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Augusta, Respeitável, Benfeitora, Loja Simbólica.

FLOR DA ACÁCIA N˚ 2.025

O TEMPLO DE SALOMÃO.

Ir Antônio Carlos da Maia


ApM - CIM: 332286

Março/2024.
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Eis que lhes apresento, meus estimados irmãos, minha terceira peça de arquitetura,
trazendo-lhes o conhecimento obtido pela pesquisa realizada sobre o tema, o
Templo de Salomão.

Introdução

Segundo consta em pesquisas, “Templo” significa.

“A palavra latina “templum” equivale ao hebraico “Beth Elohim” e significa


habitação de Deus; sendo assim, é literalmente a casa do Senhor. Essas estruturas
foram edificadas em diversas épocas, tanto por adoradores de ídolos quanto por
seguidores do Deus verdadeiro e vivo”

Rei Salomão,

“Salomão foi o filho que Davi teve com Bate-Seba. Os registros da sua história
constam no 1º livro de Reis (cap. 1 a 11) e nos dois livros de Crônicas. Foi o
autor do Livro de Provérbios, de Eclesiastes, do Cântico dos Cânticos e alguns
salmos (72 e 127)”.

Então iremos adentrar ao tema ora pretendido,


De acordo com a bíblia hebraica, (referência genérica para descrever livros
da Bíblia escritos originalmente em hebraico antigo, e aramaico), o Templo de
Salomão, também conhecido como Primeiro Templo, foi o Templo Sagrado na
antiga Jerusalém, antes da sua destruição por Nabucodonosor II, após o cerco de
Jerusalém de 587 a.C. e sua posterior substituição pelo Segundo Templo no século VI
a.C.
A Bíblia hebraica afirma que, o templo foi construído sob o reinado de Salomão, rei
do Reino Unido de Israel e Judá, e que, durante o Reino de Judá, o templo foi
dedicado a Javé, (Jeová), e cujo interior habitava a Arca da Aliança, ou a Arca do
testemunho, a relíquia mais sagrada dos israelitas, citada na bíblia como um baú de
madeira, coberto de ouro, com um tampo chamado de propiciatório, a arca foi
utilizada pelos Hebreus até seu então desaparecimento, que de acordo com
historiadores ocorreu na conquista de Jerusalém por Nabucodonosor II.
Já o historiador judeu Josefo diz que "o templo foi queimado 470 anos, 6 meses e 10
dias depois de ter sido construído", embora fontes rabínicas, afirmem que, o Primeiro
Templo ficou de pé por 410 anos, com base nas escrituras, “Seder Olam Rabá” , que
do Hebraico significa “Longa Ordem do Mundo”, Trata-se de uma crônica escrita em
hebraico por volta do ano 160 D.C. majoritariamente pelo rabino Yose ben Halafta, e
por discípulos de sua escola, cujo propósito foi datar eventos bíblicos de Adão até o
período persa, a construção do local em 832 a.C. e sua destruição foi 422 a.C., sendo
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assim de 410 anos, mas existe a incógnita, pois, devido as sensíveis causas religiosas,
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e a política inconsistente e instável em Jerusalém, apenas pesquisas arqueológicas
limitadas, foram feitas sobre o monte do templo.

Templo de Salomão e a Maçonaria:

De acordo com a escrita de, Michael Winetzki, as referencias mais antigas, do templo
de Salomão, nas escritas da Ordem Maçônicas, são referências do Manuscrito
Cooke, datada do ano de 1410 e 1420; “O Manuscrito de Matthew Cooke” é o
segundo documento mais antigo das Old Charges, ou “Constituições Góticas da
Maçonaria”, e o mais antigo a ser escrito em prosa. Contém algumas repetições, mas
comparados a outros manuscritos, há também muito material novo, muito do qual é
repetido em outras constituições”.
Esta Old Charger ou cobrança antiga, apesar de datada do século XV, e uma
coleção de textos que relatam, de tradições orais mais antigas, cultivadas pelos
maçons operativos ingleses, o que nos remete, que a tradição de utilizar a construção
do templo hebraico como alegoria iniciática já era bem mais antiga, apesar que há
quem defenda, que, esta tradição é oriunda da constituição que o rei saxão
Athelstan, no século X, outorgara aos pedreiros livres da Inglaterra, já o Manuscrito
Cooke em sua primeira parte, aconselho aos irmãos que não conhecem ler,
que a arte da Maçonaria foi adquirida pelos israelitas quando eles povoaram o Egito.
Depois, quando chegaram na Palestina, foi desenvolvida de acordo com as
tradições hebraicas, chegando à arte iniciática, nos mesmos moldes ajustados pelos
egípcios.
Com o passar do tempo, adaptou-se a mística da religião de Israel, no sentido de
que se procurava refletir na arte de construir o modelo ideal do universo, segundo
inferiam os sacerdotes hebreus, que Deus fazia em relação ao mundo.
De acordo com manuscrito Cooke, foi o rei Davi quem iniciou a construção do templo
de Jerusalém e Salomão deu-lhe continuidade e o terminou, tendo em vista que, o
costume de identificar as origens da Maçonaria e os canteiros de obras da
construção do Templo de Salomão, não era privativo dos maçons ingleses.
As guildas dos pedreiros franceses e alemães, também fizeram largo uso desta
tradição, visivelmente as informações contidas no Manuscrito Cooke não foram
inspiradas nos escritos bíblicos, não mencionam – se, ali determinadas informações
com este sentido, nem nos trabalhos de Flávio Josefo ou Yosef ben Mattityahu que
após tornar- se um cidadão Romano, passou a chamar, Tito Flávio Josefo, sendo este
um historiador e apologista judaico-romano, descendente de uma linhagem de
importantes sacerdotes e reis, que registrou in loco a destruição de Jerusalém, em 70
d.C., pelas tropas do imperador romano Vespasiano, comandadas por seu filho Tito,
futuro imperador, encontra-se, qualquer alusão ao fato de ter sido o rei Davi e não
Salomão o inaugurador das tradições maçônicas.
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É possível que este equívoco se tenha originado no fato da Bíblia atribuir a Davi a
intenção de construir um templo para Jeová, embora jamais o tenha levado o feito.
Ao que parece, os maçons operativos não se importavam muito com a exatidão
histórica, pois as primazias de Davi sobre as obras de construção do templo
aparecem também em outras Velhas Regras, o que nos leva a crer que tal
informação era tida como verdadeira.
Praticamente, todas as tradições maçônicas referentes ao Templo de Salomão já
constavam das Velhas Regras (Old Charges), Na sua maioria, estes antigos
manuscritos procuram justificar a origem salomônica da Arte Real.
Acreditando que os maçons operativos, poderiam ligar a construção do Templo de
Jerusalém as origens da Maçonaria, estes documentos só podem ser lidos com a
devida reserva, pois veiculam muitas informações contraditórias, e na maioria dos
casos, fantasiosas e de difícil comprovação.
Alguns Manuscrito como o Dunfries n° 3, datado de cerca de 1650, brilha que o
Templo de Salomão fora planejado, a partir das instruções que Deus dera a Moisés,
para a construção do Tabernáculo, e que este foi construído a partir de medidas
modulares do cosmo, motivo este, a conhecida tradição maçônica de considerar os
seus templos como reprodução do universo.

O SIGNIFICADO DA LENDA
O Templo de Salomão, no entanto, é um símbolo representativo, útil ao
desenvolvimento de várias ideias, Como simulacro do cosmo, construí-lo significa
construir o próprio universo, missão que cabe ao Maçom, como pedreiro operativo
(homens que realmente exerciam a profissão) e especulativo (eram homens livres,
com uma nova mentalidade social que começaram a ocupar o espaço vago
deixado pelos maçons operativos), Por outro lado, edificar uma obra dessa
magnitude, com todo o significado que ela encerra, assemelha-se à construção do
próprio individuo, pois, o homem, como bem ensinou Jesus, é o templo vivo de Deus.
Assim, da mesma forma que os maçons operativos construíam igrejas em louvor a
Deus, os maçons especulativos constroem os templos sagrados do carácter humano,
também em homenagem ao Grande Arquiteto do Universo, sob cujos auspícios se
reúnem em Lojas para “cavar masmorras ao vicio e erguer templos à virtude”.
O simbolismo desta parábola é bastante claro para quem tem olhos para ver e
ouvidos para ouvir.
Esta sabedoria, segundo a tradição maçônica, foi ensinada anteriormente ao próprio
Rei Salomão para que ele, através da arte da arquitetura e do comportamento digno
de um rei, as semeasse a humanidade de uma forma incontestável, mas,
percebemos que Salomão falhou neste intento e, em decorrência, o Reino de Israel,
organizado por Deus para ser o protótipo do estado perfeito sobre a terra,
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desmoronou, e esta meus irmão é a mais importante lição, que precisa estar presente
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na mente de todos nos Maçom: não basta ter sabedoria para construir obras de
grande engenho; é preciso que essa obra tenha um espírito, pois é nele que repousa
a justificativa da construção e a grandeza do seu construtor.

