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O estudo abaixo foi escrito pelo Dr. Jon Paulien, Ph. D., Professor de Novo
Testamento e Chefe do Departamento do Novo Testamento da Universidade Andrews,
de Berrien Springs, Mich., EUA.
Entendendo Apocalipse 17
O Processo Exegético
Sendo que tenho estado envolvido na maior parte dos esforços da Igreja para
entender o Apocalipse ao longo dos últimos 20 anos, o Dr. Bacchiocchi pediu-me para
propiciar uma análise de Apo. 17:7-10 para o benefício dos leitores de seus boletins. O
que se segue não é um estudo exaustivo das possibilidades no texto, ou na literatura
secundária a respeito do texto, mas confio que poderá ser um ponto de partida de
auxílio e um guia para pesquisa futura. Todos quantos desejarem contribuir para o
entendimento desse texto poderiam considerar a metodologia oferecida em meu
livro The Deep Things of God, págs. 93-176. Se alguém estiver ciente de um método
mais abrangente para considerar o texto do Apocalipse, eu receberia bem aprender
isso. O que se segue tem por base um entendimento alicerçado nesse método.
Muitas pessoas pensam que se apenas toda a evidência disponível no grego e
outras fontes puderem ser examinadas, cada texto bíblico se tornaria claro. Outros
vêem a variedade de pontos de vista exegéticos em muitos textos como evidência de
que o processo todo de erudição é uma perda de tempo. Ambos os extremos ficam
aquém da realidade. O processo de exegese às vezes esclarecerá coisas que eram mal
compreendidas. Mas noutras ocasiões, turva águas que tínhamos como cristalinas.
Em termos simples, a exegese nos ajuda a discernir quais textos da Bíblia são
claros e quais são obscuros. ―Na multidão de conselheiros há sabedoria‖. Quando os
exegetas de ampla gama de formações e perspectivas concordam todos com um texto,
podemos seguramente concluir que tal texto é razoavelmente claro. Quando os
mesmos exegetas encontram pouca coisa sobre que concordar a respeito de um texto,
geralmente trata-se de um ―texto-problema‖, ou uma ―passagem difícil‖. Minha
descrição bem-humorada de um texto pouco claro é de que ―fica mais fácil ver as
falhas na interpretação de outrem do que edificar uma interpretação convincente
própria‖. Apo. 17:10 é um desses textos obscuros.
Um texto pode ser obscuro por uma série de razões. Podemos não estar
familiarizados com o sentido exato de certas palavras no texto. A gramática e sintaxe
no original grego [ou hebraico] podem dar margem a mais de uma interpretação de
uma cláusula. Podemos não saber sobre a audiência à qual o escrito foi direcionado.
Podemos desconhecer o ambiente ou o tempo em que certa revelação foi apresentada.
Podemos ignorar o fato de que o autor está fazendo alusão a algum texto literário
anterior. Um autor pode estar se referindo a uma tradição oral anterior a que não temos
acesso.
Deus encontra as pessoas onde elas se acham. E quando não nos encontramos
onde os leitores originais estavam, as chances de incompreensões podem ser grandes.
Mas Deus está no controle de Suas revelações. O Espírito está disponível para nos
ajudar a entender o que é de importância e validade presentes.
Há ferramentas de exegese que nos abrem os olhos à evidência e libera
possibilidades que podemos ter perdido de vista no passado. É uma esperança,
contudo, que exegese detida possa lançar alguma luz sobre Apo. 17:7-11, trazendo
pelo menos pontos de claridade ao que nos pareceu obscuro no passado. No mínimo,
isso pode nos ajudar a ver o que é claro e o que não é claro, e por quê. Isso ajuda o
enstudante sério do texto a evitar exageros em interpretações de uma passagem.
Um segundo aspecto do contexto é que tanto a mulher quanto a besta têm interessantes
antecedentes nos capítulos 12 e 13. A besta de sete cabeças e dez chifres é precedida
pelo dragão em Apocalipse 12 e a besta do mar em Apocalipse 13. As sete cabeças em
Apocalipse 17 são claramente consecutivas (Apo. 17:10). Em Apocalipse 12, por outro
lado, não há indicação se as cabeças do dragão funcionam todas de uma vez, ou em
seqüência. Em Apocalipse 13, contudo, é dito sobre a besta que sobe do mar que ―uma
de suas cabeças foi ferida de morte‖ (Apo. 13:3). Isso sugere que as cabeças de
Apocalipse 13 também deviam ser consecutivas.
