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CREMILTON SILVA

CAMINHO DE LUZ
AUTOR: CREMILTON SILVA

O que é apresentado neste livro reflete a opinião exclusiva do autor e absolutamente

nada reproduz a ideia ou posição de grupo ou instituição maçônica. Pronunciamentos,

Sugestões / Propostas e Trabalhos foram pinçados dentre inúmeros que apresentei

durante a minha trajetória maçônica.

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ÍNDICE
Assuntos
1 DEDICATÓRIA Pág 4
.
2 BIOGRAFIA Pág 5
.
3 HOMENAGEM Pág 6
.

Pronunciamentos:
4 União Sertaneja – Uma História de 100 anos Pag 8
5 Iniciação de Ênio, José Ferraz, Ramon e Wagner Pag. 11
6 Despedida da Loja de Nova Friburgo Pag. 14
7 Convite ao Ir.’. Manoel para Semana do Maçom Pag. 15
8 Iniciação do Flávio, Frederico e Felipe Pag. 16
9 Prancha S/ o aniversário de 120 anos da União Sertaneja Pag. 18
10 Eleições 2018 – Voto Consciente Pag. 19
11 Exaltação do Ir.’. Carlos Pag. 20
12 Elevação - Lucas, Maximiliano e Vinícius - Loja Ataláia Pag. 21
13 Iniciação do Ulysses Pag. 25
14 Exaltação do Ir.’. Samuel Pag. 27
15 Programa de Doação de Alimentos - Gente como a Gente Pag 29

Sugestões e Propostas
16 Proposta – Semana do Maçom para Fórum Maçônico Pag. 31
17 Sistema de Eleição em Loja – Proposta Pag. 34
18 Criação da Semana do Maçom - Região de Cristina-MG Pag. 37
19 Sugestão de Comenda Delfim Moreira Pag. 39
20 Sindicância – Sugestão de Reforma Pag. 41
21 E-Mail P/ Ir.’. Edilson em que pede opinião – Demolay Pag. 49
22 E-Mail com a Resposta do Ir.’. Edilson Pag. 50
23 E-Mail ao Ir.’. Rodrigo – GLMMG Pag. 51
24 Plano de Recrutamento de Demolay – Sugestão AO GM Pag. 52
25 E-Mails Enviados 1 Grande Vigilante Pag. 54
26 E-Mails Enviados Irmão Rodrigo Pag. 55
27 Venerável – Criar a Semana do Maçom região de Cristina-MG Pag. 59
28 Por onde anda a NAU chamada Brasil? Pag 60

TRABALHOS
29 Esse é o nosso Brasil Pag. 68
30 Novo Código Civil Brasileiro Pag. 72
31 Raízes Históricas da Maçonaria Pag. 80
32 Trabalho Maçônico - Questionário com Perguntas e Resposta Pag. 89
33 O que é Maçom? Pag. 91
34 Precisamos de Atitudes Pag. 92
35 Maçonaria – Visão 2020 Pag. 95
36 Trabalho Maçônico com Perguntas e Respostas Pag. 114
37 O Cinquentenário de 31 de Março Pag. 117
38 O que você deve saber sobre Maçonaria I, II, III, IV, V, VI, VII Pag 123
39 Brasil! O País do Futuro Pag. 145
40 Nossa Responsabilidade com o País Pag. 151
2
41 O Brasil no olho do furacão Pag. 156
42 Reflexões - Momentos Políticos e Anseio do Povo Pag. 160
43 Maçonaria e Moral Pag. 163
44 Desafios da Instituição imposta pela modernidade Pag. 165
45 Em busca de um Brasil melhor Pag. 169
46 Prumo – A arte da construção Pag. 174
47 Maçonaria – Política e Justiça Social Pag. 175
48 Conscientização Política Pag. 185
49 A Maçonaria e seus Princípios Pag. 184
50 O Retrato do Brasil Pag. 188
51 No Jogo das Eleições/Substituição do Voto Consciente Pag. 190
52 O Sucesso de uma Nação provém do Voto Consciente Pag. 192
53 Uma sociedade doente Pag. 198
54 Precisa-se de Matéria Prima para construir um País Pag. 201
55 A nossa Liberdade Pag. 204
56 O Discípulo e o Mestre Pag. 208
57 Um Grande Homem e Chefe de Estado – Dom Pedro II Pag. 209
58 Qual é o segredo da Maçonaria? Pag. 214
59 Ética na vida Pessoal e Profissional Pag. 218
60 Fatos e Coincidências Históricas do nosso Brasil Pag. 221
61 Você quer ser maçom, mesmo? Pag. 225
62 Liturgia Maçônica Pag. 226
63 O nível cultural da maçonaria Pag. 228
64 Honra e Glória à primeira Chefe de Estado do Brasil Pag. 231
65 Uma sociedade em Transe Pag. 233
66 Salomão – Período de honra Pag. 236
67 Salomão e sua vida Confusa Pag. 239
68 As realizações de Salomão – Seu Governo Pag. 240
69 Trigésimo aniversário Maçônico Pag. 241
70 Paute sua Vida no Realizar Pag. 242
71 Os 33 mandamentos do maçom Pag. 245
72 Por quer ser reconhecido como maçom Pag. 248
73 Simbologia Pag. 255
74 Maçonaria Ontem, Hoje e Amanhã. Pag. 257
75 Maçonaria e Moral Pag. 259
76 Exercício da Cidadania e Conscientização Política Pag. 261
77 A Mente Humana Pag. 263
78 Dia da Independência do Brasil Pag. 266
79 Proclamação da República Pag. 269
80 Dia da Bandeira do Brasil Pag. 273
81 Conflito de Gerações Pag. 275
82 Família, Célula Fundamental para Integração da Loja. Pag. 277
83 Maçonaria e Religião, uma ligação indissolúvel. Pag. 283
84 O exercício de Liderança a bem da OQP Pag. 288
85 57º Aniversário do Movimento Cívico Militar Pag. 293
86 Dia do Trabalhador Pag. 302
87 Pelo fim da Escravidão no Brasil Pag. 304
88 Dia Nacional do Maçom – DIA DO MAÇOM Pag. 310
89 Modernidade – O Dilema da Maçonaria Pag. 321
90 A Alegria de Partilhar Pag. 326
91 Porque as Lojas Morrem Pag. 327
92 A Maçonaria e a Independência do Brasil Pag. 329
93 Uma História de Sabedoria Pag. 336
94 Exercício da Cidadania Pag. 337
95 Maçonaria e Geração Z Pag. 339
96 Salmo 133 Pag. 345
97 Administração de uma Loja Pag. 349
98 Postura de um maçom dentro e fora da Instituição Pag. 353
99 Considerações Finais Pag. 354

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DEDICATÓRIA

Dedico o sucesso de minha Trajetória Maçônica à minha querida esposa

Luzia e a meus estimados filhos Junior e Anderson. Ao longo do tempo, o apoio, a

demonstração de reconhecimento e orgulho deles em me ver como Maçom, muito

contribuiu para que os princípios maçônicos, me tornasse uma pessoa melhor.

Devo à minha família e a ordem maçônica a consolidação do meu perfil

como esposo, pai e Ser humano.

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BIOGRAFIA

CREMILTON SILVA, Mestre Maçom, Placet nº 9915, iniciado em 10/10/1984,

na Loja Maçônica “União Sertaneja nº 8” – Oriente de Sete Lagoas-MG. Filiado

de 08/2011 a 08/2023 à Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Deus e

Fraternidade” nº 292 – Oriente de Cristina-MG. Filiado a partir de 09/2023 à

Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Atalaia Sul Mineira nº 360” – Oriente de

Pouso Alegre-MG, todas sob os Auspícios da Grande Loja Maçônica de Minas

Gerais-GLMMG. Remído em 29/05/2015. Palestra em 22/08/1997, na

Augusta e Respeitável Loja Simbólica “União Sertaneja” nº 8 – Oriente de Sete

Lagoas-MG pelos 100 anos de Fundação. Prêmio Literário no IV Concurso

Literário GOB-MG. Participação no Livro “Maçons em Reflexão – Vol III:

MAÇONARIA & RELIGIÃO” – Ano 2021. Participação no Livro “Maçons em

Reflexão – Vol IV: MAÇONARIA & PANDEMIA” – Ano 2022.

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HOMENAGEM

Presto aqui a minha homenagem ao meu padrinho, Irmão Manoel Alberto

Monteiro, que ao me conduzir para a Maçonaria, via em mim condições de

assumir e cumprir com as responsabilidades de um obreiro.

Também destaco aqui dois ilustres e saudosos irmãos: Augusto de Campos

Gonçalves e Plínio Ferreira, que desde os meus primeiros anos de trabalho, na

saudosa Loja União Sertaneja nº 8 – Oriente de Sete Lagoas – MG., muito me

apoiaram e incentivaram a registrar os pronunciamentos e peças apresentados em

Loja, os quais compõe a presente coletânea.

6
PREFÁCIO

A Maçonaria na sua essência é uma ciência vasta e complexa. Conhecê-la


em toda a sua extensão exige-se um mínimo de cultura e muito estudo.

Ser maçom é estar sempre em atividade: nas Lojas, em trabalho ativo, e


fora dela, aplicando aquilo que lá aprendeu. Ao longo da minha caminhada
maçônica, dentro do possível, sempre me esforcei para bem desenvolver tarefas das
quais fui incumbido como obreiro.

Com a preocupação de manter a loja dinâmica e informada, quase sempre


tinha de pronto um assunto a ser apresentado na “ORDEM DO DIA”,
“QUARTO DE HORA DE ESTUDOS” ou “PALAVRA A BEM DA ORDEM E
DO QUADRO EM PARTICULAR”.

A presente coletânea envolve, temas maçônicos, denominados Peças de


Arquitetura, bem como trabalhos de natureza política, comportamental, social e
econômico, fruto de pesquisas em revistas, jornais, internet, redes sociais e
documentários; uma vez que todos influenciam diretamente no bem-estar social.
Também constam aqui pranchas de assuntos diversos. Enfim, relatos e
documentos que marcaram iniciativa e esforço de contribuir a bem da Ordem e
do Quadro em Particular, por cerca de trinta e oito anos.

Os assuntos foram pinçados aleatoriamente e não obedecem a nenhuma


ordem cronológica ou temporal.

7
*PRONUNCIAMENTOS*
Pronunciamento feito no centenário da
Loja “União Sertaneja” Nº 8 - Oriente de Sete Lagoas - MG
UMA HISTÓRIA DE 100 ANOS – (22.08.1987-22.08.1997)
A todos os presentes e, em especial aos que não me conhecem, saibam que
não tenho palavras para expressar a satisfação de ter sido lembrado para falar do
aniversário secular de nossa loja-mãe. Por motivos profissionais, estou
distanciado do convívio dos irmãos desta oficina há 5 anos. Ainda assim, os
laços que nos une como verdadeiros irmãos prevaleceram sobre a distância e o
tempo que nos separam. Acredito que como eu, para qualquer de vocês seria
extremamente difícil referenciar 100 anos de existência de nossa história e não
ser tomado pelo saudosismo.

Afinal, a razão maior de estarmos aqui reunidos, devemos a perseverança


de muitos irmãos que não admitiam a hipótese de ver a loja com suas colunas
abatidas. A história da União Sertaneja nos revela momentos difíceis, em que os
obreiros por várias vezes se viam tomados pelo desalento. A fundação de nossa
loja coincidiu com o governo de Prudente de Morais, num momento de grandes
transformações políticas, cuja influência maçônica sempre se fez presente,
apesar do preconceito intransigente da Igreja e da Sociedade. A nova
constituição promulgada a 24 de fevereiro de 1891 dava ampla autonomia para
os estados, estabeleceram-se a separação e a independência dos três poderes:
executivo, legislativo e judiciário. Estabeleceu ainda a igualdade de todos
perante a lei e eleições diretas.

Naquela época o país conviveu com uma intensa crise econômica financeira,
subemprego e o despertar da comunidade agrária provocando a hostilidade dos
proprietários. As atividades industriais não dispunham de um lugar relevante na
vida econômica brasileira. As grandes transformações, ao contrário dos dias de
hoje, ocorriam em espaços de décadas e de forma mais lenta. Mas como
estamos falando de um período secular, a história de nossa loja se confunde com
outros grandes acontecimentos e que influenciaram fortemente nas organizações
políticas e sociais do povo brasileiro. Temos registros que comprovam a
8
brilhante iniciativa de irmãos desta loja, nos idos de 1905, ter apresentado a
proposta do casamento civil ao congresso nacional, para corrigir uma situação
constrangedora a que os irmãos se deparavam frente ao clero, por não permitir a
realização do casamento de um maçom. Essa proposta se constituiu numa
emenda ao código civil brasileiro, em vigor até o momento. São fatos que não
podem ser ignorados porque engrandecem a instituição. Ao irmão José Celino,
cumprimento-o pela preciosidade de sua pesquisa sobre a história da União
Sertaneja. O seu trabalho ativou nossa memória quanto às origens desta oficina e
permitiu, sobretudo a aproximação fraternal dos irmãos de nossa Loja-mãe
“Vinte e cinco de março”, oriente de Três Rios, que para maior brilhantismo da
comemoração desta memorável data, se fazem presentes em nossos trabalhos.
A vocês irmãos do oriente de Três Rios, o nosso reconhecimento fraternal
por este momento tão especial. Àqueles irmãos que passaram por todas as
adversidades da época e lutaram maçônicamente pela perenidade desta loja, não
poderíamos também furtar com o dever de dedicar a eles um espaço da sessão
deste dia, em sua homenagem.

Estamos falando de um período secular, tempo bastante elástico para


descrevermos em detalhes os fatos que fizeram a história de nossa Loja.

Nas duas primeiras décadas de sua existência, de positivo ocorreu o


incremento das atividades industriais, e de negativo, a primeira guerra mundial
(1914 - 1918). A década de 20 é marcada por tendências desagregadoras que
ocasionaram as sucessivas crises, reveladoras dos desgastes e das contradições
do regime. Em 1929, o panorama internacional apresentava os prenúncios do
desequilíbrio e das tensões que levariam à 2ª guerra mundial dez anos depois.

A revolução de 1930 define o fim da república velha e dá início a “era de


Vargas” que se estendeu até outubro de 1945. Em 1935 eclode a 2ª guerra
mundial e a posição do Brasil foi de não se comprometer com qualquer dos
blocos em litígio, contudo, os antigos e importantes compromissos econômicos
determinaram, em 1942, a adesão do Brasil aos aliados. Como grande realização
do Estado Novo, ressalvando-se seu caráter paternalista, criou-se a Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT - 1943. O ano de 1945 é marcado pelo fim da 2ª
guerra mundial e deposição de Vargas. O período histórico de 1946 a 1964
iniciado com a deposição de Getúlio Vargas foi chamado, na época, de período
de redemocratização. Tivemos promulgada a quarta constituição da república.
Getúlio Vargas voltou à presidência da república em 1951 e pôs fim à sua própria
vida em 24 de agosto de 1954. A década de 1954 a 1964 foi marcada no seu
início pela questão eleitoral, com destaque democrático no governo do mineiro
Juscelino. O Brasil teve a sua economia aquecida pela entrada do capital
estrangeiro, instalações das indústrias automobilísticas e a construção da sua
nova capital - Brasília. Juscelino chegou ao fim do seu mandato, passando para
Jânio Quadros, cuja renúncia ocorreu em apenas 7 meses de governo. A
experiência democrática teve seu fim com a revolução de 31 de março de 1964,
passando o país sob o domínio da ditadura militar por longos 20 anos. A eleição
9
de Tancredo Neves em 15 de janeiro de 1985 foi comemorada como o fim da
ditadura político-militar e incorporou a expectativa de realização de mudanças
nos diversos setores da sociedade brasileira.

No esporte, vale destacar a decepção do povo brasileiro em 1950, com a


perda da copa do mundo em nossa própria casa, se recompondo com as
conquistas de 1958, 1962, 1970; e por fim, o tetracampeonato em 1994,
reafirmando sua primazia internacional em matéria de futebol. Para orgulho do
povo brasileiro, Pelé foi consagrado como atleta do século.

No campo das ciências médicas a humanidade obteve grandes avanços


neste século, começando pela lei da hereditariedade - comprovando as
semelhanças genealógicas, o reconhecimento do DNA como material hereditário
que são as moléculas mestras na transmissão das características presente entre
pais e filhos; a fecundação in vitro que é o bebê produzido em laboratório e os
transplantes de coração, rins, etc. que vem a suprir as deficiências em órgãos.

Enfim, os acontecimentos políticos, científicos e sociais interferiram de


sobremaneira em nossa história. Os irmãos que nos antecederam conseguiram
transpor as adversidades da época e com galhardia nos legaram esta loja para que
hoje pudéssemos comemorar o seu centenário. É nossa a grande missão de
transferir esta alegria àqueles que nos sucedem nas décadas e séculos futuros.
No entanto, meus irmãos: cabe a nós neste instante uma profunda reflexão, sob
todos os aspectos, tanto no político, social, científico e principalmente no
tecnológico, que nos últimos vinte anos superam em muito que ocorreu nos 100
anos anteriores há duas décadas. A previsão é de que nos próximos 10 anos, a
humanidade terá à sua disposição, conhecimentos de novas tecnologias em
quantidade muito maiores do que a obtida em toda a sua história. A maçonaria
do ano 2000 tem que estar afinada com as suas tradições e, sobretudo
acompanhar a evolução do tempo para não se submeter à mais remota hipótese
de decadência institucional. Faz-se necessário crescermos como obreiros;
estudando, assimilando e praticando com sabedoria os princípios maçônicos,
para que o nosso discurso tenha eco e coerência.

A humanidade atravessa uma fase de decadência geral dos costumes. Os


valores morais e espirituais decresceram com o afrouxamento dos laços
familiares e a falta de espírito público. Nós maçons que, inspirados no passado
deveríamos ser os vanguardeiros dos movimentos sociais, cívicos e políticos,
temos sido os grandes ausentes nos últimos movimentos sociais. O mundo está
girando mais depressa, vivemos um misto de ansiedade e ressentimento. É a
febre da globalização, onde o processo capitalista se acelera num ritmo jamais
visto, provocando um grande movimento de transformação social e de produção.
Como maçons, temos toda a abertura de firmar nossa posição nesse contexto
porque os valores como a democracia e a liberdade tornaram-se universais. A
maçonaria tem que repensar seriamente o conceito da formação do lar. Até
agora seguimos os mesmos princípios dos nossos antepassados de milhares de
10
anos atrás. Toda a evolução, neste sentido, se deve indiretamente ao cômputo
geral do progresso da civilização.

Bem sabemos que a nossa ordem prima pela evolução e aperfeiçoamento


da humanidade, em um ritmo que não quebre a rotina, pois ela sabe que a
natureza não dá saltos, e que todo salto é seguido de resultados nem sempre
aceitáveis. Urge, portanto, a necessidade de uma profunda reflexão sobre a
velocidade das grandes transformações tecnológicas, científicas e sociais, uma
vez que estas exigirão de nós respostas imediatas. Não podemos continuar
apenas com soluções parciais e isoladas. A nossa potencialidade nos permite
caminhos muito mais largos. É imprescindível, todavia, que o espírito fraternal e
de solidariedade entre os obreiros, sejam revitalizados. Temos que fazer
prevalecer entre nós a unidade.

Grandes acontecimentos se afloram e mexem profundamente com os


valores e a ética maçônica: o “clone” por exemplo, uma revolução científica que
em pouco tempo sairá da esfera animal e passará para a humana. É a cópia
idêntica de outro ser vivo produzida artificial e assexuadamente. Na prática, a
clonagem significa que as mulheres no futuro poderão ter filhos sem a
participação dos homens, uma ousadia científica que dispensa gerar filhos sem
prazer e sem espermatozóide. Para nós maçons, a formação de uma Pátria
vigorosa começa na família. Do equilíbrio dos pais, e da sua união amorosa,
nascerão filhos geneticamente definidos. A regulamentação civil da “união de
pessoas do mesmo sexo” é outro acontecimento que se refere ao comportamento
em sociedade, cujo prenuncio de reconhecimento pela sociedade se vislumbra -
choca e deturpa os princípios dos bons costumes: é imoral, vergonhoso e
inadmissível para os padrões atuais. Tomemos apenas estes dois exemplos.
Imaginem meus irmãos, a sindicância de um profano candidato a ingressar em
nossa ordem, tendo sido ele originado de um “clone”; fruto de um lar
incompleto, que não houve a participação de um homem e, portanto, a
inexistência da conjugação amorosa - homem e mulher. Por outro lado, um
candidato que preenche todos os requisitos para ingressar em nossos mistérios,
homossexual assumido, vivendo em união com outro do mesmo sexo, e
socialmente amparado por Lei civil. Como a maçonaria irá tratar estas questões?
Temos que ser ágeis, pois, ao mesmo tempo em que somos defensores da
evolução humana, temos que nos adequar a corrida tecnológica e mudança dos
costumes, sem, contudo, macular as nossas tradições. Estamos em festa pelos
100 anos e numa retrospectiva superficial imaginem a dimensão das mudanças
tomando como exemplo apenas a evolução da mulher no contexto social. Há
bem pouco tempo sua condição se restringia a procriar e dedicar exclusivamente
ao lar. Hoje, com raríssimas exceções, ela compete em igualdade de condições
com o homem em todos os segmentos da atividade humana.

Com certeza meus irmãos, quando nossa loja estiver no jubileu dos seus
200 anos, tudo irá acontecer numa magnitude que foge a imaginação de qualquer
um de nós. Daí a grande responsabilidade que temos de legar a nossos
11
sucessores, uma oficina constituída por homens que compreendem o que seja a
maçonaria, a fim de trabalhar e obter sempre mais glória para o Grande
Arquiteto do Universo.

Muito Obrigado!

*SESSÃO MAGNA DE INICIAÇÃO*


Loja “União Sertaneja” n˚ 8 – Sete Lagoas-MG

Primeiramente parabenizo a Loja pela aquisição de mais 04 (quatro)


irmãos. A expectativa de todos nós é de que a partir de hoje as colunas de
nossa Loja estarão mais fortalecidas para cumprirmos nossa missão de
construtores sociais.

Aos novos irmãos: Ênio, José Miguel, Ramon e Wagner; quero


dizer-lhes com todas as letras: ingressais numa sociedade de tradição
milenar, exigente com seus obreiros por entender que a mudança para um
mundo melhor tem que partir de indivíduos justos, equilibrados,
pessoalmente integrados e socialmente solidários.

Considerem-se a partir de hoje, em plena caminhada. Adianto-lhes


que essa caminhada será árdua e infinitamente longa. No entanto, nós
como Mestres Maçons, asseguramos-lhes que não vos faltará apoio.

A instituição que os acolhe é sublime em seus propósitos. Quando


manifestastes o desejo de ser maçom, tivemos a preocupação de descobrir
na pessoa de todos vocês, as virtudes que os dignificam. Tentamos através
de nossos irmãos sindicantes, confirmar o real interesse de cada um de
vocês em ingressar na ordem, certo de que estaríamos sendo ajudados a
levar avante a concretização de nossos sonhos.

Cremos que a humanidade poderá ser mais feliz sem se abdicar do


desenvolvimento tecnológico e científico. Os rumos históricos são
decididos por pessoas e grupos. Temos exemplos disso dentro da própria
instituição! Não precisamos sair à praça pública e fazer discursos em favor
da paz, da justiça e do amor. Estaremos ajudando a modificar o mundo e
proporcionar felicidades com a prática da benquerença. Como maçons têm
que ser uma fonte de paz, de justiça e amor. Assim, mesmo sem usar a
palavra, seremos testemunhos vivos desse desejo. Espelhemo-nos, pois, no
velho ditado: “As palavras comovem, os exemplos arrastam!”.

12
Neste momento vocês sentem-se envolvidos num templo adornado
por símbolos e por homens reconhecidos como irmãos. Todos exibem,
igualmente, objetos relacionados com o construtor. Sois, portanto,
convocados à função gloriosa, mas difícil, de construtores sociais. Para
isso, torna-se imprescindível modificar-se a si mesmo. Comece por si e a
mudança em sua vida vai contagiar os que você encontra em seu caminho.

Saibam que diante de todas as provas simbólicas a que foram


submetidos, sustentando de forma positiva com gestos e palavras o desejo
de se tornarem maçons, os tornarão universalmente conhecidos como
irmãos por todos os integrantes da ordem.

Sugiro que vocês estudem a fundo a maçonaria para bem entendê-la


na sua essência. Como primeiro ensinamento entendeis que a instituição
que os acolhe é essencialmente iniciática, fraterna, filantrópica, filosófica,
progressista e evolucionista. Proclama a prevalência do espírito sobre a
matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da
humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática
desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.
Seus fins supremos são a LIBERDADE, IGUALDADE e
FRATERNIDADE.

Sejam bem-vindos a nós, e que o G.A.D.U., os conservem convictos


de se consagrarem verdadeiros maçons.

_______________________________________

13
Despedida da Loja de Nova Friburgo

Nova Friburgo, 18 de março de 2002.

Ao
Venerável Mestre
Loja Maçônica Indústria e Caridade
Nova Friburgo (RJ)

V.’. M.’. René e VL.’. Irmãos,

S.’.
F.’. U.’.

Que o G.’. A.’. D.’. U.’. permita que a reunião desta noite seja
grandiosa e repleta de luz a todos os irmãos presentes.
Por força de ofício no mundo profano, já é do conhecimento de todos
que estou sendo transferido de local de trabalho e, portanto, deixarei de gozar
do convívio salutar dos irmãos desta loja. Apesar de um período relativamente
curto de convivência, foi o bastante para uma identificação fraternalmente
recíproca.
Sou avesso a despedidas e por isso peço-lhes que me perdoem pela
forma nada convencional, e porque não, desrespeitosa com os irmãos, em
assim me comportar. Pois, os irmãos puderam perceber na reunião de 04 do
corrente que não pude sequer agradecê-los pela homenagem recebida,
senti-me sufocado. A emoção literalmente embargou minha voz e todo o
sentimento de gratidão por vocês acabou por ficar fechado em meu coração.
Portanto, aceitem que vos agradeço desta forma, pela acolhida calorosa
que eu, vossa cunhada e sobrinhos tivemos desde o primeiro instante que nos
apresentamos. Obrigado por tudo: pelo carinho, consideração e respeito com
que fomos distinguidos. Estejam certos de que a nossa passagem por este
oriente foi essencialmente gratificante, sobretudo pelo privilégio que tivemos
de estar levando daqui a lembrança selada de amizades conquistadas no
âmbito de nossa sublime instituição.
Em breve eu e Luzia retornaremos com notícias sobre nosso novo
endereço. Desde já todos os irmãos, cunhadas e sobrinhos estão intimados a
14
nos dar a alegria e o prazer de recebê-los em nossa casa, seja em que
circunstância for.
Com um respeitoso e fraternal abraço, saudosamente despeço-me,
Convite ao Ir.’. Manoel para Semana do Maçom

Sete Lagoas, 28 de fevereiro de 2003.

Ao
Podr.’. Ir.’. José Manoel Ferreira Barbosa
Rua Emília Roschemant, 26 - Perissê
CEP 28613-320 Nova Friburgo - RJ

Prezado Ir.’. José Manoel,

F.’.
S.’. U.’.

Com o meu fraternal abraço dirijo-me ao VM.’. irmão para solicitar


seus préstimos, no que segue:
No período de 18 a 24/08/2003 estaremos realizando em nosso oriente a
“15ª Semana do Maçom”. É um evento organizado pelas Lojas do oriente de
Sete Lagoas, desenvolvido ao longo da semana com uma palestra por noite,
baile no sábado, encerrando-se com um churrasco no domingo.
A finalidade desta é convidar o VM.’. irmão para nos brindar com uma
palestra, por minha Loja União Sertaneja nº 8. O tema é de sua livre escolha,
a ser proferida às 20 horas do dia 20/08/03.
Gostaria de adiantar-lhe que propomos cobrir as despesas com
transporte e a diária do hotel com direito a 1 (um) acompanhante.
Até o final de março farei contato para saber da possibilidade do irmão
nos brindar com a sua presença.
Nesta data estou enviando também prancha ao V.’. M.’. René, relatando
nossa intenção e o convite dirigido ao irmão.
Com um cordial abraço e rogando às luzes do GADU ao Podr.’. irmão,
despeço-me,

Fraternalmente,
15
_______________________________________

INICIAÇÃO DOS TRÊS FILHOS DO IRMÃO PLÍNIO FERREIRA –


UNIÃO SERTANEJA Nº 8 – ORIENTE DE SETE LAGOAS

FLÁVIO, FREDERICO E FELIPE.

Um século de História se consagram neste Templo, com a iniciação


destes tres jovens irmãos. Os irmãos Antônio e Plínio, Avô e Pai, elo que se
unem no tempo e espaço, marcam a sessão magna deste dia e desta Loja,
com galhardia e honra!!!

Primeiramente parabenizo a minha Loja-mãe pelo ineditismo dessas 03 (três)


aquisições. Brilhante pela qualidade dos irmãos ora iniciados e, brilhante pela forma com
que a sessão se concretiza.

Em segundo lugar, cumprimento ao Valoroso irmão Plínio, Pai dos iniciados. Não
bastasse a vasta folha de relevantes serviços prestados à maçonaria e, em especial à União
Sertaneja, a entrega destas três jóias raras demonstra de forma contundente que a sua
relação com a Ordem está no DNA. Resta-nos, portanto, agradecê-lo.

Jovens Irmãos Flávio, Frederico e Felipe - a entrada de vocês para o nosso meio
nos dá a certeza de que a partir de hoje, a maçonaria está mais rica e as colunas da Loja
União Sertaneja estarão mais fortalecidas para bem cumprir a sua missão.

Desnecessário dizer que ingressais numa sociedade de tradição milenar, exigente


com seus obreiros por entender que a mudança para um mundo melhor tem que partir de
indivíduos justos, equilibrados, pessoalmente integrados e socialmente solidários. Pois, o
histórico maçônico que trazeis, sendo netos e filhos de maçom, me autoriza dizer que não
fosse o rigor institucional da nossa ordem, dispensaria as formalidades legais de
sindicância a que fostes submetidos. Somando-se a isso, a passagem de vocês pela
irmandade Demolay, considerando a afinidade de conceitos entre as duas Ordens, nos dá a
tranquilidade necessária para afirmar de antemão, que a caminhada maçônica dos irmãos
será bastante produtiva.

À maçonaria, cabe aplaudir a aquisição destes três irmãos não pelo fato de
preencherem os requisitos básicos por ela exigidos, mas por serem possuidores de
credenciais incomuns. Para os que bem os conhecem, vem a certeza de que a educação de
berço que receberam e, sobretudo, sendo filhos oriundos de um mesmo tronco maçônico,
muito tem a acrescentar à instituição.

16
Dirijo-me novamente aos irmãos recém iniciados. Após todas as considerações
favoráveis ao ingresso dos valorosos irmãos ao nosso meio, devo lhes dizer também que é
natural que se crie uma expectativa em torno de vossa caminhada como maçom. E isso
tem um preço. Tanto no meio profano e especialmente no meio Maçônico, os irmãos
estarão sendo olhados através de uma lupa poderosíssima. Assim, é inadmissível a
hipótese de qualquer desvio de conduta. Faz-se necessário, portanto, interiorizar a
maçonaria e imbuir-se de comprometimento nesta nova missão.

Adianto-lhes que esta missão será árdua e infinitamente longa. No entanto, como
Mestre Maçom, asseguro-lhes que não vos faltará apoio nem capacidade para atingir as
metas propostas.

A maçonaria é uma associação íntima de homens escolhidos, cuja doutrina tem por
base o G.:A.:D.:U.:, por causa: a Verdade, a Liberdade e a Lei Moral; a felicidade dos
povos: que, incessantemente, ela procura reunir sob sua bandeira da paz. No entanto, a
vida moderna tem dificultado sobremaneira a instituição, a arrebanhar homens com
atributos que se alinham aos seus princípios e se propõem à função gloriosa, mas difícil, de
Construtores Sociais.

O mundo vive num clima de inversão de valores. A decomposição moral é


flagrante. Têm-se graduações acadêmicas, mas faltam sentimentos comuns; avançamos
em conhecimento, mas retrocedemos em nossa capacidade de julgar; multiplicamos o
nosso patrimônio, e reduzimos os nossos valores. Vivemos a ERA de grande
desenvolvimento tecnológico e científico, perdidos nos meandros da busca incessante do
TER. Estamos no tempo de homens de grande estatura e de pequeno caráter.

Cremos que a humanidade poderá ser mais feliz sem se abdicar do desenvolvimento
tecnológico e científico. Os rumos da HISTÓRIA são decididos por seres humanos
especiais. Temos exemplos disso dentro da própria instituição! Não precisamos sair à
praça pública e fazer discursos de moralidade! Estaremos ajudando a modificar o mundo
e proporcionando felicidade com a prática da benquerença. Como maçons, temos que ser
uma fonte de paz, de justiça e amor. Assim, mesmo sem usar a palavra, seremos
testemunhos vivos deste desejo. Espelhemo-nos, pois, no velho ditado: “As palavras
comovem, os exemplos arrastam!”

Para isso, torna-se imprescindível modificar-se a si mesmo. Comece por si e a


mudança em sua vida vai contagiar os que você encontra em seu caminho.

Saibam que diante de todas as provas simbólicas a que foram submetidos,


sustentando de forma positiva com gestos e palavras o desejo de se tornarem maçons, faz
com que universalmente sejam reconhecidos como irmãos por todos os integrantes da
Ordem. Quanto ao fato de entender a maçonaria, em sua essência, necessário se faz
estudá-la a fundo.

Irmãos Flávio, Frederico e Felipe, sejam bem-vindos junto a nós. Que o


G.:A.:D.:U.: os conservem convictos nessa nova caminhada. E para ajudá-los na trajetória
de se consagrarem verdadeiros maçons, passo a vocês uma receita mágica, infalível, com
poucas palavras é muito simples: SIGA O EXEMPLO DO VOSSO PAI E AVÔ! Nada
mais.

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_______________________________________

Prancha S/ o aniversário de 120 anos da União Sertaneja


Cristina, 05 de Agosto de 2017.

AO POD.'. IRMÃO AROLDO LEOPOLDINO DOS SANTOS


VENERÁVEL MESTRE DA AUG.'. E RESP.'. LOJA SIMBÓLICA
“UNIÃO SERTANEJA” Nº 8 - ORIENTE DE SETE LAGOAS - MG

Ref.: 120º Aniversário

Prezado Venerável Mestre, Luzes e Estimados Irmãos,

Com os meus cumprimentos, é com alegria que dirijo a minha


Loja-Mãe "União Sertaneja” nº 8, para externar a satisfação que vejo
aproximar a data comemorativa do seu 120º aniversário. É uma trajetória
histórica que engrandece a Maçonaria brasileira. Os seus obreiros por
consequência refletem a vitória de luz que o tempo consagra essa saga
gloriosa.

É oportuno registrar que neste momento de conquista incomum, a


minha atual Loja "Deus e Fraternidade” nº 292 - Oriente de Cristina, na
pessoa do irmão Venerável Mestre Carlos André Miranda, se rejubila com o
seu tríplice e Fraternal abraço a todos os obreiros da União Sertaneja que
gozam da magnânima data de 20 de Agosto, coincidentes nos dois sentidos:
"Dia do Maçom" e Fundação da “Loja União Sertaneja” nº 8.

Com o meu saudoso e fraternal abraço, desejo a todos os irmãos dessa


gloriosa oficina os meus parabéns e votos de sucesso nas realizações e
comemorações, que certamente se realizarão no transcorrer do corrente mês.

Rogando às luzes do GADU ao Poderoso irmão V.´. M.´. e demais


irmãos dessa querida Loja, despeço-me,

Fraternalmente,

_______________________________________

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Eleições 2018 – Voto Consciente
CREMILTON SILVA <crema.silva@yahoo.com.br>
Para: cpd@glmmg.org.br
Cco: Manoel Monteiro, Jose Roberto, Jorge Mauro
Prezado e Valoroso Sereníssimo Grão-Mestre Edílson de Oliveira
S.'.
F.'. U.'.
Na qualidade de obreiro da Loja "Deus e Fraternidade" n. 292 - Oriente
de Cristina-MG, manifesto o meu sentimento de satisfação pelos resultados
ocorridos em ambos os turnos das eleições deste ano. Primeiramente, cabe
ressaltar que apesar dos ânimos acirrados dos eleitores, militantes e até
mesmo dos candidatos, no geral, as eleições encerraram de forma pacífica.
Mas o que muito me chamou a atenção foi constatar que o
programa "VOTO CONSCIENTE" lançado pela Confederação da
Maçonaria Simbólica do Brasil - CMSB, desenvolvido nos 26 Estados da
Federação e no Distrito federal com o slogan "REAGE BRASIL!", não foi
em vão.
Presenciamos através das urnas uma atitude atípica dos eleitores
brasileiros, ao compararmos com as eleições anteriores. As pessoas em sua
grande maioria conectadas às redes sociais nocautearam a forma tradicional
de se fazer política em que o tempo de propaganda na TV beneficiava os
grandes partidos e os candidatos mais endinheirados.
A demonstração de consciência do poder de seu voto se tornou evidente
quando se constata o duro golpe na política tradicional desde a
redemocratização. Os eleitores puniram sem piedade as legendas que há
décadas dominavam o cenário nacional. Políticos tradicionais, caciques,
investigados da Lava-Jato, clãs e próceres da República foram defenestrados.
Podemos com toda a certeza afirmar que o cidadão aproveitou a oportunidade,
demonstrou maturidade política e percebeu que as verdadeiras mudanças
ocorrem através da sua atitude consciente.
O primeiro passo foi dado. Agora, cabe-nos mantermos vigilantes para
que não haja retrocesso. As esperanças se renovam e juntos vamos ajudar o
Brasil fazer jus a grande nação que é; fortalecendo a democracia, honrando os
dizeres do Pavilhão Nacional - "Ordem e Progresso" e, sobretudo, permitindo
uma condição de vida digna ao seu povo.
19
Rogando às luzes do G.'.A.'.D.'.U.'. para todos nós, desejo-lhe uma boa
semana.

______________________________________
SESSÃO MAGNA DE EXALTAÇÃO
Loja “Deus e Fraternidade” n˚ 292– Cristina-MG
IRMÃO CARLOS,

Primeiramente parabenizo a Loja por esta brilhante sessão de exaltação. A


certeza de todos nós é de que as colunas de nossa Loja estarão mais fortalecidas
com mais um irmão alcançando a sua plenitude maçônica.
Sua exaltação, irmão, será marcada pela proximidade de uma data histórica
do nosso calendário – 15 de novembro, quando nós brasileiros, comemoramos a
Proclamação da República, evento este em que nossos irmãos da época foram
protagonistas na mudança do regime Monárquico para República Federativa do
Brasil. E também pela coincidência com o dia da Bandeira Nacional, denominado
por nós maçons, como “Pavilhão Nacional”, símbolo da nossa Pátria. Nos templos
maçônicos brasileiros existe um lugar reservado para o Pavilhão, cuja importância
para a Maçonaria é tanto quanto o seu Estandarte. A Maçonaria venera a Pátria e
tem por objetivo uma Pátria de cidadãos felizes que vivem em Ordem e Progresso,
dístico este influenciado por maçons de projeção na época de sua criação.
Carlos: considere-se a partir de hoje em plena caminhada. E como Mestre
Maçom sua responsabilidade aumenta perante a Ordem. O trabalho maçônico
requer ideal. E este não pode faltar, sob a pena de nada se construir. Quem para a
MAÇONARIA entra, deve estar disposto a tudo dar pela causa da Instituição e da
melhoria da sociedade em que vivemos.
A MAÇONARIA impõe sacrifícios contínuos, não se podendo parar ou
descansar. Ser maçom é estar sempre em atividade; nas Lojas, em trabalho ativo e
fora dela, aplicando aquilo que aqui aprendemos. Só assim podemos realizar a nossa
obra.
Como MAÇONS, devemos ter a convicção de que somos uma escola, temos
um programa e ensinamos o que esse programa determina. Burilamos o espírito,
incentivamos o progresso e reforçamos a moral. Eis o nosso caminho.
Imbuídos dessa missão, precisamos de homens de caráter que tenham
confiança no programa que nos propomos realizar e estamos realizando, desde
tempos passados.
Quero neste dia meu irmão Carlos, saudá-lo e dizer-lhe que o seu perfil
profissional e maçônico, já nos dão a certeza de sucesso nessa missão desafiadora.
Jamais devemos nos esquecer de que o labor não deve ser interrompido. Ainda que
seja lento, devemos impor nossa dedicação com

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determinação e humildade, certo de que o resultado será seguro.

Mais uma vez, felicidades


Elevação - Lucas, Maximiliano e Vinícius - Loja Ataláia

SESSÃO MAGNA DE ELEVAÇÃO


Loja “Atalaia Sul Mineira” n˚360– Pouso Alegre-MG

IRMÃOS LUCAS, MAXIMILIANO E VINÍCIUS,

S.'.
F.'. U.'.

Primeiramente parabenizo a Loja Atalaia por esta brilhante sessão de


elevação. A certeza de todos nós é de que a coluna do Sul desta Loja estará
mais fortalecida com estes três irmãos, que acabam de receber aumento de
salários, alcançando o Grau de Companheiro Maçom.

Suas elevações, irmãos, serão marcadas pela coincidência e


proximidade de cinco aniversários históricos do nosso calendário, entre os
dias de hoje (19) e 22 deste mês de abril, que, por sua vez entrelaçam e
conduzem uns aos outros, a saber: pela ordem cronológica de datas,
destacamos: *dia 19 – dia do Índio, *dia 21 - morte de Tiradentes,
fundação de Brasília e morte de Tancredo Neves e *dia 22 -
descobrimento do Brasil.

►Dia do Índio (19.04.1940–19.04.2022) – 82º ano de aniversário

Todo o dia dezenove de abril comemora-se no Brasil e em vários países


do continente americano o “Dia do Índio” ou o “Dia dos Povos Indígenas”.
Este dia nos remete ao dia em que delegados indígenas, representantes de
várias etnias de países como o Chile e o México, reuniram-se, em 1940, no
“Primeiro Congresso Indigenista Interamericano”. A celebração do Dia do
Índio tem como propósito também a preservação da memória e a reflexão
crítica nas universidades, escolas e demais instituições semelhantes sobre a
importância da preservação dos povos indígenas e respeito às suas
manifestações culturais. No caso do Brasil, o Dia do Índio foi instituído via
decreto-lei, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, que exercia o
poder no chamado Estado Novo.

►Morte de Tiradentes (21.04.1792–21.04.2022) – 230º ano de aniversário

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Neste dia assinala-se a morte de Joaquim José da Silva Xavier –
Tiradentes, o primeiro mártir do nosso Brasil. Nascido na Fazenda do
Pombal, hoje Tiradentes, no ano de 1746. Ficou órfão de mãe aos nove anos
de idade, perdeu o pai aos onze anos, e foi criado pelo padrinho na cidade de
Vila Rica, hoje conhecida como Ouro Preto. O apelido Tiradentes veio da
profissão de dentista que exercera, mas o ofício que mais lhe promoveu foi o
de soldado, integrante do movimento da inconfidência Mineira – que o levou
a morte em praça pública, por enforcamento e esquartejamento.

A Inconfidência Mineira foi um abalo causado pela busca de libertação


do Brasil diante da monarquia portuguesa, ocorrido por longos anos, no final
do século XVIII. Os Portugueses se apossavam de ouro e pedras preciosas na
cidade de Vila Rica e proximidades da mesma e as comercializavam pelos
países europeus, fazendo fortuna à custa das riquezas do nosso país. Além
disso, cobravam altos impostos (o quinto) e a população decidiu se libertar
das imposições advindas do governo Português. Durante o movimento, as
notícias de que os inconfidentes tentariam derrubar o governo de Portugal
chegaram aos ouvidos do Imperador, que decretou a prisão dos envolvidos.
Tiradentes, para defender seus amigos, assumiu toda a responsabilidade pelo
movimento e foi condenado à morte.

A fim de inibir a população de fazer manifestos que apresentassem


ideologias diferentes, o governo fez questão de mostrar em praça pública o
sofrimento de Tiradentes. Em 21 de abril de 1792, aos 46 anos, Tiradentes
percorreu o trajeto, chegando à cadeia pública da região e foi enforcado após
a leitura de sua sentença condenatória.

►Fundação de Brasília (21.04.1960–21.04.2022) – 62º ano de aniversário

Neste dia 21 de abril, Brasília comemora o seu sexagésimo segundo


aniversário. É a Capital Federal do Brasil e sede do governo do Distrito
federal. A cidade está localizada na região centro-oeste do país, conhecida
como Planalto Central.

“Brasiliense” é o nome que se dá a quem nasceu em Brasília.


“Candango” é outro termo utilizado para designar os brasilienses, sendo,
originalmente, usado para se referir aos trabalhadores que, em sua maioria
provenientes da Região Nordeste do Brasil, migravam à futura capital para
trabalhar em sua construção.

No ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então


candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor
se respeitaria a constituição, interiorizando a capital federal, ao que Juscelino
afirmou que transferiria a capital. Eleito, Juscelino estabeleceu a construção
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de Brasília como uma das prioridades do seu “Plano de Metas”, e o fez
cumprir.

►Morte de Tancredo Neves (21.04.1985–21.04.2022)–37º ano de aniversário

No dia vinte e um de abril, assinala-se o trigésimo sétimo aniversário de


morte de Tancredo de Almeida Neves, advogado, nascido na cidade de São
João Del Rei – Minas Gerais, em quatro de março de 1910. Iniciou sua
carreira política como vereador de sua cidade natal entre 1935 – 1937. A
partir daí foi Deputado Estadual, Deputado Federal por diversas legislaturas,
Ministro da Justiça, Secretário de Finanças do Estado de Minas Gerais e
Governo de Minas Gerais.

Em virtude da derrota da emenda “Dante de Oliveira”, que propunha a


realização de eleições diretas para Presidente da República em 1984, foi
candidato à Presidência por uma coligação de partidos de oposição reunidos
na Aliança Democrática, tendo como vice o Senador José Sarney. Foi eleito
Presidente da República pelo colégio eleitoral em 15 de janeiro de 1985,
vencendo o candidato governista Paulo Maluf. Na véspera da posse, em 14 de
março de 1985, foi internado em estado grave, assumindo interinamente o
cargo o vice-presidente José Sarney. Faleceu em São Paulo, no dia 21 de abril
de 1985. Quis o destino à tragédia de não tomar posse, mas recebeu a glória
de morrer no dia do ilustre e herói, Tiradentes. A lei nº 7.465, de 21 de abril
de 1986, determinou, em seu artigo 1º, que Tancredo Neves passaria a figurar
na “galeria dos que foram ungidos pela nação brasileira, para a suprema
magistratura, para todos os efeitos legais”.

►Descobrimento do Brasil (22.04.1500–22.04.2022) 522º ano de aniversário

No dia vinte e dois de abril, o Brasil estará comemorando seus 522 anos
de descobrimento. Esta data é marcada oficialmente como o dia em que a
coroa Portuguesa anunciou o descobrimento das terras brasileiras. Em 1500, o
rei português Dom Manoel I autorizou que o navegante Pedro Álvares Cabral
organizasse uma esquadra que, segundo consta, deveria aportar na Índia. Para
tal propósito foi designada o uso de oito naus, três caravelas, um navio de
mantimentos e uma caravela mercante. Além disso, foram convocados
aproximadamente 1.500 homens, incluindo capitães, tripulantes, soldados e
autoridades religiosas. A expedição deixou o Porto de Restelo em nove de
março de 1500. Passados exatos 44 dias, os navegantes avistaram o famoso
Monte Pascoal. Chegando ao território brasileiro, inicialmente chamado de
23
“Vera Cruz”, o escrivão oficial, Pero Vaz de Caminha se pôs a tecer um relato
sobre as terras, cabendo ao navegante Gaspar Lemos, oficializar a descoberta
levando a carta de Pero Vaz ao Rei. Após a oficialização é que se vivenciaram
os tantos outros episódios que, ao longo dos séculos, explicam a peculiar
formação da Nação Brasileira.

Consideram-se irmãos Lucas, Maximiliano e Vinícius, a partir de hoje,


em plena caminhada. A MAÇONARIA impõe sacrifícios contínuos, não se
podendo parar ou descansar. Ser maçom é estar sempre em atividade; nas
Lojas, em trabalho ativo e fora dela, aplicando aquilo que aqui aprendemos.
Só assim podemos realizar a nossa obra.

Como MAÇONS, devemos ter a convicção de que somos uma escola,


temos um programa e ensinamos o que esse programa determina. Burilam o
espírito, incentivamos o progresso e reforçamos a moral. Eis o nosso
caminho.

Imbuídos dessa missão, precisamos de homens de caráter que tenham


confiança no programa que nos propomos realizar e estamos realizando,
desde tempos passados.

Quero neste dia meus irmãos Lucas, Maximiliano e Vinícius, saudá-los


e dizer-lhes: jamais devemos nos esquecer de que o labor não deve ser
interrompido. Ainda que seja lento, devemos impor nossa dedicação com
determinação e humildade, certo de que o resultado será seguro.

Mais uma vez, felicidades!

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Iniciação do Ulysses

*SESSÃO MAGNA DE INICIAÇÃO*


Loja “Atalaia Sul Mineira” n˚ 360– Pouso Alegre-MG

Primeiramente, parabenizo a Loja pela aquisição de mais 01 (um)


irmão. A expectativa de todos nós é de que a partir de hoje as colunas desta
Augusta e Respeitável Loja Simbólica “Atalaia Sul Mineira” N˚ 360, estarão
mais fortalecidas para bem cumprirem a nobre missão de construtores sociais.
MEU QUERIDO SOBRINHO DE SANGUE, E HOJE, IRMÃO DE ORDEM,
ULYSSES VILASBOAS SILVA,

A data de hoje terá um significado duplamente marcante para mim.


Neste dia 22, tenho a alegria de recebê-lo entre nós Maçons, coincidindo com
a grande festa comemorativa da padroeira de minha terra natal e também do
seu Pai – Santa Rita do Sapucaí.
Cumpre-me na condição de Mestre Maçom dirigir-lhe algumas palavras
sobre a finalidade da Arte Real. Saiba que esta cerimônia de iniciação é de
homens livres e de bons costumes, capazes de formarem um grupo de livres
pensadores que trabalham unicamente à Glória do G∴A∴D∴U∴. Por isso te
digo meu Irmão que a iniciação maçônica não é uma simples recepção de um
novo membro e a sua apresentação aos demais, é, ao contrário, a execução de
um cerimonial impressionante composto de um rito iniciático, através do qual
te foi dada a oportunidade de despertar a percepção de um mundo novo.
Ao transpormos aquela porta, abriu-se para ti um caminho novo que,
embora ainda para ti desconhecido, te levará a viver uma existência diferente.
Não serás mais o mesmo. Nasceste de novo. As provas, os interrogatórios,
todo o drama iniciático que viveste de olhos vendados simbolizaram o teu
regresso à vida uterina permitindo o nascimento de um novo homem
purificado para receber a Luz.
A iniciação maçónica é simbólica, deverás entendê-la como o teu
renascimento interior, uma transformação do intimo estado do teu ser, o
ingresso numa nova maneira de pensar, de viver, de falar e principalmente de
fazer.
É por esta razão que se diz que o iniciado morre simbolicamente para o
mundo, para o estado profano; esta morte simbólica é necessária para o
25
renascimento iniciático, constituindo a negação dos vícios, dos erros e ilusões,
que constitui o desejo de aperfeiçoamento do espírito que se expressa na
aspiração a ideais mais elevados. A este trabalho de “matar o que de profano
exista em ti” chamamos de desbaste da pedra bruta e para tal te entregamos as
ferramentas necessárias a esse trabalho – o malho e o cinzel.
Devo lembrar-te que a Ordem possui três graus, e que ao te conferir o
grau de Aprendiz ela deposita em ti a esperança do seu futuro. No entanto,
enquanto Aprendiz; não entrarás na posse de todos os direitos maçônicos. A
plenitude desses direitos só te será assegurada depois da tua iniciação ao
sublime grau de Mestre. Por isso, estarás também afastado das
responsabilidades da Loja, mas terás o dever de com afinco procurares
acumular conhecimentos básicos, práticos e teóricos de natureza ritualísticos,
simbólicos e filosóficos nos quais serás apoiado pelos Mestres da Loja,
principalmente pelo responsável pela tua iniciação “o teu padrinho” e
orientado por aquele que é o responsável por todos os Aprendizes desta Loja
– o Irmão Primeiro Vigilante.
É natural que neste momento te interrogues sobre tudo o que ouves e
vês à tua volta, tal como a criança se interroga perante um mundo de objetos e
situações novas, eis o momento de fazeres uso da tua condição de livre
pensador para procurares as tuas respostas, a qual deverá cimentar com um
estudo apurado do teu “Ritual de Aprendiz” e de outros livros que te serão
aconselhados pelo Irmão Primeiro Vigilante.
Um maçom deve considerar a iniciação simbólica como um caminho
para chegar ao conhecimento, ou seja, à iniciação real, ao segredo maçônico.
Para tal deve fazer o seu caminho sem sobressaltos, à sua própria velocidade,
cuidando dos passos que dá através do conhecimento dos símbolos e alegorias
que lhe são apresentados. Através do estudo do ritual e da meditação os
símbolos nele contidos acabarão por revelar aos poucos os verdadeiros
mistérios da maçonaria, o seu segredo, o qual jamais alguém o revelou, mas
que todo aquele que o procurou o encontrou através da intuição.
Por fim devo dizer-te que a iniciação não tem outros limites que o
próprio iniciado, e que a Arte Real é a busca da iniciação à qual compete
apenas a ti decidir se a queres alcançar, descobrindo o seu segredo
possibilitando a que dentro da noite da tua consciência uma centelha atiçada
seja o suficiente para que se faça Luz.
Seja bem-vindo a nós e que o G.’. A.’. D.’.U.’., o conserve convicto de
se consagrar um verdadeiro Maçom.
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EXALTAÇÃO DO IR.’. SAMUEL
*SESSÃO MAGNA DE ELEVAÇÃO - IRMÃO SAMUEL*
LOJA “DEUS E FRATERNIDADE” – CRISTINA-MG

Hoje o querido irmão alcançou a sua plenitude maçônica!


Sua exaltação, irmão, será marcada pela proximidade de algumas datas
históricas do nosso calendário que tem tudo a ver com a sua vida maçônica e
profissional. Dia 20 de agosto, quando comemoramos o Dia Internacional do
Maçom e o Dia 25, quando nós brasileiros comemoramos o Dia do soldado.
Algo mais e por demais relevantes marca o mês de sua exaltação meu irmão;
a consagração de um grande Maçom e soldado: O Marechal-de-Exército Luiz
Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, como Patrono do Exército
Brasileiro pelo Decreto nº 51.929, de 13 de março de 1962. Em sua
homenagem, no dia de seu nascimento (25 de agosto), passou a ser
comemorado o Dia do Soldado.
Considere-se irmão Samuel, a partir de hoje, em plena caminhada. E
como Mestre Maçom sua responsabilidade aumenta perante a Ordem. O
trabalho maçônico requer ideal. E este não pode faltar, sob pena de nada se
construir. Quem para a MAÇONARIA entra, deve estar disposto a tudo dar
pela causa da Instituição e da melhoria da sociedade em que vivemos.
A MAÇONARIA impõe sacrifícios contínuos, não se podendo parar ou
descansar. Ser maçom é estar sempre em atividade; nas Lojas, em trabalho
ativo e fora dela, aplicando aquilo que aqui aprendemos. Só assim podemos
realizar a nossa obra.
Como MAÇONS, devemos ter a convicção de que somos uma escola,
temos um programa e ensinamos o que esse programa determina. Burilamos o
espírito, incentivamos o progresso e reforçamos a moral. Eis o nosso
caminho.
Imbuídos dessa missão, precisamos de homens de caráter que tenham
confiança no programa que nos propomos realizar e estamos realizando,
desde tempos passados.
Para crescer é necessário ter capacidade para admirar os talentos das
pessoas que nos cercam ao longo de todo o tempo, ao invés de focar nos seus
defeitos.
Aqui vão algumas “dicas” ditas pelos grandes Mestres, para ser um
grande Maçom e consequentemente um grande homem:
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1- Ensine-os desde o começo a admirar o ângulo virtuoso dos Irmãos e das
pessoas. Na loja, no trabalho, na casa... Aponte para eles o que é notável nas
pessoas que eles convivem dentro e fora do âmbito Maçônico.
2- Desconfie positivamente de quem não faz questão de agradar, porém, está
sempre ao lado do que precisa ser feito.
3- Preste atenção nas virtudes dos Irmãos/Pessoas que entram na sua
convivência. Aprenda sempre com o ponto forte do outro.
4- Aja como se você fosse o "Venerável Mestre" na hora de tomar decisões.
Como você resolveria este assunto se fosse o presidente da Loja?
5- Descubra rapidamente seus pontos fracos e peça ajuda e suporte nas áreas
onde você não tem talento ou vocação.
6- Em qualquer cargo, o único papel que é indelegável é o de ser um
estudante permanente. Você nunca para de aprender.

7- Se você não está feliz, mude seus relacionamentos. Conheça novas e outras
pessoas. Somos resultados das amizades, contatos e relações que escolhemos
e mantemos na vida. Dize-me com quem conversas e dir-te-ei para onde vais!
8- Invista mais seu tempo para a Ordem. Tanto nos dias de reunião, quanto
nos outros dias. Lembre-se que você não é um Maçom só nas sessões, mas
também fora dela. Se esforce ao máximo para que a reunião seja produtiva,
ajude os membros com cargos da loja, pois, mesmo sendo trabalho deles, a
loja é de todos.
9- Saiba sair. Respeite todos os cargos que ocupou. Nunca destrua os degraus
da escada por onde passou. Forme sucessores. Seja um selecionador e
recrutador de gente. Crie líderes por onde passar. Você deve ser querido e
respeitado em todos os lugares onde esteve. Um agregador de valor, uma
pessoa comovente.
10- Compartilhe o seu conhecimento sem ferir os segredos de sua Ordem.
Tenha consciência de perseguir o sucesso de sua Loja, mas jamais deixe de
compartilhar conhecimento maçônico.
Quero neste seu dia meu irmão Samuel, saudá-lo e dizer-lhe que o seu
perfil profissional e maçônico já nos dá a certeza de sucesso nessa missão
desafiadora. Jamais devemos nos esquecer de que o labor não deve ser
interrompido. Ainda que seja lento, devemos impor nossa dedicação com
determinação e humildade, certo de que o resultado será seguro.

Sucesso em sua plenitude Maçônica!


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REGULAMENTO INTERNO DO PROGRAMA DE DOAÇÃO DE
ALIMENTOS “GENTE COMO A GENTE” - 11.12.2002

1- O programa “Gente como a Gente” tem por objetivo a arrecadação


de alimentos entre as famílias de maçons da Loja União Sertaneja nº 8, para
doação às famílias carentes do município de Sete Lagoas.

2- O programa iniciará em fevereiro de 2003 e a sua duração será por


prazo indeterminado.

3- Todos os maçons da Loja União Sertaneja nº 8 deverão se considerar


automaticamente inclusos neste Programa, bem como, comprometidos com a
doação mensal de alimentos.

4- O obreiro que não estiver em condições de doar, deverá comunicar à


Comissão de Arrecadação, para fins de controle.

5- A cota mínima mensal de doação será de 2 quilos / litros por maçom,


facultando ao mesmo a liberdade de doar acima do mínimo estabelecido, de
acordo com as suas possibilidades.

6- A doação deverá ser espontânea, feita diretamente na secretaria da


Loja ou a qualquer membro da Comissão Arrecadadora, dentro do período
estipulado pela Comissão de Arrecadação.

7- Compete às comissões formadas pelas famílias maçônica da União


Sertaneja nº 8, a arrecadação, preparação das cestas e distribuição das mesmas
aos bairros da cidade.

8- O programa deverá ser conduzido por 1 (um) Supervisor Geral e 3


(três) Comissões, sendo 1(uma) de Arrecadação de Alimentos, 1 (uma) de
Preparação das Cestas e 1 (uma) de Distribuição das Cestas.

9- A Comissão de Preparação das Cestas será formada pelas esposas


dos obreiros mencionados no item 3 deste Regulamento, sob a
responsabilidade direta da Presidente do Clube Feminino.

10- O Supervisor Geral, Coordenadores, Representante dos Obreiros


junto a Comissão de Preparação das Cestas e as Comissões de Arrecadação e
Distribuição serão formadas por obreiros da Loja União sertaneja nº 8.

29
11- As Comissões de Arrecadação e Distribuição deverão escolher entre
si um coordenador, ficando a cargo da Diretoria da Loja a indicação do
Representante dos Obreiros junto a Comissão de Preparação das Cestas.

12- A renovação da equipe de Supervisor Geral, Representante dos


Obreiros junto a Comissão de Preparação das Cestas e das Comissões de
Arrecadação e Distribuição, ficará a cargo da Diretoria da Loja e deverá
ocorrer anualmente. O obreiro poderá permanecer nela caso seja do interesse
da Diretoria da Loja e do seu desejo próprio.

13- Caberá ao Supervisor Geral do Programa informar a Diretoria da


Loja sobre o movimento ocorrido no mês anterior.

14- A Diretoria da Loja deverá no final de cada semestre, avaliar o


andamento dos trabalhos, e se necessário, propor mudanças que melhor
atendam o objetivo do programa.

15- As dúvidas ocorridas serão dirimidas pela Diretoria da Loja,


Supervisor Geral, Coordenadores e Representante previstos no item 10 deste
Regulamento.

________________________________________

30
Proposta – Semana do Maçom para Fórum Maçônico

Sete Lagoas, 20 de fevereiro de 2003.

Prezado Venerável Mestre Gilberto Luíz dos Santos

S.’.
F.’. U.’.

Ratificando minhas considerações quando do uso da Palavra a Bem da


Ordem e do Quadro em Particular – reunião do grau 2 de 19 do corrente,
detalho abaixo as propostas de mudança que a Loja União Sertaneja nº 8
deverá analisar e em seguida, apresentar as demais Lojas organizadoras da
“Semana do Maçom”.
Vale ressaltar que a realização da “Semana do Maçom” em nosso
oriente foi uma iniciativa inédita, que já caminha para o seu 15º ano de
sucesso. Porém, se fizermos uma retrospectiva constataremos que nada de
diferente foi acrescentado nestes últimos anos para tornar o evento mais
atrativo. Não podemos nos acomodar, cair na rotina e persistir na mesmice
diante da velocidade e diversidade de inovações que ocorrem nos dias atuais.
Temos que ser criativos e fazer com que esse evento se torne cada vez
mais interessante, agregando valores à nossa missão maçônica. Buscar uma
forma de torna-lo conhecido além de nossas fronteiras regionais. Se possível,
estimular as co-irmãs de outros Orientes/Estados, desenvolver algo
semelhante a bem da Ordem, da sociedade e do próprio ser humano.

PROPOSTA
1- Transformar a “Semana do Maçom” em um “Fórum Maçônico”. O
projeto desse evento seria difundido em âmbito nacional e sua realização
estava prevista para ocorrer em 2 (dois) dias, preferencialmente na Sexta-feira
e Sábado, de forma a facilitar a participação dos irmãos que residem em
outros orientes.
A programação seria elaborada através das inscrições abertas para
Apresentação de trabalhos e Debates de assuntos maçônicos.
2 - Estabelecer como objetivo o compromisso de evoluir nos assuntos ali
tratados para se chegar a um resultado.

Justificativas para transformar o evento em um “Fórum Maçônico”:


31
√ Promover maior integração da Ordem;
√ Criar oportunidade de debater assuntos de interesse geral a bem da ordem e
da sociedade;
√ Demonstrar nosso desejo de crescimento como maçom e também em favor
da sociedade, da pátria e da humanidade;
√ Divulgar nosso oriente, os trabalhos já realizados nestes 15 anos e,
sobretudo o exemplo de harmonia reinante entre as Lojas, e destas, com a
comunidade em que atuamos;
√ Comprometimento dos envolvidos na concretização dos assuntos discutidos
no Fórum;
√ Mobilizar a efetiva participação da Maçonaria junto à sociedade e aos
segmentos de decisão seja de âmbito municipal, estadual e federal.

Considerando que numa mudança dessa amplitude,


requer tempo e planejamento; as comemorações do
“Dia do Maçom” com este novo formato seria para
2004.

SEMANA DO MAÇOM – De 18 a 24/08/2003


 - Convite para três palestrantes:

Criar um novo padrão de convite. Passar a imagem positiva da


relação saudável entre as Lojas, e destas, para com a comunidade local.
Estabelecer uma parceria com a Secretaria de Turismo na
elaboração deste convite. Ao mesmo tempo em que estaremos
promovendo a cidade, estamos também promovendo as Lojas
organizadoras do evento e nossa relação de convivência social.
Distribuir convites às Lojas jurisdicionadas nos orientes vizinhos
e à todos os Grãos Mestrados do País. O objetivo é tornar o evento
conhecido nacionalmente.
Essa iniciativa estará favorecendo a sonhada mudança do evento
para um “Fórum Maçônico” em 2004.
Palestrantes:

32
Como o exemplo do que se faz todos os anos, cada Loja
apresenta seu palestrante. Propomos que os mesmos sejam de outro
oriente, preferencialmente, de outro Estado da federação.

Justificativas:
√ Criar oportunidade de conhecermos ideias diferentes, bem como,
ampliar nosso conhecimento valendo-nos de irmãos que não convivem
em nosso meio.
√ É uma forma de tornar nosso feito mais conhecido por irmãos de
orientes mais distantes.
√ Dar oportunidade para que o nosso exemplo seja copiado em outros
orientes, objetivando o crescimento e evolução da ordem maçônica;
√ Promover a integração da irmandade além das Lojas organizadoras e
orientes vizinhos.
As sugestões de mudanças ora apresentadas, expressam o anseio de ver
a maçonaria crescer em seus feitos. Realizar algo que condiz com a sua
grandiosidade enquanto instituição e, sobretudo, cumprir com a sua obrigação
de motivar boas ações voltadas para seus fins humanitários, que são
LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.

Fraternalmente,

________________________________________

33
Sistema de Eleição em Loja – Proposta

Oriente de Sete Lagoas, 01 de dezembro de 2004.

Ao
Venerável Mestre Milton José de Almeida
Loja Maçônica União Sertaneja nº 8
Oriente de Sete Lagoas - MG

Ref.: Sistema de Eleições em Loja - P r o p o s t a.

Na qualidade de obreiro desta mui e respeitável Loja Maçônica União


Sertaneja n° 8, motivado a preservar o espírito de união entre os obreiros, bem
como a manutenção de um clima harmonioso em Loja, vêm de conformidade
com o “Capítulo III – item IX do Regulamento Geral”, solicitar do V.’.
M.’., submeter à apreciação da Loja e, posteriormente, se aprovada,
encaminhar ao Sereníssimo Grão Mestre, a proposta de revisão do nosso
Regulamento Geral, no que se refere aos “Título V – Do Processo
Eleitoral”, “Capítulo I – Das Disposições Gerais” e “Seção I – Das
Eleições em Loja”, fundamentada nas seguintes alegações e fatos:

1- Este obreiro vê o sistema de eleições em loja como um


modelo gerador de conflitos e desagregador, incompatível
com os princípios que regem a nossa sublime instituição.
2- Reconhece o obreiro que o sistema de voto, ao mesmo tempo
em que expressa democracia, também estimula a
competição.
3- A competição em seu conceito clássico é “buscar a
satisfação dos próprios interesses, independentemente do
impacto disso sobre as outras partes”.
4- Vê-se, portanto, que a competição não é salutar em nosso
meio. Por mais nobre que seja a causa, entre maçons deve
reinar o espírito cooperativo e jamais de disputa.

