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Título original: Peter, Stephen, James and John: studies in non-Pauline Christianity
Publicado originalmente por Paternoster Press, 1984
1a
Edição - Outubro de 2005
Os atos de Pedro
Concilio de Jerusalém
Confronto em Antioquia
A comunidade cristã, quase desde seu início, era formada de dois grupos,
descritos por Lucas como hebreus e helênicos. Lucas os apresenta
abruptamente em Atos 6.1, sem explicar quem eram eles, talvez por achar que
seus leitores estivessem familiarizados com os termos. A narrativa que começa
em Atos 6.1 mostra claramente que Lucas está se baseando em uma nova fonte;
ele passa da seção anterior a esta por meio de uma forma transicional:
“Naqueles dias, crescendo o número de discípulos...”. Pode ser que Lucas
esteja reproduzindo a terminologia de sua fonte.
Conforme Lucas, os hebreus e os helênicos da igreja de Jerusalém
começaram a discutir sobre a distribuição diária de alimento, retirado de um
fundo comum, às suas viúvas (e outras pessoas necessitadas). Em
consequência, por insistência dos apóstolos, sete homens foram escolhidos
para gerenciar a distribuição e garantir que fosse feita corretamente - septem uiri
mensis ordinandis,1 Estêvão foi um dos escolhidos. Naturalmente, essa não era a
única função deles — talvez, nem mesmo a mais importante. Todos os
escolhidos têm nomes gregos2 e provavelmente eram líderes do grupo helênico
da igreja. Esse grupo foi um dos primeiros a propagar a mensagem cristã pela
Judéia e regiões vizinhas. Mais tarde, o grupo iniciou a missão entre os gentios
e foi particularmente responsável pela fundação da igreja na Antioquia, da Síria.
A fonte helênica seguida por Lucas, em Atos 6, 7 e 8 3, à qual retorna em Atos
11.19, talvez fosse de Antioquia.
Mas, quem eram os helênicos?
Com toda probabilidade, o termo deve ser entendido dentro de um
significado cultural e especialmente linguístico: ou seja, helênicos eram judeus
que falavam grego. Os judeus de Antioquia e Alexandria e de outras partes da
diáspora ocidental, falavam grego há muitas gerações4; e mais, a presença de
judeus de fala grega na própria Palestina, desde os primórdios do reinado do
segundo Ptolomeu (285-246 a. C.), é atestada no papiro Zenon.5
Muitos judeus da Palestina eram bilíngues e falavam tanto o aramaico
quanto o grego. Como, portanto, determinar se um judeu era hebreu ou
helênico? C. F. D. Moule sugere que os helênicos eram judeus que falavam
apenas o grego; os hebreus seriam os judeus que falavam somente aramaico ou
(como Paulo e muitos outros) falavam aramaico e grego 6 (no Novo
Testamento, o termo “hebreu” é usado em sentido linguístico que inclui o
aramaico.).7 Talvez o critério decisivo fosse ser membro de uma sinagoga onde
os cultos eram realizados em hebraico, ou de uma em que o grego fosse usado
na leitura das escrituras, na recitação de orações e bênçãos e na pregação. Assim
era a sinagoga de Jerusalém, descrita em Atos 6.9 como a “sinagoga dos
Libertos” — dos judeus de Cirene e de Alexandria, bem como os das
províncias da Cilicia e da Ásia”.8 Estêvão frequentava essa sinagoga, e suas
pregações pareciam tão subversivas que ele acabou sendo condenado pelo
tribunal superior por blasfêmia, e seus companheiros helênicos que possuíam
os mesmos pontos de vista acabaram sendo dispersos.
A respeito dos sete homens escolhidos, temos algumas informações
detalhadas apenas sobre Estêvão e Filipe. De acordo com Ireneu, Nicolau, o
prosélito de Antioquia9, foi o epônimo fundador e mestre dos nicolaítas10,
condenados em duas das sete cartas do Apocalipse porque permitiam ou
praticavam “imoralidade sexual” e comiam alimentos sacrificados a ídolos (Ap
2.6,15). Esses praticamente desconhecidos nicolaítas podem ter sido
antinomianos libertinos ou pessoas que simplesmente decidiram não se sujeitar
ao decreto de Jerusalém relatado em Atos 15.28s.” Se este for o caso, eles
poderiam mesmo ser seguidores do Nicolau de Atos 6.5, porque
aparentemente o grupo a que pertenciam era caracterizado pelo afastamento
das leis e costumes judaicos tradicionais.12
A Dispersão Helênica
A fonte antioquense usada por Lucas àquela época volta sua atenção para a
Antioquia, da Síria, que foi evangelizada por refugiados desconhecidos que
fugiram da Judéia durante a perseguição, que se seguiu à morte de Estêvão. De
acordo com Lucas, eles, tão logo chegaram a Antioquia, pregaram o evangelho
apenas a seus companheiros helênicos — judeus de fala grega como eles
mesmos — porém, alguns deles, cujas raízes estavam em Chipre e Cirene,
passaram a contar a história também aos pagãos de fala grega.37 Dessa maneira,
começou em larga escala a missão direcionada aos gentios. O desenvolvimento
em Antioquia pode muito bem ter sido paralelo ao de outros lugares, dos quais
não temos relatos.
Em Antioquia, no entanto, alguns segmentos do cristianismo primitivo se
encontraram. Barnabé, o Cipriota, que gozava da confiança dos líderes de
Jerusalém, foi enviado por estes para supervisionar e dirigir o avanço do
cristianismo em Antioquia; logo depois, Paulo, vindo de Tarso, juntou- se a ele;
mais tarde, Pedro também visitou a Antioquia. Assim, a Antioquia tornou-se
um centro a partir do qual várias interpretações do cristianismo irradiou-se para
várias direções do mundo gentílico. C. K. Barrett chama atenção para pelo
menos três segmentos do cristianismo gentílico, que Atos nos ajuda a
distinguir: um está ligado a Estêvão e seus colegas helênicos; outro tem Pedro
como líder e, por fim, é claro, “a radical (melhor dizendo, o convertido
conservador) missão do próprio Paulo”. Quando, junto com a queda de
Jerusalém no ano 70 d. C., o “cristianismo gentílico teve que caminhar
sozinho”, tornou-se necessário que os grupos competidores “chegassem a um
acordo entre si”. Atos dos Apóstolos, de acordo com o professor Barrett, pode
ser mais bem compreendido como “um monumento desse processo”.38 Por
enquanto, é importante notar que todos esses três segmentos existiam
anteriormente em Antioquia.