Se assim for, o dragão do capítulo 12, a besta do mar do capítulo 13, e a besta
escarlate de Apocalipse 17 representam três estágios diferentes da única e mesma
besta. O dragão do capítulo 12 é a besta associada com as ações do Império (na pessoa
de Herodes, o Grande) contra o menino Jesus (Apo. 12:5). 21 As atividades da besta do
mar ocorrem mais tarde.22 Evidentemente, a besta do mar opera sob duas cabeças
separadas, a primeira é mortalmente ferida, mas daí ela retorna com uma nova cabeça
em tempo posterior (Apo. 13:3, 12). Os adventistas têm sido unanimemente coerentes
em ver as ações da besta do mar antes da ferida mortal como uma predição das ações
do papado medieval.
A besta escarlate de Apocalipse 17 claramente opera no contexto das sete últimas
pragas, assim é a manifestação final da besta, presumivelmente sob a ―oitava‖ cabeça.
É sua derradeira manifestação antes que se una ao falso profeta no lago de fogo (Apo.
19:17-21). As sete cabeças da besta em Apo. 17:7-11 pareceriam, pois, incluir as ações
do dragão e da besta do mar. Essas ações são manifestações da besta sob cabeças
anteriores.
A mulher de Apocalipse 17 lembra a mulher de Apocalipse 12. A última visão de
João da mulher fiel foi no deserto, onde foi resgatada pela terra do dilúvio de água
expelido da boca do dragão (Apo. 12:15, 16). Quando ele novamente vê a mulher no
deserto, é a prostituta Babilônia! Não admira o seu espanto (Apo. 17:6)! Claramente, a
Babilônia de Apocalipse 17 tem uma face cristã. Representa a contrafação religiosa do
remanescente fiel de Deus, a semente da mulher, no tempo do fim.
Um contexto adicional das três bestas é o pano de fundo de Daniel 7. Quando
consideramos cuidadosamente tal visão, percebemos que as quatro bestas de Daniel 7
têm um total de sete cabeças e dez chifres! A conexão com Daniel 7 é claramente a
besta do mar (Apo. 13:1-10). Tem características de leão, urso, leopardo e o quarto
animal (cf. Apo. 13:1, 2). Como as bestas de Daniel 7, procede do mar (Apo. 13:1;
Dan. 7:2). Todas as três bestas têm o objetivo de recordar a visão de Daniel 7. A
profecia de Apocalipse 17 é modelada, portanto, sobre as bestas de Daniel 7. As várias
cabeças ali simbolizam mais do que reis individuais ou líderes religiosos. Representam
nações ou impérios inteiros que reinam por períodos extensos. Assim, as sete cabeças
de Apocalipse 17 provavelmente simbolizem nações ou impérios inteiros, antes que
indivíduos.
Apocalipse 17:7-11
A passagem começa de forma bem inocente. O anjo diz a João que explicará o
mistério da mulher e da besta de sete cabeças e dez chifres que havia visto em visão
(Apo. 17:7). As coisas rapidamente se complicam após isso. No vs. 8 a besta ―que
viste era e já não é; todavia está para subir do abismo, e vai-se para a perdição‖. Então
o anjo descreve a perplexidade dos ímpios (―os que vivem sobre a Terra‖) quando
vêem a besta que ―era e já não é, e que tornará a vir‖ (17:8').
No vs. 9 a mente que tem sabedoria aprende que as sete cabeças são realmente
sete montes ―sobre os quais a mulher está assentada, e são sete reis‖. Assim, a mulher
não só está assentada sobre uma besta, mas sobre sete montanhas (que são o mesmo
que as sete cabeças). E essas sete montanhas são também sete ―reis‖ (possivelmente
―reinos‖, como em Dan. 2:36-45), o último rei sendo representado por uma montanha).
No vs. 10 é dito a João que cinco dessas cabeças/montanhas/reis ―já caíram; um
existe; e o outro ainda não é vindo; e quando vier, deve permanecer pouco tempo‖. A
questão crucial deste verso é quando se deve entender o tempo do ―um existe‖. Seria o
tempo de João, como Strand e Stefanovic sugeriram? Seria o tempo da visão, quando a
mulher se assenta sobre a besta? Seria o tempo da ―ferida mortal‖ de Apo. 13:3, como
Maxwell sugere? Alguns que têm visto nessas sete cabeças sete papas recentes têm
sugerido que a ―ferida mortal‖ foi de fato o ataque a bala contra o Papa João Paulo II
na Praça de São Pedro mais de 20 anos atrás. Mas João Paulo não morreu naquela
ocasião e o texto grego dá força ao sentido de ―ferida de sua morte‖ em 13:3. A morte
de João Paulo não teve ligação com o ferimento que sofreu 24 anos antes.
No vs. 11 as coisas se complicam mais ainda. ―A besta que era e já não é, é
também o oitavo rei, e é dos sete, e vai-se para a perdição‖. A palavra ―cabeça‖ não é
mencionada, ficando ambíguo se a besta, ou a cabeça, ou ambos, são intencionados no
designativo ―oitavo‖. O fato de que ―oitavo‖ é empregado liga tal verso com as sete
cabeças de 17:9, 10. Mas é a ―besta‖ que é o ―oitavo‖, e esse ―oitavo‖ é descrito na
mesma linguagem como sendo a própria besta no vs. 8, ―vai-se para a perdição‖.