34
5- Entende este obreiro que de secreto, basta a imagem que os
profanos fazem da nossa instituição. Entre nós, seja qual for o
movimento articulado, deve prevalecer o princípio da
transparência, da verdade e, quando a situação assim
exigir, o olho no olho.
6- Percebe-se, que a disputa em “via de regras” mexe com os
ânimos dos candidatos. Considera-se ainda, que em se

tratando de Loja, a disputa envolve sempre um grupo pequeno


e limitado de irmãos. Não há como negar a situação de
desconforto quando estes são abordados pelos irmãos
candidatos. Na hipótese de querer agradar a dois, estará sendo
falso com um. É o que normalmente acontece e anormal para
os nossos princípios.
7- O processo em si favorece o afloramento da mentira, da
falsidade. Prolifera-se entre o lançamento da chapa e o dia da
eleição, a desconfiança, enfim um ambiente de hipocrisia,
inadmissível no meio maçônico.
8- O fato é que após as eleições em loja, raras vezes não se vê
ranços, animosidades e até rachas, resultado do sistema de
escolha através do voto secreto.
9- Consegue-se apontar inúmeras desvantagens neste sistema e
nada de positivo que justifique mantê-lo. Apesar disso, não se
vê nenhuma iniciativa para criar um modelo próprio, que
valorize, sobretudo, a transparência e elimine por completo os
constrangimentos gerados por ocasião desse acontecimento.
10- Em que pese o enorme respeito para com o Regulamento
que disciplina o sistema atual de eleições em loja, este obreiro
o vê como desagregador. Privilegia irmãos infrequentes nos
trabalhos, em detrimento daqueles que mantêm frequência
regular em Loja. Talvez por acomodação, faz com que
persistamos num modelo impróprio que nada contribui para
preservar o que é de mais sagrado na maçonaria: A UNIÃO
ENTRE OS IRMÃOS.
11-Vale ressaltar que o processo em si deverá respeitar sempre a
prerrogativa de qualquer irmão habilitado a concorrer aos
cargos de Venerável, 1º e 2º Vigilantes, bem como dos demais
irmãos se manifestarem publicamente em loja, caso assim o
desejarem, o motivo de sua preferência por um ou outro
candidato.
35
12- Frisa-se que a escolha por indicação, aclamação, etc.
possibilita um jogo aberto, sem o manto da obscuridade e
secretismo, atitudes estas incompatíveis de irmão para irmão.
Cumpre ainda a este irmão, informar ao Venerável Mestre, que se
coloca de pé e a ordem, para contribuir com a nova redação que disciplina o
assunto, caso a proposta em questão seja acolhida na esfera superior da
administração da GLMMG, e obviamente, se a este for solicitado.
Cabe, portanto, ao Venerável Mestre submeter a presente proposta à
Loja para que os irmãos se manifestem. Se favoráveis, que seja esta
encaminhada ao Sereníssimo Grão Mestre para determinar a quem de direito
analisá-la e, se for o caso, adequá-la para que na renovação da Diretoria de
uma Loja prospere virtudes como: autenticidade, transparência e
verdade.
Ante ao exposto, este obreiro espera e crê, que a sua proposta seja
interpretada à luz da sabedoria do GADU.

________________________________________

36
Criação da Semana do Maçom - Região de Cristina-MG

Cristina, 20 de maio de 2013.

AO POD.'. IRMÃO LUIZ CARLOS PEREIRA


VENERÁVEL MESTRE DA AUG.'. E RESP.'. LOJ.'. SIMBÓLICA “DEUS E
FRATERNIDADE” Nº 292 - CRISTINA - MG

Pod.’. Ven.’.Mestre e Vl.’. Irmãos:

F.’.
S.’. U.’.

Com o propósito de dar ênfase ao dia “20/08 - Dia do Maçom”, bem


como promover maior integração entre os irmãos das co-irmãs de orientes
vizinhos (São Lourenço, Pedralva e Itajubá), detalho abaixo a minha proposta
de liderarmos a partir deste ano, a realização de um evento de comemoração
ao nosso dia. Este evento se desenvolveria por toda a semana, razão pela qual
titularíamos como “Semana do Maçom”.
Esta proposta é uma cópia do que já vem ocorrendo no oriente de Sete
Lagoas - MG, iniciativa está tomada pela minha Loja-mãe “União Sertaneja”
nº 8, que já está no seu 25º ano de realização. A realização anual deste evento
se tornou incondicional para as 07 (sete) Lojas daquele oriente, o que nos
assegura de que a iniciativa deu certo.
Ressalto também que até hoje mantenho contatos com irmãos de minha
Loja-mãe e de certa forma, mesmo a distância, acompanho a movimentação
deles neste feito.
Ao longo destes anos de repetidos sucessos, os irmãos puderam
comprovar as razões que justificam zelar pela continuidade do evento, dos
quais destaco abaixo algumas delas para melhor elucidar a proposta ora
apresentada:

1- Promover maior integração entre as co-irmãs da região;

37
2- Estimular o debate a bem da Ordem, da sociedade, da pátria e da
humanidade;
3- Demonstrar nosso desejo de crescimento como maçom;
4- Divulgar a Loja, bem como, a convivência harmoniosa entre as
coirmãs; criar oportunidade de conhecermos ideias diferentes, ampliar
nosso conhecimento e estreitar os laços fraternais entre os irmãos;

5- Mobilizar a efetiva participação da Maçonaria junto a sociedade e aos


segmentos de decisão seja de âmbito municipal, estadual e federal.

Considerando que um evento dessa amplitude, requer tempo e


planejamento; neste primeiro ano de realização, sugiro optarmos por algo
simples.
Primeiramente, discutiremos entre nós da “Deus e Fraternidade”
sobre o ânimo de abraçar a causa. Se positivo, discutiríamos quais Lojas
seriam convidadas a participar, bem como, os demais detalhes, tais como:

1- Comissão formada por um representante de cada Loja;


2- Proposta do dia em que a sessão se realizará em qual Loja;
3- Apresentação de trabalhos por cada Loja;
4- Encerramento - Confraternização da família maçônica.

Enfim, a proposta ora apresentada expressa o anseio de ver a maçonaria


crescer em seus feitos. Realizar algo que condiz com a sua grandiosidade
enquanto instituição e, sobretudo, cumprir com a sua obrigação de motivar
boas ações voltadas para seus fins humanitários, que são LIBERDADE,
IGUALDADE e FRATERNIDADE.

Fraternalmente,

________________________________________

38
COMENDA - Sugestão

Delfim Moreira da Costa Ribeiro


* 7/11/1868, Cristina (MG) + 01/07/1952, Santa Rita do Sapucaí (MG)

Delfim Moreira da Costa Ribeiro, filho de uma portuguesa com um


brasileiro. Nasceu na pequena cidade mineira chamada Cristina no dia 7 de
novembro de 1868. Iniciou os estudos no Seminário de Mariana,
aproximadamente 450 km de distância de sua cidade natal. Foi para São Paulo
e cursou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, diplomado no ano de
1890.

Defensor dos princípios republicanos, Moreira teve parte na fundação


dos jornais “República Mineira” e “Vinte e um de Abril”. Faz parte da
conhecida geração de republicanos históricos que saíram das salas de aula do
Largo São Francisco. Formou-se em 1890 e, um ano depois, casou-se com a
prima Francisca Ribeiro de Abreu, com quem teve seis filhos.

Sua carreira começou como promotor público em Santa Rita do


Sapucaí onde também exerceu o cargo de juiz municipal. Foi novamente
promotor público na cidade de Pouso Alegre. Sua vida política iniciou-se
como vereador e presidente da câmara municipal de Santa Rita. Já em 1894
foi nomeado Secretário do interior de Minas Gerais. Ocupou, por duas vezes,
a função de deputado estadual, entre 1902 e 1906. Foi eleito senador estadual
em 1906, mas devido a uma enfermidade, retirou-se por dois anos para uma
fazenda no interior de Minas Gerais. Ocupou o cargo de senador apenas em
1908 e assumiu novamente a Secretaria de Interior de Minas Gerais entre
1910 e 1914. Foi, finalmente, presidente do estado de Minas Gerais entre
1914 e 1918. Nessa função destacou-se por buscar restabelecer as finanças do
estado.

Após o governo de Venceslau Brás, integrou a chapa de Rodrigues


Alves na disputa eleitoral pela presidência na posição de pleiteante à
vice-presidência. Entretanto, nos últimos anos do governo de Venceslau Brás
uma grave epidemia de “Gripe Espanhola” assolou a população brasileira,
aproximadamente 15 mil pessoas morreram no território brasileiro, sendo que
um dos infectados foi justamente o candidato à presidência Rodrigues Alves.
A chapa de Rodrigues Alves e Delfim Moreira saiu vitoriosa no pleito

39
eleitoral, mas o primeiro acabou falecendo e não desempenhou nada na
função de presidente. Em lugar do presidente falecido assumiu o seu vice,
Delfim Moreira. Assim, governou o país entre 15 de novembro de 1918 e 28
de julho de 1919. Ficou no cargo até que novas eleições fossem convocadas,
pois a constituição da época não permitia que o vice assumisse antes de se
passar dois anos do mandato eleitoral. Mesmo assim, desempenhou sua
função tomando as ações possíveis. Seu pequeno mandato enfrentou sérios
problemas sociais combatendo várias greves gerais no Brasil. Além disso,
reformou a administração no estado do Acre, publicou o Código Civil
Brasileiro com correções do texto publicado em 1916 e decretou a
intervenção no estado de Goiás. Durante seu curto mandato chocou-se com as
organizações operárias no país, tendo determinado o fechamento de sindicatos
no Rio de Janeiro e tendo expulsado do país cerca de cem militantes de
esquerda responsáveis pela fundação do Partido Comunista Brasileiro em
junho de 1919.

Na Conferência de Paz ocorrida em Paris em 1919 foi Delfim Moreira


que fez o Brasil ser representado enviando o Senador Epitácio Pessoa, o qual
era candidato na disputa eleitoral para presidência contra Ruy Barbosa.
Epitácio Pessoa foi eleito no dia 13 de maio do mesmo ano, enquanto estava
ainda em Paris. Quando retornou ao Brasil recebeu de Delfim Moreira o cargo
de presidente. O próprio Moreira fora reeleito vice-presidente para a chapa de
Pessoa, mas não demonstrava interesse pela política devido à doença da qual
não se livrará.

Durante todo o curto mandato desenvolvendo a função de presidente,


Delfim Moreira esteve acometido por uma doença, arteriosclerose precoce,
que o deixava desconcentrado e desligado de suas tarefas. Na prática era o
ministro Afrânio de Melo Franco quem tomava as decisões do governo.
Mais tarde a doença o fez se recolher em Santa Rita do Sapucaí e por lá
acabou falecendo no dia primeiro de julho de 1920, sem completar também o
mandato de vice-presidente. Apesar dos problemas de saúde que o
acompanharam durante toda a vida faleceu com idade avançada, um pouco
antes de completar 84 anos de idade. Foi descrito por parentes, amigos e
jornalistas como um presidente íntegro, supersticioso e avesso aos protocolos.

Para concluir, faço aqui uma observação que me salta aos olhos:
“enquanto este honrado personagem mal é lembrado ou sequer
homenageado na sua própria terra natal - Cristina, uma cidade próxima
daqui o homenageou com o seu nome. A minha querida Santa Rita do
Sapucaí, com nome de Avenida e Colégio. Anualmente, confere comenda
honorífica com medalha que leva o seu nome à cidadãos santaritenses, a
exemplo do que assistimos no evento realizado no dia 10 de novembro p.p.,
pela co-irmã “Loja Maçônica Caridade Sul Mineira nº 287”.
40
________________________________________

Aug.: e Resp.: Loja Simbólica “Deus e Fraternidade” Nº 292


Fundada em 16.05.1985
Jurisdicionada a Grande Loja Maçônica de Minas Gerais - Utilidade Pública – Lei nº 1.416
de 24.11.1993 - Reuniões às Segundas-Feiras – 20 Horas
Rua Pedro Paulo Rezende – Nº 02 - Cristina – MG - CEP 37476-000

Cristina, 01 de dezembro de 2015.

Ao Valoroso Irmão Raimundo Paulo de Oliveira


DD. Delegado do Grão Mestre – 54ª Delegacia Regional
Oriente de Caxambu - MG

Assunto: SINDICÃNCIA

Prezado e Valoroso Irmão Raimundo,

F.´.
S.´. U.´.

Com os nossos calorosos cumprimentos vimos à presença do irmão


com o firme propósito de solicitar sua atenção e, em seguida apresentar-lhe
uma sugestão que no nosso entendimento se faz necessário no contexto da
nossa Instituição.
Primeiramente, cumpre-nos ressaltar que em sua visita a nossa Loja, em
reunião proferida no grau de Aprendiz Maçom no dia 09.11.2015, foi evidente
a demonstração de anseio do irmão, no sentido de bem desenvolver a sua
nobre missão de Delegado do Grão Mestre. Para tal, o irmão ressaltou que
contava com a ajuda dos irmãos com críticas e, sobretudo, sugestões para o
bom desempenho e sucesso frente à 54ª Delegacia Regional. É com este
espírito que nós da Loja “Deus e Fraternidade” nº 292, estaremos de pé e a
ordem em apoiá-lo no que se fizer necessário, com a certeza de que a recíproca é
verdadeira.
Em nossa reunião realizada no dia 23.11.2015, foi levantado o assunto sobre
a importância da Sindicância, quando do processo de admissão do candidato para o
41
nosso meio. A conclusão foi de que nada evoluímos nesse sentido. Estamos presos a
um modelo ultrapassado, de uma época em que não existia no segmento tecnológico
o Celular, Internet, Drones, etc... A sociedade

não convivia com o Divórcio, Redes Sociais e convenções comportamentais ditas


modernas. Enfim, todos os segmentos apresentaram profundas mudanças. Portanto,
é necessário se adequarmos em alguns aspectos, sem entrar no mérito dos princípios
e conceitos maçônicos.
É plenamente compreensível que a abordagem do Sindicante a um candidato,
não pode ser da mesma forma que se fazia há 50 anos. O Sindicante tem que se
apresentar bem preparado e levar a melhor impressão possível ao profano, bem
como, realizar uma investigação acurada sobre o Sindicado, visando à escolha
acertada para compor nossos quadros. Daí o motivo que nos levou a sugerir dois
documentos distintos na operacionalização da Sindicância. Senão vejamos:

1- Criar um Manual ou Cartilha para bem instruir o Mestre Maçom na sua


missão de Sindicante. É fundamental que ele se conscientize da sua
responsabilidade e não se limite a simplesmente preencher o formulário e
devolver ao Venerável. Sugerimos o “Documento 1”, em anexo, como
subsídio para elaboração do referido Manual/Cartilha.
2- O Formulário hoje adotado, a nosso ver, requer uma revisão. A maioria dos
Sindicantes se limita em respondê-lo, sem explorar efetivamente a vida do
sindicado além do que pede o formulário. Embora saibamos ser impossível
uma Sindicância 100% perfeita, é nosso dever esmerar neste trabalho. Para
subsidiar na reformulação do atual Questionário/Roteiro utilizado pelo
Sindicante, anexamos o “Documento 2”. O certo é que toda essa
documentação requer uma avaliação mais aprofundada para que o produto
desse trabalho seja consistente e adequado à atualidade.
Vale ressaltar ainda que, na reunião que tivemos no dia 23.11, o consenso foi
de que esta sugestão seria apresentada pessoalmente ao irmão, no retorno do recesso
maçônico (início de 2016), já que não há tempo hábil de se tomar alguma iniciativa
este ano. Por outro lado, entendemos que se o irmão tomar conhecimento mais
cedo, o possibilitará retornar do recesso com uma ideia pronta para avançar nas
mudanças propostas.

Com um cordial abraço, rogamos às luzes do GADU para todos nós e


colocamo-nos à disposição para o que se fizer necessário.
Fraternalmente,

Loja Maçônica “Deus e Fraternidade” nº 292

42
Documento 1
SINDICÂNCIA
1. Introdução

De todos os atos que o maçom tem necessidade de realizar em


sua vida, o da sindicância é o de maior responsabilidade. Resoluções a
serem tomadas, envolvendo muitas vezes o nome da Instituição,
dependem do punho do sindicante. Sua informação deve ser isenta de
qualquer parcialidade, deve refletir a verdade, apenas a verdade, pois
dela vão depender medidas importantes a serem posteriormente
tomadas. O sindicante deve ser protegido para que, após o seu
trabalho, ele não venha a adquirir inimizades pelas conclusões
expostas.

O Sindicante não pode e não deve encobrir atos; não constitui


delação ou quebra da fraternidade quando faz a sindicância no exercício
de sua função, e a pedido do Venerável.

O papel do Sindicante é quase que decisório ou por demais,


influente na escolha do candidato a ingressar em nossa Instituição.
Essa exigência se faz necessária visando buscar a pessoa adequada, de
princípios moral e intelectual para se auto polir e contribuir com a
Instituição no cumprimento dos seus objetivos.

Não existe receita pronta ou específica para se realizar uma


sindicância. O importante é que o sindicante não deve se limitar às
simples perguntas, de tal forma com que o sindicado também se limite
com as respostas de um simples “sim” ou “não”. O roteiro proposto
tem por objetivo fornecer ao sindicante uma orientação básica
fundamentada em técnicas, que oferecem meios para colher do
candidato o maior número de informações necessárias para posterior
avaliação. Resumindo, o sindicante é o olho do Venerável e este, a
cabeça da Loja. Como tal ele é sagrado e inviolável na sua função.

2. A Entrevista

O processo de sindicância tem seu início propriamente dito com a


conversa que o Mestre Maçom mantém com o candidato, terminando
com o preenchimento do questionário e descrições adicionais baseada
nas informações coletadas durante a entrevista.

43
O objetivo deste roteiro, como já foi dito anteriormente, é ajudar
o sindicante a compreender quais informações devem ser obtidas e as
técnicas que o ajudarão a obter tais informações.

3. Preparação

Uma boa preparação do Sindicante é essencial e isto significa


elaborar um planejamento minucioso da tarefa antes da entrevista. Não
esqueça que o seu papel naquele momento tem função idêntica a de um
investigador, onde quanto mais dados for arrebanhado, maior e melhor
serão as possibilidades de acertar na escolha do candidato. Portanto,
procure obter ao máximo, informações gerais sobre a pessoa do
candidato, tais como:

● O que ele faz;


● Sua condição socioeconômica;
● Relacionamento familiar;
● Seus hábitos em geral (religião, lazer, etc...)

4. Local da Entrevista

Não existe uma regra que defina onde deverá ocorrer a entrevista.
Preferencialmente, deverá ocorrer na residência do sindicado. Pois, é
importante que ele se sinta seguro, confortável e a vontade. Além do
mais, quase sempre o candidato é casado. Sabe-se que é condição “sine
qua non” o aceite da esposa para que ele ingresse na vida maçônica.
Nada melhor que no momento da entrevista a esposa esteja presente
para ali manifestar sua opinião. É um detalhe fundamental a ser
observado pelo sindicante, uma vez que a maçonaria preconiza o
casamento como sendo um ato sagrado.

5. O Início da Entrevista

O Mestre Maçom deve-se apresentar ao candidato expondo à ele


o porquê daquele encontro. Assegure-se de que o entrevistado esteja
compreendendo o que vocês dois estão fazendo.

6. Ponha o Candidato a Vontade

Deixe bem claro, que embora pareçam indiscretos, certas


perguntas (candidato e esposa, se for o caso) serão feitas por uma
questão de norma da própria ordem. Tudo que ali for discutido ficará
no mais absoluto sigilo. O candidato deverá se sentir seguro e livre
44
para responder exatamente o que queremos sem evasivas e
constrangimento.

Nas conclusões, após passar pelo questionário, às vezes pode ser


interessante dizer-lhe:

“Fale sobre sua maneira de ser. Por que você pensa


entrar para a Maçonaria? O que você pensa de ser
interrogado sobre sua vida pessoal por pessoas
que não são de sua intimidade ".

7. Dê-lhe oportunidade de fazer perguntas

Proporcione ao candidato todas as oportunidades possíveis para que ele


faça indagação. Muitas vezes, um simples questionamento abrirá
espaço para conhecê-lo melhor. Esteja seguro de que você é o
sindicante. Tente responder as perguntas dele com clareza. Se alguma
pergunta for comprometedora, use de franqueza e diga-lhe que chegará
o momento certo para se obtiver a resposta para aquela pergunta.

8. O controle da Sindicância

É importante você manter o controle sobre o rumo da sindicância.


Tente programar o tempo, mas não inicie uma sindicância, preocupado
com algum compromisso imediato, o que poderá interferir de forma
negativa na análise do candidato. As técnicas aplicadas
proporcionar-lhe-ão o controle necessário para obter respostas
relevantes.

9. Dirija a Sindicância

Cabe a você conduzir o sindicado pelo caminho que quer que ele
siga. Você vai constatar que o sindicado deixará a seu encargo as
mudanças de assunto e a tarefa de dar a ele algum sinal de que já
abordou suficientemente cada tópico em questão. Quando tiver reunido
todas as informações de que precisa, faça uma pergunta referente a
outro fato, por exemplo:

Bem, já falamos bastante sobre a sua vida.


“Agora, me diz o que você pessoalmente acha
desse nosso Brasil”?

45
10. Técnica de Pergunta

Em algumas situações as perguntas são diretivas. Mas, tente evitá-las


e formular aquelas de caráter geral:

Ex.: Você pode me falar sobre...


“Poderia descrever a sua opinião a respeito de...”

Evite perguntas que requeiram “sim” ou “não” como resposta;


lembre-se de que vocês estão conversando sobre a pessoa do sindicado e,
portanto, é ele que deve falar mais durante a sindicância. Se você fizer
perguntas tipo “sim” ou “não”, tudo que ele terá para responder será “sim”
ou “não”.

11. Sensibilidade

Tente usar um vocabulário e fazer perguntas que estimulem o tipo de


resposta que você deseja. Quando obtiver uma resposta que lhe pareça
irrelevante será porque a interpretação dada à pergunta não foi aquela que
você tencionava conseguir. Arranje outra pergunta para lhe proporcionar os
dados que você está buscando. Sua tarefa consiste em formular perguntas
que produzam as informações que você necessita.

12. Anotação

Enquanto o candidato fala, você deve prestar atenção ao que é dito,


anotando o que precisar e planejar a pergunta seguinte. Não se acanhe em
anotar tudo que julgares conveniente. Pode estar certo de que a credibilidade
será maior do que se você estivesse ouvindo e nada registrasse.

13. Encerramento

Quando tiver esgotado todas as perguntas, reunindo todos os dados


relevantes, você terá quase terminado. Restam apenas duas coisas a fazer:

● Certificar-se que abordou realmente o assunto em sua totalidade e;

● Concluir a sindicância de maneira cortês e diplomática.

● Com um comportamento digno de um verdadeiro maçom.

Documento 2

QUESTIONÁRIO

46
Perguntas a serem feitas somente ao candidato:
- Você é feliz? O que te falta?
- Você é feliz no matrimônio e no trabalho?
- Você está bem espiritualmente? Você acredita num princípio criador?
- Sua situação financeira hoje, como está?
Você já teve algum problema com a polícia? Em caso afirmativo, qual?
- Você já esteve ou está envolvido em processo judicial? Em caso afirmativo,
qual?
- O Que você conhece sobre a maçonaria? Através de qual fonte?
- O que você acha dos dias e horários de nossas reuniões (explicar)
- Tem outras reuniões na semana? Qual Seria?
- O seu tempo profissional poderá, de alguma forma, ser afetado pela
Maçonaria?
- Você é pessoa interessada naquilo que se propõe a fazer?
- Tem consigo alguma dúvida sobre a Maçonaria, as quais eu pudesse
esclarecer-lhe?
- O que pensa sua esposa sobre seu possível ingresso?
- Vocês dialogaram sobre esse assunto?
- Você já foi convidado alguma vez a ingressar na maçonaria? Em caso
afirmativo, qual o motivo pelo qual não entrou?
- Você conhece alguém da nossa Loja além da pessoa que o convidou?
- O que na realidade o levou a ingressar na Maçonaria?
- Você acredita ser este o melhor momento?
- O que você pensa do vício?
- O que você pensa do divórcio?
- O que você pensa do adultério?
- Quem lhe convidou informou-lhe sobre as taxas, que às vezes terá que
desembolsar? (Explicar).
- Como julga o homem que não cumpre suas obrigações?
- O que pensa sobre o mau Maçom?
- Gostaria que você falasse de si mesmo. Sua personalidade, Hobbes, manias.
Finalmente, quem és?
- O que você espera da maçonaria, se for aceito entre nós?

Perguntas a serem formuladas somente à esposa do candidato (Se tiver):


- O que a Senhora entende por Maçonaria?
- Seu esposo já demonstrou simpatia/interesse pela Maçonaria?
- Qual é o vosso parecer sincero sobre o ingresso de seu esposo na Maçonaria:

- Há algum receio de vossa parte?


- Alguém já lhe falou contrário a esse ingresso?
- Alguém já lhe falou algo contra a maçonaria? (Exponha)
- Seus filhos já sabem da intenção de seu esposo de entrar na maçonaria? O
que eles acham? (Se maiores de 15 anos)
47
- A senhora acha que as despesas com a Maçonaria, poderá trazer-lhes
problemas?

Gostaria de saber seu parecer sobre as seguintes perguntas:


- O que pensa do casamento e o que o mantém?
- O que pensa do vício?
- O que pensa do Divórcio?
- O que pensa do adultério?
- O que pensa do homem Maçom?
- Conhece algum Maçom não correto?
- Defina seu esposo (Personalidade, Hobbes, manias, etc).
- A senhora se importaria, se em algumas situações a Maçonaria privasse a
sua família da presença de seu esposo?

Perguntas a serem formuladas ao Casal (Na presença dos filhos, se


houver):
* Vocês se amam? Respeitam-se, e, principalmente, são amigos?
* Qual de vocês está mais ansioso? Por que?
* Vocês conhecem algum casal, que de alguma forma, foram afetados pela
Maçonaria, gerando assim, algum desentendimento?

________________________________________

48
CREMILTONILVA <crema.silva@yahoo.com.br>

Para:Edilson - MMO Advocacia - seg., 28 de mar. às 14:50

Assunto: OPINIÃO !

Meu Querido Irmão e Amigo Edilson,

Preciso de sua opinião.

Elaborei uma prancha expondo uma ideia. Em princípio, iria expor em


Loja e em seguida encaminhar ao Grão Mestrado. Mas neste momento,
decidi fazer em nome da Loja e repasso para o papel timbrado da mesma.

Antes, porém, gostaria de saber o que o Irmão acha disso?

Ao longo de minha trajetória maçônica, sempre observei certo desprezo


da Maçonaria em relação a maneira em seduzir (palavra feia, mas é isso
mesmo que quero dizer), os jovens ao entrar para a nossa Ordem.

Pode ser que há algum tempo atrás, era até dispensável tal preocupação,
mas nos dias de hoje vejo grande dificuldades, não só de arrebanhar
candidatos, como também, irmãos com dificuldades de se fazer uma
sindicância contemporânea. Os tempos mudaram, exige-se certa versatilidade
nas sindicâncias para quebrarmos o paradigma de que estamos ultrapassados.

Ao chegar aos seus 21 anos, os jovens se desligam e com toda a base


recebida, se dispersam. Temos que evoluir nesse sentido e aproveitar o
embalo, até porque a média de idade dos maçons é alta.

Enfim, o que eu penso é manter com o foco nos propósitos da Ordem,


mas somando-se a isso, o objetivo de torná-los maçons.

Se entender que a ideia seja viável, sinta-se à vontade de "acrescentar"


ou "subtrair" algo no texto.

49
Não tenho urgência, mas é meu desejo avançar nesse propósito.

Boa Semana e Fraternal Abraço, do Irmão,

________________________________________

RESP: OPINIÃO !

Edilson edilson@mmoadvocacia.com.br Para:'CREMILTON SILVA' seg.,


28 de mar. às 17:34

Querido Irmão Cremilton, boa tarde.

Uma honra receber seu contato.

Espero que todos estejam muito bem por aí... Meu abraço e da Soraya à
Luzia.

Com relação à sua mensagem, vou ser sincero:

Se fosse eu como Grão-Mestre, interpretaria essa proposta como uma


excelente contribuição. Existem sugestões endereçadas ao GM que por razões
diversas não são viáveis. Na minha concepção não é o caso desse ai...

O único incentivo que há cerca de uns 12 anos vem sendo dado pela GL
no recrutamento de jovens DemoLays para se tornarem Maçons repousa na
isenção de taxas de iniciação, evolução de graus e, salvo engano, per capita
até certa idade (penso que na minha gestão eu majorei para 28 anos),
conforme consta da Lei orçamentária.

A sua proposta é mais abrangente. Parabéns!!!

Dê-me notícias sobre a evolução dessa perspectiva.

T.F.A.
________________________________________

50
● CREMILTON SILVA <crema.silva@yahoo.com.br>

Para: rodrigo@glmmg.org.br - qui., 30 de jun. às 10:15

Prezado e Valoroso Irmão Rodrigo,

Tenho uma sugestão que já havia apresentado ao nosso


Sereníssimo Grão Mestre, se não fosse o problema da
Pandemia. Tinha em mente apresentá-la neste segundo
semestre.

Como surgiu o evento deste final de semana em


Caxambu, eu preparei às pressas para apresentá-la
presencialmente no momento do "Bate-papo com os Grãos
Mestrados". Porém, estarei impedido de ir nesse evento por
motivo de força maior.

Assim, tomo a liberdade de encaminhar a sugestão ao


querido Irmão, representante do nosso Grão Mestre, para que
faça chegar às mãos do Presidente da COMAB, Irmão Vanderlei
de Assis.

Para sua informação, há algum tempo expus este assunto


ao nosso Valoroso Irmão ex-Grão Mestre Edilson e ele me
apoiou dizendo para ir em frente.

Considerando que a razão desse evento consiste em


Apoio a Ordem Demolay, penso ser oportuno apresentar a
referida sugestão.

Com votos de sucesso e bons fluidos no encontro,


despeço-me com um Fraternal abraço.

________________________________________
51
Cristina, 30 de junho de 2022.

AO IRMÃO VANDERLEI DE ASSIS


SERENÍSSIMO GRÃO-MESTRE DO GOMG e PRESIDENTE DA COMAB

Ref.: Sugestão de um Plano de Ação para Reforço de Nossas Colunas.

Valoroso Irmão Vanderlei,

Na retomada de nossos trabalhos neste ano de 2022, não há como negar


as consequências provocadas pelos dois anos (2020 e 2021) de paralisação,
devido à pandemia da COVID-19. Agora, vemos agravado pela guerra Rússia
e Ucrânia, que de certa forma, direta ou indiretamente trará consequências em
todos os segmentos sociais. A primeira e mais danosa consiste na frequência
em Loja. É um fenômeno que implica em vários fatores, tais como: idade de
obreiros, acomodação de alguns, receio de outros que ainda acreditam na
possibilidade de contrair a doença, bem como, prejuízos em seu ramo de
negócio.

Esse clima persiste na maioria das Lojas. Debatendo o assunto com


alguns irmãos na busca de alternativas para a Maçonaria como um todo,
resgatar meios de recrutar profanos, mas sem perder a qualidade do seu
quadro, uso da liberdade de propor algo que consiste não só no apoio a Ordem
Demolay, mas a continuidade imediata deles na condição de Maçom. Assim,
exponho a seguinte sugestão:

► Elaborar um Plano de Ação junto aos Grãos Mestres e estes com as


respectivas Lojas Jurisdicionadas, para estimular e preparar “DeMolay’s”,
a iniciar na Maçonaria, imediatamente ao seu desligamento da Ordem.

Tal sugestão se justifica de que sendo a Ordem DeMolay,


paramaçônica, os jovens que por ali passam, já trazem consigo os
pré-requisitos para se inserir em nossos quadros. São princípios, hábitos e
52
costumes específicos, que um profano normalmente não carrega com ele. O
que se percebe também, que esses jovens quando atingem a idade de se
desligar da Ordem, sai sem nenhuma orientação ou é questionado sobre seu
interesse de iniciar imediatamente na Maçonaria. É chegada a hora de a
Maçonaria ver a Ordem DeMolay como uma escola preparatória de futuros
Maçons. Ah, mas ele ainda é jovem, está cursando ou vai cursar faculdade ou
não se integrou no mercado de trabalho, não tem vida própria ou ainda não se
emancipou. Ora, o simples fato de ter passado pela Ordem merece uma
atenção especial e está na hora de criarmos um tratamento diferenciado para
estes casos.

Afinal, já estão de certa forma, burilados e mais bem preparados que


qualquer profano, para serem futuros Maçons, pois, ali mesmo eles aprendem
a se preocuparem com as questões da sociedade. No entanto, deixamos esse
elo se desfazer e não há uma preocupação de fato, para aproveitamento
imediato deles em nossas fileiras.

Precisamos urgentemente nos adequar à dinâmica dessa “era da


informação” e geração “Z”, superar o paradigma de não colocar como
propósito, a preparação desses jovens para serem os nossos substitutos de
amanhã. No caso em questão, os fins justificam os meios e o momento exige
atitude de nossa parte; até porque o número de obreiros está em declínio e as
dificuldades de arrebanhar candidatos nessa nova geração tende a aumentar.

Digamos que este jovem ainda esteja numa Faculdade e não tem renda
própria. Numa abordagem bem feita, certamente nos indicará a solução para
não deixar que ele venha até mesmo desviar sua conduta ou ser abordado por
um convite virtual, para ingressar numa Loja. Ah, mas estes convites que
correm por aí, são de Lojas irregulares! O importante é que não deixemos este
jovem à deriva. Obviamente, que o primeiro passo, a ser dado seria: saber
dele quanto a sua disposição de se iniciar na Maçonaria. Se não, morre o
assunto. Se sim, caberia termos um tratamento especial a ser dado, no
processo de iniciação no sentido de retê-lo. Algo nesse sentido não só pode,
como deve ser feito.

O processo para iniciação, a começar pelo questionário, a exigência de


documentos (alguns dispensáveis se questionarmos sua finalidade como item
de avaliação), publicação de dados, sindicâncias; enfim, tudo isso requer uma
revisão, no sentido de simplificar e torná-lo ágil.
Em resumo, esta é uma das ideias para evoluir em nosso sistema e nos
adequarmos às exigências contemporâneas, em prol da grandeza e
sustentabilidade da nossa Instituição.

53
Que o G.’. A.’. D.’. U.’., nos abençoe no propósito de lutar sempre, não
deixar vencer pelos obstáculos e acreditar que unidos e com sabedoria tudo é
possível.
Fraternalmente,

Aug.’. Resp.’. Loja Simbólica “Deus e Fraternidade” n˚ 292


Oriente de Cristina – MG
E-Mail: CREMILTON SILVA Enviada em: segunda-feira, 4 de julho de 2022 18:39
Para: Edilson - MMO Advocacia <edilson@mmoadvocacia.com.br>
Assunto: Sugestão

Caro Irmão Edilson, boa noite!

Repasso este e-mail que enviei para o Irmão Rodrigo, Grande 1


Vigilante da GL. O e-mail é autoexplicativo e o anexo fará com que
seja uma ideia antiga, que devido a pandemia, vinha postergando.
Minha intenção era apresentá-la neste segundo semestre. Fiquei
sabendo do evento em Caxambu (apoio a Ordem Demolay, uns 4 dias
antes. Impossibilitado de fazer presença, achei que era oportuno e
encaminhei através do Irmão Rodrigo.

A minha dúvida é: será que precipitei? Cometi algum equívoco


em função de endereçar ao Irmão Presidente da COMAB?

Meu abraço fraternal é da cunhada Luzia à Você e Soraya.

Cremilton.

_________________________________

54
De: CREMILTON SILVA - Para: rodrigo@glmmg.org.br

Enviado: quinta-feira, 30 de junho de 2022 10:15:38 BRT

Assunto: Sugestão

Prezado e Valoroso Irmão Rodrigo,

Tenho uma sugestão que já havia apresentada ao nosso


Sereníssimo Grão Mestre, se não fosse o problema da Pandemia. Tinha
em mente apresentá-la neste segundo semestre.

Como surgiu o evento deste final de semana em Caxambu, eu


preparei as pressas para apresentá-la presencialmente no momento do
"Bate-papo com os Grãos Mestrados". Porém, estarei impedido de ir
nesse evento por motivo de força maior.

Assim, tomo a liberdade de encaminhar a sugestão ao querido


Irmão, representante do nosso Grão Mestre, para que faça chegar às
mãos do Presidente da COMAB, Irmão Vanderlei de Assis.

Para sua informação, há algum tempo expus este assunto ao


nosso Valoroso Irmão ex-Grão Mestre Edilson e ele me apoiou dizendo
para ir em frente.

Considerando que a razão desse evento consiste em Apoio a


Ordem Demolay, penso ser oportuno apresentar a referida sugestão.

Com votos de sucesso e bons fluidos no encontro, despeço-me


com um fraternal abraço.

_____________________________________

55
De: CREMILTON SILVA - Enviada em: quarta-feira, 6 de julho de
2022 09:11
Para: Edilson@mmoadvocacia.com.br
Assunto: Assunto: RES: Sugestão

Bom dia, Irmão!

Aí é que está o meu questionamento e a minha indignação. Às


vezes nos lançamos com o desejo de construir, quebrar paradigmas,
motivar os que estão à nossa volta e no entanto, sobra-nos frustração.

Recebi o convite de última hora, me veio a mente aproveitar a


oportunidade e ajustei o texto, procurando pelo caminho viável, que foi
na pessoa do Irmão Grande Primeiro Vigilante.

Por excesso de zelo, enviei por e-mail e também por WhatsApp.


Tal não foi minha decepção ao ter a certeza que ele recebeu em tempo
hábil e sequer me deu uma resposta.

Perdoe-me Irmão, mas pela atitude dele, creio que o Sereníssimo


está mal assessorado. Foi desrespeitoso para comigo e indiferente com
o progresso da nossa instituição. Muito longe das exigências do cargo
em que está investido. Lamentável!

TFA
_________________________________________________________

56
Cristina, 18 de julho de 2022.

AO IRMÃO ANTONIO JOSÉ CALDAS MOTA


VENERÁVEL MESTRE DA AUG.’. RESP.’. LOJA SIMBÓLICA “DEUS E
FRATERNIDADE N˚ 292 – ORIENTE DE CRSTINA - MG

Ref.: Sugestão de um Plano de Ação para Reforço de Nossas Colunas.

Respeitável Venerável e Valorosos Irmãos,

Na retomada de nossos trabalhos neste 2022, não há como negar as


consequências provocadas pelos dois anos (2020 e 2021) de paralisação,
devido à pandemia da COVID-19. Agora, vemos agravado pela guerra Rússia
e Ucrânia, que de certa forma, direta ou indiretamente trará consequências em
todos os seguimentos sociais. A primeira e mais danosa consiste na frequência
em Loja. É um fenômeno que implica em vários fatores, tais como: idade de
obreiros, acomodação de alguns, receio de outros que ainda acreditam na
possibilidade de contrair a doença, bem como, prejuízos em seu ramo de
negócio.

Esse clima persiste na maioria das Lojas. Debatendo o assunto com


alguns irmãos na busca de alternativas para a Maçonaria como um todo,
resgatar meios de recrutar profanos, mas sem perder a qualidade do seu
quadro, uso da liberdade de propor ao Venerável que coloque à apreciação dos
irmãos e se aprovada, transmitir ao Sereníssimo Grão Mestre, a presente
sugestão, que consiste não só no apoio a Ordem Demolay, mas a continuidade
imediata deles na condição de Maçom, conforme exposto abaixo:

► Elaborar um Plano de Ação junto aos Grãos Mestres e estes com as


respectivas Lojas Jurisdicionadas, não só resgatar ex-DeMolay’s, mas,
sobretudo, estimular e preparar os ativos, a iniciar na Maçonaria,
imediatamente ao seu desligamento da Ordem.

Tal sugestão se justifica de que sendo a Ordem DeMolay,


paramaçônica, os jovens que por ali passam, traz consigo os pré-requisitos
para se inserir em nossos quadros. São princípios, hábitos e costumes
específicos, que um profano normalmente não carrega com ele. O que se
percebe também, que esses jovens quando atingem a idade de se desligar da
Ordem, sai sem nenhuma orientação ou é questionado sobre seu interesse de
iniciar imediatamente na Maçonaria. É chegada a hora da Maçonaria ver a
57
Ordem DeMolay como uma escola preparatória de futuros Maçons. Ah, mas
ele ainda é jovem, está cursando ou vai cursar faculdade ou não se integrou no
mercado de trabalho, não tem vida própria ou ainda não se emancipou. Ora, o
simples fato de ter passado pela Ordem merece uma atenção especial e está na
hora de criarmos um tratamento diferenciado para estes casos.

Afinal, já estão de certa forma, burilados e mais bem preparados que


qualquer profano, para serem futuros Maçons, pois, ali mesmo eles aprendem
a se preocuparem com as questões da sociedade. No entanto, deixamos esse
elo se desfazer e não há uma preocupação de fato, para aproveitamento
imediato deles em nossas fileiras.

Precisamos urgentemente nos adequar à dinâmica dessa “era da


informação” e geração “Z”, superar o paradigma de não colocar como
propósito, a preparação desses jovens para serem os nossos substitutos de
amanhã. No caso em questão, os fins justificam os meios e o momento exige
atitude de nossa parte; até porque o número de obreiros está em declínio e as
dificuldades de arrebanhar candidatos nessa nova geração tende a aumentar.

Digamos que este jovem ainda esteja numa Faculdade e não tenha
renda própria. Numa abordagem bem feita, certamente nos indicará a solução
para não deixar que ele venha até mesmo desviar sua conduta ou ser abordado
por um convite virtual, para ingressar numa Loja. Ah, mas esses convites que
correm por aí, são de Lojas irregulares! O importante é que não deixemos este
jovem à deriva. Obviamente, que o primeiro passo a ser dado seria: saber dele
quanto a sua disposição de se iniciar na Maçonaria. Se não, morre o
assunto. Se sim, caberia termos um tratamento especial a ser dado, no
processo de iniciação no sentido de retê-lo. Algo nesse sentido não só pode,
como deve ser feito.

O processo para iniciação, a começar pelo questionário, a exigência de


documentos (alguns dispensáveis se questionarmos sua finalidade como item
de avaliação), publicação de dados, sindicâncias; enfim, tudo isso requer uma
revisão, no sentido de simplificar e torná-lo ágil.

Em resumo, esta é uma das ideias para evoluir em nosso sistema e nos
adequarmos às exigências contemporâneas, em prol da grandeza e
sustentabilidade da nossa Instituição.

Que o G.’. A.’. D.’. U.’., nos abençoe no propósito de lutar sempre, não
deixar vencer pelos obstáculos e acreditar que unidos e com sabedoria tudo é
possível.

Fraternalmente,
58
________________________________________

Aug.’. Resp.’. Loja Simbólica “Deus e Fraternidade” n˚ 292


Oriente de Cristina – MG

Cristina, 20 de agosto de 2022.

AOS POD.'. IRMÃOS VENERÁVEIS MESTRES

F.’.
S.’. U.’.

Aproveitando o embalo desse nosso encontro em comemoração ao “Dia


Nacional do Maçom”, a Aug.’. Resp.’. Loja Simbólica “Deus e Fraternidade”
n˚ 292, Oriente de Cristina, apresenta a seguinte proposta, para em conjunto
fazermos acontecer a partir do ano de 2023:

Criarmos a partir do próximo ano “A Semana do Maçom”, com o propósito


de dar ênfase ao dia “20/08 - Dia do Maçom”, bem como promover maior
integração entre os irmãos das co-irmãs de Orientes vizinhos (São Lourenço,
Caxambú, Pedralva, Itajubá, etc), tais como:

1- Promover maior integração entre as co-irmãs da região;


2- Estimular o debate a bem da Ordem, da sociedade, da pátria e da
humanidade;
3- Demonstrar nosso desejo de crescimento como maçom;
4- Divulgar a Loja, bem como, a convivência harmoniosa entre as co-irmãs;
5- Criar oportunidade de conhecermos ideias diferentes, ampliar nosso
conhecimento e estreitar os laços fraternais entre os irmãos;
6- Mobilizar a efetiva participação da Maçonaria junto à sociedade e aos
segmentos de decisão seja de âmbito municipal, estadual e federal.

Considerando que um evento dessa amplitude, requer tempo e planejamento, a


presente proposta está sendo colocada para acontecer no próximo ano para que
tenhamos tempo não só de amadurecer a ideia, bem como, planejar o evento que
implicará em:

1- Comissão formada por um representante de cada Loja;


2- Proposta do dia em que a sessão se realizará em qual Loja;
3- Apresentação de trabalhos por cada Loja;
4- Encerramento - Confraternização da família maçônica.

Enfim, a proposta ora apresentada expressa o anseio de ver a maçonaria crescer


em seus feitos. Realizar algo que condiz com a sua grandiosidade enquanto
instituição e, sobretudo, cumprir com a sua obrigação de motivar boas ações

59
voltadas para seus fins humanitários, que são LIBERDADE, IGUALDADE e
FRATERNIDADE.

Fraternalmente,

PARA ONDE CAMINHA A NAU CHAMADA BRASIL?

Introdução
Estamos vivendo tempos nos quais os ventos de tempestade e a falta de
uma tripulação habilitada ao trato com os humores do clima ameaça fazer
naufragar a Nau chamada Brasil. Afinal, que evidências nos levam a pensar
no pior? Boa parte dos brasileiros identifica problemas na saúde, educação e
infraestrutura. Convenhamos, isso não é quase nada. Com um pouco de
sensibilidade veremos que a situação é infinitamente mais séria.
Primeiramente, há que se destacar que a raiz de todos os problemas está na
falta de espírito público em nossos políticos, os quais não legislam contra os
seus interesses paroquiais. Ainda por cima, é forte e decisivo o viés
socializante do atual governo. Basta olhar para o aparelhamento das
instituições oficiais. O edifício social e legal já está comprometido.

Vejamos a realidade dos fatos:

A corrupção no Brasil se tornou endêmica do povo ao governo;

A burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os


cartórios;

Tudo se desenvolve à base de propina;

O alto escalão do ex-governo está preso por corrupção, mas os artistas e


grande parte da população acham que eles são honestos;

A carga tributária do Brasil é uma das mais altas do mundo e os serviços


públicos são péssimos, comparáveis a países da África;

Um dos deputados mais votados do país é um palhaço analfabeto e banguela,


que faz dança ridícula, com roupas igualmente ridículas, e seu bordão é: “pior
que está não fica”;

60
Há tempo o Brasil pleiteia uma cadeira no Conselho de Segurança da
ONU, mas devido ao seu alinhamento com Ditaduras, os países do primeiro
mundo manifestam-se contrários.

No campo Econômico, Político e Social estamos passando por uma real


degradação. As iniciativas do governo, quando não são duvidosas, causam
indignação aos brasileiros bem informados e, em especial, aos que defendem
fervorosamente o lema contido no nosso Pavilhão Nacional: “Ordem e
Progresso”. Senão vejamos:

Fechamos o primeiro semestre com um dos piores PIBs da história do


país. E o governo se nega em aceitar;

O desempenho industrial, entre 24 empresas pesquisadas em junho, 14


delas apresentaram declínio em seus resultados;

A Petrobrás, a maior empresa industrial do país, encontra-se hoje numa


situação lastimável, reduzida à função de órgão atuante na comunização do
Brasil. Seus índices técnicos e financeiros são, atualmente, dos mais baixos, e
os escândalos se sucedem, sem que o governo se anime a dizer um “Basta” a
esse estado de coisas;

Os programas “Bolsa Família” como curral eleitoral e “Brasil


Carinhoso” que estimula a paternidade irresponsável;

O não reconhecimento da vital importância dos ruralistas e do


agronegócio no desenvolvimento do país;

O Brasil foi o país que teve mais tempo na história de todos os


mundiais para prepará-lo: 7 anos, ainda assim a copa terminou e tem estádios
que não estão totalmente acabados. Sem considerar os superfaturamentos, e a
maioria deles servirão para clubes de segunda, terceira e quarta divisão,
verdadeiros “elefantes brancos”;

A presidente com o compromisso de fazer o trem-bala. A promessa está


gravada em redes sociais. O seu mandato vai terminar e ela nunca se dignou
dar uma satisfação ao povo brasileiro. E o pior, ninguém toca mais no
assunto;

Metrôs não funcionam bem, não cobre nem 10% das cidades, ou
simplesmente não existem;

Os ônibus são precários e ineficientes. Que o digam os usuários das


grandes cidades;
61
O sistema portuário é arcaico e tira a competitividade das nossas
exportações;
Em matéria de comunicação o Brasil tem o minuto de celular mais caro
do mundo, o sinal deixa a desejar. A Internet é horrível e caríssima
comparada a outras democracias;

No Brasil pessoas ainda morrem de tuberculose, malária, dengue e


doença de chagas; doenças estas já erradicadas dos países do primeiro mundo
há mais de um século;

Hospitais públicos são péssimos, toda semana registra-se pessoas


mortas nos corredores e ainda por cima a queda de leitos são da ordem de
15% nos últimos anos;

A violência pública no Brasil é de fazer inveja a qualquer país terceiro


mundista. Temos o maior índice de assassinatos do mundo. Para se ter uma
ideia, a guerra do Vietnã matou 50.000 pessoas em 7 anos. No Brasil se mata
a mesma quantidade em 1 ano;

O nosso sistema prisional é um caos. As prisões parecem masmorras.


Frequentemente ocorrem rebeliões com dezenas de mortos, pessoas
decapitadas e esquartejadas. Revejam os relatos dos últimos meses, sobre o
presídio de Pedrinhas no Maranhão;

Ao invés da polícia proteger o cidadão, ela o orienta a não levar consigo


quantidade de dinheiro, evitar andar pelas ruas após 22 horas, não usar
relógios, pulseiras e bolsas para não chamar a atenção e também não reagir ao
assalto. Os marginais agradecem!;

Caixas eletrônicos são explodidos com frequência e praticamente não


há punição. Primeiro, porque bancos representam o capitalismo e segundo,
porque os marginais não fazem nada mais que a sua presidente fez no
passado;

O MEC promove abertamente a prostituição da juventude com a


finalidade de exterminar a família brasileira através do “Ativismo gay nas
escolas”;

Livros escolares impostos com frases e gravuras que pregam ser o


capitalismo o “inferno” e o “socialismo” o paraíso, estão “envenenando” 30
milhões de crianças do ensino fundamental;

62
As cotas raciais, que estimulam o ódio entre brasileiros e que, em
muitos casos, são injustas entre os próprios cotistas;

As escolas com professores desprovidos de meios para exercerem sua


autoridade;

Inclusão da ideologia do gênero – uma técnica idealizada para destruir a


família como instituição social. Ela é apresentada sob a maquiagem da “luta
contra o preconceito”. Exemplo: ao efetuar a matrícula do seu filho na escola,
será dispensado constar a filiação, ou seja, não será necessário saber o nome
dos pais. A sexualidade será determinada pelo “gênero” e não pela
“biologia”. Portanto, em um banheiro público poderá ser ocupado por
heterossexuais, homossexuais, bissexuais, etc...

Não bastassem todas essas mazelas, o governo petista vem


apresentando de forma explícita o seu descompromisso com a democracia.
Somente uma pessoa com deformidade mental, sem percepção e sem escala
de valores, não percebe que as ações petistas e os movimentos anarquistas,
tem o propósito à subversão ideológica e a desestabilização da democracia,
visando a instalar no Brasil um governo comunista. Vejamos as evidências:

Liberação de recursos pelo BNDS para construir Porto em Cuba e


metrô na Venezuela, assim como, perdões de dívidas de ditadores africanos;

Ajuda financeira de mais de R$1 bilhão por ano à ditadura cubana via
contratação de mão de obra escrava pelo programa “mais médicos”;

Ministério da Defesa chefiado por um amador e incompetente civil


como se não houvesse um oficial general de quatro estrelas qualificado e
confiável para o cargo;

Proteção ao terrorista italiano – Cesare Battisti, por “dívida de gratidão”


com o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, uma vez que ele atuou fielmente
para abafar o assassinato do Prefeito Celso Daniel. Leia o livro “Assassinato
de Reputações” e tire suas conclusões. Somaram-se mais 14 assassinatos de
testemunhas, inclusive de um médico legista que periciou Celso Daniel;

A massa do povo brasileiro está sendo manipulado para abominar a


propriedade privada, o lucro, o livre comércio e a meritocracia;

Por que o Black blocs não protestam contra o PT e seus corruptos?


Contra o mensalão? Por que não tira a máscara e mostra a cara?

63
A priorização na política de direitos humanos para criminosos em
detrimento das vítimas, dos policiais e dos cidadãos de bem;

As invasões do MST;

A desmoralização das Forças Armadas;

Apoio ao Presidente da União das Nações Sul Americana, reconhecido


pela Interpol como traficante e assassinato;

O desarmamento dos cidadãos de bem;

O politicamente correto;

A invasão e ocupação e de terras e prédios públicos e privados por


movimentos ditos sociais sem legislação eficaz que puna tais práticas;

A obstrução de vias públicas e queima de ônibus por qualquer


motivação;

A Comissão Nacional da Verdade - que glorifica terroristas,


sequestradores e marginais, que tentaram implantar, pelas armas, a ditadura
do proletariado no Brasil. Por que esta mesma comissão não apura os crimes
praticados pelos guerrilheiros, inclusive os da presidente Dilma Rousseff e do
seu primeiro marido que sequestrou um avião e rumou para Cuba com uma
centena de reféns e o segundo (marido), que com ela passou a lua de mel
assaltando caminhões na Baixada Fluminense? Por que não apurar a tortura
seguida de morte de Celso Daniel? Ah! Com certeza porque não tem como
culpar os Militares, e neste caso, será exposta a face oculta dos militantes
petistas;

As indicações políticas para cargos da administração pública;

Exumação de Jango sob a alegada suspeita da causa da morte. Parece


até uma comédia destacar um perito cubano (!) para as devidas comprovações
de que o mesmo fora envenenado. Com que propósito? Denegrir as Forças
Armadas;

A política externa aliada com ditaduras;

O “Foro de São Paulo” onde ditadores e simpatizantes se acoitam por


uma hegemonia marxista na América Latina;

64
Reajuste de 5,7% aos aposentados, 6,78% para o salário mínimo, na
tabela do Imposto de Renda 4,5% e Bolsa Família de 10%. Além disso, ela
criou o programa “Brasil Carinhoso”. Tudo isso, sustentado pelos idiotas da
classe média, que na ótica petista pertencem a “elite”, classe esta considerada
sua adversária padrão. Tudo que acontece de errado no governo, como diz o
ex-presidente Lula: “a culpa é das “Zelite”. Mas a elite também tem um
conceito formado do ex-presidente: “Considera-o um lixo”. Não é
comunista, pois vive na riqueza, não é socialista, porque só pensa nele
próprio e também não é capitalista, pois nada produz, nem com capital,
nem com trabalho. Ele é um ser abjeto, desonesto com sua própria fala.
Mas Lula não está nem aí, pois ele sabe o quanto é querido pelo povão, que o
considera um “deus”. Tem a convicção que se candidatasse este ano, ganharia,
mas optou deixar para 2018. Prefere manter sua cria por mais um mandato e
conta com o reconhecimento do povão nas urnas. Aliás, não foi por acaso que
a Copa do Mundo foi realizada no Brasil em pleno ano eleitoral. A FIFA
declarou em prosa e verso nas redes sociais: “A FIFA não pediu para
realizar a COPA no Brasil. Este foi um pedido do Brasil, através de seu
presidente Lula”. É óbvio, o empenho pessoal de Lula é autoexplicativo:
O futebol instala-se na mente do povo brasileiro um clima de festa, que
age como um alucinógeno, fazendo-o esquecer dos problemas e
ressaltando apenas o lado bom da vida. Só que em termos de resultado o
tiro saiu pela “culatra”. O vexame começou com a derrota de 7x1 para a
Alemanha e terminou com 3x0 para a Holanda. Os brasileiros vivem hoje
uma “ressaca depressiva”.

Diante dos fatos, relatos e suposições, não há como pensar que estamos
no caminho certo. Minha visão pessoal é: “se este governo conseguir mais
um mandato, o que de melhor nos poderá acontecer será, ainda em 2015,
nos transformarmos numa Venezuela e de pior, numa Cuba”.

Como “livre pensador” respeito a posição dos irmãos contrários a


minha visão, porém, sugiro que façam uma reflexão de “qual ideologia fala
mais alta no seu íntimo, a partidária ou maçônica”?
Agora, a pergunta que não quer calar:

Qual seria o futuro da Maçonaria brasileira nesse novo regime de governo?

Sendo a Maçonaria uma Instituição que defende a Liberdade, a


valorização da família, o bem-estar social e abomina a opressão; princípios
estes incompatíveis com o regime que se anuncia, seria de bom alvitre que as
autoridades maçônicas brasileira tomassem uma atitude. Primeiramente,
pesquisar se em Cuba existe Maçonaria. Não existindo, o que considero o
mais provável, temos que pensar seriamente no destino da Maçonaria
brasileira. Na hipótese de existir, encaminhar uma comissão na ilha para
65
conhecer e entender como os irmãos de lá convivem com um regime, cujo
governante perpetua no poder por mais de 50 anos. Que ao povo não é
permitido o direito de ir e vir; sofre com o racionamento de água, de luz e de
alimentos. Onde táxis são dirigidos por médicos, que apesar da falsa fama da
qualidade da medicina cubana, recebem um salário mensal de 20 dólares. O
mundo sabe do desespero daquele povo, que para escapar da miséria e se ver
livre da opressão, vive sua odisseia, desde os preparativos da fuga até os
momentos vividos no mar do caribe infestado de tubarões. Enfim, a
população é eficazmente controlada. Em cada quadra existe um “Centro de
Defesa da Revolução”.

Uma vez apuradas as hipóteses acima, não há como escapar de duas


conclusões óbvias: uma esclarecedora e outra, decepcionante para nós
maçons. A primeira (esclarecedora) será a de que não existindo maçonaria na
ilha caribenha, fica definitivamente confirmado que “ditadura” e
“Maçonaria” não se bicam, ou seja, não ocupam o mesmo espaço.
Conclui-se também que os 21 anos de regime militar foi ditadura somente
para os que conspiravam contra a Pátria, mas não para o cidadão e nem tão
pouco para a Instituição Maçônica, visto que sempre gozamos da liberdade de
trabalhar e exercer a nossa missão em defesa do bem-estar da sociedade.
Enfim, sempre fomos respeitados pelo governo dos Generais! A segunda
(decepcionante para nós maçons) ficará evidente que existindo Maçonaria
num país ditatorial, seus obreiros não podem se declarar “Livres
Pensadores”, pois, são submissos ao poder central, são domesticados,
contrariam em tudo os princípios da Instituição.

Retornamos com o paralelo da Nave chamada Brasil em mar agitado.

Diante dos fatos apresentados, não é exagero afirmar que a Nave está
afundando. Já entrou muita água e os seus ocupantes (Executivo, Sindicatos,
ONGs, Congresso, Militares, Judiciário, Igreja, Empresários, Evangélicos,
Maçonaria, etc...) vão se afogar. Todos morrerão. O comandante, que
responde pelo executivo terá que tomar uma atitude: esvaziar a Nave para
torná-la navegável a seu modo. Obviamente, serão despejados ao mar os
infortúnios, aqueles que incomodam; que não aceitam o servilismo, que não
aceitam rezar a sua cartilha e muito menos serem por ele domesticados.
Desses ocupantes, dois serão de cara atirados ao mar: empresários e militares.
O primeiro representa o capitalismo, classe que na filosofia socializante é
pernicioso ao sistema. O segundo, com sua mania de defender a pátria, zelar
pelo patrimônio público e a soberania nacional. O Comandante não tolera esse
tipo de coisa e nem precisa deles para defender o Poder, porque já criou a
“Força de Segurança Nacional” que responde diretamente a ele. Além do
mais, esses milicos continuam atravessados na garganta sua e de seus

66
companheiros, porque em 1964 os seus planos de tornar o Brasil em uma
nova Cuba viraram água.

O comandante também não ignora a presença da Maçonaria -


instituição que se diz constituída por homens livres e de bons costumes. Ele
não aceita ser questionado em suas decisões. Também sabe de cor e decorado
que essa Instituição no passado atuou decisivamente e fez a diferença na
Independência do Brasil, Proclamação da República e Abolição da
escravatura. Que do interior dos seus Templos, os obreiros discutiam,
planejavam e traçavam estratégias. E que em todos esses eventos históricos e
outros mais sempre foram bem sucedidos!

Bem meus irmãos, nada do que aqui está relatado pode ser contestado,
já que são fatos, e contra fatos não há argumento. Tirem suas próprias
conclusões e responda para si mesmo: Qual será o futuro da Maçonaria
brasileira diante do sistema ditatorial que se anuncia?

Pensemos nisso!

________________________________________

67
“ESSE É O NOSSO BRASIL...”.

A humanidade está vivendo nos últimos meses o pânico da volatilidade


da economia global. Nenhum país do mundo está imune a esse fenômeno. A
mudança para uma condição de paz digna da sobrevivência humana virá
quando o homem refrear seu “egoísmo”, extirpar sua “ganância pelo lucro
fácil” e praticar a compaixão por seus semelhantes. Enquanto nos
concentrarmos no que é mundano, o essencial permanecerá escondido de nós.

Pois bem, deixemos de lado o mundo global e nos concentremos em


nosso Brasil. Vamos olhar um pouco para dentro de nós. Vale a pena
refletirmos: o povo brasileiro ainda se alimenta da velha mania de não dar
crédito naquilo que eleva o moral e dignifica a nossa imagem em relação aos
estrangeiros. O que se lê na maioria dos jornais? O que se assiste na
televisão? O que se ouve nas rádios?

Muita gente evita qualquer tipo de noticiário porque as maiores partes


dos comentários são do tipo:

“Brasil: 53 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha de pobreza e não têm


nada a esperar das próximas eleições”;

“O Brasil, pior do que nunca, continua totalmente dependente do FMI”;

“Criminalidade urbana cresce e a impunidade persiste no Brasil”; “Brasil lidera


nas pesquisas de países mais corrupto, violento e do trabalho escravo de
menores...”.

Com certeza ninguém diz que o Brasil continua sendo referência


mundial no combate à AIDS e que dentre muitas instituições dos EUA e
Inglaterra o Centro Corsini, de Campinas, foi escolhido para ajudar
Moçambique a enfrentar a epidemia HIV/AIDS.

68
Ninguém diz que somos o único país do hemisfério sul dentro do
projeto Genoma e que nossos cientistas estão entre os mais admirados do
mundo. Ninguém diz que completamos oito anos de estabilidade econômica
saindo de uma corrente inflacionária de 47% ao mês para 5% ao ano sem
truques e mágicas, que temos cerca de 20 fábricas de veículos instaladas, que
somos uns dos maiores mercados do mundo contemporâneo e que, apesar da
crise sem precedentes da nossa vizinha Argentina está dando provas de
firmeza e domínio de nossa política econômica. Pouca ou quase nenhuma
ênfase é dada em relação à produtividade da indústria brasileira, uma das que
mais cresceu na década de 90, ficando à frente de países de primeiro mundo.
Ou seja, ninguém mostra a parte cheia do cálice chamado Brasil. Mostramos
somente a parte vazia. Estamos nos autoflagelando, falando mal de nós
próprios. Chamando a todos de corruptos, ladrões, aproveitadores e
preguiçosos. Por que somos assim?

Todos os países comemoram suas datas nacionais valorizando os


aspectos positivos da nação, do povo, das pessoas. Por que não comparamos
a violência no Brasil com a do Oriente Médio? Com os atentados na Irlanda?
Com os atentados na Espanha? Com o massacre da Macedônia e dos
Albaneses? Com o que aconteceu no Afeganistão? Com a síndrome do medo
vivido pelos Norte Americanos, desde os atentados terroristas de 11 de
setembro? Com a nossa vizinha Colômbia, cujos traficantes declararam
guerra aos Prefeitos e Juízes dos seus 1.112 municípios e 32 Estados? Por
que não dizemos que temos 97,3% das crianças de 7 a 14 anos frequentando
escolas e só falamos do “baixo nível da educação brasileira”? Por que não
falamos que o Brasil tem 40% dos internautas da América Latina – o dobro do
México?

Que somos o quinto país do mundo em número de telefones fixos


instalados e o segundo maior mercado de telefones celulares? Por que
falamos da revolução da telefonia no Brasil com desdém e por cima acusando
as “multinacionais”? Por que não falamos que temos o mais moderno sistema
bancário do mundo? Que segundo o Banco Mundial, mais de 55% dos países
do mundo têm renda per capta inferior à brasileira e que ela é mais de dez
vezes superior à de muitos países da África e da Ásia? Que nossa última
eleição teve mais de 100 milhões de votos apurados em 24 horas? (Compare
com o “fiasco” da última eleição americana...). Por que não falamos que o
Brasil já é o segundo produtor mundial do tecido jeans e que somos hoje
considerados uma das capitais mundiais da moda, segundo uma das mais
respeitadas revistas francesas? Por que não propalamos que somos o país em
desenvolvimento com o maior número de empresas com certificação de
qualidade ISO 9000, com cerca de 7.000 empresas certificadas, enquanto o
México não chega a 400 empresas e a Argentina 300? Que somos o segundo
maior mercado de biscoitos e chocolate; que depois dos Estados Unidos, é a
69
nação que mais compra aviões executivos e tem a cidade com a segunda
maior frota de helicópteros do planeta; que nosso mercado editorial de livros é
maior do que o da Itália, com mais de 50.000 títulos novos por ano? Que
nossas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios do
mundo? Que somos um dos países mais “empreendedor” do mundo com 16%
da população economicamente ativa. Que a cidade do Rio de Janeiro foi
considerada em pesquisa em mais de 50 cidades do mundo a mais “solidária”
do mundo?

Que mais de 70% dos brasileiros – pobres e ricos – dedicam


considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
Que nosso setor agrícola e pecuário vem se desenvolvendo com
produtividades crescentes e moderna tecnologia? Por que não damos mais
ênfase nas vitórias esportistas como no tênis, no vôlei, no basquete, no
iatismo, no hipismo e no automobilismo? Por que não transferimos a euforia
da conquista do pentacampeonato mundial para as conquistas obtidas no
campo social? Por que recusamos enxergar que o Brasil vem se
modernizando por opção da sociedade e não dizemos que somos hoje a
terceira maior democracia do mundo?

Que apesar de todas as mazelas o Congresso está punindo seus próprios


membros, o que raramente ocorre em outros países “civilizados”? Que o
Tribunal Superior Eleitoral já apontou à Procuradoria Geral da República a
relação de 2.507 pessoas que não podem se candidatar para qualquer cargo
eletivo este ano? Assim considerados como inelegíveis por corrupção.
Quantos países têm a imprensa livre e investigativa que temos? Segundo a
revista inglesa The Economist, (30-6-2001), de zero a dez, o índice de
corrupção no Brasil é de seis. Isso foi amplamente divulgado. Mas poucos
disseram que somos considerados menos corruptos do que o México,
Argentina, China, Tailândia, Filipinas, Índia, Rússia, Indonésia e muitos
outros países em desenvolvimento. Por que deixamos de lado a sucessão de
fraudes verificadas em balanços de grandes empresas americanas como a
ENRON, XEROX e WORLDCOM, com conseqüências danosas à economia
mundial? Que nos Estados Unidos só no último ano, cerca de 257
companhias listadas em bolsa, com patrimônio de 258 bilhões de dólares,
declararam falência? Qual o país que já fez o “impeachment” de um
presidente e tiraram vários senadores, juízes, deputados de seus postos, coisa
que até bem pouco tempo não se via?

Que a população indígena brasileira passou de 240.000 em 1991 para


701.000 em 2000, resultado que indica principalmente a valorização da
identidade étnica e também a iniciativa de terras demarcadas para sua
sobrevivência cultural?
70
O senso de 2000, recém-publicado, mostrou que em matéria de
distribuição de renda o Brasil ainda se destaca como um dos países mais
injustos do mundo. Devemos fazer vistas grossas frente a essa injustiça
social? Não. Como cidadãos temos que afinar nossa consciência política,
demonstrar nosso inconformismo e combater. Por outro lado, o senso mostra
também dados positivos e que resistimos em não ver. Por que então não
olhamos sob a ótica das conquistas inegáveis, que a renda média do povo
brasileiro subiu, que o analfabetismo caiu, que se ampliou o número de
domicílios atendidos por serviços básicos e a queda significativa da
mortalidade infantil? Enfim, o senso confirma um saldo positivo e que na
última década do século XX o Brasil melhorou. Por que damos ouvidos e
multiplicamos notícias sensacionalistas do tipo: “Mais um dia de faroeste
num morro do Rio”, “O risco Brasil é o segundo maior do mundo,
ultrapassou o da Nigéria e só perde para a falida Argentina”.

Este verdadeiro “vício” de se autoflagelar, de só falar mal de si próprio,


cega o brasileiro para valores essenciais de nossa cultura, de nosso povo, da
nação brasileira. É o que Nelson Rodrigues chamava de “complexo de
vira-lata”: tudo o que os estrangeiros dizem ou fazem parece melhor do que
dizemos ou fazemos. A mesma coisa se aplica aos negócios. Qualquer
conceito que venha de fora tem mais valor do que nosso jeito tupiniquim de
administrar.
Por incrível que pareça, sabe-se lá por que, nós teimamos em não acreditar em
nós mesmos.

Reduzimos tudo a “governo” e como ele não é o único responsável pela


situação do país, ficamos com essa sensação horrível de que somos o povo
mais infeliz do universo. Pode ver: quando uma coisa é bem feita, é bonita, é
limpa, dizemos – “Nem parece o Brasil!” e quando uma coisa é horrível, de
baixa qualidade, suja, desonesta, dizemos: “Isto é o Brasil!”. Até quando?

Longe de nós a hipocrisia de fecharmos os olhos para tantos problemas.


Devemos reconhecê-los que além de muitos, são graves! Mas temos também
valores que precisamos comemorar e aprender a enxergar. Nós maçons
somos orientados a pensar e agir como cidadãos a bem da Pátria e da
humanidade. Portanto, é nosso dever sermos exemplos. Espelhemo-nos
irmãos, naqueles que participaram ativamente na construção de nossa história,
em alguns casos até pagando com a própria vida, para nos legar o Brasil
gigante em que vivemos hoje. Como formadores de opinião que somos
devemos multiplicar otimismo, esperança e mostrar que tudo de ruim que se
vê não é peculiar do nosso Brasil, mas do planeta terra.

