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Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Betel.


V834e Maia Nascimento Claybson, Almeida

Livros Históricos do Novo Testamento - Atos / Org. Claybson Nascimento Maia Almeida
– Cuiabá: Betel, 2023

43 p.

ISBN 978-65-86557-84-8

1. Livros Históricos do Novo Testamento - Atos. Título


CDD 658.421
_____________________________________________________________
Direitos desta edição reservados à Instituto de Teologia Betel.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Betel

BETEL

Direção Acadêmica Maria Gislene da Paixão Porto


Coordenação Editorial Gisela Porto Oliveira
Revisão Editora Betel
Projeto Gráfico Claybson Maia
Imagem da Capa Almeida
Arte-Final Editora

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SUMÁRIO
Introdução 02

CAPÍTULO I
1.1. Edificação da Igreja Primitiva 03
1.2 . Considerações sobre o Pentecostes 03
1.3. Pentecostes e seu significado 03
1.4. Pedro - O pregoeiro da verdade 04
1.5. Indiferença dos líderes judeus 04

CAPÍTULO II
2.1. Saulo, torna-se Paulo 05
2.2. A jornada missionária de Paulo 05

CAPÍTULO III
3.1. Segredos vitoriosos de Paulo e Barnabé 07
3.2. Espírito de serviço 07
3.3. Concílio de Jerusalém 07
3.4. Devemos ter visão mais clara 08
3.5. Salvação para os judeus e gentios 08

CAPÍTULO IV
4.1. Uma retrospectiva sobre Paulo 09
4.2. Missão 09
4.3. Pregação da Palavra de Deus 09
4.4. Curiosidades: Paulo X Lei, Qual sua opinião? Como ele considerava a Lei? 10

CAPÍTULO V

Conclusão 14

Bibliografia 15
PRÓLOGO

Através deste livro inspirado, lança-se esclarecimentos sobre a igreja apostólica e seus
estágios significativos para todos nós, o uso do instrumento humano dentro de uma projeção
teológica, inclusive para a atualidade. “Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o
meu servo, a quem escolhi; para que o saibais e me creiais, que Eu sou o mesmo, e que antes
de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá; Eu sou o Senhor e fora de
mim não há Salvador.” Isaías 42:6 e 7, ou seja, o povo (a igreja militante) vai em busca do
triunfo. É verdade que todos tiveram lutas, provas, derrotas, mas, por séculos a Sua Palavra
escrita, viva e eficaz, tem contado a história do amor de Deus, criador e remidor, que nos
capacita para sermos uma igreja vitoriosa e triunfante apesar de todas as discórdias e altivez
do ser humano, a voz do povo remanescente (a igreja militante) tem sido ouvida e considerada
pelo nosso Comandante, Aquele que veio para o Seu povo, em humilhação, o Salvador,
retornará, em glória, a fim de ser para sempre Rei.

Paciência, tolerância, bondade, é de que necessitamos durante os momentos difíceis, e isto é o


amor de Deus que encontramos no livro de Atos dos Apóstolos. O amor que vem de Deus é
o grande adversário do egoísmo.

Agora atente para esse ocorrido com um amigo lá nos EUA. Era uma manhã, na hora do
“rush”, quando meu amigo, Juan ia de carro para o trabalho, estava muito perto do carro da
frente, não conseguiu parar a tempo, quando o motorista da frente pisou no freio, e ele bateu
no pára-choque. Os dois carros pararam.

Juan saiu, observou os prejuízos e ficou nervoso. Ele sabia que a culpa era dele, acontece que
ele e sua esposa tinham comprado o carro novinho. Como era que ele iria encarar sua esposa?
O outro motorista pediu para ver os documentos e anotou a placa. Meu amigo então abriu o
porta-luvas para pegar os documentos. Viu um bilhete que dizia: “Em caso de acidente,
lembre-se, querido, é você que eu amo, não o carro.” Isso é bondade no momento certo, isso é
o que Deus fez e sempre fará por Seu povo.

Em Atos 1:6 quando os discípulos interrogaram Jesus e disseram: “Restaurarás tu neste tempo
o reino de Israel?’’ É importante notarmos que a palavra para restauração é “apokatastais”
segundo esta expressão grega, isto significa “Tomarás o reino dos romanos e devolverás aos
judeus?” Absolutamente não, porque como a palavra aqui está relacionada com o que falou
Deus por boca de seus santos profetas, tem forçosamente de significar o cumprimento de
todas as profecias e promessas contidas no Antigo Testamento, relacionado ao reino de Jesus
Cristo sobre a Terra e o domínio de sua graça para todos os que crêem.

Nota: Afirma-se que o livro de Atos, obteve vários nomes como: Atos dos Santos Apóstolos,
no Códice de Alexandria, Atos dos Apóstolos no Códice de Baza, alguns até o chamam de “O
quinto evangelho”, e outros o consideram como o “Evangelho do Espírito Santo”.

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CAPÍTULO I

1.1 EDIFICAÇÃO DA IGREJA PRIMITIVA (Atos 1:1 a 8:3)

Perguntamos: Existiria um outro livro, a não ser “Atos dos Apóstolos” que é a única ligação
existente entre o ministério e o ensino de Cristo e o Cristianismo que são cristalizados pela
experiência do apóstolo Paulo quando vemos visivelmente o amor de Deus pela sua igreja?

1.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PENTECOSTES

Jesus é sem dúvida um Conquistador. Ele batalhou contra Satanás e venceu o tempo todo.
Morreu e ressuscitou. De todas as maneiras Ele demonstrou que o amor de Deus é mais forte
do que todas as artimanhas e armadilhas de Satanás e que todos seus torpedos de maldade
falharão.

Naquele grande dia de Pentecostes, para grande surpresa dos discípulos, todas os
estrangeiros entendiam o que eles diziam, mesmo sendo eles, os discípulos, homens humildes
e iletrados.

A Bíblia diz: “Não são, por ventura, galileus todos esses que aí estão falando?” Criavam um
ruído entre eles e diziam: “E como os ouvimos falar. Cada um em nosso próprio idioma
(língua) materna?” (Atos 1- 8).

1.3. PENTECOSTES E SEU SIGNIFICADO

Pentecostes, um termo do grego pentekosté. Pentecostes, que vem significar teologicamente,


“qüinquagésimo” – era aplicado ao qüinquagésimo dia após a páscoa – culminação da festa
das sete semanas (Ex. 34: 22 e Deut. 16:10).

O Dicionário Aurélio eletrônico define Pentecostes como festa católica, celebrada cinqüenta
dias após a páscoa como comemoração da descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.

Atualmente, o significado do Pentecostes existe no meio do povo judeu para festejar


grandemente a peregrinação do judaísmo.
De acordo com o Rev. A. R. Buckland, M. A., para os israelitas esta festa tinha pelo menos
dois objetivos:

1 - Obrigar os israelitas a irem ao tabernáculo e reconhecerem o domínio absoluto do Senhor


com a espontânea oferta dos primeiros frutos.

2 - Comemorarem o fato de ter sido dada a lei no monte Sinai no 50º dia após a saída do
Egito. – Dicionário Bíblico Universal, p. 345.

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Biblicamente, enfatizamos que a comemoração do Pentecostes sempre será uma
comemoração do Espírito Santo na vida da Igreja.

IMPORTANTE NOTA

No Ano Eclesiástico, o Pentecostes abrange o período desde a páscoa até ao domingo de


Pentecostes. - Sendo uma ocasião favorável para administrar Batismos, por isso é
considerada a terceira maior festa Cristã depois do Natal e da Páscoa.

1.4. PEDRO - O PREGOEIRO DA VERDADE

Após Cornélio ter um sonho no qual um anjo de Deus ordenou que ele deveria enviar um
mensageiro a Jope para lá encontrar um homem por nome Simão Pedro, e que residia “na
casa de Simão, o curtidor, que ficava bem próximo ao mar.”

Cornélio dividia todos esses acontecimentos com Pedro, e disse ainda mais: Pedro, o anjo
conhecia toda a tua vida, por isto que resolvi chamar-te imediatamente e tu me atendeste.
Agora faremos a vontade de Deus todo poderoso, nisso vemos a inspiração do Espírito Santo
na vida de Pedro.

O Espírito Santo guiou os apóstolos e produziu os seus atos. Abaixo temos algumas
atividades do Espírito na experiência dos seres humanos quando estes são penitentes e
arrependidos:

a) Guia em toda a verdade (João 16.13)


b) Dá sabedoria (Tiago 1.5)
c) Ensina (I Cor. 2.13; Lc. 12.12)
d) Intercede(Rom. 8.26)
e) Convida (Ap. 22.17)
f) Lembra (João 14.26)
g) Santifica (I Pd. 1.2)

1.5. INDIFERENÇA DOS LÍDERES JUDEUS

Os líderes judeus imaginavam-se demasiadamente sábios para necessitar de instrução e


demasiados justos para necessitar da salvação. O homem sempre quis saber mais que Deus
através de criações e princípios doutrinários próprios, ultrapassando as fronteiras que
demarcam a verdade bíblica cometendo um incesto contra a palavra de Deus. O incesto foi
proibido no Antigo Testamento (Lev. 18:6-29; Deut.27:20-23) e condenado pelo Novo
Testamento (I Cor. 5:1-5). Essa espécie de abuso danifica o desenvolvimento da igreja
estipulada por Deus e ordenada aos apóstolos. Nós não podemos abraçar outros ensinamentos
que transgridam os limites dado por Deus através de sua Palavra referente a conservação de
sua igreja aqui na Terra. “A igreja é o instrumento de Deus para proclamar a verdade, por
Ele dotada de poder para fazer uma obra especial e se ele for leal ao Senhor, obediente a todos
os Seus mandamentos, nela habitará a excelência da graça divina... não haverá poder capaz de
a ela se opor.” EGW - Atos dos Apóstolos p. 280.

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CAPÍTULO II

2.1. SAULO, TORNA-SE PAULO

Hoje, infelizmente vemos como um espelho a história se repetindo. O ser humano ainda
desvalorizando os ensinamentos e conselhos bíblicos. Uma escritora escreveu sobre essa
atitude o seguinte: “Alguns presumem que mesmo sendo essas doutrinas verdades
incontestáveis, pouco importa aceitar ou não a nova luz e apegam-se a fábulas agradáveis
usadas pelo inimigo (satanás) para desviar as almas. Assim são suas mentes cegadas pelo erro
e eles ficam separados do céu.” - Atos dos Apóstolos p. 231. – Comparemos com Atos 17.11-
34.

Deus escolheu Paulo como um instrumento maravilhosamente preparado e dotado, a fim de


que, auxiliado pelo Espírito Santo, nos indicasse os grandes atos da descida do Espírito Santo
na igreja e da marcha triunfante desde a cidade de Jerusalém até a cidade de Antióquia e dali
para Roma e o Ocidente.

Foi na Antióquia que os discípulos foram chamados pela primeira vez de cristãos e Saulo e
Barnabé foram chamados por Deus, para uma obra muito especial. Eles mereciam, pois
tinham trabalhado sobremaneira na igreja de Antióquia. A Bíblia, diz: “Separai-me a Saulo e
Barnabé” quando Deus tem um propósito para alguém, Ele chama. Saulo, que teve o seu
nome trocado para Paulo, que significa “pequeno” era um homem pequeno, alguns dizem que
sua estatura era um metro e cinqüenta centímetros, era pequeno aos seus olhos, mas grande no
poder do todo poderoso.

2.2 A JORNADA MISSIONÁRIA DE PAULO (Atos 15:36 E 21:16)

O livro do Atos dos Apóstolos depois de descrever como o Dom do Espírito Santo equipou os
discípulos de Jesus para através deles, continuar contando a história do início da igreja em
Jerusalém, sua expansão nas áreas mais longínquas da Judéia e da Samaria, e depois, seu
movimento progressista da Antioquia da Síria, através da Ásia Menor, da Macedônia e da
Grécia, até a chegada de Paulo em Roma com toda a sua pompa de cidade central do mundo
antigo.

