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Plano

de
ismo
Evangel
de
Plano
ismo
Evangel 1
2° edição

CLAYBSON ALMEIDA

2
SUMÁRIO

Capítulo 1 – Você foi chamado

Capítulo 2 – O Espírito Santo te capacita com dons espirituais

Capítulo 3 – Nos passos de Jesus

Capítulo 4 – Uma geração de intercessores

Capítulo 5 – Sereis minhas testemunhas

Capítulo 6 – Visitas missionárias

Capítulo 7 – Culto de ensino nos lares

Capítulo 8 – Ponto de decisão

Capítulo 9 – Igreja em célula

Capítulo 10 – Classe bíblica ganhadora de almas

Apêndice

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1
O CHAMADO

E escolheu doze deles.


Lucas 6:13

UM CHAMADO PESSOAL DE CRISTO

O chamado para o serviço cristão evangelístico é um chamado


individual que vem exclusivamente de Cristo. Envolvendo três
aspectos da vida cristã.

Desenvolver seu ministério em sua igreja local e universal é uma


grande honra que vem dosada com responsabilidades e privilégios.
Testemunhar das boas novas da salvação é o mais alto privilégio já
confiando ao ser humano. Provérbios diz que “o homem que ganha
almas é sábio” (Provérbios 11:30).

Verdadeiramente não existe maior e mais bela obra que conduzir


almas aos pés de Cristo, salvando-as para o reino dos céus. Cristãos
fiéis são colaboradores do Senhor na continuidade de seu ministério
aqui na terra. (I Coríntios 3:9-19).

Já foi dito de forma afirmativa que “trabalhar em prol dos homens é a


única atividade na Terra que excede a tarefa da mãe, que seja tão
honrosa em toda a sua extensão; pois utiliza as faculdades superiores,
conhecimento superior, não tirar proveito dos homens, mas reerguê-
los e purificá-los, moldá-los e dar-lhes vida, para que você possa
apresentá-los perante Deus." (Henry Ward Beecher, Lectures on
Preoclwig, pág. 48.)4

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O CHAMADO PARA TODOS OS CRENTES

Deus tem uma igreja, e ela tem um ministério designado por Ele para
todos os seus filhos cada um em sua esfera de atuação. Ef.4:11

Cada ser humano pode escolher sua profissão, mas na obra do Senhor
cada um nasce com sua vocação para o serviço. "Ninguém, pois, toma
esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como
aconteceu com Arão." Heb. 5:4.

Tudo começa com Deus, é Ele quem escolhe a cada pessoa para o seu
serviço, “não fostes vós que escolhestes a mim, mas eu escolhi a vós
para que vades e deem frutos. (João 15: 16). Assim como no caso do
apostolo Paulo, a iniciativa não é da pessoa, mas do Senhor. Foi Deus
quem escolheu, não ele. A escolha de Paulo era responder ou não à
escolha de Deus. Seu testemunho: "Cristo Jesus, nosso Senhor, me
considerou fiel, designando-me para o ministério." I lTm. 1:12. (Ver
também Isaias 6 e Jeremias l.)

O chamado do Senhor é para que cada pessoa se torne um embaixador


de Cristo e exerça seus dons para salvação de almas. Um chamado
para qualquer outra coisa não é um chamado para o ministério. Esse
chamado requer dedicação de tempo e em alguns casos o de tempo
integral e que absorva a vida.

Questione o seu chamado, e não se esqueça que Cristo tem uma obra
para você, um plano para sua vida. Se você estiver no lugar errado,
não apenas estará deixando algo a desejar, mas o lugar certo também
estará vazio.

UM RELACIONAMENTO PESSOAL COM CRISTO

Diz Marcos no seu Evangelho, referindo-se a Jesus: "Depois subiu ao


monte e chamou os que Ele mesmo quis, e vieram para junto dEle."
Mar. 3:13. Cristo chamou - eles vieram. Os primeiros apóstolos foram
bem-sucedidos ao convidar outros para vir a Jesus, porque eles
mesmos já haviam vindo. Você não pode trazer a menos que já tenha

5
sido trazido. A tarefa mais frustrante no mundo é tentar dar a outro o
que você mesmo não possui.

E depois que os discípulos vieram, passaram os três anos seguintes em


um relacionamento íntimo e diário com Cristo. Somente então
estavam devidamente preparados para o ministério.

Saulo teve uma visão de Cristo na estrada para Damasco, o que o


levou a perguntar: "Senhor, que queres que eu faça?" (Atos 9:6.) Ele
estava pronto para o ministério somente após receber uma visão de
Cristo. Pastores jovens algumas vezes parecem ter uma visão de si
mesmos: como teólogos santificados, como pregadores poderosos,
como líderes de congregações fervorosas. Fique fora a menos que
você receba uma visão de Cristo. Seu poder em apelar aos corações
humanos será proporcional ao seu relacionamento com Ele.

SERVIR COMO ELE SERVIA.

Um relacionamento íntimo com Cristo irá nos motivar a viver como


Ele viveu. E viver como Ele viveu significa viver para servir como
Ele servia. Jesus viveu para ser uma bênção aos outros. Ele viveu para
amar. Muitos escolhem ser missionários porque vivem para ser
amados.

Todos nós nascemos como seres egoístas, e é possível querer servir a


Deus com seus talentos por razões egoístas, mas é praticamente
impossível permanecer nele dessa forma. O serviço cristão de êxito
segue o lema de João Batista; "Convém que Ele cresça e que eu
diminua." João 3:30. Sabemos que nosso relacionamento com Cristo
está crescendo quando nosso egoísmo está diminuindo.

Os que possuem mais profunda experiência nas coisas de Deus, são


os que mais se afastam do orgulho e da presunção. Como tenham
elevada concepção da glória de Deus, sentem que lhes é demasiado
honroso ocupar o mais humilde lugar em Seu serviço.

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Gostar de servir é gostar do ministério. Um pastor vitalício expressou-
o da seguinte maneira: "Essa tarefa de ajudar outras pessoas a se
tornarem melhores através de um contato mais próximo com Deus, é
a obra mais excitante, mais estimulante, mais desafiadora e mais
recompensadora no mundo. Abandoná-la seria pior do que a morte."

Os fiéis devem precaver-se, porém, contra o sentimento de que o


serviço cristão de algum modo os toma mais importantes do que os
outros, ou que este serviço é de inteira responsabilidade do pastor e
que não existe outra forma de executa-la. Não se esqueça que o
trabalho mais importante para uma pessoa é qualquer tarefa que Deus
peça que ela desempenhe. A maior obra no mundo é a obra do serviço,
e Deus chama a todos - a todos os membros de todas as congregações
- para algum ministério de serviço.

SACRIFICAR COMO ELE SACRIFICOU

Viver como Cristo viveu significa sacrificar como Ele sacrificou.


Qualquer pessoa perto de Jesus estará perto do fogo. As demandas do
serviço cristão são muitas. Os fardos são imensos - quase sempre
maiores do que um indivíduo pode suportar sozinho. A vida de
ministério é uma vida de trabalho árduo e sacrifício.

CAPACITADOS POR CRISTO

Os cristãos evangelistas precisam ter muitos dons; integridade moral,


liderança, inteligência, bom senso, habilidades relacionais e de
ensino. Se lhe faltam esses dons, você provavelmente deveria
perguntar se o seu chamado realmente veio de Cristo. Os que são
verdadeiramente chamados por Cristo serão habilitados por Ele Paulo
proclamou: "Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu
forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério.” I Tim.
1:12. Cristo habilita aqueles a quem chama. Ele não os chama para o
fracasso. Proveu e provera tudo o que você precisa para ser bem-
sucedido em tudo para o que Ele o chamou.

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"Aqueles que consagram a Deus corpo, alma e espírito, receberão con-
tínua provisão de forças físicas, mentais e espirituais. Os inexauríveis
depósitos celestes acham-se a sua disposição. Cristo lhes concede o
fôlego de Seu próprio Espírito, a vida de Sua própria vida. O Espírito
Santo desenvolve a máxima energia para operar no espírito e no
coração. A graça de Deus dilata e multiplica-lhes as faculdades, e toda
perfeição da natureza divina lhes vem em auxilio na obra de salvar
almas. Mediante a cooperação com Cristo, tornam-se perfeitos nEle,
e, em sua fraqueza humana, são habilitados a praticar as obras da
Onipotência."

Portanto entender o fundamento do ministério reservado para os


cristãos é de extrema importância para um cumprimento eficaz de seu
chamado e sua missão. Este ministério fundamenta-se em dois
princípios bíblicos e teológicos constitucionais. O primeiro desses
princípios é “o sacerdócio de todos os crentes”.

O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES

O sacerdócio do crente foi um dos princípios-chave da Reforma


Protestante e tem um duplo significado.
1. Cada crente, em virtude do sacrifício de Cristo sobre a cruz,
pode se aproximar de Deus, pessoalmente, sem necessidade
de nenhuma mediação ou de intermediário (Hb 8:10, 11;
4:15,16; 10:19-22).
2. Em razão de que o crente é membro do corpo de Cristo (1Cor
12:12-27), ele tem uma função específica, um ministério em
particular que deve ser executado (Rm 12:3-8).
Em outras palavras, a grande comissão não está restrita a uma classe,
raça ou gênero seleto ou particular dentro da igreja. A
responsabilidade é de cada um e de todo crente. Cada cristão é um
ministro de Jesus Cristo e está chamado a participar da obra redentora
de Deus no mundo.

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O chamado de Deus também tem dupla aplicação: (1) para a salvação,
sendo o batismo o sinal dessa convocação (Rm 6:3-11); e (2) para o
serviço a Deus (1 Pe 2:4-10). Assim, todo o cristão pertence ao
sacerdócio e este ensino é conhecido como “o sacerdócio de todos os
crentes”.
A ideia do sacerdócio de todos os crentes é, em sentido mais amplo,
uma doutrina bíblica (Êx 19:4-6; 1Pe 2:4-10). Portanto, ela não deve
ser confinada a uma fórmula doutrinal. Deve encontrar expressão
permanente na vida ativa da igreja.
Segundo princípio em que se estabelece o ministério de todos os
crentes é “o ministério do Espírito Santo”.

O MINISTÉRIO DO ESPÍRITO SANTO

O ministério do Espírito Santo é de particular interesse aos cristãos


porque é através de sua obra que Deus atua pessoalmente na vida de
cada crente e de cada igreja.

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE CADA CRENTE

O Novo Testamento mostra que a obra salvadora de Jesus Cristo se


relaciona diretamente com o ministério do Espírito Santo e vice-versa.
Cristo oferece Seu sacrifício expiatório pelos pecados (Rm 8:6-8) e
aplica os méritos desse sacrifício mediante Seu ministério sacerdotal
no santuário celestial (Hb 7:25). O Espírito Santo convence o mundo
do pecado, da justiça e do juízo mediante a retificação da eficácia do
sacrifício de Cristo.
Espírito prepara o caminho para a conversão, convencendo cada
indivíduo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8), levando-o ao
pleno conhecimento de Jesus Cristo e de Seu evangelho (Jo 15:26; Jo
16:13; 1 Co 12;3).
Produz a arrependimento (At 5:31; 11:18; Rm 2:4), gerando fé (1 Cor
12:9; Rm 12:3) e o novo nascimento (Jo 3:3-8; Tt 3:5). O Espírito sela

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o crente (Ef 1:14; 2Co 1:21,22; 5:5; Rm 8:22,23; Ef 4:40), e produz
seu crescimento em frutos (Gl 5:16, 22,23), santificação (Rm 8:3, 5-
10; 1 Cor 6:11; 2Ts 2:13; 1 Pe 1:2) e serviço (At 1:8; 2:1-12, 37-47).
O Novo Testamento descreve, também, a obra do Espírito na vida de
cada igreja.

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE CADA IGREJA

O Espírito Santo designa líderes (At 6:1-7; 20-28), escolhe


missionários para o serviço (At 13:2-4), guia-os em seu ministério (At
8:29; 10:19-20; 16:6-10), concede-lhes as palavras adequadas para
testemunhar (Mt 10:19-20; Mc 13:11 Lc 12:11-12; 21:12-15), gera a
coragem e o valor necessários para pregar o evangelho em contextos
de perseguição (At 4:29-31), concede poder para confronta os
oponentes do evangelho (At 6:10;13:9,10), e acrescenta e fortalece a
igreja em sua missão (At 9:31).
O Novo Testamento também apresenta os dons espirituais como uma
dotação de Cristo concedida pelo Espírito Santo para capacitar a igreja
em sua proclamação (Rm 12:4-8, 1Co 12:14 e Ef 4:7-13).
Provavelmente, mesmo considerados juntos, esses exemplos não
sejam completos, mas ilustrativos dos dons espirituais.
Ninguém na igreja deve esperar receber todos os dons do Espírito,
nem devem todos os membros esperar receber os mesmos dons. O
Novo Testamento compara a igreja, em que aparecem as
manifestações do Espírito, ao corpo humano: diferentes partes,
executando funções diferentes, mas todas trabalhando juntas para um
objetivo comum.
A tabela a seguir provê uma síntese de várias listas paulinas, relativos
ao exercício dos dons espirituais ou carismáticos nas igrejas cristãs do
tempo de Paulo (o número indica o lugar em que se situa o dom na
lista do texto):

10
CARISMAS 1Co 1Co 1Co Rm Ef
12:28 12:29,30 12:8- 12:6- 4:11
10 8
1. Apóstolo 1 1 1
2. Profeta 2 2 5 1 2
3. Evangelista 3
4. Pastor (mestre) 3 4
5. Discernimento de 6
espíritos
6. Ensino 3 3 3
7. Palavra de sabedoria 1
8. Palavra de ciência 2
9. Exortação 4
10. Fé 2
11. Milagres 4 4 4
12. Curas 5 5 3
13. Falar em línguas 8 6 7
14. Interpretar línguas 7 8
15. Servir/ministrar 2
16. Administrar 7
17. Governar, presidir, liderar 6
18. Ajudar 6
19. Agir com misericórdia 7
20. Dar 5

Um estudo cuidadoso dos dons listados sugere que, embora alguns


deles fossem realmente carismáticos, outros eram dons naturais
usados pelo Espírito Santo.
Funções tais como “servir”, “administrar”, “governar”, “ajudar”,
“mostrar misericórdia” e “dar” empregam talentos do ser humano,
enquanto que “profetizar”, “fazer milagres”, “curar”, “falar línguas”
e “interpretá-las” são dons e capacidades sobrenaturais que se
encontram ora do controle do indivíduo.
O apóstolo Paulo vê cada cristão como um membro ativo do corpo de
Cristo: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a
um fim proveitoso” (1Co 12:7). Assim, o carisma concedido a cada

11
um é mais que a concessão de um dom sobrenatural. É a manifestação
do chamado do Espírito para servir à igreja de Deus em Cristo Jesus.
Quando Paulo enumera os carismas, indica ministérios e funções
exercidos para o bem comum dos crentes (1Co 12:4-11).
Possivelmente, a relação feita não seja exaustiva, mas ilustrativa da
variedade de dons que Deus conferiu à Sua igreja para facilitar seu
crescimento, desenvolvimento e expansão.
É importante reiterar que alguns dos carismas eram de natureza
sobrenatural e haviam sido exercidos apenas pela atividade soberana
do Espírito, enquanto outros foram desenvolvidos por todos os
cristãos.
Esses carismas não foram fenômenos extraordinários, mas sim
correntes e cotidianos (1Cor 12:14; Rm 12). Não foram fenômenos de
uma determinada espécie, uniformes, mas multiformes, diversos e
variados (1 Co 1:5-7; 2Co 8:7; 9:8; 1Co 12:28-31; Rm 12:6-8). Não
foram fenômenos restritos e limitados a uma determinada de outros,
mas foram comuns a todos (1Co 12:11, 28-31). Não são fenômenos
do passado, mas podem ser presentes, atuais, centrais e essenciais à
natureza da igreja.
Define-se a estrutura ministerial carismática como o serviço que cada
membro da igreja desenvolve de acordo com as habilidades e
capacidades concedidas pelo Espírito Santo, e que a comunidade
eclesial reconhece como tal. É o ministério “comum de todos”, onde
os crentes fazem “o que for útil” (1Co 12:7) com o propósito de
“aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:12).
Em realidade, o Espírito concede à igreja um dom duplo: capacita o
crente e o incorpora à comunidade eclesial. Assim, a igreja de Deus
em Cristo é constituída dos que foram capacitados e habilitados para
funções diferentes, que não devem ser exercidas isolada nem

12
independentemente do corpo, mas no corpo, para nutri-lo,
desenvolvê-lo, uni-lo e aperfeiçoá-lo.
Deveriam todos os carismas ser uma norma para a vida da igreja? Essa
questão recebe diferentes respostas. Considerando que os dons
haviam sido outorgados aos apóstolos e profetas como base para a
igreja (Ef 2:20), seria possível supor que os dons distintivamente
sobrenaturais tivessem pertencido primariamente ao período
apostólico. Em todo o caso, Paulo deixa claro que o amor é a mais
clara evidência de que o crente foi dotado pelo Espírito (1Co 13:8).

CONCLUSÃO

Pode-se afirmar que a estrutura ministerial carismática nas igrejas


paulinas não foi uma realidade puramente humana, mas um dom
característico proveniente de Deus que, por meio de Seu Espirito,
edificou a cada um dos membros em sua função sacerdotal e a cada
igreja em sua proclamação evangelizadora.
Essa é a importância dos dons espirituais. São habilidades e
capacidades utilizadas como ferramentas, geradas pelo Espírito, para
a função sacerdotal de cada um dos crentes na missão doo corpo de
Cristo.

EXERCÍCIO

1. Quais os dois significados do sacerdócio universal de todos os


crentes?
2. Como o Espírito Santo atua na vida de cada crente e na vida da
igreja?
3. O que mais lhe chamou a atenção no estudo de hoje?

13
2
DONS ESPIRITUAIS

Espírito Santo que dá todos estes dons,


I Coríntios 12:11

Não há nada no serviço prático cristão que seja mais importante do


que o reconhecimento e o uso dos dons do Espírito. Embora muitos
crentes tenham manifestado possuí-los e os tenham usado através dos
séculos, somente nos últimos anos a igreja tem colocado maior
atenção nesse aspecto do ministério do Espírito Santo.

Em um estudo recente, foi solicitado a algumas pessoas que


respondessem à seguinte pergunta: Qual é seu dom espiritual?

Das 72 pessoas que responderam, apenas 15 citaram algo que poderia


ser considerado um nome válido para um dom espiritual.
Surpreendentemente, 28 pessoas enumeraram seus dons com termos
que não constam nas listas descritas na Bíblia (muitos enumeraram
como dom o fruto do Espírito, que é dado a todos os cristãos); e 22
pessoas não responderam nada.

O propósito deste tema é envolver os ouvintes em um processo de


identificação e uso dos dons espirituais na igreja.

1. A compreensão de que todos os cristãos foram habilitados e


capacitados por Deus de maneira individual para servir na igreja e
no mundo.

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2. Que os dons e o chamado a servir são elementos inseparáveis.
3. E que, quando as pessoas servem nas áreas para as quais se sentem
dotadas, contribuem significativamente para o crescimento de
discípulos e igreja saudáveis.

Mas como identificar esses dos erados pelo Espíritos?

IDENTIFICAÇÃO E USO DOS DONS ESPIRITUAIS

Os dons espirituais são ingredientes imprescindíveis para habilitar


uma igreja ao constante crescimento. O ponto-chave é “colocar os
crentes onde eles sejam úteis”. Se todos os cristãos se envolverem de
acordo com seus dons espirituais, eles serão utilizados no ministério
em que são mais proveitosos. As igrejas crescentes não podem se
desinteressar de cristãos em desenvolvimento. Portanto, apenas
quando os cristãos identificarem seus dons, compreenderem seu
significado e o exercitarem corretamente, poderão crescer. À medida
que a pessoa cresce (crescimento interno) também cresce a igreja
(crescimento externo).
Por que é tão importante identificar e usar os dons espirituais?

IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO E USO DOS DONS


ESPIRITUAIS

O Novo Testamento apresenta três importantes listas de dons, os quais


são dados para a edificação do corpo de Cristo (Ef. 2:12). Por isso, é
necessário desenvolver uma compreensão mais profunda dos dons
espirituais e como eles podem ser usados em uma igreja discipuladora.