71
Não podemos nos entregar à rotina, à engrenagem do comodismo, às
tramas do individualismo e às garras da omissão. Está na hora de repensar
nosso imaginário de virtudes. Pensem nisso!
Para encerrar, conclamo a todos os irmãos a ouvir o Hino Nacional e
comemorar juntos: a parte cheia do cálice chamado Brasil. Sintamo-nos
orgulhosos de ser brasileiros. Nós temos esse direito.

NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO


O que muda na vida do cidadão brasileiro?

Em 11 de janeiro de 2003 entrou em vigor o novo código civil


Brasileiro, resultado de um projeto de lei de 1963. Com seus 2046 artigos, na
avaliação geral dos especialistas, o novo código nasce defasado. Pois
desconsidera toda a doutrina e jurisprudência construída ao longo desses 40
anos no mundo empresarial. Utiliza expressões da época do Império para se
referir a matérias contábeis, representando assim o ressurgimento das
incertezas e controvérsias, especialmente, no campo do Direito da Empresa.
Evidentemente que dispositivos superados impostos a um mundo empresário
implicará custos e despesas que no Brasil atual apenas oneram ainda mais a
indústria, o comércio e demais ramos de negócios, que cada vez mais
necessitam de ser competitivos.

Uma das principais mudanças e que mexe diretamente na vida do


cidadão é a maioridade ampla ou integral dos jovens a partir dos 18 anos.
Pela lei anterior, até os 21 anos os jovens tinham maioridade parcial, sendo
dependentes ainda de pais ou responsáveis para tomar decisões, como o
casamento. Os adolescentes que agora cometerem algum crime, não têm mais
a redução da pena obrigatória, que antes beneficiava infratores com idade
entre 18 e 21 anos.

Outra mudança importante é na área conjugal. O regime de bens


poderá ser alterado a qualquer momento do casamento e quem praticar atos
violentos ou de abandono contra os filhos, seja pai ou mãe, perde o poder
sobre eles.

No entanto, reforçando a corrente dos especialistas de que o novo


código nasceu defasado no tempo, constata-se pela ausência de trato das
questões polêmicas nos dias atuais como: união estável entre pessoas do
mesmo sexo, inseminação artificial e experiências de clonagem.

72
A seguir, destacamos as mudanças mais comuns que influenciarão
diretamente na vida dos cidadãos brasileiros:

Vejam o que muda...

IGUALDADE ENTRE SEXOS:


Enquanto o Código Civil de 1916 faz referência ao "homem", o
código que entra em vigor no próximo dia 11 emprega a palavra "pessoa". A
mudança está em conformidade com a Constituição Federal de 1988, que
estabelece que "homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações".
A modificação reflete o objetivo de igualdade entre homem e mulher.

PROTEÇÃO DA PESSOA:
Na nova legislação, há um capítulo sobre "os direitos da
personalidade" - por exemplo, o direito à integridade do corpo, o direito ao
nome, o direito à privacidade etc. Prevê perdas e danos em caso de ameaças
ou lesões a esses direitos, também válidos para pessoas jurídicas.

Proíbe, por exemplo, todos os atos de disposição do corpo mediante


pagamentos que reduzam a integridade física do indivíduo ou que
contrariem os bons costumes, o moral ou a decência, tal como a
comercialização de órgãos.
MAIORIDADE CIVIL:
A pessoa alcança a sua autonomia civil aos 18 anos, e não mais aos
21. Isso significa que, após os 18 anos, ela pode praticar todos os atos da
vida civil - não é necessária a autorização dos pais para celebrar nenhum tipo
de contrato.

Haverá, por exemplo, perda do vínculo de dependência do filho ao


completar 18 anos em empresas assistenciais e em clubes de lazer. A
redução também privará o jovem adulto da proteção legal dos pais.

EMANCIPAÇÃO:
A emancipação do filho é concedida por ambos os pais ou só por um
deles na ausência do outro. No código anterior, a mãe só podia emancipar o
filho se o pai deste tivesse morrido.

Com a redução da maioridade para 18 anos, a idade mínima para


antecipação por ato dos pais cai para 16 anos.

FAMÍLIA:
O novo código estabelece que a "família" abrange as unidades
familiares formadas por casamento, união estável ou comunidade de
73
qualquer genitor e descendente. Segundo o código de 1916, a "família
legítima" é aquela formada pelo casamento formal, que é o eixo central do
direito de família.

VIRGINDADE:
Acaba com o direito do homem de mover ação para anular o
casamento se descobrir que a mulher não era virgem. Da mesma forma, o
texto acaba com o dispositivo que permite aos pais utilizar a "desonestidade
da filha que vive na casa paterna" como motivo para deserdá-la.

CASAMENTO:
A nova legislação estabelece que o casamento seja a "comunhão plena
de vida", com direitos iguais para os cônjuges, obedecendo à regra
constitucional segundo a qual "os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher". O código de
1916 dispõe que o objetivo do casamento é constituir família.
O novo código considera o casamento apenas como uma das formas de
constituição da família.

CASAMENTO GRATUITO:
O novo código estabelece que todas as despesas cartoriais do
casamento sejam gratuitas para as pessoas que se declararem pobres.

CASAMENTO RELIGIOSO:
O código de 1916 não fazia referência ao casamento religioso. O novo
código seguiu as disposições da Lei de Registros Públicos de registro. O
casamento religioso, para que tenha efeito civil, deve ser registrado em até
90 dias (e não mais em 30).

ADOÇÃO DE NOMES:
O marido poderá adotar o sobrenome da mulher - o que era possível só
com autorização judicial. Antes, apenas a mulher pode adotar o sobrenome
do homem (ou manter o seu de solteira).

FIM DE O PÁTRIO PODER:


O poder do pai sobre os filhos passa a ser chamado de "poder
familiar" - a ser exercido igualmente pelo pai e pela mãe. Da mesma forma,
o homem deixa de ser o "chefe da família", que é dirigida pelo casal, com
iguais poderes para o homem e para a mulher.

Se o marido e a mulher divergirem, não havendo mais a prevalência da


vontade do pai, a solução será transferida ao Judiciário.

PERDA DO PODER FAMILIAR:


74
Seguindo a mesma orientação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, o novo código dispõe que perderá o poder familiar o pai ou a
mãe que castigar imoderadamente o filho, deixá-lo em abandono ou praticar
atos contrários à moral e aos bons costumes.

REGIME DE BENS:
Permite que o casal mude o regime de bens durante o casamento, o
que é proibido atualmente. Os três regimes clássicos são mantidos:
comunhão universal, comunhão parcial e separação de bens.

A mudança favorece, por exemplo, quem se casou no regime da


comunhão universal de bens e depois se arrependeu.

NOVO REGIME:
Cria-se um novo regime de bens, a participação final nos aquestos
(bens adquiridos), que se assemelha ao regime da comunhão parcial de bens.
Neste último, os bens adquiridos durante o casamento são comuns, exceto os
recebidos por herança e doação. Os bens anteriores são de quem os possuía.
Na separação, os bens comuns são partilhados. Segundo o novo regime, os
bens comprados durante o casamento pertencem a quem os comprou, mas
eles são divididos na separação.

O novo regime dá autonomia a cada cônjuge, que poderá administrar


seu patrimônio autonomamente.

REPRODUÇÃO ASSISTIDA:
Filhos concebidos por reprodução assistida têm sua paternidade
reconhecida e os mesmos direitos que os outros filhos. O novo código civil
estabelece a presunção de paternidade em favor dos filhos havidos por
inseminação artificial mesmo que tenha dissolvido o casamento ou falecido
o marido.

DIREITOS DOS FILHOS:


Desde a Constituição de 1988, os filhos adotados e os concebidos fora
do casamento têm direitos idênticos aos dos filhos do casamento. Isso é
atualizado pelo novo código, que acaba com a distinção entre filhos
"legítimos" e "ilegítimos", adotada pelo código de 1916.

SEPARAÇÃO:
O novo código permite a separação após um ano da realização do
casamento. O código de 1916 permitia a separação voluntária do casal (o
desquite) apenas depois de dois anos, mas as disposições a respeito disso
foram revogadas pela Lei do Divórcio, em 1977.

75
DIVÓRCIO:
O prazo para o divórcio é de dois anos após a separação de fato ou um
ano depois da separação judicial. Outra norma nova é o fim da proibição do
divórcio antes do término da partilha dos bens. Quem pede o divórcio sem
comprovar a culpa do outro não perde o direito à pensão alimentícia.

GUARDA DOS FILHOS:


Na separação consensual, a Lei do Divórcio, de 1977, permitiu que os
cônjuges determinassem livremente o modo pelo qual a guarda dos filhos
seria exercida, em solução confirmada pelo novo código. Na separação
judicial, a Lei do Divórcio atribuiu a guarda ao cônjuge que não tenha
causado a separação e, sendo ambos responsáveis, determinou que os filhos
menores, não havendo acordo entre os pais, ficariam em poder da mãe. O
novo código determina que, na falta de acordo entre os cônjuges, na
separação ou no divórcio, a guarda será atribuída a quem revelar melhores
condições para exercê-la.
O juiz pode também atribuir a guarda dos filhos a outra pessoa. As melhores
condições não são apenas econômicas _o juiz levará em conta os interesses do menor.

PENSÃO ALIMENTAR:
Pelo novo código, parentes, cônjuges ou conviventes podem pedir
pensão alimentícia quando dela necessitarem. No código de 1916, ocorrida à
separação, somente a mulher podia pedir alimentos, direito negado ao
marido (apesar de admitido pela jurisprudência com base na Constituição).

O novo código estabelece a possibilidade de que alimentos sejam


fornecidos mesmo ao cônjuge culpado da dissolução do casamento.

ADULTÉRIO:
Pela nova legislação, o adultério continua sendo causa de dissolução
do casamento, mas não acarreta impedimentos ao adúltero, como
impossibilitar que este se case com a amante.

O novo código permite que pessoas casadas, mas separadas de fato,


estabeleçam união estável, inclusive com o amante.

HERANÇA:
A principal mudança acrescentou o cônjuge sobrevivente no rol dos
herdeiros chamados necessários por definição legal, posição que, em 1916
cabia apenas aos descendentes e aos ascendentes. O texto de 2002 confirmou
nos primeiros lugares da ordem sucessória os descendentes e os ascendentes
do morto, mas também incluiu seu cônjuge sobrevivente como concorrente à
herança. Não havendo descendentes, são chamados para a sucessão os
ascendentes, também em concorrência com o cônjuge sobrevivente. Não
76
havendo ascendentes ou descendentes, a herança vai inteiramente para o
cônjuge. Não havendo o cônjuge, vai para os colaterais até o quarto grau
(primos irmãos).

Não havendo herdeiros, a herança vai para o município ou para o


Distrito Federal.

TESTAMENTO:
Eram necessárias pelo menos cinco testemunhas tanto para o
testamento privado quanto para o público. O novo código diminui o número
para três, no caso de testamento privado, e para duas, no caso de testamento
público. Continua o reconhecimento de testamentos sem testemunhas, caso
seja essa a decisão de um juiz.
O código de 1916 prevê o "testamento marítimo", elaborado em alto-mar, em
caso de emergência. O novo código aceita também o “testamento
aeronáutico”.
Pela nova legislação, as cláusulas de proibição de venda de bens herdados, de
proibição de penhora e de impedimento de divisão com o cônjuge do herdeiro
têm de ser justificadas no testamento.

USUCAPIÃO:
Hoje, o ocupante pode transformar-se em dono da área ou da casa na
qual viva por 20 anos ininterruptos se a posse não for contestada nesse
período. O novo código reduz esse prazo para 15 anos e até para apenas dez
anos se o ocupante houver estabelecido no imóvel sua residência habitual ou
nele tiver realizado obras ou serviços produtivos.

USUCAPIÃO ESPECIAL:
O novo código incorporou as regras constitucionais sobre a usucapião
especial rural (áreas de até 50 hectares) e o usucapião especial urbano (terras
de até 250 metros quadrados), que permitem sua aquisição depois de
ocupação por cinco anos, se o ocupante não for proprietário de nenhum
outro imóvel.

PERDA DE IMÓVEL EM DÉBITO:


O novo código prevê a possibilidade de o governo confiscar imóveis
privados. Quando o imóvel urbano ficar abandonado, sem conservação, não
ocupado, será declarado sob a guarda do município ou do Distrito Federal,
quando estiver em sua área, por três anos; após esse prazo, passa à
propriedade do município ou do Distrito Federal. O mesmo critério vale para
o imóvel rural, mas a propriedade passará para a União. Se o proprietário
77
deixou de pagar os impostos devidos incidentes sobre o imóvel, o abandono
será presumido, podendo passar imediatamente à propriedade do poder
público.

CONDÔMINO ANTI-SOCIAL:
A nova legislação prevê que o condômino que não cumpre
reiteradamente com os seus deveres poderá ser multado em até dez vezes o
valor pago mensalmente para o condomínio, o que poderia forçar a
desocupação do imóvel.
A imposição dessa multa, contudo, precisa ser aprovada por três quartos dos
condôminos. Também existe a possibilidade de aplicação de multas de até cinco
vezes o valor da contribuição mensal ao condomínio no caso de descumprimento das
obrigações condominiais.

MULTA DE CONDOMÍNIO:
Estabelece multa de, no máximo, 2% ao mês para os condôminos em
atraso (antes era cobrada multa de até 20%). Ao mesmo tempo em que reduz
a multa, o novo acaba com o limite dos juros de mora, que era de 6% ao ano.

DESTITUIÇÃO DE SÍNDICO:
O novo código exige a maioria absoluta (metade mais um) dos
condôminos para a destituição do síndico que praticar irregularidades, não
prestar contas ou não administrar convenientemente o condomínio. O
síndico pode ser uma pessoa estranha ao condomínio.
NEGÓCIO DA CHINA:
O texto prevê a anulação de contratos feitos "em decorrência de lesão
ou estado de perigo”.

Quem vende uma casa ou um carro por preço muito inferior ao de


mercado para, por exemplo, ter dinheiro para pagar uma cirurgia de
um parente poderá recorrer à Justiça e pedir a anulação da venda.

ONEROSIDADE EXCESSIVA:
Autoriza a resolução de um negócio quando uma parte fica em
extrema desvantagem no contrato por motivos extraordinários ou
imprevisíveis.

Um exemplo disso é o caso recente de carros comprados com prestação


em dólar, que tiveram suas prestações reduzidas pela Justiça após
grande valorização da moeda norte-americana.

CONTRATOS DE ADESÃO:

78
Quando em um contrato de adesão (plano de saúde ou prestação de
serviço de TV paga, por exemplo) houver cláusulas ambíguas, deverá ser
adotada a interpretação mais favorável a quem aderiu.

FIANÇA E AVAL:
Segundo a nova legislação, para uma pessoa ser fiadora ou avalista é
necessária a autorização do cônjuge. Antes não era necessária a autorização
para ser avalista.

AUTENTICAÇÃO:
Documentos utilizados para prova de qualquer ato só precisarão ser
autenticados se alguém contestar sua autenticidade. Não é cabível exigir
previamente cópia autenticada de documentos.

RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR:
Pelo novo código, os administradores, mesmo que não sejam sócios,
têm responsabilidade solidária pelos prejuízos causados pela empresa à
sociedade. Hoje, é necessário provar a má-fé e a responsabilidade direta do
administrador para exigir ressarcimento por prejuízos causados pela
empresa.

________________________________________

79
“RAÍZES HISTÓRICAS DA MAÇONARIA UNIVERSAL”
(DE ONDE VIEMOS, ONDE CHEGAMOS E PARA ONDE VAMOS)

1ª PARTE – DE ONDE VIEMOS:

O homem sempre se caracterizou entre os animais pelo seu poder


associativo, talvez decorrente da característica de poder transmitir o
pensamento por meio da palavra e da necessidade de ter alguém com quem
trocar ideias.

Acredita-se que as primeiras associações dos homens visaram a


empreendimentos como a caça e a pesca. Aí, os homens se uniram para um
fim comum - a busca de alimentos, ou mesmo para combater os animais, ou
outros homens. Essas foram as mais primitivas formas de associação entre os
indivíduos da espécie.

Com o evoluir do intelecto humano, outras associações apareceram ou


se esboçaram. Assim, as associações são tão antigas quanto a humanidade.

E a MAÇONARIA de onde surgiu? Que idade tem?

Antigamente a história vivia apenas do que o povo falava e dos poucos


escritos existentes. A sua grande fonte era a “tradição oral” – uma preciosa
fonte de informações sujeita, contudo a modificações através dos tempos.
Muitos fatos apontados pela tradição oral às vezes levavam à conclusão que
estava deturpada, demonstrando que não sucederam tais como na época eram
relatados.

Muito se tem escrito, falado, discutido e informado sobre a verdadeira


origem da Maçonaria. O que se tem de mais consistente é de que a sua
existência é anterior ao início da “era cristã”. Das várias versões e teses que
invocam o seu surgimento somos crentes naquela em que nos fornece
sustentação à luz do que a própria ordem se faz defensora. Portanto, a fonte
histórica que retrata com claridade solar a origem da Maçonaria consta no
80
livro mais antigo que existe nas mãos dos homens que é a “BÍBLIA
SAGRADA”. É este compêndio insuspeito reconhecido por nós Maçons
como “Livro da Lei”, e, utilizado como um símbolo peculiar representante
daquilo que acreditamos que mostra registros incontestes: “Que a Maçonaria
teve seu início durante a construção do Templo de Salomão, na década de
970 antes de Cristo, na cidade de Jerusalém”.

Mas afinal, quem foi Salomão? O livro do Profeta Jeremias, versículo


23, capítulo 5 e 6, assim o prenuncia:

“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei nascer um descendente de
Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra.
Naqueles dias, Judá será salvo e Israel viverá tranquilo; este é o nome com
que o chamarão: “Senhor, nossa Justiça”.

Salomão, filho de Davi com Betsabéia foi proclamado Rei em 971.


Assumiu com determinação a grande tarefa de consolidar a obra de Davi,
fazendo-a progredir nos aspectos fundamentais da vida civil, tanto na
administração política, diplomacia e comércio exterior, arte, literatura e
religião. Salomão reinou quarenta anos em Jerusalém, todo Israel. Quando
morreu, o enterraram na cidade de Davi, seu pai. A partir de sua morte
ocorreu a divisão do Reino entre Israel e Judá. Seu filho Roboão subiu ao
trono de Judá com 41 anos e reinou por dezessete anos.

Portanto, para bem compreender o surgimento e a história da


Maçonaria, necessário se faz atentarmos por três pontos fundamentais:

*Retornarmos no tempo há cerca de quase 3000 anos, até chegarmos ao ano


970 antes de Cristo;

*Deslocarmos, em pensamento, para o espaço físico-geográfico da Palestina,


no continente Asiático e;

*Conferir os fatos de que nos fala o ritual maçônico, utilizando como


referencial o “Livro da Lei” – Antigo Testamento, na parte que descreve a
“construção do Templo de Salomão”.

Pela narração Bíblica o reinado de Salomão se prenunciava grande, e


coube a ele edificar um Templo ao “Deus Eterno”. Segundo a história, por
mais que Salomão procurasse em todo o Israel, não havia um homem que
soubesse ou possuísse as habilidades exigidas para dirigir aquele tipo
requintado de construção.

81
Salomão recorreu ao seu colega e vizinho, Hirão, Rei de Tiro e
pediu-lhe que procurasse, entre os seus súditos, um homem que fosse
“mestre” na arte de construir para ser o responsável pela construção do
Templo e tivesse, a seu cargo, a direção dos obreiros, para trabalharem
naquelas edificações.

Aparece então, em cena, pela primeira vez, Hirão Abiff, esse


estrangeiro, que era um grande mestre de obra e um extraordinário artífice.

Disse Hirão, rei de Tiro, a Salomão:


“Agora, pois, envio um homem sábio e de grande
entendimento, a saber: Hirão Abiff”. Ele sabe lavrar em
ouro, em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em
madeiras, em obras de púrpuras, de pano azul, e de linho
fino e em obras de carmesim; e é hábil para toda obra de
entalhe e para elaborar qualquer plano que se proponha;
juntamente com os teus peritos e os peritos de Davi, meu
Senhor, teu pai.

Hirão Abiff, ao chegar a Jerusalém, tomou conhecimento de que, ao


fazer o preparo para começar aquela construção, o Rei Salomão selecionara
cerca de 153.600 homens estrangeiros, os quais estariam sob suas ordens
naqueles trabalhos.

Aqueles trabalhadores estrangeiros, por serem muitos, foram divididos


em três grandes grupos, pois, três eram também as frentes de trabalho, assim
divididas:
80.000 – para trabalharem nas montanhas, extraindo pedra;
70.000 – para transportarem as pedras das montanhas ao local da
construção;
3.600 – para fazerem a construção, ensinar e inspecionar o trabalho.
153.600 – total dos estrangeiros que eram “Pedreiros de Salomão”.

Foi nessa divisão, em que se visava unicamente a ordenar, organizar,


distribuir e administrar bem o volumoso trabalho da construção, que foram
criados, historicamente, os primeiros graus da Maçonaria, senão vejamos:

·Aqueles que faziam parte do grupo mais numeroso de trabalhadores


(80.000), eram os que estavam nas montanhas, extraindo pedras brutas
como a natureza lhes oferecia; e por ser essa turma a que tinha o
número maior de trabalhadores era, por certo, o grupo dos iniciantes,
dos que estavam aprendendo uma profissão. Na Maçonaria são os
“Aprendizes”, fazem parte do “primeiro grau” e também trabalham a
“pedra bruta”.
82
·Aqueles que faziam parte do segundo grupo (70.000), eram os que
levavam as cargas, ou melhor, transportavam as pedras desde as
montanhas até o local da construção, realizavam uma tarefa muito
mais pesada e difícil do que aqueles do primeiro grupo,
principalmente, porque não havia um meio de transporte mais
apropriado para levar as volumosas pedras, já que tudo era feito por
tração humana. Por isso mesmo, tinham obrigatoriamente, em
primeiro lugar, de polir as pedras e a parar-lhes as arestas para ficar
mais fácil o manuseio delas e fazê-las deslizar sobre os “roletes” e
“calços” para, assim, poderem levá-las até o local, onde elas seriam
usadas na construção.
. Aqueles que faziam parte do terceiro grupo (3.600), eram os que
propriamente, erigiam a construção e parte deles, ainda, ensinava o
povo a trabalhar. Estes eram os “mestres da obra” – Na Maçonaria, os
“Mestres” fazem parte do “terceiro grau”.

A construção do Templo de Salomão teve lançado seus alicerces no


mês de maio do seu quarto ano de reinado. No décimo primeiro ano, no mês
de novembro, terminou todos os detalhes, segundo o projeto.

A reunião dos “pedreiros” que nela trabalhavam, quando se faziam


necessários, era realizada, com todo o respeito que aquele lugar merecia e
com toda a solenidade que era preciso, dentro do Templo que eles estavam
construindo. Por isso mesmo, até hoje, o local, onde os maçons se reúnem, é
chamado de “Templo”. E é também por isso mesmo que os Templos
maçônicos são réplicas daquele de Salomão, que era o local onde os pedreiros
se reuniam. Nessas reuniões os pedreiros recebiam ensinamentos sociais,
éticos, morais e administrativos. Naquelas plenárias nada tinham a ver com o
culto religioso Israelita, só eram feitas ali no “Templo” por ser aquele espaço
adequado para permitir a presença de tantas pessoas.

Outra grande influência recebida da época em decorrência daqueles


ensinamentos de Salomão é a exigência de que, para ser maçom é necessário
que a pessoa professe sua crença em Deus. Pois, Salomão era tido como um
homem sábio. Os sábios eram os que temiam a Deus. Foi ele quem escreveu
o “Provérbio”:

“O temor do Senhor é o princípio do saber, mas os


loucos desprezam a sabedoria e o ensino”.

83
Para Salomão, neste particular havia dois tipos de homens – os sábios e
os loucos. Os sábios eram os que temiam a Deus – os loucos eram os que, por
não temer a Deus, desprezavam tanto a sabedoria como o ensino.

De acordo com a narração Bíblica, Salomão, para atender à necessidade


de instruir os seus pedreiros e edificadores do templo, compôs cerca de três
mil provérbios e mil e cinco canções, os quais eram lidos e ensinados nas
reuniões que os responsáveis pelo trabalho realizavam à noite, no templo que
estava sendo construído. Dissertou também sobre quadrúpedes e aves, répteis
e peixes. De todas as nações e reinos do mundo que ouviam falar de sua
sabedoria, vinham escutar o sábio Salomão.

Nessa divisão histórica, foi que o Rei Salomão e sua equipe criaram e
estabeleceram os alicerces da Maçonaria. A Liberdade, Igualdade e
Fraternidade eram ensinadas e praticadas, incentivadas e observadas na
construção do “Templo”. Salomão, o grande líder e “grande arquiteto” da
construção, não permitiu que escravo trabalhasse naquela sua obra. Quando
pediu a Hirão, rei de Tiro, que recrutasse súditos dele, para construção do
“templo”, fez questão de frisar:

“Eu te pagarei o salário destes, segundo determinares”.


Assim, desde o princípio, só “homens livres” podiam trabalhar entre os
pedreiros de Salomão. Eis porque até hoje, para ser maçom, é preciso ser
livre e crente em Deus.
As raízes históricas do grande Segredo da Maçonaria também
invocam uma tradição milenar que surgiu desde a construção do Templo de
Salomão. Naquela época não se dispunha de recursos para controlar e
administrar um número tão elevado de operários. Foi então que idealizaram
uma solução inteligente que marcou o início do grande segredo da Maçonaria,
que é preservado até hoje.
A identificação de cada um dos operários daqueles 3 (três) grupos eram
feitas através de “sinais”, “toques”, “palavras” e “batidas” especiais que
solucionaram todo o problema. Dessa forma, cada grupo tinha a sua maneira
especial e particular de se identificar diante dos vigias, dos porteiros, do
tesoureiro e dos pagadores daquela obra. Quem revelasse o segredo estaria
proporcionando uma oportunidade às pessoas que não trabalhavam de receber
um salário que não lhes era devido, o que não era justo.

Essas palavras, esses sinais e esses toques formavam e forma ainda


hoje, o “grande segredo” da Maçonaria, e os que recebiam essas confidências
se comprometem sob juramento a não revelá-las a ninguém.

84
Segundo essa tradição é que no mundo profano a Maçonaria é vista
como uma sociedade “Secreta”. A luz do bom senso analisa o que significa a
palavra “Secreta”. Significa oculta, escondida, desviada do conhecimento
público.
A Loja Maçônica é sempre um endereço conhecido, os Maçons são
pessoas conhecidas, gozam de bom conceito na comunidade em que vivem. É
do conhecimento público local, o dia e hora em que os maçons estão em
reunião. A maçonaria é uma sociedade civil registrada no cartório de
Registro de Pessoas Jurídicas e tem seus Estatutos. Assim, não é possível
sequer imaginar, quanto mais falar em aplicar esse caráter secreto à
Maçonaria.
“Secreta” e “Privativa” são duas coisas distintas, bastante diferentes.
Definitivamente devemos fazer por sermos reconhecidos como uma sociedade
“Privativa” dos maçons. Inegavelmente temos assuntos e reuniões privativas
e nelas, obviamente só entram seus associados que estão credenciados para
isto.
Ao contrário desta, no grupo das sociedades secretas, iremos encontrar
aquelas que ficam ocultas, cuja sede, evidentemente, fica escondida ou
dissimulada, e seu endereço não é divulgado. Não é do conhecimento público
quem são seus associados. Nesse grupo destacam-se: a máfia, os grupos
terroristas e de extermínio, as organizações separatistas, etc. Pois seus
membros, seus planos e suas finalidades não podem, de modo algum, ser
identificados ou conhecidos.
2ª PARTE – ONDE CHEGAMOS:
Passaram séculos e séculos, ao longo da sua história, a Maçonaria teve
uma grande mudança. Deixou de ser operativa, isto é, um órgão de classe,
para ser Simbólica e/ou Especulativa, e dessa forma, pôde admitir em seus
quadros pessoas que não tinham como profissão o trabalho de pedreiro.

Os primeiros maçons da Ordem Maçônica atualmente existente,


chamada “Maçonaria Especulativa” eram os “Aceitos”. A primeira “Potência
Maçônica” nos moldes das atuais foi instituída em 1717, que reunia 4 (quatro)
Lojas em Londres e a posterior fundação das Potências Maçônicas em todo o
ocidente, a extinção da Inquisição, a Independência das colônias nos
continentes da três Américas, são alguns dos efeitos de uma divulgação da
Liberdade, Igualdade e Fraternidade que originou as primeiras democracias da
época moderna.

No Brasil, após a consumação da Independência, seguiram-se as lutas


pela instituição da República e a Libertação dos Escravos. Hoje vivemos em
pleno regime democrático graças ao grande envolvimento da Maçonaria
Brasileira.
85
3ª PARTE – PARA ONDE VAMOS:
Necessário se faz que os construtores da humanidade permaneçam
alerta e dispostos a trabalhar por uma sociedade mais humanizada; combater a
corrupção, o fanatismo político e religioso, a criminalidade, o terrorismo e a
falta de ética. O mundo está passando por desilusões e assistimos a destruição
de todos os valores vitais da natureza.

O fermento do futuro que se vislumbra, o acaso de uma era que se


agoniza e um presente sombrio põe em cheque a razão da existência humana.

A Maçonaria deve se sentir solicitada a oferecer a sua quota, porque


historicamente fomos nós os incentivadores da primeira Democracia dos
tempos modernos.

O mundo do futuro nós devemos entendê-lo, para que se possa tentar a


adapta-lo aos anseios da Humanidade. Em nome dos Direitos Humanos e
Deveres do Indivíduo devemos participar deste empenho. O trabalho dos
maçons é hoje definido com a seguinte frase:

“Edificar templos à virtude e cavar masmorras ao vício”.

Há irmãos que, em Loja, pronunciam discursos lembrando as fases


áureas da Maçonaria. Citam a Abolição da Escravatura, a Proclamação da
República, e outros fatos relativos ao passado histórico da nossa Instituição e
depois disto perguntam:

“Que estamos fazendo no momento?”

“A Maçonaria está parada, nenhuma conquista conseguiu!”

“Será que ainda temos razão de existir?”

“Por que não fazemos um movimento de âmbito nacional para colocar nos
pontos chaves do país, maçons competentes?”

“Será que estamos parados ou que o ardor maçônico desapareceu?”

Quem ainda não ouviu estas perguntas em sessões?

Às vezes, mesmo à primeira vista, damos razão a estas indagações e


ficamos a pensar: será que a Maçonaria está parada ? - Em parte devemos
acreditar que sim. Que os tempos passaram e que a época é outra, que talvez
nossa atuação deva ser também diferente, ajustando-se a este novo tempo.
86
Mas o certo é que todos nós maçons, temos que estar convictos de que jamais
a Maçonaria perdeu sua finalidade.

Os princípios políticos da ordem ultrapassaram fronteiras e os países,


bem como as instituições, regem-se por regulamentos idênticos aos nossos.
Plantamos por todo o mundo o regime que adotamos – demos ao mundo a
nossa feição – e não há no mundo um só movimento de democratização que
não tenha a influência das nossas ideias.

Portanto o passado exige uma revisão e maior dedicação aos eternos


valores da iniciação. O presente requer o labor persistente e lucidez singular
para vencer os obstáculos e liberalizar os laços fraternais que unem os maçons
entre si, e a todos os homens esparsos pela superfície da terra. O futuro
obriga ao dinamismo, a uma mentalidade serena e, sobretudo, criativa.

Jamais devemos nos esquecer de que o labor não deve ser interrompido.
Não nos esqueçamos também de que a nossa luta de preparar homens deve
começar antes de tudo em nosso lar, com a educação dos nossos filhos,
orientando-os, dando exemplos e conduzindo-os pela estrada certa, que no
caso é a estrada dos princípios maçônicos. Cerrar os olhos a este trabalho, é
não fazer Maçonaria.

Exceto os LANDMARKS que traduzem as mais antigas Leis que


regem a Maçonaria Universal, temos que evoluir em nossas ações e nos
adaptar aos novos temp.

O mundo passou pela era da Informática, Internet e estamos na do


conhecimento. No entanto, fazemos “vistas grossas” para tudo isso. A
interação entre Lojas praticamente não existe. O sistema de sindicância de
candidatos é ultrapassado, de uma época em que não se dava tanta
importância a assuntos como: Meio Ambiente, Direitos Humanos, Trabalho
voluntário, Cidadania, etc. Sejamos francos com a nossa consciência: Que
iniciativa, seja ela de natureza econômica, política ou social temos tomado em
favor da comunidade que nos cerca ?

Um exemplo típico de indiferença, especificamente da maçonaria de


Sete Lagoas, ocorreu nas últimas eleições municipais. Não pretendo aqui
levantar polêmica quanto a posição da maçonaria, em face da política, pois,
além de ser um assunto palpitante é muito delicado. Mas me refiro
basicamente à nossa solidariedade enquanto cidadãos, frente aos irmãos
candidatos. Posso imaginar o tamanho da decepção deles!

Em relação a este ponto cabe-nos ainda alguns questionamentos:

87
*A maçonaria deve permanecer às margens do sistema político, em pleno
século XXI, numa era em que a humanidade passa por tão profundas
transformações sociais?

*Será que a força dispersa da maçonaria, se canalizada em prol de uma


corrente da opinião pública, não estaria de fato contribuindo na administração
do nosso país?

*O envolvimento com o sistema político, iria comprometer ou ajudar a


maçonaria em sua nobre missão de trabalhar para o progresso da
humanidade?

A verdade muitas vezes dói, mas esta é a XVIII Semana do Maçom.


Ela acontece exatamente igual a primeira. Sequer o layout do convite mudou.
Persistimos na mesmice de quase tudo que praticamos, sem darmos conta de
que nosso potencial é imenso, e a muito tempo poderíamos estar inovando,
fazendo a diferença e saindo dessa rotina maléfica que nos passa a triste
impressão de que estamos apenas cumprindo calendário.

Meus valorosos irmãos, devemos urgentemente sair do ostracismo, da


inércia, criar algo novo e lutar obstinados por um mundo melhor.

Que não percamos a GARRA, mesmo sabendo que a derrota e a perda


são duas adversárias extremamente perigosas...

Que não percamos a VONTADE e a DISPOSIÇÃO de ajudar as


pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e
retribuir esta ajuda...

Segundo Albert Einstein, “a mente que se abre a uma nova ideia jamais
voltará ao seu tamanho original”.
Também é certo afirmar: somos aquilo que pensamos.

Rogamos as luzes do GADU que nos permita honrar os feitos dos


nossos antepassados. E que unidos, possamos não só repensar nossos valores,
mas também refletir na mesma dimensão e grandeza da nossa instituição,
fortalecer entre nós o espírito fraterno e assim contribuir com a definição de
bem-estar para que a humanidade tenha vida, dignidade e esperança.

________________________________________

88
TRABALHO MAÇÔNICO
(Perguntas e Respostas)

O que você entende por ritual maçônico?


Resposta: É o conjunto de regras segundo as quais são praticadas as cerimônias que
caracterizam cada sistema Maçônico. O rito básico remonta ao tempo da Maçonaria
Operativa.

A nossa Instituição possui três ideais que figuram em seu “slogan”. Cite quais e
descreva sucintamente sobre cada um deles.
Resposta: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Liberdade – É o respeito de todos os cidadãos aos seus direitos civis.
Igualdade – Todos os seres humanos são iguais, sem distinção de religião, raça, cor
e profissão.
Fraternidade – É o elo que une todos os maçons e pessoas de boa conduta no meio
social.

Qual é o rito praticado pela nossa potência?


Resposta: É o “Rito Escocês Antigo e Aceito”. Ele compreende 33 Graus,
divididos em: Graus Simbólicos, Graus Históricos Graus Templários e Graus
Herméticos.

Em todos os mistérios antigos, certas plantas eram símbolos de iniciação. Qual


é a planta adotada como símbolo pela maçonaria?
Resposta: Acácia. Este era o símbolo sagrado dos hebreus. A Acácia é uma árvore
sagrada que nascia em abundância nos arredores de Jerusalém.

Os Regulamentos, Estatutos e Leis podem ser revogados, modificados ou


anulados. O que é eterno e imutável na Maçonaria?
Resposta: Os LANDMARKS. Estes são os princípios gerais da Franco-Maçonaria.
Essa expressão traduz as mais antigas Leis que regem a maçonaria universal,
caracterizando pela sua antiguidade.

O que você entende por “Cadeia de União”?


Resposta: É formada pelos irmãos no interior do templo. Representa as almas
maçônicas unidas pela solidariedade de ideias, pela estreita comunhão de
sentimentos e aspirações. Ela é feita para invocar a transmissão de bons fluidos por
alguma intenção. É também feita para a transmissão da Palavra Semestral.

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O que você entende por Câmara das Reflexões?
Resposta: É o lugar secreto e fúnebre, com emblemas fúnebres e sentenças morais
espalhadas pelas paredes. Ela simboliza o centro da terra de onde viemos e para o
qual teremos de voltar. Neste lugar o profano realiza uma reflexão, no sentido de
“retrocessão” sobre si mesmo, com o abandono de sua vida anterior para renascer
de novo. Faz então o seu testamento e dispõe a sua última vontade. Esta prática
tem como significado a purificação do profano pelo elemento terra.
O que você entende por “Livro da Lei”?
Resposta: é o símbolo da Lei Moral que cada maçom deve respeitar e seguir.
Representa a filosofia que cada um adota, ou a fé que anima e governa os homens.
Sem a presença do Livro da Lei, a Loja não seria justa, nem regular. O Livro
Sagrado guia o Maçom para a verdade, conduz os seus passos para a felicidade,
indicando-lhe todos os deveres a que o homem é obrigado.

Quais são os ornamentos da Loja? Comente sucintamente sobre cada um


deles.
Resposta: 1- Pavimento de Mosaico 2- Orla Dentada e 3- Estrela Flamejante.

Pavimento de Mosaico - Com seus quadrados brancos e pretos nos mostra que,
apesar do antagonismo e da diversidade de todas as coisas da natureza, em
tudo reside a mais perfeita harmonia. Isso nos serve de lição para que não
olhemos as diversidades de raças, de religiões e de princípios que regem os
diferentes povos, senão e apenas como uma exterioridade de manifestação, pois
toda a humanidade foi criada para viver na mais completa harmonia e na mais
interna fraternidade.

Orla Dentada – Mostra-nos o princípio da atração universal, simbolizada no


Amor. Representa com seus múltiplos dentes, os planetas que gravitam em
torno do sol; os povos reunidos em torno de um chefe; os filhos reunidos em
volta dos pais; enfim, os Maçons unidos e reunidos no seio da Loja, cujos
ensinamentos e cuja moral aprendem para espalhar aos quatro ventos da orbe.

Estrela Flamejante – Representa a principal Luz da Loja. Simboliza o sol,


glória do Criador, dando-nos exemplo da maior e melhor virtude que deve
encher o coração do Maçom: a CARIDADE – espalhando luz e calor (ensino e
conforto) por toda a parte onde atingem seus raios vivificantes.O sol nos ensina
a praticar o Bem, não em círculo restrito de amigos ou afeiçoados, mas a todos
aqueles que necessitam e até onde nossa Caridade possa alcançar.

Como devem estar colocados o compasso e o esquadro sobre o Livro da Lei ?


Resposta: Na Loja de Aprendiz, o compasso está por baixo do esquadro. O
esquadro representa a parte imutável – a matéria, a terra, a natureza; o compasso a
parte psíquica – o intelecto. O aprendiz ainda não aprendeu a dominar as suas
paixões, os seus instintos, a natureza. Daí haver predominância da matéria e neste
caso o esquadro está por cima do compasso.

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No grau de Companheiro, o compasso está entrelaçado com o esquadro, pois o
compasso já começou a dominar; sua mente está mais esclarecida e ele já começa a
trilhar o caminho da perfeição.

No grau de Mestre, o domínio já é integral. O Mestre é um homem realizado


psiquicamente; seus instintos são dominados pela mente, o intelecto já dominou a
matéria, daí o compasso ser colocado sobre o esquadro.
________________________________________

“O QUE É MAÇOM?”

- Mãe, explique a mim, com bastante clareza, o que é Maçom?


- Que cuidado te dá nisso, meu filho?
- Meu pai é Maçom, é justo que eu saiba!

A mãe, com grande ternura e afeto, passando-lhe as mãos puras pelos


cabelos, fê-lo sentar-se ao seu lado e começou a narrar a bela e verdadeira
descrição:

Maçom, meu querido filho, é um homem instruído, homem de boa


conduta, que não permite que nenhuma má paixão vibre em seu coração, que
também não admite que em seu cérebro nasça sequer uma ideia de injustiça
ou de maldade, que procura sempre a verdade e, por sua conduta ou honradez,
se mostra um exemplo.

- Em qualquer causa, atua como justo.

- Considera o lar um templo.

- É um estudioso que não se cansa de aprender, respeita todas as opiniões.

- É contrário a todas as opressões, ao humilde, dá a sua mão.

- Cumpre com os deveres do lar, conserva como virtude material, a


caridade.

- Abomina o mal, está sempre pronto para correr em defesa da virtude,


ampara os velhos e dá conselho aos jovens.

- Perdoa toda ofensa e sua grande obra, é atingir a perfeição do homem,


que despeito de todos os escrúpulos, ninguém isenta de defeitos.

- De qualquer forma meu filho crê que defini a personalidade de um


Maçom, porque, tracei-te o retrato de teu pai.

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O menino, beijando sua mãe, agradecido, sussurrou-lhe no ouvido:

- “MÃE! TENHO ORGULHO DE MEU PAI “.

Bibliografia:
Autor Desconhecido
________________________________________
PRECISAMOS DE ATITUDE!

1- SAIU NO JORNAL ESPANHOL "EL PAÍS".

“Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões
numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da
maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?”

(07/08/2011 Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País)

Triste ler isto, escrito por um estrangeiro, que, com toda propriedade e
elegância, pôs o dedo em uma ferida que nós brasileiros não queremos ver.

2- “Os pessimistas reclamam, os otimistas sonham e os realistas


trabalham!"

Para refletirmos!

Brasileiro Reclama de quê?

Tá Reclamando do Lula? Do Serra? Da Dilma? do Arruda? Do Sarney?


Do Collor? Do Renan? Do Palocci? Do Delúbio? Da Roseane Sarney? Do
Jáder? Dos políticos distritais de Brasília? Do Jucá? Do Kassab? Dos
mais 300 picaretas do Congresso?

Brasileiro reclama de quê?

O Brasileiro é assim:

1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

92
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.

5. - Fala no celular enquanto dirige.

6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.

7. - Pára em filas duplas, triplas em frente às escolas.

8. - Viola a lei do silêncio.


9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.

10. -Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.

12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

13. - Faz "gato" de luz, de água e de tv a cabo.

14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas


vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para


pagar menos imposto.

16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de


cotas.

17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10 pede nota
fiscal de 20.

18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco


rodado.

21. - Compra produtos piratas, com a plena consciência de que são piratas.

22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.


93
23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do
ônibus, sem pagar passagem.

24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
25. - Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

26. - Levam das empresas onde trabalha pequenos objetos como clipes,
envelopes, canetas, lápis... Como se isso não fosse roubo.

27. - Comercializa os vales-transportes e vale-refeição que recebe das


empresas onde trabalha.

28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... Só não falsifica aquilo que ainda não foi
inventado.

29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal


aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não
devolve.

E quer que os políticos sejam honestos... Escandaliza- se com a farra das


passagens aéreas... Esses políticos que aí estão saíram do meio desse
mesmo povo ou não? Brasileiro reclama de quê, afinal?

E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma
mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for
necessário!

"Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os


nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores
(educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta,
através dos nossos exemplos...".

3- Esta semana o primeiro Ministro do Japão renunciou ao cargo.


Pediu perdão a seu povo por não ter sido capaz de amenizar o sofrimento
motivado pelo TSUNAMI que assolou o seu país em março p. passado.
Que diferença dos nossos homens públicos, hein?!

A MUDANÇA DEVE COMEÇAR DENTRO DE NÓS, NOSSAS CASAS,


NOSSOS VALORES, NOSSAS ATITUDES!

________________________________________
94
MAÇONARIA VISÃO 2020

Este trabalho homenageia o 108º aniversário de existência da Loja


Maçônica União Sertaneja nº 8 – Oriente de Sete Lagoas-MG. Aos estimados
irmãos desta grandiosa oficina, externo meu profundo respeito pela busca
incansável da qualidade e da perfeição dos nossos trabalhos. É oportuno
95
também destacar que no dia 15 completamos 116 anos da Proclamação da
República e no dia 19 do corrente mês, comemoraremos o Dia do Pavilhão
Nacional; dois eventos históricos de efetiva participação da Maçonaria
brasileira.
Conclamo, a partir de agora, refletirmos também sobre a idéia de pensar
no amanhã da nossa instituição. O mundo passa por profundas
transformações e a Maçonaria não deve colocar-se omissa frente a essa onda
de mudanças. Faz-se necessário estabelecermos um senso de urgência para
projetar a Maçonaria que se deseja edificar para o futuro, consolidando assim
um ambiente adequado em prol da humanidade.
Quem sabe possamos alavancar o início de uma nova era que permita a
próxima geração organizar uma sociedade mais justa e digna de viver.

16.11.2005.

I – Objetivos

II – Apresentação

III – A Maçonaria - Conceitos e Propósitos

Ciência Maçônica - Opção por uma Trajetória de Sabedoria

Origens da Maçonaria e sua Evolução Histórica

O despontar para uma grande transformação

IV – Século XX - Revolução Silenciosa

No Campo Tecnológico

No Campo da Ciência

No Social, Político e Econômico

V – A Maçonaria do Século XX

Repensando Nossa Atuação

A Maçonaria Brasileira

Cultura Maçônia

VI – Século XXI - Era Progressista Visão 2020

96
VII – Considerações Finais

I – Objetivos
 Demonstrar a necessidade de se estabelecer um Plano de adequação
dos propósitos maçônicos a uma nova era que se desponta com
profundas mudanças para a humanidade.

Alertar da necessidade de se estabelecer um senso de urgência para


projetar a maçonaria que se deseja edificar para as próximas gerações.

 Conclamar os irmãos a defender a criação de um Projeto de coalizão


administrativa, com visão de futuro, que permita a instituição interagir
com o bem-estar da humanidade, frente a evolução social, científica e
tecnológica.

97
II – Apresentação

Nos dias que correm, o otimismo está se transformando num bem


escasso. A quantidade de mudanças tem crescido substancialmente ao longo
das duas ultimas décadas

A rapidez e a intensidade então, não tem permitido que as organizações


se preparassem para recebê-las.

Com isso, sob todos os aspectos, as mudanças não só provocam


traumas como também angústia. As pessoas se veem impotentes diante da
necessidade de reformular padrões e de se adaptarem de forma significativa às
condições de transformação. Muito se tem falado sobre as consequências
positivas advindas dessas mudanças, mas é certo também que o seu preço é
inevitável. Sempre que comunidades humanas são forçadas a se ajustar a
condições de reformulação, sempre enfrentam a dor.

É certo que para realizar mudanças nas organizações ou na vida das


pessoas, exigem-se cuidados especiais e fazer uma completa análise do
comportamento humano... Nesta análise devem-se levar em conta os valores,
cultura, atitudes e crenças. Entender como funcionam estes processos e criar
alternativas, já que estamos
falando de seres únicos,
complexos e universais, é dar
um passo à frente rumo às
conquistas humanas tão
desejadas. É a valorização do
ser humano em detrimento das
98
máquinas. Chegamos à entrada do novo milênio carregados de muitas
energias positivas de transformação, que imaginamos culminar com a
construção de uma nova sociedade mais justa e digna de viver. Quando
operamos transformações positivas no homem, operamos também dádivas nos
caminhos da justiça, da verdade, da qualidade de vida e na harmonia plena,
algo desejado por todos os seres de bem.

Um projeto de visão futurista exigirá como premissa uma fotografia do


histórico de nossas ações e a percepção da sociedade moderna em relação à
instituição. Há um pressuposto de que a instituição muito tem feito em
benefício da sociedade. Por outro lado, nunca aferimos se isso não tem
passado de retórica. A evolução nesse processo é fundamental para não
continuarmos na subjetividade ou no “faz de contas”. Numa análise
simplista, valendo-se apenas de sentimento, percebe-se que a instituição é
respeitada no mundo profano. A razão disso explica-se pelo fato dela ser uma
sociedade fechada e ter suas raízes históricas num passado remoto. Para os
que pertencem a instituição não há dúvidas de que o comodismo, inoperância
e a omissão estão latentes em seu meio. O cenário é desolador, contrapondo
totalmente os seus princípios e anseios ditados em seus manuais. Num
momento em que presenciamos um esforço orquestrado dos segmentos
sociais em geral para fazer parte do processo, nada parece nos abalar. No
entanto, percebe-se claramente no interior da instituição um crescente
inconformismo pela incoerência entre o discurso e a prática.

Devemos urgentemente antever os fatos. Planejar, organizar e colocar


em prática nossas ações, antes que a sociedade nos cobra alguma evidência.

Perceber qual é o nosso verdadeiro papel nesta nova era que está
surgindo, é um processo que requer uma boa dose de reflexão e equilíbrio.
Requer também paciência, tolerância, determinação e, sobretudo amor aos
objetivos propostos. Todos nós sabemos que o Brasil tem um grande débito
social. Necessário se faz que todos os segmentos: governo, iniciativas
privadas, ONG´s e instituições em geral, unam forças, inteligência e
criatividade para resgatá-lo com dignidade.

III – A Maçonaria - Conceitos e Propósitos

Ciência Maçônica - Opção por uma Trajetória de Sabedoria

O conceito que define a Maçonaria em seu sentido amplo consta de


nosso ritual e o ouvimos em todas as sessões de aprendiz quando o Venerável
Mestre se dirige ao Irmão Chanceler:

Ven.: - O que é a Maçonaria, Irmão Chanceler?


99
Chanceler: (levanta-se e fica à ordem).
- É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor,
pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade, pelo
respeito à autoridade e à religião de cada um.

Após iniciarmos
maçons, aos poucos,
passamos a compreender
o verdadeiro sentido da
maçonaria, princípios,
meios e fins. Para que o
recém-iniciado adquira
conhecimentos maçônicos
e possa progredir na vida
maçônica, o mesmo recebe instruções, em sessões intercaladas e em períodos
pré-definidos. Assim, com o passar do tempo é de se esperar que a instituição
tenha atingido o seu fim primeiro, qual seja:

O recém-iniciado foi recebido como pedra bruta. Ao assimilar as


vantagens destes ensinamentos, passarão a pautar seus atos individuais
de todos os dias, por esse rico e antiquíssimo manancial de sabedoria.

Independentemente das instruções propriamente ditas, reuniões


econômicas também são consideradas como fontes de ensinamentos. Elas
acontecem de tal forma que o aprendiz vai percorrer; caminho apenas de
saber, de compreender a vida, naquilo que ela tem de melhor; poder vivê-la e
andar com passos firmes, sabendo por onde pisa.

Os rituais maçônicos nos dão à luz de que o conjunto de conhecimentos


adquiridos, somados a outros básicos, mais boa vontade, nos dá a certeza de
bem compreender a ciência maçônica. A ciência maçônica dá ao maçom
melhor compreensão do mundo em que ele vive; ensina-o a viver, explica os
fatos, evita sofrimentos, porque ensina as causas de sofrimentos, e como
suportá-los, não em base mística ou religiosa, mas em base científica.

Também na reunião de aprendiz num dado momento, quando o


Venerável Mestre dirige-se ao Irmão 1º Vigilante, explica-se a razão que nos
leva estarmos ali reunidos:

Ven.: - Para que nos reunimos aqui, Irmão 1º Vigilante?

1º Vig.: - Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros,


glorificar o direito, a justiça e a verdade; para promover o bem-estar da
100
Pátria e da Humanidade, levantando templos à virtude e cavando masmorras
ao vício!

Para melhor compreensão do que significa maçonaria e o que nos


motiva a trabalhar como maçons; assim resumimos:

“A Maçonaria é uma instituição essencialmente filantrópica, educativa e


progressista”. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna
pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do
cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e
da investigação constante da verdade.

Seus fins supremos são: “a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade”.

Origens da Maçonaria e sua Evolução Histórica

A história nos faz crer que a existência da Maçonaria é anterior ao


início da era cristã. Quando então atentamos aos fatos de que nos fala o ritual
maçônico, deparamos com registros que mostram que a Maçonaria teve seu
início durante a construção do templo de Salomão, na década de 970
antes de Cristo, na cidade de Jerusalém. Deu-se aí o início da chamada
Maçonaria Operativa, dedicando-se por milênios à construção de templos e
fortificações. Já na era cristã por muito tempo o Vaticano, a mando da Igreja
Católica Apostólica Romana, mantinha sob tutela essa sociedade a que
denominamos “Maçonaria Operativa”, na construção das famosas catedrais,
mosteiros e igrejas medievais de estilos romano e gótico.

Os “pedreiros
livres” contratavam por
intermédio da ordem as
construções e gozavam
de privilégios porque
representavam o melhor
em prestação de
serviços profissionais na Arquitetura e Engenharia, também garantiam o
monopólio mantendo os profissionais da construção, unidos. Seus membros
eram adestrados e instruídos profissionalmente na sociedade e mediante
cerimoniais e rituais educados para o exercício pleno dos ofícios e de suas
condições sociais de Homens Livres.

Outro fato que reforça a tese da antiguidade Maçônica é invocando


personagens de livros antigos os quais teriam sido precursores da Maçonaria,
porque durante as suas vidas praticaram atos que se enquadram nos ideais
maçônicos.
101
Enquanto durou o vasto domínio da Igreja Católica sobre o mundo
ocidental, continuou o florescimento da Maçonaria Operativa. Pode-se dizer
que naquela época a Maçonaria nada mais foi do que uma associação de
classe, visando ao interesse de um grupo, à semelhança dos sindicatos ou
associações modernas de classe, onde os intelectuais ainda não haviam tido
ingresso.

No entanto, a Maçonaria como instituição de personalidade própria é


muito jovem. Porém, seus ideais são anteriores à própria instituição porque
tais ideais sempre foram durante todos os séculos, a meta de um grupo de
indivíduos. A Maçonaria não inventou essas idéia, mas se faz defensora
delas.

O despontar para uma grande transformação

As lojas que conseguiram sobreviver ao absoluto domínio católico


passaram a servir somente a fins sociais e filantrópicos. No século XVII
despontou então a antevisão de uma nova ordem em “Maçonaria
Especulativa”, e esta foi uma das forças geradoras do “Iluminismo”.

Os primeiros maçons “Aceitos” encontraram acolhimento nessas lojas


porque ambas as partes descobriram o caminho propício para desenvolver,
propagar e cultivar a nova sociedade a qual vislumbra para a humanidade. Até
então, a sociedade era escravizada pelo absolutismo feudal, pela tirania
religiosa, pela exploração colonial e as conquistas por interesses de soberanos
onipotentes.

Eles prepararam com suas ideias “subversivas” para a época, a grande


evolução dos séculos XVIII e XIX. A fundação da primeira grande Loja em
1.717 que reuniu 4
Lojas em Londres e a
posterior fundação das
potências maçônicas
em todo o ocidente, a
destruição do concerto
do “poder por graça
Divina”, a extinção da
Inquisição, a
Independência das colônias nos continentes das três Américas, são alguns dos
efeitos, frutos de uma divulgação da Liberdade, Igualdade e Fraternidade que
originou as primeiras democracias da época moderna.
102
IV – Século XX - Revolução Silenciosa

No Campo Tecnológico

Criaram-se o automóvel, o cinema, o avião, a televisão, o computador,


o celular, a internet, etc., etc. Para se ter uma ideia da dimensão da mudança
no mundo da tecnologia, um computador pessoal tem capacidade de
processamento dez
vezes maior que a dos
computadores usados
pela Nasa em 1969,
para lançar a Apolo 11.
Nesse sentido, os
jovens nascidos a partir da década de 80, serão muito diferentes da geração
anterior, pois nasceram juntamente com o maior salto tecnológico registrado
até então: a era digital em substituição a analógica. É como se o mundo
pudesse caber dentro de um computador. Com a digitalização, imagens,
músicas, gráficos e até bate-papos telefônicos se tornaram compatíveis com a
linguagem dos computadores. Eles convivem desde cedo com a Internet, que
mantém todos informados em tempo real; com tudo que se possa imaginar, e
esteja acontecendo no planeta terra.

A internet por sua vez foi uma das inovações mais arrebatadoras
registrada pelo homem. Em 1990, era usada em vinte países por 35.000
pessoas. No fim da década de 1990, atingia 226 países e 560 milhões de
pessoas. Hoje, tem mais de 1,5 bilhão de usuários. Nada se expandiu de
maneira tão avassaladora, rápida e dominante.

No Campo da Ciência

Uma das mais notáveis revoluções científicas do século XX foi a


descoberta da estrutura do DNA, o código genético da vida, que determina as
características de todas as espécies. A comunidade científica internacional foi
unânime em avaliar que a contribuição dessa descoberta foi tão importante
para a biologia quanto à
evolução das espécies,
descoberta por Charles
Darwin, e equivalente à
comprovação da
relatividade, de Albert
Einstein para a física. Por
meio de suas pesquisas,
pela primeira vez a
103
própria natureza da vida pôde ser explicada à luz dos fenômenos físicos e
químicos. Na prática, elas abriram caminho para que hoje se possam fazer
testes de DNA que comprovam parentescos ou capturam criminosos,
tornaram possíveis as clonagens de seres vivos, como no caso da ovelha
Dolly, e a produção de alimentos geneticamente modificados – os
transgênicos.

No início do século XX acreditava-se que, com os avanços da


tecnologia, iríamos trabalhar cada vez menos e teríamos mais tempo para o
lazer e a família. Ocorreu exatamente o contrário. As facilidades da vida
moderna, como computador, internet, fax, celular, TV a cabo, e a melhoria no
sistema de transportes tornaram a vida muito mais rápida – e acrescentaram
doses extras de STRESS à vida de todos nós. O século XXI nasceu com
fatores inesperados que aumentam a ansiedade geral, como o terrorismo.
Enfim, segundo institutos especializados estima-se que o nível de estresse na
população brasileira esteja 50% mais elevado que há 40 anos. No entanto,
estudos também recentes indicam que é perfeitamente possível determinar até
certo ponto como essas situações que nos levam ao stress, afetam o cotidiano.

A cardiologia, por exemplo, passou por uma reviravolta de conceitos.


Não se via nada tão radical desde 1912, quando o médico americano James
Bryan Herrick descreveu pela primeira vez o processo desencadeador do
infarto. Há cerca de cinco anos, as investigações começaram a derrubar o
paradigma até então aceito integralmente de que as placas calcificadas eram o
único agente do infarto.

Quando então nos referimos à longevidade, observamos um progresso


imenso. Durante quase toda a história da humanidade, a probabilidade de
alguém chegar aos 100 anos foi de 1 em 20.000.000. Hoje, em países como a
Suécia e Japão, ela pode ser de 1 em 50. A promessa da ciência agora é a de
uma velhice mais saudável e prazerosa. Viver a velhice com saúde é sempre
uma aspiração pessoal de quem se aproxima dessa etapa. Mas ela está
rapidamente se convertendo em algo mais: uma urgência social. No Brasil,
segundo levantamento do IBGE, a proporção de idosos – pessoas de 65 anos
ou mais, crescerá 3,6 vezes até 2050.

O envelhecimento da espécie é, sob muitos aspectos, uma prova de


sucesso civilizatório. Por outro lado, a humanidade tem pela frente um
cenário preocupante, o equilíbrio da pirâmide social.

Não menos importante do que todos esses avanços, podemos destacar


ainda: os transplantes, a cura da poliomielite, da tuberculose e a tão polêmica
e discutida em nossos dias – células tronco; cujas pesquisas prometem muito e
terá um significado ímpar para o bem-estar da humanidade.
104
No Social, Político e Econômico.

Muito se tem falado sobre as consequências positivas advindas da


globalização e seu modelo econômico que invadiu nossa rotina diária,
transformando nossa maneira de pensar, nossas formas de expressão e nossos
hábitos de consumo. Evolução nos sistemas produtivos, novas tecnologias,
novas perspectivas para o desenvolvimento humano em todas as ciências:
sinais de uma sociedade moderna.

Por outro lado, é certo que nenhum de nós sobreviverá para ver o limiar
de uma sociedade perfeita. Pois, consequências negativas também se
despontam e de forma devastadoras.

As condições desiguais estabelecem-se nas relações capital x trabalho, à


medida que as empresas são pressionadas por um mercado extremamente
competitivo. Daí, o grande paradoxo: como enfrentar a realidade econômica
brutal e, ao mesmo tempo, preservar os valores humanos?

O que muita gente não vê é que os problemas mais sérios e socialmente


necessários são deixados de lado porque não dão ibope.

Como contrapeso, e que em parte minimiza os impactos negativos,


apareceu no Brasil de uns 10 anos para cá, uma onda de “responsabilidade
social de empresas”. Muitas delas criam projetos próprios, que na verdade
servem como pano de fundo para fazer seu marketing perante a sociedade. Os
projetos são preparados pelo Departamento de marketing e tem como seu
primeiro objetivo, mostrar o que a empresa faz no social. Obviamente,
quanto mais bem trabalhado for o marketing, melhor ela aparece na foto. O
que muita gente não vê é que os problemas mais sérios e socialmente
necessários são deixados de lado porque não dão ibope. Com isso, as
entidades, fundações, ONG´s, estão perdendo espaço para cumprir sua própria
função. O Estado por sua vez ignora esse lado negativo, demonstrando
nitidamente a sua incompetência para assumir de frente funções de interesse,
tais como: meio ambiente; direitos humanos; discriminação; deficientes
físicos e mentais; educação; saúde; infância; idosos; trabalho infantil, etc. O
Estado não pode perder a liderança destas questões, sob pena de novas forças
supranacionais entrarem em cena, pondo em risco a soberania do Estado em
especial nas questões ambientais.

Quando falamos de Desenvolvimento Sustentável, nada mais cristalino


do que sua própria definição para nos colocar conscientes e alertas sobre o
grau de nossa responsabilidade:

105
“Desenvolvimento Sustentável” é o desenvolvimento que responde às
necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras a
sustentar suas próprias necessidades.

A expressão “responsabilidade social” é ampla e num país como o


Brasil é imprescindível à participação de todos, independentemente de seu
porte, área de atuação, etc. No entanto, cabe ao Estado trabalhar na direção do
desenvolvimento de novos padrões éticos capazes de suplantar outros
interesses.

V – A Maçonaria do Século XX

Para a Maçonaria a responsabilidade social deve ser vista sobre dois


ângulos: primeiro a de desbastar a pedra bruta de cada um dos seus obreiros,
transformando-os em homens livres e de bons costumes. Segundo, à
disposição de participar da melhoria da qualidade de vida da sociedade. Esta
última representa
verdadeiramente uma
opção, visto que o
primeiro é intrínseco e
está intimamente
relacionado com a
razão de ser da própria
instituição.

Se fizermos uma breve retrospectiva de como foi o comportamento da


maçonaria brasileira no mundo profano durante todo o século XX, vamos
perceber nitidamente que nenhum feito nos foi legado por aqueles irmãos que
antecederam a nossa geração. Nada de relevante a maçonaria construiu em
favor sequer das comunidades que estão à sua volta.

Compare este com os séculos XVIII e XIX. Até parece que a


maçonaria mudou de “foco” – não intercedeu, não participou e não alavancou
nenhuma causa. Enquanto tudo e todos evoluíram para consagrar o século
XX como o “admirável mundo novo”, nada fizemos senão deixar em branco a
página da história de nossa existência.

Por que conscientes dessa passividade em nosso meio, nada


questionamos? O mundo inteiro está envolvido nos processos globais, as
organizações em geral cobram por resultados imediatos, as pessoas se vêem
aflitas e ansiosas para não perderem espaços. A sociedade hoje se encontra
em ebulição. Há movimento para todos os gostos: pela “pressa” e pelo “ter”,
outros, contraponto ao global, na tentativa de retomar os valores essenciais da
“qualidade do ser”. No entanto, a nossa instituição comporta-se como se
106
nada disso estivesse acontecendo. Será que os outros é que estão no caminho
errado, se movimentando desnecessariamente ou nossa auto-suficiência é
tamanha que justifica deixar as coisas como estão? Será que a tradição
milenar é o suficiente para assegurar o sucesso da instituição no futuro? Se
olharmos para trás veremos que a história não é bem essa. Impérios,
organizações, nações e civilizações consideradas indestrutíveis, simplesmente
deixaram de existir. Longe de qualquer “terrorismo” ou “exagero”, não há
porque prever o desaparecimento da instituição, mas é plenamente admissível
que os nossos sucessores a vejam mergulhar na mediocridade. Falta-nos
sensibilidade e visão para perceber que o mundo inteiro se mobiliza.

Repensando Nossa Atuação

Se propuséssemos a realizar uma pesquisa para aferir a atuação da


maçonaria brasileira nos
últimos 100 anos, com
certeza não colheríamos
outros adjetivos senão:
obsoletismo
administrativo,
inoperância, visão ultrapassada, omissa, discurso em dissintonia com a
prática, etc., etc.

No mundo profano, a maçonaria sempre foi vista como uma sociedade


cheia de mistérios. É chegada a hora de darmos visibilidade aos seus reais
propósitos. Isto não significa que ela estará se abdicando de suas tradições.
Pode-se perfeitamente continuar atuando como uma sociedade “privativa” dos
maçons, homens de bons costumes credenciados para isto. O importante é
que saibamos nos adequar a uma nova era. É chegado o momento de sermos
respeitados e admirados por ações que efetivamente realizamos a bem da
pátria e da humanidade.

A apatia que se apossou da instituição por todo um século e, que


adentrou no século atual deriva basicamente de dois motivos: “complacência
excessiva” e “ausência de senso de urgência”.

Há um conflito de gerações em andamento. Com certeza nos próximos


dez anos terão dificuldades para reter jovens maçons, tendo em vista que a
influência apenas do computador no dia-a-dia desses jovens colocará seu
cérebro em outra dimensão. Os livros hoje já não representam tanto para se
elevar o nível de conhecimento.

Não se pode ignorar as transformações que ocorrem no mundo todo, em


relação aos conteúdos e aos formatos de organização das instituições em
107
geral. O século XX até então é considerado o “admirável mundo novo”.
Segundo Millor Fernandes, este século acabou com um dos sentimentos
essenciais ao ser humano – o espanto. Com certeza nenhum de nós
estaremos vivos para testemunhar a supremacia acachapante do século XXI
sobre a soma de todos os anteriores, incluindo aí o século XX.

A Maçonaria Brasileira

A Maçonaria brasileira, como toda a latina americana, nasceu junto


com a aspiração de independência no século XVIII. O ideal da luta contra o
absolutismo e tirania colonial-feudal caiu em terreno fértil e se associou ao
ideal de liberdade das populações da colônia e do anseio pela independência.
Após a consumação da
independência no início
do século XIX,
seguiram-se as lutas pela
instituição da república e a
libertação dos escravos.
Aparentemente terminou a
implantação do regime
democrático a grande tarefa a que a Maçonaria Brasileira se incumbiu. A
proclamação dos direitos do homem pela ONU, sancionada por todas as
nações, coroou o empenho secular dos construtores da humanidade.

Ao terminar o século XX, com o cenário político e social que estamos


vivendo, cabe-nos uma grande interrogação: será que não é tempo de
propagar e cultivar uma nova sociedade para esta humanidade escravizada
pelo fanatismo religioso, corrupção, violência, desilusões, criminalidade e
injustiça social?

A história retrata o século XVII o limiar de uma época. Surge a


necessidade de criar e propagar uma nova ordem da sociedade, que dê ao
homem alento e esperança para dias melhores.

Todavia, a Maçonaria tem sido frouxa para combater, ou até cega para
enxergar, os sintomas de apatia e burocratização que contaminam às
instituições como um todo. Para que ela possa contribuir efetivamente com o
desenvolvimento da humanidade, em plena era da internet, em que o mundo
inteiro se conecta e necessário se faz abrir-se para o mundo exterior. A
Maçonaria tem que se adequar para que as ações solidárias e fraternais
reflitam além de suas fronteiras e não permaneçam fechadas em si mesmas.

As instituições em geral devem ser reestruturadas, e a maçonaria não é


diferente das demais, até porque a existência social é inseparável da existência
108
institucional. Os maçons devem se sentir solicitados a oferecer a sua quota,
porque historicamente foram eles os incentivadores da primeira democracia
dos tempos modernos.

Há dois ou três séculos os Maçons, os Pedreiros livres, sentiam a


decadência, a injustiça, as aberrações como nós o sentimos hoje, e eles
criaram uma nova visão do mundo, uma filosofia e ideais que duraram até
nossos dias.

