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Copyright © 2021 Aluízio A.

Silva
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Diretor de Arte Robson Júnior Impressão Gráfica Flex Gráfica

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dos Direitos Autorais (Lei nº 9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 48 do Código Penal.

Impresso no Brasil Printed in Brazil 2021

Eu cri, por isso falei – 21 Dias para liberar a fé Categoria: Vida cristã / Devocional /
Jejum
Copyright © 2021 Aluízio Silva Todos os direitos reservados

1ª edição Fevereiro de 2021


Revisão Maria Aparecida de Oliveira Capa Robson Júnior
Diagramação Robson Júnior

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada
(Sociedade Bíblica do Brasil), salvo indicação específica.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Silva, Aluízio, 2020


Eu cri, por isso falei – 21 Dias para liberar a fé / Aluízio A. Silva. – Goiânia: Editora
VIDEIRA, 2021
ISBN: 978-65-86426-03-8
1: Vida cristã 2: Devocional 3: Jejum 4: Título

CDD : 230/240
Índice para Catálogo Sistemático:
1: Vida cristã: Devocional: Jejum 230/240

Editado e publicado no Brasil por:


AMS Gráfica e Editora
CNPJ: 16.851.106/0001-39
Av. Ville Qd. 62 Lt. 02 - Setor Moinho dos Ventos, Goiânia - GO, 74371-580 – Brasil

Índice
Introdução - O jejum tem graça? 7
1º Dia Remova o véu 07
2º Dia A essência do cristianismo 15
3º Dia Filhos permanecem em casa 23
4º Dia A perfeita vitória 31
5º Dia A vitória completa 37
6º Dia Tenha vitória no dia da luta 47
7º Dia Tudo vai cooperar para o seu bem 55
8º Dia A vitória do improvável 63
9º Dia A vitória está perto de você 71 10º Dia O milagre está em sua
boca 81 11º Dia Tudo depende do solo 91
12º Dia Como permanecer inabalável 103 13º Dia Declare a palavra
111
14º Dia A fé mais excelente 121
15º Dia O segundo toque 129
16º Dia Profetas do Novo Testamento 137 17º Dia Veja, creia,
confesse 147
18º Dia O poder de uma visão profética 153 19º Dia Como receber
visões de Deus 161 20º Dia A visão do lençol 169
21º Dia Receba o Espírito de sabedoria 177

1º Dia

Remova o véu
C

ada vez que ministramos a palavra da nova aliança, o véu é tirado


dos corações. Toda escuridão é dissipada e todo bloqueio mental
desaparece. Paulo diz que a lei era o ministério

da morte gravado na pedra.

Algumas pessoas contestam, dizendo que não estamos sob a lei no


sentido de não estarmos sob os rituais de sacrifícios de animais,
mas estamos debaixo da lei moral. A verdade é que a lei moral foi a
única gravada nas pedras com o dedo de Deus. Sacrifícios de
animais, rituais, ordenanças e juízos nunca foram gravados em
pedras. Eles foram escritos em pergaminhos.
E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, se revestiu de glória, a ponto
de os filhos de Israel não poderem fitar a face de Moisés, por causa da glória do seu rosto,
ainda que desvanecente, como não será de maior glória o ministério do Espírito! (2 Co
3.7,8)

Creio que o reavivamento que haverá nos últimos dias será um


tempo de muito maior glória e graça. Ainda não vimos quase nada.

Mesmo na lei, havia alguma glória


Deus não disse que não há glória na velha aliança. Ele disse que
havia, pois até mesmo o rosto de Moisés brilhava.

Na verdade, seu rosto não brilhava sob a lei pura. Deus deu a lei a
Moisés duas vezes. Na primeira, o rosto dele não brilhou. Ele
quebrou as tábuas da lei e nem mesmo as trouxe para o
acampamento. Creio que, se ele as tivesse trazido, todo o povo teria
morrido, porque, ao adorarem o bezerro de ouro, teriam quebrado o
primeiro mandamento.

Então, Deus disse a Moisés que ele deveria subir mais uma vez à
montanha. O Senhor iria dar a lei novamente. Essa foi a segunda
vez, mas agora Moisés passou um tempo com Deus, o qual se
revelou a ele falando sobre bondade, e Moisés falou-lhe sobre
graça.

Moisés pediu para ver a glória do Senhor, o qual lhe disse que faria
passar diante dele toda a sua bondade (Êx 33.18,19). Isso significa
que a glória de Deus é a sua bondade. Quando conhecemos a
graça de Deus, somos envolvidos em sua glória.
Então, ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. Respondeu
-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o nome do SENHOR;
terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem eu me
compadecer. (Êx 33.18,19)
Depois disso, o Senhor coloca Moisés numa fenda da rocha para
que pudesse vê-lo apenas pelas costas (Êx 33.20-23). Essa era a
medida na velha aliança. Eles tinham apenas um vislumbre. Viam o
Senhor como que através do véu.
E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e
viverá. Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha.
Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei,
até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a
minha face não se verá. (Êx 33.20-23)

Quando a mulher hemorrágica tocou no Senhor, ela o fez pelas


costas, mas imediatamente Ele parou e perguntou quem lhe havia
tocado (Lc 8.44). Isso aconteceu porque o Senhor veio para revelar
o Pai. Aquela mulher não podia ficar apenas com as costas, ela
precisava ver a sua face. Na velha aliança, as pessoas viam o
Senhor de costas, mas hoje o vemos face a face.

Foi apenas nessa segunda vez que a face de Moisés brilhou, e creio
que isso aconteceu porque ele provou da graça de Deus no monte.
Ali houve uma mistura de lei e graça. Por causa da graça, seu rotou
brilhou, mas, por causa da lei, a glória estava desvanecendo.

Quando Moisés desceu da montanha, a Bíblia diz que o povo fugia


dele. Até mesmo Arão teve medo (Êx 34.30). Moisés precisou
chamar Arão de volta porque todos fugiram.
Olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu
rosto; e temeram chegar-se a ele. (Êx 34.30)

Creio que cada raio na face de Moisés naquela época era um


ministério que exigia justiça dos homens, os quais não a possuíam.
O brilho da face de Moisés lhes trazia condenação.

Quando olharam para o rosto de Moisés, eles ficaram com medo,


porque a glória em seu rosto era a glória da lei. Essa glória ainda
existe hoje. Em muitos lugares, há uma mistura de lei e graça. Este
é o ministério da morte. É algo muito sutil, mas é o ministério da
morte. Ninguém prega a lei pura, ela vem sempre misturada com a
graça.
Se pregassem a lei pura, talvez clamariam pela graça em algum
momento, mas, como pregam algo misturado, então as pessoas
ficam com a sensação de que receberam o melhor de Deus.
Comumente, os pastores pregam a lei; todavia, quando se sentem
desanimadas e pensam em desistir, invariavelmente oferecem a
graça. Por causa disso, experimentam alguma glória, mas é
desvanecente.

As duas montanhas
Tendo, pois, tal esperança, servimo-nos de muita ousadia no falar. E não somos como
Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na
terminação do que se desvanecia. (2 Co 3.12,13)

A palavra “ousadia” também pode ser traduzida como “clareza”.


Sempre há ousadia e clareza quando apontamos para Cristo. Em
outras palavras, não falamos sobre coisas ocultas. Quando
ensinamos coisas ocultas, tipos do Velho Testamento, trazemos o
Senhor Jesus para fora do texto.

A palavra “terminação”, no grego, é o propósito final. Qual é o


propósito final de toda a lei? Cristo. Cristo é o fim da lei para todo
aquele que crê (Rm 10.4).

Creio que houve duas razões por que Moisés colocou o véu. Por um
lado, o brilho da glória estava esvaindo; por outro, as pessoas não
suportavam o ministério da condenação, que as lembrava do
pecado.

Moisés era um servo, mas Jesus é o Filho. A lei foi dada por meio
de Moisés, a graça veio por meio de Jesus. A graça é maior do que
a lei. O Senhor disse que o servo não fica para sempre na casa,
mas o filho fica (Jo 8.35).

Moisés subiu à montanha para receber glória, e Cristo subiu a outra


montanha para revelar sua glória. Podemos ver, então, duas
montanhas. Quando Moisés desceu, o povo fugiu dele; mas, quando
o Senhor foi transfigurado na montanha, seu rosto também brilhou
como o sol na sua intensidade. Toda a sua aparência brilhava. E,
quando Ele desceu da montanha, as pessoas correram em sua
direção. Por quê? Por causa da glória (Mc 9.15).

Por que os pecadores correram em direção a Jesus quando Ele


desceu da montanha? Porque o ministério de Jesus não é de
condenação. A glória de Jesus não é a mesma de Moisés. Na sua
morte, Ele glorificou a Deus, Ele magnificou a lei e atendeu
plenamente a todas as reivindicações da santidade e justiça divinas
em nosso favor. E a Bíblia diz que, tendo purificado nossos
pecados, Ele se sentou à direita da Majestade nas alturas (Hb 1.3).

Hoje Jesus Cristo está sentado à direita do Pai, não porque Ele é o
Filho de Deus. Ele sempre foi o Filho de Deus. Cristo não se sentou
como o Filho de Deus, mas o fez porque seus pecados foram
completamente purificados. Porque a obra foi consumada, Ele se
sentou (Hb 10.12,13).

Os sacerdotes do Antigo Testamento nunca se sentavam porque


seu trabalho nunca terminava. Os pecados nunca eram totalmente
cobertos. Todo ano, deveriam oferecer novamente. Mas Jesus
ofereceu um sacrifício que perdoa nossos pecados passados,
presentes e futuros. E, depois de fazer isso, Ele se assentou. Ele
nunca mais se levantará para remover o seu pecado. Quando Ele
voltar, não será mais para lidar com os pecados do seu povo. Este é
um caso encerrado. Por isso, Ele se assentou.

A glória na face de Jesus atrai as pessoas porque cada raio dessa


glória diz: “Seus pecados são perdoados”. Podemos olhar para Ele
e permanecer em sua presença. Continue olhando, porque cada
raio é uma prova de que Ele terminou a obra. Seus pecados foram
eliminados.

Existe um véu que cega a mente das pessoas. Isso se aplica aos
judeus, mas também se aplica àqueles que vivem deliberadamente
debaixo da lei. Quando você está sob a lei e lê a Bíblia, tudo o que
consegue ver é “o que deve fazer e o que não deve fazer”. Você não
consegue ver Jesus. Mas a Bíblia não é um livro sobre regras, é um
livro sobre pão. É para a nossa alimentação.

Tire o véu para ver a herança


O véu é retirado em Cristo, mas há um véu. E, a menos que ele seja
retirado, não podemos ver nossa herança.

Em Gênesis 13.14,15, o Senhor disse a Abrão, depois que seu


sobrinho Ló se separou dele: “Ergue os teus olhos”. O Senhor havia
dito que ele deveria deixar sua terra e sua parentela, mas ele
resolveu levar Ló consigo, o qual lhe deu muito trabalho, mas por
fim se separou dele.

O nome Ló em hebraico significa literalmente “véu”. Nós hoje somos


a semente de Abraão e, como ele, precisamos deixar o véu de lado.
Claramente o véu aponta para a lei, algo que impedia Abraão de ver
com clareza.

Todavia, no momento em que o véu deixou Abraão, Deus disse:


“Levante os olhos agora”, e ele pôde ver. Ele pôde ver o quê? Sua
herança. “Olhe do lugar onde você está para o norte e para o sul,
para o leste e para o oeste, porque toda a terra que você vê, eu dou
a você e à sua descendência para sempre” (Gn 13.14-17). Você não
pode ver sua herança ou a herança de seus filhos até que o véu
seja removido.

Vamos voltar para 2 Coríntios 3. Vemos o véu ali. Veja o versículo


14: “A mente deles foi cegada”. Quando eles leem o Antigo
Testamento, não veem Jesus.

O capítulo 4, versículo 3, diz: “Mesmo que o nosso evangelho esteja


encoberto — observe a palavra “véu” —, está velado para os que
perecem”. Quando há uma pessoa que perece, é porque não há
evangelho sendo revelado, seja crente ou não crente.
Não pense sempre em perecer como ir para o inferno somente.
Perecemos de destruição, depressão, doença, seja o que for. Se há
uma pessoa perecendo, o evangelho está velado de alguma forma.
Se o evangelho está velado, está velado para os que estão
perecendo, porque, se não estiver velado, eles não perecerão.

O diabo põe o véu


No próximo verso, quem pôs o véu? “[...] cuja mente o deus [...]”. O
deus deste século cegou a mente dos que perecem. Observe um
pequeno deus. Como o diabo ganhou o título de pequeno deus?
Tudo aconteceu porque, no Jardim do Éden, Deus fez de Adão um
pequeno deus. Deus é o grande Deus, mas Ele fez de Adão o
senhor, para subjugar e ter domínio sobre toda a terra. No entanto,
Adão cometeu alta traição, vendeu-se ao diabo, e o diabo tomou
seu título.

Não se esqueça, porém, do último Adão, Jesus Cristo, que veio, e


aqueles que estão sob seu senhorio não estão sob o senhorio do
deus desta era. É por isso que ele tem este século. Ele não é um
deus do nosso reino, o reino de Deus. Ele é o deus desta era e
cegou a mente das pessoas. E como ele faz isso? Ele usa o véu. O
que é um véu? É a lei. Todo homem tem um véu em seu coração.
Mesmo os crentes que se apegam à lei não veem as coisas. Eles
podem ser professores de teologia, mas não veem o que você vê.

Então, aqui diz que o diabo é que cega a mente das pessoas. É por
isso que estão perecendo “os que não creem, para que a luz do
evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus, não brilhe
sobre eles” (2 Co 4.4). Por que o diabo está cegando a mente
deles? Porque ele tem muito medo da luz do evangelho da glória de
Cristo.

O diabo teme que a glória de Cristo no evangelho brilhe para as


pessoas. Se nosso evangelho é tão pouco atraente, por que o diabo
cegaria os olhos, o coração e a mente das pessoas? Se as boas
novas forem pregadas, as pessoas simplesmente correrão para
Jesus.

Em Cristo, o véu é removido


Em 2 Coríntios 3.15, lemos: “Mas até hoje, quando Moisés é lido,
um véu repousa sobre o coração deles”. Quando Moisés é lido, o
véu está sobre o coração. No entanto, quando alguém se volta para
o Senhor, o véu é retirado.

Como tirar o véu? Simplesmente voltando-se para o Senhor.


Quando lemos para ver Cristo, o véu é tirado; mas, quando lemos
apenas para aprender algum princípio, seja de vida, seja de
liderança, seja de finanças, ou de casamento, então o véu
permanece.

Não vamos à igreja para receber uma verdade, mas para receber a
verdade viva. Deixe-me explicar. Matemática — a tabuada, 2 vezes
2 é 4 — é a verdade, mas não é uma verdade viva. Ela não pode
remover o processo de decadência e morte da vida de alguém; não
pode transportar uma pessoa das trevas para a luz. É verdade, mas
não é uma verdade viva. Somente na igreja alguém pode encontrar
a verdade viva, porém somente se a igreja estiver pregando o
evangelho. Estamos lidando com a verdade viva, não apenas com a
verdade.

Os teoremas da geometria são verdadeiros, mas não são a verdade


viva. Cada esfera de conhecimento neste mundo é verdade, mas
não é a verdade viva. Somente o evangelho é a verdade viva, e
você acabou de ouvir o evangelho.

Precisamos nos voltar para o Senhor. Quando Moisés desceu do


monte, seu rosto estava velado para o povo, porque estavam muito
assustados, certo? Mas a Bíblia diz, em Êxodo 34, que, ao terminar
de falar com o povo, ele foi à presença de Deus, e o véu foi
removido. É por isso que seu rosto brilhou. Ele viu a glória de Deus,
e o Senhor falou com ele face a face.
Sempre que você se volta para o Senhor, o véu é retirado. Abraão
foi o primeiro judeu original. Seus olhos foram cegados por Ló. Ele
não podia ver sua herança. Hoje Israel quer possuir a Terra
Prometida. Há muita luta por um longo tempo. Por quê? Porque eles
ainda se apegam à lei, e não à graça. Eles ainda estão apegados a
Moisés, não a Jesus. Confiam no servo, não no Filho. Portanto, não
podem ver sua herança, mas virá o dia em que o véu será removido.
Nesse dia, entrarão na herança.

2º Dia

A essência do cristianismo
O
ponto central do Novo Testamento é que Cristo substitui a lei. A
intenção de Deus não é manter seus filhos debaixo da lei, mas
enchê-los de Cristo. Ele é a graça que se fez gente e

veio habitar em nós. Ser cheio de Cristo é ser cheio da graça.

Muitos, porém, são seduzidos a transformar a vida cristã numa


religião, mas a vida cristã nada mais é do que Cristo. Transformar
Cristo numa religião é dizer que o seu sacrifício na cruz foi inútil.

Então, o cristianismo não é uma religião? Falando em termos


precisos, não. Toda religião ensina como o homem pode chegar a
Deus, mas o cristianismo ensina como Deus veio ao encontro do
homem. Toda religião possui o homem como centro, toda obra é
iniciada por ele e mantida por sua força. No cristianismo, entretanto,
tudo é iniciado por Deus e mantido por Ele.

Precisamos rejeitar todo espírito de religião. O judaísmo é a única


religião dada por Deus, portanto é o padrão de todas elas. Devemos
rejeitar tudo o que procede da religião. Como podemos identificar
conceitos e práticas religiosas judaicas na igreja? O judaísmo, como
padrão da religião, possui cinco características básicas.

O templo
A primeira caraterística do judaísmo é o templo, que era o centro da
religião judaica. No Velho Testamento, Deus não habitava em
qualquer lugar, mas em um país chamado Israel. Todavia, mesmo
em Israel, Ele não habitava em qualquer lugar, mas em uma cidade
chamada Jerusalém. E, mesmo em Jerusalém, não era em todas as
casas que Ele estava, mas somente num prédio chamado templo. E,
mesmo no templo, só numa parte chamada Santo dos Santos. Se
um judeu queria adorar a Deus, precisava ir ao templo, porque era
lá que Deus habitava.

Nós somos o templo de Deus hoje. Estritamente falando, o


cristianismo não possui edifícios, nem templos. O judaísmo tinha um
templo, nós não o temos mais. Se voltarmos a estabelecer prédios
como templos, incorreremos em um retrocesso ao judaísmo.

Precisamos entender que somos o templo de Deus e que Ele não


habita em prédios. Nós somos sua morada. Deus não mora no
prédio da igreja. Quando você vai embora depois do culto, Ele o
acompanha. Ele habita em você, porque sagrado é você. E, se você
está cheio de Deus, onde você estiver torna-se sagrado também.
Somos seu templo e o carregamos dentro de nós. Onde pisamos,
Deus finca suas pegadas. Aonde nós chegamos, Deus chega junto.

O prédio para nós é apenas um lugar de treinamento e celebração,


a vida normal da igreja acontece em outros lugares em nosso dia a
dia. Apesar de, no Velho Testamento, Deus habitar num templo, isso
já não acontece no Novo Testamento. Hoje somos o seu templo, é
em nós que Ele habita. Assim, biblicamente falando, a igreja do
Novo Testamento possui um lugar de reunião, mas não possui
templos.

A lei
A segunda característica fundamental do judaísmo é a lei. Não há
judaísmo sem a lei. Ela era o centro da vida do povo. Para o autor
da Carta aos Hebreus, a lei dos judeus era escrita em tábuas de
pedras, mas a lei da nova aliança, o Novo Testamento, é escrita em
nosso coração (Hb 8.10). O Espírito nos ensina a respeito de todas
as coisas.

A lei do Espírito foi impressa dentro do nosso próprio espírito, e não


precisamos mais seguir a lei de Moisés. Seguindo a lei do Espírito,
acabamos cumprindo a lei de Moisés, porque a lei do Novo
Testamento é superior. Não se trata de decorar normas e regras,
mas de ter uma nova natureza e uma pessoa viva residindo dentro
de nós. Ninguém pode seguir a lei e cumprir plenamente a vontade
de Deus. Para isso, precisamos ter a lei do Espírito da vida, uma
pessoa dentro de nós falando conosco, orientando-nos e dirigindo-
nos.

O fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que n’Ele crê (Rm
10.4). Não devemos mais seguir leis exteriores. O Espírito da
verdade nos conduz a toda a verdade.

O sacerdócio
A terceira característica do judaísmo é sua classe sacerdotal. No
cristianismo, não existe uma classe sacerdotal, todos somos
sacerdotes do Senhor, como diz Pedro:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva
de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz. (1 Pe 2.9)

Toda religião possui algum tipo de classe clerical. Toda elas


possuem algum tipo de sacerdote que está acima das pessoas
comuns, mas Paulo destrói esse conceito afirmando que todos
somos um em Cristo (Gl 3.28).

O cristianismo é exterior ou interior?


A quarta característica da religião são as cerimônias exteriores. O
cristianismo é exterior ou interior? Esta é uma pergunta muito
importante. Devemos responder enfaticamente que o cristianismo é
essencialmente algo interior e espiritual, algo que procede do
coração. Nos dias de Paulo, os legalistas judaizantes estavam
inserindo algo exterior na vida cristã, a circuncisão.

Ainda hoje, muitos procuram introduzir práticas e cerimônias


exteriores na vida cristã. Em muitos lugares, são comuns objetos
abençoados, como flores, azeite, moedas, entre outros. Esses
mesmos acessórios já eram parte do catolicismo na Idade Média.

Os judaizantes concentravam se em uma coisa exterior, a


circuncisão, e faziam disso a base da fé. Paulo, porém, mostra que
as coisas exteriores não nos definem. Ele diz que nem a circuncisão
é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. O que
realmente importa é o novo nascimento.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela
qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. Pois nem a circuncisão é
coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. (Gl 6.14,15)

O homem natural sempre recusa o que é interior e espiritual e


procura uma religião cheia de cerimônias externas. Ele faz isso
porque a religião exterior é muito fácil e cômoda, pois participar de
cerimônias não exige fé e nem mudança de coração.

Não estou dizendo que o exterior e o físico não tenham lugar na


vida da igreja. Eles existem, mas apenas como sinal visível de uma
realidade interior e espiritual. Tudo o que é espiritual inevitavelmente
terá uma realidade exterior, mas nem tudo o que é exterior possui
realidade.

O batismo é um exemplo disso. Ele é equivalente à circuncisão no


Novo Testamento, mas precisamos ser cuidadosos para não o
enfatizarmos exageradamente, colocando-o como meio de
salvação. O batismo é uma cerimônia que apenas tem valor se
houver a realidade interior do novo nascimento.

O cristianismo é humano ou divino?


A quinta característica da religião são as obras humanas. Mas o
cristianismo é uma questão do que fazemos para Deus ou do que
Ele fez por nós?

As obras exteriores são obras humanas. Paulo mostra que a


circuncisão não era somente um ritual exterior, mas também uma
obra humana.

Os legalistas judaizantes ensinavam a obediência à lei porque


acreditavam que a salvação ou a santificação dependiam de obras
humanas. Ensinavam que deveríamos merecer o favor de Deus por
intermédio de nossas boas obras.

É por isso a que a mensagem do evangelho é tão odiada pelo


mundo. E o que há na cruz de Cristo que enraivece o mundo e o
leva a perseguir aqueles que a pregam? Exatamente isto: “Cristo
morreu na cruz por nós, pecadores, fazendo se maldição em nosso
lugar” (Gl 3.13).

Dessa forma, a cruz nos diz algumas verdades muito desagradáveis


acerca de nós mesmos. Ela mostra que somos pecadores, que
estamos sob a maldição da lei de Deus e não podemos nos salvar
por nós mesmos. Se houvesse possibilidade de sermos salvos pelas
nossas boas obras, certamente a cruz nunca teria acontecido (Gl
2.21).

Cada homem que olhar para a cruz ouvirá Cristo dizendo: “Estou
aqui por sua causa; é o seu pecado que estou assumindo; é a sua
maldição que estou sofrendo; é a sua dívida que estou pagando; é a
sua morte que estou morrendo”. A cruz nos põe na posição correta.
Ela provoca uma grande ferida no orgulho humano.

A cruz é a prova divina de que somos maus e merecedores do


inferno. Ela mostra o imenso amor de Deus e prova que toda a obra
de salvação é feita por Ele.

Precisamos viver constantemente debaixo desta verdade: não é o


que eu faço para Ele, mas o que Ele fez por mim. Não apenas a
salvação, mas toda a vida cristã é baseada nessa verdade.

Não sofreremos perseguição e oposição se pregarmos bons


princípios espirituais ou o alto padrão moral do cristianismo. O
mundo não se importa com isso. Mas, se falarmos do Cristo
crucificado e de sua graça, sofreremos perseguição. A graça anula
as assim chamadas boas obras, e a cruz destrói o orgulho humano.
Por causa disso, o mundo sempre resistirá à mensagem da cruz.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela
qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. (Gl 6.14)

A cruz tornou-se a fronteira entre dois mundos. Uma vez que


passamos pela cruz, não temos mais ligação com o mundo. Na
verdade, não estamos mais preocupados em agradar ao mundo,
pois recebemos a graça de Deus em Cristo sendo crucificado para a
nossa salvação.

A centralidade do novo nascimento


E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que
se fizeram novas. (2 Co 5.17)

Quando ensinamos a justificação pela fé, precisamos ter em mente


que não se trata de um faz de conta. Algo muito poderoso
aconteceu conosco. Trata-se do novo nascimento, que é
fundamental para entendermos a justificação.

O novo nascimento é a primeira necessidade do homem. Não


importa se ele é bondoso ou imoral, ainda assim precisa nascer de
novo. O problema do homem não é se sua vida natural é boa ou má,
mas se ele possui ou não a vida de Deus dentro de si.

Todos nós cremos que, pelo sangue de Jesus, somos perdoados,


mas apenas ser perdoados não nos faz justos. Deus não quer
apenas pecadores perdoados. Se antes eu era ladrão, mas agora fui
perdoado dos meus roubos, isso não me faz justo, apenas um
ladrão perdoado.

Como eu poderia ser feito justo? Apenas se morresse e nascesse


de novo com uma nova identidade e sem passado. Esse novo
homem agora é justo. A justificação ganha realidade apenas quando
há novo nascimento.
O novo nascimento é receber uma nova vida que não tínhamos, a
vida do próprio Deus. É isso que nos transforma em filhos de Deus.
Como já foi dito, Deus não quer apenas uma porção de pecadores
perdoados, Ele quer mais, deseja ter filhos com sua natureza e
justiça.

O novo nascimento não é uma mera mudança de conduta ou


comportamento exterior, é o recebimento de uma nova vida, é uma
questão de vida, e não de conduta.

Todos nós recebemos a vida humana de nossos pais, mas agora


precisamos receber a vida de Deus. O novo nascimento é essa
nova vida adicionada à nossa vida humana. Nascer de novo é
receber a vida de Deus (Jo 1.13). Por ela, recebemos a própria
natureza de Deus (2 Pe 1.4).
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da
carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. (Jo 1.12,13)

Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que
por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das
paixões que há no mundo. (2 Pe 1.4)

Os religiosos pensam que o homem é salvo por comportar-se bem.


Para isso, ele precisa ter bons ensinamentos e boas regras de
conduta para aperfeiçoar-se. Mas o método de Deus não é
educação ou reforma, é o novo nascimento, mudança de natureza.

Deixa-me dar um exemplo. Suponha que eu tenha um cachorrinho


em minha casa. Eu o amo tanto que desejo fazer dele meu filho.
Então, eu o educo para comportar-se bem e o ensino a andar sobre
duas patas, comer na mesa com garfo e faca, visto nele roupas
como gente e, depois de muito treino, até consigo ensiná-lo a falar.
Qual o único problema desse meu projeto? É que o cachorrinho
continua sendo um cachorro. Sua natureza é de cachorro. Ele faz
tudo que gente faz, mas é um cachorro.

O conceito da religião é melhora e aprimoramento, mas o conceito


de Deus é mudança de natureza. Ele remove nossa natureza canina
e injeta em nós sua própria natureza e vida.

Não importa quão bom o homem seja, ele precisa nascer de novo,
caso contrário, não pode entrar no reino dos céus. No céu, somente
vão entrar os filhos, portanto a questão é quem é seu pai, e não
quão bonzinho você é.

Como podemos nascer de novo? Pela semente de Deus, que é sua


palavra, e pela ação do Espírito nos trazendo para a vida. Pela
união da palavra e do Espírito, a vida de Deus é gerada em nós.
Nascemos de novo pelo poder da palavra e do Espírito de Deus e
nos tornamos uma nova criação em Cristo Jesus. Estamos n’Ele,
pois sua semente nos gerou e somos de sua espécie. Sua vida
agora está em nós. A grande necessidade do homem é a
experiência do novo nascimento (Jo 3.7). Muitos são religiosos, até
membros de igrejas cristãs, mas tiveram apenas uma experiência
intelectual ou emocional. Nunca foram regenerados em seu espírito.
Não possuem uma nova natureza, por isso têm dificuldade de
entender as coisas do Espírito e crescer espiritualmente. Não
podem produzir o fruto do Espírito porque não nasceram de novo.

Em 1 Coríntios 15.45-49, Paulo diz que Jesus é o último Adão e o


segundo homem. Como último Adão, Ele tomou tudo quanto
pertencia à natureza de Adão e levou à cruz. Ao ressuscitar, tornou-
se o segundo homem, cabeça de uma nova raça de filhos
espirituais. Quando nascemos naturalmente, herdamos tudo o que é
de Adão, mas quando nascemos do Espírito, herdamos tudo o que é
de Cristo.

Se você nasceu de novo em Cristo, você não tem passado, você é


uma nova criação. Você estava naquela cruz em Cristo e morreu
quando Ele morreu, mas também ressuscitou com Ele para uma
nova vida. Agora você está sentado com Ele nas regiões celestiais
(Ef 2.6). Essa é a realidade da nova criação.

3º Dia
Filhos permanecem em casa
O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. (Jo 8.35)
O
grande sinal dos verdadeiros filhos é que eles permanecem em
casa. Ao falar de filhos, estou me referindo especificamente àqueles
que nasceram de novo. Não estou falando de filhos ministeriais,
mas de filhos de Deus regenerados. Nem todos os que estão

em casa são realmente filhos. Por isso, em algum momento, eles


partem. Quero mostrar três pessoas que não permaneceram em
casa, mas tiveram de partir.

Adão não ficou em casa


O primeiro exemplo é o próprio Adão. Adão não permaneceu porque
não era filho. Se tivesse comido da árvore da vida, teria ficado em
casa, mas foi expulso.

Quando pensamos nas duas árvores do jardim, sempre focamos


nossa atenção num teste que Deus havia feito, mas aquilo era mais
que um teste, era a oportunidade de Adão receber a vida de Deus
dentro de si.

Deus é vida, e a árvore da vida era a maneira de Adão receber a


vida de Deus. É como se o próprio Adão tivesse de nascer de novo.
Num certo sentido, o novo nascimento não tem nada a ver com o
pecado. Para cumprir o propósito de Deus, precisamos receber sua
vida dentro de nós.

O novo nascimento não é uma questão de mudança de


comportamento ou de hábitos, mas de receber uma vida que não
tínhamos antes. Essa vida é o “zoe”, a vida incriada de Deus, sua
natureza eterna.

O que nos faz filhos é comer da vida de Deus. Em Lucas 24,


enquanto os dois discípulos iam caminhando para a aldeia de
Emaús, o próprio Senhor Jesus se aproximou e ia com eles. Então,
o Senhor lhes perguntou a respeito do que estavam falando, e eles
relataram como Jesus havia sido morto pelas autoridades. Eles,
porém, não reconheceram o Senhor.

Nesse ponto, Jesus começou a expor-lhes as Escrituras, mostrando


tudo o que estava escrito a respeito d’Ele. Quando chegaram à
aldeia, constrangeram-no para que entrasse, e, quando o Senhor
partiu o pão, os olhos deles se abriram e reconheceram que era
Jesus.
E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o
partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu
da presença deles. (Lc 24.30,31)

A expressão usada aqui é a mesma usada para Adão e Eva quando


comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ali se diz
que os olhos deles se abriram (Gn 3.7). Agora, porém, os olhos dos
discípulos se abriram quando o pão foi partido. No Velho
Testamento, eles comeram da comida errada e tiveram os olhos
abertos para o pecado; mas, no Novo Testamento, os discípulos
comem da comida certa e seus olhos são abertos para ver o autor
da vida. E, quando vemos a vida, nascemos de novo.

Adão não comeu da vida, por isso foi expulso de casa. A casa é só
para os filhos, para os que possuem o mesmo tipo de vida. Para
compreender isso, pense no novo nascimento como uma mudança
de reino. Um reino nos fala de pelo menos três coisas: a) uma
esfera, um lugar onde reina um soberano;
b) um grupo de pessoas que são os súditos de um rei; e c) um tipo
de natureza, por exemplo, só pertence ao reino vegetal aquilo que é
vegetal e só pertence ao reino mineral aquilo que é mineral.

O reino dos céus envolve todos esses aspectos. É um lugar para


onde iremos e também é um grupo de pessoas ao qual agora
pertencemos que reconhece Jesus como Senhor e Rei. Por fim, é
também uma mudança de natureza, pois, assim como somente
vegetais pertencem ao reino vegetal, somente filhos de Deus
nascidos no espírito pertencem ao reino dos céus, que é espiritual.
O novo nascimento é uma mudança de natureza. Natureza é aquilo
que fazemos espontaneamente sem ninguém nos ensinar. Não
precisamos ensinar o cachorro a latir porque ele tem a natureza de
cachorro que o leva a latir.

No mesmo princípio, não precisamos ensinar um pecador a pecar,


ele vai fazer isso espontaneamente porque faz parte de sua
natureza. Quando recebemos a nova natureza de Deus por ocasião
do novo nascimento, não há necessidade de ninguém nos ensinar a
fazer o bem, isso é natural para nós.

Caim não ficou em casa


O segundo exemplo de alguém que foi expulso de casa foi Caim.
Ele também não ficou em casa, mas foi expulso. Ele não ficou em
casa porque não creu no sangue. O sangue de Abel clamou da
terra, mas Caim não foi capaz de ouvir o clamor do sangue do
cordeiro clamando no altar. Quem não entende o sangue não
permanece em casa, porque não é filho.

Muitos gostam de pensar que a adoração é o grande sinal de que


alguém nasceu de novo, mas, na história de Caim e Abel, vemos
que ambos eram adoradores. O problema é que apenas filhos
adoram na posição correta.

E qual é a posição correta? Quando chega diante de Deus, você


tem duas opções: ou vem sem pecado, ou traz consigo o sangue.
Se não consegue chegar sem pecado, então tenha o sangue
consigo. Caim ignorou o sangue e resolveu apresentar-se com suas
obras a Deus.

Desde o Éden, o cordeiro teve de morrer para que o homem


pudesse ser salvo. Apocalipse 13.8 diz que o Cordeiro foi morto
desde a fundação do mundo.

Quando aconteceu isso? Depois que Adão e Eva pecaram, eles


perceberam que estavam nus e tentaram fazer roupas para si de
folhas de figueira. Deus, então, mata o cordeiro e da sua pela faz
roupas para eles. Aquele cordeiro apontava para o Senhor Jesus.
Para que o homem pudesse se apresentar diante de Deus, o
sangue foi derramado no Éden (Gn 3.21).

Depois que saíram do Éden, Adão e Eva tiveram dois filhos, Caim e
Abel. Todavia, por alguma razão, Caim se recusou a se apresentar
diante de Deus da maneira como Ele havia preestabelecido, por
meio do sangue.

Quando aceitamos o modo de Deus, reconhecemos que somos


pecadores e que precisamos da cobertura do sangue. Caim, porém,
não fez isso, ele trouxe ao Senhor uma oferta de cereais, na qual
não havia sangue. Abel, por sua vez, trouxe um cordeiro, que
aponta para o Filho de Deus, o qual derramou o seu sangue por
nós.

Quando o homem traz o sacrifício sem sangue, ele está dizendo:


“Eu não sou um pecador. Não preciso do sangue para me cobrir.
Não preciso que o inocente morra por mim, o culpado. Não sou
culpado. De fato, pelo meu próprio desempenho, posso satisfazer a
Deus”. Esse é o significado do caminho de Caim. É uma religião
baseada na obra humana.