VEJA A PRESENÇA DOS SEGUINTES DONS NO NOVO


TESTAMENTO:

15
Rm 12:6-8 1 Co 12:8-19;1Co 12:28 Ef 4:11
Apóstolos Apóstolos
Profecia Profecia / Profeta Profeta
Evangelistas
Ensino Mestres Pastor/Mestre
Exortação
Palavras de sabedoria
Palavra de Ciência

Milagres
Cura
Ajudar
Servir/ Ministrar
Dar
Governar, presidir, Administrar
liderar
Agir com misericórdia
Discernimento de
Espíritos
Falar em línguas
Interpretar línguas

Segundo uma pesquisa feita por Christian A. Schwarz (Los 3 colores


del ministério: identifique y desarrolle sus dones espirituais desde
uma perspectiva trinitária [Terrassa: Barcelona, España: Editorial
CLIE], 2001):

80% dos cristãos não sabem quais são seus dons espirituais;
20% não estão utilizando seus dons espirituais em tarefas
relacionadas ao ministério;
51% são mais felizes após descobrirem seus dons;
72% são felizes quando seus dons descobertos são aplicados a tarefas
concretas dentro da igreja.

Se esses resultados forem corretos, as igrejas que aceitaram


seriamente a necessidade de ajudar os crentes a identificar e usar seus
dons espirituais serão, com certeza, discípulas de Cristo frutíferas e
cheias de regozijo.

16
AS SEGUINTES RAZÕES JUSTIFICAM A IMPORTÂNCIA DA
IDENTIFICAÇÃO E O USO DOS DONS ESPIRITUAIS.

1. Contribui para a compreensão da vontade de Deus para sua


vida.
2. Ajuda-o a definir o que Deus não chamou você para fazer.
3. Ajuda-o a não sentir culpa por não servir em um ministério
para o qual Deus não escolheu.
4. Ajuda-o a entender como o Espírito Santo trabalha através
de você.
5. Preenche uma profunda necessidade ou vazio interior em sua
vida.
6. Contribui para a complementação e unidade do corpo de
Cristo.
7. Capacita-o para cumprir a vontade de Deus em sua vida.
8. Aumenta sua autoestima e aceitação pessoal, realiza-o e
produz satisfação pelo dever cumprido.

Em realidade, os dons espirituais implicam mordomia das coisas de


Deus. Ele nos confia certas tarefas (1Cor 12:18), nos capacita para
efetuá-las de maneira que ele seja glorificado e que nos satisfaça (1
Pe 4:10,11). Ao pensar em mordomia, a tendência é conjeturar sobre
finanças e recursos materiais. Mas o paralelo entre entre os dons e as
finanças é notavelmente semelhante.

Muitos cristãos pensam que Deus nos ordena a devolver o dizimo


porque a igreja não poderia cumprir sua missão sem esses recursos.
Mas Deus, que possui milhares de recursos, poderia, com toda certeza,
financiar Seu ministério de outras maneiras, se assim fosse sua
vontade.

17
A VERDADE É OUTRA.

Quando não doamos, somos incompletos como pessoas (só um crente


fiel na devolução de seu dízimo pode compreender esse princípio).

O mesmo se aplica aos dons espirituais. Deus poderia enviar uma


legião de anjos para fazer seu trabalho na terra. Mas, em vez disso, ele
escolheu usar-nos, pois, se não estamos utilizando e desenvolvendo
nossos dons para servir a outros, somos incompletos e nunca
receberemos a bênção que Ele reservou para cada um de nós.

Identificação + uso dos dons espirituais = Desenvolvimento


sustentável.

Os crentes que identificam e utilizam seus dons no ministério para o


qual foram chamados por Deus desfrutam de um processo contínuo
de desenvolvimento. São pessoas completas, realizadas.

O QUE SE DEVERIA SABER A RESPEITO DOS DONS ESPIRITUAIS


NO PROCESSO DE SUA IDENTIFICAÇÃO E USO?

Um dom espiritual é uma habilidade e capacidade especial que Deus


oferece, de acordo com Sua graça, a cada um dos membros do corpo
de Cristo para usar na edificação da igreja.

A PARTIR DO CONTEXTO DAS ESCRITURAS, É POSSÍVEL


AFIRMAR QUE:

1. Cada cristão tem um dom espiritual.


2. Os dons e o chamado são a base ado serviço ministerial: eles são
inseparáveis. A força propulsora para o ministério em uma igreja
discipuladora está em encontrar lugares específicos para cada

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pessoa, a fim de que, com fidelidade e regozijo, ela possa
desempenhar suas funções com o amor de Jesus Cristo.
3. Os cristãos se complementam uns aos outros através de suas
diversas funções no corpo.
4. Cada cristão pode ter uma “combinação de dons” diferentes.
5. Há diversos graus de possessão de dons.
6. Há uma diferença entre os dons espirituais e as responsabilidades
cristãs seculares.

COMO IDENTIFICAR OS DONS ESPIRITUAIS PARA SEU USO


POSTERIOR?

Algumas sugestões para a identificação e uso dos dons espirituais:


1. Abra seu coração a Deus em oração e medite em 1 Coríntios 12-
14, Romanos 12:3-9, Efésios 4:7-13, 1 Pedro 4:10,11. Depois
disso, responda: “Por que eu necessito descobrir meus dons
espirituais”
2. Esteja pronto para aplicar seus dons onde forem necessários com
maior urgência. Faça uma avaliação de sua capacidade potencial
(Rm 12:3), o que o levará a descobrir seu lugar e função no corpo
(Rm 12:4,5).
3. Ao mesmo tempo, informe-se a respeito das possibilidades de
aplicação de seus dons identificados. Assista a seminários e cursos
de capacitação, leia livros, ouça gravações e aproveite outras
oportunidades educativas referentes à sua área particular de
ministério, ganhando mais conhecimento e prática na função.
4. Comece a usar o dom com o ministério que lhe foi confiado.
Examine com atenção o que você gosta de fazer com alegria e que
lhe dá sentido de satisfação e realização pessoal. Se você já possui
um dom é porque já o está usando de alguma forma.
Possivelmente, não o tinha reconhecido como tal, mas já o estava
utilizando.

19
5. Distinga entre o dom Espírito, que é a própria pessoa do Espírito
Santo (At 2:38), e os dons do Espírito, que são determinadas
habilidades e capacidades espirituais.
6. Estabeleça a diferença entre os dons (capacidades de natureza
espiritual e eclesial geradas pelo Espirito) e as competências ou
aptidões humanas (de caráter natural).
7. Experimente o seu dom tanto quanto seja possível, lembrando que
os dons e os serviços ministeriais deverão se corresponder.
8. Avalie sua eficácia e sucesso na aplicação de seu ministerial.
9. Solicite ao pequeno grupo do qual é membro que pondere sobre
seu serviço, que reconheça o dom que você manifesta ter e o
confirme.
10. Use uma ferramenta formal de avaliação de dons espirituais. Isso
poderia ser de grande ajuda para medir se algumas características
essenciais estão sendo desenvolvidas na sua vida.

CONCLUSÃO

A Bíblia testifica que cada cristão é dotado por Deus com um dom
para seu ministério em particular. O próprio Senhor provê à
comunidade de fé todos os dons necessários para seu pleno
crescimento e missão. A igreja percebe a presença desses dons em
seus membros, já que eles necessitam da ajuda de outros para
identifica-los, reconhece-los e chama-los ao ministério. A mesma
deve ajudar seus membros a descobrir e viver o chamado de Deus para
os ministérios deles desta forma a igreja também é transformada, pela
graça de Deus, em uma comunidade discipuladora de membros
responsáveis, reprodutivos, que cumpre a grande comissão
evangélicas deixada pelo Senhor (Mt 28:19,20).

20
3
NOS PASSOS DE JESUS

Eu vos dei o exemplo


João 13:15

Ao analisarmos os métodos adotados por Jesus Cristo na conquista de


almas enquanto esteve na terra, percebemos uma pessoa que se
preocupava com o bem-estar alheio ante ao seu. Ele se interessava
pelos interesses de seus seguidores, não importava se eram grandes ou
pequenos, importantes ou não, ele se afeiçoava com seus ouvintes,
sentia empatia e de forma desprendida e sem afetação os atendia em
suas demandas. Quando Pedro e seus amigos passaram uma noite
inteira pescando sem nada conseguir, veio o Senhor e os abençoou
com uma pesca maravilhosa (Lucas 5:4-7), em outro momento ao
visitar Simão Pedro em sua casa, percebeu que sua sogra estava
enferma e logo a curou (Mateus 8:14-15), em outra ocasião o interesse
do Mestre foi manifesto em um jantar na casa de Levir Mateus (Lucas
5:29). Era só então, após se interessar por seus interesses, só então
após ganhar a simpatia e a confiança destes e de outros é que Ele dizia:
“segue-me” (Lucas 5:27). Assim era o Senhor.

Sua maneira de agir, embora fosse simples, era muito eficaz na


expansão do seu reino e na conquista de vidas. Em uma só sentença
podemos enumerar seus passos como segue:

1. Misturava-se com as pessoas;


2. Mostrava interesse pelo seu bem-estar;

21
3. Manifestava simpatia por elas;
4. Atendia suas necessidades;
5. Conquistava-lhe a confiança;
6. Conquistava-lhe a simpatia;
7. Ordenava então: “Segue-me”.

Em um momento, o profeta do Senhor, registrou a maneira que


Aquele escolheu para conquista vidas: “Com amor eterno te amei; por
isso, com benignidade te atrai.” (Jeremias 31:3b). Não diferente, o
Senhor Jesus conquistou os corações de seus seguidores, ele atendia
um pai suplicante (Mateus 9:18), ouvia o clamor de um coração cheio
de culpa (Mateus 9:2), dedicava atenção a um leproso moribundo e
atendia seu podido feito no desespero (Mateus 8:1-4), até os mais
rejeitados e marginalizados era acolhido pelo Pastor Galileu (Mateus
9:19-22 e 9:10-13). Assim era Jesus de Nazaré, ele abria o caminho
para o coração das pessoas, conquistando-lhes a confiança através da
beneficência social.

Muitos de nossos contemporâneos procuram intitular os métodos de


Cristo, Bill Hybels em seu livro “Axiomas” (2018), chamou de guarda
chuva da salvação, quando estabeleceu uma missão para a igreja que
pastoreava, outros chamara de “Operação André” a ainda, aqueles que
chamam de “Operação resgate”. A verdade é que não importa qual o
título receba cada método adotado pelo Senhor, o fato é que o
ministério da compaixão desenvolvido por Jesus é um meio que pode
ser usado ainda hoje, especialmente hoje, para atrair pessoas à
salvação. É atendendo as pessoas em suas necessidades que se
encontra o caminho para alcançar o seu coração, sua vida e sua alma

I. A PRÁTICA DO NOVO MANDAMENTO

Antes de voltar ao Pai Jesus deu uma das maiores lições que um
mestre pode dar a seus discípulos e deixou não só o seu exemplo como
pedagogo, mas um novo mandamento. João 13:34. “Novo

22
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu
vos amei, que também vos ameis uns aos outros.” Em suas atitudes e
na pratica do amor Jesus nos ensinou qual seria a ferramenta mais útil
na ação missionária.

Muitas palavras podem convencer pessoas, milagres podem atrair


curiosos e necessitados, mas o amor conquista corações e transforma
vidas. A arma mais forte que pode ser usado contra Satanás é o amor
de Cristo manifesto pelos seus seguidores. Nada é mais forte para
arrasta multidões que uma igreja que alimenta o faminto, sacia a sede
do sedento, hospeda o estrangeiro, vesti o nu, visita o enfermo, não se
esquece do que foi preso e anuncia o evangelho aos pobres. Sim uma
igreja assim verdadeiramente contribuirá para ergue o reino do
Redentor.

Sem dúvida, como no ministério de Cristo, podemos centuplicar os


resultados de nosso trabalho, se colocar em prática o que chamaremos
de decimo primeiro mandamento. “Amem uns aos outros como Eu
vos amei.” Cristo amou de forma incondicional, desprendida de
interesses pessoais. Contra um ministério assim os estratagemas de
Satanás serão derrotados e o reino de Cristo será enlevando.

ATIVIDADES SUGESTIVAS PARA A PRÁTICA DO AMOR NO


TRABALHO MISSIONÁRIO EM CINCO ESTÁGIOS.

1. AMAR E SE AMADO

Faça uma lista de oração por amigos que você possa orar por eles.
Informe a eles que você está orando.

2. CONHECER E SER CONHECIDO

Faça visitas aos seus amigos de oração, ouça-os e deixe eles lhe ouvir.
Diga-lhes palavras apreciativas e com sinceridade.

23
3. CELEBRAR E SER CELEBRADO

Lembre-se de datas comemorativas.

Convide-os para almoçar em sua casa com outros amigos.

4. SERVIR E SER SERVIDO

Identifique suas necessidades e na medida do possível de forma


discreta tente atende-las. Oferece-lhes simpatia e ajuda nos momentos
de tristeza.

5. ADMOESTAR E SER ADMOESTADO

Lembre-se: “o que encobre a transgressão adquire o amor, mas o que


traz o assunto à tona separa os maiores amigos.” Pv 17:9 Esteja pronto
para advertir, mas seja humilde quando advertido

II. OUTRAS ATIVIDADES QUE PODEM SER USADAS PARA


DESPERTAR O INTERESSE DAS PESSOAS PELO EVANGELHO.

ORAÇÃO INTERCESSORA: ore todos os dias pelas pessoas que


deseja alcançar para Cristo e dê a elas essa informação.

ENCONTRO DE CASAIS: muitas famílias enfrentam grandes crises e


muitos casais aceitarão participar de encontros que promovam o bem-
estar familiar. Nesses encontros, poderão abrir o coração abrir o
coração ao evangelho.

DESENVOLVA PROJETOS QUE SE ASSOCIEM A PROJETOS


GOVERNAMENTAIS EM FAVOR DO POVO, EXEMPLO: combate a
violência doméstica, combate ao câncer de mama, e etc. Muitas
pessoas se tornam simpáticas à mensagem cristã por causa desse
enfoque solidário.

24
PROJETOS DA AÇÃO SOCIAL: A ação social que a igreja pode
desenvolver buscará não apenas ajudar as pessoas em suas
necessidades, mas, sobretudo, desenvolvê-las para que tenham melhor
perspectiva de vida. Da mesma forma, muitos simpatizarão com a
mensagem de salvação ao verem esse trabalho em favor dos
necessitados.

CAMPANHA PARA UM NATAL SOLIDÁRIO: esse é um projeto que


arrecada alimentos, roupas, brinquedos para pessoas carentes nos dias
que antecedem o Natal.

CURSOS DE SAÚDE: cursos para deixar de fumar, beber, como


vencer o estresse, entre outros, são meios eficazes para atrair pessoas
ao evangelho.

CONCLUSÃO

A melhor forma de glorificar a Deus e ser identificado como


discípulos de Cristo, é beneficiando ao próximo, é salvando vidas.
Jesus destacou com muita maestria ao dizer: “nisto é glorificado meu
Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.”
João 15:8. Portanto é preciso que “amemos uns aos outros, porque o
amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus” (1
Jo 4:7,8).

As boas obras não nos salvarão, mas foram estabelecidas para que nós
andássemos nelas, Efésios 2:10. No entanto é bom sempre lembrar
que a ausência destas serão levadas em conta no dia do juízo, Mateus
25:31-46. Orações diárias e expressões de amorosa gentileza devem
estar presentes em todo tempo, ao conduzirmos pessoas a Jesus.

25
4
UMA GERAÇÃO DE INTERCESSORES

Orem uns pelos outros.


Tiago 5:16

Vivemos em um mundo onde o egoísmo predomina. O apostolo Paulo


frisa: “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens
serão egoístas.” II Timóteo 3:1,2. “Mas nenhum coração egoísta e
autossuficiente pode praticar a oração intercessora, pois ela é um gesto
de alguém que aprende a renunciar a seus próprios interesses em favor
dos interesses do seu semelhante.”

Podemos dizer que há algum poder na oração intercessora? Tiago o


irmão do Senhor recomenda: “orai uns pelos outros” Tiago 5:16. Qual
a eficácia de orar uns pelos outros? Qual o efeito de se tornar um
intercessor?

O Dr. H.C. Tucker, missionário no Brasil por muitos anos, conta um


fato interessante de sua mocidade, sobre o poder da oração. Quando
veio, pela primeira vez à nossa terra, estava viajando pelo interior,
pregando o evangelho e vendendo Bíblias. Em certo lugar, ele foi
cercado por um grupo de homens que queriam mata-lo. O jovem
missionário ficou com medo, no princípio, mas sentiu-se animado e
logo depois começou a explicar o Evangelho ao homem que lhe
apontava uma arma. Pouco a pouco, arma caiu por terra, e o
missionário pode conseguir a viagem.

26
Meses mais tarde, o Dr. Tucker recebeu dos Estados Unidos uma carta
de sua velha mãe, dizendo que, enquanto ela lhe escrevia, tivera o
pressentimento de que ele estava em perigo e se ajoelhara em oração
a seu favor. Isto aconteceu na hora exata em que ele enfrentava
aqueles homens que queriam mata-los! O Dr. Tucker diz até hoje que
deve sua vida à resposta da oração de sua mãe, naquela ocasião. Cristo
nos deu o exemplo de intercedermos uns pelos outros quando
intercedeu pelos seus discípulos e por nós.

Verdadeiramente se você está aqui hoje estudando e sendo


incentivado a ser um intercessor é porque alguém intercedeu por você
um dia, seu nome é Jesus Cristo.

Acredite, você é a resposta da oração de Jesus. Um dia quando


peregrinou por esta terra ele orou assim: “não rogo somente por estes,
mas também por aqueles que vieram a crer em mim, por intermédio
da sua palavra.” João 17:20.

Em outras palavras: oro por aqueles que estão aprendendo a ser um


intercessor.

A ORAÇÃO INTERCESSORA FAZ A DIFERENÇA!

I. POR QUE SER UM INTERCESSOR?

1. Disse Jesus: felizes são os que promovem paz. Mateus 5:9.


Interceder é promover a paz, interceder é cumprir o Novo
Mandamento deixa por Jesus: “amem uns aos outros como eu vos
amei.” João 13:34. Cristo era e é um intercessor. Aqueles que
amam como Ele amou certamente serão intercessores. Pois os que
o ama guardam os seus mandamentos. João 14:15 e 21.

27
2. É um remédio contra o egoísmo: nenhum coração egoísta e
autossuficiente pode praticar a oração intercessora, pois é um
gesto de alguém que aprende a renunciar a seus próprios interesses
em favor dos interesses do seu semelhante.

3. A oração intercessora é um instrumento missionário eficaz: “muito


pode, pode por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tiago 5:16).

COMO PASSAR UMA HORA EM ORAÇÃO? (S JOSEPH KIDDER)

Como pode alguém possivelmente orar uma hora inteira? Veja como
estruturar uma hora de oração com doze aspectos baseados nas
Escrituras. Convenientemente, cada hora pode ser dividida em doze
pontos de enfoque de cinco minutos, permitindo tempo específico
para cada uma destas áreas vitais. Claro que alguns desses aspectos
podem exigir apenas um minuto, enquanto outros--tais como a oração
de intercessão pelo mundo -- exigirão muito mais do que meros cinco
minutos.

1. LOUVOR. Salmo 63:1-5; Apocalipse 4:6-11; Mateus 6:9-10.


Toda oração deve começar com o reconhecimento da natureza de
Deus. A Oração do Senhor--o nosso modelo para toda oração--
começa com Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu
nome. O louvor é esse aspecto da oração que vocalmente estima a
Deus por suas virtudes e realizações.

2. CONFISSÃO. Salmo 139:23-24; Salmo 51:10; 1 João 1:9-10. O


salmista pediu a Deus para procurar em seu coração por pecado
não confessado. Ele sabia que o pecado era um dos maiores
empecilhos para ter sua oração respondida. No início da oração

28
precisamos separar tempo para confissão. Isso abre caminho para
uma oração poderosa.

3. A PALAVRA. 2 Timóteo 3:16; Salmo 19:7-8. O mandamento do


Senhor (sua Palavra) é puro, e ilumina os olhos, escreveu o jovem
Rei Davi. Quando trazemos a Palavra de Deus para nossa oração,
estamos abrindo nossos olhos para novas possibilidades em Deus.
Neste ponto da oração, leia a Palavra de Deus.

