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AUGUSTO MARTINS
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CAPA
Ygor Moretti Fiorante
REVISÃO
Carolina Provenzano
DIAGRAMAÇÃO EPUB
Fabricio Hersoguenrath
ISBN
9788555850790
Capa
Espelho
Página de créditos
Introdução
Capítulo 1 - O primeiro grupo de anjos caídos
Capítulo 2 - O segundo grupo de anjos caídos
Capítulo 3 - Rafael o príncipe da pérsia
Capítulo 4 - Armas de satanás
Capítulo 5 - Conclusões e revelações
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INTRODUÇÃO
Nesse trabalho, vamos explicar as verdadeiras razões que levaram Lúcifer a
ser expulso do céu. Os motivos que realmente levaram esse anjo ao banimento
são muito diferentes dos motivos que hoje conhecemos.
Jesus e seus discípulos nunca disseram que a queda de Satanás aconteceu
por ele ter se levantado contra Deus. Quando estes falaram sobre demônios,
jamais citaram Ezequiel 28 ou Isaías 14. Irei esclarecer aqui as interpretações
equivocadas desses trechos. O meu propósito não é reescrever o Evangelho e os
ensinamentos do Velho Testamento, mas corrigir as distorções que ilustres
religiosos como Jerônimo e Orígenes, nascidos nos primeiros séculos da Era
Cristã, cometeram ao traduzir os textos sagrados para outros idiomas. Foram
dados diferentes significados às narrativas e palavras foram colocadas na boca
desses profetas, modificando o sentido da história.
Acredita-se que a queda de Satanás aconteceu nesses livros porque
Jerônimo e Orígenes foram os responsáveis por fazer com que as pessoas
enxergassem exclusivamente seus pontos de vista e, principalmente, suas
interpretações subjetivas. Infelizmente, a maneira como esses acontecimentos
foram interpretados foi tida como correta por aproximadamente 1700 anos, e é
provável que durante todo esse tempo ninguém tenha ousado contestar sua
veracidade. Essa mentira, divulgada e propagada em escalas globais, enraizou-se
culturalmente no seio da Igreja e tornou-se real na mente de todos aqueles que
ouviram falar dessa história.
Contudo, agora, meu intuito é fazer com que a verdade venha à tona e que
as pessoas conheçam os fatos que verdadeiramente aconteceram.
Preparem-se! Nesse livro, irei lhe apresentar algo novo. Garanto que no
final dessa obra os caros leitores nunca mais verão a Bíblia do mesmo modo.
Todos que lerem essas páginas chegarão a um nível de maturidade espiritual que
nunca outro ser humano poderá alcançar.
Entretanto, antes de iniciarmos esse estudo, é fundamental fazermos alguns
comentários mais profundos sobre determinados livros da Bíblia, como Ezequiel
e Isaías, pois se não o fizermos, os leitores poderão não compreender a tese que
levantarei sobre a origem de Lúcifer.
Para começar, falaremos sobre o livro de Isaías.
O profeta Isaías viveu por volta de 700 A.C. e, supostamente, seria o autor
principal desse livro em que hipoteticamente aconteceu a queda de Lúcifer. De
acordo com a Teologia, Isaías faz parte de um seleto grupo chamado “Profetas
Maiores” que inclui Daniel, Ezequiel e Jeremias, quase todos da mesma época.
Deus, ao constatar a infidelidade do povo de Israel em razão de seus
inúmeros pecados, mandou que Isaías pregasse às pessoas para elas que se
arrependessem. Caso contrário, seriam obrigadas a servir aos assírios e
babilônios, respectivamente.
Isaías então, admoestou o povo de Israel para que se redimissem de seus
pecados, em especial a idolatria, e se voltassem para Deus. Suas orientações não
foram atendidas e, por isso, foram subordinados pelos assírios e posteriormente
pelos babilônios conforme previa a profecia.
Pouco tempo depois da morte de Isaías, os israelitas foram sendo exilados
para a Babilônia e lá foram escravizados por aproximadamente 70 anos.
Além desses fatos, Isaías mencionou a vinda do Messias em alguns
capítulos do livro que leva seu nome.
O que é pregado nas igrejas em geral é que a origem de Lúcifer se deu em
um trecho trazido por esse profeta.