A Carta de “Barnabé”
Apoio de Alexandria
A proposição Galiléia
Reflexões Finais
1 .São assim chamados no latim idiomático por W. M. Ramsay, St. Paul the traveller and
the Pom an citizen (Londres, 14 1920), p. 375.
2. Não devemos dar muita importância a isso; dois entre os doze discípulos tinham
nomes gregos (André e Filipe).
3. Acredita-se que Atos 8.14-24 venha de uma fonte de Jerusalém, e que o versículo
25 sirva como uma transição editorial de volta à fonte helênica; cf. A. Ehrhardt, The Acts
of the Apostles (Manchester, 1969), pp. 45-47.
4. Cf M. Hengel, Judaism and Hellenism, E. T. (Londres, 1974).
5. Zenon, administrador do ministério financeiro de Apolonio, da Ptoleméia, fez uma
extensa jornada, em 260-258 a. C., através da Palestina e Fenícia, a pedido de seu mestre;
cf. M. Rostovtzeff, A large estate in Egypt in the third century B.C. (Madison, 1922).
6. C. F. D. Moule, “Once more, who where the Hellenists?” The Expository Times 70
(1958-59), pp. 100-102. Isso abrangería a designação que Paulo fez de si mesmo com
referência ao fato de ser hebreu (2Co 11.22; Fp 3.5).
7. João 19.13,17 usa termos em aramaico.
8. E difícil saber com certeza quantas sinagogas estão incluídas — se apenas uma ou
mais de uma.
9. Uma vez que Nicolau é explicitamente chamado de prosélito, podemos entender
que os outros eram judeus de nascimento. O fato de ele ser o único entre os sete cujo
lugar de nascimento é mencionado, talvez reflita o interesse especial do autor por
Antioquia: cf. J. Smith, The voyage and shipwreck of St. Paul (Londres, 41880), p. 4.
10. Ireneu, Agains heresies 1.23 (ed. W W. Harvey i, p. 214).
11. Veja p. 27, 82 s
12. Prócoro, um dos sete, mencionado em/tó of John, do século V, como o autor da
obra e discípulo do apóstolo e evangelista divino.
13. Cf. Josephus, Bj 2.117: Coponius, primeiro romano administrador da Judéia,
recebeu autoridade péxpL TOU KTfíuetv.
14. Cf. Josephus, B/6.124-126.
15.0 Evangelho de Lucas começa e termina (1:8-23) no templo; Atos não só relata que
os apóstolos e seus companheiros participavam do culto no templo (2.46; 3.1; 5.12), como
também que Paulo teve uma visão de Cristo lá (22.17-21) e participava da cerimônia dos
nazireus (21.26-30).
16. O mesmo título é usado por Ananias, de Damasco (At 22.14).
17. Veja p. 68.
18. Levítico 24.16; cf. Dt 17.7.
19. Cf. Mt 12.6;Jo 2.19.
20. Cf. Rm 12.1; Hb 13.15f; lPe 2.5.
21. Veja p. 68s.
22. Cf. apêndices de A. Spiro e C. S. Mann em J. Munck, The Acts of the Apostles, Anchor
Bible (Garden City, N. Y, 1967), pp. 285-304; M. H. Scharlemann, Stephen: a singular saint
(Roma, 1968); C. H. H. Scobie, “The origins adn development of Samaritan Christianity”,
NTS 19 (1972-72), pp. 390-414,
23. Cf. O. Cullmann, “The significance of the Qumran texts for research into the
beginnings of Christianity7”, JBL, 74 (1955), pp. 213- 226, reimpresso em The Scrolls and
the New Testament, ed. K. Stendahl (Londres, 1958), pp. 18-32.
24. Cf. H. J. Schoeps, Theologue und Gerschichte des Judenchristentums (Tübingen, 1949), pp.
440-445.
25. Cf. Jo 4.20.
26. IQs 8.4-10. A restauração do sacerdócio e dos sacrifícios são pressupostos no 1QM
2.1-6. Cf. B. Gartner, The temple and the community in Qumram and the New Testament
(Cambridge, 1965); também R. J. McKelvey, The new temple (Oxford, 1969).
27. Veja p. 103s.
28. Veja p. 53-55.
29. M. Simon, “St Stephen and the Jerusalem Temple”, Journal of Ecclesiastical History 2
(1951), pp. 127-142; cf. seu St Stephen and the I Hellenists in the Jerusalem Church (Londres,
1958), pp. 12-18.
30. R. Bultmann, Theology of the New Testament, E. T, i (Londres, 1952), p. 63-183.
3 LT. W Manson, Studies in the Gospel and Epistles (Manchester, 1962), pp. 7.
32. A. Ehrhardt, The framework of the New Testament stories (Manchester 1964), p. 163; cf.
E. Haenchen, The Acts of the Apostles,
E. T. (Oxford, 1971), p. 307.
33. Um relato preferível desse atraso é dado por G. W H. Lampe, The seal of the Spirit
(Londres, 1951), p.72.
34. A. Klostermann usou peyáXri, “grande” como transliteração do hebraico ou
aramaico megallefr) “revelador”, sendo a expressão “que é chamado” uma apologia típica
de Lucas para o uso de um termo estrangeiro (Probleme im aposteltexte [Gotha, 1883], p. 15s).
35. R. McL. Wilson, The gnostic problem (Londres, 1958), p. 100.
36. Veja p. 121.
37. Em muitos manuscritos de Atos 11.20 esses são chamados helenistas
("EÀÀqvtoraç) em vez de helênicos ou gregos ("EÀÀr|vaç), mas o contexto deixa claro
que se trata de gentios.
38. C. K. Barrett, “Acts and the Pauline Corpus”, The Expository Times 88 (1976-77), p.
4f. F. Hahn, Mission in the New Testament, E. T. (Londres, 1965); S. G. Wilson, The gentile
and the gentile mission in Euke- Acts (Cambridge, 1973).
