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I D E -Igreja Discipulada para Evangelizar

INTRDUÇÃO
A primeira vez que a palavra igreja aparece nas Escrituras foi mencionada
pelo próprio Senhor Jesus, registrada em Mt 16:18. Nesta passagem Jesus afirma
que Ele próprio é o edificador da Igreja e destaca que a base de sustentação da
mesma é a confissão de Fé na revelação dada, não pela carne e nem pelo
sangue, mas por seu Pai que está no céu, de que Ele é o Cristo o Filho do Deus
vivo.
O processo de edificação da igreja se dá na condução de pessoas até o
conhecimento da revelação que Deus dá de seu Filho. Inicialmente Jesus era o
portador da mensagem (contida em seu “modus vivendi”1 e em seu discurso)
através da qual as pessoas poderiam chegar a receber essa revelação e assim
se tornarem igreja. Todas as suas ações eram com propósito de fazer seus
discípulos entenderem quem era Ele. Ele se revelava a medida que convivia com
eles, a medida que os ensinava. A medida que os discipulava a sua imagem, a
sua pessoa ou a sua natureza iam sendo geradas na pessoa que de fato o seguia.
Depois de os ensinar e os treinar, os discípulos tiveram a experiência do
pentecoste, e adquiriram poder para dá sequência a missão iniciada por Jesus,
possibilitar que cada pessoa receba, de forma correta e clara, a revelação que
Deus dá de seu Filho – e assim possa ter a resposta certa a principal pergunta de
Jesus: “E vocês, quem dizem que EU SOU?”
Os Cristãos do passado fizeram o papel deles, de certa forma cumpriram
sua missão, e a revelação contida no evangelho chegou até nós. Hoje pesa sobre
nós essa missão de tornar o filho de Deus conhecido. Temos a proclamação e o
ensino do evangelho como meios de fazer Cristo ser gerado nas pessoas (Gl
4:19). Vale lembrar que, como em Jesus, a revelação deve está contida em
nossos discursos e no nosso modo de viver, pois a igreja, seus discípulos seguem
seus chamados.
Quanto aos chamados vejamos que:
1. Em Mt 11:28 - O chamado é para uma libertação das opressões e
cargas do pecado, logo é destinado aos perdidos – aceitar esse chamado é
permitir que Jesus promova essa libertação, a pessoa é o alvo exclusivo das
ações de Jesus, Ele torna a pessoa livre das amarras e do domínio do pecado. É
nessa condição de liberto que Jesus fará o chamado para que a pessoa se torne
seu Discípulo ou igreja, posto que ninguém é igreja se ainda for escravo do
pecado, haja vista que o próprio termo a igreja (ekklesia), refere-se a uma
assembleia de pessoas LIVRES chamadas para cumprir um propósito

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Maneira de viver; modo de se portar na vida, de conviver, de sobreviver; de agir; de reagir.

