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2º Te m p o r a d a

01 A agulha e

o camelo

Esse objeto está relacionado a uma das palavras mais


duras de Jesus. A história pode ser encontrada em Mateus,
Marcos e Lucas, e é bem conhecida por muitos. 

O episódio em si conta a história do jovem rico e seu


encontro com Jesus. O jovem pergunta: “Bom Mestre, o
que farei para herdar a vida eterna?” e Jesus responde:
“Guarde os mandamentos”. O jovem responde que isso ele
já cumpre. Então Jesus disse: “Então vá, vende tudo o que
tens e dê aos pobre”, e nisso o jovem se retira triste, pois
possuía muitas riquezas. 

Passado o momento, Jesus se volta para os seus


discípulos: “23 Disse, então, Jesus aos seus discípulos: Em
verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos
céus. 24 E outra vez vos digo que é mais fácil passar um
camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico
no Reino de Deus.” - Mateus 19:23-24.
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Apesar da fala de Cristo, é importante relembrar que Ele
não disse que apenas os pobres poderão herdar o Reino
dos Céus. Jesus emitiu um alerta, mas não limitou a
salvação a ninguém, porque Ele não faz acepção nem
descriminação entre pessoas. A chance é dada de forma
igualitária a todos, e Jesus se preocupa tanto que alertou
sobre o perigo das riquezas. 

A riqueza pode agir como uma barreira que impede as


pessoas de serem alcançadas, pois a soberba funciona
como um escudo para a necessidade de Deus. Por isso
que o problema não está na riqueza em si, mas sim em
como ela é usada e por quem.

A agulha encontrada no MAB faz total referência a essa


passagem, pois Jesus fala que é mais fácil um camelo
passar por ela, do que um rico entrar no reino dos céus. 

A história do jovem rico deve servir de alerta para todos


nós, não só pelas riquezas, mas pelas barreiras.

O que tem lhe impedido de ouvir a voz de Deus?

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02 Besouros e

a Bíblia

Os artefatos que você vê na imagem acima são feitos de


diferentes materiais mas fazem representação de uma
mesma imagem, o besouro. Na base deles existem inscrições
hieroglíficas e são datados de mais de 2.600 anos. 

Mas por que um besouro? Esse animal faz referência ao deus


Khepri, uma das formas egípcias do deus do sol. Uma das
formas porque o sol tinha algumas representações, uma
delas era o deus Hórus, o sol divino, outra o Rá, o sol do meio
dia, e o terceiro Khepri, que marcava o sol nascente e poente. 

Mas como isso faz alusão a Bíblia?

Para isso precisamos ir até o período de reinado do rei


Ezequias, 7 séculos antes de Cristo. Em um momento em
que seu reino estava ameaçado pela Síria, devido à dívida
extensa que tinham, o Egito se aproximou de Judá e
ofereceu ajuda na provável guerra, mesmo que Isaías tivesse
dito que não era o momento de guerrear.

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Essa junção entre reinos ia além de uma relação político-
militar, isso implicava trazer a cultura egípcia e sua realidade
pagã para dentro de Judá. Diante de tudo isso, Ezequias fica
dividido entre ouvir a voz de Deus ou ouvir a voz do homem,
pelo medo da ameaça. 

A Bíblia congela o desfecho da história com esse texto: ²⁵


Mas não correspondeu Ezequias ao benefício que lhe fora
feito; porque o seu coração se exaltou; por isso veio grande
ira sobre ele, e sobre Judá e Jerusalém. 

2 Crônicas 32:25

Apesar da Bíblia não ter continuado a história, a arqueologia


mostra que existiu uma aliança entre Judá e Egito, pois
artefatos do reinado de Ezequias foram encontrados com o
símbolo do besouro, o símbolo egipcio. 

Quando não ouvimos a voz de Deus estamos correndo em


direção ao fracasso. Ele sempre oferece o melhor, porque
nos ama e quer sempre o nosso bem.

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03
Estatueta de

um escravo

É de conhecimento de quase todos que os egípcios


tinham uma cultura muito voltada à morte, no sentido de
que se preparavam para esse momento com rituais
específicos e com uma importância exacerbada. 

Isso existia porque a crença no mundo dos mortos, o pós-


vida, está intrinsecamente conectado ao imaginário
egípicio. Esse mundo dos mortos, segundo a crença, é
paralelo ao dos vivos, e para que você viva lá é preciso ter
um corpo que sirva como âncora no mundo dos vivos. 

Por isso era tão importante os rituais funebres, os


sarcofagos bem feitos e o processo de mumificação, para
preservar o corpo.

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O artefato apresentado acima é conhecido como Shabti.
Essas estatuetas são de servos e escravos de pessoas
poderosas do Egito, que eram enterrados junto com as
múmias dos senhores. Essa estatueta “garantia” que o
servo passaria para o mundo dos mortos também, uma
vez que não tinha condições financeiras de passar por
todo o processo fúnebre. 