39. Veja p. 66s.
40. Cf. R. A. Kraft, The apostolicfathers, 3. Barnabas and the Didache (Nova York, 1965),
pp.45-48; C. H. Roberts, Manuscript, society and belief in early Christian Egypt (Londres, 1979),
p. 36.
41. Cf. L. W Barnard, “St. Stephen and early Alexandrian Christianity”, NTS 7 (1960-
61), pp. 31-45.
42. Veja p. 29.
43. Veja p. 24.
44. O texto grego diz OÜK rju 0cÀT)pa, literalmente “não era desejável” (cf. uso
absoluto de OéÀrpa para a vontade de Deus em IMacabeus 3.60; Rm. 2.18).
Evidentemente, Apoio havia retornado de Corinto para Éfeso; talvez se sentisse
constrangido por ter sido aclamado líder de um grupo rival ao de Paulo, em Corinto.
45. A ida de Apoio de Eféso para Corinto é assim desenvolvida no texto ocidental:
“Alguns Coríntios que estavam visitando Éfeso e ouviram-no falar imploraram para que
os acompanhasse à cidade natal deles (irarpíç). Quando ele consentiu, os efésios
escreveram aos discípulos de Corinto, pedindo-lhes que o recebessem com alegria.
Quando Apoio visitou Acaia, ele foi de grande ajuda às igrejas, pois confrontou
destemidamente os judeus, debatendo publicamente com eles e mostrando pelas escrituras
que Jesus era o Cristo.” A expansão é editorial e um tanto estranha: se os crentes de
Corinto haviam convidado Apoio para ir com eles, era desnecessário que os discípulos de
Éfeso mandassem uma carta de recomendação à igreja de Corinto.
46. H. J. Moulton e G. Milligan, The vocabulary or the Greek New Testament (Edinburg,
1930), p. 378.
47. Cf. Phrynichus, Eclogae nominum et verborum atticorum, ed. C. A. Lobeck (Leipzig,
1820), p. 198.
48. Cf. 2Co 10.10.
49. Apoio é mencionado mais uma vez no Novo Testamento, em Tito 3.13, quando
Paulo encarrega Tito de providenciar “tudo o que for necessário para a viagem de Zenas,
o jurista, e de Apoio, de modo que nada lhes falte”. Nosso conhecimento do que provocou
essa nota pessoal é tão parco que não podemos determinar de onde Apoio (com o quase
desconhecido Zenas) estava vindo e para onde estava indo. P. N. Harrison achava que a
mensagem de Tito 3.12-15 foi enviada enquanto ele estava em Corinto executando a
missão mencionada em 2Co 7.5-16 (Theproblem of the Pastoral Epistles [Oxford, 1921],
pp.115- 118); cf. S. G. Wilson, Luke and Pastoral Epistles [Londres, 1979], p. 127s. Tudo
que podemos afirmar é que, como anteriormente, a menção a Apoio é feita de maneira
amistosa.
50. The framework of the New Testament stories (Manchester, 1964), p. 94.
51. Vejap. 50.
52. P. Lond. 1912. Editioprinceps em H. I. Bell, Jews and Christian in Egypt (Londres, 1924),
pp. 1-37; cf. E. M. Smallwood, Documents illustrating the principles of Gaius, Claudius and Nero
(Cambridge, 1967), No. 370, pp. 99-102.
53. Suetonius, Claudius 25.4.
54. E. M. Blaiklock, Out of the earth (Londres, 1957), p. 37; cf. G. de Sanctis, “Claudio
e i Giudei d’Alessandria”, Pávista di filologia 52 (1924), p. 473s; S. Reinach, “La première
allusion au christianisme dans I'histoire des religions (1924), pp. 108-122. H. J. Cadbury, The Book
of Acts in History (Nova York/Londres, 1955), p. 116s.
55. W Bauer, Ortodoxy and heresy in early Christianity, E. T. da segunda edição alemã
(Filadélfia, 1971), pp. 44-60. (a primeira edição alemã foi publicada em 1934.), veja p. 77,
n.61.
56. Eusébio, Hist. Eccl. 2.16.
57. Cf. C. H. Roberts, “The Christian book and the Greek papyri!”, JI3' 50 (1949), pp.
155-168; L. W. Barnard, “St. Mark Alexan- dria”, HTR 57 (1974), pp. 145-150. Uma
variante dessa tradição c refletida no fragmento de uma carta escrita (provavelmente) por
Clemente, de Alexandria, publicada primeiramente em M. Smith, Cie- ment of Alexandria
and a secret Gospel of Mark (Cambridge, Mass., 197.3), cf. F. F. Bruce, The “secret” Gospel of
Mark (Londres, 1974).
58. H. Lietzmann claramente exagera quando sugere que a igreja de Alexandria “foi
fundada como filha da igreja de Roma, da qual recebeu autoridade episcopal” (The founding
of the church universal, E. T. [Londres, 21950], p. 67).
59. C. H. Roberts, Manuscript, society and belief in early Christian Egypt (Londres, 1979), p.
45.
60. W D. Davies chegou a sugerir que os cristãos judeus que transportaram a fé de
Palestina para Alexandria reconheciam a liderança de Tiago (“Paul and Jewish Cristianit
according to Cardinal Daniélou”, Recherches de Science Religieuse 60 [1972], pp. 69-79). Os
discípulos de Tiago exerceram alguma influência no cristianismo egípcio (veja p. 109,
n.61), mas o cristianismo alexandrino muito provavelmente é originário do evangelismo
helênico.
61. Veja sua Schweich lectures for 1977: Manuscript, society and belief in early Christian
Egypt (Londres, 1979); também sua crítica de W. Bauer, Rechtgdubigkeit und Ket^erei im altesten
Christentum (Tübingen, 21964),/T.f n.s. 16 (1965), pp. 183-185. Cf. também E. A. Judge e
S. R. Pickering, “Papyrus documentation of the church and community in Egypt to the
mid-fourth century”, Jahrbuch fiir Antike und Christentum 20 (1977), pp. 47-71.