4. ESPERA. Salmo 37:7; Isaías 40:31; Lamentações 3:25. Não só


devemos começar com louvor, mas tempo também deve ser dado
para se estar quieto na presença de Deus. Este não é um
medicamento ou apenas um tempo para ouvir; mas é simplesmente
ter tempo para deixar Deus amar você.

5. AÇÕES DE GRAÇAS. Filipenses 4:6; Salmo 100; Salmo 136.


Quando Paulo escreveu aos Filipenses, ele instruiu-os a oferecer
oração e súplica, com ações de graças. Ações de graças difere do
louvor uma vez que o louvor reconhece a Deus por quem ele é, e
ação de graças reconhece a Deus por coisas específicas que ele fez.

6. PETIÇÃO. Mateus 7:7-11; Mateus 6:11-13; Tiago 4:2-3. Este


aspecto da oração diz respeito às nossas necessidades pessoais. A
petição está incluída na oração do Senhor na expressão; Dá-nos
hoje nosso pão de cada dia. Pedir a Deus é abrir nossa necessidade
à Deus através da oração.

7. INTERCESSÃO. 1 Timóteo 2:1-2; Salmo 2:8; Mateus 9:35-39.


Nossa oração agora está centrada na intercessão por um mundo
que está perdido e morrendo. Trata-se de orar por outras pessoas
que têm necessidades desesperadoras.

29
8. SINGING (CANTADO). Salmos 111-113; Efésios 5:19. A
melodia no seu verdadeiro sentido é um dom de Deus com o
propósito de cantar louvores a ele. Muitos cristãos, infelizmente,
nunca aprenderam a beleza de cantar uma nova canção a Deus
durante a oração. Essas músicas podem vir diretamente do coração
com o Espírito Santo criando a melodia. Paulo falou sobre cantar
músicas espirituais. Cantar ao Senhor é adorar a Deus em melodia.

9. A PALAVRA. Jeremias 23:29; 2 Samuel 22:31; Números 23:19;


Salmo 119. Anteriormente, sugerimos você ler a Palavra de Deus.
Agora, ore a Palavra de Deus. Aqui trazemos a Escritura
efetivamente para nossa oração. Nunca podemos orar fora da
vontade de Deus quando oramos a Palavra de Deus.

10. MEDITAÇÃO. Josué 1:8; Salmo 1:1-2; Salmo 77:12. Esperar na


presença de Deus é simplesmente estar lá para amá-lo. Na
meditação é diferente, nossa mente está muito ativa. Meditar é
ponderar sobre temas espirituais referentes a Deus.

11. OUVIR. Eclesiastes 5:1-3; 1 Reis 19:11-14. Seja através de sua


Palavra escrita ou por uma voz interior, ainda que pequena, do seu
Espírito Santo, Deus fala aos cristãos que oram. Mas devemos
tomar tempo para ouvir.

12. LOUVOR. Mateus 6:13; Salmo 135; Salmo 150. Começamos


nossa oração reconhecendo a natureza de Deus, e terminamos de
forma similar.

Estas são apenas sugestões, todo mundo tem uma vida de oração
diferente. Desenvolver um hábito de oração te conduzirá à um
ministério que muda você e o mundo ao seu redor também.

30
5
SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS

E serão minhas testemunhas


Atos 1:8

Antes de subir aos céus Jesus comissionou sua igreja a se tornar sua
testemunha. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de
vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” (At 1:8 ACF)

A palavra testemunha no grego é martures (mártires), e uma


testemunha é alguém que viu ou ouviu alguma coisa, e que é chamada
a depor sobre aquilo que viu ou ouviu. Em outras palavras, não pode
ser testemunha quem não testificou os fatos testemunhados, neste
caso, os atos de Cristo manifestos na vida ou na vida de outrem. A
exemplo do uso e eficácia de uma testemunha tem o jovem gadareno
(Marcos 5:18-20 e Atos 22:3-21). Após este ter sido curado da
possessão ele desejou seguir caminho com o Senhor Jesus. Era
perfeitamente natural o anelo desse homem, pois fora liberto das
poderosas algemas do inimigo.

Todavia, o verso 19 declara que “Jesus não lho permitiu.” O mestre


sabia que o testemunho pessoal desse homem era uma ferramenta
poderosa para salvar tanto a ele mesmo através do fortalecimento de
sua fé, quanto para as pessoas da região que não estava presente
quando o milagre ocorreu e quando Jesus foi expulso da região

31
QUAL A IMPORTÂNCIA DO TESTEMUNHO PESSOAL?

1. Possivelmente, nosso testemunho pessoal acerca do que significa


Jesus em nós se constituirá na maneira mais efetiva de levar
pessoas a Cristo. Enquanto as belas palavras convencem, o bom
exemplo arrasta, mas é o testemunho de um Salvador crucificado
e ressurreto que transforma e salva.

2. Sua decisão por Cristo será uma influência salvadora para outros.
Você se lembra daquele momento em que recebeu um toque
especial de Deus? Talvez:

a) Depois de uma maravilhosa resposta à oração.

b) Depois de uma grande vitória.

c) Depois de um toque especial, durante a leitura da Bíblia.

Lembre-se: “Vós sois a luz do mundo [...] Assim brilhe também a


vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:16

3. Ao darmos nosso testemunho pessoal, devemos considerar três


elementos essenciais:

a) Minha vida antes de me entregar a Cristo.

b) Como cheguei a ser cristão.

c) O que Jesus significa em minha vida atual.

Diga como era sua vida longe do Senhor, antes de se entregar a Ele...
Exemplifique quais os caminhos que o Espírito Santo usou para levar
você aos pés de Cristo...

Testifique o que significa ter Jesus em sua vida como Senhor e


Salvador pessoal.

32
II. O QUE VOCÊ DEVE TER EM MENTE AO DAR SEU
TESTEMUNHO PESSOAL?

1. Não converta o pecado em algo atrativo. (como você gostava disso


ou daquilo.) lembre-se o foco não é o pecado, mas Cristo. Muitos
testificam mais dos pecados que cometeram ao testemunhar que o
que Jesus fez por ele.

2. Evite expressões estranhas ou que não têm sentido para um


descrente, tais como:

- “Recebi uma benção especial”

- “Desde que aceitei a mensagem”

- “Depois que conheci a verdade”

Entenda que você está testificando para alguém que não frequenta
igreja alguma, ou que não conhece o evangelho apesar de ser
religioso.

Em lugar de usas expressões corriqueiras comunidades evangélicas,


você pode dizer:

- “Desde que conheci verdadeiramente a Jesus e seus feitos.”.

3. Não seja grosseiro ou enfadonho.

Seu testemunho deve ter a marca dos três “Cs”: Claro, Curto e
Conciso.

4. Nunca critique outras igrejas ou religiões.

5. Jamais enumere:

Os muitos sacrifícios que você teve que fazer desde que se converteu
(perder emprego, amigos, etc.). Entenda que por maiores que tenham
sido seus sacrifícios, eles não se igualam ao sacrifício que Jesus fez

33
por você. O apostolo Paulo se orgulhava de ser perseguido por causa
de Cristo. Pense nisto...

1. As coisas que você teve que abandonar. O que se enquadra no


mesmo item já supracitado.

2. Os problemas e as dificuldades que você teve que enfrentar


(filhos, esposo ou esposa que não aceitaram, etc.)

6. Destaque o bem-estar que você sente na igreja.

7. Seja sempre bondoso, cortês e, sobretudo, prudente no que fala.

8. Enalteça as vantagens da vida cristã.

a) A certeza dos pecados perdoados (Salmo 32:1-2)


b) A harmonia que reina em seu lar (está mais calmo ao lidar com
a esposa e os filhos).
c) O destemor que você tem, proveniente da confiança em Deus,
diante de uma enfermidade grave ou da própria morte (não tem
mais medo da morte).
d) A proteção divina todos os dias, até a velhice (confiança em
Deus).
9. Inspire confiança através de seu sorriso e de sua fervorosa oração.

CONCLUSÃO

Tenhamos a convicção de que ganhar pessoas para Cristo é uma tarefa


divina confiada por Deus aos homens. Sendo assim, nela não há lugar
para qualquer sentimento ou pensamento negativo. É evidente que não
poderemos trazer todas as pessoas aos pés de Cristo, pois Jesus, o
maior ganhador de almas que já viveu na Terra, não ganhou todas as
almas com as quais entrou em contato. Isso deve representar um
conforto, quando formos tentados a desanimar.

34
6
VISITAS MISSIONÁRIAS

De casa em casa, não deixavam de ensinar


Atos 5:42

Com o surgimento da fibra ótica os meios de comunicação deram um


salto no tempo. O que outrora, uma notícia levava meses até chegar
ao seu destinatário. Hoje é questão de segundos, graças as redes
sociais e o correio eletrônico. Especialistas em história eclesiástica
testificava que os discípulos levaram o evangelho a quase um milhão
de judeus só no primeiro século.

Diferente dos tempos apostólicos, um milhão de pessoas pode


visualizar uma mensagem de salvação no youtube em pouco mais de
um dia. A mensagem chega ao outro lado do mundo com apenas um
clique. Diante desta realidade, haveria ainda necessidade de sair para
desenvolver o trabalho missionário?

POR QUE FAZER VISITAS MISSIONÁRIAS?

Uma visita missionária é uma oportunidade divina de comunicar o


amor de Deus através de nosso tempo, presença, atenção e cuidado. A
pregação coletiva é diferenciada na visita individual, seu efeito é
restaurador. É na visitação que teremos:

1. Uma forma clara de mostrar interesse pelas pessoas.

35
2. Oportunidade de alcançar o coração das pessoas, pois algumas só
serão alcançadas em seu lar.

3. É nesse contato pessoal que as principais decisões são tomadas.

4. Jesus foi um grande visitador.

I. PREPARANDO-SE PARA VISITAR:

Visitas significativas exigem preparo. Antes de visitar seria


interessante fazer um inventário espiritual da própria vida. Analisar
como anda o seu relacionamento com Deus e com o semelhante. Esse
autoexame o beneficiará espiritualmente e o ajudará a se fortalecer
contra a tentação e os problemas morais resultantes. Após feita estas
considerações os passos que se seguem são essenciais.

1. Escolha um companheiro. Inicialmente, você acompanha seu


discipulador, posteriormente você discipula alguém.

2. Ore com sinceridade.

3. Separe tempo.

4. Determine o objetivo da visita.

5. Treine a maneira de se apresentar.

6. Se apresente bem e procure uma vestimenta apropriada.

7. Leve folhetos e um curso bíblico.

8. Tenha um semblante alegre e amável.

9. Leve Cristo e muito entusiasmo no coração.

Lembre-se: As visitas missionárias, normalmente, implicam na


expressão de afetos profundos. É fácil envolver-se, emocionalmente,

36
atuar mais como “pastor” do que como profeta. Dois conselhos
importantes:

1. Só visite uma mulher quando houver mais alguém em sua casa


preferencialmente seu cônjuge.

2. Se por alguma razão você se sinta atraído, diga-o a alguém de sua


inteira confiança. E fuja da aparência do mal. Nunca faça esta
visita se não estiver acompanhado. Não se esqueça: A cobiça dos
olhos e as paixões corruptas são despertadas pela contemplar e
pelo ler. O coração é corrompido mediante a imaginação. A mente
toma prazer em contemplar cenas que despertem as paixões mais
baixas e inferiores. Essas vis imagens, vistas pela imaginação
envilecida, corrompem a moral e preparam o ser enganado e
seduzido para que dê livre curso a paixões lúbricas.

II. COISAS COMUNS A TODAS AS PESSOAS QUE SÃO


VISITADAS.

Elas desejam saber a resposta a estas três perguntas:

Quem é você?

O que deseja?

Como isto me ajudará, ou o que fará por mim?

III. PASSOS NA VISITAÇÃO IDEAL

1. Saber o nome correto da pessoa a ser visitada.

2. Orar com fé ao se dirigir aos lares.

3. Bater à porta com tato.

4. Dar um passo para trás.

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5. Manter a fisionomia alegre e confiante.

6. Manter a postura ereta.

7. Sorrir quando abrirem a porta.

8. Saudar calorosamente com um aperto de mão.

9. Deixar claro que se trata de uma visita amiga.

10. Conquistar a confiança e o interesse.

IV. COMO AGIR DURANTE A VISITA

1. Assentar-se corretamente.

2. Demonstrar interesse por todos.

3. Dar atenção especial às crianças.

4. Elogiar com sinceridade e discrição.

5. Ouvir as pessoas com atenção

6. Falar de assuntos prediletos.

7. Ser prestativo quando necessário.

8. Ter tato e prudência.

9. Mostrar-se amigável e confiante.

10. Em condições normais, permanecer não mais que 40 minutos


no lar visitado.

V. LISTA DO QUE NÃO SE DEVE FAZER DURANTE A VISITA

1. Não lance olhares curiosos.

2. Não faça orações compridas.

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3. Não levante questões delicadas.

4. Não conte piadas.

5. Não critique outras religiões.

6. Evite provocar um “não”

7. Inicialmente, não divirja.

8. Não discuta nem condene

9. Não envergonhe as pessoas

10. Não faça perguntas indiscretas.

11. Não fale demais

12. Não fale sobre política

13. Não fale, até chegar sua vez.

14. Não procures sermões.

15. Não pronuncie palavras difíceis.

16. Não estude sozinho com pessoas do sexo oposto.

17. Nunca diga a uma pessoa que ela está errada. O importante é
encontrar um caminho para ajuda-la.

CONCLUSÃO

Lembre-se de que, ao visitar alguém com o propósito missionário,


você terá a bênção de Deus e a companhia dos anjos celestiais. Vá em
frente!

39
7
CULTO NOS LARES

A igreja que se reúne em sua casa.


Colossenses 4:15

Um dos meios mais eficazes de preparar pessoas para o batismo é


através de uma série de “estudos bíblicos”, expondo-lhes de forma
temática, lógica e sequencial as crenças fundamentais da fé cristã.

Whitefield mais conhecido pela sua pregação. Pregou mais de 18.000


sermões, despertando na América do Norte o “Grande Reavivamento”
em certa ocasião, na Escócia, pregou a 100.000 ouvintes, e 10.000
responderam ao apelo. Aparentemente este é um trabalho
extremamente frutífero, porém ele deixava os convertidos sem
nenhuma estrutura de organização, por isso seu trabalho tinha curta
duração.

Por outro lado, John Wesley teve proeminência sobre Whitefield. Ele
era um pregador itinerante, como Whitefield desenvolvia grandes
cruzadas evangelísticas ao ar livre. Houve uma vez que pregou a cerca
de 14.000 pessoas.

Wesley andava por toda a parte a cavalo, conquistando o apelido de


'O Cavaleiro de Deus'. Calcula-se que, em 50 anos, Wesley tenha
percorrido 175 mil quilômetros e pregado 40 mil sermões, com uma
média de 800 sermões por ano.

40
João e seu irmão Carlos organizaram pequenas sociedades e classes
dentro da Igreja da Inglaterra, liderados por leigos, com os objetivos
de compartilhar, estudar a Bíblia, orar e pregar.

Logo o trabalho de sociedades e classes seria difundido em vários


países, especialmente nos EUA e na Inglaterra e estaria presente em
centenas de sociedades, com milhares de integrantes.

O resultado deste método de estudo foi:

• 1771 - 361 membros


• 1780 - 8.500 membros
• 1784 - 15.000 membros
• 1790 - 57.621 membros
• 1800 - 64.894 membros
• 1809 - 163.038 membros

Em 38 anos houve um crescimento de 162.677 pessoas

Ele reconhecia a necessidade de se viver o Evangelho


comunitariamente. John Wesley afirmou que "tornar o Evangelho em
religião solitária é, na verdade, destruí-lo.”

Com se tornar um instrutor bíblico eficiente como John Wesley?

I. REQUISITOS PARA SER UM INSTRUTOR BÍBLICO

• Sentir amor pelas almas;


• Ter olhos de águia;
• Ter relacionamento com Cristo
• Buscar primeiro conquistar a amizade e confiança de
interessado.
“Se as pessoas não aceitam o instrutor bíblico, não importa quão
lógica e verdadeira seja sua mensagem, elas não a aceitarão.”
(FINLEY, 2000)

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Os interessados pensam em três perguntas quando o instrutor começa
a falar:

• Posso confiar nele?


• Ele se importa comigo?
• Ele crê no que está pregando e pratica isso em sua vida
diária?

II. O PREPARO DO INSTRUTOR BÍBLICO

• Buscar constantemente conhecimento por meio do estudo da


Bíblia.
• Orar pelos interessados.
• Conhecer bem o tema que irá ensinar;
• Selecionar o material que utilizará no estudo bíblico.

III. COMO INTRODUZIR UM ESTUDO BÍBLICO

a. O êxito de um estudo bíblico depende em grande parte da


motivação, ou seja, de despertarmos o interesse da pessoa pelo
tema a ser estudado. A pessoa deve ser convencida de que o
assunto a ser estudado é de grande importância para sua vida.
b. O instrutor bíblico deve usar boa dose de criatividade,
introduzindo o estudo de forma contextualizada ao nível social,
cultural e religioso do interessado.
c. É importante também que o instrutor bíblico seja sensível ao
estado emocional do interessado, de modo que o estudo possa
ajudar este a superar suas possíveis inquietações e preocupações.

IV. APRESENTAÇÃO DO ESTUDO

ANTES DE TUDO:

• Ore pedindo poder do Espírito Santo

42
• Seja pontual
• Seja amigável e simpático

AO CHEGAR À CASA

1. Lembre-se que sua visita é específica para estudar a Palavra.


2. Crie um clima agradável para o estudo.
3. Revele interesse pessoal pelos participantes e conheça cada um
pelo nome.
4. Convide todos os presentes para participarem do estudo.
5. Evite que a conversa desvie do objetivo da visita.
6. Escolha um ambiente agradável para estudar.
7. Providencie que cada aluno tenha em mãos uma Bíblia quando
possível.

AO APRESENTAR O ESTUDO

Uma das melhores formas de ministrar um estudo bíblico é através do


sistema de pergunta e respostas. No entanto este não deve limitar o
instrutor bíblico a ser usado pelo Espírito Santo. No método de
perguntas e resposta o instrutor distribui textos bíblicos a serem lidos,
sempre que possível, pelo(s) próprios(s) interessado(s), em resposta a
perguntas lidas ou formuladas pelo instrutor. É importante que o
interessado fique com uma lição bíblica que poderá ser revisada
posteriormente.

1. Sempre inicie com uma oração


2. Recapitule o estudo anterior
3. Apresente o estudo de maneira clara, lógica e progressiva.
4. Providencie alguém para cuidar das crianças quando houver.
5. Permaneça dentro do assunto estudado
6. Dê oportunidade para que todos participem

43
7. Se surgir perguntas de outros assuntos, informe que vocês irão
chegar ao tema.
8. Deixe que a própria Bíblia responda às perguntas, pois é a
mensagem dela que transformará os corações.
9. Exalte a Cristo em cada estudo como o centro da nossa fé.
10. Ensine o assunto com convicção.
11. Não critique nenhuma igreja, mas esteja pronto para defender sua
fé.
12. Não prolongue demais o estudo.

AO CONCLUIR O ESTUDO

1. O estudo deve ser concluído com um breve resumo que ajude na


compreensão e retenção do tema abordado. Certificando de que o
assunto ficou claro.
2. É evidente sempre indagar a respeito de possíveis dúvidas ainda
existentes a respeito do assunto estudado.
3. Lembre-se que o propósito do estudo não é interpretar a Bíblia,
mas entender o que Deus espera que façamos, portanto convide o
ouvinte a aplicar o que foi estudado em sua vida pessoal.
4. Ere pela decisão do ouvinte.

DEPOIS DO ESTUDO

1. Confirme a data, horário e tema do próximo estudo.


2. Não continue conversando a fim de que outros assuntos não tirem
a impressão deixada pelo estudo.
3. Retire-se imediatamente, o momento de desenvolver os laços
afetivos é antes de iniciar o estudo.
4. Ore diariamente pelos interessados.
5. Peça para o Espírito Santo continuar impressionando o coração de
cada um deles.