Proclamar a inserção da Maçonaria no mundo globalizado, como uma


instituição de vanguarda, influente e participativa já é uma necessidade
latente. Não se pode disfarçar que o mundo atual se tornou vítima de uma
crise de esperança, crise de fé no futuro. A esperança que sustentava o século
XIX sobre a feliz evolução da sociedade com o futuro magnífico, se desfez.
A Maçonaria é a esperança... Devemos como maçons trabalhar nessa direção

e abrir de novo os caminhos para a Esperança e vislumbrar uma existência


venturosa lá onde é depositado os valores humanos essenciais.

Cultura Maçônica

A cultura se refere a normas de comportamento e valores


compartilhados entre um grupo de pessoas. As normas de comportamento
são formas de ação comuns ou difundidas que são encontradas em grupo e
que persistem porque os membros do grupo tendem a se comportar de
maneira que ensinam essas práticas aos novos membros. Os valores
compartilhados são preocupações importantes e metas compartilhadas pela
maioria das pessoas em um grupo e que com frequência persistem através do
tempo mesmo quando os membros do grupo mudam.

A cultura maçônica é poderosa e influencia no comportamento de nós


maçons! E por que a cultura é poderosa? Por três razões básicas:

Porque os indivíduos são selecionados e muito bem doutrinados.


Porque a cultura não só se arrasta por milênios como também se exerce
através de milhares de obreiros.

Porque tudo isso acontece sem muita intenção consciente e assim é


difícil desafiar ou mesmo discutir o assunto.

Tentar implantar mudanças num ambiente desses exige um esforço


quase que sobrenatural porque sua quase invisibilidade dificulta sua solução
direta. É nesse cenário que paira o grande desafio.
109
VI – Século XXI - Era Progressista Visão 2020

Prever como estaremos vivendo em 2020 é um risco que nenhum cientista


se arrisca a falar com segurança. Em 15 anos podem surgir tecnologias hoje
imprevisíveis que mudariam a face do que conhecemos. O certo é que se a
transitoriedade ambiental continuar a crescer, como muitas pessoas prevêem
hoje, a organização padrão do século XX possivelmente se tornará um
dinossauro.

Antever a capacidade do homem e até onde ele pode chegar de imediato,


quase sempre causa espanto e resistência. Já ocorreu de certas previsões levarem
o autor a morte. Algumas por terem sido consideradas absurdas, outras, por
desrespeito aos costumes, religião ou ao Estado. Conta-se que pouco antes de
Henry Ford montar sua fábrica de automóveis, ouviu-se: “A ideia de que o carro
substituirá os cavalos é uma falácia absurda demais para ser mencionada por
homens inteligentes”.

No progresso científico da medicina, a história nos mostra verdadeiras


aberrações: do cientista queimado vivo por ter revelado o sistema de circulação
do sangue pelo corpo, ou daquele que sofreu escárnio de seus pares por ter dito
que médicos precisavam lavar
as mãos antes de fazer um
parto, o que ainda perdura, nos
dias de hoje, é que o “novo” se
apresenta como assustador e/ou
herético, ainda que esteja a
favor da vida, da melhoria da condição de saúde dos seres humanos, ou, no
mínimo, para oferecer alguma esperança.

Portanto, a relevância de uma visão futurista da nossa instituição requer de


todos os maçons uma reflexão profunda. Faz-se necessário questionar a razão da
existência da instituição, que em sua essência tem como princípio trabalhar pelo
bem-estar da humanidade. Os seus objetivos vão muito além de uma simples
instituição filosófica, e se assim não fosse, seria impossível almejar em “tornar
feliz a humanidade”.

Nessa imprescindível busca de adequação aos novos tempos, a maçonaria


é convidada a ousar. Para exemplo de muitas outras instituições dos mais
diversos segmentos, não há como ignorar a necessidade de se promover uma
revolução de valores não tão menos desafiadoras daquelas que descrevem a sua
história milenar.

As autoridades maçônicas precisam estimular os obreiros a perseguirem


objetivos cada vez mais altos, no lugar de deixá-los à mercê de recordações e

110
glórias passadas. Para isso é fundamental que além de serem vistos como
homens de bem e de bons costumes, sejam também reconhecidos como
verdadeiros líderes – pessoas que podem criar e transmitir visões e estratégias.
Sem líderes suficientes, a visão e comunicação que representam o núcleo de uma
transformação simplesmente não acontecerão de forma satisfatória ou rápida o
bastante para atender nossas necessidades e expectativas. Além do mais, não
podemos esperar que esses líderes despontem a curto ou médio prazo.

Enfim, as organizações bem-sucedidas do século XXI terão de se parecer


mais como incubadoras de liderança. O desperdício de talentos se tornará cada
vez mais caro em um mundo de rápidas transformações.

Temos que nos preparar para uma geração dinâmica, prontos para superar
metas com planos ousados e, para isso, o ambiente tem que ser favorável, tudo
tem que funcionar com maior agilidade. Não haverá paciência para muito
“discurso” e pouca “ação”. A tendência natural é de que ao contrário da nossa

geração, os futuros jovens gostarão de implantar ideias novas para agilizar os


processos. Estarão muito mais dispostos a superar metas com planos

revolucionários e, para isso, precisarão estar em ambientes compatíveis com


a sua maneira de ser e agir.

VII – Considerações Finais

Perceber qual é o seu verdadeiro papel nesta nova era que está surgindo, é
um processo que requer uma boa dose de reflexão e equilíbrio. Requer também
uma profunda paciência, determinação e, sobretudo, tolerância. Pois, certamente
os confrontos de ideias
surgirão. Será a
passagem de uma
geração que herdou um
modelo paralisado em
cima da filosofia. A era
progressista exigirá ação,
uma vez que estamos
imersos em intensas
mudanças sociais,
políticas, tecnológicas, científicas, econômicas e culturais que estão
transformando nossa sociedade.

Reunir competências e sabedoria nesse cenário de grandes transformações


será o grande desafio para as instituições, que precisam compreender e se
adaptar rapidamente e constantemente para sobreviver ou, no mínimo, não cair
no descrédito. Incondicionalmente todas as organizações serão colocadas à prova
em criar novos conceitos e metodologias que extrapolam o modelo
111
convencional, enraizado e ultrapassado pelos padrões atuais. Para nós maçons,
chegar a esse nível, será necessário uma quebra de paradigma em relação à
forma como os irmãos encaram o aprendizado maçônico e a maçonaria encara o
ensino, cujo propósito maior por ela defendido é de nos tornar “construtores da
humanidade”.

É sabido que quando se pretende realizar mudanças, especialmente numa


instituição milenar que é a maçonaria, é imprescindível cuidados especiais.
Devem-se considerar os seus valores, sua história, sua tradição, etc. O
comportamento de todo maçom é o reflexo de tudo isso. Portanto, entender
como funcionam estes processos e criar alternativas para mudar comportamento,
já que somos seres únicos, complexos e universais é dar um passo à frente rumo
às conquistas humanas tão desejadas.

Estamos no início de um novo milênio, carregados de muitas energias


positivas de transformação, que culminaram com a construção de uma nova
sociedade mais justa e digna de viver. Pelo menos é assim que a maçonaria nos
ensina a ver o futuro. Ao lapidar a pedra bruta, operam-se transformações
positivas e também dádivas nos caminhos da justiça, da verdade, da qualidade de
vida e na harmonia plena, algo desejado e amado por todos os seres de bem que
vivem no planeta terra. Esse lapidar tem um sentido peculiar que dá ao maçom
as condições necessárias de mudar os destinos da sua felicidade. A partir daí ele
será capaz de se ver habilitado a reunir no interior do seu ser, uma força
poderosa, mas tão poderosa, que se ela estiver em sincronia com o universo, terá
a oportunidade real de melhorar o mundo em que vivemos. Aí está a grande
diferença.

O exemplo da evolução global a que estamos inseridos demonstra que


devemos urgentemente adequar o modelo de nossa atuação, sem perda de
qualidade. O caminho a percorrer sinaliza para a necessidade de flexibilizar o
modelo vigente, no sentido de considerar a maneira de agir e ser de uma nova
geração. Não seria inteligente e nem tão pouco responsável dissociarmos desse
processo de modernização. Pois, é visível a penúria dos povos que vivem em
comunidades que resistem a essa realidade. Por questões de tradição, cultura,
ideologia, etc., presenciamos em pleno século XXI, países que rejeitam e lutam a
sua inserção no mundo globalizado. Com isso, o que se vê é um povo sem
liberdade, em condições miseráveis e sem a mínima possibilidade de uma vida
digna.

A maçonaria ao se colocar também como uma instituição progressista,


tem que se estruturar para bem desenvolver essa missão. Não se pode admitir
que o progresso fosse privilégio de alguns povos. É dever de todas as
instituições que acreditam no progresso, criar meios para que milhões de pessoas
deixem de viver em condições discriminatórias. Não há lógica fazer “vistas
grossas” para comunidades inteiras que vivem em condições visivelmente
medievais, onde a mulher ainda é tratada como objeto. Entre os mulçumanos,
112
por exemplo, as divergências em relação ao ocidente são maiores em temas
como igualdade de sexos, divórcios e aborto do que em relação à democracia.

Os chamados crimes de honra – aqueles em que a família mata a filha


suspeita de má conduta social – são tratados com leniência pela justiça dos
países árabes. A mulher não é dona do próprio corpo. Isso explica hábitos como
os casamentos forçados, o direito dos homens à poligamia e a obrigatoriedade de
esconder o corpo feminino com véu e roupas disformes. Em alguns países, os
filhos homens têm direito a parcela maior da herança do que as irmãs, as
mulheres são proibidas de dirigir automóvel ou sair à rua sem a companhia de
um parente masculino.

O certo é que o crescente contato com os valores ocidentais, inevitável em


um mundo globalizado, tende a aumentar as tensões internas dessas sociedades.

A Organização das Nações Unidas – ONU, até então teve dificuldades


com uma das maiores ameaças deste início de século, o terrorismo. Essa
incapacidade é o que simboliza a crise vivida pela Organização, pois, os países
que a compõem não conseguiam chegar a um consenso sobre o que deve ser
definido como terrorismo. Desde 1974, prevaleceu nas Nações Unidas a ideia –
defendida com afinco pelos países árabes, mas não apenas por eles – de que
muitos grupos tachados de terroristas eram na verdade combatentes legitimados
por lutar pela libertação de seu povo. Após 30 anos, a ONU finalmente decide
encarar o terrorismo pelo que ele é: um crime contra a humanidade. Esse é o
mais amplo projeto para reformar a ONU desde a sua criação, em 1945.

Os países membros deverão adotar como definição de terrorismo qualquer


ato de violência contra civis com o objetivo de intimidar governos, organizações
ou povos. Pelo novo conceito proposto, Estados também poderão ser
classificados como terroristas quando promovem a violência contra sua própria
população civil ou a de outros países.

A Maçonaria, uma instituição universal, que pugna pela trilogia:


Liberdade, Igualdade e Fraternidade; não deve colocar-se omissa frente a essa
onda de mudanças, independentemente se o problema é cultural, político ou
social. Nada impede que ela também exerça o seu papel de agente de mudanças
em busca de tratamento igualitário entre os povos.

Nós maçons temos que ver a Maçonaria como “protagonista” e não mera
“coadjuvante” na consolidação do ambiente adequado ao desenvolvimento
progressista em prol da humanidade.

Pensar a Maçonaria 2020 é perguntar: Qual a Maçonaria que queremos ter


em 2020? E o que precisamos fazer a partir de hoje para alcançar esta meta?

113
________________________________________________________________

TRABALHO MAÇÔNICO
(Perguntas e Respostas)

O que você entende por ritual maçônico?


Resposta: É o conjunto de regras segundo as quais são praticadas as
cerimônias que caracterizam cada sistema Maçônico. O rito básico
remonta ao tempo da Maçonaria Operativa.

A nossa Instituição possui três ideais que figuram em seu “slogan”. Cite
quais e descreva sucintamente sobre cada um deles.

Resposta: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.


Liberdade – É o respeito de todos os cidadãos aos seus direitos civis.
Igualdade – Todos os seres humanos são iguais, sem distinção de religião,
raça, cor e profissão.
Fraternidade – É o elo que une todos os maçons e pessoas de boa conduta no
meio social.

Qual é o rito praticado pela nossa potência?


Resposta: É o “Rito Escocês Antigo e Aceito”. Ele compreende 33 Graus,
divididos em: Graus Simbólicos, Graus Históricos Graus Templários e
Graus Herméticos.

114
Em todos os mistérios antigos, certas plantas eram símbolos de
iniciação. Qual é a planta adotada como símbolo pela maçonaria?
Resposta: Acácia. Este era o símbolo sagrado dos hebreus. A acácia é
uma árvore sagrada que nascia em abundância nos arredores de
Jerusalém.

Os Regulamentos, Estatutos e Leis podem ser revogados, modificados


ou anulados. O que é eterno e imutável na Maçonaria?
Resposta: Os LANDMARKS. Estes são os princípios gerais da
Franco-Maçonaria. Essa expressão traduz as mais antigas Leis que
regem a maçonaria universal, caracterizando pela sua antiguidade.

O que você entende por “Cadeia de União”?


Resposta: É formada pelos irmãos no interior do templo. Representa as
almas maçônicas unidas pela solidariedade de ideias, pela estreita
comunhão de sentimentos e aspirações. Ela é feita para invocar a
transmissão de bons fluidos por alguma intenção. É também feita para a
transmissão da Palavra Semestral.

O que você entende por Câmara das Reflexões?


Resposta: É o lugar secreto e fúnebre, com emblemas fúnebres e sentenças
morais espalhadas pelas paredes. Ela simboliza o centro da terra de onde
viemos e para o qual teremos de voltar. Neste lugar o profano realiza uma
reflexão, no sentido de “retrocessão” sobre si mesmo, com o abandono de
sua vida anterior para renascer de novo. Faz então o seu testamento e
dispõe a sua última vontade. Esta prática tem como significado a
purificação do profano pelo elemento terra.

O que você entende por “Livro da Lei”?


Resposta: É o símbolo da Lei Moral que cada maçom deve respeitar e
seguir. Representa a filosofia que cada um adota, ou a fé que anima e
governa os homens. Sem a presença do Livro da Lei, a Loja não seria
justa, nem regular. O Livro Sagrado guia o Maçom para a verdade,
conduz os seus passos para a felicidade, indicando-lhe todos os deveres a
que o homem é obrigado.

Quais são os ornamentos da Loja? Comente sucintamente sobre cada


um deles.
Resposta: 1- Pavimento de Mosaico 2- Orla Dentada e 3- Estrela
Flamejante.
115
1-Pavimento de Mosaico - Com seus quadrados brancos e pretos nos mostra
que, apesar do antagonismo e da diversidade de todas as coisas da natureza,
em tudo reside a mais perfeita harmonia. Isso nos serve de lição para que não
olhemos as diversidades de raças, de religiões e de princípios que regem os
diferentes povos, senão e apenas como uma exterioridade de manifestação,
pois toda a humanidade foi criada para viver na mais completa harmonia e na
mais interna fraternidade.
2-Orla Dentada – Mostra-nos o princípio da atração universal, simbolizada
no Amor. Representa com seus múltiplos dentes, os planetas que gravitam em
torno do sol; os povos reunidos em torno de um chefe; os filhos reunidos em
volta dos pais; enfim, os Maçons unidos e reunidos no seio da Loja, cujos
ensinamentos e cuja moral aprendem para espalhar aos quatro ventos do orbe.
Estrela Flamejante – Representa a principal Luz da Loja. Simboliza o sol,
glória do Criador, dando-nos exemplo da maior e melhor virtude que deve
encher o coração do Maçom: a CARIDADE – espalhando luz e calor (ensino
e conforto) por toda a parte onde atingem sua raízes vivicantes. O sol nos
ensina a praticar o Bem, não em círculo restrito de amigos ou afeiçoados, mas
a todos aqueles que necessitam e até onde nossa Caridade possa alcançar.

Como devem estar colocados o compasso e o esquadro sobre o Livro da


Lei?

Resposta: Na Loja de Aprendiz, o compasso está por baixo do esquadro. O


esquadro representa a parte imutável – a matéria, a terra, a natureza; o
compasso a parte psíquica – o intelecto. O aprendiz ainda não aprendeu a
dominar as suas paixões, os seus instintos, a natureza. Daí haver
predominância da matéria e neste caso o esquadro está por cima do compasso.

No grau de Companheiro, o compasso está entrelaçado com o esquadro,


pois o compasso já começou a dominar; sua mente está mais esclarecida e ele
já começa a trilhar o caminho da perfeição.

No grau de Mestre, o domínio já é integral. O Mestre é um homem realizado


psiquicamente; seus instintos são dominados pela mente, o intelecto já
dominou a matéria, daí o compasso ser colocado sobre o esquadro.

________________________________________

116
O CINQUENTENÁRIO DE 31 DE MARÇO DE 1964

Introdução

A história não pode ser apagada nem reescrita. Saibam os


desinformados que, hoje no governo, querem prostituir a verdadeira história
Militar e do Brasil. O clima caótico, os desmandos, a corrupção e outros
descalabros que reinavam no País e, diga-se de passagem, não muito diferente
dos dias atuais, levou a população brasileira a apelar às Forças Armadas, para
que evitassem a tragédia que se desenhava. Vale aqui ressaltar a reação
popular dos paulistas demonstrada nas manifestações contrárias àquela
desordem na “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, realizada na
capital de São Paulo em 19 de março de 1964. Fica evidente, portanto, que as
Forças Armadas não tomaram o governo de graça, mas sim para estabelecer a
ordem e, sobretudo, rechaçar a política socializante temida pelo povo
brasileiro e que tomava conta do País.

Período (1964 – 1985)

Os 21 anos de governos militares – especialmente nos mandatos de


Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e João Figueiredo – revelaram um
grande grupo de brasileiros ilustres. Todos preparados e eficientes para o
exercício de altas funções no Executivo.

Foram eles que modernizaram o Brasil, na legislação, nas grandes


obras, restaurando a autoridade, a disciplina e a moralidade no trato da coisa
pública. Tudo começou com Castello Branco, entregando plenos poderes a
dois homens de reputação ilibada como Roberto Campos e Otávio Gouvêa de
117
Bulhões. Que ministério! Brigadeiro Eduardo Gomes, Pedro Aleixo,
Raimundo de Brito, Luiz Vianna Filho, Vasco Leitão da Cunha.

Com Costa e Silva, a revelação do extraordinário Mário Andreazza, que


foi ainda o braço mais realizador de Médici e de João Figueiredo. Homem de
coragem para fazer, que mais movimentou verbas na história e que vale
ressaltar aqui diante dos descalabros ocorridos nos últimos 30 anos de
governo civil, morreu pobre. Revelou-se também, com seus 37 anos, o gênio
Delfim Netto. Vale lembrar ainda Magalhães Pinto, nas Relações Exteriores;
Hélio Beltrão, Nestor Jost, no Banco do Brasil; Rondon Pacheco, na Casa
Civil. Foi um suceder de notáveis.

Médici encontrou bons ventos, proporcionou o maior crescimento da


nossa história, criou o primeiro plano ousado no campo social, que foi o
FUNRURAL, fundou a EMBRAPA, começou a Itaipu, em brilhante trabalho
do Itamaraty, comandado por Gibson Barbosa. João Figueiredo tocou grande
plano energético, triplicou a produção nacional de petróleo, que de lá para cá
pouco evoluiu, consolidou o Proálcool, com a dupla João Camilo Pena –
César Cals, um incentivando a produção e o outro promovendo a distribuição
e consumo. Homens que chegaram, como toda a imensa máquina pública, aos
cargos ocupados pelo mérito e não por indicações aleatórias.
Na política, o que havia de bom no Congresso estava com os governos.

Daniel Krieger, Petrônio Portela, Gilberto Marinho, Tarso Dutra, Nei


Braga, Magalhães Pinto, Milton Campos, Gustavo Capanema, Paulo Sarazate,
deputados como Rondon Pacheco, Bilac Pinto, Murilo Badaró, Francelino
Pereira. E, na oposição, Paulo Brossard, Tancredo Neves, Franco Montouro e
Marcos Freire.

E que grandes obras ocorreram com os militares no poder? Que legado


foi deixado ao Brasil, comparado aos governos civis pós 1985 até os dias
atuais? Como é comum dizer que brasileiro tem memória curta, vale aqui
enumerá-las com um toque de ironia, com o propósito de chamar mesmo a
atenção e fazer com que as evidências sobrepõe a omissão e a injustiça em
relação ao passado honesto e de eficiência executiva dos 21 anos de governos
militares, quando brasileiros ilustres acima citados, de inquestionável
capacidade, modernizaram o Brasil, restaurando a moralidade no trato da
coisa pública.

Vamos então aos fatos:

Tiraram o cenário bucólico que havia na Via Dutra de uma só pista,


que foi duplicada e recebeu melhorias; acabaram aí com as emoções das
curvas mal construídas e os solavancos estimulantes provocados pelos
118
buracos na pista. Não satisfeitos, fizeram o mesmo com a rodovia Rio-Juiz de
Fora.

Com a construção da ponte Rio-Niterói acabou com o sonho de


crescimento da pequena Magé, cidade nos fundos da Baía de Guanabara, que
era caminho obrigatório dos que iam de um lado ao outro e não queriam
sofrer na espera da barcaça que levava meia dúzia de carros.

Criaram esse maldito do Proálcool, com o medo infundado de que


o petróleo vai acabar um dia. Para apressar logo o fim do chamado
"ouro negro", deram um impulso gigantesco à Petrobras, que
passou a extrair petróleo 10 vezes mais (de 75 mil barris diários, passou a
produzir 750 mil); sem contar o fedor de bêbado que os carros passaram a ter
com o uso do álcool.

Enfiaram o Brasil numa disputa estressante, levando-o da posição


de 45ª economia do mundo para a posição de 8ª, trazendo com isso uma
nociva onda de inveja mundial.

Tiraram o sossego da vida ociosa de 13 milhões de brasileiros, que,


com a gigantesca oferta de emprego, ficaram sem a desculpa do "estou
desempregado".

Em 1971, no governo militar, o Brasil alcançou a posição de segundo


maior construtor de navios no mundo. Uma desgraça completa.

Com gigantesca oferta de empregos, baixaram consideravelmente os


índices de roubos e assaltos. Sem aquela emoção de estar na iminência de
sofrer um assalto, o nosso passeio perdeu completamente a graça.

Alterou profundamente a topografia do território brasileiro com a


construção de hidrelétricas gigantescas (Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá e Itaipu),
o que obrigou as nossas crianças a aprenderem sobre essas bobagens de
nomes esquisitos. O Brasil, que antes vivia o romantismo do jantar à luz de
velas ou de lamparinas, teve que tolerar a instalação de milhares de torres de
alta tensão espalhadas pelo seu território, para levar energia elétrica a quem
nunca precisou disso.

Constituíram os metrôs de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife e


Fortaleza, deixando tudo pronto para atazanar a vida dos cidadãos e o trânsito
nestas cidades.

119
Baniram do Brasil pessoas bem intencionadas, que queriam implantar
aqui um regime político que fazia a felicidade dos russos, cubanos e chineses,
em cujos países as pessoas se reuniam em fila nas ruas apenas para bater
papo, e ninguém pensava em sair a passeio para nenhum outro país. Foram
demasiadamente rigorosos com os simpatizantes daqueles regimes, só porque
soltaram uma "bombinha de São João" no aeroporto de Guararapes, onde
alguns inocentes morreram de susto apenas.

Os militares são muito estressados. Fazem tempestade em copo d'água


só por causa de alguns assaltos a bancos, sequestros de diplomatas...
Ninharias que qualquer delegado de polícia resolve.

Tiraram-nos o interesse pela Política, vez que os deputados e senadores


daquela época não nos brindavam com esses deliciosos escândalos que fazem
a alegria da gente hoje.

Inventaram o tal de FGTS, PIS e PASEP, só para criar atritos entre


empregados e patrões. Para piorar a coisa, ainda criaram o MOBRAL, que
ensinou milhões a ler e escrever, aumentando mais ainda o poder desses
empregados contra os seus patrões. Nem o homem do campo escapou, porque
criaram para ele o FUNRURAL, tirando do pobre coitado a doce preocupação
que ele tinha com o seu futuro. Era tão bom imaginar-se velhinho, pedindo
esmolas para sobreviver.

Outras desgraças criadas pelos militares: Trouxeram a TV em cores


para as nossas casas, pelas mãos e burrice de um Oficial do Exército, formado
pelo Instituto Militar de Engenharia, que inventou o sistema PAL-M. Criaram
a EMBRATEL; TELEBRÁS; INPS, IAPAS, DATAPREV, FUNABEM.
Depois entregaram a administração desses órgãos aos civis. Tem muito mais
coisas horrorosas que eles, os militares, criaram, mas o que está escrito acima
é o bastante para dizermos: "Militar no poder, nunca mais!!!", exceto os
domesticados.

Vale destacar que na época dos militares não existia "bolsas


vagabundos", cotas para incompetentes, etc. Havia sim, muitas bolsas, mas
com munição contra o bando que tentava impor o regime comunista do
Brasil!

Destaco ainda: O "Projeto Rondon" que capacitou tantos universitários


e ajudou milhares de pessoas carentes.

- A "MBR - Minerações Brasileiras Reunidas", que colocou o Brasil em


primeiro lugar nas exportações de minério de ferro, alavancando as indústrias
120
do aço como a Manesmam, Cia. Siderúrgica Nacional e a Açominas,
tornando-as grandes exportadoras de chapas de aço industrializado.

Pois bem, falamos dos brasileiros ilustres, que ajudaram os militares a


promover ampla modernização das nossas estruturas materiais, bem como o
avanço no campo social.

Pergunta-se: Erros foram praticados durante o regime militar? Sim,


afinal eram tempos difíceis. Gente para descer o cacete é o que mais vejo.
Aliás, isso é fácil. Basta dizer que existe até uma comissão da verdade para
desvendar as torturas e mortes, apenas de um lado, sem considerar que em
1967 eclodiram as guerrilhas comunistas. E que na “guerra suja”, crueldades
foram praticadas de ambos os lados.

Fica para o historiador ou cidadão minimamente consciente e sensato


emitir a sentença.

Para concluir, não acho justo omitir uma evidência que salta aos olhos
sobre os protagonistas que fizeram parte desse período histórico. Refiro-me à
honestidade pessoal de cada um deles! Senão vejamos:

Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os


herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e
umas poucas ações de empresas públicas e privadas.

Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o


privilégio de permanecer até o desenlace no palácio das Laranjeiras,
deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em
construção, em Copacabana.
Garrastazu Médici dispunha, como herança de família, de uma
fazenda de gado em Bagé, mas quando adoeceu precisou ser tratado no
Hospital da Aeronáutica, no Galeão.
Ernesto Geisel, antes de assumir a presidência da República, comprou
o Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder
manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio.
João Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas
do Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a
propriedade. Sua viúva deixou um apartamento em São Conrado que os filhos
colocaram à venda, ao que parece em estado de lamentável conservação.
OBS: foi operado no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio.

121
Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até
podem ter cometido erros, mas não se meteram em negócios, não
enriqueceram nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante
seus governos. Sequer criaram institutos destinados a preservar seus
documentos ou agenciar contratos para consultorias e palestras regiamente
remuneradas. Bem diferente dos tempos atuais, não é? Acrescento:

- Nenhum deles mandou fazer um filme pseudo biográfico, pago com dinheiro
público, de auto exaltação e culto à própria personalidade!
- Nenhum deles usou dinheiro público para fazer um parque homenageando a
própria mãe.
- Nenhum deles usou o hospital Sírio-Libanês.
- Nenhum deles comprou avião de luxo no exterior.
- Nenhum deles enviou nosso dinheiro para "ajudar" outro país.
- Nenhum deles saiu de Brasília, ao fim do mandato, acompanhado por 11
caminhões lotados de toda espécie de móveis e objetos roubados.
- Nenhum deles exaltou a ignorância.
- Nenhum deles falava errado.
- Nenhum deles apareceu embriagado em público.
- Nenhum deles se urinou em público.
- Nenhum deles passou a apoiar notórios desonestos depois de tê-los chamado
de ladrões.
Como se vê... Esses militares eram mesmo incompetentes. Tão
incompetentes, que nenhum deles conseguiu ficar rico.
Que pena que a grande maioria dos eleitores de hoje, não tiveram a
oportunidade que eu tive de conhecer e conviver com a incompetência dos
militares!

________________________________________

122
O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA,
CONCEITOS E DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS

PARTE - I

À medida que avançamos no tempo como Maçons, percebemos que há


entre irmãos, ressalta-se àqueles em que a Maçonaria entrou neles, uma
vontade de aprender, mas ficam anos a fio, marcando passo, sem nada saber
de nossos mistérios. Daí, a necessidade de outros conhecimentos básicos, sem
os quais não é possível apreender boa base de entendimento.

Primeiramente, o iniciado deve ser conduzido a estabelecer uma linha


divisória entre Maçons e Maçonaria. Aliás, todo irmão que milita nos quadros
das Lojas deve ter em mente esta diferença. Muitos irmãos não se preocupam
com a Maçonaria e sim com os Maçons. Muitos deixam de investigar aquilo
que a Maçonaria diz e passam a ver apenas o que o Maçom faz; deixam de dar
a devida atenção ao conjunto de alunos, chamados Maçons. Quando se diz
que a Maçonaria é uma instituição, se quer defini-la como uma coisa sólida,
de pé, que foi instituída, criada, como um marco, enfim, que não cede ao
sabor dos ventos ou temporais. É um conjunto de leis, ideias, conhecimentos e
ensinamentos imutáveis, apenas adaptáveis à evolução dos tempos, sem,
contudo, fugir da linha mestra. Os Maçons, ao contrário, têm para cada um,
uma orientação diferente trazida do meio profano, que a Maçonaria se propõe
colocá-la na sua linha mestra. Enfim, a Maçonaria é imutável; os Maçons são
moldáveis e sujeitos a desvios.

Portanto, há a necessidade de se definirem dois campos: um fixo e


outro móvel. Daí já se vê a dificuldade de moldar o móvel ao fixo. Muitos
irmãos não raciocinam dessa forma e veem nos Maçons a Maçonaria. Toda
vez que um Maçom se afasta da linha traçada pela Maçonaria ele não culpa o
Maçom e sim a Maçonaria. Vejamos por exemplo quando irmãos se afastam
dos quadros das Lojas e da Instituição por querelas com outros irmãos e
dizem que a Maçonaria fracassou. Não, o que houve foi o fracasso de quem se
retirou, ou dos que retiraram, pois assim agindo revelaram incapacidade de
assimilar os conhecimentos maçônicos, ou se enquadrarem dentro deles.
Quando nós Maçons procuramos forçar uma elevação maior para a nossa
Instituição, nos seus vários setores, urge que conheçamos bem os princípios
pelos quais nós nos norteamos; impedir que choques e impactos por ideias
diferentes levem irmãos ao afastamento, culpando a Instituição.

Não podemos cometer os mesmos erros dos adeptos das religiões ou


partidos políticos que abandonam suas hostes, descrentes dos seus princípios,
por erros dos sacerdotes ou dos seus dirigentes. Assim, cabe a nós considerar
que Maçonaria e Maçons são coisas diferentes!
123
Por outro lado, é natural que essas dúvidas ocorram. E à medida que
refletimos e questionamos de certa forma contribui com o nosso aprendizado
e crescimento maçônico. Aprendemos que nós como Maçons, somos o agente
transformador e como tal devemos nos empenhar primeiramente em nossa
transformação interior, nossa maneira de ser e agir. Posteriormente, passamos
a olhar para o bem-estar dos outros, da sociedade e porque não, almejar até
tornar feliz a humanidade, através de um mundo mais humano, solidário e
fraterno. O maçom como agente transformador deve ser exemplo por sua
conduta moral, ética e social. Ter a família como a célula básica de uma
sociedade, onde os valores sobrepõem às ideologias e comportamentos
mundanos que possam provocar a degeneração de sua estrutura. Deve
também ser despojado, solidário e fraterno para com os outros, contribuindo
com ações que visam à melhoria e bem-estar da sociedade como um todo.

Uma vez absorvendo parte dos conhecimentos sobre Maçonaria e


Maçom, vamos para a consolidação do nosso entendimento básico, através
dos Conceitos e Definições Maçônicas, subtítulo deste trabalho:

►O que é Maçonaria? A Maçonaria é uma instituição essencialmente


filosófica, filantrópica, educativa e progressista.

►Por que é Filosófica? É filosófica porque em seus atos e cerimônias ela


trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis
da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.

►Por que é Filantrópica? É filantrópica porque não está constituída para


obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas
arrecadações e seus recursos se destinam ao bem-estar do gênero humano,
sem distinção de nacionalidade, sexo, religião ou raça. Procura conseguir a
felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranquilidade da
consciência.

►Por que é Progressista? É progressista porque partindo do princípio da


imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito, não se
aferram a dogmas, prevenções ou superstições. E não põe nenhum obstáculo
ao esforço dos seres humanos na busca da verdade, nem reconhece outro
limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.

►Quais são os seus princípios? A liberdade dos indivíduos e dos grupos


humanos sejam eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e
obrigações dos seres e grupos sem distinguir a religião, a raça ou
nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já que somos todos filhos

124
do mesmo CRIADOR e, portanto, humanos e como consequência, a
fraternidade entre todas as nações.

►Qual o seu lema? Ciência - Justiça - Trabalho: Ciência, para esclarecer os


espíritos e elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as relações humanas;
e Trabalho por meio do qual os homens se dignificam e se tornam
independentes economicamente. Em uma palavra, a Maçonaria trabalha para
o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade.

►Qual é seu objetivo? Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da


moral e a prática das virtudes.

►O que entende a Maçonaria por moral? Moral é para a Maçonaria uma


ciência com base no entendimento humano. É a lei natural e universal que
rege todos os seres racionais e livres. É a demonstração científica da
consciência. E essa maravilhosa ciência nos ensina nossos deveres e a razão
do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no mais profundo da nossa
alma sentimos o triunfo da verdade e da justiça.

O que entende a Maçonaria por virtude? A Maçonaria entende que virtude


é a força de fazer o bem em seu mais amplo sentido; é o cumprimento de
nossos deveres para com a sociedade e para com a nossa família sem interesse
pessoal. Em resumo: a virtude não retrocede nem ante o sacrifício e nem
mesmo ante a morte, quando se trata do cumprimento do dever.

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125
*O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA CONCEITOS E
DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS*

PARTE - II
►O que você entende por RITUAL MAÇÔNICO? É o conjunto de regras
segundo as quais são praticadas as cerimônias que caracterizam cada sistema
Maçônico. O rito básico remonta ao tempo da Maçonaria Operativa.

►A nossa Instituição possui TRÊS IDEAIS que figuram em seu


“slogan”. Cite quais e descreva sucintamente sobre cada um deles. Liberdade,
Igualdade e Fraternidade. Liberdade – é o respeito de todos os cidadãos aos
seus direitos civis. Igualdade – Todos os seres humanos são iguais, sem
distinção de religião, raça, cor e profissão. Fraternidade – É o elo que une
todos os maçons e pessoas de boa conduta no meio social.

►Qual é o RITO praticado pela nossa potência? É o “Rito Escocês Antigo


e Aceito”. Ele compreende 33 Graus, divididos em: Graus Simbólicos, Graus
Históricos Graus Templários e Graus Herméticos.

►Em todos os mistérios antigos, certas plantas eram símbolos de


iniciação. Qual é a PLANTA adotada como símbolo pela maçonaria?
Acácia. Este era o símbolo sagrado dos hebreus. A Acácia é uma árvore
sagrada que nascia em abundância nos arredores de Jerusalém.

►Os Regulamentos, Estatutos e Leis podem ser revogados, modificados


ou anulados. O que é ETERNO e IMUTÁVEL na Maçonaria? Os
LANDMARKS. Estes são os princípios gerais da Franco-Maçonaria. Essa
expressão traduz as mais antigas Leis que regem a maçonaria universal,
caracterizando pela sua antiguidade.

►O que você entende por “CADEIA DE UNIÃO”? É formada pelos


irmãos no interior do templo. Representa as almas maçônicas unidas pela
solidariedade de ideias, pela estreita comunhão de sentimentos e aspirações.
Ela é feita para invocar a transmissão de bons fluidos por alguma intenção. É
também feita para a transmissão da Palavra Semestral.

►O que você entende por CÂMARA DAS REFLEXÕES? É o lugar


secreto e fúnebre, com emblema fúnebre e sentenças morais espalhadas pelas
paredes. Ela simboliza o centro da terra de onde viemos e para o qual teremos
de voltar. Neste lugar o profano realiza uma reflexão, no sentido de
“retrocessão” sobre si mesmo, com o abandono de sua vida anterior para
renascer de novo. Faz então o seu testamento e dispõe a sua última vontade.

126
Esta prática tem como significado a purificação do profano pelo elemento
terra.

►O que você entende por “LIVRO DA LEI”? É o símbolo da Lei Moral


que cada maçom deve respeitar e seguir. Representa a filosofia que cada um
adota, ou a fé que anima e governa os homens. Sem a presença do Livro da
Lei, a Loja não seria justa, nem regular. O Livro Sagrado guia o Maçom para
a verdade, conduz os seus passos para a felicidade, indicando-lhe todos os
deveres a que o homem é obrigado.

► Quais são os ORNAMENTOS da Loja? Comente sucintamente sobre


cada um deles. 1- Pavimento de Mosaico 2- Orla Dentada e 3- Estrela
Flamejante. Pavimento de Mosaico - Com seus quadrados brancos e pretos
nos mostra que, apesar do antagonismo e da diversidade de todas as coisas da
natureza, em tudo reside a mais perfeita harmonia. Isso nos serve de lição
para que não olhemos as diversidades de raças, de religiões e de princípios
que regem os diferentes povos, senão e apenas como uma exterioridade de
manifestação, pois toda a humanidade foi criada para viver na mais completa
harmonia e na mais interna fraternidade. Orla Dentada – Mostra-nos o
princípio da atração universal, simbolizada no Amor. Representa com seus
múltiplos dentes, os planetas que gravitam em torno do sol; os povos reunidos
em torno de um chefe; os filhos reunidos em volta dos pais; enfim, os Maçons
unidos e reunidos no seio da Loja, cujos ensinamentos e cuja moral aprendem
para espalhar aos quatro ventos da orbe. Estrela Flamejante – Representa a
principal Luz da Loja. Simboliza o sol, glória do Criador, dando-nos exemplo
da maior e melhor virtude que deve encher o coração do Maçom: a
CARIDADE – espalhando luz e calor (ensino e conforto) por toda a parte
onde atingem seus raios vivificantes. O sol nos ensina a praticar o Bem, não
em círculo restrito de amigos ou afeiçoados, mas a todos aqueles que
necessitam e até onde nossa Caridade possa alcançar.

► Como devem estar colocados o COMPASSO e o ESQUADRO sobre o


Livro da Lei? Na Loja de Aprendiz, o compasso está por baixo do esquadro.
O esquadro representa a parte imutável – a matéria, a terra, a natureza; o
compasso a parte psíquica – o intelecto. O aprendiz ainda não aprendeu a
dominar as suas paixões, os seus instintos, a natureza. Daí haver
predominância da matéria e neste caso o esquadro está por cima do compasso.
No grau de Companheiro, o compasso está entrelaçado com o esquadro, pois
o compasso já começou a dominar; sua mente está mais esclarecida e ele já
começa a trilhar o caminho da perfeição. No grau de Mestre, o domínio já é
integral. O Mestre é um homem realizado psiquicamente; seus instintos são
dominados pela mente, o intelecto já dominou a matéria, daí o compasso ser
colocado sobre o esquadro.

127
►Para que uma Loja esteja JUSTA e PERFEITA: É necessário que três
mestres a governem, cinco mestres a compõem e sete mestres a completem.

►Quando uma loja é denominada simplesmente “JUSTA”? Quando é


composta de três Mestres: Venerável, 1º Vigilante e 2º Vigilante.

►Como será composta a Loja quando estiver com apenas SETE


OBREIROS? Os demais cargos serão preenchidos da seguinte maneira: O
Ir.’. Orador acumula o cargo de tesoureiro. O Ir.’. Secretário acumula o cargo
de Chanceler. O Ir.’. Mestre de Cerimônias acumula o cargo de 1º Diácono. O
Ir.’. Cobridor acumula o cargo de 2º Diácono.

►Como se define a ESCADA DE JACÓ? A escada de Jacó possui grande


número de degraus ligando a terra ao céu, o material ao espiritual, o finito ao
infinito, o homem ao GADU. Esses degraus representam as virtudes a serem
conquistadas pelo maçom, a partir do seu primeiro trabalho na pedra bruta;
dentre tantas virtudes, destacam-se a fé, a esperança e a caridade,
representadas no painel, respectivamente pela cruz, âncora e cálice.

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128
*O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA,
CONCEITOS E DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS*

PARTE - III

►O que você entende por LIMPO E PURO? Profano ou maçom, quando


julgado e aprovado em sindicância.

►O que é LIVRO NEGRO? Livro que registra os nomes e as sentenças dos


irmãos expulsos da Ordem e dos profanos recusados à admissão da mesma.

►O que vem a ser LINGUAGEM MAÇÔNICA? Linguagem especial,


compreendida apenas pelos iniciados nos mistérios da Maçonaria.

►O que é LIVRO SAGRADO? A Bíblia Sagrada (O mesmo que o Livro da


Lei).

►O que quer dizer ADORMECIDO? Estado em que se encontra um


maçom ou uma Loja, quando este interrompe seus trabalhos e ou frequência
regular, sem perder seus direitos maçônicos - Maçom que não está afiliado a
nenhuma Loja Maçônica.

►O que significa A ORDEM? Posição ritualística em que o maçom deve


ficar em Loja (quando solicitado), de acordo com o grau em que a Loja
estiver trabalhando.

►Quando eu me refiro aos ADORNOS DA LOJA, o que estou dizendo?


São os adornos das Lojas os conjuntos de peças que adornam a Loja como: O
Pavimento Mosaico, a Orla Dentada e a Estrela Flamígera.

►Descreva o AVENTAL DO APRENDIZ MAÇOM. Paramento


obrigatório para que um aprendiz maçom possa participar de trabalho em Loja
(antigamente era feito de pele de cabra), Sua cor é branca (símbolo da
inocência) e deve ser usado com a aba levantada, pois como ainda não sabe
trabalhar, deve assim usá-lo para proteger-se ao trabalhar na pedra bruta.

► Descreva o AVENTAL DO COMPANHEIRO MAÇOM. Paramento


obrigatório para que um companheiro maçom possa participar de trabalho em
Loja (antigamente era feito de pele de cabra), Sua cor é branca (símbolo da
inocência) e deve ser usado com a aba baixada trabalhando na pedra polida.

►Descreva o AVENTAL DO MESTRE MAÇOM. Paramento obrigatório


para que um mestre maçom possa participar de trabalho em Loja, sua cor é
branca, com a aba e rosetas em azul. (Dependendo do Rito e da Potência pode
129
haver algumas mudanças como: aba e das rosetas, podendo estas ter partes em
vermelho, etc.).

►O que simboliza ÂNGULO RETO? Simboliza a perfeição ou a retidão de


conduta que todo maçom deve seguir.

►O que vem a ser APELAÇÃO? Prerrogativa que um maçom tem de


apelar das decisões superiores, obedecendo aos trâmites e normas
determinadas pelos estatutos e jurisprudências respectivas a Loja que pertence
ou ainda a potência Maçônica.

►O que vem a ser ALINHAR OS CANHÕES? Dispor os copos e garrafas


sobre uma linha marcada por uma fita da cor do Rito, nos trabalhos de
banquete.

►O que é ASSEMBLÉIA MAÇÔNICA? Reunião não ritualística de


maçons, mormente os de altos graus.

►O que vem a ser ÁTRIO? Designa genericamente os três grandes recintos


do templo de Salomão. O primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitido
a entrada de qualquer um que fosse orar. O segundo era o átrio de Israel, onde
somente os hebreus podiam penetrar (depois de haverem sido purificados) e o
terceiro era o átrio dos Sacerdotes, onde se erguia o altar dos holocaustos e os
sacerdotes exerciam os seus mistérios.

►O que vem a ser CARTA CONSTITUTIVA? Título de Constituição,


dada por uma obediência a uma Loja Maçônica, que garante a sua
regularidade.

►O que é o ASSENTO? Lugar onde se colocam os membros de uma Loja.

►O que se entende por ATRIBUTOS? Os emblemas, as Alfaias, os


adornos, os artefatos, as fitas, as joias de grau, os cargos e os símbolos são os
atributos da Ordem, sendo que cada um tem seu significado específico.

►Descreva o BASTÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIAS. Insígnia do


cargo de Mestre de Cerimônias, de tradição inglesa, que simboliza a
autoridade, assim como é o cetro de um rei. É representado por uma vara de
madeira, tendo no seu topo uma régua ou dois bastões cruzados.

►Como se define o LIVRO DE PRESENÇA? Registro no qual os obreiros


de uma Loja e seus visitantes apõe sua assinatura em cada reunião.

130
►Como se interpreta a CAVEIRA E OSSOS CRUZADOS? Símbolo da
mortalidade e da morte (usada na Câmara de Reflexão).

►Defina COLUNA DO NORTE. Designação dada a coluna "B", localizada


à esquerda da entrada do Templo, e sob a responsabilidade do Primeiro
Vigilante. Local onde ficam também os Aprendizes, e recebem a suas
primeiras instruções do Grau que é à base da Maçonaria Simbólica.

►Defina COLUNA DO SUL. Designação dada a coluna "J", localizada a


direita da entrada do Templo, e sob a responsabilidade do Segundo Vigilante.
Local onde ficam também os Companheiros. Onde o Ap.'. passou do Nível ao
Prumo, e que continua a sua "pedra" onde simbolicamente a torna cubica e
polida, entendo que é o grau em que o companheiro mais estuda e se
aperfeiçoa para ser Exalt.'. a Mest.'..

►O que vem a ser COLUNA GRAVADA? Aquilo que está escrito (carta,
memorandum, etc.), no decorrer dos trabalhos, o Ven.'. Mest.'. recebe a Bol.'.
de Prop.'. e Inf.'. do Mest.'. de Cerim.'. e diz: Meus IIr.'. a Bol.'. de Prop.'. Inf.'.
produziu "x" col.'. grav.'. que tentarei decifrar. Se na bol.'. não tiver nenhuma
col.'. Grav.'. o Ven.'. diz: Meus IIr.'. a Bol.'. não produziu nem Prop.'. e nem
Inf.'..

►A quem os Maçons se referem como CUNHADA? Tratamento que os


maçons dão às esposas dos seus irmãos da Ordem.

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131
*O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA
CONCEITOS E DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS*

PARTE - IV

►O que é ABÓBADA? Significa teto em curva. Apropriada para produzir


eco e usada nos grandes recintos dos palácios e "catedrais”. No Grande
Templo de Salomão, não existia, pois o teto, o era formado pela própria
natureza, de onde derivou a palavra "Abóbada Celeste"; o teto, para evitar os
raios solares era protegido por extensos cortinados; em Jerusalém, chove com
muita raridade; à noite, para amenizar o calor e repor a evaporação, desce dos
montes, o orvalho. As cerimônias religiosas eram realizadas durante o dia até
o entardecer para iluminar o recinto, existiam os inúmeros candelabros. As
Abóbadas surgiram na Idade Média com os "Pedreiros Livres".

►Como é formada a ABÓBODA DE AÇO? A Espada faz parte dos


objetos usados pelos maçons, constituindo-se em símbolos que contém vários
significados, como a Justiça, a Força e a Proteção. É formada, manejando os
maçons que ocupam a Câmara do Meio, isto é, as duas primeiras fileiras de
assentos, a sua Espada, erguendo-a sobre a cabeça do irmão que lhe está à
frente, cruzando com sua espada, pelas pontas, formando assim, um "túnel",
sob o qual, adentram ao Templo as Dignidades. Essa Abóbada, momentânea,
substitui a Abóbada Celeste, simbolizando a proteção forte e rija que a
Maçonaria dá. Às suas Autoridades, isolando-as com uma "cortina" de aço de
todas as influências negativas que podem vir do Firmamento, como os raios
cósmicos, as tempestades, o granizo, enfim, os acidentes atmosféricos, bem
como as vibrações negativas. O costume de formar-se a Abóbada de Aço vem
da Idade Cavalheiresca, quando os Cavaleiros armados com suas Espadas, nas
cerimônias sociais, como os casamentos, formavam como sinal de respeito e
honraria. O maçom que adentra no Templo, sob a Abóbada de Aço, recebe
vibrações tão intensas, que se fortalece e obtém proteção por muito tempo. Há
Lojas que durante a formação da Cadeia de União, antes de tudo, retiram as
Espadas de suas bainhas, juntando-as pelas pontas ao centro do círculo,
atraindo assim, através da força do aço, toda energia misteriosa, como se fora
um imã a recolher as influências cósmicas. A Abóbada de Aço é formada,
exclusivamente, para a entrada no Templo e não para a retirada.

►O que quer dizer TRÍPLICE ABRAÇO? Diz-se "tríplice abraço", o


amplexo que o neófito recebe, após a iniciação, é um hábito tradicional
significando um juramento dos mais solenes, "corpo a corpo", transmitindo as
vibrações da carne, simbolizando o reconhecimento permanente da
fraternidade; a disposição testemunhada pelos circunstantes de que, para
sempre, os maçons se respeitarão, amando-se com todas as forças e
protegendo-se em todas as situações. No entanto, quando surge entre irmãos
132
alguma dissensão, esquecendo que no passado houve aquele abraço, o maçom
que tiver dado causa ao quebramento daquele juramento corporal, será
considerado perjuro e não merecerá o respeito dos irmãos do quadro da Loja.
O tríplice abraço consiste numa cerimônia que envolve um posicionamento
místico, culminando pelas "pancadas" dadas às costas, em número igual e
correspondente ao toque de reconhecimento. Trata-se de uma postura"
dinâmica, sempre repetida, quando dois irmãos se encontram após longo
período de ausência, como se fora um meio de religião, com reflexos
espirituais.

►O que significa ACEITAÇÃO DO MALHETE? É o ato através do qual,


o visitante ilustre ou alto dignitário, recebe o Malhete que lhe é oferecido pelo
Venerável Mestre ou Presidente da Loja ou Corpo que visita. De
conformidade com a tradição e os costumes, com os regulamentos ou
estatutos, o visitante aceita o Malhete, porém o devolve ao titular; no entanto,
tratando-se de uma autoridade maçônica superior ela manterá, em suas mãos o
Malhete, mas autorizará o dirigente a prosseguir com a direção dos trabalhos;
nesse caso, não haverá um segundo Malhete, mas apenas a responsabilidade
da direção. Contudo, não há qualquer regra fixa a respeito.

►O que vem a ser ACLAMAÇÃO? Do latim "acclamare", com o


significado de "proclamar", aplaudir. Usa-se nas votações que são
estabelecidas ou por escrutínio secreto, ou por aclamação. A Aclamação tem
um sentido mais esotérico, seja no início ou fim dos trabalhos, ou no
momento oportuno; trata-se de, em voz alta, de forma uníssonas, os presentes,
pronunciar determinadas palavras; Húzza ou Huzzé, sendo a mais usual;
"Huzzé". A Aclamação tem a finalidade de "criar" vibrações fortes destinadas
a suprimir as vibrações negativas existentes. A experiência tem ensinado que,
quando surgem discussões inapropriadas e os ânimos se exaltam, o dirigente
chama os presentes e comanda a Aclamação, cessando com isso, toda
dissensão, já no seu nascedouro. A Aclamação ao final dos trabalhos,
destina-se a "fortalecer" os presentes para que, quando se retiram do Templo,
o façam revestidos das vibrações somadas procedentes de cada pessoa
presente. A Aclamação não só produz uma forte vibração, como faz com que
dentro dos presentes, sejam expulsos todos os "elementos" nocivos liberando
o maçom das pressões e das ansiedades.

►O que significa A COBERTO? Mais propriamente: "estar à coberto",


significa estar protegido. Quando a porta do Templo é fechada, significa que
os trabalhos estão à coberto; no entanto, outro significado mais esotérico
traduz o termo. No Rito Escocês Antigo e Aceito, o que está, em maior uso
entre nós, o verificar se o Templo está a coberto, cabe ao Primeiro Vigilante,
sendo esse um dos seus dois deveres; O Vigilante determina ao Guarda do
Templo que faça a verificação e esse, maneja a porta, cerra o ferrolho e
133
anuncia a devida cobertura. Porém, "Estar a Coberto" significa que o Grande
Arquiteto do Universo, que é Deus, está presente e só Ele será a real proteção.
Para verificar se na realidade há essa cobertura, o Primeiro Vigilante deve
possuir a "sensibilidade" apropriada espiritual para "sentir" essa Presença. Um
documento, uma jóia, uma alfaia, também podem "estar à coberto", com o
significado de que estão em segurança. Todo maçom, dentro do Templo, se
encantam a coberto pois nenhuma presença estranha deve ser notada; isso não
significa a prática de um sigilo absoluto, mas a proteção contra toda força
negativa.

►O que significa ADJUNTO? Do latim "Adjunctio", significa "junto de";


nome dado ao substituto de um titular de cargo dentro de uma Loja usando-se
preferencialmente, para o Grão Mestrado; ou seja, o seu eventual substituto, o
que "lhe está junto".

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134
*O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA
CONCEITOS E DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS.*

PARTE - V

►O que significa ADORMECER? "Estar adormecido" é quando o maçom


encontra-se afastado de sua Loja; aplica-se, também, à própria Loja que
suspende as suas reuniões, por decisão da administração, quando os seus
membros se afastam. Adormecer ter o sentido de "ingressar em sono"; o
adormecimento, contudo não significa um afastamento definitivo, pois, tanto
o maçom como uma Loja, podem "acordar" e retornar as suas atividades.
Sendo a Iniciação um ato permanente e "ad eternum", mesmo que o maçom
afastado venha a falecer, permanecerá "adormecido", porque ele terá a
oportunidade de retornar as suas atividades no Oriente Eterno.

►O que vem a ser ADRO? Sinônimo de ATRIO, sala que precede a entrada
do Templo. O Edifício maçônico compreende três partes: a Sala das Passos
Perdidos, o Átrio, ou Adro e o Templo; correspondem aos três estados de
consciência, o subconsciente e o hiper-consciente. No Grande Templo de
Salomão, todas as doze Colunas e mais as duas principais, conhecidas como
Boaz e Jaquim, encontravam-se no Átrio; na atualidade especialmente no
Brasil, as duas Colunas principais, sendo a do Sul e a do Norte, estão
localizadas dentro do Templo; embora isso não reflita a arquitetura da época
Salomônica, tornou-se praxe. Os Templos atuais, não têm nenhuma
semelhança com o Grande Templo de Salomão. No Átrio, os maçons devem
preparar-se para ingressar no Templo; deixaram na Sala dos Passos Perdidos,
todas as emoções e paixões trazidas de fora, do mundo profano; o Mestre de
Cerimônias faz uma preleção rápida convidando a momentos de meditação;
após, os que entram no Templo, não são pessoas comuns; são irmãos de uma
mesma fé que se unem como se fossem um só Corpo Místico. Portanto, a
permanência no Adro faz parte do Ritual Iniciático e da Liturgia.

►O que se entende por ÁGAPE? De origem grega, significando, amor;


terno usado nos tempos do cristianismo primitivo; reunião para refeições entre
os que se amam. Nessas refeições, e o exemplo marcante foi a Santa Ceia, os
Discípulos reuniram-se com o Mestre para comer o cordeiro pascal, com pão
e vinho; o significado de hoje seria a comunhão litúrgica. Ágape, com
acentuação proparoxítona é o termo usado em maçonaria para as reuniões de
refeição; no Grau 18, o de Príncipe Rosa Cruz, os trabalhos são conclusos
com essa Ágape.

135
►O que vem a ser AGNÓSTICO? Define-se como toda tendência e,
sobretudo, pretensão de conquistar a sabedoria absoluta, por meios, além do
conhecimento, místicos e esotéricos. Os agnósticos eram pensadores que
elaboraram grandes sistemas teológicos e filosóficos durante os primeiros
séculos da era cristã, reunindo as especulações neoplatônicas com os dogmas
cristãos e as tradições judaico-orientais. Distinguiam-se três espécies de
gnoses: mágico-vulgar, mitológica e especulativa. A tendência genérica era
descrever o Cosmos por meio de imagens mescladas com princípios
filosóficos orientais, especialmente os bíblicos e a mítica grega. Havia a
suposição da existência de dois pólos principais: o positivo e o negativo, o do
bem e o do mal entre os quais se movimenta a própria alma; a crença de se
poder manipular através de rios e pensamentos, sobre o processo cósmico. Na
Agnose especulativa acentua-se o caráter dualista de todas essas doutrinas;
assim, o Universo do agnóstico não é estático, nem sequer, dialético, muito
menos dramático. A luta entre o deus do mal e o Deus da bondade, com a
definitiva vitória deste último, formam a existência da Natureza e do homem.
O agnosticismo pressupõe, antes de tudo, a impotência de Deus Criador para
que seja plenamente bondoso, resultando disso o seu fracasso na criação, isso
porque, à frente de Deus, preexistia uma força impeditiva para o poder pleno.
Agnóstico significa aquele que confessa ignorar a sabedoria; o que julga que a
inteligência humana é importante para adentrar no absoluto; a dificuldade de
absorver a ideia da relatividade universal de todo conhecimento. Os grandes
filósofos Locke (1632-1704), Berkeley (1685-1753), Hume (1711-1776) e,
sobretudo Kant (1724-1804, ampliando os conceitos do percursor Descartes
(1596-)650) muito lutaram para afirmar o agnosticismo. A Maçonaria passou
incólume por todas essas fases e posto o agnosticismo exercesse grande
influência no século XVIII, os princípios maçônicos subsistiram porque sua fé
foi sempre depositada no Supremo Ser, traduzido na linguagem maçônica, de
Grande Arquiteto do Universo, construído "JUSTO E PERFEITO".

►Quando se aplica o termo IMPURO na Maçonaria? É o Profano


rejeitado pelas sindicâncias, quando proposto para ingressar nos mistérios da
Maçonaria.

►O que vem a ser INSTÂNCIA? Funcionamento de uma Loja, desde a sua


instalação até o recebimento de sua Carta Constitutiva.

►O que significa IRMÃO DA ORDEM? Nome dado frequentemente ao


maçom.

►O que quer dizer IRMÃO EM TRÂNSITO? É o Maçom que não reside


em determinada localidade, mas que a visita temporariamente.

136
►Quem é o IRMÃO EXPERTO? É o Oficial de uma Loja simbólica,
encarregado de reconhecer os visitantes, executar as votações e substituir os
oficiais ausentes.

►Quem é e qual o papel do IRMÃO TERRÍVEL? Oficial designado na


iniciação é o responsável pela coordenação, preparação e condução dos
iniciados.

►Quais são as JÓIAS IMÓVEIS? São: o Quadro de Traçar (prancha ou


lousa), a Pedra Bruta e a Pedra Cúbica.

►Quais são as JÓIAS MÓVEIS? São: o Esquadro, o Nível e o Prumo


(distintivos dos cargos do Venerável Mestre, do Primeiro Vigilante e do
Segundo vigilante respectivamente).

►Quando se diz que uma Loja é JUSTA, PERFEITA E REGULAR?


Diz-se de uma Loja legalmente constituída e instalada. JUSTIÇA A
Maçonaria incute através de seus ensinamentos, que a Justiça reja a vida de
todas as coisas e seres dentro da harmonia na vida do homem.

►O que se quer dizer com LOJAS IRMÃS? São lojas de uma mesma
Obediência ou que fazem tratados de amizade.

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137
*O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA
CONCEITOS E DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS*

PARTE - VI

►Quais são as LUZES (AS TRÊS GRANDES)? São o Livro da Lei, o


Esquadro e o Compasso, sobre o altar (jamais são separados).

►Quais são as LUZES LITÚRGICAS? São as que iluminam o Altar e os


pedestais, seu número varia de acordo com o Grau ou Rito. São utilizados:
velas ou lâmpadas.

►Quando se emprega o termo MEIA NOITE? Momento em que o Sol


passa por um meridiano diametralmente oposto ao meio-dia. Simbolicamente
a hora que os Aprendizes, Companheiros e Mestres e em muitos outros graus
maçônicos encerram seus trabalhos à meia-noite em ponto.

►O que é MESTRE MACOM? Título dado ao maçom no grau 03 do Rito


Escocês Antigo e Aceito.

►Na linguagem maçônica o que é MOBILIÁRIO? Parte do equipamento


necessário para o funcionamento de uma Loja maçônica.

►O que se entende por ÓBULO? Donativo entregue por cada um dos


maçons para obras de beneficência.

►O que se entende por MOEDAS CUNHADAS? Termo que designa


dinheiro entre os maçons (o mesmo que metais).

►O que se entende por NISSAN? Março, no Calendário Maçônico.

►O que se entende por NOME SIMBÓLICO? Prerrogativa que um


maçom tem de escolher um pseudônimo em substituição do seu próprio nome,
(hoje quase não mais usado), fazendo com que seu verdadeiro nome fique
mantido em sigilo quando lavrado nas atas das Lojas.

►O que quer dizer O OLHO QUE TUDO VÊ? Representa a onisciência


do Grande Arquiteto do Universo (Deus) - O olho que jamais dorme - Visão
superior.

►Quando um Maçom é considerado um OFICIAL? Quando ele é Mestre,


encarregado de uma responsabilidade em Loja.

138
►O que se entende por ORDEM DOS TEMPLÁRIOS? Também chamada
de pobres dos Cavaleiros de Cristo e do templo de Salomão, foi fundada em
118 em Jerusalém. Com a finalidade de proteger os peregrinos que iam para a
Terra Santa.

►O que tem a ver a ÁGUIA com a Maçonaria? É uma ave de rapina, pois
caça seu alimento, atingindo animais de pequeno porte, como filhotes de
gamos, carneiros, macacos e toda sorte de répteis; é essencialmente carnívora
e vive nas escarpadas das altas montanhas. Tem porte grande, atingindo de asa
a asa, até três metros de envergadura; possui possantes garras e bico adunco, e
olhos muito aguçados, podendo ver a grandes distâncias na busca de seu
alimento. Pela sua valentia e por viver nas alturas, simboliza o espírito
superior. A Águia é o símbolo do maçom que olha na luz astral e nela enxerga
a sombra do passado, do presente e do que está por vir, tão facilmente, como a
Águia olha o Sol. Maçônicamente, é o símbolo do poder pela força, pela
decisão, pela superioridade e a inteligência. Simboliza o Solstício de inverno;
representa o poder, a liberdade e a sabedoria. A Águia bicéfala maçônica é a
jóia do maçom pertencente ao 33.º Grau, que a usa no colar; sobre as duas
cabeças, uma coroa de ouro; as garras sustentam uma espada e dela pende
uma faixa onde está a inscrição: "Deus Meumque Jus - Ordo ab chao".

►O que se entende por ALÁ? Alá ou Alah; em árabe: AL - ILah - nome


dado a Deus pelos muçulmanos, significando: A Divindade, O Ser digno de
Culto.

►O que é o ALCORÃO? Alcorão em árabe significa: Gor'an, livro. Maomé


atribui a existência do Alcorão como enviado pelo próprio Deus. É dividido
em 114 capítulos ou "suratas" e subdividido em versículos. Inicialmente era
"um livro não escrito" e que Maomé sabia de cor; após sua morte, Abu-Bekr,
determinou que fosse redigido e posteriormente, Omar determinou a sua
revisão. Trata-se de um código de moral e dogmas. Os muçulmanos devem
recitar diariamente, um trecho do Alcorão; nas Mesquitas, os sacerdotes
fazem sua leitura permanentemente, em voz audível, sucedendo-se um ao
outro. É considerado como sendo um dos Livros Sagrados que, a Maçonaria
adota, quando em uma Loja, predomina o número de maçons maometanos. É
um livro de fácil leitura, que evidencia a predestinação, usando os árabes a
expressão: "Estava escrito", mesmo antes do Alcorão, ter sido escrito. Alá o
escrevera na mente de Maomé e deve manter-se escrito nos corações dos que
seguem o Islamismo.

►O que significa ALEGORIA? Alegoria é a exposição de um pensamento


sob forma figurada; palavra de origem latina, que por sua vez é derivado do

139
grego; raiz da palavra: "alegórico". De muito usada em Maçonaria que
apresenta sua filosofia através de símbolos e alegorias. A Alegoria é uma
expressão filosófica que através da imagem apresenta a mensagem sutil. O
homem é a maior expressão alegórica da Natureza porque reflete todos os
mistérios do Universo.

►O que significa ALFAIAS? Alfaias significa o nome dado aos objetos que
formam o traje maçônico, o mobiliário e os instrumentos necessários para a
liturgia de uma Loja Maçônica. É palavra vinda do árabe; "Al-halia,
significando" "enfeite, adorno", nada tem a ver com o nome da primeira letra
do alfabeto grego.

►O que significa BALAÚSTRE? Balaústre - Denomina-se assim, Ata da


sessão. A palavra origina-se do italiano e significa uma série de colunatas que
sustentam uma travessa; pode designar um corrimão de escadaria, ou uma
divisão de ambiente. Em maçonaria essa "balaustrada" divide a Câmara do
Meio do Oriente. A Ata recebe essa denominação porque ela é composta de
vários assuntos, em torno de um mesmo tema e se transforma no suporte de
uma sessão.

►O BODE tem alguma coisa em comum com a Maçonaria? NÃO.


Obviamente trata-se de um caprino, sem qualquer significado maçônico;
biblicamente, foi tomado por Jesus como um animal desprezível, pois
profetizou que dentro do plano da salvação, sob o aspecto religioso, as
"ovelhas seriam separadas dos bodes". Nenhum interesse há em saber a
respeito do que a mitologia refira a respeito desse animal; tampouco, não há
qualquer analogia a respeito da figura do "Baphomet" dos Templários. Os
maçons são isto há mais de um século, por pilhéria denominam outro maçom
de "bode preto".

________________________________________

140
*O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE MAÇONARIA
CONCEITOS E DEFINIÇÕES MAÇÔNICAS.*

PARTE - VII

►O que entende a Maçonaria por dever? A Maçonaria entende por dever o


respeito e os direitos dos indivíduos e da sociedade. Porém não basta respeitar
a propriedade apenas, mas, também, devemos proteger e servir aos nossos
semelhantes. A Maçonaria resume o dever do homem assim: "Respeito a
Deus, amor ao próximo e dedicação à família". Em verdade, essa é a maior
síntese da fraternidade universal.

►A Maçonaria é religiosa? SIM. É religiosa, porque reconhece a existência


de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual
se dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, porque é uma
entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do materialismo.
Estes fatores, que são essenciais e indispensáveis para a interpretação
verdadeiramente religiosa e lógica do UNIVERSO, formam a base de
sustentação e as grandes diretrizes de toda ideologia e atividade maçônicas.

►A Maçonaria é uma religião? NÃO. A Maçonaria não é uma religião. É


uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca
no sentido mais amplo e elevada. E nesse seu esforço de união dos homens,
admite em seu seio pessoas de todos os credos religiosos sem nenhuma
distinção.

►Para ser Maçom é necessário renunciar à religião a qual se pertence?


Não, porque a Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião,
desde que acredite em um só Criador, o GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO, que é Deus. Geralmente existe essa crença entre os católicos,
mas ilustres prelados; tem pertencido à Ordem Maçônica; entre outros, o Cura
Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo, fundador da
Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Ramon
Ignácio Mendez; Padre Diogo Antônio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da
Silva de Oliveira Rolin, da Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei
Caneca e muitos outros.

►Quais outros homens ilustres que foram Maçons? Filósofos como


Voltaire, Goethe e Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart;
Militares como Frederico o Grande, Napoleão e Garibaldi; Poetas como
Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar, Mazzini e Espling.

141
►Somente na Europa houve Maçons ilustres? Não. Também na América
existiram. Os libertadores da América foram todos maçons. Washington nos
Estados Unidos; Miranda, o Padre da Liberdade sul-americana; San Martin e
O'Higgins, na Argentina; Bolivar, no Norte da América do Sul; Marti, em
Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador Dom Pedro I no Brasil.

►Quais os nomes de destaque no Brasil que foram Maçons? Dom. Pedro


I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luís Alves de Lima e Silva (Duque de
Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos
Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz,
Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros.

►Então a Maçonaria é tolerante? A Maçonaria é eminentemente tolerante


e exige dos seus membros a mais ampla tolerância. Respeita as opiniões
políticas e crenças religiosas de todos os homens, reconhecendo que todas as
religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis e rechaça toda
pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma delas em
particular.

►O que a Maçonaria combate? A ignorância, a superstição, o fanatismo. O


orgulho, a intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.

►A Maçonaria é uma sociedade secreta? Não, pela simples razão de que


sua existência é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe
concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em
dicionários, enciclopédias, livros de história etc. O único segredo que existe e
não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para
se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de
interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.