Assim, a oitava cabeça seria a mesma coisa que a própria besta? E o que fazer, então,
com as outras sete cabeças? São elas ―a besta‖, ou são separadas da besta?
Começa a perceber por que meus estudantes do programa doutoral sentiram-se
mais confusos após a aula do que antes? Quanto mais detidamente considera a
passagem, mais coisas descobrirá que são difíceis de conciliar com uma leitura
coerente da passagem. A explicação sobre a besta do vs. 11 pareceria querer dizer que
a própria besta existe em sete (ou oito) fases consecutivas, cada uma das quais tendo
sua própria cabeça. Quando João vê a besta na visão (Apo. 17:3), ela se acha em sua
oitava fase. Mas as sete cabeças que ele vê são como ecos das sete fases anteriores.
Assim, conquanto a besta apareça com sete cabeças na visão, a imagem de uma besta
de sete cabeças representa uma besta que vive, morre e é ressuscitada sete ou oito
vezes.24 A sua cabeça está girando? A minha também.
A besta escarlate de Apocalipse 17 claramente opera no contexto das sete últimas
pragas, assim é a manifestação final da besta, presumivelmente sob a ―oitava‖ cabeça.
É sua derradeira manifestação antes que se una ao falso profeta no lago de fogo (Apo.
19:17-21). As sete cabeças da besta em Apo. 17:7-11 pareceriam, pois, incluir as ações
do dragão e da besta do mar. Essas ações são manifestações da besta sob cabeças
anteriores.
A mulher de Apocalipse 17 lembra a mulher de Apocalipse 12. A última visão de
João da mulher fiel foi no deserto, onde foi resgatada pela terra do dilúvio de água
expelido da boca do dragão (Apo. 12:15, 16). Quando ele novamente vê a mulher no
deserto, é a prostituta Babilônia! Não admira o seu espanto (Apo. 17:6)! Claramente, a
Babilônia de Apocalipse 17 tem uma face cristã. Representa a contrafação religiosa do
remanescente fiel de Deus, a semente da mulher, no tempo do fim.
Um contexto adicional das três bestas é o pano de fundo de Daniel 7. Quando
consideramos cuidadosamente tal visão, percebemos que as quatro bestas de Daniel 7
têm um total de sete cabeças e dez chifres! A conexão com Daniel 7 é claramente a
besta do mar (Apo. 13:1-10). Tem características de leão, urso, leopardo e o quarto
animal (cf. Apo. 13:1, 2). Como as bestas de Daniel 7, procede do mar (Apo. 13:1;
Dan. 7:2). Todas as três bestas têm o objetivo de recordar a visão de Daniel 7. A
profecia de Apocalipse 17 é modelada, portanto, sobre as bestas de Daniel 7. As várias
cabeças ali simbolizam mais do que reis individuais ou líderes religiosos. Representam
nações ou impérios inteiros que reinam por períodos extensos. Assim, as sete cabeças
de Apocalipse 17 provavelmente simbolizem nações ou impérios inteiros, antes que
indivíduos.
1) Apocalipse 17 está enfiado entre duas passagens dos tempos finais—as pragas
das taças de Apocalipse 16, e a queda de Babilônia em Apocalipse 18. Destarte, o
enfoque primário da visão está na batalha escatológica do Armagedom e a queda de
Babilônia.
2) As sete cabeças da besta são consecutivas ou seqüenciais. Elas não estão todas
ao mesmo tempo sobre a besta.
Em What The Bible Says About the End-Time, 131-150, eu mostro como a mulher
que se assenta sobre a besta representa a autoridade religiosa em oposição ao
remanescente do tempo do fim. A própria besta representa os poderes civis e
seculares, unidos em oposição ao povo de Deus, e em respaldo à prostituta Babilônia.
Para economizar espaço não repetirei a evidência biblica para essas conclusões, que
podem ser exploradas no livro acima referido. A própria besta não deve, portanto, ser
confundida com o papado do tempo do fim, a cabeça da autoridade religiosa mundial.