44
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ato de dar estudos bíblicos beneficia tanto a quem recebe os estudos


quanto a quem os ministra. Na realidade, poucos recursos ajudam
tanto a aprofundar o conhecimento bíblico como abrir a Bíblia diante
de pessoas interessadas, e responder às suas indagações.

A ministração de boas séries de estudo bíblicos ajuda a solidificar a


identidade espiritual e doutrinária das novas gerações, evitando
significativamente os índices de apostasia.

Aqueles que se dedicam a ministrar estudos bíblicos têm o privilégio


de preparar pessoas para uma vida mais plena, neste mundo, e para as
alegrias da salvação eterna nas mansões celestiais.

EXERCÍCIO

1. É importante contextualizar (ou adaptar) a série de estudos


bíblicos às necessidades das pessoas, para que elas se interessem
pelos estudos. Assim sendo, como você introduziria uma série de
estudos bíblicos para alguém enlutado pela morte recente do seu
cônjuge?

____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

2. Por que é indispensável concluir cada estudo bíblico com um apelo


pessoal?

____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________

45
8
MOMENTO DA DECISÃO

Escolham hoje a quem irão servir.


Josué 24:15

Pregar o evangelho é uma grande responsabilidade e um


extraordinário privilégio. Responsabilidade porque vida ou morte
eterna está em xeque. E privilégio porque anjos almejariam realizar a
obra de salvação, mas Deus confiou ao ser humano. No entanto não
devemos só pregar, mas saber como pregar, caso contrário os
resultados poderão ser catastróficos.

Em outubro de 1871, o grande evangelista Sr. Dwight L. Moody


realizou encontros evangelísticos em Chicago. No final de uma de
suas mensagens ele repetiu as palavras de Pilatos: “Que farei de
Jesus?” Então ele disse: “Eu gostaria que levassem esse texto para
casa com vocês e pensem a respeito do assunto. Na próxima semana
nós voltaremos ao calvário e à cruz, e então decidiremos o que fazer
de Jesus.” O vocalista iniciou a última música da noite, mas foi
interrompido pelas sirenes dos carros de bombeiro indicando. Chicago
estava em chamas.

Muitas pessoas morreram naquela noite sem saber o que faria de


Jesus. Aquela noite fora a última noite de graça para a maioria das

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pessoas naquele auditório e elas partiram sem responder o apelo.
Falando do assunto posteriormente Moody com muito

pesar disse: “Eu preferiria ter dado minha mão para ser cortada a ter
dado aquele auditório uma semana para pensar!”

Enquanto você não pregar com a esperança de que as pessoas tomem


a decisão na mesma noite, você terá poucas decisões. A finalidade de
um sermão ou estudo evangelístico é guiar homens e mulheres a tomar
a decisão por Cristo.

- “Onde estás?”
- “Quem é do Senhor venha até mim.”
- “Escolhei hoje a quem sirvais.”
Hoje pessoas se encontram como nos dias do profeta Joel. “Multidões
no vale da decisão, porque o dia do Senhor está perto, no vale da
decisão” (Jl 3:14).

Decisão é o resultado final de um esforço missionário. É uma atitude


pessoal que leva a pessoa interessada a fazer um concerto com Deus
e unir-se à igreja através do batismo.

I. TRÊS AGENTES ATIVOS NA DECISÃO OU CONVERSÃO.

1. O Espírito Santo – Devemos orar por Sua poderosa atuação.


2. O Mensageiro – Fazer sua parte com eficiência.
3. O Pecador – Responsável pela decisão final.

Quando o Espírito de Deus se manifestou através de Cristo, tocando a


mente e o coração dos homens, estes confirmaram sua fé abertamente.
O propósito da pregação é levar à decisão.

II. ATITUDE DO MENSAGEIRO NA TAREFA DE OBTER DECISÕES.

1. Conhecer a doutrina e expô-la com segurança e fervor.


2. Viver a mensagem que prega.

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3. Ter genuíno interesse e amor pelos interessados.
4. Pedir ao Espírito Santo as palavras certas. Cristo testificou que
este não só falaria por intermédio dos seus como também os faria
lembrar-se de tudo o que eles estudaram. (Mateus 10:19; João
14:26).
5. Ser perseverante e cheio de fé.

III. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA LEVAR À DECISÃO.

A pessoa precisa ter a oportunidade de atender ao chamado do


Evangelho, alguém disse muito bem certa vez que a impressão sem
expressão pode levar à depressão. Pregar para obter resposta ao apelo,
mas falhar em dar a oportunidade do comprometimento pode frustrar
aqueles que ouvem as Boas Novas e fortalecer seu hábito de
procrastinação.

Os psicólogos declaram que há uma correlação muito profunda entre


a intenção de agir e o comportamento real.

Quanto mais forte a intenção de agir, mais provável se tornará a ação.


O tempo é o fator principal que afeta a ligação entre ação e decisão.
Pessoas podem ser levadas a tomar uma decisão tão logo elas:

1. Tenham conhecimento suficiente para tomar essa decisão.


2. Todas as suas maiores dúvidas tenham sido esclarecidas.
3. Acreditem que isso é o que Deus quer que elas façam e estão
convencidas de que Deus está conduzindo-as para tomar a decisão.
Nada é mais cruel e perigoso ao desviar a religiosidade das pessoas
que as preparar para uma decisão e falhar em convidá-las a registrar
essa decisão.

Se você deseja que alguém acredite em algo específico, forneça


oportunidade para ela agir em harmonia com essa crença.

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PORTANTO OS ELEMENTOS ESSENCIAIS NUM APELO SÃO:

1. Conquistar a confiança e simpatia das pessoas.


2. Apresentar a verdade de maneira atraente e progressiva:
a. Primeiro a entregar a Cristo.
b. Em segundo lugar, a doutrina de Cristo.
3. Apresentar a mensagem como um assunto de vida ou morte (Dt
30:19).
4. Usar a Bíblia para apelos: As Escrituras tem poder transformador
mais que a sabedoria humana.
5. Apresentar o amor de Deus e o sacrifício de Cristo em favor dos
indivíduos.
6. Destacar a influência positiva da decisão sobre familiares e
amigos.
7. Mostrar as vantagens e recompensas em seguir a Jesus (1Cor 2:9).
8. Encorajar e ajudar a eliminar obstáculos.
9. Mostrar o perigo da demora.
10. Contar sua própria experiência ou testemunho.
a) Sua vida antes de Cristo.
b) Como se converteu.
c) O que Cristo significa para você, hoje.
11. Felicitar o interessado pelo progresso obtido.
12. Convencer de que “o justo vivera pela fé.”
13. A maioria dos interessados, ao se decidir ao lado da verdade, tem
que enfrentar situações difíceis, tais como:
a) Oposição e até ameaças por parte de familiares.
b) Escárnio por parte dos colegas.
c) Abandono de cigarro, bebidas alcóolicas, carnes imundas, etc.
d) Observância fiel aos mandamentos de Deus.
e) Contribuição com suas ofertas.
14. Uma fé inabalável em Deus e irrestrita confiança em suas
promessas desempenham um importante papel nesses pontos

49
probantes. Então, essa é a ocasião oportuna para convencer a
pessoa de que:
a) A fé é um grande poder: “É a certeza das coisas que se
esperam, e a convicção de fatos que não se veem” (Hb 11:1).
b) As provações, privações ou sofrimentos fazem parte da vida
cristã.
c) As Escrituras estão repletas de preciosas promessas aos
necessitados e de exemplos de operações do poder de Deus em
favor dos que obedecem à sua palavra em meio a provas ou
circunstâncias adversas.
d) Importa obedecer a Deus que ao homem. (At. 5:29).
e) Os agentes divinos operam a favor dos justos (Sl 34:7;
91:11,12; Hb1:13,14).
15. Respostas bíblicas a possíveis objeções: [Jesus] sabia dizer a seu
tempo uma boa palavra ao que está cansado (Is 50:4); pois nos
lábios lhe era derramada a graça, a fim de que transmitisse aos
homens, pela mais atrativa maneira, os tesouros da verdade.
(WHARMON, 2010).

Na Bíblia, há textos que são apropriados para as condições, situações


e necessidades de cada indivíduo. A Bíblia é a caixa de medicamentos
de Deus para a humanidade doente pelo pecado. Dela podemos lançar
mão do remédio correto para cada caso.

Nunca se esqueça: Seu papel é conduzir homens e mulheres a


conhecerem a Cristo, instruí-los nos princípios de Cristo e leva-los a
tomarem a decisão ao lado de Cristo. Nunca fiquei satisfeito com
menos do que isso.

50
9
IGREJAS EM CÉLULA

Mas escolha dentre todo o povo homens tementes a Deus,


dignos de confiança. Estabeleça-os como chefes de mil, de
cem, de cinquenta e de dez.
Êxodo 18:21

Quando Cristo iniciou seu ministério entre os Judeus, Ele encontrou


um grande desafio. A igreja judaica era exclusivista, sem contar com
o legalismo dominante, esta não tinha interesse em cumprir a missão
de levar a mensagem de um Deus único ao mundo. Havia um
completo desconhecimento da palavra e pior que isso, havia um
desconhecimento do poder e caráter de Deus (Mateus 22:29). Cristo
tinha vindo na plenitude do tempo para morrer pela humanidade
(Gálatas 4:4), mas o povo não estava pronto para levar essa notícia ao
mundo.

Como motivar uma igreja à avançar na pregação do evangelho do


reino testemunhando para todas as nações? Qual estratégia usar?

Do ponto de vista da lógica exterior, foi uma verdadeira perda de


tempo: ele dedicou a maior parte de seu tempo em formar um grupo
seleto de 12 homens cheios de limitações. Cristo viveu entre eles
como um deles, a todo o momento oportuno ele ensinava como
conduzir pessoas ao céu. E a impressão dos discípulos era que este
Jesus era o líder político e libertado de seu povo. Por esta razão,

51
quando Cristo foi crucificado as esperanças dos discípulos foram com
ele para o túmulo. A missão aparentemente havia falhado e o
libertador morreu. Sozinho na cruz, Jesus agonizou até a morte, seus
discípulos o abandonaram com receio de padecer da mesma sorte. A
missão acabou...

A história registrada, não foi exatamente esta. Jesus havia plantado


uma pequena semente no coração dos discípulos, e como toda
semente, para nascer precisar morrer e ser enterrada. Então o milagre
acontece. As sementes das lições plantadas no coração dos discípulos
germinaram, cresceram e deram frutos, cem por um, o mundo foi
impactado por esta árvore chamada cristianismo.

Por que a estratégia de se dedicar a um grupo de discípulos foi tão


vitoriosa? De forma simplificada, podemos destacar alguns dos
princípios básicos que mostram a sabedoria de Cristo em organizar
uma pequena célula e se multiplicar de forma extraordinária.

1. INFLUÊNCIA: a influência é uma arma poderosa. Muitas pessoas


estarão dispostas a fazer muito se forem influenciadas a tanto.

2. REPRODUÇÃO: O discipulado por natureza tem a tendência de


se reproduzir. A missão da igreja é fazer discípulos (Mateus 28:19)
que devem fazer outros e assim por diante.

3. QUALIDADE: Cristo não se preocupava apenas com resultados,


mas com a qualidade destes. Em seu ministério, ele não deixou de
dar atenção às multidões (Mateus 19:2), pregando, ensinando e
curando.

4. FACILIDADE: Cristo poderia ter utilizado os anjos em sua


metodologia para estabelecer seu reino, poderia ter usados
recursos financeiros incalculáveis ou o seu poder para convencer
as pessoas. Mas ele preferiu acima de tudo nos dá o exemplo ao

52
desenvolver uma metodologia barata, fácil de ser usada e acessível
a todos.

5. PROFUNDIDADE: vivemos em uma época onde a aparência tem


muito valor. Muitas vezes, aquela pessoa que se veste bem, fala
palavras eloquentes e cita texto bíblico de forma “poderosa”
passasse por um grande cristão enquanto na vida particular está
completamente distante de Cristo. Gostaríamos que isso fosse uma
exceção, mas não é. Precisamos voltar a viver um cristianismo
verdadeiro. Um que seja vivido na igreja e fora dela. Precisamos
de cristãos que não tenham uma vida dupla. O discipulado vem
apara atender a nossa necessidade como indivíduos e como igreja
de sermos ajudados a viver um cristianismo radical na obediência
e luta contra o pecado pessoal e paciente e amoroso com as
pessoas.

O modelo de trabalho em pequenas células foi testado e aprovado por


Deus na experiência de vida do Senhor Jesus e de sua igreja registrada
no livro de Atos. A célula é um instrumento essencial para
alcançarmos três objetivos:

1. Fortalecer a espiritualidade dos membros.

2. Desenvolver intimidade nos relacionamentos (vida em


comunidade).

3. Envolver cada membro no ministério, de acordo com os dons de


cada um.

Em um momento na experiência de vida de Moisés, este fora


orientado pelo seu sogro Jetro a organizar uma liderança efetiva para
o auxiliar na condução do povo rumo a terra prometida, de forma que
nem Moisés, nem o povo venha a perecer com tantas demandas. (Êx.
18:13-27).

53
Da mesma forma que uma liderança formada por homens capazes,
tementes a Deus e que se desviavam do mal fora necessária para
instruir e conduzir seu povo, nos dias de hoje a necessidade não
mudou, e para o desenvolvimento dos trabalhos em pequenas células
cristãs, uma liderança efetiva é necessária. Segue os principais lideres
para a organização de uma igreja em células.

I. LÍDERES DE UMA CÉLULA.

Para o bom funcionamento desta, os seguintes líderes são


fundamentais.

1. COORDENADOR DAS CÉLULAS NA IGREJA: pode ser o diretor


de missões, ou alguém com experiência, que já tenha vivenciado
o trabalho em células e que ame pessoas. Nesse processo, o
coordenador é o braço direito do pastor.

2. SUPERVISOR: Quando a igreja tem várias células, é


recomendável que sejam escolhidos supervisores para cuidar de
três a cinco células. O supervisor trabalha como orientador e
capacitador dos líderes sob sua responsabilidade. (não confundir
este tipo de supervisão como a Administração Eclesiástica).

3. ANFITRIÃO (Ã): É o dono da casa onde a célula se reúne. É alguém


com o dom da hospitalidade e deve assumir postura amigável e
acolhedora. As pessoas devem ser bem-recebidas e amadas nesse
lar.

II. LÍDERES ASSOCIADOS.

É o responsável por liderar a reunião e as atividades do grupo.


Falaremos mais sobre esse líder neste estudo.

III. CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER EFICIENTE

54
1. ESPIRITUALIDADE

Deve ter forte experiência de comunhão diária com Deus, para ser
usado pelo Espírito Santo. Estudos mostram que a capacidade de fazer
a célula crescer e se multiplicar está proporcionalmente relacionada
ao tempo de Comunhão diária do líder com Deus. Precisamos
entender que a liderança de uma célula é uma atividade
essencialmente espiritual. Portanto, o Espírito Santo deve ter total
controle da vida do líder.

2. DISPOSIÇÃO PARA:

• Cuidar dos membros do pequeno grupo


• Visitar estes em seus lares
• Atender suas necessidades quando possível

3. AMOR PELAS PESSOAS

Conduzir o grupo para salvar pessoas através de seu exemplo é


necessário amor e um bom planejamento missionário.

IV. ROTEIRO PARA UM ENCONTRO EM CÉLULA.

1. CONFRATERNIZAÇÃO: é o momento para estreitar os


relacionamentos. É a prática do relacionamento horizontal “uns
pra com os outros”, conforme a Bíblia menciona 75 vezes (ver
colossenses 3:13,16).

ALGUMAS ATIVIDADES PARA ESTE MOMENTO:

• Saudação e recepção.
• Hora de colocar a conversa em dia:
• Pergunta para o quebra-gelo, exemplo: “se você tivesse que se
comparar a um animal, de acordo com sua personalidade, que
animal você seria e por quê?” A pergunta para quebra-gelo não é

55
para alimentar a curiosidade das pessoas ou somente para
descontrair o ambiente. Na verdade, além de abrir o leque da fala,
ela também serve para que a pessoa fale de si mesma e se torne
conhecida. Com isso, ela pode ser mais bem-ajudada.
2. ADORAÇÃO: é o momento de fortalecer o relacionamento
vertical, reconhecendo a presença de Cristo, pois Ele mesmo disse:
“Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estarei
no meio deles.”

ALGUMAS ATIVIDADES PARA ESTE MOMENTO

• Cânticos
• Oração
• Meditação
• Música Instrumental
• Testemunho
• Estudo
• Uso criativo de audiovisual

3. ESTUDO DA BÍBLIA

a) COMO DEVE SER O ESTUDO DA BÍBLIA EM UMA CÉLULA?

• Deve ser um estudo relacional/aplicativo.


• Deve estudar doutrinas, salmos, parábolas, histórias, etc., com o
objetivo de aplicar as verdades à vida dos participantes.
• Deve focalizar a verdade sobre Deus. Quem Ele é? Como devemos
nos relacionar com ele?
• Deve revelar maior preocupação em dar vida ao cristianismo do
que em provar um ponto.
• Deve estimular a participação de todos os membros.

56
b) TRÊS GRANDES PERGUNTAS A SEREM RESPONDIDAS EM
UM ESTUDO RELACIONAL DA BÍBLIA.

1. O que o texto está dizendo? (conhecimento)


2. O que Deus está me dizendo através do texto? (interpretação)
3. O que vamos fazer a respeito disso? (aplicação)
4. Evangelismo e testemunho: o projeto evangelístico da célula deve
ser algo planejado e intencional. Não deve ser deixado ao acaso.

ALGUMAS ATIVIDADES EVANGELÍSTICAS QUE PODERÃO SER


DESENVOLVIDAS PELA CÉLULA.

• CADEIRA VAZIA: No grupo, há uma cadeira vazia e sempre


alguém ficará com a responsabilidade de trazer um convidado para
ocupa-la na reunião seguinte.
• ORAÇÃO INTERCESSORA: cada membro ora por cinco pessoas.
A lista com todos os nomes desses amigos fica exposta para que,
em cada reunião do grupo, seja feita uma oração especial em favor
deles.
• TESTEMUNHO PESSOAL: em cada reunião do grupo, uma
pessoa conta o seu testemunho de conversão ou testemunho de um
trabalho missionário que esteja fazendo.
• DUPLAS MISSIONÁRIAS: na média, é recomendado ter duas
duplas por célula. Elas atendem os interessados com estudo bíblico
em seus lares.
• CLASSE BÍBLICA: os interessados devem ser levados para uma
classe bíblica na igreja, ou na própria célula, durante um período
fora da reunião oficial desta.
• EVANGELISMO DE DECISÃO: duas vezes ao ano é recomendado
ter um programa de evangelismo de colheita, em que os
interessados que frequentam a célula e que estão fazendo estudo
bíblico possam ser desafiados a se decidirem por Cristo.

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• MULTIPLICAÇÃO: a célula deve se multiplicar para crescer. Ao
longo do ano, o líder deve preparar um auxiliar para assumir o
novo grupo, que se formou como fruto da multiplicação do
primeiro. O ideal é que, depois de um ano de reunião, o grupo
tenha batizado algumas pessoas e criado uma estrutura de
liderança para a multiplicação

PROTÓTIPO

Protótipo é o primeiro tipo criado; original. algo feito pela primeira


vez e, muitas vezes, copiado ou imitado; modelo, padrão, cânone.
Todo programa eficaz precisa de um protótipo e o modelo original
deste programa se encontra vivenciado por Jesus e seus discípulos.
Um líder cristão atuante seguirá as pegadas do mestre e estabelecerá
o primeiro modelo de célula em sua congregação formando os seus
primeiros líderes. Em outras palavras, primeiro você viver o programa
de células com um pequeno grupo pré selecionado, e depois multiplica
este grupo na sua congregação. E como fazer isto? Será deixado no
Apêndice um modelo para as reuniões do protótipo que formará os
futuros líderes de células. (Apêndice 1).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É senso comum que a célula reaviva a vida espiritual dos membros,


estimula o estudo da Bíblia, o louvor e o testemunho pessoal. Fomenta
a integração e o companheirismo entre os membros. Gera elevada
qualidade de amor fraternal; organiza a igreja para cumprir a missão;
institui uma metodologia mais dinâmica de evangelização e envolve
a maioria dos membros no trabalho; identifica e prepara novos líderes;
fortalecer a conservação dos novos membros e propiciar muitos outros
benefícios.

