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Profeta Ezequiel

ESBOÇO DA LIÇÃO 1
Introdução
1- Contexto histórico
2- A incumbência do profeta Ezequiel
3- Um profeta com vocação visionária

Ezequiel profetizou para os exilados na Babilônia. O


profeta explicou as razões dos severos juízos divinos
contra Judá, mas também transmitiu uma mensagem
de esperança quanto ao futuro deles como nação.
 – CONTEXTO HISTÓRICO

Quando Ezequiel começou a profetizar, ele habitava entre


os cativos na Babilônia, para onde fora levado em 597 a.C.
O cativeiro babilônico de Judá durou aproximadamente
setenta anos (cerca de 605 a 539 a.C.). No quinto ano do
cativeiro do rei Joaquim, veio a Palavra do Senhor a
Ezequiel – cujo nome significa “Deus fortalece” [Ez 1.2-3].
Contemporâneo de Daniel e Jeremias, Ezequiel era filho de
um sacerdote, chamado Buzi, e profetizou por cerca de
vinte e dois anos (593 a 571 a.C.).

1. Longe da terra natal. Ao receber a chamada, o


profeta Ezequiel estava longe da sua terra natal.
Começou a viver em outra cultura, viver sob
pressão, viver com outra alimentação, mas também
passou a sonhar em meio ao cativeiro [Sl 137].
Muitos dos que vivem em terras estranhas gostariam
de voltar à sua terra natal. É um sonho voltar do
exílio, da escravidão, ou sair de uma coisa que nos
prende em um lugar que não sentimos alegria [Sl
126.1-2].
De acordo com John B. Taylor: “Ezequiel era o filho de
Buzi; era um sacerdote, e provavelmente filho de um
sacerdote. Foi levado para o cativeiro em 597 a.C., quando
os exércitos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, tomaram
Jerusalém depois de um breve cerco. (…) Nada se sabe da
sua vida à parte daquilo que é contido no livro que leva seu
nome, nem existe tradição alguma que nos diga onde ou
como morreu. Sabemos que era casado, e que sua esposa
morreu na ocasião da queda de Jerusalém [Ez 24.18]. Era
um homem de influência, sendo consultado pelos anciãos
entre os exilados [Ez 8.1; 20.1]; e embora isto talvez se
deva ao seu ministério profético e à reputação que
rapidamente adquiriu, é igualmente provável que seja
atribuível à sua posição social herdada do seu pai, Buzi.”

1.2. Exigências feitas por Deus ao profeta Ezequiel.

1) A chamada implicava em se pôr de pé, se dispor, sair da


acomodação e da inércia [Ez 2.1];
2) Depois do chamado, é preciso falar em nome do Senhor [Ez
2.4];
3) Depois de assumir a chamada, é preciso falar, quer ouçam,
quer deixem de ouvir [Ez 2.5];
4) Depois de receber a chamada, é preciso se destacar no meio
em que vive, porque o povo tem de saber que ele é profeta [Ez
2.5];
5) Depois de receber a chamada, é preciso se impregnar da
Palavra, dar comida em forma de rolo ao ventre, para depois
oferecer aos outros.

Quem não tem para si mesmo não pode oferecer aos demais [Ez
3.1];
6) Para receber a chamada, não pode temer o povo, nem as
palavras que saem deles [Ez 2.6];
7) Quem recebe a chamada não pode se assustar com sarças,
espinhos e escorpiões [Ez 2.6];
8) Quem recebe a chamada precisa saber que vai enfrentar
conspiração de pessoas que não querem ouvir as verdades de
Deus e serem confrontadas [Ez 2.4-6].

Subsídio do Professor: Segundo Taylor: “As


primeiras palavras que Deus dirige a Ezequiel colocam
apropriadamente o profeta no seu lugar correto diante da
majestade que via na sua visão. A frase “filho do homem”
é um hebraísmo que enfatiza a insignificância ou a
mera humanidade de Ezequiel. “Filho de” indica
“participando da natureza de” e, assim, ao ser combinado
com adam, “homem”, significa nada mais do que “ser
humano”.”