A besta representa os poderes civis do mundo que terminam voltando-se contra
Babilônia e a destruindo (Apo. 17:16). Assim, uma quarta coisa é razoavelmente certa:
Conquanto esse princípio seja verdadeiro com respeito à Bíblia em geral, acaso isso se
aplica às amplas seqüências históricas apocalípticas? Acaso levou Deus em conta a
língua, tempo e lugar de Daniel e João quando propiciou as visões que registraram em
seus livros? Ele de fato o fez. As mensagens apocalípticas da Bíblia também
encontraram o povo de Deus onde este se achava. O livro de Apocalipse está
firmemente enraizado na experiência das sete igrejas da Ásia Menor (Apo. 1:11, 19,
22). Tinha a intenção de ser compreensível a quem o lesse e a quantos o ouvissem
(Apo. 1:3).29 A visão de Cristo empregou a linguagem do passado de João, o Velho
Testamento como fonte primária para o seu simbolismo. 30
Deus encontra as pessoas onde elas se acham em Daniel também. Embora os
adventistas tendam a distinguir entre o sonho de Nabucodonosor e a ―visão‖ de
Daniel,31 tal distinção não é feita pelo texto bíblico. A experiência dos dois ―profetas‖
foi a mesma.32 Em Daniel 7:1 nos é dito: ―No primeiro ano de Belsazar, rei de
Babilônia, teve Daniel, na sua cama, um sonho e visões da sua cabeça. Então escreveu
o sonho, e relatou a suma das coisas‖. O aramaico deste texto é essencialmente
idêntico ao de Daniel 2:28, 32. Em ambos os casos em que Deus decidiu revelar-Se
em forma visionária, Ele estava em pleno controle da revelação. 33
A Nabucodonosor em Daniel 2 Deus retrata os futuros impérios mundiais por
meio de um ídolo.34 Isso faz sentido naquele tempo e lugar porque, para o ímpio rei, as
nações do mundo eram brilhantes e luminosos correspondentes dos deuses que
adorava. Por seu turno, para Daniel, o profeta hebreu, as nações do mundo eram como
bestas maléficas, destruidoras, que estavam ferindo o seu povo. Destarte, na visão de
Daniel 7 Deus novamente Se apropria do conhecimento e ambiente do profeta. Desta
vez, em lugar do simbolismo fixar-se no mundo babilônico, Ele molda a visão em
termos do relato da criação dos capítulos 1 e 2 do Gênesis. 35 Deus descreve o futuro a
Daniel em termos de uma nova criação. A seqüência da história em ambas as visões é
essencialmente a mesma (Dan. 2:45; 7:17). Mas em Sua escolha de cenário, Deus
encontra os autores apocalípticos onde se acham!36
Há algumas conclusões que gostaria de extrair do sumário acima:
a) Deus fala aos profetas no contexto de seu próprio tempo, lugar e circunstâncias.
Ele fala em linguagem que podem compreender e apreciar, mesmo quando
expressando-Se em termos apocalípticos. Ele emprega a linguagem do passado do
profeta para pintar um quadro do seu futuro. Deus encontra as pessoas onde estas se
acham. Em nosso estudo de profecias biblicas, como Apocalipse 17, portanto, é
imperativo que busquemos entendê-las em termos do tempo original, lugar, língua e
circunstâncias, bem como do conteúdo das Escrituras integralmente. O sentido do que
Deus tem para hoje não contradirá a mensagem que Ele colocou na visão, em primeiro
lugar.
Isso não deve ser confundido com a posição preterista. Esta alega que Daniel e
Apocalipse não oferecem qualquer lampejo quanto ao futuro distante de seus profetas.
Os livros apocalípticos em vez disso tratam da situação imediata, e dessa situação
somente. Uma metodologia adventista, por outro lado, crê que Deus coloca nas visões
apocalípticas informação precisa quanto ao futuro distante, mas esse futuro é descrito
na linguagem do tempo e lugar do profeta. Se desejamos entender o que Deus estava
dizendo a João sobre o futuro, precisamos primeiro compreender o que João entendia.
À luz da seção anterior, contudo, distinção deve ser feita entre o tempo das
visões apocalípticas e o tempo de sua interpretção. Numa visão, o profeta pode viajar
para qualquer parte do universo e a qualquer ponto no tempo, até alcançar o fim do
mundo. Os eventos da visão não são necessariamente situados no tempo e lugar do
profeta. Quando, porém, a visão é explicada ao profeta posteriormente, a explicação
sempre ocorre no tempo, lugar e circunstâncias do visionário.
Podemos ver claramente esse princípio em Daniel 2. Embora a visão da estátua
conduza Nabucodonor ao fim da história terrena, a explicação da visão por Daniel
está firmemente enraizada no tempo e lugar de Nabucodonosor. A interpretação
começa com uma declaração objetiva e direta: ―Tu és a cabeça de ouro‖ (Dan. 2:28).
Daí é relatado a Nabucodonosor que uma série de reinos se seguiriam após ele (2:39),
na perspectiva de seu tempo.
