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INSTITUTO TEOLÓGICO QUADRANGULAR

ALUNO (A): Jonata Batista dos Santos

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Autor(es): C. René Padilha

Título: Missão Integral

Cidade Viçosa MG Editora: Utimato

1. ARGUMENTO PRINCIPAL:
A tese principal do livro é a integralidade da missão da Igreja. Padilla afirma
que a missão da igreja não pode ser entendida e praticada apenas como
evangelização e missões transculturais, com o propósito fundamental de fazer
a igreja crescer numericamente. A evangelização é o centro da missão da
igreja, além do anúncio verbal, é necessário praticar boas-obras que
demonstrem o amor de Deus pela humanidade e a fidelidade da igreja ao
Reino de Deus. O evangelho, entende René, não é apenas o perdão do
pecado, mas, também, a transformação da vida da pessoa para buscar justiça,
para si e para a sua sociedade.
Essa é a visão do Reino de Deus. O Reino é a soberania de Deus sobre sua
criação. Deus é rei de tudo que existe, pois ele é o Criador de todas as coisas.

2. FICHAMENTO:

René Padilla é um dos mais influentes teólogos Latino-americano, sua


apresentação em Lausanne 74 mudou o curso da história, afirmando que a
evangelização não pode acontecer de forma alienada da realidade. A Missão
da igreja é integral, pois deve estar comprometida com todo o Conselho de
Deus, levando em conta a pessoa na sua totalidade, bem como o contexto no
qual a pessoa vive. A missão veste a roupa da encarnação. É a busca por uma
missão da igreja que seja bíblia e contextual. O livro é um conjunto de ensaios
que foram escritos ao longo de uma década começando com o Congresso
Internacional de Evangelização Mundial em Lausanne, 74. Padilla contribuiu e
muito para a valiosa formulação do Pacto de Lausanne, pacto este que toma
posição contra um evangelho mutilado e um conceito estreito da missão cristã.
Pacto este que foi o elo que articulou os latino-americanos como segmento
evangélico que dialogaria com as ciências sociais e a TL. Este pacto se tornou
a marca para diferenciar evangelicais de evangélicos.
Principais temas abordados configuram mais a agenda fundamentalista que
propriamente os conceitos missiológicos.
A evangelização deve ser vista como algo inseparável da responsabilidade
social e política. O Pacto critica ainda a mundanalidade que se detecta na
adulteração da mensagem, a manipulação dos ouvintes por meio de técnicas
de pressão e a preocupação exagerada pelas estatísticas na evangelização.
Devemos aceitar o dever de desenvolver um estilo de vida simples, a fim de
contribuir mais generosamente tanto para a ajuda material como para a
evangelização. É um apelo para que voltemos o nosso rosto para um mundo
sofredor. René defendia que a Missão da igreja, inclui a proclamação do
evangelho e sua demonstração, portanto devemos evangelizar responder as
necessidades humanas imediatas e pressionar em prol da transformação. Ele
aborda os movimentos de Lausanne 1 a 3. O capitulo 1 aborda os desafios
missionários atuais, ele destaca o desafio do discipulado radical, o desafio da
globalização e da pobreza e o desafio da destruição do ecossistema.
O capítulo 7 aborda a Missão Integral – A expansão do Cristianismo no mundo
dos dois terços depois da Segunda Guerra Mundial. Destaca que a América
Latina é um continente de batizados católicos, não de evangelizados. Existe
muito sincretismo, em muitas áreas, por exemplo, a adesão ao cristianismo não
significa um rompimento com o espiritismo. O crescimento impressionante da
igreja em algumas áreas do mundo é certamente pequeno em comparação
com a expansão do materialismo moderno que erigiu o homo consumens como
o modelo da vida ideal. Uma das necessidades mais urgentes, portanto, é a fé
no poder do evangelho como uma mensagem de libertação do mundo visto
como um sistema sob o domínio dos deuses da sociedade de consumo criada
pela tecnologia ocidental. A missão cristã hoje deve ser realizada a partir de
uma posição de debilidade. Como os cristãos poderão se unir na missão
quando muitos deles adotam um estilo de vida ostentoso? A pobreza do
Terceiro Mundo coloca um ponto de interrogação sobre o estilo de vida de
muitos cristãos e a resposta apropriada, para começar, é um estilo de vida
simples e uma reestruturação radical das relações econômicas entre cristãos
em todas partes, baseada no conceito cristão da mordomia. Ronald Sider disse
“ Se tão somente uma parte dos cristãos europeus e norte-americanos
começassem a aplicar princípios bíblicos sobre a prática de compartilhar
economicamente entre o povo de deus em nível mundial o mundo se
surpreenderia muito”. É hora dos cristãos ricos tomarem a séria a “pobreza
evangélica”, isto é, a pobreza inspirada por nosso Senhor Jesus Cristo, que,
sendo rico, se fez pobre por nós (2 Co 8.9). Todas as igrejas em todos os
lugares se encontram em estado de missão e devem compartilhar aquilo que
têm. Todas as igrejas deveriam dar e receber. É um convite para reduzir a
distância entre as igrejas do Ocidente e no Terceiro Mundo. Não recursos
econômicos suficientes para satisfazer as demandas do mercado com o nível