S. Paulo fez três viagens missionárias. Da Bíblia de Thompson, pp. 1481-1485, extraímos o
que segue:

1ª Viagem – De Antioquia da Síria viaja a Selêucia, e logo após, de barco, a Salamina, no


Chipre. De Salamina a Pafos, ainda no Chipre, onde seu nome é mudado de Saulo para Paulo.
(I Cor. 13.9,13).

De pafos vai Perge da Panfília, de lá segue a Antioquia da Psídia. De Antioquia a Icônio,


depois a Listra, onde é apedrejado pela mesma multidão que quis adorá-lo. (At. 14.8.19).
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Segue de Listra a Derbe. De lá regressa até Perge de onde segue para Atália. De Atália vai a
Antioquia da Síria, o ponto de partida.

2ª Viagem – Viajou de Antioquia da Síria a Listra onde Timóteo se une a Paulo Silas. De
Listra a Trôade, depois a Filipos. Aqui o evangelho chega a Europa. Os primeiros conversos
deste continente são Lídia (At. 16.13-15), e o carcereiro da prisão At. 16.29-33). De Filipos
viaja a Tessalônica, depois a Beréia. Daqui vai a Atenas e a Corinto, onde Sóstenes é
espancado. De Corinto segue a Éfeso, Jerusalém e retorna a Antioquia da Síria.

3ª Viagem – De Antioquia da Síria vai à Galácia. Passando pela Frígia vai a Éfeso, onde os
conversos queimam livros de magia. (At. 19.19). De Éfeso passando pela macedônia chega a
Corinto e a Trôade, onde um jovem (Êutico), dorme devido o extenso discurso do apóstolo,
cai da janela, morre e é ressuscitado por Paulo. (At. 20.9). De Trôade segue a Mileto e
passando por Rodes e Pátara chega a Tiro. De Tiro passando por Cessaria termina sua viagem
em Jerusalém.

A mensagem do nazareno se espalhava por todos os lugares e cidades, e os proclamas das


mensagens messiânicas inundavam o mundo. E muitos foram para Antióquia da Síria pois
eles imaginavam ser um terreno para o evangelismo muito fértil. E outra vez se
surpreenderam, com multidões aceitando a mensagem sobre o humilde Carpinteiro de Nazaré.

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CAPÍTULO III

3.1. SEGREDOS VITORIOSOS DE PAULO E BARNABÉ

Na realidade o que Deus sempre pediu a todos os cristãos? Analisemos a atitude de Jesus de
esvaziar a Si mesmo e foi o que Paulo e Barnabé fizeram baseado em;

1) Filipenses 2 é o modelo para nós buscarmos conhecer nossa própria


identidade somente através de seu relacionamento com Seu Pai.

2) Em João (evangelho) cap. 5 e 7 vemos repetidamente que a vida de


Jesus, suas palavras e ações fluíam de impulso e em direção a Seu Pai.

“O primeiro ministério de Cristo é para o Pai, por amor do mundo e não para o mundo por
amor do Pai, isto significa que o mundo não estabelece a agenda para o ministério, mas o Pai,
que ama o mundo e procura seu bem, estabelece esta agenda”- Ray S. Anderson "Theology
for Ministry", in Theological Fundations for Ministry, Pub. Co. 1979, p.614.

Desde que os apóstolos se reuniram no tempo de pentecostes por causa de Cristo e através
dEle, eles, os apóstolos, se dirigiram em entendimento e prática, para o que a Bíblia chama “a
mente” de Cristo:

1. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo
Jesus”(Filip.2:5).

2. A palavra mais comum para “mente” no Novo Testamento é “NOUS” esta palavra é
encontrada 24 vezes, das quais 21 ocorrências estão nos escritos de Paulo relatados em Atos.

3. Isto quer nos dizer que, o homem completo como um ser racional, moral, emocional e
espiritual, em um sentido verdadeiro, quando falamos em ter a mente de Cristo, estamos
falando da imagem de Deus em nós.

4. A mente de Cristo foi encarnada nos apóstolos por isso vemos muito claro nos escritos de
Paulo que o resultado final será uma sociedade ou comunidade cheia de amor por Cristo e
pelos outros e lógico que deste modo o ministério evangelístico dos apóstolos será continuado
pela igreja atual e esta trabalhará para estabelecer relacionamento entre Deus e o homem – e
entre pessoas e pessoas.

Exemplos da Bíblia de verdadeiros “militares” cristãos dirigidos pelo Espírito Santo.

Experiências de:

1) Paulo - “Como bom soldado de Jesus Cristo, sofrer com eles as aflições”. II Tim. 2:3
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2) “Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates...”Filip.2:25.

3) “Arquipo nosso companheiro de luta”.Filemon 2.

4) Para todos nós; “Revesti-vos de toda a armadura de DEUS”. Efésios 6:11.

3.2. ESPÍRITO DE SERVIÇO

Os apóstolos tinham uma determinação invejável na disciplina.

Se há uma característica militar é a disciplina. “Não há chance real de vitória em uma


campanha se 90% dos soldados não são treinados e envolvidos, mas é exatamente a situação
em que nos encontramos agora.” - Elton Trueblood, The comunity of the Commited P. 18.

3.3. CONCÍLIO DE JERUSALÉM

O legalismo da igreja de Jerusalém continuou de maior proporção após Paulo e Barnabé terem
voltado a Antioquia e contado do sucesso de suas pregações pelas terras conquistadas pelas
Boas Novas. Na realidade, haviam vários pontos em debate naquele concílio; abaixo citamos
apenas um:

A Circuncisão. “...alguns homens, descendo da Judéia, ensinavam aos irmãos: Se não vos
circuncidardes segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos”. (Atos 15:1.)

De fato isto deve ter causado uma polêmica tremenda para os gentios. E sua grande
interrogação era: Uma vez que eles tinham encontrado no Nazareno a libertação total do
legalismo e do cerimonialismo de suas próprias religiões, por que eles deveriam abraçar de
novo a escravidão do legalismo?

A oposição maior era dos Judeus, que diziam que a circuncisão era de Moisés + Aliança com
Deus. (Ex.12:46) e ainda alegavam os judeus que era ordem de Deus e que a circuncisão era
um fato ocorrido antes de Moisés, pois Deus ordenou a Abraão a circuncisão, como um rito,
um sinal de aliança, que era estabelecida por meio dEle. (Gên. 17:9-14). Logo não se podia
mudar, tinha-se que obedecer.

3.4. DEVEMOS TER VISÃO MAIS CLARA

Na coletânea de Leis das doutrinas judaicas, "O Talmude," aparece esta elucidante passagem:
“Andando pelas montanhas um dia, eu avistei um vulto que julguei ser um animal; chegando
mais perto, vi que era um homem; descobri ser meu irmão.”

Ponto Importante: Um dos defeitos da igreja de Laodicéia do Apocalipse era a fraca visão
espiritual. Foi-lhe aconselhado comprar “colírio para ungir os seus olhos, afim de ver’’.
( Apoc.3:18) também chamado por uma escritora inspirada, de “a graça de Deus” – E.G.W.
Testemunies, p. 245.

O povo escolhido por Deus para ser um testemunho era o povo judeu, mas eles o rejeitaram,
ou seja, fizeram de sua crença uma rotina, como muita gente faz ainda hoje.
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Na realidade deveriam os judeus circuncidar o coração (Deut. 10:12-16).

Esta foi a posição dos judeus no pentecostes:


a) A Neutralidade.
b) A falta de visão espiritual.
c) Rejeitaram o Cristo mandado por Deus.
d) Deveriam amar a Cristo e não os rituais legalistas.

3.5. SALVAÇÃO PARA OS JUDEUS E GENTIOS

Paulo expôs os grandes princípios do evangelho aos judeus e aos gentios. “Ele afirmava a
sua posição nas questões que agitavam as igrejas judaicas e gentílicas e mostrava que as
esperanças e promessas que haviam pertencido outrora aos judeus especialmente, eram agora
oferecidas também aos gentios. ”Ou seja, com toda clareza era apresentada a doutrina da
justificação pela fé em Cristo.1
.

O livro de Atos mostra os discípulos de Cristo rompendo barreiras geográficas, étnicas,


religiosas, econômicas e sociais para dizer que a todos os seres humanos era estendido o braço
da salvação. Desta forma diz o apóstolo Paulo: “Não há judeu nem grego, não há servo nem
livre, não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus.”

“E se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”


(Gál. 3.28,29).

1
EGW - Atos dos apóstolos p.177
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CAPÍTULO IV

4.1. UMA RETROSPECTIVA SOBRE PAULO

Paulo nasceu em Tarso, um cidadão romano igual aos demais. (Atos 16:37).

O nome Paulo de Tarso vem do Grego, que significa, pequeno, era também conhecido como
Saulo de Tarso antes de sua conversão. Fazia parte da genealogia da tribo de Benjamim, era
membro do partido dos fariseus, de onde tinha autoridade para perseguir os judeus cristãos
segundo o relato bíblico, (Atos 26 :10). Um dos acontecimentos importantes da história do
cristianismo foi sem dúvida a causa da conversão de Saulo. Estava Paulo andando pela
estrada de Damasco e encontrou a Cristo. Este encontro foi fruto interino da Graça de Cristo
que o atingiu de uma forma extraordinária:

a) A bíblia afirma que sua conversão aconteceu "repentinamente" (Luc. 22:6).


b) A manifestação do Deus Soberano, semelhante a luz do sol. (Luc. 26:13).
c) Ele diz que foi "conquistado" por Aquele que ele perseguia. (Fil. 3:2).
d) Timóteo diz que ele foi "inundado" pela suprema graça de Deus. (I Tim. 1:14).
e) Foi maravilhosamente "iluminado". (I Tim. 1:14).

A conversão de Paulo aparentemente foi rápida, mas não o foi, na realidade. Ele havia
resistido aos "aguilhões" que era ferramenta para amansar touros (I Tim. 26:14). Ou seja:
esses aguilhões foram suas provações, quanto mais ele se opunha a Cristo mais se enfraquecia
sobre as suas próprias convicções de perseguição a Cristo. Cada vez mais ele entendia que
mais vale servir a Deus do que ao mundo.

4.2. MISSÃO

O trabalho e missão dos Apóstolos podemos ver através da atuação do Espírito Santo.

Por parte dos Apóstolos a ênfase é muito centralizada no eu, por isso era necessário o poder
transformador oriundo do Espírito Santo.

Um estudo nos escritos de Lucas e Paulo rapidamente revela que o propósito de ser cheio do
Espírito Santo não é produzir uma experiência interior exaltada, pelo contrário, essa
experiência tem que ser externa, isso produz a edificação do corpo de Cristo.

Que Precisamos Fazer Para Compreender Bem a Missão de Paulo?

a) Precisamos aprofundar nosso estudo sobre a pessoa do Espírito Santo.


b) Compreender e permanecermos abertos a seus dons, isso nos dirigirá à
coberta dos dons do Espírito Santo dentro do Corpo de Cristo com o propósito de nos
equipar para realizarmos a obra de Cristo.
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c) Executar a Missão Paulina no sentido de edificar a igreja e colaboramos com o
mundo, buscando a paz entre os homens.

4.3. PREGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS.

Imaginemos Paulo correndo de um lado para outro, em suas viagens missionárias deixando
para traz pequenos grupos, às vezes grandes, a ponto de se dividirem, formando assim outros
grupos estabelecendo alicerces firmes de uma comunidade cristã. Às vezes era forçado a ir
embora por situações que não eram de seu total controle. Esta estratégia divina de Paulo
sempre dava certo.

a) (Atos. 11 e 12). Antes ele só conhecia o Deus religioso, agora ele conhece o Deus
presente, que se manifesta a todo aquele que crer. O segredo foi: uma nova relação com
Deus.
b) (Atos 19). Exibe Paulo com um novo relacionamento com a igreja (aproximação), ou
seja tinha intimidade com a igreja. Antes ele a odiava, agora ele estava comungando a
mesma fé com os irmãos de fé.
c) No capitulo 20, agora, já que ele tinha experimentado o sabor do evangelho, tinha sede
de compartilhar com os demais, através de seu testemunho, viajando de lugar para lugar.

