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A∴R∴L∴S∴ UNIVERSITÁRIA PANAMERICANA

Nº 3324
OR∴ FOZ DO IGUAÇU - PARANÁ

O TEMPLO DE SALOMÃO

TRABALHO DE GRAU DE APRENDIZ

AUTOR: ORIENTADOR:
A∴M∴ SANDRO LOPES EBBING M∴ M∴ ANDRE LUIZ RIBAS

Rito Brasileiro
Foz do Iguaçu, maio de 2022.
O TEMPLO DE SALOMÃO

1) INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo o estudo do Templo de Salomão. Para


se chegar a este objetivo é necessária uma contextualização histórica de local
e época da construção, desta forma abordaremos brevemente Abraão e o
monoteísmo, Êxodo, o Tabernáculo, Juízes, Reis e o Templo de Salomão

2.0 DESENVOLVIMENTO

2.1 O Início de um Povo


A história do Judaísmo se inicia com Abraão, sendo o primeiro a adotar o
monoteísmo em detrimento do politeísmo, que era a crença de todo o restante
do mundo.
Abraão abandonou todos os ensinamentos e tradições que recebeu de seus
pais, bem como a terra onde vivia, para seguir o chamado de Deus, com quem
selou uma aliança sagrada.
Os Patriarcas do povo Judeu foram além de Abraão, Isaac seu filho com Sara e
Jacó filho de Isaac e Rebeca.
O monte Moriá, local da construção do templo de Salomão, tem presença em
vários fatos narrados a seguir. Foi nesse monte que Abraão sacrificaria seu
filho Isaac a pedido de Deus como prova de fé. O sacrifício não se consumou.
Foi também no monte Moriá que Jacó, fugindo da Ira de seu irmão Esaú,
deteve-se para orar e ali adormeceu, no sonho viu uma escada que subia aos
céus, e Deus do topo da escada prometeu-lhe proteção.

2.2 O Tabernáculo
Durante o êxodo do Egito, adotou-se o Tabernáculo como local de adoração à
Deus. O Tabernáculo era nada mais do que um templo itinerante e era cuidado
pelos Levitas, assim chamados os integrantes da Tribo de Levi.
No interior do templo havia o santo dos Santos que por sua vez continha a Arca
da Aliança e as Tabuas do Decálogo (10 mandamentos).
O tabernáculo era a representação da morada de Deus em meio a
comunidade. O traçado simbolizava a Criação, o cosmo em sua estrutura e a
história futura do povo Judeu até a volta do Messias. Durante os 40 anos do
Êxodo, e ainda mesmo na terra Prometida até a construção do Templo de
Salomão, o Tabernáculo foi utilizado. A época desses acontecimentos foram
em torno de 1450 a 950 A.C. sendo assim o Tabernáculo foi usado por cerca
de 500 anos.

2.3 Juízes e Reis


Na Terra Prometida, as tribos sentiram a necessidade de se organizar
socialmente e instituíram juízes para aplicar a LEI, os juízes nunca foram
unanimidade e, segundo Castellani, nunca nenhum conseguiu governar todas
as tribos. Com o desgaste e a necessidade de um governo forte, para
administrar a justiça e que formasse um exército para combater inimigos a
figura de um rei foi ganhando corpo.
Surge então a figura de Saul, o qual nunca foi um estadista, mas sim um
valoroso rei guerreiro. A Bíblia fala bastante das batalhas e guerras que Saul
venceu. O principal inimigo durante o reinado de Saul foram os Filisteus.
Quem sucedeu a Saul foi Davi. Davi não foi somente um rei guerreiro, deixou
como legado de estadista um conjunto de construções e Deus incumbiu-lhe de
iniciar os preparativos para a construção do Templo de Jerusalém.
Quando Davi apresenta Salomão ao povo como seu sucessor, entrega-lhe as
plantas para a construção do Templo e recita a seguinte oração.
Graças te dou, porque das tuas mãos recebemos e às tuas mãos
devolvemos,
Tua senhor é a riqueza, poder, honra, glória, vitória e a majestade;
Porque teu, é tudo o que há no céu e na terra
Tu dominas sobre todos, nas tuas mãos estão força e poder;
Contigo estão o engrandecer e a tudo dar vida;
na tua destra a dignidade, consolo e encorajamento que todo ser
humano carece.