►Quais as principais obras da Maçonaria no Brasil? A Independência, a


Abolição e a Proclamação da República. Isto para citar somente os três
maiores feitos da nossa história, em que os maçons tomaram parte ativa.

►O que é um Templo Maçônico? É um lugar onde se reúnem os maçons


periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são
permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar sua atenção e
esforços para melhorar seu caráter, sua vida espiritual e desenvolver seu
sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranquilamente sobre a
missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os valores eternos
cujo cultivo lhes possibilitará acercar-se da verdade.

142
►O que se obtêm sendo Maçom? A possibilidade de aperfeiçoar-se, de
instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com pessoas que, por suas palavras,
por suas obras, podem constituir-se em exemplos; encontrar afetos fraternais
em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país. Finalmente, a
enorme satisfação de haver contribuído, mesmo em pequena parcela, para a
obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens. A Maçonaria não
considera possível o progresso senão na base de respeito à personalidade, à
justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens. Ostenta o seu
lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" com a abstenção das bandeiras
políticas e religiosas. O segredo maçônico, que de má fé e caluniosamente
tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita entre os espíritos
cândidos ou em decadência, não é um dogma senão um procedimento, uma
garantia, uma defesa necessária e legítima, porém como inevitavelmente tem
sucedido com todo direito é seu dever correlativo, o preceito das reservas
maçônicas já tem experimentado sua evolução nos tempos e segundo os
países. A Maçonaria não tem preconceito de poderes, e nem admite em seu
seio, pessoas que não tenham um mínimo de cultura que lhes permitam
praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou renda com que
possam atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às despesas da
sociedade e socorros aos necessitados.

►Quais as condições indispensáveis para pertencer a Maçonaria? Crer na


existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser
consciente de seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo
mesmo; ter uma profissão ou oficio lícito e honrado que lhe permita prover
suas necessidades pessoais e de sua família e a sustentação das obras da
Instituição.

►O que se exige dos Maçons? Em princípio, tudo aquilo que se exige ao


ingresso em qualquer outra instituição: respeito aos seus estatutos,
regulamentos e acatamento às resoluções da maioria, tomadas de acordo com
os princípios que as regem; amor à Pátria; respeito aos governos legalmente
constituídos; acatamento às leis do país em que viva. E em particular: a
guarda do sigilo dos rituais maçônicos; conduta correta e digna dentro e fora
da Maçonaria; a dedicação de parte do seu tempo para assistir às reuniões
maçônicas; a prática da moral, da igualdade e da solidariedade humana e da
justiça em toda a sua plenitude. Ademais, se proíbe terminantemente dentro
da instituição, as discussões políticas e religiosas, porque prefere uma ampla
base de entendimento entre os homens a fim de evitar que sejam divididos por
pequenas questões da vida civil.

Assim, com esta PARTE VII, damos por encerrado este trabalho. Seria
presunção avançarmos na expectativa de abordar na totalidade os Conceitos e

143
Definições do Dicionário Maçônico, considerando que em se tratando de
Maçonaria tudo é infinito.

Obviamente, tudo que foi abordado nos 7 (sete) textos, supõe-se que os
irmãos em sua grande maioria são conhecedores, porém, vale destacar que
não é demais revê-los no que é básico e essencial, para o nosso crescimento
maçônico.

Para finalizar, como Maçons e formadores de opinião, temos o dever de


estudar maçonaria, pesquisar, interiorizar e bem interpretar a grandeza de
nossa Ordem. Só assim, seremos capazes de preparar homens para a
sociedade. A missão de mostrar às futuras gerações que os princípios políticos
da ordem ultrapassam fronteiras e países é nossa. Os princípios defendidos
pela maçonaria estão em todas as constituições democráticas e regem-se por
regulamentos idênticos aos nossos. Enfim, demos ao mundo a nossa feição –
não há no mundo um só movimento de democratização que não tenha a
influência das nossas ideias. Esse feito tem que se perpetuar!

Rogamos a Luz do G.’. A.’. D.’. U.’., para que essa missão seja
cumprida.

________________________________________

144
*BRASIL! O PAÍS DO FUTURO.*

Que futuro é esse? Quando será esse futuro?

Floriano Peixoto, o segundo presidente do Brasil, há mais de um século


já falava que o Brasil seria o país do futuro. Na década de trinta, Getúlio
Vargas também dizia isto. Juscelino Kubitscheck também dizia, na década de
cinquenta. No período do governo militar, também falava sobre isto, com o
famoso “ninguém segura este país”.

Depois que acabou o período militar, o José Sarney dizia isto, Fernando
Collor dizia isto, Fernando Henrique dizia, Lula chegou até dizer e ainda anda
dizendo que o futuro anunciado já chegou, no governo dele, obviamente. A
Dilma, pra variar, continua a dizer a mesma coisa.

Afinal de contas, quando é que esse tal futuro virá?

Quando se fala em “País do futuro” subentende-se que será um país


maravilhoso, encantador, justo, produtivo, organizado e promissor que
desperte inclusive a atenção dos povos dos outros países.

Esperar-se-ia um país com um bom sistema de educação, de saúde, de


segurança pública, de previdência e de estrutura em geral. Inclusive povo
educado e civilizado.

Sinceramente, meus irmãos, vocês veem isso no Brasil?

Esta época que nós estamos vivendo agora é o futuro, anunciado nos
tempos do Floriano Peixoto, do Juscelino e dos governos militares?

Cadê o futuro promissor? Cadê o país que iria ser o celeiro do mundo e
que iria encantar a todos os povos?

Quando será que o povo brasileiro vai cair na real? Infelizmente,


ministros, deputados, senadores e políticos em geral fingem não perceber que
essa frase está desgastada e não diz coisa nenhuma!

Analisemos a situação do país de hoje e comparemos algumas coisas


com o modelo de vida que tínhamos no passado.

Mas, antes disso, falemos do processo natural da evolução científica e


tecnológica:

145
Hoje nós temos computador em casa, internet, forno microondas,
televisão em alta definição, telefone celular, lâmpadas mais econômicas,
câmera fotográfica que não precisa mais revelar os filmes, aviões a jato
voando por todo o país, ônibus mais confortáveis, melhores recursos da
medicina, como a ultrassonografia, a ressonância magnética e os diversos
instrumentos médicos e até comprimido para impotência. Sem dúvida
nenhuma, um montão de coisas que nos dão certo conforto.

Todavia consideremos que nenhuma dessas coisas foi criada no Brasil,


desenvolvida por brasileiro e pela nossa tecnologia. Tudo veio lá de fora.

Por essa pequena amostragem, com o mínimo de bom senso, é o


suficiente para nos afirmarmos que continuamos bem distante do dito “país
desenvolvido”, ou não?

Comparemos, então:

Na maioria das cidades brasileiras, principalmente nas maiores, as


pessoas são obrigadas a viverem presas, com suas casas gradeadas por todos
os lados, haja vista o elevado nível de violência que vivemos hoje.

Pode ser que alguém diga: mas violência é algo que sempre houve!

Claro que sempre houve, mas pergunte a uma pessoa de mais de


quarenta anos se em épocas passadas existia isso. Ninguém precisava de
grades nas portas e nas janelas das suas casas, as pessoas podiam se sentar na
calçada de casa, inclusive à noite, conversando com os vizinhos e até ficar
com suas janelas abertas, porque não havia o medo da violência como hoje.
Existia ladrão, sim, que saltava a janela, entrava na casa e roubava um rádio,
mas não era coisa tão comum como hoje, que traumatiza as pessoas a viverem
sob grades.

Os aposentados brasileiros eram incomparavelmente melhor tratados


que os de hoje, pois os seus ganhos eram compatíveis com aquilo que eles
contribuíram enquanto ativos e não havia o roubo sem vergonha que os
governos atuais fazem nos seus ganhos. Não existia essa safadeza política que
determina que o reajuste anual dos aposentados tem que ser inferior ao do
salário mínimo.

Procure conversar com um aposentado do passado, se é que ainda vai


encontrar algum vivo que você vai confirmar isso.

A conta de energia elétrica não era tão cara como a de hoje, apesar de
não existirem as poderosas hidrelétricas atuais que teriam, por obrigação,
146
fazer ficar mais barata ainda, se não fosse o roubo governamental da
quantidade excessiva de impostos que cobram do povo.

A carga tributária era muito menor, não havia tanta extorsão


governamental ao povo.

Não havia a indústria das multas de trânsito que existe hoje.

A educação básica era melhor. Compare o nível de conhecimento de um


jovem quando saía do curso ginasial e do científico com o conhecimento do
jovem de hoje.

O leite que era oferecido ao povo, pelas padarias, supermercados e até


mesmo pelo leiteiro de rua com a sua carrocinha, era mais consistente e mais
saudável que o leite de hoje, porque você sentia sabor e não era essa coisa rala
e sem graça que tomamos hoje. O pão, que hoje chamamos de francês, era
também mais consistente e mais saboroso.

Aluno não batia em professor, muito pelo contrário, quando ele errava
era o professor quem o repreendia e os pais davam apoio para o mestre; hoje
os pais são coniventes com os erros dos filhos, processam os professores,
pedem afastamento deles do colégio e, quando possível, os denunciam para
vê-los na cadeia.

Antes, os bandidos temiam a polícia, porque assassinos e criminosos


não eram tratados com mordomias, proteções e excesso de “direitos” como
têm nos dia de hoje. Não se conhecia histórias de bandidos enfrentarem a
polícia, armados, e ainda terem proteção de associações de “direitos”
humanos.

Procurem se informar sobre o que era a Petrobrás no passado e veja o


que ela é hoje. Vejam o que era, por exemplo, um funcionário do Banco do
Brasil ou Caixa Econômica Federal no passado e o que é hoje. Vejam o que
eram os bancos brasileiros, no passado, em relação aos clientes e o que é hoje.
Houve época em que os bancos compartilhavam e buscavam aproximação
com os seus clientes, hoje eles só exploram com taxas extorsivas.

No passado o Brasil tinha estradas de ferro, o meio de transporte mais


eficiente e mais barato que existe no mundo, hoje não tem mais.

Geladeiras, máquinas de lavar, ar condicionado, fogões e outros


eletrodomésticos eram fabricados no Brasil para durar mais de 10 anos. Quem
é que consegue hoje chegar a dez anos com o mesmo fogão ou a mesma
geladeira funcionando?
147
Quem viajava de avião, compare o nível dos serviços de bordo da
VARIG, empresa da Cruzeiro do Sul, da Real, da Transbrasil e da VASP com
os serviços de bordo oferecidos pelas companhias aéreas de hoje. Aproveitem
e comparem também as caras das aeromoças.

Compare os montantes da corrupção da política do passado com o


tamanho da corrupção de hoje.

Compare o nível de respeito e consideração que os filhos tinham para


com os seus pais antes com a realidade de hoje.

Mesmo proporcionalmente falando, compare os índices de mortes no


trânsito por ano, entre os tempos passados e os atuais. E ainda tem um
detalhe: Antigamente ninguém usava cinto de segurança nos carros e nem
existia freios ABS. Compare também o número de bêbados assassinos nos
volantes.

Com todos os problemas que a política sempre teve, porque sempre


existiu político safado em todos os tempos, mesmo assim compare o nível
moral do Congresso Nacional de todas as épocas do passado com a indecência
e a pouca vergonha de hoje.

Quando é que se falava que traficantes de drogas estabeleciam poderes


paralelos nas cidades, como acontece no Rio de Janeiro e em outras
localidades, a ponto de peitar o governo, a polícia e até lançar candidatos
políticos?

Compare as vozes e as dicções dos comunicadores de rádio do passado


com os de hoje.

Compare o nível dos compositores, das letras das músicas, das


melodias e das harmonias do passado com as de hoje. Aqui vale citar uma
aberração noticiada nas redes sociais na semana passada (08/04):

“a funkeira, Walesca Popozuda, foi chamada de GRANDE PENSADORA


CONTEMPORÂNEA, em uma prova de filosofia, para alunos do terceiro
ano do Ensino Médio, de uma escola do Distrito Federal”. A questão da
prova foi assim formulada:

148
11- Segundo a grande pensadora contemporânea Walesca Popozuda, se
bater de frente:
É só tiro, porrada e bomba
É só beijinho no ombro
É Recalque
É vida longa

Retorno com as comparações:

Compare as belezas naturais das mulheres do passado com a beleza


artificial e plástica das mulheres de hoje.

O País sempre teve problemas na área da saúde, mas nunca, em época


nenhuma, teve tanta gente abandonada nos corredores dos postos de saúde e
morrendo sem atendimento médico como nos dias atuais, onde ambulâncias
são abandonadas e acabam em depósitos por falta de manutenção.

Para a conservação das estradas só havia um imposto, que era este que
hoje chamam de IPVA. Hoje você paga três vezes para isto: IPVA, pedágio e
imposto nos combustíveis. Não é mais nem bitributação, é "tri tributação".
Uma vergonha!

Eu escreveria duzentas citações como estas e até escreveria um livro


inteiro, para fazer comparações de coisas e costumes do passado com coisas e
costumes de hoje.

Que futuro pode ter um país onde uma pessoa de 17 anos é considerada
apta e responsável para votar; escolher o Presidente da República e o
Congresso do seu país, mas esse mesmo jovem não pode ser responsabilizado
pelos crimes que comete?

Não é que eu queira ser saudosista, o que quero ser é realista, neste país
sem memória e carregado pela demagogia e pela hipocrisia.

Que futuro é este, que os nossos políticos do passado tanto projetavam


para o nosso país?

Que futuro o Brasil está construindo para os nossos filhos e netos


vivenciarem?

Será que os políticos não têm um pingo de vergonha na cara, não tem
inteligência e não se mancam quando abrem a boca para essa conversa fiada
de que o Brasil é o país do futuro?

149
Será que o futuro do país é um maior número de brasileiros vivendo à
custa da bolsa família? Será que é isto mesmo que o nosso povo precisa?

Será que projetos de mais educação, mais qualificação, mais habilitação


e mais conscientização do povo, para que aprenda a buscar a sua
sobrevivência à custa de produção com as próprias mãos e não viver a custa
de esmola governamental, mantida pelos que trabalham, não seria muito mais
coerente e menos humilhante para um futuro de fato melhor?

É necessário que contestemos as malandragens políticas, as estratégias


sem vergonha que eles utilizam para enganar o povo mais desinformado, as
frases de efeito que eles gostam de usar para impressionar os bobos e os
efeitos produzidos pelas agências de publicidade que cuidam das suas
imagens mascaradas.

Para finalizar, lembro aos irmãos que estamos entrando em mais um


ano de eleições. É imprescindível que sejamos críticos. Fujam de rotulação
partidária. Fiquem de olho nos candidatos que verdadeiramente têm história
de dignidade, conduta proba e ilibada, passado limpo e disposição para
trabalho pelo povo e não para se servir do povo.

Só assim poderemos vislumbrar algum tipo de futuro digno para o


nosso país.

________________________________________

150
NOSSA RESPONSABILIDADE
PARA COM O PAÍS.

Culturalmente vivemos num país onde a população não tem a menor


preocupação com a Nação, não há o menor sentimento de patriotismo e
culturalmente somos absolutamente indiferentes em relação a essa “coisa”
chamada Brasil.
Em qualquer solenidade ou momento onde toca o hino nacional você
conta uma, duas ou três pessoas, no máximo, que coloca a mão direito no
peito. O ato de levantar-se, então, é coisa que todo mundo faz, mas muitos só
se levantam porque veem muitos outros se levantarem e não querem ficar
diferentes, sendo a única pessoa que ficou sentada.
Pode ser que alguém diga: mas isso aí é formalidade.
Eu sei que é, só que a própria existência do hino, da bandeira e dos
símbolos da Pátria, também são. Dar “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”,
“com licença”; “por favor” também são formalidades. E daí?
A indiferença em relação ao civismo é tão grande no Brasil, que os
próprios governantes aboliram a matéria “Educação Moral e Cívica” do
currículo escolar.
Observem que em qualquer filme Americano e até mesmo pessoas que
visitam os Estados Unidos, impressionam ver a bandeira americana hasteada
em tudo quanto é canto. Até em lojas de vendas de automóveis a bandeira se
encontra hasteada, ou melhor, várias.
Falem o que quiserem falar dos Estados Unidos, mas que patriotismo
ali é coisa que faz parte da cultura popular, não tenhamos dúvidas. É geral no
país inteiro.

E o brasileiro, como é em relação a isto?

Já foi bem melhor no passado, no tempo em que alunos respeitavam e


consideravam os seus professores, que o governo não roubava os aposentados
e que bandidos não recebiam proteção especial dos governantes.
Estamos na reta final de mais uma eleição Presidencial no País e sugiro
que você pergunte às pessoas que convivem à sua proximidade:
O que você fez no primeiro turno e o que está fazendo ou pensando em
relação às eleições no segundo turno?

151
A maioria não está nem aí. Infelizmente o brasileiro pouco se preocupa
com a capacidade de quem está se elegendo e reelegendo para estar no
parlamento ou no executivo lhe representando.
Aproveito e apresento uma sugestão para que você, meu irmão, faça em
relação às pessoas que estão perto de você: Pergunte quantas vezes elas já
entraram no site da Câmara dos Deputados, em Brasília, para verificar o que
fazem eles, quais os projetos que cada um apresenta e o que cada um fala em
plenário.
Vai ser uma decepção, porque é uma vergonha!
Vai perceber que a maioria deles não tem projeto nenhum e, quando
tem, são propostas ridículas que nada tem a ver com questões de abrangência
nacional, o que seria o papel de um deputado FEDERAL, e que essa maioria
age como se fosse vereador, ou seja, preocupada com reforma de um colégio
do bairro tal da sua cidade, nome de rua, moção de puxa-saquismo a
personalidades da sua cidade (geralmente ricas e poderosas) etc..., meramente
por razões eleitoreiras.
Você sabia que os funcionários operadores de câmeras das TV Câmara
e TV Senado, hoje, são recomendados a não forçarem a plateia, constituída
respectivamente pelos deputados e senadores, exatamente para não mostrar
para o Brasil a vergonha que é o comportamento deles lendo jornais, falando
ao celular, batendo o papo, dando gargalhadas enquanto um deles está na
tribuna e, que não chega a dez por cento, o número de parlamentares que
presta atenção no que o colega fala?
Sabia que raro é o momento em que o plenário, tanto da Câmara quanto
do Senado, chega a ter mais de 30% de presença?
Mas se for sessão para votar aumento dos salários deles, aí você pode
ter certeza de que haverá 100% de presença.
As pessoas sabem que no Brasil tem muitos partidos políticos, mas não
sabem que a maioria não tem ideologia nenhuma, porque são legendas de
aluguel, para negociar “base de apoio ao governo” e o seu tempo no horário
do “T.R.E.” no rádio e na TV.
Infelizmente, surge nesse contexto o doente partidário. Uma besta
quadrada que fica cego até para as delinquências dos membros do seu partido.
Caso um desses membros seja flagrado em crime, até mesmo um assassinato,
um roubo ou um processo grave de corrupção, o imbecil passa a achar que ele
é perseguido político, e, mesmo que o vê ser condenado pela instância
máxima da Justiça Brasileira, que é o Supremo Tribunal Federal, o vê como

152
vítima de perseguição política, embora não tenha sustentação para identificar
quem seriam esses supostos perseguidores.
Há pouco tempo vimos um partido a afrontar o Supremo Tribunal
Federal, incitando a sua militância a fazer vaquinha para pagar dívidas de
condenados do mensalão, numa das maiores transgressões constitucionais que
o país já teve notícia. Agora, está no noticiário o desvio de dinheiro da
Petrobrás. Mesmo com a delação dos principais bandidos: o ex-diretor Paulo
Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, afirmando que houve desvios de
milhões e os partidos beneficiados foram o PP, PMDB e PT, tem os “doentes
e bestas partidários” que se negam em aceitar as evidências.
Enfim, a besta partidária não tem inteligência suficiente para avaliar a
qualidade dos candidatos numa eleição. Para ele basta que ostente a bandeira
do seu partido, mesmo que seja um analfabeto, incompetente e até ladrão.
Brasileiro que tem o mínimo respeito pela sua dignidade, que tem pelo
menos um mínimo de inteligência, jamais coloca partido político acima da sua
razão, porque tem consciência de que, assim como um hospital precisa de
médicos competentes para dirigi-lo, assim como a construção de uma grande
ponte precisa de engenheiros competentes para garantir a sua segurança, as
companhias aéreas precisam de pilotos competentes para conduzir as suas
aeronaves a política também deveria depender de gente competente para
desempenhar os diversos cargos.
A quem deveria ser confiada a condução de um Ministério?
Ao mais competente homem a fim com a área a que se destina. Se for
da Saúde, a um excelente médico e administrador, se for da Agricultura, a um
competente brasileiro na área da Agricultura, etc..., mas infelizmente não é
assim, o ministério sempre tem que ser ocupado por uma indicação do
partido coligado, onde a condição “sine qua non” para a indicação é saber se o
elemento topa fazer as jogadas políticas, as malandragens das licitações
fraudulentas e toda a safadeza que a política partidária contempla.
Transformar em vereador, deputado ou senador uma besta quadrada
qualquer, só porque é líder de passeatas, líder de fazer greves, de sindicatos,
líder de uma determinada igreja ou vive subindo em palanques para se dizer
defensor dos pobres é uma das maiores burrices que um cidadão pode fazer
em relação ao seu país.
Acreditar que apenas um partido é representação dos “trabalhadores” é
uma balela.
Afinal, qualquer cidadão de bem, em tese é um trabalhador!

153
A sua mãe ou sua mulher, em casa, trabalha o dia inteiro na limpeza da
casa, no preparo do alimento, nos cuidados com a roupa da família, etc... Os
médicos, que são considerados elites e burgueses, também trabalham com
uma responsabilidade enorme para cuidar da saúde dos seus pacientes,
sujeitos a serem responsabilizados e até serem presos caso alguém venha a
óbito e os familiares atribuem a morte a um possível erro dele. Nenhum outro
trabalho está sujeito a tal risco.
O dono da padaria, considerado elite e burguesia por ter uma empresa,
também dá um duro enorme o dia inteiro para administrar e operar o seu
empreendimento.
Por que todo cidadão brasileiro que se empenha nos estudos, se mata
para concluir um curso superior, forma-se numa determinada profissão,
dedica-se por ser um profissional de destaque e, em decorrência disto, passa a
ter uma vida de sucesso e consequentemente um confortável padrão
econômico financeiro, generalizadamente é considerado elite, burguesia e
responsável por todos os males que ocorrem com o segmento populacional
considerado mais pobre?
Por que para ser digna no Brasil a pessoa tem que ser pobre e
miserável?
A entrada na Universidade então é a entrada na escola do crime?
Lamentavelmente esta é a conclusão que se chega a considerar que
todas as pessoas que se formam e conseguem ficar bem sucedidas na vida,
necessariamente são enquadradas como elites e burguesias, e passam a ser
responsáveis pela desgraça das classes de menor poder aquisitivo.
E haja cacete em cima delas. Se os que ganham mais, naturalmente já
pagam mais impostos, por ação da matemática no campo da
proporcionalidade, por que o governo determina que essas pessoas tenham
que se extorquir mais?
Esse preconceito ficou evidenciado em relação a classe médica, por
exemplo.

Inventaram uma campanha de jogar a população contra os médicos,


com uma pergunta de interesses políticos:
“Cadê os médicos, que não estão nas pequenas cidades do interior?”
Quando na verdade deveriam perguntar:
“Por quais motivos os médicos não estão querendo vir para as cidades do
interior?”
154
As pessoas não sabem que as prefeituras pagam mal os médicos,
enrolam, prometem pagar uma coisa e na hora do “vamos ver” pagam outra,
não dão condições de trabalho, não investem nos postos de saúde, faltam
medicamentos e até materiais de primeiros-socorros, raios-X não funciona,
ultrassonografia não funciona, ambulância está quebrada a mais de um ano...
e querem que eles façam milagres.
Temos que mudar isso, temos que identificar homens que tenham
personalidade, caráter, dignidade, competência e capacidade para não serem
fantoches de ninguém e nem marionetes de partido nenhum.
Conclusão:
Irmãos, não interpretem minhas colocações como “direitista”, só
porque estou criticando, a pouca vergonha política do nosso país. Eles sempre
querem que mantenhamos o povo na ilusão de que o nosso país está uma
maravilha.
Independente do que pensa o partidário extremista de esquerda ou de
direita, vamos tomar as nossas iniciativas que não devem ser nem de direita
nem de esquerda e sim de brasileiros racionais.
Mandemos à merda todas essas rotulações que existem por aí, sejam
elas esquerdistas, direitistas ou qual bandeira partidária que for e acordemos
para a lucidez em mudar o que está errado, votando em “homens” (no sentido
homem e mulher) e não em rótulos.
Que pesquisemos JÁ a vida dos que se propõe a dirigir os destinos do
nosso Brasil. Especialmente nós mineiros, estamos numa encruzilhada,
seremos duplamente exigidos pela racionalidade e bom senso, visto que um
dos postulantes é mineiro. Pensemos nisso!

________________________________________

155
*O BRASIL NO OLHO DO FURACÃO*
Seis das Principais Agências de Inteligência do Mundo alertam para um
COLAPSO IMINENTE DOS MERCADOS, equivalente a 100 trilhões de
dólares. A economia brasileira, fragilizada, está na rota de colisão. Pergunto:
Os brasileiros estão preparados para esse choque de realidade?

Estamos diante da maior bolha da história do sistema financeiro


mundial, e seu estouro vai levar ao limite as consequências previamente
estabelecidas na tese original de que O Brasil estava caminhando para o
Fundo do Poço.

O tempo se encarregou de provar que muitos analistas estavam no


caminho certo quando afirmaram que o Brasil estava caminhando para o
fundo do poço. Os indicativos para essa tenebrosa previsão estavam: na
destruição da Petrobras, falência da indústria, o mergulho na recessão, a
inflação estourando o teto da meta, o risco de apagão, a disparada do
dólar e a crise chegando ao mercado de trabalho…

Em um primeiro momento, aquela afirmação pareceu absurda para


muita gente. Agora, tudo isso soa bastante óbvio. Desta vez, o alerta é de
importância e gravidade muito maiores. A crise atingiu um novo estágio, com
consequências devastadoras. Tornou-se uma crise sem precedentes, em esfera
global.

Para melhor entendermos a situação, façamos um paralelo: Você não


está se sentindo bem, e sai em busca de um médico. Suspeitando ser um
problema crítico, procura um dos melhores profissionais disponíveis naquela
especialidade… Após uma bateria de exames, o especialista lhe alerta para
uma doença terrível.

Pela gravidade do problema, naturalmente você decide buscar uma


segunda opinião. Mas, infelizmente, essa segunda opinião chega ao mesmo
veredicto. Não satisfeito, você repete o procedimento inúmeras vezes, com
diferentes profissionais, todos renomados… E todos esses especialistas
chegam exatamente no mesmo diagnóstico: você precisa se tratar, e deve
começar já.

Você ignoraria isso e voltaria para o curso normal da sua vida, como se
nada tivesse acontecido? O bom senso obviamente diz que NÃO.

No entanto, o que se observa é que desde a crise de 2008, os mercados


estão sendo alimentados diariamente pela ração dos Bancos Centrais. Injeção
de dinheiro fácil e barato, a taxas de juros excepcionalmente baixas. Temendo
156
as consequências, os Bancos Centrais vêm hesitando em acabar com a farra
de liquidez, o que acaba tornando-a cada vez maior. Aí está a doença terrível
que aflige a economia mundial.

Se a crise de 2008 representava até então a maior bolha de ativos da


história, a atual há de tomar-lhe o posto.

Temos o mesmo fantasma da crise de 2008 ressuscitado, acrescido de


uma enorme quantia de dinheiro impressa nos programas de impressão de
moeda adotados nos últimos anos não só nos EUA, mas na Europa, Japão,
China…

Não existe preço de ativo de risco que se sustente sem lastro. Na


história, temos inúmeras amostras de que descolamentos muito menores
terminaram bem mal, com consequências trágicas para as economias.

Para voltar o seu balanço aos padrões de normalidade pré-crise, o FED


precisa retirar do sistema aproximadamente 4,5 trilhões de dólares que foram
injetados desde 2008, ajuste este que não é feito da noite para o dia, e sem
qualquer consequência.

Chegou a hora de arcarmos com as consequências, 2015 será o ano em


que as pessoas e investidores em geral perderão a confiança nos Bancos
Centrais. Para que se possa ter uma ideia da disparidade dos indicadores, o
Banco Central americano possui reservas de capital de US$56 bilhões, contra
obrigações da ordem de US$4,3 trilhões. Antes da crise de 2008, período
conhecido pelo excesso de endividamento e liquidez, a alavancagem do
Federal Reserve era de 22-1 (22 de dívida para 1 de capital). No final do ano
passado, essa relação bateu em 77-1.

Acha os irmãos que a queda pela metade no preço do petróleo, o


derretimento do minério de ferro, ou países como Suíça e Suécia oferecendo
taxas de juros negativas são eventos dentro da normalidade, e isolados? Esses
são apenas os primeiros desequilíbrios do iminente colapso.

Somente esses primeiros respingos citados podem ter consequências


devastadoras por aqui. Aliás, já estamos assistindo notícias quanto a
inviabilização da produção do pré-sal, fuga de capitais comprometendo
investimentos produtivos e cotação do dólar a patamares elevados.

Outros choques iminentes podem colapsar a balança comercial


brasileira e inviabilizar o ajuste tocado por Joaquim Levy…

Os chineses alimentaram o crescimento com base em um boom do


mercado de construção civil, de crédito e de excesso de endividamento que se
157
mostra sem qualquer lastro com a economia real, algo que alguns economistas
chamam de “a fraude do crescimento”.

Existem relatos de mais de 500 cidades fantasmas na China, e de um


estoque de aproximadamente 64 milhões de moradias vazias atualmente. O
estouro da bolha imobiliária chinesa pode fazer a crise das hipotecas de alto
risco nos EUA parecer brincadeira.

Outro dado alarmante: levantamento da IHS Global Insight aponta que


na China há cerca de US$1,3 trilhão em empréstimos oriundos de fontes
informais de crédito, fora do sistema financeiro regulado. Empréstimos
ocultos.

No final de fevereiro de 2015, após a China registrar o menor ritmo de


crescimento dos últimos 24 anos, a secretaria de estatísticas oficiais do país
revisou para baixo a sua meta de crescimento e reconheceu que o crescimento
local estava baseado em um modelo equivocado.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, destino de cerca de


20% das exportações brasileiras, de forma que uma desaceleração brusca da
economia chinesa destruiria com o que resta da indústria brasileira
exportadora e colapsaria a balança comercial brasileira, já em posição crítica
– vindo do pior resultado de toda a série histórica, iniciada em 1980, na
apuração de fevereiro de 2015.

O Brasil está no olho do furacão

A grande questão, aqui, é que na bolha imobiliária americana o Brasil


vinha de anos seguidos surfando o boom nos preços das commodities no
mercado internacional. Vínhamos de crescimento de +5,17% no PIB em
2008. Passamos para retração do PIB em 2009. Ou seja: fomos afetados de
forma relevante mesmo com nossos fundamentos em ordem, vindo de anos de
bonança.

Agora, vivemos uma deterioração generalizada em nossos


fundamentos. Tudo está fora de lugar, entre patamares mínimos. Seja na
economia, seja na política. Basta verificar o índice inflacionário nos últimos
meses, o PIB, o rombo das contas públicas, o índice de desemprego, a queda
na produção industrial e o déficit acumulado na balança comercial.

Tudo isso, ainda sem contar a crise institucional, com alguns dos
principais pilares nacionais em frangalhos (ex. Petrobras), a maior crise
política da história brasileira, como: barreira para as implementações de
medidas corretivas e a possibilidade de racionamento de água e energia.

158
A história prova que não basta conseguirmos colocar a casa em ordem
sem a ajuda externa. Somente prosperamos quando e “se” a economia
internacional permitir.

A ruptura internacional pode inviabilizar o reequilíbrio das contas


públicas conduzido pelo ministro Joaquim Levy e explodir o nosso balanço de
pagamentos (soma de todas as nossas relações com o resto do mundo).

Com a crise, será simplesmente impossível aprovar qualquer medida


impopular. O ajuste fiscal promovido por Joaquim Levy será interrompido
antes mesmo de ter sequer começado.

Em resumo, estamos concretamente submetidos a uma profunda


recessão. O povo brasileiro, embora já esteja sentindo na pele, ainda não faz
ideia da sua dimensão. A sua grande maioria, olha para o próprio umbigo; se
goza do privilégio de estar empregado, a vê como uma “marolinha” e se
desempregado, o petismo já doutrinou essa grande maioria a culpar o
capitalismo, a elite branca ou o mercado internacional. Jamais a má gestão
dos seus 12 anos de governo.

Concluindo, nota-se claramente que nós brasileiros estamos dentro de


uma crise complexa, já que envolve variantes diversas: a econômica, social,
política e, sobretudo, moral. Não pode ser encarada de forma simplista e sim
holística. Assim sendo, conclamo aos irmãos a refletir sobre o momento
crítico que estamos vivendo. Primeiro, porque na condição de homens livres,
somos formadores de opinião. Segundo, porque temos como princípio
defender o bem-estar social; e terceiro, porque temos em nosso meio
maçônico: comerciante, trabalhador liberal e autônomo, servidor público,
empregado da iniciativa privada, pecuarista, aposentado e empresário.
Ninguém, sem exceção, estará livre de sofrer consequências imprevisíveis,
caso o nosso Brasil venha a se aprofundar na crise que se anuncia.

________________________________________

159
*REFLEXÕES ACERCA DO MOMENTO POLÍTICO E DOS
ANSEIOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA.*
Prezados e valorosos Irmãos, eu não sou estrategista, mas sinto que o
atual momento do Brasil está pior do que o pré-1964. No pré-64, todos
pediam intervenção militar: imprensa, OAB, Igreja Católica, ruralistas,
empresários, as mulheres nas ruas em marcha. E movimento semelhante
ocorreu no dia 15 de março.
Àquela época, lá atrás, o Exército em especial atendeu ao clamor
popular, tanto é que o Congresso cassou João Goulart. Os mentirosos da
esquerda, os patifes de sempre falam que foi um golpe. Por que eu falo,
patifes? Porque é só ir à biblioteca do Congresso Nacional, ir aos porões da
democracia e consultar os jornais da época e o Diário da Câmara. E, logo
depois, dia 9 de abril, o Congresso elegeu Castelo Branco. Inclusive, Ulysses
Guimarães votou em Castelo Branco, que só se sentou à Mesa Presidencial no
dia 15 de abril de 1964, de forma legítima, como legitimamente também, de
forma indireta, votou-se em Tancredo Neves.
No País vizinho, o Chile, em 1973 Pinochet teve que botar pra quebrar,
sabem por que? Porque havia mais de 30 mil cubanos lá dentro, trazidos por
Allende para dentro do Chile, como Chávez trouxe mais de 80 mil cubanos
para dentro da Venezuela. A Venezuela não existe mais, a população está
sendo reduzida a um bando de miseráveis, onde vez ou outra, além de
alimentos básicos, faltam até papel higiênico, um verdadeiro caos!
Hoje, aqui no Brasil, nós temos oficialmente 11 mil cubanos
fantasiados de médicos. Tanto é verdade que o Deputado Jair Bolsonaro
tentou, com a cúpula da saúde do Brasil, por ocasião da votação da MP dos
Mais Médicos, fazer um revalida light. O PT não topou, porque certamente,
seria mostrado ao povo brasileiro que militares e agentes são os que estão
infiltrados aqui.
Outra aberração que as autoridades e o povo fazem vistas grossas é o
exército de haitianos que estão sendo levados para São Paulo. No Jornal
Nacional do dia 11 de março a reportagem mostrou que semanalmente chega
à capital um ônibus com 50 haitianos. Estes são, inclusive, cadastrados no
programa Bolsa Família, para engordar a bandidagem do MTST —
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e também os marginais do MST —
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que não são entidades
jurídicas! Sabem mamar no Governo, através de ONGs, etc., sabem invadir e
depredar Centro de Pesquisas, a exemplo do que fizeram no dia 05/03 em
Itapetininga-SP, destruindo 15 anos de pesquisa em biotecnologia. Tudo
que se sabe até agora são dos enormes prejuízos e nenhuma punição dos
vândalos. Se falar para esses vagabundos que amendoim dá em coqueiro,

160
todos acreditam. Trabalhar, nem pensar. Agora, de vandalismo eles entendem
bem.
Tivemos também no início de março um movimento dos
caminhoneiros. É lógico que o problema dos caminhoneiros causa transtorno,
tem gente perdendo dinheiro, com problema de saúde, etc., etc., mas os
caminhoneiros estão sendo jogados na ribanceira por este Governo. É uma
péssima administração! Uma mulher que quebrou uma loja de 1,99; uma
mulher cujo primeiro marido sequestrou um avião com 96 passageiros a
bordo e foi para Cuba; uma mulher cujo segundo marido confessou, sem
tortura, sem nada, que passou a lua de mel com Dilma Rousseff, expropriando
bancos, pegando armas em quartéis e assaltando caminhões de carga na
Baixada Fluminense; uma mulher que diz que não se arrepende do seu
passado, o que se pode pensar de uma criatura como essa? Que moral ela tem
para exigir a ética e respeito com a coisa pública?
No tocante aos caminhoneiros, que respondem pela movimentação da
economia deste País, com o aumento exorbitante dos combustíveis, sem
margem de lucro nos seus negócios; é de se admitir, que os mesmos são
vítimas de problemas, sem solução à vista. É um Governo que não dá atenção
a eles, quer mais que eles se explodam. Alguém conhece algum petista
graúdo, comerciante, agricultor, empresário, empreendedor? Não. Ou eles
vêm de movimento sindical para dividir o que não é deles ou vêm da
ociosidade. Bem dizia o empresário Antônio Ermírio de Morais: “A Política
do PT é a arte de pedir votos aos pobres, pedir dinheiro aos ricos e mentir
para ambos. Na realidade não sabem fazer mais nada na vida”. O que
podemos esperar para o futuro de um País como o nosso, quando o preço do
petróleo da Arábia Saudita cai de 140 dólares para 45 dólares, e aqui tem essa
subida exorbitante? Que matemática é essa? Onde encontrar lógica nessa
iniciativa que coloca o povo de joelhos e inviabiliza os setores econômicos
que seriam a nossa única fonte de esperança de um amanhã melhor?
Seria o caso de sugerirmos a essa Dilma Anta Rousseff, uma sugestão:
já que você gosta de dar Bolsa Família para ociosos, dê uma bolsa óleo diesel
para quem trabalha, pense em quem trabalha e não em uma horda de
desocupados, cuja única utilidade é o título de eleitor para votar em Vossa
excelência. Eleição comprada não é democracia. Esta Presidente tem que sair
dessa condição de forma democrática. É o que o Lula disse, antes de ser
governante, quando participou da retirada do Collor do poder.
O certo é que o povo brasileiro minimamente consciente acorda e
dorme atacado pelas mais variadas frustrações. Somente neste início de ano,
devido ao aumento da gasolina, ao aumento da energia elétrica, ao
aumento do salário dos políticos, ao aumento do pessoal do judiciário e
ao aumento exacerbado da corrupção, conclui-se que a LUZ DO FIM DO
161
TUNEL foi cortada. A tempestade se avizinha e as consequências do
desarranjo Econômico, Político e Social ainda não entraram na lista de
prioridades dos nossos governantes. Que lamentável!
________________________________________

162
*MAÇONARIA E MORAL*
O presente trabalho tem por objetivo ilustrar aos irmãos e em especial
aos aprendizes, a relação íntima da MAÇONARIA e o MORAL que reveste
a personalidade de seus integrantes.
É através da prática de instrução maçônica e instrução geral, com
conferências, palestras e trabalhos que nos possibilita a chegar num
entendimento maior sobre todos os aspectos relacionados com o
comportamento humano.
Por outro lado, não devemos nos esquecer de que todos os
conhecimentos maçônicos derivam das outras ciências, e que qualquer tema
científico abordado em Loja, será um auxiliar do conhecimento maçônico.
Daí a preferência de falar de um assunto restrito a nossa intimidade:

MAÇONARIA E MORAL.
O ser humano tem uma necessidade básica que é de viver em grupo, ou
seja, ele não pode se isolar. Para que viva bem com os seus semelhantes,
necessita de um “modo de vida” que não cause prejuízos aos outros e que
não só receba favores da coletividade, mas também proporcione favores a ela.
É esta troca de serviços que faz a sociedade. Pois, se tudo der, enfraquece e
debilita o doador; o tudo receber também causa danos a quem recebe. Daí, o
equilíbrio que deve haver entre os membros de uma sociedade.
O dar não se refere apenas às coisas materiais, também se refere aos
modos, atos e aos costumes.
A civilização tem suas características nestas trocas equilibradas entre os
indivíduos. Viver, todos vivem, saber viver é que é difícil.
Seguir os costumes de uma população propugnando para que sempre
este núcleo avance no progresso é o dever de todo o cidadão.
O indivíduo deve se adaptar ao meio em que vive, procurando se
integrar com seus semelhantes.
Mesmo as inovações que ele pretender, devem ser feitas em caráter
suave, de forma que, uma medida que vai beneficiar a coletividade não
comece por perturbá-la ou lesá-la.
As medidas tomadas lentamente, tem mais possibilidades de serem
aceitas, evitam choques e manifestações de descontentamento.
É a esse viver, acompanhando os costumes, procurando não deturpá-lo, que
chamamos de MORAL.

163
A Maçonaria prima pela evolução e aperfeiçoamento da humanidade,
mas, em um ritmo que não quebre a rotina, pois ela sabe que a natureza não
dá saltos e que todo salto é seguido de resultados nem sempre aceitáveis.
O progresso, como a evolução, para ser consolidado, tem que ser lento,
para que haja entre os indivíduos a fase necessária à adaptação.
Vejamos por exemplo quando um acidente ocorre, provocando a perda
de um ente querido. Nesse caso, o choque inicial é violento, mas pouco a
pouco, o indivíduo vai-se adaptando àquela situação, chegando mesmo a
aceitá-la. Esta é uma grande característica da espécie humana.
É no meio de indivíduos, capazes de se adaptarem e de viver, no meio
da sociedade, se acomodando a ela, que a Maçonaria busca os seus elementos.
O ensino maçônico é assim, metódico, sem dar saltos, passando de um
problema a outro, sem choques mentais, para que possamos ser estabilizados.
Os indivíduos de boa moral são os que melhor se enquadram no
aprendizado, pois, pelo fato de viverem dentro da MORAL, já são
disciplinados, de forma com que a Maçonaria se vale dessa disciplina para
ensinar-lhes os seus conhecimentos.
O homem disciplinado é um homem MORAL, incapaz de lesar o
próximo e, por conseguinte, um elemento em potencial para receber
ensinamentos.
Por outro lado, a Maçonaria não quer que os seus obreiros saiam pela
rua a espalhar os seus conhecimentos; porque se ela ensina em doses
fracionadas aos seus adeptos, como será possível permitir que sejam dados em
dosagem alta aos profanos?
Os ensinamentos dados a quem não tem preparo, chocam, criam
impactos; especialmente, se a revelação vai pôr em condição de inferioridade
quem a ouve.
Não é em vão que a Maçonaria exige os indivíduos de MORAL para
integrar os seus quadros. Pois, eles são uma garantia de sucesso na sua
sublime missão de contribuir com o desenvolvimento humano e promover o
bem-estar social.

________________________________________

164
*DESAFIOS DA INSTITUIÇÃO, IMPOSTOS PELA
MODERNIDADE.*

Um dos grandes desafios que a nossa instituição depara com a


modernidade, é ajustar seus conceitos e regulamento diante da evolução
meteórica no campo da Ciência, da Tecnologia, no Social, Político e
Econômico.

Para não ir muito longe destacamos apenas um dos requisitos exigidos


de um candidato que pretende ingressar na Ordem: “estar em pleno gozo da
capacidade civil.”

Mais adiante, abordaremos este passo fundamental que é a admissão de


um candidato e os requisitos essenciais para que este se torne maçom. Antes,
porém, vamos voltar no tempo. É importante que entendamos como as coisas
caminharam para chegarmos onde estamos hoje, bem como, imaginarmos o
que poderá vir no futuro.

A história nos mostra que para sobreviver, e se relacionar com os


outros, o homem teve necessidade de estabelecer certas regras com o fito de
tornar mais fáceis suas relações.

Pouco a pouco, os homens de uma coletividade foram convencionando


isto ou aquilo, de forma que, ao se referirem a este ou aquele assunto,
pudessem ser entendidos pelos outros. Esses padrões foram criados em épocas
remotas e a própria linguagem nada mais é do que uma série infinda de
convenções. Para cada povo e para cada língua um ajuste diferente.

Nos diferentes planos da sociedade, grupos de homens vão se


encarregando de fazer as suas convenções, e, mediante uma propaganda
preparada, vão difundindo, entre os demais, o que foi convencionado.

Certo é que o mundo marcha para o progresso e para a evolução. Houve


época, e não muito distante, que não se permitia o uso de biquíni nas praias.
Hoje, isto é visto com total naturalidade. Cada fase da humanidade tem uma
tendência para este ou aquele lado.

O século XXI nos apresenta evoluções bombásticas no campo dos bons


costumes. No entanto, vou me limitar a uma delas, que trata da convenção
bastante difundida por meio de debates, programas de TV, passeatas, etc., que
é a celebração do “casamento gay”. Em alguns países mais liberais, dois
homens se apresentam descaradamente de mãos dadas, promovem eventos
sociais badaladíssimos para celebrar e comemorar a sua união com o outro.

165
Aos presentes implicitamente já está convencionado: ninguém se atreve
a questionar qual deles fará o papel do homem ou da mulher.

Para uns, uma verdadeira aberração da natureza, para outros; tudo


muito natural, e ai de quem discriminar tal feito!

No censo 2010, o IBGE pela primeira vez perguntou a opção sexual dos
entrevistados. Em 60.000 casas, moradores declararam que ali vivia um casal
de homossexuais. As autoridades civis, com a justificativa de se ajustar ao
progresso e a modernidade, ainda que de forma acanhada, vão aos poucos
reconhecendo a legalidade da união. Segundo pesquisa do IPEA, 63% dos
brasileiros defendem a presença de homossexuais nas Forças Armadas. Como
se vê, certos costumes e valores com o passar do tempo têm sido apresentados
às novas gerações com prazo de validade.

No Brasil, após inúmeras passeatas e, sob pressão, o STF reconheceu a


união estável gay em 2011, um passo elástico demais, se considerarmos a
força contrária das religiões que se apoiam em princípios cristãos. Como se
vê, o casamento gay coloca um desafio complexo às instituições,
especialmente àquelas que defendem a solidez e a perpetuação da família
como célula mater da sociedade. Vejamos alguns fatos; todos ocorridos no
transcorrer do ano passado, que nos forçam a uma reflexão.

Acredito que a maioria dos irmãos assistiu a revelação pública da


cantora Daniela Mercury, assumindo a união com a jornalista Malu Verçosa.
Isso após dois casamentos convencionais e a mãe de dois filhos legítimos.

No campo político um caso, no mínimo, curioso e que demonstra o


atrevimento dos homossexuais. O deputado João Paulo Cunha, processado e
posteriormente condenado pelo STF, no caso mensalão, se tornou presidente
da comissão de constituição e justiça da Câmara dos Deputados. Não houve
na época, nenhum protesto. No entanto, o Deputado Marco Feliciano, que
também é pastor, se transformou símbolo do mal, por se declarar contra a
união de pessoas do mesmo sexo. Por várias vezes foi impedido de presidir os
trabalhos devido a ação de vandalismo promovida pelos homossexuais nas
dependências do Congresso Nacional.

No âmbito cultural do nosso Brasil vale citar duas passeatas ocorridas


num intervalo de 20 dias. A passeata contra a “corrupção” reuniu cerca de
2500 pessoas. Já a passeata do “orgulho gay” reuniu nada menos que 1 milhão
de pessoas. Conclusão mais do que lógica: “Tinha mais gente lutando pelo
direito de dar o rabo, que pelo direito de não ser enrabado”.

166
Enfim, no mundo profano, pelas leis civis a união destes casais
“exóticos” é reconhecida como “união estável...”

E a nossa instituição como fica nessa história? O que podemos afirmar


é que a Maçonaria reconhece a diversidade de orientação filosófica ou política
existente nos grandes meios – seguir o profano essas orientações, é um direito
que lhe assiste, especialmente, se as suas ideias com elas se coadunam.

Para o Maçom, contudo, não há necessidade de andar às cegas,


abraçando esta ou aquela doutrina, esta ou aquela causa, esta ou aquela
filosofia.

A doutrina maçônica é clara: ela tem seu caminho pré-estabelecido; é


constituída de livres pensadores, em que se cultua a verdade e se examinam os
fatos, à luz da lógica e da ciência. Especificamente em relação ao casamento,
a maçonaria o defende entre indivíduos que tenham afinidades, e que possuam
laços afetivos. Presume-se que essa união seja entre homem e mulher. O
direito de livre escolha do cônjuge é uma das premissas defendidas pela
maçonaria. Pois, no passado sabe-se que era costume pais prometer seus
filhos (as), sem questionar o seu desejo. Ainda assim, a instituição não define
claramente qual é sua posição em relação ao fato em questão, qual seja: “o
homossexual na maçonaria”. Diante de tal indefinição, temos que admitir
primeiramente, que estamos vivendo a uma evolução frenética e necessário se
faz uma orientação segura aos seus obreiros, sem influenciar na liberdade de
pensamento.

Retornemos agora, no ponto inicial que trata dos requisitos essenciais


para a admissão de um candidato à nossa Ordem. Abordaremos um caso
“hipotético”. Antes, porém, deixemos de lado a ideia de que tal fato pode
ocorrer em qualquer outra instituição, menos na maçonaria.

Pergunto: Que postura a Loja deve adotar em relação a um candidato de


projeção no mundo profano, volto a repetir (caso hipotético) – um Promotor
de Justiça; que preenche todos os requisitos previstos na Constituição da
Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, porém, se declara “homossexual”?
Avancemos um pouco mais no hipotético exemplo: e se este candidato,
discretamente sem se declarar homossexual, se transforma num maçom?
Para complicar, algum tempo depois, na qualidade de livre pensador,
profundo conhecedor das leis civis, leis estas que reconhecem e ainda por
cima condenam quem discrimina tal condição; aproveitando da ausência de
um dispositivo maçônico, decide por uma “união estável”?

167
É impossível ignorar o quanto uma situação desta comprometeria à
instituição, uma vez que ela é defensora incondicional da “família”. Por muito
evoluído, moderno e sintonizado com as leis vigentes no mundo profano, não
há como negar que a moça masculinizada, o homem afeminado, falseiam as
relações entre os jovens, desequilibram as famílias e muitas vezes fazem-nas
fracassar. À bem da verdade seja o homem ou a mulher, em assim agindo,
comprometem a construção do mundo.

Tanto nos LANDMARKS, na CONSTITUIÇÃO DA GLMMG e no seu


REGULAMENTO GERAL; não há nenhuma objeção quanto a admissão de um
homossexual na Instituição. Os requisitos exigidos passam longe desse quadro
e, no entanto, não deixam de ser uma questão séria diante de correntes
extremas existentes na sociedade. Por um lado, o preconceito, por outro, a
inclusão social, o direito de ir e vir.

Seja lá qual for a posição, necessário se faz explicitá-la no âmbito da


Instituição. A omissão poderá acarretar consequências constrangedoras a uma
Loja que vier a deparar com uma situação dessas. Na ausência de clareza,
obviamente, cada Loja poderá dar interpretação a sua maneira. Se por um
lado, o assunto é delicado, por outro, é necessário e inadiável porque os fatos
estão aí. O mundo evolui; a velocidade do avanço científico, tecnológico,
social, político e econômico é uma realidade. A Instituição, a exemplo de
todas as outras, de certa forma tem que se posicionar a estas mudanças, o que
não significa aceitá-las.

Pessoalmente e independentemente da evolução de tudo que já foi


citado, tenho a minha posição sobre o assunto em questão. Tanto pela
educação que recebi, quanto pela minha formação moral, o meu conceito de
família sempre foi e sempre será pelo modelo tradicional, ou seja: “A
formação da família ocorre a partir do núcleo formado por um homem e uma
mulher e seus descendentes biológicos”. Portanto, respeito os que pensam de
forma diferente, porém, me reservo o direito de não aceitar.

Concluindo, reforço aqui a minha indignação pela inércia e passividade


da nossa Instituição, em não se posicionar nem a favor e nem contra ao
conceito de família, assunto este que vem sendo exaustivamente debatido em
todos os níveis sociais no mundo profano.

Pensemos nisso!

________________________________________

168
*EM BUSCA DE UM BRASIL MELHOR.*

Vivemos um momento de reflexão!

Se eu tivesse me dirigindo a um grupo de advogados, talvez eu falasse


da importância do advogado que defende a justiça e não apenas o réu. Se
fosse a um grupo de médicos, talvez eu falasse da importância do médico que
coloca o amor ao próximo acima dos seus lucros profissionais. Mas, como
sou maçom e me dirijo a um grupo de irmãos, vou falar da importância do
maçom para o desenvolvimento do nosso Brasil e bem-estar do seu povo.

Para começar, vamos falar de goiaba e do doce de goiaba, que eu vou


chamar de “goiabada especial”, inventada (ou projetada) pela nossa
vovozinha lá em casa, depois que várias receitas prontas não deram certo. É
isso mesmo!

Para entendermos a importância do maçom como um agente de


mudanças, vamos falar de goiabas, goiabadas e vovó.

A goiaba é um recurso natural, que não sofreu nenhuma transformação.


A goiabada especial é = a goiaba + outros ingredientes + a energia térmica
fornecida pelo fogão + o trabalho da vovó.

A goiabada é um produto pronto, que eu vou chamar de riqueza. E a


vovó? Bem, a vovó é a dona do conhecimento, da sabedoria; uma espécie de
mestre maçom da culinária.

Agora, vamos supor que a goiaba e a “goiabada especial” sejam


vendidas. Um quilo de goiaba custa um real. Já um quilo da “goiabada
especial” custa cinco reais. Por que essa diferença de preços? Porque
quando nós colhemos uma porção de goiabas, criamos apenas um emprego: o
de colhedor de goiabas. Agora, quando a vovó, faz a “goiabada especial”, ela
cria oportunidades de trabalho e empregos na indústria do açúcar, da cana de
açúcar, do gás de cozinha, na indústria de fogões, de panelas, de colheres e até
na de embalagens, porque tudo isto é necessário para se fabricar e negociar a
“goiabada especial”. Resumindo, 1 kg de “goiabada especial” é mais caro
do que 1 kg de goiaba porque a goiabada é igual a goiaba mais tecnologia
agregada, e a sua fabricação criou mais empregos do que simplesmente colher
a porção de goiabas no goiabal.

Portanto, quanto mais tecnologia agregada tem um produto, maior é o


seu preço, mais empregos foram gerados na sua fabricação.

169
Os países ricos sabem disso muito bem. Eles investem na pesquisa
científica e tecnológica. Por exemplo: eles nos vendem uma placa de
computador que pesa 100g por US$250. Para pagarmos esta plaquinha
eletrônica, o Brasil precisa exportar 20 toneladas de minério de ferro. A
fabricação de placas de computador criou milhares de bons empregos lá no
estrangeiro, enquanto que a extração do minério de ferro, cria pouquíssimos e
péssimos empregos aqui no Brasil; desconsiderando ainda tragédias, a
exemplo da que ocorreu em Mariana com consequências incalculáveis ao
Meio Ambiente e vidas humanas.

Vamos agora sair da “parábola” e entrarmos num fato “real” para


melhor exemplificar a situação do nosso Brasil. O porto de Santos é a maior
cafeteria do mundo. Um terço do café que tomam no mundo passa por ali.
Começa nas fazendas do interior do Brasil e termina nas xícaras de Madri,
Milão, Nova York, etc. Mas não termina nas xícaras não. O maior comprador
do nosso café é a Alemanha. Mas eles não tomam tudo. Vendem a maior
parte. É um grande negócio! Eles pagam para nós em torno de R$400,00 a
saca de 60 quilos e revendem cada uma por R$800,00, sem industrializar
nada, cru mesmo, do jeitinho que eles saem das fazendas. E não é
malandragem, é pura logística. Pois, eles têm uma baita malha ferroviária.
Exportar de lá para o resto da Europa é fácil. Eles importam 18 milhões de
sacas de café e exportam 12 milhões de sacas, o que faz da Alemanha o
terceiro maior exportador de café do mundo, atrás do Brasil e Vietnã, com
uma diferença básica: eles nunca plantaram um único pé de café. Das 6
milhões de sacas que sobram na Alemanha, uma parte razoável vai para uma
cidadezinha do interior. Lá os grãos de café reencarnam na forma de cápsulas
de “Nexpress”. E o nosso estimulante preto acaba ganhando preços, que até
outro dia só era praticado mesmo no mercado de outro estimulante, branco.
Para se ter uma ideia, 1 quilo de cápsulas de “Nexpress” sai por R$400,00.
Isso é setenta vezes o preço do café cru que sai daqui do Brasil. Conclusão: aí,
não é 7 x 1 para a Alemanha e sim 70 x 1.

Avancemos agora em nossas comparações. O Japão é pobre em


recursos naturais, mas é um país rico. O Brasil é rico em energia e recursos
naturais, destaca-se atualmente como o maior exportador de soja, açúcar,
carne bovina e de frango do planeta, mas é um país pobre. Os países ricos são
ricos materialmente porque eles produzem riquezas. Riqueza vem de rico.

Pobreza vem de pobre. País pobre é aquele que não consegue produzir
riquezas para o seu povo. Se conseguisse, não seria pobre, seria um país rico.

Vale ressaltar três coisas: 1º) quando me refiro à palavra riqueza, não
estou me referindo a jóias nem a supérfluos. Estou me referindo àqueles bens

170
necessários para que o Ser humano viva com um mínimo de dignidade e
conforto; 2º) não estou defendendo o consumismo materialista como uma
forma de vida, muito pelo contrário; e 3º) é abominável àqueles que colocam
os valores das riquezas materiais acima dos valores da riqueza interior do Ser
humano.

Existem nações que são ricas, mas que agem de forma extremamente
pobre e desumana em relação a outros povos.

Agora creio que podemos falar do ponto principal. Para que o nosso
Brasil, torne-se um País rico, com o seu povo vivendo com dignidade, temos
que produzir mais riquezas. Para tal, precisamos de conhecimento, ou
tecnologia. Em resumo, precisamos de pessoas preparadas, qualificadas, já
que temos abundância de recursos naturais e energia. E de onde surge o
desenvolvimento tecnológico?

Surge de uma geração preparada, educada e disciplinada para agir como


cidadãos.

Infelizmente, o Brasil é muito dependente da tecnologia externa.


Quando fabricamos bens com alta tecnologia, fazemos apenas a parte final da
produção. Por exemplo: o Brasil produz milhões de televisores por ano, mas
nenhum brasileiro projeta televisor. O miolo da TV, do telefone celular e de
todos os aparelhos eletrônicos, é todo importado. Somos meros montadores de
kits eletrônicos.

Casos semelhantes também acontecem na indústria mecânica, de


remédios e, incrível, até na de alimentos. O Brasil entra com a mão-de-obra
barata e os recursos naturais. Os projetos, a tecnologia, o chamado “pulo do
gato”, ficam no estrangeiro, com os verdadeiros donos do negócio.

É importante compreendermos que os donos dos projetos tecnológicos


são os donos das decisões econômicas, são os donos do dinheiro, são os donos
das riquezas do mundo. Assim como as águas dos rios correm para o mar, as
riquezas do mundo correm em direção aos países detentores das tecnologias
avançadas.

Eu tenho a convicção que o desenvolvimento científico e tecnológico


aqui no Brasil garantirá aos brasileiros a soberania das decisões econômicas,
políticas e culturais. Garantirá trocas mais justas no comércio exterior.
Garantirá a criação de mais e melhores empregos. E, se toda a produção de
riquezas for bem distribuída, teremos a erradicação dos graves problemas

171
sociais. Obviamente que para sobrepor a todas estas barreiras, é necessário se
fazer a união de esforços do poder público, das instituições e do povo que em
tese é o maior interessado nesse processo.

A maçonaria, com todas as suas possíveis deficiências, tem por


princípio promover o bem-estar social. Para tanto, é impossível atingir este
bem-estar se prevalecer a submissão, a omissão, o comodismo, a ausência de
liberdade e, sobretudo a ignorância – miséria inconcebível de um povo que
almeja a soberania.

Nós maçons, não podemos nos curvar às deformações dos valores


morais. Temos que continuar lapidando maçons motivados a combater a
ignorância e edificar templos à virtude. Afinal, é o que bradamos em Loja,
senão vejamos: na reunião de aprendiz, num dado momento o Venerável
Mestre pergunta:
“Para que nos reunimos aqui Irmão 1º Vigilante?”
“Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos
e os erros, glorificar o direito, a justiça e a verdade; para
promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade,
levantando templos à virtude e, cavando, masmorras ao
vício!”

Vale dizer que ao defendermos uma atuação mais efetiva da maçonaria,


não estaremos fazendo nada mais do que colocando em prática o que
pregamos na teoria. Ora, se a maçonaria, cujo propósito maior por ela
defendido é nos tornar “Construtores da Humanidade”, nada mais justo que
nós, maçons brasileiros, trabalhemos na construção mais justa de nossa pátria,
libertando-a da injustiça social, da corrupção, da impunidade e, sobretudo da
ignorância do seu povo.

O que nos revolta, como maçons e cidadãos, é ver que as decisões


políticas tomadas por pessoas despreparadas ou corruptas são responsáveis
pela queima e destruição de inteligências brasileiras que poderiam, com o
conhecimento apropriado, transformar o nosso Brasil num país florescente,
próspero e socialmente justo.

O Brasil que precisamos construir, com oportunidade para todos,


depende do êxito de nossos esforços no campo da educação. Os homens
públicos precisam urgentemente, liderar um autêntico projeto de
desenvolvimento nacional e pensar mais no bem público do que em si
próprio. O povo por sua vez, precisa se conscientizar dos seus deveres
enquanto cidadão. A partir daí certamente o Brasil vai avançar. Só assim
seremos capazes de caminhar com autonomia e tomar decisões que
172
beneficiem verdadeiramente a sociedade brasileira. Será a construção de um
Brasil realmente moderno, mais justo, inserido de forma soberana na
economia mundial e não como um reles fornecedor de recursos naturais e mão
de obra aviltada.

Queira o G.’. A.’. D.’. U.’., que sejamos abençoados nesse propósito,
de lutar sempre, não deixar vencer pelos obstáculos e acreditar que unidos e
com sabedoria tudo é possível.

Lembrete:
“O Brasil que precisamos construir, com oportunidade para todos, depende do êxito de
nossos esforços no campo da EDUCAÇÃO”.

________________________________________

173
PRUMO - A ARTE DA CONSTRUÇÃO
É um instrumento constituído de uma peça de metal ou de pedra,
suspensa por um fio, é utilizado para determinar a direção vertical. Sua
utilização é geralmente empregada na alvenaria. Serve para comprovar que
um objeto qualquer está colocado ou não perpendicularmente ao horizonte.

Seu uso vem da antiguidade onde historicamente a origem de sua


aplicação se deu nas construções de templos, pirâmides e muralhas, há
milênios pelos egípcios, considerados na época os povos mais desenvolvidos
na arte da construção.

Quando se olha um prumo, imediatamente o identificamos com um


pedreiro, mestre de obras ou um construtor. É um instrumento que permite ao
profissional a correta construção da sua obra. É daí, que por analogia o
homem inspirou-se e transferiu o seu real significado simbólico para
expressar a sua forma de ser. O fio do prumo simboliza a atração e a retidão
que deve resplandecer em todos os juízos de um homem ético, de princípios e
de bons costumes. É também a expressão maior da justiça e da equidade que
o homem deve possuir. O prumo simboliza a retidão de julgamento que
nenhum afeto, seja de interesse ou de família, deve desviar. É o símbolo da
profundeza do conhecimento e de uma retidão, que previne todo desvio
oblíquo. Permite a correta construção das muralhas do templo simbólico, em
que se emprega todo homem de bem.

O prumo simbolicamente nos convida a nos elevarmos sempre mais


alto sobre a escada da razão, da ciência e da perfeição moral. Na Maçonaria
vale destacar e reforçar a seguinte particularidade:

O Prumo decora o irmão 2º Vigilante e significa que o Maçom deve ser


reto no seu julgamento, sem se deixar dominar pelo interesse, nem pela
afeição. O prumo sem o Nível (que decora o irmão 1º Vigilante), do
mesmo modo que este sem aquele de nada valem em qualquer
construção, ou seja, os dois se complementam. Isso mostra que o Maçom
tem o culto da igualdade, nivelando todos os Homens e cultuando a
retidão, não se deixando pender pela amizade ou pelo interesse, para
qualquer dos lados!

______________________________

174
MAÇONARIA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL.

Uma sociedade é constituída de um grupo de homens ligados por laços


e interesses comuns. O homem por sua vez comporta-se de acordo com certos
padrões, que lhe são ditados por influências diversas. O meio, o clima, seus
recursos, a família, suas necessidades de defesa, a vida fácil ou difícil. Enfim,
todos esses fatores que cercam o homem em sua vida, agindo isoladamente ou
em conjunto, fazem com que o homem se comporte de determinada forma.
Quando esses indivíduos se reúnem, busca-se aí a finalidade de reforçar
os elos. Na democracia, reportando a República Brasil, o povo indiretamente
se vê reunido através dos seus representantes no Congresso, onde além de se
discutirem os problemas atinentes às necessidades sociais, há um esforço dos
elos em que se baseia a forma de governo - é uma espécie de chama sempre
acesa.
Bem, o lado lógico, saudável e desejável é quando o comportamento
desses indivíduos, pautam suas atitudes em princípios éticos, fraternos e de
bons costumes. No entanto, não é o que o povo brasileiro tem vivenciado. A
indignação é geral diante de tantas aberrações praticadas por seus
representantes, cuja imoralidade sobrepõe a tudo e a todos, nocauteando por
completo o bem-estar do nosso povo.
Com a deflagração da operação lava-jato, o povo brasileiro vem
percebendo aos poucos a dimensão sem precedentes do estrago causado à
nação. É simplesmente estarrecedor o império da promiscuidade política, em
que as autoridades a batizaram de “Mecanismo de Exploração da Sociedade
Brasileira”. Vejam abaixo como esse mecanismo exploratório ópera cujo
Procurador da república, Deltan Dallagnol, da Força Tarefa da Lava-jato
compartilhar:
Na base do sistema político brasileiro, opera um mecanismo de
exploração da sociedade por quadrilhas formadas por fornecedores do Estado
e grandes partidos políticos.
O mecanismo opera em todas as esferas do setor público: Legislativo,
no Executivo, no Governo Federal, nos Estados e nos Municípios.
No Executivo, ele opera via superfaturamento de obras e de serviços
prestados ao estado e as empresas estatais.
No Legislativo, ele opera via a formulação de legislações que dão
vantagens indevidas a grupos empresariais dispostos a pagar por elas.
O mecanismo existe à revelia da ideologia.
175
O mecanismo viabilizou a eleição de todos os governos brasileiros
desde a retomada das eleições diretas, sejam eles de esquerda ou de direita.
Foi o mecanismo quem manipulou as massas para eleger: o PMDB, o
DEM, o PSDB e o PT. Foi o mecanismo quem elegeu José Sarney, Fernando
Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio
Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
No sistema político brasileiro, a ideologia está limitada pelo
mecanismo: ela pode balizar políticas públicas, mas somente quando estas
políticas não interferem com o funcionamento do mecanismo.
O mecanismo opera uma seleção: políticos que não aderem a ele têm
poucos recursos para fazer campanhas eleitorais e raramente são eleitos ou
reeleitos.
A seleção operada pelo mecanismo é ética e moral: políticos que têm
valores incompatíveis com a corrupção tendem a ser eliminados do sistema
político brasileiro pelo mecanismo.
O mecanismo impõe uma barreira para a entrada de pessoas inteligentes
e honestas na política nacional, posto que as pessoas inteligentes entendem
como ele funciona e as pessoas honestas não o aceitam.

A grande maioria dos políticos brasileiros têm baixos padrões morais e


éticos. (Não se sabe se isto decorre do mecanismo, ou se o mecanismo
decorre disto; sabe-se, todavia, que na vigência do mecanismo este sempre
será o caso).
A administração pública brasileira se constitui a partir de acordos
relativos à repartição dos recursos desviados pelo mecanismo.
Um político que chega ao poder pode fazer mudanças administrativas
no país, mas somente quando estas mudanças não colocam em xeque o
funcionamento do mecanismo.
Um político honesto que porventura chegue ao poder e tente fazer
mudanças administrativas e legais, que vão contra o mecanismo, terá contra
ele a maioria dos membros da sua classe.
A eficiência e a transparência estão em contradição com o mecanismo.
Resulta daí que na vigência do mecanismo o Estado brasileiro jamais
poderá ser eficiente no controle dos gastos públicos.

