No contexto da missão, a proclamação do evangelho é essencial e está in mamente ligada à Palavra de Deus. A Bíblia é a base para a pregação do evangelho, pois é nela que encontramos a verdade única e inalterável. Ela testemunha do evangelho e é, por si só, o próprio evangelho. A mensagem missionária encontrada na Bíblia nos ordena a ir para todo o mundo e pregar o evangelho, mas vai além disso, pois também nos oferece um modelo de como realizar essa evangelização. Não se trata apenas do conteúdo da mensagem, mas também de como transmi -la de forma adequada. A Bíblia nos mostra claramente essa verdade, revelando sobre si mesma, sobre Cristo e sua infinita misericórdia, destacando a história da salvação da humanidade por meio da expiação de Cristo Jesus.
Capítulo 2 – Missões: a prioridade de Deus
A ordem de Jesus aos discípulos para pregar o evangelho a todas as nações não foi uma nova ideia, mas uma con nuação do que já estava estabelecido no An go Testamento. Cristo mesmo fundamentou sua mensagem nas Escrituras an gas. A criação revela cinco caracterís cas importantes sobre o propósito de Deus para a humanidade: comunhão, felicidade, amor, glorificação e compar lhamento da san dade. No An go Testamento, vemos exemplos de missão em pessoas como Abraão e José. Deus fez promessas a Abraão para que ele deixasse sua terra e fosse uma bênção para as nações. José também cumpriu uma missão ao abençoar não apenas o povo do Egito, mas toda a região. Suas bênçãos se estenderam além de si mesmo para todos que o conheciam.
Capítulo 3 – O Deus vivo é um Deus missionário
É essencial que todo cristão compreenda as bases fundamentais das missões para enfrentar as dificuldades inerentes a elas. Examinando exemplos do An go Testamento, como Abraão, que recebeu um chamado de Deus e promessas de descendência, terra e bênção, vemos como sua obediência resultou em bênçãos para toda a sua posteridade. Mesmo que Abraão não pudesse imaginar isso inicialmente, Deus cumpriu Suas promessas. Essas bênçãos se estenderam além de Abraão, como pode ser visto na inclusão dos gen os na pregação do evangelho pela igreja primi va. Desde o início da história, Deus tem se envolvido na missão por meio de pessoas escolhidas para compar lhar Seu evangelho eterno.
Capítulo 7 – Testemunha para o mundo
Se considerarmos que a nossa missão é pregar o evangelho, fica claro que o centro da missão é o próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo. Ao analisarmos alguns textos bíblicos, percebemos que a dinâmica da missão no An go Testamento era centrípeta, ou seja, Deus usava o povo de Israel como instrumento para abençoar o próprio povo e as nações vizinhas. Israel possuía um papel especial como mediador entre as pessoas e Deus. No Novo Testamento, porém, vemos uma abordagem missionária centrífuga, em que os discípulos são comissionados a ir e proclamar o evangelho, alcançando as pessoas de forma mais direta e pessoal.
Capítulo 9 – O evangelho do Reino
O foco principal da missão de Jesus era o tema do Reino de Deus. Ele anunciava: "Arrependei-vos, pois o Reino de Deus está próximo" (Mateus 4:17). A missão trazia esperança em um Reino de Deus livre de todo mal, como guerras, dor e pecado. Esse Reino não é apenas uma utopia religiosa, mas algo concreto e manifestado em Jesus Cristo. A questão de como ingressar nesse Reino pode ser respondida por meio da missão. A forma como falamos sobre o Reino e o apresentamos às pessoas pode determinar o sucesso ou o fracasso da missão. Ao contrário da compreensão moderna de um reino como um domínio de autoridade de um rei, a compreensão bíblica do Reino se refere à soberania, ao governo e não apenas ao domínio. O Reino de Deus é o poder de Deus e não se limita a um lugar sico, mas é o reinado de Deus.