62. Manuscript, society and belief.., p. 52.
63. A exposição original dessa tese é de E. Lohmeyer, Galilaa und Jerusalem (Gottingen,
1936).
64. Josephus, Ant. 20.41.
65. Uma possível dívida do cristianismo damasceno para com os zadoquitas
contratantes de Damasco (CD 6.5,19; 7.19; 19.34; 20.12) é ainda mais problemática que
uma possível dívida com a Galiléia.
66. Para uma análise breve, mas convincente, sobre a proposição galiléia leia Caird, The
apostolic age (Londres, 1955), pp. 87-99.
67. Euthers Werke, Weimarer Ausgaabe 45, p. 389.
68. Eutbers VCerke, Weimarer Ausgabe 44, p. 709.
69. Euthers Werke, Wemarer Ausgabe 57, Teil 3. p. 1 s.; E. T. por J. Atkinson, Euther:
early theological works (Londres, 1962), p. 19s.
70. Die deutsche Bibel, Weimarer Ausgabe 7, p. 344.
71. C. Spicq, IJépitre auxHébreux, i (Paris, 1952), pp. 207-219. Um defensor mais recente
da autoria de Apoio é H. W Montefiore, The Tpistle to the Hebrews (Londres/Nova York,
1964), pp. 9-30; ele sugere que Hebreus foi enviada por Apoio, entre 52 e 54 d. C., a um
grupo de amigos em Corinto e identifica “os da Itália” (Hb 13.24) como Priscila e Aquila,
descritos em Atos 18.2 como “recentemente chegado da Itália”
72. Cf. R. Williamson, Philo and the Epistle to the Hebrews (Leiden, 1970); R. H. Nash,
“The notion of mediator in Alexandrian Judaism and the Episde to the Hebrews”, Tyndale
Bulletin 30.
73. Cf. M. Gourgues, A la droite de Dieu: resurrection de Jésus actualisation du Psaume 110.1
dans le Nouveau Testament (Paris, 1978).
74. Jerônimo, Commentary on Titus 3.13 (Migne, PL 26.634B). Cf . Chronicon Paschale, do
início do século VII, ed. L. Dindorf (Bonn, 1832), i, p. 402; ii, p. 126, onde ele aparece não
apenas como um dos setenta, mas também como bispo de Cesaréia.
Capítulo 3
Tiago e a Igreja de Jerusalém
Os irmãos do Senhor
Essa é uma citação de Amós 9.11s., em uma versão grega, bem parecida
com a da Septuaginta. Em Atos, a sentença inicial: “Depois disso voltarei”, 13
substitui a da Septuaginta: “Naquele dia”; em Atos “o Senhor” é o objeto
explícito de “para que...busque”, ao passo que na Septuaginta o objeto fica
subentendido. Atos omite a frase “para que seja como era no passado”,
encontrada na Septuaginta depois de “eu a reerguerei”, porém, no final da
citação acrescenta “conhecida desde os tempos antigos”.
Dentro do contexto do Concilio de Jerusalém, a aplicação do oráculo é clara:
a missão aos gentios em sua forma presente havia sido profetizada pelos
profetas de Deus com sua clara aprovação; assim nenhuma tentativa deveria
ser feita para transformar os gentios em judeus. Moisés não sofrerá nenhuma
desvantagem: sua lei continuará sendo lida publicamente todos os sábados em
sinagogas do mundo inteiro, e os gentios que desejarem aceitar seu jugo terão
todas as chances de fazer isso.15 Para não ofender os frequentadores das
sinagogas, tudo o que os convertidos ao cristianismo devem fazer é aceitar
algumas restrições sociais que ajudarão a suavizar o relacionamento com os
judeus e especialmente com os judeus cristãos.
Em seu ambiente original, o oráculo, citado por Tiago, promete que embora
a dinastia de Davi tenha caído nos dias maus, suas glórias passadas serão
restauradas mesmo assim. Davi, no auge de seu poder real, havia estendido seu
domínio sobre os edomitas e outros grupos étnicos vizinhos. Eles não apenas
se tornaram vassalos de Davi, como também súditos do Deus de Israel, a quem
Davi cultuava e por meio de quem conquistava suas vitórias.16 Portanto, os
“governantes da terra” pertencem a Jeová; os súditos das nações eram
chamados por seu nome.17 Por essa razão, a profecia da restauração diz o
seguinte (no texto massorético):
Depois do Concilio
Lucas, depois do Concilio de Jerusalém, não diz mais nada sobre Pedro ou
qualquer outro membro dos doze. Parece que Pedro e outros dos doze
envolveram-se em trabalhos geograficamente mais distantes. Na verdade,
Paulo deixa claro, em 1 Coríntios 9.5, que não somente os apóstolos, como
também os irmãos do Senhor empreenderam um ministério itinerante no
Mediterrâneo oriental no ano 50 d. C. Aparentemente, a única exceção foi
Tiago, que permaneceu em Jerusalém e cuidou dos negócios da igreja. Os
outros irmãos de Jesus eram casados e, como os apóstolos, eram acompa-
nhados de suas esposas nas viagens missionárias e pastorais. É possível que
Tiago tenha permanecido solteiro, o que seria coerente com seu ascetismo
geral, que foi até certo ponto comprovado pela tradição posterior.22
A igreja de Jerusalém, embora tenha crescido em número durante os trinta
ou quarenta anos entre sua formação e a dispersão pouco antes de Jerusalém
ser cercada por Tito, parece ter sofrido um estreitamento progressivo em sua
composição e índole. O primeiro estreitamento foi resultado da dispersão dos
helenistas após a morte de Estêvão. Lucas afirma que quase à mesma época,
ou pouco antes, “um grande número de sacerdotes obedecia à fé” (At 6.7). Não
se falou mais nesses sacerdotes. Existem muitas especulações a respeito deles:
por exemplo, será que eram solidários aos essênios?23Não temos como saber.
Também não temos como saber qual a influência de tantos sacerdotes
convertidos nas decisões da igreja de Jerusalém como um todo.
Às vésperas do Concilio de Jerusalém tomamos conhecimento que “alguns
do partido religioso dos fariseus [...] haviam crido” (At 15.5). Não nos resta
nenhuma dúvida sobre o que pensavam: foram eles que pressionaram, sem
nenhum sucesso, a política de circuncisão para os gentios convertidos.