1.3. Deus nunca se esquece dos fiéis. Devido ao


pecado, Deus ordenou e permitiu que Jerusalém fosse
destruída. Os pecados eram: idolatria, apostasia,
mistura com outros povos, falsos pastores e falsos
profetas. Mas ainda havia esperança, Deus prometera
restaurar a terra por amor aos que permanecessem
fiéis a Ele. O Senhor nunca se esquece daqueles que
fielmente procuram lhe obedecer [Jr 33.6-16]

Subsídio do Professor: Antônio Neves de Mesquita


escreveu: “A tarefa fundamental do profeta foi confortar,
alertar e convencer o seu povo, tanto no exílio como na
terra amada, quanto aos planos e propósitos de Deus.
Apesar de todos os pecados da nação, Deus
continuava a ser o Deus da Aliança, coisa que
possivelmente estaria apagada na mente do povo, face
aos sofrimentos do cativeiro. Era Jeová a dizer: “Haja o
que houver, eu continuo a ser o Senhor Deus do povo,
pois não tenho prazer na morte do ímpio (perverso),
mas que ele se converta dos seus caminhos e viva” [Ez
8.22-23].”

Ezequiel

2 – A INCUMBÊNCIA DO PROFETA
EZEQUIEL
A missão do profeta dada por Deus era conscientizar o
povo da razão do cativeiro;

Explicar a queda de Jerusalém;

promover a volta do povo exilado a Deus e construir


esperança concernente à promessa de Deus de restaurar o
Seu povo. O profeta também ressaltava a responsabilidade
pessoal de cada indivíduo perante Deus, em vez de
restringir a culpa aos antepassados e aos seus pecados
como única causa do exílio e julgamento de Deus.

2.1. Deus usa quem Ele quer. 


O Senhor usa os pequenos para confundir os grandes
[1Co 1.27-29]. Deus não vê como vê o homem, porque
o homem vê o que está diante dos olhos; o Senhor,
porém, olha para o coração [1Sm 16.7]. Ele se
responsabiliza em capacitar os que Ele chama. Toda a
nossa capacidade vem de Deus [2Co 3.5]. Portanto,
não devemos nos gloriar de nossos feitos, porque tudo
provém dEle e vai para Ele, porque dEle são todas as
coisas [Rm 11.36].
Subsídio do Professor: Daniel Block comentou: “O
ofício profissional de Ezequiel é especificado em 1.3
(…) É verdade que os capítulos 1-3 descrevem o
chamado de Ezequiel para o ministério profético, e ele
obviamente trabalhou como profeta, no entanto, a
cronologia da visão inaugural e seu chamado no
trigésimo ano [Ez 1.1], quando os sacerdotes eram
empossados no cargo [Nm 4.50], e o selo sacerdotal
marcado no livro, sugerem que vejamos Ezequiel como
um sacerdote profético, mais do que um profeta
sacerdote. Esse livro retrata Ezequiel no serviço aos
exilados, que não tinham acesso ao templo e ao altar,
como pastor e sacerdote profético.”

2.2. Deus usa onde Ele quer. Como anunciado em


Listra, Deus “não se deixou a si mesmo sem
testemunho” [At 14.17]. Assim também ocorreu para
com o povo de Israel ao longo da história bíblica: seja
na Jerusalém cercada pelo exército do rei da Babilônia
[Jr 32.1-2]; seja diante do rei na Babilônia [Dn 1.18-21];
seja no meio dos cativos [Ez 1.1]. Deus é soberano e
levanta pessoas que proclamem Sua mensagem seja
no lugar que for. Bem-aventurados aqueles que estão
atentos à Palavra de Deus e a recebem, pois ela faz a
diferença ao vivenciarmos diferentes momentos na vida
e nos mais diversos ambientes, porque é luz, lâmpada,
referencial, sustento, entre tantas outras qualidades.
3 – UM PROFETA COM VOCAÇÃO
VISIONÁRIA
A experiência visionária era uma marca natural e
reconhecida do profeta Ezequiel. A Palavra de Deus vinha
e se impregnava dentro do seu ser por meio de visões, tão
claras, e vários símbolos, que eram descortinados pela
interpretação dada pelo Senhor [Ez 1.1].