Capítulo 14 – O Reino de Deus na realidade do mundo
Jesus, ao enviar seus apóstolos após sua ressurreição, os relacionou com a missão de carregar a mensagem do evangelho através do caminho da cruz. Essa missão envolvia desafiar os poderes dominantes e proclamar a iminência do Reino de Deus. No entanto, a implementação desse reinado não ocorreria por meio de manobras polí cas, mas sim através da derrota humilhante de Jesus na cruz, que se revelou como a vitória decisiva do Reino. A igreja é chamada a con nuar essa missão, desmascarando a injus ça e a hipocrisia polí ca. Embora a essência do evangelho esteja centrada em um "outro mundo", isso não significa passividade diante das injus ças. Jesus mesmo demonstrou um ministério de confronto e libertação contra as obras do Diabo. A vinda do Reino está além da morte e da derrota, e a missão da igreja é incorporar e anunciar essa realidade em jus ça e misericórdia, desafiando os poderes opressores deste mundo. A cruz é o símbolo principal do Reino, onde Jesus foi manifestado como Senhor sobre todos os poderes. Capítulo 24 – O evangelho integral O evangelho retratado na Bíblia é completo em si mesmo, destacando a perfeição de Cristo na vida do ser humano. Dada a condição imperfeita em que nos encontramos, nunca seremos plenamente completos. O evangelho integral reconhece a necessidade de correção e complementação mútua. Deus nos ordena a proclamar esse evangelho a todo o mundo, não a um povo específico. Diante da situação atual, assim como na época de Cristo, os seres humanos clamam e suplicam por ajuda. Em Jericó, um cego clamava por auxílio de um Messias que ele acreditava poder curá-lo. No entanto, os seguidores de Jesus insis am para que o cego se calasse, silenciando o grito daquele que necessitava de ajuda. Jesus, em sua missão, deu prioridade ao clamor do cego e ignorou o protocolo para conceder a cura. Da mesma forma, a igreja precisa cuidar daqueles que clamam no mundo. O evangelho integral destaca nossa necessidade de nos aproximarmos de Cristo para sermos aperfeiçoados por Ele.
Capítulo 25 – Oração: rebelião contra o status quo
Nesta parábola contada por Jesus, uma viúva pobre e negra busca jus ça diante de um juiz corrupto. Apesar dos obstáculos, ela persiste em seu pedido até que o juiz cede. Essa história ilustra a natureza da oração de pe ção, que envolve a rebeldia contra as injus ças e a recusa em aceitar o mundo caído como normal. A oração de pe ção é um ato de esperança na transformação da vida conforme a vontade de Deus. No entanto, muitas vezes resignamos e aceitamos a situação vigente, o que compromete nossa prá ca de oração. Devemos reconhecer que a oração de pe ção é uma expressão de nossa crença na capacidade de Deus para mudar a realidade. A oração é um ato de rebeldia contra o mal e uma busca pela vitória da verdade. Devemos persis r em oração, confiando na jus ça de Deus e no poder de sua intervenção.
Capítulo 32 – Oração: rebelião contra o status quo
A comissão inicial consis a em apenas 12 homens, incluindo pescadores, cobradores de impostos e pessoas comuns, mas todos cheios do Espírito Santo de Deus. Com o início da pregação do Espírito Santo no dia de Pentecostes, o número de seguidores aumentou significa vamente em relação aos 12 iniciais. Hoje, a igreja representa muitas pessoas que estão convencidas do retorno de Jesus. A igreja possui autoridade para proclamar este evangelho, que não é apenas um pensamento comum, mas o poder de Deus para a salvação daqueles que nele creem.
Capítulo 34 – As duas estruturas da missão redentora de Deus
Durante suas viagens pela Ásia e Grécia, Paulo trouxe uma abordagem diferente na formação das igrejas em comparação com a cultura hebraica. Em sua pregação, ele ensinava que os gen os não precisavam abandonar sua iden dade cultural para se tornarem seguidores de Cristo, o que resultou na formação de novas comunidades de crentes semelhantes às sinagogas. Essas igrejas, localizadas em diferentes regiões da Ásia, passaram a ser conhecidas como igrejas neotestamentárias. Essa estrutura serviu como um modelo para as futuras comunidades, que incluíam pessoas de diferentes idades e gêneros. Com o tempo, duas estruturas se desenvolveram: a do sodalício e a do modalício.
