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INTRODUÇÃO

No presente trabalho iremos de discorrer sobre a Paixão dos Metodistas pela


evangelização, descrevendo os métodos ou técnicas usadas para poder anúnciar o
Evangelho.

Partindo do pressuposto que toda estrutura apresenta uma base, é importante antes
de explanar sobre a paixão dos Metodistas pela envagelização, conceituar a
evangelização.

Várias pessoas fazem confusão quanto ao conceito de evangelização e evangelismo.


Ambos os termos são igualmente corretos, pois a evangelização depende do evangelismo.
Se este é a teoria, aquela é a prática.

Evangelismo, é a doutrina cujo objetivo é fundamentar biblicamente o trabalho


evangelístico da igreja de Cristo, de acordo com as narrativas e preposições do Antigo e
do Novo Testamento (Gn 12.1,2; Is 11.9; Mt 28.19,20; At 1.8).

O evangelismo fornece também as bases metodológicas, a fim de que os


evangelizadores cumpram eficazmente a sua tarefa (2Tm 2.15).

Evangelização é a prática efeiva da proclamação do Evangelho, quer pessoal, quer


coletivamente, até aos confins da terra, levando-nos a cumprir plenamente o mandamento
que Jesus nos delegou (At 1.8) . A evangelização não é um trabalho opcional da igreja,
mas uma obrigação de cada seguidor de Cristo (1Co 9.16)

A palavra “evangelista” provém do grego Koiné, que significa “boas novas” ou


“boas notícias” e que também serve de base para o nome dos quatro primeiros livros do
novo testamento biblíco chamados “evangelho”. Por isso os autores destes quatro livros
são denominados evangelistas –Mateus, Marcos, Lucas e João.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A missão na prespectiva dos Metodistas caracterizava-se pela paixão evangelística,


pela proclamação das boas novas do Evangelho, pela missericórdia e solidariedade, pelo
desenvolvimento de um processo que ofereça às pessoas e sociedade uma compreensão
da vida comprometida com uma prática de libertação de valorização da pessoa, pelo
questionamento dos sistemas que produzem a opressão, a violência e a morte, pelo
confronto da realidade com a presença histórica do reino de Deus e pelo desenvolvimento
de uma consciência crítica da realidade e que produza transformação da pessoa e da
sociedade.

Com o despertar missionário dos protestantes Europeus e o processo de expansão


colonialista dos Estados Unidos, a questão da evangelização se revestiu de singular
importância e significado. A ênfase foi direcionada à aceitação do Evangelho,
centralizada na mensagem de que a salvação está em Jesus Cristo. O Movimento
Metodista, uma vez organizado em igreja metodista, assumiu um caracter institucional e
desenvolveu o seu projecto missionário, visualizando novos espaços para a pregação do
Evangelho.

Portanto, a mensagem evangelistica, anunciada pelos pregadores metodistas,


visando a salvação das almas, pressupunha a conversão da pessoa e da sociedade, tendo
em vista a experiência da bênção de Deus na vida em todos os sentidos e significados.

A acção de ensinar, apreender e viver o Evangelho de Jesus Cristo implica em outro


elemento inovador na tradução teológica Wesleyana: A dotrina da santificação. Segundo
Wesley, a santificação é um dom de Deus, assim como o amor de Deus o é. A experiência
da conversão é possível apartir do novo nascimento, na qual o convertido pode
expermentar uma nova vida, seguindo a ênfase do amor a Deus e ao próximo, até alcançar
a perfeição cristã.

Mergulhados na paixão pela evangelização, os metodistas estavam hábituados ao


mundo relegioso informal. Seus pregadores leigos e itinerantes realizavam reuniões ao ar
livre, apresentando uma mensagem simples e emotiva. Dessa forma atraíam um grande
número de pessoas, as quaais se comprometiam a seguir as orientações e instruções dos
pregadores.

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Esse era o procedimento da evangelização: As pessoas eram impactadas por uma
mensagem que evidenciava o valor do ser humano e a sua capacidade de realizar coisas.
A mensagem dos pregadores metodistas revelava que tanto o indivíduo como a sociedade
podiam caminhar infinitamente no sentido do aperfeiçoamento a caminho da santificação
na visão Wesleyana.