Vejamos os versículos abaixo:
Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada!
Como foi atirado a terra, você, que derrubava as nações
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei
o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. (Isaías
14.13,14)
E foi tirado dentre os filhos dos homens, e o seu coração foi feito semelhante ao
dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; fizeram-no comer a
erva como os bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu
que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer
constitui sobre ele.
E tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que soubeste
tudo isto.
E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos à tua presença os vasos
da casa dele, e tu, os teus senhores, as tuas mulheres e as tuas concubinas, bebestes
vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de
ferro, de madeira e de pedra, que não vêem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus,
em cuja mão está a tua vida, e de quem são todos os teus caminhos, a ele não
glorificaste. (Daniel 5.20)
Podemos garantir, diante desses fatos, que tanto Deus como Isaías não
estavam preocupados em relatar a história de um anjo caído, pois isso nada iria
trazer de construtivo para a nação de Judá naquela ocasião.
Tomar conhecimento sobre a origem de Lúcifer não significava
absolutamente nada para os judeus. Deus não iria mandar o profeta pregar algo
sem relevância, pois isso seria totalmente ilógico para as circunstâncias da
época, já que o povo estava prestes a ser escravizado pelos assírios.
Após o livro de Isaías, surgiram outros livros e epístolas que citam a figura
do Diabo, no entanto, nenhum de seus autores/personagens tomou como
referência a passagem exposta no livro de Isaías como sendo a origem de
Lúcifer.
Jesus, o filho de Deus, foi a pessoa que mais pregou sobre o Diabo e o
inferno, entretanto, nunca tomou como base esses capítulos transcritos nos livros
de Isaías e Ezequiel. E sabem por quê? Porque ele e seus apóstolos sabiam que
Isaías e Ezequiel não se referiram a Lúcifer em suas passagens.
Analisando o livro de Ezequiel 28.1,2 e 14-16, observem:
1-Veio a mim esta palavra do Senhor:
2-”Filho do homem, diga ao governante de Tiro: Assim diz o Soberano, o Senhor:
“No orgulho do seu coração
você diz: ‘Sou um deus;
sento-me no trono de um deus
no coração dos mares’.
Mas você é um homem, e não um deus,
embora se considere tão sábio
quanto Deus.
14-Você foi ungido
como um querubim guardião,
pois para isso eu o designei.
Você estava no monte santo de Deus
e caminhava entre as pedras
fulgurantes.
15- Você era inculpável em seus caminhos
desde o dia em que foi criado
até que se achou maldade em você.
16-Por meio do seu amplo comércio, você encheu-se de violência e pecou. Por isso
eu o lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o expulsei, ó querubim
guardião.
Quando Isaías o escreveu fez uma metáfora ao dizer que o rei da Babilônia
representa a estrela da manhã. Ele não disse que a estrela da manhã ou o filho da
alvorada era Lúcifer.
Analisando os fatos históricos posteriores a essa profecia, notamos que a
Babilônia foi conquistada pelos Medos e Persas. Portanto, esse trecho se referia
à queda da Babilônia. Isaías ao transcrever esse acontecimento utilizou uma
linguagem metafórica, a fim de enfatizar sobre a expressivade desse fato.
Ao observarmos detalhadamente os acontecimentos, percebemos que a
suposta verdade de que Lúcifer teria se rebelado contra Deus, não passa de uma
mentira muito mal contada. Nos fragmentos de Ezequiel e Isaías não existe base
teológica para pensarmos dessa maneira. É uma questão de reflexão.
É comum que padres, pastores e religiosos que acreditam na Bíblia
Sagrada, pensem que Ezequiel e Isaías falavam sobre Lúcifer. Essas pessoas,
quando tomaram conhecimento desses textos, passaram a acreditar nessa
verdade, pois foram transmitidas por alguém que os religiosos tinham como
modelo.
Tenham certeza que jamais questionaram o que estavam aprendendo, ou,
simplesmente, não tiveram o interesse de assim o fazer. Por sua vez, os
catedráticos que transmitiram essa verdade receberam essas informações de
outros, que também deixaram de fazer questionamentos e assim, sucessivamente,
propagando essa história de geração em geração até os dias de hoje.
