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Texto; Atos 4; 23-31.


O livro de Atos é um relato histórico dos primeiros
dias da igreja de Cristo após a sua ascensão. Este livro traz
historias da perseguição dos primeiros cristãos e do
progresso do evangelho em meio a grandes lutas no poder
do Espírito Santo.
Seu autor é Lucas, que participa de muitos eventos
acontecidos dentro das historias contadas neste livro.
Nesta parte que lemos, temos o relato das primeiras
ameaças vivenciadas pelos cristãos por parte dos
principais da religião judaica.
Pedro e João haviam sido presos e ameaçados para que
não pregassem mais o evangelho do nosso Senhor e
salvador Jesus Cristo. A igreja vivia um crescimento
extraordinário, no capitulo 2 nos vemos muitos
convertidos. No capitulo 3 João e Pedro sobem ao templo
para orarem e ali em o nome de Jesus um coxo é curado.
Jesus estava no meio do seu povo como está nos dias de
hoje. Está mesma igreja que se formava naqueles dias é a
igreja de cristo no tempo presente. Então, entendemos que
as familiaridades devem existir!
É sobre isso que eu quero conversar nessa noite com os
irmãos, a igreja de Cristo hoje. Vamos extrair desse texto
verdades fundamentais para a vida da igreja. O que
verdadeiramente caracteriza uma igreja genuinamente
cristã.
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As verdadeiras marcas da igreja de Cristo na


contemporaneidade.
A bíblia fala que logo após serem soltos, Pedro e João
“foram para os seus, procuraram seus irmãos”. Havia um
lugar para ir, sabiam onde estavam seus irmãos, sabia
onde a igreja de Cristo se reunia.
Aqueles homens sabiam o que eram e do que faziam parte,
eles não estavam sozinhos. Não eram auto-suficientes,
precisavam dos seus, dos seus outros membros, do corpo
de Cristo, da igreja.
1º Unidade na comunhão.
Algo unia aqueles irmãos. Era cristo, pois, Ele é o
cabeça, o dono da igreja, o seu Senhor.
Lucas nos fala dessa comunhão em atos 2;42. O apostolo
Paulo usa essa mesma palavra comunhão (Koinonia) do
Espírito, Fl 2;1 ele fala que somos introduzidos numa
comunhão através do Espírito.
Meus irmãos, não é um simples ajuntamento de amigos ou
colegas, é a união produzida pelo Espírito, à igreja de
Cristo é unida em Cristo e somente Cristo nos uni como
igreja. Não existe método, não existe atividade, não existe
psicologia, atratividade, movimentos sociais que possam
suplantar essa verdade.
Aqueles irmãos estavam unidos por essa verdade.
Como já dissemos a igreja respirava ameaças e
perseguições naquela época. Aqueles homens traziam
noticias de ameaças. A perseguição acontecia justamente
porque a igreja crescia e desenvolvia, aqueles homens
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iletrados estavam formando um verdadeiro exercito de


pessoas que estavam dispostas a entregar ate mesmo a
própria vida pela verdade que estavam descobrindo, a
verdade absoluta sobre um Deus absoluto.
Cristo unia essas pessoas. Estavam ligadas umas as outras
através de Cristo.
Essa é a essência do evangelho, “Koinonia”, somos um em
Cristo. Não existe pobre e rico, melhor ou pior, todos nós
fazemos parte do corpo de Cristo, não importa a minha
graduação ou minha classe social.
Isso estava tão evidente na vida dessas pessoas que
segundo o relato de Lucas em Atos 2; 45, eles vendiam o
que tinham e dividiam entre si. O senso de comunhão era
latente na vida da igreja de Cristo daqueles dias.
Isso deve ser observado nos dias atuais, precisamos
estar unidos em Cristo, isso é ser igreja. Vivemos num
mundo corrido, o tempo está muito distribuído em
diversas tarefas. Pessoas estudam, trabalham, cuidam dos
seus afazeres e o tempo pra Deus fica muito reduzido e
para a comunhão com os irmãos muito menos.
Outros estão unidos por outros propósitos, salões estão
cheios hoje de pessoas que buscam a auto-satisfação. Elas
estão naquele lugar, mas o que as uni não é Cristo, é
qualquer outra coisa, menos Cristo. Prosperidade, fama,
prazeres, sucesso, beneficio próprio, as pessoas nem
mesmo atentam para o significado da cruz e sua
humilhação, não querem saber do evangelho de
humilhação. Mas de um evangelho que é anátema, pois, é
um novo evangelho criado pelos homens.
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Não podemos perder o prazer, a vontade de está em