A campanha de Herodes Agripa contra os apóstolos possivelmente resultou
em maior estreitamento. Se a perseguição foi incentivada pela confraternização
de Pedro com os gentios então, naturalmente (aos olhos de muitos), era
indesejável. Pedro, para muitos cristãos de Jerusalém, era liberal demais; de
fato, até mesmo Tiago, de acordo com o padrão de alguns de seus discípulos,
inclinou-se na direção liberal até onde a prudência permitia. Existe muito a ser
entendido nas entrelinhas do relato de Lucas.24 Ao escrever depois que as
controvérsias do meio do século haviam cessado, Lucas não mostra nenhum
interesse em menciona-las além do absolutamente necessário, e enfatiza a parte
essencial do acordo entre os protagonistas das controvérsias, deixando de lado
os aspectos em que divergiam.
Cerca de oito anos depois do Concilio de Jerusalém, quando Paulo vai pela
última vez a Jerusalém, ele e seus companheiros foram recebidos por Tiago e
outros anciãos que (de acordo com Lucas) apresentaram um quadro mono-
crômico da igreja-mãe naquela época. Eles disseram: “Veja, irmão, quantos
milhares25 de judeus creram, e todos eles são zelosos da lei” (At 21.20). A
impressão que temos é que os cristãos de Jerusalém eram agora, quase do
primeiro ao último, zelosos da lei; a expressão não é muito diferente daquela
que Paulo usa para descrever seu próprio comportamento antes de se tornar
cristão, dizendo que era um “zeloso” das tradições de seus antepassados (Gl
1.14).
Essa impressão parece conflitar com o que acontece um pouco antes na
narrativa: “Quando chegamos a Jerusalém, os irmãos nos receberam com
alegria” (At 21.17). Será que foram os “zelosos da lei” que receberam tão
calorosamente Paulo e seus companheiros? Johannes Munck admite que “sem
nenhuma autoridade dos manuscritos”, propôs que se retirasse a palavra
“creram” do versículo 20, que ficaria assim: “Vejam, irmãos, quantos milhares
de judeus há na Judéia, e todos eles são zelosos da lei”, e a referência seria aos
judeus em geral, não aos judeus cristãos.26 Vale notar que Ferdinand Christian
Baur, da escola Tübingen, do século XIX, de cuja influência contínua Munck
discorda do começo ao fim em Paul and the salvation of mankind [Paulo e a
salvação da humani- dade], também (por razões diferentes) considera espúria a
frase “judeus que creram”.27 Mas a possibilidade de tal emenda, à luz de toda
evidência textual, apenas se justificaria se a retenção do texto existente estivesse
fora de questão, o que não ocorre aqui de maneira alguma. Podemos aceitar o
texto em sua integridade como evidência do estreitamento progressivo já
reconhecido. Pode muito bem ser que esse estreitamento progressivo fosse em
parte uma reação protetora ao desenvolver contínuo do sentimento e
atividades militantes na Judéia — cultivado por aqueles que eram, ou em breve
seriam, conhecidos, de um modo distinto, como zelotes.
Acontecimentos posteriores
João, o divino.
Quem é João, o divino — o theologos— que deu nome à colina e à vila que a
cercava?
Para os leitores da Bíblia em inglês, a denominação “João, o divino” está
associado ao último livro do Novo Testamento, intitulado nas versões
autorizadas e revisadas de “A Revelação de São João, o divino” — seguindo o
precedente de vários manuscritos medievais." Contudo, quando a designação
“o divino” foi vinculada, em particular, a São João, não antes do século III
(pelo que sabemos), ela foi feita em relação ao evangelista, o autor do Logos-
prólogo, e não ao profeta de Patmos. Se o evangelista foi identificado como o
profeta de Patmos, que assim seja; então afirmaremos simplesmente que essa
designação lhe foi dada muito mais como o evangelista que como o profeta de
Patmos.12 Essa questão de identidade não é o que mais nos preocupa aqui,
porém temos de observar que, dos cinco documentos “joaninos” no Novo
Testamento , o Apocalipse é o único que declaradamente foi escrito por um
homem chamado João (os outros quatro são anônimos). Nos primeiros séculos
cristãos, no entanto, João, o profeta de Patmos, era geralmente identificado
com João, o apóstolo, filho de Zebedeu, com o João do Quarto Evangelho e
com “o discípulo a quem Jesus amava”, mencionado repetidamente nos
capítulos finais do quarto evangelho.13 As pessoas que não identificavam o
profeta de Patmos com o quarto evangelista, quer em bases literárias (como
Dioníso de Alexandria) quer em bases teológicas (como Eusébio de Cesaréia),
eram as exceções.14
O testemunho de Policrato
O testemunho de Ireneu
O testemunho de Papias
O testemunho de Dionísio
O círculo Joanino
Conclusão
A figura de São João Batista, o divino, o “santo teólogo”, cujo nome são
celebrados pela colina e basílica de Ayasoluk, pode ser uma fusão de João, o
apóstolo, com João, o presbítero. Mas essa fusão não aconteceu enquanto as
pessoas que se lembravam dos dois ainda estavam vivas. E extremamente
improvável que alguém que tenha conhecido os dois fosse confundir um com
o outro. “Nenhum fenômeno”, diz I. T. Beckwith, “é mais comprovado que
as lembranças fidedignas sobre a identidade de pessoas vistas e ouvidas meio
século antes”.84 Collemann acrescenta que Ireneu jamais se dispôs a provar que
João, o apóstolo, viveu na Ásia; ele faz menção incidental à residência do
apóstolo como se ela fosse de conhecimento geral. Quem conhecia João, o
apóstolo, e João, o presbítero, não teria dificuldade em distinguir um do outro,
especialmente se (como é provável) o presbítero tenha sobrevivido ao
apóstolo.
Para concluir: a basílica de São João celebra uma tradição que remonta à
metade do século II, ou até antes, como certamente fazem as basílicas romanas
de São Pedro e São Paulo. Mesmo em ruínas, ela é uma testemunha silenciosa
dos “magníficos luminares” que dormiram na Província da Ásia, entre os quais
“João, o discípulo do Senhor” (e sua escola ou círculo), ocupa lugar de
proeminência.
