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A Arca da Aliança.

Nós maçons ao longo da nossa caminhada, muito ouvimos falar da arca da aliança,
sobre tudo quando estudamos o Templo de Salomão, no qual ele construiu uma
dependência para guardá-la, já que nessa ocasião ela era considerada uma relíquia
sagrada construída a trezentos anos antes, portanto por volta de três mil e
quatrocentos dias dos nossos dias.

Como todos sabem ela foi queimada a madeira e fundido o ouro por ocasião da
invasão do império babilônico durante a dinastia donossor, tanto que foram
profanados todas as relíquias religiosas guardadas desde os tempos de Salomão e
ainda levado o povo como prisioneiro para a babilônia, onde ficaram por setenta
anos e quando este império foi dominado pela Pércia no reinado de Dario I, que
por sua vez mandou reconstruir o Templo sob o comando de zorobabel, palavra
esta que quer dizer, nascido na babilônia, já que ele era neto do último rei de Israel
e o primeiro depois da libertação.

Estava fugindo do assunto arca da aliança, mas agora tomando o eixo da conversa.

A Arca da Aliança ou Arca do Pacto, é descrita pela Bíblia como a caixa em que as
tábuas dos Dez Mandamentos teriam sido guardadas, e o veículo de comunicação
entre Deus e seu povo escolhido, portanto os judeus.

A Arca é a primeira construção mencionada no livro Êxodo e a sua confecção foi


orientada por Moisés, que por sua vez recebera instruções divinas, segundo a
bíblia, é claro, e nela está escrito assim, portanto eu vou lê-la para que notem que
não acrescentei nada e não omiti nada.

“Farão uma Arca de madeira de acácia; seu comprimento será de 2 côvados e meio (111
cm) e um côvado e meio de largura (66,6 cm) e sua altura 1 côvado e meio (66,6 cm). Tu a
recobrirás de ouro puro por dentro, e o farás por fora, em vota dela uma bordadura de
ouro. Fundirás para a arca quatro argolas de ouro, que porás nos seus quatro pés, duas de
um lado e duas do outro. Farás 2 varais de madeira de acácia, revestidos de ouro, que
passarás nas argolas fixadas dos lados da arca para se poder transportá-la. Uma vez
passados os varais nas argolas, delas não serão mais removidos. Porás na arca o
testemunho que eu te der. Farás também uma tampa de ouro puro, cujo comprimento será
de dois côvados e meio e a largura de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; e
os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e o outro de
outro, fixado de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão estes
querubins as asas estendidas para o alto e protegerão com elas a tampa, sobre o qual terão
a face inclinada. Colocarás a tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que
eu te der. Ali virei ter contigo. E é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão
sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (Êxodo
cap 25 versículo 10-22).
Segundo o relato do verso 22 de Êxodo, Deus se fazia presente no propicitório
( parte superior da tampa) no meio dos dois querubins em uma presença
misteriosa que os judeus chamavam Shekinah ou presença de Deus.
Portanto levando em consideração o tamanho da arca e todas as decorações, só
em ouro ela deveria ter por volta de 50 kg, daí ter sido queimada para que os
babilônios furtarem o outro nela incrustado.

Dentro da Arca estavam os três objetos que eram testemunhos da relação de Deus
com seu povo: as tábuas com os Dez Mandamentos, símbolos da Direção
Permanente de Deus, um pote de Maná (alimento produzido milagrosamente,
sendo fornecido por Deus aos hebreus), Um tempo atrás, talvez as umas duzentos
áudios atrás eu falei de como se produziu o maná que era uma metáfora do
Alimento Permanente paro sustento, vindo do deserto e o cajado de Arão o Irmão
de Moises e primeiro sacerdote dos hebreus que segundo a bíblia ele floresceu,
como prova de sua indicação como Sumo-Sacerdote e sinal de seu Apoio
Permanente.

A Arca fazia parte do conjunto do Tabernáculo e ficaria repousada sobre um altar


também de madeira recoberto de ouro, com uma coroa de ouro ao seu redor.
Como os hebreus ainda vagavam pelo deserto no momento da construção da arca,
esta precisava, por isto a provisão dos varais que era o meio pelo qual ela era
transportada a braços.

Somente os sacerdotes levitas poderiam transportá-la ou tocá-la. Apenas o Sumo-


Sacerdote uma vez por ano, no dia da expiação, quando a Luz de Shekinah se
manifestava, entrava no santíssimo do templo. Estando ele em pecado morria
instantaneamente.

O desaparecimento da Arca da Aliança, segundo a narrativa bíblica se deu após


várias pilhagens do Templo de Jerusalém ( Templo de Salomão), quando o mesmo
foi completamente destruído pelo Rei da Babilônia Nabucodonosor II em 587 a.C. É
possível que os soldados de Nabucodonosor II tenham retirado todos os objetos
de valor, inclusive a Arca antes de atearem fogo ao Templo. Segundo alguns
historiadores ela pode ter sido destruída para se obter ouro ou levada como troféu.
A Babilônia também foi conquistada por vários povos como Persas, Macedônios e
tantos outros povos e seus tesouros e possivelmente a arca podem ter tido
incontáveis destinos. Também é possível que a mesma tenha sido retirada do
Templo antes e ter sido escondida em lugar seguro, tendo em vista sua importância
para o povo de Israel.

Para católicos e judeus que se utilizam da Septuaginta, que é a bíblia mais antiga,
portanto antes da vulgata que usamos hoje ou Escrituras Sagradas na versão grega,
o desaparecimento da Arca é narrado no livro de II Macabeus. Nessa situação o
profeta Jeremias haveria mandado que levassem a Arca até o Monte Nebo em
Canaã para ali a esconder em uma caverna. Onde mandou guardar a Arca, o
tabernáculo e o altar dos perfumes. Após guardados “Este lugar (disse Jeremias)
ficará desconhecido, até que Deus reúna seu povo e o use com ele de misericórdia.
Então revelará o Senhor o que ele encerra e aparecerá a glória do Senhor como
uma densa nuvem, semelhante à que apareceu a Moisés e quando Salomão rezou
para que o templo recebesse uma consagração magnífica”.

Muitos etíopes acreditam que a Arca esteja na cidade de Aksum ao norte do país, e
alguns estudiosos acreditam ser verossímil. Os padres de Aksum acreditam, que a
relíquia esteja guardada em uma capela ao lado da igreja de Santa Maria do Zion,
nesta cidade, oculta dos olhos profanos, sendo que somente um sacerdote-
Guardião da Arca tem acesso ao local. Isto é deveras contraditório, não há provas
concretas deste fato, porém é assim que está escrito.

A hipótese da arca estar na Etiópia tem origem no texto de Kebra Negast ou Livro
da Glória do Reis, que trata das dinastias do reis etíopes nos tempos remotos, antes
de Cristo. Nestas crônicas consta que todos os reis etíopes antigos e até os tempos
contemporâneos foram descendentes do judeu e do bíblico Salomão, segundo as
crônicas, a Rainha de Sabá (Makeda) teria tido um filho com Salomão, Menelik I, e
que Salomão teria confiado a ele a Arca e a guardado na cidade de Akusm, então
capital da Etiópia.

A Arca da Aliança tem sido um dos tesouros arqueológicos mais cobiçados pela
humanidade e continuará, pois é o objeto, que em lenda ou história, mais se
aproximou do criador.

Este é um assunto apaixonante que mistura história, misticismos, filosofia e


religiosidade, portanto, infinito.

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