176
As políticas econômicas e as práticas administrativas que levam ao
crescimento econômico sustentável são, portanto, incompatíveis com o
mecanismo, que tende a gerar um estado cronicamente deficitário.
Embora o mecanismo não possa conviver com um Estado eficiente, ele
também não pode deixar o Estado falir. Se o Estado falir, o mecanismo morre.
A combinação destes dois fatores faz com que a economia brasileira
tenha períodos de crescimento baixos, seguidos de crise fiscal, seguidos de
ajustes que visam conter os gastos públicos, seguidos de novos períodos de
crescimento baixo, seguidos de nova crise fiscal...
Como as leis são feitas por congressistas corruptos, e os magistrados
das cortes superiores são indicados por políticos eleitos pelo mecanismo, é
natural que tanto a lei quanto os magistrados das instâncias superiores tendem
a ser lenientes com a corrupção. (Pense no foro privilegiado. pense no fato de
que apesar de mais de 500 parlamentares terem sido investigados pelo STF
desde 1998, a primeira condenação só tenha ocorrido em 2010.)
A operação Lava-Jato só foi possível por causa de uma conjunção
improvável de fatores: um governo extremamente incompetente e fragilizado
diante da derrocada econômica que causou uma bobeada no parlamento que
não percebeu que a legislação que operacionalizou a delação premiada era
incompatível com o mecanismo, e o fato de que uma investigação
potencialmente explosiva caiu nas mãos de uma equipe de investigadores,
procuradores e juízes, rígida, competente e com bastante sorte.
Não é certo que a Lava-jato vai promover o desmonte do mecanismo.
As forças policiais e jurídicas contrárias são significativas.

O Brasil atual está sendo administrado por um grupo de políticos


especializados em operar o mecanismo, e que quer mantê-lo funcionando.
O desmonte definitivo do mecanismo é mais importante para o Brasil
do que a estabilidade econômica de curto prazo.
Sem forte mobilização popular, é improvável que a Lava-Jato promova
o desmonte do mecanismo.
Se o desmonte do mecanismo não decorrer da Lava-Jato, os políticos
vão alterar a lei, e o Brasil terá que conviver com o mecanismo por um longo
tempo.
Bem, até aqui vimos como é o Brasil de hoje. O caos e a decadência
moral a que mergulhamos, dispensa comentários. É possível mudar esse
quadro? Sim, pois, já vivemos tempos melhores. Houve um tempo que
177
imperou em nossa Pátria, os dizeres do nosso Pavilhão Nacional: Ordem e
Progresso. Havia disciplina, respeito e ética. O povo em geral era feliz e não
sabia. Aqui me refiro ao período de 1964 a 1985 – 21 anos em que vigorou o
regime militar no governo. Foram tempos áureos e de orgulho para o povo
brasileiro, sabem por quê? Foi um governo que tinha apenas 12 ministérios.
Prova inequívoca, que o País era bem administrado. Muitos dizem que
vivíamos uma época de ditadura. Bem, façamos aqui apenas um
questionamento: alguém saberia me apontar que ditadura no planeta permite
que um cidadão comum tenha o direito de ir e vir, e, ainda por cima, portar
arma de fogo? Naqueles tempos de “chumbo” aqui no Brasil, como muitos se
referem, todos os cidadãos gozavam desse direito. Um cidadão a partir dos 18
anos de idade adquire uma arma de forma legal e a carregava no porta-luvas
do seu carro. A ditadura nunca o impediu de exercer esse direito. Hoje, se este
mesmo cidadão for denunciado porque matou “maritacas” com uma
espingarda de chumbinho, que estavam danificando a fiação no forró da sua
casa; será preso, porque é considerado como crime inafiançável. Ao passo que
um marginal que rouba e mata um cidadão, responde pelo crime em liberdade.
Entenderam a lógica das nossas leis? Pergunto: qual governo se coloca como
bárbaro e antidemocrático perante o cidadão: o atual ou aquele? Verdade é
que naquele tempo, mesmo armados, os cidadãos não se matavam tanto. E as
estatísticas mostram:
1- “ Nos EUA o porte de arma é totalmente liberado, com uma população
de 321 milhões, o número de homicídios anual é de 13.842. No Brasil, o
porte de arma é proibido, a população é de 207 milhões e o número de
homicídios é de 59.080”. 2- “apenas em três semanas são assassinadas no
Brasil mais pessoas que o total de mortos em todos os ataques terroristas
no mundo nos cinco primeiros meses de 2017”. 3- “a taxa média de
homicídios no mundo é de seis mortes por 100.000 habitantes e a nossa,
de 28,9”. Há que se perguntar: qual a lógica do desarmamento da população
(honesta)?
Analisando por outro ângulo, não há como ignorar as realizações
naquele período, das quais desfrutamos até hoje, senão vejamos:
Área Econômica: O Brasil passou a ser a 8ª economia mundial; Era a 47ª. É
alcançado o PIB de 14%; As exportações cresceram de 1,5 para 37 bilhões de
dólares; Redução da inflação de 100% para 12% a.a”; Criou-se o Código
Tributário; Código de Mineração; Zona Franca de Manaus; o IBDF – Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Tributário; o Banco Central; ICM; IPI; ISS;
etc....

Área de Educação e Saúde: Estatuto do Magistério Superior; Pegaram o

178
País com 100 mil estudantes secundaristas e transformaram em 1.300
milhões;

Criou-se o Crédito Educativo – Projeto Rondon e MOBRAL. Nunca se


ouviu falar que aluno bateu ou esfaqueou professor. Na área da saúde nunca
se viu falência de hospitais, tantas epidemias matando brasileiros e nem tão
pouco hospitais nos quatro cantos do País, improvisando internações nos seus
corredores por falta de leitos.
Emprego e Social: Criação de 13 milhões de emprego; Construção de 4
milhões de moradias; Criação do BNH – Banco Nacional da Habitação;
Regulamentação do 13º salário; Criação do INPS, IAPAS, DATAPREV,
FUNABEM; FUNRURAL – uma das maiores obras sociais do século XX no
Brasil, beneficiando 8 milhões de trabalhadores rurais; Programa de Merenda
Escolar e PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador; Criação do FGTS,
PIS e PASEP.
Energia e Telecomunicações: Criação da Eletrobrás e subsidiárias, Embratel
e Telebrás; Instalação da Usina Nuclear em Angra dos Reis (Angra I e Angra
II); Pró-álcool; Construção de mais de 30 usinas hidrelétricas, entre as quais
as maiores do mundo: Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá e Iataipú; Prospecção de
petróleo em águas profundas, com exportação de tecnologia.
Política Administrativa: Extensão do mar territorial de 12 para 200 milhas
marítimas; Criação do SNI – Serviço Nacional de Informações; Polícia
Federal; LSN – Lei de Segurança Nacional, etc...
Produção / Indústria e Infraestrutura: Construção de 4 portos e expansão e
recuperação de 20 outros, destacando-se Tubarão/ES e Sepetiba/RJ; Indústria
aeronáutica, naval bélica e automobilística; Rede asfaltada de 3 mil para 45
mil quilômetros; Rede Ferroviária ampliada em 3 mil quilômetros e
remodelada em 11 mil quilômetros; Criação da EMBRAPA; Criação da
Infraero proporcionando a construção, modernização e ampliação dos
principais aeroportos brasileiros, destacando-se o Galeão, Guarulhos, Brasília,
Confins, Viracopos, Salvador, e particularmente na Amazônia; Construção do
porto do Maranhão para exportação de minério de ferro da serra dos Carajás;
Construção da Ponte Rio-Niterói; Duplicação da Rodovia Rio/Juiz de Fora e
da via Dutra (Rio – São Paulo); A Petrobrás aumenta sua produção em 10
vezes (de 75 mil para 750 mil barris/dia de petróleo.
Nestes vergonhosos anos de chumbo como dizem os desinformados, as
realizações foram uma catástrofe ou um legado de causar inveja? Tudo isso
SEM fanfarronice, SEM iludir a população com falsas propagandas e SEM

179
apelar para que marqueteiros dourasse a pílula a peso de milhões de reais, às
custas dos cofres públicos.

Vale ainda ressaltar o paradoxo entre os cinco Presidentes Militares,


com os que vieram depois, começando por José Sarney. Todos aqueles, sem
exceção, morreram pobres. Ao passo que entre os pós 1985, prevaleceu a
regra de que um homem que ocupa o cargo máximo de uma Nação, sem fazer
fortuna, prova que não sabe aproveitar oportunidades. Assim que retomaram o
poder se preocuparam logo de fazer o contrário dos Militares: trataram de
pôr os interesses pessoais acima dos interesses do Brasil.
É bom lembrar que naqueles tempos os presídios funcionavam. Esses
sim, um exemplo. Neles entraram terroristas, assassinos, assaltantes,
guerrilheiros e sequestradores. Nos últimos 32 anos, saíram deputados,
ministros, governadores e, até, dois presidentes. Uma pergunta que não quer
calar: Qual é a página negra da história do nosso Brasil?
A verdade é que poucos queriam ou aceitavam o império da Disciplina,
da Ordem e da Moralidade. Por isso, a preocupação dominante dos espertos
era vender ao povo a ideia da liberdade sem limites. Digo espertos porque
estes são os mesmos que demonizavam e demonizam até hoje os 21 anos
do regime militar, e conduziu o Brasil ao fundo do poço. Poucos previram a
nossa falência moral, política e social com tanta precisão como o último
Presidente que devolveu o poder aos civis. Disse o General João Batista
Figueiredo: “O mundo verá o que eles farão com tanta democracia. Jogarão
a Nação num lamaçal de dimensões continentais, onde o povo afundará na
corrupção, na roubalheira, na matança até que se instale o caos social
seguido de uma inevitável guerra civil, chegado este momento, o povo
clamará nas ruas, pela democracia implantada por nós em 1964”...
Diante da atual crise econômica, social e política que estamos vivendo,
a profecia parece estar se concretizando. Obviamente, ninguém de sã
consciência deseja isso, portanto, é necessário que a sociedade através de suas
instituições se organize e encare a realidade dos fatos.
A Força Tarefa da Lava-jato formada pela PF, MPF e Judiciário tem
feito um trabalho sem precedentes, no desmonte das relações
promíscuo-criminosas entre agentes públicos e privados; mas não será
suficiente para passar o Brasil a limpo. Para reverter tal situação, é
imprescindível a união de esforços da população somada às demais
instituições constituídas (OAB, Igreja Católica, Evangélica, Maçonaria,
Imprensa, ONG´s, etc...). Do

180
contrário, deixaremos como legado aos nossos descendentes, um País
desprovido de respeito ao próximo, justiça e valores morais. Enfim, um país
podre.

Quanto a nós maçons, façamos uma profunda reflexão. O povo


brasileiro está tranquilo ante essa crise? A nossa Pátria expressa a nós
brasileiros e ao exterior: paz, disciplina, ordem e progresso? O nosso povo
está feliz com esse cenário calamitoso?
Se a todas as indagações a resposta for NÃO, temos que admitir que,
existe um paradoxo entre o nosso discurso e a prática. Pois, apregoamos
“combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros, glorificar o
direito, a justiça e a verdade; para promover o bem estar da Pátria e da
humanidade”. A Maçonaria tem de fato, exercido o bom combate frente a
essa promiscuidade política que sepulta por completo a esperança de
bem-estar do povo brasileiro?
No campo da atuação política, nós maçons já fomos mais atuantes e
protagonistas em diversos momentos históricos do nosso Brasil. Hoje,
devendo muito à sociedade. A maçonaria precisa se reorganizar politicamente
e se fazer representar. A GLMMG por sua vez, deve manter maior conexão as
lojas jurisdicionadas; definir diretrizes e melhor elucidar quando, como e em
que condições o assunto política pode ou deve ser debatido em loja,
principalmente quando se tratar de defender o bem-estar da Pátria, como
apregoamos. Pois, falar em política de loja para muitos irmãos é um tabu.
Consideram o assunto “política”, impróprio numa reunião maçônica. Poucos
percebem que a política, em princípio, está voltada para fazer o bem às
pessoas; e que as grandes decisões em um Estado democrático de direito
passam pela arena política. Atentamos para a atuação dos evangélicos, que em
tese deveriam se limitar à pregação da palavra de Deus. Estes mantêm sua
organização política, com a meta declarada de ocupar prefeituras, governos e
Presidência da República. Na igreja católica, fatos políticos muitas vezes são
abordados nas homilias, com o objetivo de orientar os fiéis. Não significa que
nós maçons devemos copiá-los, mas também não podemos ficar no discurso e
à sombra dos acontecimentos. Ora, se a maçonaria, cujo propósito maior por
ela defendido é agirmos como “Construtores da Humanidade”, nada mais
justo que nós, maçons brasileiros, trabalhemos na construção mais justa de
nossa pátria, libertando-a da injustiça social, da corrupção, da impunidade e
da ignorância do seu povo. Então, o que nos falta nesse momento caótico é
ATITUDE.
Concluindo, rogamos ao G.´. A.´. D.´. U.´., que sejamos abençoados
nesse propósito, de lutar sempre, unidos e com sabedoria, não deixar vencer

181
pelos obstáculos e sobretudo, acreditar que “NENHUM DE NÓS É TÃO
CAPAZ QUANTO TODOS NÓS”.
________________________________________

CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA
POR QUE O CIDADÃO DEVE BUSCAR A CONSCIENTIZAÇÃO
POLÍTICA?
● Para saber escolher o Político que o representa no Congresso;

● Para evitar que pessoas inescrupulosas ocupam o espaço no poder público,


em benefício próprio;

● Ter discernimento e argumentos para defender seus direitos;

● As pessoas tem que entender que a Política é importante e que devemos nos
posicionar para que a democracia possa acontecer.

EM QUE A POLÍTICA INFLUENCIA NA VIDA DO CIDADÃO?


● Influencia em tudo e na vida de todos nós, independentemente de sexo, cor,
raça e classe social;

● No salário que recebo, naquilo que consumimos (alimentação, energia


elétrica, transporte, moradia, no produto que fabrico, no meu comércio,
nos tributos que eu pago, e sobretudo, no que poderá acontecer comigo
quando não mais tiver condições física e mental para ganhar o meu
sustento.

OS BRASILEIROS EM GERAL JÁ ATINGIU MATURIDADE


POLÍTICA?
● Não. A maturidade política é atingida quando o cidadão não mais se deixa
enganar por aqueles que almejam o poder para dele se beneficiar;

● O cidadão eleitor tem que ter um mínimo de conscientização, para não


deixar que a emoção ocupe o lugar da moral e da razão, quando da escolha
do seu candidato (representante);

● Não deixar que a ideologia o leve a cegueira, a ponto de se iludir com


discursos demagógicos e palavras vazias;

● Procure a se informar e olhar sempre para o seu candidato ou representante


político, como se ele fosse o seu procurador. Imagine como se você fosse
uma pessoa de muita posse/rica, porém incapaz, e que tivesse que confiar a
182
ele a administração dos seus bens para o resto de sua vida. Se a sua resposta
for sim, não há o que discutir.

NÓS MAÇONS, PODEMOS CONTRIBUIR PARA O


APRIMORAMENTO POLÍTICO DA NOSSA SOCIEDADE?
● Não só podemos como devemos contribuir;

● Somos formadores de opinião, portanto, não podemos ficar indiferentes


num assunto que interfere diretamente no bem-estar da sociedade;

● A nossa instituição prega entre outros princípios: a defesa da verdade, dos


valores familiares, o combate à ignorância, defende a justiça e a promoção
do bem-estar da Pátria e da humanidade. O que já é o suficiente para
ilustrar o nosso dever e a responsabilidade que nos cabe quando o assunto é
“Conscientização Política”.

“O povo, enquanto inconsciente do poder do seu voto, permanecerá


agrilhoado à vontade dos demagogos, dos corruptos e dos ditadores”.

________________________________________

183
“A MAÇONARIA E SEUS PRINCÍPIOS”.

A Maçonaria é, antes de tudo, uma instituição filosófica cuja finalidade


é a propagação de sua doutrina e todas as suas atividades sociais e políticas.
Portanto, nada mais são do que a aplicação prática dessa filosofia ao campo
político-social.

Uma filosofia, seja qual for, é um esforço do homem para conhecer-se a


si mesmo e definir sua posição no conjunto das coisas e dos seres que o
cercam, com o objetivo de extrair desse conhecimento de si mesmo e do
mundo exterior uma norma de conduta.

Possuísse o homem perfeito conhecimento do universo, a filosofia seria


uma ciência exata. Não haveria diferentes filosofias e sim, “a filosofia”,
assim como existe apenas “a matemática”. Porém, longe está a filosofia de se
constituir uma ciência; ela é apenas especulação sobre várias hipóteses.
Especulação conduzida a ermo, ora num sentido, ora noutro, daí as diferentes
concepções e consequentes escolas ou doutrinas filosóficas.

Na falta de bases mais consistentes, alicerçam-se as diferentes filosofias


em certos postulados fundamentais. Adotar uma filosofia é admitir como
verdade os seus postulados.

A filosofia Maçônica é uma filosofia espiritualista. Ela admite a


evolução contínua e harmônica do Universo, regida por leis imutáveis;
expressão de uma inteligência suprema, o princípio Criador, a quem
denominamos Grande Arquiteto Do Universo.

São esses os postulados Maçônicos, tão amplos que se ajustam a


quaisquer doutrinas espiritualistas e, se não satisfazem também às concepções
materialistas, todavia não se chocam com aquelas que admitem a regência do
universo por um sistema de leis imutáveis.

O filósofo Maçom procura sabiamente ajustar-se à harmonia que a tudo


preside no universo, evitando, destarte, os choques e atritos que causam a
infelicidade humana. Inicialmente, ele procura a harmonia interior,
disciplinando seus impulsos e sentimentos, burilando seu caráter,
conquistando o equilíbrio espiritual. Senhor de si mesmo, controla
perfeitamente suas ações, dominando suas paixões, seus instintos irracionais,
seus impulsos egoísticos. Evoluindo espiritualmente, o Maçom aprende a
184
desprezar as ambições puramente materiais que perturbam a paz interior e o
fazem insatisfeito, frustrado e infeliz.

Assim dominado o ego, fácil é conquistar a harmonia com o mundo


exterior, porque o Maçom sente-se integrante do Universo como peça
necessária, e não como simples espectador, ou mesmo adversário de tudo e de
todos. Os impulsos vão cedendo lugar aos altruísmos e o ajustamento vai
tornando-se cada vez mais espontâneo, a integração cada vez mais perfeita; é
a felicidade a que devemos aspirar.

A procura da harmonia com o mundo exterior gera o sentimento de


fraternidade, expressão de solidariedade, tolerância e lealdade.

O equilíbrio espiritual gera, portanto, a conduta altruística.


Reciprocamente, a prática do bem – expressão de altruísmos – reflete-se sobre
o espírito fortalecendo-o e tornando-o mais estavelmente equilibrado. A
prática do bem é, pois, para o Maçom, a norma de ação natural, porque,
através dela, ele se sente integrado no cosmos e conquista cada vez mais a paz
interior, que é a verdadeira felicidade.

Para tornar sua doutrina mais facilmente assimilável, como também


para inspirar conceitos mais amplos, a Maçonaria transmite seus
ensinamentos por meio de símbolos. Cada Maçom vê estes símbolos
conforme o seu grau de evolução, sem afastar-se dos fundamentos da
doutrina. Assim, todos poderão evoluir sem submeter-se a padrões
excessivamente rígidos, sem forçar o seu modo de ser, e no seu tempo, vão
encontrando horizontes mais amplos e vastos. É uma integração evolutiva no
conceito universal.

Tal como em relação ao indivíduo, a doutrina Maçônica deve


proporcionar à própria Ordem, uma norma de conduta. Essa norma de
conduta, para ser coerente com os fundamentos da doutrina, não pode deixar
de ser harmoniosa, pacífica, tolerante, paciente, construtiva. Longe de
preconizar a violência, a Maçonaria não agride; apenas defende-se dos
ataques que recebe.

Infelizmente, os sentimentos egoísticos – opostos à harmonia que a


tudo preside no universo – geram forças nefastas em luta constante contra as
forças do bem e, portanto, contra a Maçonaria. Procurando manter as massas
na ignorância e na escravidão dos preconceitos, as forças egoísticas provocam
as manifestações de intolerância, ódio e injustiça, fomentam a exploração do
homem pelo homem, a tirania, as lutas sociais, as guerras e todas as demais

185
formas de atrito e choques que tornam a humanidade sofredora. Esta é a luta
permanente, que é a própria razão de ser de nossa Ordem.

No campo político-social, os objetivos da Ordem, decorrentes de seus


princípios filosóficos, se resumem no lema:

LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE

A liberdade de consciência e, portanto, de opinião, é irrestrita. A


liberdade de ação, contudo, é limitada pela liberdade alheia. A liberdade do
indivíduo não pode ferir os direitos de outrem, inclusive o próprio direito de
ser livre. A liberdade é, assim, subordinada ao bem-estar coletivo. Para que a
liberdade de crença e de opinião não crie dissensões no seio da Ordem, a
Maçonaria não permite discussões político-partidárias, religiosas e sociais em
seus trabalhos, nem manifestações de tal modo em seu nome e sob a
qualidade de Maçom. É um antigo costume, embora não seja um Landmark.

A Igualdade deve ser entendida como igualdade de direitos em


igualdade de condições, sem distinção de castas, raças ou grupos sociais
(políticos, religiosos, partidários, etc.). A igualdade não é, portanto, o
nivelamento puro e simples dos indivíduos, pois estes diferem entre si pelo
seu valor, decorrente das qualidades pessoais. Cada um presta à coletividade
serviço de maior ou menor importância, merecendo em retribuição,
prerrogativas correspondentes à sua função social.

A Fraternidade é a expressão do amor ao próximo e da solidariedade


humana. Tal como a igualdade, a fraternidade pode ser entendida como
nivelamento de indivíduos, ignorando-se a diferenciação natural que decorre
do mérito de cada um. A fraternidade exclui aqueles mesmos preconceitos,
aquelas mesmas distinções que a igualdade recusa, mas faz tábua rasa do
valor pessoal de cada um. A grande família humana, como qualquer família,
possui membros de maior ou menor valor social; reconhecer esses diferentes
valores é comezinha a justiça.

Para concluir, a verdade é que lamentavelmente a maçonaria sempre foi


e ainda é mal interpretada no mundo exterior, ou profano, assim definido por
nós maçons. Por tratar-se de uma instituição fechada, com presença reservada
apenas aos seus associados, mitos e equívocos são proferidos quanto à sua
integridade. Felizmente, uma instituição milenar, sólida e consciente da sua
missão neste plano é e sempre será intocável pela desinformação e ignorância
dos que ousam definir suas práticas e conceitos. Portanto, para melhor
compreensão de quem realmente quer entender o que é maçonaria e o que nos
186
motiva a trabalhar como maçons; assim resumimos: “A Maçonaria é uma
instituição essencialmente filantrópica, educativa e progressista. Proclama a
prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral,
intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do
dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante
da verdade. Seus fins supremos são: a LIBERDADE, a IGUALDADE e a
FRATERNIDADE”. Portanto, sejamos convictos e lúcidos: esta é a verdadeira
definição do que é MAÇONARIA.

________________________________________

187
O RETRATO DO BRASIL NOS DIAS ATUAIS
Nos primórdios da colonização, o Padre Antônio Vieira já combatia, em
seus famosos Sermões, o desregramento e a corrupção que imperava na
nascente colônia.

Creio que jamais tenhamos atingido tal grau de desmoralização da


política e dos políticos. O desastre é completo e poucos, muito poucos, saem
de forma ao menos decente do festival de incompetência e desonestidade que
nos assola. E todos os implicados encontram justificativas e razões, das mais
tolas e às mais elaboradas, para o seu inexplicável comportamento.

As teorias sobre o tema espalham-se pelos órgãos de comunicação.


Professores, analistas políticos, historiadores, sociólogos, etc., alvitram
interpretações das mais diversas, todos se acreditando donos da verdade. E
nessa enxurrada de ideias, deparei-me certa vez com uma afirmação que
concordo em gênero, número e grau que é a seguinte: tornada Estado antes de
ser Nação, “a sociedade brasileira mergulhou no desastre antes de conhecer os
benefícios da civilização”.

Há 518 anos, uma terra até então desconhecida foi, como queiram,
“descoberta” ou “encontrada”. Hoje, isso pouco importa. Habitada por grupos
vivendo num período, sem resquício de lei ou de ordem, reunidos em tribos
inimigas umas das outras, logo foram alvos dos que buscavam ouro, pedras
preciosas, madeiras de lei e outras coisas mais. Eram portugueses, franceses,
holandeses, ingleses e outros que se aliavam a tribos distintas e combatiam,
com a ajuda delas, pela posse, quer definitiva quer transitória, daquelas áreas
mais promissoras. E sob o signo da busca de riquezas, fosse qual fosse o
preço a ser pago, nasceu o vasto território que viria a ser conhecido como
Brasil.

Os portugueses terminaram por fazer valer a ferro, fogo e sangue, seus


direitos de posse sobre aquela que viria a ser a mais valiosa joia da coroa lusa,
vencendo ao longo do tempo, eventuais e esporádicas tentativas regionais de
independência. Mas ainda nos primórdios da colonização, o Padre Antônio
Vieira já combatia, em seus famosos sermões, o desregramento e a corrupção
que imperava na nascente colônia.

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Veio à independência com suas lutas. Primeiro contra os portugueses
que buscavam conservar a posse da terra; depois as internas motivadas, no
mais das vezes, por dissensões políticas. Em meio a conflitos realizados,
revoltas armadas e revoluções (umas com sangue e outras nem tanto),
chegamos aos dias atuais, quando, teoricamente, todos são iguais perante a

Lei muito embora isso, na prática, não se traduza em realidade. Afinal, entre
nós, uns poucos se mostraram, desde sempre, mais iguais que a grande
maioria.

A pressa com que foram ao pote de ouro o Partido dos Trabalhadores e


os tais “partidos da base aliada”, tanto por razões ideológicas quanto pelo
hábito da rapinagem pura e simples do dinheiro público tornou-se, ao longo
de treze longos e sofridos anos, a razão maior da sucessão de escândalos que
hoje nos desmoralizam e levam à rua da amargura. Na verdade, a ideologia
passou a ser a desculpa de todas as safadezas praticadas contra o Erário, ainda
que muitos aproveitam para tirar a sua parte. Envolvidos: políticos de
diferentes partidos, empresários e funcionários públicos corruptos, sendo
estes, no mais das vezes, muito bem situados nas respectivas hierarquias,
provando que não é o “ganhar bem” que os torna imunes à tentação do
dinheiro fácil.

Na Bíblia, escrita há cerca de 2 mil anos, mais atual que o jornal de


amanhã, nos versículos 2 e 4 de Provérbios 29, encontramos:
“Quando o governo é formado de homens justos e honestos, o povo vive feliz;
mas, quando os líderes de uma nação são maus e desonestos, o povo chora de
tristeza”.
“Um governante justo e honesto ajuda seu país a crescer e viver em paz; o
governante que quer ficar rico às custas do povo acaba destruindo sua
nação”.

Lamentavelmente, este é o retrato do Brasil nos dias atuais.

________________________________________

189
“NOS JOGOS DAS ELEIÇÕES A BOLA DEVERÁ SER
SUBSTITUÍDA PELO VOTO CONSCIENTE”.

Os brasileiros estão vivendo neste ano de 2018 dois momentos inesquecíveis:


a copa do mundo de Futebol, onde todos independentemente de ideologia política e
classe social, se firmam torcendo pelo Brasil. Esse fato nos leva a ser conhecidos
internacionalmente como a “pátria das chuteiras”. Mas, o mais importante evento do
ano está ainda por vir: as eleições majoritárias de outubro. Os nossos maiores
adversários não são a Alemanha, Argentina, Espanha, Inglaterra, França, Bélgica e a
Croácia, mas sim: a corrupção, violência, desemprego, as drogas, a carência nos
hospitais e escolas, a falta de infraestrutura que nos impede de crescer
economicamente e de saneamento básico.

No jogo das Eleições de outubro próximo, cada brasileiro e brasileira


deverão ser os jogadores mais importantes do país, onde a bola deverá ser
substituída pelo voto consciente.

Nós maçons em especial, temos o dever moral de não só defender, como


sustentar essa ideia. Pois, é sabido por todos nós que a Confederação da Maçonaria
Simbólica do Brasil – CMSB, com as 27 Grandes Lojas do Brasil, lançou o
Programa “VOTO CONSCIENTE”, o qual está sendo desenvolvido nos 26 estados
da Federação e no Distrito Federal, com o slogan “REAGE BASIL!” Conforme
palavras do nosso ex-Grão Mestre Geraldo Eustáquio (Tataco), “o cidadão precisa
tomar consciência de que o voto é a única arma para as mudanças e
fortalecimento da democracia, rumo a uma Pátria mais saudável, fraterna,
igualitária e desenvolvida, com ordem e paz social.”

O Brasil conta hoje com cerca de 2 milhões de jovens de 16 e 17 anos que


irão votar pela primeira vez e 8,5 milhões entre 18 e 20 anos. Eles decidirão pelo
futuro do país que será promissor ou nefasto.

Ninguém de sã consciência ignora a maturidade precoce dos jovens de hoje,


mas ainda assim nunca é demais atentar por alguns cuidados, como:

1*) Não acreditem em tudo que venha pelo WhatsApp e internet, pois não se sabe
se são verdadeiras ou falsas.
2*Saibam que o único meio para transformar o Brasil num país menos corrupto e
mais digno e justo para os seus cidadãos é através do seu voto consciente.
3*) Não permitam que professores mal intencionados e colegas doutrinados nas
Escolas, Faculdades e Universidades façam as “suas cabeças”, induzindo-os a
votarem em certas pessoas. É preciso ter o cuidado para não ir na onda de pessoas
radicais, que às vezes age com a emoção e não com a razão; outras põe os seus
interesses pessoais acima do coletivo.

190
4*Atenção redobrada com os “falsos socialistas”, na realidade, comunistas; com
aqueles discursos da vitimização. Exemplos muito comuns defendidos pelos
comunistas de plantão: 1- coitadinho, não teve oportunidades e é vítima da
sociedade capitalista e da burguesia; 2- a ideologia de gênero (a criança é que deve
escolher o seu sexo).
5*Observem como os meios de comunicação vem sendo bastante agressivos em
denegrir a família tradicional (homem, mulher e filhos), célula mater de uma
sociedade cristã.
6*As drogas também contribuem muito para a destruição das famílias bem como
para o enfraquecimento de um povo. Hoje se fala muito em descriminalização da
droga. Aqui cabe um questionamento: será que isso beneficiaria quem? Os próprios
drogados, os traficantes, os países vizinhos produtores como a Bolívia ou a
sociedade? De que forma a descriminalização seria benéfica?
7*O incentivo por parte da mídia e pelo politicamente correto ao grupo LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) é outra forma de destruição da família
tradicional. Sem entrar no mérito religioso, a natureza não nos concedeu outra
forma para perpetuação da espécie humana, senão através do homem e da mulher.
8*Analisem a vida política de cada candidato: ideologia política, envolvimento com
falcatruas, corrupção, troca de favores, trocas exageradas de partidos e, sobretudo, o
seu caráter.

Porque não um chamado especial aos mais de 11 milhões de eleitores acima


de 70 anos, isentos da obrigatoriedade de votar. Os anos de vivência em pleno
Estado Democrático de Direito com certeza agregaram algum aprendizado em suas
vidas. Não deixem de participar desse ato cívico, que determinará o futuro da nossa
querida Pátria. Os jovens e as futuras gerações desde já agradecem o esforço e a
participação dos Senhores e Senhoras.

Para concluir, rogamos as luzes do GADU para que nessas eleições o VOTO
CONSCIENTE, possa reforçar o nosso senso patriótico e de forma responsável
colaborar com o crescimento moral, ético, social, político e econômico do nosso
país.

_______________________________________

191
*OS SUCESSOS DE UMA NAÇÃO PROVÉM DE ATITUDES
CONSCIENTES DOS CIDADÃOS E DE SEUS GOVERNANTES.*

Façamos uma análise dos últimos 15 anos de governo, para


entendermos a real situação que o Brasil se encontra hoje. Vamos constatar
que a ausência de consciência política faltou de ambas as partes: cidadãos e
governantes.

Tudo começou com a crença de que o povo brasileiro tinha encontrado


o salvador da pátria amada chamada Brasil. Sim, o Partido dos Trabalhadores,
oriundo da classe operária e, portanto, dos pobres, descobriram que somente
um retirante, vindo de baixo, poderia não só compreender, como atender aos
anseios que o povo reclamava.

Hoje, pode-se dizer em alto e bom som, aquilo que todos que acreditam
em Lula e no PT precisam admitir.

O PT do Lula cresceu apontando culpados pelos problemas brasileiros.


Primeiro culpou José Sarney, depois Fernando Collor e Fernando Henrique
Cardoso.

Por mais de vinte anos, Lula e sua trupe gritaram que o Presidente da
República e seu partido têm responsabilidade direta sobre tudo o que acontece
no país.

Foi assim que o Partido dos Trabalhadores conquistou o apoio da


imprensa, de artistas, dos “intelectuais”, das representações estudantis, dos
funcionários públicos, dos sindicatos e movimentos disso e daquilo.

Como solução, os petistas diziam que o Brasil precisava ser governado


por pessoas abnegadas e comprometidas com os interesses dos mais pobres.
Não por acaso, essas pessoas eram eles mesmos.

Com esse discurso, o PT chegou ao poder (do qual não queria nunca
mais sair, por isso montou uma base aliada que custou à Petrobras, o BNDES,
os Correios, o BB, a CEF e 2/3 do dinheiro dos cofres públicos).

Lula teve tudo para construir um país melhor, mais justo, fácil e seguro.

Teve apoio dentro e fora do Congresso.

Contava com aprovação popular na casa dos 80%.

192
Lula teve dinheiro público aos montes.

A arrecadação do governo federal duplicou em seu governo.

Nenhum outro presidente teve condições tão boas para fazer o melhor,
fazer o certo, melhorar o Brasil.

Mas Lula não fez.

Optou por chamar para junto de si todos os integrantes sujos da política


nacional que ele tanto criticava, incluindo o PMDB.

Lula abraçou Sarney, Renan, Ciro, Maluf, Collor e Jucá.

Repartiu a máquina pública entre PMDB e outros partidos aliados.

Para financiar suas campanhas eleitorais e seus militantes, o PT


institucionalizou e expandiu a corrupção brasileira a níveis nunca vistos,
segundo delatores da Lava Jato.

Lula é o PT. O PT é o Lula.

Foi Lula quem escolheu Dilma para sucedê-lo (uma analfabeta que
nada entendia de nada, nem vereadora tinha sido antes).

Foi Lula que chamou Michel Temer para ser o vice dela.

Programas de crédito subsidiado pelo BNDES, emissão de títulos da


dívida, Medidas Provisórias, nomeação de diretores em estatais… tudo isso
depende da assinatura do Presidente da República.

O esquema entre Temer e a JBS foi iniciado e alimentado durante os


governos Lula e Dilma.

Lula e Dilma fizeram campanha para Sérgio Cabral e Eduardo Paes.

Lula e Dilma nunca manifestaram interesse em acabar com o foro


privilegiado, nem com os super salários e pensões que estão corroendo as
contas públicas.

Foram Lula e Dilma que entupiram o estado com militantes e amigos


deles. Depois de 13 anos de PT, os jovens pobres continuam saindo das
escolas mal sabendo escrever seus próprios nomes.

193
A última divulgação do Pisa – exame internacional, com alunos de 15
anos, foi avaliado 73 países. A posição do Brasil no ranking foi de 63ª. Uma
vergonha! Ao invés do PT se preocupar com uma base curricular alinhado
com países de primeiro mundo, empatou o tempo com a tentativa de
introduzir o Kit gay e confundir a cabeça da criançada e dos pais de bons
costumes.

O PT recebeu um país com taxa de evasão escolar de 7,6% e entregou


com 16,5%.

Cerca de 27% dos brasileiros são analfabetos funcionais e 30% dos


brasileiros nunca leram um único livro na vida.

Quando Lula foi eleito, 9,5% dos jovens não trabalhavam. Quando
Dilma saiu, esse percentual estava em 25,8%.

Depois de 13 anos de PT, metade dos domicílios brasileiros continuam


sem acesso a rede de esgoto e 30% não têm acesso à água tratada.

Depois de 13 anos de PT, metade dos trabalhadores continua ganhando


menos de um salário mínimo por mês, 20 milhões de pessoas ganham menos
de R$ 140 e quase 9 milhões de pessoas encontram-se na extrema pobreza
com renda abaixo de 70 reais.

Depois de 13 anos de PT, metade dos nordestinos dependem da Bolsa


Família para viver.

Depois de 13 anos de PT, mais de 60 mil pessoas são assassinadas por


ano e a taxa de elucidação de homicídios chega a ser de 4% no Pará.

Outros 21 estados sequer sabem quantos homicídios são elucidados


anualmente.

Nunca antes na história deste país os bancos lucraram tanto quanto nos
governos Lula e Dilma.

Ambev, Eike Batista e suas empresas, JBS, Lojas Riachuelo, OAS,


Odebrecht e tantas outras grandes empresas foram infladas com dinheiro que
o PT roubou dos brasileiros.

O PT roubou mais de R$ 70 bilhões dos funcionários da Caixa


Econômica, do Banco do Brasil, da Petrobrás e dos Correios.

194
Roubou mais de R$100 milhões de milhares de funcionários públicos.
Segundo o TCU, 578 mil contratos da Reforma Agrária e mais de 1,1 milhão
de cadastros do Bolsa Família estavam irregulares.

Junto com outros partidos, o PT roubou R$42 bilhões da Petrobrás.

É preciso repetir: era o PT que ocupava a Presidência da República.

Era o PT que tinha o poder das decisões.

Antes de ser afastada, Dilma cortou bilhões de reais em verbas de todas


as áreas.

Considerando que a esquerda acredita que uma pequena minoria da


população enriquece às custas da pobreza da grande maioria, devemos
concluir que o PT foi o maior vetor de desigualdade social da história desse
país.

Pesquisa publicada pelo IPEA mostra que a única parcela da população


que teve aumento de renda durante o segundo mandato de Dilma foi a dos
super- ricos, pessoas com renda acima de R$ 150 mil por mês.

O restante da população teve redução na renda.

Os bancos, por exemplo, lucraram durante o governo Lula oito vezes


mais do que no governo de FHC.

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro só está


acontecendo porque durante 13 anos o PT ignorou a pauta, mantendo as
fronteiras escancaradas para a entrada de armas compradas por criminosos e
incentivando a delinquência.

Durante os governos do PT, a criminalidade explodiu nas regiões mais


pobres do Brasil.

No Amazonas, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e


Tocantins, o número de homicídios aumentou 100%.

No Rio Grande do Norte, o aumento foi de 232%.

Como se fosse pouca culpa, Lula e o PT ainda se dedicam a atacar a


Lava Jato, o que beneficia dezenas de políticos corruptos, incluindo o tucano
Aécio Neves.

195
O PT tem culpa até no colapso econômico da Venezuela, uma ditadura
socialista que foi financiada com empréstimos bilionários do BNDES.

O Partido dos Trabalhadores não promoveu “avanços sociais”.

Os “milhões de brasileiros retirados da pobreza” são um golpe de


marketing baseado na mudança dos critérios de identificação de classes
sociais, a partir do qual só pode ser considerado pobre o cidadão com renda
abaixo de R$ 291 por mês. Acima disso, a pessoa já é “classe média”.

O PT promoveu apenas corrupção e desperdício de dinheiro dos


pagadores de impostos em larga escala, resultando na maior recessão da
história do país e afetando principalmente os mais pobres.

O Brasil inteiro assistiu dois petistas (Celso Daniel – ex-prefeito de


Santo André e Toninho do PT – ex-prefeito de Campinas), que ao descobrir as
verdadeiras intenções do seu partido, arrependeram-se e tentaram voltar atrás;
foram torturados e assassinados. Os crimes não foram elucidados até hoje.
Como toda facção criminosa, o PT é comandado de dentro da cadeia pelo Sr.
Lula da Silva. Qualquer semelhança com o PCC é mera coincidência.

Por muito pouco o PT, Lula e Dilma não transformou o Brasil numa
Cuba continental. Ajuda dos amigos não faltou: Chaves ontem, e Maduro
hoje, na Venezuela; Fidel Castro ontem e Raul Castro, hoje, em Cuba. A
imagem que os ditadores de lá vendiam e que o PT, Lula e Dilma tentavam
repassar aos idiotas brasileiros era de que os cidadãos da Venezuela e cuba
eram felizes.

Hoje, a Venezuela não tem mais como esconder a sua falência. As


últimas estatísticas mostram que cerca de 2,3 milhões de pessoas já deixaram
o país, para escaparem da opressão, fome e da morte. O Brasil quase chegou
lá, não fosse contar com instituições sólidas, avessa a ideologia comunista
desses traidores da Pátria.

Portanto, pode gritar: sim, a situação desastrosa que o povo brasileiro


vive hoje é tudo culpa do PT, Lula e Dilma!

Depois de tudo isso, falo aqui com toda a franqueza, o cidadão que
ainda defende o Lula, Dilma e o seu partido, com suas omissões e seus
crimes, é sim um inimigo da Pátria. Não merece viver no Brasil. Esse cidadão
não respeita a mesma Bandeira verde e amarela que eu defendo. Um exame
psiquiátrico certamente vai atestar que esse cidadão é um incurável alienado.

196
Para finalizar, quero dizer aos irmãos que o momento é agora, as
eleições estão aí. A campanha do “VOTO CONSCIENTE” lançada por nossa
instituição não pode ser em vão. Pois, em qualquer democracia do mundo “o
povo, enquanto inconsciente do poder do seu voto, permanecerá agrilhoado
à vontade dos demagogos, dos corruptos e dos ditadores”. Acorda BRASIL!

________________________________________

197
“UMA SOCIEDADE DOENTE”.
Nem mesmo o mais medíocre dos indivíduos poderá negar que o Brasil
jamais enfrentou desastrosa situação de cunho moral, ético e cívico, como a
atual, base da mais grave crise política, psicossocial, econômica e financeira
de todos os tempos.

Indubitavelmente, a sociedade brasileira está doente. As causas dos


seus problemas, há que reconhecer: são múltiplas e têm origem em uma
concepção, desde o início, defeituosa. Assim, nosso desenvolvimento vem
sendo, infelizmente, marcado pelas anomalias advindas dos males os quais,
não sendo corrigidos a tempo, agravaram-se nos dias atuais.

Fomos, desde o início, uma terra a ser explorada. Nossos primeiros


colonizadores foram os degredados pela metrópole, condenados a viver, se
pudessem, entre silvícolas incultos e ferozes. Tal prática, pela necessidade de
povoar e defender a conquista, foi continuada por muitos e muitos anos. O
colonizador que, premido por necessidades diversas se aventurava na nova
terra, tinha um sonho: enriquecer e voltar à terra natal. Quem não conseguia
alcançar tal objetivo continuava por aqui, sempre buscando, por todos os
meios e formas, tornar-se importante.

A necessidade de conter a cobiça estrangeira sobre a terra descoberta


levou à sua divisão em Capitanias, já então hereditárias. E tal hereditariedade
atravessou os Governos Gerais, a criação do Reino e encontrou sua
continuação até a República. Assim, ao longo de pouco mais de quinhentos
anos, nossa história é uma sucessão de erros e dos seus consequentes
fracassos, como não poderia deixar de ser. Vivemos ainda e principalmente
nas áreas menos desenvolvidas, a tradição dos reinóis que tudo podiam, hoje
travestidos de líderes políticos que fazem e desfazem segundo seus caprichos.

Tivemos um breve interregno, entre 1964 e 1985, quando alcançamos a


8ª economia mundial. Mas o nosso desenvolvimento foi apenas um soluço e,
com o advento da “constituição cidadã”, ao invés de buscarmos um lugar no
concerto das nações, passamos a nos preocupar com “direitos”: dos
presidiários, das mulheres, daqueles que tem dúvidas quanto ao sexo que lhes
foi dado pela natureza, das minorias étnicas, etc.

Preocupados com tais “direitos” e na busca de outros, em geral difusos,


mais uma vez embarcamos na cultura bacharelesca que tanto tem prejudicado
o desenvolvimento nacional. A prova está em que hoje, em tribunais disso e
daquilo, juízes, promotores, advogados e bacharéis, constituem o patamar

198
financeiramente mais elevado do serviço público, em detrimento de
professores, cientistas, pesquisadores e engenheiros.

Quando lembramos (ou nos é lembrado) que em 1950 a Coréia do Sul


estava, em termos de desenvolvimento, atrás do Brasil, dá vontade de, como
dizia Nelson Rodrigues, sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho.
Hoje, aquele país exporta manufaturados para o mundo, de automóveis a
telefones celulares, enquanto nos orgulhamos de possuirmos montadoras (não
fábricas) de veículos, etc. Pesquisa recente dá conta de que 62% dos nossos
jovens não mais acredita no Brasil e, com eles, boa parte dos brasileiros em
idade produtiva sonha em emigrar para outros países.

Somos não há como negar, uma sociedade doente. Não conhecendo


nosso passado, o presente nos afigura como um beco sem saída ou um túnel
do qual não enxergamos a luz que marca seu final. Assim, sem o lastro
proporcionado pelo conhecimento dos erros e dos acertos de antanho,
vagamos sem rumo no presente, tal e qual um cego em busca da porta que
sabe existir, mas cuja localização desconhece. Ao persistir nessa cegueira,
cabe-nos indagar: Que futuro nos espera?

Bem, feita essa indagação, cabe aos cidadãos tomar consciência de que
em qualquer país onde impera o estado democrático de direito, as mudanças
ocorrem mediante suas atitudes iniciando pelo voto. Daí vale ressaltar a
brilhante iniciativa da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil –
CMSB que congrega as 27 Grandes Lojas do Brasil, lançando o Programa
“VOTO CONSCIENTE”. Certa de que essa é a arma mais poderosa que o
cidadão dispõe, o programa tem por objetivo fortalecer o nível de consciência
do cidadão, sobretudo os menos esclarecidos.

O desafio de cura da doença social que nos assola é enorme e difícil,


porém, não impossível. Conclamamos aos irmãos não se acomodar apenas
com a iniciativa da nossa Instituição, cada um de nós também temos que
comprar a ideia. E como formadores de opinião que somos, inteirarmos dos
detalhes e imbuídos do espírito de ajudar o Brasil a ser melhor.

A conclusão óbvia é que o esforço da classe política em se perpetuar no


poder tinha tudo para ser bem sucedido. Nestas eleições o povo deu o seu
recado através das urnas, usando o seu poder de voto. Alguns políticos
tiveram suas estaturas reduzidas, como o caso do Aécio Neves e de Gleisi
Holfman, que, prevendo não obter os votos necessários para se elegerem
como senadores, candidataram como deputados. Muitos caciques tentaram se
reeleger e foram simplesmente defenestrados e convidados a tomarem o
caminho de casa, exemplo: Eunicio de Oliveira, Édson Lobão, Valdir Raupp,
César Maia, Garotinho, Limdemberg Faria, Tião Viana, Graziotim, Romero
199
Jucá, Collor de Melo, 2 filhos de Sarney, Cássio Cunha Lima, filha do
Eduardo Cunha, filho do Sérgio Cabral, Ciro Gomes, Geraldo Alkimin,
Eduardo Paes, Pimentel, Dilma Roussef e outros mais. Uma mostra cristalina
e inequívoca de que nestas eleições o “VOTO CONSCIENTE” prevaleceu e
o povo fez a sua parte.

Portanto meus irmãos, a saúde de nossa sociedade agora está nas mãos
daqueles que se consagraram vitoriosos e, nós deveremos participar como
coadjuvantes na sua recuperação. E parafraseando a campanha da rede globo,
deveremos não mais responder para nós mesmos, mas sim afirmar aos novos
condutores políticos do nosso País:

“Que Brasil nós queremos para o futuro?”


Junho 2018.

________________________________________

200
PRECISA-SE DE MATÉRIA PRIMA PARA CONSTRUIR UM PAÍS

Nos idos de 2005, João Ubaldo Ribeiro comentou num de


seus artigos que o problema político do Brasil era resultado
de sua matéria prima. Passaram-se 13 anos e nada mudou
neste País! Ao contrário - deparamos hoje com uma situação
bem pior. Apenas, surgiram novos atores políticos que
se juntaram aos velhacos do passado, aumentando o
número da quadrilha.

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e
Fernando Henrique. Depois veio Lula e Dilma / Temer. Que decepção!.
Agora, escolhemos Jair Bolsonaro. Com certeza, este também não servirá
para nada. Por isso temos que suspeitar que o problema não esteja só nos
ladrões e corruptos que já passaram pelo planalto. O problema está em nós.
Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um País onde a "ESPERTEZA" é a moeda que


sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um País onde ficar rico da
noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família,
baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão


ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas
onde se paga por um só jornal e: SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO
OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias


particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se
fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil
para o trabalho dos filhos... E para eles mesmos.

Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu


"puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto
de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os


diretores das empresas não valorizam o capital humano.

Onde há pouco interesse pela ecologia, pelo meio ambiente, onde as


pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os

201
esgotos. Onde fazemos "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de
como esses serviços estão caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior um dos nossos
ex-Presidentes, certa vez ter dito publicamente que é "muito chato ter que
ler".)

Onde não há consciência nem memória política, histórica e nem


econômica.
Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar
projetos e leis que só servem para afundar ao que pouco tem, fingir que vai
encher o saco de quem tem pouco e beneficiar só a alguns e a si próprios.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados


médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame.

Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma
criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa
que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o


pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos
esbaldamos em criticar nossos governantes.

Quanto mais analiso o defeito dos Presidentes, Governadores,


Senadores e deputados: melhor me sinto como pessoa, apesar de quando tive
a oportunidade de "molhar" a mão de um guarda de trânsito para não ser
multado, não pensei duas vezes...

Quanto mais digo o quanto o Dirceu, Eduardo Cunha, Lula, Cabral e


outros condenados, são corruptos, melhor sou eu como brasileiro, apesar de já
ter passado para trás alguém que negociou comigo, o que me ajudou a pagar
uma dívida.

Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos
falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses
defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade
em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de
escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que os condenados da
Lava Jato, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros
como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte do
mundo...

202
Entristeço-me. Porque, ainda que tenha sido concretizado lá atrás a tão
propalada palavra de ordem “fora Temer” hoje mesmo, o próximo presidente
Jair Bolsonaro que o sucederá, terá que continuar trabalhando com a mesma
matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá
fazer nada...

Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas
enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os
vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu
Itamar, nem Fernando Henrique, não serviu Lula, nem Dilma, não serve
Temer e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Será que precisamos de
um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a
surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,
ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente
estancados... Igualmente sacaneados!

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone


começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como nação, aí a coisa muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos


mandam um Messias. Nós temos que mudar como cidadãos. Um novo
governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito
claro, somos nós os que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos
acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão
nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e
da estupidez.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o


responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que
melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável. E ESTOU SEGURO QUE O


ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

Aí está. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa? ...

________________________________________

203
*A NOSSA LIBERDADE*

Primeiramente vamos entender o que é Liberdade sob a ótica da


Maçonaria. O homem passa por várias fases da vida no seu desenvolvimento.
No início, como criancinha, ele é um pequeno animal sem discernimento,
necessitando de cuidados especiais para a sua sobrevivência. Após, vem a
adolescência e a puberdade onde ele ainda não tendo caráter formado, não
dispondo de esquemas mentais em abundância para dirigir a sua vida,
necessita de se guiar por esquemas alheios, isto é, pelos esquemas de seus
pais. Durante essa fase ele não pode dirigir a sua vida, nem ser portador da
liberdade que a Maçonaria preconiza. Ele não tem elementos para viver sem o
apoio intelectual de outros, deixá-los sem uma orientação é deixá-lo entregue
aos seus minguados esquemas, sem a orientação de um caráter que ainda não
está formado.

Após a maioridade o homem viveu bastante para reunir um grande


número de esquemas, seu caráter já deve estar moldado e sua personalidade já
despontou. Aqui, ele não tem mais necessidade de orientadores, já possui os
elementos necessários para a sua própria orientação. Ele está emancipado. Vai
enfrentar a vida. Para que possa se conduzir bem, escolhendo o caminho a
tomar, necessitam locomover-se de acordo com as suas necessidades, traçar as
diretrizes que a sua necessidade dita, viver suprindo as exigências, enfim,
dando a si aquilo que vai lhe conservar a vida. Esta é a luta de todo dia. Para
isso, ele precisa de liberdade, isto ele faz jus, é a condição precípua para a sua
existência, sem a qual não poderá viver. Ou ele terá essa liberdade para cuidar
de si, ou não a terá e será então cuidado por outros que lhe dirão o que fazer,
de acordo com necessidades estranhas a si, nem sempre satisfatórias para o
seu eu.

Aceitar implicitamente estas ordens lhe tira a livre iniciativa, ele é


apenas um autônomo a obedecer, vontades estranhas. Seu trabalho é
canalizado para outro fim, seu pensar é cerceado e reduzido, suas
necessidades são aquelas ditadas por outros, e o seu nível evolucional fica
preso em um círculo preestabelecido. Neste ponto deixou de haver liberdade.
Por conseguinte, é um autônomo, deixou de ser dono de sua pessoa e tem que
admitir que caísse na mais severa escravatura.

A Maçonaria não aceita nenhum meio que possa tolher a liberdade, este
é o único bem nato que o homem possui, já que o Universo não foi dado a
ninguém e ninguém o comprou. Quando nascemos encontramos condições
204
favoráveis ao nosso viver; o ar aí está, desde muito antes de o homem
aparecer sobre a superfície da terra. Nunca sabemos quando, onde e quem foi
o primeiro homem, e toda tentativa, nesse sentido, feita pelas religiões não
merece crédito científico. Ninguém herdou o mundo, ninguém o recebeu, ele
aí está para ser utilizado por nós durante o curto espaço da nossa vida. Por que
então admitirmos que haja donos do mundo, que uns tenham de servir aos
outros e não possamos como donos transitórios nos utilizar do pedaço da
natureza de que necessitamos – Este é o princípio que a Maçonaria defende; o
princípio da liberdade para todos, em todos os lugares.

Os governos, como as sociedades, são constituídos para ajudar o


homem a viver, para tornar mais fácil sua vida, dando a cada um, condições
necessárias para a sua liberdade. É o órgão criado para facilitar, para auxiliar,
para garantir esta liberdade nata do homem, evitando abusos e tolhimentos.
Ele é uma sociedade em que cada um de nós é sócio, cada um tem que
contribuir com algo para que possamos retirar outro algo em nosso benefício.
Os governantes são os dirigentes dessa sociedade; eles lá estão, para trabalhar
por essa sociedade, tomando as decisões que melhor se coadunem às
necessidades.

Pois bem, até aqui vimos de forma cristalina o entendimento do que é a


LIBERDADE, uma das trilogias defendida por nossa Instituição,
imprescindível para o bem-estar do ser humano.

Agora, voltemos a nossa atenção à realidade que temos vivido nos


últimos anos, de forma generalizada e sem precedentes na história do nosso
Brasil. Façamos a seguinte pergunta: E A NOSSA LIBERDADE?

Liberdade para quê? Liberdade para quem? Liberdade para roubar,


matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar? Liberdade para ladrões,
assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e
hipócritas?

Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos


para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura em torno
de 35 anos!

Fala-se muito em liberdade! Liberdade que se vê de dentro de casa, por


detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros
fumê!

Mas, afinal, o que se vê?

205
Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros,
guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros,
negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia.

Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos,


professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”,
conivência e mentiras, vemos crianças que matam crianças drogadas, crianças
famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas.

Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões,


bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas, policiais
bandidos e assaltos à mão armada.

Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e


sequestros.

Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e
violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros.

Mas, afinal, onde é que nós vivemos?

Apesar de estar havendo um leve sinal pelo novo governo de que as


coisas tendem a mudar, podemos afirmar que ainda vivemos no país da
impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido,
recompensado, indenizado e transformado em herói!

Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam


“mensalões”, “petrolões” e vendem sentenças! Nos últimos 35 anos, nossas
instituições foram atingidas em cheio e destruídas pela base. O congresso
nacional se existisse com essa cara, no início do século XX, a moça de família
não passava perto. A corrupção verdejante das instituições nacionais passou a
ser lei entre seus membros, levando a que várias gerações de políticos tenham
se perdido, ética e moralmente pela promiscuidade dos conceitos de valores
das duas casas.

Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é


tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos.

É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e a


“robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia!

Vivemos no país da censura mascarada de “livre”, da lei do silêncio e


da convivência pacífica do contraventor com o homem da lei.
206
País, onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das prisões,
onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem
contar quando destroem pesquisas científicas de anos, irrecuperáveis!

Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê?

Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da


bandidagem organizada e institucionalizada que a controla?

Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz?

E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do


crime, do desmando e da desordem?

Quanta falsidade, quanta mentira, quanta canalhice ainda teremos que


suportar sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a
autoestima e a própria dignidade?

Pouca esperança real, temos. Pois, a falta de segurança generalizada, o


descaso, a incompetência, a impunidade, o medo, bala perdida, traficante,
incêndio de ônibus, chacinas; tudo isso nos faz temer a banalização da vida.

Enfim, a higiene tem e deve começar de cima para baixo, com a


desinfecção do ambiente político do Congresso, Executivo, STF e das demais
instituições que estejam propositalmente solapando o trabalho dos brasileiros
e colocar o Brasil no lugar que merece entre as nações.

A pergunta que não quer calar é: Quando será que nós, brasileiros,
homens e mulheres de bem, traremos de volta “A NOSSA LIBERDADE”?

________________________________________

207
*O DISCÍPULO E O MESTRE*
Um discípulo, que amava e admirava seu Mestre, resolveu observá-lo
em todos os detalhes, acreditando que, ao fazer o que ele fazia, também
adquiriria sua sabedoria.
O Mestre só usava roupas brancas, o discípulo passou a vestir-se da
mesma maneira.
O Mestre era vegetariano, o discípulo deixou de comer qualquer tipo de
carne, substituindo sua alimentação por ervas.
O Mestre era um homem austero, o discípulo resolveu dedicar-se ao
sacrifício, passando a dormir numa cama de palha.
Passado algum tempo, o Mestre notou a mudança de comportamento de
seu discípulo e foi ver o que estava acontecendo.
- "Estou subindo os degraus da iniciação", foi a resposta.
- "O branco de minha roupa mostra a simplicidade da busca, a alimentação
vegetariana purifica meu corpo e a falta de conforto faz com que eu apenas
pense nas coisas espirituais."
Sorrindo o Mestre o levou para um campo, onde um cavalo pastava.
- "Você passou este tempo olhando apenas para fora, quando isso é o que
menos importa", disse.
- "Está vendo aquele animal ali”? Ele tem a pele branca, come apenas ervas e
dorme num celeiro com palha no chão.
Você acha que ele tem cara de santo ou chegará algum dia a ser um
verdadeiro Mestre?
Após a indagação o Mestre acrescentou ao discípulo:
“O verdadeiro Mestre é aquele que consegue reunir o que está disperso,
difundindo a Luz sem, contudo, vangloriar-se de sua sabedoria.”

Meus estimados Irmãos.


O diálogo acima sugere revermos nossos conceitos a respeito do
exemplo, já que como formadores de opinião que somos, devemos cultivar a
humildade e o discernimento de aprender sempre; e com sabedoria, sermos a
referência de nossos discípulos.

208
*UM GRANDE HOMEM E CHEFE DE ESTADO
DOM PEDRO II*

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco


Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Habsburgo e
Bragança, mais conhecido como Dom Pedro II, governou o Brasil por 49
anos, três meses e 22 dias. Quando assumiu o trono, no dia 23 de julho de
1840, era um adolescente ainda imberbe. Tinha quinze anos incompletos. Ao
ser deposto pela República no dia 15 de novembro de 1889, a duas semanas
de completar 64 anos, era um senhor de barbas brancas, semblante cansado e
muito mais envelhecido do que indicaria a idade real.

Segundo relatos, Dom Pedro era um homem tímido, arredio a festas,


bailes, cerimônias públicas e eventos sociais. No entanto, todos os homens
cultos do Brasil admiravam o Imperador – o homem sensato, amante dos
estudos, devotado ao trabalho, honesto – tendo, como bandeira a mesma da
Maçonaria: o saber e o progresso. Pode-se dizer que era um Maçom que
jamais fora iniciado. Derrubou-se o regime, mas ninguém lançou uma pedra
sobre o Imperador; mesmo entre os republicanos que conquistaram a vitória,
ficou sempre um pouco de carinho e simpatia pelo Bom Velho.

Há documentos que não morrem e a Maçonaria não pode deixar de


reconhecer o valor de quem os escreveu.

Estivemos em linha diametralmente oposta à da monarquia brasileira no


final de sua existência, talvez por influência que do povo Francês recebemos
ou porque uma grande potência do norte estivesse a incentivar nova forma de
governo. O Maçom da época encarava a república como uma forma evoluída
de governo e a Maçonaria, que sempre foi amante da evolução, via nessa
mudança, maior quota de liberdade e de progresso para todos; daí os Maçons
combatendo o regime, mas não combatendo o Imperador.

Poderíamos aqui nos estender discorrendo sobre os últimos momentos


do Imperador, no Brasil, e a queda do seu Império, bem como, do nosso
respeitado regime republicano que no último dia 15, completou a bela data de
130 anos de sua existência. No entanto, como brasileiro consciente e justo,
como Maçom, livre e de bons costumes e que pugna pela verdade, achei de
bom alvitre apresentar fatos que certamente seu professor de história não te
ensinou na escola.

Em nenhum livro se encontram relatos que mostram que o império


pensou o Brasil anos à frente. E para não estendermos citamos apenas dois
fatos que comprovam isso: o projeto da ferrovia Norte-Sul, que iniciado no
209
governo Sarney, teve seu leilão vitoriosamente concluído e contrato assinado,
em julho deste ano. Poucos brasileiros sabem que este projeto foi pensado no
reinado de Dom Pedro II. Outro fato muito em voga, que iniciou no governo
Lula e está em andamento no atual governo é a transposição do Rio São
Francisco. Só que também quase nenhum brasileiro sabe que o projeto de
transposição do rio São Francisco foi traçado naquela época exatamente com
o traçado de hoje. Percebe-se então, a visão futurística do então Imperador
naquela época. Daí reconhecermos a estirpe do Chefe de Estado que o Brasil
um dia teve em detrimento de vários desqualificados que o sucedeu nestes
130 anos de república.

Obviamente, nestes tempos sombrios de decadência social, política e


econômica; onde os valores familiares e o moral estão em baixa, é difícil
ignorar os contrastes entre aquele Chefe de Estado e os dos últimos tempos.

Certamente também, o seu professor de história não te contou e


nenhum livro te mostrou o quão bem preparado, a grandeza de caráter,
princípios éticos e, sério no trato da coisa pública, revestia o Imperador e sua
família, que por questão de justiça e comparação com os tempos atuais, vale a
pena destacar:

● A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram


alforriados e assalariados, em todos os imóveis da família.
● Dom Pedro II tentou levar ao parlamento a abolição da escravatura
desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos.
● A ideia do Cristo na montanha do Corcovado partiu da Princesa
Isabel em Paris.
● Dom Pedro II falava 23 idiomas, sendo que em 17 era fluente.
● A primeira tradução do clássico Árabe “Mil e uma noites” foi feita
por Dom Pedro II, do Árabe Arcaico para o português do Brasil.
● Dom Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de
caridade e incentivos para a educação com ênfase nas ciências e
artes.
● Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em
seu palácio em laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um
verdadeiro escândalo na época.
● Na casa de veraneio em Petrópolis, a Princesa Isabel ajudava a
esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforria-los.
● Dom Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia para eleição
presidencial, devido a sua popularidade, na época os eleitores podia
votar em qualquer pessoa nas eleições.
● Dom Pedro II fez um empréstimo pessoal a um Banco europeu para
comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca.
Em uma época em que ninguém pensava em ecologia ou
210
desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de
café com mata atlântica.
● Quando Dom Pedro II subiu ao trono em 1840, 92% da população
brasileira era analfabeta.
● Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de
56% devido ao seu grande incentivo à educação, a construção de
faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas que tinham como
modelo o excelente Colégio Pedro II.
● A Imperatriz Tereza Cristina cozinhava as próprias refeições diárias
da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga
com o salário de Pedro II).
● (1880) o Brasil era a 4ª economia do mundo e o 9º maior império da
história.
● (1860-1889) a média de crescimento econômico foi de 8,81% ao
ano.
● (1880) eram 14 impostos, atualmente são 98.
● (1880) a moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra
esterlina.
● (1880) o Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo
no mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e
deficientes visuais.
● (1880) o Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do
mundo, com mais de 26 mil km.
● A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto
para falar mal do nosso Imperador.
● Diplomatas europeus e outros observadores estranharam a liberdade
dos jornais brasileiros, conta o historiador José Murilo de Carvalho.
Mesmo diante desses ataques, Dom Pedro II se colocava contra a
censura. "Imprensa se combate com imprensa”, dizia.
● O maestro e compositor Carlos Gomes – de “O Guarani”, foi
sustentado por Pedro II, até atingir grande sucesso mundial.
● Pedro II acabou com a guarda chamada Dragões da Independência
por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda
voltou a existir.
● Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e
Astronomia pela Universidade de Cambridge.
● A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas
extremamente simples, e o descaso no cuidado e manutenção dos
palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia
tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges

● quase diariamente nos jornais, mantinha a total liberdade de


expressão e nenhuma censura.

211
● Ao partir do Brasil, recebeu o Imperador o decreto em que o
Governo Provisório lhe concedia o auxílio de cinco mil contos de
réis, para sua subsistência na Europa. De Cabo Verde, telegrafou ao
Visconde Nogueira da Gama, que fora seu mordomo, recusando a
oferta e ordenando que recusasse por ele.

Nessa página está impresso o caráter de um homem ao lado da


personalidade dos que fizeram a República. Mais contrastante ainda quando
conferimos o seu perfil de Chefe de Estado com os nossos Chefes de Estado
Republicanos pós-período militar, portanto, contemporâneos da nossa
geração. Todos (Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer) deixaram
a Presidência, ricos. Os que já eram ricos, simplesmente ficaram mais ricos.
Começando por Sarney, deixou o país quebrado, após sucessivos e mal
sucedidos planos econômicos, com uma inflação no último mês do seu
mandato superior a 80% num mês! Collor, nascido em berço de ouro, foi
impichado por corrupção. Só não está preso graças à leniência do STF. FHC
entregou o governo com a inflação controlada, porém, com o Brasil no FMI.
Lula foi o Chefe de Estado que mais decepcionou o povo brasileiro. Usando
de sua própria linguagem: “Nunca antes na história deste país”, tivemos um
Chefe de Estado tão “ficha suja”. Esteve preso por corrupção durante 1 ano e
7 meses, liberado no dia 08/11, para cumprir prisão domiciliar. Foi condenado
por unanimidade pelo TRF4 em outro processo no dia 27/11 por mais 17
anos. É réu em mais 6 (seis) processos no Rio e Brasília. Chegou ao Palácio
da Alvorada, sequer com uma mochila, mas ao deixá-lo, ocupou nada menos
que 11 (onze) caminhões para transportar sua mudança de retorno à São
Paulo, com custos de transporte e armazenamento bancado à base de propina,
segundo apuração da operação Lava-Jato. Dilma, com a “expertise” de
quebrar uma loja de 1,99, foi bem mais longe: quebrou um país inteiro.
Recebeu o impeachment e a qualquer momento a polícia Federal estará
batendo à sua porta. E por último, Temer, que chefiou por décadas o MDB,
um partido que saqueou o país também por décadas. Está em prisão
domiciliar, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ao contrário de todas as mazelas, má gestão, ausência de patriotismo e


caráter dos chefes de Estado destes últimos 33 anos, Dom Pedro II deixou o
seu governo, tido como a mais estável e duradoura experiência na América
Latina com 67 anos de história. Morreu no início da madrugada de 5 de
dezembro de 1891, aos 66 anos de idade. O governo Francês lhe deu honras
de Chefe de Estado e em seguida o caixão seguiu para Lisboa, chão de seus
antepassados.

212
No dia de sua morte, o conde d’Eu, ao abrir o armário em que estavam
seus pertences pessoais, encontrou um pequeno embrulho contendo uma
substância escura e um bilhete com a seguinte mensagem:

“É terra de meu País; desejo que seja posta no meu caixão, se eu


morrer fora da minha Pátria”.

Essa porção de terra que lhe servira de travesseiro foi o grande


desfalque dado à nação brasileira nos seus 49 anos como Imperador.

Diante dos fatos expostos, conclui-se, portanto, que da geração de


Chefes de Estado que sucedeu o governo militar, nenhum se salvou da
imoralidade e enxurrada corruptora. A compra de consciência para arrebanhar
adeptos a roubar, encher os bolsos e tirar proveito em benefício próprio foi o
que prevaleceu.