Quando isso acontece, somos expulsos de casa. Não há lugar na


casa para aqueles que ignoram o sangue.

Há algo terrível a respeito da inveja. O Senhor disse que os servos


não permanecem em casa, e o problema dos servos é que eles têm
inveja dos filhos.

Creio que Lúcifer atacou o homem por causa da inveja. Isaías 14.14
diz que o diabo queria ser semelhante ao Altíssimo, no entanto ele
encontrou no jardim alguém que já era semelhante ao Altíssimo.
Imediatamente, a inveja o levou a destruir a imagem de Deus no
homem.
Agora, encontramos Caim cheio de inveja de Abel. Tudo porque ele
tinha favor, era aceito diante de Deus. Abel talvez nem fosse melhor
do que Caim, mas tinha favor, aceitação por causa do sangue. O
resultado é que a inveja mostra a realidade das coisas. Caim não
era filho, por isso foi expulso.

Mas Deus é tão generoso e lhe diz, no verso 7: “Se procederes


bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis
que o pecado jaz à porta” (Gn 4.7). A palavra “pecado” no hebraico
é “chattah”. Ela pode ser traduzida por “pecado” ou “oferta pelo
pecado”. Os tradutores resolveram traduzi-la, no verso 7, como
“pecado”, mas poderia ser “oferta pelo pecado”. Veja, então, como
ficaria o texto: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito?
Se, todavia, procederes mal, eis que a oferta pelo pecado jaz à
porta”. Em outras palavras: “Use o cordeiro e ofereça o sangue, se
fizer assim, será feito filho e ficará em casa”.

Aqueles que tentam se relacionar com Deus com base em seus


próprios merecimentos e obras de justiça desprezam o sangue, por
isso não podem ficar em casa. Mas o cordeiro está perto de você,
na sua boca. Apenas creia.

Ismael não ficou em casa


Outro exemplo de alguém que não pôde ficar em casa foi Ismael.
Ele também estava em casa por um tempo, mas foi expulso. Sara, a
esposa de Abraão, decretou que ele não poderia viver junto com
Isaque, o filho.

Ismael não era filho da graça, mas do esforço, da força do homem.


Aquele que não entende a graça não permanece em casa. Na casa,
só há lugar para filhos da graça. Servos podem ficar por algum
tempo, mas por fim terão de partir, porque a casa é apenas para os
filhos.

Quando Adão foi expulso de casa, o Senhor disse que ele teria de
plantar, mas a terra iria produzir cardos e espinhos. A colheita seria
difícil e trabalhosa.

Quando Caim foi expulso, o Senhor disse que, ao lavrar o solo, este
não lhe daria a sua força; em outras palavras, a semente iria mirrar
no solo (Gn 4.12).

Quando Ismael é expulso, o Senhor diz que ele habitaria no deserto,


nos lugares secos e ermos da terra (Gn 21.20). Não haveria
semeadura nem colheita.

Tudo isso mostra que não há vida fora de casa. É em casa que
desfrutamos do pão e da presença do Pai. Mas a casa é somente
para os filhos, aqueles que nasceram de novo.

No capítulo 4 de Gálatas, Paulo mostra que Abraão teve duas


mulheres, Sara e Agar, as quais são simbólicas. Agar representa a
lei, enquanto Sara aponta para a graça de Deus.
Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade,
se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. Ora, Agar é o monte
Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus
filhos. (Gl 4.24)

Agar simboliza o monte Sinai, que representa a lei, então Agar


simboliza a lei. Mas Sara é a Jerusalém celestial. Em outras
palavras, Sara representa a graça. Só é filho de Deus aquele que é
filho da graça. Quem é sua mãe? Agar ou Sara? A lei ou a graça? É
pela graça que somos salvos.

Tudo o que procede do monte Sinai produz escravidão, mas nossa


mãe é a graça. Não questiono que você seja filho de Abraão, mas
quem tem sido sua mãe espiritual? Agar ou Sara? A lei ou a graça?

Como posso saber se sou filho de Agar? Isso é muito simples.


Aqueles que são filhos da lei vivem pelo seu esforço próprio,
confiam na sua justiça própria e estão sempre tentando merecer a
bênção de Deus por meio do cumprimento dos mandamentos.

Em Gênesis 21.10, Sara diz a Abraão:


Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com
Isaque, meu filho. (Gn 21.10)

Está decretado que os filhos de Agar não poderão permanecer em


casa junto com os filhos da graça. Desista de andar pelo seu braço
confiado na sua força. Desista de achar que vai conseguir merecer
algo diante de Deus. Venha receber pela graça e se tornar filho da
casa.

Verdadeiros filhos voltam para casa


João diz que, se alguém não permanece, é porque não é filho. A
prova de que somos filhos é permanecemos em casa.
Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido
dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse
manifesto que nenhum deles é dos nossos. (1 Jo 2.19)

Isso não significa que eventualmente filhos não possam se desviar e


sair de casa, mas a verdade é que, em algum momento, eles
voltam. O filho pródigo saiu de casa e viveu uma vida dissoluta.
Entretanto, em nenhum momento, ficou com medo de voltar para
casa. Ele até pensou que nem merecia mais ser tratado como filho,
mas estava totalmente enganado. O pai o recebeu com festa (Lc
15.11-32).

Muitos irmãos ficam sempre procurando pais espirituais na vida da


igreja, mas a ênfase do Novo Testamento não é a paternidade
natural, e sim a irmandade espiritual. Não chame homem nenhum
de pai. Somos irmãos.

É verdade que algumas vezes irmãos mais velhos não ficam felizes
com a festa que recebemos quando voltamos para casa, como
aconteceu com o irmão do filho pródigo, mas o centro da alegria é o
pai.

Por causa de alguns irmãos mais velhos rabugentos, muitos gostam


de dizer que não têm mais fé na igreja. Todavia, em nenhum lugar,
somos desafiados a crer na igreja. Não é a fé na igreja que nos
salva ou transforma, mas a fé no Pai e na sua graça
superabundante. A casa está aberta, e há uma festa preparada para
você.

A família é grande, e a há irmãos de todo tipo, mas o grande sinal


dos filhos verdadeiros é que eles permanecem em casa. Este é o
lugar dos filhos.

4º Dia

A perfeita vitória
J

ericó era uma fortaleza com suas altas muralhas e estava no meio
do caminho impedindo que Israel entrasse na posse da herança. O
povo deve entrar e possuir a terra que mana leite e mel, mas o
inimigo está bloqueando o caminho. Graças a Deus que as armas
da

nossa milícia são poderosas em Deus para destruir fortalezas.


Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. (2 Co
10.4,5)

O inimigo tem levantado grandes e altas fortalezas contra os filhos


de Deus, mas o Senhor já nos garantiu a vitória e a posse da
herança.
Ora, Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía,
nem entrava. Então, disse o SENHOR a Josué: Olha, entreguei na tua mão Jericó, o seu
rei e os seus valentes. Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade,
cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. Sete sacerdotes levarão sete trombetas de
chifre de carneiro adiante da arca; no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os
sacerdotes tocarão as trombetas. E será que, tocando-se longamente a trombeta de chifre
de carneiro, ouvindo vós o sonido dela, todo o povo gritará com grande grita; o muro da
cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si. (Jo 6.1-5)

A palavra de certeza
A primeira coisa que ficamos sabendo é que Jericó estava fechada.
Isso significa que os poderes do inferno — as forças espirituais do
mal nas regiões celestes — estão amarrados. O valente foi
amarrado (Mt 12.29).

Deus disse a Josué: “Entreguei na tua mão Jericó, o seu rei e os


seus valentes” (Js 6.2). Jericó simboliza qualquer coisa que você
precisa conquistar: pode ser a restauração do seu casamento, a
cura de uma enfermidade, a libertação de uma opressão, a
liberação financeira etc. O Senhor diz que devemos olhar e ver
essas coisas já realizadas. O verbo está no passado: “Já te
entreguei Jericó”. Esta é a palavra de certeza que o Senhor nos dá,
que toda fortaleza será destruída.

Jericó parecia que não podia ser conquistada, as muralhas


pareciam intransponíveis, mas o Senhor já a havia entregado. As
circunstâncias podem parecer desesperadoras, mas Deus já liberou
a palavra de vitória.

Toque a trombeta
O Senhor manda que sete sacerdotes toquem trombetas de chifres
de carneiro. Essas trombetas são chamadas de “shofar”. O que elas
representam? O carneiro aponta para Cristo. Para ter o chifre, o
carneiro precisa ser morto. Assim, a trombeta de chifre de carneiro,
quando tocada, anuncia a morte do Senhor.

Na Escritura, o chifre também simboliza poder. Há grande poder


quando anunciamos a morte do Senhor.

Portanto, tocar a trombeta significa declarar ao inimigo o que Cristo


é e o que Ele fez, isso é proclamar a vitória total e completa do
Senhor. As trombetas estão declarando tudo o que o Senhor
conquistou para nós na cruz do Calvário e como Ele, “despojando
os principados e as potestades, publicamente os expôs ao
desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2.15).

Sete vezes
As muralhas não caíram porque as trombetas foram tocadas uma
vez, foram sete dias. O sete nos fala de um tempo completo.
Precisamos proclamar a morte e a vitória do Senhor vez após vez
até que a muralha caia.

Lembre-se sempre de que o “ shofar” não tem algum poder em si


mesmo. Ele é apenas um símbolo. Não precisamos voltar à sombra
quando temos a substância, a realidade. Não use objetos como se
fossem fonte do poder de Deus. Isso é apenas superstição religiosa.

Com a Arca no centro


Quando o povo de Israel rodeou Jericó, os sacerdotes com a
trombeta iam adiante da arca e também os soldados armados. Isso
significa que a Arca ficava no centro. Quando colocamos Cristo no
centro, podemos tocar a trombeta e certamente a muralha cairá.

O povo de Israel não precisou fazer nada. Eles precisaram apenas


crer, seguir as instruções do Senhor e exaltar a Cristo por levarem a
Arca. Na batalha espiritual, a primeira coisa que precisamos fazer é
centralizar e exaltar a Cristo.

Deus poderia destruir os muros da cidade num instante, todavia


escolheu fazê-lo com nossa participação, cooperação. O Senhor
deseja que aprendamos com Ele no processo. Sem Ele, não
podemos coisa alguma, mas Ele quer fazer junto conosco.

Ouça a trombeta antes de gritar


No verso 10, o Senhor manda que todo o povo fique em silêncio
enquanto as trombetas tocarem.
Porém ao povo ordenara Josué, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem
sairá palavra alguma da vossa boca, até ao dia em que eu vos diga: gritai! Então, gritareis.
(Js 6.10)

Precisamos prestar atenção ao que as trombetas estão declarando.


Ninguém deveria falar, mas todos devem ouvir. Precisamos receber
primeiro tudo o que as trombetas proclamam a respeito de Cristo e
de sua obra vitoriosa sobre o inimigo. Eles deveriam ouvir por seis
dias e só no sétimo deveriam gritar. Se gritassem antes disso, nada
aconteceria.

Há momentos em que tocamos a trombeta, mas há outros em que a


ouvimos soar. Em outras palavras, precisamos ouvir a pregação.
Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos
aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de
doutrina? É assim que instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando emitem
sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na flauta ou
cítara? Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha? (1
Co 14.6-8)

Se você quer que sua Jericó caia, é muito importante ouvir o som da
trombeta. Paulo diz claramente que ela é a revelação, o
conhecimento, a profecia e o ensino. É muito importante deixar que
a mensagem ganhe vida dentro do seu coração. E isso acontece
quando ouvimos. A maneira de Deus liberar suas bênçãos é por
meio da pregação.

A fé vem pelo ouvir a pregação


De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus. (Rm 10.17 – ARC)

Hebreus 11.30 diz claramente que as muralhas caíram pela fé.


Assim, o grito que o povo liberou foi, na verdade, um grito de fé.
Jericó é um símbolo do mundo, e a vitória que vence o mundo é a
nossa fé. Mas a fé não procede de nós, não de dentro de nós. Ela
vem quando contemplamos a obra consumada do Calvário por meio
da pregação. A trombeta é a pregação.

Estamos habituados a pensar que Deus fala conosco diretamente e


é isso que gera fé em nosso coração. É verdade que o Senhor fala
mesmo conosco, mas o raciocínio de Paulo é que a fé vem pelo
ouvir a pregação. Romanos 10.14 mostra o pensamento do
apóstolo:
Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem
nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?

Querer receber fé procurando ouvir a Deus diretamente pode


produzir algum tipo de independência espiritual. É por causa disso
que alguns pensam que nem mesmo precisam ir ao culto, pois Deus
fala com eles diretamente. Mas a verdade é que a fé vem pelo ouvir,
então como crerão se não há quem pregue a eles? Como você pode
querer receber fé se não ouve a pregação?

Evidentemente, a pregação deve ser a palavra de Cristo, a verdade


do evangelho da graça, pois, se pregamos a lei do Velho
Testamento, não vamos receber fé, mas morte. Há pessoas que nos
criticam dizendo que só falamos do evangelho da graça, mas é
somente a verdade do evangelho, as boas novas, que gera fé.

A fé vem pelo ouvir, não por ter ouvido, mas por continuar ouvindo
incessantemente a pregação da Palavra de Deus. Creio que é por
isso que, durante seis dias, o povo rodeou a cidade em silêncio,
apenas ouvindo o toque da trombeta. O verbo usado em Romanos
10.17 está no presente contínuo, que significa continuar ouvindo
sempre.

O apóstolo diz que a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus, mas o


que muitos não percebem é que esse ouvir é mediante a pregação.
Há muitos cristãos que desprezam a pregação como sendo
meramente uma parte monótona do ritual do culto. Deus, no
entanto, atribui um grande valor à pregação.
Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria,
aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. (1 Co 1.21)

A maneira de Deus liberar todas as riquezas do céu, bênçãos,


milagres e salvação é pela loucura da pregação. O método de Deus
parece tão desprezível: um homem se levanta e prega a palavra,
então as pessoas recebem as bênçãos de Deus. No entanto, esse é
o método de Deus.

Deus salva o pecador pela pregação


Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria,
aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação. (1 Co 1.21)

Recebemos o Espírito pela pregação


Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação
da fé? (Gl 3.2)
Recebemos os milagres pela pregação
Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz
pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gl 3.5)

Grite para as muralhas


Não foram as trombetas sozinhas que derrubaram as muralhas, foi o
grito do povo. Mas há algo de que você precisa se lembrar, quando
o povo gritou, eles não gritaram para Deus, mas para as muralhas.
O Senhor disse, em Marcos 11.23, que, “se alguém disser a um
monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração,
mas crer que se fará o que diz, assim será com ele”. Precisamos
falar e até mesmo gritar contra montanhas e fortalezas.
E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué
ao povo: Gritai, porque o SENHOR vos entregou a cidade! (Js 6.16)

O toque da trombeta é o fundamento, é aquilo que liberou fé para o


grito de vitória. As muralhas literalmente caíram no grito. Quando
ouvimos a trombeta, apropriamo-nos da realidade da vitória do
Senhor de maneira que a autoridade flui.
Não confessamos a palavra para que ela se torne realidade, mas a
confessamos porque sabemos que ela já é uma realidade. Isso faz
uma enorme diferença. Muitos estão falando quando deveriam estar
em silêncio ouvindo a proclamação da trombeta. Entretanto, se você
ouve a palavra e permite que ela tome o seu coração, então haverá
grande poder quando você abrir a sua boca.

5º Dia

A vitória completa
O
Evangelho de João relata que, depois da sua ressurreição, o Senhor
apareceu quatro vezes aos seus discípulos. A primeira aparição foi
a Maria Madalena. Ela havia ido ao sepulcro de madrugada, quando
ainda estava escuro.

Depois disso, o Senhor apareceu três vezes aos seus discípulos.


Cada uma dessas ocasiões tem um objetivo específico. Creio que o
Senhor estava edificando áreas que são vitais para o crescimento e
avanço do reino de Deus. Nas três ocasiões, o Senhor lidou
respectivamente com o medo, com a incredulidade e com a falta de
frutos. Vamos ver cada um desses momentos.

A paz que vence o medo


No primeiro domingo em que ressuscitou dos mortos, o Senhor
apareceu aos seus discípulos. Mesmo com as portas fechadas, Ele
entrou e disse-lhes: “Paz seja convosco!”
Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde
estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz
seja convosco! (Jo 20.19)

A primeira coisa que o Senhor disse aos seus discípulos foi: “Paz
seja convosco!” Depois que o Senhor ressuscitou, Ele os encontrou
e lhes mostrou as feridas da cruz. Esta é a base apropriada para
que lhes dissesse: “Paz seja convosco!” Só podemos encontrar paz
na obra consumada de Cristo.

O Senhor Deus não está olhando mais para nosso pecado, mas sim
para a obra consumada de Cristo. Nós descansamos pela fé.
Sempre há algo acontecendo que não compreendemos, por isso
precisamos sempre descansar em fé.
Tudo em nossa vida cristã começa com a paz. Muitos tentam viver a
vida cristã em sua própria força, de acordo com seu conceito
natural, e o resultado é sempre ansiedade e peso. Outros querem
liderar, mas não possuem paz. Como poderão fazer as obras de
Deus? Todo ministério começa e está baseado nessa paz.

Não estou sugerindo que você pare de servir a Deus, estou apenas
dizendo que tudo começa com a paz. Descanse no Senhor. Lance
fora todo peso. Vamos multiplicar células com alegria. Vamos abrir
igrejas cheios do descanso do Senhor. A primeira palavra do Senhor
aos seus discípulos depois da ressurreição foi “paz”.

A fé que não depende dos sentidos


Uma semana depois, o Senhor apareceu novamente aos discípulos.
No domingo anterior, Tomé não estava presente, por isso não
acreditou que o Senhor havia ressuscitado.

É algo sério deixarmos de participar dos cultos da igreja, pois o


resultado disso é sempre incredulidade. Precisamos diariamente
ouvir as vozes de louvor e exaltação. Em nossa natureza humana,
sempre tendemos ao legalismo. Uma palavra legalista que ouvimos
tem o poder de nos fazer esquecer dez outras que ouvimos sobre a
graça.

Quando o Senhor apareceu a Tomé, Ele não o repreendeu, apenas


mandou que tocasse em suas mãos, pois Tomé havia dito que
apenas creria se tocasse no Senhor.

Pensamos que Tomé foi abençoado por causa disso, mas o Senhor
diz que mais bem-aventurados são aqueles que não viram e creram
(Jo 20.29). Nós somos mais abençoados do que Tomé, que tocou
no Senhor.

A fé é a mais importante de todas as graças que recebemos. Mas


não seria o amor a maior de todas? 1 Coríntios 13 realmente diz que
três coisas permanecem: a fé, a esperança e o amor, mas o maior é
o amor. No céu, a fé se tornará vista, e a esperança se concretizará,
então só restará o amor. Entretanto, até esse dia chegar, a maior
coisa na terra é a fé. Acima de tudo, tome o escudo da fé, por meio
do qual você poderá apagar todos os dardos inflamados do diabo.

Muitos tentam receber de Deus por meio da paciência. É claro que


paciência é algo bom, mas o fato é que recebemos por fé. O Senhor
questionou se na sua volta encontrará fé sobre a terra (Lc 18.8).

A destra da justiça
Na terceira vez que o Senhor apareceu, Ele se manifestou aos seus
discípulos às margens do mar da Galileia.
Depois disto, tornou Jesus a manifestar-se aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e foi
assim que ele se manifestou: estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo,
Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois dos seus
discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Disseram-lhe os outros: Também nós
vamos contigo. Saíram, e entraram no barco, e, naquela noite, nada apanharam. Mas, ao
clarear da madrugada, estava Jesus na praia; todavia, os discípulos não reconheceram
que era ele. Perguntou-lhes Jesus: Filhos, tendes aí alguma coisa de comer?
Responderam-lhe: Não. Então, lhes disse: Lançai a rede à direita do barco e achareis.
Assim fizeram e já não podiam puxar a rede, tão grande era a quantidade de peixes. (Jo
21.1-6)

Eles estavam desencorajados. O Senhor os tinha chamado para


fora de suas ocupações terrenas de pescadores, mas agora
estavam desanimados e desencorajados. Talvez pensassem que o
Senhor agora estava na glória e que teriam de voltar a ser
pescadores.

Eles conheciam o Senhor, mas ainda havia muito mais para ser
conhecido. Nunca pense que você já sabe tudo sobre o Senhor. O
conhecimento d’Ele é inexaurível.

Naquela noite, não pegaram nada. Não eram pescadores comuns,


eram profissionais, mesmo assim não haviam pegado nada. Eles
conheciam cada canto daquele lago, sabiam onde os peixes se
escondiam, mas nada pegaram.
Esse pode ser o quadro de seu ministério ou vida profissional hoje.
Mesmo com todo empenho e esforço, não tem havido bons
resultados. Pastores têm estado trabalhando por anos, e sua igreja
simplesmente não cresce. Você já esteve numa situação assim? Por
que isso acontece? Creio que mais importante do que saber a causa
é conhecer a solução.

O Senhor mandou que eles lançassem a rede à direita do barco.


Não importa o tipo de problema que você esteja enfrentando em sua
vida familiar, profissional ou ministerial, o Senhor manda que você
lance a rede do lado direito. Se você o fizer, vai encontrar sucesso e
abundância

O que é o lado direito? Naqueles dias, o lado direito simbolizava o


lugar do favor, o lugar das conquistas, um lugar de justiça. O Senhor
ressuscitou dos mortos e assentou-se à direita de Deus Pai.

Sempre que você lançar a rede na sua família ou nos seus


negócios, faça-o com a consciência da sua justiça em Cristo e vai
achar o fruto que está procurando.

Todas as vezes que o Senhor nos manda lançar as redes, Ele tem
para nós abundância de frutos. Foram pegos 153 grandes peixes.
Eles tiveram a curiosidade de contá-los. Não tenha receio de contar
as bênçãos de Deus, seja na sua prosperidade, seja no crescimento
da sua igreja.

Estas são as três coisas que nos impedem de avançar: o medo, a


incredulidade e a falta de frutos. Mas o Senhor nos promete vitória
por meio de sua vida de ressurreição.
Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te
fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel. (Is 41.10)

Como o teu nome, ó Deus, assim o teu louvor se estende até aos confins da terra; a tua
destra está cheia de justiça. (Sl 48.10)
Depois que experimentamos paz e fé, o que não depende de vista,
precisamos estar firmados na justiça de Cristo.
O resultado foi que pegaram tanto peixe que não conseguiram puxar
a rede. Sete pescadores fortes e experientes não conseguiram
puxar a rede cheia de peixes.
Aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: É o Senhor! Simão Pedro, ouvindo
que era o Senhor, cingiu-se com sua veste, porque se havia despido, e lançou-se ao mar;
mas os outros discípulos vieram no barquinho puxando a rede com os peixes; porque não
estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados. Ao saltarem em terra, viram ali
umas brasas e, em cima, peixes; e havia também pão. Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos
peixes que acabastes de apanhar. Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a
terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, não obstante serem tantos, a
rede não se rompeu. (Jo 21.7-11)

João sempre se apresenta no seu Evangelho como o discípulo a


quem Jesus amava. Ele sabia que o Senhor o amava. O Senhor
ama todos igualmente, mas alguns sabem — estão conscientes
disso — e colocam fé nesse amor. Chamamos isso de praticar o
amor do Senhor. Grandes coisas acontecem quando confiamos e
descansamos no amor do Senhor por nós. Nosso amor por Ele é
inconstante, mas o seu amor por nós é imutável.

Aqueles que estão conscientes de que são amados possuem um


discernimento rápido e preciso. Foi João que percebeu que era o
Senhor que estava na praia. O amor é rápido para perceber a
presença do amado.

No verso 11, lemos que Pedro sozinho arrastou a rede cheia de


peixes para a praia. Isso é impressionante, pois antes todos os
outros juntos não tinham conseguido puxá-la. Isso mostra que, na
presença do Senhor, o fraco se torna forte, o doente se torna
saudável.

Nunca pense que fazer a obra do Senhor nos consome. Em João


4.34, o Senhor disse que sua comida consistia em fazer a vontade
do Pai. Isso significa que, quanto mais fazemos, mais satisfeitos,
nutridos e fortes nos tornamos. Na presença do Cristo ressurreto,
não há lugar para burnout, gente consumida pela obra.

A coisa mais marcante que vemos no Senhor depois da


ressurreição é que Ele deseja estar com seus discípulos. Aqui o
vemos preparando um café da manhã para os discípulos. Creio que
isso é profético, porque o Senhor virá para a igreja como a estrela
da manhã, então não teremos uma ceia, mas um café da manhã.
Nesses dois mil anos, temos ceado porque é noite, mas a manhã
vai chegar, e Ele estará nos esperando com o café da manhã
pronto.

Isso também mostra a imensa humildade do Senhor. O Senhor


ressurreto que recebeu toda a autoridade no céu e na terra estava
fazendo algo tão simples e trivial para seus discípulos.

Ele dá aos discípulos pão e peixe. A palavra “peixe” usada aqui, no


original, é um pequeno peixe. A palavra “pão” é também um único
pão no singular.
Veio Jesus, tomou o pão, e lhes deu, e, de igual modo, o peixe. (Jo 21.13)

Em outras palavras, o Senhor deu a sete homens adultos um


pequeno peixe e um pão. Quase ninguém reconhece isso, mas foi
um milagre. Foi a multiplicação do pão e do peixe novamente. Na
presença do Cristo ressurreto, o pouco se torna muito, o pequeno se
torna mais que suficiente.

Precisamos estar próximos do Senhor. Nem todo discípulo está


próximo do Senhor. Você sabe que havia os setenta, depois havia
doze, mas havia um grupo de três que era ainda mais chegado:
Pedro, Tiago e João. Dos três, porém, João era o mais próximo,
pois, no dia da Última Ceia, ele foi o único a saber quem era o
traidor. Nunca pense que João tinha um favor especial do Senhor.
Ele apenas estava consciente do amor do Senhor por ele.

Apesar da grande pescaria, o Senhor não lhes serviu do peixe


pescado, mas daquele que já estava pronto.

153 grandes peixes


Por que 153 peixes? Não há detalhes insignificantes na Bíblia.
Mesmo os números possuem um significado na Palavra de Deus. O
número 1 simboliza unidade. O 2 é concordância. O número 3 é
ressurreição ou aponta para o Deus triúno. O 4 aponta para a terra
criada. O 5 é a graça. O 6 é o número do homem criado. O 7
representa perfeição ou descanso. O 8 é o novo começo. O 9
aponta para dons e frutos do Espírito. O 10 é a plenitude do homem.
E os demais números são múltiplos desses.

O número 153, na verdade, é o triangular de 17. Então, oculto no


153, está significado do número 17.
O que é um número triangular? É todo número que é a soma de
uma sequência a partir do número 1. Por exemplo:

1
1+2=3
1+2+3=6
1 + 2 + 3 + 4 = 10
1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21

Se somarmos 1 + 2 + 3 +… até o número 17, teremos o número


153. Por isso, dizemos que 153 é o triangular de 17. Assim, é o
número 17 que temos de considerar. Ele é o número da vitória na
Palavra de Deus.

A Arca de Noé pousou no dia 17 do sétimo mês nas montanhas de


Ararate (Gn 8.4). Esse é exatamente o dia em que o Senhor
ressuscitou dos mortos. Os judeus celebravam a Páscoa no dia 14,
e nós sabemos que o Senhor morreu na Páscoa. Então, Ele
ressuscitou no dia 17, e esse foi o dia que a arca pousou no monte.
Esse era também o dia em que se celebrava os primeiros frutos, as
primícias.

“Arar” em hebraico significa “maldição”, mas “ Ararate” significa


“maldição removida”. Quando o Senhor ressuscitou dos mortos,
fomos colocados numa posição em que a maldição foi removida.
Nós estamos num lugar de favor, um lugar de ressurreição.
No Livro de Jeremias, encontramos que o profeta Jeremias orou 17
vezes. A décima sétima oração foi pela ocasião em que o Senhor
lhe disse para comprar um pedaço de terra.
Comprei, pois, de Hananel, filho de meu tio, o campo que está em Anatote; e lhe pesei o
dinheiro, dezessete siclos de prata. (Jr 32.9)

O nome Hananel significa “Deus é gracioso”, e o lugar que ele


comprou chama-se Anatote, que, em hebraico, significa “resposta
de oração”. E o preço que ele pagou foi 17 siclos de prata. 17 é o
número da perfeita vitória.

No Dia de Pentecostes, havia 17 nações representadas em Atos 2.


Isso significa que aqueles 153 peixes apontam para uma pescaria
que vai atingir todas as nações da terra.

Em Romanos 8, Paulo faz uma lista de coisas sobre as quais temos


vitória, e o total são dezessete.
Quem nos separará do amor de Cristo?
1. Será tribulação,
2. ou angústia,
3. ou perseguição,
4. ou fome,
5. ou nudez,
6. ou perigo,
7. ou espada? 13. nem do porvir,
14. nem os poderes,
15. nem a altura,
16. nem a profundidade,

Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos
considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que

8. nem a morte,
9. nem a vida,
10. nem os anjos,
11. nem os principados,
12. nem as coisas do presente,

17. nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor. (Rm 8.35-39)

A Bíblia é um livro inspirado, soprado pelo próprio Deus. Ela mostra


17 coisas sobre as quais temos vitória completa.

6º Dia

Tenha vitória no dia da luta


T

alvez você esteja passando por dias difíceis, com ataques


espirituais em diferentes níveis e em muitas direções. Em momentos
assim, tenha uma palavra de certeza de vitória. Hoje quero liberar
essa palavra sobre sua vida. Mesmo que você esteja navegando
com ventos contrários, o Senhor mesmo virá ao seu encontro na
hora mais difícil.

Para andar sobre as águas, precisamos entender


o milagre da multiplicação
Logo a seguir, compeliu Jesus os seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro
lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. E, tendo-os despedido, subiu ao monte
para orar. (Mc 6.45,46)

O ato de subir ao monte para orar nos mostra dispensacionalmente


que Ele subiu ao céu e hoje está intercedendo por nós como nosso
sumo sacerdote.

Entretanto, ao mesmo tempo, Ele impeliu seus discípulos a


embarcar. O texto dá a ideia de que eles mesmos não queriam, mas
foram impelidos. Hoje navegamos nas águas deste mundo.
Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele, sozinho em terra. E, vendo-os em
dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário [...] (Mc 6.47,48)

Uma vez navegando, diz a Escritura que eles estavam remando


contra os ventos. Os ventos eram contrários. É como a imagem da
igreja caminhando no mundo hoje.

A Bíblia diz que não devemos ser jogados de um lado para outro ou
ser levados de um lado para outro por todo vento de doutrina.
Infelizmente, porém, essa tem sido a história de muitos, enquanto
navegam neste mundo, são levados por todo vento de doutrina (Ef
4.14).

O problema disso é que a doutrina errada produz uma crença


errada. A crença errada, por sua vez, produz uma vida errada.
Sempre que você tem uma emoção errada, isso é um sinal claro de
que você teve antes um pensamento errado.

O problema é que às vezes nem percebemos em que estamos


pensando, mas nossas emoções são o barômetro que nos sinaliza
que estamos seguindo ventos errados.

Quando você sentir medo, quando sentir preocupação, quando ficar


ansioso de repente, pare um pouco e se pergunte: “Em que eu
estava pensando? Que pensamentos passaram por minha cabeça?”
Faça isso, pois os pensamentos são o resultado de sua fé.

A quarta vigília era o horário mais escuro. Na hora mais sombria da


vida dos discípulos, Jesus não os deixou sozinhos, mas veio até
eles andando sobre o mar. Ele veio caminhando sobre o mesmo
problema que ameaçava dominá-los (Mc 6.48). É como andar sobre
a cabeça de satanás em sua direção, caminhar em cima do seu
problema financeiro em sua direção, caminhar sobre sua doença em
sua direção.
Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram.
Pois todos ficaram aterrados à vista dele. Mas logo lhes falou e disse: Tende bom ânimo!
Sou eu. Não temais! (Mc 6.49,50)

Você sabe o motivo pelo qual, quando Jesus andou sobre as águas,
os discípulos não foram capazes de perceber que era Ele? Talvez
você possa dizer: “Certamente é porque estava escuro”. Sim,
concordo. Era a hora mais escura da noite, chamada de quarta
vigília, e eles pensaram ter visto um fantasma. Entretanto, quando
Ele diz: “Sou eu. Não tenham medo. Tenham bom ânimo!”, a Bíblia
diz que o medo que eles tinham não era por causa dos ventos e das
ondas. Eles temiam vê-lo, e esta é a razão, diz a Bíblia. Marcos
6.51, diz: “E subiu para o barco para estar com eles, e o vento
cessou. Ficaram entre si atônitos”.
E subiu para o barco para estar com eles, e o vento cessou. Ficaram entre si atônitos,
porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava
endurecido. (Mc 6.45-52)

Agora veja no versículo 52 a razão dada: “Porque não haviam


compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava
endurecido”. Eles não consideraram, não meditaram e nem
compreenderam. Eles não meditaram no milagre dos pães porque
seu coração estava endurecido.

Por que o coração deles estava endurecido? Porque não meditaram


no milagre, no poder miraculoso de Deus. Quando seu coração está
endurecido, você fica com medo, fica atônito, começa a pensar
apenas em autopreservação. Isso é resultado do medo, mas o medo
é o resultado de um coração duro. É o que a Bíblia diz.

E por que eles tinham um coração duro? Porque não meditaram no


milagre dos pães, diz a Bíblia. Isso é surpreendente, porque o
milagre só havia acontecido algumas horas atrás. Não havia
necessidade de eles ficarem surpresos por verem o Senhor
andando sobre as águas, mas a Bíblia diz que ficaram muito
surpresos.

O versículo 51 diz que eles ficaram aterrados e atônitos. Isso pode


significar que ficaram admirados, mas também pode significar que
ficaram confusos, desorientados, embasbacados, espantados,
estupefatos e perplexos.

Quando Deus faz suas coisas, não devemos ficar muito surpresos.
Claro que devemos dar louvor a Ele e cantar como Ele é
maravilhoso, mas não deveríamos ficar chocados e surpresos,
porque afinal Ele é Deus.
Assim, o problema dos discípulos é que eles não consideraram nem
meditaram no milagre da multiplicação. A razão de eles terem ficado
com medo é porque seu coração estava endurecido porque não
consideraram, não meditaram no poder de Deus liberado no milagre
dos pães.

O evento da multiplicação dos pães está intimamente relacionado


com o milagre de andar sobre as águas. Esses dois milagres são
contados juntos em três dos Evangelhos.

O milagre mais mencionado


A multiplicação dos pães é o único milagre relatado em todos os
quatro Evangelhos (leia Mc 6.30-44; Lc 9.10-17; Mt 14.13-21; Jo
6.1-14). Isso certamente nos mostra sua importância espiritual e é
uma forma de o Espírito Santo nos dizer que devemos nos atentar
para esse evento. Há algo muito significativo nele que o Senhor
quer que saibamos.

Sendo o único milagre relatado nos quatro Evangelhos, ele se torna


um padrão espiritual por meio do qual o Senhor nos aponta uma
série de verdades espirituais.

Com apenas cinco pães e dois peixinhos, o Senhor foi capaz de


alimentar mais de cinco mil pessoas. O pastor do Salmo 23 que nos
faz deitar em verdes pastos é o mesmo que alimenta cinco mil e
ainda sobram doze cestos cheios.

Rejeição antes de multiplicação


A primeira coisa para a qual precisamos atentar no milagre da
multiplicação dos pães é que ele aconteceu depois que o Senhor
Jesus foi rejeitado. Em Mateus 14, temos a narrativa do milagre; em
Mateus 13, temos as parábolas do reino; mas; em Mateus 12, há o
relato sobre a rejeição do Senhor por Israel.
Observe que esse milagre da alimentação de cinco mil é
mencionado em todos os quatro Evangelhos, não apenas nos
Evangelhos Sinópticos, mas em todos os quatro, incluindo João. Por
que esse milagre, entre todos os que o Senhor fez, está descrito nos
quatro Evangelhos? Deve haver algo muito significativo que o
Espírito Santo deseja que saibamos, e creio que é para essa época
em que vivemos. O milagre do Senhor andando sobre as águas é
sempre mencionado depois da multiplicação dos pães. Esses dois
milagres são sempre contados juntos. A alimentação dos cinco mil e
Jesus andando sobre as águas aconteceram após a rejeição do
Messias por Israel.