4.4. CURIOSIDADES: PAULO x LEI, QUAL ERA SUA OPINIÃO? COMO ELE
CONSIDERAVA A LEI.

É muito comum nos dias de hoje, escutarmos que quem aceitou a Cristo como Salvador não
precisa mais guardar a Lei de Deus.

O testemunho de Paulo, sobre a lei, é: “Que diremos pois? É a lei pecado [o pecado está no
homem, não na lei?

“De modo nenhum. Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei: pois
não teria eu conhecido a cobiça, se a Lei não dissera: Não cobiçarás. Mas o pecado, tomando
ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência, porque sem Lei
está morto o pecado.

Outrora, sem a lei, eu vivia, mas sobrevindo o preceito, reviveu o pecado e eu morri. E o
mandamento que me fora para a vida, certifiquei que era para a morte”.
“Portanto, a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.” (Rom. 7.7-10,12).

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CAPÍTULO V

5.1. ATOS – TRABALHO E DEVOÇÃO.

Paulo na Galácia

A Galácia era o nome dado ao território na zona setentrional do centro da Ásia Menor onde
os invasores Gaulenses se tinham estabelecido no terceiro século antes de Cristo.

O território da Galácia passou para as mãos dos Romanos no ano 25 a. C. Toda essa
província incluía as seguintes cidades:

a) Antioquia,
b) Icônio,
c) Derbe e Listra.

Nota: esta região também se refere àquela Galácia quando Paulo solicitou um donativo para
os pobres de Jerusalém. I Cort. 16:1.

O zelo de Paulo no tocante aos campos de trabalho de pioneiro atraiu para eles grande número
de novos obreiros, evitando provavelmente um segundo desapontamento. Por isso atraiu a
Timóteo, II Tim. 1:5, 3,14,15.

Nota: Timóteo, era estimado pela comunidade, talvez por sua mãe e avó serem judias.

Após concluir seu trabalho ao lado de Paulo, Timóteo seguiu para a Macedônia e juntou-se a
Lucas. (Atos 16:10).

5.2. ALGUMAS CIDADES DA ÉPOCA DE PAULO:

Atenas

A cidade de Atenas foi reconstruída por Júlio César em 46 a. C.

Metrópole da antiga Ática hoje capital da Grécia. Foi durante séculos, um centro de cultura
literária. Era uma cidade acentuadamente religiosa, com muitos templos sagrados e
construções. No tempo de Paulo, Atenas era uma cidade livre, ou seja, insenta de pagamento
de impostos.

Não há referência histórica à igreja fundada por Paulo, mas Dionísio, Areopagita, convertido
na pregação do Apóstolo, no Areópago, a ele aderiu e nele acreditou (Atos 17:34).

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5.3. COMO ERA A CIDADE DE ÉFESO?

Cidade na Ásia Menor, às margens do rio caístro. Era uma cidade livre, centro da
administração romana, habitada também por muitos judeus.

A cidade de Éfeso era muito famosa pelo templo de Artemis (Diana), riquíssimo em tesouro e
obras de arte. No livro de Atos é mencionado duas visitas de Paulo a Éfeso: Na primeira,
Paulo deixou Priscila e Áquila (o casal tinha sido obrigado a deixar Roma, eles trabalhavam
na confecção de tendas). A eles depois se juntou Apolo.

Na segunda vez, Paulo permaneceu ali por (2) dois anos, acompanhando o ministério. - Diz a
tradição que o apóstolo João ali viveu alguns anos antes de sua ida para Patmos.

5.4. A CIDADE DE CORINTO

Possuía dois portos, (o de Cencréia, no oriente, e o de Léquio, no ocidente). Era uma cidade
Grega. Ali se realizavam os jogos ístmicos. Sua população era cosmopolita.

Foi grande centro comercial e terra de grande luxo e licenciosidade devido à adoração à
deusa Vênus, cujos cultos eram acompanhados de ritos obscenos.

Em Corinto, Paulo escreveu a epístola aos romanos e as duas cartas aos Tessalonicenses. A
igreja de Corinto era composta de gentios e judeus conservadores.

Houve uma época em que em Corinto, no templo de afrodite alojava-se cerca de mil
sacerdotisas que eram prostitutas profissionais. Havia uma mistura de ideologias e
desequilíbrio sócio-econômico em Corinto. Ou seja, a riqueza e a miséria, a beleza e a
desgraça, a cultura e a pobreza era a realidade de Corinto.

5.5. QUE TIPO DE POVO EXISTIA EM CORINTO?

Depois de deixar Atenas, Paulo viajou cerca de 45 quilômetros para oeste a procura da cidade
de Corinto. Não era este um lugar muito próprio e agradável para pregar o evangelho. Corinto
era conhecida entre todas as cidades do império romano como sendo a mais corrupta. O
próprio termo “corintianizar”, passou a significar levar uma vida terrivelmente imoral.

Felizmente Paulo encontrou um lugar decente para morar. Encontrou o apoio hospitaleiro de
Áquila e sua esposa Priscila.

Desafio para Paulo: Descobriu que pregar em Corinto era algo desanimador. Como podia
começar o seu trabalho num lugar cheio de lama moral, lugar onde não se conhecia o respeito
às coisa de Deus?

Diz a Palavra de Deus, que ’’Paulo duvidou de sua própria sabedoria em procurar estabelecer
uma igreja com o material que ali se encontrava”. EGW - Atos dos Apóstolos. p. 250.

Paulo surpreso em Corinto: Como Paulo estava atônito, sem saber o que fazer, Deus lhe deu
uma visão, e dizia: ’’Não temas; antes fale e não te cales... pois tenho muito povo nesta
cidade.” Paulo vendo que mais importa obedecer a Deus que aos homens e determinado em

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realizar a sua missão, aceitou a mensagem da visão e permaneceu em Corinto cerca de 1 ano e
meio.

Estratégia de Paulo:

Em vez de enfrentar argumento com argumento, lógica com lógica, que certamente levava a
infindáveis discussões. Paulo decidiu contar toda a simplicidade, da história de como Jesus
morreu para salvar as pessoas.

Como é natural, nesse tempo o próprio pensamento de crucifixão fazia as pessoas torcerem o
nariz com desinteresse. A cruz era o instrumento romano de tortura para os piores criminosos.
Mas até onde lhe dizia respeito, a cruz era para Paulo o único meio de salvação.

Em outras palavras, para Paulo a cruz significava que o pecador finalmente havia encontrado
a oportunidade de perdão, finalmente. O pecador agora estava livre da maldição do pecado.

E isso foi exatamente onde estava a chave do sucesso de Paulo, ele jamais perdia de vista o
tema central na pregação das "Boas Novas."

5.6. PAULO, FIRME ATÉ O FIM.

Resumo e síntese da corrida de Paulo e de sua vida compromissada com a verdade de Cristo.

Destacaremos um pouco do comportamento e das atitudes do referido apóstolo em sua vida


missionária:

1. A força motora de Paulo. (Fil. 1:12-26).


2. A animação de Paulo aos irmãos em Cristo. (Atos 1:27-30).
3. Separou sempre Jesus como modelo. (Fil. 2: 1-11).
4. Tinha compromisso com o serviço. (Fil. 2: 12-18).
5. Combatia o legalismo. (Fil. 3:1-4).
6. Deu um testemunho pessoal. (Fil. 3:1-16).
7. Paulo era um homem alegre e altruísta, detestava o negativismo. (Fil. 4:4-7).
8. Senso de unidade. (Fil. 4:2 e 3).
9. No fim do seu ministério o grande apóstolo, o apóstolo dos gentios pode dizer:
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Tinha certeza do dever
cumprido e certeza da recompensa ao completar: “Desde agora a coroa da justiça me
está guardada”. II Tim. 4:7 e 8.

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CONCLUSÃO
Decálogo não é uma coleção de preceitos separados, confirmamos isto lá em S. Tiago
2:10. ”Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, se torna culpado de
todos”. Um dos maiores problemas de Paulo era esse. Mas, a palavra de Deus não se
contradiz. Vejamos: Certo dia chegou um judeu teólogo e perguntou a Jesus: “Mestre, qual é
o grande mandamento da lei? Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração”. e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Assim, Jesus salientou que o amor é a
base de toda a obediência.
Paulo guardou a lei de Deus até o fim, porque ele amava a Deus e ao próximo.
Quando Paulo estava detido em Cesaréia e Roma, o ministério de Paulo não
terminara. Nesse período ele orava pelos seus semelhantes, orava pelos governantes e
autoridades. (Atos 21:17 a 28:31)
O apelo de Paulo a César, levou o cristianismo diretamente à atenção do governo
romano, reivindicando pela sua legalidade.

Nesse intervalo de quatro anos da prisão de Paulo a igreja saiu de debaixo da


opressão do Judaísmo formando assim um movimento mundial, independente e próspero.

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BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, João Ferreira de, A Bíblia


Sagrada. 2ª Edição – Versão atual no
Brasil, 1998.
BUCKLAND, Rev. A. R. , Dicionário Bíblico
Universal, Editora Vida, 12ª Impressão, São Paulo-
SP, 1997.
DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO
THOMPSON, Frank Charles, Bíblia de Referência THOMPSON, Editora Vida, 6ª Impressão,
São Paulo-SP,
1996.
TRUEBLOOD Elton. The comunity of the comunited, New
York Harper and Row, 1961.
WHITE, Ellen G., Atos dos Apóstolos. Editora Casa
publicadora Brasileira, Santo André – SP. 1980.
__________, Testemonies. Califórnia USA. 1980.
__________, Mensagens Escolhidas.
Casa Publicadora Brasileira,
Tatuí- SP, 1979.

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ANEXO

ATOS DOS APÓSTOLOS

“AUTOR: Lucas, o médico amado. O livro é, em certo sentido, uma continuação do


Evangelho de Lucas, e está dirigido à mesma pessoa, a Teófilo, 1:1.

“TEMA PRINCIPAL: A história do desenvolvimento da igreja primitiva desde a ascensão


de Cristo até o encarceramento de Paulo em Roma, e o começo de seu ministério ali. Muitos
eruditos da Bíblia vêem neste livro o começo formal da era do Espírito Santo. Ao partir,
Cristo fez o anúncio de uma grande campanha de missões por todo o mundo, através da
mediação humana sob o poder do Espírito, 1:8.

“O LIVRO PODE SER DIVIDIDO EM DUAS PARTES, o período das missões locais e o
período das missões estrangeiras.
“I. O período das missões locais, com Jerusalém como o centro. A obra centraliza-se
principalmente na Palestina entre os judeus, sendo o apóstolo Pedro a figura preeminente.
(1) Os acontecimentos preparatórios.
(a) A comissão divina, 1:4-8.
(b) A ascensão do Senhor, 1:10 e 11.
(c) A descida do Espírito, 2:1-4.
(d) O equipamento dos obreiros, 2:4; 4:31.
(2) Os ministérios.
(a) De Pedro no Pentecostes, 2:14-40. O segundo sermão de Pedro, 3:12-26. Pedro
no sinédrio, 4:5-12.
(b) De Estêvão, 7:1-60.
(c) De Filipe e Pedro, 8:5-25.
(d) De Filipe, 8:26-40.
(3) Atos acerca da Igreja.
(a) Seu crescimento
(b) Sua plenitude do Espírito Santo, 4:31.
(c) Sua unidade e benevolência, 4:32-37.
(d) Seu poder espiritual, 5:12-16.
(e) A eleição dos diáconos, 6:1-6.
(4)As perseguições da Igreja, 4:1-3, 17-22; 5:17, 18, 40; 6:15.
Perseguições sob Suado de Tarso, 8:1-3; 9:1.
“II. O período das missões estrangeiras. O centro de operações, inicialmente em Jerusalém,
é transferido pouco depois para Antiquai da Síria.
(1) Acontecimentos preliminares que levaram às missões por todo o mundo.
(a) O ministério de Filipe em Samaria, em companhia de Pedro e João, 8:5-25.
(b) A conversão de Paulo, que chega a ser o grande missionário e a figura
preeminente da Igreja duramente este período, 9:1-30.
(c) A ampliação dos pontos de vista de Pedro por causa da sua visão em Jipe,
resultando no seu ministério entre os gentios de Cessaria, 10:1-43.
(d) O derramamento do Espírito Santo sobre os gentios em Cessaria e a defesa do
ministério de Pedro ali, 10:44-11:18.
(e) A ratificação da obra em Antioquia por Barbante, o representante da igreja de
Jerusalém, 11:22-24.

