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A IGREJA

“Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e


todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é
Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito,
formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos,
quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque
também o corpo não é um só membro, mas muitos”
1 Coríntios 12:12-14.

I – INTRODUÇÃO
Eclesiologia é a matéria teológica que estuda a Igreja.
A Igreja refere-se às todas pessoas que pertencem ao Senhor, aquelas que
foram compradas pelo sangue de Cristo.
Em Mateus 16:18, vemos que Jesus Cristo é o Cabeça da Igreja, todos os que
estão unidos a Ele estão sendo alimentados por meio d’Ele que governa a
Igreja. Jesus é o Senhor da Igreja; e a Igreja deve ser guiada e controlada por
Suas direções. Jesus está reunindo à porta do mundo aqueles que se submetem
a Ele para fazerem e cumprirem o Seu propósito. São os crentes que cuidam
da causa de Cristo e influenciam as outras pessoas desta Terra.
A Igreja é uma só. Embora existam várias denominações, os eleitos são unidos
por um só Senhor, uma só fé e um só batismo. A Igreja é santa porque é
santificada por Deus e habitada no sentido em que seus membros estão
espalhados por toda a terra, incluindo pessoas de todas as nações. A Igreja é
apostólica no sentido em que o ensino dos apóstolos, com o contido na
Sagradas Escrituras, é o fundamento da Igreja e a autoridade pela qual é
governada.

II – NATUREZA E DEFINIÇÃO DA IGREJA


No grego a palavra “ekklesia” significa “chamados para fora, assembléia”,
representa o povo de Deus em Cristo que se reúne, com o propósito de adorar
a Deus.
É tarefa e privilégio de cada cristão viver unido à Igreja de Cristo. É nossa
responsabilidade não negligenciar a assembleia dos santos quando se reúnem
em culto, viver sob a liderança e a disciplina da igreja e estar ativamente
envolvidos como testemunhas em sua missão.
Não havia Igreja até a morte de Cristo, até a ressurreição, até a ascensão e até
a descida do Espírito Santo. A Igreja começou no dia de Pentecostes.
A Igreja verdadeira, Universal, não é o produto do esforço humano. Não é
“organizada”, mas “gerada”. O novo nascimento, portanto, é a primeira

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condição para a formação da Igreja. O Senhor é que edifica a Igreja. É Ele
quem acrescenta à Igreja os novos membros (Atos 2:47, 5:14).
A Igreja é apresentada como o povo de Deus (1 Coríntios 1:2, 10:32; 1 Pedro
2:4-10). Um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hebreus 13:12-
14), cujo dever é viver uma comunhão real e pessoal com Deus (1 Pedro 2:5).
A Igreja é o Templo de Deus e do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16; 1 Pedro
2:4-10).
O fundamento da Igreja é Cristo (1 Coríntios 3:11).
A Igreja é a reunião de crentes. A palavra reunião anula alguns conceitos
errados de Igreja:
a. Igreja não é prédio, nem templo;
b. Igreja não é denominação;
c. Igreja não é individualista – anula qualquer conceito de isolamento, pois
é um grupo de pelo menos dois. Portanto. Um indivíduo não é uma Igreja.
A Igreja como reunião exige três compromissos:
a. Um compromisso coletivo com a Pessoa de Cristo – forma um Corpo
onde Jesus é o Cabeça. Um grupo de pessoas que se colocam debaixo do
senhorio de Cristo;
b. Um compromisso de interdependência com o Corpo de Cristo. A Igreja
é um grupo de pessoas que dependem uns dos outros. Cada um é guardador de
seu irmão. Ninguém vai à Igreja somente ou apenas para dar alguma coisa
para Jesus, mas também para dar aos outros;
c. Um compromisso coletivo com o conjunto de ordens de Jesus Cristo.
A Igreja como Corpo de Cristo é indivisível:
a. Na sua composição final, nada pode afetar a Igreja universal – Corpo
que ultrapassa as duas barreiras: tempo e espaço. Ninguém pode colocar ou
tirar alguém do Corpo de Cristo, pois é obra unicamente de Deus;
b. Só podemos justificar nossa retirada de um determinado grupo de
crentes (local ou denominacional), quando o mesmo impede a enunciação e
ou prática de nossas convicções, ficando evidente que não podemos mais
contribuir para a edificação deles;
c. As denominações existem para concentrar forças – para preservação de
doutrinas características; para agrupamento dos que concordam em pontos
básicos e secundários; e para a identificação com grupos étnicos, sociais, e
psicológicos de tendências semelhantes.
Atenção: Devemos preservar o que é certo, reformar o que é errado e
acrescentar algo novo.

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III – PROPÓSITO DA IGREJA
A Igreja foi concebida por Jesus (Mateus 16:18); formada pelo Espírito Santo
(Atos 2); e nascida como Corpo (Atos 5:11). A partir daí, foi que a Igreja
cumpriu todos os requisitos devidos a uma Igreja, ou seja:
a. Um grupo de pessoas salvas comprometido a alcançar o mundo com o
Evangelho de Cristo;
b. Um grupo de pessoas salvas comprometido a observar as ordenanças
deixadas por Jesus – batismo e ceia;
c. Um grupo de pessoas salvas comprometido a praticar a comunhão
(Hebreus 12:5-11).
Quando um grupo de pessoas salvas por Cristo, preenchem estes requisitos,
então é uma Igreja.
 Ela é o corpo de Cristo (1 Coríntios 6:15-16)
 Ela é uma comunhão espiritual (2 Coríntios 13:14)
 Ela é um ministério espiritual (Romanos 12:6; Efésios 4:11)
 Ela é a coluna e o fundamento da verdade (1 Timóteo 3:15)
 Ela é possuidora de uma esperança futura (João 14:3)
 Glorificar a Deus (Romanos 15:6-9; Efésios 1:5,6,12)
 Edificar-se a si mesmo (Efésios 4:11-16)
 Purificar-se a si mesmo (Efésios 5:26-27; 1 Coríntios 11:28-31)
 Evangelizar o mundo (Atos 1:8)
 Deter as forças do mal (Mateus 5:13-18; 2 Tessalonicenses 2:6-7)
 Brilhar no mundo (Mateus 5:13-18; Efésios 5:7-14)
Por seu testemunho, a Igreja torna conhecida as exigências divinas para o
homem, e sua necessidade de arrependimento.
A Igreja ocupa na história da humanidade um lugar todo especial:
a. A Igreja é o vértice do plano de Deus. É o propósito mais elevado de
Deus. É o meio pelo qual Deus fará convergir em Cristo todas as coisas,
portanto a Igreja é o ideal no plano de Deus (Efésios 1:22, 1:9-10);
b. A Igreja foi idealizada antes dos tempos eternos (1 Pedro 1:10-
12,19,20);
c. A Igreja foi tipificada no Antigo Testamento (Gálatas 3:6-9,29).
A Igreja é uma continuação por meio de uma nova fase da história redentiva
de Israel, a semente de Abraão, povo da aliança com Deus nos tempos do
Antigo Testamento. As diferenças entre a Igreja e Israel estão enraizadas na
novidade da aliança, pela qual Deus e seu povo estão ligados um ao outro. A
nova aliança sob a qual a Igreja vive (1 Coríntios 11:25; Hebreus 8:7-13) é
uma nova forma de relação mediante a qual Deus diz a uma comunidade
escolhida: ”Tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus” (Êxodo 6:7;

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Jeremias 31:33). Tanto a continuidade como a descontinuidade entre Israel e a
Igreja reflete esta mudança na forma da aliança, que teve lugar na vinda de
Cristo.
Podemos entender os propósitos da Igreja em termos de ministério para com
Deus, com os crentes e com o mundo:
 Para com Deus: Adoração – o propósito da Igreja é adorar a Deus
(Colossenses 3:16; Efésios 1:12). A adoração é em si mesma o
cumprimento do maior propósito da Igreja com referência ao Senhor
(Efésios 5:16-19);
 Para com os crentes: Fortalecimento – a Igreja tem por obrigação de
fortalecer os que já são crentes e edificá-los para chegarem à
maturidade da fé (Efésios 4:12,13; Colossenses 1:28);
 Para com o mundo: Evangelização e misericórdia – a obra
evangelística de declarar o Evangelho é o ministério primário que a
Igreja tem para com o mundo (Mateus 28:19); todavia, um ministério
de misericórdia deve vir acompanhando o ministério de evangelização,
um ministério que inclua a preocupação com os pobres e necessitados,
em nome do Senhor (Atos 11:29; 2 Coríntios 8:4; 1 João 3:17; Lucas
6:35,36).

