por anos e anos e negam os até
DE P E C A D O S mesmo sua existência, mas sabem os que
são práticas consideradas iniquidades,
"Se confessarmos os nossos pecados, afinal já tem os consciência do e rro e
ele é fiel e justo para perdoar os nossos ainda assim permanecemos. A confissão
pecados e nos purificar de toda injusti­ consciente nos faz racionalm ente e n te n d e r
ça.'^! João 1:9) que erram os e é um passo que antecede
ao arrependim ento.
“Lembre-se de onde caiu! Arrependa- O arrependim ento é a clara e vid ê ncia
s e e pratique as obras que praticava de um coração que não deseja p e rm a n e ce r
no princípio.” (Apocalipse 2:5a) com o está, já ouvim os o fam oso ja rg ã o de

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiini M A T U R ID A D E R E S 5 IG IIIF ! C A hlDO A V ID A


que podemos nos achegar a Deus como CONCLUSÃO
estamos, mas esse pensamento deve vir
Nesta lição aprendemos que a vida cristã
sempre acompanhado da certeza de que
tem princípios inegociáveis, três deles são
Jesus não deseja nos fazer permanecer
destacados nessa lição para nortear a nossa
no mesmo estado, principalmente se
vida para sermos aqueles que agradam ao
isso inclui uma vida de pecado e falhas.
Senhor. É um ciclo que se repete dia após
O arrependimento é uma mudança de
dia, nos relacionamos, temos fé em Cristo
rota, é quando você entende que precisa
e confessamos pecados nos arrependendo
mudar de direção. Não há uma forma de
e desejando uma vida santa.
agradar a Deus que inclua uma vida sem
arrependimento, porque é nessa ação que
você diz não ao pecado e sim a uma vida de
BIBLIOGRAFIA
santificação. E não há como viver uma vida RICHARDS, Lawrence O. Guia do leitor
cristã verdadeira sem arrependimento, as da Bíblia: Uma análise de Gênesis a
práticas pecaminosas precisam se apartar Apocalipse capítulo por capítulo - Rio
do nosso coração e uma vida santa deve de Janeiro: CPAD, 5 a edição 2006
tomar o lugar. João agora ao escrever a NOVOTESTAMENTOINTERPRETADO
carta para a Igreja de Éfeso em Apocalipse VERSÍCULO POR VERSÍCULO. 6
2:5 reflete claramente a conduta de volumes (Mateus a Apocalipse). Russel
um cristão, lembre-se de onde caiu e Norman Champlin. 9a impressão
arrependa-se, lembrar diz respeito a uma setem bro de 1995. São Pauio: Candeia,
confissão racional do que há de errado e 1995.
em seguida o arrependimento, a mudança LOPES, Hernandes Dias: Efésios: igreja,
de rota, de conduta para uma vida de a noiva gloriosa de Cristo/Hernandes
santificação. Dias Lopes - São Paulo: Hagnos. 2009

M A T U R ID A D E . RESS i G N IF IC A N D O a v id a II Itilllillllllllllllltlll
Versículo chave temática e nesta lição os aprenderemos
para que em nossa vida sejamos capazes
Quando alguém for tentado, jamais de vencer as tentações que vierem sobre
deverá dizer: "Estou sendo tentado por nós com graça e sabedoria.
Deus". Pois Deus não pode ser tentado
pelo mal e a ninguém tenta. Tiago 1:13 1. AS TENTAÇÕES NÃO PROVÊM DE
DEUS
Objetivo
Entender de onde vem a tentação e Quando alguém for tentado, jamais
como vencê-la. deverá dizer: "Estou sendo tentado por
Deus”. Pois Deus não pode ser tentado
INTRODUÇÃO pelo mal e a ninguém tenta. Tiago 1:13
Tiago em sua carta deixa bem evidente
Não há um cristão que não tenha vivido
neste texto que as tentações não provêm
uma circunstância de tentação, todos nós
de Deus, as provações sim e são uma
podemos afirmar que já fomos tentados
maneira de teste da parte de Deus para
em áreas diferentes. Mas a grande dúvida
nós e nossa fé, mas a tentação não age da
que há é de como vencê-las, como não
mesma forma. Hernandes Dias Lopes ao
perm itir que essas tentações sejam tão
citar Warren Wiersbe em seu comentário
fortes a ponto de nos dominar?
sobre a carta de Tiago afirma que provas
A epístola de Tiago nos revela
são testes enviados por Deus, e tentações
importantes ensinamentos sobre essa
são armadilhas enviadas por Satanás. Isso