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(f) Saulo de Tarso levado por Barbante a Antiquai. Os dois cooperam no
estabelecimento da igreja, no lugar onde os discípulos foram chamados cristãos
pela primeira vez, 11:25, 26.
(g) Parêntese. A perseguição da igreja de Jerusalém por Herdes. A morte de Tiago e
o encarceramento e libertação de Pedro, 12:1-19.
(2) O acontecimento da época na história das missões estrangeiras. Sob a direção do
Espírito Santo, Paulo e Barbante foram enviados como missionários pela igreja de
Antiquai. João Marcos os acompanha, 13:1-5.
(3) Primeira viagem missionária de Paulo. Missionários: Paulo, Barbante, e João
Marcos, 13:4-14:26. Lugares visitados e eventos principais: ilha de Chipre, onde o
procônsul se converte e o nome de Saulo foi mudado para Paulo no livro de Atos,
13:4-12. Perue e Panfília, onde João Marcos abandonou o grupo, 13:13. Antioquia
da Pisídia, onde Paulo prega um grande sermão na sinagoga, 13:14-41. A oposição
dos judeus e a obra entre os gentios, 13:44-49. Expulsos da cidade pelos judeus, os
missionários vão a Icônio. Aqui eles trabalham durante algum tempo, mas surge
uma perseguição e eles fogem para Listra e Derbe, 14:6. A cura do coxo em Listra
resultou na tentativa do povo de adorar a Paulo e a Barnabé, mas os judeus
promoveram oposição e Paulo foi apedrejado. Imperturbáveis, os dois heróis
escapam para Derbe, onde pregam o evangelho e ensinam a muitos, 14:8-20. Deste
ponto, os missionários retornam pela mesma rota, visitando e organizando as
igrejas. Em Antioquia da Síria apresentam um relatório da viagem, 14:21-28.!” –
(4) O concílio de Jerusalém.
(a) O assunto em disputa, 15:5, 6.
(b) O argumento de Pedro a favor da liberdade cristã, 15:7-11.
(c) Paulo e Barnabé relatam suas experiências, 15:12.
(d) Palavras de Tiago e a decisão do concílio a favor de eximir aos
gentios das regras da lei, 15:13-29. Os apóstolos enviam Judas
e Silas a Antioquia como portadores da carta do concílio à
igreja, 15:27-30.
(5) Segunda viagem missionária de Paulo, 15:36-18:22.
(a) Eventos preliminares. Um desacordo entre Paulo e Barnabé
acerca de João Marcos. Silas é escolhido por Paulo para
acompanhá-lo na viagem, 15:36-40.
(b) Lugares visitados e principais eventos: Visita às igrejas da Síria
e Cilícia, 15:41. Em Listra, Timóteo se une aos missionários,
que visitam várias cidades da Ásia Menor, fortalecendo as igrejas, 15:41-16:5. O
Espírito os guia a Trôade, onde Deus os chama à Europa por meio de uma
visão, 16:7-10. Em Filipos, as autoridades encarceram Paulo e Silas; o
carcereiro se converte, 16:12-34, e os apóstolos estabelecem uma igreja. O
próximo importante acontecimento é a fundação de uma igreja em Tessalônica,
onde se levanta uma perseguição e eles vão a Beréia, 17:1-10. Aqui os
missionários encontram alguns estudantes da Palavra, que são receptivos,
17:11 e 12. Uma tormenta de perseguições se abate novamente sobre eles, e
Paulo vai a Atenas, deixando o estabelecimento da igreja a cargo de Silas e
Timóteo, 17:13-15. Em Atenas, Paulo encontram a cidade cheia de ídolos e
prega um sermão na colina de Marte, mas poucos se convertem à fé, 17:15-34.
Em Corinto, Silas e Timóteo se unem a Paulo e fundam uma igreja. A obra é
levada a cabo em meio a perseguições que duram dezoito meses, 18:1-17. Após
um tempo considerável, Paulo se despede dos irmãos e parte para a Síria,
fazendo breve escala em Éfeso, e termina sua viagem em Antioquia, 18:18-22.
INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 20
(6) Terceira viagem missionária de Paulo, 18:23-21:15.
Lugares visitados e eventos principais:
Vista às igrejas na Galácia e na Frígia, 18:23
Parêntese. Apolo em Éfeso, 18:24-28.
Paulo regressa a Éfeso e encontra um grupo de discípulos ainda
não perfeitamente instruídos, e os dirige à vida plena do Espírito,
19:1-7.
“Continua sua obra em Éfeso durante dois anos, 19:8-10. O Senhor mostra-lhe que aprova
o trabalho, outorgando-lhe o dom de curar, 19:11-12.
“Os pecadores se convertem e muitos queimam seus livros de magia, 19:11-20.
“Logo se levantou um alvoroço entre os artífices, pois estes temiam que os ensinos de
Paulo destruíssem seu negócio de fabricação de ídolos, 19:23-41.
“Paulo sai de Éfeso, e depois de visitar as igrejas da Macedônia vai à
“Grécia, 20:1, 2. Depois de três meses na Grécia, regressa a Macedônia e vai a
Trôade, onde prega, 20:3-12.
“De Trôade vai a Mileto e manda chamar aos anciãos efésios.
“Em Mileto, entrega uma mensagem de despedida aos anciãos, 20:17-38.
“De Mileto Paulo começa a sua viagem de regresso a Jerusalém, advertido pelo Espírito
dos sofrimentos que ali o esperam, 21:1-17.
(7) Paulo em Jerusalém e Cesaréia.
(a) Relata à igreja as experiências de seu ministério entre os gentios, 21:18-20.
(b) Para evitar suspeitas, faz um voto, 21:20-26.
(c) Os judeus lançam mão dele no templo, mas os soldados romanos o resgatam,
21:27-40.
(d) Sua defesa ante a multidão, 22:1-21.
(e) Afirma sua cidadania romana a fim evitar ser açoitado, 22:25-30.
(f) Comparece perante o Sinédrio, 23:1-10.
(g) O S enhor lhe aparece de noite com uma mensagem de ânimo, 23:11.
(h) A conspiração de alguns judeus para matá-lo provoca o seu envio a Cesaréia,
23:12-33.
(i) A acusação trazida contra ele pelos judeus e a defesa de Paulo perante o
governador Félix, 24:1-21.
(j) O discurso perante Félix acerca de sua fé em Cristo, 24:24-26.
(k) A defesa perante Festo e o apelo a César, 25:1-12.
(l) Seu discurso perante (o rei) Agripa, 26:1-29.
(8) A viagem de Paulo, como prisioneiro, a Roma, 27:1-28:16.
(a) A primeira etapa da viagem, 27:2-13.
(b) A tempestade e a fortaleza espiritual de Paulo, 27:14-36.
(c) O naufrágio e o livramento, 27:38-44.
(d) As experiências na ilha de Malta, 28:1-10.
(e) A chegada a Roma e seu ministério ali, 28:16-31.” – Frank Charles Thompson,
D.D., Ph.D., Bíblia de Referência Thompson, pp., 1408-1409, Editora Vida,
Sexta Impressão, 1996.

“TÍTULO E PLANO. O título do livro nos mais antigos MSS (manuscritos) é


simplesmente Atos, ou ‘Atos dos Apóstolos’. Esta indeterminação é própria da natureza
seletiva dos fatos narrados. As primeiras palavras estabelecem a ligação entre o que se lê no
Evangelho (Lucas) e o que o livro dos Atos expõe. Não se sabe se a expressão ‘todas as coisas
que Jesus fez e ensinou’ quer significar que a intenção do autor era escrever uma continuação
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da obra de Jesus realizada por meio dos apóstolos. Talvez a frase signifique, na sua
simplicidade, ‘o que fez Jesus primeiramente’, sendo a obra dos apóstolos que ele tinha
escolhido, distinta da de Jesus. O tema dos Atos vem apontado em 1:8: ‘Mas recebereis poder,
ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra’.
“Este plano, irregularmente traçado, facilmente se reconhece na estrutura da
obra. Ao milagre de Pentecostes segue-se o testemunho dos apóstolos e o aumento da Igreja,
nas três fases – Jerusalém (caps. 2 a 7), Judéia e Samaria (caps. 8 a 12), e até aos confins da
terra (caps. 13 a 28). O progresso exterior da Igreja acompanha o crescimento interior,
especialmente na gradual emancipação do Judaísmo. A terceira fase acha-se quase
inteiramente identificada com os trabalhos de S. Paulo.
“O autor. O testemunho externo desde Ireneu é unânime em atribuir a Lucas
tanto a Atos como o terceiro Evangelho. É universalmente admitido que a primeira pessoa
‘nós’, no cap. 16, v.10, significa que as linhas descritivas da viagem são traçadas por um
companheiro de Paulo.
“A única explicação razoável é que em Trôade o autor se juntou a Paulo,
acompanhou-o até Filipos, ficando nesta cidade durante a sua ausência, e daí para o futuro
andou sempre com o Apóstolo até que este chegou a Roma.
“Fontes. O ‘documento de viagem’ se nos mostra como sendo as próprias
notas de Lucas, completadas com casos de memória e naturais investigações. E com respeito
às outras partes do livro podemos supor que Lucas seguiu o método indicado em Luc. 1:1 a 4.
Devia ter aproveitado com maior descanso a companhia de Paulo em Cesaréia, em Malta, e
em Roma, onde, talvez, encontrasse mais tarde o Apóstolo S. Pedro. Tenha havido tal
encontro, ou não, é certo que Marcos ‘o intérprete de Pedro’ esteve com ele em Roma (Col.
4:10; 4:14; Fil. 24); e podia, sem dúvida, fornecer-lhe boas informações acerca dos primitivos
acontecimentos em Jerusalém, dos quais foi centro a casa que sua mãe habitava. Em Cesaréia
permaneceu Lucas com Filipe, o evangelista (21:8), e em Jerusalém encontrou-se Tiago e os
anciãos (21:18).
“Data. As últimas palavras (28:30, 31) permitem-nos dizer que a história dos
Atos vai até ao ano 62. Têm alguns sustentado que a maneira abrupta como termina o livro
indica o limite do conhecimento do escritor, sendo provável que fosse escrito cerca do ano 63.
É muito pouco provável que o Evangelho de S. Lucas fosse escrito antes do ano 70, e o livro
dos Atos é posterior. Estas e outras leves indicações de caráter externo e interno, levam-nos a
fixar o ano 80, pouco mais ou menos, como sendo a mais provável data.
“Valor histórico. A impressão geral que recebemos na leitura do livro é a de
ser uma narrativa verdadeira, feita por um historiador consciencioso, guiado pelo Espírito
Santo. Já, em 1790, Paley traçou no seu livro, Horae Paulinae, ‘as coincidências naturais’
entre os Atos e as epístolas paulinas com argumentos que ainda de forma alguma perderam o
seu valor.
“A suma do que trata é como se segue:
“I. A primeira parte da história, consagrada inteiramente à Igreja de Jerusalém, narra
o preenchimento do corpo apostólico (1): a primeira manifestação do Espírito Santo, segundo
a promessa (2) e o aumento e prosperidade da Igreja, entre amarguras e perturbações de
dentro e de fora, até à perseguição e dispersão dos seus membros (3 a 7). Neste período é dada
especial proeminência aos primeiros discursos de Pedro, que apresenta o Evangelho como o
cumprimento das profecias e a realização completa do ‘pacto feito com os pais’; e à oração
histórica de Estêvão, mostrando que o tratamento da parte de Deus com o antigo povo de
Israel era progressivo, e que a relação do privilégio religioso com o lugar e circunstâncias
exteriores era apenas temporária.