IV – CARACTERÍSTICAS DA IGREJA
As características da Igreja na Nova Aliança são superiores:
 Primeiro, os sacerdotes, os sacrifícios e o santuário do Antigo
Testamento são substituídos pela mediação de Jesus, o Deus-homem
crucificado, ressurgido e reinante (Hebreus 1 ao 10), em quem o crentes
encontram agora sua identidade como semente de Abraão e povo de
Deus (Gálatas 3:29; 1 Pedro 2:4-10);
 Segundo, o exclusivismo étnico da velha aliança (Deuteronômio 7:6;
Salmo 147:19,20) é substituído pela inclusão em Cristo, em termos
iguais, de todos os crentes de todas as nações (Efésios 2 ao 3;
Apocalipse 5:9,10);
 Terceiro, o Espírito é derramado tanto sobre cada cristão como sobre a
igreja, de modo que a comunhão com Cristo (1 João 1:3), ministério de
Cristo (João 12:32, 14:18; Efésios 2:17), antegozo do céu (2 Coríntios
1:22; Efésios 1:14) tornam-se realidades da experiência eclesiástica.
O Novo Testamento define a Igreja em termos do cumprimento das
esperanças e dos modelos do Antigo Testamento por meio de uma relação
com todas as três Pessoas da Trindade, efetuada pelo ministério mediador de
Jesus Cristo. A Igreja viva é como a família e rebanho de Deus (Efésios 2:18,
3:15, 4:6; João 10:16; 1 Pedro 5:2-4); seu Israel (Gálatas 6:16); o corpo e a

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noiva de Cristo (Efésios 1:22,23, 5:25-28; Apocalipse 19:7, 21:2); e o templo
do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16; Efésios 2:19-22).
O apóstolo Paulo estabelece em 1 Coríntios algumas características para a
Igreja:
a. Não trazer o padrão do mundo para a Igreja (1 Coríntios 3:4)
b. Não suportar o pecado, para que não haja contaminação (1 Coríntios
5:7)
c. Estabelecer bases para os relacionamentos (1 Coríntios 7)
d. Igualdade de todos perante o Senhor, respeitando os papéis de cada
indivíduo segundo a cultura e estilo de vida (1 Coríntios 10:1-7)
e. Manifesta o amor como dom de Deus (1 Coríntios 13)
A Igreja foi edificada no tempo presente (Efésios 2:20; Colossenses 2:7):
a. Critérios para edificação (2 Coríntios 5:10; 1 Coríntios 3:10-15; Lucas
14:14);
b. Critérios para galardão (1 Coríntios 9:25-27; 1 Tessalonicenses
2:19,20; Hebreus 2:9; Filipenses 4:1; 2 Timóteo 4:7,8; 1 Pedro 5:4;
Apocalipse 2:10, 22:12).
A Igreja glorificada (futuro):
a. Entronizada (Apocalipse 5:9,10, 20:6)
- Rei (Jesus)
- Família Real (Igreja)
- Corte (Israel)
b. Adornada
- Com pureza (2 Coríntios 11:1-3)
- Com santidade (Efésios 5:25-27)
- Com justiça (Apocalipse 19:7,8)
c. Avaliada
- Louvor (1 Coríntios 4:5).
Medite: Que tipo de vestes temos confeccionado para a Igreja? Tenho
participação nisto? Tenho buscado o Senhor em primeiro lugar?
A Igreja era, e sempre será uma comunidade adoradora única, reunida
permanentemente no verdadeiro santuário, que é a Jerusalém celestial
(Gálatas 4:26; Hebreus 12:22-24), o lugar da presença de Deus.
É comum caracterizar a Igreja na terra como ‘uma’ (porque assim ela é em
Cristo, como mostra Efésios 4:3-6), ‘santa’ (porque é consagrada a Deus
corporativamente, como o é cada cristão individualmente, Efésios 2:21),
‘católica’ (porque é universal em extensão e procura deter a plenitude da fé),
e ‘apostólica’ (porque foi fundada sobre o ensino dos apóstolos, Efésios
2:20).

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V – AS MARCAS DA VERDADEIRA IGREJA
O mundo se acha semeado de milhares de instituições distintas chamadas
igrejas, então se torna possível que instituições, assim como indivíduos, se
tornem apóstatas; é importante sermos capazes de discernir as marcas
essenciais de uma verdadeira igreja e legítima igreja visível. Nenhuma igreja
está isenta de erros ou pecados. A igreja só será perfeita no céu. Há, porém,
uma importante diferença entre corrupção – que afeta todas as instituições – e
apostasia. Portanto, para proteger o bem-estar e crescimento do povo de Deus,
é importante definir as marcas da verdadeira Igreja.
Historicamente, as marcas da verdadeira Igreja têm sido definidas como: a
genuína pregação da Palavra de Deus, o uso dos sacramentos de acordo com
sua instituição, e a prática da disciplina eclesiástica:
1. A Pregação da Palavra de Deus
Embora as igrejas difiram em detalhes teológicos e em níveis de pureza
doutrinária, a verdadeira igreja afirma tudo aquilo que é essencial à vida cristã.
Semelhantemente, uma igreja é falsa ou apóstata quando nega oficialmente
um princípio essencial da fé cristã, tal como a divindade de Cristo, a Trindade,
a justificação pela fé, a expiação ou outras doutrinas essenciais à salvação.
2. A Administração dos Sacramentos
Negar ou difamar os sacramentos instituídos por Cristo é falsificar a igreja. A
profanação da Ceia do Senhor ou o oferecimento deliberado dos sacramentos
a pessoas notoriamente não crentes desqualificaria a igreja de ser reconhecida
como igreja verdadeira.
3. A Disciplina Eclesiástica
Embora o exercício da disciplina na igreja às vezes erre na direção ou na
severidade, ela pode tornar-se tão pervertida a ponto de não mais ser
reconhecida como legítima. Por exemplo – endossa, pratica ou se recusa a
disciplinar pecados grosseiros e hediondos, ela deixa de exibir esta marca de
verdadeira igreja.
Embora os cristãos devem ser solenemente advertidos a não nutrirem um
espírito cismático ou fomentarem divisões e conflitos, devem ser também
advertidos quanto à obrigação de se separarem da falsa comunhão e da
apostasia.

VI – OS TIPOS DE GOVERNO DE IGREJA


Existem três sistemas básicos de governo de Igreja:
1. Monárquico (Hierárquico)
É conhecido como “sistema episcopal”. É a Igreja governada por bispos,
adicionados por sacerdotes e diáconos.

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a. O conceito essencial é o direito de consagrar outros bispos e ordenar tanto
sacerdotes como diáconos;
b. O sistema surgiu durante o segundo século;
c. Católico Romano, Episcopal, Metodista, Ortodoxo Grego, algumas Igrejas
Pentecostais.
2. Federativo (Representativo)
a. Também chamado de “sistema Presbiteriano” de “Presbítero”,
significando – ancião;
b. Cada Igreja elege Presbíteros para formar o “conselho”;
c. Depois vem o presbitério – composto de todos os “presbíteros docentes” e
um presbítero regente (pastor);
d. Depois vem o sínodo (reunião de presbitérios) e o Supremo Concílio;
e. Igreja Presbiteriana e Igreja Reformada.
3. Congregacional (Democrático)
a. O governo está nas mãos do povo;
b. A Assembléia local é autônoma;
c. O pastor é considerado o único pastor, ou o pastor dentre os presbíteros;
d. Batista, Congregacional, Evangélico Livre, Igrejas Independentes,
Pentecostais.

VII – A IGREJA E SEUS OBREIROS


A Igreja recebe do Senhor homens capacitados para governá-la. Temos várias
palavras no Novo Testamento para líderes: Presbíteros, anciãos, pastores,
bispos, guias e diáconos.
Deus providencia homens, líderes por Ele capacitados, que se destacam para
governar a Igreja. Deus dá homens dotados de dons diferentes. Esses homens
são:
1. Presbíteros, Bispos, Pastores
a. Presbítero: Não é o homem mais velho, mas sim o mais experiente. Este é o
termo mais comum. Isso se explica provavelmente por que o termo já era
familiarizado no judaísmo. Governa a Igreja, sendo ele mesmo um exemplo de
maturidade, sobriedade e prudência espiritual (Atos 11:30, 14:23; Tito 1:5).
b. Bispo: É uma pessoa que está na posição de supervisor. A palavra
“epíscopos” quer dizer “olhar de cima”. É aquele que está numa posição em
que se pode ver a coisa toda. Aquele que vigia, superintende o rebanho de
Cristo (1 Timóteo 3:4,5; Hebreus 13:17; 1 Tessalonicenses 5:12,13).
c. Pastor: Não há ninguém no Novo Testamento, chamado nominalmente de
pastor. O que é mais firme é o pastorear, mas para presbítero, ou um enviado
de fora da Igreja com autoridade (Tito, Timóteo) – Efésios 4:11; Hebreus
13:7.

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2. Diáconos
Diácono quer dizer servo (Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:8-13). As qualidades
dos diáconos são mencionadas nos textos acima. As suas funções eram
principalmente temporais, mas também auxiliarem no espiritual. Servir na
área social, e organizacional, suprindo as necessidades resultantes do
crescimento da Igreja.
2. A responsabilidade dos obreiros
O ministério específico dos líderes espirituais, é levar SOS aos santos para o
cumprimento de seus próprios ministérios (Efésios 4:10-14). Conforme 2
Timóteo 2:2, poderíamos sugerir que o Bispo (pastor), treina Presbíteros, que
adestra os santos, para cumprir a vontade de Deus, edificando a Igreja na
unidade, piedade e maturidade.
a. Exortar e refutar (Tito 1:9);
b. Ser exemplo (1 Pedro 5:3; Hebreus 13:7);
c. Pastorear (1 Pedro 5:2);
d. Servir com alegria (Hebreus 13:7);
e. Pregar a Palavra de Deus (Hebreus 13:7).