Como foi o caso com Daniel 2, a profecia apocalíptica de Daniel 7 divide-se em
duas partes: uma descrição da visão na qual o profeta é transportado no tempo e
espaço (Dan. 7:2-14), e uma explicação da visão, dada na linguagem, tempo e lugar do
profeta (Dan. 7:15-27).37 Conquanto Daniel experimentasse todos os elementos da
visão, inclusive os eventos finais, a explicação esclarece que a visão é essencialmente
a respeito da futura experiência do povo de Daniel (Dan. 7:17, 18, 23-27). A
explicação vem para o benefício de Daniel e, portanto, explica coisas em termos de
sua localização no mundo e história, em termos que ele possa entender. O mesmo
poderia ser observado em Daniel 8 e Zacarias 4:1-14).38
Destarte, quando quer que uma visão avança para interpretação, o princípio de que
―Deus encontra as pessoas onde se acham‖ deve ser aplicado à explicação dada. Os
profetas em geral não parecem entender a revelação da visão somente. 39 Torna-se,
então, necessária uma explicação a fim de que a revelação ser compreendida. 40 Sendo
que essa explicação é dada para benefício do profeta, baseia-se no tempo, lugar e
circunstâncias em que o vidente vive. O presente, passado e futuro não estão
alicerçados em tempo do visionário, mas em termos de localização física do profeta e
estrutura de tempo. Esse princípio tem implicações profundas para a interpretação de
textos apocalípticos difíceis, como Apo. 17:7-11.
Apoc. 17:8
Era
Já não é
Está para subir do abismo
Vai-se para a perdição
O Que Penso
Conclusão
Acaso meu ponto de vista explica todos os pormenores do texto? Decerto não.
Apesar de nossos melhores esforços, Apocalipse 17 permanece ainda uma passagem
problemática. Embora o que conste acima seja como eu busco o sentido do texto, estou
aberto à possibilidade de ter passado por alto algumas coisas que possam revelar que
minha posição seja inadequada de uma ou outra forma. Mas os que desejarem
contrariar minha posição, saibam que isso não pode partir de um exame superficial do
texto. Há muita informação que não tive como compartilhar neste breve estudo, mas
apesar de muito que o tenho estudado, ainda me intriga a sua complexidade.
Para mim, a conclusão mais segura a que podemos chegar é evitar basear uma
exposição teológica ou espiritual de importância sobre os mirabolantes pormenores
dessa fascinante visão.
A despeito de que nenhum dos pontos de vista acima possa demonstrar-se correto
em última análise, a base evidencial para a posição dos ―sete papas‖ é por demais
problemática para ser tomada como fato. Na melhor das hipóteses é a sugestão
esperançosa de alguns que anseiam que Jesus logo retorne. Eu compartilho com esses
o mesmo anelo, e respeito a expectativa que os motiva e também o seu desejo de
detonar uma reforma e reavivamento na Igreja. Não devemos nos esquecer, contudo,
que quando Jesus de fato voltar, a maioria de nós se surpreenderá com o tempo de Sua
vinda (I Tess. 5:1-3), não importa o quanto a tenhamos tentado descobrir. Segundo
tanto Mateus quanto Ellen White, o dia e a hora somente serão revelados quando a
nuvem que se aproxima já nos for visível. 48
Satanás empregará todo meio com que puder contar para distrair-nos de nossa missão
dupla de desenvolvimento de caráter e proclamação do evangelho. As grandes
mensagens espirituais da fé adventista são já por si só atraentes. A clara e inspiradora
mensagem das Escrituras é o evangelho eterno no contexto do tempo do fim, quando
do julgamento de Deus (Apo. 14:6-12). Essa mensagem não necessita de impulso a
partir de exegeses especulativas de passagens difíceis.
Lição Espiritual
É intuitivo presumir que se Deus Se deu ao trabalho de revelar-Se nas Escrituras,
cada detalhe devia ser compreensível, ante pesquisa suficiente e a guia do Espírito
Santo. Mas a realidade não parece apoiar essa intuição. Porções significativas da
Bíblia têm resistido a todas as tentativas de pleno entendimento. Apocalipse 17 não
parece ser uma exceção. Conquanto haja aspectos do capítulo que pareçam
razoavelmente claros, há muito que desafiam nossos melhores esforços. Por que iria
Deus colocar coisas na Bíblia que não podemos assimilar, a despeito de diligente
esforço?
Lembro-me de uma ocasião em que estava com Mervyn Maxwell, um colega do
Seminário e, como eu, estudante do Apocalipse. O tema sob discussão eram as sete
trombetas. Ao manifestar-me sobre a dificuldade de encontrar fundamento para certas
interpretações sobre as trombetas, ele voltou-se para mim e disse: ―Por que Deus iria
pôr coisas na Bíblia que não podemos compreender?‖ Fiquei por um momento sem
saber o que dizer, então ocorreu-me uma idéia que pareceu satisfazer-me, bem como a
Maxwell, e ainda julgo fazer sentido.