Os servos não trabalhavam por amor ao seu senhor, eles


queriam ser livres. Mas, o servo de Jesus não pensa assim,
porque na servidão é que somos livres. 

Se quiser ser grande, primeiro é preciso ser servo.

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04
Um cilindro que
confirma a Bíblia

¹ No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se


cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias),
despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o
qual fez passar pregão por todo o seu reino, como
também por escrito, dizendo:

² Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me


deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe
edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.

³ Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus


com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e
edifique a casa do Senhor Deus de Israel (ele é o Deus)
que está em Jerusalém.

⁴ E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que


andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão
com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das
dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em
Jerusalém.

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Esdras 1:1-4

Essa passagem de Esdras faz referência ao fim dos anos


cativos que o povo de Israel passou em terras
estrangeiras.

Essa profecia já havia sido declarada pelo profeta Isaías


muitos anos antes:

²⁸ Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que


me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás
edificada; e ao templo: Tu serás fundado. 

Isaías 44:28

Ciro cumpre a profecia ao libertar o povo de Israel da


opressão babilônica. 

O artefato escolhido é a réplica do Cilindro de Ciro, um


decreto de Ciro que fala sobre a reconstrução da cidade.
Esse artefato nos ajuda a confirmar e a contextualizar a
história bíblica. 

Esses cilindros funcionam como documentos e nele está


registrado que todos deveriam voltar para suas cidades e
reconstruí-as. 

Essa é uma das profecias mais precisas da Bíblia, e o


artefato nos ajuda a contextualizar ainda melhor a
história bíblica.

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O Rei de Lagash

O Rei Gudea, representado pela estátua, foi o rei de


Lagash por volta de 2100 antes de Cristo. 

O reinado de Gudea está dentro do mesmo contexto


histórico do patriarca Abraão para aqueles que o situam
no período de Ur III, quando a cidade de Ur sai da mão
dos Sumérios e os Elamitas que assumem. 

Gudea e Abraão só não foram de fato contemporâneos


porque o reinado já havia passado antes do patriarca
nascer, mas eles fazem parte do mesmo contexto. 

O outro artefato é uma das peças mais raras do museu,


sendo um prego de argila com escrita cuneiforme, que
tem ligação direta com o Rei de Lagash.

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A relação entre esses artefatos e a Bíblia não é direta, e
sim contextual. Pelo rei ter vivido em uma época próxima,
em uma localidade próxima e ter deixado registros de
seus feitos, conseguimos ter uma noção de como era a
Mesopotâmia na época de Abraão. 

Nesse ponto é importante lembrarmos que a Bíblia é um


livro inspirado por Deus e escrito por homens usados por
Ele, mas que ela também se relaciona com a cultura da
época, de forma que a mensagem partia do conhecido
para o desconhecido, a fim de facilitar a compreensão do
público a ser alcançado. 

Por isso, estudar o contexto histórico ajuda a lançar luz


sobre as passagens bíblicas. 

Como exemplo, os estudos sobre o Rei de Lagash


apontam que ele assumia uma função chamada de
Patesi, que unia as funções de rei e sacerdote. 

Isso nos ajuda a compreender uma parte da história de


Abraão, quando ele chega em Canaã, na cidade de
Salém, ele se encontra com o Rei Melquisedeque, que
também era sacerdote.

Analisando a cultura da época percebemos que isso está


de acordo com o que era feito no contexto histórico.

A arqueologia nos ajuda a comprovar a Bíblia por isso é


tão importante nos aprofundarmos em outros meios
para que consigamos provar nossas crenças.

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06 O azeite e
a unção

¹ O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará.

² Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a


águas tranqüilas.

³ Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da


justiça, por amor do seu nome.

⁴ Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não


temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o
teu cajado me consolam.

⁵ Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus


inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice
transborda.

⁶ Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão


todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor
por longos dias. 

Salmos 23:1-6

Qual o significado do verso 5, em que o salmista fala:


“unges minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda”?
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Em nossa cultura ocidental o azeite tem funções
culinárias, porém no Oriente Médio antigo a ideia era
muito mais profunda do que essa. 

O azeite era usado também para a unção, sendo um


momento especial, religioso e espiritual. Até o azeite era
diferenciado, tendo um perfume. 

O vaso apresentado acima é um artefato original e raro,


ele data de aproximadamente 2800 anos, sendo do 9°
para o 8° século antes de Cristo, no período dos reis de
Israel, e ele cumpria exatamente a função de ungir. 

Jesus, quando esteve nesta terra, também foi ungido da


forma máxima, pelo Espírito Santo. 

Hoje Ele nos oferece também o seu poder, pois disse: Eu


lhes enviarei o Consolador. 

Cristo nos oferece a unção do Espírito Santo, você está


pronto para aceitar?

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Só mais um tijolo?

Aparentemente pode ser apenas um tijolo comum, mas


lhe garanto que existe muita história por trás dessa peça. 