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“II. Segue-se uma narração sobre o progresso da obra evangelizadora, sendo levado
o Evangelho a Samaria, e convertido um prosélito da Etiópia (8); depois disto, como
introdução à história missionária da Igreja, dá-se a conversão e a chamada daquele que havia
de ser “o Apóstolo dos gentios” (9); abre-se a porta da fé em Cesaréia aos incircuncisos pela
pregação de S. Pedro, e começa a evangelização dos pagãos em Antioquia, onde Paulo exerce
primeiramente a sua especial missão (10:11); e finalmente, a morte de um (Tiago) e o
livramento de outro (Pedro) dos dirigentes da igreja-mãe de Jerusalém, que deixa de ser então
o principal assunto da história (12).
“III. A terceira parte, que começa com a obra de Antioquia, o grande centro da
Igreja gentílica, marca outra interposição do Espírito Santo, narrando as viagens de S. Paulo,
constituindo elas três grandes circuitos missionários. O Apóstolo, em cada lugar onde
evangelizava, dirige-se primeiramente aos judeus, mas é rejeitado e perseguido por eles, ao
passo que os gentios acodem a ouvir a Palavra, de forma que numerosas igrejas se fundaram
pelo seu ministério nas principais cidades da civilização pagã (13 a 20). Por fim, quando
visita Jerusalém em circunstâncias especiais para conciliar os seus compatriotas, ele é
atacado, preso, e depois duma notável série de falas, em que se defende a si próprio e às suas
doutrinas, é mandado para a capital do mundo gentílico a fim de ser julgado no tribunal de
César. Já em Roma, ele mais uma vez apela para os seus compatriotas, e lembra-lhes a antiga
lamentação profética sobre a sua obstinada cegueira, e declara-lhes que ‘a salvação de Deus
foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão’ (21:28).
“Alguns dos seus numerosos discursos, proferidos nas viagens missionárias,
são amostras de argumentação na maneira de dirigir-se a diversas classes de ouvintes. Aquele
que pronunciou na sinagoga de Pisídia (13) é um exemplo das suas alocuções aos judeus; o de
Listra (14) contém os argumentos que ele empregava quando o auditório constava de rudes
pagãos; o de Atenas (17) mostra que ele sabia adaptar suas palavras à gente grega de boa
educação; e o de Mileto (20) nos dá a conhecer as suas advertências aos pastores de
numerosos convertidos.” – Rev. A. R. Bucklend, M.A., Dicionário Bíblico Universal, pp., 49-
50, Editora Vida, 12ª Impressão, 1997.

O PENTECOSTE

“O Espírito veio sobre os discípulos, que expectantes oravam, com uma plenitude que
alcançou cada coração. O ser infinito revelou-se em poder a Sua igreja. Era como por séculos
esta influência estivesse sendo reprimida, e agora o Céu se regozijasse em poder derramar
sobre as igrejas as riquezas da graça do Espírito. E sob a influência do Espírito, palavras de
penitência e confissão misturavam-se com cânticos de louvor por pecados perdoados. Eram
ouvidas palavras de gratidão e de profecia. Todo o Céu se inclinou na contemplação da
sabedoria do incomparável e incompreensível amor. Absortos em admiração, os apóstolos
exclamaram: ‘Nisto está a caridade!’ Eles se apossaram do dom que lhes era repartido. E que
se seguiu? A espada do Espírito, de novo afiada com poder e banhada nos relâmpagos do Céu,
abriu caminho através da incredulidade. Milhares se converteram num dia.

“‘Digo-vos a verdade, que convém que Eu vá’ disse Cristo a Seus discípulos, ‘porque, se
Eu não for, o Consolador não virá a vós; mas se Eu for, enviar-vo-lo-ei.’ ‘Mas quando vier
aquele Espírito de verdade, eles vos guiará em toda a verdade; porque não falará de Si
mesmo, mas dirá tudo que o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há vir.’ S. João 16:7 e 13.

“A ascensão de Cristo ao Céu foi, para seus seguidores, um sinal de que estavam para
receber a bênção prometida. Por ela deviam esperar antes de iniciarem a obra que lhes fora
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ordenada. Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus entronizado em meio a adoração do anjos.
Tão logo foi esta cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os
discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a
eternidade. O derramamento pentecostal foi uma comunicação do Céu de que a confirmação
do Redentor havia sido feita. De conformidade com Sua promessa, Jesus enviará do Céu o
Espírito Santo sobre os seus seguidores, em sinal de que ele, como sacerdote e rei, recebera
todo o poder do Céu e na Terra, tornando-se o ungindo sobre o seu povo.

“‘E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre
cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedida que falassem.’ O Espírito Santo, assumindo a forma
de línguas de fogo, repousou sobre a assembléia. Esta era um emblema do Dom então
outorgado aos discípulos, o qual os capacitava a falar com influência línguas com as quais não
tinham nunca tomado contato. A aparência de fogo significava o zelo fervente com que os
apóstolos trabalhariam, e o poder que assistiria sua obra.

“E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que


estão debaixo do Céu.’ Durante a dispersão os judeus tinham sido espalhados por quase todas
as partes de mundo habitado, e em seu exílio tinham aprendido a falar várias línguas. Muitas
desses judeus estavam nessa ocasião em Jerusalém assistindo as festas religiosas que então se
realizavam. Cada língua conhecida estava por eles representada. Esta diversidade de línguas
teria sido um grande embaraço à proclamação do evangelho; Deus, portanto, de maneira
miraculosa, supriu a deficiência dos apóstolos. O Espírito Santo fez por eles o que não teriam
podido fazer por si mesmo em toda uma existência. Agora podiam proclamar as verdades do
evangelho em toda a parte, falando com perfeição a língua daqueles por quem trabalhavam.
Este miraculoso dom era para o mundo uma forte evidência de que o trabalho deles levava o
sinete do Céu. Daí por diante a linguagem dos discípulos era pura, simples e acurada,
falassem eles no idioma materno ou numa língua estrangeira.

“‘E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa porque cada um os
ouvira falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos
outros: Pois quê não são galileus todos esses homens que estão falando? Como pois os
ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascido?’

“Os sacerdotes e príncipes estavam excessivamente enraivecidos ante essa manifestação


extraordinária, mas não ousavam demostrar sua má disposição, por temor de se exporem á
violência do povo. Tinham assassinado o Nazareno; mais eis que ali estavam os seu servos,
indoutos da Galiléia, contando em todas as línguas então faladas, a história de sua vida e
ministério. Os sacerdotes, resolvidos a atribuir o poder miraculoso dos discípulos a alguma
causa natural, declaram estarem eles embriagados por terem bebido demais do vinho novo
preparado para o banquete. Alguns dos mais ignorantes dentro o povo creram na acusação,
mas os mais inteligentes sabiam ser isto falso; e os que compreendiam as diferentes línguas
testificavam da correção com que eram usadas pelos os discípulos.

“Em resposta á acusação dos sacerdotes, Pedro mostrou que esta demonstração era um
direito de cumprimento da profecia de Joel, onde é predita a descida de tal poder sobre
homens a fim de habitá-los para uma obra especial. ‘Varões judeus, e todos os que habitais
em Jerusalém’, disse ele, ‘seja-vos isto notório, e escutais as minhas palavras. Estes homens
não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi
dito pela profecia Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito
INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 24
derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, e os vossos
mancebos terão visões, e os velhos sonharam sonhos; e também do Meu Espírito derramarei
sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão.’

“Com clareza o poder de Pedro testificou da morte e ressurreição de Cristo: ‘Varões


israelitas, escutais estas palavras: A Jesus de Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós
com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por Eles fez no meio de voz, como vós mesmo
bem sabeis; a Este ... crucificaste e mataste pelas mãos de injustos; ao qual Deus ressuscitou,
soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela.’

“Pedro não se referiu aos ensinos de Cristo a fim de justificar sua atitude, porque sabia
que o preconceito de seus ouvintes era tal que suas palavras sobre o assunto seriam de
nenhum efeito. Em vez disso falou de Davi, que era considerado pelos judeus com um dos
patriarcas da nação. ‘Porque’, declarou, ‘Dele disse Davi: Sempre vi diante de mim o Senhor,
porque está á minha direita, para que eu não seja comovido; por isso se alegrou o meu
coração, e a minha língua exultou; e ainda a minha carne há de repousar em esperança; pois
não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu santo veja a corrupção...

“‘Varões irmãos, seja-me lícito dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele
morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura.’ Ele ‘disse da ressurreição de
Cristo: que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. Deus
ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas.’

“É uma cena cheia de interesse. Eis o povo afluindo de todas as direções para ouvir os
discípulos testificarem da verdade como é em Jesus. Eles se acotovelam, lotando o templo.
Sacerdotes e príncipes estão presentes, fisionomias carregados de negra malignidade, o
coração ainda cheio de permanente ódio contra Cristo, as mãos maculadas com o sangue do
Redentor do mundo, sangue esse derramado quando o crucificaram. Pensavam encontrar os
apóstolos acovardados e temerosos sob a mão forte da opressão e assassínio, mas
encontraram-nos acima de todo o temor, cheios do Espírito, proclamando com poder a
divindade de Jesus de Nazaré. Ouvem-nos declarando com ousadia que aquele tão
recentemente humilhado, escarnecido, ferido por mãos cruéis e crucificado é o Príncipe da
vida, agora exaltado à mão direita de Deus.

“Alguns dos que ouviram os apóstolos tinham tomado parte ativa na condenação e morte
de Cristo. Suas vozes tinham-se misturado com a turba, pedindo sua crucificação. Quando
Jesus e Barrabás foram colocados perante eles no tribunal, e Pilatos perguntou: ‘Qual quereis
que vos solte?’ eles clamaram; ‘Este não, mas Barrabás.’ S. Mateus. 27:17; S. João 18:40.
Quando Pilatos lhes apresentou Cristo, dizendo: ‘Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu
nenhum crime acho nele’, ‘Estou inocente do sangue deste justo’, eles exclamaram: ‘O seu
sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.’ S. João 19:6; S. Mateus. 27:24 e 25.

“Agora eles ouviram os discípulos declararem que era o Filho de Deus que havia sido
crucificado. Sacerdotes príncipes tremeram. Um sentimento de convicção e angústia se
apoderou do povo. ‘E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a
Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?’ entre os ouvintes dos discípulos
haviam judeus devotos, sinceros em sua fé. O poder que acompanhou as palavras de Pedro
convenceu-os de que Jesus era de fato o Messias.

INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 25


“‘E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de voz seja batizado em nome de Jesus
Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos
diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe; a tantos quanto Deus nosso
senhor chamar.’

“Pedro deixou claro ao povo convicto o fato de que haviam rejeitado a Cristo por terem
sidos enganados pelos sacerdotes e príncipes, e que se eles continuassem a buscar conselho
desses homens, e esperassem para reconhecerem a Cristo em vez de ousar fazê-lo por si
mesmos, jamais o aceitaram. Esses homens poderosos, embora fazendo profissão de piedade,
eram ambiciosos de riquezas e glórias. Não desejavam vir a Cristo para receber
esclarecimento.

“Sob a influência desta iluminação, as passagens da Escritura que Cristo tinha explanado
aos discípulos apresentavam-se perante eles com o brilho da verdade perfeita. O véu que os
impedia de ver o fim do que fora abolido estava agora removido, e eles compreendida com
perfeita clareza o objetivo da missão de Cristo e a natureza do seu reino. Puderam falar com
poder a respeito do Salvador; e ao desdobrarem perante seus ouvintes o plano da salvação,
muitos ficavam convictos e vencidos. As tradições e superstições inculcadas pelos os
sacerdotes eram varridas de sua mente, e os mente, e os ensinos do Salvador aceitos.

“‘De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele
dia agregaram-se quase três mil almas.’

