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A Justiça

Divina
A Preparação do Povo de
Deus para os Últimos Dias
no Livro de Ezequiel

Comentarista: Esequias Soares


TEXTO ÁUREO
”E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo,
Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra
está cheia da sua glória.” (Is 6.3)
VERDADE PRÁTICA
O ultraje à santidade divina traz destruição
espiritual. A santidade de Deus é a expressão
máxima de sua glória.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ezequiel 43.1-9
Introducão
Depois das visões e dos diversos
discursos contra o Templo e contra a
cidade de Jerusalém em Ezequiel, os
oráculos divinos substituem ameaças e
castigos por bênçãos futuras. Estudamos,
na lição passada, a restauração espiritual
de Israel, que o profeta anunciou para um
futuro distante. Veremos, a partir de
agora, o epílogo da revelação de Ezequiel.
É longo e ocupa os capítulos 40-48, mas
o registro da volta da glória de Deus
aparece depois da descrição do Templo,
sendo parte das promessas divinas de
restauração.
I – SOBRE O QUE
VEM DEPOIS DA
RESTAURAÇÃO
01

A porta oriental
do Templo (v.1).
Essa parte da revelação de Ezequiel segue o mesmo padrão da
sua experiência no início de sua vocação que ocupa todo o
capítulo 1.
A linguagem é a mesma da visão do capítulo 8, quando o profeta
foi levado em espírito para Jerusalém e para o Templo.
Nos capítulos 9 a 11 de Ezequiel, encontramos a presença do Senhor saindo do
templo. Isso simbolizava o que estava prestes a acontecer com o povo quando
sua proteção foi removida e eles foram levados para o exílio.
Aqui, o oposto está acontecendo. Sua presença está voltando.
O que Ezequiel descreve conecta ainda mais a glória de Javé das visões
anteriores ao Filho de Deus.
Os capítulos 40 a 42 descrevem o complexo do Templo com suas
áreas, espaços e dimensões, mas só no capítulo 43.1-12 que a
glória de Deus aparece.
Na descrição do Templo, Ezequiel é levado “à porta que olhava
para o caminho do oriente” (Ez 40.6).
Quando se refere ao retorno da glória de Deus, o profeta volta a
falar dessa mesma porta (v.1).
A intenção do Espírito Santo é fazer o destinatário original desses
oráculos lembrar que quando a glória de Deus se afastou da Casa
de Deus foi em direção ao oriente (Ez 10.19; 11.23) e que o seu
retorno será pelo mesmo caminho.
O capítulo 43 descreve o retorno da glória de Deus à Sua casa (versículos 1-5), o
pronunciamento de Deus a Ezequiel e Israel (versículos 6-12) e as medidas e
dedicação do altar (versículos 13-27).
Ezequiel testemunhou uma visão do retorno de Deus por meio da porta oriental para
habitar entre Seu povo. Essa era a mesma direção da qual Ele havia partido de
Jerusalém (ver Ezequiel 11:22-23).
O Portão Oriental é um dos oito portões construídos nas muralhas que cercam o
Monte do Templo em Jerusalém. O Portão Oriental fornece a única entrada do
Oriente, e está de frente para o Monte das Oliveiras.
O Portão Oriental é um portão importante do Monte do Templo, pois era onde o bode
expiatório que era escolhido pelo Sumo Sacerdote em frente ao Templo, era
conduzido através do Pátio das Mulheres, descendo uma escada para e através do
Portão Susã ou porta dourada e para o Vale de Cedron. De lá, era conduzido sobre o
Monte das Oliveiras para o deserto da Judéia.
Foi por essa entrada que Jesus entrou em Jerusalém pelo Monte das Oliveiras em
Mateus 21, Ele usou um portão no mesmo local que o atual Portão Oriental ou Porta
Dourada.
O Portão Oriental foi destruído durante a conquista romana de Jerusalém e a
subsequente destruição do Templo em 70 d.C., cumprindo assim a profecia de
Cristo de que "não haverá" deixai-vos aqui uma pedra sobre a outra, que não será
atirada" Mateus 24:2 (KJV).
Antes disso, o Portão Oriental nunca havia sido selado.
Em algum momento do século VI ou VII, os bizantinos reconstruíram o Portão
Oriental. O ano exato em que o fizeram continua a ser uma questão de debate. No
entanto, para os nossos propósitos, o que aconteceu depois que ele foi reconstruído
é de importância muito maior.
Mais tarde, durante o período cruzado, os muçulmanos selaram o portão,
ostensivamente por razões de segurança. No ano de 1541, o sultão otomano
Solimão I conhecido como Solimão, o Magnífico selou o Portão Oriental. Os
historiadores discordam sobre por que ele fez isso, mas as lendas abundam isso,
aprendendo sobre as profecias que predisseram a entrada do Messias através o
Portão Oriental, Solimão tentou o seu melhor para se certificar de que isso não
aconteceria durante seu reinado. E apenas no caso de uma entrada selada não
frustrar a do Messias Chegando, os muçulmanos construíram um cemitério
diretamente em frente ao portão, sendo que um homem santo judeu nunca se
contaminaria andando através de um cemitério muçulmano.
Muitos na comunidade cristã vêem a atual porta selada ligada à profecia de
Ezequiel 44:1-3, que diz:

“Então me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o
oriente, a qual estava fechada.
E disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém
entrará por ela, porque o Senhor, o Deus de Israel entrou por ela; por isso
permanecerá fechada.
Quanto ao príncipe, por ser príncipe, se assentará nela para sempre, para comer o
pão diante do Senhor; pelo caminho do vestíbulo da porta entrará e por esse
mesmo caminho sairá.”

Já se passaram mais de 481 anos desde que Solimão selou o Portão Oriental, e
apesar de inúmeras tentativas bem documentadas de abri-lo, o A porta
permaneceu selada assim como o Senhor proclamou a Ezequiel ao longo de 2.600
anos atrás.
02
Três observações
importantes (v.2).
Observe que a glória de Deus ”vinha do caminho do oriente”.
Quando Ezequiel recebeu a incumbência de anunciar a destruição
do Templo e a queda da cidade de Jerusalém, ele viu o
afastamento da glória de Javé para o Oriente como sinal de sua
retirada do meio do povo. O profeta já tinha visto isso na
revelação inaugural (Ez1.24); “a terra resplandeceu por causa da
sua glória”, isso faz lembrar da visão do profeta Isaías (Is 6.3). A
“voz como de muitas águas” (v.2) é uma expressão metafórica
para indicar o grande poder de Deus (Ap 1.15; 14.2; 19.6). Esse Ser da
visão do profeta, “como semelhança de um homem” (Ez 1.26), é o
Messias pré-encarnado; “vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14) quando
veio ao mundo na plenitude dos tempos (Gl 4.4).
A glória de Deus apareceu como nas visões anteriores de Ezequiel, o que o profeta
viu foi ohomem brilhante e ardente, cercado por um arco-íris, entrando no templo.
Sua voz era "como o som de muitas águas", é uma expressão metafórica, a voz de
Deus é verdadeiramente poderosa, e Sua glória iluminava a terra enquanto Ele
passava por cima dela.
Quando Jesus apareceu em Sua glória ao apóstolo João na ilha de Patmos, Sua voz
era "como o som de muitas águas" (Ap 1:13-16).
A glória que entrava pelo portão leste do templo milenar era uma inversão da
partida da glória do portão leste do primeiro templo.
Jesus retornará de uma maneira que reverta tanto a partida da glória de Jerusalém
quanto a Sua.
Antes de Jesus entrar em Jerusalém na Segunda Vinda, Ele estará no Monte das
Oliveiras, a leste da cidade (Zc 14:4; Atos 1:9–12).
E Jesus disse que Sua vinda será como o relâmpago sai do oriente e se mostra até
ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem (Mt 24:27).
Jesus virá em tal glória que todos os olhos O verão (Ap 1:7).
03