Wesley é um modelo de evangelização, ele vivenciou o Evangelho de forma


integral, dava grande importância aos aspectos pessoais da salvação e da nova vida sem
desvalorizar o sentido social da da fé cristã. O Evangelho e o poder de Deus destinados à
pessoa total e à totalidade das pessoas. Surge, de forma dinâmica, a visão de pecado
individual e social.

O testemunho missionário da comunidade metodista levou em consideração a


sociedade da época, com suas realidades e necessidades, e a situação concreta em que
vivem as pessoas.

O LUGAR DA NOSSA AÇÃO PASTORAL

Surge uma interrogação, quanto ao lugar onde os metodistas com paixão de


evangelizar e levar a boa nova devem atuar. A Bíblia de Gênesis a Apocalipse, mostra
como Deus atua em momentos significativos na vida humana, na sociedade e na própria
natureza, as primeiras páginas da Bíblia afirmam que Deus é o criador do céu e da terra
(Gn 1.1) e as últimas terminam “Eu sou o Alfa e o Ômega, o príncípio e o fim, o primeiro
e o último (Ap 22.13).

Como Deus está em toda parte assim também é a missão do metodista quanto a
evangelização. O lugar para o realizar é o mundo, com todas as contradições, porque é
aqui que somos vocacionados a desenvolver nossa visão, comprometidos com a justiça
do Reino de Deus.

Os metodistas acreditavam que a evangelização é o serviço que prestamos ao


mundo em nome de Deus. Evangelizar é falar de Deus, em Cristo na ação do Espírito, em
nossas vidas. Deus nos chama, esse chamado é parte do encontro e da experiência com
Ele. É preciso, no ministério pastoral, resgatar a vocação e a cosnciência do carisma para
realização da missão.

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A GRANDE COMISSÃO

A grande comissão, recolhida por Mt 28,19-20, é um chamado a “ir” por todo o


mundo. Todos os homens devem ser alcançados, pois o evangelho é universal, é para
todos os homens e mulheres em todos os tempos que vivem em situações diferentes,
experimentam a realidade de maneiras diferentes. Por isso é necessário identificar-se com
cada povo, cada nação, encarnar-se no povo, na sua realidade, na sua cultura.

Esse “ir” não é por conta própria, é em virtude daquele que envia, é em seu nome,
em seu poder e por causa da sua presença constante entre nós. É ele que evangeliza, a
igreja apenas leva a efeito a evangelização. Ele estará presente sempre. Ele acompanha a
evangelização que a Igreja torna efetiva no mundo.

Evangelizar implica em “ensinar todas as coisas” que Jesus ensinou e viveu. É viver
em cada momento presente, de acordo com as circustâncias de cada povo e cada histórico
presente, a vida que ele viveu, com todas as contradições e conflitos que isso possa
acarretar. E isso leva a uma “ação evangelizadora”.

Tudo isto nos mostra a necessidade de conhecer, de estar identificado com a


realidade, de estar realmente encarnado na situação concreta daqueles a quem queremos
evangelizar. É necessário conhecer profundamente a situação concreta do povo a quem
devemos evangelizar.

A evangelização será libertadora quando o seu processo, as suas técnicas de


comunicação, o espírito que a anima, o seu estilo e a sua mentalidade forem também
libertadores; quando leva em conta a atividade humana e a visão do mundo do homem,
com todos os seus conflitos e ajuda a conduzir o homem a uma constante libertação,
pessoal e estrutural, social e histórica, visando a criação do novo homem em uma
sociedade nova.

E isso implica no que cita Jon Sobrino: “Não é apenas proclamação, mas também a
realização da mensagem proclamada. Essa nova só será boa na medida em que realizar a
libertação dos oprimidos”.

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EVANGELIZAÇÃO DINÂMICA

A certeza, segurança, alegria e o gozo da fé fizeram dos metodistas evangelistas


dinâmicos. A grande benção do amor divino revelado e experimentado pessoal e
comunitariamente seria partilhado no testemunho. A ação evangelizadora é uma ação de
amor a Deus e ao próximo, expressa sob diversos meios, para levar o poder do Evangelho
às pessoas e à sociedade. Os cãnticos renovadores , a pregação, as novas formas de
comunicação do Evangelho, a pregação leiga, os grupos pequenos, o contato com o povo
pobre, sofredor e marginalizado revelam a natureza e a dinâmica da evangelização. O
evangelho encarna-se na realidade das pessoas e da comunidade. A graça e o amor divino
são proclamados amorosamente e vigorosamente.