“Os líderes judeus tinham imaginado que a obra de Cristo terminaram com sua sorte;
mas em vez disto, testemunharam as maravilhosas cenas do dia do Pentecoste. Ouviam os
discípulos dotados de poder e energia até então desconhecidos pregando a Cristo, sua palavras
confirmadas por sinais e maravilhas. Em Jerusalém, o baluarte do judaísmo, milhares
declararam abertamente sua fé em Jesus de Nazaré como o Messias. Os discípulos
assombrados e sobremodo jubilosos com a abundante colheita de almas. Eles não
consideravam esta maravilhosa colheita como resultado de seus próprios esforços; sabiam que
estava entrando no trabalho de outros homens. Desde a queda de Adão, Cristo estivera
confiando a servos escolhidos a semente de sua palavra, para ser lançada nos corações
humanos. Durante sua vida na terra ele semeara a semente da verdade e regara-a com seu
sangue. As conversões havidas no dia do Pentecoste foram os resultados desta semeadura, a
colheita da obra de Cristo, revelando o poder de seus ensinos.

“Os argumentos dos apóstolos somente, conquanto convenientes e claros, não haveriam
removido o preconceito que resistira a tanta evidência. Mas o Espírito Santo com divino
poder convenceu os homens de sua terrível culpa em haverem rejeitado e crucificado o
Senhor da glória.

“Sob a influência dos ensinos de Cristo os discípulos tinham sido induzidos a sentir a
necessidade do Espírito. Mediante a instrução do Espírito receberam a habilitação final,
saindo no desempenho de sua vocação. Não mais eram ignorantes e iletrados. Haviam
deixado de ser um grupo de unidades independentes, ou elementos discordantes em conflito.
Sua esperança não mais repousava sobre a grandeza terrestre. Todos eram ‘unânimes’, e ‘era
um coração e a alma da multidão dos que criam’. Atos 2:46, 4:32. Cristo lhes enchia os
pensamentos; e visavam o avançamento de seu reino. Na mente e no caráter haviam-se
tornado semelhantes a seu Mestre, e os homens ‘tinham conhecimento que eles haviam estado
com Jesus’. Atos 4:13.
INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 26
“O Pentecoste trouxe-lhes uma iluminação celestial. as verdades que não puderam
compreender enquanto Cristo estava com eles, eram agora revelados. Com uma fé e certeza
que nunca antes conheceram, aceitaram os ensinamentos da Sagrada Palavra. Não mais lhe
era questão de fé, ser Cristo o Filho de Deus. Sabiam que, ainda que revestido da humanidade,
Ele era de fato o Messias, e contaram sua experiência ao mundo com uma confiança que
inspirava a convicção de que Deus estava com eles.

“Eles podiam falar no nome de Jesus com segurança; pois não era Ele seu amigo e Irmão
mais velho? Levados em íntima comunhão com Cristo, assentaram-se com Ele nos lugares
celestiais. Com que abrasante linguagem vestiam suas idéias quando testificavam dele! Seus
corações estavam sobrecarregados com benevolência tão ampla, tão profunda, de tão vasto
alcance, que foram impelidos a ir aos confins da Terra, testificando do poder de Cristo. Foram
cheios de um intenso desejo de levar avante a obra que Ele tinha iniciado. Sentiram a
enormidade de seu débito para com o Céu, e a responsabilidade de sua obra. Fortalecidos pela
concessão do Espírito Santo, saíram com zelo para estender os triunfos da cruz. O Espírito
animava-os, e falava por intermédio deles. A paz de Cristo brilhava em suas faces. Tinham-
lhe consagrado a vida para serviço, e seu próprio semblante evidenciava a entrega que haviam
feito.” - E. G. White, Atos dos Apóstolos, pp., 38-46, Casa Publicadora Brasileira, Sétima
Edição, 1994.

A CRUZ EXALTADA

“Viajando através da Síria e Silícia, onde fortaleciam as igrejas, Paulo e Silas alcançaram
por fim Derbe e Listra, a província de Licaônia. Foi em Listra que Paulo fora apedrejado, no
entanto vamos encontrá-lo de novo no cenário onde passara o perigo anterior. Ele estava
ansioso por ver como os que haviam aceito o evangelho por meio de seus esforços estavam
enfrentando o teste das provações. Não ficou desapontado; verificou que os crentes listrianos
tinham permanecido firmes em face de violenta oposição.

“Aqui Paulo tornou a encontrar Timóteo, que havia testemunhado seus sofrimentos ao
final de sua primeira visita a Listra, e em cuja mente a impressão então feita tinha-se
aprofundado com o passar do tempo, até que se convenceu de que era seu dever entregar-se
inteiramente à obra do ministério. Seu coração estava unido ao coração de Paulo, e ele ansiava
por compartilhar das atividades do apóstolo, ajudando na medida das oportunidades.

“Silas, companheiro de trabalho de Paulo, era um obreiro experimentado, dotado com o


Dom de profecia; mas a obra a ser feita era tão grande que foi necessário preparar mais
obreiros para o serviço ativo. Em Timóteo, Paulo viu alguém que apreciava a santidade da
obra de um ministro; que não se atemorizava ante a perspectiva de sofrimento e perseguição;
que estava pronto a ser ensinado. Todavia o apóstolo não se arriscou a tomar a
responsabilidade de exercitar Timóteo, jovem não provado, para o ministério evangélico, sem
primeiro certificar-se plenamente quanto a seu caráter e vida passada.

“O pai de Timóteo era, grego, e sua mãe judia. Desde criança ele conhecia as escrituras.
A piedade que ele presenciaria em sua vida doméstica era sã e sensata. A confiança de sua
mãe e de sua avó nos sagrados oráculos, lembravam-se continuamente as bênçãos que há
fazer a vontade de Deus. A palavra Deus era a regra pela qual essas duas piedosas mulheres
haviam guiado Timóteo. O poder espiritual das lições que delas recebera conservou-se puro

INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 27


na linguagem, e incontaminado pelas más influências de que se achava rodeado. Assim a
instrução recebida através do lar havia cooperado com Deus em prepará-la para assumir
responsabilidades.

“Paulo viu que Timóteo era fiel, firme e leal, e escolheu-o como companheiro de trabalho
e de viagem. Os que haviam ensinado Timóteo na infância foram recompensados ao vê-lo, o
filho de seu cuidado, ligado em íntima associação com o grande apóstolo. Timóteo era um
simples jovem quando foi escolhido por Deus para ser um ensinador; mas seus princípios
tinham sido tão estabelecidos por sua educação dos primeiros anos, que ele estava apto a
ocupar seu lugar como auxiliar de Paulo. E embora jovem, levou suas responsabilidades com
humildade cristã.

“Como medida acauteladora, Paulo aconselhou prudentemente a Timóteo a que se


circuncidasse – não que Deus o exigisse, mas a fim de tirar do espírito dos judeus aquilo que
poderia servir de objeção ao ministério de Timóteo. Em sua obra, Paulo devia viajar de cidade
em cidade, em muitas terras, e teria muitas vezes ocasião de pregar Cristo em sinagogas
judaicas, bem como outros lugares de reunião. Viesse a ser sabido que um de seus
companheiros de trabalho era incircunciso, e sua obra seria gradamente entravada pelo
preconceito e fanatismo dos judeus. Em toda parte encontrou o apóstolo determinada oposição
e severa perseguição. Ele desejava levar a seus irmãos judeus, bem como aos gentios, o
conhecimento do evangelho; e por essa razão buscava ele, tanto quanto estivesse em harmonia
com a fé, remover cada pretexto de oposição. E conquanto fizesse esta concessão ao
preconceito judaico, cria e ensinava nada ser a circuncisão ou incircuncisão, mas o evangelho
de Cristo – este era tudo.

“Paulo amava a Timóteo, seu ‘verdadeiro filho na fé’. I Tim. 1:2. O grande apóstolo
muitas vezes puxava pelo discípulo mais moço, interrogando-o acerca da história
escriturística; e enquanto viajavam de um lugar para outro, ensinava-lhe cuidadosamente a
maneira de trabalhar com êxito. Tanto Paulo como Silas, em todas as suas relações com
Timóteo, procuravam aprofundar a impressão que já se fizera em seu espírito quanto à
natureza sagrada e séria da obra do ministro evangélico.

“Em sua obra, Timóteo buscava de Paulo constantemente conselho e instrução. Não agia
por impulso, mas consideradamente e com calma reflexão, indagando a cada passo: É este o
caminho do Senhor? Nele encontrou o Espírito Santo quem poderia ser moldado e ajustado
como templo para a habilitação da divina Presença.

“Quando as lições da Bíblia são aplicadas na vida diária, exercem elas profunda e
duradoura influência sobre o caráter. Timóteo aprendeu a praticou essas lições. Não tinha ele
talentos particularmente brilhantes; mas sua obra era valiosa porque ele usava no serviço do
Mestre as habilidades que Deus lhe dera. Seu conhecimento da piedade prática distinguia-o
dos outros crentes, e dava-lhes influência.

“Os que trabalham pelas almas têm de alcançar um conhecimento mais profundo, mais
amplo e mais claro de Deus do que pode ser obtido pelo esforço ordinário. Têm de aplicar
todas as suas energias na obra do Mestre. Estão empenhados em alta e santa vocação, e se
quiserem ganhar almas como recompensa, precisam apegar-se firmemente a Deus, recebendo
diariamente poder e graça da Fonte de toda a bênção. ‘Porque a graça de Deus se há
manifestado, trazendo salvação a todos os homens, ensinado-nos que, renunciando à
impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e
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piamente. Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande
Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a
iniqüidade, e purificar para si um povo especial, zeloso de obras.’ Tito 2:11-14.

“Antes de iniciarem a penetração de novo território, Paulo e seus companheiros visitaram


as igrejas que haviam sido estabelecidas na Pisídia e arredores. ‘E, quando iam passando pelas
cidades, lhe entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos
pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e
cada dia cresciam em número.’

“O apóstolo Paulo sentia profunda responsabilidade por essas pessoas convertidas sob seu
trabalho. Acima de tudo, ansiava que permanecessem fiéis, ‘para que no dia Cristo’, disse ele,
‘possa gloriar-se de não Ter corrido nem trabalho em vão’. Filip. 2:16. Ele estremecia pelo
resultado ministério. Sentia que mesmo sua própria salvação estaria em perigo se falhasse em
cumprir seu dever, e se a igreja fracassasse em cooperar com ele na obra de salvar almas.
Sabia que apenas a pregação não bastava para educar os crentes para expor a palavra da vida.
Sabia, que mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali,
eles precisavam ser ensinados a fazer progresso na obra de Cristo.

“É primeiro universal que sempre que alguém se recusa a usar as faculdades que Deus lhe
deu, essas faculdades se debilitam e morrem. A verdade que não é vivida, que não é repartida,
perder seu poder de comunicar vida, sua virtude salutar. Esta a razão por que temia não ser
capaz de apresentar todo homem perfeito em Cristo. A esperança de Paulo em relação ao Céu
diminuía quando ele considerava alguma falha de sua parte que pudesse resultar em estar ele
dando a à igreja um modelo humano em lugar do divino. Seu reconhecimento, eloqüente,
milagres, sua visão das cenas eternas quando levado ao terceiro Céu – tudo isto perderia o
valor se, por infidelidade em seu trabalho, aqueles por quem ele trabalhou viessem a decair da
graça de Deus. Assim, de viva voz e por carta, insistava ele como todos os que haviam
aceitando a Cristo, para que prosseguirem no caminho que haveria de capacitá-los e se
tornarem ‘irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração
corrompida e perversa, ... como astros no mundo; retendo a palavra da vida’. Filip. 2:15 e 16.

“Todo o verdadeiro ministro sente pesada responsabilidade pelo progresso espiritual dos
crentes entregues a seu cuidado, um profundo desejo de que sejam cooperadores de Deus, ele
sente que da fiel execução da tarefa que Deus lhe entregou depende, em grande medida, o
bem-estar da igreja. Fervorosa e incansavelmente busca inspirar os crentes com o desejo de
salvar almas para Cristo, lembrando-se de que cada acréscimo à igreja representa mais um
instrumento para dar a conhecer o plano de redenção.