Em Mateus 12, o Senhor se apresenta como aquele que é maior


que Salomão. Esse é o primeiro nível de rejeição, pois mostra que o
Senhor não era reconhecido em sua autoridade.
A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará; porque veio dos
confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui está quem é maior do que
Salomão. (Mt 12.42)

Depois, no mesmo capítulo, Ele refere-se a si mesmo como o maior


sacerdote. Na verdade, Ele se declara maior que o próprio templo.
Aquele que é maior que o templo é também maior que o sacerdócio
e todas os sacrifícios oferecidos ali.
Aqui está quem é maior que o templo. (Mt 12.6)

Depois disso, eles o rejeitaram como o profeta, aquele que Deus


prometera a Moisés. O Senhor disse que enviaria um profeta como
Moisés, e, se alguém não ouvisse a sua voz, seria condenado.
Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as
minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir
as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas. (Dt 18.18,19)

Esse profeta veio, e seu nome é Jesus, e eles o rejeitaram como


profeta, a voz de Deus para a nação de Israel. No mesmo capítulo,
o Senhor diz que alguém maior que Jonas estava ali, e eles o
rejeitaram. Então, eles rejeitaram o Senhor em toda a sua tríplice
glória: como rei, como sacerdote e como profeta (Mt 12.41).
Depois disso, em Mateus 13, pela primeira vez, o Senhor começou
a falar por parábolas. Ele usa as parábolas não para revelar e ajudar
as pessoas a compreender melhor o ensino, mas para esconder ou
ocultar as verdades maravilhosas.

O Senhor não atirava pérolas a porcos. As pérolas são as verdades


profundas reservadas para pessoas que desejam conhecê-lo mais
intimamente. São para aqueles famintos por andar de acordo com
seus caminhos. Então, Ele diz que a eles não é dado que saibam,
mas aos seus discípulos, aqueles que o valorizam, aqueles que
andam com Ele, aqueles que o seguem, a esses é dado saber o
significado dessas parábolas. Tudo isso está registrado nas sete
parábolas do reino, em Mateus 13.

Então, chegamos a Mateus 14, onde o Senhor multiplica os pães e


os peixes e alimenta mais de cinco mil pessoas. Vamos atentar para
esse evento, porque precisamos entendê-lo profeticamente. Tudo
isso aconteceu para nossa edificação e instrução nestes dias.

A multiplicação é a base do seu ministério


Olhando a sequência dos eventos em Mateus 14, compreendemos
por que esse milagre é mencionado quatro vezes nos Evangelhos.
Ele mostra nossa vida pessoal, mas também mostra profeticamente
a obra do Senhor entre sua rejeição pelos judeus e sua segunda
vinda.

Enquanto o Senhor não volta, o que Ele está fazendo? Alimentando


seu povo. Ele está protegendo seu povo, caminhando sobre o mar e
acalmando a tempestade.

Creio que estamos prestes a experimentar um tempo de


multiplicação em todos os níveis; mas, assim como foi com o
Senhor, também será conosco. Esse tempo de multiplicação e
suprimento miraculoso será precedido por muita rejeição e
perseguição. Já estamos experimentando isso hoje. Tenha um olhar
profético em toda esta situação.
Do ponto de vista dispensacional, podemos dizer que esse tempo
da graça é o tempo da multiplicação dos pães, do suprimento do
Senhor. Vivemos o tempo entre a rejeição do Senhor por Israel e
sua volta nas nuvens.

Essa mesma sequência pode ser vista nos Salmos 22, 23 e 24. O
Salmo 22 mostra o sofrimento do Senhor na cruz. Podemos ver
claramente, nos versos 1, 8, 15, 16 e 18, menções da crucificação.

Entretanto, depois do Salmo 22, somos introduzidos na experiência


do Salmo 23. Hoje estamos vivendo o Salmo 23. O bom pastor tem
cuidado de nós e nos apascentado em pastos verdejantes junto a
águas tranquilas; e, enquanto experimentamos a multiplicação
sentados na relva verde, aguardamos o Salmo 24, que mostra o Rei
da Glória entrando pelos portais eternos. Esse será o tempo da sua
volta.

No milagre da multiplicação, o Senhor manda que o povo se sente


na relva em grupos de cinquenta. O quadro que vemos é o do
pastor cuidando e alimentando suas ovelhas (Jo 6.10).

A Escritura diz que o Senhor lhes deu pão o quanto quiseram. A


Palavra de Deus não diz que o Senhor nos supre de acordo com
nossos recursos limitados. A promessa é que Ele nos suprirá de
acordo com sua riqueza em glória. O suprimento é de acordo com
sua riqueza (Fp 4.19).

O Salmo 22 é o sofrimento de Jesus na cruz. Na verdade, o primeiro


versículo diz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” É
o próprio clamor de nosso Senhor na cruz. Chamamos isso de as
sete palavras de Jesus na cruz, mas creio que, na cruz, Ele
realmente recitou todo o Salmo 22.

Estamos vivendo dias sombrios, mas depois dessa escuridão,


haverá um reavivamento sem precedentes na Videira como ainda
não vimos. Não será como aquilo que experimentamos no passado.
Dessa vez, a manifestação será muito maior.
O Senhor está fazendo um movimento extraordinário entre nós para
que tenhamos um toque pessoal com Ele, uma relação pessoal com
Ele baseada na graça do evangelho.

Creio que todas as igrejas locais serão levantadas com poder. Todos
que proclamarem o evangelho com ousadia andarão sobre as águas
das circunstâncias.

Tudo depende de compreendermos o milagre do suprimento. Se


você quer andar sobre as águas das circunstâncias, então primeiro
precisa entender o milagre da multiplicação dos pães. O Senhor
disse que, quando não entendemos o milagre da multiplicação,
nosso coração fica endurecido. Este é um tempo de suprimento
miraculoso em sua vida. Venha comer do pão multiplicado!

7º Dia

Tudo vai cooperar para o seu bem


Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem. (Gn 50.20)
É
muito desagradável quando pessoas se sentam para planejar o mal
a seu respeito. Foi exatamente isso que o Espírito me revelou
tempos atrás, mas d’Ele também veio a segurança e o consolo

de que Ele faria com que tudo contribuísse para o meu bem.
Estavam intentando o mal, mas o Senhor o transformaria em lucro
para mim.

Essa é uma promessa que nos dá uma segurança gloriosa. Por


anos, José passou por maus bocados, traições e decepções.
Quando adolescente, seus irmãos ficaram com ciúmes dele e o
jogaram em um buraco. Eles iam deixá-lo lá para morrer, mas viram
uma caravana de ismaelitas chegando e decidiram vendê-lo. José
nunca sonhou que se tornaria um escravo e trabalharia em um país
estrangeiro. Provavelmente se sentiu como se Deus tivesse se
esquecido dele.

A certa altura, a esposa do homem para quem trabalhava o acusou


falsamente, mentiu sobre ele. José foi preso por algo que não fez.
Ele tinha muitos motivos para viver com amargura, mas você não lê
na Bíblia que José agiu assim.

Ele entendeu esse princípio espiritual tremendo de que tudo está


servindo ao plano de Deus para nós. Não apenas as coisas boas,
como quando teve um sonho no qual as pessoas se curvariam
diante dele. Não apenas quando seu pai o favoreceu e lhe deu uma
túnica de muitas cores, mas até mesmo as horas ruins, até mesmo
as situações injustas.

Treze anos depois de todas as decepções, deslealdades e traições,


assim como Deus prometeu, José se tornou o primeiro-ministro do
Egito. Mas o que é interessante é que, se alguma daquelas coisas
ruins não tivesse acontecido: se seus irmãos não tivessem ficado
com ciúmes, se ele não tivesse sido jogado em uma cova, se não
tivesse sido vendido como escravo, se a esposa de Potifar não
tivesse mentido sobre ele, se não tivesse sido colocado na prisão,
ele não teria chegado ao trono. Cada passo foi necessário, todos
foram instrumentos de Deus.

Anos depois, os irmãos de José voltaram ao Egito em busca de


alimento durante uma grande fome. Ele estava encarregado do
suprimento de alimentos, então disse aos seus irmãos: “Não se
preocupem. Eu não vou fazer mal a vocês. Vocês intentaram o mal
contra mim, mas Deus o transformou para o bem”. Deus usará
pessoas e situações para movê-lo em direção ao propósito d’Ele
para sua vida.

Por isso, não fique desanimado. Você precisa de um beijo de Judas


para chegar ao seu destino. Você precisa de pessoas que tentem
jogá-lo no buraco, que tentem desacreditá-lo, empurrá-lo para baixo,
para que possa chegar ao trono. Se a traição dos irmãos de José o
tivesse impedido de ser o primeiro-ministro, Deus nunca teria
permitido. As pessoas não sabem o propósito de Deus para você,
mas qualquer coisa que façam não pode impedir o cumprimento do
seu destino, o propósito de Deus para sua vida.

Sabemos
Tudo isso significa que existe graça superabundante disponível para
todos nós. Não importa a circunstância que passemos, Deus fará
com que tudo coopere para o nosso bem. Não fique desanimado,
você pode ter grandes expectativas sobre o seu futuro, pois o Pai
lhe garante a vitória em qualquer circunstância.
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito. (Rm 8.28)

A palavra “sabemos” aqui é “ oida” no original. Significa um saber


que não vem por meio de estudo e aprendizado, não é uma
compreensão mental apenas, mas é algo que sabemos por
revelação no espírito. É um saber que procede do interior.
Que todas as coisas
Paulo diz que todas as coisas cooperam para o bem, não apenas as
coisas boas e agradáveis, mas até aquelas ruins vão cooperar para
o nosso bem. Não significa que todas as coisas em nossa vida são
iniciadas por Deus, mas que até aquelas obras e setas malignas
Deus fará com que cooperem para o nosso bem.

Cooperam para o nosso bem


Deus não diz que todas as coisas são boas, há coisas realmente
ruins. O que Ele afirma é que todas vão cooperar para o nosso bem.

Não se deve desanimar se porventura uma porta se fechar. Conta-


se que, certa vez, um homem estava viajando num barco que
naufragou e só ele escapou. Então, ele foi parar numa ilha deserta.
Ali, tentando sobreviver debaixo de chuva e sol, clamou a Deus e
pediu a graça de poder construir uma choupana para se abrigar dos
elementos da natureza. O Senhor o capacitou, e ele construiu uma
choupana. E lá vivia com tranquilidade, mas seu desejo era ir
embora. Até que um dia orou ao Senhor pedindo que enviasse
alguém para resgatá-lo. Numa manhã, ele estava na praia e
começou a chover. De repente, um raio caiu em cima da sua
choupana, incendiando-a. Aquilo o deixou desolado e chateado com
Deus. Primeiro, o barco afundara e agora a choupana havia sido
destruída. “Numa ilha tão grande, o raio tinha de cair justamente em
cima da minha choupana?”, lamentava ele. Parado na praia,
martirizando-se ao ver a choupana pegar fogo, percebeu que um
navio vinha em sua direção. Finalmente seria resgatado. Depois de
subir no navio, perguntou ao comandante: “Como vocês
descobriram que eu estava perdido aqui?” O comandante
respondeu: “Nós não sabíamos, mas de longe vimos uma choupana
queimando e imaginamos que fosse o sinal de alguém pedindo
socorro”.
Às vezes, para o propósito de Deus se cumprir, Ele precisa queimar
sua choupana. Esse incêndio é só um sinal de que algo maior está
vindo. O Senhor tem o controle de todas as circunstâncias da sua
vida.

Aqueles que amam a Deus e são chamados para a salvação


segundo o propósito divino apontam para nós. Essa é uma
promessa exclusiva para os filhos de Deus.

E todas as coisas acontecem baseadas no versículo seguinte, que


diz:
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes
à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. (Rm 8.29)

Veja que tudo coopera para sermos conformados à imagem de


Cristo, o Filho de Deus. A Escritura não diz que tudo coopera para
ficarmos mais ricos, mais prósperos ou mais populares, mas tudo
vai cooperar para que sejamos mais parecidos com Jesus.

Precisamos ter algo firmado em nosso coração: mesmo que coisas


ruins aconteçam conosco, Deus está do nosso lado. Ele é por nós, e
não contra nós. Se você não entende o que está acontecendo, não
pergunte a Deus o porquê como se Ele fosse o problema. Não há
nada de errado em perguntar o porquê, apenas tenha cuidado para
não pensar que Deus é a causa do problema. Deus está do seu
lado. Cuidado com o pensamento religioso legalista do tipo: “O que
eu fiz? Meu carro quebrou, meu filho adoeceu, o que eu fiz?” Isso é
viver na lei, é legalismo. Todos os seus pecados foram perdoados
pelo sangue de Jesus. Deus é o seu Pai e ama muito você.

Há uma grande diferença entre questionar a Deus e pôr suas


questões diante de Deus. Quando levamos nossas questões a Ele
com o coração submisso, o Senhor sempre nos responde.

Em Romanos 8.31, Paulo diz: “Que diremos, pois, à vista destas


coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” A palavra
“quem” no grego é “tis”, que também pode ser traduzida como “o
que”. Poderíamos, então, dizer: “Se Deus é por nós, o que será
contra nós?” Se Deus está do nosso lado, então coisas como
doenças, problemas financeiros ou críticas não podem nada contra
nós.

Outro dia, assisti a um filme chamado Transformers. Nele, havia os


vilões chamados Decepticons e os mocinhos conhecidos como
Transformers. Fiquei pensando que a decepção é algo que nos
impede de ser transformados. Muitos de nossos espinhos são
apenas testes para checar se nos decepcionamos com Deus ou se
nos submetemos debaixo de sua vontade soberana.

Romanos 8.33 diz: “Quem intentará acusação contra os eleitos de


Deus? É Deus quem os justifica”. Deus é o nosso justificador. Deus
é por você, e não contra você.

Certa vez, assisti a um desenho animado com uma história bem


interessante. Um garoto chamado Paulinho e sua irmã Célia foram
visitar os avós. O menino estava com seu estilingue atirando pedras
em algumas árvores. De repente, ele se voltou para o quintal de sua
avó e viu o pato de estimação dela. Num impulso, ele o atingiu com
uma pedra certeira, e o pato morreu instantaneamente.

O garoto entrou em pânico e tentou desesperadamente esconder o


pato morto na pilha de lenha; porém, ao olhar para cima, percebeu
que sua irmã Célia estava vendo tudo da janela.

Após o almoço daquele dia, a vovó disse: “Célia, vamos lavar os


pratos”. E ela respondeu: “O Paulinho me disse que queria ajudar a
arrumar a cozinha hoje, não é, Paulinho?” Então, ela sussurrou-lhe:
“Lembre-se do pato”. Assim, Paulinho foi lavar os pratos.

Mais tarde, o vovô perguntou se as crianças queriam pescar, mas a


vovó disse: “Desculpe-me, mas preciso que a Célia me ajude a fazer
o jantar”. Célia sorriu e disse: “O Paulinho quer muito aprender a
cozinhar”. E ela sussurrou novamente: “Lembre-se do pato”.

Após vários dias fazendo suas tarefas e as de Célia, finalmente ele


não aguentou. Confessou à avó que havia matado o pato. “Eu sei,
Paulinho”, disse ela, dando-lhe um abraço. “Eu estava na janela e vi
tudo. Porque amo você, já o perdoei. Eu só queria saber por quanto
tempo você deixaria Célia fazer de você um escravo.”

Não deixe o diabo mantê-lo na culpa e na escravidão. Creia no


perdão do sangue e viva na liberdade dos filhos de Deus.

Deus tem um plano para você


Deus tem um plano para sua vida e, no fim, todas as coisas servem
a esse plano. Tudo coopera para que o plano se cumpra.

Todos nós temos coisas acontecendo conosco que não


entendemos, coisas que demoram mais do que deveriam e portas
que se fecharam. Estudamos muito, mas não fomos aprovados no
concurso. Fizemos a coisa certa, mas não conseguimos a
promoção.

Pode ser que colegas de trabalho estejam falando mentiras e


calúnias a seu respeito. Nossa tendência nesses momentos é
pensar que essas coisas estão nos resistindo, mas a verdade é que
nada pode nos impedir, porque tudo coopera para o cumprimento do
plano de Deus para nós.

Quando coisas boas acontecem, pensamos que estamos


avançando, mas as traições também servem ao seu plano. Aquela
porta que se fechou, o contrato que não foi cumprido, se essas
coisas não tivessem acontecido, você não teria alcançado a posição
em que está hoje.

Havia algo que você queria tanto, mas o que você não podia ver
naquele momento é que Deus tinha algo melhor. Ele o ama demais
para deixá-lo perder seu propósito. Você pode não gostar, não é
agradável, mas isso está servindo ao plano d’Ele.

Quando entende que tudo serve ao plano de Deus, você não vive
frustrado quando as coisas parecem injustas. Você não fica
chateado quando não consegue o que quer, pois percebe que é o
Senhor mesmo que fechou a porta. A pessoa que se afastou não foi
por acaso, foi Deus que a afastou, porque ela estava impedindo o
mover divino em sua vida.

O plano de Deus para você não pode ser cumprido sem oposição,
sem atrasos, sem portas fechadas. Não fique chateado, porque tudo
isso tem o poder de levá-lo adiante. Deus não teria permitido se não
tivesse um propósito. Nada pode acontecer com você sem a
permissão d’Ele.

Antes que Jesus pudesse ser crucificado e ressuscitar dos mortos,


Ele teve de ser traído, caluniado e rejeitado. Se todos tivessem
amado Jesus, se todos o tivessem celebrado, não teríamos a
salvação. Parte do plano do Pai para a vida de Jesus era ter
oposição. Não é por acaso que Judas, um de seus doze discípulos,
escolhido pelo próprio Senhor Jesus, decidiu traí-lo. Eu sei que isso
é difícil de entender, mas Judas era um peão nas mãos de Deus, ele
estava servindo ao cumprimento do plano de Deus para o Senhor
Jesus.

É claro que não foi agradável, mas o Senhor Jesus entendeu que,
sem a traição, Ele não poderia cumprir o seu propósito. Quando os
soldados vieram prender Jesus, eles não sabiam como Ele era, e
Judas disse: “Vou identificá-lo dando-lhe um beijo”. Aquele beijo foi
um ato terrível, mas marcou o momento que ajudou a desbloquear o
propósito de Deus. Sem a traição, não teríamos salvação.

O fato é que não gostamos de traições, deslealdades e calúnias,


mas como saber se não são justamente essas coisas que vão
liberar o cumprimento do plano de Deus para nós? Você pode não
gostar, mas tudo isso está servindo ao plano d’Ele.

Nossos passos são ordenados pelo Senhor. Ele mesmo preparou


um caminho para nós. É por isso que tudo coopera para o nosso
bem. O plano de Deus não pode ser frustrado. Se você não deveria
estar lá, não estaria. Deus permitiu isso porque é necessário para o
cumprimento do seu propósito. Agora, pare de ficar chateado por
causa de pessoas que o fazem parecer mal, você precisa delas para
alcançar o seu destino. Não desanime com a porta que se fechou,
não foi por acaso, o Senhor está posicionando-o para algo maior.

Esta é com certeza uma das maiores promessas da palavra de


Deus: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam
a Deus”. Todas as coisas podem não ser boas: a doença não é boa,
a perda não é boa, mas a promessa é: tudo vai cooperar para o seu
bem. Agora este é o teste: enquanto Deus está se movendo,
enquanto nada parece agradável, você permanecerá firme na fé?
Enquanto você não vê nenhuma melhora, ainda crerá que Deus
está no trono? O Senhor está trabalhando nos bastidores, e o que
Ele começou em sua vida Ele vai concluir.

8º Dia

A vitória do improvável
G

ostaria de compartilhar algo sobre um dos eventos mais


extraordinários da Palavra de Deus, quando apenas um homem e
seu escudeiro enfrentaram um exército de trinta mil soldados.

Não importa o desafio ou dificuldade que você esteja enfrentando


hoje. Nada se compara a um desafio como este: dois homens contra
trinta mil. Servimos ao Deus dos impossíveis, por isso nossas
batalhas manifestam a vitória dos improváveis.

O inimigo teme a espada


Nos dias de Saul e Jônatas, a Palavra do Senhor nos conta que não
havia ferreiros em Israel, porque os filisteus temiam que o povo
fizesse espadas.
Ora, em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava, porque os filisteus tinham dito:
Para que os hebreus não façam espada, nem lança. (1 Sm 13.19)

O inimigo teme que usemos a espada da palavra de Deus contra


ele. Efésios 6.17 diz que a palavra de Deus é a espada do Espírito.
A palavra é uma espada que corta fora toda cadeia do inimigo em
sua vida.

Quando foi tentado no deserto, o Senhor Jesus nos deu o padrão e


o exemplo de como responder aos ataques do maligno.

O diabo disse: “Transforme estas pedras em pão”. Ele respondeu:


“Está escrito”. O diabo disse: “Pule de cima do pináculo”. Ele disse:
“Está escrito”. Para todos os ataques, sua resposta foi a mesma:
“Está escrito”. Ele não disse: “Deus falou comigo” ou “Foi dito no
passado”, mas Ele sempre disse: “Está escrito”.

Eu sei que os irmãos dizem que ouviram algo de Deus ou que Deus
falou eles, mas o Senhor Jesus usou a palavra escrita contra o
diabo. Isso certamente é um princípio importante.

Em todo o tempo, o Senhor falou a palavra escrita, e nós devemos


fazer o mesmo. Se um demônio lança medo em sua mente, você
deve dizer: “Está escrito que Deus não nos tem dado espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Tm 1.7). Se o
diabo diz que está vindo um sintoma ao seu corpo, responda com a
palavra escrita: “Pelas suas pisaduras, somos sarados” (Is 43.5).

Todos devem usar a espada


Sucedeu que, no dia da peleja, não se achou nem espada, nem lança na mão de nenhum
do povo que estava com Saul e com Jônatas; porém se acharam com Saul e com Jônatas,
seu filho. (1 Sm 13.22)

No verso 22, lemos que, em todo o exército de Israel, apenas Saul e


Jônatas tinham espada. Isso aponta para aquela situação em que
apenas o pastor ou alguns líderes da igreja conhecem a espada da
palavra de Deus. Precisamos ser um exército em que todos usam a
espada do Espírito.
Nos dias de Saul, Israel estava debaixo da dominação dos filisteus,
e a causa era porque o inimigo conseguiu impedir que houvesse
espada em Israel. Esta é a razão de toda opressão do maligno.

A resposta para todo ataque do diabo está na palavra de Deus. O


inimigo não teme quando procuramos ensinar ou falar outras coisas,
mas ele teme quando todo o povo é treinado para usar a espada.

O poder da fé dinâmica
Nesse tempo, o povo estava vivendo debaixo de grande opressão, e
Saul era rei em Israel. Do ponto de vista natural, ele se destacava
de todos dos ombros para cima. Àquela altura, ele já não era um
homem de fé. Ele tinha o sacerdócio e a estola, mas tudo aquilo era
apenas uma forma de religião. Ele não tinha a realidade viva de uma
fé dinâmica no Deus vivo. Na verdade, seu filho Jônatas é quem
andava com Deus nesse tempo. O Senhor passa seus olhos
procurando aqueles que possuem uma fé dinâmica e viva. São
essas pessoas que experimentam a bênção, pois sem fé é
impossível agradar a Deus.
Sucedeu que, um dia, disse Jônatas, filho de Saul, ao seu jovem escudeiro: Vem,
passemos à guarnição dos filisteus, que está do outro lado. Porém não o fez saber a seu
pai. Saul se encontrava na extremidade de Gibeá, debaixo da romeira em Migrom; e o
povo que estava com ele eram cerca de seiscentos homens. Aías, filho de Aitube, irmão de
Icabô, filho de Finéias, filho de Eli, sacerdote do SENHOR em Siló, trazia a estola
sacerdotal. O povo não sabia que Jônatas tinha ido. Entre os desfiladeiros pelos quais
Jônatas procurava passar à guarnição dos filisteus, deste lado havia uma penha íngreme, e
do outro, outra; uma se chamava Bozez; a outra, Sené. Uma delas se erguia ao norte,
defronte de Micmás; a outra, ao sul, defronte de Geba. Disse, pois, Jônatas ao seu
escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura, o SENHOR nos
ajudará nisto, porque para o SENHOR nenhum impedimento há de livrar com muitos ou
com poucos. (1 Sm 14.1-6)

Jônatas não disse nada do que pretendia fazer a seu pai porque
este já não tinha fé. Se tivesse dito, ele o impediria de atacar o
inimigo assim como tentou impedir Davi de lutar contra Golias.

Em 1 Samuel 13.5, vemos que os filisteus tinham mais de trinta mil


carros e seis mil cavaleiros, no entanto o grupo que estava com
Saul era de seiscentos homens (1 Sm 14.2). O mais impressionante
é que Jônatas e seu escudeiro não temeram entrar na guarnição
dos filisteus.

Jônatas chama os filisteus de incircuncisos. Isso é linguagem de


aliança. Jônatas estava dizendo que apenas aquele que é
circuncidado tem direito à bênção de Deus. Hoje a verdadeira
circuncisão é no coração. Por causa disso, ele declara: “Deus não é
com ele, mas é conosco. Nós somos o povo de Deus”. Não
devemos ter a mentalidade do povo do mundo, porque somos o
povo de Deus.

Não precisamos viver dentro de buracos de medo e ansiedade, de


angústia e pavor, porque somos o povo de Deus. Em 1 Samuel
13.6, diz-se que o povo se escondeu em cavernas, buracos e
túmulos por causa do aperto. É por isso que o inimigo zomba de
Jônatas, mas ele sabia a linguagem da aliança.

Talvez você não saiba, mas todas as vezes que a palavra


“SENHOR” aparece com todas as letras maiúsculas, ela se refere
ao nome de Deus, “Yehovah”. Esse nome de Deus está relacionado
com a aliança que Ele tem com o seu povo.

Em Gênesis 1, vemos que Deus criou os céus e a terra. A palavra


“Deus” ali é “Elohim”, que significa “Deus criador”; mas, quando
chegamos a Gênesis 2, muda-se para “SENHOR Deus”, que é
“Yehovah Elohim”, porque agora o homem foi criado; e, quando o
Deus criador se relaciona com o homem, Ele se apresenta como
SENHOR Deus.

O Senhor da aliança pode salvar com poucos ou com muitos, mas


muito frequentemente Ele escolhe salvar com poucos. Você e Deus
formam uma maioria.
Então, o seu escudeiro lhe disse: Faze tudo segundo inclinar o teu coração; eis-me aqui
contigo, a tua disposição será a minha. (1 Sm 14.7)

O escudeiro de Jônatas é um exemplo de lealdade e fidelidade. Ele


não estava lá para resistir, mas para estimular a fé. Seu nome
sequer é mencionado, mas sem ele Jônatas não teria como
demonstrar esse ato de fé e bravura.

Creio que, nesse texto, Saul simboliza a carne, e o escudeiro de


Jônatas, o Espírito. A carne sempre nos desestimula e enumera
todas as razões por que não deveríamos enfrentar o inimigo, mas o
Espírito sempre nos impulsiona e nos diz que devemos fazer tudo
para o que o nosso coração se inclina em fé. O Espírito diz: “Eis-me
aqui contigo!”

Se você observar, vai ver que quem realmente matou o inimigo foi o
escudeiro de Jônatas.
Disse, pois, Jônatas: Eis que passaremos àqueles homens e nos daremos a conhecer a
eles. Se nos disserem assim: Parai até que cheguemos a vós outros; então, ficaremos
onde estamos e não subiremos a eles. Porém se disserem: Subi a nós; então, subiremos,
pois o SENHOR no-los entregou nas mãos. Isto nos servirá de sinal. Dando-se, pois,
ambos a conhecer à guarnição dos filisteus, disseram estes: Eis que já os hebreus estão
saindo dos buracos em que se tinham escondido. Os homens da guarnição responderam a
Jônatas e ao seu escudeiro e disseram: Subi a nós, e nós vos daremos uma lição. Disse
Jônatas ao escudeiro: Sobe atrás de mim, porque o SENHOR os entregou nas mãos de
Israel. Então, trepou Jônatas de gatinhas, e o seu escudeiro, atrás; e os filisteus caíram
diante de Jônatas, e o seu escudeiro os matava atrás dele. Sucedeu esta primeira derrota,
em que Jônatas e o seu escudeiro mataram perto de vinte homens, em cerca de meia jeira
de terra. Houve grande espanto no arraial, no campo e em todo o povo; também a mesma
guarnição e os saqueadores tremeram, e até a terra se estremeceu; e tudo passou a ser
um terror de Deus. Olharam as sentinelas de Saul, em Gibeá de Benjamim, e eis que a
multidão se dissolvia, correndo uns para cá, outros para lá. (1 Sm 14.8-16)

A atitude dos filisteus foi de autoconfiança, afinal eles eram trinta


mil, e do outro lado, apenas Jônatas e seu escudeiro.

Observe as palavras de Jônatas: “Sobe atrás de mim, porque o


SENHOR os entregou nas mãos de Israel” (v. 12). Embora a fé seja
individual, ele estava consciente de que a bênção era sobre toda a
nação. Ele não disse: “O Senhor entregou nas minhas mãos”, mas
ele via sua vitória como a vitória da nação.

Toda bênção, unção, revelação ou qualquer outra coisa nos são


dadas para servir o corpo de Cristo. No fim, todos são abençoados
por causa da fé de um ou dois.
A forma como o Senhor concedeu vitória a Jônatas foi para
envergonhar o inimigo. Deus usa de coisas triviais e comuns para
mostrar o seu poder.

De forma direta, foram mortos apenas vinte filisteus, mas o milagre


maior aconteceu nos outros trinta mil que estavam em cima da
montanha. A Bíblia diz que houve grande espanto no meio do
exército, e a terra tremeu. Tudo passou a ser um terror de Deus.
Eles começaram a se matar uns aos outros. Por causa da fé de
apenas dois homens, todo um exército foi desbaratado.

Quando o Senhor bradou na cruz: “Está consumado”, também


houve terremoto, e as trevas cobriram a terra. Esse era um sinal de
que o inimigo estava derrotado e o terror de Deus tinha vindo sobre
ele.

Perceba quem é o verdadeiro inimigo


Porém o povo disse a Saul: Morrerá Jônatas, que efetuou tamanha salvação em Israel? Tal
não suceda. Tão certo como vive o SENHOR, não lhe há de cair no chão um só cabelo da
cabeça! Pois foi com Deus que fez isso, hoje. Assim, o povo salvou a Jônatas, para que
não morresse. (1 Sm 14.45)

Uma coisa é fazer algo para Deus, outra é fazer com Deus. Esta era
a diferença entre Saul e Jônatas: Saul fazia coisas para Deus, mas
Jônatas fazia com Deus.

Quando fazemos para Deus, não nos preocupamos se o que


fazemos é ou não sua vontade, mas, quando nos movemos com
Deus, é seu Espírito que nos dirige. Podemos fazer coisas para
Deus seguindo nossas próprias ideias, mas, quando nos movemos
com Deus, seguimos sua direção.

Saul fez o voto de que ninguém comeria até que os inimigos fossem
desbaratados. O exército, porém, não podia lutar sem comida.
Jônatas não tinha ouvido o voto de Saul, por isso comeu mel para
se reanimar.
O inimigo havia sido derrotado, mas não completamente. Saul
deveria perseguir e matar o inimigo, mas, em vez disso, estava
tentando matar Jônatas. É uma completa inversão de valores.

No verso 17, lemos que, quando viu a confusão no meio da


guarnição dos filisteus, em vez de perseguir o inimigo, Saul queria
saber quem estava faltando do seu grupo.

Saul tinha criado uma lei para si mesmo com o fim de ganhar o favor
de Deus. A carne pode ser muito legalista. Se ele tivesse tido vitória,
teria presumido que era por causa do seu voto.

No verso 46, vemos que, apesar de o inimigo ter sido entregue em


suas mãos, Saul deixou de perseguir os filisteus, e estes foram
embora para sua terra. Observe que a ação de Saul foi confusa e
cheia de superstições religiosas, mas a vitória de Jônatas foi
simples e sobrenatural.

É exatamente isso que Deus tem para você hoje. Não tenha medo
das ameaças do inimigo. Deus está prestes a lhe conceder uma
grande vitória. Chegou o tempo da bênção. A ousadia do Espírito
está sobre você para usar a espada do Espírito e desfazer a
opressão do diabo.

9º Dia

A vitória está perto de você


S

uas palavras definem o curso de sua vida. Se você quer saber como
será sua vida daqui a cinco anos, simplesmente ouça o que está
dizendo agora. “Ah! Nunca vou prosperar! Nunca vou passar nesse
concurso! Nunca vou achar alguém para casar!”
Você não pode falar de derrota e ter vitória; não pode falar de
fracasso e ter sucesso; não pode falar de morte e ter vida; não pode
falar de carência e ter abundância. A Palavra de Deus diz que nós
comemos do fruto de nossas palavras.
Cada um se farta de bem pelo fruto da sua boca [...] (Pv 12.14)
Do fruto da boca o homem comerá o bem [...] (Pv 13.2)

Do fruto da boca o coração se farta, do que produzem os lábios se satisfaz. A morte e a


vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto. (Pv 18.20-21)

Preste atenção no que você está dizendo sobre sua vida, família,
finanças e saúde. Você eventualmente se tornará aquilo que está
dizendo. É por isso que é tão importante aprender a se disciplinar
para falar de vitória. Eu digo continuamente: “Sou abençoado! Sou
favorecido! Sou amado!” Por isso, as bênçãos me alcançam e, onde
coloco a minha mão prospera.

Eu sei que acontecem tempos de luta e dificuldade com todos nós.


Em tempos assim, você pode sentar e reclamar falando sobre o
problema ou pode se levantar e dizer: “Obrigado, Pai, porque o
Senhor está lutando as minhas guerras. Creio que tudo isso está
cooperando para o meu bem. Sou sempre conduzido em triunfo”.
Isso nos faz andar em vitória continuamente.

Você pode estar enfrentando uma depressão, mas levante-se e


declare: “Não sou assim. Estou livre. Estou feliz. Tenho um futuro
brilhante. Esse sonho pode parecer grande demais, mas sei que,
para Deus, tudo é possível. Novas portas vão se abrir para mim.
Boas oportunidades estão aparecendo, conexões divinas. As
pessoas certas estão vindo em minha direção, novas amizades e
relacionamentos que mudarão minha história”.

Abençoe a si mesmo
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. (Ef 4.29)
Normalmente, aplicamos esse versículo para aquilo que falamos
aos outros, mas quem mais ouve suas palavras é você mesmo.
Você precisa falar apenas aquilo que vai levantar, edificar e
transmitir graça a si mesmo.

Você acredita no que diz sobre si mesmo mais do que qualquer


outra pessoa. Não há nada mais poderoso do que falar de vitória
sobre sua própria vida a si mesmo.

Muitos pensamentos vêm à nossa mente constantemente. Costumo


dizer que não podemos impedir que um pássaro pouse em nossa
cabeça, mas podemos impedir que ele faça um ninho. O inimigo
lança pensamentos, mas nós é que escolhemos o que vamos falar.

Uma coisa que aprendi é não verbalizar o negativo. Não dê vida a


esses pensamentos expressando-os em voz alta. Em vez de falar
sobre como me sinto inseguro, desqualificado ou intimidado,
escolho declarar que posso todas as coisas naquele que me
fortalece. Sempre lembro a mim mesmo de que sou ungido,
capacitado e equipado com tudo de que preciso para desempenhar
meu ministério.

Há muitas situações em que não sinto nada disso. Na verdade, me


vêm muitas sensações e sentimentos ruins, mas insisto em falar a
palavra de Deus e, com o tempo, as emoções negativas se vão e a
verdade ganha raízes dentro de mim.