VIII – A IGREJA E OS DONS MINISTERIAIS


Jesus concedeu os dons ministeriais, visando o aperfeiçoamento dos santos
para a obra do ministério, e para edificação do corpo de Cristo (Efésios 4:11-
12).
São líderes espirituais capacitados de dons:
A – Apóstolos
A palavra significa “enviar a alguém” como mensageiro especial. Este termo é
usado para Jesus (Hebreus 3:1), os doze discípulos escolhidos por Jesus
(Mateus 10:2), para Paulo (Romanos 1:1). O apóstolo Paulo foi o único e
precisou ser confirmado pelos outros apóstolos.
Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com
poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho
com milagres. Eram homens de fé e de oração, cheios do Espírito (Atos 11:23-
25, 13:2-5,46-52, 14:1-7,21-23).
O critério para o apostolado incluía:
 Ter sido discípulo de Jesus durante seu ministério terreno;
 Ter sido testemunha ocular da Ressurreição e;
 Ser chamado e comissionado diretamente por Cristo (1 Coríntios 15:7-
8).
No sentido bíblico não há mais apóstolos atualmente.
Hoje a autoridade apostólica encontra-se na Bíblia.
B – Profetas

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Homens que falam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação é
a vida espiritual e pureza da Igreja. São homens levantados e revestidos pelo
poder do Espírito Santo para trazer uma mensagem da parte de Deus para o
Seu povo.
Função na Igreja:
1. Proclamar, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada
divina. Sua mensagem tem por objetivo de admoestar, exortar, animar,
consolar e edificar (Atos 2:14-36, 3:12-26; 1 Coríntios 12:10, 14:3)
2. Deve exercer o dom de profecia. Às vezes era vidente (1 Crônicas
29:29), predizendo o futuro (Atos 11:28, 21:10-11)
3. Deve desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo
vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de
Deus (Lucas 1:14-17)
Por causa de sua mensagem de justiça, o profeta pode ser rejeitado por
muitos na igreja, em tempos de mornidão e apostasia.
A palavra do profeta deve estar sujeita ao julgamento da Igreja. A
congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da palavra profética,
se ela é de Deus (1 Coríntios 14:29-33; 1 João 4:1).
O caráter do profeta:
1. Zelo pela pureza da Igreja (João 17:15-17; 1 Coríntios 6:9-11)
2. Profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e
detestar a iniquidade (Romanos 12:9; Hebreus 1:9)
3. Profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mateus 7:15;
24:11,24; 2 Coríntios 11:12-15)
4. Interesse pelo sucesso do reino de Deus e identificação com os
sentimentos de Deus (Mateus 21:11-13, 23:37; Lucas 13:34; Atos 20:27-31)
C – Evangelistas
Homens de Deus capacitados e comissionados por Deus para anunciar o
Evangelho da salvação aos perdidos e ajudar estabelecer uma nova obra. A
proclamação do Evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação
(Romanos 1:16).
Felipe é exemplo de um evangelista (Atos 21:8):
1. Pregou o Evangelho de Cristo (Atos 8:4,5,35)
2. Muitos foram salvos e batizados em água (Atos 8:6,12)
3. Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos
acompanhavam suas pregações (Atos 8:6,7,13)
4. Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (Atos
8:14-17)
D – Pastores

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São aqueles que dirigem a congregação local e cuidam de suas necessidades
espirituais.
A tarefa do pastor:
1. Cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tito 1:9-11)
2. Ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1
Timóteo 3:1-5)
3. Esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça (1
Pedro 5:2; Hebreus 12:15, 13:17)
Os pastores são ministros que cuidam do rebanho (João 10:11-16).

E – Doutores ou mestres
São aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e
proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo.
A tarefa:
1. Defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito, o Evangelho que
lhes foi confiado (2 Timóteo 1:11-14)
2. Preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a
um comprometimento.

IX – A IGREJA E OS DONS ESPIRITUAIS


Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade
de dons espirituais concedidos aos crentes (1 Coríntios 12:7-11). Essas
manifestações visam à edificação e à santificação da Igreja (1 Coríntios 12:7).
Os dons podem operar em conjunto, de diferentes formas.
As manifestações do Espírito são dados de acordo com a vontade do Espírito
(1 Coríntios 12;11), e também conforme o desejo do cristão (1 Coríntios 12:1,
14:1).
Não se deve confundir dons espirituais, com o fruto do Espírito, que está
relacionado com o caráter e a santidade (Gálatas 5:22-23).
O cristão não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve
provar se os espíritos são Deus, devido aos falsos profetas (Mateus 7:21-23,
24:11-14; 1 João 4:1).
Dons: palavra geral para “dádiva”. Tudo que Deus nos dá para o serviço
cristão.
Distinções práticas dos dons:
a. Dom # Personalidade – dom é algo sobrenatural dado por Deus e não
tem nada a ver com a personalidade;
b. Dom # Talento – podem existir homens talentosos em música, mas não
existe o dom da música, por exemplo;

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c. Dom # Responsabilidade – alguém que não evangeliza e diz que não
tem o dom do evangelismo... é errado, pois o dever de evangelizar é de
todos.
Definições básicas – 1 Coríntios 12:4-7:
a. Dom v.4 – é a capacitação espiritual sobrenatural (não é uma coisa que
a pessoa tem, mas que ganha) concedida a cada crente para o
desempenho da sua função no Corpo de Cristo;
b. Serviço v.5 – é a situação circunstancial criada por Deus e concedida a
cada um para a prática do seu dom a serviço do Corpo de Cristo;
c. Realização v.6 – é o resultado, efeito transcendental (fora do nosso
alcance) concedida a cada crente no uso do seu dom espiritual;
d. Manifestação v.7 – é o efeito mensurável, visível do dom espiritual para
um propósito definido por Deus.

Dons de 1 Coríntios 12:8-10:


1. Palavra da Sabedoria (v.8). Uma mensagem sábia anunciada mediante
a operação sobrenatural do Espírito Santo. O propósito é aplicar a
Palavra de Deus a uma situação ou problema específico (Atos 6:10,
15:13-22).
2. Palavra do Conhecimento (v.8). Uma mensagem inspirada pelo
Espírito, revelando conhecimento a respeito dos homens, de
circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Este dom muitas vezes age
ligado com o dom de profecia (Atos 5:1-10; 1 Coríntios 14:24-25).
3. Fé (v.9). Não se trata de fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural
especial, comunicada pelo Espírito, capacitando o cristão a crer em
Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas (Mateus
17:20; Marcos 11:22-24; Lucas 17:6).
4. Curas (v.9). Concedidos para a restauração da saúde física, por meios
sobrenaturais (Mateus 4:23-25, 10:1; Atos 3:6-8, 4:30).
5. Operação de Milagres (v.10). Atos sobrenaturais de poder, que
intervêm nas leis da natureza. São atos divinos em que se manifesta o
Reino de Deus contra Satanás.
6. Profecia (v.10). Como manifestação do Espírito Santo:
a. capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente
de Deus (1 Coríntos 14:24-31);
b. não é primariamente predizer o futuro, mas proclamar a vontade de
Deus, exortar
e levar o povo à retidão, à fidelidade e à paciência (1 Coríntios 14:3);
c. desmascara a condição do coração de uma pessoa (1 Coríntios
14:25), e promove

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edificação, exortação, consolo e julgamento (1 Coríntios
14:3,25,26,31);
d. deve se enquadrar na Palavra, contribuir para a santidade de vida
(v.3)
7. Discernimento de Espíritos (v.10). Discernir e julgar corretamente as
profecias e
distinguir se uma mensagem provém do Espírito ou não (1 Coríntos
14:29).
8. Variedade de Línguas (v.10). Essas línguas podem ser humanas e
vivas (Atos 2:4-6) ou uma língua desconhecida na terra (língua dos
anjos 1 Coríntios 13:1). A língua falada não é aprendida, e muitas vezes
não é entendida, tanto por quem fala (14:14) e quem ouve (14:16). O
falar em outras línguas envolve a comunhão do espírito do homem com
o Espírito Santo.
9. Interpretação de Línguas (v.10). É a capacidade dada pelo Espírito,
para
compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em
línguas. A
interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou
de outra
pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las
(14:13).

Dons de Romanos 12:7-8:


1. Ministrar ou Servir (v.7). É a disposição e capacidade, dados pelo
Espírito, para alguém servir e prestar assistência prática aos membros e
aos líderes da Igreja, a fim de ajudá-los a cumprir suas
responsabilidades para com Deus (Atos 6:2-3).
2. Ensinar (v.7). É a disposição e capacidade, dados pelo Espírito, para o
cristão examinar e estudar a Palavra, e de esclarecer, expor, e defender
Suas verdades, para que outras pessoas cresçam em graça (1 Coríntios
2:10-16; 1 Timóteo 4:16).
3. Exortar (v.8). É a disposição e capacidade, dados por Deus, para o
cristão proclamar a Palavra de tal maneira que atinja o coração, a
consciência e a vontade de quem ouve, estimulando a fé e uma
dedicação mais profunda com Cristo (Atos 11:23, 14:22, 16:40).
4. Repartir (v.8). É a disposição e capacidade, dados por Deus, a quem
tem recursos além das necessidades básicas da vida, para contribuir
livremente com seus bens materiais, para suprir a obra de Deus (2
Coríntios 8:1-8).

12
5. Presidir ou liderar (v.8). É a disposição e capacidade, dados por Deus,
para pastorear, conduzir a administrar as várias atividades da Igreja (1
Timóteo 3:1-7, Hebreus 13:7,17,24).
6. Misericórdia (v.8). É a disposição e capacidade, dados pelo Espírito,
para o cristão ajudar e consolar os necessitados (Efésios 2:4).