58
O momento é de voltar às raízes, retornar ao modelo bíblico, onde a
vida em comunidade é o centro da vida para a igreja. Retornar ao
modelo bíblico significa levar a igreja a experimentar o sentido de
comunidade criado pelo Pai no Éden (Gênesis 2:18); e vivido
intensamente na igreja cristã primitiva (Atos 4:34); descobrir e
desenvolver os dons espirituais de cada membro do corpo de Cristo (I
Pedro 2:9); compartilhar o ministério pastoral e multiplicar-se pela
duplicação das células. Este é o momento de restaurar a igreja cristã!

59
10
CLASSE BIBLICA GANHADORA DE ALMAS

Aquele que conquista almas é sábio.


Provérbio 11:13

“A igreja que cessa o evangelizar é como um farol sem luz ou uma


caldeira sem vapor. A igreja que não é ganhadora de almas é uma
igreja agonizante. Napoleão declarou que qualquer exército que
permanece entrincheirado certamente é derrotado.” J.L. Shuler, 1940,
p.16

Emill Brunner afirmou que “a igreja existe para o cumprimento da


missão, assim como o fogo existe para queimar.” (HUSTON, 1986,
p.67)

Assim diz o Senhor: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na


comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2:42).

“Durante três meses, Paulo frequentou a sinagoga, onde falava


ousadamente, dissertando e persuadindo com respeito ao reino de
Deus. Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e
descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo,
apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer
diariamente na escola de Tirano. Durou isto por espaço de dois anos,
dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do
Senhor, tanto judeus como gregos” (Atos 19:8-10).

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“Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo
Jesus, alimentando com palavras da fé e da boa doutrina que tens
seguido. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes
deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos
teus ouvintes” (1 Timotéo 4:6,16).

“Muitas pessoas há que querem saber o que fazer para serem salvas.
Querem uma explicação simples e clara dos passos indispensáveis
para a conversão” (HARMON, 2000).

I. O QUE É UMA A CLASSE BÍBLICA?

É uma de estudos que tem por objetivo instruir as pessoas nas


doutrinas bíblicas e prepara-las para o batismo e à salvação.

II. CARACTERÍSTICAS DE UMA CLASSE BÍBLICA.

1. Grupo de interessados: menores, jovens ou adultos que se


reúnem periodicamente.
2. Um instrutor habilitado para ensinar, que ame a Cristo e as
pessoas.
3. Um livro-texto (a Bíblia) e um manual de estudo bíblico ou
série sistematizada de estudos. Cada interessado (estudante)
deve ter em mãos um exemplar da bíblia.

III. ONDE ORGANIZAR UMA CLASSE?

1. Escola Dominical – classe das visitas.


2. Classe bíblica para juvenis
3. Na igreja, aos domingos à noite ou sábado à tarde.
4. Classe bíblica para jovens.
5. Reuniões de diaconisas.
6. Nos lares.

61
IV. COMO DEVE SER ORGANIZADA A CLASSE?

a) Estabeleça Liderança
b) Escolher o instrutor e o associado.
c) Estabelecer a equipe para ajudar na recepção e na visitação
aos alunos.
d) Definir dia, local e horário das reuniões
e) Fazer uma ampla promoção em todas as reuniões da igreja,
também anunciar no boletim da igreja, no mural com um
cartaz e em outros meios de comunicação possível.

V. CARACTERÍSTICAS DA APRESENTAÇÃO DO ESTUDO


BÍBLICO

1. CONVICÇÃO: A apresentação deve ser clara, afirmativa e


positiva. Que o aluno seja convencido de que é uma bênção
se tornar cristão.

2. ENTUSIASMO. Evite a monotonia. A classe deve ser


dinâmica, interessante de modo a captar a atenção dos
alunos.

3. USO DE ILUSTRAÇÕES. Jesus ilustrava seus temas. Use


histórias curtas, verídicas, de acordo com o tema. Use
recursos audiovisuais.

4. PERGUNTAS. Dê oportunidade para que os alunos façam


perguntas. Isso o ajudará a perceber se eles estão entendendo
o tema e a descobrir dúvidas.

5. APELO. Faça um apelo no encerramento de cada estudo, a


fim de obter a decisão do aluno em relação à verdade

62
apresentada. Existem várias formas pelas quais a decisão se
manifesta.

6. APLICAÇÃO. É muito importante que a verdade ensinada


seja aplicada à vida e conduta do aluno. Ajude-o a desejar e
a buscar uma mudança de atitude e de estilo de vida.

VI. MATERIAL PARA A CLASSE BÍBLICA

Hinário ou coletânea de hinos, caderno de registro, equipamento


audiovisual, lições de curso bíblico e Bíblias.

VII. PREPARAÇÃO PARA O BATISMO

1. Crie expectativa. Anuncie a data do batismo em todas as


classes e crie nos alunos expectativas e desejo pelo batismo.

2. Prepare a lista. Algumas semanas antes faça um apelo e diga


que está sendo preparada uma lista de candidatos.

3. Visite os candidatos. Visite, nos respectivos lares, cada aluno


cujo nome está na lista, manifestando desejo de ser batizado.
Isso tem o objetivo de confirmar a decisão e resolver os
últimos problemas.

4. Aprovação pela comissão. Estando pronta a lista, avalie cada


nome com o pastor e, depois, com a comissão da igreja. O
instrutor transmite as informações à comissão.

5. Orientação aos candidatos. Na semana anterior ao dia do


batismo, informe os candidatos a respeito de tudo o que
esteja relacionado à cerimônia; inclusive sobre roupa, local,
convidados e hora da programação.

63
6. No dia do batismo. O instrutor da classe bíblica participará
ativamente da festa batismal. Convém que se digam palavras
de reconhecimento e afirmação ao trabalho da classe.

7. Novos alunos. Faça um fervoroso apelo, anote nome e


endereço dos que frequentavam e convide-os para assistir à
classe bíblica.

VIII. ONDE ENCONTRAR ALUNOS PARA A CLASSE BÍBLICA

1. Ouvintes dos programas de internet e rádio.


2. Frequentadores de células
3. Familiares dos membros da igreja
4. Pais e alunos da escola bíblica de férias.
5. Membros afastados da igreja.
6. Pessoas atendidas pela assistência social da igreja.
7. Pessoas contatadas pelas duplas missionárias e por
evangelismo pessoal.
8. Visitantes da igreja que aceitaram a Jesus como Salvador.
9. Pessoas que atenderam a apelos feitos nos batismos.
10. Amigos de redes sociais.

IX. COMO REFORÇA O INTERESSE DO ALUNO

1. Visitando-o em seu lar.


2. Ministrando-lhe estudos bíblicos
3. Emprestando-lhe DVDs e vídeos contendo mensagens.
4. Dando-lhe literatura, folhetos e encartes.
5. Atendendo-o em suas necessidades físicas, sociais e
espirituais.
6. Fortalecendo a amizade
7. Convidando-o para programações especiais da igreja.
8. Manifestando-lhe calor humano.

64
X. A CLASSE IDEAL

1. Instrutor bíblico capacitado


2. Material adequado
3. Classe bíblica permanente

XI. QUALIDADE DO INSTRUTOR

1. Espiritualidade
2. Amor pelas pessoas
3. Bom relacionamento
4. Entusiasmo
5. Otimismo
6. Organização e pontualidade
7. Conhecimento doutrinário
8. Capacidade para influenciar
9. Conhecimento doutrinário
10. Objetividade no falar
11. Permitir a participação dos alunos
12. Espírito amistoso e simpatia
13. Orar pelos alunos

XII. PROGRAMA

1. Recepção dos alunos


2. Confraternização
3. Apresentação dos visitantes
4. Chamada
5. Momentos de louvor
6. Oração
7. Recapitulação do tema anterior
8. Estudo da Bíblia
9. Apelo

65
10. Revisão do tema estudado (vídeo, transparências, Pawer
Point, etc.)
11. Oração

CONCLUSÃO

Este livro apresentou os princípios que devem orientar os trabalhos


missionário de sua igreja. Chegou a hora de parar de dar desculpas e
cumprir a missão deixa por Cristo a sua Igreja. É tempo de para de
falar de fazer a obra missionária e começar a fazer. É tempo de levar
o evangelho do reino para testemunho de todas as nações, porque após
o cumprimento desta missão virá o fim. Mateus 24:14

Deus seja louvado!!!

66
APÊNDICE
(1) Formando um protótipo de célula missionária
Neste modelo você terá informações de como se dará as reuniões nas células.
Lembre-se que aqui você terá apenas sugestões para a formação do protótipo
de pequenas células missionárias com duração de três meses, ao termino
deste período a sugestão é que haja uma celebração de multiplicação de
célula, mas agora não mais como protótipo e sim como um programa da
igreja local.
Cada pessoa que participar deste protótipo deverá ter em mende que ele vai
aprender como liderar uma célula na igreja, portanto esta pessoa deverá ser
informada da finalidade desta reunião. O líder que estiver fazendo a seleção
precisará está sob a direção do Espirito Santo para que este lhe direcione para
os potenciais líderes de células que serão formados por você.
Entretanto, deixe que ela primeiro experimente o quão gratificante é
participar de uma célula. Faça-lhes uma visita missionária e os convide para
participar de uma reunião em seu lar, permita que estes sintam quão
gratificante é viver em comunidade e só então informe a eles a razão da
seleção. Ou seja, esta informação deverá ser transmitida por volta do segundo
mês de reunião.
1º MÓDULO DA FORMAÇÃO DO PROTOTIPO

A comunhão é o ponto de partida para qualquer projeto. Ela pode ser definida
a partir da ideia de hábitos como orar diariamente e ler a bíblia e/ou alguma
literatura devocional para meditação. Mas também, como uma atitude de
entrega a Deus e disposição de ouvir a Sua voz. Nesse módulo, portanto,
iremos trabalhar um objetivo duplo: a criação ou o fortalecimento de hábitos
de oração e meditação na palavra além de incentivar uma atitude de
receptividade a sua palavra, concluído com uma autoavaliação de sua vida
espiritual. Também irá ensinar como potencializar o momento da comunhão
em sua célula tornando-a um dos pontos altos da reunião. Não esqueça de
prestar atenção nas dicas práticas de cada módulo. Isso é um módulo de
discipulado, portanto não deve ser apenas uma discussão teórica. Precisa ser
praticado.

ATIVIDADE EXTERNA: Depois de estudar a segunda lição, marcar


uma vigília ou minivigília com o seu grupo. Todos os princípios aprendidos

67
sobre a oração e a meditação na palavra devem ser praticados nesta vigília.
Um material deve ser estudado e em intervalos devem ser praticados os ele-
mentos aprendidos no módulo.

68
1º MÊS / COMUNHÃO / REUNIÃO 1 - ORAÇÃO
(Passar vídeo sobre o testemunho do discipulado).

GERENCIAMENTO: Preencher o cartão de gerenciamento. A ideia aqui é


conhecer o cartão para fortalecer a sua importância. (Não realizar pedidos de
oração antes de estudar a lição).

QUEBRA-GELO: Qual a experiência mais profunda que você teve com a


oração? (Compartilhe de forma rápida).

DISCUSSÃO: “A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder


espiritual. Nenhum outro recurso da graça pode substituí-la e a saúde da alma
ser conservada. A oração coloca a pessoa em contato imediato com a Fonte
da vida, e fortalece os nervos e músculos da experiência religiosa. Se o
exercício da oração for desprezado ou ela for feita ocasionalmente, quando
parecer conveniente, você perderá a firmeza em Deus”

De acordo com a Bíblia, a oração contém 6 partes:


1. Adoração;
2. Louvor;
3. Confissão;
4. Perdão;
5. Petição e
6. intercessão.

Muitas vezes, em nossa oração não temos uma experiência mais completa
com Deus porque não a praticamos com toda a plenitude. Nós resumimos
nossa oração basicamente a pedir e de vez em quando, agradecer. Precisamos
praticá-la de forma mais intensa, com toda sua plenitude.

PERGUNTA PARA DISCUSSÃO:


Você tem prazer na oração?
Ou na maioria das vezes é uma obrigação?

ADORAÇÃO: Deus espera que sejamos agradecidos. De fato, ninguém


gosta de fazer algo por alguém e não receber a devida gratidão. Com Deus
não é diferente. Certa feita, quando Cristo estava com seus discípulos num
jantar oferecido por Simão o fariseu, Maria derramou um perfume caro em
seus pés (Mt 26:6-7). Os discípulos instigados por Judas começaram a criticar
o desperdício do dinheiro o qual poderia ser revertido para os pobres (Jo. 12:5-
6, Mt 26:8-9). Cristo imediatamente os repreendeu valorizando o ato de

69
gratidão de Maria. (Mc 14:6-8). Você já orou para Deus sem pedir nada, sem
agradecer por nada apenas para dizer que O ama? Apenas para reconhecer
Sua grandeza e misericórdia? I Cr. 16:19, Sl. 89:12-13.

APLICAÇÃO: Vamos agora parar alguns minutos para ter um momento de


adoração. Pense na criação, no poder de Deus e se ajoelhe dizendo a Deus que
reconhece Sua grandeza. Como diz na letra de um determinado hino “Ó
Senhor eu te louvo pelo que Tu és. Não por feitos poderosos de Tuas mãos.”

2. LOUVOR: O louvor é o reconhecimento das obras de Deus. Assim como


a adoração deve ser um hábito que deve ser cultivado diariamente na oração.
O louvor não se restringe a música, mas deve ser um estilo de vida. O louvor
tem como objetivo tornar conhecidas as obras de Deus para que Elas não
sejam esquecidas. Às vezes, quando não louvamos podemos cair no erro que
os discípulos cometeram com Cristo no episódio do unguento. É o transbordar
do coração agradecido, o viver lembrando a si mesmo e aos outros que Deus
é bom e que diariamente atua em favor dos seus filhos. A música na igreja é
só uma pequena parte do que pode ser feito com o louvor. Na verdade, quando
eu me preocupo mais com o ritmo, mais com a música em si mesma isso não
é louvor. É uma apresentação musical. O louvor pode ser expresso quando eu
falo bem de Deus para os outros. Quando eu canto um hino na frente de outras
pessoas fora do ambiente da igreja. Pode ser expresso na minha oração, no
meu testemunho do poder de Deus em minha vida. Se estou contente, mesmo
em situações complicadas; quando as pessoas veem algo diferente na minha
vida, após conseguir algo especial; ou quando faço algo especial e eu dou o
crédito da vitória a Deus.

APLICAÇÃO: vamos agora louvar a Deus por 5 minutos pela maior benção
que Ele já nos concedeu.

3. CONFISSÃO: A confissão é muito mais do que ficar se lamentando na


presença de Deus. É o reconhecimento sincero das falhas, não para escapar
do castigo, não para se justificar, não para ser somente perdoado, mas para
restaurar seu relacionamento com o Pai. Ela deve ser detalhada e objetiva,
confiante no perdão divino. Deus não se cansa de ouvir a mesma confissão
todos os dias, mas que sejamos conscientes das nossas falhas e pecados (Sl
32:5-7). Muito cuidado devemos ter em não tornar a confissão algo
automático e generalista do tipo: perdoa os meus pecados, o Senhor sabe. Isso
pode funcionar na oração pública, mas não na oração particular. Os pecados
devem ser admitidos tais como são, rebeldia contra a vontade de Deus. Sem
justificativas. Lembremos que as faltas públicas devem ser confessadas

70
publicamente. Isto é, não adianta só pedir perdão a Deus por um pecado que
você cometeu contra alguém sem pedir perdão a este alguém. (Mt. 5:23-24).

APLICAÇÃO: Vamos agora separar 5 minutos para confessar um pecado


que está nos incomodando diante de Deus. É importante que esta confissão
não seja genérica, porém específica.

4. PETIÇÃO: Se Deus está disposto a dar por que as vezes nossas orações
não são atendidas?
a. Devemos pedir para podermos dar. A oração que agrada a Deus deve
ser a benção que eu quero para compartilhar com outros.
b. Devemos persistir. Não é que Deus precisa ser convencido a fazer algo.
Nós é que precisamos perseverar para que, através da oração e provações,
estejamos em condições de receber a benção que pedimos.
c. Devemos ser obedientes. Muitas vezes Deus não responde nossa oração
porque estamos desobedecendo algum dos seus mandamentos. A oração
jamais substituirá a obediência. Não adianta, por exemplo, pedir saúde se eu
bebo café. Deus nunca ouvirá este tipo de oração. Eu obedeço e abro o
caminho para Deus responder minha oração.
d. Amar ao próximo. Muitas vezes, não recebemos a benção porque
estamos intrigados ou com mágoa de alguém. Só seremos abençoados se
fizermos o que está em nosso alcance para a reconciliação.
e. Dízimos e ofertas. Deus não dará bênçãos financeiras sobre aquele que
é infiel. Pobreza, dívidas não justificam a infidelidade para com Deus. Muitos
esperam uma benção para serem fiéis, mas a fidelidade vem primeiro.
f. Confiança. Muitas vezes, não recebemos a benção por não confiarmos
na resposta de Deus. Alimentamos desconfiança e incredulidade. Na hora do
aperto confiamos muito mais na opinião de outras pessoas do que na resposta
de Deus. Ficamos desesperados ou esperamos a resposta de Deus?

APLICAÇÃO: Vamos agora parar por cinco minutos e pensar naquele


pedido de oração, aquilo que mais desejamos. Vamos agora pedir que Deus
atenda nosso pedido.

5. INTERCESSÃO: Deus não deseja que peçamos apenas para nós mesmos.
Mas que peçamos para os outros, para aqueles que precisam. Alguns não
pedirão para si mesmos o poder de Deus, mas a sua intercessão poderá
derramar sobre ela o poder necessário para sua transformação. A intercessão
não deve ser algo descuidado, feito ocasionalmente, mas algo constante e
regular, feito com paciência e esperando a atuação do poder de Deus. O
Espírito Santo pode levar anos para transformar a vida de uma pessoa. Deixar
de fazer uma intercessão necessária é um pecado a Deus. I Sm. 12:19,23.

71
APLICAÇÃO: vamos agora orar a Deus pedindo por alguém de modo muito
especial.

6. PERDÃO: Não basta apenas a confissão, mas o perdão deve se seguir


imediatamente a esta. Perdão deve ser dado ao irmão que lhe magoou, tantas
vezes quanto for necessário (Mt. 18:21-22) e de forma irrestrita e completa.
Guardar amargura no coração contra alguém é algo pecaminoso que não deve
ser alimentado. (Heb. 12:15). O perdão de fachada, no qual você perdoa, mas
não o faz de verdade, é uma ofensa para Deus (Mt. 23-35. Destaque para o
último verso: “perdoar de coração”). Alguns tem mais dificuldade do que
outros, mas todos têm a mesma obrigação. Para os que têm dificuldade, peça
ajuda a alguém e mesmo demonstrar com seus atos de perdão ou
arrependimento.

APLICAÇÃO: Vamos agora pedir que Deus nos ajude a perdoar alguém que
temos uma mágoa profunda.

CONTINUIDADE:

1. Agora, deve-se dar espaço para que todos compartilhem sua


experiência de Pequenos Grupos oração nesta lição. Então, deve-se lançar o
desafio da semana: todos devem praticar as seis partes da oração e
compartilhar na próxima semana a experiência.

2. Os pedidos de oração agora devem ser feitos de modo diferente deste


momento em diante. Deve-se anotar um pedido especial de cada membro do
grupo um papel ou caderneta. O pedido deve ser algo que a pessoa deseja
muito alcançar para si. Também deve-se pedir por alguém. Esses pedidos,
daqui por diante, devem ser mencionados em todas as reuniões até que Deus
responda a oração. Só devem ser mudados depois disso. De forma específica,
deve-se evitar totalmente a oração: “Senhor abençoe esses pedidos”, “Tu
sabes” etc. Pode ser feito por uma pessoa que vai ler os pedidos enquanto ora
ou se pode fazer papéis com cada pedido e distribuir para os membros do
protótipo.

3. Se for possível, forme um grupo no WhatsApp para mencionar os


pedidos de oração. Escreva um pedido por dia e peça que aqueles que orarem
colocarem um emoticon. Se existem pessoas no grupo que não tem acesso a
redes sociais, deve haver uma programação para que alguém do grupo ligue
para essa pessoa, a fim de lembra-la da prática.