Eu como do fruto das minhas palavras. Tudo o que testemunho hoje


eu falei tempos atrás. O fruto não é algo que nasce
instantaneamente. Algumas vezes, ele demora, mas inevitavelmente
ele vem.

A língua é o leme
Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um
pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro. Assim, também
a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em
brasas tão grande selva! (Tg 3.4,5)
Tiago diz que, embora um navio seja grande e impulsionado por
ventos fortes, ele é dirigido por um pequeno leme para onde o piloto
deseja que ele vá. O mesmo acontece com a língua, embora seja
uma pequena parte do corpo, ela dirige sua vida. O que você fala
vai determinar a direção que seguirá.

A boa notícia é que você controla o leme. Você pode controlar sua
língua. Você está falando na direção que deseja que sua vida siga?
Diga o que Deus diz sobre você. Faça o mesmo em relação a seus
filhos e sua família. Declare que a semente do justo é abençoada.
Declare que você sua casa servirão ao Senhor.

Apenas concorde com Deus, com o que Ele diz em sua Palavra.
Você já é abençoado com toda sorte de bênção espiritual em Cristo.
Ele diz que você foi feito de uma maneira assombrosamente
maravilhosa. Você é uma obra-prima do céu coroada de graça e
favor. Diga: “As janelas do céu estão se abrindo sobre mim e
receberei bênção sem medida”. Mantenha o leme na direção certa.

Gosto dessa ilustração porque ela mostra de maneira incontestável


que a nossa boca dirige o nosso destino. Você pode não crer no
poder da confissão, mas não pode negar o poder de um leme.

Pense em um navio que carrega uma carga muito valiosa —


petróleo, minerais, equipamentos —, mas toda essa carga está à
mercê do pequeno leme do navio. Se o capitão não dirigir o navio da
maneira correta, se o leme não estiver na posição correta, o navio
nunca chegará ao destino, e a carga toda se perderá.

Da mesma forma, você está carregando uma carga valiosa. Quando


Deus o criou, Ele pôs em você dons, talentos e potencialidades.
Você tem sementes de grandeza. Você está destinado a deixar sua
marca, a levar sua família a um novo nível. A questão não é se você
está equipado, se é favorecido ou tem tudo o que é preciso, seu
navio está totalmente carregado. A questão é: você vai manter o
leme indo na direção certa? Você continuará falando de vitória,
abundância, favor, novos níveis? Sua boca vai determinar se o navio
vai cumprir seu propósito.
Quem limita você não são as circunstâncias ou as pessoas, mas
suas palavras. Sua boca é o leme. Quando você fala de vitória, você
está indo na direção da vitória. Quando fala de suprimento, está
indo na direção da abundância.

Fale antes de ver


Nesse ponto, você deve se lembrar de uma chave espiritual: é
preciso falar antes de ver. É exatamente isso que é a fé. Em Joel
3.10, a Palavra de Deus diz: “Diga o fraco: Eu sou forte!” Você pode
não se sentir forte, mas, quando diz: “Eu sou forte”, está se
movendo em direção à força.

Encha seu coração de esperança, porque as promessas da Palavra


de Deus são infalíveis. Algo bom está para acontecer. Aquele que
tem as chaves de Davi já está abrindo portas diante de você que
ninguém pode fechar. Você vai avançar de glória em glória.

Você está conduzindo seu navio na direção em que deseja que sua
vida siga? Seu leme, sua língua, está levando-o para a bênção,
crescimento e abundância? Ou você está falando sobre o que não
está dando certo, como não se sente talentoso, como os obstáculos
são grandes demais? Infelizmente, isso vai mantê-lo longe do plano
que Deus traçou para você.
Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem
eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás. (Jr 1.7)

Deus disse que Jeremias se tornaria um grande profeta. O Senhor


disse que ele estava sendo constituído sobre as nações (Jr 1.10),
mas Jeremias era jovem e estava com medo, ele se sentia
desqualificado para a tarefa. Então, Deus lhe disse: “Não diga que
você é muito jovem”. Deus queria que ele parasse de falar porque,
se continuasse falando de forma negativa, nunca se tornaria o que
havia sido chamado para ser.

Creio que o mesmo aconteceu com o sacerdote Zacarias, pai de


João Batista. O nome Zacarias significa “Deus se lembra”, e o de
sua esposa, Isabel, significa “promessa de Deus”. Esse casal deu à
luz um filho chamado João, que significa “Deus é gracioso”. Não é
maravilhoso que o Novo Testamento comece com a história de um
“Deus que se lembra” (Zacarias), aliançado com sua “promessa”
(Isabel), para trazer a sua graça sobre todo homem?!

Quando o anjo Gabriel visitou Zacarias, pai de João Batista, ele


disse: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e
Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho”. Mas Zacarias lhe
perguntou: “Como vou saber se o que fala é verdade?” Ele duvidou
da palavra do anjo, que lhe respondeu:
Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado para falar-te e trazer-te estas
boas-novas. Todavia, ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas
venham a realizar-se; porquanto não acreditaste nas minhas palavras, as quais, a seu
tempo, se cumprirão. (Lc 1.19,20)

Nossa fé se expressa por meio de nossas palavras. Deus não


queria que ele atrapalhasse a gravidez da esposa, então fez com
que ele ficasse mudo. Se você não consegue concordar com a
palavra de Deus, às vezes é melhor se fazer de mudo; mas, se for
falar, fale para concordar com a palavra.
Depois, estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e o SENHOR me disse: Eis que
ponho na tua boca as minhas palavras. (Jr 1.9)

O versículo 9 diz que Deus estendeu as mãos, tocou os lábios de


Jeremias e disse: “Pus as minhas palavras na tua boca”. Na
verdade, Deus estava dizendo: “Jeremias, diga o que eu falo sobre
você. Não diga o que você sente, não diga o que os especialistas
dizem, não diga o que você vê”.

Este foi um ano difícil, mas declarei o Salmo 65.11 sobre a vida da
igreja. Este ano foi coroado com a bondade do Senhor. Mesmo em
tempos difíceis, tivemos mais que o suficiente. O favor de Deus tem
transbordado, por isso a economia e a crise não nos limitam.

Sou abençoado em um ano de crise. Sou favorecido em uma época


de fome. Sou próspero mesmo no meio de uma pandemia.
Transbordo de alegria, paz e força. Estou direcionando o navio para
um porto de vitória. Mesmo em tempos difíceis, o justo terá mais do
que o suficiente.

A fé é um estilo de vida
Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre:
Glorificado seja o SENHOR, que se compraz na prosperidade do seu servo! (Sl 35.27)

O Salmo 35.27 diz: “Digam sempre: Glorificado seja o SENHOR,


que se compraz na prosperidade do seu servo!” É interessante que
deveriam dizer isso sempre, continuamente. Talvez pudéssemos
pensar que poderíamos dizer uma ou duas vezes, mas o Senhor diz
que devemos declarar continuamente. Deus tem prazer em nos
fazer prosperar, em nos curar e em nos favorecer, por isso vamos
glorificá-lo!

Separe tempo para declarar a bondade de Deus sobre sua vida.


Não basta fazer de vez em quando, é preciso que se transforme
num hábito, num estilo de vida. Precisamos declarar que somos
fortes, que temos saúde, que somos abençoados. Bondade e
misericórdia estão nos seguindo todos os dias. Os anjos de Deus
estão cuidando de nós. Nada acontece até que você fale. Suas
palavras dão vida à sua fé (2 Co 4.13).
Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas
cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu
caminho e serás bem-sucedido. (Js 1.8)

O texto não diz que seremos bem-sucedidos e prósperos porque


pensamos de maneira positiva ou lemos bastante a Palavra, mas diz
que devemos falar sem cessar a palavra de Deus. Se você falar
continuamente o que Deus diz sobre você, então será bem-
sucedido.

Marcos 5 fala de uma mulher que estava doente há doze anos. Ela
havia gastado todo o seu dinheiro com os melhores médicos, mas
nada havia ajudado. Um dia, porém, soube que Jesus estava
passando pela cidade e disse a si mesma: “Se eu apenas lhe tocar
as vestes, serei curada” (Mc 5.28). Em meio à doença, ela
profetizava saúde. Quando viu o Senhor, havia uma multidão se
amontoando ao redor d’Ele, mas ela não ficou reclamando
desencorajada, em vez disso, continuou dizendo: “Esta é a minha
vez. As coisas estão prestes a mudar a meu favor”.

Enquanto falava, ela se aproximava cada vez mais, até que


finalmente estendeu a mão, tocou o manto de Jesus e
instantaneamente foi curada. Há um princípio aqui: ela não ficou em
silêncio, mas liberou sua fé falando. Você sempre se move na
direção do que está declarando. Quando você diz: “Eu sou
abençoado”, está se movendo em direção à bênção. Quando diz:
“Eu tenho o favor de Deus”, está se movendo em direção a novas
oportunidades e conexões divinas. Preste atenção no que você está
dizendo, porque sua vida está indo na direção das suas palavras.

Deus prometeu a Abraão que Sara teria um filho. O problema era


que ambos já eram idosos, e, além de idosa, Sara era também
estéril. Algumas vezes, parece que a promessa de Deus em sua
vida é impossível, mas não se preocupe com a maneira como Deus
fará, apenas se firme na promessa.

Quando Abraão completou 99 anos, Deus lhe apareceu e disse que


o nome dele já não seria Abrão, mas Abraão, que significa “pai de
multidões”. Ao mudar o nome de Abraão, Deus estava também
mudando sua confissão.

Uma vez que a confissão foi mudada, três meses depois, Sara ficou
grávida. Qual a base para dizer que foram três meses depois?
Porque Deus apareceu a Abraão e mudou o seu nome quando ele
tinha 99 anos, e o Senhor prometeu que a criança nasceria em um
ano (Gn 18.10), e Isaque nasceu quando Abraão tinha 100 anos (Gn
21.5).

O que aconteceu naqueles três meses? Deus mudou o nome de


Abraão e de Sara. Abrão significa “um pai grande” ou “um pai
exaltado”, mas agora o Senhor diz que o seu nome seria Abraão,
que significa “pai de nações” ou “pai de multidões”.
Quando Abraão se apresentava, agora ele dizia: “Meu nome é Pai
de Nações”. “É mesmo? Muito bonito? E quanto filhos o senhor
tem?” Ele tinha de dizer: “Ainda não tenho nenhum, mas serei pai de
multidões”. Dá para imaginar Sara chamando-o na hora da refeição:
“Pai de Nações, a comida está na mesa!” Essa foi a segunda parte
da equação, agora Abraão cria e também confessava.

Quando ele dizia a alguém: “Olá, eu sou Abraão”, estava


profetizando: “Eu sou pai de muitas nações”. Ele dizia isso
continuamente, mês após mês, até que a verdade começou a entrar
em seu espírito. Ele precisava ver a si mesmo de uma nova maneira
antes que a promessa pudesse se cumprir. E a maneira como Deus
mudou sua autoimagem foi por meio de suas palavras.

Deus mudou o nome de Sarai para Sara. Sara significa “princesa”.


Ela não se sentia como uma princesa, ela era estéril. As mulheres
daquela época que não tinham filhos eram desprezadas. Ela poderia
ter se sentido inferior, envergonhada, mas, quando alguém dizia:
“Olá, Sara”, estava dizendo: “Olá, princesa”. Quando ela dizia às
pessoas o seu nome, estava dizendo: “Eu sou escolhida. Eu sou
favorecida. Eu sou abençoada”.

Ela disse tudo isso enquanto ainda era estéril. Ela tinha 90 anos,
mesmo assim Abraão a chamava de princesa. Deus, então, pôs a
juventude dentro dela novamente.

Deus disse aos israelitas que eles viveriam em Canaã, a terra que
mana leite e mel, mas palavras negativas os impediram de entrar.
Os dez espias disseram “O povo é muito grande e há gigantes na
terra” (Nm 13.33). Não foi o inimigo que os venceu, suas palavras
negativas os derrotaram. Eles se tornaram o que disseram,
profetizaram o seu futuro. Eles deram meia-volta e vagaram pelo
deserto por quarenta anos. Quando Deus coloca algo em seu
coração, não fale da oposição ou de suas limitações, apenas
descanse, e o Senhor cumprirá sua promessa.

Sua língua é o leme que está decidindo a direção que sua vida vai
tomar. Cada vez que Abraão e Sara diziam seu nome, o leme
apontava para a promessa. O que você está dizendo sobre seus
sonhos, suas finanças, seus filhos? Você não pode falar de derrota
e alcançar vitória. Comece a declarar o que Deus diz sobre você.
Ele o chama do que você é antes que a bênção aconteça. “Mas eu
não me sinto abençoado, saudável ou favorecido!” Tudo bem,
apenas concorde com o que Deus diz e Ele mesmo fará com que a
promessa se cumpra.

Continue declarando a promessa de Deus. Não estou falando de


algo que você deve fazer por alguns dias, mas estou desafiando-o a
assumir um estilo de vida. Desenvolva o hábito de falar sobre vitória,
saúde, favor e abundância. Quando você fizer isso continuamente, a
fé fluirá do seu coração e você verá o milagre de Deus.

10º Dia

O milagre está em sua boca


N

ossas palavras têm poder criativo. Quando falamos algo, estamos


dando o direito de aquilo acontecer. Uma coisa é crer que você está
curado, mas, quando você diz: “Estou curado”,

isso libera a cura.


Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei.
Também nós cremos; por isso, também falamos. (2 Co 4.13)

Creia que você está debaixo do favor. A Escritura diz que o espírito
da fé está em nossas palavras. É importante que você creia que é
abençoado, favorecido e que os anjos estão trabalhando por você,
mas nada acontece até você falar. “Eu cri, por isso é que falei”.
O milagre está na sua boca. Há cura em sua boca. Há liberdade em
sua boca. Se você está lutando contra uma doença, é fácil falar
sobre o relatório médico, sobre o quão ruim parece e que nunca vai
melhorar. Quando, porém, você fala disso, chama mais doença,
mais derrota. Você precisa mudar o que está dizendo.

Mude primeiro suas palavras


Forjai espadas das vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco:
Eu sou forte. (Jl 3.10)

A Palavra de Deus diz: “Diga o fraco: Eu sou forte”. Não diz: “Deixe
o fraco falar sobre sua fraqueza” ou “Deixe o fraco chamar cinco
amigos e discutir o problema”. Não estou dizendo que você deve
negar os fatos, apenas diga o que Deus diz. Seu relatório deve ser:
“Deus está restaurando minha saúde. O número dos meus dias Ele
cumprirá”.

Há milagres esperando para serem liberados, mas você precisa


abrir a sua boca. Alguns dizem: “Quando eu vencer esse vício, vou
testemunhar a todos que sou livre”. Você precisa dizer a eles
primeiro. Todos os dias, você precisa declarar: “Eu sou livre, estou
limpo, esse vício não me controla”. Toda vez que você diz que é
livre, no mundo espiritual, as correntes são quebradas. Continue
falando e você se tornará o que está dizendo. Você está
profetizando o seu futuro.

Fale antes de acontecer


Quando Davi enfrentou Golias, um gigante duas vezes maior do que
ele, não foi por acaso que olhou para o inimigo e disse: “Hoje vou
derrotá-lo e darei sua carne às aves do céu e às bestas-feras do
campo (1 Sm 17.45-46). Ele não estava apenas sendo positivo, mas
entendia o princípio de que o milagre estava em sua boca, por isso
teve de liberar a vitória antes de vê-la.
Se, porém, em vez disso, ele tivesse dito: “Como ele é grande! Não
tenho nenhuma armadura, não me sinto qualificado, não acho que
tenho uma chance”, se ele tivesse falado em termos de derrota, não
saberíamos quem era Davi. Se ele tivesse apenas pensado
positivamente algo do tipo: “Acredito que posso fazer isso, acredito
que tenho o potencial”, não teria derrotado Golias. Ele sabia que
precisava dizer: “Eu vou derrotá-lo”.

Você pode ter um gigante em seu caminho, pode ser o gigante das
dívidas, da depressão, da doença, mas, como Davi, você precisa
declarar a esse gigante: “Eu vou derrotá-lo. Você não vai me desviar
do meu destino. As forças que são por mim são maiores do que as
que estão contra mim”.

A Palavra de Deus diz que, se dois ou três concordarem a respeito


de qualquer coisa que pedirem de acordo com a vontade de Deus,
isso será feito (Mt 18.19). Há poder na concordância. Mas o que é
interessante é que Davi não tinha ninguém para concordar com ele.
Seus irmãos olhavam para ele e o achavam muito pequeno. Seu pai
o via menor do que os irmãos. O rei Saul não achou que ele tinha
uma chance e até tentou dar-lhe sua armadura. Ninguém estava lá
para encorajá-lo e dizer: “Ei, Davi, você pode fazer isso, nós
acreditamos em você!”

Há momentos em que você não consegue encontrar ninguém para


concordar com você, mas aprendi que você pode entrar em acordo
consigo mesmo. Se você concordar e começar a falar em termos de
vitória, então, mesmo que os outros não concordem, porque você
está de acordo consigo mesmo, verá gigantes derrotados.

Não desanime porque ninguém está torcendo por você e ninguém


vê o que você vê. Às vezes, Deus coloca coisas em nosso coração
que outras pessoas não entendem, pois parecem muito grandes e
até impossíveis para elas. Em vez de encorajá-lo, farão exatamente
o oposto.

Quando Davi saiu para enfrentar Golias, todo o exército israelense e


todo o exército filisteu estavam observando. Ali estava um
adolescente sem treinamento militar, sem experiência, pequeno,
parecido com um menino. Na frente de todos, ele teve a audácia de
dizer com confiança: “Golias, eu vou derrotá-lo”. Alguns zombaram e
ridicularizaram. Até Golias riu e disse: “Sou eu algum cão, para vires
a mim com paus?” (1 Sm 17.43).

As pessoas ao seu redor podem não ver grandeza em você. Elas


vão julgá-lo pela sua aparência, tamanho, experiência, origem e
escolaridade. Não as deixe diminuir o que Deus pôs em seu
coração. Faça como Davi: continue declarando a vitória apesar do
que os pessimistas pensam; continue declarando sua visão apesar
do que os especialistas concluíram. Não deixe que suas palavras
negativas o impeçam de falar palavras cheias de fé.

Damos vida ao que falamos


Se você começar a falar o negativo, concordando com a dúvida,
falando sobre quão grande é o problema, você está dando vida às
coisas erradas. Suas palavras podem impedir seu destino.

O anjo do Senhor apareceu a um homem chamado Zacarias e lhe


disse que sua esposa teria um bebê. Ele ficou surpreso, porque
eram velhos demais para ter filhos. Então, disse ao anjo: “Tem
certeza? Estou muito velho, e minha mulher também”. “Sim,
Zacarias, isso acontecerá”, respondeu o anjo, “mas, porque duvidou,
você ficará mudo e não poderá falar até que a criança nasça” (Lc
1.13-20).

Veja como as palavras são poderosas. Deus sabia que, se Zacarias


saísse falando de derrota, isso impediria o milagre de acontecer.
Deus colocou sonhos e promessas em seu espírito que podem
parecer grandes demais, impossíveis, mas não faça como Zacarias,
fale do milagre, e não das impossibilidades. Ouse declarar o que Ele
diz sobre você.

Talvez você esteja enfrentando uma doença e não há sinais de


melhora, então você está exatamente onde Zacarias estava: “Como
isso pode acontecer?” Quando os sonhos parecem impossíveis e as
probabilidades estão contra você, é fácil ficar negativo e ser tentado
a descartá-los. Tudo bem, há momentos em que pensamentos de
dúvida vêm à nossa mente, mas recuse-se a declará-los. Abra a sua
boca e fale da promessa de Deus.

Às vezes, você está falando as palavras certas, está declarando fé,


mas nada está acontecendo, não há sinal de que está melhorando.
A Palavra de Deus diz que você deve manter firme a confissão da
fé. Isso significa que algo vai tentar tirá-la de você.
Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.
(Hb 10.23)

É como um cabo de guerra, os inimigos estão do outro lado


tentando nos afastar do que Deus pôs em nosso coração. Você
pode estar em dívida, mas continue falando de abundância; pode
estar em apuros, mas continue falando de favor; pode ainda sentir
os vícios, mas continue falando de liberdade. Toda vez que declara
a vitória, você está se aproximando do milagre. Toda vez que você
diz: “Eu sou abençoado”, está se movendo em direção ao favor.
Mantenha firme sua confissão.

Palavras são sementes


Quando falamos algo, essas palavras criam raízes e começam a
crescer. A Escritura diz: “Você vai comer o fruto de suas palavras
(Pv 13.2; 18.20-21). A fruta não está totalmente amadurecida
durante a noite, mas eventualmente você vai se tornar o que está
dizendo. Você está plantando boas sementes? Você está falando
palavras cheias de fé sobre si mesmo, sobre seus sonhos, seus
filhos, sua saúde, suas finanças?

Você precisa falar como sendo a realidade, e não como se fosse


acontecer algum dia. Não diga: “Vou ser curado um dia”. Diga:
“Senhor, obrigado porque estou curado”. Não diga: “Um dia, vou ser
abençoado”. Em vez disso, diga: “Sou abençoado, próspero e
favorecido!”
Quando você declara que um dia será abençoado, está semeando a
semente errada. O fruto dessas palavras é falta e insuficiência para
hoje. Comece a declarar: “Estou cercado pelo favor de Deus.
Bondade e misericórdia me seguem todos os dias da minha vida. As
bênçãos me alcançam continuamente”. Se você fizer isso, prepare-
se para entrar em portas que você nunca poderia abrir.
Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre:
Glorificado seja o SENHOR, que se compraz na prosperidade do seu servo! (Sl 35.27)

Precisamos dizer continuamente que o Senhor tem prazer em nos


prosperar. Só podemos confessar se temos certeza de que o
Senhor tem prazer em nos dar. Precisamos sempre dizer: “Deus
sente prazer em me prosperar. Novas portas estão abertas. Sou
forte, saudável, cheio de energia. Meus filhos são poderosos na
terra. Quanto a mim, eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.
Quando você diz isso continuamente, está liberando milagres.

Se você não diz, nada vai acontecer


O Salmo 91 diz: “Direi do Senhor: Ele é meu refúgio e meu baluarte,
Deus meu, em quem confio”. Então, ele lista todas as grandes
coisas que acontecerão: Deus o protegerá do mal, o guardará dos
inimigos, fechará as portas para todo ataque. Mas, alguns versos
depois, ele põe uma condição. O versículo 9 diz:
Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum
mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. (Sl 91.9-10)

Isso significa que, se você não diz, não vai acontecer. Algo
sobrenatural ocorre quando você diz: “Pai, obrigado porque o
Senhor é o meu protetor. Obrigado, porque é meu provedor, meu
curador, meu abridor de caminhos. Obrigado porque o Senhor é
maior do que esse problema”. Quando você diz isso, o Senhor
trabalha a seu favor. Palavras são poderosas.

A Palavra de Deus declara que Maria engravidou por uma palavra


de Deus. O anjo apareceu e lhe disse: “Maria, você é altamente
favorecida. Você vai conceber, vai ter um bebê sem conhecer um
homem. Ele será o Messias, o Filho de Deus” (Lc 1.28-35). Quando
Deus quer criar, Ele não usa coisas, usa palavras. Maria poderia ter
olhado para o anjo e dito: “De jeito nenhum. Isso nunca aconteceu
antes!” Em vez disso, ela disse: “Aqui está a serva do Senhor. Que
se cumpra em mim conforme a sua palavra”. Ela concordou com
Deus. Usou suas palavras para confirmar o que ouviu, e não para
debater o que foi prometido.

Quando Deus puser uma promessa em seu coração, apenas


concorde com ela. A Escritura diz: “Pelas suas feridas, fomos
curados” (Is 53.5). Não debata, dizendo: “Não me sinto curado, o
relatório médico não mudou”. Faça como Maria. Diga: “Senhor,
obrigado porque estou curado. Que se cumpra em mim conforme a
sua palavra”.

A promessa de Deus é que você será posto por cabeça, e não por
calda; estará sempre por cima, e não por baixo. Não debata.
Apenas diga: “Pai, obrigado por eu ter mais do que o suficiente.
Obrigado por ter me abençoado, para que eu possa ser uma
bênção”. Não é complicado! Basta apenas concordar com Deus.

Você não pode falar de derrota e ter vitória. Você não pode falar de
necessidade e ter abundância. Você não pode falar de doença e ter
saúde. O milagre está em sua boca.

Em Gênesis 1, a terra estava sem forma e vazia. Deus disse: “Haja


luz”, e houve luz. Isso foi no primeiro dia da criação. Mas foi apenas
no quarto dia que Deus criou o Sol e a Lua. Isso significa que,
durante três dias (não importa se foi um dia literal de 24 horas ou
um dia com um milhão de anos), houve luz sem o Sol ou a Lua.
Quando Deus fala, suas palavras são tão poderosas que as coisas
vão acontecer mesmo quando não há explicação. Como você pode
ter luz sem uma fonte? Deus é sobrenatural. Quando Ele fala coisas
sobre sua vida, elas podem não ser explicadas, mas já estão
acontecendo.
Deus vai falar coisas ao seu coração que não farão sentido para sua
mente. Todo pensamento dirá: “Não tem jeito, você nunca vai ficar
bom, você não pode alcançar esse milagre”. Faça como Maria, entre
em acordo com Deus, Ele pode lhe dar luz sem o Sol, água sem
chuva, cura onde não há fonte, sem nenhuma explicação natural. Se
você concordar em seu espírito com o que Deus diz sobre você, e
não com o que sua mente pensa, então Ele fará coisas incomuns,
curativas, inovadoras, que você não pode explicar. Isso é Deus lhe
dando luz sem o Sol, fazendo as coisas acontecerem mesmo
quando não poderiam ter acontecido.

Fale com a Rocha


Quando os israelitas estavam indo para Canaã, eles estavam no
deserto sem água para beber. Então, Deus disse a Moisés que
tirasse o seu cajado e batesse na rocha. Quando ele fez isso, a
água jorrou. Sem nenhuma explicação, no meio do deserto, de
repente eles tinham água limpa e fresca. Trinta e nove anos depois,
eles estavam novamente no deserto, na mesma situação, sem
água, mas dessa vez Deus disse a Moisés que falasse com a rocha;
ele, porém, pegou seu cajado e fez do jeito antigo, bateu na rocha.
A água saiu, mas Deus disse que, porque ele desobedeceu e não
falou com a rocha, não entraria na terra.

Esse evento é simbólico. A primeira vez que Deus disse a Moisés


para bater na rocha aponta para a antiga aliança, na qual o povo
precisava trabalhar para ter a bênção de Deus, precisava manter
todas as leis e sacrifícios para cobrir seus pecados. Se eles não
cumprissem todos esses requisitos, não seriam abençoados. Na
segunda vez, Deus disse a Moisés que ele deveria falar com a
rocha. Isso representa a nova aliança, na qual vivemos. Jesus é a
rocha de onde a água da vida flui para a salvação, cura, liberdade e
abundância. Uma vez que Jesus foi crucificado, a rocha já foi ferida
e não pode ser ferida novamente. Hoje não precisamos mais bater
na rocha. O preço já foi pago, Jesus foi crucificado. Agora não
precisamos trabalhar pela nossa salvação, nem tentar ser bons o
suficiente para ganhar o amor de Deus e o seu perdão. A nova
aliança não é baseada em obras, mas na graça. Você não precisa
bater na rocha, apenas fale com ela. Declare sua cura, declare sua
liberdade, declare que seus sonhos estão vindo.

Jesus disse que, se você tiver uma fé tão pequena quanto um grão
de mostarda, ainda assim poderá mandar uma montanha se mover
para o mar. Nada será impossível para você (Mc 11.23). Você já não
está vivendo sob o antigo pacto, no qual era preciso bater na rocha,
fazer tudo acontecer em sua própria força. Estamos vivendo sob
uma aliança melhor. Nessa nova aliança, tudo o que você precisa
fazer é falar. Talvez você tenha trabalhado duro, fazendo todo o
possível para manter as coisas certas, mas é uma luta. Aquelas
coisas que o estão estressando, se você começar a apenas falar
com elas, simplesmente vão fluir como água, sem nenhum esforço.

O que o Senhor nos diz é que o preço foi pago. Você foi abençoado
e favorecido. Situações em que você trabalhou e não conseguiu ver
mudanças começarão a mudar de forma sobrenatural. O que Deus
lhe prometeu está a caminho, a cura está a caminho, a promoção
está a caminho, avanços, ideias, criatividade — você está perto do
seu milagre. Coisas em que você tem acreditado: contratos,
imóveis, negócios estão a caminho. Eu falo de promessas que ainda
não se cumpriram, de sonhos que você achava que estavam
mortos. Haverá um renascimento em seu futuro: novos
relacionamentos, novas oportunidades, novos níveis.

O milagre está na sua boca. Concorde com Deus e declare o que


Ele diz sobre você. Declare ousadamente: “Sou abençoado, sou
próspero, sou saudável, sou livre e tenho o favor de Deus. Meus
filhos são poderosos na terra. Minha família cumprirá seu destino.
Meus sonhos estão se realizando e novas portas estão se abrindo.
Os problemas estão sendo removidos e estou motivado com meu
futuro. Vou me tornar tudo o que Deus me criou para ser, em o
nome do Senhor Jesus! Aleluia!

11º Dia
Tudo depende do solo
T

enho falado frequentemente sobre o poder das nossas palavras. A


verdade é que as palavras definem o curso da nossa vida. Mas
gostaria de acrescentar mais um princípio fundamental:

o poder do solo. Os nossos relacionamentos também definem o


curso da nossa vida.

Você pode ter uma boa semente, saudável e forte, cheia de


potencial, mas, se não for plantada em solo bom, não vai se tornar o
que foi criada para ser. O problema não está na semente. Deus nos
deu boa semente e fez de nós também boas sementes. O problema
é o solo. Esse é o fator crucial.
O campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno.
(Mt 13.38)

Uma semente está cheia de vida e potencial, mas, se for plantada


em solo cheio de pedras, ervas daninhas e espinhos, vai crescer
pouco e não vai produzir o que deveria. Pode até sobreviver, mas
não será saudável.

Esse mesmo princípio se aplica à vida. Você é uma semente e está


cheio de dons, talentos, potencial, mas, se você se plantar em um
solo insalubre, não vai frutificar.

Nesse contexto, o solo onde somos plantados é o ambiente ao


nosso redor. Se você anda com amigos que o puxam para baixo, se
está em um ambiente limitado por pessoas cheias de incredulidade,
então não terá o crescimento que deveria ter. Não porque haja algo
errado com sua semente, o problema é com o solo. As pedras, os
espinhos, as ervas daninhas estão sufocando a vida de sua
semente.
Foi isso que o Senhor Jesus nos contou na Parábola do Semeador.
E de muitas coisas lhes falou por parábolas e dizia: Eis que o semeador saiu a semear. E,
ao semear, uma parte caiu à beira do caminho, e, vindo as aves, a comeram. Outra parte
caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a
terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. Outra caiu entre
os espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. Outra, enfim, caiu em boa terra e
deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. (Mt 13.3-8)

A semente é a mesma para todos, mas o solo é


que faz a diferença
Uma parte da semente foi semeada em boa terra e produziu uma
grande colheita. Outra semente foi semeada em terreno rochoso e
não produziu muito. Outra foi semeada em terreno onde o joio e os
espinhos impediam o crescimento da semente. A semente era a
mesma, o que fez a diferença foi o solo.

Creio que todos esses obstáculos ao crescimento da semente são


pessoas que permitimos ao nosso redor.

Os espinhos são aqueles amigos que continuam tentando levá-lo de


volta para as coisas do mundo. As ervas daninhas são aqueles
colegas de trabalho que ficam fofocando o dia todo. As rochas são
aqueles que lhe dizem todas as razões por que você não pode ser
um vencedor.

Existem alguns tipos de relacionamentos que podem levá-lo para o


vale em vez de ajudá-lo a escalar as montanhas de Deus.
Cuidado com aqueles que diminuem o temor de Deus em você.
Cuidado com aqueles que fazem com que tudo pareça normal e
aceitável.
Cuidado com aqueles que desprezam sua fé e diminuem o
esplendor de suas vitórias.
Cuidado com aqueles que riem de suas experiências espirituais. O
valor de qualquer relacionamento pode ser medido por sua
contribuição para alcançar o propósito de Deus para sua vida.
Se você anda perto de pessoas negativas, elas vão sufocar sua
semente. Você tem amigos que são divertidos e populares, com os
quais você gosta de festejar, mas o que não percebe é que eles são
uma erva daninha, estão impedindo-o de florescer. O ambiente em
que você se coloca é extremamente importante para sua vida
espiritual.

Não importa quão boa seja a semente, ela depende de ter um bom
solo. Você precisa ser seletivo com quem vai permitir andar ao seu
lado. Há pessoas que são contagiosas. Você vai pegar o que elas
têm.

Se seus amigos usam drogas, você vai acabar usando também. Se


eles são sensuais, a sensualidade vai contagiá-lo. Se têm
pensamentos limitados, se não têm nenhum objetivo na vida,
nenhuma motivação, então essa mentalidade limitada vai passar
para você também.

Você se tornará semelhante às pessoas com


quem se associa continuamente
Não fique perto de pessoas que não têm nada que você queira
receber. Se elas não o estão tornando melhor, se não o estão
inspirando, então você precisa arrancar essas ervas daninhas.

Pare de andar com amigos espinhosos, pessoas que trazem à tona


o que há de pior em você, zombam de você e dos seus sonhos,
fazem com que você diminua seu compromisso com Deus. A
negatividade deles está contaminando seu solo. Seu destino é muito
importante para desperdiçá-lo com pessoas que não estão
agregando valor à sua vida.

O problema é que você não quer ferir os sentimentos deles, mas a


questão é: e se você perder o propósito para sua vida? E se eles
sufocarem sua semente e o impedirem de florescer?
Não é suficiente focar apenas no próprio crescimento, você precisa
também observar o solo onde está plantado. Observe ao redor o
que o está influenciando e em que você está gastando o seu tempo.
O solo ao redor está contaminado?

Sua semente não pode crescer em solo ruim, e, se você não se


livrar das pessoas erradas, nunca encontrará as pessoas certas.

Aqui está a chave: Deus nunca vai nos pedir para desistir de algo
sem nos dar algo maior em troca. É possível que você passe por um
tempo solitário, mas por fim Deus lhe dará novos e melhores
amigos, pessoas que o edificam e o põem para cima em vez de
abatê-lo.

Você não vai frutificar cercado de ervas daninhas


Em Gênesis, Deus mandou que Abraão saísse de sua terra e
deixasse sua parentela. Deus queria que ele fosse para um novo
lugar. Abraão saiu, mas levou consigo seu pai.

O nome do pai de Abraão era Tera. E sabe o que significa o nome


Tera? Atraso. Não é impressionante? Por ter levado seu pai consigo,
Abraão se atrasou para chegar ao seu destino (Gn 11.31).

Depois que seu pai morreu, Abraão ainda levou consigo seu
sobrinho Ló. Em pouco tempo, Abraão e Ló tiveram um
desentendimento. Houve conflito e discussão entre seus pastores.
Então, Ló mudou-se para Sodoma e ali teve problemas. Abraão se
sentiu responsável e foi resgatá-lo. Ele gastou muito tempo e
energia envolvido em um problema que não precisava ter tido se
tivesse deixado a parentela, como Deus havia mandado.

Algumas das lutas que passamos é justamente porque não


deixamos aquele que Deus disse para deixarmos. O que é
interessante é que o nome Ló significa “véu” ou “cobertura”. Quando
você deixar Ló, o véu será retirado. Você verá coisas que nunca viu,
novas amizades, novas oportunidades, novos talentos, novos níveis
de fé.

Você está se apegando a alguém que Deus disse para abandonar?


Há alguém ou algo que o está puxando para baixo, impedindo-o de
cumprir o propósito e o destino de Deus para você?

Quando digo que você precisa se separar, não quero dizer que
tenha de fazer um anúncio público, dizendo: “Ei! Você está me
contaminando”. Não faça isso. Simplesmente comece a se afastar
pouco a pouco. Decida passar cada vez menos tempo com essas
pessoas.