Como identificar o seu dom:


1. Motivação básica: não adianta conhecer tudo a respeito dos dons,
precisamos conhecer a nós mesmos também. Quais as coisas que você
mais gosta de fazer no trabalho de Deus?
2. Realização total: no exercício do seu dom você vai sentir-se no lugar
certo. Vai sentir prazer total em fazer aquilo. Alegria completa.
Consegue fazer tudo, não por responsabilidade, mas por
espontaneidade.
3. Espírito Santo: você vai ter consciência de que aquele poder não é seu.
É sobrenatural.
4. Pecado: quando nós estamos em pecado vamos perceber que aquele
poder espiritual não atua mais em nós. Quando você está em pecado,
não consegue exercer o dom.
5. Reconhecimento dos irmãos: o grupo com o qual trabalhamos vai nos
ajudar a perceber o nosso dom. Para acontecer isso precisamos estar
trabalhando.

X – A IGREJA E A SUA AUTORIDADE


Jesus tem autoridade total, final e absoluta, pois todas as coisas estão sujeitas à
Ele (Efésios 1:21-23). Jesus delegou esta autoridade à Igreja.
Jesus é a autoridade suprema no mundo através da Igreja; a Igreja é o Seu
representante na terra. A Igreja contém todo o poder que Cristo tem; é a
continuidade da Sua existência.
1. Autoridade sobre a natureza. O poder da oração é o poder que
remove as montanhas, que não se limita, mas supera as leis da natureza
(Mateus 17:20; Lucas 10:19; Tiago 5:17-18). A Igreja tem o mesmo
poder que Jesus tinha.
2. Autoridade sobre os espíritos. É o poder que está em nós. Jesus nos
deu autoridade sobre os espíritos (1 João 4:4; Lucas 9:1; Mateus 10:1;
Romanos 16:20). Maior é o poder que está em nós do que o que está no
mundo. A Igreja irá vencê-lo pelo poder dado por Jesus.
3. Autoridade de ligar e desligar. O Corpo tem autoridade para realizar a
vontade do Pai (Mateus 16:19, 18:18; Atos 5:4-5; 1 Coríntios 5:4-5). O

13
Corpo tem esta autoridade, quando está debaixo, ou dentro da vontade
do Cabeça. A Igreja tem direito e responsabilidade de acesso e
interferência espiritual em todas as nações e povos da terra.

XI – A IGREJA E OS SEUS MEMBROS


1. A Igreja tem o privilégio e responsabilidade de receber como parte de si
mesma todos aqueles a quem o Senhor já recebeu (Atos 2:41-47, 4:4, 5:14,
6:1, 8:12, 9:31)
Os critérios para aceitação de um novo membro são:
a. O senhorio de Cristo (Atos 2:36). O Senhor ajuntava aos crentes
aqueles que iam sendo salvos. Deus é quem colocava na Igreja a pessoa
convertida. Deus operava na vida, acrescentava e a Igreja local
simplesmente reconhecia. Nossa parte é o reconhecimento de que Deus
o está aceitando. Aceitamos uma pessoa na Igreja quando confessa o
senhorio de Jesus e o Evangelho da Graça;
b. O Evangelho da Graça (Atos 19:18). Eles renunciaram as suas obras,
confessando que tudo que faziam não valia nada. Qualquer pessoa que
aceita isso é recebido na Igreja. Nenhum conhecimento doutrinário
impede que uma pessoa seja membro da Igreja. Para ser recebido como
membro de uma Igreja local é necessário admitir que só é salvo pela
graça.
Não há outro critério que nos impeça de aceitarmos uma pessoa na Igreja. É
necessário somente o senhorio de Cristo e o Evangelho da Graça.
2. A Igreja tem o privilégio e responsabilidade de viver sem pecados
Isso não quer dizer sem pecar.
a. Individualmente (Colossenses 3:13). Cada um é responsável para trazer
o perdão de Deus naquela área errada. Temos responsabilidade de
conceder perdão aquele que vier pedir perdão a nós, assim como o
Senhor nos perdoou;
b. Coletivamente (1 João 1:5-10). Não é para incrédulos e sim para a
comunhão da Igreja. Andar na luz é viver como numa casa de vidros.
Manter comunhão se faz na base da fraqueza, é a necessidade que
temos de um para com o outro. Purificação de pecados – o sangue tem
uma função purificadora; o pecado afeta a comunhão da Igreja.
3. A Igreja tem o direito e responsabilidade de zelar pelo bem estar
espiritual de cada e de todos os seus membros
3.1. A Igreja tem direito sobre seus membros
a. a Igreja passa a ter autoridade sobre cada membro. Cada membro
como parte do todo tem a responsabilidade sobre cada irmão, e o todo tem
autoridade sobre as partes – compromisso;

14
b. privilégios desta situação:
- Proteção contra Satanás (1 Coríntios 5:1-5; 1 Timóteo 1:20); por estar
sob a autoridade da Igreja;
- Direção (Atos 13:1-3; 1 Pedro 5:2); Deus imprime a direção d’Ele
através da Igreja. Esta direção não é imposta, pois Deus preserva a
individualidade apesar do caráter de Corpo;
- Correção (1 Timóteo 5:20); os filhos estão debaixo da correção do pai,
quando o pai corrige o filho este sente que é amado. Assim é com a Igreja.
3.2. A Igreja tem responsabilidades para cada um de seus membros
a. eu como parte do todo tenho responsabilidade para com o meu
irmão (Mateus 18:15; Lucas 17:3). Quando um crente vê o pecado na vida de
outro e não o corrige, está pecando. A omissão é pecado (Gálatas 6:1);
b. eu como parte do todo tenho responsabilidade de zelar pelo todo (1
Coríntios 5:6,7). Devemos defender a instituição e Igreja Local para não
contaminar o corpo todo.
4. Nomes dados aos membros da Igreja
Congregação (Atos 4:32); Discípulos (Atos 9:26); Os do Caminho (Atos 9:2);
Santos (Atos 9:13); Cristãos (Atos 11:26); Irmãos (Atos 11:29); Rebanho (Atos
20:28).

XII – A IGREJA E A DISCIPLINA


“Se teu irmão pecar (contra ti), vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir,
ganhaste o teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou
duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda
palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar
ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” – Mateus
18:15-17.
A importância da disciplina na igreja trás saúde espiritual, e é uma marca vital
da igreja verdadeira. A disciplina encontra lugar apropriado ao
amadurecimento da igreja e do crente (1 Coríntios 5:1-13; 2 Coríntios 2:5-11;
2 Tessalonicenses 3:6,14,15; Tito 1:10,11, 3:9-11).
Jesus instituiu a disciplina na igreja autorizando os apóstolos a ligarem e
desligarem (isto é, proibirem e permitirem, Mateus 18:18) e a declararem os
pecados perdoados ou retidos (João 20:23). As “chaves do reino”, dadas
primeiramente a Pedro e definidas como poder para ligar e desligar (Mateus
16:19), têm sido comumente entendidas como autoridade para formular
doutrina e impor disciplina, autoridade dada presentemente por Cristo à igreja
em geral e, em particular, a pastores investidos.
A disciplina é necessária para chamar e ganhar para Cristo os irmãos
ofensores, para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para

15
vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do Evangelho e para evitar a ira
de Deus.
A disciplina na igreja pode ser escalonada desde a simples admoestação, pela
exclusão da Ceia do Senhor, até a expulsão da congregação, a qual é referida
como entrega da pessoa a Satanás (Mateus 18:15-17; 1 Coríntios 5:1-5,11; 1
Timóteo 1:20; Tito 3:10,11). Os pecados públicos (aqueles que são expostos à
vista de toda a igreja) devem ser punidos publicamente na presença da igreja
(1 Timóteo 5:20; Gálatas 2:11-14). Jesus ensina um procedimento para tratar
com privacidade aqueles que cometem ofensa pessoal, na esperança de que
não seja necessário pedir para eles a censura pública da igreja (Mateus 18:15-
17).
O propósito da censura da igreja em todas as suas formas não é o de punir pelo
só motivo de punição, mas de exortar ao arrependimento e, assim, recuperar a
ovelha extraviada. Quando o arrependimento é notório, a igreja deve declarar
o pecado perdoado e receber o ofensor uma vez mais na congregação.
Por causa das imperfeições, tanto nossas como de nossos irmãos, surgem
conflitos entre nós que afetam a comunhão do Corpo. Nessas situações o
inimigo lança os ressentimentos, mal-entendidos, ciúmes, inimizades, etc..., e
assim destrói a harmonia entre os irmãos.
Deus que é Luz quer que a sua Igreja ande em luz e tenha assim comunhão
uns com os outros, e quando surge um conflito, sempre nos guia a uma
solução mediante a confissão, o perdão, a reconciliação, o esclarecimento e a
compreensão.
Devemos atentar e obedecer aos mandamentos do Senhor em cada situação.
Vejamos algumas situações que criam conflitos na comunhão do Corpo:
1 – Primeiro conflito: Se eu pecar
a. a confissão deve ser feita sem demora (Salmo 32:3; Efésios 4:26); não
devemos amontoar pecados, nem deixá-los para depois; quanto mais tempo
deixamos passar, pior será confessar;
b. a confissão deve ser feita sem reprovações e nem ressentimentos contra
outros (Mateus 6:12-15); devemos confessar sem jogar na cara o pecado do
outro; a nossa responsabilidade é confessar o nosso pecado e perdoar de
coração, o pecado de nosso irmão;
c. a confissão deve ser feita cobrindo a área de ofensa (Mateus 5:23-24);
devemos confessar a quem temos ofendido;
d. devemos confessar as nossas faltas uns aos outros (Tiago 5:16; 1 João
1:7);
e. a confissão deve ser clara e total;
f. a confissão deve ser feita com restituição quando for necessário (Lucas
19:8; Levítico 6:2-5); devemos devolver o que foi roubado, e reparar o dano;