llllllllllllllllllllllll SM . m a t u r id a d e r e s s ig n if ic a h d o a V ID A
deixa claro que tentação alguma que vier 2. QUANDO NÃO SÃO VENCIDAS, AS
sobre nós terá origem em Deus e isso TENTAÇÕES LEVAM AO PECADO
precisa ficar claro, pois assim saberemos
que tentações precisam ser vencidas, Cada um, porém, é tentado pelo pró­
enquanto as provações surgem para prio mau desejo, sendo por este ar­
aumentar a nossa fé e isso Tiago também rastado e seduzido. Então esse desejo,
deixa claro neste mesmo capítulo, o tendo concebido, dá à luz o pecado, e
apóstolo Pedro também descreve em um o pecado, após ser consumado, gera a
texto bem semelhante sobre as provações morte. Tiago 1:14 e 15
e a nossa fé. O caminho descrito por Tiago é apenas
Tiago declara que as tentações um, o alerta que o escritor faz é de que a
arrastam e seduzem, é impossível que medida que as tentações não são vencidas
algo que venha de Deus seja capaz de ter o fim é só um, o pecado. O mau desejo
tal efeito. As tentações vêm para inclusive surge no coração, aquilo é nutrido e ao
nos desviar do caminho certo, oferecendo ser concebido se torna pecado e com
a porta larga e nos afastando cada vez isso se cumpre as palavras de Paulo aos
mais da salvação. É sempre algo que nos Romanos, transformando daquele pecado
desperta interesse, algo que queira fazer morte para aquele que pratica o mal.
nossos olhos brilharem, algo que deseja É incoerente pensar que à medida
seduzir de maneira que negligenciamos o que as tentações não são vencidas, elas
fato de que aquilo é errado e pratiquemos não se tornarão problema para a vida
o mal. Quando olhamos para Jesus que cristã. Pode-se empurrar para debaixo
por um longo período se absteve de do tapete, pode-se tentar esconder ao
alimentar-se e jejuou, a primeira tentação máximo, mas uma hora virá a tona e mais,
que Ele recebe é justamente sobre o que Deus sabe e enxerga o pecado cometida
seu corpo físico mais desejava naquele Para Eva aquele fruto proibido era uma
momento. tentação e logo que ela prova, o pecado
De forma prática podemos analisar então é concebido e os olhos de Deus a
um funcionário que deseja muito ser viram, viram também que Adão foi pelo
promovido por seu chefe, que ao perceber mesmo caminho e ambos enveredados
seu desejo lhe faz uma proposta incorreta pelas palavras da serpente agora seriam
e que seria evidentemente um pecado. expulsos do paraíso e receberam ainda
A tentação de aceitar aquela proposta mais consequências por sua prática de
errada surge, pois, seu coração já nutria desobediência.
o desejo de crescer na empresa e talvez As tentações podem ser diferentes,
fazer o que seu chefe lhe pede pode tornar pois para cada pessoa há um desejo
a promoção uma realidade e até mesmo mau é algo que lhes afeta sendo capaz
em menor tempo. Entende que sobre o de dominá-la. cada um terá para si uma
nosso coração sempre virão tentações tentação, porém o caminho é sempre o
। que são um desejo nosso, Tiago mesmo mesmo e elas devem ser vencidas. Ou o
no versículo 14 inicia dizendo a nós que pecado será praticado, vindo até mesmo
somos seduzidos e arrastados por nossos a se tornar uma iniquidade quando não
I maus desejos, parte de nós. confessado, não houver arrependimento e
isso se tornar recorrente. Nenhum pecado