Uma análise cuidadosa para saber se Isaías e Ezequiel tinham a intenção de
falar sobre Lúcifer nunca foi feita. Contudo, o que propomos com essa leitura, é
que se faça uma reavaliação dos capítulos transcritos por esses dois profetas a
fim de que essa injustiça não perdure por mais séculos.
Uma das coisas que desejo que os leitores aprendam ao ler esse ou qualquer
outro livro é que saibam questionar, saibam concordar ou discordar de algo com
argumentos lógicos e consistentes, tendo opinião própria. Investiguem os fatos
até chegar à verdade. Não acreditem em teorias baseando-se no que os outros
dizem. Acreditem nas coisas tomando como base os questionamentos que vocês
têm e o que vocês constataram a partir deles. Não seja marionete na mão das
outras pessoas. Jamais acreditem só na aparência das coisas. O fato de uma
pessoa ensinar determinados assuntos não significa que ela domine toda a
questão.
Trazendo um exemplo mais explícito, quero que observem o que Jesus
falou a respeito dos doutores da lei, em que teoricamente estes deveriam saber
mais do que ele e seus discípulos:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios
de ossos de mortos e de toda a imundícia. (Mateus 23:27)
O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem
para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”.
“Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? (João 3:8-10)
Inspirado nas críticas e nos questionamentos que o Senhor Jesus fazia aos
catedráticos e eruditos (doutores e escribas) da época, eu comecei a me perguntar
por qual motivo seres celestiais iriam se organizar para derrubar Deus de seu
trono a fim de trazer ao líder do movimento uma glória que só caberia ao
Altíssimo. Será que eles não sabiam que esse privilégio Jeová não concede a
ninguém? De acordo com a Teologia que atualmente é pregada, um certo anjo
chamado Lúcifer, liderou esse movimento e acabou derrotado, resultando na
expulsão de um terço dos anjos do céu.
Na epístola escrita por Judas, que não é o Iscariotes, foi descrita uma
situação interessante. Observem:
Mas mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o diabo sobre o
corpo de Moisés, não se atreveu a fazer um juízo de maldição contra ele, mas disse
que:
- O Senhor te repreenda. (Judas 1:19)
Observe que o apóstolo Judas descreveu que houve uma disputa sobre o
corpo de Moisés. No entanto, nenhum outro livro da Bíblia fez menção a esse
episódio. Nas escrituras sagradas não há nenhum registro sobre esse fato. O livro
de Deuteronômio, que em seus últimos capítulos lida com a morte e
sepultamento do profeta Moisés, não fez a menção desse acontecimento.
E logo surge a pergunta: como Judas chegou a estar ciente desse fato? Será
que Judas era um mentiroso ou um herege? Será ainda, que ele tinha algum
distúrbio mental que o levou a descrever essa situação inédita?
Certamente Judas não era um herege e tão pouco um mentiroso que passava
por qualquer outro transtorno.
Investigando esse fato mais profundamente podemos concluir que Judas e
outros discípulos sabiam de antigos textos sagrados que, infelizmente não
vieram ao nosso conhecimento e que por algum motivo perderam-se na história.
Na mesma carta e capítulo, porém no versículo 14, é citado algo intrigante.
Vejam:
Enoque, o sétimo depois de Adão, profetizou sobre eles.
E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é
vindo o Senhor com milhares de seus santos;
Deus permitiu que tudo isso acontecesse porque o livre arbítrio não é
apenas um direito do ser humano. O Senhor também permitiu que os anjos
gozassem desse privilégio podendo usá-lo para o bem ou para o mal.
Pouco antes de acontecer o desastre das inundações, os anjos maus e suas
esposas são presos e jogados em um local que mais tarde seria chamado inferno.
Então Uriel disse: Eis aqui os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram
seus líderes;
E, sendo numerosos em aparências cometeram profanação; “Para o grande dia
haverá um julgamento no qual eles serão julgados, até que sejam consumidos, e
suas esposas também serão julgadas, pois foram condescendentes em todos os seus
atos.
Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse:? Enoque, por
que estás alarmado e maravilhado com este terrível lugar, à vista de este lugar de
sofrimento Isso, segundo ele, é a prisão dos anjos; e aqui que eles serão mantidos
para sempre. (Enoque 19 e 21)
Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas lançou-os no inferno, os
entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo. (Segunda
epístola do apóstolo Pedro 2:4)
“E os anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo do grande dia.”