comunhão como igreja do Senhor Jesus, pois, somos parte
dela. E esse é o sentido, a verdade que nos uni “Koinonia”.
Não é o prazer da musica, da festa, do momento, do
ambiente apenas. É a verdade que nos uni que deve ser o
principio desse ajuntamento.
Quando o escritor da carta aos hebreus fala no cap. 10; 25.
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes,
façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se
aproxima.
Ele esta falando justamente do objetivo do ajuntamento e
do pensamento que devemos ter ao estarmos juntos
congregando, ajudando um ao outro nas dificuldades da
caminhada cristã. Achegando-nos a Deus pelo novo e vivo
caminho, Cristo.
O povo de Deus deve está unido, foi dessa maneira
que a igreja de Cristo suportou os primeiros ataques contra
ela.
O interessante é que você pode ir para qualquer lugar do
planeta que os seus irmãos estarão lá, para apoiar e cuidar
uns dos outros. Essa é a primeira característica da igreja de
Cristo nos dias atuais.
Mas existe algo nesse texto que também nos chama
muita atenção. O verso 24 diz que eles (a igreja) estavam
unanimes. Unidos num mesmo entendimento, eles tinham
o mesmo pensamento, o mesmo ideal, a mesma oração,
eles tinham a mesma doutrina.
2º Unidade na doutrina.
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Isso é muito importante, pois, nos dias atuais vivemos


uma verdadeira crise doutrinaria.
As pessoas não querem ouvir sobre doutrina, as
mensagens são muito mais centradas no homem do que
em Deus. O desejo de se conhecer o Senhor tem sido
substituído pouco a pouco por o desejo de satisfazer as
vontades humanas. As pessoas acham que já sabem o
suficiente sobre Deus. Elas dizem: - eu sou crente, levantei
a minha mão um dia, aceitei Jesus e isso basta.
Precisamos entender como Spurgeon. Veja o que ele diz
sobre conhecermos a Deus;
Já foi dito por alguém que "o estudo adequado da
humanidade é o próprio homem". Não me oponho à idéia,
mas creio ser igualmente verdadeiro que o estudo correto
do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é
a divindade. A mais alta ciência, a mais elevada
especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender
a atenção de um filho de Deus é o nome, a natureza, a
pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus, a
quem chama Pai.

O crente precisa amar a sã doutrina, e buscar compreende


- lá, porque é algo inerente a pessoa do Deus a quem ele
serve.
Deus tenha misericórdia do seu povo, tenha misericórdia
de nós. Precisamos urgentemente de um avivamento meus
irmãos.
E avivamento só vem através da palavra, da sã doutrina. O
que unia esses irmãos era a doutrina. At 2; 42. E
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perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir


do pão e nas orações.

Não era qualquer doutrina, (existem muitas doutrinas


hoje em dia) era a doutrina dos apóstolos, a doutrina
bíblica. Observem como a oração deles começa; Tu,
Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que
neles há; Verso 24.
Esta declaração nos leva nada mais nada menos do que ao
inicio de tudo Gn 1;1.
A crença da igreja era e deve ser na autenticidade, na
veracidade das Escrituras. Mas no inicio da sua oração
eles deixam claro outra doutrina, que quero destacar:
A soberania de Deus. Essa é uma doutrina muito
importante meus irmãos! Pois,...
A visão que uma pessoa tem de Deus irá determinar toda a
sua compreensão da vida e a aplicação das ordenanças do
Senhor no seu cotidiano.
Aqui está implícito o que aqueles homens sabiam e
compreendiam sobre Deus. Soberano “absoluto Senhor”
sobre todas as coisas (superior às criaturas que estavam se
opondo à verdade de Deus) naquele momento. Pois,
aqueles homens “que tentavam impedir o progresso da
igreja e aqueles se levantaram para crucificar Jesus” eram
simplesmente objetos, veículos da vontade de Deus.
O que estava implícito no verso 24 no verso 25 se torna
explicito; O pensamento de Deus como o Deus da
historia. Eles lembram as palavras do rei Davi no salmo 2,
no qual ele declara como as autoridades civis se
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levantaram contra o seu ungido.


A aplicação da verdade contida no salmo 2 é efetuada nos
versos 27,28.
O verso 28 nos surpreende ao esclarecer que aqueles
homens não se ajuntaram para executar o propósito dos
seus perversos corações, mas, para fazer “tudo o que a Tua
mão e o teu propósito predeterminaram”.
William Macdonald citando George Matheson no
comentário bíblico popular diz;
Ao tentarem fazer frente à vontade divina, agiram em
aliança com ela (...). Reuniram-se num conselho de
guerra contra Cristo; inconscientemente, assinaram um
tratado que favoreceu a promoção da gloria de Cristo
(...). Em vez de acalmar as tempestades que se
levantam contra Ele, nosso Deus eleva-se acima delas
e as emprega como seu instrumento.