3.1. A visão do rolo de um livro. O rolo que o profeta


recebera continha palavras do Senhor e ele tinha a
responsabilidade de entregá-la. Palavras de lamentação e
tristeza dominaram a mensagem [Ez 2.9-10], porque
julgamentos severos seriam executados contra os que
praticavam a idolatria, o adultério e a apostasia [Ez 3.1-4].
Comer o rolo simbolizava que o profeta Ezequiel precisava
receber primeiro a mensagem de Deus e se comprometer
antes de anunciá-la ao povo. Só quem come o rolo (que é a
própria Palavra de Deus) está preparado para toda boa
obra. Ninguém pode dar aquilo que não tem, nem distribuir
o que não recebeu. Não é sensato nem honesto oferecer
aos outros aquilo que não tem.

Subsídio do Professor: É bom lembrar que a missão de


Ezequiel “era expor a razão do cativeiro, predizer a queda
de Jerusalém, levar o povo exilado de volta a Deus e avivar
a esperança (…) mediante a promessa divina de sua
restauração” (Bíblia de Estudo Pentecostal).

3.2. A visão dos querubins. Os querubins são seres


angelicais associados à manifestação da santidade e da
glória de Deus [Ez 1.4-13; 10.1-4]. Os seres angelicais têm
acesso à presença de Deus e são mencionados na Palavra
como anjos guardadores. Eles guardavam o Jardim do
Éden depois da queda do homem [Gn 3.22-24]. Sobre a
arca da aliança estavam os querubins de ouro [Êx 25.18-
22]. Nessa visão de Ezequiel, os querubins que
apareciam como brasas de fogo ardente anunciavam
aos exilados a glória e a santidade de Deus.
Subsídio do Professor: De acordo com John B. Taylor:
“No Antigo Testamento, os querubins desempenhavam
uma variedade de papéis. (…) Sua primeira
responsabilidade era agir como acompanhante e protetores
de um santuário sagrado, como no caso do Templo de
Salomão e conforme a continuação do seu papel no templo
ideal do futuro, visualizado por Ezequiel [Ez 41.18-20]. A
proteção também era seu papel no Jardim do Éden, onde
brandiam a espada flamejante para impedir o caminho para
a árvore da vida [Gn 3.24]. Sua função, assim como as
duas figuras na tampa da arca no Santo dos Santos,
provavelmente visava incluir adoração e não somente
proteção.”

3.3. A visão de juízo e restauração. Após a visão dos


querubins, segue o registro de Ezequiel tendo a visão do
Templo do Senhor e recebe a revelação acerca do juízo
divino, cuidado de Deus com os cativos e uma mensagem
de restauração [Ez 11.1, 8-9, 16, 17-25]. Esta mensagem
também está presente no ministério profético de Jeremias,
contemporâneo de Ezequiel: a manifestação do juízo divino
não significa que Deus deixou de amar o Seu povo [Jr 23-
24].

Subsídio do Professor: Antônio Neves de Mesquita


comenta sobre Ezequiel 11.17-20: “A promessa de dar-lhes
um coração novo. E, com este novo coração, está nova
mente, jogarão todos os seus ídolos no mato. É a mesma
promessa feita por Jeremias e Isaías, a promessa de uma
renovação mental e espiritual, que só se torna efetiva
depois da morte de Cristo (…) Já se vê, pois, que uma
regeneração pura e simples é o que Deus exige aqui, como
tem todas as Escrituras. Sem isso, tudo seria religião vã e
inútil”.
A fidelidade de Deus não deixa o juízo acontecer sem
dar primeiro uma oportunidade de arrependimento ao
Seu povo.