(Epístola de Judas 1:6)
Creio que na época em que foi retratada a história de Jó, Lúcifer ainda era
um arcanjo, pois caso fosse um demônio, nunca poderia ter entrado no céu com
tanta naturalidade. Os outros seres que o acompanhavam eram celestiais e
subordinados à autoridade de Uriel, assim como os demais arcanjos e anjos.
No livro de Enoque, são citados seis arcanjos. Entre eles, os mais famosos,
Miguel e Gabriel. Conforme a narração do livro de Jó, Uriel estava no meio dos
filhos de Deus quando se apresentaram. Uma das coisas que o autor quer dizer
ao apresentar esse fato é que Uriel era a figura mais destacada, ou seja, Deus
dirigiu a palavra a esse Anjo porque ele representava o grupo.
Observem essa passagem no livro de Amós 3:3
“Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo.”
Se acreditamos que Satanás não era um anjo quando adentrou no reino dos
céus, a passagem acima torna-se mentirosa, porque, se na ocasião ele fosse um
demônio, não poderia andar ou estar pacificamente com um anjo. São seres
totalmente opostos em suas atitudes e propósitos.
Mais uma vez, sublinho que no céu, onde é a morada do Altíssimo e
símbolo de sua suprema santidade, a presença do mal é inadmissível.
O autor do livro de Jó, bem como todos os autores do Velho Testamento,
tinha pouco conhecimento sobre a figura do inimigo e, portanto, comentou
pouco sobre ele. Os atos de Satanás são conhecidos quase que inteiramente a
partir dos evangelhos e epístolas.
Hoje podemos desfrutar de todas essas informações e por isso somos
capazes de fazer essa avaliação. Contudo, os antigos escritores e profetas que
escreveram o Velho Testamento, em especial o livro de Jó, não dispunham de
condições para fazer essa análise. Quando examinamos os primeiros capítulos
desse livro, fica muito difícil entender os fatos apresentados porque o autor não
nos traz informações sobre como se deu a entrada de Satanás no reino dos céus.
O escritor simplesmente ignorou essa questão.
Percebe-se que Salomão ou Moisés, por alguma razão, não compreendeu
que esse ser ainda não havia sido banido de sua posição celestial. Enfatizo que
quando Deus dialoga com Uriel nos capítulos um e dois do livro de Jó, o
Altíssimo não se dirigiu a ele chamando-o de Satanás. O autor (Salomão ou
Moisés) usou essa expressão, porém, Deus não fez o mesmo. Quem quer que
tenha escrito o livro de Jó, o fez com perfeição na descrição dos fatos que
ocorreram com Uriel, e o texto ganhou um extremo significado para qualquer
época que fosse lido.
No primeiro capítulo de Jó, há um relato que se assemelha à tentação de
Adão e Eva no Jardim do Éden. Uriel não acreditava na fidelidade de Jó e
afirmou que o seu temor pelo Senhor era promovido por mero interesse. Uriel,
então, propôs que Deus tirasse tudo o que o servo possuía. É nesse momento que
eu acredito ter começado a queda de Uriel. O objetivo principal desse antigo
anjo era derrubar Jó de modo que não houvesse ninguém que pudesse se
comparar a ele em admiração e perfeição.
Deus, em sua sublime onisciência, ao falar com Lúcifer (Uriel),
previamente identificou que esse anjo tinha pensamentos obscuros a respeito de
seu servo Jó. Uriel não suportava o fato de que alguém poderia supostamente ser
melhor do que ele e propôs que Jó fosse provado.
“E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na
terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do
mal”.
Percebam que a Bíblia não diz que foi Deus quem lutou contra o Dragão
(Uriel) e o expulsou. As escrituras sagradas informam que foi o arcanjo Miguel e
seus anjos que lutaram e expulsaram Uriel.
Lúcifer (Uriel) foi atirado na terra entre os seres humanos porque Miguel
não tinha autoridade para mandá-lo ao inferno ou prendê-lo em algum outro
planeta do universo. Esse poder só Deus tem. “E não temais os que matam o
corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer
no inferno a alma e o corpo”. (Mateus 10:28)
Lançado aqui na terra, Uriel transformou-se no Diabo que conhecemos hoje
e, consequentemente, com o passar dos tempos procurou estabelecer reinos de
idolatria que separavam o homem de Deus – prova disso foi a tentação de Jesus
no deserto. O inimigo ofereceu praticamente todos os reinos do mundo caso
Jesus se prostrasse para adorá-lo.
Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os
reinos do mundo, e a glória deles.
E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. (Mateus 4:8 e 9).
A Bíblia relata que o Diabo e seus anjos representavam um terço das forças
celestiais. O que é pregado atualmente nas igrejas é que ele procurou investir
contra Deus e mais dois terços do exército de anjos.
Pela lógica, isso não tem fundamento. Além de ter que derrotar a maior
parte dos anjos e arcanjos, caso Lúcifer conseguisse essa façanha, seria a vez de
passar por cima do Deus Todo-Poderoso, criador dos céus e da terra. Isso seria
algo muito estúpido porque as chances de alcançar êxito seriam mínimas, senão
zero.
Mesmo que Satanás tivesse dominado todo o exército celestial para atingir
esse objetivo, seria muito difícil e improvável que ele alcançasse êxito. Se ele
tivesse conquistado o trono do Senhor, onde colocaria Deus? É insano ao
extremo pensar que ele poderia vencer a Deus e que o Senhor da glória viria a
servi-lo. Ao imaginarmos a situação percebemos que esse projeto desenhado por
Lúcifer (Uriel) seria impossível de ser colocado em prática.
Gostaria de acrescentar que Satanás tem e sempre teve pleno conhecimento
da onisciência de Deus, assim como temos nós seres humanos. Ele sempre soube
que o Senhor estava totalmente consciente de seus pensamentos. Por isso, jamais
lutaria contra um ser que conhecia muito bem a sua maneira de agir e pensar.
Se pensarmos que ele batalhou contra Miguel, essa história tem mais
sentido, pois o príncipe Miguel, apesar de ter poderes especiais, não é onisciente,
onipresente e onipotente. Nenhum anjo, ou qualquer outra criação de Deus, o é.
Só Deus representado pela trindade Pai, Filho e Espírito Santo é. Ninguém mais!
Eu penso que os anjos foram criados com um nível de inteligência maior do
que os seres humanos em geral. Nenhum ser humano usando a sua pouca
inteligência pensará que é possível tomar o lugar de Deus. Um anjo que tem um
grau de discernimento maior jamais tentaria planejar algo dessa natureza,
qualquer um saberia que esse plano não daria certo de maneira alguma.
CONHECENDO MELHOR URIEL
No hebraico, Uriel significa chama de Deus. Os ferreiros de antigamente e
possivelmente os profissionais que trabalham hoje com metal nas indústrias
metalúrgicas e siderúrgicas, quando querem saber a qualidade de um
determinado material, submetem-no ao fogo para verificar sua resistência e
retirar suas impurezas que, se permanecerem, podem comprometer a sua
qualidade . Não foi à toa que Deus atribui esse nome a Uriel, pois ele teria a
função de avaliar o ser humano e outras criações do Altíssimo colocando-os à
prova.
Há uma passagem no livro de Gênesis que conta a história de Abraão e seu
filho Isaque. Vejam:
“Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde os céus, e disse: Abraão, Abraão! E ele
disse: Eis-me aqui.”
“Então disse: Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada;
porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único
filho”. (Gênesis 22:11,12)
Essas palavras foram ditas pelo anjo Gabriel, que o Senhor enviou para
levar uma mensagem ao profeta Daniel. Quando Gabriel parte para seu objetivo,
em seu caminho, surgiu uma figura que tentou de todas as maneiras evitar que a
oração de Daniel fosse respondida. Essa figura foi chamada de Príncipe da
Pérsia - um demônio que governava espiritualmente aquele lugar. O mais
provável era que ele fosse um dos sete arcanjos que acompanhou Uriel em sua
revolta.
Durante o confronto, Miguel apareceu superando os reis da Pérsia (forças
espirituais das trevas) e abrindo caminho para Gabriel. Quando esse anjo fala
com Daniel, ele diz que em seu retorno ao céu surgirá sobre ele o príncipe da
Grécia, local em que haveria uma nova batalha. “E ele disse: Sabes por que eu
vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e,
saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.” (Daniel 10:20)
Possivelmente, o príncipe da Grécia foi o antigo Uriel.