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determinado. Muitos aceitam esse primeiro chamado e consequentemente
experimentam a libertação de vícios e hábitos imorais, mas não aceitam o
segundo chamado de seguir após Jesus.
2. Em Mt 16: 24 – O seguir Jesus é uma questão do querer, e no contexto
bíblico, só as pessoas livres poderiam exercer o livre arbítrio, os escravos não
decidiam o caminho a seguir. Jesus requer algumas atitudes que devem
acompanhar essa decisão, tais atitudes afetam o uso egoísta da liberdade que a
pessoa passou a desfrutar. É preciso negar-se a si mesmo, tomar sua própria cruz
e seguir após Ele. Hoje a igreja precisa oferecer o discipulado ao novo crente e
este, por sua vez, precisa se submeter ao processo, assim ele terá contato, não
só mais com as palavras de Jesus, mas também com o modo de viver de Cristo
presente no viver diário da igreja, e terá a possibilidade de ter experiências
pessoais com Jesus, posto que sua presença está com e na igreja que proclama
o evangelho e ensina através do discipulado (Mt 28:20).
3. Em Mt 4:19 - O chamado é para o serviço, para a utilidade. “Vinde após
mim e EU VOS FAREI pescadores de homens”! Aceitar esse chamado é permitir
o agir de Jesus, que desta vez envolve, não só a vida da pessoa chamada, mas
também o resgate de pessoas perdidas. Seria o treinamento para o exercício do
ministério.
I – A OBRA DE CRISTO E OS SEUS AGENTES SUBSTITUTOS
Já dissemos que Deus revelava no próprio filho quem o filho era. Cabia a
Jesus se manter dentro daquilo que foi designado pelo Pai, desse modo, através
das palavras e modus vivendi de Jesus, muitos iam recebendo a revelação de
quem era Jesus. Saber a real identidade de Jesus é primordial para que a pessoa
seja Salva. Nesse propósito Jesus se relacionava com a multidão, diante de quem
ele anunciava o evangelho e operava sinas e maravilhas. Jesus se relacionava,
também, de forma mais intima com seus discípulos, os quais ele treinava,
ensinava, guiava para que, quando Ele partisse para o céu, estes fizessem tudo
conforme seus ensinamentos. Então vejamos que suas ações, tanto relativas a
multidão, quanto as relacionadas com seus discípulos precisavam de
continuidade e consequentemente se substitutos. Quem são os agentes que
substitutos?
1. O Espírito Santo – O próprio Jesus falou que pediria ao Pai e este
enviaria O Outro Consolador, o Espírito da Verdade, o qual o mundo não recebe,
por não o conhecer, mas quanto aos discípulos o Espirito Santo estaria neles e
habitaria com eles (Jo 14. 6, ss). Desse modo fica claro que o Espírito Santo
substituiu Jesus em suas ações para com os discípulos.
2. A igreja coletivamente e cada crente individualmente – O próprio
Senhor comissionou sua igreja para pregar o evangelho a toda criatura (Mc 16:15)
e fazer discípulos de todas as nações. O que Jesus entre os perdidos, a sua igreja

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faria. A capacitação para cumprir essa missão não seria completa sem a descida
do Espirito Santo. Lembremos dos três vindes citados na introdução, e vejamos
que evangelizar e discipular é a missão da igreja, assim como buscar e orar para
que os cristãos recebam o poder do alto.
II – AS ARMAS E INSTRUMENTOS CONCEDIDOS PARA O
CUMPRIMENTOS DA GRANDE COMISSÃO.
O desafio da igreja é grande, impossível de ser alcançado de dependesse
unicamente dos recursos humanos e físicos. Embora seus embates envolva o
mundo físico, nota-se que seu enfrentamento perpassa a fronteira desse mundo
e chega as dimensões espirituais. Paulo afirmou que a nossa luta não é contra
carne nem sangue, mas contra poderes espirituais da maldade (Ef 6:12). Nesse
mesmo contexto e ainda em outras várias passagens das Escrituras, percebemos
que Deus tem concedido uma variedade de bênçãos e um arsenal completo para
que sua igreja triunfe e cumpra sua missão. Todas a manifestação da graça de
Deus em conceder poderes e privilégios para sua igreja tem o objetivo de
leva-la a cumprir sua missão de evangelizar e discipular.
No mundo existem quatro poderes dominante, somente a igreja pode
confrontá-los e vencê-los, posto que tais poderes em e com Deus vence tudo.
Poder Econômico – um grande percentual dos recursos deveria ser usado
ou investido na manutenção das pessoas – para não lhes faltar mantimentos –
Deus fala que dízimos e ofertas devem ser trazidos para que não falte
mantimentos. Mantimentos tem a ver com cuidar de pessoas. Manutenção tem a
ver com cuidar de coisas. Observem que o poder econômico estava na mão dos
cristãos primitivos, uns possuíam mais e outros menos, mas ninguém tinha nada
como se fosse seu, e assim investiam para suprir os necessitados. Vejam que no
ministério de Jesus há episódios que demonstram a voluntariedade de alguns em
contribuir com seus bens. Maria quando usou o perfume caríssimo para preparar
o corpo de Jesus para a morte; Nicodemos, quando usou 100 libras de Mirra para
embalsamar o corpo de Jesus. Esses casos demonstram que esse poder deve
ser investido no corpo de Jesus que hoje é sua igreja.
Poder Político – Esse poder estava presente na igreja, ainda no ministério
de Jesus, na pessoa de José de Arimatéia, um senador. Sua atuação foi tirar o
corpo de Jesus da cruz, evitando assim que o mesmo fosse destruído pelos
abutres. Observemos que esse poder, também deve ser usado para o bem do
corpo de Cristo. E vale salientar que onde se precisa de um determinado poder,
o outro não resolve. Poder Espiritual não resolve em momentos como este no qual
se precisou de poder econômico.