M A T U R I D A D E . R E S S IG H IF IC A N D O A V ID A - » niiiir
acontece como quem cai de paraquedas, A prevenção faz de nós fortes o
não é do dia para a noite e todo pecado suficiente para que a cada vez que a
um dia foi uma tentação que aconteceu tentação vier, nós digamos não a ela e
pelo desejo mal que havia no coração. não permitamos que se torne um pecado.
É como quando o nosso corpo tem
3. AS TEN TA Ç Õ E S SÃO V E N C ID A S vitamina C o suficiente para quando um
C O M PREVENÇÃO resfriado chega e essa vitamina é capaz
de combater o vírus. A prevenção faz do
Então Jesus foi levado pelo Espírito ao nosso corpo forte, não nos faz imunes,
deserto, para ser tentado pelo Diabo. mas quando o resfriado chegar há algo que
Depois de jejuar quarenta dias e qua­ ajuda com que o vírus não destrua a nossa
renta noites, teve fome. Mateus 4:1 e 2 saúde. Enquanto nosso espírito estiver
Mateus narra o episódio da tentação fortalecido venceremos as tentações, a
de Jesus e com isso nos ensina algo sobre prevenção faz a diferença.
vencer as tentações, elas são vencidas por
CO NCLUSÃO
meio da prevenção. O que isso significa?
Jesus estava há 40 dias em jejum, As tentações virão sobre as nossas
separado e quando a tentação vem, Ele vidas, faz parte da caminhada cristã, mas
estava preparado para resistir e venceu a nós escolhemos vencê-las ou permitir que
cada vez que Satanás lhe fez uma proposta elas se tornem pecado à medida que as
ruim. praticamos. O caráter do cristão é moldado
O período de jejum que Jesus fez o quando dizemos não às tentações e nisso,
tornou forte espiritualmente para vencer, imitamos a Cristo que venceu as tentações
ou seja, ele estava prevenido. O que faz no deserto.
de nós vencedores é a prevenção por
meio das disciplinas espirituais, pois B IB L IO G R A F IA
Cristo vence por meio do jejum e contra
ataca com a Palavra de Deus. Jesus nos LOPES, Hernandes Dias. Tiago:
ensina por meio disso que sempre que transformando provas em trinfo/
nosso espírito estiver forte venceremos as Hernandes Dias Lopes. - São Paulo:
tentações e para que ele esteja forte todos Hagnos, 2006.
os dias precisamos meditar na Palavra,
jejuar e orar incessantemente.

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiniii « ■ MATURIDADE, RESSIGNIF j CANDO a v i d a


o que é bat al ha
ESPIRITUAL?

Versículo chave espiritual muitas vezes elas não são vistas,


mas não quer dizer que elas não existem
pois a nossa luta não é contra se­ e pelo contrário, o Diabo está a todo
res humanos, mas contra os poderes e momento planejando e tramando uma
autoridades, contra os dominadores forma de como um ladrão vir nos ■'oubar.
deste mundo de trevas, contra as for­ matar e destruir. Cabe a nós entendermos
ças espirituais do mal nas regiões ce­ esse mundo e lutarmos contra todas
lestiais." Efésios 6 :1 2 as investidas do inimigo contra nós. as
batalhas virão e o preparo espiritual é
Objetivo que fará toda a diferença. É a partir do
C o m p re en d er o q u e é a b a ta lh a e s p iritu a l momento que entendemos o que é a
na vida do c ristã o e co m o vencê-la. batalha espiritual, com quem lutamos é
que iremos vencer.
INTRODUÇÃO
1 . O Q U E É A B A T A L H A ESPIRITUAL?
Não há um c ris tã o q u e n ã o seja v is to
pelo inim igo c o m o um a presa, n ã o há pois a nossa luta não é contra se­
um que possa d iz e r q u e n u n ca re c e b e u res humanos, mas contra os poderes e
algum a taque no m u n d o e s p iritu a l p o r autoridades, contra os dominadores
ter d e cid id o v iv e r um a v id a re ta e sa n ta deste mundo de trevas, contra as for­
! diante de C ris to . A s b a ta lh a s a c o n te ce m ças espirituais do mal nas regiões ce­
a todo te m p o e p o r se re m no m u n d o lestiais" Efésios 6 :1 2