Tanto a Grécia quanto o Império Persa, eram compostos de cidades-estados
e nações dominadas pela idolatria. Essas regiões foram as maiores fortalezas de
Satanás e seus demônios. No parágrafo seguinte, irei lhes explicar porque
acredito que o príncipe da Grécia foi o Satanás que conhecemos hoje.
Vejam em Apocalipse 2:13, o conteúdo da terceira carta à Igreja de
Pérgamo (cidade grega).
“Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e
reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel
testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita”.
Farei um novo comentário sobre esse trecho, mas antes, quero que os
leitores entendam que o nome Miguel em hebraico significa “quem é como
Deus”.
De acordo com a teologia moderna, essa referência bíblica alude ao tempo
em que Lúcifer teria se revoltado contra Deus. Na realidade, essa parte foi muito
mal compreendida.
Esse trecho da Bíblia não diz que ele queria tomar o lugar de Deus, mas sim
que desejava ocupar uma posição semelhante a do Altíssimo, se é que Isaías
falava realmente sobre Lúcifer. Na minha opinião, isso é improvável devido aos
fatores apresentados na introdução desse livro. Porém, caso estivesse, Isaías só
poderia estar se referindo a Miguel, que é o grande príncipe e que está acima das
estrelas de Deus, aqui representadas pelos anjos.
E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos
filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que
houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo
aquele que for achado escrito no livro. (Daniel 12:01)
A queda desses anjos fez com que suas identidades celestias fossem
perdidas, de modo que precisaram criar figuras que os representassem diante dos
homens como os deuses gregos e romanos, entre outros.
Abaixo exponho alguns exemplos:
Escultura de Zeus
Bezerro de Ouro, feito pelos israelitas durante a peregrinação no deserto. (Êxodo 32)
Estátua de Budá
Deusa Hindu
Enfatizo que ao fazer comentários sobre o espiritismo, não insinuo que essa
religião seja inferior a qualquer outra. Tenho muito respeito a todos os espíritas e
conheço excelentes pessoas adeptas desse credo. Quando levanto divergências,
não me coloco como detentor da verdade. Estou aberto às críticas, sobre tudo,
em conceitos religiosos que compartilho. Porém, acredito que essa doutrina foi
constituída sobre uma base muito frágil e de pobres argumentações e convicções,
impedindo até mesmo sua própria existência.
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES E REVELAÇÕES
Antes de iniciarmos esse capítulo, queria lhes dizer que a minha proposta
foi lhes contar a verdade e corrigir interpretações equivocadas que catedráticos
do passado fizeram das escrituras constituindo uma verdade que nunca existiu.
Certamente, eu poderia ter estendido esse assunto, porém, tudo que fosse escrito
além do que escrevi não passaria de fantasia. As livrarias estão repletas de livros
que contam estórias baseadas na imaginação humana. Tenho como exemplo o
“Código da Vinci”, de Dan Brown, que faz muito sucesso. Sua narrativa não
passa de uma ficção sem base teológica que objetiva entreter o público e ganhar
dinheiro.
Essa obra que escrevo tem a fundamental finalidade de transmitir
conhecimento aos caros leitores, estimulando-os à capacidade de análise e
reflexão. A Bíblia apresenta muito mais ensinamentos do que aqueles que vocês
provavelmente ouvem nas igrejas ou em algum lugar similar. Meu objetivo não é
entretê-los ou enganá-los com falsas histórias. Para isso existem autores como
Dan Brown e outros.
Procuro discutir aqui a origem de Satanás e enfatizar quem realmente ele é
e como atua. Não estou aqui para desmentir o Velho ou o Novo Testamento, mas
confirmá-lo de acordo com o que deveria ser.
Segundo revelações do Apocalipse, que é o último livro da Bíblia, as
pessoas que colocassem a marca da Besta em suas mãos direitas ou nas suas
testas não seriam mortas pelo anticristo, mas os que se opusessem seriam
executados.
E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em
presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à
besta que recebera a ferida da espada e vivia.
E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a
imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem
a imagem da besta. (Apocalipse 13:14-15)
Por favor, se você tiver alguma dúvida entre em contato conosco no e-mail
abaixo.
danielaugustomartins@gmail.com
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