16
g. o perdão de nossos pecados (Romanos 6:23); todo o pecado é uma ofensa
contra Deus; o perdão é um ato pelo qual Deus absolve o homem do pecado
que o separa d’Ele e devolve a Sua amizade.
2 – Segundo conflito: Se meu irmão pecar
Cada membro do Corpo é responsável pelo outro (1 Coríntios 12:25).
a. o que não devemos fazer quando algum irmão peca (Levítico 19:16-18):
a.1 – calar e ignorar o assunto (v.17), não se envolver sendo cúmplice
(Ezequiel 3:20-21);
a.2 – calar e guardar rancor, ressentimento (v.18);
a.3 – contar a outro para um confronto;
a.4 – abrir juízo condenatório (v.17), aborrecer (Mateus 7:1-2; Lucas 6:37);
a.5 – fofocar ou murmurar, julgar e criticar entre pessoas o ausente (v.16;
Provérbios 28:23);
a.6 – suspeitar maquinações, ou intenções não confirmadas;
a.7 – precipitar opiniões sem ouvir o criticado.
b. o que devemos fazer quando um irmão pecar:
b.1 – se algum irmão for surpreendido em alguma falta, Gálatas 6:1;
b.2 – se algum irmão se extraviar da verdade, Tiago 5:19-20;
b.3 – se alguém ver o seu irmão cometer pecado, 1 João 5:16;
b.4 – devemos orar ao Senhor pedindo a restauração;
b.5 – ajudar na restauração.
3 – Terceiro conflito: Diferenças de opiniões
Existem certas coisas relativas à vida cristã nas quais se permitem certa
diversidade de critérios ou de opiniões. São assuntos secundários sobre os
quais não há um mandamento claro da parte de Deus. Devemos evitar os
conflitos entre irmãos pensando no que disse o Senhor a esse respeito.
Exemplo: Romanos 14.
a. é correto ter e manter convicções e viver de acordo com elas (Romanos
12:16);
b. devemos respeitar as convicções dos outros sobre questão de opinião
(Romanos 14:1-13);
c. não devemos contender sobre opiniões (Romanos 14:1; 2 Timóteo 2:23-
26);
d. não fazer nada que cause um tropeço, ofensa ou debilidade ao nosso irmão
(Romanos 14:14-15);
e. quando tivermos de expor pontos de vista diferentes, devemos saber falar e
escutar.
4 – Quarto conflito: Barreiras interiores contra o irmão
Existem alguns fatores que criam barreiras em nosso interior em relação a
alguns irmãos: criticar interiormente a conduta ou atitude de nosso irmão; dar

17
ouvidos a informações duvidosas que nos chegam e que deturpam a imagem
de algum irmão; deixar de lado, em nosso coração, alguém que não pensa
igual.
Não devemos ter reservas uns contra os outros, mas fazer o que o Senhor nos
manda (Efésios 4:25).
5 – Quinto conflito: Dificuldades de concordância entre as duas partes
Existem conflitos que para serem solucionados requerem duas ou três
testemunhas. Testemunhas maduras no Senhor, íntegras e capazes de julgar.
Quando um conflito se torna sem solução, temos o recurso do corpo de Cristo.
Temos que buscar esses homens, submetermos o assunto a eles, e acatar com
humildade a sua palavra (Deuteronômio 19:15; 2 Coríntios 13:1; 1 Timóteo
5:19).

A – Correção e Disciplina na Igreja


O compromisso com Cristo e com os irmãos implica, numa responsabilidade
mútua para animar, exortar e, quando for necessário, repreender, corrigir e
ainda disciplinar uns aos outros.
Em Hebreus 12:5-11, revela a atitude de Deus para com seus filhos que tem
cometido pecado ou que precisam de correção em sua conduta:
 Deus, em Seu caráter de Pai, instrui, corrige e açoita a todo filho para o
bem deste. Nisto Deus é motivado pelo Seu grande amor para conosco;
 Nossa atitude e reação à Seu tratamento deve ser a de suportar a
aprender na disciplina;
 Deus espera, com essa disciplina, fazer-nos viver uma vida de justiça e
santidade.
1 - Quando se requer correção e disciplina?
a. quando a conduta de um cristão desonra ao Senhor (1 Timóteo 1:19-
20, 5:8; Tito 1:10-16; 2 João 9-11);
b. quando a conduta é irresponsável ou escandaliza a Igreja (Mateus
18:15; Romanos 14:15,20-23; 2 Tessalonicenses 3:10-15);
c. quando há transgressão de mandamentos explícitos do Senhor (1
Timóteo 5:19-20; 1 Coríntios 5:1-13);
d. quando há causas de divisões (Tito 3:10-11).
2 – Qual o propósito da correção?
a. primeiramente, é para restaurar e salvar o transgressor (Mateus 18:15-
22; 1 Coríntios 5:5; 1 Timóteo 1:19-20; Tiago 3:19-20);
b. limpar e santificar a Igreja (1 Timóteo 5:20; 1 Coríntios 5:6).
3 – Diferentes graus e medidas de disciplina
Mateus 18:15-22, nos mostra uma série de passos específicos quando a pessoa
repreendida resiste à correção:

18
a. primeiro é repreendido pelo irmão ofendido ou escandalizado, os dois
somente; se arrepender é perdoado e ali termina o assunto, já que o mal
não teve alcance maior;
b. se o ofensor não escutar, o mesmo irmão volta a falar-lhe outra vez, mas
agora com uma ou duas testemunhas para constatar toda a verdade;
c. se o culpado continua duro para ouvir, é necessário levar o assunto à
Igreja, aos irmãos reunidos, que devem discipliná-lo e tê-lo daqui para
frente como gentio e publicano, ou seja, não o tratar mais como um
irmão, porque sua conduta manifesta rebeldia contra a Igreja; o
resultado é o mais extremo ao alcance da Igreja – a exclusão (1
Coríntios 5:13);
d. outro caso diferente está em 2 Tessalonicenses 3:14-15; exortar os
irmãos com respeito à sua responsabilidade para com um irmão
desobediente, deve separá-lo e não juntar-se mais com ele; no entanto
não chega à gravidade do caso anterior, já que a sua admoestação é
como irmão;
e. duas vezes Paulo menciona a medida extrema de entregar a Satanás
alguns ofensores que, por sua rebeldia, obstinação e perversidade
merecem semelhante correção (1 Coríntios 5:4-5; 1 Timóteo 1:19-20).
4 – Com que espírito ou atitude se deve corrigir?
a. com espírito de mansidão, livre de ofensa ou interesse próprio, sem ira,
com os sentimentos sob controle (Gálatas 6:1-3; Mateus 7:1-5);
b. sem revanchismo ou vingança, com amor e responsabilidade
(Romanos 12:19);
c. com singeleza e com amabilidade, sem contendas; com esperança na
grande misericórdia de Deus (2 Timóteo 2:24-26);
d. com firmeza, sem demoras, com bom fundamento e confiança na
Palavra (I2 Timóteo 3:16, 4:4);
e. é necessário julgar os fatos conhecidos e não imaginados; não se pode
deixar se levar pelas fofocas: agir com imparcialidade e sem prejuízos
posteriores (1 Timóteo 5:20-21; Provérbios 24:23-25).

B – A Excomunhão
Ser excluído da Igreja de Cristo é um fato lamentável. Contudo só existe um
pecado tão grave que autoriza a deposição do corpo de Cristo. É o pecado da
impenitência (falta ou não ter arrependimento). Há uma multidão de pecados
suficientemente graves para requererem disciplina. Sendo a disciplina um
processo de vários passos, sendo a excomunhão o último, o único pecado que
pode levar-nos a esse ponto é recusa em arrepender-se do pecado que iniciou o
processo.

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A excomunhão é a mais extrema medida disciplinar da igreja. Impõe a
exclusão do pecador impenitente da comunhão com fiéis. A doutrina derivasse
do ensino de Jesus sobre ligar e desligar (Mateus 16:19, 18:15-20; João
20:23). A responsabilidade pela disciplina foi dada à Igreja.
A excomunhão jamais deve ser aplicada com sentimento de retaliação. Todo o
processo é uma forma de disciplina destinada a levar o impenitente de volta ao
aprisco. No caso de excomunhão, a parte culpada é entregue ao diabo. A
intenção não é punir, mas despertar o culpado para o seu pecado. E também
para a ordem e para a unidade da igreja.
 A excomunhão é o último recurso na disciplina;
 O único pecado que finalmente resulta em excomunhão é a
impenitência;
 Cristo instituiu o processo de disciplina;
 O objetivo é a restauração do ofensor e a proteção da igreja;
 A disciplina não deve ser complacente demais nem severa demais;
 Os cristãos devem exercer o amor que é paciente e longânimo.

