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Infelizmente se tornou um chavão evangélico dizer que todas as coisas são para a
glória de Deus especialmente quando se quer fazer alguma coisa que poderá gerar
controvérsias. Por exemplo: se alguém quer comprar algo que custa muito
dinheiro para os cofres da igreja, diz-se que é para a glória de Deus. Se quer
instalar ar condicionado, diz-se que temos que ter o melhor para Deus. Não seria
mais honesto dizer que está muito quente e por isso quer-se colocar ar
condicionado?
Essa glória de Deus há de ser vista em toda a terra. Esse é o propósito último do
Criador em relação às suas criaturas. É a promessa feita em Habacuque 2:14: “E a
terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas enchem o
mar”.
Para que essa glória seja vista e percebida entre as nações é imprescindível
retornar o olhar para a Grande Comissão de Mateus 28:18-20. Esse é um
momento histórico para o desenvolvimento daquilo que Jesus Cristo começou a
fazer, usando a linguagem de Lucas em Atos 1.
Toda a sua vida, história, lutas e vitórias estão agora nas mãos de seus seguidores
que ouvem dele a ordem de fazer discípulos de todas as etnias do mundo. O
evangelho sairia dos limites de Israel e cruzaria fronteiras para sempre. E assim
tem sido e assim precisa ser. O cristianismo somente tem e fará sentido se for o
cristianismo para o outro. O avanço da fé cristã depende, do ponto de vista
humano, da obediência dos cristãos em todas e de todas as épocas.
Grande Comissão é o paradigma missionário máximo da igreja. Apresentada em
todos os quatro evangelhos e no livro de Atos dos Apóstolos, a ordem de Jesus de
expandir a mensagem do evangelho indica não apenas o que a igreja deve fazer,
mas também o que ela deve ser. O texto de Mateus 28.19-20 se reveste de
importância crucial por ser o relato mais completo da Grande Comissão. Ao
mesmo tempo, temos vivido uma época em que a plantação de igrejas tem sido
uma boa ênfase de muitas igrejas e denominações evangélicas e um modelo que
merece destaque é o de plantação de igrejas por transplante. Tendo isso em vista,
uma análise dos dois versículos finais de Mateus e a identificação das relações
existentes entre eles e a prática da plantação de igrejas por transplante se torna
digna de estudo. Neste artigo procurar-se-á demonstrar, preliminarmente, que o
método de plantação de igrejas através do transplante de membros de uma igreja
já estabelecida constitui uma aplicação correta do ‘ide’ da Grande Comissão
conforme registrada por Mateus (Keller, 2011).
Estes sinais devem estar presentes também na comunidade do Rei. Isto é mais do
que óbvio, mas custa para entendermos isto. De que maneira a igreja instila nas
pessoas o desejo de pertencer a este reino? Simplesmente mostrando em sua vida
os mesmos sinais que Cristo mostrou enquanto peregrinou por este mundo. Este é
um grande desafio. Segundo C. René Padilla (2017) falta “consciência entre os
cristãos de que somos cidadãos do Reino de Deus e do mundo. Estamos no
mundo, mas não somos do mundo. O que significa isso? Alguns querem poder
porque com poder se pode ter mais dinheiro e se aproveitar das posições para
proveito próprio e não para servir”. Naturalmente que sem o serviço não haverá
sinais do reino de Deus neste mundo.
Em Jesus Deus está redimindo todo o cosmos. Falta a nós a dimensão cósmica da
redenção, entendimento este que não faltou a Paulo quando disse: “Pois Deus
estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não levando em conta
as transgressões dos seres humanos”, e ele ainda enfatiza, “e nos encarregou da
mensagem da reconciliação” (2Co 5:19). Em Cristo Deus inicia o processo de
reconciliação e transfere à igreja a mesma missão. Somos encarregados de zerar o
débito deste mundo com o Criador. Todas as esferas da sociedade precisam desta
cura divina passando pelo indivíduo e atingindo os setores mais amplos da
política, economia, cultura, educação etc.
Se queremos plantar novas igrejas este é o desafio para este tempo que vivemos:
Igrejas como sinais do Reino. Igrejas comprometidas com todo o evangelho para
todo o ser humano. Qualquer mensagem fragmentada e distante dos ideais
bíblicos não tem mais lugar nos dias de hoje. É esta igreja que queremos
estabelecer em todos os cantos de nossas cidades e bairros.