M A T U R ID A D E R E S S IG N I F tC A N D O A V I ü A » lllllllllllHllllillllll
Cham plin comenta a respeito deste contra a criação de Deus, entendemos que
texto em Efésios afirmando o combate que Gênesis 1:27 afirmou quem somos, nossa
vivemos e que aqui é identificado como identidade é a de imagem e semelhança,
luta. A palavra luta, ou seja, literalmente, mas dia após dia o inimigo tenta macular
disputa, mostra que nosso conflito contra essa imagem, tenta distorcer e nos fazer
o mal exige preparo, força e coragem. No menos parecidos com C risto e mais
grego original temos a palavra "pale", que parecido com ele. Champlin nos dá um
ordinariam ente indicava a luta romana, entendimento claro do que significa a
embora também pudesse indicar um nossa luta não ser contra a carne quando
conflito qualquer. A forma verbal significa afirma que, Paulo quer dar a entender aqui,
"lançar”, 'projetar". Tal vocábulo é usado simplesmente, a "natureza humana” em
exclusivamente aqui, em todo o N.T. contraste com os "seres espirituais”, que
O com bate aqui é usado como metáfora não possuem a matéria crassa, e, portanto,
por ser uma expressão muito clara para os não são de carne e sangue. Antes, o
gentios, principalmente por ser essa luta combate se dava entre humanos e sobre­
como as lutas romanas. Imediatamente humanos. Neste ponto ele mostra que
ao falar sobre esse term o os efésios poderes malignos e externos tornam
entenderam o que Paulo desejava dizer. esse conflito tão intenso que facilmente
Porém essa clareza é ferramenta de Deus o crente sai perdedor na refrega, a menos
também em nosso tempo, que ao inspirar que esteja equipado com o próprio poder
Paulo fala aos nossos corações com um de Deus.
elem ento muito conhecido. Isso deve despertar em nós a
A luta aqui não é como o corpo a corpo compreensão de que não é uma mera
que nós conhecemos, mas é uma grande batalha, não é uma brincadeira e o inimigo
guerra que requer de nós enquanto de nossas almas está sempre pronto e
cristãos o entendim ento de que não planejando o mal, o apóstolo Pedro já nos
estamos brincando. É inclusive por essa escreve em sua primeira carta: Estejam
gravidade na batalha espiritual que Paulo alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de
já afirma com quem é nossa luta, contra vocês, anda ao redor como leão, rugindo
poderes, autoridades e forças do mal. e procurando a quem possa devorar. 1
Por que ele já declara isso se parece tão Pedro 8:5.
óbvio? Porque muitas pessoas às vezes
pensam que as forças malignas não tem 2. S E R EM O S FO R T A LE C ID O S
poder ou ação contra as pessoas. E outros C O N T R A A S B A T A LH A S N O S E N H O R
pensam que as lutas são contra as outras
pessoas, que tomadas pelo mal afetam e "Finalmente, fortaleçam-se no Senhor
prejudicam umas às outras. e no seu forte poder." Efésios 6:10
A batalha é espiritual porque é travada A certeza de que teremos batalhas é
no ambiente espiritual, é uma constante absoluta, mas como vencê-las? Essa é a
tentativa do mal contra os cristãos para pergunta que devemos nos fazer para no
que eles se inclinem para o pecado e suas dia mau estarmos preparados. No grego a
falhas se tornem práticas diárias a ponto palavra para "fortalecidos" é “endunamoo",
que eles se afastem de Deus. Esse sempre
que significa "fortalecer", "tornar-se fo rte”.
foi o propósito do Diabo, se levantar
Temos aqui a convocação dos crentes

llllllllllllllllllllllll » ■ M A T u b i D a l i E P. E S S I 6 M I F I C A N D O A V ID A