Eu sei que você gosta delas e fica pensando se não é sua


responsabilidade mudá-las. Você deve continuar orando por elas,
mas elas precisam mudar antes que possam andar com você.

Aquele que não o ajuda inevitavelmente vai


atrapalhá-lo
Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se-lhe a ira contra
Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no
deserto? Bem conheço a tua presunção e a tua maldade; desceste apenas para ver a
peleja. Respondeu Davi: Que fiz eu agora? Fiz somente uma pergunta. Desviou-se dele
para outro e falou a mesma coisa; e o povo lhe tornou a responder como dantes. (1 Sm
17.28-30)

Precisamos ter cuidado com pessoas que não nos acrescentam


nada, mas acabam nos levado a perder coisas.

Sempre se pergunte: como essa pessoa está contribuindo para eu


alcançar o propósito de Deus para minha vida? Se elas não o fazem
melhor, vão acabar fazendo-o pior. As pessoas mais perigosas são
aquelas que nos levam a perder o temor a Deus.

O lugar ao qual você vai chegar depende das pessoas que permite
ao seu redor. Elas vão determinar as experiências que você terá em
Deus. Vão alimentar força ou fraqueza em você.
Se Davi dependesse do apoio do seu irmão mais velho, nunca teria
vencido Golias ou sido levantado como rei. Ele não lutou com seu
irmão Eliabe, apenas se fez de surdo e se afastou dele. Algumas
vezes, são parentes próximos que contaminam nosso solo. Então,
nesse caso, temos apenas de agir como Davi, não dar ouvidos.

Você não conseguirá frutificar cercado de ervas daninhas. Aquele


colega de trabalho que está todo o tempo reclamando do patrão,
com ciúme dos outros colegas, com raiva do cônjuge, é uma erva
daninha. Ele está contaminando seu solo e impedindo-o de
florescer. Com certeza, ele pode ser transformado, mas, enquanto
não for, você não deve permitir que o polua.

Sou amável com todos, mas não invisto meu tempo em todos. Sou
seletivo sobre quem permito em minha vida. Não passo tempo com
pessoas negativas, críticas, ciumentas, mesquinhas e amargas. Eu
valorizo muito o que Deus me deu para colocar minha semente em
um solo ruim.

Temos uma responsabilidade. Deus deu a você um presente. Ele


poderia ter criado qualquer um para estar vivo neste dia e hora, mas
escolheu você. Sua semente está cheia de potencial. Sua semente
tem grandeza dentro dela. Ela pode estabelecer um novo padrão
para sua família. Pode quebrar maldições geracionais. O que Deus
deu a você é extremamente valioso. O que você precisa fazer é
manter sua semente em bom solo.

Às vezes, perguntamo-nos por que nos sentimos áridos e não


estamos crescendo. A primeira coisa que você deve fazer é verificar
seu solo. Ele foi contaminado? Com quem você está passando
tempo? Em que você está prestando atenção?

Você não pode assistir ao noticiário o dia todo e viver uma vida
positiva e cheia de fé. Depois de 20 minutos, estará deprimido.
Preste atenção no seu ambiente. O que você ingere o dia todo?

Desde o começo desta pandemia, o Espírito falou ao meu coração


para eu não assistir ao noticiário, mas apenas ler as notícias. É
impressionante como isso faz toda a diferença. Observe suas
reações quando assiste a um debate político, você é contaminado.

Há muitas coisas negativas na vida sobre as quais não temos


controle. Então, seja seletivo sobre o que você tem controle.
Quando estiver dirigindo para o trabalho, coloque uma música que o
inspire, ouça uma pregação que edifique sua fé.

Em casa, não deixe a televisão ligada o dia todo. Essa é sua terra.
Mantenha sua semente em bom solo. Essa é a razão por que
algumas pessoas não estão crescendo. Elas são talentosas, têm
potencial, mas seu solo foi contaminado. Você precisa proteger sua
semente.

Quando enfrentar dificuldades, mais do que nunca, você precisa


manter sua mente cheia de pensamentos de fé e também se cercar
de pessoas que falem de esperança e vida, pessoas que
concordarão com aquilo em que você acredita. Não deixe que
pessoas negativas e incrédulas poluam seu solo.

O ambiente que você permitir ao seu redor vai


determinar o futuro da semente
Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas
dorme. E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da
criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. Tomando-a pela mão, disse:
Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! (Mc 5.39-41)

Guarde o ambiente ao seu redor. Permita apenas pessoas que


possuem o mesmo tipo de fé que você.

Certa vez, Jesus foi orar por uma menina que havia morrido e,
quando Ele chegou ao local, todos estavam chorando. O Senhor
lhes disse que ela não estava morta, mas apenas dormia. Então,
pararam de chorar e começaram a rir e a zombar. O Senhor Jesus
pediu a todos que saíssem da sala. Apenas Pedro, Tiago e João
ficaram com Ele naquele momento. Em seguida, Ele falou com a
menina, e ela foi curada.
Por que Jesus os fez sair? Ele poderia tê-la curado na frente de
todos, afinal Ele é Deus. O fato, porém, é que Ele estava nos
mostrando a importância de ter o ambiente certo. Se você permitir a
dúvida e a negatividade das pessoas, isso pode passar para você.
Você precisa pôr alguns limites: “Eu amo você, mas não vou deixar
que me envenene. Tenho um propósito a cumprir. Você precisa ficar
fora do quarto”.

O solo é tão importante quanto a semente


O mesmo aconteceu com os espias. Moisés enviou doze homens
para espiar a terra prometida. Dez voltaram e disseram: “Moisés,
não temos chance. Existem gigantes na terra. Comparados a eles,
somos como gafanhotos”. Os outros dois espias, Josué e Calebe,
tinham um relatório diferente. Eles disseram: “Moisés, nós somos
capazes. Vamos entrar imediatamente e tomar esta terra”.

Mas o relato negativo da maioria, os dez espiões, espalhou-se por


todo o acampamento. Em pouco tempo, todos os dois milhões de
israelitas estavam desanimados, reclamando e dizendo: “Moisés,
vamos voltar para o Egito. É melhor voltar a ser escravos”.

Deus lhes havia prometido a vitória, mas eles nunca a


experimentaram porque seu solo estava contaminado. Essa
semente não poderia crescer naquele ambiente negativo.

As pessoas que você permite ao seu redor são extremamente


importantes. Encontre Josué e Calebe, eles não vão jogar água em
sua chama, mas vão atiçar o fogo em você.

Os críticos, os pessimistas, são dez entre doze. Dez dos doze


espias foram negativos, isso provavelmente é a média. Oitenta por
cento das pessoas dirão o que você não pode fazer. Você precisa
encontrar os vinte por cento que dirão o que você pode fazer.

Tenho experimentado o favor de Deus porque estou em boa terra.


Não posso levar crédito por nada disso porque tudo foi resultado da
bondade de Deus.

Minha mãe sempre dizia coisas boas que eu seria e faria. Vivíamos
num ambiente de muita pobreza, mas ela sempre dizia que meu
futuro seria diferente. Em alguns momentos, pessoas diziam que eu
deveria ter um tipo de retardo mental, mas minha mãe sempre
repetia que eu era muito inteligente. Ela criou um solo saudável para
que minha semente germinasse.

Minhas irmãs todas trabalham hoje comigo na igreja. Elas estão


sempre me guardando e mantendo o solo ao meu redor saudável.

O que estou dizendo é que não cheguei aqui sozinho. Cheguei aqui
porque tinha um solo bom ao meu redor, pessoas que acreditam em
mim, pessoas que me apoiam e me encorajam.

Seu solo é tão importante quanto sua semente, e pode ser que sua
experiência tenha sido exatamente o oposto da minha, talvez você
não tenha tido pessoas que o apoiaram. Em vez de dizer o que você
poderia se tornar, elas disseram o que você não poderia fazer. A
boa notícia é que isso não precisa mais impedi-lo. Sua semente
ainda está viva, e, se você a colocar em um ambiente novo, com
pessoas de fé e amigos que o inspiram, então ela criará raízes e
começará a florescer. Você ainda pode alcançar a plenitude do
plano de Deus para sua vida.

Encontre alguém que já avançou para o próximo


nível e junte-se a ele
A Palavra de Deus diz que Eliseu era um trabalhador do campo, um
fazendeiro. Ele certamente tinha um passado limitado e um futuro
pequeno como lavrador, mas um dia Elias apareceu e o chamou.

Eliseu viu algo em Elias que ele queria. Ele viu o favor em sua vida,
pois Elias era um grande profeta e estava fazendo grandes coisas
naqueles dias. Ele se conectou com o profeta e pensou: “Esse solo
é bom, é onde preciso guardar minha semente”.
Por anos, Eliseu serviu a Elias. Ele o atendia, trazia-lhe comida, não
o deixava. Na verdade, por três vezes, Elias tentou fazer com que
Eliseu seguisse seu próprio caminho, mas ele não o fez.

Quando Elias foi levado para o céu, Eliseu recebeu uma porção
dobrada de sua unção. Se Eliseu tivesse ficado no campo, naquele
ambiente limitado, com os amigos com quem havia crescido, ele
nunca teria recebido a porção dobrada. Ele precisava colocar sua
semente no solo certo.

Você precisa de pessoas em sua vida que sejam mais maduras do


que você, pessoas que tenham uma visão mais ampla, que sejam
mais bem-sucedidas. Você deve ser exposto a novos níveis antes
de poder ser elevado a novos níveis. Encontre um bom discipulador.
Conecte-se com sonhadores, pessoas que têm uma visão mais
ampla.

Sua visão aumenta ou diminui perto de seus amigos? Você sai


desafiado, motivado, inspirado? Ou você fica desanimado, negativo
e esgotado? Não estou dizendo que todos os seus amigos devem
inspirá
-lo, mas você precisa ter um ou dois que acendam uma fogueira
dentro de você e o empurrem para frente. Encontre alguém que já
alcançou o que você deseja. Esse é o tipo de pessoa que vai puxá-
lo para cima.
Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou;
imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram. (At 3.6,7)

No capítulo 3 de Atos, lemos sobre um homem aleijado que ficava


deitado na porta do templo por anos pedindo esmolas. Pedro
apareceu um dia e disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o
que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
anda!”

A princípio, nada aconteceu. O homem olhou para Pedro como


quem diz: “Eu sou aleijado. Sempre fui assim, não consigo andar”.
Isso poderia ter sido o fim da história. Pedro poderia ter pensado:
“Eu fiz minha parte, não funcionou”. Mas a Escritura diz que Pedro o
pegou pela mão direita e o ergueu. Ao fazer isso, as pernas do
homem foram instantaneamente curadas.

Observe que Pedro não deixou o homem ficar no chão. Ele não lhe
deu escolha, orou por ele e depois o puxou para cima. Você precisa
de alguns amigos como Pedro, que não o deixem caído no chão.
Quando você não conseguir se levantar sozinho, são essas pessoas
que entrarão no poço com você.

São pessoas que não vão alimentar o sentimento de vítima,


fazendo-o sentir pena de si mesmo. São pessoas que o amam tanto
que não vão deixá-lo ficar deprimido, não vão deixá-lo perder o
propósito de Deus. Elas não apenas oram, mas o puxam para cima.

Esse é o ambiente onde sua semente vai germinar. Você pode ter
caído, mas não vai ficar no chão. Levante-se, há novos níveis de fé
a serem atingidos. Você pode ter sido ferido, mas Deus vai
manifestar glória no meio das cinzas. Você perdeu algo precioso?
Deus está prestes a restaurar todas as coisas. Você passou por
uma decepção? Levante-se, um novo começo está chegando. Você
ainda está solteiro? Levante-se, a pessoa certa está a caminho.
Você está com dificuldades financeiras? Levante-se, Deus vai abrir
as janelas do céu. Você precisa de pessoas que o puxem para cima
em direção ao destino que Deus planejou para você.

Como aquele homem, talvez você não consiga ir para o próximo


nível sem que alguém o puxe para cima. Procure alguém mais forte,
mas bem-sucedido para ajudá-lo. Paralíticos não podem ajudar
outros paralíticos. Cegos não podem guiar cegos. Pessoas viciadas
não podem ajudar outras pessoas viciadas. É bom quando temos a
empatia de alguém que tem o mesmo problema que nós, mas
precisamos encontrar alguém que já tenha passado para o próximo
nível.

Deus tem alguns Pedros esperando por você. Ele já ordenou que
essas pessoas o levantem. Não fique sentado em algum tipo de
disfunção junto com outras pessoas disfuncionais pelo resto de sua
vida. Sua semente não pode crescer nesse solo. Fique longe de
pessoas que estão alimentando a disfunção. Afaste-se de pessoas
que dizem que onde você está é onde sempre estará. Não acredite
nessa mentira. Sua semente ainda está viva. Deus tem um futuro
para você.

Comece hoje a arrancar as ervas daninhas. Livre-se desses amigos


espinhosos, pessoas que o estão puxando para baixo. Seja seletivo
com aquilo a que você dá atenção diariamente se quiser manter sua
semente em um bom solo. Eu declaro que você está prestes a
florescer. Pedro está prestes a aparecer para levá-lo a um novo
nível.

12º Dia

Como permanecer inabalável


M

uitos têm passado por várias lutas e tribulações, mas estes


certamente não são os maiores problemas, o maior problema é o
medo e a ansiedade no coração. E por que há

pessoas ansiosas e cheias de medo? Porque, no profundo do


coração, elas possuem um senso de separação de Deus. Quando
você sabe que está em comunhão e é um com o Deus que cuida de
você, que é o seu Pai, há paz e descanso. Quando, porém, se sente
separado, é apenas uma questão de tempo até ser tomado pelo
medo e angústia. Tudo isso acontece porque você não está
totalmente convicto de que seus pecados foram perdoados.

Saia do Sinai
Ora, não tendes chegado ao fogo palpável e ardente, e à escuridão, e às trevas, e à
tempestade, e ao clangor da trombeta, e ao som de palavras tais, que quantos o ouviram
suplicaram que não se lhes falasse mais, pois já não suportavam o que lhes era ordenado:
Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado. Na verdade, de tal modo era horrível o
espetáculo, que Moisés disse: Sinto-me aterrado e trêmulo! (Hb 12.18-21)

Esta é a descrição do monte Sinai. O nome Sinai significa


“espinhoso, cheio de espinhos”. Os espinhos são um símbolo da
maldição do pecado. O Sinai representa a lei, e na lei as pessoas
somente podiam dizer amém para as maldições.

Não há nada de errado com a lei. A lei é santa, justa e boa, mas ela
não tem o poder de nos fazer justos. A lei não foi dada para ser
cumprida, mas para que, por meio dela, o homem tivesse o pleno
conhecimento do pecado.

O texto diz que, quando Deus deu a lei, o topo do monte ardia em
fogo. O interessante, porém, é que, mesmo com o fogo, havia
escuridão, trevas e tempestade. Isso significa que o fogo que há na
lei não tem o poder de iluminar. Ele não traz revelação de Deus e do
seu amor. Aquilo que é visto no monte é o mesmo que está no
coração daquele que ainda vive na lei.

Quando alguém vive na lei, no momento em que se achega a Deus,


ele sente medo, exatamente como Moisés. Essa não deveria ser a
condição normal de um crente. Um filho de Deus nunca deveria
viver nesse estado.

O texto diz que nós não temos chegado a esse monte, mas há
muitos que ainda vivem nele. É impressionante, mas há pessoas
que lutam a favor da lei. Elas amam viver na lei.

Isso é triste, porque o diabo usa a lei para nos acusar. Ele sempre
dirá que não fizemos isso, não cumprimos aquilo, não fomos bons o
suficiente, não fizemos da forma correta etc. Há um constante
ataque de acusação e condenação contra sua alma e sua mente. O
alvo do inimigo não é apenas seduzir ao pecado, mas trazer a
escravidão da acusação. Lamentavelmente, muitos crentes se
tornam até mentalmente débeis por causa disso.
A lei foi dada para mostrar a impotência do homem diante do padrão
divino. Deus nunca planejou que o homem vivesse debaixo da lei.

A Palavra de Deus diz que Moisés estava aterrorizado. Números


12.3 diz que Moisés era o homem mais manso da terra. No entanto,
sabemos que ele não entrou em Canaã porque perdeu a mansidão
com o povo. Em outras palavras, nem o mais manso estava
qualificado segundo a lei.

O fato é que a lei condena o melhor dos homens, mas a graça salva
o pior dos pecadores. Moisés era o melhor dos homens, mas
mesmo ele ficou aterrorizado e trêmulo.

Viver de acordo com a lei é viver em constante tremor e medo, é


viver constantemente ansioso sobre seu estado diante de Deus. Um
sinal de alguém que ainda está na lei é quando ele se pergunta:
“Como eu estou diante de Deus?”

Agora o monte Sinai tornou-se antiquado. Deus se mudou para


outro monte, e precisamos seguir com Ele. Deus agora está no
monte Sião.

Venha para Sião


Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a
incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados
nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o
Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala coisas superiores ao que fala
o próprio Abel. (Hb 12.22-24)

Observe que todos estão em Sião: Deus Pai, o Senhor Jesus, os


anjos, a igreja. Por que você ainda quer ficar no Sinai? Deus não
quer ter um relacionamento conosco baseado na lei, pois, nesse
caso, Ele precisaria se afastar de nós ou nos consumir na sua ira.
Ele não quer isso. Deus ama a graça.

No entanto, a Palavra diz que Deus é o juiz de todos, porque é


preciso um juiz para nos declarar inocentes e justos. O Senhor hoje
não é nosso juiz para nos condenar, mas para nos justificar. Isso é
muito encorajador, porque Deus nos julgou justos. Nós somos esses
justos aperfeiçoados. Deus vê todas as coisas, sabe de tudo no
mais íntimo do homem e mesmo assim nos declara justos.
Certamente deve haver uma base muito concreta para isso, e essa
base é a justiça de Cristo.
Os que confiam no SENHOR são como o monte Sião, que não se abala, firme para
sempre. (Sl 125.1)

Somente somos inabaláveis se estamos firmados no monte Sião,


porque Sião representa a graça. Sião é a cidade do Deus vivo, a
Jerusalém celestial. Isso nos leva para a alegoria de Paulo, em
Gálatas 4. Paulo mostra que Abraão teve duas mulheres: Sara e
Agar. E essas duas mulheres são simbólicas, Agar representa a lei,
enquanto Sara aponta para a graça de Deus.
Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade,
se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. Ora, Agar é o monte
Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus
filhos. Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe. (Gl 4.24-26)

Agar simboliza o monte Sinai, na Arábia, que representa a lei. Mas


Sara é a Jerusalém celestial, que representa a graça. O texto de
Hebreus diz que Sião é a Jerusalém celestial, que é a graça.

Ouça o sangue
Agora veja o que o verso seguinte diz: “Tende cuidado, não recuseis
ao que fala” (Hb 12.25). Quem está falando? O sangue de Jesus.
Precisamos ouvir o sangue. O sangue nos diz que somos
perdoados. O sangue proclama que somos justos pela fé.
Precisamos ser cuidadosos para não recusar ao que fala.

A nova aliança é sobre isto: o perdão dos pecados. Muitos acham


que isso é algo muito básico na fé, o que é um erro. O perdão dos
pecados é o que nos permite experimentar coisas maiores em Deus.

Quando as pessoas não creem no perdão dos pecados, elas se


colocam num terreno abalável. E, se são abaladas, vivem
constantemente inseguras. Elas temem quando a tribulação vem
porque não têm certeza de que todos os seus pecados são
perdoados. Não podemos recusar ouvir a voz que fala coisas
superiores, porque, se recusarmos ouvir essa voz, estaremos num
terreno movediço e abalável. Quando você sabe que não há mais
pecado entre você e Deus, então tem um terreno sólido para
embasar sua fé, e ela se torna inabalável.

Precisamos ter clareza de que a nova aliança é sobre o perdão dos


pecados. O Senhor nos mandou celebrar a ceia para nos
lembrarmos d’Ele e da nova aliança, mas o que vemos são pessoas
se lembrando do pecado. E, quanto mais se lembram do pecado,
mais abaladas se sentem.

Muitos acreditam que o perdão dos pecados é apenas a porta e


que, depois de entrar por ela, devem aprender coisas mais elevadas
e profundas. O problema é que não existe nada maior que o perdão
dos pecados. Não importa o nível de maturidade que alcancemos,
sempre precisaremos nos lembrar do perdão dos pecados.
No qual [n’Ele] temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a
riqueza da sua graça. (Ef 1.7)

Um reino inabalável
Aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez
por todas, farei abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez
por todas significa a remoção dessas coisas abaladas, como tinham sido feitas, para que
as coisas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um reino
inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com
reverência e santo temor. (Hb 12.26-28)

Faz parte do processo de tratamento de Deus em nossa vida o


sermos checados e provados. Tanto nós seremos checados por
Deus como também a obra que fazemos, para que somente
permaneça aquilo que for inabalável.

Um fato que deve ser notado é que o próprio Deus é quem abala
todas as coisas. Deus não apenas abala a terra, mas também os
céus. O céu mencionado aqui não é o céu onde está a habitação de
Deus. Há três céus. O primeiro é essa abóbada azul que vemos
sobre nós. O segundo são os ares, as regiões celestes, onde
habitam os demônios. É por isso que a Bíblia fala do príncipe da
potestade do ar. E o terceiro céu é o lugar da habitação de Deus. O
céu a que o texto se refere são as regiões celestes, onde o maligno
habita. Isso significa que as forças espirituais do mal serão
abaladas. Eu creio que o Senhor está abalando esses espíritos
malignos para fora de suas fortalezas.

O próximo verso, 27, nos fala sobre o propósito desse abalo.


Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas significa a remoção dessas coisas abaladas,
como tinham sido feitas, para que as coisas que não são abaladas permaneçam. (Hb
12.27)

As coisas abaláveis são aquelas feitas pelos homens. Quando algo


é feito pelo homem segundo força e entendimento próprio, isso está
sujeito a ser abalado. O alvo de Deus é que aquelas coisas que não
são abaladas possam permanecer. Quantas coisas inabaláveis de
Deus permanecem em sua vida? Esteja certo de que seu
casamento tem uma base inabalável. Que suas finanças, ministério
e cada aspecto de sua vida estejam firmados numa fundação
inabalável.

Mesmo dentro da igreja, há muitas coisas feitas pelo homem. Isso


não significa que sejam coisas ruins, erradas ou pecaminosas,
apenas que são feitas pelo homem, e Deus não quer que
edifiquemos nossa vida sobre isso, Ele quer que edifiquemos sobre
um fundamento permanente, que dura para a eternidade.

Para que nosso casamento ou ministério sejam inabaláveis, eles


precisam estar edificados sobre Cristo como alicerce. Não podemos
edificar nosso casamento em cima de psicologia humana e nem
edificar a igreja sobre ensinos de autoajuda e coaching. Quando
fazemos isso, tornamo-nos abaláveis.

Existem cônjuges que põem sobre o outro a responsabilidade de


fazê-lo feliz, o que cabe unicamente ao Senhor fazer. Cada um
deveria buscar felicidade no Senhor. Quando somos cheios do
Senhor, podemos ministrar ao nosso cônjuge algo que procede do
Espírito, e não do esforço da carne. Lamentavelmente, estão
sempre tentando receber um do outro o que somente podem
receber do Senhor Jesus. Lembre
-se sempre de que tudo o que é abalável será abalado.
Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a
Deus de modo agradável, com reverência e santo temor. (Hb 12.28)

Recebemos um reino que não pode ser abalado, por isso devemos
reter a graça, porque somente pela graça podemos servir a Deus de
modo agradável. É a graça que nos leva a sentir reverência e santo
temor. A graça nos ensina o verdadeiro temor do Senhor, não o
temor que procede da escravidão (Rm 8.15).

A revelação da graça e do perdão do Senhor produz em nós o


verdadeiro temor.
Se observares, SENHOR, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o
perdão, para que te temam. (Sl 130.3,4) O texto de Hebreus 12.26 é uma
citação do profeta Ageu.
Pois assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda uma vez, dentro em pouco, farei abalar o
céu, a terra, o mar e a terra seca; farei abalar todas as nações, e as coisas preciosas de
todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o SENHOR dos Exércitos. Minha
é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos. A glória desta última casa será
maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos; e, neste lugar, darei a paz, diz o
SENHOR dos Exércitos. (Ag 2.6-9)

O profeta Ageu declara que o Senhor fará abalar os céus e a terra,


mas ele acrescenta algo, diz que as nações serão abaladas para
que as coisas preciosas dessas nações sejam trazidas para a Casa
do Senhor.

Na tradução Revista e Corrigida, diz que, depois que o Senhor fizer


abalar todas as coisas, virá o Desejado das nações.
Creio que essas duas visões já estão acontecendo. Antes que o
Desejado das nações venha, todas as coisas serão abaladas. O
Senhor está às portas.
Mas também, nesse tempo, as coisas preciosas das nações serão
trazidas para a Casa de Deus. Teremos suprimento numa medida
que não experimentamos ainda.

A glória desta última casa será maior do que a primeira. Essa


profecia pode ser interpretada de várias perspectivas.
Num sentido, a segunda casa tornou-se maior do que a primeira
depois que foi ampliada nos dias de Herodes.

Uma segunda perspectiva é que, no primeiro templo, houve a


shekiná da presença de Deus, mas o segundo templo viu o próprio
Filho de Deus ensinando dentro dele.

Numa visão profética, a primeira casa com os dois templos é a lei,


mas a segunda casa é a igreja, o edifício vivo.

Mas quero ainda acrescentar que Deus também está fazendo algo
novo entre nós. Creio que esta pandemia está marcando o fim da
primeira fase do nosso ministério. Um tempo está passando e um
novo tempo está começando. A promessa é que a glória desse novo
tempo será maior. Nós pregaremos o Cristo como o Desejado das
nações e experimentaremos suprimento sobrenatural.

No entanto, Ageu diz que tudo isso é precedido por um grande


abalo. Abalo nas coisas do céu e nas coisas da terra. O mundo está
sendo abalado, e nós também temos sido checados como igreja.
Mas não devemos temer. Somos inabaláveis porque temos servido
ao Senhor retendo a graça. Recebemos um reino inabalável. Somos
imparáveis porque somos inabaláveis.

13º Dia

Declare a palavra
N
ão importa a respeito de que você está orando, apenas creia e vai
receber o que pediu (Mt 7.7,8). Infelizmente, muitos invertem a
ordem das coisas: oram e então checam se ainda

estão sentindo alguma coisa, se ainda sentem a dor ou coisa


parecida, e concluem que Deus ainda não lhes ouviu a oração.

O padrão de Deus é crer primeiro e então receber. A Bíblia não diz


que devemos sentir que recebemos. Frequentemente, não sentimos
coisa alguma. Precisamos aprender a maneira como Deus faz as
coisas, e Ele opera pela fé. Sem fé, é impossível agradar a Deus.

Em Marcos 2, a Palavra de Deus diz que, numa ocasião, desceram


um paralítico pelo telhado, e, quando o Senhor os olhou, não os viu,
mas viu a fé deles. A fé atrai a atenção do céu.

Precisamos crer que já recebemos e teremos o que buscamos. O


diabo age na esfera das emoções, mas Deus age na esfera da fé.
Como filhos de Deus, precisamos agir do mesmo modo. Não
negamos as emoções, no entanto não andamos por elas. Não deixe
que suas emoções decidam como seus dias futuros serão. Não seja
guiado pelas emoções, mas ande em fé. Deus nos deu emoções,
devemos desfrutar delas, porém não devemos ser guiados por elas.

Também não devemos andar por vista. Muitas pessoas já morreram


porque pularam em piscinas vazias que pareciam estar cheias.
Quantas vezes estamos com o carro parado e, quando o carro do
lado começa a se movimentar, pensamos que é o nosso carro que
está recuando. Nossos sentidos podem nos enganar.

Fé é crer que já recebeu e então ter o que buscou. Um milagre às


vezes é como a geração de um bebê. Ele é concebido num dia, mas
só nasce nove meses depois. O milagre da concepção já aconteceu,
mas o bebê ainda não veio à luz. O fato de não ver o bebê não
significa que ele não esteja a caminho. A mesma coisa acontece
com as coisas espirituais.
Creia uma vez, fale três
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus, porque em verdade vos digo que
qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu
coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por isso, vos
digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis e tê-lo-eis. (Mc 11.22-24 –
ARC)

Há algo interessante no texto de Marcos 11.24. Ele menciona três


vezes falar e apenas uma vez crer (Revista e Corrigida). Muitos de
nós cremos da maneira correta, mas estamos falando, confessando
isso? Não é suficiente crer no coração, é também preciso abrir a
boca e falar. Em 2 Coríntios 4.13, diz: “Eu cri, por isso falei”. Creio
que este será o melhor ano da minha vida. Verei todas as
promessas de Deus se cumprindo em minha vida. Verei a bênção
da minha casa, das minhas finanças e do meu ministério.

Uma vez que cremos, precisamos falar. Nossa fé é liberada por


meio de nossas palavras. Precisamos falar a palavra de Deus em
todo o tempo. Não precisamos dizer em público, mas ainda assim
devemos falar em voz alta. Mesmo que não saiba nenhum verso da
Bíblia, fale o que você quer ver.

Se você tem dificuldade para ter filhos, não fale da situação, mas
diga: “Eu me vejo como pai ou mãe de muitos filhos. Eu sou pai de
profetas”.

Jesus fez a confissão antes de fazer o milagre


Antes de manifestar o poder de quem Ele era, o Senhor sempre
fazia uma declaração, Ele sempre confessava, dizendo: “Eu Sou”.

Veja, por exemplo, a ressurreição de Lázaro. Quando alguém morre,


temos o pior cenário possível. Nessa situação, qual foi a primeira
coisa que o Senhor disse? “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo
11.25).
O Senhor nem havia morrido ainda, mas Ele declarou que era a
ressurreição. Ele não disse: “Espero que eu seja a ressurreição”.
Nada disso. Ele afirmou categoricamente “Eu sou”. Ele estava certo
de quem era. Nós também precisamos chegar a um ponto de
renovação da mente em que tenhamos completa convicção de que
somos nova criação. Não espero ser, mas sou nova criação em
Cristo.

Porque o Senhor disse que era a ressurreição e a vida, então a


ressurreição e a vida se manifestaram, e Lázaro foi ressuscitado.
Você precisa confessar antes que possa ver.

Alguns esperam pelo dia em que não verão mais erros ou pecado
em sua vida para poderem declarar que são nova criatura. Se você
não diz, nunca verá. Confesse primeiro e então verá.
Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não vêem; porque as que se
vêem são temporais, e as que se não veem são eternas. (2 Co 4.18)

A orientação do apóstolo é que consideremos as coisas que são


invisíveis, porque estas são eternas. As coisas que vemos são
temporárias e passageiras.

O que é invisível? A Nova Jerusalém e a nova criação. Mas estas


são realidades eternas. O que são as coisas visíveis? A velha
criação e a carne. Mas elas já passaram e nós nos tornamos parte
da Nova Jerusalém, a nova criação.

Aprenda a ignorar o que você vê e sente. Comece a confessar as


coisas invisíveis, que são eternas. Deus é invisível, mas é eterno.
Nós andamos por fé, e não por vista.
Visto que andamos por fé, e não pelo que vemos. (2 Co 5.7)

Comece a confessar aquilo que Deus diz. Ele diz que somos nova
criação e Ele não pode mentir. Então, mesmo que não vejamos,
declararemos que somos nova criação, que somos justiça de Deus
em Cristo.
Outro exemplo está em João 9. Antes de curar o cego, o Senhor
Jesus declarou: “Eu sou a luz do mundo”.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feito
lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé
(que quer dizer Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo. (Jo 9.5-7)

Aquele homem era cego de nascença, portanto ele vivia em trevas,


nunca tinha visto a luz, mas agora o Senhor está prestes a lhe dar a
visão da luz. Antes, porém, Ele faz a confissão: “Eu sou a luz”.

Ele não disse que era o pão da vida, o que de fato Ele era, e nem
declarou que era a água da vida, o que fez em outro contexto, mas
disse que era a luz, porque essa era a necessidade naquele
momento. Antes de curar o cego, o Senhor fez a confissão.

Você nunca verá a menos que confesse. Fomos feitos à imagem de


Deus, se o Senhor fez a confissão antes de ver, nós temos de agir
da mesma forma. O Senhor espera que seu povo confesse. Ele diz
isso em Isaías 45.24.
De mim se dirá: Tão-somente no SENHOR há justiça e força; até ele virão e serão
envergonhados todos os que se irritarem contra ele. (Is 45.24)

Em Cristo, temos justiça e força. E o que acontecerá quando você


confessar? As pessoas verão o favor de Deus sobre sua vida, e
aqueles que se irritarem com você serão envergonhados.

Quando você confessa que no Senhor tem justiça e força, todos os


seus inimigos serão confundidos e envergonhados.
Lembre-se, porém, de que você precisa confessar. Declare agora
tudo aquilo que você é em Cristo Jesus.

Fale da posição do trono


Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer
muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; Jesus,
porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à
destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por
estrado dos seus pés. (Hb 10.11,12)
Nós estamos assentados com Cristo, então nossa atitude deve ser a
mesma que Ele tem, também descansamos e aguardamos que os
nossos inimigos sejam postos debaixo dos nossos pés. Essa é a
atitude de quem está sentado no trono.

Quando o inimigo se levantar contra você, assuma a atitude do


trono. Creia que você está acima dele e verá todos debaixo dos
seus pés.

Em Romanos 10, Paulo diz que aquele que pratica a justiça da lei
vive por ela, mas a justiça decorrente da fé apenas diz, fala. Assim,
a lei é baseada no fazer, mas a fé se expressa no falar.
Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.
Mas a justiça decorrente da fé assim diz [...] (Rm 10.5,6)

Deus fez todas as coisas apenas falando. A obra de Deus é falar.


Hoje Deus quer que atuemos da mesma forma.

Uma forma de entender a diferença entre a lei e a graça é


entendendo que aqueles que vivem na lei estão sob o espírito de
servidão. O servo faz as coisas. Todavia, na nova aliança, fomos
feitos filhos e consequentemente reis e sacerdotes (Ap 1.6). Assim,
na nova aliança, nós apenas falamos porque somos reis sentados
em tronos.

Servos fazem, mas reis ordenam. No palácio, todos os que


trabalham são servos e escravos, mas o rei não faz, ele fala, e as
coisas acontecem. Como sacerdotes, nós usamos as palavras para
adorar e louvar a Deus e, como reis, nós as usamos para alterar as
circunstâncias.

Veja os seus inimigos debaixo dos seus pés. Quem está no trono
precisa apenas comandar e as coisas acontecem. Você já está
sentado com Cristo nos lugares celestiais, acima de todo principado
e potestade (Ef 2.6). Dessa posição, você pode reinar em vida.
E, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus. (Ef 2.6)
No Livro de Josué, lemos sobre a guerra em que cinco reis
cananeus foram derrotados. Eles foram derrotados e presos numa
caverna, depois Josué mandou que os capitães colocassem os pés
sobre o pescoço daqueles reis. Isso nos mostra que uma coisa é
derrotar o inimigo, outra é fazer disso nossa experiência (Js 10.16-
24).
Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. O
último inimigo a ser destruído é a morte. (1 Co 15.25,26)

Quando o Senhor Jesus ressuscitou, a morte foi vencida. Então, o


que significa pôr os inimigos debaixo dos pés? Os pés são uma
parte do corpo, e o corpo de Cristo é a igreja. Isso nos mostra que a
vitória já foi conquistada, como na história daqueles cinco reis, mas
agora é preciso pôr o inimigo debaixo dos pés da igreja. Isso é
experiência.
Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos debaixo dos teus pés? (Mt 22.44) O Senhor está dizendo que os
inimigos foram todos derrotados, mas hoje Ele está pondo todos
eles debaixo de nossos pés, o corpo de Cristo.

Hoje nós estamos sentados com Cristo à destra de Deus Pai (Ef
2.6). Assim, aquilo que o Pai diz ao Senhor Jesus também se aplica
a nós. E o que Ele diz é: “Assenta-te”. Essa é a única coisa que o
Pai nos diz para que tenhamos os inimigos derrotados. Quando nos
assentamos, os inimigos são postos debaixo de nossos pés. Essa é
a atitude do trono.