Concluindo, é digno de se transcrever, essa justa homenagem pelos 194


anos de nascimento completados hoje, dia 02 de dezembro de 2019 e 128
anos de falecimento a completar no próximo dia 05, de um dos Chefes de
Estado mais honrados do nosso Brasil – Dom Pedro II.

Para nós Maçons, não há como ignorar tanta nobreza de retidão,


honestidade, caráter e de bons costumes num mesmo homem! Fica então a
pergunta aos prezados irmãos, para reflexão:

Será que aqui não há traços da Maçonaria?

________________________________________

____________________________________________________________________________________
Fonte: Biblioteca Nacional RJ, IMS RJ, Diário de Dom Pedro II. Acervo Museu Imperial
de Petrópolis RJ, IHGB, FGV. Museu Nacional RJ, Bibliografia de José Murilo de
Carvalho. Livro: Temas Maçônicos – Ir.’. Clemildes Sant’Ana. Livro: 1889 – Laurentino
Gomes.

213
*QUAL O SEGREDO DA MAÇONARIA?*

A pergunta acima sugere ser eterna no mundo profano. Pois, ao optar


pela continuidade às suas tradições de promover reuniões às portas fechadas,
manter o sigilo dos “sinais”, “toques”, “palavras” e “batidas”, essa dúvida
persistirá. Ela se reforça ainda mais quando essa forma de identificação,
repassada ao iniciado; este as recebe em confidência, sob juramento a não
revelá-las a ninguém. Mesmo porque, são praticadas quase sempre em sessões
maçônicas, em obediência ao seu ritual; por força de sua tradição milenar.

Vale ressaltar ainda que, tal prática só ocorre com quem é iniciado na
Ordem, sendo assim, desinteressante, desnecessário e totalmente sem sentido
para qualquer pessoa no mundo profano.

Como nós maçons, devemos reagir quando um profano se refere à


Maçonaria como se mantivesse um grande “Segredo”? Insinuando inclusive
ser uma sociedade “Secreta”, que oculta coisas do mal! Essa dúvida
prevalece no mundo profano, simplesmente por não ser do conhecimento
público o que ocorre entre nós, nas sessões de portas fechadas. E por incrível
que pareça, até mesmo entre maçons há uma corrente que admite ser Secreta
pelas sessões não ser do conhecimento público. Daí, supor que o maçom que
carrega essa dúvida ou incerteza na sua definição, ainda não tenha o
conhecimento mínimo da história da sua instituição. Pois, tudo na maçonaria
tem uma razão de ser. O simples fato de tratar-se de uma instituição milenar, o
maçom tem na sua tradição resposta para todos os questionamentos profanos.
Como dizer que maçonaria é uma sociedade “Secreta”, quando a Loja
Maçônica é sempre um endereço conhecido, os Maçons são pessoas
conhecidas, gozam de bom conceito na comunidade em que vivem, é do
conhecimento público local, o dia e hora em que os maçons estão em reunião?
A maçonaria é uma sociedade civil registrada no cartório de Registro de
Pessoas Jurídicas e tem seus Estatutos. Assim, não é possível sequer
imaginar, quanto mais falar em aplicar esse caráter secreto à Maçonaria.

Como se vê, não é tão simples obter uma unidade de pontos de vista
sobre um assunto que exige conhecimento e ponderação por vários ângulos. A
palavra “Segredo” por si só quando pronunciada, requer pausa e reflexão
para ver o contexto em que ela está sendo empregada. A partir dela surgem
outras quase que sinônimas (sigilo, privativo, confidencial, discreto, oculto,
secreto) e que se não empregadas da forma adequada, podem causar dupla
interpretação. Portanto, vamos recorrer ao Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa, em busca do significado das palavras acima citadas: escondido;
ignorado; oculto.

214
• Segredo – Aquilo que não pode ser revelado; sigilo; aquilo que não se
divulga;

• Sigilo – Que impede a revelação; segredo.

• Privativo – Que exprime privação; peculiar; próprio.

• Confidencial – Dito ou escrito em confidência; secreto; comunicação ou


ordem sob sigilo.

• Discreto – Que tem ou revela discrição; Que sabe guardar um segredo;


Prudente; circunspeto.

• Oculto – escondido; encoberto; desconhecido; secreto.

• Secreto – Que não se pode, ou só a custo se pode descobrir, encontrar ou


localizar.

Agora, apenas como exercício, façamos uma analogia de algumas


instituições e seus membros. Como classificá-los quanto a sua existência,
legalidade e conduta no meio social? Começamos por um órgão
governamental, o Gabinete de Segurança Institucional – GSI, nada de
diferente da Cia nos EEUU e KGB, na Rússia. Tem como missão zelar pela
segurança nacional.

Nem tudo que se decide no seu interior entre o ministro e seus


assessores, pode vir a público. Muito do que se discute lá é “sigiloso” e
“privativo” daquele órgão. Exige-se de seus membros: “discrição”,
“segredo” e “confidencialidade”. No entanto, não é correto dizer que é uma
instituição “Secreta”, pois, ela não está escondida, não é oculta e sabemos
onde encontrá-la. Também não podemos confundir quando alguém se refere
aos “agentes secretos” que elas mantêm em seus quadros. Sim, os agentes se
fazem necessários para bem desenvolver suas missões de desvendar crimes
dos mais variados, seja contra os interesses nacionais, seja pelo bem estar da
sociedade, cujos praticantes também agem às escondidas. Mesmo assim,
voltando ao ponto inicial, a instituição GSI em si é constitucional, legal e
nada tem de “secreta”.

A maçonaria sempre foi alvo de questionamento, não só pelo sigilo que


ela mantém sobre suas sessões privativas a seus associados, mas também pelo
fato destes serem impedidos de comentar o que se passa ou que se discute nas
sessões. Numa outra analogia, podemos citar a Igreja católica, onde a
confissão dos ditos pecados feitos pelos fiéis, são mantidos em sigilo

215
absoluto, através dos confessionários. Ora, a Igreja assim determina aos
Padres, receberem as confissões e em hipótese nenhuma, estas poderão ser
reveladas. Imaginemos um fiel que arrependido de ter praticado um crime
hediondo, confessa ao Padre e este por sua vez, conforme regra da Igreja,
guarda consigo. Pergunto: É justo que esse crime não seja levado à justiça? E
em relação a vítima ou sua família? Qual das duas instituições aparenta
acumular sigilo para o mau? Voltando para o mundo dos negócios, quem
nunca ouviu falar em sigilo bancário? Todo o brasileiro maior de 16 anos, em
tese, pratica sigilo quando ele participa das eleições. Ele dá o seu voto e só
revela a alguém, se quiser. Tudo isso implica em “sigilo” ou “segredo”,
ficando a gosto a definição a gosto de cada um! Portanto, não se pode ser
tendencioso quando nos referimos à palavra sigilo ou segredo e nem tão
pouco deixar de levar em conta o contexto em que elas são aplicadas.

Ao contrário das acima citadas, no grupo das “Sociedades Secretas”,


iremos encontrar aquelas que ficam ocultas, cuja sede evidentemente fica
escondida ou dissimulada e seu endereço não é divulgado. Não é do
conhecimento público quem são seus associados. Nesse grupo destacam-se: a
máfia, os grupos terroristas e de extermínio (Hamas), as organizações
separatistas (Estado Islâmico), etc. Pois seus membros, seus planos e suas
finalidades não podem, de modo algum, ser identificados ou conhecidos. São
grupos que espalham terror no mundo, provocam guerras e só aparecem
assumindo a autoria dos crimes que praticam. Dificilmente são capturados,
justamente porque sobrevivem no ocultismo. Nessa clandestinidade coexiste
também o segredo, sigilo, privativo, confidencial, discreto, oculto, somados
ao Secreto.

Bem, a analogia acima permite a compreensão nítida de que “Secreta”


e “Privativa” são duas coisas distintas, bastante diferentes. Elucida
claramente que nem todas as instituições que mantém o segredo, sigilo,
confidência e discrição, enquadram-se como secreta. Porém, todas as que se
enquadram como Secreta, possuem as demais características para bem
preservar sua clandestinidade, ocultismo e longe do que é público.
Definitivamente, a maçonaria deve fazer por ser reconhecida como uma
sociedade “Privativa” dos maçons. Inegavelmente temos assuntos em
segredo e reuniões privativas, obviamente, só entram seus associados que
estão credenciados para tal.

Concluindo, nós maçons devemos ter consciência de que haverá sempre


o questionamento: Qual o segredo da Maçonaria? Por conseguinte,
carregará também a “pecha” de uma sociedade secreta. Da mesma forma,
rebateremos sempre porque entendemos perfeitamente que um profano, por
desconhecer totalmente a instituição e sua história, jamais entenderá a sua
dimensão e grandeza, em benefício do bem estar social. Para não ir longe,
216
basta nos atermos nos princípios e valores que apregoamos na abertura de
nossas reuniões. O nosso Ritual faz alusão a uma das muitas definições do
que seja, ou signifique a Maçonaria, explicando o seu objetivo, o qual
explicita:

"Tornar feliz a humanidade pelo exemplo, pelo amor, pelo aperfeiçoamento


dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e
a crença de cada um. Ela é universal e suas oficinas se espalham por todos
os recantos da Terra, sem a preocupação de fronteiras e de raças”. Para um
bom entendedor, um pingo é letra. Basta!

________________________________________

217
“ÉTICA NA VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL”.

A ética pertence ao mundo abstrato. Aquele mundo onde existe a visão


apenas de algo que ainda não se materializou. A ética pertence ao território
da justiça, da paz, do bom convívio, do ajuste, da igualdade de direitos.

Até aqui parece que todos temos a impressão de que sabemos muito a
respeito. Parece mesmo que não temos nenhuma dúvida sobre isto. Dá a
impressão que isto é claro, e, inclusive, chegamos a não entender porque é
que as coisas na prática não são bem assim, já que o mundo não é o que
podemos chamar de perfeito.

A questão da ética aparenta ser simples, porque parece que é só


distinguir como certo ou errado e fica tudo bem. Não é bem assim. Nem tudo
é óbvio de se distinguir como certo ou errado. Existem algumas situações
onde existe um paradoxo, porque o certo e o errado estão lá tão unidos que
parecem um só. Como fazer então?

A integridade é uma qualidade que age com ética. Aquele que é íntegro
escolhe com base no racional e no coração, de forma coerente com a moral
entre meios e fins, compatível com seu senso individual e grupal de valores.

No mundo dos negócios este assunto parece que anda um pouco


distante, como se fossem um pouco incompatíveis ou não tivessem nada em
comum – o mundo da ética e dos negócios.

Por outro lado, neste mundo mais globalizado e mais complexo do que
há décadas, estamos verificando que este tema parece com bastante
intensidade.

Muitos ainda têm algumas crenças que mostram um despreparo para


lidar com questões mais amplas no mundo global dos negócios: lucro e ética
não são compatíveis, produtividade e respeito aos funcionários, não
combinam; é difícil ser ético e respeitar a concorrência, se sou leal à empresa
terei condições de ser leal em relação ao cliente?

Igualmente encontramos comportamentos comuns questionáveis quanto


à Ética nestes dias: mentir para o bem do negócio, não aceitar críticas,
excesso de autoconfiança, obediência cega à autoridade, independente do
julgamento próprio, não assumir responsabilidade pelos seus próprios erros,
fazer alianças com pessoas ou grupos questionáveis, omitir desvantagens
sobre o seu produto para não prejudicar venda ou prazo, exagerar vantagens

218
do produto ou projeto para obter apoio, bajular superiores ou quem é
conveniente, não ter o desempenho compatível com o que se pode pelo
potencial, má qualidade, manipular pessoas para se obtiver o que se quer
liberalidade em relação a normas básicas, desperdício de papel, energia, etc.

Com estes exemplos, dá para notar que Ética não é uma condição tão
clara e óbvia.

A integridade prevê o cultivo de valores que são atributos de uma


pessoa íntegra:
• coragem, força, paz, saúde, equilíbrio, alegria, compartilhamento, de
apego, disciplina, fidelidade, cooperação, direito, dever, docilidade, honra,
equanimidade, justiça, liberdade, liderança, modéstia, parceria, prestígio,
reverência, respeito, simplicidade, triunfo, vontade, amizade, amor, ajuda,
altruísmo, benevolência, bondade, caridade, carinho, compaixão,
companheirismo, compreensão, comunhão, consideração, cortesia, dedicação,
empatia, fraternidade, generosidade, gentileza, gratidão, lealdade, paciência,
piedade, respeito, solidariedade, ternura, união, criatividade, espontaneidade,
fé, imaginação, intuição, originalidade, bom senso, clareza, coerência,
consistência, confiança, espiritualidade, excelência, evolução, felicidade,
iluminação, maturidade, perfeição, plenitude, realidade, revelação,
transcendência, unidade, etc.

A falha básica na premissa empresarial mais comum é em primeiro


lugar acreditar na visão ou concepção legalista, normativa e punitiva como
normas, manuais, políticas, controles e auditoria e em segundo lugar acreditar
na confiança dos instintos morais naturais das pessoas, supervalorizando-se o
legado da educação e da consciência individual discernindo o que é certo ou
errado.

Estas duas premissas não são suficientes, devido justamente à presença


dos paradoxos e situações mais complexas e dedicadas para confiarmos
apenas na boa intenção.

Afora as duas premissas, temos um erro tradicional na filosofia presente que é


EXCLUDENTE. Isto provoca crenças do tipo: OU sou leal à empresa, OU
ao cliente, OU o trabalho OU a família, OU ganhamos dinheiro OU cuidamos
do meio ambiente.

Na presença deste relativismo ético existe pouca esperança para a


integridade. Precisamos aprender a trocar estes OU por E: sou legal à
empresa E ao cliente, o trabalho E a família, ganhamos dinheiro E cuidamos
do meio ambiente...

219
Para encontrarmos uma saída, é necessário avaliarmos estas crenças,
estes enfoques tradicionais para podermos atuar dentro de uma ética mais
universalista. Precisamos de um enfoque moral baseado em premissas éticas
sistêmicas e não fragmentadas.

Damos ênfase aos bons profissionais quando são: eficientes, eficazes,


produtivos, leais, mas pouca ênfase nos valores como: éticos, íntegros, felizes,
independentes...

Esta forma de pensar provoca uma divisão entre mundo dos negócios e
a Ética, dificultando a integridade pessoal. Para muitos ainda existe um
dilema entre "ganhar dinheiro e ser bonzinho", "ser franco, honesto”, dizer a
verdade, ser autêntico, transparente, ter autocrítica, etc., e serem ao mesmo
tempo bem-sucedidos em suas carreiras.

Fica mais claro que precisamos desenvolver uma visão de mundo


integrativa e sairmos da tendência reducionista do ou isto ou aquilo, do certo e
do errado, pois isto nos força a agir de forma fragmentada, conflitiva e
excludente.

Não há nada de errado em ganhar dinheiro, ter sucesso, subir na vida e


ao mesmo tempo fazê-lo de forma contributiva e honesta.

Na verdade, ética é o mínimo que se espera de qualquer relação,


embora, possamos não encontrá-la em todas as pessoas. A diferença da ética
profissional da pessoal é o meio em que ela é aplicada, a ética é uma só.
Assim, o sujeito ético, de fato, será correto em suas ações em qualquer
situação da vida, no dia a dia em suas funções e, de igual forma, no seu
contexto familiar e social.

Quando se toma consciência do real significado do que é ser ético,


acaba-se o mistério. A norma principal parece retirada dos 10 mandamentos
bíblicos: não faça ao outro aquilo que não deseja que façam contigo.
Simples e objetivo. Todo restante das normas é redundante, pois reflete esse
princípio básico de ser responsável no lidar com o próximo (seja ele quem
for), agindo, sempre, da mesma maneira que você gostaria de ser tratado por
outra pessoa/empresa.

________________________________________

220
*FATOS E COINCIDÊNCIAS HISTÓRICAS DO NOSSO BRASIL*

Introdução
O mês de abril marca cinco aniversários entre os dias 19 e 22 que, por
sua vez, entrelaçam e conduzem uns aos outros. Pela ordem cronológica de
datas, destacamos: *dia 19 – dia do Índio, *dia 21 - morte de Tiradentes,
fundação de Brasília e morte de Tancredo Neves e *dia 22 -
descobrimento do Brasil.

Dia do Índio (19.04.1940–19.04.2020) – 80º ano de aniversário:

Todo o dia dezenove de abril comemora-se no Brasil e em vários países


do continente americano o “Dia do Índio” ou o “Dia dos Povos Indígenas”.
Este dia nos remete ao dia em que delegados indígenas, representantes de
várias etnias de países como o Chile e o México, reuniram-se, em 1940, no
Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. A celebração do Dia do Índio
tem como propósito também a preservação da memória e a reflexão crítica
nas universidades, escolas e demais instituições semelhantes sobre a
importância da preservação dos povos indígenas e respeito às suas
manifestações culturais. No caso do Brasil, o Dia do Índio foi instituído via
decreto-lei, em 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, que exercia o
poder no chamado Estado Novo.

Morte de Tiradentes (21.04.1792–21.04.2020) – 228º ano de aniversário

Neste dia assinala-se a morte de Joaquim José da Silva Xavier –


Tiradentes, o primeiro mártir do nosso Brasil. Nascido na Fazenda do
Pombal, hoje Tiradentes, no ano de 1746. Ficou órfão de mãe aos nove anos
de idade, perdeu o pai aos onze anos, e foi criado pelo padrinho na cidade de
Vila Rica, hoje conhecida como Ouro Preto. O apelido Tiradentes veio da
profissão de dentista que exerce, mas o ofício que mais lhe promoveu foi o de
soldado, integrante do movimento da Inconfidência Mineira – que o levou a
morte em praça pública, por enforcamento e esquartejamento.

A Inconfidência Mineira foi um abalo causado pela busca de libertação


do Brasil diante da monarquia portuguesa, ocorrendo por longos anos, no
final do século XVIII. Os Portugueses se apossaram de ouro e pedras
preciosas na cidade de Vila Rica e proximidades da mesma e as
comercializavam pelos países europeus, fazendo fortuna à custa das riquezas
do nosso país. Além disso, cobravam altos impostos (o quinto) e a população
decidiu se libertar das imposições advindas do governo Português. Durante o
movimento, as notícias de que os inconfidentes tentaram derrubar o governo
de Portugal chegaram aos ouvidos do Imperador, que decretou a prisão dos
221
envolvidos. Tiradentes, para defender seus amigos, assumiu toda a
responsabilidade pelo movimento e foi condenado à morte.

A fim de inibir a população de fazer manifestos que apresentassem


ideologias diferentes, o governo fez questão de mostrar em praça pública o
sofrimento de Tiradentes. Em 21 de abril de 1792, aos 46 anos, Tiradentes
percorreu o trajeto, chegando à cadeia pública da região e foi enforcado após
a leitura de sua sentença condenatória.

Fundação de Brasília (21.04.1960–21.04.2020) – 60º ano de aniversário

Neste dia 21 de abril, Brasília comemora o seu sexagésimo aniversário.


É a Capital Federal do Brasil e sede do governo do Distrito Federal. A cidade
está localizada na região centro-oeste do país, conhecida como Planalto
Central.
“Brasiliense” é o nome que se dá a quem nasceu em Brasília. “Candango” é
outro termo utilizado para designar os brasilienses, sendo, originalmente,
usado para se referir aos trabalhadores que, em sua maioria provenientes da
Região Nordeste do Brasil, migravam à futura capital para trabalhar em sua
construção.

No ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então


candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor
se respeitaria a constituição, interiorizando a capital federal, ao que Juscelino
afirmou que transferiria a capital. Eleito, Juscelino estabeleceu a construção
de Brasília como uma das prioridades do seu “Plano de Metas”, e o fez
cumprir.

Morte de Tancredo Neves (21.04.1985–21.04.2020)


35º ano de aniversário

No dia vinte e um de abril, assinala-se o trigésimo quinto aniversário de


morte de Tancredo de Almeida Neves, advogado, nascido na cidade de São
João Del Rei – Minas Gerais, em quatro de março de 1910. Iniciou sua
carreira política como vereador de sua cidade natal entre 1935 – 1937. A
partir daí foi Deputado Estadual, Deputado Federal por diversas legislaturas,
Ministro da Justiça, Secretário de Finanças do Estado de Minas Gerais e
Governo de Minas Gerais.

Em virtude da derrota da emenda “Dante de Oliveira”, que propunha a


realização de eleições diretas para Presidente da República em 1984, foi
candidato à Presidência por uma coligação de partido de oposição reunidos na
Aliança Democrática, tendo como vice o Senador José Sarney. Foi eleito
222
Presidente da República pelo colégio eleitoral em 15 de janeiro de 1985,
vencendo o candidato governista Paulo Maluf. Na véspera da posse, em 14 de
março de 1985, foi internado em estado grave, assumindo interinamente o
cargo o vice-presidente José Sarney. Faleceu em São Paulo, no dia 21 de abril
de 1985. Quis o destino à tragédia de não tomar posse, mas recebeu a glória
de morrer no dia do ilustre e herói, Tiradentes. A lei nº 7.465, de 21 de abril
de 1986, determinou, em seu artigo 1º, que Tancredo Neves passaria a figurar
na “galeria dos que foram ungidos pela nação brasileira, para a suprema
magistratura, para todos os efeitos legais”.

Descobrimento do Brasil (22.04.1500–22.04.2020)


520º ano de aniversário

No dia vinte e dois de abril, o Brasil estará comemorando seus 520 anos
de descobrimento. Esta data é marcada oficialmente como o dia em que a
coroa Portuguesa anunciou o descobrimento das terras brasileiras. Em 1500, o
rei português Dom Manoel I autorizou que o navegante Pedro Álvares Cabral
organizasse uma esquadra que, segundo consta, deveria aportar na Índia. Para
tal propósito foi designado o uso de oito naus, três caravelas, um navio de
mantimentos e uma caravela mercante. Além disso, foram convocados
aproximadamente 1.500 homens, incluindo capitães, tripulantes, soldados e
autoridades religiosas. A expedição deixou o Porto de Restelo em nove de
março de 1500. Passados exatos 44 dias, os navegantes avistaram o famoso
Monte Pascoal. Chegando ao território brasileiro, inicialmente chamado de
“Vera Cruz”, o escrivão oficial, Pero Vaz de Caminha se pôs a tecer um relato
sobre as terras, cabendo ao navegante Gaspar Lemos, oficializar a descoberta
levando a carta de Pero Vaz ao Rei. Após a oficialização é que se vivenciaram
os tantos outros episódios que, ao longo dos séculos, explicam a peculiar
formação da Nação Brasileira.

Reportando aos personagens do dia 21.04: Tiradentes, Juscelino e


Tancredo, vale ressaltar o que eles têm em comum. Todos mineiros
puro-sangue, morreram no mesmo dia 21 de abril e de forma inconteste,
encarnaram momentos de esperança na história do Brasil. Cada um com suas
características peculiares deixou sua marca: Tiradentes – um herói
enlouquecido de esperança que deu a própria vida em defesa de um sonho.
Juscelino, um homem alegre, arrojado e que assumiu a Presidência com um
propósito: “o Brasil iria desenvolver 50 anos em 5”, e assim o fez.

Tancredo, com sua prudência e habilidade liderou o solapamento do


regime militar, desarticulou o astuto Paulo Maluf, então candidato governista
da Aliança Renovadora Nacional – ARENA, contribuindo decisivamente na
edificação de uma alternativa para a redemocratização do país. Não
bastasse as coincidências acima, há que se reconhecer a relação entre os
223
aniversários do dia 19 e 22.04. Os Portugueses, personagens descobridores
desta última, aqui encontraram os personagens da primeira – os Índios,
verdadeiros guardiões da querida terra chamada Brasil.

Como última reflexão sobre essas datas históricas, não há como ignorar
o fato de Tancredo Neves ter sido o “divisor de águas” da moralidade entre
os governantes brasileiros. A começar pelo Imperador Dom Pedro II, nenhum
deles, sem exceção, carregou a “pecha” de corrupto ou malversação no trato
da coisa pública. A história também nos mostra que morreram na
simplicidade.

Na contramão da história, todos os governantes pós Tancredo,


começando por José Sarney e encerrando em Michel Temer, são exemplos
cristalinos da nossa decadência moral. São exatos trinta e cinco anos de
promiscuidade, desgoverno e desconstrução do País. No campo econômico
temos como exemplo a falência provocada na Petrobrás, maior empresa
nacional e tida como a 7ª maior empresa no ranking mundial. No campo
Social e Político, o que se vê hoje é a consolidação da imoralidade de um
povo. Pois, este pelo voto direto coloca como seu representante, políticos do
mal, que em sua quase unanimidade foram ou são destaques nas páginas
policiais. Com toda a certeza nenhum destes morrerão na simplicidade
como os seus antecessores.

Na concepção dos cidadãos honestos e minimamente inteligentes, essas


figuras desprezíveis comportam-se como canalhas e picaretas a favor da
corrupção e protetores de bandidos.

Diante desta triste realidade, torcemos para que o atual governo consiga
sobrepor às dificuldades criadas por seus antecessores, conduzindo o nosso
Brasil para uma rota de Ordem e Progresso.

________________________________________

224
“VOCÊ QUER SER MAÇOM, MESMO”?

Então vivencie estes 12 pontos:

1º Ponto - Três coisas devemos cultivar:


o esforço - a verdade - a perseverança.

2º Ponto - Três qualidades devemos preservar:


o caráter - a nobreza - a humildade.

3º Ponto - Três colunas devemos manter de pé, a todo custo:


a calma - o otimismo - a serenidade.

4º Ponto - Três flores devemos plantar:


a caridade -o bem - a cordialidade.

5º Ponto - Três tesouros que devemos sempre acumular:


os amigos - a cultura - a família.

6º Ponto - Os três sentimentos que devemos expulsar:


a cobiça - o medo - o rancor.

7º Ponto - As três fontes inesgotáveis de energia para revigorar:


a ter - o céu - o mar.

8º Ponto - Três bandidos devemos banir:


o pessimismo - a covardia - o desânimo.

9º Ponto - Três legados preciosos devemos defender:


a honra - a dignidade - a honestidade.

10º Ponto - Três diamantes devemos burilar:


o trabalho - a justiça - a alegria.

11º Ponto - Três galhos devemos podar:


a língua - a indisciplina - a maledicência.

12º Ponto - Três irmãs gêmeas devemos nutrir:


a fé - o amor - a esperança.

Se você gostou, então comece a cultivar!

(Autor Desconhecido)

225
*LITURGIA MAÇÔNICA*
Dá-se o nome de Liturgia o estabelecimento nos rituais para o
processamento do culto religioso nos trabalhos maçônicos.

Na Igreja ortodoxa oriental é chamada liturgia divina; enquanto que na


Igreja católica é denominada missa.

Liturgia é a ordem e as cerimônias estabelecidas no ritual. O “Rito” é


um ato religioso solene. Por extensão, é qualquer das cerimônias que se
praticam nos cultos.

Em Maçonaria compreende-se como “Rito” o conjunto de regras


segundo as quais são praticadas as cerimônias que caracterizam cada sistema
maçônico. O Rito básico, remonta ao tempo da Maçônica Operativa. Rito é a
palavra de origem latina, significando “Ritus”, um uso ou costumes aprovado
ou uma observância externa. Como termo Maçônico, significa um método de
conferir a Luz Maçônica por uma coleção e distribuição de graus. É, em
outras palavras, o método e a ordem observados no governo de um rito
maçônico. *

Os Ritos são necessários não somente para criar um ambiente


particular, mas agem por uma impregnação do subconsciente ao qual dão um
poder e uma eficiência reais.

Cada rito tem a sua autoridade reguladora e sua hierarquia própria, e os


atos emanados de seus chefes são apenas obrigatórios para os maçons de sua
obediência.

A legislação das potências simbólicas maçônicas permite, geralmente,


às suas oficinas, adotar o sistema de trabalho de qualquer rito que lhes
convenha, à condição de ser ele um rito reconhecido e contanto que, qualquer
que seja o numero de seus graus, não possa aspirar à supremacia sobre o
outro.

O “Rito” praticado pela nossa potência é o “Rito Escocês Antigo e


Aceito”, compreendendo trinta e três (33) graus, divididos em: “Graus
Simbólicos”; “Graus Históricos”; “Graus Templários” e “Graus
Hermíticos”.

São motivos de estudos nos diversos graus do “Rito”, todos os


problemas que dizem respeito ao desenvolvimento da humanidade, sob os
aspectos: social, econômico, político, filantrópico e filosófico, pugnando

226
sempre pelo respeito à figura humana, no sentido de elevá-la a sua verdadeira
origem.

É válido ressaltar que o “R.E.A.A.” é o mais difundido e praticado no


Brasil. Porém, seja qual for o rito, a maçonaria se afigura de acordo com as
possibilidades de cada agrupamento humano, sempre na vanguarda. Ela
reúne em seus ensinamentos, conceitos que levam o homem ao perfeito
equilíbrio e a conscientização ideal “de onde veio... onde está... e para onde
vai...”.

Para que seja alcançada a meta desejada, a sublime Instituição vem se


expandindo, influenciando com sua presença marcante, todos os setores da
atividade humana. Nunca ela se tornaria estática, porque, na verdade ela não
pode parar pela própria natureza dos seus princípios.

É preciso entendê-la...

Sendo “imutável” em sua base, como tudo o que emana do “Alto” é,


no entanto, “Mutável” quando precisa ser compreendida em toda a sua
beleza.

Pela sua posição de Instituição Eclética, mantendo em harmonia os


diversos ritos que adota, caminha a nossa ordem amoldando-se às condições
do mundo, para desta assimilação propiciar uma interpretação exata dos seus
conceitos e finalidades, objetivando a emancipação da humanidade e
libertando-a dos seus condicionamentos.

________________________________________

227
NÍVEL CULTURAL DA MAÇONARIA
Introdução:

Este trabalho não foi elaborado por mim. Obtive pela Internet e a fonte
descreve como autor o irmão M.´.I.´. Denilson Forato. De forma muito cristalina
e objetiva o irmão demonstra a sua preocupação com o perfil e a qualificação e
dos irmãos que compõem o quadro de obreiros da nossa ordem. As suas
considerações são fortes, chocam inclusive a ala mais conservadora. Porém, ao
analisarmos a luz do bom senso, veremos que as críticas procedem.
Obviamente, considerando que somos uma irmandade de livres pensadores,
ainda que haja discordância em parte ou no todo do que o irmão descreve,
conclamo os irmãos a uma reflexão. Pois, não há como fugir da realidade,
quanto à necessidade, seja lá qual for, a empresa, entidade ou instituição, de
ajustar-se aos novos tempos.

Passamos em seguida ao trabalho em questão.

O presente trabalho será lido por uma minoria de irmãos que cultivam o
hábito pela leitura, mas se essa minoria o divulgar nas Lojas poderá estar
prestando um grande serviço em defesa da nossa Sublime Instituição.

Tenho verificado que a cultura na Maçonaria está muito aquém. O quadro


é simplesmente desolador. O maçom em geral tem, em média, poucos anos de
estudo, não lê, não estuda e nada sabe. E o que tem esse fato a ver com a
Maçonaria? Tudo! Não é possível realizar novos progressos sem o auxílio da
cultura e do saber.

O 1º grau, há 40 anos dava ao cidadão uma base de cultura geral muito


maior do que a de hoje e a culpa de tal retrocesso é, exclusivamente, do
vergonhoso e criminoso sistema educacional que, paulatinamente, foi implantado
no país e, evidentemente, dentro da própria Maçonaria. No 1º grau de hoje o
estudante ainda é um semi-analfabeto que não sabe sequer cantar o Hino
Nacional, que há muito foi expulso das escolas.

O maçom não gosta de ler. A afirmativa é absolutamente VERDADEIRA.


Há uma mínima parte do povo que ama a leitura, outra, um pouco maior, que a
detesta e a esmagadora maioria nem sabe que ela existe, e a Maçonaria é
formada por homens vindos do povo.

Em todos os rituais maçônicos, falasse nas sete ciências que formavam a


sabedoria dos antigos, composta pela Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética,
Geometria, Música e Astronomia. Quem só com apenas o 1º grau tem o mínimo

228
de conhecimento sobre tais ciências? Com exceção de alguns rudimentos de
Gramática e de Matemática, ninguém!

O mundo moderno não é mais composto por sete ciências; as ciências se


multiplicaram infinitamente: Física, Química, Engenharia, Geografia, Medicina,
Sociologia, Filosofia, História, etc.. Cada uma delas com infinitas
especialidades e ramificações, cada vez mais avançando nos campos das
descobertas, pesquisas e realizações enquanto o maçom ficou estacionado no
atual 3, 1º grau. EIS O GRANDE PROBLEMA!

Hoje, com raríssimas e merecidas exceções, chegasse a Mestre Maçom


entre seis meses a um ano e meio; ao Grau 33, entre três e quatro anos. Chegasse
a Mestre e ao Grau 33 sem sair do 1º grau. O dicionário de Aurélio Buarque de
Holanda define: “MESTRE – homem que ensina; professor; o que é perito em
uma ciência ou arte; homem de muito saber”.

Será que está acontecendo alguma coisa errada?

Aqui vai uma crítica e clamo aos irmãos a uma reflexão: Para que os
irmãos Apr.´. e Comp.́. adquira conhecimentos maçônicos que lhe darão direito a
aumento de salário, deve receber instruções. Estas são ministradas pelo
Venerável, IIr.´. VVig.́. e Orad.´.. Não vejo nenhuma preocupação com a
didática, bem como, metodologia ao ministrá-las. Nada evoluímos neste sentido,
pois, os irmãos se limitam em ouvir as instruções através de leitura, como se
estivéssemos ainda nos tempos da maçonaria “Operativa”, onde as pessoas eram
menos cultas, e em sua grande maioria, analfabetas. Considerando que hoje os
iniciados, via de regra são pessoas de boa formação, seria de bom alvitre que as
instruções fossem expositivas, não necessariamente pelas Luzes, mas por um
Mestre que melhor reunir recursos didáticos, tornando assim mais atrativa a
retenção dos conhecimentos ali repassados. A leitura ficaria por conta de cada
um como reforço dos ensinamentos recebidos em loja.

Ressalta-se também outro desvio que merece certo cuidado: na subida de


graus é exigido um trabalho escrito (muitas vezes meramente copiado, sem
pretensão de aprender) e as taxas de elevação (que geralmente são caríssimas).
Só isto, nada mais do que isto e... tomelhe grau por cima de grau, sem o mínimo
avanço cultural. Mas, em compensação, os aventais, colares e medalhas na
subida dos graus vão ficando mais caros, mais bordados, mais coloridos e mais
vistosos. E lá vai o nosso maçom falando em “beneficência”, “filosofismo”,
“Pedra Bruta”, “Pedra Polida”, “Espada Flamejante”, “Câmara de Reflexões”,
etc... E para completar o FEBEAMA (Festival de Besteiras que Assola a
Maçonaria) diz, por ter ouvido dizer, que a Maçonaria é milenar.

Diz um provérbio popular que “NINGUÉM AMA O QUE NÃO


CONHECE”. Como pode esperar a Maçonaria que seus Mestres Maçons, seus
229
componentes dos Altos Corpos Filosóficos, sejam bons transmissores de suas
doutrinas, histórias e conhecimentos, se nada sabem?

A Maçonaria é antes de tudo um vasto conjunto de ciências políticas,


históricas, geográficas e socioeconômicas adquiridas ao longo dos séculos. É
simbolismo e filosofia pura, é ciência humana no seu mais Alto Grau. Como
pode uma pessoa sem interesse pelo estudo adquirir e transmitir tantos
conhecimentos? Só se for por um milagre!

Como pode, apenas com boas intenções, um leigo ensinar medicina para
médicos, leis para juízes, aviação para um futuro piloto, engenharia para um
futuro engenheiro, Maçonaria para um futuro Maçom?

Tiro por mim que tenho o 3º grau completo. Já li quase uma centena de
livros e tenho mais como prazer do que por obrigação, dedicar pelo menos meia
hora por semana lendo algum artigo maçônico e outras literaturas de interesse
para o meu aperfeiçoamento espiritual, cultural e, até bem pouco tempo,
profissional. Ainda assim, em se tratando de conhecimentos maçônicos me
considero bem próximo da mediocridade e muito longe de ser um “EXPERT”.
Reconheço, com toda humildade, que ainda tenho muito que aprender! Como
pode uma pessoa sem cultura estudar e pesquisar as Lendas do Rei Salomão,
Hiran Abiff, Rainha de Sabá, Cabala, entre tantos, sem conhecer a História
Antiga? Como podem entender a gama de conhecimentos contidos na
Constituição de Anderson, Landmarks, Ritos, Painéis, entre outros assuntos
totalmente desconhecidos do nosso Mestre Maçom e de uma grande parte
daqueles que alcançaram o “TOPO DA PIRÂMIDE”, e que se consideram com
direito a cadeira cativa no Oriente para que seu “PROFUNDO SABER E
CONHECIMENTO MAÇÔNICO POSSA ILUMINAR” as colunas?

A verdade costuma ser cruel, mas infelizmente, esta é a pura realidade que
precisa de muitos com coragem para dizer.

O Maçom que estuda e pesquisa pode ser “O SOL DA CULTURA”, talvez


nem seja o vagalume que só tem sua luz notada nas trevas, mas com certeza, é o
espelho que poderá transmitir a Luz do Sol ou pelo menos a do vagalume.

A Maçonaria, composta de homens livres e de bons costumes e de boa


cultura, obviamente, será muito melhor. No século XVII ela era composta pelos
iluministas, no século XIX, no Império Brasileiro era composta da nata
intelectual da nação e hoje..., sem comentários.

Uma Sociedade, um País é preparado primordialmente pelo sistema


educacional e cultural que consegue adquirir. Seria muito bom começarmos a
preparar a Maçonaria neste Terceiro Milênio, pelo menos em nossas Lojas, com
pessoas um pouco mais cultas.
18/05/2020
230
*HONRA E GLÓRIA Á PRIMEIRA MULHER CHEFE
DE ESTADO DO BRASIL*

Em três de setembro de 1843, a nau Constituição singrou as águas da


Guanabara e aportou no Rio de Janeiro. Trazia ao Brasil Tereza Cristina de
Bourbon, esposa de Dom Pedro II, de cujo casamento nasceu, em 1846, no
paço São Cristóvão, a carioca Isabel, aquela a quem o futuro consagraria
como “A Redentora”.

A Princesa Leopoldina, irmã mais nova de Isabel, faleceu em Viena em


1871, o que muito abalou o Imperador e levou-o à Europa. Havia dito que “se
não lhe dessem a lei que libertaria os escravos, preferia não voltar”. Eis o
porquê de ter a Princesa Isabel, assumido a Regência e prestado o respectivo
juramento no Senado, em 20 de maio daquele ano.

Sua alteza Imperial regente tornara-se, naquele memorável dia, a


primeira mulher Chefe de Estado do Brasil. Éramos uma Monarquia
Parlamentar, com a Chefia de Governo exercida, então, pelo Visconde do Rio
Branco, Presidente do Conselho de Ministros.

A HISTÓRIA HAVIA RESERVADO À NOSSA PRIMEIRA CHEFE


DE ESTADO, a honra e a glória de sancionar, em 28 de setembro de 1871, a
Lei do Ventre Livre. Após sua assinatura, não nasceriam mais escravos no
Brasil.

Por dois outros períodos a Princesa voltaria a ser Regente, sem jamais,
inventar ser “regenta!” ou tentar impor-se por palavra extravagante na última
flor do Lácio. Assumiu a responsabilidade de Chefe de Estado de 1876 a
1877, em virtude de viagem do Imperador aos Estados Unidos; e de 1877 a
1889, quando Dom Pedro II, enfermo, buscou curar-se na Europa. Em sua
terceira regência seria definitivamente consagrada e entronizada nos corações
dos brasileiros educados em famílias sadias, sem preconceitos em face do
mérito, estudiosos e ciosos dos valores cristãos.

O abolicionismo encontrou em sua Alteza Imperial o que Pedro


Calmon chamou de suprema esperança. Severa senhora exultantemente
católica, externava coragem ante o tenso desafio enfrentado pela Nação e pelo
Trono. Exemplos não faltam: em 12 de fevereiro de 1888 pôs-se à frente de
uma batalha de flores, em Petrópolis, em prol da abolição; em 1886, impedira
que a polícia atacasse um quilombo de negros fugidos, mantido pelo
comerciante José de Seixas Magalhães, ato que ficou conhecido como
episódio das camélias do Leblon.

231
A Lei 1.353, de 13 de maio de 1888, é o ápice de sua glória de Chefe de
Estado. Trata-se do diploma consagrado como a Lei Áurea, que a Princesa
Imperial Regente assinou com uma pena de ouro cravejada de pedras
preciosas, adquirida pelo povo, a Cr$0,50 por pessoa, por proposta do
Professor Luís Pedro Drago. “A cerimônia de assinatura”, no Paço da cidade,
foi indescritível nos seus tons emocionantes, oradores deslumbrados, o povo a
vitoriar a “Redentora”; Patrocínio, de joelhos, a querer a beijar os pés da
Regente, e retórico, transfigurado: “Minha alma sobe de joelhos nestes
Paços”!

O Papa leão XIII concedeu-lhe a “Rosa de Ouro”, condecoração


oferecida pelo Sumo Pontífice como símbolo permanente de reverência,
estima e afeição paterna a personalidades que tenham demonstrado espírito de
lealdade para com a Santa Sé. Que demonstração superior poderia ter sido
dada por alguma brasileira até hoje?

Nossa primeira Chefe de Estado é também, a bem da verdade, a


segunda e a terceira mulher brasileira Chefe de Estado, posto que por três
vezes distintas, dirigiu os destinos da Nação e, em duas delas, tomou decisões
que se perpetuaram na História da Pátria.

Na Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, repousam desde


1971; Sua Alteza Imperial, Isabel; o Conde D ́Eu, marechal do Exército; D.
Pedro de Alcântara, Príncipe do Grão Pará e sua esposa. Repousam naquele
templo, desde 1939, seus Pais D. Pedro II e Dª Teresa Cristina. Que repousem
em paz, nós brasileiros brancos, negros, mulatos, índios, amarelos e
mamelucos, muito lhes devemos, em especial pela “Redentora”. Rejubilemos
para que em cada 13 de maio sua memória seja condignamente louvada e
exaltada. Que, por intercessão de D. Pedro de Alcântara, prevaleça a paz e
harmonia em nossa Nação Brasileira, impedindo a nós e a nossos
descendentes cair na tentação do venenoso ódio racial que nos querem
inocular.

Lembremos de que, em homenagem à princesa, um monumento


ergue-se frente à Princesinha do Mar, avenida que leva seu nome, no Rio de
Janeiro. Lembremos, também, que na mesma metrópole, a “Avenida 28 de
Setembro” celebra a assinatura das leis do “Ventre Livre” e dos
“Sexagenários”.

Honremos e glorifiquemos a Princesa Isabel, a Regente, a Redentora,


primeira Chefe de Estado do Brasil.
________________________________________
13/05/2020

232
*UMA SOCIEDADE EM TRANSE*

O nosso País ocupou até o final de 2018 um lugar de destaque


internacional, no ranking da violência. Chegamos a mais de 60.000
homicídios em apenas um ano, ou seja, cerca de 7 (sete) pessoas por hora,
sendo a maioria jovens. O custo da violência chegou a atingir 5,4% do
produto interno bruto (PIB), quase R$ 300 bilhões por ano.

Hoje, as estatísticas já mostram uma redução significativa, porém


continua alta. Essas mesmas estatísticas apontam as cinco principais causas da
violência em nosso País: a falta de educação, a ausência de autoridade, a
leniência das leis penais, a ineficiência policial e a certeza da impunidade.

Façamos uma reflexão sobre cada uma delas:

A falta de educação:
Começa por permitir que as crianças sejam criadas sem limites, como
se pudesse fazer de tudo. Os pais e professores se omitem, achando que
educar trata-se de um ato autoritário, confundindo autoridade com
autoritarismo. Hoje tudo que se diz direito a limite e controle é associado a
conservadorismo, autoritarismo e falta de democracia. Os limites ensinam e
permitem que a sociedade cresça. O errado passou a ser o certo, o que
chamamos de politicamente correto. Há carência de ética em todos os setores
da sociedade brasileira. Temos como um dos grandes propulsores da
criminalidade, a receptação, por sinal, vista com normalidade pelas pessoas
em geral. Ignoram por completo que por trás desse comércio, existe uma
imensa legião de compradores de objetos roubados. Inadmissível existir nas
grandes metrópoles, feiras que vendem objetos a preços muito mais baratos,
alguns até que resultaram em mortes dos seus reais donos.

A ausência da autoridade:
É bem visível. Não se observam policiais parando e revistando pessoas
nas ruas. Não existe indivíduo suspeito e sim, em atitude suspeita. O artigo
244 do Código de Processo Penal dá amparo legal para o policial proceder
dessa forma. Acontece que o “desgoverno” de alguns anos que reinou em
nosso Brasil, praticamente incutiu nas escolas de formação de policiais, quer
de Oficiais ou de Praças, que a revista “constrangia” uma pessoa. Isso fez
parte de uma ideologia que via o criminoso como um seu agente, pois tira dos
mais abastados, em prol dos necessitados, contribuindo assim com a
distribuição de renda no país. Ainda bem que nesse quesito, essa visão não
prevalece neste governo.

233
3- A leniência das leis penais:
Infelizmente, este quesito ainda vigora no País. Toma-se como exemplo
os diversos corruptos que andam soltos por aí, após terem sido condenados
por duas e até três instâncias. Mas valendo-se daquela “brecha” de que
ninguém pode ser preso antes do trânsito em julgado; a suprema corte acaba
por deixar muitos criminosos à vontade e até mesmo livres para sempre, com
a malfadada prescrição. Temos ainda, a passagem de criminosos por diversas
vezes na Polícia e na Justiça, sendo liberado após pagar fiança ou cesta
básica. Há também os casos em que as quadrilhas utilizam dos menores, onde
eles assumem de imediato as autorias do crime. Com o ESTATUTO DA
CRIANÇA e DO ADOLESCENTE – ECA, o crime ocorrido com o uso do
menor, acaba por não ter um desfecho em que possa configurar JUSTIÇA. O
azar fica da vítima que se foi e de suas famílias que não tem o que fazer.

4- A ineficiência policial:
Ela se faz presente tanto na prevenção como na investigação. Quanto à
primeira, nota-se a falta de planejamento, principalmente em se antecipar o
delito. Tem que haver um acompanhamento da mancha criminal e não ficar
esperando o relatório mensal dos boletins de ocorrências das Delegacias. A
maior parte dos crimes não é notificada, principalmente os de pequena monta.
A população além de entender que o objeto roubado não será recuperado, leva
também em conta o tempo excessivo gasto nas Delegacias, para registrar o
delito. Há pouco tempo li no jornal FOLHA DE SÃO PAULO noticiou que
96% dos inquéritos sobre homicídios foram arquivados no Rio de Janeiro, por
falta de autoria. Dos 4% restantes, só 3% resultaram em condenação dos
culpados e 1% foram absolvidos devido à falta de provas concretas e
consistentes. Daí, uma mostra da ineficiência do sistema.

5– A Certeza da impunidade:
É óbvio que ela estimula a atividade criminosa. Aí está incluso a
probabilidade do delinquente não ser detido pela polícia e caso seja, a
leniência das leis penais e processuais, o libertará de imediato. Um fato que
chamou atenção de todo o Brasil há algum tempo atrás, foi a prisão de um
adolescente de 18 anos no Ceará, que agia como “pistoleiro de aluguel”,
tendo praticado 16 homicídios. O azar foi que 14 deles, ele praticou se
beneficiando pelo ESTATUTO DA CRIANÇA e DO
ADOLES-CENTE – ECA, mas o 15º e 16º homicídios, ele já praticou como
maior de idade (18 anos). Aí foi devidamente julgado de acordo com o
Código Penal vigente.

Há que se ressalvar que devemos ser justos com as Instituições


Policiais, Ministério Público e Justiça face ao seguinte jargão: “A polícia
prende e a justiça solta”. Não devemos olvidar que esta ao liberar o

234
criminoso, está cumprindo as leis, cujo principal responsável é o Congresso
Nacional, composto de deputados e senadores da República eleitos pelo povo.

Para minimizar a violência basta que olhemos os fatos à luz do bom


senso. O Brasil deve rever as Leis Penais, Processuais e o Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA; melhorar de uma maneira substancial a
educação e a noção de cidadania; cobrar dos pais e professores, a autoridade
que devem ter sobre as crianças, os futuros cidadãos do amanhã. Exigir das
Instituições policiais uma maior eficiência e eficácia nas suas atividades de
prevenção e investigação, e coibir com maior rigor o receptador de objetos
roubados bem como os seus compradores. Enfim, estabelecer políticas
públicas mais efetivas e justas, a exemplo de países com democracias
consolidadas.

A maçonaria por sua vez, não tem como solucionar diretamente os


problemas sociais acima elencados, porém, tem como princípio em não
afastar deles. Ela orienta os seus adeptos, em como contribuir para o
desenvolvimento e o nivelamento de todos os indivíduos; deseja que todos
sejam iguais, que todos possam receber o quinhão de que necessitam na
sociedade. Ela pugna pela igualdade, ela reconhece que a falta de instrução é
a causadora do subdesenvolvimento, e que sob esta bandeira pululam os
interesses de diversos matizes. Ela vê que é a instrução que eleva um país no
conceito universal; é a instrução, o freio que impede o homem de cair no
servilismo. O homem sem estudo e sem aptidões será sempre o peso morto da
sociedade.

A maçonaria, na sua tarefa progressista, preconiza a melhoria de vida


pela criação de condições favoráveis para a existência; Ela sabe que a riqueza
é necessária, que só o trabalho pode proporcioná-la, daí aconselhar a todos
que adquiram conhecimentos para que, por meio deles, possam adquirir
riquezas.

Pitágoras há mais de 2.500 anos disse uma frase atual:

“Eduquem as crianças e não será necessário punir os homens”.

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235
*SALOMÃO - PERÍODOS DE HONRA E GLÓRIA*

PARTE I

UMA VIDA CONFUSA COM PERÍODOS DE HONRA E GLÓRIA

Como cristãos cabe-nos, sempre que possível, tornar a sabedoria


transformadora da Bíblia compreensível e acessível a todos. Neste trabalho,
dediquei-me a conhecer melhor como a sabedoria de Salomão se cumpriu em
Cristo.

Uma das coisas que percebi é a maneira como a sabedoria de Salomão e


de Cristo equilibram o seu idealismo moral e seus posicionamentos. Ambas
exemplificam atitudes de misericórdia direcionadas aos necessitados que
outros desprezariam.

Deduzindo que temos o mesmo interesse naquilo que Deus quer fazer
pelas pessoas imperfeitas que vivem neste mundo conturbado, procure
perceber nas próximas linhas, se este é o ritmo de sua jornada neste plano.

SALOMÃO E SUA VIDA


De certa distância seria fácil idealizar Salomão. A Bíblia nos fala da sua
riqueza e de suas realizações. Os projetos de construção que ele sonhava para
o seu país, são um tributo à sua visão. Suas compilações de provérbios e
reflexões sobre o significado da vida demonstram a sua contínua busca pelo
conhecimento.
Entretanto, ao olharmos mais de perto, vemos que Salomão tinha uma
vida difícil e cheia de problemas, com a qual nos identificamos.
Salomão foi o filho gerado pelo casamento de seu pai e Bate-Seba. Ele herdou
raízes do lado obscuro de seu pai. A mãe de Salomão era casada com outro
homem quando o Rei Davi e ela cometeram adultério. Davi providenciou a
morte do marido dela para encobrir o escândalo.
O fato de o Senhor ter amado Salomão (2 SAMUEL 12:24) e tê-lo
tornado um dos homens mais sábios que o mundo jamais conheceu ilustram
princípios estabelecidos através das Escrituras. Deus não nos responsabiliza
pelos pecados de nossos pais.
Salomão herdou o trono em meio a um conflito familiar. Quando Davi
estava em seu leito de morte, seu filho mais velho, de outra esposa, tentou
roubar o trono que fora prometido a Salomão. Em um crítico momento, Bate-

236
Seba interviu e relembrou o rei que ele tinha prometido o trono ao filho deles
(1 REIS 1:15-21). Como Deus havia dito a Davi que Salomão seria o rei (1
CRÔNICAS 22:9-10), as mudanças dramáticas nos eventos que se seguiram
nos lembram que nossos inimigos não podem impedir-nos de fazer aquilo que
Deus quer fazer através de nós.
Os primeiros atos de Salomão como rei aconteceram em uma atmosfera
de ajustes culturais e religiosos. Ele casou-se com a filha pagã do Faraó do
Egito (1 REIS 3:1), aparentemente, para encorajar um bom relacionamento
com os vizinhos ao sul de Israel. Além disso, Salomão e seu povo adoraram
em lugares altos usados pelo povo daquela terra numa tentativa de
aproximar-se dos seus deuses (1 REIS 3:2-3). Tal tipo de adoração tinha sido
proibido desde os dias de Moisés (DEUTERONÔMIO 12:2). Contudo, apesar
de todos estes erros espirituais, Salomão tinha lugar para o Senhor em seu
coração, e Deus foi paciente com ele. A experiência de Salomão nos relembra
que em nosso mundo despedaçado, Deus pode trabalhar com o nosso desejo
de honrá-lo — mesmo quando não compreendemos o quão confusos estamos.
Uma das mais conhecidas decisões de Salomão foi tomada quando ele
estava dormindo. Até os dias de hoje, Salomão é relembrado pela maneira
como respondeu quando o Senhor lhe apareceu em sonhos e deu-lhe a
oportunidade de pedir o desejo do seu coração (1 REIS 3:5).
Surpreendentemente, Salomão não pediu por saúde ou vida longa. Ao
contrário disso, ele pediu compreensão e discernimento para dirigir a nação
que lhe fora confiada. Deus afirmou que estava satisfeito com aquele pedido e
prometeu dar a Salomão não somente um coração compreensivo, mas também
saúde e honra. No entanto, o que alguns esquecem é que Salomão fez este
pedido enquanto dormia. Toda a conversação ocorreu durante um sonho (1
REIS 3:15). Esta experiência nos relembra que Deus Trabalha conosco de
diversas maneiras, que demonstram melhor a Sua bondade, mais do que a
nossa.
O primeiro ato da sabedoria de Salomão registrado foi resolver um
conflito de consequências trágicas entre duas mulheres da rua. Deus poderia
exibir o Seu dom de sabedoria igualando as habilidades de Salomão àquelas
da alta sociedade e com os sábios de então. No entanto, o primeiro ato de
sabedoria registrado foi o ajuste de contas entre duas prostitutas. Ambas
tinham filhos recém-nascidos cujos pais estavam ausentes. Mas uma delas
tinha perdido seu bebê por morte acidental e agora afirmava ser a mãe
verdadeira do recém-nascido sobrevivente. As duas mulheres apelaram para
Salomão para resolver sua disputa. Salomão foi capaz de fazer justiça à
verdadeira mãe, pelo impensável ato de pedir por uma espada e ameaçar
dividir o menino vivo em duas partes (1 REIS 3:16-28).

237
Este primeiro ato de justiça praticado por Salomão nos lembra, que a
percepção de justiça e misericórdia de Deus alcança aqueles que outros
rejeitariam como indignos.
Salomão nos mostrou como procurar pelos dois lados da natureza humana.
Através da ameaça de dividir o bebê, Salomão nos mostrou que uma
daquelas mulheres estava disposta a ver o bebê morto ao invés de vê-lo nos
braços de outra mulher. A segunda demonstrou que preferia dar a criança à
outra em vez de vê-la morrer. Ao trazer à superfície um dos melhores, e um
dos piores lados da natureza humana, Salomão nos fez vislumbrar nossos
próprios corações. A sabedoria rastreia em nós as evidências de que somos
criados à imagem de Deus, e, também rastreia os sentimentos conflitantes que
se originam ao declararmos a nossa independência de Deus.
A sabedoria de Salomão não o impediu de agir como um tolo. Apesar
de todo o entendimento que Deus deu a Salomão, ele acabou fazendo
exatamente aquilo que os reis de Israel estavam proibidos de fazer
(DEUTERONÔMIO 17:14-20). Ele multiplicou sua riqueza pessoal, esposas
e parceiras sexuais de maneira excessivamente tolerante. No entanto, no
momento que pensamos que ele não poderia ter feito nada pior, Salomão
construiu altares aos deuses pagãos de suas esposas nas montanhas que
circundavam Jerusalém (1 REIS 11:1-8). A vida de Salomão nos mostra algo
muito importante. A sabedoria nos ajuda somente se dela fizermos bom uso.
Uma das mais importantes contribuições que Salomão nos deixou foi a
constatação de que seus problemas e fracassos realmente aconteceram.
Através da insensatez de Salomão podemos ver que toda sabedoria do mundo
não modifica nossa natureza humana. Quem dentre nós não quer ser mais
honesto, mais amoroso e ter mais autocontrole do que a nossa natureza nos
permite? Por essa razão, a nossa verdadeira necessidade não é por uma
sabedoria de autotransformação, pela qual possamos receber o crédito. Nossa
verdadeira necessidade é pela sabedoria que vem como um presente da graça
de Deus, em Cristo, através de Cristo, e por Cristo (1 CORÍNTIOS 1:30).
Portanto, meus irmãos, dado a nossa fraqueza de muitas vezes sermos levados
á comportamentos insensatos, ante ao próximo, culminando em nossa própria
derrocada cristã; não custa diariamente nos dirigir ao GADU e rogar a ELE:
“Pai Celeste ajuda-me a nunca esquecer que precisamos da sabedoria que
aponta para, e, flui de Teu Filho. Rogo, capacita-me a ser eternamente
grato a Jesus pelo Seu sacrifício e na completa dependência do Seu Espírito
para mostrar a sabedoria que te glorifique para todo o sempre”

Fonte: Bíblia Sagrada.


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25/05/2020

238
SALOMÃO E SUA VIDA CONFUSA

PARTE II

O terceiro rei de Israel e o segundo filho de Davi e Bate-Seba, Salomão


governou Israel por quarenta anos (970-930 A.C.).

ESCOLHIDO PARA O TRONO


Como os outros filhos de Davi, Amnon e Absalão, não faziam questão
do trono, Salomão e Adonias pareciam ser os que herdariam o trono. Mas o
reinado tinha sido prometido a Salomão (1 Crônicas 22:9-10). Perto do fim da
vida de Davi, Adonias tomou algumas providências para se tornar rei. Com a
ajuda de Joabe, um general do exército, e Abiatar o sacerdote, Adonias foi
proclamado rei. Salomão, os profetas Natã e Benaías não foram convidados
para a cerimônia. Natã contou a Bate-Seba sobre o plano de Adonias, e
Bate-Seba perguntou a Davi quais eram os seus planos. Davi mandou que
Salomão fosse proclamado rei sobre Israel. Ele foi ungido por Zadoque
enquanto tocavam as trombetas e o povo gritava: "Viva o rei Salomão" (1
Reis 1:34). Adonias percebeu que a sua tentativa de se tornar rei havia
desmoronado e assim ele pediu que tivessem misericórdia prometendo que
seria fiel ao novo rei.
Salomão trabalhou rápido para assegurar o seu poder (1 Reis 1-2).
Quando Adonias pediu para se casar com Abisague, a mulher que havia sido
companheira de Davi na sua velhice (1 Reis 1:1-4), Salomão recusou o pedido
e mandou que matassem Adonias (1 Reis 2:22-25). Como Abiatar tinha se
unido com Adonias, ele foi despedido de seu emprego de sacerdote. Enquanto
isso, Joabe - o general do exército de Davi que também tinha se juntado a
Adonias - fugiu para o altar. O rei ordenou que Benaías o matasse. Benaías se
tornou então comandante chefe do exército.
Uma das primeiras ações escritas de Salomão foi ir até Gibeão e
sacrificar mil ofertas queimadas a Deus. Na noite seguinte, o Senhor apareceu
em sonho ao rei e perguntou qual era a coisa que ele mais queria. Salomão
pediu sabedoria para ser um bom rei para Israel e Deus se agradou de seu
pedido (1 Reis 3:1). O rei de Israel teve o seu pedido realizado juntamente
com vida longa, riquezas e fama.

239
AS REALIZAÇÕES DE SALOMÃO - SEU GOVERNO

Davi havia juntado as doze tribos de Israel, mas Salomão organizou todo o
estado com a ajuda de muitos oficiais (1 Reis 4:1). O país inteiro foi dividido em
doze distritos principais. Cada distrito tinha que pagar pelas
despesas da corte do rei durante um mês do ano. O sistema era justo e distribuía o
peso dos impostos igualmente por todo o país.
SUAS CONSTRUÇÕES
Um dos primeiros projetos de Salomão era construir o templo, que Davi tinha
sonhado em construir. Hirão, rei de Tiro, forneceu cedro do Monte Líbano para o
templo (1 Reis 5:1-12), e ele foi pago com comida. Os israelitas foram forçados a
trabalhar em grupos de 10.000 (1 Reis 5:13-18; 2 Crônicas 2:17-18). Levou 7 (sete)
anos para acabar de construir o templo, que para parâmetros modernos, era uma
construção pequena: 27.4 metros de comprimento, 9.1 metros de largura e 13.7
metros de altura. Porém, a cobertura de ouro, colocada nas paredes e os mobília fez
dela uma construção muito valiosa.
No décimo primeiro ano do reinado de Salomão foi celebrado a dedicação do
templo (1 Reis 6:38, 1 Reis 8:1-5). A presença do Senhor encheu o templo e
Salomão fez uma grande oração dedicando o templo (1 Reis 8:23-53). Depois disso
ele ofereceu 22.000 bois e 120.000 ovelhas juntamente com outras ofertas. O povo
estava muito alegre porque um grande rei tinha substituído Davi.
Salomão construiu muitos outros prédios. Levou treze anos para construir a sua
casa, que era grande o suficiente para abrigar muitas esposas, concubinas e servos.
Um grande forte também foi construído para proteger o templo (1 Reis 9:24).
SUA SABEDORIA
Salomão escreveu 3.000 provérbios e mais de 1.000 cânticos (1 Reis 4:32). A maior
parte do livro de Provérbios é atribuída a ele (Provérbios 25:1), assim como
Eclesiastes, Cântico dos Cânticos e os Salmos 72 e 127.
A rainha de Sabá veio ver e ouvir se os relatos sobre a sabedoria e fama de
Salomão eram verdade. Depois de ver tudo o que ele tinha em Jerusalém e ouvir a
sua sabedoria, ela abençoou o Senhor Deus de Israel por levantar uma pessoa tão
sábia para sentar num trono tão magnífico (1 Reis 10:1).
SUA QUEDA
Apesar de sua sabedoria, Salomão fez alguns julgamentos errados durante o
seu reinado. O seu maior erro foi casar com muitas mulheres e ter muitas
concubinas. Ele também construiu templos pagãos para que elas pudessem adorar
os seus muitos deuses (1 Reis 11:1-8). O Senhor puniu a Salomão, permitindo que
Israel fosse atacada por todos os lados. Apesar de o reino não ter sido destruído
durante a vida de Salomão, o seu filho viu o reino dividido. Não há nenhum registro
falando do arrependimento de Salomão,
mas o livro de Eclesiastes mostra a culpa que Salomão sentia pelas suas decisões
erradas.
01/06/2020
240
TRIGÉSIMO ANIVERSÁRIO MAÇÔNICO
(A INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA EM MINHA VIDA)

● MINHA CONTRIBUIÇÃO PARA COM A ORDEM:

- FIDELIDADE À ORDEM;

- DEDICAÇÃO AOS TRABALHOS;

- SER EXEMPLO.

● CONTRIBUIÇÃO DA ORDEM PARA COMIGO:

- CRESCIMENTO PESSOAL, COMO ESPOSO E PAI;

- FRATERNO, SOLIDÁRIO E SENSO DE JUSTIÇA;

- AUTOCONFIANÇA.

“A sabedoria de um ser humano não está no quanto ele sabe, mas


no quanto ele tem consciência de que não sabe”.

241
*PAUTE SUA VIDA NO REALIZAR*

Não estou aqui para dar conselhos e muito menos para convencê-los do
que é certo ou errado. Reconheço também o quanto me falta para atingir o
nível mínimo de sabedoria a que todos nós certamente almejamos para melhor
servir. No entanto, minha vivência pessoal somada a profissional, ainda que
modesta, me permite contribuir com um alerta. Nós maçons, com base nos
ensinamentos recebidos, podemos contribuir e muito com o cenário de
incertezas vividas pelos jovens que irão responder pelo Brasil de amanhã.

Os jovens de hoje vivem uma decisão incomum em relação ao seu


amanhã. Alguns se lançam nos estudos sem convicção do que realmente
querem. Outros abraçam uma profissão sem ao menos refletir sobre sua
realização como profissional. E muitos focam em cursos cujo mercado
sinaliza garantia de sucesso financeiro em sua carreira.

A verdade é que a civilização moderna, encontra-se vacilante entre dois


mundos muito diferentes, um utópico e cheio de promessas, o outro real e
repleto de perigo. Afinal, as transformações são profundas sob todos os
aspectos, sejam elas: tecnológicas, econômicas, políticas e sociais.

Diante desse panorama inquietante – da grande falta de valores,


miséria, violência e indecência, os nossos jovens devem vislumbrar uma única
reação possível é urgente: apostar nos princípios e valores que pautam nossas
vidas pessoal e profissional, hoje suplantados por atitudes e práticas
distorcidas.

Sem qualquer sombra de dúvidas, sem a mínima pretensão de


querermos ser os “donos da verdade”, como maçons, temos o dever de nos
esforçar e fazer valer nossos princípios. A missão de tornar feliz a
humanidade implica em orientar, impor valores e ser exemplo. Mais do que
nunca os jovens de hoje necessitam de apoio para não caírem no vazio.

Quando iniciamos na maçonaria, ainda na condição de neófito,


aprendemos a despojar dos bens materiais. É nos valendo dessa primeira
lição que devemos com todas as letras dizer ao jovem de hoje que “não paute
sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro”. Que ame seu ofício com todo o
coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro
virá como consequência. Geralmente, os que só pensam nele não o ganham.
Porque são incapazes de sonhar. Pensar e realizar tem trazido mais fortuna do
que pensar em fortuna.

242
Existe um provérbio oriental que diz: “Se alguém vive na riqueza sem
nada fazer de belo ou de generoso não lhe chamem de rico, mas
simplesmente um policial que guarda riqueza”.

Outra lição que recebemos foi a dedicação e respeito à nossa Pátria.


Com base nesse aprendizado devemos orientá-lo a “Pensar no seu País”.
Porque, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil
viver numa nação onde tanta gente morre de fome e outras tantas morrem de
medo, aliás, as estatísticas da ONU, noticiadas no dia 06 do corrente,
mostram que o Brasil é o país que mais mata no mundo em números
absolutos. No campo político o caos é uma vergonha; além de gerar queda
de padrão de vida, gera também uma imoralidade generalizada. Vale dizer
que o Brasil também é um dos campeões no ranking da corrupção.

A terceira orientação se deve buscar diretamente no Livro da Lei.


“Seja quente, ou seja, frio, não seja morno que eu te vomite”. É preferível
o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Já vimos
grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém
narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Portanto, nossa
orientação é: faça, erre, tente, falhe, lute. Não jogue fora, se acomodando, a
extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tenha consciência de que cada homem foi feito para fazer história.
Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do
que sexo ou dinheiro. Somos criados para construir pirâmides e versos,
descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de
interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não seja um
analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano;
dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse! eu sabia! Não seja um
empresário de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta
de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar
o que falam. Pessoas assim, não sabem trabalhar. Nossa orientação deve ser
no sentido de: trabalhar, trabalhar, trabalhar... Trabalho não mata. Ocupa o
tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio (como diz o ditado “Cabeça
parada, oficina do diabo”). Procure trabalhar em algo que você realmente
goste, e você nunca precisará trabalhar na vida.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem


muito que aprender com “aqueles trouxas” dos Japoneses. Porque “aqueles
trouxas” Japoneses que trabalham de sol a sol construíram e fizeram do seu
país, em menos de 50 anos, a grande potência do planeta. Enquanto nós, os
espertos, o que temos construído?

243
Tenhamos, portanto, consciência de que o tempo é mesmo o senhor da
razão. Vai bendizer o fruto do seu esforço. Só o trabalho lhe leva a conhecer
pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. Paute sua vida no
realizar. E isso se chama sucesso com dignidade.

Que o G.’.A.’.D.’.U.’. nos dê ânimo, força e luz. Não sejamos omissos.


Vamos trabalhar; trabalhar e trabalhar.

Pensemos nisso meus Irmãos!