I
a b u s c a re m o po der espiritual. Esse A expressão original sobre vestir
fo rta le c im e n to tra ta -s e da "re n o v a çã o a arm adu ra traz o sentido de tomar,
da m e n te ” e d o " r e v e s t im e n t o d o n o v o e ste n d e r a mão, o que denota o sentido
h om em " o u d o " fic a r c h e io d o E s p írito ". d e algo acessível e que na verdade é, a
É com o se P a u lo , t iv e s s e d ito : " T o rn a i- arm adu ra está disponível a nós para que
vos p o d e ro so s, por esses m e io s". E ssa n os revistam os contra os ataques.
e xegese fe it a p o r C h a m p lin t r a z p a ra n ó s a Os antigos soldados, quando não
n e c e s s id a d e q u e t e m o s d e n o s f o r t a le c e r , eram apropriadamente disciplinados e
m as e ssa f o r ç a v ir á d a p a r t e d o S e n h o r. se encontravam em condições físicas
A fo rç a n ã o v ir á d o n o s s o b r a ç o , n o s s o deficientes, mostravam-se menos dispostos
c o n h e c im e n to ou q u a lq u e r a u t o r id a d e e eram m enos capazes de suportar as fadigas
q u e c r e ia m o s que te m o s , m as v ir á do de seu d u ro serviço militar, queixando-
S e n h o r e s e u p o d e r. P a u lo e n f a t iz a q u e s ó se do peso da armadura; e alguns deles
há um m e io d e v e n c e r e é p e lo S e n h o r, obtinham permissão para pôr de lado parte
seu p o d e r s o b r e n a t u r a l n o s t o r n a f o r t e s da armadura, ou mesmo to d a E muitos
d ia n te d o s a t a q u e s m a lig n o s . É a p a r t ir eram m ortos ou feridos, por -mo contarem
da n o s sa c o m u n h ã o c o m D eus que nos com a proteção adequada Esse comentário
to rn a m o s p o d e r o s o s e v a le n t e s . d e Cham plin deve nos chamar a atenção,
U m c r is tã o q u e c r ê q u e e m s u a p r ó p r ia m uitos soldados no exército de Jesus têm
fo rç a p o d e rá t e r ê x it o c o n t r a o m a l já e s t á se fatigado e deixado partes da armadura de
fa d a d o ao fra c a s s o , p o is a li e le a g ir á d e lado, tornando-se vulneráveis a agressões e
m an e ira n a tu r a l e c o n t r a o s o b r e n a t u r a l, intentos.
apenas o que é s o b re n a tu ra l vence. O texto d e Paulo nos dá o a d o ecato
Je su s n ã o v e n c e u a s t e n t a ç õ e s m a lig n a s em q u e as coisas acontecem, a batalha
qu e lh e s o b r e v ie r a m c o m o u m a b a t a lh a espiritual vem e o dia mau chega para
e sp iritu a l d e m a n e ira n a tu r a l, s u a a r m a f o i nós, nos fortalecem os no Senhor e Seu
o f o r t a le c im e n t o q u e h a v ia n o S e n h o r e poder, vestim o s a armadura e então
Seu P o d e r. O Pai o h a v ia f o r j a d o d e m o d o nos to rn a re m o s inabaláveis, mas o que
que a c a d a a t a q u e E le s e le v a n ta v a , E le significa ser inabalável? Champlin já nos
se p o s ic io n a v a e a li n ã o e ra o d iv in o s e explica com a exegese do texto, no grego
m a n ife s ta n d o , m a s o p le n a m e n t e h o m e m te m o s a palavra "stenai". forma infinitiva do
ch e io d o E s p ír it o q u e c a p a c it a d o p o r E le v e rb o q u e significa 'permanecer*. "fitar*
v en ce u o m a lig n o . É a m e d id a q u e e s t a m o s e qu e é tra duzido no décimo primeiro
fo rta le c id o s n o S e n h o r e S e u p o d e r q u e v e rsícu lo por “ficar firme’ Nesse citado
se re m o s v it o r io s o s e m t o d a s a s b a t a lh a s v e rsícu lo há alusão ao início da bataiha e
e s p iritu a is q u e v ie r e m c o n t r a n ó s . sua continuação; mas aqui está em pauta
o seu fim realizado, d e tal modo que, no
3. VENCEREMOS AS CILADAS COM té rm in o d o conflito, ou em algum ponto
A ARMADURA DE DEUS ao longo d o caminho, o crente seja visto
c o m o alguém q u e permanece constante,
"Por isso, vistam to d a a a rm a d u ra de o b te n d o assim a vitória, sem escorregar,
Deus, para que possam resistir no dia sem re tro c e d e r e sem cair por terra.
mau e permanecer inabaláveis, depois
de terem feito tudo" Efésios 6:13

• » llllllllllllllllllllllll
M A T U R ID A D E . R E SS IG N IF IÇ A N D O a v id a
CONCLUSÃO não com armas carnais, mas espirituais
essa batalha que é sobrenatural.
As batalhas virão e Cristo já nos havia
avisado, nesse mundo teremos diversas
BIBLIOGRAFIA
aflições, mas podemos ter bom ânimo
pois Ele já venceu e com essa certeza NOVOTESTAMENTOINTERPRETADO
também venceremos, pois o caminho que VERSÍCULO POR VERSÍCULO. 6
Paulo remonta a nós é exatamente o de volumes (Mateus a Apocalipse). Russel
dependermos e nos fortalecermos nEle, Norman Champlin. 9 a impressão
seu poder e tomarmos a armadura que setembro de 1995. São Paulo: Candeia,
está disponível a nós para que lutemos 1995.