Falar é ordenar e profetizar


Se formos precisos com a Palavra de Deus, veremos que, como reis
e sacerdotes, não deveríamos orar por enfermos e oprimidos do
diabo, deveríamos apenas ordenar que a doença e a opressão
saiam. Não existe, na verdade, uma ordem para que oremos com os
enfermos, mas há a ordem “curai enfermos”. O problema é que não
temos usado nossa autoridade. Há momentos em que precisamos
orar intensamente, mas há outros em que precisamos apenas falar.
Quando Moisés estava diante do Mar Vermelho, o Senhor lhe disse:
Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão,
estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do
mar em seco. (Êx 14.15,16).

O bordão simboliza a autoridade. Quando um policial está vestido


com seu uniforme, ele pode parar um caminhão na sua frente, não
porque ele é grande, mas por causa do poder da sua autoridade. O
caminhão tem poder, mas o policial tem autoridade.
Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. (Lc 10.19)

Nós recebemos poder e autoridade do Espírito Santo, por isso


precisamos proclamar a cura do enfermo, declarar a purificação do
leproso e expulsar os demônios. Nessas circunstâncias, precisamos
usar de autoridade e comandar contra a doença e a opressão. Se
não acontecer o que você diz imediatamente, continue falando e
falando até que se cumpra a sua palavra.
Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra;
depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse,
não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e,
por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice,
porque é chegada a ceifa. (Mc 4.26-29)

A semente é a palavra, e nós a semeamos quando falamos,


proclamamos. Você dorme e acorda, dia após dia, mas continua
declarando a palavra até que a semente germina sem você saber
como. Sabedoria não é saber como, mas saber semear a palavra. A
terra por si mesma frutifica, não é resultado do seu esforço.

A erva é trinta por um, a espiga é sessenta por um e o grão cheio na


espiga é cem por um. Isso significa que o milagre quase sempre é
paulatino e gradual (Mt 13.8).

A declaração, a confissão, é a oração da fé que salvará o enfermo,


em Tiago 5.15. Nós fomos feitos reis e sacerdotes, e a palavra do rei
tem poder. Não somos reis sobre os homens, mas sobre doenças,
demônios e poderes espirituais.

As coisas de Deus somente acontecem depois que alguém abre a


boca e as proclama. Podemos ver esse princípio em Ezequiel 37.
Se Ezequiel se calasse, os ossos secos nunca reviveriam.
Veio sobre mim a mão do SENHOR; ele me levou pelo Espírito do SENHOR e me deixou
no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; eram mui
numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos. Então, me perguntou: Filho do
homem, acaso, poderão reviver estes ossos? Respondi: SENHOR Deus, tu o sabes. Disse-
me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.
Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis.
Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei
em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR. Então, profetizei segundo
me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que
batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia
tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não
havia neles o espírito. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do
homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e
assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito
entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso. (Ez 37.1-
10)

Um vale de ossos secos é uma doença crônica que os médicos


dizem não ter solução, ou uma dívida muito grande que não pode
ser paga.

O Senhor perguntou a Ezequiel: “Poderão reviver esses ossos?” Ele


também nos pergunta: “Esse casamento poderá reviver?” “Essa
empresa poderá ser levantada?” “ Essa doença pode ser curada?” A
resposta do Senhor foi: “Profetiza aos ossos secos. Diga para eles
reviverem”.

Se Ezequiel se recusasse a profetizar, nada iria acontecer. O poder


de Deus estava disponível, mas o profeta precisava falar.

Ezequiel falou com esqueletos. Nós precisamos falar com coisas


inanimadas, circunstâncias, doenças e demônios. Nós falamos e,
enquanto falamos, Deus opera. Muitos crentes não têm resultado
porque estão fazendo coisas em vez de falarem. O fazer é da lei,
mas o falar é da graça.
14º Dia

A fé mais excelente
S

omos filhos de Deus, cheios de sua vida e unção, mas precisamos


guardar nossa fé, porque podemos nos tornar naturais em nossa
vida cristã. Quando somos naturais, vemos todas as

coisas numa perspectiva meramente humana e limitamos Deus.


Tenha cuidado para não limitá-lo.

Deus é capaz de fazer todas as coisas em nosso favor, mas


podemos limitá-lo. Nós o limitamos por causa do que ouvimos
outras pessoas falarem, por causa de falsas doutrinas que se
infiltraram dentro da igreja e por causa da perspectiva natural e
humana. No entanto, para o Senhor, não haverá impossíveis em
todas as suas promessas.

Não limite Deus


Esteve o SENHOR com Judá, e este despovoou as montanhas; porém não expulsou os
moradores do vale, porquanto tinham carros de ferro. (Jz 1.19)

O texto diz que o Senhor estava com Judá. Não é maravilhoso


saber que o Senhor é por nós? É exatamente esse o significado de
Emanuel, Deus é conosco. Entretanto, logo em seguida, lemos que
eles não conseguiram expulsar os moradores do vale porque estes
tinham carros de ferro.

Se o Senhor é conosco, o que significam carros de ferro? Para


Deus, é como se fossem de papel. Golias estava vestido de uma
armadura de bronze, mas foi derrotado com uma pedra atirada por
um jovem que tinha fé em Deus.
Para compreendermos por que isso aconteceu, precisamos voltar
ao começo do capítulo.
Depois da morte de Josué, os filhos de Israel consultaram o SENHOR, dizendo: Quem
dentre nós, primeiro, subirá aos cananeus para pelejar contra eles? Respondeu o
SENHOR: Judá subirá; eis que nas suas mãos entreguei a terra. Disse, pois, Judá a
Simeão, seu irmão: Sobe comigo à herança que me caiu por sorte, e pelejemos contra os
cananeus, e também eu subirei contigo à tua, que te caiu por sorte. E Simeão partiu com
ele. (Jz 1.1-3)

O Senhor disse que Judá deveria sair primeiro para a peleja. Em


todos os seus desafios, a primeira coisa que você deve fazer é
sempre louvar, porque Judá significa “louvor”.

Judá é “Yehuda”, que significa louvor. Então, quem sobe primeiro?


Judá, o louvor. O Senhor diz que entregou a terra nas mãos de
Judá.

Todavia, o verso seguinte menciona que Judá disse a Simeão, seu


irmão: “Sobe comigo ao meu território, para que possamos lutar
contra os cananeus; e eu também irei com você lutar pelo seu
território”. E Simeão foi com ele. Deus não disse que Judá deveria
levar Simeão, mas disse: “Eu os entreguei nas suas mãos”. Eles,
porém, limitaram o Santo de Israel, buscaram o apoio da carne, o
apoio dos homens.

Todos nós queremos pessoas ao nosso redor. O Senhor o chamou,


mas você quer que mais alguém venha. Isso também aconteceu
com Moisés. Quando Deus o chamou pela primeira vez, era para ele
falar com Faraó; porém, repetidas vezes, ele disse: “Eu não posso
falar. Eu não posso falar”, e Deus chegou a se irar. “Quem fez a
boca do homem?”, perguntou o Senhor. Então, finalmente, Deus
disse: “Leve Arão, seu irmão. Ele será seu porta-voz”. Isso não era o
melhor de Deus. Sua vontade era que Moisés fosse o porta-voz.

Quando Deus nos chama, Ele nos equipa. Então, o que importa se
eles têm carros de ferro? Mas Judá chamou seu irmão para ajudá-
lo. “Você lutará por mim e eu lutarei com você”, disseram eles.
Assim, Judá subiu, e o Senhor derrotou os cananeus. Houve vitória
no começo, até que chegamos ao verso 19 e vemos o que
aconteceu no fim: eles não puderam expulsar os moradores das
montanhas por causa das carruagens de ferro. Em outras palavras,
quando você limita Deus, sua vitória é limitada. Tudo depende da fé.

Não estou dizendo que não devemos receber ajuda de outros no


meio da dificuldade. O que estou dizendo é que devemos falar com
o Senhor primeiro. Peça direção a Deus antes de pedir conselhos
ao homem. Pergunte a Deus antes de perguntar a opinião de
alguém.

Não estou dizendo que você não deve pedir conselhos, mas
consulte primeiro o Senhor. Ore primeiro ao Senhor. Não corra
primeiro para o médico, mas vá primeiro ao Senhor.

Tenha cuidado para não limitar o poder de Deus. O Senhor quer


fazer grandes coisas, mas tudo depende de fé. Alguns têm uma fé
mais excelente do que outros.

Em Hebreus 11, temos o Hall dos Heróis da fé. E o texto começa


com uma pergunta.
E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a
respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas,
os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas,
fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da
fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de
estrangeiros. (Hb 11.32-34)

Não há detalhes insignificantes na Bíblia. Então, quando lemos a


Bíblia e vemos a menção de Gideão e Baraque, a primeira coisa
que nos chama a atenção é a ordem cronológica. Cronologicamente
falando, quem veio primeiro? Baraque veio antes de Gideão, mesmo
assim Gideão é mencionado primeiro.

Depois, lemos sobre Sansão e Jefté. Mais uma vez, Jefté veio antes
de Sansão. Sansão está no fim dos Juízes. Ele foi o último juiz
mencionado no livro. Oficialmente, Samuel foi o último juiz, mas
Sansão foi o último juiz descrito no Livro de Juízes, no entanto ele é
mencionado antes de Jefté.

Certamente, há nisso um sentido profético. Sansão, o último juiz,


morreu cego. A época dos reis terminou com a chegada de
Nabucodonosor, e o último rei de Judá também ficou cego (2 Rs
25.7). Em Apocalipse, a última igreja foi Laodiceia, e sobre ela o
Senhor disse: “Eis que és cego [...]” (Ap 3.17).

Tudo o que o homem faz, seja por meio de profetas, seja por meio
de reis, de sacerdotes ou da igreja, se esquecermos que o Senhor é
o número um, o ponto central, então nos tornamos cegos.

Sansão veio depois de Jefté, mas seu nome é mencionado primeiro.


E quanto a Davi e Samuel? Quem veio primeiro? Samuel foi quem
ungiu Davi como rei. Ele veio antes, mas aqui Davi é mencionado
primeiro. Qual é a razão disso?

Creio que, quando Deus coloca um nome em primeiro lugar, isso


mostra sua prioridade. Significa que Deus favorece aquele primeiro.
A sequência não é cronológica, mas é baseada na qualidade da fé,
na excelência da fé. A fé maior vem primeiro.

Gideão e Baraque
Vamos ver primeiro Gideão e Baraque. Ambos tinham fé, ou então o
nome deles não estaria em Hebreus 11. A fé de Baraque era: “Se
você for comigo, eu irei com você”, enquanto, para Gideão, seus
olhos estavam no Senhor. Ele colocou o novelo de lã como prova,
mas Deus permitiu porque ele estava olhando para o Senhor,
enquanto Baraque estava olhando para a mulher.
Clamaram os filhos de Israel ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de
ferro e, por vinte anos, oprimia duramente os filhos de Israel. Débora, profetisa, mulher de
Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. (Jz 4.3,4)

Nos dias de Baraque, novamente nos deparamos com os carros de


ferro. Por vinte anos, Jabim oprimiu duramente os filhos de Israel.
Débora, uma profetisa, esposa de Lapidote, estava julgando Israel
naquele tempo. Ela chamou Baraque e lhe disse:
Porventura, o SENHOR, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao
monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?
E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os
seus carros e as suas tropas; e o darei nas tuas mãos. (Jz 4.6,7)

Deus queria que Baraque destruísse Sísera, mas o que Baraque


respondeu? Ele olhou para a profetisa e disse: “Se fores comigo,
irei; porém, se não fores comigo, não irei”. Então ela respondeu:
Certamente, irei contigo, porém não será tua a honra da investida que empreendes; pois às
mãos de uma mulher o SENHOR entregará a Sísera. (Jz 16.9)

Deus havia dito que entregaria Sísera nas mãos de Baraque, mas
quando ele exige que Débora vá com ele, sua atitude limitou o
Santo de Israel. Assim, Deus diz: “Então, não haverá crédito para
você”. O crédito foi para uma mulher cujo nome é Jael.

Sansão e Jefté
E quanto a Sansão e Jefté? Na verdade, Sansão é um herói bem
peculiar. Seu comportamento é bem diferente, mas ele tinha fé em
Deus. Seu nome é mencionado no hall da fé.

A Palavra de Deus diz que Sansão matou mil homens com uma
queixada de jumento.
Achou uma queixada de jumento, ainda fresca, à mão, e tomou
-a, e feriu com ela mil homens. 6 E disse: Com uma queixada de jumento um montão, outro
montão; com uma queixada de jumento feri mil homens. Tendo ele acabado de falar, lançou
da sua mão a queixada. Chamou-se aquele lugar Ramate-Leí. Sentindo grande sede,
clamou ao SENHOR e disse: Por intermédio do teu servo deste esta grande salvação;
morrerei eu, agora, de sede e cairei nas mãos destes incircuncisos? Então, o SENHOR
fendeu a cavidade que estava em Leí, e dela saiu água; tendo Sansão bebido, recobrou
alento e reviveu; daí chamar-se aquele lugar En-Hacoré até ao dia de hoje. (Jz 15.15-19)

Sansão clamou ao Senhor e disse: “Tu deste grande livramento”.


Ele deu a Deus toda a glória. Nada disso foi baseado na lei, senão
Sansão teria errado no momento em que pegou a queixada de
jumento. Ele tocou em uma carcaça morta e não podia fazer isso
porque era um nazireu, e ao nazireu era proibido tocar em qualquer
corpo morto. No entanto, Deus lhe trouxe a vitória. De certa forma,
ele agiu como a mulher siro-fenícia. Não era a hora dos gentios,
mas ela alcançou a bênção que só seria dada no futuro.

A fé transcende o tempo e o espaço. Aqui ele não está sob a lei,


mas sob a graça. Ele estava operando pela fé no Senhor, estava
olhando para o Senhor. Todas as vezes que o homem age por fé,
ele entra na esfera da graça. Ninguém consegue ter fé baseado no
merecimento da lei.

Por que ele foi colocado acima de Jefté? Jefté veio primeiro. Quem
era Jefté? A Bíblia diz que ele era filho de uma prostituta. Ele foi
inicialmente rejeitado pelos seus irmãos, pela sua tribo. Mais tarde,
quando os inimigos vieram, eles o chamaram de volta porque era
um guerreiro.

Sansão clamou ao Senhor, mas Jefté fez um voto ao Senhor.


Fez Jefté um voto ao SENHOR e disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom
nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu
vitorioso dos filhos de Amom, esse será do SENHOR, e eu o oferecerei em holocausto. (Jz
11.30,31)

Quando você não tem um relacionamento com Deus, você faz um


sistema de troca: “Deus, se fizeres isso por mim, eu farei isso por ti”.
Tal postura mostra uma fé fraca, uma qualidade inferior de fé. Sabe
quem veio ao encontro dele primeiro? Sua filha. Ele não a matou
porque Deus não quer um holocausto humano.

A Bíblia diz que ela chorou sua virgindade. Em outras palavras, pelo
resto da vida, ela nunca se casou.

Samuel e Davi
O que podemos falar de Davi e Samuel? Em 1 Samuel 8, temos o
único erro que consigo ver do profeta Samuel. Ele pôs seus filhos
como juízes de Israel. Eles, porém, não andavam em seus
caminhos, desviavam-se após ganhos desonestos, aceitavam
propinas e pervertiam a justiça. Sabemos que Davi amou seus
filhos, mas ele nunca os pôs em uma posição. Absalão usurpou a
autoridade, mas não foi Davi quem o pôs lá.
Tendo Samuel envelhecido, constituiu seus filhos por juízes sobre Israel. O primogênito
chamava-se Joel, e o segundo, Abias; e foram juízes em Berseba. Porém seus filhos não
andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e
perverteram o direito. (1 Sm 8.1-3)

Não quero falar nada negativo do profeta Samuel. O caráter dele é


precioso, mas, em termos de fé, Davi tinha a fé que Deus realmente
aprovou.

O último grupo é o dos profetas. Estes são colocados por último.


Todos os nomes mencionados aqui são pessoas comuns, exceto
Davi, que era rei. O que isso significa? O Senhor está dizendo que
pessoas comuns podem andar nessa excelência da fé.

Vamos terminar este capítulo voltando a Juízes 1.19. O versículo


seguinte diz: “E eles deram Hebrom a Calebe, como Moisés havia
dito”. Hebrom é uma montanha. Calebe expulsou dali os três
gigantes, os três filhos de Anaque. Que contraste entre alguém que
creu em Deus e alguém que diz: “Irmão, você deve vir comigo”.
Calebe sozinho fez isso. Vejo aqui homens e mulheres de fé.

Quando anda pela fé, você entra na esfera da graça, mas, se você
estiver sob a lei, ficará limitado, porque a lei tem tudo a ver com sua
força. Você não deve fazer isso, você não deve fazer aquilo. É tudo
sobre sua força. A graça, no entanto, está além de sua força, acima
e além do que você pode fazer, acima e além de sua capacidade.

Em outras palavras, se você está sob lei, sua força é limitada. A


Bíblia diz que Josué ficou velho, mas não diz que Calebe
envelheceu. A Bíblia registra a morte de Josué, mas não registra a
morte de Calebe. Em Josué 13, Deus lhe diz: “Você está velho”. No
capítulo seguinte, Calebe diz a Josué: “Hoje sou tão forte aos 85
anos quanto no dia em que Moisés me enviou, aos 40 anos. Estou
forte para a guerra. Posso lutar. Dê-me esta montanha” (Js
14.11,12).

Nossa força é renovada quando vivemos debaixo da graça. A


Escritura diz que os levitas serviam ao Senhor como auxiliares dos
sacerdotes. A partir dos 25 anos, podiam entrar para prestar serviço
no trabalho do tabernáculo; aos 50 anos, deveriam deixar de realizar
esse trabalho e não trabalhavam mais. Se você está sob a lei, é isso
o que acontece em termos de serviço e ministério na igreja. Na lei,
nosso ministério é limitado, mas, na graça, somos renovados e
nunca paramos de servir.
O ferro e o metal será o teu calçado; e a tua força será como os teus dias. (Dt 33.25)

Se você vive pela graça, essa é a promessa para você. É uma


promessa para pessoas felizes. Essa promessa era para Aser. A
palavra “Aser” significa “feliz”. Pessoas felizes são frutíferas. Não dá
para entender crentes mal
-humorados, quando a promessa que temos é de vida abundante e
feliz.

Abraão riu quando Deus disse que ele teria um filho. Sara riu
quando soube que seria mãe. Então, eles decidiram chamar o
garoto de “Riso”. Eles se divertiram muito e foram frutíferos. A vida
cristã é sobre a alegria do Senhor. A Escritura não diz que sua
alegria é sua força. A alegria do Senhor, a alegria d’Ele é que é sua
força (Ne 8.10).

E você sabe com quem Ele se alegra? Ele se alegra com você.
Depois de conhecer a alegria do Senhor, você se torna forte, porque
sabe que Ele está alegre por sua causa. Você é a alegria d’Ele.

15º Dia

O segundo toque
Então, chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando
-lhe que o tocasse. Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e,
aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa?
Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo,
andando. Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente,
ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito. E mandou-o Jesus embora para
casa, recomendando-lhe: Não entres na aldeia. (Mc 8.22-26)

lgumas pessoas trouxeram um cego até Jesus. O Senhor


aplicouAsaliva nos seus olhos e instantaneamente eles se abriram. Eu

consigo imaginar como ele ficou emocionado. Pela primeira vez, ele
pôde ver a luz, a cor, as árvores, o céu. Sua vida agora havia
mudado completamente.

Então, Jesus lhe fez uma pergunta interessante: “O que você vê”? O
Senhor percebeu que algo não estava perfeito. E o homem
respondeu: “Eu posso ver, mas vejo homens andando como
árvores”. É como se ele dissesse: “Sou grato por ter alguma visão,
mas está tudo fora de foco”.

Isso poderia ter sido o fim da história, mas Deus não veio apenas
para torná-lo melhor, para que você fique bem o suficiente apenas
para sobreviver. Ele veio para torná-lo totalmente pleno, para viver
uma vida abundante, saudável, feliz, livre e vitoriosa. A Escritura diz
que o Senhor Jesus tocou no cego novamente e, nesse segundo
toque, seus olhos foram completamente curados. Agora ele tinha
uma visão perfeita.

Creio que esse milagre está registrado para fortalecer nossa fé.
Essa foi a única ocasião em que o Senhor teve de orar uma
segunda vez para fazer um milagre. Isso foi para nos mostrar que
algumas vezes o milagre será gradual em nossa vida.

Muitos de nós somos como aquele cego. Vimos a bondade de Deus.


Ele nos ajudou a chegar aonde estamos hoje. Somos gratos,
mesmo que não tenhamos realizado um sonho, mesmo que nosso
filho ainda esteja desviado, mesmo que ainda não tenhamos
conseguido aquele emprego, mesmo que não tenhamos nos casado
ainda. Pelo menos podemos dizer que, como o cego, Ele tornou as
coisas muito melhores.

Evidentemente, devemos estar contentes com o que já temos


recebido, mas não devemos ficar satisfeitos até receber a plenitude
da bênção, um segundo toque do Senhor.

Foi o próprio Senhor quem percebeu que havia algo incompleto.


Hoje creio que Ele tem um segundo toque vindo para você. O
segundo toque é quando você sai totalmente da dívida, quando fica
livre do vício, quando o laudo médico diz “curado”, quando toda a
sua família se converte ao Senhor. O segundo toque é quando Deus
abre portas que você nunca sonhou abrir, quando Ele o surpreende
com sua graça e bondade. Seja grato pelo que Deus fez, mas
prepare-se para receber a bênção completa. Você não foi criado
para alcançar metade do seu destino, três quartos ou noventa por
cento.

O que Deus começou em sua vida Ele completará. Quero declarar


que um segundo toque está vindo sobre você. Quando ele entrar em
ação, você experimentará um favor que nunca provou antes, as
pessoas certas aparecerão, você será liberto de fortalezas e
receberá um novo nível de fé.

Pare de declarar derrota sobre sua vida. O cego talvez estivesse um


pouco confuso porque não via perfeitamente. Pode estar embaçado,
mas isso não é uma surpresa para Deus. Ele não está coçando a
cabeça, pensando: “Por que será que a visão dele está embaçada?”
Deus controla todo o universo. Ele tem todo o poder. O que Ele
planejou para sua vida acontecerá. No entanto, isso pode não
acontecer de uma vez. Talvez tenhamos de esperar, e isso será um
teste para nossa fé. Não desanime, ainda que aconteçam coisas
que você não entende.

Você sempre enfrentará sua maior luta quando estiver mais perto da
vitória. O inimigo não estaria lhe resistindo tanto se não soubesse
que Deus tem algo incrível para você logo à frente. Você precisa se
posicionar e dizer: “Pode estar borrado, pode estar demorando
muito, não entendo, mas sei de uma coisa: o segundo toque está
chegando. A qualquer momento, as coisas vão mudar a meu favor”.

Quando você vive com essa expectativa, isso permitirá a Deus fazer
grandes coisas. Você não sabe quando o segundo toque pode
acontecer. Você pode encontrar a pessoa dos seus sonhos amanhã.
Esse problema de saúde pode mudar repentinamente. Deus não faz
as coisas pela metade. Ele é o originador e o finalizador. Ele é o alfa
e é também o ômega. Pode parecer impossível, mas Deus pode
fazer o impossível. As pessoas podem tentar dissuadi-lo, mas elas
não têm a palavra final, Deus tem.

Creia em um segundo toque


Em 1 Reis 19, o profeta Elias havia acabado de experimentar uma
das maiores vitórias de sua vida. Quatrocentos falsos profetas que
adoravam Baal vieram contra ele. Então, Elias lhes fez um desafio:
vamos ambos colocar lenha no altar, e o Deus que responder do
céu com fogo esse é o verdadeiro Deus. Elias os deixou ir primeiro.
Eles oraram e se autoflagelaram hora após hora, mas nenhum fogo
veio.

Quando chegou a vez de Elias, ele orou e Deus enviou fogo sobre a
lenha. Mais tarde, todos os quatrocentos profetas de Baal foram
mortos. Aquela foi uma grande vitória para Elias. No entanto, havia
uma bruxa chamada Jezabel que, quando ouviu o que tinha
acontecido com aqueles profetas, ficou furiosa. Ela mandou um
recado para Elias, dizendo: “Amanhã a estas horas, você será um
homem morto”. Elias saiu correndo para salvar sua vida.

O engraçado é que ele não teve medo de quatrocentos homens,


mas morreu de medo de uma mulher furiosa. Quando há uma
mulher furiosa atrás de você, então você precisa mesmo da ajuda
de Deus. Elias correu para longe e se sentou debaixo de uma árvore
tão deprimido que não queria viver. Ele disse: “Deus, terminei.
Acabou. Pode tirar minha vida”. Ele havia acabado de ver aquele
grande milagre, mas o problema agora é que estava cansado. Ele
estava cansado de permanecer na fé.

Talvez, como Elias, você também tenha feito a coisa certa por muito
tempo, crendo, orando, permanecendo na fé; você viu a bondade de
Deus no passado, mas agora está cansado. Você perdeu sua
paixão. Você acha que nada mais vai acontecer. A boa notícia é que
Deus não desiste de nós quando nos cansamos ou quando ficamos
desanimados.

Quando Jesus estava a caminho da cruz, Ele ficou tão cansado e


fraco que caiu e não aguentou mais. Deus, então, enviou um
homem chamado Simão para carregar a cruz por Ele. O Senhor
sabia que haveria momentos em que ficaríamos cansados,
cairíamos, ficaríamos desanimados, desistiríamos de um sonho. Ele
não nos diz: “Que pena! Você deveria ter tido mais fé”. Em vez
disso, Ele envia alguém para ajudar a nos levantar. Ele vai enviar
alguém para dar nova vida aos seus sonhos. Talvez eu seja essa
pessoa hoje. A melhor parte da sua vida ainda está à sua frente. Ele
tem novas amizades, novas oportunidades, novas vitórias, novas
montanhas para você escalar.

Alguns pensam que, para serem pessoas de fé, devem ser super
-homens, supermulheres, e nunca ter um pingo de dúvida, nem um
momento sequer de desânimo, mas a verdade é que ninguém
consegue ser forte o tempo todo. Você pode estar deprimido agora,
desistindo dos seus sonhos, sem paixão pela vida, cansado, mas
Deus não terminou com você. Ele vai tirá-lo desse buraco. Ele vai
colocar seus pés sobre a rocha. Esse tempo vai passar. O segundo
toque está chegando.

Elias estava tão deprimido que não queria mais viver. Ele pediu para
si a morte. Você pensaria que Deus lhe diria: “Por favor, Elias,
acabei de fazer chover fogo do céu, acabei de lhe mostrar o meu
favor, a minha proteção, e você vai deixar que essa mulher o faça
ficar desanimado e desistir?” Mas o Senhor nunca nos desqualifica
quando não somos fortes o suficiente.
Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como matara todos os profetas à
espada. Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses
como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada
um deles. Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a
Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço. Ele mesmo, porém, se foi ao
deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a
morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que
meus pais. Deitou
-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.
Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de
água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. (Rs 19.1-6)

A Escritura diz que o anjo do Senhor veio a Elias e o tocou, dizendo:


“Levanta-te e come”. Quando ele acordou, viu pão cozinhando sobre
brasas e uma jarra de água. Deus não apenas deu a ele o pão e a
água, mas até mesmo cozinhou a comida para ele. Deus poderia ter
lhe dado a força para sair e caçar, encontrar comida e água, voltar
com a lenha e cozinhar ele mesmo. Isso já teria sido bom, mas o
Senhor quer nos servir, mostrar sua graça.

Contudo, esse primeiro toque não foi o suficiente. Assim como Elias,
o anjo do Senhor está vindo pela segunda vez. Esse segundo toque
não só vai lhe dar um novo fogo, uma nova paixão, mas vai
empurrá-lo para o cumprimento do propósito de Deus na sua vida. O
segundo toque é quando você vê tudo claramente. Você terá
sabedoria e visão espiritual para entrar no seu propósito.
Voltou segunda vez o anjo do SENHOR, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come, porque o
caminho te será sobremodo longo. Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força
daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.
(1 Rs 19.7,8)

Não se acomode onde você está. Não desista dos seus sonhos.
Creia que seu segundo toque está vindo. Ele lhe trará uma unção
poderosa. Com o segundo toque, Elias caminhou sem parar por
quarenta dias e quarenta noites.

Não se acomode com apenas o primeiro toque


Muitos mestres na Palavra acreditam que Deus fez um primeiro
chamado a Tera, pai de Abraão. Antes mesmo de chamar Abraão,
Deus havia dito que ele deveria ir para Canaã (Gn 11.24-32).

Ele tinha três filhos, e um deles chamava-se Harã. Esse filho,


porém, morreu ainda jovem, e Tera passou por uma grande
decepção com essa perda. Anos mais tarde, Deus disse a Tera que
deixasse o lugar onde eles moravam e fosse para Canaã, a terra
prometida. Ele arrumou sua família e seguiram em direção a Canaã.
Porém, quando chegaram à cidade de Harã, o mesmo nome do filho
que ele havia perdido, em vez de passar adiante e continuar
avançando rumo à terra prometida, a Escritura diz que Tera se
estabeleceu naquela cidade.

Ele começou bem, mas, quando chegou ao lugar que o fazia


lembrar o filho que havia perdido, o momento de sua maior
decepção, ele ficou desanimado e desistiu do sonho. Talvez tenha
dito a todos: “Tenho certeza de que devo seguir em frente. A terra
prometida está à nossa frente, mas já passei por muita coisa, já fui
ferido muitas vezes. Vou me acomodar por aqui”.

Parece que Tera poderia ter se tornado o pai de muitas nações em


vez de Abraão. Lendo o texto, temos a impressão de que ele foi
originalmente a pessoa a quem Deus disse que deveria ir para a
terra prometida. Quem sabe hoje não diríamos que o Senhor é o
Deus de Tera em vez de o Deus de Abraão.

Contudo, Tera decidiu se estabelecer. Ele não percebeu que Deus


tinha um segundo toque, que Ele pode dar vida nova às cinzas, que
pode transformar o luto em dança, que pode pegar o que foi feito
para o nosso mal e transformar tudo para o nosso bem. Em vez
disso, ele escolheu ficar focado na dor.

A perda de um ente querido é sempre uma dor muito grande, mas


se ele apenas tivesse decidido avançar e não tivesse ficado no lugar
de sua maior dor, se ele tivesse crido num segundo toque, sua
história teria sido outra.

Não deixe que uma perda ou uma decepção faça com que você se
acomode. Todos nós enfrentamos coisas que não entendemos. Nem
sempre entendemos tudo o que nos acontece. A chave é que você
precisa passar pelo local de sua maior dor e seguir adiante. Passe
pela dor, pela rejeição, pelo fracasso, pelo erro, mas não pare aí. Se
você continuar avançando, vai entrar na sua terra prometida. No
lugar da vergonha, você terá dupla honra (Is 61.7).

O segundo toque será sobrenatural


Você se lembra de Jó? Ele foi alguém que passou por uma grande
decepção. Ele perdeu sua saúde, seu negócio e todos os seus filhos
num único dia, mas no fim Deus restaurou em dobro tudo o que ele
tinha. Jó teve dez filhos que morreram em uma terrível tempestade.
Ele ficou arrasado, mas Deus lhe deu outros dez filhos mais tarde.
Ele tinha dez no céu e dez na terra. Em dobro. E o que é
interessante é que a Escritura nunca diz que Jó se casou com outra
esposa mais jovem. Creio que a mesma esposa que antes lhe dera
dez filhos agora deu-lhe mais outros dez. Deus fez um milagre na
esposa de Jó.
Mudou o SENHOR a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o SENHOR deu-
lhe o dobro de tudo o que antes possuíra. (Jó 42.10)

No natural, ela estava muito velha e não poderia ter mais filhos, mas
Deus trouxe de volta à vida seu útero amortecido. Não sei se ela
ficou feliz ou deprimida com isso, mas o Senhor sempre tem um
segundo toque em nossa vida. E o segundo toque é sobrenatural.

O inimigo não pode impedir o plano de Deus para sua vida. Ele
pode tentar, mas não consegue. Deus tem a palavra final. Você
pode ter algo que parece morto, mas prepare-se para o segundo
toque. No segundo toque, Deus vai reabrir o que foi fechado. Ele vai
trazer de volta à vida o que estava morto. Não se acomode no lugar
de sua maior dor. O segundo toque está chegando.

O primeiro toque trouxe você até esse ponto, mas o segundo toque
será o início de um novo ciclo em sua vida. É o tempo em que você
verá sua saúde restaurada, quando seu negócio vai decolar. O
segundo toque é quando você dirá: “Agora posso ver claramente.
Meu sonho se realizou. O problema foi resolvido. Deus terminou o
que começou”.

Qualquer um pode desistir. Qualquer um pode dizer: “Isso nunca vai


acontecer”. Falar isso é fácil, mas é preciso um homem ou mulher
de grande fé para dizer: “Eu não sei como, mas o Senhor vai abrir
uma porta onde parece não haver saída. Eu não vou desistir”.

Esse segundo toque não será natural, ele vai lançá-lo em uma nova
dimensão, em um novo nível. Deus vai levá-lo aonde você não
poderia ir sozinho.

Você pode ter visto a bondade de Deus no passado, mas não viu
nada ainda. O segundo toque está chegando. Não é tarde demais
para realizar seus sonhos. Você ainda pode viver saudável e
plenamente. Você ainda pode superar esse obstáculo. Não fique
preso no lugar da dor e decepção. Continue avançando, há uma
terra prometida à sua frente. A melhor parte da sua vida ainda está
por vir.

Eu creio e declaro que será exatamente como foi com o cego, você
verá a conclusão do que Deus começou. Como Elias, Deus não só
vai fortalecê-lo, mas vai lhe trazer a provisão, Ele vai fazer mais do
que você poderia pedir ou pensar. E, como Jó, você será lançado
numa nova dimensão.

16º Dia

Profetas do Novo Testamento


D

e acordo com 1 Coríntios 14.31, todos os crentes podem exercitar


esse dom em determinadas ocasiões, como o Espírito quiser.
A orientação bíblica é que todos podem profetizar, um após o outro,
e não mais que três, em qualquer reunião (1 Co 14.29-33).

O propósito da profecia é:
a) edificar a igreja, isto é, fortalecer os crentes;
b) exortar os irmãos, reavivá-los e desafiá-los; e
c) consolá-los com palavras de encorajamento.

Frequentemente, as profecias incluem esses três elementos.

As palavras têm poder


É importante não falarmos palavras negativas, mas é ainda mais
importante falarmos palavras positivas. Precisamos falar
positivamente sobre nossos filhos, nossa família e nossas
circunstâncias. Muitos simplesmente evitam falar negativamente e
ficam em silêncio, mas isso não é suficiente, precisamos semear
palavras de fé.

A Palavra de Deus afirma categoricamente que fomos feitos reis e


sacerdotes. Eclesiastes diz que, onde há a palavra do rei, ali há
poder. Mas a palavra do sacerdote também tem poder.
E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe
dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e
nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre.
Amém! (Ap 1.5,6 – ARC)

Porque a palavra do rei tem poder; e quem lhe dirá: Que fazes? (Ec 8.4 – ARC)

Hoje fomos feitos ministros da graça, fomos escolhidos para


abençoar em o nome do Senhor e também para decidir toda
demanda. As demandas e controvérsias são criadas pelo diabo,
mas nós somos os sacerdotes que decidem toda demanda.
Chegar-se-ão os sacerdotes, filhos de Levi, porque o SENHOR, teu Deus, os escolheu
para o servirem, para abençoarem em nome do SENHOR e, por sua palavra, decidirem
toda demanda e todo caso de violência. (Dt 21.5)
Veja que há sobre nós uma unção dupla, a palavra do rei e a
palavra do sacerdote. Hoje temos essas duas autoridades ou uma
unção dupla em nossas palavras. A palavra do rei tem poder, e a
palavra do sacerdote é liberada para abençoar e decidir toda
demanda.