As reminiscências
(v.3).
A comunicação profética e a estrutura dos discursos continuam
na mesma forma da atividade profética de antes, ou seja, o
profeta é levado em espírito. Ezequiel compara essa visão com a
de sua primeira experiência como profeta (Ez 1.1; 8.3).
Estudamos, na lição 4, que a glória de Javé se retirou do Templo
de Jerusalém como sinal da retirada de sua presença do meio do
seu povo. Depois de 14 anos da destruição da Cidade Santa,
Ezequiel foi levado de volta, em visão, para Jerusalém, “No ano
vigésimo quinto do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo
dia do mês” (Ez 40.1), estamos falando de 28 de abril de 573 ou 572
a.C. Essa revelação é escatológica, não é para o contexto histórico
em que vivia o profeta.
Ezequiel faz a conexão entre o que lhe é revelado desta vez em contraste com
a visão que ele teve quando Deus partiu do templo, Ezequiel 11:22-24.
Na primeira visão, Ezequiel observou toda a atividade associada à partida do
Senhor do templo.
Nessa visão, ele observa o brilho da glória do Senhor em Seu retorno ao templo
através dos portões orientais.
Com essa visão, Ezequiel cai de bruços.
O Espírito então levantou Ezequiel e o levou ao pátio interno, mas não ao
templo.
De seu ponto de vista, ele podia ver a glória do Senhor encher o templo, assim
como o Senhor fez com o tabernáculo e o templo de Salomão.
Essa revelação é escatológica, não é para o contexto histórico em que vivia o
profeta, pois traz esperança aos ouvintes da época, mais se cumprirá no
Milênio.
SINOPSE I
A glória do Senhor entra
pelo caminho da porta cuja
face está para o oriente.
II – O TEMPLO
DO MILÊNIO
Há um contraste entre o que o profeta viu quando foi levado em
visão ao Templo de Jerusalém e oque ele vê nessa última visão.
Ezequiel não foi o único profeta a mencionar a referida Casa (Is
2.2-5; Jl 3.18), mas é o único a descrever o complexo do Templo
com abundância de detalhes.
01
1- Um templo
diferente.
Que templo é esse? Não aparecem nele peças e utensílios
próprios do Tabernáculo e do Templo de Salomão. Podemos
enumerar alguns como a Arca da Aliança (2 Co 5.6-8), o altar de
ouro do incenso, o candelabro ou castiçal, a mesa dos pães da
proposição (2 Cr 4.19,20).
Comparado com o que se conhece da Casa de Deus em
Jerusalém e do Tabernáculo, pode-se dizer que é um templo
atípico, ou seja, diferente. Visto que o Tabernáculo e o Templo com
toda a sua estrutura de funcionamento, rituais, peças e
sacerdotes apontavam para Cristo e tudo isso se cumpriu nEle (Hb
9.11,12).
Por essa razão, não haverá necessidade desses rituais no Milênio.
No final da Tribulação, Jesus Cristo retornará à Terra em toda a Sua glória. Ele
estabelecerá Seu Reino e trono em Jerusalém e começará Seu reinado de mil
anos. Um glorioso Templo Milenar será construído, superando em muito os
Templos construídos por Salomão, Zorobabel e Herodes.
A Arca da Aliança (2 Co 5.6-8), o altar de ouro do incenso, o candelabro ou
castiçal, a mesa dos pães da proposição (2 Cr 4.19,20). Não haverá, pois tudo
apontava para Cristo.
Por meio do profeta Ezequiel, o Senhor disse que este Templo será "o lugar do
meu trono e o lugar das solas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos
de Israel para sempre" (Ez. 43:7). O Senhor estará lá.
02
Uma dispensação
diferente.
O último bloco do livro de Ezequiel, capítulos 40-48, foca o Novo Templo
(40.1-43.12); a nova forma de adoração a Deus (43.13- 46.24); e a partilha
da terra santa entre as tribos de Israel (47.1-48.35).
Tudo isso aponta para o Milênio, o reinado de Cristo de mil anos (Ap
20.1-5), anunciado pelos profetas (Ez 37.22, 23; Is 2.2-4; 11.6-8).
Há muitas interpretações sobre o templo de Ezequiel, é extremamente
difícil separar o literal do simbólico.
Sabemos que esse é o Templo do Milênio, mas, como Jesus já foi
sacrificado por nós, seria necessário sacrifício de animais (Jo 1.29; 1 Co
5.7; Hb 7.24-28)?
O incenso representa as nossas orações (Sl 141.2; Ap 8.3). O castiçal
tipifica Cristo como a luz do mundo (Jo 8.12).
A era messiânica será marcada pela presença real e literal de Cristo (Ap
20.1-5).
Deus interage com as pessoas em diferentes momentos da história, referidos
como dispensações.
Esses períodos são marcados nas Escrituras por alguma mudança no método
de Deus de lidar com a humanidade, ou uma parte da humanidade, em
relação às duas questões: do pecado e da responsabilidade do homem. Cada
uma das dispensações pode ser considerada como um novo teste do homem
natural, e cada Dispensação termina em julgamento, marcando seu fracasso
total em cada dispensação.
No Milênio Deus designou este tempo como quando Ele cumprirá Suas
promessas a Israel e seus antepassados e trará bênçãos físicas sobre a Terra.
Depois que a reunião e a remoção da igreja estiverem completas, Deus mais
uma vez reconhecerá o chamado terreno dos judeus como Seu povo
escolhido.
Os princípios milenares serão caracterizados por um retorno ao judaísmo e às
coisas judaicas. Todos os fracassos da dispensação judaica serão
compensados pela graça e poder de Deus em e por meio de Jesus Cristo.
Será um tempo em que Jesus Cristo estará fisicamente presente neste
mundo. Ele terá retornado como Messias, Filho de Davi, Rei de Israel, associado
ao povo judeu e ao trono de Davi.
Será a dispensação final, quando a contagem do tempo terminar o seu curso
e apenas a eternidade permanecer.
O propósito de Deus para este tempo é claro.
Ele reunirá toda a criação (todas as coisas) sob a liderança de Jesus Cristo.
Ele terá glória celestial e terrena, e isso para a glória de Deus.
03