Lição 2 capitulo 3
1-TEXTOS DE REFERÊNCIA
EZEQUIEL 3
10. Disse-me mais: Filho do homem, mete no teu
coração todas as minhas palavras que te hei de
dizer e ouve-as com os teus ouvidos.
11. Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu
povo, e lhes falarás, e lhes dirás: Assim diz o
Senhor Jeová; quer ouçam quer deixem de ouvir.
12. Então o Espírito me levantou e me levou; e eu
me fui mui triste, no ardor do meu espírito; mas a
mão do Senhor era forte sobre mim.
13. E vim aos do cativeiro, a Tel-Abibe, que
moravam junto ao rio Quebar, e eu morava onde
eles moravam; e fiquei ali sete dias, pasmado no
meio deles.
UM PROFETA NO EXILIO

Ezequiel foi levado para a Babilônia por


Nabucodonosor e chamado por Deus para ser
profeta entre os cativos. Mas não foi fácil para ele,
porque os judeus cativos foram identificados como
“casa rebelde”, resistentes ao chamado para
arrependimento, “obstinados de coração” e que
pronunciavam palavras que feriam [Ez 2.4-6].
Quem quer fazer a obra de Deus não pode se
assustar com nada. Deus falou com Josué: “Não
to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não
pasmes, nem te espantes; porque o Senhor, teu
Deus, é contigo, por onde quer que andares.” [Js
1.9]. Mas é preciso fazer do jeito que o Senhor
ordenou, dentro da Sua Palavra, sem se desviar
para a direita nem para a esquerda.
1.1. Ezequiel ficou atônito por sete dias. Após as
visões, o chamado de Deus, a revelação quanto
à mensagem a ser anunciada e as
características do público-alvo, Ezequiel se
sente “triste” e “pasmado” [Ez 3.14-15]. A
expressão “pasmado” indica “espanto ou
atordoado ou sofrendo perturbação”, diante do
que tinha visto e ouvido. A reação do profeta
demonstra que ele está bem consciente sobre a
grande responsabilidade de ser um mensageiro
da Palavra de Deus em tempos tão difíceis. É
relevante o testemunho de Ezequiel: “o Espírito
me levantou e me levou”. Que os mensageiros
de Deus em nossos dias sejam levantados não
pela emoção levantados não pela emoção,
aplausos ou status, mas pelo Espírito e
mantenham plena consciência do significado de
ser anunciadores da autêntica mensagem
bíblica [2Tm 4.5].
2.
3. Subsídio do Professor: John B. Taylor: “Sobre
o período de sete dias (15), compare a
experiência de Esdras, de ficar assentado
num estado de horror até à hora do sacrifício
da tarde [Ed 9.4]. (…) Saulo de Tarso
precisou de três dias sem comer e sem
enxergar, para recuperar-se da sua experiência
na estrada de Damasco [At 9.9]. Talvez não
seja sem significado o fato de que sete dias era
o período da consagração de um sacerdote [Lv
8.33], e é possível que Ezequiel tenha
considerado este acontecimento como a
preparação para sua ordenação ao sacerdócio
profético. Certamente ainda não estava pronto
para abrir a sua boca em profecia.”
4.
5. 1.2. Vivendo com os cativos. Muito
interessante notarmos que, após a profunda
experiência registrada no início do livro de
Ezequiel, o Espírito Santo o levanta e o leva
para junto de seu público-alvo: “vim aos do
cativeiro…e eu morava onde eles moravam” [Ez
3.15]. Tal relato nos faz lembrar o interesse de
Deus em interagir com a humanidade,
revelando Sua Palavra, Seu amor e Seu
chamado para comunhão. Foi assim quando da
peregrinação no deserto [Êx 25.8] e quando o
“Verbo se fez carne e habitou entre nós” [Jo
1.14]. É importante que a mensagem de Deus
seja proclamada de forma contextualizada [1Co
9.19-23].
Comentário Histórico-Cultural da Bíblia – Ezequiel 3.15:
“Tecnicamente, o nome Tell-Abibe (babilônico til abubi)
significa “lugar criado pelos restolhos de um dilúvio”.
Tell é o termo usado para qualquer lugar onde se
acumularam as ruínas de uma cidade. Logo, as famílias
exiladas de Judá talvez tenham sido colocadas em um
lugar que fora destruído, pela guerra ou por uma
inundação, a fim de reconstruí-lo e fazer com que a
área de Nipur, perto do canal Quebar, voltasse a ser
produtiva”. Assim, trata-se de uma oportuna ilustração
quanto à espiritualidade do povo cativo e a necessidade
de restauração.