Eu respondi: ―Para manter-nos retornando à Bíblia. Ler a Bíblia é tão essencial à
nossa espiritualidade quanto o alimento é essencial para nossos corpos. Precisamos
‗comer‘ a Palavra todo dia para sobrevivermos espiritualmente. Mas se pudéssemos
chegar ao ponto de saber tudo quanto se poderia alcançar das Escrituras, não
sentiríamos necessidade de estudá-las ainda mais. Perderíamos o ‗gosto por ela‘. Deus
colocou muitas coisas difíceis na Bíblia a fim de que sejamos motivados a manter-nos
retornando a ela, buscando dela aprender, mantendo-nos crescendo em nosso
entendimento. É a curiosidade sobre o que não sabemos que motiva o manter-nos
alimentando-nos e crescendo no Senhor‖.
Eu encerro com cinco passos num relacionamento com a Bíblia (verThe Deep
Things of God, págs. 79-92 para maiores detalhes).
NOTAS
1 Talvez uma dúzia de estudos tais passaram por minhas mãos nos últimos 35 anos.
2 David E. Aune, ―Revelation 17-22‖, Word Biblical Commentary, vol. 52c (Nashville:
Thomas Nelson, 1998), 944-945.
3 Ver a análise desta posição por Kenneth A. Strand, ―The Seven Heads: Do They
Represent Roman Emperors?‖ in Symposium on Revelation— Book II, editado por Frank B.
Holbrook, Daniel and Revelation Committee Series, vol. 7 (Silver Spring, MD: Biblical
Research Institute, 1992), 178-206.
4 David E. Aune, Revelation, 3 vols., Word Biblical Commentary, vol. 52, David A.
Barker e Glenn W. Hubbard, editores (Waco, TX: Word Publishers, and Nashville: Thomas
Nelson, 1997-1998).
5 Aune, 946-948.
6 Adela Yarbro Collins, Crisis and Catharsis: The Power of the Apocalypse(Philadelphia:
Westminster Press, 1984), 69-76; Leonard Thompson, The Book of Revelation: Apocalypse and
Empire (New York: Oxford University Press, 1990), 174-185.
7 Note-se tb a observação de Strand (―Seven Hills,‖ pág. 186 e nota 18) que noutro lugar
em Apocaliopse a palavra para ―colina‖, em Apo. 17:9, é traduzida como ―monte‖, e em
nenhuma outra parte nas Escrituras tal palavra se aplica a um indivíduo. Adicionalmente, ver
nota de Strand (pág. 187) de que as sete colinas de Roma não são seqüenciais, como são os
montes de Apo. 17:9.
8 Ibid., 948.
9 Os leitores podem observar que não analisei os pontos de vista dos futuristas
dispensacionalistas com respeito às sete cabeças de Apocalipse 17 (trata-se do ponto de vista
retratado na série Deixados Para Trás). A razão para isso é que tal ponto de vista, embora
desfrute imensa popularidade entre os cristãos, não é levado a sério por eruditos sobre
Apocalipse por sérias razões exegéticas. Não acho, portanto, que essa metodologia para o
exame de Apocalipse será de auxílio para estudantes adventistas de Apocalipse 17, conquanto
um estudo criterioso do capítulo possa conduzir à conclusão (como eu atualmente mantenho)
de que a visão tem por enfoque os eventos finais da história do mundo. Essa rejeição tem por
base a qualidade de exegese, não meramente discorcância com conclusões futuristas da linha
dispensacionalista.
10 Um rápido exame das referências-padrão oferece os seguintes comentários sobre
Apocalipse 17, como um todo: GC 382, 440, 536 e 7BC 983 (Letter 232, 1899; MS 24, 1891;
RH, Nov. 29, 1892). Se há quaisquer outros claros comentários de Apocalipse 17 em obras
publicadas ou não-publicadas, ficaria feliz de saber a respeito (ainda não conferi o CD Rom)
[Obs.: Paginação indicada de livros em inglês, segundo suas siglas também em inglês).
11 Uriah Smith, Daniel and the Revelation, edição revisada (Nashville: Southern
Publishing Association, 1944), 711.
12 C. Mervyn Maxwell, God Cares: The Message of Revelation For You and Your
Family (Boise, ID: Pacific Press, 1985).
13 Ibid., 471-475.
14 Jacques B. Doukhan, Secrets of Revelation: The Apocalypse Through Hebrew
Eyes (Hagerstown, MD: Review and Herald, 2002), 161-164. Conquanto esse pequeno livro
não tenha despertado muita atenção, Doukhan nessas páginas oferece a exegese mais extensa e
exclusiva desse difícil texto dentre todos os eruditos e líderes eclesiásticos. Compartilharei o
seu ponto de vista como uma alternativa significativa à minha ao final deste estudo.
15 Kenneth A. Strand, ―The Seven Heads: Do They Represent Roman Emperors?‖
in Symposium on Revelation— Book II, edited by Frank B. Holbrook, Daniel and Revelation
Committee Series, vol. 7 (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 1992), 191.