Foi Deus que determinou que tudo aquilo acontecesse. É


isso que a doutrina dos apóstolos, a bíblia, a Palavra de
Deus ensina e afirma.
A soberania de Deus fazia parte dessa doutrina
apostólica, porque fazia parte e faz parte de toda a
Escritura Sagrada.
De Genesis a Apocalipse essa doutrina está em evidencia.
Deus é absoluto Senhor sobre todas as coisas, Deus é
Deus, não existem comparativos. Independente dos
conceitos que a humanidade tenha sobre Deus, Ele
continuará sendo Deus.
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Ilustração; Certa vez comecei a questionar até mesmo a


existência de Deus. E em fortaleza no auge da vida de
drogado eu questionava; - se Deus existe, porque Ele me
deixou passar por isso tudo.
Um servo do Senhor se levantou e me disse: - Gilberto,
independente do que você pense, Deus existe e nunca
deixará de existir porque você pensa ou deixa de pensar.
Negar a soberania de Deus é negar a própria essência de
Deus. Podemos ver em todo o relato bíblico Deus
governando, sendo Senhor absoluto sobre todas as coisas,
fazendo e predeterminando o que quer.
Não podemos cair no erro de questionarmos por que Ele
faz dessa maneira, pois somos meros servos, discípulos,
barros nas mãos do oleiro, e como o apostolo Paulo
escreve aos romanos: - Quem é o barro para questionar
com o oleiro?
Essa é a idéia bíblica sobre Deus, essa é a sã doutrina que
caracterizava a igreja de Cristo nos seus primórdios e
caracteriza uma verdadeira igreja cristã na
contemporaneidade.
Uma outra doutrina que fazia parte dessa unidade,
era a da responsabilidade do Homem, ela não está
explicita nessa oração, mas podemos observar em Atos 2;
23 sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus,
vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos;

Toda a predeterminação de Deus não isenta o homem da


sua responsabilidade. Segundo James I. Packer
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a soberania de Deus e a responsabilidade humana


nos são ensinadas como se fossem coisas que andam
lado a lado, numa e na mesma bíblia, aparecendo
muitas vezes na mesma passagem .
Soberania de Deus e a evangelização.

Precisamos viver sob a soberania de Deus, Ele é o Senhor,


nos, os seus filhos lhe devemos obediência incondicional.
Cristo não nos chamou a questioná-lo, mas a imitá-lo e
obedecê-lo.
Meus irmãos a visão que tenho de Deus vai me direcionar
na aceitação dessas doutrinas. O Deus que tem sido
pregado muitas vezes é um deus bonachão que faz o que o
homem quer e não o que Deus determina, mas o que o
homem determina. Essa não é uma característica de uma
igreja genuinamente Cristã.
A marca de uma igreja verdadeiramente Cristã é a sua
doutrina clara sobre o seu Deus soberano e a sua
responsabilidade quanto a filho e servo de Deus. A sua
unidade na doutrinaria.
Jonathan Edwards explica bem essa relação de soberania
de Deus e responsabilidade humana.
Não somos meramente passivos, nem Deus faz alguma coisa e
nos o resto. Deus faz tudo, e nos fazemos tudo. Deus fornece
tudo, e nos desempenhamos tudo. Porque é isso que ele
produz, a saber, nossas próprias ações.
Deus é o único autor e fonte apropriados; somos somente os
agentes adequados. Somos, sob diferentes pontos de vista,
totalmente passivos e totalmente ativos.
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Depois de expressarem a sua total confiança na soberania


de Deus. Aqueles homens fazem três pedidos em sua
oração que gostaria de destacar como uma marca da
verdadeira igreja de Cristo na atualidade. Estes três
pedidos mostram que eles estavam preocupados com algo
muito mais importante do que qualquer outra coisa no
mundo. O reino de Deus.
A ultima característica, marca, que quero tratar hoje é;
3º A unidade da visão de reino.
Aquelas pessoas estavam preocupadas com o reino de
Deus e isso é externado nessa oração.
Eles tinham no coração a ardente expectativa da 2ª vinda
do seu Senhor e mestre, suas vidas eram regidas,
direcionadas por essa expectativa, o momento onde
humanamente aconteceria aquilo que já havia sido
consumado na eternidade “o encontro do fiel, do corpo, da
igreja com Cristo na sua gloriosa vinda.”
É isso que deve reger minhas atitudes nesse plano, nessa
peregrinação, o meu encontro com o Rei da gloria.
Aquelas pessoas não estavam preocupadas com as suas
posses, com o seu futuro aqui na terra. Elas estavam
preocupadas com sua eternidade com Cristo. Em agradar
seu mestre, seu soberano Senhor. Essa era a sua
responsabilidade.
Em primeiro lugar eles não pedem que os seus opressores
morram ou que Deus os castigue. Pedem para que Deus
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olhasse para as ameaças que sofriam e que concedesse


intrepidez na obediência do mandamento do Senhor Jesus:
anunciar a Palavra.
O objetivo das suas orações não era o benefício próprio,
mas a gloria do reino de Cristo. “Buscai primeiro o reino
de Deus” não era um versículo esquecido ou mal
interpretado, mas a vida deles.
Em meio a tantas dificuldades e tantas pessoas
interpretando e desvirtuando o ensinamento bíblico, mais
do que nunca precisamos acordar para a verdade do
evangelho e para as características de uma igreja
genuinamente cristã. Não podemos aceitar qualquer
principio como característica da igreja de Cristo, dentre
muitos outros que esses que foram expostos nesse dia
possam está gravados na sua mente. A unidade na
comunhão, a unidade na doutrina e a unidade na visão do
reino.

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