Illlllllllllllllllllllll 100 .
' A T UklOA ÜE
" t S S IG N IF IC A N D O A VID A
Versículo chave Talvez a primeira impressão que
tenham os é que estes dois escritores estão
"Mas alguém dirá: “Você tem fé; eu em oposição aos ensinos, mas nessa aula
tenho obras". M ostre-m e a sua fé sem com preendem os que os ensinos de Paulo e
obras, e eu mostrarei a m inha fé peias Tiago podem corroborar e muito para nossa
obras." Tiago 2 .1 8 vida devocional e piedosa. Lembre-se: A
Bíblia nunca entra em contradição consigo
Objetivo mesma, logo os ensinos de Paulo e Tiago
C o m p re e n d e r q u e as b o a s o b ra s na são dois lados de uma mesma moeda.
vida c ris tã sã o f r u t o d e u m a fé v iv a .
1. P A U L O E A FÉ
IN T R O D U Ç Ã O
A o lerm os textos como Romanos 3 2 8
Ao fa la rm o s s o b re o b ra s , lo g o nos e Efésios 2.8-9 e compará-los com Tiago
le m b ra m o s d o s e s c r it o s d o a p ó s t o lo P a u lo , 2 chegarem os a pensar que Paulo e Tiago
e sp e c ia lm e n te n a c a r ta a o s R o m a n o s , e m não concordavam no assunto "justificação
que e le e n fa tiz a q u e s o m o s s a lv o s p e la pela fé”. Lutero pensava isso. Hernandes
fé. P o r o u t r o lad o , le m b r a m o s ta m b é m D ias Lopes ao escrever seu comentário
de Tiago, irm ã o d e J e s u s C r is t o , q u e a o bíblico sobre a carta de Tiago relata que
e sc re v e r u m a c a r ta b a s t a n t e d id á t ic a e Lu tero chegou ao ponto de chamar a carta
m u ito e x o rta tiv a d e c la r a q u e a fé se m de Tiago de “carta de palha” e pensar que
obras é m o rta. ela não tinha o peso do Evangelho (2006,
p.45)

M A T U R ID A D E ". RE SS l GN t F IC AN DO A VfDA * iq i iiiiiiiiiniiiiiiiiiHii


Porém, Paulo está olhando para a fé Mas, quando confrontados com o quie-
no sacrifício de Cristo como o meio que tismo, com a atitude de que as obras
recebemos a salvação, e por isso ele são desnecessárias para os cristãos, é
ensina com tamanha veemência que a preciso ouvir Tiago - como aconteceu
salvação não vem por meio de nossas de forma igualmente poderosa na era
atitudes, pelo contrário, ele ensina que dos irmãos Wesley." (CARSON, 1997,
não há nenhum homem justo, que busque p. 465-466)
a Deus, e por causa do pecado todos
Aqueles que foram alcançados pela
estávamos privados da glória de Deus.
salvação de Cristo demonstram uma fé
Mas pela justiça do Senhor manifestada
evidente através das obras de caridade,
em Cristo Jesus somos redimidos e
através da mudança de caráter e
perdoados, anulando qualquer vangloria
principalmente através da obediência.
de obra humana, apenas dom de Deus.