A história deste tijolo remonta a cerca de duas décadas,


quando o MAB ainda tinha um pequeno museu de
arqueologia em uma sala da biblioteca. Um professor
aposentado chamado Paulo Barbosa estava presente em
uma das minhas explicações sobre o museu e ofereceu-
se para doar um tijolo que ele tinha em casa, que
apresentava desenhos semelhantes aos artefatos que
estávamos mostrando.

Esse tijolo acabou sendo uma inscrição cuneiforme em


acadiano, uma escrita da época de Daniel. Mais tarde,
descobrimos que essa inscrição datava de cerca de 300
a.C., o que levantou questões sobre sua relação com
Nabucodonosor, mencionado na Bíblia.

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Após análises e pesquisas, descobrimos que este tijolo
provavelmente pertencia ao templo de Exagla, na
Babilônia, e que foi destruído por volta do século IV a.C.
Isso nos leva a pensar que este templo foi o museu
pessoal de Nabucodonosor, onde ele exibia os tesouros
saqueados de Jerusalém. A leitura desta inscrição pelos
olhos de Daniel deve ter sido uma experiência marcante,
testemunhando a profecia bíblica se cumprindo diante
de seus olhos.

Essa descoberta nos lembra que Deus está no controle


da história e que as descobertas arqueológicas não
apenas nos fornecem conhecimento histórico, mas
também nos conectam de maneira profunda com as
narrativas bíblicas, tornando-as relevantes para nossa
compreensão da fé e da vida.

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08 O azeite e
a unção

Como é possível beber água em um copo furado? Na


verdade, este não é um copo comum, mas sim um
incensário. Você colocaria incenso dentro dele e os
buracos permitem que o aroma se espalhe pelo
ambiente. 

Hoje em dia, o incensário pode parecer algo sem muita


utilidade, mas antigamente era um item de luxo. Assim
como as especiarias, que incluíam diferentes tipos de
incensos, eram valorizadas.

O incenso não só produzia um cheiro agradável, mas


também ajudava a afastar insetos, o que era
especialmente útil em ambientes onde havia muitas
moscas, como as tendas dos antigos hebreus. Esse
comércio de aromas era tão importante que até mesmo
presentes valiosos, como ouro, incenso e mirra, foram
oferecidos a Jesus pelos magos.

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O incenso também tinha um aspecto litúrgico, sendo usado
em rituais de coroação de reis e no templo. Paulo, em suas
cartas aos Coríntios, compara os crentes ao incenso, dizendo
que eles são o aroma de Cristo. 

Assim como o aroma de vitória para os vitoriosos romanos


era cheiro de morte para os prisioneiros, o aroma de Cristo
pode ser fragrância de vida ou cheiro de morte,
dependendo de como é recebido.

Portanto, assim como o incenso era valorizado por seus


aromas agradáveis e seus significados simbólicos, nós
também devemos nos esforçar para ser o aroma de Cristo,
espalhando o conhecimento e a vida que Ele nos dá.

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O som de 2700 anos

Esse artefato tem tudo a ver com os amantes de música:


o chocalho. Este instrumento musical pode parecer
simples à primeira vista, mas possui cerca de 2700 anos
de existência e carrega consigo uma história
fascinante.Assistindo ao vídeo do Tesouros do MAB, você
tem a oportunidade única de ouvir o som de um
chocalho original, com mais de 2700 anos de idade. 

Embora seja principalmente conhecido como um


instrumento de percussão, o chocalho é frequentemente
mencionado na Bíblia como um símbolo associado a
situações de guerra. A palavra para chocalho em hebraico
é "raache", e aparece em diversos textos bíblicos com esse
significado simbólico.

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Por exemplo, no livro de Ezequiel, capítulo 37, versículo 7,
durante a visão do vale de ossos secos, o profeta descreve
o som de um chocalho enquanto profetizava sobre a
ressurreição dos ossos. Esse som é associado à chegada
de um grande exército, simbolizando a ressurreição dos
justos como um poderoso destacamento militar.

Em outras passagens da Bíblia, como no livro de Jó,


capítulo 41, versículo 29, e no livro de Naum, capítulo 3,
versículo 2, o chocalho é mencionado como parte dos
sons da guerra, representando o galope dos cavalos e o
ruído dos carros de guerra.

Essas referências nos mostram como o chocalho, além de


seu uso musical, também era utilizado simbolicamente
para representar situações de conflito e batalha na Bíblia.
Ao ouvir o som desse antigo instrumento, podemos
imaginar os eventos históricos e as grandes batalhas
descritas nas Escrituras.

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Espero que tenham gostado de aprender mais
sobre esses fascinantes artefatos e a
importância deles na Bíblia.

Se quiserem continuar explorando temas como


esse, convido vocês a se inscreverem no curso "A
Bíblia Comentada", onde discutimos em
profundidade diversos aspectos das Escrituras.

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2 º Te m p o r a d a

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