.3.Esteve no meio deles um profeta de Deus. O Senhor


Deus alerta a Ezequiel que o reconhecimento da ação do
profeta enviado pelo Senhor não é determinado pela
reação dos ouvintes, mas pela fidelidade do mensageiro
Àquele que o chamou e enviou: “…lhes dirás: Assim diz o
Senhor Jeová”. [Ez 2.4]. Independente do povo querer ouvir
ou não. Ezequiel seria movido pela convicção de ter sido
chamado por Deus, ter recebido uma mensagem para ser
proclamada e ser cheio do Espírito Santo. Ou seja, não
dependeria de reconhecimento humano. Esta reflexão nos
remete aos escritos do apóstolo Paulo para Timóteo [2Tm
4.1-5].

Subsídio do Professor: John B. Taylor: “Na sua visão,


Deus deixou claro que apenas duas coisas eram realmente
importantes. Em primeiro lugar, que a mensagem de
Ezequiel havia de ser Assim diz o Senhor Deus, a marca
distintiva de todos os porta-vozes genuínos do Senhor
desde os dias de Moisés até ao tempo presente; e, em
segundo lugar, que a consequência do seu profetizar não
seria tanto o arrependimento ou a fé, nem mesmo a
atenção às suas palavras, mas, sim, a certeza de que
esteve no meio deles um profeta (5).”

EU ENSINEI QUE:

O reconhecimento da ação do profeta enviado por


Deus não é determinado pela reação dos ouvintes, mas
pela fidelidade do mensageiro Àquele que o chamou e
enviou.

COMO LIDAR COM SENTIMENTOS E


2-
EMOÇÕES
Num contexto de exílio, revolta, indiferença à mensagem,
rebeldia, visões e revelações de grande impacto [Ez 1.28;
3.14], é de se imaginar o efeito produzido na mente,
emoção e nos sentimentos de Ezequiel [Ez 1.28; 3.14-15].
Deve ter sido desafiador o exercício do ministério profético
num tempo e circunstâncias como essas. Assim, é
interessante refletirmos no significado do nome do profeta,
pois é bastante apropriado para o cumprimento da missão
recebida – Ezequiel: “Deus fortalece”.

2.1. O confronto com a verdade. Desde Caim [Gn 4.5-8],


o ser humano tem dificuldade de lidar com o confronto, ter
seus pecados expostos. Vide a história dos reis de Israel
[1Rs 13.1-4; 22.7-8]. Herodes prendeu o profeta João
Batista após este lhe dizer que não era lícito possuir a
mulher de seu irmão [Mt 14.1-5]. O Senhor Jesus disse que
Seus discípulos também enfrentariam injúrias,
perseguições e comentários maldosos por causa do
comprometimento com o Senhor [Mt 5.11-12].
 A mensagem de Deus nunca deve
ser transmitida de acordo com a
vontade do povo.
A mensagem deve estar de acordo com a vontade
de Deus e a necessidade do povo. Deus sabe qual é
a nossa necessidade. Ele nos sonda e conhece o
interior de cada um de nós [Sl 139.1-24]. Nos
nossos dias, se a mensagem não massagear o
“Ego” das pessoas, o mensageiro não é um “bom”
profeta, orador, pregador, pastor e mestre,
principalmente se não pregar a doutrina da
prosperidade e do triunfalismo. Alguns ouvintes
resistem à Palavra de Deus e querem ser apenas
ouvintes e não praticantes [Tg 1.22-25]. O que não
pode acontecer é o profeta de Deus mudar o que
deve ser dito, ele deverá continuar atendendo ao
seu chamado e não ter peso de consciência, para
não ser relapso e negligente diante de Deus.