A paixão evangelizadora é o testemunho de uma fé viva, prática e objectiva, para


proclamar e sinalizar a todas as pessoas as boas-novas do amor de Deus revelado em Jesus
Cristo.

O compromisso com o bem-estar da pessoa total: espiritual, moral, física, emocional,


psicológica, mental e social, são formas de evangelização, quando ajudamos o próximo a
atingir eles.

Por isso Evangelizar, não é somente falar do evangelho, é ser sinal vivo da boa nova,
é por isso que somos enviados

Os evangelistas usam várias palavras para exprimir o objeto do evangelho e não


somente o reino de Deus.

EVANGELIZAR CONSTA ASSIM TRÊS GRAUS

 Evangelizar é anuciar os evangelhos;


 Os evangelhos anuciam Jesus Cristo;
 Jesus Cristo anuncia o advento do reino do Pai, que é a vida e liberdade dos
homens.

A última fonte da evangelização é, por conseguinte, o evangelho que foi anuciado


por Jesus, a mensagem que foi proclamada na Palestina por Jesus, Filho de Deus
e homem verdeiro, Filho de Deus e Profeta, sábio de Deus.

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MISSÃO E EVANGELIZAÇÃO

Missão é, antes de tudo, o ato de Deus de enviar a Si mesmo. Dizia Santo Irineu
no século 2, que a palavra e o Espírito são como braços de Deus para realizar no mundo
os seus propósitos. Deus envia o seu Filho e o Espírito para operar a Criação, a Redenção
e a Santificação.

Missão é também a consciência subjetiva de ser enviado, a Igreja é um povo que


se sente enviado ao mundo em nome de Deus, e nela cada pessoa se move apartir da
mesma experiência, missão é a experiência subjetiva de sentir-se chamado.

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CONCLUSÃO

Depois das pesquisas realizadas concluímos que para os metodistas a paixão pela
evangelização significava cuidar do bem-estar físico, mental, espiritual e emocional da
sociedade, trazendo a boa nova ajudando a sociedade a conversão mudando a sua forma
de pensar e agir, cuidar do próximo, e fazndo o que é justo, transformando a sociedade
num lugar bom para se viver.

Todos somos chamados a evangelizar, a espalhar o evangelho nos quatro canto do


mundo, promovendo o bem-estar moral da nação e difundir na sociedade os princípios da
sagrada escritura. Um dos exemplos que temos sobre a paixão pela evangelização é
centrada na pesssoa de João Wesley, que era contagiosa, e a pessoa que sentia realmente
uma nova criatura em Cristo, convertia-se em evangelista. Sentia a mesma urgência que
o Apóstolo São Paulo, que quando exclamava: “Aí de mim, se não pregar o evangelho” (
2Coríntios 9:16 ).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Noroeste de Birigüi, 2005.
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SANTE UBERTO BARBIERI Aspectos do metodismo histórico

AS Marcas Básicas da Identidade Metodista.Colégio Episcopal

EVANGELIZAR.JOSÉ COMBLIN

ALMEIDA, J. F. de. Bíblia sagrada harpa cristã: edição revista e corrigida. 4. ed. Barueri
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GREEN, M. Evangelização na igreja primitiva. 2. ed. São Paulo: Sociedade Religiosa


Edições Nova Vida, 1970.

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Champagnat, 2008. Disponível em: <https://www.pucpr.br/wp-
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PACKER, J. I. A Evangelização e a Soberania de Deus. São Paulo - Sp: Editora Cultura


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O LIVRO DA IGREJA METODISTA UNIDA 2008. Edição da Coferência Central de


África

ARANHA, Maria Lucia A. História da Educação e da Pedagogia – Geral e Brasil, 3. ed.


SP: Moderna, 2006.

ARANHA, Maria Lucia A. História da Educação, 2. ed. SP: Moderna, 1996

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