Não importa o que as pessoas do mundo dizem a seu respeito ou a


respeito da sua casa, eles não são sacerdotes, mas você é, então
libere a palavra que decide toda controvérsia. Fale da posição de rei
e sacerdote, porque esta é a sua unção diante de Deus.

Há algo interessante sobre o sacerdote no Velho Testamento.


Sempre que anciãos e juízes são mencionados, eles são ministros
da lei, mas o sacerdote está sempre associado à graça. Nós somos
esses ministros da graça.

O Senhor Jesus falou com a figueira e ela secou, falou com


demônios e eles foram expulsos, falou com o mar e ele se acalmou.
Ele falou com coisas inanimadas. Nós também precisamos falar
com nossas circunstâncias. Quando falamos, nossa fé é liberada e
as circunstâncias são mudadas.

O diabo não é sacerdote. Quando ele diz que você vai morrer, você
pode responder com autoridade que você viverá. Sua palavra
prevalece, porque você é sacerdote e foi constituído para decidir
toda demanda. O problema acontece quando o sacerdote se cala,
então ouve-se somente a palavra do inimigo. Precisamos exercer
nosso sacerdócio falando e declarando a vontade de Deus.

Nossa fé é liberada por meio de nossas palavras. Paulo diz em 2


Coríntios 4.13:
E temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri; por isso, falei. Nós
cremos também; por isso, também falamos.

Temos esse mesmo espírito de fé. Precisamos crer que temos a


posição de reis e sacerdotes e que, quando liberamos a palavra, o
poder de Deus se manifesta. E esse espírito de fé é também
chamado de espírito de profecia.
O espírito de profecia
Como ministros da graça, temos um espírito profético sobre nós. A
Palavra de Deus diz que o espírito da profecia é o testemunho de
Jesus (Ap 19.10). Isso significa que o espírito de profecia sempre
centraliza o Senhor Jesus. Quando falo do espírito de profecia, não
estou falando desse conceito pentecostal de profecia em que
alguém se levanta e diz: “Assim diz o Senhor”.

Para compreender o espírito de profecia, precisamos saber que há


dois tipos de profecia: causativas e não causativas.

As pessoas sempre pensam em profecias como predição, e de fato


elas podem ter esse elemento. A palavra “profecia” em grego é
“profemi”. Essa palavra é composta de duas partes, “pro”, que
significa “antes”, e “femi”, que é derivado de “rhema” e significa
“palavra”. Juntando-as, vemos que profecia significa “falar antes”. É
falar antes de acontecer.

O tipo mais comum de profecia é aquela por meio da qual Deus fala
com você o que vai acontecer e você simplesmente libera a palavra.
Essa é a profecia não causativa. Mas há um tipo de profecia que
muitos cristãos desconhecem, aquela que você fala porque conhece
o coração de Deus, conhece a palavra de Deus, e por isso pode
declarar as coisas antes que aconteçam. Você pode dizer: “Serei um
homem próspero pela graça de Deus, porque o favor de Deus está
sobre mim!” Você pode dizer antes de qualquer evidência de que
isso vá acontecer. Você diz porque conhece a palavra de Deus.
Essa é a profecia causativa.

O meteorologista diz que o tempo será chuvoso na próxima


semana. Ele está dizendo antes de acontecer, mas ele mesmo não
causou a chuva. Isso é o que a maioria dos profetas do Velho
Testamento faziam. Eles podiam predizer, mas não podiam declarar
como seria o futuro. Isso, porém, nos é dado na nova criação. Hoje
podemos declarar a palavra de Deus profeticamente e fazer com
que coisas aconteçam.
Profetas do Novo e do Velho Testamento
O Espírito de profecia está sobre todo crente, mas eles sequer
percebem isso. Hoje temos sobre nós o espírito de profecia de
acordo com o Novo Testamento.

Elias e Eliseu podem ser considerados como dois tipos de profetas


de duas alianças. Quando Elias se colocou diante do rei Acabe, ele
disse que não haveria chuva durante três anos segundo a sua
palavra. Ele não disse de acordo com a palavra de Deus, mas
segundo a sua própria palavra. O povo de Israel vivia debaixo da
idolatria a Baal, então Elias podia declarar o juízo sem nem precisar
ouvir do Senhor, porque essa era a aliança naquele tempo, se eles
caíssem na idolatria, a maldição viria sobre eles.

Elias significa “o Senhor é Deus”. Ele é um tipo do profeta do Velho


Testamento. Eliseu significa “Deus é salvador”. Ele foi o que
sucedeu Elias e é um tipo do profeta do Novo Testamento.

O profeta do Velho Testamento traz nossos pecados à memória,


mas o profeta do Novo Testamento nos lembra da justiça de Cristo
sobre nós. O profeta do Velho Testamento fala a partir do monte
Sinai, mas o profeta do Novo Testamento fala do monte Sião. O
profeta do Velho Testamento declara que Deus não se esquece do
nosso pecado e visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira
e a quarta geração, mas o profeta do Novo Testamento declara que
Deus não se lembra dos nossos pecados porque já foram cravados
na cruz.

Quando não entendemos isso, as pessoas se levantam com todo


tipo de mensagem profética completamente fora da nova aliança.
Profetas sempre falam de acordo com a aliança. Se estamos na
nova aliança, os profetas do Novo Testamento não podem mais falar
de acordo com a velha aliança. Eles hoje falam de vida e perdão, e
não de condenação e morte.
A profecia do Novo Testamento também possui um elemento de
predição, mas o espírito é diferente. Se não temos o espírito correto,
a profecia estará cheia de mistura da lei. Você impõe a mão sobre
as pessoas e declara que elas são amadas do Senhor, mas, logo
em seguida, declara que o juízo de Deus virá sobre elas por causa
de algum pecado. Isso é mistura.

João Batista veio no espírito e poder de Elias, e o Senhor Jesus


disse que o menor no reino hoje é maior do que João Batista, ou
seja, o menor hoje é maior do que todos os profetas do Velho
Testamento (Lc 7.28). O Senhor Jesus disse que João Batista foi o
maior dos profetas, maior até que Elias, porque ele apontou
diretamente para o Senhor. Nós nos tornamos profetas maiores
quando apontamos para o Senhor, no entanto o menor no reino dos
céus é maior do que João Batista.

Elias nos lembra João Batista, mas Eliseu tipifica o Senhor Jesus.
Na verdade, o nome Eliseu em hebraico é “Eliysha”, que significa
“Deus é salvação”, um sentido semelhante ao do nome Jesus, que
significa “Jeovah é salvação”. Todos os milagres de Eliseu, exceto
um, são milagres de graça. Também todos os milagres do Senhor
são de graça, exceto a maldição da figueira.

Por outro lado, todos os milagres de Elias são de juízo. Na primeira


vez que aparece, ele já decreta três anos de seca em Israel por
causa do pecado do povo. Elias tipifica o juízo, enquanto Eliseu
tipifica a graça do Senhor. Assim como João Batista precedeu o
Senhor, Elias veio antes de Eliseu.

Elias viveu uma vida de ascetismo, isolado no deserto, vestido de


pelos de camelo e com os cabelos longos. Eliseu, ao contrário, era
um profeta acessível. Ele ministrou entre leprosos, viúvas, reis e
soldados.

A profecia do Novo Testamento precisa ser filtrada com a cruz.


Nunca podemos dizer a um filho de Deus que seus pecados foram
relembrados por Deus. Não podemos tolerar pessoas que querem
parecer profetas à custa da condenação do povo de Deus.
Todos sabem que más notícias se espalham mais rápido, e
profecias de calamidade são um bom negócio, pois trazem
popularidade. Se você der a um livro o título: “Descubra quem é o
anticristo”, vai vender muito. Muitos querem apenas ser populares.

Precisamos rejeitar toda profecia que não tem o espírito da nova


aliança. Muitos assim chamados profetas só declaram morte e
condenação, mas o Senhor está levantando uma nova geração que
vai profetizar de acordo com a verdade atual da nova aliança.

No Velho Testamento, todos os profetas que profetizavam coisas


boas eram falsos profetas, pela simples razão de que não havia o
cumprimento da aliança entre o povo. O Senhor ainda não havia
morrido pelos pecados, então a condenação estava sobre eles. Por
isso, no Antigo Testamento, a profecia era negativa, mas agora é
positiva. Hoje uma profecia negativa é uma falsa profecia a menos
que diga o que fazer.

Tiago diz que, quando Elias profetizou, primeiro ele teve de orar
insistentemente para que não chovesse, e depois declara que Elias
simplesmente orou para que voltasse a chover.
Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com
instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu.
E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos. (Tg 5.17,18)

O fato, porém, é que as coisas aconteceram exatamente o oposto


do que diz Tiago. Elias apenas declarou que não iria chover, mas
depois teve de orar insistentemente para que voltasse a chover.
Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante
chuva. Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e,
encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos, e disse ao seu moço: Sobe e olha
para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E
assim por sete vezes. À sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena
como a palma da mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu
carro e desce, para que a chuva não te detenha. Dentro em pouco, os céus se
enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grande chuva. Acabe subiu ao carro e foi para
Jezreel. (1 Rs 18.41-45)
Como explicar isso? A maneira como Deus vê é diferente de como
vemos. Para Deus, a declaração de Elias de que não iria chover foi
uma oração intensa. Para nós, nem mesmo se parece com uma
oração, mas, para Deus, é algo poderoso. Elias declarou que não
iria chover porque conhecia a condenação de Deus sobre a idolatria
do povo. Ele apenas declarou o que Deuteronômio 28.24 já havia
dito. Segundo Tiago, a oração de Elias foi uma oração intensa, mas
ele apenas orou de acordo com a aliança. Nesse mesmo princípio,
hoje, quando declaramos a verdade da nova aliança, o Senhor vem
para confirmar a nossa palavra.

Entretanto, Depois da grande vitória sobre o monte Carmelo,


quando os profetas de Baal foram derrotados, Elias teve de orar
insistentemente para que chovesse. Por que precisou ser assim?
Porque somos propensos a acreditar mais na maldição do que na
bênção. Elias precisou orar para crer que a bênção realmente viria.
Essa é a razão por que ele é um tipo do profeta do Velho
Testamento. Ele não estava persuadindo a Deus, mas convencendo
a si mesmo a crer na bênção. No entanto, para um profeta da nova
aliança hoje, a bênção é um caminho natural.

Quando Naamã veio para receber oração, Eliseu simplesmente


mandou que ele se lavasse sete vezes no rio Jordão. Naamã ficou
indignado porque ele tinha uma visão de como deveria ser uma
oração e disse:
Naamã, porém, muito se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo,
pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da
lepra e restauraria o leproso. (2 Rs 5.11)

Ainda hoje, as pessoas que vêm receber oração têm a mentalidade


de Naamã, e até mesmo aqueles que vão orar caem no erro de
fazer uma oração para agradar à pessoa.

A oração poderosa aos olhos de Deus é aquela que está em linha


com a aliança. Quando declaramos a palavra da nova aliança, ainda
que numa breve afirmação, o poder de Deus é liberado.
Declare a palavra
Como reis e sacerdotes, não deveríamos orar por enfermos e
oprimidos do diabo, deveríamos apenas ordenar que a doença e a
opressão saiam. Não existe, na verdade, uma ordem para que
oremos com os enfermos, mas há a ordem “curai enfermos”. O
problema é que não temos usado nossa autoridade. Há momentos
em que precisamos orar intensamente, mas há momentos em que
precisamos apenas falar.

Quando Moisés estava diante do Mar Vermelho, o Senhor lhe disse:


Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta o teu bordão,
estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do
mar em seco. (Êx 14.15,16)

O bordão simboliza a autoridade. Quando um policial está vestido


com seu uniforme, ele pode parar um caminhão em sua frente, não
porque ele é grande, mas por causa do poder da sua autoridade. O
caminhão tem poder, mas o policial tem autoridade.
Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do
inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano. (Lc 10.19)

Recebemos poder e autoridade do Espírito Santo, por isso


precisamos proclamar a cura do enfermo, declarar a purificação do
leproso e expulsar os demônios. Nessas circunstâncias, precisamos
usar de autoridade e comandar contra a doença e a opressão. E, se
não acontecer o que você diz imediatamente, então continue
falando e falando até que se cumpra a sua palavra.
Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra;
depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse,
não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e,
por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice,
porque é chegada a ceifa. (Mc 4.26-29)

A semente é a palavra, e nós a semeamos quando falamos,


proclamamos. Você dorme e acorda, dia após dia, mas continua
declarando a palavra até que a semente germina sem você saber
como. Sabedoria não é saber como, mas saber semear a palavra. A
terra por si mesma frutifica, não é resultado do seu esforço.

A erva é trinta por um, a espiga é sessenta por um e o grão cheio na


espiga é cem por um. Isso significa que o milagre quase sempre é
paulatino e gradual (Mt 13.8).

A declaração, a confissão, é a oração da fé que salvará o enfermo


em Tiago 5.15. Fomos feitos reis e sacerdotes, e a palavra do rei
tem poder. Pela palavra do sacerdote, toda demanda é resolvida.
Não somos reis sobre os homens, mas sobre doenças, demônios e
poderes espirituais.

17º Dia

Veja, creia, confesse


N

osso coração precisa ser guardado, porque dele procedem as fontes


da vida. Dele procedem saúde e vida, mas do coração também
podem proceder doença e enfermidade. Muito antes de uma doença
se manifestar no corpo, ela existe no coração.
O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal;
porque a boca fala do que está cheio o coração. (Lc 6.45)

Tudo aquilo que você fala mostra do que está cheio o seu coração.
Mas preciso dizer algo ainda mais poderoso, tudo o que você vê
acontecendo ao seu redor procede do seu coração. Se há coisas
acontecendo em sua vida hoje com as quais você não está
contente, como falta de provisão, crise conjugal, família disfuncional,
e você não vê aquele tipo de vida que um homem abençoado
deveria ter, saiba que, muito antes de tudo isso acontecer, uma
imagem surgiu no seu coração. As coisas que vemos se originam no
coração, pois ele é a fonte. Se você não gosta do que vê em sua
vida, então mude o seu coração.

Imagens são criadas no coração


A primeira menção de coração no Velho Testamento está em
Gênesis 6.5.
E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. (Gn 6.5)

Veja que Deus liga o coração à imaginação do homem. Nós


pensamos que a imaginação vem da mente, mas Deus diz que
procede do coração.

O Senhor sempre nos dá imagens de fé sobre a nossa vida. A


maneira como Ele libera fé é nos dando imagens. Não é por acaso
que dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras.

Muitos pensam que a imaginação é inofensiva, mas Deus diz que


aquilo que imaginamos já está feito diante d’Ele. Muito antes de o
homem se tornar perverso, Deus já tinha visto a perversidade na
imaginação do seu coração.

A primeira menção de coração no Novo Testamento está em Mateus


5.8, que diz: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão
a Deus”. O coração está associado ao ver.

O que você está vendo em seu coração? Se você não gosta do que
tem visto em sua vida, mude seu coração. Mude sua imaginação.
Coloque as imagens corretas no coração.

A Bíblia é um livro de imagens dadas por Deus para transformar seu


coração. Nossa tendência, quando meditamos na palavra, é tentar
entender, analisar e extrair um ensino do texto, mas a maneira de
Deus é criar uma imagem no coração.
No Salmo 1, o Senhor diz que o homem que tem prazer na lei do
Senhor e nela medita é como árvore plantada junto a corrente de
águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não
murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido. O Senhor quer
que você se veja como essa árvore. Crie a imagem de si mesmo
como essa árvore, verde, cheia de frutos e junto a corrente de
águas.

No Salmo 128, temos outra imagem de fé. O homem que teme ao


Senhor come do trabalho de suas mãos e é feliz. Coloque essa
imagem no seu coração e desfrute dela. Depois, o Salmo diz que a
esposa é como videira cheia de frutos, e os filhos são rebentos da
oliveira. Em outras palavras, sua esposa é atraente como uvas
maduras, e seus filhos são ungidos. O que você imagina em seu
coração se manifesta em sua vida.

Abraão é o exemplo mais impressionante do poder da imagem no


coração. Ele era um homem abençoado, mas tinha um problema,
não tinha filhos. O Senhor veio ter com ele e lhe disse:
Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o
ocidente; porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para
sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder
contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência. (Gn 13.14-16)

Deus sabia como Abraão se sentia abatido, por isso lhe deu uma
imagem. Ele disse que sua descendência seria como o pó.
Enquanto andava de cabeça baixa, ele via o pó, que agora havia se
tornado uma imagem de fé.

Quem já foi a Israel sabe que aquela é uma terra desértica cheia de
pó. Abraão agora podia olhar para o pó e ver a face de incontáveis
filhos e descendentes, mas ele não tinha ainda nenhum. O que
Deus estava fazendo com ele? Mudando sua imaginação no
coração.

Mude as imagens erradas


Em Marcos 11, o Senhor disse que precisamos falar à montanha,
mas depois precisamos também ter uma imagem de fé no coração.
Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no
mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele.
(Mc 11.23)

Em Gênesis 15, vemos que Abraão havia se esquecido da imagem


do pó, então o Senhor vem ter novamente com ele e lhe diz: “Eu sou
o seu escudo”. Veja o poder dessa imagem. Deus queria que
Abraão o visse como um escudo protegendo-o continuamente.
Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o
herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: A mim não me
concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro. A isto
respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será
gerado de ti será o teu herdeiro. Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e
conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. (Gn 15.5)

Abraão tinha voltado a se ver sem filhos. Como eu e você, ele ainda
lutava com as imagens no coração. Precisamos hoje encher o nosso
coração do futuro que esperamos ter. Precisamos ver grandes
igrejas, pastores cheios do Espírito, suprimento financeiro, glória de
Deus.

Antes que o milagre pudesse acontecer, Deus precisava mudar as


imagens no coração de Abraão. O Senhor, então, lhe diz: “Conte as
estrelas do céu. Assim será a sua posteridade”. Você precisa mudar
a imagem no seu coração antes que o milagre aconteça.

Confesse o que você vê no coração


Quando Abraão completou 99 anos, Deus lhe apareceu e disse que
o seu nome já não seria Abrão, mas Abraão, que significa “pai de
multidões”. Ao mudar o nome de Abraão, Deus estava também
mudando sua confissão. A confissão é importante, mas você
consegue perceber que, antes da confissão, Deus teve de pôr uma
imagem no coração de Abraão para que ele tivesse fé?
Tentamos fazer confissões sem antes mudar no coração aquilo que
vemos por dentro, mas não é assim na palavra de Deus. Primeiro
mudamos a imagem no coração, depois fazemos a confissão.

Algumas vezes, isso pode demandar tempo. No caso de Abraão,


foram quinze anos para que o seu coração pudesse ser mudado.
Mas, uma vez que ele mudou o coração e começou a confessar,
três meses depois, Sara ficou grávida. Qual a base para dizer que
foram três meses depois? Porque Deus apareceu a Abraão quando
ele tinha 99 anos e disse que a criança nasceria em um ano (Gn
18.10). E Isaque nasceu quando Abraão tinha 100 anos (Gn 21.5).

E o que aconteceu naqueles três meses? Deus mudou o nome de


Abraão e de Sara. Abraão tinha cumprido a primeira parte da
equação: crer em Deus, mas agora ele precisava também
confessar. Deus, então, muda o seu nome. Abrão significa “um pai
grande” ou “um pai exaltado”, mas agora o Senhor diz que o seu
nome seria Abraão, que significa “pai de nações” ou “pai de
multidões”.

Quando Abraão se apresentava, ele agora dizia: “Meu nome é Pai


de Nações”. “É mesmo? Muito bonito? E quanto filhos o senhor
tem?” Ele precisava dizer: “Ainda não tenho nenhum, mas serei pai
de multidões”. Dá para imaginar Sara chamando-o na hora da
refeição: “Pai de Nações, a comida está na mesa!” Essa foi a
segunda parte da equação, agora Abraão cria e também
confessava.

O mesmo aconteceu com Sara. Seu nome antes era Sarai, mas
agora seria Sara, que significa “princesa”. Ela tinha 90 anos, mesmo
assim Abraão a chamava de princesa. E Deus pôs a juventude
dentro dela novamente.

O que você vê a partir do seu coração? Veja sua família abençoada.


Veja-se cheio de vigor, saúde e unção. Veja sua igreja cheia de
discípulos e do poder do Espírito. Veja-se dentro do mover de Deus
em nossa geração. Veja sua vida cheia de prosperidade e
suprimento.
Imagens do coração se tornam a nossa realidade
Existe uma sequência simples em nossa mente: imagens produzem
pensamentos, pensamentos produzem palavras e palavras criam
circunstâncias. Se queremos mudar as coisas ao nosso redor,
temos de ir à origem e mudar as imagens.

Tudo o que Deus faz Ele o faz a partir de imagens. Antes de Deus
nos levar a fazer alguma coisa, Ele sempre nos levará a imaginar a
obra e sonhar com ela.

Foi assim que Deus fez com Abraão. Ele lhe fez a promessa de que
sua descendência seria muito numerosa e então lhe disse: “Olhe
para as estrelas, Abraão. Olhe para a areia do mar. Encha sua
mente com essas imagens. Não olhe para sua idade, olhe para as
estrelas. Não olhe para a idade avançada de Sara, olhe para a areia
do mar”.

Devemos controlar as imagens que vêm ao nosso coração. É


verdade que não podemos impedir que venham imagens erradas à
nossa mente, mas podemos impedir que elas continuem ali. Não
podemos impedir que um passarinho pouse em nossa cabeça, mas
podemos impedir que ele faça um ninho.

Em Números 13.33, temos um exemplo do poder de uma imagem


errada. Os espias foram enviados por Moisés para verem a terra
prometida e, ao retornarem, fizeram o seguinte relatório: “Vimos ali
gigantes, e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e
assim também o éramos aos seus olhos”.

Eles se viam como gafanhotos e viam o inimigo como gigantes. A


imagem que eles tinham de si mesmos era a de gafanhotos. Isso
explica por que não puderam alcançar muita coisa, afinal gafanhotos
são insignificantes.

O grande problema é que muitos não sabem quem são em Cristo.


Não se veem como Deus os vê e por isso cedem às ameaças do
inimigo. Você se torna aquilo que imagina sobre si mesmo. Se nos
vemos como fracos, assim o seremos. Se nos vemos como
gafanhotos, eis o que nos tornamos.

18º Dia

O poder de uma visão profética


E

stamos entrando no início de um novo ciclo na vida de nossa igreja.


Outra forma de dizer isso é afirmando que estamos num tempo de
recomeço.

Em momentos como esse, a coisa mais importante é termos da


parte de Deus uma visão profética. Creio que isso se aplica a nós
como igreja e também à sua vida individual. O Senhor quer lhe dar
uma visão profética para sua vida.

Sempre que Deus quer fazer algo novo em sua vida, primeiro Ele
lhe dá uma visão profética para encher seu coração com imagens
de fé para o seu futuro. O que você vê em seu coração é o que será
manifestado em sua vida.

Creio que a visão de Deus para nós no ano passado, durante a


pandemia do coronavírus, foi alcançar os incrédulos com o amor do
Pai. Enquanto outros falavam de juízo e condenação, muitos
ouviram a mensagem do evangelho da graça de Deus no meio da
tribulação.

Creio que, neste ano, o Senhor fará uma coisa nova e sem
precedentes em nosso meio. Veremos muitas mudanças e
transições acontecendo, mas elas serão todas para a edificação e
bênção da igreja.
Embora Deus esteja fora do tempo, Ele trabalha com o tempo.
Existem duas palavras para “tempo” no grego: “chronos”, que é
tempo linear, e “kairos”, que significa uma temporada de favor,
estações de bênçãos. Deus trabalha com ciclos de dias, semanas,
meses e anos.

A Bíblia nos diz que devemos aprender a ser sábios para que
possamos remir o tempo (Ef 5.15-16). O Senhor pode até restituir os
anos que foram consumidos pelos gafanhotos (Jl 2.25).

A palavra de Deus e a visão profética


O jovem Samuel servia ao SENHOR, perante Eli. Naqueles dias, a palavra do SENHOR
era mui rara; as visões não eram frequentes. (1 Sm 3.1)

O nome “Eli” significa “Meu Deus”. Na antiga aliança, Deus sempre


é representado como um Deus distante, separado das pessoas;
mas, sob a nova aliança, Ele quer que o conheçamos como Pai. Na
cruz, o Senhor Jesus chamou Deus de “Meu Deus” (Eli), para que
hoje possamos chamá-lo de “Meu Aba, Pai” (Gl 4.6).

Samuel, por outro lado, é um dos ministros que simboliza a nova


aliança. Quando era garoto, ele ministrava perante o Senhor
debaixo do sacerdócio de Eli (o sacerdócio do Velho Testamento).
Essa é uma imagem do novo chegando e do velho saindo, é a
imagem profética dos tempos que estamos vivendo agora. Deus
está produzindo uma transição entre a velha aliança da lei e a nova
aliança da graça na vida de muitas igrejas.

O sacerdócio da nova aliança (representado por Samuel) é um


sacerdócio que promove a proximidade e um relacionamento com o
Pai.

O texto diz que, “naqueles dias, a palavra do SENHOR era mui rara;
as visões não eram frequentes”. Por que a palavra do Senhor era
rara e não havia visões frequentes? Isso acontece quando as
pessoas não estão alinhadas com o coração de Deus e estão sob
maldição. Como crentes em Cristo hoje, não estamos nessa posição
por causa da obra consumada do Senhor Jesus. Podemos ouvir o
Senhor o tempo todo porque o Espírito Santo habita em nós. A vida
da nova aliança é uma vida de andar e fluir no Espírito, que vive em
nós (Gl 5.16).

Infelizmente, mesmo na vida da igreja, existem alguns que têm


medo de receber visões de Deus. Embora existam exemplos de
visões falsas no Antigo Testamento, a Bíblia também nos mostra
como Deus usa as visões para encorajar o seu povo. Não deixe o
medo de falsas visões impedi-lo de pedir a Deus as visões d’Ele
para a sua vida.

É muito triste viver em uma época em que a palavra do Senhor é


rara, porque sua palavra traz todas as bênçãos do céu para a terra.
Neste tempo de recomeço, precisamos ter claramente a palavra de
Deus para nós. Recebemos o privilégio de compartilhar a luz do
evangelho da graça.

As visões também não eram frequentes. Antes de Deus fazer algo


novo em sua vida, Ele lhe dará uma visão. Provérbios 29.18 diz que,
não havendo visão (ou profecia), as pessoas perecem.

Em nossas Bíblias em português, a palavra que aparece é


“profecia”, e não “visão”. Trata-se, na verdade, de uma visão
profética. É uma percepção dada pelo próprio Deus que certamente
acontecerá. Pode ser uma visão para sua família, carreira,
ministério, igreja ou saúde neste ano. Se for de Deus, acontecerá.

Não é por falta de dinheiro ou contatos que as pessoas perecem,


mas sim por falta da visão profética do Senhor. A vontade de Deus é
que, neste início de um novo ciclo, que tenhamos um coração cheio
de expectativas de coisas tremendas que estão por vir.

Ter esperança é ter uma expectativa positiva do futuro, e não


podemos ter isso sem uma visão do Senhor.

Qual é a sua visão agora? O que você está vendo, escuridão ou


luz? Deus deseja restaurar sua visão neste ano para que você veja
a luz, não as trevas.

Não permita que o diabo roube de você as visões positivas, a


expectativa de ver dias bons e belos pela frente. Antes que o diabo
possa roubar de você as bênçãos de Deus, ele vai roubar a visão
que o Senhor lhe deu.

Deus quer restaurar em seu coração as visões que o inimigo


roubou. Como já foi dito, sempre que Deus quer fazer algo novo em
sua vida, Ele primeiro lhe dá uma visão profética.

Antes que Deus mude sua situação, Ele lhe dá


uma visão
Quando Deus nos dá uma palavra, Ele frequentemente a libera na
forma de uma visão. Ele fez isso com Abraão, por exemplo.

Abraão tinha um sobrinho chamado Ló, o qual lhe causou muitos


problemas. O nome de Ló significa “véu” (algo que impede alguém
de ver claramente), e foi apenas quando Ló deixou Abraão que ele
começou a ver o que Deus queria que ele visse.
Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde
onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente; porque toda essa
terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. (Gn 13.14,15)

Deus disse a Abraão: “Toda essa terra que vês, eu ta darei”. O


princípio de Deus é este: veja primeiro e você terá. Entretanto,
frequentemente esquecemos a visão. Foi isso que aconteceu com
Abraão. Ele estava desanimado com sua situação, mas o Senhor
lhe dá outra palavra.
Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e disse:
Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande. (Gn 15.1)

A palavra do Senhor veio a Abrão em uma visão. Creio que Abraão


viu um escudo diante dele. Esse é o tipo de visão que toca seu
coração, faz brotar a fé e remove o medo.
Quando Deus deu a Abraão essa visão, ele vivia um momento de
sua vida em que estava muito desanimado. Então, ele respondeu:
“SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o
herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?”

Talvez hoje você também esteja desanimado, perguntando: “Senhor,


o que será de mim, uma vez que o relatório médico é muito ruim?
Que trabalho posso ter, visto que fui despedido? Que futuro posso
esperar se vivo com essa limitação?”

Depois, Deus chama Abraão para o lado de fora e manda que ele
conte as estrelas. Essa era outra forma de dar-lhe uma visão
espiritual.

A visão vem do coração


Precisamos remover toda imagem negativa do nosso coração e
trazer imagens vivas à nossa mente daquilo que o Senhor quer
fazer em nós. A Palavra de Deus está repleta dessas imagens.
Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu
fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. (Sl 1.3)

É muito importante construir imagens de fé como essa em seu


espírito.
O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal;
porque a boca fala do que está cheio o coração. (Lc 6.45)

O Senhor disse que a boca fala do que está cheio o coração.


Quando se trata de fé, temos ensinado que é muito importante ter
um falar correto, mas esse versículo nos mostra que a boca fala do
que está cheio o coração. Isso significa que não devemos falar
palavras vazias, que não vêm do coração. Precisamos mudar a
imagem em nosso coração antes de falar.

Deus quer inundar seu coração neste ano e restaurar a visão que
você perdeu. Creio que Ele lhe dará visões proféticas, imagens
positivas de seu futuro, e elas acontecerão.

Normalmente, o que está faltando no processo de fé é ter uma visão


profética do Senhor. Muitas pessoas se concentram em fazer a
confissão certa, mas o que precede o falar é o que está no coração,
porque a boca fala do que está cheio o coração (Lc 6.45). Quando
você tem a visão do Senhor em seu coração e, em seguida, libera
uma confissão de fé, é nesse momento que o milagre ou bênção se
manifesta.

O que você vê em seu coração é o que você verá manifestado em


sua vida. Seu coração é afetado por sua visão. Que visão você tem
em seu coração?

O diabo quer perturbar seu coração com imagens negativas que o


deixam pessimista em sua visão. Ele sabe que elas afetarão seu
coração. E, uma vez afetado, toda sua vida será afetada. É por isso
que Provérbios 4.23 diz que devemos guardar o nosso coração,
porque dele procedem as fontes da vida.
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da
vida. (Pv 4.23)

Todo filho de Deus pode ter visões


Você não deve pensar que visões eram coisas exclusivas do Velho
Testamento. Sob a nova aliança, Deus ainda dá visões ao seu povo.
E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão
vossos velhos. (At 2.17)

Visões e sonhos são semelhantes porque vêm a nós na forma de


imagens. Essas imagens afetam nosso coração e nossa fé. É
importante guardarmos o coração, porque, do tesouro do nosso
coração, produziremos coisas boas (Lc 6.45).

Deus está fazendo algo novo e operando uma mudança em sua


vida também. Você pode receber novas curas, experimentar novos
avanços e toda sorte de novas bênçãos.

Deus disse primeiro a Abraão: “Toda essa terra que vês, eu ta darei”
(Gn 13.15). Mais tarde, porém, chegou um momento em que ele
ficou muito desanimado e a única visão que conseguia ter em seu
coração era a de que não tinha filhos (Gn 15.2).

O Senhor levou Abraão para fora e, sob o céu noturno, mandou que
ele numerasse as estrelas e disse-lhe: “Será assim a tua
posteridade” (Gn 15.5). Então, Abraão numerou as estrelas até
perder a conta, até que seu coração se encheu dessa nova visão do
Senhor.

Antes de Deus mudar as circunstâncias externas de Abraão, Ele


teve de mudar a visão interior em seu coração. E, depois disso,
nasceu Isaque, o filho da promessa.

A manifestação externa de seu milagre começa


com uma visão interior
Devemos andar por fé, não por vista (visão física). Para andar por
fé, precisamos ver com olhos espirituais a visão que o Senhor tem
para nós (2 Co 5.7).

Certa vez, o profeta Eliseu e seu servo foram cercados por um


exército inimigo, e Eliseu orou para que o Senhor abrisse os olhos
de seu servo para ver que, na verdade, seus inimigos estavam
cercados pelos exércitos do céu, multidões de cavalos e carros de
fogo (2 Rs 6.15-17). Então, Eliseu lhe disse: “Mais são os que estão
conosco”.

Há muito mais coisas trabalhando a nosso favor do que contra nós.


Entretanto, para perceber isso, você precisa ter os olhos espirituais
abertos.
Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que
está em vós do que aquele que está no mundo. (1 Jo 4.4)
Deveríamos orar todos os dias para que o Senhor nos desse
espírito de revelação e sabedoria para vermos as coisas pela ótica
celestial (Ef 1.16-19.)

Deus não quer que os olhos do seu coração vejam apenas o que é
negativo. Ele quer inundá-lo de luz, porque o que está em seu
coração será reproduzido em sua vida.

A visão que está em seu coração será


reproduzida em sua vida
Antes de Deus nos levar a fazer alguma coisa, Ele sempre nos dará
uma visão profética da obra e nos levará a sonhar com ela.

Foi assim que Ele fez com Abraão. O Senhor lhe fez a promessa de
que sua descendência seria muito numerosa e lhe disse: “Olhe para
as estrelas, Abraão. Olhe para a areia do mar. Encha sua mente
com essas imagens. Não olhe para sua idade, olhe para as estrelas.
Não olhe para a idade avançada de Sara, olhe para a areia do mar”.

Nós devemos controlar as imagens que vêm ao nosso coração. É


verdade que não podemos impedir que venham imagens erradas à
nossa mente, mas podemos impedir que elas continuem ali. Não
podemos impedir que um passarinho pouse em nossa cabeça, mas
podemos impedir que ele faça um ninho.

Em Números 13.33, temos um exemplo do poder de uma visão


errada. Os espias foram enviados por Moisés para verem a terra
prometida e, ao retornarem, fizeram o seguinte relatório: “Vimos ali
gigantes e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e
assim também o éramos aos seus olhos”.

Eles se viam como gafanhotos e viam o inimigo como gigantes. A


imagem que tinham de si mesmos era a de gafanhotos. Isso explica
porque não puderam alcançar muita coisa, afinal gafanhotos são
insignificantes.
19º Dia

Como receber visões de Deus


P

or toda a Bíblia, vemos que a linguagem do Espírito Santo é a


linguagem de visões e sonhos. Ambos envolvem imagens de fé e
visões proféticas de Deus que transcendem o tempo e o espaço.

Observe, em Atos 2, que, quando o Espírito foi derramado sobre as


pessoas, elas receberam sonhos e visões. Essa é a linguagem do
Espírito Santo. Não é apenas orar em línguas, mas também receber
visões e sonhos.

Aquilo que era exclusivo para os profetas no Antigo Testamento é


agora a herança dada por Deus aos seus filhos. Isso é o que o
apóstolo Pedro, citando o profeta Joel, disse em Atos 2:
E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão
vossos velhos. (At 2.17)

A maneira básica como Deus fala conosco é por meio de sua


palavra, mas Ele também fala em forma de imagem, em visões e
sonhos que estão de acordo com sua palavra.

Embora haja pessoas que tenham uma unção especial de profeta


na nova aliança, Deus nos deu a capacidade de receber suas visões
para nossa própria vida. É nossa herança.