Notas
1. Veja p. 59.
2. Veja p. 23
3. E.g. ITm 1.6s, 19s; 4.1-3; 2Tm 2.17s.; Tt 1.10-16.
4. Veja p. 49s.
5. Polícrates e Próculo sobre Eusébio, Hist. Eccl 3.31.3, 4; cf. 3.39.9. De acordo com
Polícrates, citado em Hist. Eccl 5.24.2, uma das filhas foi enterrada em Éfeso.
6. Procópio, buildings 5.1.6.
7. Procópio, Secret history, 3.1.
8. J. Keil, “XIII Vorlãufiger Bericht über die Ausgrabungen in Ephesus”, Jahreschefte
des dbsterreichisschen archdologischen Instituts in Wien 24 (1929), Beiblatt, cols. 8-67
(especialmente 52-67); “XTV Vorlãufiger Bericht...”, Jahreschefte...25 (1929), Beiblatt, cols.
5.52 (especialmente 5- 21). Veja também “Die Wiederauffindung des Johannesgrabes in
Ephesus”, Biblica\2> (1932), p. 121s. Procópio {Buildings5.1.5.) menciona o santuário
antigo, mas diz que ele foi construído “pelos nativos” (o'i èiTLXtJpLOi).
9. E. Schawartz (cel.), Acta Comciliorum Oecumenicorum, i. 5 (Berlim/ Leipizig, 1927), p.
128. R. Eisler (JVhe enigma of thefourth gospel [Londres, 1938], p. 124) sugere que o bloqueio
do túmulo é que foi o obstáculo, mas sua carta sugere que eles foram deliberadamente
impedidos de adorar não somente ali, como também em túmulos de outros mártires
efésios. O concilio se reuniu na grande igreja de Santa Maria (na verdade, igrejas gêmeas)
— apropriadamente, se considerarmos que esse concilio confirmou oficialmente o título
Theotokos da Virgem. À época do concilio, a crença popular cristã em Éfeso, identificando
o João que Io por Eusébio, Hist. Eccl. 2.13.6; veja p. 116. iente, Quis diues saluetur TI (citado
por Eusébio, Hist. Eccl. rcunstância para perceber a autoridade de Hesegippus sa afirmação
é apresentada por H. J. Lawlor, Eusebiana
2) , p. 51s.
:u, Against heresies, 3.3.4.
ta (23 de fevereiro de 156) preferida por C. H. Turner, d a year of St. Polycarp’s
martyrdom”, Studia Biblica et (Oxford, 1890), p. 105s.
:u, Against heresies 3.3.4.
.ucas 1.2; ljo 1.1.
Io por Eusébio, Hist. Eccl. 5.20.4s.
Io por Eusébio, Hist. Eccl. 5.24.16.
>. H. Streeter, The primitive church (Londres, 1929), p. 94s., jghtfoot, Ignatius and Polycarp, iii
(Londres, 1883), p. 433s., .J. Cadoux, Ancient Smyrna (Oxford, 1938), p. 305s., 374s. aráter
e origem desse prólogo e outros iguais foram :e estabelecidos por D. de Bruyne, “Les pias
ancients proles Evangiles”, Bevue Bénédictine 40 (1928), p. 193s.; a obra ida por J. Regul, Die
antimarcionitischen Evangelienprologe 69).
in exotericis (id est in extremis) quinque libris. Pressupõe-se grego dizia kv TOLÇ ireme
6^T|YT)TIKOLÇ 0i0Àíotç, que DÍ trocado porèÇiDreptKOiç, que foi devidamente
traduzido no externis, e que, na comunicação em latim, externis foi dido com extremis (cf. J.
B. Lightfoot, Essays on the Work •rnatural religion” [Londres, 1889], p. 213).
arpo, que o havia conhecido na Asia Menor, reconheceu- o ano 154 d. C. como o
“primogênito de Satanás” (Ireneu, ■r 3.3.4).
Lightfoot, Essays on the work entitled"supernatural religion", p. ias da primeira pessoa do
singular e da terceira pessoa do iguais no imperfeito (àiréypoajiov') e bastante similares no
pai|/a, aiTcypailiau), especialmente se o v final aparecesse de uma linha como um acento
sobre a vogal anterior
3) . (Lightfoot conhecia o texto latino do prólogo, mas m antimarcionita, de um
manuscrito do Vaticano do século
No transcorrer de uma discussão sobre esse prólogo, nas colunas de correspondência
do The Times, F. L. Cross escreveu (13 de fevereiro de 1936): “Minha compreensão do
prólogo, se eu puder estabelecê-lo dogmaticamente, é que em sua forma original ele
afirmava que o quarto evangelho foi escrito por João, o presbítero, conforme ditado por
João, o apóstolo, quando este já estava bem velho” (cf. A. Harnack, Chronologic der
altchristlichen Titteratur bis Eusebius, i [Leipzig, 1897], p. 677). Com a sugestão do dr. Cross,
podemos comparar o título da página composta para o Evangelho por Dorothy Sayers:
Memoirs of Jesus Christ. Por João Bar-Zebedeu; editado pelo reverendo John Elder, vigário
da igreja Santa Fé, Éfeso” (Unpopular Opinions) [Londres, 1946], p. 26).
35. Ireneu, Against heresies 5.33.4 (citado por Eusébio, Hist. E«7.3.29.1).
36. Hist. Eccl. 3.39.2.
37. Eusébio, Hist. Eccl 3.39.1.
38. Para esse uso de ÀÓyia cf. At 8.38; Rm 3.2; Hb 5.12.
39. Citado por Eusébio, Hist. Eccl.
40. Esse é um exemplo de ambigüidade. Pelo que é mencionado, Eusébio concluiu
que, embora Papias não fosse um “ouvinte e testemunha dos santos apóstolos”, ele
chegou mesmo a ouvir Aristion e “João, o ancião”.
41. Against heresies 5.5.1. etc.
42. É uma notável coincidência que a seqüência “André, Pedro, Filipe” seja aquela em
que os nomes dos primeiros discípulos de Jesus apareçam em João 1.40-44. Neste caso,
Papias, possivelmente, refere- se a Filipe, o apóstolo de Betesda, e não a Filipe, o
evangelista de Cesaréia (mesmo que este tenha terminado seus dias em Hierápolis.)