XIII – ORDENANÇAS E ATOS SAGRADOS DA IGREJA


As ordenanças e os Atos Sagrados não são absolutamente necessários para a
salvação, mas são obrigatórios em vista do preceito divino. A negligência
voluntária do seu uso redunda no empobrecimento espiritual e tem tendência
destrutiva, precisamente como acontece com toda desobediência persistente a
Deus.
1. O Batismo (Romanos 4:11,12; 1 Coríntios 12:12-14; Colossenses 2:11-
15)
“Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus
fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória
do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” – Romanos 6:3,4.
O batismo foi instituído por Cristo e deve ser administrado no nome do Pai, do
Filho e do Espírito Santo. Embora o batismo simbolize a regeneração, ou o
novo nascimento, não comunica automaticamente o novo nascimento. O poder
do batismo não está na água, mas no poder de Deus.
A palavra vem do verbo grego “baptizo”, que significa batizar ou lavagem
com água.
A validade do batismo não se baseia no caráter do ministro que o realiza ou no
caráter da pessoa que recebe. O batismo é um sinal da promessa de Deus da
salvação para todo aquele que crê em Cristo. Sendo ele uma promessa de
Deus, a validade da promessa repousa na confiabilidade do caráter divino.

20
Por ser um sinal da promessa de Deus, ele não deve ser administrado mais de
uma vez a uma pessoa.
O batismo é considerado uma experiência total e transicional. É total, no
sentido de que envolve toda a pessoa e toda a personalidade daquele que é
batizado. É transicional, no sentido de que o batizado passa de um estágio ou
nível de experiência, para um outro estágio ou nível não alcançado antes. É
uma transição de um lugar de experiência para outro.
1.1 – Tipos de batismo mencionados na Bíblia:
a – Batismo de João Batista (Marcos 1:3-5)
É o batismo de arrependimento e confissão. O ato de imersão em água, trata
da purificação. Quando a pessoa é imersa na água, está anunciando o seu
arrependimento e a necessidade de purificação em todo o seu ser; ao mesmo
tempo está se comprometendo de viver e anunciar o Reino de Deus;
b – Batismo em Cristo (Romanos 6:3; Colossenses 2:12)
É a identificação daquele que crê em Jesus com a realidade espiritual da Sua
morte, sepultamento e ressurreição;
c – Batismo no Corpo (1 Coríntios 12:13)
É a introdução daquele que nasceu de novo dentro da família de Deus – a
Igreja, Corpo de Cristo;
d – Batismo no Espírito (Mateus 1:11; Atos 1:5-8)
É o revestimento de poder liberado simultânea ou posteriormente ao novo
nascimento que capacita o cristão para ser Sua testemunha;
e – Batismo Cristão (Mateus 3:13-17, 28:19)
Jesus foi o primeiro a receber o batismo cristão, estabelecendo o padrão do
batismo para todos os crentes. O propósito é completar por um ato exterior de
obediência a justiça interior que o crente já desfruta, pela fé, em seu coração
através da na morte expiatória e ressurreição de Cristo. É um testemunho
público.
1.2 – Condições para o batismo:
a – Arrependimento (Atos 2:38)
A palavra significa literalmente “mudança de mente”. É o ato de
reconhecimento de independência para com Deus e dos atos de pecado que
expressam essa independência. A conversão deve seguir o arrependimento.
Conversão é a conseqüente mudança de comportamento que expressa uma
vida de dependência a Deus e abandono dos pecados (Atos 3:19; Mateus 3:2;
Provérbios 28:13);
b – Crer (Marcos 16:16)
Crer significa “entregar-se confiadamente à alguém ou à uma verdade” (1
João 5:10-12). Assim, crer implica em receber a vida de Deus – uma vida

21
eterna, vida de qualidade de Deus, uma nova criação (2 Coríntios 5:17), um
novo nascimento (João 3:5).
Crer em Jesus é concordar que Ele é o Filho de Deus que veio ao mundo
assumindo plenamente nossa humanidade para ser o nosso substituto, levando
sobre si todos os nossos pecados, iniquidades (Isaías 53:11-12; Hebreus 2:17-
18), dores e enfermidades (Isaías 53:4; Mateus 8:16), bem como também toda
maldição (Gálatas 3:13) e todo o nosso escrito de dívida (Colossenses 2:14);
e que ressuscitou ao terceiro dia, assumindo toda autoridade de Senhor nos
céus, na terra e debaixo da terra (Filipenses 2:10; Mateus 28:18);

c – confessar publicamente que Jesus Cristo é o Senhor (Romanos 10:9)


Confessar é algo mais do que falar, é concordar e submeter-se
espontaneamente à uma verdade. Confessar o senhorio de Jesus é submeter-se
ao governo d’Ele. É entrar no Reino de Deus e encará-lo como o meu Dono,
meu Amo e meu Mestre;
d – desejar aliançar-se com o Corpo de Cristo local, testemunhando
publicamente o Batismo em Cristo e no Corpo e reconhecendo que não há
vida fora do Corpo (Atos 2:41-42; 1 Coríntios 12).

2. A Ceia do Senhor (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 22:15-20)


“Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor
Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão” – 1 Coríntios 11:23.
É um ato de adoração. Sua importância está relacionada com o passado, o
presente e o futuro:
a. no passado – É um memorial da morte de Cristo no Calvário, para redimir
o cristão do pecado e da condenação. É um ato de ação de graças pelas
bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus na
cruz por nós;
b. no presente – É um ato de comunhão com Cristo e de participação nos
benefícios de Sua morte sacrificial, e ao mesmo tempo, comunhão com os
membros do Corpo de Cristo. É o reconhecimento e a proclamação da Nova
Aliança mediante a qual os cristãos afirmam o senhorio de Jesus e o
compromisso de fazer a Sua vontade;
c. no futuro – É um antegozo do Reino futuro de Deus, e do banquete
messiânico futuro, quando todos os cristãos estarão presentes com o Senhor
(Mateus 8:11, 22:1-14; Marcos 14:25).
2.1 – Representação (1 Coríntios 11:24-25):
Os versículos acima se referem ao corpo de Cristo:

22
a – o pão representa o Seu corpo; diz à respeito de Sua encarnação (João 1:14
e 6:33);
b – o cálice representa o Seu sangue; diz à respeito de Sua expiação (1 Pedro
3:18).
Comer o pão e beber o cálice, significa proclamar e aceitar os benefícios da
morte sacrificial de Cristo (v.26).
Ninguém pode ser impedido de participar da Ceia do Senhor (vs.28-29). A
responsabilidade é individual de entender o momento no mundo espiritual.
2.2 – O significado da Ceia do Senhor:
 A morte de Cristo – Quando participamos da Ceia do Senhor,
simbolizamos a morte de Cristo, porque nossas ações delineiam um
quadro de sua morte por nós. Quando o pão é partido, simboliza o partir
do corpo de Cristo; e quando o conteúdo do cálice é derramado,
simboliza o sangue de Cristo vertido por nós (1 Coríntios 11:26).
 Nossa participação nos benefícios da morte Cristo – Quando
individualmente tomamos o cálice, um de nós está, por meio dessa
ação, proclamando que está se apropriando dos benefícios da morte de
Cristo (Mateus 26:26).
 Nutrição espiritual – Do mesmo modo que a comida comum nutre o
corpo, assim o pão e o vinho nos trazem nutrição espiritual (João 6:53-
57).
 A unidade dos crentes – Quando os crentes participam juntos da Ceia
do Senhor, também dão um sinal claro de sua unidade um com o outro
(1 Coríntios 10:17).
 Cristo afirma seu amor por mim – Quando os crentes participam da
Ceia do Senhor encontram uma certeza renovada do amor pessoal de
Cristo.
 Cristo afirma que todas as bênçãos da salvação estão reservadas – O
Senhor é que nos convida para esse banquete real. Vamos a essa mesa
como membro de Sua família eterna e real. Ele nos dá as boas-vindas e
nos assegura das bênçãos.
 Afirmo a minha fé em Cristo – Enquanto como o pão e bebo o cálice
estou afirmando: “Preciso de Ti e confio em Ti, Senhor Jesus, para
perdoar os meus pecados e dar vida e saúde para a minha alma,
porque somente pelo teu corpo partido e pelo teu sangue vertido eu
posso ser salvo”.

3. Apresentação de crianças (Lucas 2:22-23)

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Os filhos são heranças do Senhor. Cabe aos pais a responsabilidade de ensinar
a criança os caminhos do Senhor para que ela não se desvie deles quando
crescer.
As crianças ainda não tem condições de conhecer com entendimento à Jesus
como Senhor e Salvador, por isso não podem ser batizadas. Conforme base
bíblica acima as crianças são consagradas ao Senhor.