Não despreze visões e sonhos


Visões e sonhos são uma forma básica de Deus falar conosco.
Podemos ver isso claramente em sua resposta a Arão e Miriã,
quando se rebelaram contra Moisés. Não devemos desprezar e nem
desacreditar sonhos e visões, porque o próprio Deus disse que fala
com seus profetas dessa maneira.
Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o SENHOR, em
visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. (Nm 12.6)

Quando estiver orando por alguém, muitas vezes Deus lhe mostrará
uma visão para aquela pessoa. Lembre-se de que essas visões
sempre edificarão, exortarão e consolarão a pessoa. Não fale de
doenças, pragas ou morte, porque essas visões não são de Deus.

O Senhor Jesus teve visões


Você é chamado para ser como Jesus, que foi guiado por visões
dadas por Deus (Lc 10.18). Durante seu tempo na terra, o Senhor
foi totalmente homem, mas Ele sempre atuou com a unção do
Espírito Santo (At 10.38), e uma das maneiras pelas quais podemos
ver isso é que Ele se moveu de acordo com as visões que Deus lhe
deu.

Podemos ver isso no encontro de Jesus com o homem paralítico no


tanque de Betesda. Naquele lugar, havia muitos enfermos, cegos e
coxos que esperavam o movimento da água (Jo 5.3). Dizia-se que a
primeira pessoa a entrar na água seria curada. Esse lugar, o tanque
de Betesda, é uma imagem da lei da velha aliança, por meio da qual
era preciso se qualificar para receber a bênção de Deus. E esse é o
lugar onde Jesus veio para salvar aqueles que não podiam se
salvar.

Nesse tanque, Jesus encontrou um homem que era coxo por trinta e
oito anos e o curou. Esse homem é uma imagem de Israel, que
vagou no deserto por trinta e oito anos, e essa história é um quadro
de como o Senhor Jesus veio para curar Israel.

Por que Jesus curou apenas esse homem no tanque de Betesda


quando havia muitos outros doentes? Todas as pessoas que foram
curadas tiveram de vir ao Senhor. Ele não foi atrás de ninguém.
Esse homem é a única exceção.
Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de
si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e
maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis. (Jo 5.19,20)

O Senhor Jesus fez o que viu o Pai fazer. Mesmo Jesus, que era
totalmente Deus, nada podia fazer por si mesmo. O Pai lhe
mostrava todas as coisas.

Havia muitos que precisavam de cura, mas o Pai deu a Jesus uma
visão específica sobre a quem Ele deveria ministrar, e era o homem
enfermo por trinta e oito anos. Em outras palavras, é certo que Deus
mostrou ao Senhor Jesus, por meio de uma visão, aquele que Ele
deveria curar.

A cura é para todos, mas, em algumas situações particulares, Deus


tem seus motivos para tocar apenas certas pessoas. Nem sempre
vamos entender o porquê. Nossa parte é simplesmente seguir as
visões que Deus está nos dando para que possamos ser um canal
de seu poder na vida das pessoas.

As visões são sempre boas?


Temos aprendido que a maneira como frequentemente Deus fala
com o seu povo é por meio de visões (imagens) proféticas. O
problema é que o diabo também procura lançar visões em nosso
coração, mas as visões do maligno são falsas e geralmente
envolvem imagens que retratam o mal e a devastação.

Elas também podem vir na forma de pesadelos. Se o sonho — ou a


visão — que você tiver faz com que você se sinta abatido ou com
medo, amarre-o em nome de Jesus e não pense mais nele. Embora
o diabo possa profetizar planos malignos, somente Deus é
onisciente e pode lhe mostrar as coisas que estão por vir (Jo 16.13).
Por causa disso, existem crentes que têm medo de receber visões,
pois temem que elas possam ser do diabo. A verdade, porém, é que
esse medo procede do diabo. Receber visões e sonhos é nossa
herança legítima como filhos de Deus hoje. Porque Jesus foi
glorificado, podemos ter certeza de que o Espírito Santo nos foi
dado, e é Ele quem nos dá visões e sonhos (Jo 7.39).

Às vezes, Deus até revela visões proféticas a homens descrentes,


mas é necessário um crente cheio do Espírito para ser capaz de
interpretar essas visões. Por exemplo, Faraó teve um sonho que
nenhum dos sábios pôde interpretar, exceto José (Gn 41.38). E
Nabucodonosor teve um sonho que seus sábios da Babilônia não
conseguiram interpretar, exceto Daniel (Dn 2). Isso mostra que,
embora qualquer pessoa possa ter visões, a sabedoria para
interpretar essas visões vem do próprio Deus.

Uma pergunta que as pessoas sempre fazem é se as visões e


sonhos de Deus podem ter um conteúdo negativo ou avisos ruins
para nós. Eu penso que sim, mas lembre-se sempre de que, com as
más notícias, também vem uma solução para o problema. Podemos
ver isso em Atos 11:
E, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava
para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio. Os
discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que
moravam na Judéia. (At 11.28,29)

Se haverá uma grande fome no mundo, então vamos ter uma


atitude prática e enviar socorro aos irmãos da Judeia. Embora as
visões de Deus possam incluir imagens de eventos negativos, elas
também trazem soluções e respostas práticas para os eventos
profetizados. Deus nunca lhe dará uma visão negativa ou
assustadora e o deixará sozinho. Ele sempre lhe dará também o
escape ou algo positivo pelo que esperar.

No Antigo Testamento, as visões que os profetas recebiam nem


sempre eram boas, porque eles estavam debaixo da lei. Assim,
embora houvesse momentos em que profetizassem o bem, também
havia momentos em que profetizavam a punição pelos pecados do
povo. Por exemplo, antes de o rei Nabucodonosor invadir Jerusalém
e a terra de Judá, as visões que os profetas tiveram eram de guerra
e derramamento de sangue.

Mas hoje vivemos debaixo da nova aliança, e nela Deus sempre


profetiza o bem a nosso respeito.

Visões edificam, exortam e confortam


Profecias são palavras inspiradas pelo Espírito Santo, as quais
contêm visões que nos edificam, exortam e confortam.
Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando. (1 Co 14.3)

Hoje, debaixo da graça, o julgamento que era nosso caiu sobre


Jesus na cruz. Vivemos do lado das bênçãos, não das maldições
(Gl 3.10). Se você anda por aí profetizando julgamento em vez de
graça e conforto de Deus, isso é falsa profecia.

As visões e sonhos de Deus sempre edificam, exortam e consolam.


O diabo tenta imitar Deus trazendo imagens à sua mente também,
mas as imagens dele trazem medo, destruição e angústia. Por outro
lado, as visões dadas por Deus sempre trazem paz. Mesmo quando
Deus lhe dá uma visão que contém um aviso de um evento
negativo, sempre virá também uma solução para o problema e ela
lhe trará paz.

A chave para receber visões é pedir a Deus por


elas
As visões proféticas podem não acontecer imediatamente, mas com
certeza se cumprirão no momento certo. Deus disse isso a
Habacuque:
Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que
Deus me dirá e que resposta eu terei à minha queixa. O SENHOR me respondeu e disse:
Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo.
Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o
fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará. (Hc 2.1-3)
Escreve a visão. Espere por isso. Ore até se cumprir. Quando
anotamos as visões que Deus nos dá, estamos assumindo uma
atitude de fé.

Como fazemos isso de maneira prática? Reserve tempo para


perguntar ao Senhor em oração como Ele vê seu casamento, seu
ministério, sua carreira e como Ele vê você.

Enquanto você ora para receber de Deus sabedoria e direção sobre


as visões que Ele tem para seu casamento, família, carreira e
ministério, escreva-as. Adote a prática de anotar o que o Senhor lhe
mostrar em um caderno ou em um aplicativo de anotações em seu
telefone celular. Anote os flashes de visões que surgem em seu
espírito. Mesmo que as visões não surjam imediatamente, espere
por elas. As respostas para seus desafios e a sabedoria para lidar
com eles certamente virão.

O profeta se colocou na torre de vigia. É importante que você se


posicione para que Deus fale com você. Você não pode assistir a
programas de televisão o tempo todo e esperar que Deus fale com
você ou lhe mostre uma visão sobre seu casamento, trabalho,
ministério etc. Encontre tempo para estar a sós com o Senhor sem
interrupções e permita que Ele lhe mostre suas visões.

Deus trabalha dentro de você e com você à medida que Ele lhe dá
suas visões. Há um papel ativo que você precisa desempenhar
quando buscar receber visões proféticas de Deus.

Deus não quer que sejamos passivos. Ele não quer que você
esvazie sua mente para que possa dominá-lo. Esta é a maneira que
o diabo e o ocultismo fazem. Deus quer trabalhar com você. Ele
quer que você coopere com Ele. Quer seu envolvimento.

É o mesmo que acontece quando oramos em línguas. O Espírito


Santo não se apodera de nós, mas falamos em outras línguas
inspirados por Ele (At 2.4). Somos nós que abrimos a boca para
falar, e o Espírito Santo opera conosco.
Da mesma forma, quando se trata de receber visões, não devemos
ser passivos ou entregar nossa mente a forças invisíveis. Devemos
pedir ativamente a Deus por suas visões, orar no espírito, esperar e
vigiar para ver o que o Senhor nos mostrará (Hc 2.1). Fique atento a
imagens que possam vir ao seu espírito.

Quando falamos sobre receber visões de Deus, não estamos


falando sobre profetizar a respeito de eventos mundiais. Estamos
falando sobre receber imagens proféticas simples para nossa vida,
nosso ministério e aquilo pelo que somos responsáveis.

Você não precisa esperar que um anjo apareça para lhe revelar
visões. Quando Saulo estava a caminho de Damasco e teve uma
visão, as pessoas ao seu redor não viram o Senhor falando com ele
(At 9.7). A maneira como Deus fala conosco é em sua voz mansa e
suave.

Quando Deus nos dá visões?


No primeiro ano de Belsazar, rei da Babilônia, teve Daniel um sonho e visões ante seus
olhos, quando estava no seu leito; escreveu logo o sonho e relatou a suma de todas as
coisas. (Dn 7.1)

Daniel teve um sonho e visões enquanto estava deitado em sua


cama. Ali, deitado na cama, visões continuaram aparecendo à sua
mente, e ele sabia que eram de Deus. Observe que Deus deu
visões a Daniel quando ele estava simplesmente deitado na cama.
Embora pareça pouco espiritual, é um momento quando
frequentemente Deus fala conosco. A Bíblia diz que Nabucodonosor
também estava deitado em sua cama quando recebeu a visão que
Daniel interpretou mais tarde (Dn 2.29).

Algumas visões são simbólicas


Falei aos profetas e multipliquei as visões; e, pelo ministério dos profetas, propus símiles.
(Os 12.10)
Frequentemente, as visões de Deus são simbólicas, ou seja, elas
representam alguma outra coisa. Nesse tempo da nova aliança,
Deus ainda dá visões que são símbolos. Por exemplo, em Atos 10,
Deus deu ao apóstolo Pedro uma visão de muitos animais diferentes
e os chamou de limpos, significando que Pedro deveria ir aos
gentios para pregar a eles, pois o Senhor os tinha chamado de
limpos.

Essa história nos incentiva a estar alertas e esperar que o Senhor


nos guie por meio de visões simples. Você não precisa levar anos
para aprender essa linguagem de visões e sonhos. Esta não é uma
linguagem feita pelo homem que leva muito tempo para se tornar
fluente. No momento em que você é cheio do Espírito Santo, Deus
começa a falar com você em visões e sonhos.

É importante que peçamos a Deus sua visão profética, porque, sem


visão, não há manifestação do poder. É pela palavra do Senhor e
pela visão de Deus que os milagres se manifestam.

Neste ano, vamos todos caminhar em visões e sonhos! Este é um


tempo de milagres!

20º Dia

A visão do lençol
A
visão de Deus para nós durante toda esta pandemia do coronavírus
tem sido alcançar os incrédulos com o seu amor e graça. Enquanto
muitos se apressam em demonstrar o juízo de Deus,

nós repetidamente enfatizamos que o dia do juízo ainda não chegou


e há salvação e cura disponível para todo o que crê. Não devemos
usar da pandemia para condenar o mundo. Não estamos aqui para
condenar, mas para agir como sacerdotes, ministrando na vida das
pessoas, a fim de que se voltem para Deus.

Creio que a história de Cornélio e a visão de Pedro servem para nós


como uma analogia daquilo que o Senhor quer fazer entre nós
nestes dias. Vivemos um tempo de recomeço. Ciclos foram
concluídos e entramos em uma nova fase ministerial.

A hora nona
Morava em Cesareia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana,
piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de
contínuo, orava a Deus. Esse homem observou claramente durante uma visão,

cerca da hora nona do dia, um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe disse: Cornélio!
Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe
disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus. Agora,
envia mensageiros a Jope e manda chamar Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele
está hospedado com Simão, curtidor, cuja residência está situada à beira-mar. (At 10.1-6)

Cornélio recebeu a visão do Senhor na hora nona, que é 15 horas.


Esta foi exatamente a hora em que o Senhor clamou na cruz: “Está
consumado”. Há um aspecto da obra que está consumada e da que
está em andamento. A obra da redenção foi consumada, mas a obra
de expansão do corpo de Cristo está em andamento.

Nessa história, na verdade, houve duas visões. Uma é a visão que


Deus deu a Cornélio às 15 horas, e a outra é a visão que Ele deu ao
apóstolo Pedro no dia seguinte.

Hoje, gostaria de dar um enfoque diferente nessa história. A


interpretação primária do texto mostra como Deus alcançou os
gentios pela primeira vez por meio de Pedro numa época em que os
crentes judeus sentiam que a salvação era apenas para eles.

O coração de Deus é que o mundo inteiro seja salvo, é por isso que
Jesus disse: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito” (Jo 3.16) e também disse aos seus discípulos que
eles deveriam ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda
criatura (Mc 16.15).

Quando Pedro descreve a visão de Cornélio aos irmãos de


Jerusalém, ele diz que o anjo mandou chamar Simão Pedro, “o qual
te dirá palavras mediante as quais serás salvo, tu e toda a tua casa”
(At 11.13,14). A salvação vem com palavras, e um homem de Deus
precisa transmiti
-las. Veja que o anjo mesmo não pregou, mas mandou chamar
Pedro.

Então, Cornélio enviou homens a Jope para encontrar Pedro.


Observe que Pedro estava em Jope, cujo nome significa “formosa”,
“linda”. Creio que, enquanto o mundo vive dias de medo e
devastação, podemos experimentar dias felizes e anos cheios de
delícias.
Se o ouvirem e o servirem, acabarão seus dias em felicidade e os seus anos em delícias.
(Jó 36.11)

A visão de Pedro
No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao eirado,
por volta da hora sexta, a fim de orar. (At 10.9)

A sexta hora é meio-dia, 12 horas. É um momento do dia de maior


brilho. Meio-dia foi também a hora em que Jesus apareceu a Saulo
quando ele perseguia os cristãos, e o brilho do Senhor foi tão
grande que o cegou, e ele só recuperou a visão quando conheceu
Ananias, cujo nome significa “a graça de Deus”.

Nessa história, creio que Pedro é uma imagem dos crentes.


Estamos entrando num tempo de maior brilho, mesmo quando o
mundo parece estar coberto de trevas (Is 60.2).
Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida, sobreveio-lhe
um êxtase; então, viu o céu aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol,
o qual era baixado à terra pelas quatro pontas. (At 10.10,11)

Ele viu o céu aberto. O céu agora está aberto sobre nós. Houve um
tempo em que os céus eram como bronze, e as orações das
pessoas não podiam alcançar Deus, mas, por causa da cruz, os
céus estão abertos sobre nós hoje (Dt 28.23).
Contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E ouviu-se uma voz
que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro replicou: De modo
nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. (At 10. 12-14)

Pedro disse: “De modo nenhum, Senhor! Porque jamais comi coisa
alguma comum e imunda”. Quando disse isso, ele estava
interpretando a visão literalmente, referindo-se a comer apenas
carne ou comida kosher, mas os animais na visão simbolizavam
pessoas.
Segunda vez, a voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. Sucedeu isto
por três vezes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu. (At 10.15,16)

Isso foi feito três vezes. Na palavra de Deus, o três significa algo
perfeito e completo, assim como o sete. O Senhor Jesus orou três
vezes no Getsêmani. Paulo orou três vezes para que o espinho na
carne fosse removido. Pedro negou Jesus três vezes, e Jesus o
restaurou ao ministério com três perguntas (Jo 21). Quando o
Senhor repetiu a visão três vezes, Ele estava estabelecendo algo de
uma vez por todas na vida da igreja; mas Ele poderia estar também
gentilmente lembrando a Pedro: “Não seja rebelde, mas lembre-se
do meu amor e graça por você”.
Essa visão que Pedro recebeu do Senhor é também a que o Senhor
deseja que tenhamos neste ano. A mensagem é: não chame
ninguém de comum ou impuro.

Cornélio era um gentio que estava sinceramente buscando a Deus,


e suas orações foram ouvidas. Deus mandou Pedro pregar a ele.
Hoje também há pessoas buscando a Deus nos lugares mais
improváveis, mas há algum Pedro entre nós com a visão de levar o
evangelho a elas? O Senhor quer estender o lençol diante de nós.

Na cristandade hoje, rotulamos e classificamos as pessoas em


grupos diferentes com base em seus pecados. Isso é errado, porque
todos os pecadores precisam de Jesus da mesma forma. Estamos
lutando por legislação; mas, assim como a lei, a legislação não pode
mudar o coração de um homem. Somente o evangelho de Jesus
Cristo pode mudar corações. Devemos pregar o evangelho a todos.

Ainda hoje há cristãos que nem aprenderam a lição básica da visão


de Pedro. Eu vou todos os anos a Israel e uma coisa curiosa é que
muitos grupos evangélicos não vão a cidades como Jericó e Belém
só porque pertencem aos palestinos. Dizem que não querem dar
dinheiro a muçulmanos, mas esse não é o espírito de Cristo. O
evangelho é para todos. Não devemos fazer nenhuma distinção.

Cristo morreu por todos os pecadores. Você não pode ser salvo se
não for um pecador. Somente pecadores se qualificam para receber
o Salvador. Somente perdidos podem ser encontrados e apenas
doentes podem se qualificar para a cura.

Deus ama e quer que alcançar todas as pessoas


A história de Cornélio resolve a questão: se o coração de alguém
clama pelo Deus verdadeiro, o Senhor enviará um mensageiro. Ele
enviará sua palavra de salvação a essa pessoa, não importa o
quanto sua vida esteja distante de nossos padrões.
Enquanto Pedro estava perplexo sobre qual seria o significado da visão, eis que os
homens enviados da parte de Cornélio, tendo perguntado pela casa de Simão, pararam
junto à porta. (At 10.17)

A visão que Deus deu a Pedro era simbólica, não tinha nada a ver
com animais, mas com pessoas. Deus estava dizendo a Pedro — e,
por extensão, a nós — que todos precisam de Jesus.
Independentemente de quão imorais essas pessoas sejam por fora,
ou dos diferentes graus de pecado que pensamos que elas têm,
todas elas agora estão em um lugar de favor por causa da cruz.
Deus nos chamou para entregar a palavra de reconciliação a todas
elas (2 Co 5.20).

Quando o Senhor Jesus morreu na cruz, Ele pôs todos num terreno
igual. Todos podem receber sua grande graça e salvação.

O coração de amor do Senhor pelas pessoas é muito maior do que


imaginamos. Ele olhava para as pessoas e as via como ovelhas
sem o amor e cuidado de um pastor, e seu coração ansiava por elas
(Mt 9.36).

Quando o Senhor deu aquela visão simbólica de todos os animais


sendo declarados limpos e como Pedro deveria comer deles, na
verdade, Ele estava dizendo: “Encontre sua realização, seu prazer e
sua satisfação interior nesses novos relacionamentos. Não tenha
comunhão apenas entre pessoas que são judeus, mas também
alcance aqueles que são gentios. O que eu purifiquei não chame de
impuro. Eles estão hoje debaixo de uma luz favorável. Assim como
fui misericordioso com você, serei misericordioso com eles”.

Como já foi dito, a interpretação primária dessa visão se refere à


separação entre judeus e gentios. A igreja, até aquele momento,
ainda não aceitava os gentios. Mas, a partir dessa visão, tudo
mudou. Creio que a aplicação para nós hoje é muito clara, não
devemos criar uma separação entre os diversos tipos de pecadores
lá fora. Não devemos presumir que alguns estejam fora do alcance
da graça de Deus. Na verdade, onde há mais pecado, ali haverá
muito mais graça superabundante disponível.
Essa linda história termina com a salvação de muitos. Esse foi o
Pentecostes dos gentios. Foi o início da igreja dos gentios. Hoje,
nós fazemos parte da igreja gentia que começou na casa de
Cornélio. Se Deus tivesse confinado o evangelho a Israel,
estaríamos todos perdidos, mas, porque Ele não o fez, multidões
foram salvas.

O que isso significa para nós hoje?


O fato de Pedro não querer se aproximar dos gentios é uma forma
de distanciamento social. As pessoas estão sendo estimuladas a
viverem cada vez mais distantes por causa do medo do contágio,
mas nós devemos seguir o caminho oposto e nos aproximar delas
com a palavra do evangelho.

Precisamos viver uma vida de alguém que é amado do Senhor e


também uma vida amando os outros. O Senhor deseja que
tenhamos bons relacionamentos. Ele não quer que nos
distanciemos de nossos entes queridos. Ele não quer que vivamos
em conflito uns com os outros ou que tenhamos falta de perdão em
nosso coração.
Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: Estão aí dois homens que
te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu os enviei.
(At 10.19,20)

Enquanto Pedro pensava na visão, o Espírito falou com ele. Ouça o


Espírito falando com você nesse novo tempo. Creio que o Senhor
falará conosco por meio de sonhos e visões proféticas, e isso
resultará em muita salvação. A palavra que está no meu coração é
que experimentaremos algo sem precedentes entre nós.
No dia imediato, entrou em Cesareia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido
seus parentes e amigos íntimos. (At 10.24)

Cornélio reuniu seus parentes e amigos íntimos. Enquanto ainda


estamos tendo a igreja on-line, contate seus amigos íntimos e
parentes e convide-os para ouvir a pregação da palavra de Deus a
fim de que também recebam de Deus pela internet.

Depois disso, Pedro começou a pregar sobre o Senhor Jesus. E o


ponto culminante de sua mensagem foi este:
Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que
nele crê recebe remissão de pecados. Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o
Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. (At 10.43,44)

Quando Pedro estava falando sobre o perdão dos pecados por meio
de Jesus Cristo, o Espírito Santo desceu sobre eles. Deus fez uma
coisa nova e sem precedentes! A salvação nunca havia acontecido
dessa forma antes. Nenhuma oração foi feita e mesmo assim o
Espírito Santo desceu sobre eles e os batizou.

Quando o povo judeu foi salvo pela primeira vez no dia de


Pentecostes, Pedro falou sobre o batismo do Espírito antes de
recebê-lo, mas, dessa vez, Deus estava se movendo de uma nova
maneira e entre um novo grupo de pessoas, os gentios.

É interessante que os capítulos 8, 9 e 10 de Atos relatam três


conversões. Sabemos que todas as nações vieram dos três filhos de
Noé: Sem, Cão e Jafé. Cão é o pai dos africanos; Sem deu origem
aos povos do Oriente Médio; e Jafé é a origem dos europeus. No
capítulo 8, temos a conversão do eunuco, que era etíope e,
portanto, descendente de Cão. Depois, temos a conversão de
Paulo, que era semita. E, por fim, a conversão de Cornélio, que era
italiano e, portanto, descendente de Jafé.

Neste ano, veremos a salvação de muitas pessoas acontecendo de


forma sem precedentes.

21º Dia

Receba o Espírito de sabedoria


U

ma visão profética é uma imagem positiva. Não é uma imagem


negativa. Evidentemente, não estamos fingindo que coisas ou
situações negativas não existem. Estamos apenas escolhendo

não nos concentrar nelas. Em vez disso, optamos por nos


concentrar no melhor que Deus tem para nós. Continuamos a
acreditar no melhor para o nosso futuro mesmo no meio da
adversidade.

Cristo nos reconciliou com Deus por causa de sua obra consumada,
e é por isso que podemos desfrutar de seu favor e bênçãos em
nossa vida e saber que Deus não mais nos imputa o pecado (2 Co
5.19,20). Não devemos ser pessoas da nova aliança com uma
mentalidade da velha aliança.

Quando você estiver esperando com fé receber visões ou sonhos de


Deus, espere ver imagens que surgem em seu espírito. E, quando
vir tal imagem em seu coração, não duvide. Apenas escreva o que
vê e depois poderá checar se é bíblico e está de acordo com a
Palavra de Deus (1 Co 14.3).
A maneira básica como Deus fala conosco é por meio de sua
palavra, mas a linguagem do Espírito são visões e sonhos, no
entanto eles nunca vão contradizer a palavra escrita.

Você foi projetado para ser alimentado com


imagens de fé
Na Palavra de Deus, você encontrará muitas visões proféticas para
sua vida.
Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Do trabalho de
tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior de tua casa, será
como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. (Sl
128.3)
Sua esposa será como uma videira frutífera.” Deus compara sua
esposa a uma videira frutífera. O que isso significa? Todos sabem
que videiras produzem uvas, das quais obtemos vinho. Deus está
dizendo aos maridos que sua esposa sempre os embriagará. Esteja
sempre embriagado com o seu amor (Pv 5.19). Observe como Deus
não apenas disse que você teria uma boa esposa, mas lhe deu uma
imagem de como ela é.

É assim que Deus vê sua esposa, como uma videira frutífera, e você
deve vê-la da mesma maneira. No natural, é fácil focar nossa
atenção nas falhas. Mas nossos olhos humanos não podem ver a
realidade com precisão da maneira como Deus a vê. Se Deus diz
que sua esposa é uma videira frutífera, concorde com Ele. Mesmo
em seus pensamentos mais íntimos, veja-se desfrutando e se
alimentando do amor dela.

Quando você concorda e se concentra na imagem de fé que Deus


deseja que você tenha, está permitindo que Ele encha seu coração
com sua visão.

“Seus filhos são frutos da oliveira.” As oliveiras são especiais em


primeiro lugar por causa do azeite, que simboliza a unção da
Espírito Santo. Seus filhos são ungidos do Senhor. Mas elas
também têm uma vida útil extremamente longa, o que indica
longevidade. Estudos científicos mostraram que, quando os brotos
de oliveira são plantados dentro de oliveiras mais velhas, a árvore
velha começa a se perpetuar novamente. Esta é uma ilustração de
como Deus lhe dá filhos para renovar sua juventude.
O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa
do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice, darão ainda frutos, serão
cheios de seiva e de verdor. (Sl 92.12-14)

“Os justos florescerão como a palmeira.” As palmeiras são frutíferas


mesmo na velhice, com muitos frutos para a colheita. Você sempre
será frutífero.

“Crescerá como o cedro no Líbano.” O cedro é conhecido por sua


força e resistência. Diante de uma tempestade, eles se curvam, mas
não se quebram. Não podem ser arrancados pela raiz.

“Na velhice, darão ainda frutos.” É assim que Deus nos vê, dando
frutos na velhice. Não tenha a imagem mental de seu corpo ou
mente se tornando frágil por causa da idade. A visão de Deus para
você é que permaneça cheio de vigor.

“Serão cheios de seiva e de verdor.”A palavra “verdor” é a palavra


hebraica “ra’anan”, que significa “exuberante e viçoso”. Esta é a
imagem que Deus quer que você tenha em seu coração.

Deus também quer que você tenha imagens claras das bênçãos que
Ele lhe dará.
Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque a
longevidade do meu povo será como a da árvore, e os meus eleitos desfrutarão de todo as
obras das suas próprias mãos. (Is 65.22)

“Como os dias da árvore, assim serão os dias do meu povo.” Esta é


uma imagem da promessa de Deus de longa vida para o seu povo.

“Meus eleitos desfrutarão por muito tempo do trabalho de suas


mãos.” Esta é uma imagem de como seremos abençoados em
nossa carreira. Não prosperaremos para que outros usufruam, mas
desfrutaremos do fruto de nosso trabalho.

Deus nos vê como o homem abençoado descrito em Jeremias 17,


que não receia quando vem o calor (Jr 17.7-8). Isso não significa
que não haja desafios ou situações difíceis em nossa vida, mas que
não seremos afetados por eles. Em vez disso, veremos o bem e
continuaremos frutificando abundantemente.

Entretanto, quando decide reclamar e ver apenas o mal, você se


compara ao homem amaldiçoado que não consegue ver o bem
quando ele vem, mesmo quando ele está presente (Jr 17.6)
Pessoas pessimistas pensam que são realistas, mas, na verdade,
elas têm uma visão distorcida da realidade, porque não veem
quando o bem está presente.
Deus disse que prolongará sua vida como os dias de uma árvore.
Você terá muitos dias bons.
Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação. (Sl 91.16)

“Seremos saciados com uma vida longa.” Quanto tempo você quer
viver? Creio que o seu tempo de vida é baseado no seu nível de
satisfação. Você vai partir quando se sentir saciado e cheio de anos.
O Senhor Jesus morreu jovem, com 33 anos, para que você
pudesse viver muito. E, mesmo quando estiver em idade avançada,
você dará muito fruto, assim como Abraão e Calebe.
Porém tu exaltas o meu poder como o do boi selvagem; derramas sobre mim o óleo fresco.
Os meus olhos veem com alegria os inimigos que me espreitam, e os meus ouvidos se
satisfazem em ouvir dos malfeitores que contra mim se levantam. (Sl 92.10,11)

“Serei ungido com óleo fresco e os meus olhos verão.” O resultado


de ser ungido com óleo é que seus olhos verão. Deus o projetou
para ter visões. Encha-se das visões do Senhor e não permita que o
inimigo lance imagens negativas em seu coração.

Muitas vezes, o inimigo coloca em você suas visões por meio da


sujeira e da violência a que assistimos na TV ou pela transmissão
da internet. Essas imagens roubam nossa paz e bem-estar e nos
levam a ter emoções negativas.

É por isso que Deus quer que gastemos tempo em sua palavra.
Continue ouvindo sua palavra, alimente-se com as imagens
positivas dela. Uma palavra de Deus, uma visão simples do céu
pode mudar sua vida para sempre.

Devemos orar por revelação diariamente


Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o
Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e
de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para
saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança
nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a
eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os
mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais. (Ef 1.17-19)
O Senhor quer dar a você o espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento d’Ele, para que tenha os olhos do seu
entendimento iluminados. Deus quer que estejamos cientes e em
plena posse do poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Ele
deseja que caminhemos n’Ele, e isso vem quando temos o espírito
de sabedoria e de revelação liberados em nós.

O Senhor quer que saibamos:


a) qual é a esperança da sua vocação;
b) quais são as riquezas da glória da sua herança nos santos; e c)
qual é a grandeza do seu poder para com os que cremos.

Quando você tem o espírito de sabedoria e revelação e os olhos do


seu coração são iluminados, você sabe que tem uma alta vocação
em Cristo. Com esse chamado e visão para sua vida, vêm todas as
provisões, suprimentos e recursos para ajudá-lo a cumprir o seu
chamado.

Essa é uma oração inspirada pelo Espírito Santo que você pode
orar constantemente, mesmo diariamente. O Espírito Santo deu a
Paulo essa oração para que ele intercedesse pelos crentes efésios.
Se for uma oração inspirada pelo Espírito, ela não se limita a uma
cultura e época em particular. É uma oração por meio da qual
podemos orar por nós mesmos hoje.

O Espírito Santo é um ser divino, mas pode se manifestar de


diferentes maneiras (Ap 1.4). Nós o vemos manifestar-se de sete
maneiras diferentes no livro de Isaías.
Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele
o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho
e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR. (Is 11.1,2)

Esta é uma profecia a respeito do Messias, Jesus Cristo. As sete


diferentes manifestações do Espírito Santo listadas aqui podem ser
vistas na forma da Menorá, o candelabro de sete hastes que havia
no tabernáculo e depois no templo. O Espírito do Senhor, o eixo
central do candelabro, ilumina todos os outros dons do Espírito.
Vamos orar a oração de Efésios 1.16-19 sobre nós mesmos e
nossos entes queridos todos os dias para que Deus nos dê esse
Espírito de sabedoria e revelação no conhecimento de Cristo. Esse
não é um conhecimento que você adquire lendo livros sobre o
Senhor Jesus, é o conhecimento e a revelação pessoal recebidos
diretamente do Senhor. O maior conhecimento que você pode ter é
a revelação do Senhor.

Como os olhos do seu coração são iluminados? Simplesmente


porque nosso coração não funciona como nossa mente baseada na
lógica e na razão. O coração funciona com imagens, por isso
dizemos que a imaginação procede do coração.
Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam
pensamentos soberbos. (Lc 1.51b) A palavra “pensamento” aqui é “dianoia”
no grego e significa “imaginação”. Nosso coração é alimentado com
imagens.

Quando éramos crianças, frequentemente exercitávamos nossa


imaginação. À medida que envelhecemos, começamos a desprezar
essas visões e imaginações e aprendemos a nos apoiar mais na
lógica, no conhecimento e na experiência, mas a imaginação é um
presente de Deus.

Antes de Deus fazer algo bom em sua vida, primeiro Ele lhe dá uma
visão. Pedro achou necessário declarar o que Joel, o profeta do
Velho Testamento, profetizou. É bom que o jovem tenha visões e o
velho tenha sonhos. Hoje, nos tempos em que vivemos, veremos a
plenitude do que os profetas profetizaram no Antigo Testamento. A
visão de Deus não será mais rara e inexistente, mas veremos mais
de sua visão nestes últimos dias.

No Velho Testamento, um profeta é frequentemente chamado de


vidente (1 Sm 9.9), ou seja, alguém que vê. Quando você vê o que
Deus deseja que você veja, então verá a realização que Deus
deseja realizar.
Essa oração pelo Espírito de sabedoria e revelação nos fará
experimentar três bênçãos específicas em nossa vida:
a. A esperança de seu chamado

O Senhor tem um grande chamado para você. Quando o Espírito de


sabedoria e revelação vier sobre você, então conhecerá a
esperança de seu chamado, o que fará com que você veja como
pode fluir com Deus em tudo o que se dispôs a fazer. Por exemplo,
se você é médico, atuará no propósito divino de Deus e verá o que
Deus deseja que você faça nessa área. Você poderá ver o que
outras pessoas talvez não consigam ver.

b. A riqueza da glória de sua herança nos santos A herança de Deus


é encontrada nos santos – você e eu. c. A suprema grandeza do
seu poder para nós que cremos

O mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos é o mesmo que


vive em você hoje. Espere ver o grande poder de Deus em ação em
sua vida neste ano. Quando Deus dá a você uma visão, Ele também
lhe dá a sabedoria e a habilidade de andar por por ela.

Não importa o campo ou posição em que esteja, você pode orar


pelo Espírito de sabedoria e revelação em Cristo diariamente. Você
terá sucesso porque o Senhor fará com que você veja os
procedimentos que outras pessoas, mesmo especialistas, podem
não ser capazes de ver.

Além do conhecimento técnico e das habilidades que você pode


adquirir, Deus pode ensiná-lo como aplicá-los da melhor forma,
enchendo-o com o Espírito de sabedoria. Isso é o que Ele fez pelo
artesão Bezalel, que construiu os móveis do tabernáculo.
Disse mais o SENHOR a Moisés: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de
Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de
conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em
bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de
lavores. (Êx 31.1-5)
Bezalel certamente não tinha conhecimento ou experiência anterior
sobre como construir os vários elementos da Arca da Aliança. Ele
recebeu o projeto e o conhecimento para realizá-lo quando foi cheio
do Espírito de Deus.

Esse Espírito de sabedoria é benéfico em todas as áreas da nossa


vida: em nossos relacionamentos, em nosso trabalho e em nossa
casa. Não é apenas para certas áreas da nossa vida. Se você está
achando difícil ser pai de seu filho com eficiência, peça a Deus esse
Espírito de sabedoria e entendimento. Ele pode e deseja mostrar-lhe
como educar seu filho da maneira mais eficaz.

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