Um ritual diferente.
Sem a Arca da Aliança: ”naqueles dias, diz o SENHOR, nunca mais
se dirá: A arca do concerto do Senhor Nem lhes virá ao coração,
nem dela se lembrarão, nem a visitarão; isso não se fará mais” (Jr
3.16). Ela não aparece no templo de Ezequiel e nem mesmo no
templo de Zorobabel.
Ela aparece pela última vez na Bíblia no reinado de Josias (2 Cr
35.3). Depois disso, a Arca desapareceu completamente da
história da Arca da Aliança era o símbolo da presença de Deus (Êx
25.22; Lv 16.2) e foi confeccionada pelos israelitas por ordem de
Deus durante a peregrinação 110 deserto (Êx 25.10-16; 37.1-9).
“Naqueles dias, quando o vosso número tiver aumentado grandemente na
terra", declara o Senhor, "as pessoas já não dirão: 'A arca da aliança do
SENHOR'. Nunca entrará em suas mentes ou será lembrado; não fará falta,
nem outra será feita.” Jeremias 3:16
O registro do Talmude indica que a arca da aliança nunca esteve no segundo
templo construído após o retorno do cativeiro babilônico.
A Arca da Aliança representava a presença de Deus e Deus estava lhes
dizendo que haveria um dia em que a Arca da Aliança não seria necessária. A
razão para isso é Jesus. Através do sangue de Jesus Cristo, os cristãos podem
entrar na presença de Deus a qualquer momento.
No futuro Reino Milenar, haverá um Templo (Ez. 40:1-43:27), mas não terá uma
arca da aliança dentro dele. Sabemos disso porque Jeremias 3:16 nos diz que
a arca não virá à mente ou será lembrada naquele momento.
O último registro bíblico da arca da aliança é antes da Babilônia conquistar
Jerusalém, e que, juntamente com o fato de que, quando os persas
conquistaram Babilônia, a arca não foi devolvida a Jerusalém com os outros
tesouros do Templo de Salomão (Esdras 1:7-11), nos diz que a arca
provavelmente foi destruída durante o cativeiro babilônico; provavelmente foi
derretido por seu ouro.
A evidência de apoio de que não haverá uma arca da aliança no Templo
Milenar vem da leitura e comparação da construção da Tenda da
Congregação de Moisés e do Templo de Salomão com o Templo Milenar.
A arca da aliança é mencionada em conexão com a Tenda de Moisés e o
Templo de Salomão (1 Reis 8:20-21; 2 Crônicas 5:2-7), mas nenhuma arca é
mencionada no Templo Milenar.
A razão óbvia para Ezequiel não ter nenhuma informação sobre uma arca no
Templo Milenar é o que Jeremias 3:16 diz: uma não será construída para ela.
No Reino Milenar, no entanto, a própria cidade de Jerusalém será chamada
de "O Trono de Javé" (Jr 3:17); Javé reinará de Jerusalém (Isaías 24:23), através
de Seu Filho, nosso Messias, sobre toda a terra (Dn 7:13-14).
04
Como explicar os
sacrifícios no
Milênio?
O ponto mais crucial da visão de Ezequiel é a descrição dos
sacrifícios (Ez 43.18-27) no sistema levítico, visto que o Senhor
Jesus já cumpriu toda a lei, ‘tornando sem efeito a eficácia do
modelo mosaico (Hb 9.10-15; 10.1-4,8). O apóstolo Paulo usa uma
metafórica linguagem do sistema de sacrifícios do Antigo
Testamento para oculto e o serviço cristãos (Rm 12.1,2; 1 Co 9.13,14;
Fp 4.18). Mas existem diversas explicações para os sacrifícios no
Milênio em Ezequiel. Uma delas, e a principal, considera o sacrifício
como literal, como memória do sacrifício de Cristo; assim como a
ceia do Senhor será celebrada ” no Reino de meu Pai” (Mt 26.29);
ou: ”no Reino de Deus” (Mc 14.25).
Por que sacrifícios serão necessários durante o reinado do milênio se Cristo já
está aqui conosco?
Um aspecto da adoração no Milênio são os sacrifícios de animais que serão
reinstituídos no Templo milenar (Isaías 56:6-7; 60:7; Ez. 43:18-27; 45:17-23; Zc
14:16-21).
? Porque restituir os sacrifícios serão necessários quando a morte e
ressurreição de Cristo é o sacrifício final pelo pecado?