Salomão, sucedeu ao seu pai Davi, e reinou sobre Israel entre os anos de 970
a 931 A.C.

2.4 O TEMPO DE SALOMÃO

O templo tinha 31 metros de comprimento x 10,6 m de largura x 15,54 m de


altura. O Pórtico media 10,36 metros largura x 10,36 altura x 5,18 metros de
profundidade. O Santo dos Santos era um cubo perfeito de aproximadamente
10,36 metros cúbicos (segundo o côvado primitivo de 51,8 cm para fins
sacros).
Para edificar o templo, Salomão recrutou muitos trabalhadores, inclusive
israelitas, como já foi dito anteriormente, que lavravam as pedras para fundá-lo;
preparavam a madeira e as pedras para se edificar a casa. Em 1 Rs 6: 7 está
escrito: “Edificava-se a casa com pedras já preparadas nas pedreiras (em 1 Rs
5: 15 está escrito: “talhavam pedras nas montanhas”), de maneira que nem
martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro se ouviu na casa
quando a edificavam”. A bíblia não deixa claro o tamanho das pedras usadas
para o templo, mas menciona o tamanho das pedras usadas na construção dos
palácios reais:

Em 1 Rs 7: 9-11 está escrito sobre as pedras usadas na construção da casa do


bosque do Líbano, a casa do rei, o palácio para a filha de Faraó com quem
Salomão havia casado, e todos os palácios reais: “Todas estas construções
eram de pedras de valor, cortadas à medida, serradas para o lado de dentro e
para o de fora; e isto desde o fundamento até às beiras do teto, e por fora até
ao átrio maior. O fundamento era de pedras de valor, pedras grandes; pedras
de dez côvados e pedras de oito côvados [4 1⁄2 metros e outras 3,60 m]; por
cima delas, pedras de valor, cortadas segundo as medidas, e cedros”

As partes que constituíram o templo eram uma estrutura retangular que tinham
uma varanda e um vestíbulo, depois havia a nave que ficava virada para o
leste; para além, ficava o “debir”, ou, o local mais sagrado. Duas colunas
chamadas Jaquim e Boaz, feitas de bronze ficavam em cada lado da entrada.
As paredes internas eram revestidas com cedro do Líbano, e sobre esse
revestimento havia outro de ouro. O local mais sagrado era revestido de ouro
puro. O lugar mais santo continha a Arca da Aliança e os Querubins, cujas
asas cobriam arca. Esses anjos eram muito grandes e suas asas iam de uma
parede a outra. Uma porta de madeira de oliveira, revestida de ouro separava o
local mais sagrado da nave, e outra porta semelhante separava a nave da
varanda. A nave continha um altar dourado e um de bronze. O altar de incenso
ficava em frente do local sagrado, centralizado entre as paredes. E havia a
mesa de ouro do pão da proposição no muro do sul, além da lamparina no
muro norte. O próprio Templo era cercado por dois pátios, um interno para os
sacerdotes, e um externo chamado de Grande pátio, onde o povo podia circular
livremente. O pátio interno continha o Altar de Bronze, onde eram oferecidos
sacrifícios; as dez bacias de bronze e dez suportes especiais, cinco de cada
lado; e o grande mar de bronze que eram utilizados apenas pelos sacerdotes.

2.5 O FILHO DA VIÚVA


Está descrito na Bíblia, (2 Crônicas 2:13-14) que Salomão, pretendendo levar
adiante a idéia de Davi, seu pai, de construir um Templo em louvor ao nome do
Senhor, solicitou auxílio de Hiram, rei de Tiro. Além da ajuda material (madeira
de cedro, cipreste e pinho do Líbano) Salomão pediu, também, que lhe fosse
enviado um “homem sábio”, que provavelmente ele já sabia quem seria, para
comandar a construção.