72
4. Destaque que o objetivo é levar a todos a redescobrirem o prazer e o
poder da oração. Esta prática é fundamental para o sucesso desse módulo. Não
esquecer de preparar papéis com os pedidos apresentados para as próximas
reuniões.

5. Seria interessante que houvesse uma organização para que seja


visitados os membros do protótipo e que na visita seja praticado os seis
elementos da oração.

73
1º MÊS / COMUNHÃO / REUNIÃO 2 – MEDITAÇÃO NA PALAVRA

GERENCIAMENTO
(Passar vídeo sobre o a importância do estudo da palavra de Deus).

COMPARTILHAR: Após o vídeo, este é o momento de você pedir ao grupo


para compartilhar a prática dos elementos da oração praticados durante a
semana. É importante que todos sejam sinceros nesse momento. Quem não
fez que diga.

BUSCA DO MILAGRE: Pergunte se alguém teve a oração da semana


passada respondida. Após isso, distribua os papéis e orem pelos pedidos
mencionados. Diga que este é o momento da busca do milagre no grupo.
Lembre-se: daqui por diante, isso é uma corrente de oração que só termina
quando for respondida.

QUEBRA GELO: Qual coisa que você descobriu sozinho que lhe marcou
profundamente? Aprendeu a ler? Uma profissão? Como você se sentiu?

DISCUSSÃO: É difícil esquecer a alegria das primeiras descobertas. Quando


aprendemos a ler, a nossa profissão, quando descobrimos o valor do dinheiro
nós somos marcados. Deus deseja que essa alegria da descoberta diária, essa
disposição de experimentar a alegria do crescimento possa ser encontrado
diariamente na meditação da palavra de Deus. Essa descoberta não pode ser
feita apenas nos cultos, mas em casa, no dia a dia.

Muitos assistem a cultos e são refrigerados e confortados pela Palavra de


Deus. Mas, devido à negligência da meditação, vigilância e orações, perdem
a bênção, sentindo-se mais vazios do que antes de a receberem. Sentem,
frequentemente, que Deus os tem tratado duramente. Não veem que a falta
está com eles mesmos. Separando-se de Jesus, afugentaram a luz da Sua
presença.

Mas o que é a meditação?

Faria muito bem para nós passar diariamente uma hora refletindo sobre a vida
de Jesus. Deveríamos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se
apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu
grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso
amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se
queremos ser salvos afinal, teremos de aprender ao pé da cruz a lição de
arrependimento e humilhação.

74
A meditação não é algo opcional. Deveria ser praticado constantemente por
todos os que querem uma experiência mais profunda com Deus. Vamos
entender, passo a passo, como deveria ser nossa meditação na palavra de
Deus.

Lembre-se que o objetivo da meditação não é interpretar e sim aplicar as


lições bíblicas na vida de forma pessoal, prática, possível e mensurável.

SEIS MANEIRAS DE MEDITAR NAS ESCRITURAS:

1 Visualize: Visualize a cena em sua mente.

2 Pronuncie: Diga o verso em voz alta. Enfatize uma palavra diferente


cada vez.

3 Paráfrase: Reescreva o verso em suas próprias palavras.

4 Ore: Transforme o verso em uma oração e digam a Deus.

5 Personalize: Substitua os pronomes ou as pessoas do verso pelo seu


nome.

6 Sonde: Faça as seguintes nove perguntas:

HÁ ALGUM….
Pecado para CONFESSAR?
Promessa para REIVINDICAR?
Atitude para MUDAR?
Mandato para OBEDECER?
Exemplo para SEGUIR?
Oração para ORAR?
Erro para EVITAR?
Verdade para CRÊR?
Algo para AGRADECER OU LOUVAR A DEUS?

É interessante notar que a meditação deve ser feita com um trecho pequeno
das escrituras e que a mesma não é um estudo bíblico do texto. Muitos
estudam o texto no aspecto teológico, mas não o praticam na sua vida diária.
Meditação e estudo da palavra são coisas diferentes.

75
“No estudo diário, o método de estudar versículo por versículo é muitas vezes
o mais eficaz. Tome um versículo, concentre o espírito em descobrir o
pensamento que Deus ali pôs para ele, e então demore-se nesse pensamento
até que se torne seu também. Uma passagem que é estudada assim até que sua
significação esteja clara, é de muito mais valor do que o manuseio de muitos
capítulos sem nenhum propósito definido em vista, e sem nenhuma instrução
positiva obtida... Leitura apressada e superficial, e a mente perde a sua
capacidade para um pensamento contínuo e vigoroso”

A meditação é defendida nas escrituras em vários textos: Josué 1:8, João


15:7, entre outros.

APLICAÇÃO: Vamos agora escolher o salmo 1 para meditarmos seu


conteúdo aplicado a nossa vida. Procure seguir o roteiro acima.

CONTINUIDADE: Em casa vamos praticar através do projeto santificado


por sua palavra. Todos devem ler a bíblia diariamente e compartilhar o que
descobriram uns com os outros. Pode ser feito um acompanhamento pelo
Twitter, pelo Facebook, WhatsApp, ou mesmo por mensagem de texto no
celular. Todos deveriam escrever diariamente pelo menos uma frase do que
aprendeu na meditação da palavra. Na próxima reunião devem ser com
partilhadas experiências sobre o que foi descoberto na bíblia além da oração.
Marcar mais visitas na célula durante a semana caso seja possível.

CONCLUSÃO: A petição e a intercessão são os meios de pedirmos as


bênçãos de Deus. Ele nos responde conforme sua palavra e de acordo com as
condições estabelecidas nEla. Seguidas essas condições, Deus tem bênçãos
sem fim sendo derramadas na vida daqueles que pedirem por si e pelos outros.

76
REUNIÃO 3 - POTENCIALIZANDO O MOMENTO DE ORAÇÃO
NA SUA CÉLULA

(Motivados pelas orações respondidas – Vídeo de testemunhos)


GERENCIAMENTO

COMPARTILHAR: Após o vídeo, pedir um ou dois testemunhos daqueles


que participaram do reavivados por sua palavra. Pedir também que aquele que
teve dificuldade de meditar na palavra também compartilhe. Se a vigília foi
realizada conforme a orientação, também compartilhe o que foi falado.

BUSCA PELO MILAGRE: Pergunte se alguém teve a oração respondida.


Após isso, distribua os papéis e orem pelos pedidos mencionados. Diga que
esse momento é o momento da busca do milagre no grupo. Lembre-se: daqui
por diante isto é uma corrente de oração que só termina quando for
respondida.

QUEBRA-GELO: Qual foi o último milagre que você viu acontecer em sua
vida ou na vida de alguém próximo? (Deixe apenas um ou dois falarem).

DISCUSSÃO: Muitas vezes, não valorizamos adequadamente a importância


da oração no pequeno grupo. Muitas igrejas evangélicas fazem da oração e da
busca do milagre, sua principal maneira de atrair fiéis, sem um programa bem
elaborado. Será que não deveríamos valorizar mais o poder da oração em
nosso meio? Um autor do século XIX, ao comentar sobre as reuniões de
oração em seu tempo, destaca: “Todas essas coisas são essenciais; mas quanto
pode Deus fazer por nós, enviando luz e poder convincente aos corações, em
resposta à oração da fé! Os assentos vazios nas nossas reuniões de oração dão
testemunho de que os cristãos não se dão conta das reivindicações de Deus a
seu respeito; não percebem seu dever de tornar essas reuniões interessantes e
bem-sucedidas. Cumprem uma rotina monótona, cansativa, e voltam para
casa sem o refrigério e a bênção”

Por isso algumas dicas importantes para revitalizar os momentos de oração


em sua célula:

1. Não faça orações genéricas. É muito gratificante alguém ouvir seu


nome e seu pedido sendo mencionado numa oração. Na célula deve-se tentar
fazer as orações de forma mais específica. No caso da célula ser grande,
dividem-se em duplas ou se escreve os pedidos e se distribui em papéis.

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2. Incentivar os membros da célula a fazerem grandes pedidos. Às vezes,
alguns de nós perdemos o estímulo de pedirmos grandes coisas para Deus.
“Eis diante de vós o Poderoso Conselheiro de todos os séculos, convidando-
vos a depositardes nEle a vossa confiança. Dar-Lhe-emos o desprezo para nos
dirigirmos a incertos seres humanos, tão completamente dependentes de Deus
como nós o somos? Decaímos tão abaixo de nossos privilégios? Não nos
tornamos culpados de esperar tão pouco que não pedimos o que Deus está
ansioso por nos dar? Devemos incentivar as pessoas a pedirem aquilo que elas
mais desejam para si e para os outros e crer que Deus responderá. Mt. 7:7-11.

3. Incentive, também, os pedidos de resposta mais rápida. Muitas vezes


as pessoas pedem coisas que podem demorar meses ou até mesmo anos para
ser respondido (conversão de um parente, um emprego etc). Por isso, é
interessante incentivar que orações que tenham resposta mais específica como
por exemplo a benção de Deus para uma viagem, um problema no trabalho
etc.

4. Faça reuniões de testemunho. De vez em quando, deve-se incentivar de


vez em quando reuniões de testemunhos onde as pessoas apenas falarão sobre
as bênçãos respondidas.

5. Tomar cuidado com os desvios no momento de oração. Muitos as vezes


usam os momentos para longas orações. Isso deve ser evitado, pois pode
desestimular os outros.

6. Mantenha correntes de oração. Algo que motiva muito a pessoa a ir à


célula é saber que em cada reunião seu problema será mencionado em oração
até ser respondido. Em vez de manter orações genéricas, mantenha seu grupo
disciplinado nas orações e sempre destaque a resposta divina quando
acontecer; um caderno com os pedidos que o grupo deseja alcançar é
fundamental. À medida que forem sendo respondidos, troque-os.

7. Use a oração como uma ferramenta missionária. Um modo simples de


fazer isso é desenvolver o ministério de oração intercessora. Incentive cada
membro da célula a orar por pelo menos uma pessoa próxima. Não deixe de
dizer para ela (salvo alguma exceção). Quando Deus atuar em sua vida,
convide-a para uma reunião da célula. Muitos podem ser ganhos dessa
maneira.

8. Peça para os membros testemunharem para outras pessoas acerca das


orações respondidas. Eles devem falar para a igreja e para sua família o que
Deus tem feito. Talvez seja interessante postar no Facebook ou marcar um

78
culto na igreja com esse propósito. O testemunho tem poder para atrair as
pessoas.

APLICAÇÃO: A lista apresentada não é completa. Discuta outras ideias para


valorizar o momento de oração. Também desafie os membros da célula a
orarem cada um por uma ou mais pessoas com um objetivo missionário. Eles
deverão convidá-las para uma atividade missionária a ser realizada daqui a 2
meses.

CONTINUIDADE: Inclua os nomes das pessoas não evangélicas no


momento da “Busca do Milagre”. Essas pessoas serão procuradas no módulo
de missão. Continuar incentivando a visita na célula.

79
1º MÊS / COMUNHÃO / REUNIÃO 4 - AVALIANDO MINHA VIDA
ESPIRITUAL

GERENCIAMENTO

BUSCANDO O MILAGRE: Pergunte se alguém teve a oração respondida.


Após isso, distribua os papéis e orem pelos pedidos mencionados. Diga que
esse momento é o da busca do milagre no grupo. Lembre-se: daqui por diante
isto é uma corrente de oração que só termina quando a oração for respondida.

QUEBRA GELO: Você já se sentiu travado para fazer alguma coisa? Como
foi? Você venceu esta trava ou não?

DISCUSSÃO: Como tem sido a prática dos seus hábitos de oração? Tem se
sentido revigorado na sua vida espiritual? Você tem se sentido motivado a
orar e ler a bíblia? Tem sido comprometido com a igreja? Não?
Provavelmente você possui barreiras espirituais que impedem sua comunhão
com Deus. Isa. 59:2. O teste abaixo vai ajudá-lo. Seja sincero nas respostas.

TESTE AVALIANDO MINHA VIDA ESPIRITUAL

1. Tenho um período ou local definido para fazer minhas orações.


Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
2. Eu tenho prazer no meu momento de comunhão.
Sim( ) Não( ) +/ - ( )
3. Eu tenho uma fraqueza que eu falo sempre com Deus.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( ).
4. Eu não tenho nenhuma pessoa da qual eu tenho mágoa.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
5. Eu gosto de ler a bíblia todos os dias (não vale livro religioso).
Sim ( ) Não ( ) +/-( )
6. Eu entendo a bíblia quando eu leio. Sim( ) Não ( ) +/- ( )
7. Eu tenho meus objetivos de oração anotados. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
8. Eu sou dizimista regular, não simbólico e não ocasional. (Se não tem renda
de jeito nenhum, coloque Sim para o dízimo e para a oferta.)
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
9. Dou minha oferta de forma regular (mensal ou semanal) para a igreja. Sim
( ) Não ( ) +/- ( )
10. Frequento de forma regular os cultos na minha igreja local.
Sim ( ) Não ( ) +/-( )
11. realizado de forma regular os cultos familiares. Sim ( ) Não ( ) +/-( )

80
12. Estou disposto a ter um cargo ou responsabilidade na igreja (Na minha
igreja local). Sim ( ) Não ( ) +/-( )
13. Eu não tenho nenhum vício. Sim ( ) Não ( ) +/- ( ).
14. Eu sempre tiro lições de um sermão, não importa o pregador.
Sim ( ) Não ( ) +/-( )
15. Eu estudo a lição de escola bíblica. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
16. Eu concordo com todas as doutrinas da igreja Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
17. Eu compreendo todas as doutrinas da igreja Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
18. Constantemente eu digo para Deus o quanto eu o amo.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
19. Eu gosto de cantar o louvor congregacional na igreja, inclusive chego cedo
para isso. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
21. Se eu for repreendido e estiver errado, aceito mesmo que a pessoa tenha
falado para mim de forma grosseira. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
22. No último mês, Deus respondeu uma oração minha de forma maravilhosa.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
23. Eu tenho uma pessoa ou pessoas pela qual oro todos os dias.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )

GABARITO: A quantidade de “sins” respondidos dará uma ideia clara de


como vai sua vida espiritual. Aqueles a quem você responder, não indica
pontos fracos da espiritualidade.

APLICAÇÃO: Discuta algumas das perguntas. Alguns vão questionar


porque algumas destas tem a ver com espiritualidade. É uma boa maneira de
destacar a importância da obediência a Deus como sinal de Espiritualidade
verdadeira. É interessante destacar que a Espiritualidade tem muitos frutos e
entre eles uma vida prática de obediência a Deus.

CONTINUIDADE: Converse sobre o módulo. Avalie as mudanças


alcançadas. Acerte alguma visita que precisa ser feita se faltar. Destaque a
importância desses itens no gerenciamento.

81
2º Mês - MÓDULO 2

É através dos relacionamentos que os Cristãos se envolvem com o mundo. A


Bíblia mostra, de forma muito clara, a importância de amarmos nosso irmão.
I Jo. 3:14. Neste módulo, iremos relembrar alguns destes princípios bíblicos
sobre relacionamento e iremos desenvolver técnicas para fortalecer esta área
tão importante nas células.

ATIVIDADE: Deve ser marcada uma atividade de confraternização como um


passeio, um almoço etc.

82
2º MÊS - MÓDULO 2 / DISCÍPULO RELACIONAL

GERENCIAMENTO
BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Você já se decepcionou com alguém? Isso afetou sua vida
espiritual e desempenho na igreja?

INTRODUÇÃO: Muitas vezes menosprezamos a variável relacional em


nossos projetos, nossa família e mesmo na igreja. Mas ela é fundamental para
o sucesso em qualquer área. Mt. 22:39. Nesse módulo, iremos trabalhar os
aspectos fundamentais do sucesso relacional. Os estudiosos dizem que ao
lidar com grupos 80% a 90% do sucesso está na maneira como lidamos com
as sutilezas emocionais das pessoas.

“É pelas relações sociais que a cristandade entra em contato com o mundo.


Todo homem ou mulher que experimentou o amor de Cristo e recebeu no
coração a iluminação divina é por Deus solicitado a disseminar a luz na escura
vereda dos que desconhecem o caminho melhor. ... O poder social, santificado
pelo Espírito de Cristo, tem de ser aproveitado na conquista de almas para o
Salvador.” — Testimonies for the Church 4:555 (1881);

DESENVOLVIMENTO:

Os estudiosos destacam alguns aspectos que definem a habilidade relacional


que encontram sua contrapartida na bíblia. Estes elementos são:

1. Saber o que está sentindo – De uma forma muito simples seria a capacidade
de identificar seus próprios sentimentos. Você sabe exatamente o que sente
no momento em que está acontecendo. Por exemplo: se pegarmos uma figura
e olharmos para ela durante um tempo o que sentimos? Essa habilidade é a
base para o equilíbrio emocional. Deus nos chama para reconhecermos que
nossos sentimentos são maus através do arrependimento e conversão. Atos
3:19.

2. Identificar o sentimento dos outros e sentí-lo – capacidade de reconhecer o


sentimento alheio. É feito através da leitura corporal das expressões do corpo.
Mas não basta apenas identificarmos o que outro sente, mas também importa
sermos capazes de sentir o que o outro sente. Deus na bíblia muitas vezes se
coloca no lugar dos oprimidos a ponto de dizer que o que se fizer a um dos
pequeninos a ele se fez. Ele se identificou de tal maneira com os pecadores
que morreu por eles para que eles pudessem ser salvos. Mt 25:44-45.

83
3. Iniciativa – capacidade de escolha aos acontecimentos, de não se entregar
aos sentimentos. Às vezes, não é fácil se controlar e muitas vezes parece que
quando as emoções afloram não temos domínio sobre elas. Quem já não ficou
dominado por um sentimento ruim? Mas podemos ter sim controle sobre o
que sentimos através de diversas atitudes. A bíblia incentiva a termos controle
sobre sentimentos sobre a ira, a mágoa e nos ordena a amarmos mesmo os
inimigos. Prov. 16:32.

4. Lidar com relacionamentos – Somente quando somos equilibrados nas


características emocionais acima, é que podemos construir relacionamentos
edificantes exercendo o amor, ajudando ao próximo com altruísmo,
perdoando os erros, não se deixando contaminar com as emoções dos outros
e sendo tolerante com os defeitos alheios sem comprometer os princípios. I
Cor. 13: 4-7.

Qual a importância? Uma melhoria nesta habilidade traz um impacto


significativo no trabalho, na família e na igreja. Em grande parte, nos
pequenos grupos, essa habilidade após o aspecto espiritual, é básica para um
bom trabalho na igreja.

CONCLUSÃO: Os relacionamentos são tão importantes para Deus que até


mesmo a nossa salvação pode depender deles. (I Jo. 2:9). É uma arte difícil
de ser domada, porém essencial para os cristãos. Que Deus nos ajude a avaliar
aquilo em que devemos melhorar e crescer.

CONTINUIDADE: Início da atividade de prestação de contas. Daqui por


diante, haverá momentos que as pessoas falarão sobre as atividades da
semana, se fizeram ou não. Deverão ser sinceras e o grupo não deve falar para
outros sobre o que é falado. Comece a prestação de contas com algo simples,
como um defeito da personalidade que deve ser melhorado. Não esqueça de
marcar uma atividade social com o seu PG, como um passeio, uma ida a uma
lanchonete, etc.

84
2º MÊS - MÓDULO 2 / 6 AUTOCONTROLE

GERENCIAMENTO

BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Já existiu uma situação na qual você precisou se controlar


para não explodir e para sua surpresa foi recompensado? Como você se
sentiu?

INTRODUÇÃO: Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional,


descreve uma experiência na qual foram reunidos, numa sala, meninos de
quatro anos de idade, e alguém Ihes fez a seguinte proposta: se conseguissem
esperá-lo voltar de uma determinada tarefa, ganhariam dois doces de presente.
Se não conseguissem esperar até lá, ganhavam só um - mas imediatamente

Algumas crianças para aguentar a espera recorreram a vários artifícios:


tapavam os olhos para não verem a tentação, ou apoiavam a cabeça nos
braços, conversavam consigo mesmas, cantavam, brincavam com as mãos e
pés, e até tentavam dormir. Algum tempo depois, ganharam seus dois doces.
Mas outros, mais impulsivos, agarraram o seu único, quase sempre segundos
depois que o pesquisador deixava a sala.