3. OS BONS FRUTOS MANIFESTAM O


2. TIAGO E AS OBRAS AM O R DE DEUS
Para entendermos bem o que Tiago A fé morta é como a figueira infrutífera
está falando precisamos compreender de Marcos 11.12-14. Jesus não a
que ele. diferente de Paulo, está olhando amaldiçoa porque ela não tinha frutos,
para as obras como FRUTO da salvação. mas porque ela aparentava ter. Não se
Alguns indicadores como a saudação espera frutos de uma árvore cortada, pois
no início da sua carta "as doze tribos os frutos são a evidência de vida. Uma
que estão dispersas" e as referências ao vida salva e transformada pelo poder de i
Antigo Testamento demonstram que os Cristo deve gerar em nós atitudes que
remetentes eram cristãos, pessoas que já revelam e testificam aquilo que pregamos
haviam recebido a Cristo e professam crer e professamos. Os bons frutos da fé são
Nele. Isso é importante porque nos faz notórios a partir de uma obediência radical,
entender que Tiago não estava ensinando da disposição à renúncias e de um coração
sobre conversão ou justificação, mas sim ao serviço pelo próximo, como o pastor
sobre uma consequência de atitudes após Eli Bastos escreve "os atos de misericórdia
a conversão, o que ele denomina como são frutos da fé e dão a ela autenticidade,
uma fé viva. enquanto a fé dá sentido e conteúdo às
Se Tiago estava se opondo a algo não obras que não são feitas para alcançar a
era sobre os ensinos de Paulo, mas a salvação ou qualquer outro benefício, mas
acomodação daquele tempo em ver órfãos para manifestar o amor de Deus a serviço do
e viúvas, homens e mulheres passando próximo" ([grifo do autor] BASTOS, 2017,
fome e frio e nada ser feito. Tiago está p.42),
exortando e convidando o povo a servir o
próximo e obedecer a Deus.
CONCLUSÃO
“Quando somos confrontados com o
Com Paulo aprendemos a não tirar
legalismo, com a tentativa de basear a
nossos olhos do Autor e Consum ador
salvação em obras humanas, é preciso
da nossa fé, com Tiago aprendemos que
ouvir Paulo - como aconteceu de fo r­
devemos colocar em prática aquilo que
ma tão poderosa na era da Reforma.
vemos o Mestre fazer. Como Hernandes

iiiiiiiiiuiiiiniiniii ■ M A TU R ID A D E fcES$fGNIF IC A N D O A V ID A
Dias Lopes diz "Deus pode ver a nossa fé, BIBLIOGRAFIA
mas os homens só podem ver as nossas
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo
obras” (LOPES, 2006, p.46). C risto salvou
Testamento Interpretado; versículo por
você e eu para que juntos possamos
versículo: Volume 3; Atos, Romanos.
trabalhar em prol do seu Reino e fazer
São Paulo. Editora Hagnos, 2014.
obras grandiosas como Ele mesmo fez.
LOPES, Hemandes Dias. Tiago:
Que grande privilégio termos sidos
transformando provas em triunfo. São
adotados na família de Deus, e que grande
Paulo. Editora Hagnos, 200ó.
honra podermos evidenciar isso através
Manual de Ação Social. 2 a edição. Rio
de nossa obediência, da nossa compaixão
de Janeiro. Editora CPIMW, 2017.
e dos nossos atos de bondade.
CARSON, D. A. Introdução ao Novo
Testamento. São Paulo. Editora Vida
Nova, 1997.

>(U IIIIIIII1IHI1III1IIIII1
M A T U R ID A D E . RE S S IG N |F IC A N D Q A V ID A
OUTROS MÓDULOS DO CURSO MATURIDADE

mó d u l o 2
Crescendo em Conhecimento
Neste segundo livro do trilho do discípulo, M aturidade crescendo em
conhecimento o aluno será incentivado a buscar m a io r profundidade
doutrinária e espiritual, criando raízes sólidas para futuros frutos
maduros. Estão presentes temas fundam entais da teologia cristã,
como a soteríologia, e também outros pertinentes ao crescim ento
espiritual do aluno, como o desenvolvimento do caráter cristão.

MÓDULO 3
Amadurecendo a Fé
Neste terceiro livro, o aluno será conduzido a um aprendizado sobre
o significado da Igreja, aprendendo os princípios da Palavra de Deus
e sendo edificado, integrado e ativado na igreja, com partilhando as
boas novas de Jesus e mantendo comunhão com os irm ãos. Aqui,
abordaremos temas im portantes para a d A ib r e s ia , com o a d iscip li­

na eclesiástica e os relacionamentos é ífâ F o s irmãos.

MODULO 4
Multiplicando os dons
Neste quarto livro, o aluno será preparado para fru tific a r e contribuir
para o desenvolvimento saudável da igreja, através do serviço e da
edificação de outras vidas. Serão abordados tem as com o reconheci­
mento de dons e ministérios, discipulado e liderança de pequenos
grupos.

'"'"'".C p im w .c o m .b r

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