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RECONHECIMENTO MEC DOC.

356 DE 31/01/2006 PUBLICADO EM 01/02/2006 NO DESPACHO 196/2006 SESU

BONITA J. SHIELDS

AS CINCO DESCULPAS DE MOISÉS:


ARTIGO

Cachoeira
2006
BONITA J. SHIELDS

AS CINCO DESCULPAS DE MOISÉS:


ARTIGO

Trabalho revisado, editorado e formatado no segundo


semestre de 2006.
Arquivo nº 06005

Cachoeira
2006
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................3
2 DESCULPA NÚMERO UM .......................................................................5
3 DESCULPA NÚMERO DOIS ....................................................................6
4 DESCULPA NÚMERO TRÊS ...................................................................7
5 DESCULPA NÚMERO QUATRO .............................................................8
6 DESCULPA NÚMERO CINCO ...............................................................10
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1 INTRODUÇÃO

Para a mente de uma criança, a igreja de minha cidade natal era

enorme. Lembro-me da longa escada que levava até a minha sala de escola

sabatina. O salão social era vasto porque lá podíamos até jogar “futebol de

caranguejo”. O playground era a última palavra.

Quando ainda na adolescência, subitamente percebi que minha

igreja não era tão grande. Não era a menor igreja, mas definitivamente também não

era a grande estrutura que eu imaginara em minha infância.

A vida de fé de Moisés não começou em Hebreus 11, o “Quem é

Quem da Fé”. Ela se iniciou junto a um arbusto ardente, em conversa com Deus.

Moisés não disse ousadamente: “Sim, Senhor, que Tua vontade seja feita”. A

conversa foi mais ou menos como: “Senhor, não podes enviar outra pessoa?”

A imagem poderosa de um príncipe egípcio, profeta e chefe militar

que libertou milhões de pessoas da escravatura é aquela que nos vem das histórias

de nossa infância. Víamos a figura de um caráter supra-real e pensávamos: “Puxa!

Nunca poderia ser como ele”. Mas uma leitura acurada da narrativa bíblica nos ajuda

a ver Moisés sob luz mais realista. É essa imagem, sem diminuir o impacto que ela

teve na história do mundo e da salvação, que me dá esperança, coragem e fé.

Moisés cresceu como um príncipe do Egito, mas fugiu de Faraó

depois de se ter interposto numa briga entre um hebreu e um egípcio e matado esse

último. Tendo ficado exilado no deserto por cerca de 40 anos, Moisés, com 80 anos

a esta altura da narrativa, estava pastoreando ovelhas próximo ao monte Horebe,

quando viu algo estranho. Chamas subiam de um arbusto, mas esse não se

queimava. Ao Moisés aproximar-se do arbusto, ouviu uma voz chamando-o pelo

nome. A voz identificou quem falava: “Eu Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão,
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o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó.” Deus, então, participou Seu plano a Moisés:

Ele tinha ouvido os clamores de Seu povo por causa da opressão da escravidão

egípcia, e viera para resolver a situação. O Senhor queria que Moisés se unisse a

Ele na libertação do povo (Êxodo 3:7-10). Neste ponto, Moisés começou a

apresentar uma série de desculpas, algumas das quais podem parecer familiares a

você.
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2 DESCULPA NÚMERO UM

“Quem sou eu, Que vá a Faraó e Tire do Egito os Filhos de Israel?”

(verso 11).

Boa pergunta. Moisés tinha estado apascentando ovelhas durante

40 anos, e o pensamento de um pastor, a quem os egípcios desprezavam ir falar

com um rei era contrário ao protocolo usual.

A resposta de Deus: “Eu irei contigo; e isto te será por sinal de que

Eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste

monte” (verso 12).

Deus não somente prometeu Sua presença; Ele também deu a

Moisés a certeza de que sua missão seria bem-sucedida. Mesmo na presença de

um rei terrestre, ele não tinha razão para temer ou sentir-se inferior. Contudo,

Moisés não entendeu a coisa dessa maneira.


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3 DESCULPA NÚMERO DOIS

“Eis que quando for aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de

vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o Seu nome? Que lhes

direi?” (verso 13).

Outra boa interrogação. Se você for dizer a centenas de milhares de

pessoas que foi convidado a comandar sua libertação, seria bom ter o nome da

pessoa de quem você recebeu tal autoridade. Também, os nomes eram muito

importantes para a mentalidade semita, porque descreviam o caráter do indivíduo.

A resposta de Deus: “Eu Sou o que Sou” (verso 14).

Nas Escrituras, depois de Deus Se ter revelado a Seu povo, eles

freqüentemente O descreviam de uma nova maneira, à medida que O iam

conhecendo (ver, por exemplo, Salmo 140:7, “meu forte libertador”; Salmo 71:5,

“minha esperança”; II Coríntios 1:3, “Deus de toda consolação”). Os judeus sempre

reconheceram Eu Sou como o nome que distinguia o Deus verdadeiro dos deuses

falsos. Não havia engano sobre quem enviava Moisés em sua missão. Deus não

apenas disse quem Ele era, mas também exatamente a quem falar, o que dizer, e

lhe deu a garantia de que eles o ouviriam. Agora Moisés está pronto para sua

missão. Bem, ainda não!


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4 DESCULPA NÚMERO TRÊS

“Mas eis que me não crerão” (Êxodo 4:1).

Notemos isto: Deus acabara de assegurar a Moisés que os líderes

do povo o ouviriam. Está ficando bem claro que Moisés não era um sujeito bem

disposto. Contudo, Deus sabia que a fé de Moisés ainda precisava ser fortalecida.