O Rei Hiram enviou-lhe um “comunicado”, enaltecendo a sabedoria e a


inteligência, do seu indicado, um seu homônimo, que era Hiram Abiff, filho de
uma viúva.

Ainda se lê em (2 Crônicas 2:13-14), que neste mesmo “comunicado” o rei


Hiram faz uma descrição detalhada da capacidade laborativa de Hiram:

“Trata-se de um homem que sabe trabalhar em ouro, em prata, bronze e ferro,


pedra, madeira, púrpura, jacinto, linho, escarlate, laura, todo gênero de
escultura e é capaz de inventar, engenhosamente, tudo o que seja necessário
para qualquer trabalho e trabalhará com os teus artistas e com os artistas do
teu Pai”.

Hiram Abiff é designado como chefe supremo dos obreiros para a construção
do templo. Estes obreiros tinham diversos graus de capacidade e diferentes
talentos individuais. Considerando as características dos obreiros e o elevado
número alocados para a construção, cerca de 180 mil, era, necessário dividi-
los segundo as suas capacidades para poder aproveitar melhor o trabalho de
cada um.

Hiram, como sábio, justo, dividiu-os em três categorias: Aprendizes,


Companheiros e Mestres. Hiram deu a cada um a maneira de se fazer
conhecido como tal, por meio de sinais, toques e palavras.
Hiram construiu e ergueu no Templo duas grandes colunas ocas de bronze,
Determinou que os Aprendizes recebessem o seu salário na primeira coluna,
os Companheiros, na segunda e os Mestres na “câmara do meio”.

Cada classe de obreiro, para poder receber o seu salário, fazia-se conhecer
pelo esforço e trabalho que tinha dedicado à Obra.

O trabalho foi dirigido e executado com sabedoria, segundo as instruções


recebidas. E a obra progrediu rapidamente.

3.0 Conclusão

O significado da lenda

O Templo de Salomão é uma ideia que se presta ao desenvolvimento de várias


ideias. Como simulação do cosmo, construí-lo significa construir o próprio
universo, missão que cabe ao Maçom. Por outro lado, edificar uma obra dessa
magnitude, assemelha-se à construção do próprio individuo, pois, o homem,
como bem ensinou Jesus, é o templo vivo de Deus. Assim, da mesma forma
que no passado se construíam igrejas em louvor a Deus, hoje também em
homenagem ao Supremo Arquiteto do Universo, “cava-se masmorras ao
vicio e ergue-se templos à virtude”.

Mas, uma lição deve presente na mente de todo o Maçom: não basta ter
sabedoria para construir obras de grande engenho; é preciso que essa obra
tenha um espírito, pois é nele que repousa a justificativa da construção e a
grandeza do seu construtor.

A razão da lenda

Pelo relato bíblico percebe-se a razão da escolha do Templo de Salomão para


servir de alegoria para o desenvolvimento do conceito maçônico. O Templo é
uma construção que une o sagrado ao profano, que reabilita o homem frente a
Deus; ao mesmo tempo, ressalta o valor do trabalho, da organização e da
hierarquia.

A Maçonaria tem como projeto a construção do novo homem. Este novo


homem seria um Hiram, pedreiro moral, construtor do novo Templo de
Salomão, modelo da sociedade ideal desejada pelo Sublime Arquiteto do
Universo.
Referências Bibliográficas:

ALVES, José Ronaldo Viega. O Templo de Salomão e Estudos


Afins -ED. MAÇÔNICA “A TROLHA“ 2016.
Bíblia Sagrada Ave Maria Edição de Estudos. Livro do êxodo -
2ª edição ED. “ Ave Maria”.

Bíblia Sagrada Ave Maria Edição de Estudos. Livro de Juízes -


2ª edição ED. “ Ave Maria”.

Bíblia Sagrada Ave Maria Edição de Estudos. Livro de Reis - 2ª


edição ED. “ Ave Maria”.

- https://www.freemason.pt/a-lenda-de-hiram-abiff/
Acessado em 27/04/2022
-https://www.revistaconsciencia.com.br/downloads/revistaconsciencia.pdf

Acessado em 27/04/2022

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