Devemos primeiro entender que o sacrifício milenar não é uma restituição da


lei de Moisés no reino messiânico, mas um novo sistema de lei do reino.
A lei de Moisés foi encerrada permanentemente com a morte de Jesus.
Todos os estudiosos concordam que esses sacrifícios não serão oferecidos
para tirar o pecado.
Nenhum sacrifício de animais pode tirar o pecado (Hb. 10:1-2). Somente o
sangue de Cristo pode lavar o pecado.

Então, por que esses sacrifícios milenares são necessários?


Uma explicação melhor é que esses sacrifícios servem como ritual de
purificação. Durante o Milênio, um Deus santo estará habitando na terra no
meio das pessoas em seus corpos glorificados, mas também no meio de
pessoas pecaminosas que vivem em corpos naturais e inglorificados.
Os sacrifícios não serão necessários para os santos ou aqueles da primeira
ressurreição.
Somente aqueles que nunca aceitaram Yeshua antes do Milênio serão
obrigados a participar desses sacrifícios.
Esses sacrifícios impedem que esses adoradores contaminem o santo Templo
de Deus quando vêm adorá-Lo.
É uma questão de purificação ritual. Os sacrifícios durante o Milênio não
substituirão a obra expiatória de Cristo.
No passado os sacrifícios anunciavam que um Cordeiro iria morrer; no futuro
os sacrifícios recordarão que um Cordeiro já morreu e ressuscitou. E eles o
judeus o rejeitaram.
MILENIAL
SINOPSE II
No novo Templo não
haverá a Arca da Aliança,
seus sacrifícios serão um
memorial, pois é uma nova
dispensação.
III – SANTIDADE
E GLÓRIA
01

A glória de Deus
volta ao Templo
(v.5).
O Espírito Santo levou Ezequiel para o átrio interior do Templo,
como havia feito anteriormente (Ez 8.1-3). Vimos isso na lição 4.
Mas, nessa ocasião, a situação do Templo e dos seus adoradores
era de completa apostasia com práticas abomináveis.
Dessa vez, o profeta viu ”que a glória do Senhor encheu o templo”
(v.5). Como aconteceu com Moisés na dedicação do Tabernáculo
a Deus (Êx 40.34,35); e com o rei Salomão na inauguração do
Templo, consagrando-o a Deus (2Cr 7.1,2). O retorno da glória de
Javé significa a volta da presença de Deus no meio do seu povo.
Então Ezequiel foi transportado para o pátio interno, onde observou a glória
do Senhor encher o próprio Templo, assim como havia feito na dedicação do
Templo de Salomão. Ezequiel havia testemunhado a glória de Deus duas
vezes antes (em Ezequiel capítulos 1 e 10-11), e mais uma vez ele ficou tão
oprimido que caiu de bruços em reverência e admiração.