Lição 03: Ezequiel, o Atalaia sobre a Casa de


Israel

Ezeq 3: 18
18. Quando eu disser ao ímpio: Certamente
morrerás; não o avisando tu, não falando para avisar o
ímpio acerca do seu caminho ímpio, para salvar a sua
vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o
seu sangue da tua mão o requererei.
19. Mas, se avisares o ímpio, e ele não se converter
da sua impiedade e do seu caminho ímpio, ele
morrerá na sua maldade, mas tu livraste a tua alma.
20. Semelhantemente, quando o justo se desviar da sua
justiça e fizer maldade, e eu puser diante dele um
tropeço, ele morrerá; porque, não o avisando tu, no
seu pecado morrerá, e suas justiças que praticara não
virão em memória, mas o seu sangue da tua mão o
requererei.

Uma expressão com a qual o povo de Israel estava


bem familiarizado era “atalaia”. Assim, quando Deus diz
que estava constituindo Ezequiel como atalaia, ele bem
sabia o que significava: deveria apresentar ao povo as
advertências divinas, sendo fiel na proclamação das
mensagens. Nem todos os atalaias de Israel foram
diligentes no cumprimento da missão [Is 56.10
 Deve internalizar a Palavra. Um servo de Deus
precisa ter a Palavra dentro de si primeiro, para depois
profetizar e alertar o povo: “Então abri a minha boca, e
me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá
de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas
deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha
boca doce como o mel.” [Ez 3.2-3]. Comer o rolo
simbolizava que o profeta precisava receber a
mensagem de Deus e comprometer-se com ela antes
de proclamá-la, pois quem não recebe antes, não sabe,
nem vive e, portanto, não pode transmitir a Palavra.

Subsídio do Professor: Segundo John B. Taylor: “O


termo atalaia era comum para os verdadeiros profetas
de Javé [Is 56.10; Jr 6.17; Os 9.8]. A função deles era
ficar alerta à situação em derredor deles, escutar a
palavra de Deus sempre que ela vinha a eles, e repeti-
la ao povo com exatidão. Inevitavelmente isto
significava que, tão frequentemente como o contrário,
os profetas agiam como mensageiros de julgamento
para um povo pecador, e Ezequiel não era exceção.”
.3. Deve ser consciente da sua missão. A pregação é
ordenada na Palavra de Deus. Ela nos é imposta como
obrigação. O apóstolo Paulo assim declarou: “… ai
de mim se não anunciar o evangelho!” [1Co 9.16];
além de fazer com fidelidade, como despenseiro da
revelação divina [1Co 4.1-2]. Ensinando a Timóteo,
ele declarou: “Que pregues a palavra, instes a
tempo e fora de tempo” [2Tm 4.2]. A ordem de
Jesus foi: “Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda criatura.” [Mc 16.15]. O
mensageiro precisa ser consciente do seu dever.

Acerca do dever do atalaia, expresso também


em Ezequiel 33.2-6, John B. Taylor afirmou o seguinte:
“A ilustração é extraída do que era a prática comum em
tempo de guerra. O homem incumbido pela sua cidade
para agir como seu atalaia e para advertir sobre a
aproximação de uma força inimiga, tinha uma pesada
responsabilidade. Devia soar o alarme, de modo que os
habitantes da cidade que estivessem cultivando as
terras ao seu redor, pudessem recuar para trás dos
muros da cidade e preparar-se para a batalha.
Qualquer homem que desconsiderasse a advertência,
estaria virtualmente assinando sua própria sentença de
morte, mas nenhuma culpa seria atribuída ao atalaia.
Se, porém, o atalaia fracassasse quanto ao seu dever
de advertir, seria considerado responsável pela morte
de todos quantos fossem achados desprevenidos.”