A diferença entre os meninos que agarraram o doce e seus colegas que


souberam se controlar dez anos depois era impressionante. Os que resistiram
à tentação aos quatro anos eram, agora, adolescentes com muito mais
amizades, muito mais bem-sucedidos em todas as áreas.

Na Bíblia, temos a história de um homem que também queria agarrar o “doce”


que estivesse mais perto. Seu nome era Sansão (Jz 13-16) que apesar de ser
muito forte, era fraco do que diz respeito a se controlar. Como resultado teve
uma série de problemas apesar de no final cumprir a vontade de Deus. Prov.
16:32.

DESENVOLVIMENTO:

Ter a iniciativa para resolver as coisas e controlar seus impulsos é uma


habilidade fundamental para o crescimento. Vejamos as dicas:

1. Negando-se pequenas coisas: Um bolo de chocolate que se deixa de comer


prepara a mente para negações maiores. Um bom hábito muitas vezes
contamina todo o resto, assim como o contrário é verdadeiro.

85
2. Fazer algo que não gosta com regularidade: fortalece a habilidade de auto-
controle fazendo uma tarefa por mais simples como lavar pratos que não tem
nenhum prazer em fazer.

3. Respirar antes de responder ajuda a controlar a ira, memorizar um texto


bíblico, entender que a expressão da ira só piora e não melhora a situação
(expressão contínua) e nem a faz desaparecer antes a fortalece. O irado é o
temperamento fraco não o forte. Ser firme pelo que é certo não significa ser
irado. Muitas vezes, o alimento da ira é falta de empatia, o me colocar no
lugar de outro.

4. Para vencer a depressão atividade física, especialmente a aeróbica; iden-


tificação do sentimento e o diálogo sobre o mesmo com alguém, realizar
atividades sociais, evitar o isolamento, combater os pensamentos depressivos
com afirmações positivas, memorização de textos bíblicos e oração de
adoração e louvor; forçar-se a uma visão otimista, pois um dos pilares da
depressão é o sentimento de impotência de um problema que não se pode
resolver, ou que provavelmente dará errado, controle do senso crítico.

5. Preciso ter a força de discutir problemas sem ferir a pessoa. Posso discutir
um problema sem magoar a pessoa, procurando mostrar o que não gostei em
suas atitudes.

6. Preciso entender que eu não sou escravo do que sinto, mas que posso
escolher minha reação em cada situação. Cristo foi espancado e provocado,
mas teve a iniciativa de escolher a atitude do amor. Podemos escolher que
reação teremos a provocação dos outros. Eles só podem nos atingir se
deixarmos. As pessoas com iniciativa constroem seu ambiente pelos seus
princípios e não pela opinião dos outros. As pessoas sem iniciativa, porém,
são afetadas pelo ambiente social, pelo “tempo social”. Quando as pessoas as
tratam bem, sentem-se bem. Quando acontece o contrário, assumem uma
postura defensiva ou protetora. As pessoas sem iniciativa constroem sua vida
emocional em torno do comportamento dos outros, permitindo que a fraqueza
alheia as controle. Essas pessoas são levadas pela maré. Brigam quando o
outro provoca e só sabem sorrir quando tudo está bem.

CONCLUSÃO: Em Cristo não sou escravo dos meus impulsos e


sentimentos, mas posso escolher.

CONTINUIDADE: Continuar a prestação de contas desafiando o grupo a


prestar contas de uma área da sua vida que precisa ser melhorada.

86
2º MÊS - MÓDULO 2 / FORTALECENDO A ÁREA RELACIONAL
EM MINHA CÉLULA

GERENCIAMENTO

BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Qual o melhor grupo com qual você conviveu?


Compartilha sua experiência.

INTRODUÇÃO: Toda célula deve ser uma verdadeira experiência de


comunidade. Mas, muitas vezes, isso não acontece e a célula se torna rotineiro
e insípido. Porém, existem maneiras de trabalhar de forma a intencionalmente
estimular o crescimento das relações e a busca da comunidade. Na Bíblia, em
vários textos, Deus mostra sua intenção de criar comunidade na igreja: Ef.
5:21; Gal. 5:26; Rm 12:10.

Como esta comunidade pode ser criada? Algumas características de uma


comunidade verdadeira e como esta pode ser alcançada são descritas abaixo:

1. Uma comunidade cristã tem confiança um no outro: nela as pessoas falam


de seus problemas sem medo e sem desconfiança um do outro. Tia. 5:16.

2. Uma comunidade Cristã incentiva o crescimento dos seus participantes:


Para que isso possa acontecer, a prestação de contas (mencionada na lição
anterior) deve ser praticada constantemente. A prestação de contas não deve
de cara começar com os problemas mais íntimos, mas deve ir aos poucos
começando de coisas mais simples indo até as mais profundas. Gál 6:2.

3. Uma comunidade cristã gosta de passar tempo junta: para que possa se
formar uma visão de comunidade, o PG deve sair junto e comer junto. Este
PG deveria reunir-se, pelo menos, de dois em dois meses. At. 2:46,

4. Uma comunidade cristã fortalece a espiritualidade de seus membros: a


prática da busca do milagre e da oração deve ser contínua. Os membros da
comunidade devem orar uns pelos outros e devem ter um senso de cuidado
mútuo. Tia. 5:16

5. Uma comunidade cristã desenvolve os dons: deve haver um incentivo ao


desenvolvimento dos dons e criação de oportunidades para a prática dos
mesmos. Algumas sugestões podem ser apresentadas: uma ação social
simples na comunidade de acordo com os dons da sua célula; atividades

87
missionárias em conjunto; oportunidade para todos dos membros
participarem das mais diversas atividades na célula como cantar, passar lição,
dirigir o momento espiritual etc. O líder não deve cometer erros como passar
a lição sem deixar os outros falarem e não dar oportunidade para os mais
tímidos ou novatos. Ef. 4:11-13

6. Uma comunidade cristã tem um forte senso de missão: as atividades mis-


sionárias devem ser prioridade na célula. Mesmo que mesmo não possa fazer
evangelismo, os membros individualmente devem ser incentivados a
desenvolverem diversos trabalhos missionários como, por exemplo, dar
estudo bíblico. Também deve ter como prioridade ser uma comunidade aberta
e inclusiva, desenvolvendo metodologias para atrair visitantes para suas
reuniões. Atos 2:47

7. Uma comunidade cristã se multiplica: este é um resultado dos itens ante-


riores. Quando a célula tem as marcas de uma comunidade, o resultado
inevitável será o crescimento mesmo que ele comece pequeno irá crescer.
Então, quando a célula cresce em mais de 12 membro, deve-se haver um
planejamento para multiplicação. Depois de um determinado tempo a célula
que não cresce acaba desgastando-se.

8. Uma comunidade cristã cuida uns dos outros: não se reúne simplesmente
só em um dia da semana à noite para estudar uma simples lição; ela vai visitar
uns aos outros, vai se reunir na classe bíblica na igreja para estudar a lição
desta, vai realizar visitas e vai preocupar-se um com o outro. O líder deve
formar um grupo nas redes sociais. I Tess. 5:11

Uma célula deve ser uma estrutura que abrigue a comunidade, desenvolva
líderes, busque o crescimento espiritual e cumpra a missão. Somente quando
uma célula atinge estas marcas relacionais, ele pode cumprir adequadamente
sua missão. Obviamente uma célula não cresce na vida relacional
simplesmente sem fazer nada. Mas deve haver uma busca espiritual,
intencional para o crescimento das relações. Quando ora, busca o crescimento
e cumpre a missão inevitavelmente irá crescer em relacionamento.

CONTINUIDADE: Deve haver uma discussão sobre a importância da


comunidade e estabelecer um compromisso de buscar, nas células, uma
verdadeira comunidade.

88
2º MÊS - MÓDULO 2 / AVALIANDO MINHA VIDA RELACIONAL

GERENCIAMENTO

BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Com os olhos fechados, escolha dois participantes para


que eles, apalpando o rosto e as mãos, consigam conhecer a pessoa.

1. Às vezes podemos estar cegos para as pessoas? Explique.

2. Às vezes podemos estar cegos para nós mesmos? Explique.

VERSO PARA MEMORIZAR: João 15:17

INTRODUÇÃO: I Sam. 25 temos a história de Abigail e Nabal. Apesar de


estar casada com um homem tolo que sem motivo provocou Davi que se
dispôs a ir matá-lo, ela não teve medo da situação, mas se pôs a resolvê-la,
inclusive assumindo a culpa do erro do marido e livrando Davi de cometer
assassinato contra seu próprio povo. Ela tinha habilidades relacionais que a
ajudaram nesse momento crítico.

DESENVOLVIMENTO:

Às vezes, sem perceber eu possuo qualidades que me ajudam a relacionar-me


adequadamente com as pessoas. Algumas das mais comuns são:

1. Empatia: capacidade de me colocar no lugar do outro de compreender


o que o outro está sentindo.

2. Capacidade de servir: Eu estou disposto a fazer um favor a pessoa e não


faço questão de pequenas coisas. Existem pessoas que só sabem mandar e
pedir, mas não fazem favor para ninguém a não ser que seja por interesse.

3. Testemunho Pessoal: Uso meus relacionamentos como meio para


testemunhar do amor de Cristo. Meus amigos sabem que sou da igreja e
sempre que posso testemunho.

4. Lealdade aos amigos: Não falo dos amigos por trás, eles podem contar
comigo quando precisam. Tenho amigos de muitos anos.

89
5. Equilíbrio financeiro: Estou disposto a ajudar financeiramente as
pessoas que precisam, não sou mesquinho e egoísta, não brigo por causa de
10 reais; não tenho o amor ao dinheiro no coração.

6. Capacidade de perdoar: Perdoo e esqueço. Não acabo uma amizade no


primeiro problema que existe.

7. Simpatia: Atraio as pessoas pois as deixo à vontade.


8. Cumpre promessas: As pessoas confiam em mim, pois sabem que
cumpro o que digo.

9. Habilidade para falar: Escuto com paciência, critico com cuidado e


procuro aconselhar quando vejo a necessidade. Não saio por aí ferindo
pessoas sem necessidade.

AVALIAÇÃO

(Se o grupo conhece uns aos outros seria interessante que a pessoa fosse
avaliada por outro. Havendo tempo pode tirar xérox desta avaliação e a pessoa
poderá avaliada por vários.)

Nome da pessoa avaliada: ______________________________

1. Eu sou uma pessoa que tenho muita pena dos outros.


Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
2. Eu choro quando vejo um filme ou escuto uma música.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
3. Quando alguém me pede para colaborar com uma causa que não acredito,
ajudo assim mesmo Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
4. Aceito com facilidade as desculpas dos outros mesmo que o erro
tenha sido grave. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
5. Eu ajudo em áreas que não as que eu atuo chegando até a me
prejudicar. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
6. As pessoas vivem ligando pedindo minha ajuda.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
7. Já tive brigas em casa por ajudar demais os outros
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
8. No último mês alguém me procurou para pedir por oração ou para
ouvir falar de Deus. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
9. Nos últimos três meses, levei um visitante ou alguém da família
para visitar a igreja. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
10. Eu tenho por hábito dar estudos bíblicos

90
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
11. Eu tenho por hábito apoiar programações missionárias da igreja.
Vou a treinamentos da missão, a reuniões do distrito etc.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
12. Eu não faço questão de perder pouco dinheiro para um amigo ou
pessoa necessitada. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
13. Nunca me envolvi em confusão por causa de dinheiro.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
14. Não concordo como as coisas são administradas na igreja e por
isso não dou oferta. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
15. Eu, muitas vezes, não tinha condições de ajudar financeiramente,
mas devido a necessidade ajudei. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
16. Eu ajudo financeiramente se a igreja me pedir mesmo que, às vezes, não
concorde como as coisas estão sendo feitas.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
17. As pessoas me procuram para falar de seus segredos.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
18. Eu nunca tive problemas de envolvimento em alguma conversa ou boato
na igreja. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
19. Eu não me sinto sozinho na igreja. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
20. Eu confio no meu pastor apesar das suas falhas
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
21. Eu acredito no meu campo apesar de suas falhas
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
22. Não sou uma pessoa muito crítica e exigente.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
23. Eu confio nos líderes de minha igreja local apesar de suas falhas
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
24. Eu não tenho ninguém na igreja com quem eu não fale ou evite falar. Sim
( ) Não ( ) +/- ( )
25. Sou uma pessoa que dificilmente se aborrece. As pessoas me veem como
alguém equilibrado. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
26. Costumo dar uma segunda chance para aqueles que erram comigo. Sim (
) Não ( ) +/- ( )
27. Não sou uma pessoa melindrosa. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
28. Tenho facilidade em pedir desculpas. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
29. Tenho amigos verdadeiros que já erraram feio comigo.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
30. Costumo ter paciência com todo tipo de pessoa.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
31. As pessoas me procuram para conversar sobre seus problemas.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )

91
32. Eu percebo com facilidade quando alguém não está bem e ajo
para ajudar. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
33. Quando há um encontro, as pessoas costumam ficar perto de mim. Sim (
) Não ( ) +/- ( )
34. Não costumo chegar atrasado para meus compromissos.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
35. Não desisto do que faço por causa de críticas ou por causa de
problemas. Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
36. As pessoas me pedem coisas que não pedem para os outros.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
37. Sou muito cuidadoso quando vou falar com alguém um assunto delicado.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
38. Eu tenho coragem de falar com a pessoa o que for preciso
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )
39. Quando há um problema com uma pessoa, sou chamado a resolver. Sim (
) Não ( ) +/- ( )
40. Não acredito no primeiro boato que escuto mesmo que seja de alguém de
minha família. Escuto os dois lados.
Sim ( ) Não ( ) +/- ( )

GABARITO:

EMPATIA: 1-4;
SERVIÇO: 5-7;
TESTEMUNHO PESSOAL: 8-11;
EQUILIBRIO FINANCEIRO:12-16;
LEALDADE: 17-23;
CAPACIDADE DE PERDOAR: 27-30;
SIMPATIA: 31-33;
CONFIABILIDADE: 34-36;
HABILIDADE PARA FALAR: 37-40.

92
3º MÊS - MÓDULO 3 / MISSÃO

A missão é o desenvolvimento natural dos módulos anteriores. Quando temos


uma comunhão verdadeira com Cristo e com os irmãos, a tendência natural é
levarmos a outras pessoas o amor de Cristo em nossas vidas. Neste módulo,
iremos tentar desenvolver técnicas para tornar a célula mais eficiente no
cumprimento da missão.

ATIVIDADE EXTERNA: O grupo deve marcar uma reunião com pessoas


não batizadas. Pode ser algo simples como um almoço ou dependendo da
disponibilidade do grupo um minievangelismo. Que Deus nos abençoe e nos
conceda um espírito de missão. Já na primeira lição isto deve ser organizado.
DICA: Lembra-se das pessoas não batizadas para fazerem parte de momentos
assim.

93
3º MÊS - MÓDULO 3 / MISSÃO / O Testemunho Pessoal

(Passar o vídeo: como não testemunhar).

GERENCIAMENTO

BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Qual foi o testemunho mais impactante que você já


recebeu em sua vida? Que efeito ele teve sobre você?

INTRODUÇÃO: Às vezes, como adventistas nós nos preocupamos muito


com o evangelismo tradicional, ou seja, dar estudos bíblicos ou participar de
um evangelismo público ou classe bíblica. Porém, existe muito a ser feito na
área do testemunho pessoal. O que é isso? É simplesmente falar as pessoas
sobre o que Jesus fez em sua vida, como Ele é bom e como a pessoa pode
experimentar a mesma coisa. Nem todos podem se envolver em todas as áreas
de evangelismo da igreja, mas o testemunho pessoal é algo que todos nós
podemos fazer.

DESENVOLVIMENTO:

O testemunho pessoal segue uma sequência lógica de cinco passos:

1. ATRATIVIDADE: A bíblia fala que somos testemunhas de Deus. Isa.


44:8. A testemunha precisa atrair a atenção da pessoa ou para que esta a escute
quando falar ou para que sinta o desejo de perguntar sobre sua fé. Aqui
algumas dicas são fundamentais:
1.1. Demonstre sua fé: use camisas da igreja, presenteie as pessoas do seu
ambiente de trabalho com livros da igreja, deixe bem claro que certas coisas
que você faz ou deixa de fazer são por causa de sua fé como por exemplo a
guarda do sábado; ofereça-se para orar pelas pessoas quando houver
oportunidade; se possível, leve sua bíblia para todo o lugar que for e o mais
importante de tudo sempre fale bem de Cristo, de sua igreja (que as pessoas
saibam qual igreja você frequenta) e de sua vida espiritual. Sem exagero, seja
natural não force ser alguém que você não é. Essa demonstração da fé pode
incomodar algumas pessoas e lhe atrair algumas críticas, mas alguém sincero
vai observar e no momento certo estará pronto para ouvir seu testemunho.
Lógico que essa demonstração da fé vai ser mais extensa ou não dependendo
do ambiente em que você está.
1.2. Viva sua fé: seja amigo, evite contendas, evite criticar as pessoas e
procure ver o lado positivo das coisas sem ser alienado e parecer desligado da

94
realidade. Dever dinheiro e não pagar, ficar intrigado das pessoas, chegar nos
ambientes e não falar com as pessoas, roupas curtas ou excesso de maquiagem
e joias, condenar os pecados das pessoas, entre outras coisas, destroem sua
capacidade de atrair pessoas para Cristo. Muitas vezes, pessoas que você
nunca vai ter oportunidade de falar serão atraídas por seu testemunho e, mais
a frente, serão receptivas à mensagem.

2. ABORDAGEM: Não basta apenas atrair as pessoas. É necessário, na


maioria das vezes, abordá-las para dar o seu testemunho. Aqui temos a
situação mais crítica para muitos, pois nem todos são extrovertidos para falar
com estranhos, ou então temem que testemunhar possa causar consequências
no ambiente de trabalho, escola ou vizinhança. Mas algumas dicas podem
fazer a diferença. Seja atento à oportunidade: Por mais tímido que você seja
sempre alguém, (se você fizer a parte I, desenvolver sua atratividade) vai fazer
amizade com você e vai ocasionalmente lhe falar de problemas ou pedir
conselhos. Aí é a oportunidade de falar como Cristo lhe ajudou em
determinado problema e como ele pode lhe ajudar também. Também é
importante estar atento as necessidades das pessoas e oferecer-se para ajudar
nem que seja para orar o que será muito apreciado por alguns. Muitas vezes,
as pessoas vão lhe procurar para perguntar sobre a igreja ou sobre a bíblia; daí
é necessário ter um conhecimento razoável sobre as questões bíblicas mais
populares: Por que as pessoas no mundo sofrem se Deus é bom? Por que você
guarda o sábado? Por que você se veste dessa maneira? A sua igreja proíbe
de ir na festa? Entre outras questões. Não é necessário ter um conhecimento
profundo, mas uma resposta adequada. Também pode ser uma oportunidade
para se oferecer estudos bíblicos para que estas dúvidas possam ser sanadas.

3. FALAR DO PLANO DA SALVAÇÃO: Agora que foi feita a abordagem


(ou por você ou pela outra pessoa), é despertar o interesse sobre o plano da
salvação. Não tente nesse momento dar um estudo teológico profundo, mas
usando palavras simples evitando o “igrejês” fale do pecado e dos males que
ele causa nas pessoas, de como Deus enviou seu filho para morrer por nós e
como pela fé ele está disposto a agir em nossas vidas a qualquer momento.
Fale do que Ele fez em sua vida, como lhe concedeu paz e felicidade apesar
dos problemas. Não fale de outras pessoas, mas apenas de você mesmo. Fale
das vitórias e alegrias que você experimentou na igreja. Fale do amor que
você sente por Jesus e do amor de Jesus sentido por você. Após esse momento,
pergunte se a pessoa gostaria de convidar Jesus para fazer parte de sua vida.
Deixe bem claro que não é fazer parte de uma igreja ou abandonar de uma
vez toda a velha vida, mas simplesmente permitir Jesus em sua vida. Ao
receber resposta afirmativa, convide a pessoa para orar e convidar Jesus. Se
ela tem dificuldade, ore e peça que a pessoa repita o que você falar na oração.

95
Após a oração, convide para um estudo bíblico. Se você não sabe dar seria
interessante que pelo menos participasse dos estudos.