“Havendo visitado as igrejas da Pisídia e regiões circunvizinhas, Paulo e Silas, juntamente


com Timóteo, deram-se pressa em passar ‘pela Frígia e pela a província da Galácia’, onde
com grande poder proclamaram as alegres novas da salvação. Os gálatas eram dados á
adoração de ídolos, mas como os apóstolos lhe pregassem, rejubilaram-se na mensagem que
prometia libertação do cativeiro do pecado. Paulo e seus cooperadores proclamaram a
doutrina a justificação pela fé no sacrifício expiatório de Cristo. Apresentaram a Cristo como
sendo Aquele que, vendo o estado desesperado da raça caída, veio para redimir a homens e
mulheres mediante uma vida de obediência à lei de Deus, e o pagamento da penalidade da
desobediência. E à luz do madeiro, muitos que nunca dantes haviam conhecido o verdadeiro
Deus, começaram a compreender a magnitude do amor do Pai.

INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 29


“Assim foram os gálatas ensinados no que respeita às verdades fundamentais concernentes
a ‘Deus Pai’ e a ‘Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se deu a si mesmo por nossos pecados,
para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso pai’. ‘Pela pregação
da fé’, receberam o Espírito de Deus, e tornaram-se ‘filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.’
Gál. 1:3 e 4; 3:2 e 26.

“A maneira como Paulo viveu entre os gálatas foi tal que ele pôde afirmar mas tarde:
‘Rogo-vos que sejais como eu.’ Gál. 4:12. Seus lábios tinham sidos tocados com a brasa viva
do altar, e ele foi habilitado a sobrepor-se às fraquezas do corpo e a apresentar a Jesus como a
única esperança do pecador. Os que o ouviam sabiam que ele havia estado com Jesus.
Assistido com o poder do alto, estava capacitado a comparar as coisas espirituais com as
espirituais e a demolir as fortalezas de Satanás. Corações eram quebrantados ao apresentar ele
o amor de Deus como revelado no sacrifício de seu único Filho, e muitos eram levados a
perguntar: Que devo fazer para salvar-se?

“Este método de apresentar o evangelho caracterizou o trabalho do apóstolo através de seu


ministério entre os gentios. Conservara sempre diante deles a cruz do calvário. ‘Não nos
pregamos a nós mesmos’, declarou ele depois de anos em sua experiência, ‘mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmo somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus, que disse
que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.’ II Cor. 4:5 e 6.

“Os consagrados mensageiros que nos primeiros dias do cristianismo levaram as alegres
novas da salvação a um mundo a perecer, não permitiam que pensamentos de exaltação
própria viessem empanar sua apresentação de Cristo, e Este crucificado. Não cobiçavam nem
autoridade nem preeminência. Ocultando-se no Salvador, exaltavam o grande plano da
salvação e a vida de Cristo, o Autor e Consumador deste plano. Cristo, o mesmo ontem, hoje
e eternamente, era o seu insistente ensino.

“Se os que hoje estão ensinando a Palavra de Deus, exaltassem a cruz de Cristo mais e
mais, haveria muito maior sucesso em seu ministério. Se os pecadores forem levados a
contemplar com fervor a cruz, se alcançarem a visão ampla do Salvador crucificado,
reconheceram a profunda da compaixão de Deus e a malignidade do pecado.

“A morte de Cristo prova o grande amor de Deus pelo homem. É o penhor de nossa
salvação. Remover do cristianismo a cruz, seria como apagar do céu o Sol. A cruz nos
aproxima de Deus, reconciliado-os com Ele. Com a enternecedora compaixão do amor de um
pai, Jeová considera o sofrimento que Seu filho teve de suportar para salvar a raça da morte
eterna, e nos recebe no Amado. Sem a cruz não teria homem nenhuma união com o Pai. Dela
depende toda a nossa esperança. Daí brilha a luz do amor do Salvador; e quando ao pé da cruz
o pecador contempla aquele que morreu para salvá-lo, pode rejubilar-se com grande alegria,
pois pecados estão perdoados. Ao ajoelhar-se em fé junto á cruz, alcançou ele o mais alto
lugar que o homem pode atingir.

“Por intermédio da cruz aprendemos que o Pai celestial nos ama com amor infinito.
Podemos admirar-nos de haver Paulo exclamando: ‘Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser
na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo?’ Gál. 6:14. É nosso privilégio também nos gloriar na
cruz, nosso privilégio dar-nos inteiramente a Ele, como Ele Se deu por nós. Então, com a luz
que jorra do Calvário a brilhar em nossa face, podemos sair para revelar esta luz aos que estão
em trevas.” – Ibid., pp., 202-210.
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A IGREJA TRIUNFANTE

“Mais de dezenove séculos são passados desde que os apóstolos descansaram de seus
labores; a história de suas lides e sacrifícios por amor de Cristo, porém, encontra-se ainda
entre os mais preciosos tesouros da igreja. Essa história, escrita sob a inspiração do Espírito
Santo, foi registrada a fim de que, por seu intermédio, os seguidores de Cristo pudessem, em
todos os séculos, ser estimulado a maior fervor e zelo na causa do Salvador.

“A comissão dada por Cristo aos discípulos foi cumprida. Ao saírem esses mensageiros da
cruz a proclamar o evangelho, houve tal revelação da glória de Deus como nunca antes fora
testemunhada pelos mortais. Mediante a cooperação do Espírito divino, os apóstolos fizeram
uma obra que abalou o mundo. O evangelho foi levado a todas as nações numa única geração.

“Gloriosos foram os resultados que acompanharam o ministério dos apóstolos escolhidos


de Cristo. No começo do seu ministério, alguns deles eram homens sem instrução, mas sua
consagração à causa de seu Mestre era sem reservas, e, ensinados por Ele, alcançaram o
preparo necessário para a grande obra que lhes foi confiada. Graça e verdade reinavam em seu
coração, inspirando-lhes os motivos e regendo-lhes os atos. Traziam a vida escondida com
Cristo em Deus, e o próprio eu perdeu de vista, submergindo nas profundezas do infinito
amor.

“Os discípulos eram homens que sabiam falar e orar com sinceridade, homens que sabiam
apropriar-se do poder do Forte Israel. Quão intimamente se achegaram a Deus e ligaram sua
honra pessoal à honra do trono do Senhor! Jeová era seu Deus, e sua honra a deles própria. A
verdade dele era a sua verdade. Qualquer ataque ao evangelho era como se os golpeassem
profundamente na própria alma, e combatiam pela causa de Cristo com todas as energias de
seu ser. Podiam expor as palavras da vida, pois haviam recebido a celeste unção. Esperavam
muito, e portanto muito empreendiam. Cristo se lhes havia revelado, e nele tinham os olhos à
espera de direção. Sua compreensão da verdade e sua resistência em face da oposição eram
proporcionais à conformidade que tinham com a vontade de Deus. Jesus Cristo, poder e
sabedoria de Deus, era o tema de todos os seus discursos. Seu nome – o único nome abaixo do
céu dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos – era exaltado por eles. Ao
proclamarem a plenitude de Cristo, o Salvador ressuscitando, suas palavras tocavam os
corações, e homens e mulheres eram ganhos para o evangelho. Multidões que haviam,
injuriado o nome do Salvador e desprezado seu poder, confessavam-se agora os discípulos do
Crucificado.

“Não foi com o seu próprio poder que os apóstolos cumpriram sua missão, mas no poder
do Deus vivo. Sua obra não era fácil. Os trabalhos iniciais da igreja cristã foram cercados de
dificuldades e amarga aflição. Em sua obra os discípulos encontravam constantes privações,
calúnias e perseguições; mas não reputavam sua vida por preciosa, e regozijam-se em ser
chamados a sofrer perseguição por Cristo. A irresolução, a indecisão, a franqueza de
propósitos, não encontravam lugar em seus esforços. Estavam prontos para gastar e se
deixarem gastar. A consciência da responsabilidade que repousava sobre eles, enriquecia-lhes
a vida cristã; e a graça celeste revelava-se nas conquistas que faziam para Cristo. Com a
forma de onipotência, Deus operava por meio deles para tornar o evangelho triunfante.”

“Nas pedreiras do mundo judeu e do mundo pagão os apóstolos trabalhavam, trazendo


pedras para colocar sobre o fundamento. Em sua carta aos crentes de Éfeso, Paulo disse:
“Assim que já não sóis estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da
INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 31
família de Deus; edificadores sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus
Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para o
templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus
em Espírito.” Efés. 2:19-22.

“E aos coríntios ele escreve: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como
sábio arquiteto , o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica
sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é
Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, ferro, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a
declarará, porque pelo fogo será descoberta, e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I
Cor. 3:10-13.

“Os apóstolos edificaram sobre um firme fundamento, sobre a própria Rocha dos Séculos.
Para este fundamento trouxeram eles as pedras tiradas das pedreiras do mundo. Não foi
empecilhos que os edificadores trabalharam. Sua obra excessivamente dificultada pela
oposição dos inimigos de Cristo. Tiveram que lutar contra o fanatismo, o preconceito, o ódio
dos que estavam a construir sobre o falso fundamento. Muitos que trabalhavam como
construtores de igreja poderiam comparados aos construtores do muro, nos tempos de
Neemias, dos quais é dito: ‘Os que edificavam o muro, e os que traziam as cargas, e os que
carregavam, cada um, com uma mão fazia a obra e na outra tinha armas’. Neem. 4:17.

“Reis e governantes, sacerdotes e príncipes procuraram destruir o templo de Deus. Mas


em face de prisões, tortura e morte, os fiéis prosseguiram na obra; e a estrutura cresceu bela e
simétrica. Algumas vezes foram os obreiros quase cegados pelas névoas da superstição que
baixavam sobre eles. Às vezes quase se apoderava deles a violência de seu oponentes. Mas
com inabalável fé e inquebrável coragem levaram avante a obra.

“Um a um, os principais construtores caíram às mãos do inimigo. Estêvão foi apedrejado;
Tiago morto a espada; Paulo foi decapitado; Pedro crucificado; João exilado. Contudo a igreja
cresceu. Novos obreiros tomaram o lugar daqueles que caíram, e pedra sobre pedra foi
acrescentada ao edifício. Assim se ergueu lentamente o templo da igreja de Deus.

“Séculos de feroz perseguição se seguiram ao estabelecimento da igreja cristã, mas nunca


faltaram homens que tomassem a construção do templo divino como mais cara do que a sua
própria vida. De tais pessoas está escrito: “E outros experimentaram escárnios e açoites, e até
cadeias e prisões. Foram apedrejados, cerrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram
vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da Terra.
Heb. 11:36-38.

“O inimigo da justiça nada deixou por fazer em seu esforço para deter a obra confiada aos
edificadores do Senhor. Mas Deus ‘não se deixou a si mesmo sem testemunho’. Atos 14:17.
Levantaram-se obreiros que com aptidão defenderam a fé uma vez entregues aos santos. A
história dá testemunho da fortaleza e heroísmo desses homens. Como os apóstolos, muitos
deles tombaram em seus postos, mas a construção do templo avançou firmemente. Os
obreiros foram mortos, mas a obra prosseguiu. Aos Valdenses, João Wycliffe, Huss e
Jerônimo, Martinho Lutero e Zwínglio, Cranmer, Latimer e Knox, os huguenotes, João e
Carlos Wesley, e uma hoste de outros, contribuíram para o fundamento com material que
permanecerá por toda a eternidade. E em anos posteriores os que tão nobremente têm
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procurado promover a disseminação da palavra de Deus, e por seu serviço em terras pagãs
têm preparado o caminho para a proclamação da última grande mensagem – também esses
têm estado a ajudar na estrutura.

“Através de todos os séculos que se passaram desde os dias dos apóstolos, a construção do
templo de Deus jamais cessou. Podemos olhar para os séculos que estão para trás, e veremos
as pedras vivas de que é composto, fulgurantes com jatos de luz em meio às trevas do erro e
da superstição. Através da eternidade as jóias preciosas brilharão com o brilho sempre maior,
testificando do poder da verdade de Deus. O foco de luz dessas pedras polidas revela o forte
contraste entre a luz e as trevas, entre o ouro da verdade e a escória do erro.