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Poder Intelectual – Serve para fazer o trabalho com excelência. Impõem
respeito perante a sociedade, e ajuda em enfrentamentos de questões de
deslealdade, injustiça por parte das autoridades para com a igreja. Ajuda na
ministérios do ensino e da proclamação do evangelho. Devemos orar, buscando
em Deus, mais sabedoria, mas esse poder se adquire pelo estudo e pesquisa
dentro do processo ensino aprendizagem.
Poder Espiritual – Não devemos ser como a Igreja de Laodiceia que possuía
muito de determinado poder e não possuía nada de poder espiritual. Com esse
poder a igreja faz as obras que Jesus fez e pode fazer coisas maiores ainda. Os
Discípulos já tinham passado pelo treinamento, pelo discipulado, já tinham, por
assim dizer o poder intelectual, mas eram covardes e tímidos, mas depois do
pentecoste, ao receber esse poder vindo do alto, eles deixaram de temer até a
própria morte e foram eficientes no cumprimento da missão. Paulo nos orienta a
que nos enchamos do Espirito Santo.
Obs. Detalhe, com relação a todos esses poderes, quanto mais melhor.
Devemos ter cuidado para não ignorarmos um ou outros, ou super valorizarmos
um em detrimento de outro. Todos eles podem tornar a pessoa ou a igreja
orgulhosa ou arrogante, mas devemos lembrar que somos vasos de barro, onde
Deus deposita seus tesouros para que a excelência da glória não seja do vaso,
mas de Deus.

Vejamos os meios ou instrumentos concedidos para que potencialize


a igreja no exercício de sua missão:

1. O Espírito Santo Deus – comunica poder para que a igreja seja


testemunha (mártir) do Senhor. O Espírito Santo oferece dons e todos devem ser
aplicados para que a obra seja feita.
• Os Dons Espirituais – São sinais de que Deus está agindo através da
igreja. São 9 e se dividem em 3 grupos:
Dons de falar – revelam a palavra de Deus.
– Profecia
– Variedade de línguas
– Interpretação de línguas

Dons de Saber – Revelam a sabedoria Divina


– Palavra de sabedoria
– Palavra de conhecimento
– Discernimento de espíritos

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Dons de poder – Revelam o poder de Deus.


– Fé
– Dom de cura
– Operação de maravilhas

• Os Dons de Serviço – Veja Rm. 12. 3,8 – Observe que eles realçam
uma ligação com o fruto do Espirito. E como o nome já diz, são destinados ao
serviço. Servir é algo destinado a quem é servo – ministros.

2. A Armadura de Deus – Todas as peças de uma armadura representam


aspectos da vida cristã que devem está na igreja pois são poderosas contra os
embates e ciladas do diabo. A preparação do evangelho da paz, como calçados;
a justiça, como a couraça; o cinto, como a verdade, e assim por diante. O certo é
que essas atitudes são a armadura de Deus com a qual sua igreja deve se
revestir.
3. 0s Cinco Ministérios – leia efésios 4.11 e os textos subsequentes, veja
que os cinco ministros são dados, porque Jesus quer:
• O aperfeiçoamento dos santos.
• O crescimento até a fase adulta
• Que sejam varões perfeitos
• Que se tornem ministros. Capazes de exercer o ministério.