A RAZÃO DA LENDA:
Pelas escrituras bíblicas, entende-se a razão na escolha do Templo de Salomão para
servir de símbolo ao desenvolvimento do catecismo maçônico. A sagrada escritura,
ou bíblia sagrada, é a obra que une o sagrado ao profano, que reabilita o homem
frente a Deus; ao mesmo tempo, ressalta o valor do trabalho, da organização e da
hierarquia. Sendo na organização dos trabalhadores, na estruturação das profissões,
nas próprias tarefas dos obreiros envolvidos na construção, pedreiros, talhadores,
fundidores, carpinteiros, espelha-se também o conteúdo iniciático da Arte Real,
nenhuma outra alegoria conviria melhor a uma sociedade iniciática, cujo objetivo
era o desenvolvimento de uma filosofia moral e ética destinada a construção do
Homem Universal, alicerce de uma sociedade livre, justa, perfeita e feliz, reflexo da
realidade divina na terra, é uma comunidade assim que se pretende, pergunto não
seria este também, o sonho de Moisés ao organizar o povo de Israel.
Afinal, todas as esperanças de humanidade sempre tendem para esse sonho: um
regresso ao velho estado de ordem, justiça, perfeição e harmonia, que talvez um dia
existiu no universo, e que permanece na memória celular da humanidade como um
padrão a se resgatar, estado este que se perdeu na história das civilizações, que em
consequência do orgulho, o homem, ao adquirir o conhecimento do bem e do mal,
pensou poder mais que Deus, entretanto, refugiou-se no inconsciente humano,
reprimida pelos apelos a racionalidade e as necessidades da vida profana.
Em busca a recuperá-lo, se faz preciso construir sociedade, como já se fizera, e
continuou a ser feito em exemplo o Templo de Salomão, o qual foi destruído e
reconstruído várias vezes, porem necessita - se, construir um homem novo,
regenerado, purgado dos seus vícios, morto para a vida profana, na melhor tradição
iniciática, e regenerado para uma nova vida pessoal e social, baseada numa nova
ética e numa nova moral, fundamentadas num humanismo espiritualista que
atendesse tanto a razão prática, quanto a sensibilidade mística do homem religioso.
Quando o antigo edifício é derrubado, sobre os seus alicerces se constrói o novo,
este deveria ser o fundamento para o desenvolvimento da figura maçónica, A
Maçonaria tem como projeto a construção do novo homem, este novo homem seria
um, pedreiro moral, construtor do novo Templo de Salomão, modelo da sociedade
ideal desejada pelo Sublime Arquiteto do Universo.
Para isso, porem, como a própria tradição iniciática sustentava, e a doutrina cristã
confirmava, era preciso que o mestre morresse, para que os seus seguidores nele
renascessem como iniciados.
Desta simbologia, que incorpora todas as antigas tradições, desde o mito de Osíris o
rei do mundo dos mortos, até o sacrifício de Jesus Cristo o filho de Deus.
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BIBLIOGRAFIA

1. Bíblia sagrada, “tradução dos originais grego, hebraico e aramaico mediante a versão dos
Monges Beneditinos de Maredsous (Bélgica)”, editora AVE-MARIA, EDIÇÃO 214.
2. https://www.freemason.pt/tag/manuscrito-de-cooke/
3. https://embassies.gov.il/brasilia/AboutIsrael/history/Pages/HISTORIA-Tempos-
biblicos.aspx. Embaixada de Israel historia tempos bíblicos.
4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_de_Salom%C3%A3o
5. Raymundo Délia Júnior, Maçonaria 100 instruções de aprendiz Editora Madras.
6. https://www.michaelwinetzki.com.br/2021/07/o-templo-de-salomao-origem-da-
lenda.html
7. A CHAVE DE HIRAM, FARAÓS, FRANCO-MAÇONS E A DESCOBERTA DOS MANUSCRITOS
SECRETOS DE JESUS; CHRISTOPHER KNIGHT & ROBERT LOMAS; EDITORA LANDMARK; SP – Brasil.

Oriente de Itajaí, SC, 11 de março de 2024.

Ir Antônio Carlos da Maia


ApM - CIM: 332286

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