- DEUS NÃO TEM PRAZER NA MORTE


2

DO ÍMPIO 
O prazer de Deus é que todos se voltem para
Ele, se arrependam e busquem o perdão de
seus pecados. A morte do homem sem Deus é
uma catástrofe. Os cristãos são convocados a
anunciar a vontade de Deus e a se esforçarem
para levar os ímpios, aqueles que não servem
ao Senhor dos Exércitos, a se converterem dos
seus maus caminhos [Ez 18.32; 33.11].
2.1. O julgamento de Deus é reto e justo. O
justo que se afasta de Deus será responsável
pelos seus pecados. Ele não poderá recorrer
aos seus atos de justiça realizados no passado
para salvar-se, caso não se arrependa antes de
morrer. O Senhor é conhecido pela Sua justiça
[Sl 9.16], que “pode ser definida como a
conformidade de Deus com a sua lei moral e
espiritual; a harmonia da natureza divina com a
sua santidade”, como descrito pelo Pastor
Esequias Soares. Assim, o Senhor Deus é
íntegro, não faz acepção de pessoas, seja para
castigo ou premiação [Rm 1.18; 2.6].
3-
MUITOS SÃO OUVINTES, MAS NAO
PRATICANTES 

É fundamental refletirmos sobre esta questão: ouvir


e praticar. O Senhor Jesus abordou este tema em
Seu sermão [Mt 7.24-27] e posteriormente quando
nos momentos finais com Seus discípulos [Jo
13.17]. O apóstolo Tiago exortou sobre a
importância da prática da Palavra de Deus [Tg
1.22]. Contudo, também é relevante atentarmos
para o fato de que Deus não se engana com uma
prática meramente formal, sem que todo o ser da
pessoa esteja envolvido [Is 1.11-16; Mt 23.25-28;
Mc 7.6].

.1 . Deus abomina a presunção. Os moradores de


Judá diziam que a terra pertencia a Abraão e lhes foi
dada por possessão. Ninguém tinha o direito de tirá-
la de suas mãos. Muitos judeus no tempo de Jesus
achavam que não necessitavam de salvação pelo
fato de serem descendentes de Abraão, tendo, por
isso, a garantia automática de participar do Reino de
Deus [Mt 3.9; Jo 8.33-37]. O próprio Senhor Jesus
revelou que o fato de uma pessoa declarar “Senhor,
Senhor!” e usar o nome de Jesus para profetizar,
expulsar demônios e fazer maravilhas não a libera a
praticar a iniquidade, descumprindo a vontade de
Deus [Mt 7.21-23]. O povo no tempo de Ezequiel
desprezou a relevância de um viver de acordo com a
vontade de Deus [Ez 33.25-29].

Subsídio do Professor: Precisamos ter em mente que


Deus não toma o que Ele dá a uma pessoa, mas por
causa do pecado sem arrependimento, a própria
pessoa joga sua bênção fora [Nm 23.19; 1Sm 15.29; Jo
6.37; Rm 11.29; Tt 1.2]. Compare Lucas 23.34 com
Mateus 27.3-5 e Atos 5.1-11.

3.2. Ouvintes, mas não obedientes. 

O ímpio que não se converter morrerá


nos seus delitos. O profeta Ezequiel, como atalaia,
tinha a incumbência de advertir seus compatriotas de que a
sua permanência no pecado e na rejeição a Deus resultaria
em morte. Se o profeta deixasse de advertir os ímpios, ele
seria responsabilizado pela morte deles [Ez 3.18]. Os
apóstolos Pedro e João declararam aos que lhes disseram
que não mais falassem de Jesus: “não podemos deixar de
falar” [At 4.20]. Paulo considerava que era um dever pregar
o Evangelho a todos [Rm 1.14].

Subsídio do Professor: Simon Kistemaker comenta sobre


Atos 4.19-20: “Assim como os profetas do Antigo
Testamento não podiam deixar de proclamar a palavra que
Deus lhes havia dado [Jr 20.9; Am 3.8; Jn 3.1-13], assim
também os apóstolos tinham de ensinar tudo aquilo que
Jesus lhes ordenara [Mt 28.20]. Eles obedecem a Jesus,
que os incumbiu de serem testemunhas até os confins da
terra [At 1.8].”
EU ENSINEI QUE:

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