Capítulo 36 – Uma história de transformações
A maior parte dos missionários até o século XVIII eram monges, e muitos iam trabalhar em culturas que já estavam num processo de transformação, mas sempre nutrindo a esperança de ver pessoas obedecendo as regras de Cristo, visto que o foco sempre foi esse, aliado com a comunicação das boas novas de Jesus Cristo, chamado ao arrependimento, à fé e ao ba smo. Havia dezenas de movimentos pelo mundo, como os bene nos, o qual através dele surgiram diversos outros, como os nestorianos, os ortodoxos, os celtas, os franciscanos, os dominicanos e os jesuítas. Os bene nos não eram missionários intencionais, porém mesmo assim viajavam para locais onde a fé cristã ainda não havia alcançado, e formava comunidades que ensinassem a fé à essas pessoas. Os nestorianos e os ortodoxos introduziram as letras e o ensino entre os povos analfabetos. Os celtas combinavam um amor profundo pelo aprendizado, pela disciplina espiritual e pelo fervor missionário.
Capítulo 38 – Períodos da história missionária
No final do século XVIII nos Estados Unidos, cinco universitários se reuniram para orar e buscar direção de Deus. Essa reunião de oração ficou conhecida como a Reunião de Oração do Monte de Feno e resultou na criação da Junta Americana de Comissionados para Missões Estrangeiras, assim como no surgimento de um movimento missionário estudan l. Mulheres de Boston foram influenciadas por esse movimento e formaram grupos de oração femininos que mais tarde se tornaram juntas missionárias femininas. O primeiro período missionário foi marcado pelo amor e sacri cio dos missionários, especialmente na África, onde enfrentaram doenças e morte. Além disso, houve um desenvolvimento estratégico na reflexão sobre missões, com a ênfase na formação de liderança na va e a progressão das etapas pioneira, paternal, de parceria e de par cipação. O segundo período começou em 1865 com Hudson Taylor e sua Missão para o Interior da China, que nha como obje vo alcançar os povos negligenciados do interior. O período inicial foi marcado por confusão e ques onamentos sobre a necessidade de mais missões, mas Taylor destacou a importância de ir além das regiões costeiras. O terceiro período missionário teve início com Cameron Townsend e Donald McGavran, que se dedicaram a alcançar grupos negligenciados, como tribos e "povos ocultos". Townsend fundou a Associação Wycliffe de Tradutores da Bíblia para traduzir a Bíblia para línguas indígenas, enquanto McGavran enfa zou a importância de estabelecer estratégias missionárias específicas para grupos sociais isolados. A conscien zação sobre esses grupos esquecidos aumentou, levando a uma conferência global em 1980 com representantes de agências missionárias de todo o mundo. A tarefa de alcançar os "povos ocultos" é vista como um obje vo possível, envolvendo cristãos de todas as partes do mundo. Além disso, o mundo está se tornando menos fechado a estrangeiros, o que facilita o acesso a esses grupos. Agências missionárias do segundo período também estão se voltando para novos campos missionários. O terceiro período apresenta vantagens, como uma rede global de igrejas e uma conscien zação maior sobre a missão de alcançar todas as nações. A geração atual não tem desculpas para não cumprir essa tarefa divina.