Assim Ele operou através dele para transformar uma vara numa cobra, para tornar

sua mão leprosa e depois curá-la, e transformar água em sangue.

Não gostaríamos, por vezes, que Deus nos mostrasse sinais

sobrenaturais, e então prometeríamos confiar nEle e obedecê-Lo? Sua Palavra

parece não ser suficiente.

Egito: eis que chegamos ao destino! Bem, não exatamente.


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5 DESCULPA NÚMERO QUATRO

“Ah, Senhor! eu não sou homem eloqüente, nem de ontem, nem de

anteontem, nem ainda desde que tens falado ao Teu servo, porque sou pesado de

boca, e pesado de língua. “(verso 10).

À luz do que estava acontecendo — Deus lhe prometera Sua

companhia, assegurou-lhe do êxito de sua missão e forneceu-lhe sinais miraculosos

— a relutância de Moisés não era um sinal de humildade ou reconhecimento da

própria incapacidade. Ela revelou incredulidade na capacidade divina.

Quando recusamos a nos unir a Deus em Sua obra, estamos

revelando falta de confiança em Sua habilidade de operar em nós. A Palavra de

Deus é cheia de promessas e garantias de Sua presença e competência de agir em

nós e por nós. Precisamos aprender a tomá-Lo pela Sua Palavra.

Houve tempos quando cheguei a perguntar a Deus, “Por que o

Senhor me deu esta incumbência? Há tantas outras pessoas que não têm as

fraquezas que eu tenho. Por que o Senhor não as usa?” Mas então vem a resposta:

“A minha graça te basta porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Coríntios

12:9). Se nos sentimos fracos, limitados ou inadequados, somos o melhor

instrumento mediante o qual o poder de Deus pode operar.

Isso não significa que Deus nos queira manter sob Sua tutela como

fracos. Ele Se ocupa do crescimento das pessoas. Deseja que sejamos confiantes e

tenhamos um forte senso de valor próprio. Contudo, em lugar de nossa confiança e

sentimentos de valor virem de coisas ou de outras pessoas, eles devem ser o

resultado de nosso relacionamento com Ele.

A resposta de Deus: “Quem fez a boca do homem? ou quem fez o

mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não Sou Eu, o Senhor? Vai, pois, agora,
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e Eu serei com tua boca, e te ensinarei o que hás de falar” (versos 11 e 12).

Aparentemente, Moisés não tinha compreendido bem que o Deus

que criou sua boca, ouvidos e olhos era plenamente capaz de fazê-los funcionar.

Por vezes nos esquecemos de que estamos lidando com o Criador do Universo.

Agora, Deus ordena que Moisés vá e promete estar com ele. Está

Moisés pronto?
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6 DESCULPA NÚMERO CINCO

“Ah, Senhor! envia por mão daquele a quem Tu hás de enviar”

(verso 13).

Em nossa tradução tais palavras soam como uma queixa, mas no

original hebraico repercute como rudeza: “Por favor, envia por mão daquele a quem

tu hás de enviar.” Em outras palavras: “Não gostaria de dar essa informação a uma

pessoa que vai aceitar o encargo?”

Quando Deus contestou todas as desculpas de Moisés, seus

motivos secretos foram revelados: Ele não queria a designação. Acho que Moisés

queria unir-se a Deus em Sua obra — apenas tinha dificuldade em crer que Deus

poderia torná-lo suficientemente capaz para o trabalho.

O mesmo que sucede com muitos de nós. Quando somos relutantes

em obedecer a Deus, não é que não queremos. É que não nos sentimos

suficientemente capazes. Mas é aí que precisamos tomar a Deus em Sua palavra.

Precisamos confiar nEle o bastante para crer que Ele é capaz de nos qualificar para

a obra à qual nos chama. E quando estamos dispostos a avançar pela fé e a

obedecê-Lo, vamos sentir a Deus como nunca antes.

A resposta de Deus: “Que tal teu irmão Aarão?” (verso 14).

Deus estabeleceu um relacionamento com Moisés. Ele desejava que

Moisés se unisse a Ele na obra em favor de Seu povo. Assim o Senhor estava

disposto a encontrar-Se com Moisés justamente onde esse se achava. Infelizmente,

o poder que Deus prometeu a Moisés não lhe foi suficiente. Ele somente aquiesceu

quando a ajuda de uma criatura finita lhe foi oferecida. Moisés falaria mediante

Aarão e isso o limitava em sua obra.

O que acontece com você? Tem você se valido de qualquer das


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desculpas de Moisés no diálogo com Deus? Está tendo dificuldade de confiar que

Ele é capaz de qualificá-lo para o trabalho ao qual o chamou?

Se Deus quisesse criaturas perfeitas para cooperar com Ele, poderia

ter usado anjos. Mas, em vez disso, Ele nos escolheu. Se permitirmos que o Senhor

trabalhe por nosso intermédio, tornar-nos-emos uma evidência inquestionável de

Seu poder. Pela obediência, Moisés tornou-se um líder poderoso — poderoso o

suficiente para mudar o curso da história. Ainda mais importante: ele se tornou um

possante homem de fé, que participou com Deus da história da salvação e que foi

ressuscitado e levado para o céu porque Deus o considerou “Seu amigo” (Êxodo

33:11).

Você está em boa companhia.

Bonita J. Shields é pastora-associada da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Spencerville, Maryland,


EUA. Seu E-mail: b.shields@spencervillesda.org
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DEDUC
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