43. Hist. Eccl. 3.39.7. B. H. Streeter apresentou várias sugestões sobre a contribuição
de Aristion à tradição mais antiga (cf. The four gospels [Londres, 1924], p. 344s), em que a
mais audaciosa é seu palpite “científico” (como esperava que fosse chamada) de que ele
era o autor de 1 Pedro (The primitive church, p. 130s.)
44. S. P. Tregelles, The historie evidence of the autorship and transmission of the books of the New
Testament (Londres, 21881), p. 47; J. B. Lightfoot, Essays on the work entitled “supernatural
religiorP, p. 144 (“Eu mesmo não posso duvidar que Eusébio estivesse certo em sua
interpretação”.)
45. F. W Farrar, The early days of Christianity (Londres, 1882), p. 618s; G. Soalmon,
Historical introduction to the study of the books of the New Testament (Londres, 411889), p. 287s; T.
Zahn, Apostei und Apostelschüler in der Proving Asien (Leipzig, 1900), 112s; Introduction to the
New Testament, E. T. (Edinburgh, 1909), ii, p.451s; J. Chapman, John the presbyter and thefourth
gospel (Oxford, 1911), p. 8s.; H. J. Lawlor e J. E. L. Oulton (tr.), Eusebius: the ecclesiastical
history, ii (Londres, 1928), p. 114; C. J. Cadoux, Ancient Smirna (Oxford, 1938), p. 316s., S.
S. Smalley, John: evangelist and interpreter (Exeter, 1978), p. 73s.
46. Chronicle 3.134.1. O manuscrito é Codex Coislinianus 305, descoberto em 1862.
47. Publicado por C. de Boor de Bodleiam MS. Barocciannus 142 em “Neue
Fragmentedes Papias, Hegesippus und Pierius”, Text und Vntersuchungen 5.2 (1888), p. 165s.,
especialmente p. 170. Veja J. A. Robinson, Historical character of St. John’s Gospel (Londres
1908), p. 66; J. Chapman, John the presbyter and the fourth gospel, p. 77s., 95s.; K. Lake e H. J.
Cadbury, The Acts of the Apostles - The beginnings of Christianity, iv (Londres, 1933), p. 133s.
48. Cf. E. Schwartz , “Ueber den Tod der Sõhne Zebedaei”, Abhandlungen der kgl.
Gosellschaft der Wissenschaften %u Gottingen, filos.- hist. Hl., 7.5 (1907), p. 266s.; “Noch einmal
der Tod der Sõhne Zebedaei”, ZNW 11 (1910), p. 89s.; J. Moffatt, Introduction to the Litera-
ture of the New Testament (Eidinburgh, ’1918), p. 603s.
49. His. Eccl. 3.39.13; para a possibilidade de Eusébio estar citando uma observação
autodepreciativa do próprio Papias, veja J. R. Harris, Testimonies, i (Cambridge, 1916), p.
119f.
50. Cf. J. H. Bernard, Studia sacra (Londres, 1917), i, p.260s., e The gospel according to St.
John, I.C.C. (Edinburgh, 1928), i, p.xxxvii-xiv.
51. A. S. Peake, Holborn Review 19 (1928), p. 394, citado por W F. Howard, The fourth
gospel in recent criticism and interpretation (Londres, 41955), p. 232; cf. Peake, Critical introduction
of the New Testament (Londres, 1909), p. 142s.
52. Citado por Eusébio, Hist. Eccl. 7.25.
53. Veja p. 42 com n. 68-69.
54. R. Eisler, The enigma of the fourth gospel, p. 126.
55. Ibidem, Plate X, oposto à p. 126 (reprodução fotográfica de Lampakis nos arquivos
fotográficos do Museu Nacional de Atenas, n. 5982).
56. Eisler, (Enigma, p. 127) expressa sua eterna gratidão a Josef Keil, o pesquisador de
Éfeso (veja p. 135, n. 8 acima), por chamar sua atenção para a foto que acabamos de
mencionar e por expressar a opinião de que a piedade dos cristãos locais vinculou-se ao
túmulo na rocha por falta de opção. O túmulo tem a marca GR (i.e Grab “túmulo”) no
mapa de Éfeso de A. Schindler e O. Benndorf (Abb. 2) em A. F. Pauly-G. Wissowa,
Realencyclopadie der klassichen Altertumswissenschaff v, s.v. “Ephesos” (cols. 2773s.),
imediatamente ao leste do estádio.
57. Eisler, Enigma, p. 125s., O manuscrito (Paris gr. 1468) está listado como Q em E.
Hennecke-W Schneemelcher — R. McL. Wilson, New Testament apocrypha, ii (Londres,
1965), p. 195s.
58. No início, eles eram minoria. No final do século II, o prólogo antimarcionita de
Lucas termina com as palavras: “E mais tarde João, o apóstolo, um dos doze, escreveu o
Apocalipse na ilha de Patmos e depois, o evangelho”. C. H. Dodd rejeita a idéia de que a
mesma pessoa teria escrito as duas obras com um refrão de Horácio: credat Judaeus Apella,
non ego! (The interpretation of the fourth gospel [Cambridge, 1953], p.215, n. 3).
59. Dialogue with Trypho 81.4. Parece que Justino conhecia o quarto evangelho, mas não
oferece nenhuma informação sobre sua autoria.
60. Anciente Smyrna, p. 317.
61. John the presbyter and thefourth gospel, p. 72. Uma lista de escritores mais antigos que
haviam negado identidade de autoria aos dois documentos pode ser encontrada em
Moffatt, Introduction’, p. 589s.
62. “The first epistie of John and the fourth gospel”, BJRL 21 (1937) p. 129-156.
63. Thejohannine epistles (Londres, 1946), p. xlvii s.
64. “The common authorship of the johannine gospel and episdes”, JTS 48 (1947), p.