4. ORAÇÃO INTERCESSÓRIA: É fundamental a prática da oração


intercessora nesse processo. É importante ter um caderno de oração, no qual
devemos interceder por aqueles que estão próximos de nós. É necessário
paciência e tempo nesta questão, pois certas pessoas precisarão de anos para
aceitar a atuação do Espírito Santo em suas vidas. O testemunho pessoal pode
ter suas técnicas, mas sem a atuação espiritual é totalmente inútil. Não
podemos nos dar ao luxo de entrar numa luta espiritual sem a devida
assistência espiritual.

CONCLUSÃO: O testemunho pessoal é mais do que uma atividade


ocasional é um estilo de vida. Para que possamos atrair pessoas para Cristo,
precisamos ser pessoalmente atrativos e dispostos a falar do amor de Jesus.
Que não nos esqueçamos: todos têm, independente do talento, obrigação de
testemunhar sobre o amor de Cristo e seu plano de salvação para todos.

APLICAÇÃO: Você tem o testemunho pessoal como estilo de vida? Estas


perguntas vão lhe ajudar a descobrir:

1. Você tem um grupo de pessoas não adventistas por quem ora


continuamente? ( ) Sim ( ) Não
2. Você orou com alguém não adventista, fora da igreja, no último mês?
( ) Sim ( ) Não
3. Você usa roupas com mensagens cristãs? (Se usou uma vez perdida não
vale) ( ) Sim ( ) Não
4. Alguém no último mês lhe pediu oração ou conselho?
( ) Sim ( ) Não
5. A maioria das pessoas não-adventistas do seu círculo de amizades
sabem
de sua igreja? ( ) Sim ( ) Não
6. Você já foi criticado por pessoas que não são cristãs por causa de sua
fé?
( ) Sim ( ) Não
7. Você leva a bíblia para a escola ou ambiente de trabalho?
( ) Sim ( ) Não
8. Nos últimos três meses levei pessoas a tomar estudos bíblicos
( ) Sim ( ) Não
9. As pessoas não adventistas elogiam minha igreja.
( ) Sim ( ) Não
10. No último mês, alguém me pediu para falar sobre a bíblia

96
( ) Sim ( ) Não

RANKING: Marcou mais de cinco “sins”: parabéns, você tem senso de


testemunho.

Marcou entre dois e cinco “sins”: sinal vermelho seu grau de envolvimento
está baixo e necessita reavaliar suas prioridades.

Marcou menos de dois “sins”: seu compromisso com o testemunho é


praticamente nulo. Lembre-se: estar na igreja e frequentar os cultos não é
garantia de salvação e nem garantia de que você está realmente em comunhão
com Cristo.

CONTINUIDADE: Praticar as técnicas de testemunho pessoal apresentadas


na lição. Trazer na próxima reunião cinco nomes de não adventistas por quem
orar e tentar testemunhar a alguém esta semana. Também é o momento de
organizar uma reunião para convidá-los. Uma Dica: chame os amigos de
oração para uma confraternização.

97
3º MÊS - MÓDULO 3 / MISSÃO / ESTUDO BÍBLICO

GERENCIAMENTO
BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Você acha que somente as pessoas qualificadas podem


dar estudos bíblicos? Ou o estudo bíblico é uma tarefa para todos?

INTRODUÇÃO: O estudo bíblico é o carro chefe do evangelismo


adventista. Todo ano milhares de pessoas conhecem a igreja adventista e
abraçam suas doutrinas através do trabalho de dedicados instrutores bíblicos.
Porém cada vez mais o estudo bíblico está perdendo lugar na igreja a tal ponto
que muitas igrejas com mais 100 membros as vezes só têm duas a três duplas
missionárias ou mesmo nenhuma! Precisamos compreender a importância do
mesmo para a igreja e abraçarmos este método revelado por Deus. Desde o
seu início, a igreja trabalhou com estudos bíblicos sem, todavia, sistematizá-
los. Porém 1883 a conferencia geral pediu pela sistematização dos estudos
bíblicos o que foi feito pelo pr. Stephen Haskell. Daí por diante todos os
outros métodos evangelísticos se baseiam no estudo bíblico. É necessário
compreendermos sua importância para o crescimento da igreja. II Tim. 3:16.

DESENVOLVIMENTO:

Geralmente se apresenta as seguintes justificativas para não se dar estudo


bíblico:

1. FALTA DE DOM: Alguns alegam que estudo bíblico é somente para


aqueles que tem dom para tal. No nosso estudo de dons, pudemos aprender
que quando uma pessoa tem um determinado dom não quer dizer que isto
desobriga os outros de fazerem determinada coisa. Por exemplo: o fato de
existirem alguns pregadores muito talentosos, não elimina a importância de
haverem pregadores menos talentosos para cumprir as necessidades da igreja.
O fato de haver algumas pessoas com o dom da hospitalidade não quer dizer
que eu não devo exercê-la quando houver necessidade. O fato de não possuir
o dom do ensino não quer dizer que eu não tenha que ensinar a bíblia mesmo
que seja para meus filhos. Existem coisas, que todos os cristãos devem fazer,
independente do dom, e ensinar a bíblia é uma delas. Essa ideia de que só o
“especialista” deve fazer as coisas na igreja sufoca o exercício dos dons e o
senso de missão da igreja. Lógico que o “especialista” vai alcançar maiores
resultados, mas com o devido preparo todos podem alcançar resultados.

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2. FALTA DE PREPARO: Alguns alegam não dar o estudo bíblico por não
ter o preparo adequado. Ora existem roteiros de estudo bíblico muito fáceis
de aplicar que não exigem praticamente preparo teológico quase nenhum.
Além do mais, se surgirem dúvidas, as mesmas podem ser sanadas com outra
pessoa que compreenda melhor o assunto. Além do mais o preparo é obtido
quando se dá estudos bíblicos. Também, pode-se acompanhar o instrutor mais
experiente para aprender.

3. FALTA DE TEMPO: Esta é uma das principais desculpas. Todavia todos


nós temos tempo para aquilo que é prioridade. O estudo bíblico fortalece a
espiritualidade, desenvolve o conhecimento bíblico, incentiva a necessidade
de oração intercessora, desenvolve as habilidades relacionais e traz mais
sentido ao estar na igreja. Contribuir para a salvação de uma pessoa não tem
preço. A falta de tempo é apenas uma justificativa para o problema real: isto
não é uma prioridade para mim.

4. FALTA DE INTERESSADOS: Muitos alegam que não estudos bíblicos


por não terem interessados. Isto pode ser um sintoma da falta de testemunho
pessoal (ver lição anterior), ou de falta de coordenação nas atividades da
igreja. Esse é o problema mais fácil de ser resolvido, pois interessados podem
ser conseguidos de várias maneiras: interessados da Novo Tempo, familiares
e conhecidos, irmãos que estão sobrecarregados com vários estudos bíblicos
e estão sem tempo. Muitas vezes, apenas é necessário que se haja interesse e
que alguém faça a comunicação entre um e outro. Outra hipótese é a pesquisa
bíblica onde sempre se descobre pessoas interessadas em conhecer mais da
bíblia. Atividades sociais direcionadas também podem contribuir. (Serão
tratadas em lição posterior).

5. FRACASSOS ANTERIORES: Muitos desanimam por fracassos


anteriores nos estudos bíblicos. Este fracasso pode ser devido a pessoas que
começaram o estudo bíblico e não terminaram, muitos estudos bíblicos sem
nenhuma decisão pelo batismo ou mesmo poucos batismos. Devemos
entender que o sucesso ou fracasso não podem ser medidos pela quantidade
de batismos ou mesmo pela quantidade de pessoas que não terminam o estudo.
O fracasso está principalmente em não se fazer nada para ganhar pessoas para
Cristo. A decisão do batismo é uma atuação do Espírito Santo que depende
da receptividade da pessoa ao receber o ensino, portanto não é algo que
depende de mim. Meu papel é ser o mensageiro. Apesar de existirem técnicas
que podem melhorar o interesse da pessoa pelo estudo bíblico (discutidas em
lição posterior), a decisão é obra do Espírito Santo.

99
CONCLUSÃO: O estudo bíblico pode ser dado por qualquer um que tenha
um interesse real no trabalho missionário. Deus precisa muito mais de pessoas
que estejam disponíveis do que pessoas que estejam preparadas. Você
gostaria de se comprometer com Deus a dar pelo menos um estudo bíblico?

CONTINUIDADE: Realizar uma prestação de contas sobre testemunho.


Daqui por diante orar pelos interessados durante um período a ser definido
pelo grupo. (Três meses pelo menos). Verificar quem deseja, na célula, dar
estudos bíblicos e marcar um treinamento de estudos bíblicos tradicional.
(Existem vários materiais sobre o assunto). A prestação de contas sobre
testemunho deve continuar.

100
3º MÊS - MÓDULO 3 / MISSÃO / EVANGELISMO EM CÉLULAS

GERENCIAMENTO
BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Qual foi a sua melhor experiência em equipe? Qual foi
sua contribuição?

VERSO PARA MEMORIZAR: Rom. 16:3

INTRODUÇÃO: Às vezes, quando pensamos em evangelismo pensamos em


trabalho individual. Mas no NT o trabalho evangelístico é sempre
desenvolvido em grupo. Quando Pedro pregou o primeiro sermão
evangelístico, em Atos 2, os demais apóstolos auxiliaram na pregação (atos
2:7-8,40-41). Paulo pregava o evangelho em equipe (atos 18:1-3, Rom 16:3,
Fil. 1:24). O evangelismo feito por uma equipe era a regra e não a exceção.
Autores cristãos orientam: “Haja em cada igreja grupos bem organizados de
obreiros para trabalhar nas vizinhanças da igreja. Lançai o eu para trás de vós,
e deixai que Cristo vá na frente como vossa vida e poder. Deixai que esta obra
se introduza sem delonga, e a verdade será como fermento na Terra. Quando
tais forças forem postas a operar em todas as nossas igrejas, haverá um poder
renovador, reformador, vitalizante nas igrejas, porque os membros estão
fazendo exatamente o trabalho que Deus lhes determinou fazer”.
(Beneficência Social p. 107). (Destaques acrescentados).

DESENVOLVIMENTO:

Como organizar um evangelismo em célula? Alguns passos são necessários:

1. DESCOBRIR OS DONS E AS PREFERENCIAS: Antes de mais nada,


precisamos descobrir os dons e as habilidades de cada pessoa do grupo, bem
como o que cada pessoa prefere fazer. Coisas simples podem ser aproveitadas
como gostar de cozinhar, gostar de cantar etc. Seria interessante dividir os
dons do seu grupo em três grandes áreas: preparação do terreno, proclamação,
visitação e apelo. Essas etapas serão analisadas a seguir.

2. PREPARAÇÃO DO TERRENO: Muitos, infelizmente, pensam no


evangelismo como uma missão que deve ser efetuada em uma determinada
época e não como um estilo de vida. A célula deve sempre estar
evangelizando tanto na forma individual (visto nas lições anteriores) que deve
ser incentivada e trabalhada como na forma coletiva. Várias ações podem ser
feitas para preparar o terreno para o evangelismo: fazer meses antes do

101
evangelismo um almoço e convidar os vizinhos. Oferecer pão aos vizinhos,
oferecer oração nas casas, preparar uma corrente de oração pelos interessados
da região. Esses vizinhos não precisam necessariamente serem os que moram
ao redor da casa onde é a célula, mas as casas dos parentes dos membros da
célula que tenham não-cristãos. É muito importante destacar que esse carinho
e cuidado deve ser antes, durante e depois do evangelismo.

3. PROCLAMAÇÃO: É a fase na qual irá realizar uma série de estudos


bíblicos para se conseguir decisões para a igreja. Pode ser feito de várias
maneiras: Uma séria contínua de 30 noites, finais de semana a noite (sexta,
sábado e domingo), uma classe bíblica semanal fora do horário da célula.
Precisa ter o instrutor quem vai dar o estudo, quem vai dirigir os cânticos (que
devem ser animados e sem ter o formalismo da igreja) e quem vai visitar os
interessados. (Pelo menos uma vez por semana ou para reforçar o estudo
bíblico ou para criar um elo de amizade) e quem vai cuidar da oração
intercessora pelos interessados. Não deveria haver a preocupação de sempre
ter lanche nas reuniões para não gerar uma obrigação a mais para o anfitrião.
Pode haver uma pregação ou um estudo bíblico a noite.

4. VISITAÇÃO: Todos deveriam se empenhar em visitar aqueles que estão


no evangelismo da célula. Algumas dicas para que a visita se torne
impactante: leve alguém para cantar e leve um pão ou um bolo para a visita.
Se há necessidade de arrumar a casa ou de atender a visita em alguma coisa
que seja feito de acordo com o dom de cada um dos membros da célula.
(Alguém pode ter por exemplo a habilidade de fazer pequenos serviços
domésticos. Com isso, pode ajudar em alguma necessidade da pessoa
visitada). Isto irá deixar a visita impressionada e dará um forte incentivo para
um maior compromisso da mesma.

5. APELO: As técnicas de apelo já foram estudadas em lição anterior, mas o


grupo pode ajudar no sentido a todos testemunharem os benefícios de sua
decisão. Ao instrutor fazer o apelo, deveriam as pessoas do grupo
testemunharem positivamente do impacto de Jesus sobre suas vidas.
Especialmente os parentes mais próximos daquela família. Não devemos
pensar que somente aqueles que tem uma experiência única e especial podem
testemunhar. Também é importante que o grupo ore pela decisão e continue
mantendo contato com o interessado. Batizando-se, ou não, ele deve ser
convidado a fazer parte do pequeno grupo.

CONCLUSÃO: Não existe alegria maior do que testemunhar para a salvação


de outras pessoas. Que Deus me ajude a ser um instrumento para levar seu
amor a outras pessoas.

102
CONTINUIDADE: Desafiar a todos os líderes parar organizar um
evangelismo em célula em sua realidade local. Se o evento com os visitantes
ainda não foi feito, continuar a incentivar o programa e a prestação de contas.

103
3º MÊS - MÓDULO 3 / MISSÃO / TÉCNICAS PARA APELO

GERENCIAMENTO
BUSCA DO MILAGRE

QUEBRA GELO: Qual foi o maior medo que você teve e conseguiu vencer?
Como você se sentiu? Compartilhe sua experiência.

INTRODUÇÃO: Muitos vêm o apelo como o principal obstáculo para dar


estudos bíblicos ou falar a pessoas sobre Cristo. Porém todos nós, de alguma
maneira, temos que fazer apelos se não a estranhos, a nossos filhos, nossos
amigos e colegas de trabalho. Afinal, apelo não é nada mais menos do que
tentar convencer uma pessoa a um determinado ponto de vista. Portanto, não
devemos ter medo e nem achar que isto é reservado apenas para os talentosos.
Com o domínio de técnicas corretas muitos podem fazer apelos com um grau
razoável de sucesso.

DESENVOLVIMENTO:

As principais técnicas para apelo são as seguintes:

1. FAÇA APELOS GRADUAIS: Não deveríamos deixar os apelos para os


estudos finais. Devemos, desde o início, fazer apelos simples como o
compromisso de orar, ler a bíblia, aceitar Jesus como salvador etc. Com isso,
a pessoa vai se acostumando com os apelos e fica mais fácil aceitar os apelos
mais difíceis como guardar o sábado, devolver o dízimo etc.

2. DÊ OPÇÕES A PESSOA: Principalmente no apelo para o batismo é


importante não fazer um apelo aberto do tipo “Você quer se batizar? ”. Mas
sim algo como: “Teremos um batismo no final do mês e outro no inicio. Em
qual deles você deseja se batizar? ” Está disposto a guardar os mandamentos
de Jesus e ser fiel a Deus? Vamos orar a respeito? ”. O apelo direcionado
sempre é melhor para responder do que o apelo aberto.

3. ESTEJA DISPOSTO A RESPONDER AS OBJEÇÕES: É muito


importante que o interessado apresente suas objeções. Pessoas que não
apresentam objeções em nenhum apelo podem estar ou muito tímidas ou sem
um interesse real na questão. É sempre bom perguntar qual a dificuldade que
a pessoa está enfrentando para tomar uma determinada decisão. Obviamente
esta lição não tem como trazer respostas a todas as objeções levantadas.
Porém existem algumas objeções que podemos responder. Geralmente se
dividem em três áreas: falta de preparo, dificuldades pessoais ou medo das

104
consequências. Para a falta de preparo você pode falar sobre a história do
Eunuco em Atos 8, que tomou uma decisão ao lado de Cristo rapidamente.
Logicamente existem casos que a pessoa realmente não está preparada, como
problemas no casamento e neste caso o ideal é apelar para que ela se prepare
o mais rápido possível. Para aqueles que tem medo por exemplo, da reação da
família, Mateus 10:37. Não aceite as justificativas sem procurar mostrar que
se a pessoa tiver fé Deus irá atuar em seu favor. Existem bons materiais sobre
como lidar com objeções que podem ser estudados por aqueles que desejam
fazer apelos.

4. SER EQUILIBRADO: Não devemos forçar excessivamente o apelo e


nem fazer um apelo sem insistir. O ponto é persistir sem constranger. Após
fazer o apelo, responder as objeções e insistir até umas três vezes, o
interessado deve ser deixado à vontade. Isso não quer dizer que vamos desistir
dele, mas que iremos esperar um segundo momento para apelar novamente.
Não devemos concordar com as justificativas do interessado pois isso pode
lhe dar força para continuar na indecisão mas devemos sempre mostrar o
poder de Deus para ajudá-la. Talvez a melhor política seria dizer ao
interessado olha eu entendo sua dificuldade, mas eu creio que se você confiar
em Deus ele removerá os obstáculos. Agora por outro lado, minimizar as
dificuldades da pessoa em se decidir pode deixar a pessoa constrangida e
afastá-la da igreja. Equilíbrio entre entender as objeções levantadas e ao
mesmo tempo não concordar totalmente com a pessoa mostrando que ela não
deve se acomodar em tomar a decisão é algo que deve ser buscado.

5. ORAÇÃO INTERCESSÓRIA: O apelo não é simplesmente uma questão


de técnica. É uma questão espiritual. Devemos orar diariamente pelas pessoas
a quem damos estudos bíblicos pedindo que o Espírito Santo prepare o
coração das quais iremos apelar. Nessa questão, devemos confiar menos em
nós mesmos e mais no poder de Deus. E se oramos e pedimos o poder de Deus
não devemos ter medo de fazer o apelo, pois com certeza o poder de Deus
estará conosco.

CONCLUSÃO: Você tem alguma experiência sobre apelo? Alguma técnica


que gostaria de compartilhar? Alguma sugestão sobre apelo? Você é bem-
vindo a falar.

CONTINUIDADE: Desafiar o grupo a fazer um apelo para um conhecido


ou aluno de estudo bíblico. Continuar com a prestação de contas. Agora é o
momento de todos irem para as suas células. Mantenha o grupo no whatsapp
e os incentive a manter os hábitos adquiridos.

105
2° edição

CLAYBSON ALMEIDA

106
APÊNDICE 2

CRENÇAS FUNDAMENTAIS DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS PARA


ESTUDOS BÍBLICOS

Este material foi desenvolvido para que nossos irmãos pudessem desenvolver
o habito de ministrar estudos bíblicos seja individual ou em evangelismo em
células desta forma ensinando assim as crenças fundamentais do cristianismo.
O sistema de perguntas e respostas bíblicas torna didático o aprendizado e o
ensino das Sagradas Escrituras preparando melhor a ovelha de Cristo para o
Reino dos Céus. Deus abençoe!!!

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Verso do livro

O tempo passa, mas a necessidade de salvação e o preparo de pessoas para o


reino dos céus não só permanecem, mas continua essenciais, não importa a
época. A verdade é que permanecerão até que ele venha e, portanto, princípios
missionários e seus conceitos devem não só serem mantidos como aplicados
em prol do reino de Deus.

Métodos de evangelismos é um exemplo de material que auxiliar no trabalho


prático a ser desenvolvido por missionários voluntários de forma eficiente e
prática.

Claybson N.M. Almeida é bacharel em teologia, pós-graduado em


metodologia do ensino filosófico e atualmente estudante de Medicina, como
professor de evangelismo pelo ministério Ensinando de Betel, coordena e
treina missionários interdenominacionais no Instituto de Missiologia Betel,
também é originador do “Projeto um Médico uma Missão, um programa de
médicos-missionários.

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