“Pondo o seu limiar ao pé do meu limiar, e o seu umbral junto ao meu


umbral, e havendo uma parede entre mim e eles; e contaminaram o
meu santo nome com as suas abominações que cometiam; por isso eu
os consumi na minha ira.” Ezequiel 43:8

Deus havia dado a Israel leis e ordenanças que deveriam moldar sua
aproximação com o Senhor, e o princípio geral era a santidade. Embora
o povo já tivesse contaminado o santo nome de Deus, suas práticas
pecaminosas do passado não continuariam mais. A habitação de Deus
seria separada de qualquer coisa profana ou impura.
02
A identidade do
guia celestial
(vv.6,7).
Na sua visão, Ezequiel viu no interior do Templo um personagem, diz
o profeta: ”um homem se pôs junto a mim” (v.6). Pelas características,
tudo indica se tratar do ”Anjo do Senhor” que é o próprio Javé, pois
Ele fala em primeira pessoa: ”este é o lugar do meu trono e o lugar
das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel
para sempre; e os da casa de Israel não contaminaram mais o meu
nome santo” (v.7); corno na revelação a Moisés no Sinai, a
manifestação do “anjo do SENHOR”.
Com seu guia ao seu lado, Ezequiel ouviu o Senhor falando do templo. Ele
disse:
"Filho do homem, este é o lugar do Meu trono e o lugar das solas dos Meus pés,
onde habitarei entre os filhos de Israel para sempre" (vv. 6-7).

Antes, Ezequiel tinha visto o Messias pré-encarnado. Agora, Ezequiel tinha visto
o Messias Encarnado vir sentar-se em Seu trono no templo milenar.
O trono estar no templo simboliza os ofícios de sacerdote rei sendo unidos em
uma pessoa (Zc 6:13).
No Milênio, os israelitas confiarão plenamente em Jesus como Senhor e
Salvador, de modo que Ele habitará entre eles para sempre.*
03
Santidade para
sempre (vv.8,9).
Assim como a idolatria foi erradicada definitivamente do meio do
povo de Israel durante o exílio na Babilônia, do mesmo modo todas
as abominações e prostituição desaparecerão do meio do povo.
Será o lugar do trono de Deus e da planta dos seus pés (v.7). A
santidade de Javé, e um dos seus atributos mais solenizados nas
Escrituras (1Sm 2.2), e no milênio nunca mais entrará coisa impura
na cidade santa (Is 52.1). Isso porque “esta é a lei da casa. Sobre o
cume do monte, todo o seu contorno em redor será, santíssimo; eis
que esta é a lei da casa”(Ez 43.12).
As primeiras palavras de Deus, registradas em Ezequiel 43:7, destacam as
diferenças entre Suas leis e as leis das pessoas. As leis de Deus derivam sua
autoridade Dele e enfatizam a moralidade. A declaração "nem eles, nem seus
reis, por sua prostituição, nem pelas carcaças de seus reis em seus lugares altos"
revelou como Deus via os reis de Israel. A palavra "rei(s)" é usada vinte e seis
vezes no Livro de Ezequiel, e em todos, exceto em três casos, há uma conotação
negativa.
Deus não queria que o governo ou os locais de sepultamento de reis ímpios
fossem objetos de veneração, nem que estivessem em qualquer lugar perto de
Seu Templo. Embora não houvesse linha divisória entre judeus e gentios no
Templo de Ezequiel, haveria uma clara linha divisória entre o santo e o profano.
O Senhor disse que os israelitas nunca mais contaminariam Seu santo nome
cometendo idolatria apenas com a parede do templo entre "Eu e eles" (vv. 7–8).
O Senhor prometeu que, se os israelitas parassem de cometer idolatria, então Ele
habitaria entre eles para sempre. Ele então disse a Ezequiel para descrever o
templo aos israelitas.
Se eles se envergonhavam de suas iniquidades, então Ezequiel deveria revelar-lhes
o projeto do templo, seu layout físico e seus regulamentos e leis.
A lei que governa o templo é que toda a área ao redor de onde ele se sentará no
topo da montanha será "santíssima" (vv. 9–12).
A santidade do Santo dos Santos se estenderá muito além da câmara mais
interna.
Tudo dentro e ao redor do templo será santo.
Isso só pode e só acontecerá quando o Rei Jesus estiver reinando sobre Israel.
SINOPSE III
A glória e a santidade
estarão para sempre no
novo Templo.
CONCLUSÃO
O chamado de Ezequiel para o ministério
dos profetas aconteceu pela visão da
glória de Deus. É assim que o livro
começa, cuja visão ocupa todo o capítulo
primeiro. Outra vez ele foi levado em visão
para Jerusalém, quando testemunhou as
abominações no interior do Templo, razão
pela qual a Casa de Deus foi destruída. O
retorno da glória de Deus acontece
depois da restauração espiritual de Israel
no novo Templo, que Deus mostrou a
Ezequiel em visão.

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