Capítulo 39 – Uma inves gação sobre o dever dos cristãos
É nosso dever orar e empregar todos os métodos legí mos para espalhar o conhecimento do nome de Deus e cumprir a comissão de fazer discípulos de todas as nações. Apesar de reconhecer a importância de alcançar os necessitados em nosso próprio país, argumenta-se que devemos também levar o evangelho aos pagãos, que não têm acesso aos meios de graça e vivem em condições desfavoráveis. Acredita-se que a ordem de Cristo se aplica a todos os cristãos e que devemos demonstrar piedade e solidariedade ao empreender todos os esforços possíveis para levar o evangelho a essas pessoas. Há viabilidade em fazer mais do que está sendo feito para a conversão dos pagãos. Os obstáculos mencionados, como a distância, a maneira bárbara de viver, o perigo, as necessidades básicas e a dificuldade dos idiomas, são abordadas e consideradas superáveis. Afirma-se que é um dever dos cristãos cooperar com Deus na propagação do evangelho, e a oração fervorosa é ressaltada como um dos primeiros e mais importantes deveres. Além da oração, os cristãos são encorajados a usar meios prá cos para alcançar o que estão orando, e é enfa zado que a sabedoria e o esforço devem estar presentes nessa busca. É proposto a organização de uma sociedade de cristãos sérios, como pastores e leigos, que estabeleceriam regras e planos para a propagação do evangelho. Essa sociedade teria uma comissão responsável por obter informações, selecionar missionários e fornecer recursos. Embora seja desejável que todos os cristãos par cipem dessa obra, o autor sugere que cada denominação se dedique separadamente ao trabalho. Contribuições financeiras seriam necessárias e aconselha-se que as igrejas criem um fundo para esse propósito. O texto enfa za que o trabalho na terra está relacionado às recompensas futuras e incen va uma dedicação total para promover a causa e o Reino de Cristo.
Capítulo 43 – As pontes de Deus
O processo de cris anização no Ocidente é individualista devido à liberdade de consciência e à falta de subsociedades exclusivas. O individualismo ocidental é fortalecido pelo desaparecimento do clã e da vida familiar, levando as pessoas a agirem por si mesmas. No entanto, a cris anização de um povo requer a conversão dos vários grupos e a compreensão da mente do grupo. A decisão do grupo não é a soma de decisões individuais, mas um processo cole vo que envolve divisões internas e reações em cadeia. O obje vo é promover movimentos populares em direção a Cristo. Os movimentos populares apresentam cinco vantagens significa vas. Em primeiro lugar, eles estabelecem igrejas arraigadas em comunidades locais, independentes das missões ocidentais. Em segundo lugar, são autóctones, mantendo a cultura e tradições locais. Em terceiro lugar, permitem uma expansão espontânea da igreja, sem depender exclusivamente de missionários estrangeiros. Em quarto lugar, possuem um grande potencial de crescimento, tanto internamente quanto externamente. Em quinto lugar, oferecem um sólido modelo cristão, centrado na igreja local. Esses movimentos fornecem um modelo replicável e sustentável para a cris anização.
Capítulo 52 – Entendendo o que é cultura
A cultura é um campo complexo e abrangente, essencial para a comunicação eficaz do evangelho. Compreender a própria cultura é o primeiro passo, pois ninguém pode se desvincular completamente de sua cultura e obter uma perspec va supracultural. O estudo da cultura envolve observar o comportamento, ques onar os valores subjacentes a esses comportamentos, explorar as crenças que sustentam esses valores e, finalmente, compreender a cosmovisão, que responde às questões fundamentais da realidade. A cosmovisão é o cerne de cada cultura e influencia todos os aspectos da vida cultural. Embora esse modelo simplificado da cultura não explique completamente sua complexidade, ele fornece uma base fundamental para o estudo cultural.
Capítulo 54 – Cultura, cosmovisão e contextualização
O obje vo do testemunho cristão é converter pessoas a Cristo e integrá-las em igrejas que sejam adaptadas tanto cultural como biblicamente. A contextualização do cris anismo é um processo que ocorre desde o Novo Testamento, onde os apóstolos comunicavam a mensagem cristã aos gregos usando sua língua e cultura. A contextualização envolve expressar a verdade cristã de acordo com o padrão de pensamento dos receptores, usando palavras e conceitos de sua cultura. Embora haja riscos, como o sincre smo, a busca por um cris anismo contextualizado, relevante e significa vo é necessária para a fé ser vital e dinâmica. Entender a cultura e a cosmovisão é fundamental para a contextualização, pois Deus ama todas as culturas, as culturas e idiomas da Bíblia foram criados pelos humanos e Deus trabalha dentro das culturas de forma apropriada. A contextualização deve levar a mudanças nas pessoas e nas estruturas culturais, guiadas pelo Espírito Santo e não imposta de fora. É importante evitar um cris anismo dominado por formas culturais estrangeiras, mas sim usar as formas culturais do povo receptor, correndo os riscos inerentes.