III – AS CONSEQUÊNCIAS DA NEGLIGÊNCIA NA PRÁTICA DA


COMISSÃO.
1. Consequências para o novo crente.
• Ele não chega a ser varão perfeito – Sempre necessitando do leite
• Fica perdido dentro da igreja – A dracma perdida em meio ao descuido da dona
da casa -
• Se torna infrutífero – Está na igreja, como o ramo que estava na oliveira, mas
não dava fruto.
• Não conseguirá ter entendimento do Pai - irmão mais velho do Prodigo, o servo
que enterra o talento, ambos têm uma compreensão errada do senhor.
• Seu estado último fica pior que o primeiro. Mateus 12:43 – “Quando um
espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso
e não encontra, Lucas 11:24.

2. Consequências para a igreja.

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O negligenciar a obra de Deus dada a nós nos expõe a práticas egoístas e
mundanas – destacamos que ser mundano não requer que sejam imorais ou
promíscuos, basta que sejamos amantes do mundo ou dos bens terreno, que
deixemos de priorizar o reino de Deus e a sua justiça.
Filipenses 3:19 – Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o
estômago e têm orgulho do que é vergonhoso; eles só pensam nas coisas
terrenas.
Hebreus 6:4 – Ora para aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom
celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo. Veja a sequencia do texto.
E observe a sentença para quem recebe tanto e não faz o que deve e se tem
poder e oportunidade de fazer.
2 Pedro 1:4 – Por intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas
promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza
divina e fugissem da corrupção que há no mundo, causada pela cobiça. Compare
agora com 2 Pd 2:20 2 os versículos seguintes. Você vera que o texto fala de
lideres cristãos e de liderados que amaram mais suas causas do que as causas
do Senhor, e por isso se cumpriu neles o ditado: “A porca lavada voltou para a
lama e o cão comeu o seu vômito”!
Já dissemos anteriormente que a presença de Jesus é condicionada a obediência
a grande comissão, desse modo a igreja perde a presença de Jesus se for
displicente ou descomprometida com a obra de anunciar e discipular.
Veja que o Semeador saiu a semear e não se preocupou em como
estavam os diversos tipos de solo, e nem acompanhou o crescimento ou
desenvolvimento da semente, e ela foi tirada, foi morta, foi sufocada. Como a
parábola fala de forma figurada, e representa a igreja que semeia a palavra os
ouvintes que ouvem a palavra, cabe perguntar:
Quem deve cuidar desse processo de acompanhar o crescimento da palavra até
que possa produzir frutos.

Veja também o caso do Bom samaritano.


Quem está sendo representado pelo homem meio morto?
Pelo sacerdote?
Pelo levita?
E quem é o bom samaritano de hoje? Veja que suas atitudes foram
possíveis à medida que ele tinha consigo potencial para ajudar. Ele tinha os
medicamentos, tinha conhecimento do caminho até a hospedagem, tinha força e

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condições de carregar o ferido; tinha recursos para pagar as despesas. Este poder
está sobre quem nos dias de hoje?

CONCLUSÃO –
Não sejamos como aquele que tem capacidade de multiplicar o que
recebeu, mas opta por enterrar seu talento!! (Mt. 25).
Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão
e desobediência recebeu a justa retribuição, Como escaparemos nós, se não
atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada
pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; Testificando também
Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito
Santo, distribuídos por sua vontade? (Hb 2. 2-4).
Ora, se aqueles que rejeitam a Lei de Moisés morrem sem misericórdia, mediante
a palavra de acusação de duas ou três testemunhas, 29julgai vós, quanto maior
castigo merecerá quem feriu os pés do Filho de Deus, profanou o sangue da
aliança pelo qual Ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? 30Porquanto,
nós conhecemos aquele que declarou: “A mim pertence a vingança!”, e em outro
trecho: “O Senhor exercerá juízo sobre seu povo”. … Hb 10: 28,ss
Lembremos que:
A SALVAÇÃO, é graça e serviço.

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