4. Dízimos e Ofertas
A palavra dízimo no hebraico “MA’ASER” e no grego “DEKATE”, significa
“a décima parte”. A raiz original desse termo significa “ACUMULAR”,
“CRESCER”. Em Malaquias 3:10, registra-se a palavra plurarizada
“dízimos” e não singularizada “dízimo” em razão de haver três variedades de
dízimos na sociedade hebraica:
 Dízimo para sustento (Números 18:20-32);
 Dízimo para as festividades, usado para pagar as despesas de
transporte e comida dos levitas (Deuteronômio 12:5-19);
 Dízimo de caridade que era dado de três em três anos para auxiliar os
pobres (Deuteronômio 15:7-11).
Um judeu conscientizado dá no mínimo 30% para apoiar a fé religiosa.
Na Lei, os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias
dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como
reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas (Levítico 27:30-32; Números
18:21,26; Deuteronômio 14:22-29). Acreditavam na idéia de que Deus é o
dono de tudo (Êxodo 19:5; Salmos 24:1). Os seres humanos foram criados por
Ele, e a Ele devem o fôlego de vida (Gênesis 1:26,27; Atos 17:28). Sendo
assim, ninguém possui nada que não foi recebido no princípio.
Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos a trazer numerosas oferendas
ao Senhor, principalmente na forma de sacrifícios:
 o holocausto (Levítico 1, 6:8-13);
 a oferta de manjares (Levítico 2, 6:14-18);
 a oferta pacífica (Levítico 3, 7:11-21);
 a oferta pelo pecado (Levítico 6:24-30);
 a oferta pela culpa (Levítico 7:1-10).
Além das ofertas acima, os israelitas podiam apresentar outras ofertas
voluntárias ao Senhor. Algumas destas eram repetidas em tempos
determinados (Levítico 22:18-23; Números 15:3; Deuteronômio 12:6,17), e
outras eram ocasionais como na construção do Tabernáculo no Monte Sinai
(Êxodo 35:20-29), no conserto do Templo nos tempos de Joás (2 Reis 12:9-

24
10) e nos tempos de Ezequias na reconstrução do Templo (2 Crônicas 31:5-
19).
O termo “oferta” no hebraico é “corban”, significa aproximar-se de Deus.
Era uma dádiva que o israelita fiel trazia a Deus, a fim de aproximar-se d’Ele
e desfrutar da sua comunhão e bênção (Salmos 73:28).
As ofertas tinham significados para Israel:
 o ser humano está debaixo do pecado, cujo pecado merece a morte;
 sem derramamento de sangue não há perdão (Levítico 17:11; Hebreus
9:22);
 a expiação pelo pecado precisa ser feita mediante substituição (Levítico
1:4);
 a santidade de Deus deve conduzir todas as áreas da vida (Levítico
10:3);
 Deus quer ser gracioso, perdoar e ter comunhão com o homem (Êxodo
34:6-7).
Para a oferta ser aceita diante de Deus, devia haver, da parte do ofertante,
arrependimento genuíno de coração e uma sincera vontade de viver uma vida
de bondade e de retidão (Levítico 23:27-29; Miquéias 6:6-8).
Houve ocasiões em que o povo de Deus reteve o dinheiro, não dando os
dízimos e as ofertas ao Senhor. Durante a reconstrução do segundo templo, os
judeus estavam mais interessados na construção de suas casas, por causa dos
lucros imediatos que lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus que se
achava em ruínas. Por causa disto, o profeta Ageu alertou o povo, que estavam
sofrendo crise financeira (Ageu 1:3-6). Coisa semelhante aconteceu nos
tempos de Malaquias, e mais uma vez, Deus castigou seu povo por recusar a
trazer o dízimo (Malaquias 3:9-12).
O dízimo foi praticado por Abraão há 400 anos antes da lei mosaica, a
obrigatoriedade da entrega do dízimo não caiu com o encerramento da lei por
ser antes da lei.
4.1 – Dízimos e ofertas no Novo Testamento
Há pelo menos 30 passagens no N.T. em que Jesus fala do dinheiro e do seu
uso. Em Mateus 23:23, Jesus aprovou a continuidade do dízimo. Se Jesus e os
seus discípulos não fossem dizimistas teriam sido alvo de críticas severas e
não escapariam aos olhos de seus inimigos.
Todo aquele que busca em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça
(Mateus 6:33), assume responsabilidades quanto a expansão do Evangelho
através de seus atos e também de suas contribuições e dízimos.
Exemplo: Mateus 21:1-4 – pobre viúva
Mateus 25:31-46 – para entrar no Reino tem que ser generoso com
irmãos que

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passam necessidades
Atos 2:44-45 – Igreja primitiva
Atos 11:28-30 – ofertas aos irmãos carentes da Judéia
Gálatas 2:10 – lembrar dos necessitados
Gálatas 6:6-10 – repartir com ministros e irmãos
Romanos 15:26 – oferta para crentes necessitados
1 Coríntios 16:1-4 – exortação para prática de ofertas aos
necessitados
1 Timóteo 6:17-19 – exortação para ajudar aos necessitados.
Os exemplos dos dízimos e ofertas no A.T. contêm princípios importantes a
respeito do dinheiro, que são válidos para a Igreja hoje.
 Devemos lembrar que tudo quanto possuímos pertence a Deus, de modo
que aquilo que temos não é nosso. Ele confiou aos nossos cuidados.
Não temos nenhum domínio sobre as nossas posses;
 Temos de todo o coração, servir a Deus e não ao dinheiro (Mateus 6:19-
24; 2 Coríntios 8:5). A Bíblia afirma que a cobiça é uma de idolatria
(Colossenses 3:5).
 Nossas contribuições devem ser para promover o Reino de Deus,
especialmente para a obra da igreja local e a pregação do Evangelho
pelo mundo (1 Coríntios 9:1-14; Filipenses 4:15-18; 1 Timóteo 5:17-
18);
 Para ajudar aos necessitados (Gálatas 2:10; 2 Coríntios 8:14, 9:1-2);
 Para acumular tesouros no céu (Mateus 6:19-34; Lucas 6:32-35);
 Para aprender a temer ao Senhor (Deuteronômio 14:22-23);
 No N.T. requer que as nossas contribuições sejam proporcionais àquilo
que Deus nos tem dado (1 Coríntios 16:1-2; 2 Coríntios 8:2-3,12);
 Não hesitar em contribuir de modo sacrificial (2 Coríntios 8:3);
 Nossas contribuições devem ser dadas com alegria (2 Coríntios 9:7);
 Deus nos recompensa segundo o que temos dado (Mateus 19:21; 1
Timóteo 6:18-19; 2 Coríntios 9:6-11).
Se não estamos aptos a ofertarmos em prol do Reino pelo menos com 10% do
nosso rendimento, como estaremos pronto a reinar com Cristo? Dizimar é um
dos testes de Deus que mostra claramente se realmente o mantemos em
primeiro lugar. Só daremos alguma coisa para Deus quando tivermos fé e
coragem para darmos além do dízimo, pois dizimar é ordenança de Deus. É
preciso ter fé para dar as primícias de nossa renda.
“O SENHOR SÓ ACEITARÁ AS NOSSAS OFERTAS, A PARTIR DO
MOMENTO QUE É PAGA A DÍVIDA, QUE É O DÍZIMO”.

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Algumas pessoas contribuem com má vontade não por serem pobres, mas por
não serem agradecidas e carecem de alegria do Senhor (Provérbios 3:9-10).
Quem não tem fé para contribuir com o dízimo não é por ser pobre e sim por
não confiar na providência de Jeová-Jirê (Malaquias 3:10).
O maior ladrão do mundo é o não dizimista – porque rouba o melhor amigo,
Deus (Malaquias 3:8). Oferta só é oferta depois de entregue o dízimo. Ofertas
em lugar do dízimo são igrejas cujos membros não são dizimistas e não
podem gozar das bênçãos do avivamento. Foi mediante concerto financeiro
com Deus (Joel 2:14) que houve a promessa do derramamento do Espírito
Santo (Joel 2:32).

XIV – EVANGELIZAÇÃO E MISSÕES


“...mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria a
até aos confins da terra” – Atos 1:8.
1 – A Necessidade da Evangelização
Ser bíblico é ser evangelista porque o Evangelho é a mensagem central da
Bíblia. Do início ao fim ela indica o Salvador que deveria vir, veio, e virá
novamente. O único meio de tornar-se aceitável para o Pai é por meio da fé
nele. Uma vez que as pessoas não podem crer n’Ele a não ser que saibam
sobre ele, alguém deve contar-lhes (Romanos 10:14). Isso exige
evangelização.
Deus deseja que todas as pessoas em todos os lugares ouçam o Evangelho. Há,
e sempre houve uma dimensão grandiosa para o Seu plano de redenção.
A Grande Comissão para fazer discípulos de todas as nações tem raízes na
aliança Abraâmica. Em Pentecostes o impulso do Evangelho apareceu quando
o Espírito Santo fez os crentes testemunhar na Judéia, em Samaria e nos
confins da terra (Atos 1:8, 2:5-15,17,21). Todas as nações serão representadas
no céu (Apocalipse 5:9, 7:9, 21:22-26).
Portanto, os cristãos têm uma permanente obrigação de comunicar o
Evangelho a todas as pessoas em toda a parte do mundo. Isso exige pregação a
todos os povos.
2 – A Responsabilidade de Todo Crente
Todo cristão deve ser uma testemunha de Cristo, conforme surge a
oportunidade no fluxo e refluxo da vida diária, confessando-o em palavras e
ações. A evangelização acompanha a presença do Espírito Santo porque Ele é
o Espírito da Verdade e testemunha de Jesus (João 15:26,27). O livro de Atos
descreve crentes comuns evangelizando ativamente como resultado natural de
suas conversões e circunstâncias (Atos 8:1-4, 11:9,20).