de consumo ao qual se acostumaram as pessoas no Ocidente. É duvidoso que
o mundo sobreviva sem arrependimento. A igreja deve encarar o desafio de um
desenvolvimento humano, no contexto da justiça. O desafio tanto para os
cristãos no Ocidente como para os cristão nos países subdesenvolvido é criar
modelos de missão centrados num estilo de vida profético, modelos que
apontem para Jesus Cristo como o Senhor da totalidade da vida, à
universalidade da igreja e a à interdependência dos seres humanos no mundo.
O Capítulo 8 apresenta a Unidade da igreja e o princípio das unidades
homogêneas. O propósito de Deus em Cristo Jesus inclui a unidade da raça
humana, e esta unidade se torna visível na igreja. A Bíblia nunca olha para o
ser humano como um individuo isolado, Ele no vê como um ser em sociedade.
Os movimentos de crescimento da igreja, que acabam contribuindo para a
divisão de classes, segregação social e discriminação racial. Ef 2, Cl 3.11, Gl
6.16, Rm 2.28-29, Fl 3.3, Fm16... Nos diz que não há lugar para divisão no
Corpo de Cristo. Jesus desfez a inimizade e não deve haver mais
discriminação ou divisão entre judeus e gregos, pretos e brancos, homens e
mulheres, escravos e livres, iletrados e cultos. Em Cristo foram quebradas
todas as barreiras que separamos seres humanos. Não se pode exagerar o
impacto que a igreja primitiva produziu nos não-cristãos por causa da
fraternidade cristã acima das barreiras naturais. Michael Gree escreve“ quando
os missionários cristãos proclamavam que em Cristo tinha sido cancelada a
distinção entre escravo e livre da mesma maneira definitiva como tinha
desaparecido a distinção entre judeu e o gentio, e não somente o
proclamavam, mas efetivamente viviam em harmonia comestes princípios,
então isto chamava poderosamente a atenção”. Facilitar a conversão das
pessoas sem ter que cruzar barreiras através da criação de igrejas
homogêneas é contrário ao ensino do Novo Testamento que diz que cada
igreja tinha que manifestar a unidade dos membros acima de suas diferenças
raciais, culturais e sociais. Somente uma missiologia sintonizada com o
ensinamento e a pratica apostólica com relação à extensão do evangelho pode
contribuir para a edificação de uma igreja constituída por pessoas de toda raça,
língua e nação.
O livro encerra no capitulo 10. A Missão da Igreja à luz do Reino de Deus. Falar
do Reino de Deus é falar do propósito redentor de Deus para toda a criação. A
história de Jesus Cristo continua atuando por meio do Espírito Santo, que é o
agente da escatologia em processo de realização. A igreja é a comunidade do
Reino, mas nuca o próprio reino; é um organismo cujos membros estão unidos
pela ação do Espírito. “Um corpo” corresponde a “um Espírito” (Ef 4.3-4). O
Reino de deus não pertence exclusivamente ao futuro. Ele é uma realidade
presente, manifesta na comunidade cristã, que é “habitação de deus no
Espírito” (Ef 2.22). A igreja é chamada a ser uma nova sociedade (1 Co 10.32),
aqui e agora ela participa do “já” do Reino que Jesus iniciou. Ela não deve ser
equiparada com o Reino, matam pouco separada dele. Seu propósito é refletir
os valores do Reino, aqui e agora, pelo poder do Espírito Santo. Povo de deus
chamado a confessar Jesus Cristo como Senhor e viver à luz desta confissão.
Pentecostes significou poder para um novo estilo de vida que incluía uma nova
economia, que é sinal do Reino. A missão da igreja é uma extensão da missão
de Jesus. É a manifestação, ainda que não completa, do Reino de Deus tanto
por meio da proclamação como por meio da ação e do serviço social. Por meio
da igreja e de suas boas obras o Reino de Deus se torna historicamente visível
como uma realidade presente. As boas obras não são um mero apêndice da
missão, mas uma parte integral da manifestação presente do Reino. A igreja
para ser compreendida corretamente, deve ser vista no contexto do propósito
universal de Deus em cristo Jesus (Ef 1.10). O “segredo revelado” está sendo
realizado já na igreja, cuja confissão de Jesus Cristo antecipa o cumprimento
do propósito de Deus de que “ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
Senhor, para glória de deus Pai” (Fp 2.10-11). Cristo foi exaltado como senhor.
Ele deve exercer seu reinado – deve reinar – até que todos os seus inimigos,
incluindo a morte, o último deles, tenham sido colocados debaixo dos seus pés.
(1 Co 15.27-28). A igreja é o novo homem em quem se reproduz a imagem do
segundo Adão (Ef 2.15; 4.13; 1 Co 15.45) e os primeiros frutos da nova
humanidade (Tg 1.18). A igreja no poder do Espírito proclama a salvação em
Cristo e planta sinais do Reino, entregado-se sempre inteiramente à obra do
Senhor, sabendo que seu labor no Senhor não é em vão (1 Co 15.58). Por sua
morte e ressurreição, Jesus cristo foi exaltado como Senhor do universo.
Consequentemente, todo o mundo foi colocado sob seu senhorio. A igreja
antecipa o destino de toda a humanidade e participa da solicitude divina pela
justiça e reconciliação em toda a sociedade humana e pela libertação do
homem de toda forma de opressão. O Deus da redenção é também o criador e
juiz de toda a humanidade, seu propósito para a igreja, não pode ser separado
de seu propósito para o mundo.