“Paulo e outros apóstolos, e todos os justos que viveram depois deles, fizeram sua parte na
edificação do templo. Mas a estrutura ainda não está completa. Nós que vivemos neste tempo
temos um trabalho a fazer, uma parte a cumprir. Devemos levar para o fundamento material
que resista à prova do fogo – ouro, prata, e pedras preciosas ‘lavradas, como colunas de um
palácio’. Sal. 144:12. Aos que assim edificam a Deus, dirige Paulo as palavras de animação e
advertências: ‘Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá o
galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será alvo, todavia
como pelo fogo.’ I Cor. 3:14 e 15. O cristão que fielmente apresenta a palavra da vida,
encaminhando homens e mulheres às veredas da santidade e da paz, está levando para o
fundamento material resistente, e no reino de Deus será honrado como edificador sábio.

“Está escrito acerca dos apóstolos: ‘E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes,
cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram.’ S.
Mar. 16:20. Como Cristo enviou seus discípulos, assim envia ele hoje os membros de sua
igreja. Está-lhes reservado o mesmo poder que os apóstolos possuíram. Se fizerem de Deus
sua força, ele cooperará com eles, e não hão de trabalhar em vão. Compreendam que a obra
em que se acham empenhados tem sobre si impresso o sinete de Deus. O Senhor disse a
Jeremias: ‘Não digas: eu sou uma criança; porque onde quer que eu te enviar, irás; e tudo
quanto de mandar dirás. Não temas diante deles; porque eu sou contigo para te livrar, diz o
Senhor.’ Então o Senhor estendeu a mão e tocou nos lábios de seu servo, dizendo: ‘Eis que
ponho as minhas palavras na tua boca.’ Jer. 1:7-9. E ele nos ordena que vamos e falemos as
palavras que nos dá, sentido seu santo contato em nosso lábios.

“Cristo confiou à igreja um sagrado encargo. Cada membro deve ser um conduto através
do qual Deus possa comunicar ao mundo os tesouros de sua graça, as insondáveis riquezas de
Cristo. Não há nada que o Salvador deseje tanto como agentes que representem ao mundo seu
espírito e seu caráter. Nada existe que o mundo necessite mais do que a manifestação do amor
do Salvador através da humanidade. Todo o Céu está à espera de homens e mulheres por cujo
intermédio posa Deus revelar o poder do cristianismo.

“A igreja é o instrumento de Deus para a proclamação da verdade, por ele dotada de poder
para fazer uma obra especial; e se ela for leal ao Senhor, obediente a todos os seus
mandamentos, nela habitará a excelência da graça divina. Ser for fiel a sua missão, se honrar
ao Senhor Deus de Israel, não haverá poder capaz de a ela se opor.

“O zelo em favor de Deus e sua causa impulsionou os discípulos a dar testemunho do


evangelho com grande poder. Não deveria um zelo tal inflamar nosso coração com a
determinação de contar história do amor redentor de Cristo a este crucificado? É o privilégio
de todo cristão não somente aguardar, mas apressar a vinda do Salvador.
INSTITUTO BETEL DE TEOLOGIA 33
“Se a igreja se revestir do manto da justiça de Cristo, deixando qualquer aliança com o
mundo, raiará para ela o amanhecer de um dia brilhante e glorioso. As promessas de Deus a
ela feitas serão sempre firmes. Ele fará dela uma excelência eterna, um gozo de muitas
gerações. A verdade passando de largo aqueles que a desprezam e rejeitam, triunfará.
Conquanto às vezes pareça haver retardado, seu progresso nunca foi impedido. Quando a
mensagem de Deus se defronta com a oposição, ele lhe concede força adicional, para que ela
exerça maior influência. Dotada de energia divina, abrirá caminho através das mais fortes
barreiras e triunfará sobre todos os obstáculos.

“Que susteve o filho de Deus durante sua vida de trabalho e sacrifício? Ele viu os
resultados do trabalho de sua alma, e ficou satisfeito. Olhando para dentro da eternidade,
contemplou a felicidade dos que receberam por intermédio de sua humilhação, perdão e vida
eterna. Seus ouvidos perceberam os hosanas dos remidos. Ouviu-os entoando o cântico de
Moisés e do Cordeiro.

“Podemos ter uma visão do futuro, da felicidade no Céu. Na Bíblia estão reveladas visões
da glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus, e que são uma preciosidade para sua igreja.
Pela fé podemos chegar até o limiar da cidade eterna e ouvir as afáveis boas-vindas dadas aos
que, nesta vida, cooperam com Cristo, considerando uma honra sofrer por sua causa. Ao
serem pronunciadas as palavras: ‘Vinde, benditos de meu pai’, eles lançam suas coroas aos
pés do redentor, exclamando: ‘Digno é o cordeiro que foi morto, de receber o poder, e
riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graça ... E ao que está assentado
sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para
sempre.’ S. Mat. 25:34; Apoc. 5:12 e 13.

“Lá os remidos saudarão os que os conduziram ao Salvador, e todos se unirão no louvor


àquele que morreu para que os seres humanos pudessem ter a vida que se mede com a vida de
Deus. O conflito está terminado. As tribulações e lutas chegaram ao fim. Cânticos de vitória
enchem todo o céu, enquanto os resgatados entoam a jubilosa melodia: Digno, digno é o
cordeiro que foi morto, e vive outra vez, triunfante conquistador.

“‘Depois destas coisas olhei, e eis que uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o cordeiro,
trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo:
Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.’ Apoc. 7:9 e 10

‘“Estes são os que vieram de grande tribulação, e lançaram os seus vestidos e os


branquearam no sangue do cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia
e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua
sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma caíra
sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia
para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.’ ‘E não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
Apoc. 7:14-17; 21:4.’” – Ibid., pp. 593-602.

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AVALIAÇÃO DE TEX. SAGR. VII – LIVRO HIST. (NT) MÓD. 16-A
Aluno(a):
Cidade: UF:
Data: Matricula:

01. Marque um X nas questões certas.


a) ( ) O Pentecostes era considerada pelos israelitas, a terceira maior festa, depois do natal e
da páscoa.
b) ( ) Segundo o Dicionário Aurélio o Pentencostes é uma ocasião essencial para se efetuar
batismos.
c) ( ) “Pentecostes”, do grego Pentenkosté, significa teologicamente qüinquagésimo.
d. ( ) Para os israelitas um dos objetivos do pentecostes era comemorar o fato da lei ter sido
dada, no 50º dia após a saída do Egito.

02. Relacione abaixo cinco atividades do Espírito Santo na experiência humana e cite os
textos bíblicos:
a) ________________________________________________________________
b) ________________________________________________________________
c) ________________________________________________________________
d) ________________________________________________________________
e) ________________________________________________________________

03. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, ligando o personagem ao texto que o
identifica como militar cristão:
01. Paulo ( ) Efésios 6.11
02. Arquipo ( ) Filemom 2
03. Todos ( ) Filipenses 2.25
04. Epafrodito ( ) II Timóteo 2.3

04. Descreva abaixo em suas palavras, a posição dos judeus no pentecostes:


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

05. Das questões abaixo só uma é correta, descubra qual.


* Antes de sua conversão ao cristianismo S. Paulo era membro de um partido de onde
tinha autoridade para perseguir e matar os cristãos.
a) ( ) O partido de Yahweh
b) ( ) O partido do Talmude
c) ( ) O partido do Didaquê
d) ( ) O partido dos fariseus
e) ( ) O Partido da LXX

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06. O território da Galácia passou para a mão dos romanos no ano 25 a.C. Marque um X nas
cidades que não pertencem a Galácia.
a) ( ) Antioquia
b) ( ) Jerusalém
c) ( ) Cessaria
d) ( ) Icônio
e) ( ) Derbe
f) ( ) Samaria
g) ( ) Listra

07. Geograficamente onde ficava a cidade de Éfeso e como era esse centro urbano?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

08. Marque a alternativa certa.


 Podemos dizer que de Corinto São Paulo escreveu os seguintes livros:
a) ( ) Filipenses, Colossenses e Romanos
b) ( ) Romanos, Filipenses e Gálatas
c) ( ) Gálatas, Romanos e as duas cartas aos tessalonicenses
d) ( ) As duas cartas aos tessalonicenses de Romanos
c) ( ) Nenhuma das questões acima estão corretas

09. As questões abaixo foram extraídas das viagens missionárias de Paulo. Faça um X na
questão que estiver errada:
a) ( ) De acordo com Atos 14.8,19. São Paulo foi apedrejado em Listra por judeus vindo de
Antioquia e de Icônio que convenceram a multidão e depois arrastaram o apóstolo para fora
da cidade pensando que estava morto,
b) ( ) Saulo teve seu nome trocado para Paulo em Pafos no Chipre. (I Cor. !3.9,13).
c) ( ) A primeira cidade da Europa onde o cristianismo penetrou foi Corinto, onde
Sóstenes foi espancado.
d) ( ) Foi em Trôade que um jovem dormiu devido o intenso discurso de S. Paulo caiu da
janela, morreu e com um abraço do apóstolo foi ressuscitado.

OBS: As respostas daqui para frente deverão ser extraídas do anexo.

10. O tema do livro de Atos está resumido em:


a) ( ) Atos 1.8
b) ( ) Lucas 1.1
c) ( ) Atos 1.1
d) ( ) Nenhuma das respostas acima está correta.

11. Em quantas partes o livro pode ser dividido e quais são elas?

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12. Cite cinco acontecimentos preliminares que levaram as missões por todo mundo:
1-_________________________________________________________________
2 -_________________________________________________________________
3 - ________________________________________________________________
4 - ________________________________________________________________
5 - ________________________________________________________________

13 . O que você pode dizer sobre o autor de Atos?

14. Qual era o grande centro da igreja gentílica?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

15. No Pentecostes descrito em Atos 2, os discípulos falaram vários idiomas. De quem são as
palavras a seguir:
“Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre
vós com maravilhas... a Este... crucificaste e mataste...”
a) ( ) Davi
b) ( ) São Pedro
c) ( ) São Paulo
d) ( ) Barbante
e) ( ) Silas

16. Sobre o Pentecostes é errado afirmar que:


a) ( ) O Espírito veio sobre os discípulos, que expectantes oravam, com uma plenitude que
alcançou cada coração.
b) ( ) Os sacerdotes e príncipes estavam excessivamente enraivecidos ante essa
manifestação extraordinária.
c) ( ) No dia de pentecostes foram batizadas três mil almas.
d) ( ) Só a letra c está errada.

17. Por que Paulo escolheu Timóteo como companheiro de trabalho e de viagem e como o
próprio Paulo o considerava?
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

18. De acordo com a página 17 do anexo, escreva com suas palavras no mínimo de cinco
linhas sobre a cruz, o sofrimento de Cristo e a esperança do cristão.

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19. Coloque V para verdadeiro e F para falso. Baseados nas páginas 19 e 20 do anexo
podemos afirmar que:
a) ( ) São Paulo diz no livro de Efésios que Cristo é a principal pedra.
b) ( ) Cristo é o fundamento da obra do arquiteto.
c) ( ) Os apóstolos trouxeram pedras (símbolos dos que se converteram ao cristianismo),
tiradas das pedreiras do mundo.
d) ( ) Muitos obreiros já foram mortos, mas a obra do cristianismo continua, todos
contribuindo com habilidades exclusivamente materiais.

20. Das afirmações sobre o céu, marque a que mais lhe tocou como ser humano e explique
porque:
a) ( ) Na Bíblia estão reveladas visões da glória futura, cenas pintadas pela mão de Deus.
b) ( ) Lá os remidos saudarão os que os conduziram ao Salvador.
c) ( ) Os salvos estarão vestidos de roupa totalmente brancas e terão palmas nas mãos.
d) ( ) Os salvos nunca mais terão fome nunca mais terão sede, porque o Cordeiro lhes
servirá de guia para as fontes de água da vida.
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