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A vida transformada do crente é em si e por si, insuficiente para trazer à
alguém a compreensão do Evangelho. Ela pode testificar de modo atraente a
graça de Deus, mas é incompleta se não for expressa em palavras. É
necessário viver a vida cristã, de modo que outros possam ver a diferença que
ela faz, mas isso não satisfaz a responsabilidade de evangelizar.
3 – A Soberania de Deus e a Evangelização
Como o povo do Senhor obedece a Sua ordem de levar o Evangelho para o
mundo todo, eles assim com confiança de que seus esforços serão frutíferos e
que a Sua palavra não retornará vazia (Isaías 55:11). O sucesso da
evangelização não depende do esforço humano, mas do trabalho regenerador
do Espírito Santo. Um cristão deve ser paciente, aguardando o tempo de Deus,
percebendo que o mais importante é ser fiel e diligente na execução da ordem
de Deus. Quando alguém é convertido e confessa a Cristo, os cristãos, assim
como apóstolo Paulo, se regozijam no Senhor e o glorificam (1 Coríntios
1:31, 2:5).
Importante: Não há uma ordem particular na qual a mensagem deve ser
apresentada, e as palavras para explicá-la não estão prescritas nas Escrituras,
mas há um núcleo legítimo arrependimento, o desejo sincero de abandonar o
pecado. A salvação é pela graça por meio da fé (Efésios 2:8,9). Quando
alguém confia em Cristo como Salvador, Deus perdoa e aceita essa pessoa
como coberta completamente pela justiça de Jesus. O crente torna-se um filho
de Deus e tem assegurada a vida eterna (João 3:16).

XV – O DESTINO DA IGREJA
1. Arrebatada por Jesus (I Coríntios 15:51-53; I Tessalonicenses 4:15-17)
2. Examinada e recompensada por Jesus (I Coríntios 3:13; II Coríntios
5:10)
3. Unida para sempre com o Noivo (Apocalipse 19:9)
4. Reinar com Jesus no milênio (Apocalipse 1:5, 3:32, 20:6)
5. Compartilhar da nova Jerusalém com Jesus (Apocalipse 19:9)
A Segunda Vinda Cristo:
 Jesus prometeu buscar os seus discípulos e garantiu que nossa pátria é
no céu; onde virá como um ladrão de noite, de surpresa, para os fiéis –
Arrebatamento da Igreja;
 O cronograma divino revela que a nossa dispensação terminará com a
vinda de Cristo nas nuvens para levar seu povo; essa será a primeira
fase da segunda vinda para o Arrebatamento da Igreja e ressuscitar os
que morreram em Cristo (1 Tessalonicenses 4:16,17). Isso ocorrerá de
maneira rápida (1 Coríntios 15:52);

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 Depois começará a grande tribulação, tempo de grande angústia; um
período de transição entre a dispensação da Igreja e o Milênio (Jeremias
30:7; Daniel 12:1; Joel 2:2,31; Mateus 24:21; Marcos 13:19);
 Tempo determinado por Deus para fazer justiça contra a rebelião dos
moradores da terra e para preparar a nação de Israel para o encontro
com o seu Messias (Amós 4:12; Apocalipse 6:19);
 Será um período caracterizado por pragas pela besta, o anticristo e o
falso profeta;
 O anticristo fará um concerto com a nação de Israel (Daniel 9:27). Mas
na metade deste período o concerto será rompido e a cidade de
Jerusalém será ainda tomada, por pouco tempo, pois no final da Grande
Tribulação o Senhor Jesus descerá para livrar o seu povo (Zacarias
14:2-4);
 A Igreja não passará pela Grande Tribulação (1 Tessalonicenses 1:10);
 Depois dos sete anos da Grande Tribulação, virá a batalha do
Armagedom, para julgar as nações, destruir o anticristo com o sopro de
suas narinas, aprisionar a besta e o falso profeta e estabelecer o Milênio
(Apocalipse 16:16, 19:20; Joel 3:12-14; Mateus 25:31-46; 2
Tessalonicenses 2:8);
 No Milênio Jesus reinará na terra com a Igreja (Apocalipse 20:2,7); será
um tempo de paz (Isaías 2:2-4, 11:1-10);
 Todas as expectativas da humanidade serão cumpridas em Cristo.

XVI – A IGREJA E ISRAEL


Entre os evangélicos há diferentes perspectivas sobre a questão do
relacionamento entre Israel e a Igreja. Uma perspectiva é a dispensacionalista.
De acordo com ela, Deus tem dois planos distintos para dois grupos diferentes
de pessoas que redimiu. Por um lado, os propósitos e as promessas para Israel
são bênçãos terrenas, e serão cumpridas nesta terra em algum tempo no futuro.
Por outro lado, os propósitos e as promessas para a Igreja são bênçãos
celestiais, e essas promessas serão cumpridas no céu. Essa distinção entre os
dois grupos diferentes que Deus salva será vista especialmente no Milênio,
pois naquele tempo Israel reinará sobre a terra como o povo de Deus e
desfrutará o cumprimento das promessas do Antigo Testamento, mas a Igreja
a essa altura já terá sido levada para o céu no tempo do retorno secreto de
Cristo para os santos. Nessa perspectiva, a Igreja não começou antes do
Pentecoste, e não seria correto pensar nos crentes do Antigo Testamento junto
com os crentes do Novo Testamento constituindo uma Igreja.

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Os que estão fora da perspectiva dispensacionalista, dizem que a Igreja inclui
tanto crentes do Antigo Testamento como do Novo Testamento em um corpo
de Cristo.
Devemos observar primeiro os versículos do N.T. que entendem que a Igreja
seja o “novo Israel” ou o novo “povo de Deus”. O fato de que “Cristo amou
a Igreja e entregou-se por ela” (Efésios 5:25) sugere isso. Esta era atual da
Igreja, que tem trazido a salvação a muitas pessoas, não é uma interrupção nos
planos de Deus, mas a continuação do seu plano expresso por todo o A.T.
chamando pessoas para si. Paulo diz: “Não é judeu quem o é apenas
exteriormente, nem é circuncisão a que é meramente exterior e física. Não!
Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração, pelo
Espírito, e não pela Lei escrita” (Romanos 2:28,29). Paulo reconhece que,
embora haja um sentido natural ou literal no qual os que descenderam
fisicamente de Abraão são chamados judeus, há também um sentido mais
profundo ou espiritual no qual o “judeu verdadeiro” é aquele que é
interiormente um crente e cujo coração foi purificado por Deus.
Paulo diz que Abraão não deve somente ser considerado o pai do povo judeu
em sentido físico. Ele é também no sentido mais profundo e mais verdadeiro
“o pai de todos os creem, sem terem sido circuncidados [...] e é igualmente o
pai dos circuncisos que não somente são circuncisos, mas também andam nos
passos da fé que teve nosso pai Abraão antes de passar pela circuncisão”
(Romanos 4:11,12,16,18). Portanto, Paulo pode dizer: “Não pensemos que a
palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel.
Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de
Abraão. Ao contrário: ‘Por meio de Isaque a sua descendência será
considerada’. Isto é, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os
filhos da promessa é que são considerando filhos de Abraão” (Romanos 9:6-
8). Paulo aqui sugere que os verdadeiros filhos de Abraão – “Israel” no
sentido mais verdadeiro não é a nação de Israel por ascendência física de
Abraão, mas o que creram em Cristo.
A Igreja não é um grupo separado do povo judeu, Paulo escreve aos crentes
gentios de Éfeso dizendo-lhes que anteriormente eles estavam “sem Cristo,
separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da
promessa, sem esperança e sem Deus no mundo” (Efésios 2:12), mas que
agora eles “foram aproximados mediante o sangue de Cristo” (Efésios 2:13).
E quando os gentios foram trazidos à igreja, judeus e gentios foram unidos em
um só corpo. Paulo diz que Deus “destruiu a barreira, o muro de inimizade,
anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O
objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz,
e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele

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destruiu a inimizade” (Efésios 2:14-16). Portanto, Paulo pode dizer que os
gentios são “concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus
Cristo como pedra angular” (Efésios 2:19,20). Com essa consciência plana do
pano de fundo do A.T. para a igreja do N.T., Paulo pode ainda dizer que “os
gentios são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-
participantes da promessa em Cristo Jesus” (Efésios 3:6). Essa passagem fala
fortemente da unidade de crentes judeus e gentios no corpo em Cristo e não dá
indicação alguma de qualquer plano distintivo para a salvação do povo judeu
independentemente do corpo de Cristo, a Igreja. A Igreja incorpora em si
mesma todo o verdadeiro povo de Deus, e quase todos os títulos usados para o
povo de Deus no A.T. são em um lugar ou outro aplicados à Igreja no N.T.
Esses textos, juntamente com muitos outros, nos dão a segurança de que a
Igreja se tornou agora o verdadeiro Israel de Deus e vai receber todas as
bênçãos prometidas a Israel no Antigo Testamento.

XVII – CONCLUSÃO
Devemos ser uma bênção na igreja local. Antes de criticá-la devemos
perguntar a nós mesmos: “Quantas pessoas já levei a Cristo que estão
batizadas e crescendo?”.
Culto é adoração ao Senhor. Quando for à Igreja leve duas coisas:
1. Um conceito de Deus. Exemplo: Deus bondoso, disciplinador, etc... e,
adore esse Deus.
2. Um sacrifício espiritual (louvor). Leve o agradecimento por uma coisa
que não gostou. Leve uma coisa que lhe custe alguma coisa.
A Igreja é o povo chamado por Deus, com uma organização dada por Deus,
com uma missão divina, e um destino divino. É prioritário que possamos
descobrir a organização adequada, a missão, pois assim receberemos as
bênçãos de Deus.

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