Transcrição 01: A evangelização deve ser vista como algo inseparável da


responsabilidade social e política.
Comentários:

Transcrição 02: A igreja é chamada a ser uma nova sociedade, aqui e agora
ela participa do “já” do Reino que Jesus iniciou.
Comentarios:

Conclusão

Acerca da responsabilidade social e a evangelização, só podem ser entendidas


unicamente a luz do reino de Jesus Cristo. O reino de Deus não é o
melhoramento social progressivo da humanidade, a tarefa da igreja é
transformar a terra em céu, o poder de Deus na história traz boas novas aos
pobres, liberdade aos cativos, vista aos cegos e libertação aos oprimidos. A
evangelização e a responsabilidade social andam juntas. A necessidade mais
ampla e mais profunda de todo ser humano é um encontro pessoal com Jesus
Cristo.
O evangelho é a boa nova acerca do reino, e o reino é domínio de Deus sobre
a totalidade da vida, cada necessidade humana pode ser utilizada como ponto
de partida para a manifestação de seu poder real. A igreja é chamada a
manifestar o Reino de Deus aqui e agora. O poder que está ativo na igreja, no
entanto é como a operação do Poder de Deus. A missão da igreja é a
manifestação histórica deste poder por meio da palavra e da ação no poder do
Espirito Santo. Por sua morte e ressurreição Jesus Cristo foi exaltado como
Senhor do Universo, consequentemente todos foram colocados sob seu
senhorio.
A igreja, a comunidade que confessa a Jesus Cristo como Senhor e através
dele reconhece a Deus como criador e juiz de todos os homens é chamada a
participar da divina justiça e reconciliação em toda a sociedade humana, e pela
libertação do homem de toda forma de opressão. A consumação do Reino de
Deus é a obra de Deus.

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