12-25, reimpresso em The fourth gospel in recent criticism and interpretation*, p. 282s. Dr. Howard
era de opinião que as epístolas foram escritas pelo evangelista quase ao final de sua vida,
enquanto o quarto evangelho “representa suas meditações e ensinos durante vários anos
e foi publicado depois de sua morte” {Christianity according to St. John [Londres, 1943], p. 18.
n. 2). Cf. o argumento de T. W Manson de que, se “examinar a teologia joanina [i.e. a
teologia do quarto evangelista] em seu estado relativamente puro”, então “o método
apropriado é começar com a (primeira) epístola e descobrir quais as idéias teológicas
principais do autor” (On Paul andJohn [Londres, 1963], p. 87s.).
65. W. F. Howard (Christianity according to St. John, p. 15) cita com aprovação “uma nota
significativa” de J. Weiss, no sentido de que todas as cinco obras joaninas “vieram do
mesmo círculo, da mesma região da igreja, mais ou menos na mesma época” (Die
Offenbarung des Johannes (Gottingen, 1904), p. 162s.) J. B. Lightfoot falou anteriormente
sobre “a escola de São João” (i.e. o apóstolo) na província da Ásia, que na primeira geração
incluía João, o presbítero, na segunda, Papias e Policarpo, na terceira, Melito de Sardis e
Apolinário de Hierápolis e na quarta, Polícrates de Éfeso; ele distinguiu essa “escola”
contínua nas muitas referências de Ireneu (Against heresies 2.22.5; 3.3.4, etc) aos “líderes
que se associam, na Ásia, a João, o discípulo do Senhor”, “à igreja de Éfeso... verdadeira
testemunha da tradição apostólica” e assim por diante (Essays on the work entitled
“supernatural religion', p. 217s., cf. seu Biblical Essay [Londres, 1893], p. 51s.).
66. O. Cullmann, Thejohannine circle, E. T. (Londres, 1976), p. ix.
67. R. A. Culpepper, Thejohannine school: an evaluation of thejohannine school Hypothesus based
on an investigation of the nature ancient schools (Missoula, Montana, 1975). Veja também D. M.
Smith, “Johannine Christianity: some reflections on its character and delineation”, NTS
21 (1974-75), p. 222-248; E. S. Fiorenza, “The quest for the johannine school: the
Apocalypse and the fourth gospel”, NST 23 (1976-77), p. 402-427. E. E. Brown produziu
um estudo importante, intitulado The community of the beloved disciple (Nova York/Londres,
1979).
68. The gospel according to St. John (Londres, 21978), p. 62, cf p. 133s. Quarenta anos antes,
R. H. Charles opinou que “o evangelista, em certa época, aparentemente foi discípulo do
profeta, ou eram membros do mesmo círculo religioso em Éfeso” (The revelation of St. John,
[Edinburgh, 1920], i, p. xxxiii).
69. No século IV, Apostolic constitutions, uma lista de bispos declaradamente nomeados
pelos apóstolos para várias igrejas inclui “em Éfeso... João nomeado por mim, João”
(7.46). O valor histórico dessa lista é nulo, exceto pelo fato de os nomes não serem fictícios
(mas o segundo João, provavelmente, representa uma inferência de Eusébio).
70. “The authorship of the fourth gospel”, BJRL 14 (1930), p. 333s.
71. Hist. Eccl., 1.12.1.
72. E. F. Howard, “St. John: the story of the book”, em The story of the Bible
(Amalgamated Press, 1938), p. 1233.
73. “Ele jamais fez qualquer reivindicação ao apostolado... ele, ao contrário, afirma ser
profeta” (R. H. Charles, The Revelation of St. John, I.C.C., i, p. xliii).
74. Tertuliano, Depraescriptione haerecticorum, 36.
75. Cf. J. N. Sanders, “St. John on Patmos”, NTS 9 (1962-3), 75- 85 (especialmente p.
76).
76. Victorino, In Apocalypsim (em Ap 10.11), ed. J. Haussleiter, CSEL 49 (Vindobonae,
1916), p. 92.
77C. B. Caird (The Revelation of St. John the Divine [Londres, 1966], p. 21 com n. 2) mostra
como essa idéia, primeiramente apenas uma conjectura, tem passado de um autor para
outro “como se fosse um acontecimento deveras comprovado”; ele acrescenta que Plínio,
o ancião, que é repetidamente invocado como autoridade nesse suposto fato, não diz nada
sobre Patmos, a não ser que tinha trinta milhas de área (Hist. Nat. 4.69).
78. “St.John on Patmos”, p. 85: “João de Éfeso, o profeta e exilado em Patmos, era
um saduceu aristocrata, um discípulo de Jesus oriundo de Jerusalém e o último
sobrevivente dos que testemunharam o Logos encarnado, mas não era filho de Zebedeu.”
Cf. p. 127, n. 19.
79. Cf. C. E Burney, The Aramaic origin of the fourth gospel (Oxford, 1922), p. 129, 171.
80. Cf. K. e S. Lake, Introduction to the New Testament (Londres, 1938), p. 53 f.; J. N.
Sanders, The fourth gospel in the early church (Cambridge, 1943), p. 85s. (Mais tarde, Sander
mudou de idéia e aceitou Éfeso como o lugar onde o evangelho fora escrito; veja J. N.
Sander e B. A. Mastin, The gospel according to St.John [Londres, 1968], p. 51); J. L. Martyn,
Histoiy and theology in the fourth gospel (Nova York, 1968), p. 58, n. 94; W H. Brownlee,
“Whence the gospel according to John”, em John andQumran ed. J. H. Charlesworth
(Londres, 1972), p. 189-191).
81. O. Cullmann, The johannine circle, p. 98s.
82. Cf. O. Cullmann, De problème littéraire et historique du roman pseudoclémentim (Paris,
1930). Veja p. 118, n. 59.
83. Thejohannine circle, p. 99. Se o “grupo de discípulos dejoão” é identificado como os
doze discípulos de Atos 19.1-7, a identificação é precária; veja p. 70.
84. I. T. Beckwith, The Apocalypse of John (Londres, 1919), p. 376. A argumentação de
Beckwith sobre “The two Johns of the Asian church” (p. 361-391) é um exemplo de
pesquisa séria e lúcida.
* (N de T) Informações bibliográficas usadas em obras impressas até o século XVI.