16 Ibid., 186.
17 Ibid., 191.
18 Ibid.
19 Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ: Commentary on the Book of
Revelation (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2002), 515.
20 J. Massyngberde Ford, Revelation, The Anchor Bible, vol. 38 (Garden City, NY:
Doubleday, 1975), 287-288, cf. G. K. Beale, "The Book of Revelation",The New International
Greek Testament Commentary (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1999), 857.
21 Beale, The Book of Revelation, 639; J. Ramsey Michaels, Revelation, The IVP New
Testament Commentary Series, edited by Grant R. Osborne (Downer‘s Grove, IL: InterVarsity
Press, 1997), 147; James Moffat, The Revelation of St. John the Divine, The Expositor‘s Greek
Testament, 5 vols. (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1956), 5:425; J. P. M. Sweet, Revelation,
Westminster Pelican Commentaries (Philadelphia: The Westminster Press, 1979), 196-197.
22 As coroas mudam-se das cabeças (sobre o dragão em Apocalipse 12) para os chifres
(sobre a besta do mar em Apocalipse 13). Isso reflete a mudança da cabeça da quarta besta para
os dez chifres em Daniel 7. Assim como os dez chifres são posteriores aos da quarta besta em
Daniel 7, a mudança de coroas das cabeças para chifres indica que a besta do mar (que recebe
sua autoridade do dragão—Apo. 13:2) é posterior ao dragão na perspectiva histórica.
23 Beale parece ter chegado à mesma conclusão com base no grego. G. K. Beale, ―The
Book of Revelation‖, The New International Greek Testament Commentary (Grand Rapids,
MI: Eerdmans, 1999), 875.
24 Alguns têm sugerido uma ligação entre esta besta e Hidra da antiga mitologia grega. A
Hidra era um monstro de nove cabeças que finalmente veio a ser destruída por Hércules. Mas
toda vez que uma cabeça era eliminada, duas cresciam em seu lugar e o monstro tornava-se
mais temível do que antes!
25 Sem autor, Problems in Bible Translation, Committee on Problems in Bible
Translation, General Conference of SDAs (Washington, DC: Review and Herald, 1954), 95-96.
26 Ele continuamente mostra como a vida de Jesus cumprem as Escrituras
veterotestamentárias com que os judeus estavam familiarizados (ver, por exemplo, Mat 1:22,
23; 2:5, 6, 15, 17, 18). Ele emprega termos judaicos sem explicação.
27 Termos judaicos são explicados a sua audiência não-judaica (comparar, por exemplo,
Mar. 14:12 com Mat 26:17).
28 Talvez não haja ilustração mais clara disso do que os dez mandamentos, que vêm
diretamente da boca de Deus (Êxo. 20:1-19), contudo incluem elementos significativos do
ambiente cultural dentro do qual foram recebidos (inclusive escravidão, idolatria, e vizinhos
que possuíam bois e jumentos).
29 A construção no grego de Apo. 1:3 significa, ―ouvir com entendimento‖. A linguage
presume que os leitores originais do livro teriam entendido sua mensagem básica.
30 Leslie Hardinge, Jesus Is My Judge: Meditations on the Book of Daniel(Harrisburg, PA:
American Cassette Ministries Book Division, 1996), 27-28, 134; Roy Allan Anderson,
Unfolding Daniel‘s Prophecies[/i] (Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association,
1975), 42, 87.
31 Conquanto William Shea não trate diretamente da linguagem, ele de fato comenta: ―A
forma da revelação nesses dois casos era a mesma. Os destinatários, contudo, são bem
diferentes. O sonho do capítulo 2 foi dado a um rei pagão inicialmente para seu próprio
benefício pessoal; o sonho de Daniel 7 foi dado diretamente ao profeta Daniel para comunicar
ao povo de Deus‖. William H. Shea,Daniel 1-7, The Abundant Life Bible Amplifier, editado por
George R. Knight (Boise, ID: Pacific Press Publishing Association, 1996), 155.
32 Daniel L. Smith-Christopher, "The Book of Daniel: Introduction, Commentary, and
Reflections", The New Interpreter’s Bible, vol. 7, edited by Leander E. Keck (Nashville:
Abingdon Press, 1996), 100.
33 John J. Collins faz observar que ―a fórmula da visão‖ é também encontrada em Dan.
4:13, com respeito ao sonho de Nabucodonosor da grande árvore. John J. Collins, "Daniel with
an Introduction to Apocalyptic Literature", The Forms of the Old Testament Literature, vol. 20,
editado por Rolf Knierim and Gene M. Tucker (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans
Publishing Co., 1984), 76; idem, A Commentary on the Book of Daniel, [/i]Hermeneia– A
Critical and Historical Commentary on the Bible[/i], Frank Moore Cross, editor geral
(Minneapolis: Fortress Press, 1993), 294.
34 Eu chamo a imagem de ―ídolo‖ em parte por causa de como o Velho Testamento
emprega o termo noutra parte: 2 Reis 11:18; 2 Crô. 23:17; Amós 5:26, etc. Mas a própria
reação de Nabucodonosor é interessante. No capítulo 3 ele sabe exatamente o que fazer com a
―imagem‖ montada para que o povo a adorasse!
35 Tanto em Gênesis quanto em Daniel as coisas começam com um mar tempestuoso (Gên
1:2; Dan 7:2). Em ambos os casos um ―filho do homem‖ recebe domínio sobre os animais.
36 Qual das duas visões refletem uma perspectiva mais próxima da mente de Deus? Eu
sugeriria que é a de Daniel no capítulo 7. Na perspectiva humana, as nações do mundo são
coisas gloriosas dignas da mais elevada devoção humana 415-421.
Outro exemplo do Velho Testamento de visão seguida por interpretação se acha em
Zacarias 4, que tem um padrão semelhante ao de Daniel 7. Em Zacarias 4, contudo, a visão é
extremamente breve (Zac. 4:2b-3), e é introduzida pelo anjo intérprete (Zac. 4:1-2a). A
interpretação da visão envolve um longo diálogo de parte a parte entre o profeta e o anjo (Zac
4:1-2a, 4-14).
37 Poder-se-ia alegar que em meio da explicação de Dan. 7:15-27 ocorre um complemento
à visão. Dan. 7:21, 22 afirma, ―Enquanto eu olhava, eis que o mesmo chifre fazia guerra contra
os santos, e prevalecia contra eles, até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor
dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino‖. Isso parece
ser uma extensão visionária do vs. 8 e do interlúdio de juízo em Dan 7:9-14. Daniel prossegue
registrando a pergunta a esta solicitação com informação adicional sobre a quarta besta e chifre
pequeno: ‗O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente. . . .‖ Destarte, a
visão e interpretação não são separados rigidamente, mas os dois sub-gêneros podem ser
fundidos. Isso também parece ser o caso em Apocalipse 17, onde o capítulo começa com uma
curta introdução explanatória (seguindo-se à visão das taças de pragas – Rev 17:1-2),
acompanhada por uma curta visão (17:3-6a), seguida por uma longa explanação de elementos
da visão (17:6b-18).
38 Klaus Koch divide Daniel 8 em ―visão‖ (Schauung– 2-14) e ―sentido‖ (Deutung– 15-
26). Klaus Koch, ―Vom Prophetischen zum apocalyptischen Visionsbericht,‖
in Apocalypticism in the Mediterranean World and the Near East, Proceedings of the
International Colloquium on Apocalypticism, Uppsala, August 12-17, 1979, David Hellholm,
editor, (Tübingen: J. C. B. Mohr [Paul Siebeck], 1983), 415-421.
39 As visões de Ellen White eram descritas por seu filho como ―quadros rápidos‖, algo
como um filme mudo. Às vezes um anjo vinha explicar aspectos da visão, outras vezes Ellen
White tinha que pesquisar em comentários e livros de história para obter um entendimento do
que Deus estava tentando comunicar-lhe.
40 Susan Niditch, The Symbolic Vision in Biblical Tradition (Chico, CA: Scholars Press,
1983), 185.
41 Isto também é verdade quanto às quatro cabeças do leopardo. Reconhece-se vastamente
que representam as quatro divisão do império de Alexandre, três dos quais sobreviveram
inquestionavelmente como nações destacadas por várias centenas de anos. É possível que as
cabeças possam representar impérios romanos específicos no livro de 4o. Esdras (2 Esdras nos
apócrifos). Esdras contempla uma visão de uma águia com 12 asas e três cabeças (4 Ezra 11:1 -
12:9). A águia é uma reinterpretação da quarta besta de Daniel 7 (4 Esdras 12:10-12). Alguns
eruditos julgam que as três cabeças da água (4 Esdras 11:29-35; 12:22-30) representem
Vespasiano, Tito e Domiciano. Ver D. S. Russell, The Method and Message of Jewish
Apocalyptic (Philadelphia: Westminster Press, 1964), 194.
42 Ver a discussão sob o título ―Implicações Para O Ponto de Vista de Doukhan/Maxwel‖.
Ver também Doukhan, 161-164.
43 Doukhan, 161-164.
44 Ibid., 163.
45 Ibid.
46 Doukhan, 161-163.
47 Beale, 876.
48 Mat 24:30-31. O único ―sinal‖ da vinda de Jesus explicitamente dado em Mateus 24 é
Sua vinda com as nuvens. Cf. GC 640-641
Fonte : http://foroadventista.com/index.php?topic=403.msg3107;topicseen