________________________________________

244
*OS 33 MANDAMENTOS DO MAÇOM*

1º - Creia no Grande Arquiteto Do Universo (que é DEUS);

2º - O verdadeiro culto que se pode tributar ao Grande Arquiteto consiste nas


boas obras;

3º - Tem sempre a tua alma em estado de pureza, para que possas aparecer de
um momento para outro perante o Grande Arquiteto;

4º - Não sejas fácil em te encolerizar; a ira é sinal de fraqueza;

5º - Escuta sempre a voz de tua consciência;

6º - Detesta a avareza, porque quem ama demasiado, as riquezas, nenhum


fruto tirará delas, consistindo isso egoísmo;

7º - Na senda da honra e da justiça está a vida; o caminho extraviado conduz à


morte espiritual;

8º - Faz o bem pelo próprio bem;

9º - Evita as questões, previne os insultos e procura sempre ter a razão do teu


lado;

10º - Não te envergonhes do teu Destino, pensa que este não te desonra nem
te degrada; o modo como desempenham a tua missão é que enaltece ou
amesquinha perante os homens;

11º - Lê e medita, observa e emita o que for bom; reflexiona e trabalha;


ocupa-te do bem-estar dos teus irmãos e trabalharás para ti;

12º - Contenta-se com tudo e com todos;

13º - Não julgues superficialmente as ações de teus Irmãos e não censures


aereamente. O julgamento pertence ao Grande Arquiteto do Universo, porque
só Ele pode sondar o coração das criaturas;

14º - Seja, entre os profanos fracos, sem rudeza, superior sem orgulho;
humilde sem baixeza; e, entre Irmãos, firme sem obstinação, severo sem
inflexibilidade e submisso sem servilismo;

245
15º - Justo e valoroso, defende o oprimido e protege a inocência, não
exaltando jamais os serviços prestados;

16º - Exato observador dos homens e das cousas, atende unicamente ao


mérito pessoal de cada um, seja qual for a camada social, posição e fortuna a
que pertence;

17º - Se o Grande Arquiteto te der um filho, agradece, mas cuida sempre do


depósito que te confiou. Seja para essa criança, a imagem da Providência. Faz
com que até aos 12 anos tenha temor a ti; até aos 20 te ame e até a morte te
respeite. Até aos 12 anos seja o seu mestre; até aos 20 seu pai espiritual e até a
morte seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do que belas
maneiras; que te deve retidão esclarecida e não frívola elegância. Esforça-te
para que seja um homem honesto, avesso a qualquer astúcia;

18º - Ama o teu próximo como a ti mesmo;

19º - Não faça o mal, embora não espere o bem;

20º - Estima os bons, ama os fracos, atende aos maus e não ofendas a
ninguém;
21º - Seja o amparo dos aflitos; cada lamento que tua dureza provocar, e
outras tantas maldições que cairão sobre a tua cabeça;

22º - Com o faminto, reparte o teu pão; aos pobres e forasteiros da


hospitalidade;

23º - Dá de vestir aos nus, mesmo com prejuízo do teu conforto;

24º - Respeita o peregrino nacional ou estrangeiro e auxilie sempre;

25º - Não lisonjeies nunca teu Irmão, isso corresponde a uma traição; se te
lisonjeiam receia que te corrompam;

26º - Respeita a mulher, não abuse jamais de sua debilidade; defende-lhe a


inocência e a honra;

27º - Fala moderadamente com os pequenos, prudentemente com os grandes;


sinceramente com os teus iguais e teus amigos; docemente com os que
sofrem, mas sempre de acordo com a tua consciência e princípios de sã moral;

246
28º - O coração dos justos está onde se pratique a virtude, e o dos tolos, onde
festeja a vaidade;

29º - Não prometas nunca sem a intenção de cumprir; ninguém é obrigado a


prometer, mas prometendo é responsável;

30º - Dá sempre com satisfação, porque mais vale uma negativa delicada do
que uma esmola que humilhe;

31º - Suporte tudo com a resignação e tem sempre confiança no futuro;

32º - Faz do teu corpo um Templo, do teu coração um Altar e do teu espírito
um apóstolo do Amor, da Verdade e da Justiça;

33º - Concentra, ao menos uma vez por dia, todas as vibrações da tua alma, no
sentido de estares em contato com o Grande Arquiteto do Universo (que é
DEUS).

________________________________________

247
*POR QUE SER RECONHECIDO COMO MAÇOM?*

No próximo dia 20 estaremos comemorando o “Dia do Maçom”, ou seja,


“O Nosso Dia”! Devido ao isolamento social, as eleições de mudança da Diretoria
foram postergadas, de junho para agosto. Somando-se a estes dois eventos, no dia
21 a União Sertaneja n ̊ 8, estará completando os seus 123 ̊ de existência e os irmãos
certamente estariam mobilizados para desenvolver a 32ͣ Semana do Maçom; não
fosse a Pandemia do COVID-19. Enfim, uma semana que enriquece e eleva a
história da centenária “União Sertaneja” n ̊8, onde recebi a luz nos idos de 1984.
De antemão, parabenizo os irmãos Wilson, Alexandre e Juscimar que
compõe a nova diretoria, com votos de pleno sucesso na gestão do próximo biênio.
Expresso ainda os meus cumprimentos à Loja como um todo pela eleição em si.
Foram 75 irmãos votantes, com aprovação unânime da chapa, sem nenhum voto
contra ou abstenção. Uma raridade para uma Loja do porte da União Sertaneja.
Destaco ainda que essa unanimidade fez jus ao seu próprio nome, configurando a
UNIÃO dos irmãos em seus propósitos. À bem da verdade esse resultado nos passa
também a certeza de equilíbrio e a convicção dos irmãos frente a um momento tão
sério, em se tratando da continuidade de uma gestão profícua da Loja.
Não obstante, vale ressaltar a responsabilidade que pesa a nova Diretoria,
diante da demonstração de confiança e aceitação irrestrita dos obreiros, ao sagrarem
a eleição de forma limpa e pura, com presença maciça e aprovação unânime.
Repito, prevaleceu nesse evento uma relação recíproca de confiança!
Assim, em homenagem a estas datas históricas (Dia do Maçom – 20/08,
Aniversário da Loja – 21/08 e Eleição – 12/08), decidi elaborar esta Peça de
Arquitetura, dirigindo-me aos irmãos da minha saudosa Loja-mãe.
O título desta Peça é proposital. Força-nos a retroagir no tempo para
refletirmos sobre um questionamento muito comum que normalmente fazemos para
nós mesmos, quando ainda na condição de profano.
Obviamente, hoje temos a resposta pronta para a pergunta acima. Mas,
inúmeras são as respostas que vem à mente de um profano, principalmente quando
este é convidado para o nosso meio.
Para reforçar ainda mais o nosso exercício de reflexão, vamos complementar
a pergunta acima com mais uma e que nos leva ao mesmo raciocínio: “POR QUE
INGRESSAR NA MAÇONARIA”?
Citaremos aqui alguns motivos, os mais comuns que levam um profano a querer
ingressar na Maçonaria, sem ignorar que existem outros.

1) Porque os Maçons geralmente são bem de vida e bem-sucedidos. Com isso,


posso também ser igual a eles;
248
2) Porque sendo Maçom, vou ser apoiado nos meus negócios, o que me ajudará a
ser mais próspero;
3) Porque em geral todos os maçons que conheço, são homens bons e exemplo na
sociedade;
4) Porque se todas as pessoas que lá frequentam são boas, certamente fará com que
eu também seja visto como eles;
5) Nada sei de Maçonaria. Já ouvi coisas estranhas do mistério que os maçons
guardam em segredo. E só entrando para desfazer minha curiosidade.
Em relação a primeira e segunda hipóteses, provavelmente sua trajetória será
curta na maçonaria ou se tornará um maçom medíocre.
Na terceira e quarta, muito provavelmente o candidato vai se revelar como um
verdadeiro maçom.
Na quinta hipótese, é sempre uma incógnita. Pois, vai depender de uma série de
fatores tais como: seu grau de espiritualidade, seu caráter, nível cultural e também
da própria Loja. Sua curiosidade poderá se dissipar diante do entrosamento e o
ambiente salutar entre irmãos, quebrando o estigma de secretismo visto como
profano.
Pessoalmente, respondo que entrei para a maçonaria me pautando pela terceira
hipótese – “Porque quem me convidou era casado com minha prima-irmã,
onde nossa relação já era de 16 anos. Manoel Alberto Monteiro, quando me
convidou, contava com 11 anos de maçonaria. Homem centrado, exemplo de
retidão e responsável inclusive pela minha ida para trabalhar no Oriente de
Sete Lagoas. Portanto, não podia pensar outra coisa, senão que a Maçonaria
era coisa boa.” Pouco tempo após minha iniciação, senti que a quarta hipótese
começou a se consolidar naturalmente, iniciando dentro de minha própria casa,
junto a minha esposa e filhos. Fazendo uma retrospectiva, não me sobra outra coisa
senão, GRATIDÃO a todos os irmãos que me acolheram na época e não mediram
esforços para me fazer sentir à vontade. Não poderia furtar-me em destacar aqui
dois irmãos Past-Veneráveis – Augusto de Campos Gonçalves e Plínio Ferreira, me
privilegiando a ocupar cargos em seus Veneralatos, onde só tenho boas lembranças
de muitas iniciativas realizadas em conjunto com os demais irmãos,
contemporâneos. O estreitamento da amizade com os irmãos Augusto e Plínio,
envolvendo cunhadas e sobrinhos, se confundiam com uma família originada de um
mesmo tronco. Por isso tenho comigo, a firme

convicção que felizmente, minha decisão de entrar para a Maçonaria, foi acertada!
Para consolidar a minha convicção, vale registrar também algumas
curiosidades. Manoel Alberto Monteiro, meu padrinho, levou, posteriormente, para
a Loja União Sertaneja, o Gerente de Fábrica - Nélson Bressan e o Superintendente
- Wladimir Correa Rizzo, da unidade fabril que eu trabalhava - Purina Alimentos
Ltda., seguimento de ração animal; multinacional que operou em Sete Lagos pelo
curto período (1980 a 1985). Naquela mesma época, acredito que em 1983, um
jovem talento candidatou-se para trabalhar na área financeira da unidade.
249
Trabalhou, residiu e iniciou seu curso de Direito no oriente de Sete Lagoas, até a
desativação da fábrica. Ao retornar para Belo Horizonte, mal sabia que havia sido
contaminado pelo vírus maçônico. A novidade que a unanimidade dos irmãos dessa
geração não sabe e que fica como registro na história da União Sertaneja nº 8, é que
o jovem a que me refiro é o estimado e valoroso irmão Sereníssimo Grão-Mestre
Edilson de Oliveira.
Acrescento ainda que a Loja me fez ver logo de início que a Maçonaria iria
me satisfazer sob todos os aspectos e repito, repercutindo de imediato em minha
família; além de em parte me suprir de conhecimento, muito me ajudou a lapidar a
pedra bruta que eu era. Sempre me interessei por Pecas Maçônicas e sinto prazer
também em apresentar em Loja, visando em especial, motivar os irmãos mais
novos. Já estou há 35 anos e francamente me considero leigo em matéria de
maçonaria. Reconheço, sobretudo, que permaneço em constante aprendizado, me
lapidando, mas sempre compartilhando o pouco que aprendi e eternamente grato
por tudo que a Ordem me proporcionou ao longo desta trajetória.
A CONVICÇÃO DE SER RECONHECIDO COMO MAÇOM
Uma vez saindo das hipóteses e entrando no mundo real da Maçonaria, tudo
se torna evidente, limpo e puro. Desprovido de interesses, curiosidade e estigmas, a
solidariedade, fraternidade e o prazer de servir, nos conduz a uma condição
diferente e difícil de explicar.
À medida que entendemos a Maçonaria e os seus princípios, as peças vão se
encaixando naturalmente. E aqui vale destacar a forma generalizada que a
instituição é vista no mundo profano. Pela sua atuação discreta e restrita a seus
membros, muitos têm uma visão vulgar, considerando-a como um “Clube do
Bolinha”, ou seja, um ajudando o outro, simplesmente.

Logo que iniciamos, aprendemos cedo que a Escola do Conhecimento da


Maçonaria procura dirigir o pensamento do maçom; levantar templos à

virtude e cavar masmorras ao vício é tarefa diária, mas acrescenta o amor fraterno
para iluminar os espaços entre as virtudes.
Seguindo um raciocínio racional, a ordem incute que de alguma forma, cada
um tem a capacidade de mudar a si mesmo com base no conhecimento obtido por
olhar para dentro de si mesmo e lá encontrar a assinatura da Força Criadora. Isto
conduz ao pensamento que a cada um é dada a faculdade de encontrar a felicidade
dentro de si mesmo, de um modo absolutamente independente, sem a necessidade
de intermediação.
Como cada um tem absoluto controle sobre si mesmo, é ele mesmo a única
força do Universo que tem a capacidade de modificar a si próprio. Ao agir em si
mesmo segundo o Princípio Criador, estas ações são moralmente corretas e
perfeitas, agir ao contrário desta disposição leva ao erro e vício, e
consequentemente à infelicidade.

250
É da natureza que se impõe amar a si mesmo, é esta mesma força que impõe
o amor aos que geramos e aos que nos geraram. É também esta mesma Força da
Natureza que os impele a amar uns aos outros. Esta energia é algo que nos leva a
amar, a unir, a desfrutar a vida junto aos outros, aos quais, de alguma forma,
também é possível apoiar e ser útil. Esta é a força externa que nos modifica, e a qual
grandes sábios, em todas as eras da humanidade, definiram como sendo Amor
Fraterno. É aquele amor que diz respeito ao pertencente aos irmãos, afetuoso,
amigável, cordial. Amor que todo verdadeiro maçom, na convivência em loja, ou
fora dela, conhece muito bem.
A experiência e a convivência entre maçons fraternos os levam a derrubar
antigos mitos como a nobreza do sangue, superioridade da raça ou eliminação da
escravidão e define para cada homem livre um alto potencial de se tornar sábio. E
como esta disposição está intimamente ligada ao princípio Criador, que aponta para
uma igualdade absoluta entre os homens, o amor fraterno aponta então como
caminho único para a felicidade.
A ética, a moral e as virtudes conduzem ao amor inspirado pela natureza que,
por sua vez, propicia obter frequentes momentos de felicidade.
É fácil deduzir que o homem completo e feliz depende do equilíbrio entre
suas capacidades físicas, emocionais e espirituais, exatamente nos moldes
praticados pela Escola do Conhecimento da Maçonaria. A partir desse
entendimento, podemos destacar vários fatores que norteiam nossa caminhada
maçônica; que sob a ótica do profano é incompreensível, dos quais destacamos a
Rede de Contatos.

Este foi um dos principais motivadores do surgimento da Maçonaria. Toda


pessoa precisa de relacionamentos profissionais. A Maçonaria representa um corte
transversal das profissões de uma comunidade, pois a
Maçonaria está presente em todos os segmentos comerciais e profissionais, e
os maçons ajudam-se mutuamente como regra de conduta, ou seja, faz parte do
Estilo de Vida Maçom dar preferência e participar ativamente do crescimento
profissional e social de seus irmãos, tornando-se assim a Maçonaria uma instituição
única e diferenciada.
Experiência em Liderança
A Maçonaria é uma organização que congrega líderes e pessoas de sucesso.
Atuar em cargos maçônicos é sinônimo de maior experiência em liderança. A
pessoa aprende como motivar, influenciar e liderar aqueles que já são líderes.
Fraternidade
Num mundo cada vez mais complexo, a Maçonaria satisfaz a uma das mais
básicas necessidades dos seres humanos: a de fraternidade. Esta é uma das
principais razões da existência da Maçonaria desde as antigas civilizações.
Atuação Cívica na Comunidade
251
A ligação com uma Loja Maçônica torna seus membros melhores cidadãos.
Tipicamente, a Maçonaria congrega as pessoas mais atuantes de uma comunidade.
Cidadão do Mundo
Todo maçom é bem recebido e incentivado a participar das reuniões em lojas
maçônicas em mais de 170 países. São poucos os lugares no mundo que não contam
com uma Loja Maçônica. Na Maçonaria fazemos amigos nas comunidades locais,
regionais e mundiais.
Informação atualizada
As reuniões semanais ou quinzenais de uma Loja maçônica procuram manter
os maçons atualizados sobre o que está acontecendo na comunidade, no país e no
mundo. Discutem-se profundamente temas filosóficos e variedades, além de
assuntos milenares internos sobre a humanidade.
Valores éticos
Os maçons aplicam em todas as suas atividades a Filosofia Maçônica, a qual
reflete seus padrões de ética. Espera-se que os sócios atuem eticamente em suas
profissões e relacionamentos pessoais.

Crescimento pessoal
O envolvimento com a Maçonaria favorece o crescimento pessoal na área de
relações humanas.
Melhoria nas habilidades sociais
Em vários outros tipos de reuniões e eventos, a Maçonaria aperfeiçoa nossa
personalidade e habilidades interpessoais, oferecendo ambiente ideal para pessoas
que gostam de socializar.

Entretenimento
Toda Loja organiza reuniões e atividades de entretenimento, as quais são
muito importantes no intuito de trazer descontração e um momento de alívio e
tranquilidade às nossas ocupadas vidas profissionais ou de negócios. Na Maçonaria
são organizadas: conferências, convenções, assembléias e institutos que, além de
informação, orientação e trabalho maçônico, também oferecem entretenimento
sadio.

Conscientização cultural
Em toda a Maçonaria, encontramos quase todas as religiões, culturas, raças,
nacionalidades e crenças políticas. Em nosso meio encontram-se os cidadãos de
maior destaque dos mais variados campos do conhecimento humano. Os maçons
entram em contato com outras culturas e anseiam por trabalhar e ajudar as pessoas
de todos os lugares. Consequentemente, tornam-se melhores cidadãos em seus
próprios países.
Programas familiares

252
A Maçonaria oferece um dos mais abrangentes programas de intercâmbio de
jovens do mundo, patrocinando clubes em escolas secundárias e universitárias, bem
como grande variedade de atividades úteis que difundem valores fundamentais às
famílias maçônicas, ou seja, a participação em instituições internacionais como
Ordem Demolay (meninos), Filhas de Jó (meninas), Moto-Clubes, Grupos
Filosóficos, Equipes de Corridas, etc., essas ações envolvem toda a nossa família,
unificando projetos e ideais.
Prestígio
Os maçons são pessoas de prestígio – líderes de negócios, profissionais
artísticos, governamentais, esportivos, militares, religiosos e muitos outros. A
Maçonaria é a associação de Lojas Maçônicas dedicadas à prestação de serviços
mais antiga e prestigiosa do mundo. Em suas fileiras encontram-se executivos,
diretores, empresários e profissionais de destaque, pessoas de influência
acostumadas a tomar decisões.

Pessoas agradáveis
Acima de tudo, os maçons são pessoas agradáveis. São indivíduos que creem
que o valor de cada um reside em ter bom coração e não no destaque pessoal.
Ausência de um credo oficial
Pelo fato da Maçonaria não ter caráter político ou religioso, não possuímos
nenhum credo oficial. Somos uma sociedade aberta, integrada por homens que
acreditam no valor da ajuda ao próximo.
Conhecimentos profissionais
Espera-se que todo maçom se envolva com a melhoria de sua profissão ou
ocupação, sirva em comissões de serviços profissionais e participe da divulgação de
sua profissão entre os jovens. Os maçons procuram conseguir que todos sirvam
sempre da melhor maneira através de nossas profissões, quaisquer que sejam.
Oportunidade para servir
A Maçonaria é formada por Lojas Maçônicas dedicadas à prestação de
serviços. Seu interesse máximo é a humanidade, seu produto de maior valor é a
dedicação ao servir. Não obstante, o melhor e mais importante motivo para tornar-se
maçom é a oportunidade de ajudar nossos semelhantes e o bem-estar social que
resulta de nossas ações.
A Maçonaria tem, como um dos objetivos primeiros, a missão de levar à
humanidade a felicidade real, pelo exemplo daqueles que fazem a Maçonaria, pelos
seus integrantes. Ainda estamos engatinhando na construção desses objetivos.
Precisamos de dirigentes que estejam imbuídos do espírito democrático e o
transmitam especialmente com ações eficazes. Virtudes se ensinam mais pelos
exemplos, que pelas palavras.
Sem essa prática não existe, não existirá razão de nos filiarmos à Instituição,
destinada a assegurar o exercício dos direitos, da liberdade, da igualdade e justiça
como valores supremos; embora é sabido que esses direitos sejam às vezes
253
ignorados, maltratados, e longe de ser praticados por grande parte de nós mesmos e
principalmente a partir das classes chamadas intelectualizadas.
Concluindo, vê-se que é impossível responder a pergunta que dá o título a
esta Peça, sem que a Maçonaria entre em nós. Jamais entenderemos a Maçonaria em
sua plenitude. Por isso, podemos afirmar com toda a certeza de que seremos eternos
Aprendizes. Não devemos nos esquecer de que o labor não deve ser interrompido.
Como obreiros, há muito que fazer. É preciso, apenas, ideias e boa vontade de
elevar a Ordem, assistir e valorizar o Maçom. Um Maçom bem formado e motivado
só precisa de uma alavanca e um ponto para fazer este mundo melhor. Trabalhemos!
________________________________________
17 de agosto de 2020.

254
*SIMBOLOGIA*
A Bíblia é um Símbolo

Há uma linha divisória bem nítida entre o simbolismo. Em uma loja


simbólica apenas se distinguem os aprendizes, os companheiros e os mestres.
Todos os maçons que possuam graus superiores em lojas simbólicas são
considerados como mestres. Também não se deve o uso de emblemas
pessoais de graus superiores em loja simbólica. Todos são mestres maçons e
aí na simbólica todos estão irmanados dos mesmos ideais. Portanto, a
maçonaria básica é a simbólica; da simbólica todos devem ter as suas alfaias.
Erra-se menos usando sempre alfaias de mestre em todas as reuniões, do que
usando alfaias de graus superiores em sessões simbólicas.

O que vem a ser um símbolo? É a forma resumida de representar uma


grande ideia; ao ser fixado traz logo um mundo de imaginação, dispensando,
por conseguinte, as palavras para defini-lo. Também pode ser definido como
aquilo que, por um princípio de analogia, representa ou substitui num
determinado contexto, algo abstrato ou ausente. Daí, o caráter oculto do
símbolo, muito bem compreensível para quem já o conhece, e
verdadeiramente desconhecido, para quem dele não tenha noção.

A maçonaria por si só se explica através dos símbolos utilizados nos


seus trabalhos. Basta que saibamos interpretá-los. À medida que aprendemos
sobre eles, elevamos os nossos conhecimentos nos augustos mistérios
maçônicos. O conjunto de conhecimentos permite-nos percorrer com mais
velocidade o caminho que chamamos de CIÊNCIA MAÇÔNICA.

A título de citação os símbolos mais utilizados em nossos trabalhos são:


a régua, o compasso, o avental, o malho, o cinzel e muitos outros.

De todos os símbolos utilizados na maçonaria, a Bíblia se destaca como


algo peculiar. Foi nas lojas inglesas que a Bíblia apareceu, fruto de uma
época e de uma religião dominante. Durante muito tempo os protestantes
diziam não haver necessidade de outros conhecimentos além daqueles da
Bíblia, pois sendo esse o livro da verdade, só aquilo que lá está escrito deve
ser considerado como tal; todos os outros conhecimentos são perfeitamente
dispensáveis e mesmo inúteis.

Hoje, a tendência a se considerar a Bíblia, nos nossos templos, não é


mais a daquela época. Ela hoje é um símbolo. Ela aí está como
representante daquilo em que cada um de nós acredita – a filosofia que cada
um de nós segue a moral que cada um de nós pratica e aceita. Ela não se faz
presente para que sejamos obrigados a acreditar nos seus ensinamentos, pois
255
se assim fosse, nós estaríamos obrigados a seguir o protestantismo – o que a
maçonaria não exige de ninguém, pois ela não é sectária de nenhuma religião.

Para os maçons esse é o “Livro da Lei”. Em outros países, poderá ser o


Alcorão e no meio de outras religiões um livro correspondente. Também para
que ninguém possa ser ferido, a maçonaria usa a expressão “Grande
Arquiteto do Universo” em substituição a Deus, Alah, Jeová e outros. Na
admissão se exige do candidato que ele creia em Deus, mas também respeite
os credos que não sejam seus.

Há ritos que não juram sobre a Bíblia e sim sobre uma constituição ou
uma lei. É o juramento de honra em seguir o que ali está escrito e que se
cinge apenas ao frio ditame da lei. Neste caso, pode-se dizer que deixamos de
jurar sobre aquilo em que acreditamos e passamos apenas a prometer que
faremos com que a nossa vontade se molde e siga aquela lei escrita naquele
código. No entanto, quando juramos sobre a Bíblia, não devemos pensar que
estamos jurando sobre um símbolo, estamos jurando sobre a nossa fé, a nossa
moral e a nossa filosofia.

Ambos conduzem ao mesmo fim, embora o juramento, a base da nossa


moral, da nossa fé e da nossa filosofia, seja mais pessoal e sagrada para nós.

_________________________

256
“MAÇONARIA: ONTEM, HOJE E AMANHÔ

Ao fazermos a relação entre o ontem, hoje e amanhã da nossa


instituição, necessário de faz voltar no tempo e entendermos como as coisas
caminharam para chegarmos onde estamos hoje, bem como imaginarmos o
que poderá vir no futuro.

A história nos mostra que para sobreviver, e se relacionar entre si, o


homem teve necessidade de preestabelecer certas regras com o fito de tornar
mais fáceis suas relações.

Pouco a pouco, os homens de uma coletividade foram convencionando


valores necessários à sua comunicação a um determinado assunto, de forma
que, pudessem ser entendidos por todos. Esses padrões foram criados em
épocas remotas e a própria linguagem nada mais é do que sistemas simbólicos
de comunicação. Para cada povo e para cada língua um ajuste diferente.

Nos diferentes planos da sociedade, grupos de homens vão se


encarregando de fazer as suas convenções, e, mediante uma propaganda
preparada, vão difundindo entre os demais, o que foi convencionado.

Cada fase da humanidade mostra de forma clara acontecimentos


marcantes que os transformam. Certo é que o mundo marcha para o progresso
e para a evolução. O século XXI nos apresenta evoluções bombásticas, seja
no campo tecnológico, econômico, social e político. No campo tecnológico,
por exemplo, estamos vivenciando hoje uma realidade impensada até alguns
meses atrás, a virtualização das relações maçônicas. Essa novidade surgiu em
função de uma pandemia e com toda a certeza irá se intensificar, e não há
como deixar de se ajustar a esse modelo de relacionamento. Pessoalmente,
acredito que a mudança no campo dos bons costumes é o que mais afeta nossa
instituição. Limitando apenas a uma delas que tratam da convenção bastante
difundida por meio de debates, programas de TV, passeatas, etc., que é a
união estável de “pessoas do mesmo sexo”. Em alguns países mais liberais,
dois homens se apresentam de mãos dadas, promovem eventos sociais
badaladíssimos para celebrar e comemorar a sua união. Aos presentes
implicitamente já está convencionado: ninguém se atreve a questionar qual
deles fará o papel do homem ou da mulher. Para uns, uma verdadeira
aberração da natureza, enquanto para outros, tudo muito natural. Enfim, no
mundo profano, pelas leis civis a união destes casais é reconhecida como
“união estável”...

E a nossa instituição como fica nessa história? O que podemos afirmar


é que a Maçonaria reconhece a diversidade de orientação filosófica ou política
257
existente nos grandes meios – seguir o profano essas orientações, é um direito
que lhe assiste, especialmente, se as suas ideias com elas se coadunam.

Para o Maçom, contudo, considerando nosso lema maior – “lapidar a


pedra bruta”, fica o grande questionamento: que lado da história nós devemos
nos posicionar? A doutrina maçônica é clara: ela tem seu caminho
pré-estabelecido; é constituída de livres pensadores, em que se cultua a
verdade e se examinam os fatos, à luz da lógica e da ciência. Especificamente
em relação ao casamento, a maçonaria o defende entre indivíduos que tenham
afinidades, e que possuam laços afetivos. Presume-se que essa união seja
entre homem e mulher. O direito de livre escolha do cônjuge é uma das
premissas defendidas pela maçonaria. Pois, no passado sabe-se que era
costume pais prometer seus filhos (as), sem questionar o seu desejo. Ainda
assim, a instituição não define claramente qual é a sua posição em relação ao
fato em questão, qual seja: “homossexual na maçonaria”. Diante de tal
indefinição, temos que admitir primeiramente, que estamos vivendo a uma
evolução frenética e necessário se faz uma orientação segura aos seus
obreiros, sem influenciar na liberdade de pensamento.

Não bastasse essa questão dos bons costumes, extremamente delicado,


temos que voltar a atenção para a forma em que os jovens hoje enxergam o
mundo. Essa nova geração entende que tem muito a fazer na vida. As
oportunidades de distração e envolvimento criam o sentimento de que não dá
para perder tempo discutindo princípios e defendendo ética, sem que se tenha
retorno real e imediato. É um novo ciclo que vem confirmar, desde que o
mundo é mundo, as mudanças caminham sem volta, e as Instituições precisam
se adaptar. Do contrário, será reconhecida como algo obsoleto e
desinteressante. Daí a pergunta que não quer calar: a Maçonaria tem se
preocupado com mudanças substanciais para se tornar mais atrativa e
relevante para jovens dessa geração?

Concluindo, precisamos urgentemente fazer uma autocrítica. Estamos


de fato trabalhando para nos adaptarmos a essa nova Era? O que de fato você
está fazendo pela Maçonaria? Somos realmente irmãos e falamos a mesma
língua? Existe SINERGIA nos unindo em busca do bem comum, a ponto de
fazer a diferença frente às dificuldades desses novos tempos?
Pensemos nisso!

__________________________

258
*MAÇONARIA E MORAL*
O presente trabalho tem por objetivo ilustrar aos irmãos e em especial
aos aprendizes, a relação íntima da MAÇONARIA e o MORAL que reveste
a personalidade de seus integrantes.

É através da prática de instrução maçônica e instrução geral, com


conferências, palestras e trabalhos que nos possibilita chegar a um
entendimento maior sobre todos os aspectos relacionados com o
comportamento humano.
Por outro lado, não devemos nos esquecer de que todos os conhecimentos
maçônicos derivam das outras ciências, e que qualquer tema científico
abordado em Loja, será um auxiliar do conhecimento maçônico.
Daí a preferência de falar de um assunto restrito à nossa intimidade:
MAÇONARIA e MORAL.
O ser humano tem uma necessidade básica que é de viver em grupo, ou
seja, ele não pode se isolar. Para que viva bem com os seus semelhantes,
necessita de um “modo de vida” que não cause prejuízos aos outros e que
não só receba favores da coletividade, mas também proporciona favor a ela.
É esta troca de serviços que faz a sociedade. Pois, se tudo der, enfraquece e
debilita o doador; o tudo receber também causa danos a quem recebe. Daí, o
equilíbrio que deve haver entre os membros de uma sociedade.
O dar não se refere apenas às coisas materiais, também se refere aos
modos, atos e aos costumes.
A civilização tem suas características nestas trocas equilibradas entre os
indivíduos. Viver, todos vivem, saber viver é que é difícil.
Seguir os costumes de uma população propugnando para que sempre este
núcleo avance no progresso é o dever de todo o cidadão.
O indivíduo deve se adaptar ao meio em que vive, procurando se integrar
com seus semelhantes.
Mesmo as inovações que ele pretender, devem ser feitas em caráter
suave, de forma que, uma medida que vai beneficiar a coletividade não
comece por perturbá-la ou lesá-la.
As medidas tomadas lentamente; tem mais possibilidades de serem
aceitas, evitam choques e manifestações de descontentamento.

259
É a esse viver, acompanhando os costumes, procurando não deturpá-lo,
que chamamos de MORAL.

Maçonaria prima pela evolução e aperfeiçoamento da humanidade, mas,


em um ritmo que não quebre a rotina, pois ela sabe que a natureza não dá
saltos e que todo salto é seguido de resultados nem sempre aceitáveis.

O progresso, como a evolução, para ser consolidado, tem que ser lento,
para que haja entre os indivíduos a fase necessária à adaptação.

Vejamos por exemplo quando um acidente ocorre, provocando a perda


de um ente querido. Nesse caso, o choque inicial é violento, mas pouco a
pouco, o indivíduo vai-se adaptando àquela situação, chegando mesmo a
aceitá-la. Esta é uma grande característica da espécie humana.

É no meio de indivíduos, capazes de se adaptarem e de viver, no meio da


sociedade, se acomodando a ela, que a Maçonaria busca os seus elementos.

O ensino maçônico é assim, metódico, sem dar saltos, passando de um


problema a outro, sem choques mentais, para que possamos ser estabilizados.

Os indivíduos de boa moral são os que melhor se enquadram no


aprendizado, pois, pelo fato de viverem dentro da MORAL, já são
disciplinados, de forma com que a Maçonaria se vale dessa disciplina para
ensinar-lhes os seus conhecimentos.

O homem disciplinado é um homem MORAL, incapaz de lesar o


próximo e, por conseguinte, um elemento em potencial para receber
ensinamentos.

Por outro lado, a Maçonaria não quer que os seus obreiros saiam pela rua
a espalhar os seus conhecimentos; porque se ela ensina em doses fracionadas
aos seus adeptos, como será possível permitir que sejam dados em dosagem
alta aos profanos?

Os ensinamentos dados a quem não tem preparo, chocam, criam


impactos; especialmente, se a revelação vai pôr em condição de inferioridade
quem a ouve.

Não é em vão que a Maçonaria exige os indivíduos de MORAL para


integrar os seus quadros. Pois, eles são uma garantia de sucesso na sua
sublime missão de contribuir com o desenvolvimento humano e promover o
bem-estar social.
260
*EXERCÍCIO DA CIDADANIA E CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA*

No próximo domingo o povo brasileiro estará através do voto direto,


exercendo o seu direito democrático de cidadão com as eleições para Prefeitos
e Vereadores. Trata-se de uma data cívica de extrema importância na vida de
todos nós. Contudo, com a turbulência provocada pela COVID-19, somada às
mazelas políticas ainda ativas em Estados e Municípios, percebe-se no ar a
incerteza do que se pode esperar diante das costumeiras promessas daqueles
que amanhã estarão assumindo a direção dos mais de cinco mil municípios do
nosso Brasil. É nessa hora que a consciência política se faz valer, não cedendo
espaço a candidatos cujo propósito não se coaduna com os interesses da
sociedade. O voto consciente é o exercício de direito pleno de cidadania, e a
expressão máxima de um estado democrático.

Nós no Brasil ainda convivemos com a desconfiança mútua entre o


cidadão e o poder. Numa retrospectiva não muito distante vamos constatar
que em se tratando de consciência política, o povo brasileiro já progrediu
muito, mas está longe do ideal. Cabem às instituições regularmente
constituídas, estar em alerta, colocando-se sempre como agente de mudanças;
apoiando e contribuindo com o EFETIVO aprimoramento das pessoas
enquanto cidadãos. Vejam, por exemplo, a existência do “despachante”, às
exigências do “reconhecimento de firma em cartórios”; tudo isso para
poder satisfazer a ingerência dos poderes na nossa vida particular e também
econômica e jurídica. Os controles, documentos, a barafunda legislativa, a
burrice, a rigidez das regras e a suposta segurança desenvolvem um festival
de “burocracia” que resulta em atrasos e corrupções e no aumento ainda
maior de descontentamento e desconfianças. No ranking mundial, somos
campeões mundiais em “burocracia”. Há uma paralisia decisória. Estamos
diante de um ciclo vicioso, mas nem por isso, como bons brasileiros, devemos
nos dar por vencidos. Existe conserto para este mal, porém, o exemplo precisa
vir de cima. Necessitamos de lideranças que ponham a moralidade pública e o
bem-estar da sociedade acima dos interesses eleitoreiros. E que deem o
exemplo de bom governo. É difícil romper tal ciclo, pois, o aparelhamento da
máquina pública foi exaustivo nos últimos anos. Algum tempo vai levar, visto
que o sistema tem amarras que nem mesmo o Presidente dispõe do desejo e
poder; ao assumir o compromisso de cumprir a constituição, nada pode fazer.
Mas o povo, exercendo o seu direito democrático muito pode ajudar, desde
que compreenda e faça uso consciente do seu poder de voto. Atentemos,
portanto, aos seguintes pontos:

POR QUE O CIDADÃO DEVE BUSCAR A CONSCIENTIZAÇÃO POLÍTICA?

261
● Para saber escolher o Político que o representa, seja em nível Municipal,
Estadual ou Federal;
● Para evitar que pessoas inescrupulosas ocupam o espaço no poder público,
em benefício próprio;
● Ter discernimento e argumentos para defender seus direitos;
● As pessoas têm que entender que a Política é importante e que devemos nos
posicionar para que a democracia possa acontecer.

EM QUE A POLÍTICA INFLUENCIA NA VIDA DO CIDADÃO?


● Influencia em tudo e na vida de todos nós, independentemente de sexo, cor,
raça e classe social;
● No salário que recebo, naquilo que consumimos (alimentação, energia
elétrica, transporte, moradia, no produto que fabrico, no meu comércio, nos
tributos que eu pago) e, sobretudo, no que poderá acontecer comigo quando
não mais tiver condições física e mental para ganhar o meu sustento.

OS BRASILEIROS EM GERAL, JÁ ATINGIU MATURIDADE POLÍTICA?


● Não. A maturidade política é atingida quando o cidadão não mais se deixa
enganar por aqueles que almejam o poder para dele se beneficiar;
● O cidadão eleitor tem que ter um mínimo de conscientização, para não
deixar que a emoção ocupe o lugar da moral e da razão, quando da escolha do
seu candidato (representante);
● Não deixar que a ideologia o leve a cegueira, a ponto de se iludir com
discursos demagógicos e palavras vazias;
● Procure se informar e olhar sempre para o seu candidato ou representante
político, como se ele fosse o seu procurador. Imagine como se você fosse uma
pessoa de muita posse/rica, porém incapaz, e que tivesse que confiar a ele a
administração dos seus bens para o resto de sua vida. Se a sua resposta for
sim, não há o que discutir.

NÓS MAÇONS, PODEMOS CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO


POLÍTICO DA NOSSA SOCIEDADE?
● Não só podemos como devemos contribuir;
● Somos formadores de opinião, portanto, não podemos ficar indiferentes
num assunto que interfere diretamente no bem-estar da sociedade;
● A nossa instituição prega entre outros princípios: a defesa da verdade, dos
valores familiares, o combate à ignorância, defende a justiça e a promoção do
bem-estar da Pátria e da humanidade. O que já é o suficiente para ilustrar o
nosso dever e a responsabilidade que nos cabe quando o assunto é
“Conscientização Política”.
“O povo, enquanto inconsciente do poder do seu voto, permanecerá
agrilhoado à vontade dos demagogos, dos corruptos e dos ditadores”.

Para nós obreiros é sabido que a Instituição pugna pelo princípio de


mudar a humanidade por intermédio de sua Filosofia Simbólica, que somente
262
poderá ser superada mediante a capacidade do “raciocínio independente”.
De maneira inteligente a Maçonaria não toma partido de qualquer agremiação
e não dá preferência a nenhum partido político. Ela somente se coloca em
defesa da Independência da Pátria, da Soberania da Nação e dos Direitos do
Homem. Faz parte dos ensinamentos maçônicos a orientação sobre a
obrigação de cada um cumprir com o seu dever de cidadão, de participar das
eleições e dar seu voto com a convicção de agir a bem da pátria e da
sociedade.

A maçonaria no passado foi protagonista de muitas mudanças. Hoje,


prevalecem os princípios, mas infelizmente, ela mal se destaca como
coadjuvante em ações efetivas. No entanto, vale destacar que nas últimas
eleições houve sim um trabalho efetivo em forma de manifesto por parte da
Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil em relação ao voto
consciente. Pelo sim, pelo não, o que vimos nas últimas eleições foi à
prevalência do voto consciente. O povo deu seu recado através das urnas
reduzindo a estatura de alguns políticos, que prevendo não obter votos
necessários para se elegerem como senadores, candidataram como deputados.
Muitos caciques tentaram se reeleger e foram simplesmente defenestrados e
convidados a tomarem o caminho de casa. Uma mostra cristalina e inequívoca
de que o “VOTO CONSCIENTE” prevaleceu e o povo fez a sua parte.

Para concluir, rogamos as luzes do GADU para que nas eleições dos
próximos dias 15 e 29 deste mês, o VOTO CONSCIENTE, venha mais uma
vez prevalecer e trazer benefícios a cerca de 5.600 municípios do nosso país.

_______________________________

263
*A MENTE HUMANA*

A mente humana grava e executa tudo que lhe é enviado, seja através
de palavras, pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou
negativos, basta que vocês os aceitem. Essa ação sempre acontecerá
independente se traga ou não resultados positivos para você.

Um cientista de Phoenix - Arizona queria provar essa teoria. Precisava


de um voluntário que chegasse às últimas consequências.

Conseguiu um em uma penitenciária. Era um condenado à morte que


seria executado na penitenciária de St Louis no estado de Missouri onde
existe pena de morte executada em cadeira elétrica.

Propôs a ele o seguinte: ele participaria de uma experiência científica,


na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente para gotejar o
seu sangue até a última gota final. Ele teria uma chance de sobreviver, caso o
sangue coagular. Se isso acontecesse, ele seria libertado, caso contrário, ele
iria falecer pela perda do sangue, porém, teria uma morte sem sofrimento e
sem dor.

O condenado aceitou, pois era preferível que morresse na cadeira


elétrica e ainda teria uma chance de sobreviver.

O condenado foi colocado em uma cama alta, dessas de hospitais e


amarram o seu corpo para que não se movesse. Fizeram um pequeno corte em
seu pulso.

Abaixo do pulso, foi colocado uma pequena vasilha de alumínio. Foi dito a
ele que ouviria o gotejar de seu sangue na vasilha. O corte foi superficial e
não atingiu nenhuma artéria ou veia, mas foi o suficiente para ele sentir que
seu pulso fora cortado.

Sem que ele soubesse, debaixo da cama tinha um frasco de soro com
uma pequena válvula. Ao cortarem o pulso, abriram a válvula do frasco para
que ele acreditasse que era o sangue dele que estava caindo na vasilha de
alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava.

De 10 em 10 minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava


um pouco a válvula do frasco e o gotejamento diminuía. O condenado
acreditava que era seu sangue que estava diminuindo.
264
Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando cada vez mais
pálido. Quando o cientista fechou por completo a válvula, o condenado teve
uma parada cardíaca e faleceu, sem ter perdido sequer uma gota de sangue.

O cientista conseguiu provar que a mente humana cumpre, ao


pé-da-letra, tudo que lhe é enviado e aceito pelo seu hospedeiro, seja positivo
ou negativo e que sua ação envolve todo o organismo, quer seja na parte
orgânica ou psíquica.

Essa história é um alerta para filtrarmos o que enviamos para nossa


mente, pois ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado,
simplesmente grava e cumpre o que lhe é enviado.

“Quem pensa em fracassar, já fracassou mesmo antes de tentar”.

Somos o que pensamos e acreditamos ser. Pensem nisso!

__________________________

265
*DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL*
(1822 - 2020) = 198 ANOS

O Brasil comemora hoje 198 anos de Independência. A história nos


mostra que neste dia, no ano de 1822, é o marco do Brasil como nação
independente.

Segundo relato, o dia 7 de setembro amanheceu claro e luminoso nos


arredores de São Paulo. O príncipe regente D. Pedro I, prestes a completar 24
anos, se encontrava em Santos no dia anterior. No amanhecer do dia 7 bem
cedo, a comitiva partiu para São Paulo, chegando ao cair da tarde à colina do
Ipiranga.

Quando nos aprofundamos na história, vemos claramente que não


restava à D. Pedro, alternativa, senão, proclamar a Independência do Brasil.
Pois, havia um clima de confronto entre portugueses e brasileiros, onde
prevalecia a desconfiança e ressentimentos. Em Portugal, conspirava-se para
que o Brasil voltasse à condição de colônia, situação que perdurou durante
mais de três séculos até a chegada da família real portuguesa ao Rio de
Janeiro, em 1808. Foram treze anos de permanência de D. João VI aqui no
Brasil. Neste período o Brasil havia conquistado muitos benefícios, inclusive
o status de Reino Unido com Portugal e Algarve.

Antes de partir de retorno a Portugal em 1821, D. João VI nomeou seu


filho D. Pedro como príncipe regente. Portanto, em 1822 todo o esforço dos
brasileiros estava concentrado em assegurar a autonomia e os benefícios já
conquistados com D. João VI. Se D. Pedro cedesse à vontade das cortes
constituintes portuguesas, na prática ele seria destituído do papel de príncipe
regente e seria reduzido à condição de mero delegado das autoridades de
Lisboa. As províncias, exceto as do Rio de Janeiro e regiões vizinhas,
passariam a se reportar diretamente a Lisboa.

A pressão para que D. Pedro retornasse a Lisboa era grande. Tudo era
feito no sentido de reduzir sua autoridade. Um dos seus maiores conselheiros,
José Bonifácio, afirmava que só haveria dois caminhos para D. Pedro. O
primeiro seria partir imediatamente para Portugal e lá ficar prisioneiro das
cortes, condição na qual já se encontrava seu pai, D. João VI. O segundo era
ficar e proclamar a Independência do Brasil, “fazendo-se seu imperador ou
rei”. Escreveu José Bonifácio: “Senhor, o dado está lançado e de Portugal
não temos a esperar senão escravidão e horrores”.

D. Pedro estava consciente de que algum acontecimento muito grave o


aguardava naqueles dias. E foi exatamente isso que ocorreu ali na colina do
266
Ipiranga. Dois mensageiros da corte do Rio de Janeiro entregaram uma
correspondência à D. Pedro, na qual refletia o momento máximo de confronto
entre Brasil e Portugal. Diante das evidências, o destino cruzou o caminho de
D. Pedro em situação de desconforto e nenhuma elegância. Ao se aproximar
do Ipiranga às 16h30min, de sete de setembro de 1822, o príncipe regente,
futuro imperador, proclamou a Independência do Brasil.

Vale ressaltar ainda, a participação da maçonaria em todo o movimento


que culminou na Independência do Brasil. Em 1822, a maçonaria brasileira
estava dividida em duas grandes facções. Ambas eram favoráveis à
independência, mas uma delas, liderada por Joaquim Gonçalves Ledo,
defendia idéias republicanas. A outra, de José Bonifácio de Andrada e Silva,
acreditava que a solução era manter D. Pedro como imperador em regime de
monarquia constitucional. D. Pedro por sua vez participou das duas facções.

Nas Lojas maçônicas foram estudadas, discutidas e aprovadas várias


decisões importantes, como o manifesto que resultou no Dia do Fico (nove de
janeiro de 1822), a convocação da constituinte, os detalhes da aclamação de
D. Pedro como “defensor perpétuo do Brasil” e, finalmente, como imperador,
no dia 12 de outubro. A maçonaria se fez presente em todas as grandes
transformações ocorridas nos séculos XVIII e XIX. Na Revolução Francesa,
cunhou o lema “liberdade, igualdade e fraternidade”. Em nenhum episódio a
atuação da maçonaria foi tão decisiva quanto na independência americana.
Dos 56 homens que assinaram a declaração de independência, cinqüenta eram
maçons, incluindo Benjamin Franklin e o próprio George Washington, na
época Grão-mestre da Loja Alexandria.

No Brasil, a Independência foi proclamada por Grão-mestre maçom, D.


Pedro I. E a República, por outro, o marechal Deodoro da Fonseca. Entre os
12 presidentes da Primeira República, oito eram maçons. O primeiro
ministério era todo maçom, incluindo Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva e
Benjamin Constant.

Segundo relatos históricos, a passagem de D. Pedro pela maçonaria é


meteórica, pelo menos oficialmente. Iniciado na Loja Comércio e Artes no
dia 2 de agosto de 1822 com o nome de Guatimozim – em homenagem ao
último imperador asteca -, foi promovido ao grau de mestre três dias mais
tarde e elevado ao posto máximo da Instituição, o de Grão-mestre, dois meses
depois, tendo exercido a função por apenas 17 dias.

Na verdade, constata-se que a maçonaria teve uma participação


fundamental no poderoso jogo de pressões que se estabeleceu no momento
em que o Brasil dava seus primeiros passos como nação independente.

267
Passados 198 anos da independência do domínio da Coroa Portuguesa,
faz-se necessário refletir: como tem sido a atuação da maçonaria em defesa do
bem-estar social? O que a maçonaria tem realizado em prol das comunidades
que a cercam?

Temos que reconhecer que o momento não requer nenhuma ação


revolucionária, mas sim de fazer valer valores éticos e morais. É sabido que o
povo brasileiro ainda convive com um desmando generalizado, onde a saúde
pública não saiu do estado de falência, a violência incontrolável que estava
até o último governo, parece que está em declínio, o sistema prisional
totalmente miserável, a educação continua precária e a corrupção que reinava
descaradamente do mais alto, ao mais baixo grau das instituições pública,
parece estar sob controle. O povo brasileiro esteve envolto com a mais
vergonhosa degradação moral e ética de todos os tempos, com uma total
deturpação do estado de direito e democrático no país. Em especial a classe
política resiste em confundir esta conquista e acha que pode tudo. Os eleitores
hoje, em função das redes sociais demonstram estar mais politizados e bem
informados, para compreender o verdadeiro significado da “democracia.” A
confirmar nas próximas eleições, se bem saberão usar da força que tem para
mudar de vez esse cenário! Enfim, basta apenas saber fazer uso do seu voto.
A ex-primeira-ministra inglesa um dia disse: “A democracia não é um
sistema feito para garantir que os melhores sejam eleitos, mas para impedir
que os ruins fiquem para sempre”. No entanto, o que se vê ainda no Brasil,
são políticos “corruptos de carteirinha” se eternizando no poder.

Portanto, meus Irmãos, se por um lado comemoramos os 198 anos de


independência da coroa Portuguesa, por outro, continuamos reféns da pouca
vergonha que assola as instituições que comandam os destinos do nosso
Brasil.

Cabe a nós maçons uma indagação: A maçonaria que pugna pelo


aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do
cumprimento inflexível do dever, da investigação constante da verdade; está
cumprindo efetivamente o seu papel, diante dessa devassa moral que assolou
o Brasil nos últimos anos?

Pensemos nisso!

______________________________

268
*PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA*
(1889 - 2020 = 131 ANOS)

O QUINZE DE NOVEMBRO, comparado a outras datas cívicas no


calendário brasileiro é uma data sem prestígio. Sua popularidade nem de
longe se compara ao Sete de Setembro, Dia da Independência, comemorado
em todo o País com desfiles escolares e militares; exceto este ano devido à
pandemia.

Nas escolas ensina-se mais sobre o português Pedro Álvares Cabral,


descobridor das terras de Santa Cruz, como o Brasil ainda era conhecido em
1500, ou Tiradentes, o herói da inconfidência Mineira de 1789; do que sobre
os criadores da República, episódio bem mais recente, ocorrido há pouco mais
de um século.

A julgar pela memória cívica nacional, o Brasil tem uma República


mal-amada. Talvez esse fenômeno de indiferença coletiva, se explica pela
forma como se processa a troca de regime. O dia 15 de novembro de 1889
amanheceu repleto de promessas cujo significado na época as massas pobres,
analfabetas e recém-saídas da escravidão, desconheciam.

Nas proclamações e discursos dos propagandistas republicanos,


anunciava-se o fim da tirania representada pelo “poder pessoal” do imperador
Pedro II. Dizia-se que um carcomido sistema de castas e privilégios herdado
ainda da época da colonização portuguesa acabava de ser posto por terra. Na
nova era de prosperidade geral, inaugurada pela República, a construção de
um futuro glorioso estava ao alcance das mãos. Haveria menos injustiça e
mais oportunidades gerais. Chamados a participar da condução dos destinos
nacionais, todos os brasileiros teriam, finalmente, vez, voz e voto.

Observando-se o passado, percebe-se nitidamente que a proclamação da


República foi resultado mais do esgotamento da Monarquia do que do vigor
dos ideais e da campanha republicanos. Segundo o historiador pernambucano
Oliveira Lima, “A República foi resultado lógico da decomposição do regime
monárquico”. Durante 67 anos, o Império brasileiro funcionou como um
gigante de pés de barro. Os salões do Império procuravam imitar o ambiente e
os hábitos de Viena, Versalhes e Madri, mas a moldura real compunha-se de
pobreza e ignorância. Havia uma flagrante contradição entre a corte de
Petrópolis, que se julgava Europeia, e a situação social dominada pela mão de
obra cativa, na qual mais de um milhão de escravos eram considerados
propriedade privada, sem direito algum à cidadania. Nesse Brasil de faz de
conta, destacava-se uma nobreza constituída, em sua maioria, por fazendeiros,
donos ou traficantes de escravos. Eram eles os sustentáculos do trono, que,
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em contrapartida, lhes conferiam títulos de nobreza não hereditária, tão
efêmera quanto à própria experiência monárquica brasileira.

Todo esse precário arcabouço político começou a ruir em 1988, com a


assinatura da Lei Áurea, que abolia a escravidão no País. Os barões do café do
Vale do Paraíba, que dependiam da mão de obra cativa, se sentiram traídos
pela coroa. Se dependesse deles, a escravidão continuaria por mais alguns
anos. Em caso de abolição, sustentavam que os proprietários deveriam ser
indenizados pelo Estado. E isso não aconteceu. Como resultado, a Lei Áurea
deu mais combustível à campanha republicana. Muitos antigos senhores de
escravos, que até alguns meses antes se diziam fiéis súditos do imperador,
aderiram rapidamente à República.

Some-se a isso o descontentamento reinante nos quartéis desde o final


da Guerra do Paraguai, fator decisivo na queda da Monarquia. Oficiais e
soldados consideravam-se injustiçados pelo governo do Império. Daí conferir
carta branca ao Marechal Deodoro da Fonseca para derrubar o trono foi
apenas um passo.

Portanto, a história nos mostra que a Monarquia não foi derrubada, ela
desmoronou. Apesar de todas as conquistas do longo reinado de dom Pedro, o
seu legado permanece ainda hoje envolvido em controvérsia. Grande parte
dela resulta, obviamente, da mudança de regime, em 1889. Dom Pedro era,
naquele momento, a personificação da Monarquia. Turvar sua imagem
representava, para os vencedores republicanos, uma forma conveniente de
legitimar o novo regime.

Igualmente discutível é ainda hoje o papel desempenhado por outro


protagonista desta história, o alagoano Manoel Deodoro da Fonseca, um
militar idoso e enfermo, cujas forças em 1889 encontravam-se tão esgotadas
quanto às do próprio imperador Pedro II. Convertido tardiamente às ideias
republicanas, Deodoro agiu aparentemente movido mais pelo ressentimento
contra o governo imperial do que por qualquer convicção ideológica. Ao
contrário do que reza a história oficial, o marechal relutou até onde pôde a
promover a troca do regime, como exigiam as lideranças civis e os militares
liderados pelo professor e tenente-coronel Benjamin Constant. Em nenhum
momento proclamou a República ao longo daquele dia 15 de novembro e só o
fez tarde da noite, diante da pressão de seus companheiros de armas e também
da inabilidade política do imperador, que, em uma desastrada e inútil tentativa
de resistência, indicou para a chefia do ministério justamente o maior de todos
os adversários políticos de Deodoro, o senador liberal gaúcho Gaspar Silveira
Martins.

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No dia 6 de novembro, um grupo de militares reuniu-se com o objetivo
de tratar dos preparativos para a revolução. Na conversa, todos se
manifestaram de acordo com o uso das armas para depor a Monarquia.
Combinou-se um plano pelo qual os participantes ficariam encarregados de
agitar os ânimos nos quartéis, estocar armamento e munição e traçar em
detalhes o golpe a ser desfechado nos dias seguintes. A certa altura, porém,
Benjamin Constant mostrou-se preocupado com o destino do imperador
Pedro.

- O que devemos fazer do nosso imperador? - perguntou:


Fez-se um minuto de silêncio, quebrado pelo alferes Joaquim Inácio:
- Exila-se - propôs.
- Mas se resistir? - insistiu Benjamin.
- Fuzila-se! - sentenciou Joaquim Inácio.
Benjamin assustou-se com tamanho sangue-frio:
- Oh, o senhor é sanguinário! Ao contrário, devemos rodeá-lo de
todas as garantias e considerações, porque é um nosso patrício muito digno.

Por uma ironia da história, “o sanguinário” Joaquim Inácio Cardoso,


então com 29 anos, viria a ser avô de um futuro presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso. No entanto, para conforto de Pedro II, no dia 15
de novembro haveria de prevalecer a posição de Benjamin Constant. Em vez
de fuzilado, como queria Joaquim Inácio, o imperador seria despachado para
o exílio.

Como se estivesse cego aos acontecimentos, o imperador, em meio à


confusão reinante, era o único que parecia guardar absoluta calma,
acreditando que o movimento que se anunciava não passava de “fogo de
palha”. Na tarde do dia 15 de novembro, convencido pelo Conde D´Eu e
Isabel a tomar uma iniciativa, dom Pedro chegou à conclusão de que era
necessário enviar dois senadores para conversar com Deodoro. Ambos
voltaram minutos depois dizendo que nem sequer tinham conseguido ser
recebidos pelo marechal.

Por volta das 11 horas da noite, a princesa Isabel conseguiu finalmente


convencer o Pai a promover uma reunião formal dos onze conselheiros
presentes no Rio de Janeiro. Foi a última reunião do governo do Império,
embora, para todos os efeitos, naquele momento a Monarquia já não existisse
mais no Brasil. A República, de fato, estava proclamada, mas só
provisoriamente, tal era a indecisão de Deodoro em relação à mudança de
regime.

As últimas horas da família imperial no Brasil foram marcadas pela


tristeza e por algumas cenas de desespero. Na madrugada do sábado, dia 16, a
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constatação foi geral de que o Império estava definitivamente liquidado. Nada
mais havia a fazer para salvar a Monarquia brasileira.

Uma ordem do novo governo provisório republicano, recebida por volta


das dez horas da manhã do dia 16, determinava que ninguém entrasse ou
saísse do Paço Imperial. Dom Pedro impressionava a todos pela calma, mais
aparente do que real, com que reagia aos acontecimentos.

A postura serena do imperador mudaria por volta da 1h30 da


madrugada do dia 17, quando chegou ao Paço o tenente-coronel gaúcho João
Nepomuceno de Medeiros, com a notícia de que a família imperial deveria
partir imediatamente para o exílio. Foi um susto.

Assim, despertados ainda no primeiro sono, os prisioneiros do Paço


foram chegando um a um ao salão principal. O objetivo era evitar possíveis
manifestações hostis à família imperial no caso de embarque à luz do dia.

Pelos cem anos seguintes o País foi marcado por golpes e rupturas
entremeados por breves e instáveis períodos de democracia, até que outra
República, inteiramente nova, começasse a nascer. Em 1984, ruas e praças de
todo o Brasil foram palcos de coloridas, emocionadas e pacíficas
manifestações políticas, nas quais milhões de pessoas exigiam o direito de
eleger seus representantes. A Campanha das Diretas, que pôs fim a duas
décadas de regime militar, abriu caminho para que a República pudesse,
finalmente, incorporar o povo na construção de seu futuro.

A esperança se renovou com o retorno dos civis ao poder e com a nova


constituição de 1988. No entanto, transcorridos 130 anos da proclamação da
República, vivemos hoje em um clima de insegurança sem precedentes. Não
bastasse a crise econômica, social e política, a corrupção se instalou em todos
os segmentos e setores da sociedade. Sem sombra de dúvida, o maior desafio
do povo brasileiro neste momento é encontrar um líder político que leve a
bom termo uma vasta limpeza ética e moral na burocracia do governo;
resgatando assim a credibilidade que há algum tempo se foi pelo ralo. A tão
sonhada abertura parece ter contribuído muito pouco para a construção de um
Brasil melhor.

___________________________

Fonte: Livro 1889 – Autor: Laurentino Gomes

272
“DIA DA BANDEIRA DO BRASIL”

O mês de novembro reserva duas datas cívicas, das mais relevantes da


nossa Pátria Amada Brasil: dia 15 – Proclamação da República e dia 19 – Dia
da Bandeira.

A celebração marca a data em que a bandeira foi instituída, em 1889,


ou seja, apenas quatro dias após a Proclamação da República.

Portanto, hoje dia 19, comemora-se o Dia da Bandeira do Brasil,


também reconhecida como “Pavilhão Nacional”, nos termos do disposto no
Decreto Lei nº 4, de 19 de novembro de 1889, quatro dias após a Proclamação
da República.

Nesta data ocorrem, como é de praxe, diversos eventos e


comemorações cívicas nas escolas, órgãos governamentais, clubes e outros
locais públicos.

Estas comemorações ocorrem, geralmente, acompanhadas do Hino à


Bandeira, o qual ressalta a beleza e explica o significado da bandeira nacional.

Assim que a República foi proclamada, foi criado um governo


provisório, cuja primeira preocupação foi a confecção de uma bandeira para
representar a República Brasileira.

De 15 a 19 de novembro de 1889, o Brasil teve uma bandeira


completamente diferente da atual. Era semelhante a Bandeira da América do
Norte, de hoje.

Desenhada pelo pintor Décio Villares e projetada por Raimundo


Teixeira Mendes e por Miguel Lemos, assessorado pelo astrônomo Manuel
Pereira Reis, a bandeira nacional, tal como a conhecemos atualmente, é uma
adaptação da antiga bandeira do império brasileiro, que havia sido desenhada
pelo pintor francês Jean Baptiste Debret.

O escudo imperial português foi substituído pelo círculo azul com


estrelas brancas, onde se encontra a divisa positivista "Ordem e Progresso".

Inicialmente, no centro dessa esfera, estava representado o céu do Rio


de Janeiro com a constelação do Cruzeiro do Sul, exatamente como foi vista
no dia 15 de novembro de 1889.

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Entretanto, em 1992, uma lei modificou as estrelas da
bandeira, determinando que todos os estados brasileiros e o Distrito Federal
fossem igualmente representados na bandeira nacional.

A versão atual da bandeira nacional brasileira com 27 estrelas entrou


em vigor em 11 de maio de 1992, com a inclusão de mais quatro estrelas
(antes eram 23 estrelas), representando o Amapá, Tocantins, Roraima e
Rondônia.

Sabe-se hoje que o dístico “ORDEM E PROGRESSO” é assunto


maçônico relativo a grau elevado e que o primeiro ministério formado era,
quase em sua totalidade, constituído de Maçons.

Nos templos maçônicos brasileiros existe um lugar reservado para a


Bandeira Nacional que participa nos festejos e sessões magnas cívicas.

A Bandeira Nacional significa um símbolo importante para a


Maçonaria, tanto quanto o seu Estandarte. A Maçonaria venera a Pátria e tem
por objetivo uma Pátria de cidadãos felizes que vivem em ordem e progresso.

Quando nos referimos a Bandeira, vemos aí o envolvimento de muitos


maçons de projeção, os quais influenciaram desde a sua concepção, pintura
artística, dia da sua comemoração e apresentação ao governo da época.

Temos que continuar reverenciando-a não só pelo que ela significa para
nós brasileiros, mas também pela memória dos irmãos obreiros que nos
legaram o símbolo da Pátria maravilhosa que se chama Brasil.

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274
*CONFLITOS DE GERAÇÕES*

Os conflitos gerados pelas diferenças de objetivos de vida entre as


gerações nunca foram tão marcantes como nos dias atuais. A geração dos
anos quarenta e cinquenta, hoje tornada avó, foi de crianças educadas dentro
de princípios chamados tradicionais, nos quais a figura paterna era
extremamente respeitada.

Os papéis eram bem definidos, a autoridade tendia ao autoritarismo, a


obediência não era discutida, posta em dúvida e, provavelmente, sua educação
pouco se distinguia daquela recebida por seus pais.

Na década de sessenta houve o começo do uso da informática para fins


comerciais, embora não de forma massificada, e teve início a grande
revolução comportamental, como o surgimento do feminismo e os
movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. Esses acontecimentos
mudaram gradativamente o pensamento, o comportamento das pessoas, a
maneira de pensar e agir. Diante dessas evidências, faz-se necessário
estabelecermos um senso de urgência para projetar a Maçonaria que se deseja
edificar para o futuro, consolidando assim um ambiente adequado em prol das
próximas gerações.

O fato é que já entramos na terceira década do novo milênio. É fato


também que quando operamos transformações positivas no homem, operamos
dádivas nos caminhos da justiça, da verdade, da qualidade de vida e na
harmonia plena, algo desejado por todos os seres de bem.

Um projeto de visão futurística exigirá como premissa uma fotografia


do histórico de nossas ações e a percepção da sociedade moderna em relação
à instituição. Há um pressuposto de que a instituição maçônica muito tem
feito em benefício da sociedade. Que “fez” é fato. Que “tem feito” pode ser
que não passa de retórica.

Valendo-se do sentimento maçônico, percebe-se que a nossa instituição


é respeitada no mundo profano. A razão disso explica-se principalmente pelo
fato dela ser uma sociedade fechada e ter suas raízes históricas num passado
remoto.

Para os seus obreiros não há dúvidas de que o comodismo, inoperância


e a omissão estão latentes em seu meio. O cenário é desolador, contrapondo
totalmente os seus princípios e anseios ditados em seus manuais. Num
momento em que presenciamos uma necessidade premente de resgatar
valores, nada parece nos abalar. Não há como negar a incoerência entre o
discurso” e a “prática”!
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O tempo passou e a sociedade que tinha o objetivo de criar um cidadão
“obediente”, também foi vencida pelo anseio de educar pessoas responsáveis,
autônomas em circunstâncias novas, sem padrões anteriores a seguir.

A liberdade de pensamento passou a ser uma exigência dos jovens, que


começaram a se tornar senhores de sua vida, quebrando normas
tradicionalmente aceitas. Experimentaram, na juventude, muitos caminhos, e
amadureceram de modo diferente de seus familiares.

Perceber qual é o nosso verdadeiro papel nesta nova era é um processo


que requer uma boa dose de reflexão e equilíbrio. O Brasil tem um grande
débito social. Necessário se faz que todos os segmentos: governo, iniciativa
privada e instituições em geral unam forças, inteligência e criatividade para
resgatá-lo com dignidade.

Irmãos, pensemos nisso!

___________________________
3/11/2020.

276
*FAMÍLIA - CÉLULA FUNDAMENTAL NA INTEGRAÇÃO
COM A LOJA*.

INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo primeiro, encontrar “eco” por
aqueles irmãos que pensam no futuro da nossa instituição, diante da evolução
meteórica no campo dos bons costumes, especialmente na célula que mais nos
atinge: conceito de família. A partir daí desencadeia consequências outras
como: na captação de candidatos, na sindicância, na motivação e evasão de
obreiros. A aceitação passiva da sociedade nos remete a encarar esse desafio.
Temos urgentemente que trabalhar e ajustar nossos conceitos e regulamentos
para navegar neste lamaçal. Aqui expresso a minha indignação, porque de
certa forma observo inércia de nossa parte, apesar de ouvir, ler, assistir
palestras que retratam com contundência de como isso nos afeta. Venho
batendo nessa tecla há algum tempo e desta vez me senti motivado a
desabafar após na última semana ter deparado com temas sobre o assunto em
questão, a saber: 1- Palestra virtual do Irmão Emanoel Lundberg, proferida no
dia 24/11 (terça-feira), intitulada “Evasão Maçônica”; 2- Revista Universo
Maçônico – edição 29 (recebida no dia 26/11) – que nos apresenta uma
reflexão bastante real sobre “Sindicância em nossa Instituição”; 3- Palestra
virtual do irmão Newton Agrella, proferida no dia 27/11 (sexta-feira),
intitulada “A Força da Palavra e a Relação com a Maçonaria”. Procuro,
portanto, retratar neste trabalho o meu inconformismo pelo silêncio, inércia e
comodismo da grande maioria dos obreiros, que reconhecem estar no século
XXI, porém, não percebem que suas cabeças ainda repousam em berço
esplêndido na primeira metade do século XX.

DA EVOLUÇÃO:
A história nos mostra que após a Segunda Guerra Mundial, foi um
período de grande florescimento da Maçonaria, em que os números dos
maçons cresceram por umas três décadas, até atingirem níveis nunca antes
historicamente atingidos. Após esses anos de horror e violência em que os
sobreviventes viveram momentos tempestuosos, desperta então a necessidade
de manter a solidariedade, companheirismo e a união, que sentiam ter
possibilitado a sua sobrevivência.
Aí está a explicação mais próxima da realidade desse fenômeno da
busca de admissão nas Lojas Maçônicas. Para nós maçons é fácil perceber o
quão apropriado é o ambiente de uma Loja, para encontrar os quesitos acima.
Por outro lado, para os sobreviventes que conviveram com o que é de pior dos

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horrores na vida de um ser humano, a bem da verdade é como se saísse do
inferno e entrasse no céu.
Mas a vida é feita de ciclos! Essa fase de crescimento seguiu-se, foi até certo
ponto e o que indiscutivelmente se observa é que convivemos hoje em uma
fase de declínio. As gerações sucederam-se. As condições políticas,
econômicas e sociais mudaram. A prosperidade em todos os segmentos está
há uma velocidade meteórica, sendo desfrutada por mais gente e pode-se
afirmar que este é um caminho sem volta.
O que foi vivido no tempo daquela guerra passou a ser mera matéria de
documentário histórico para os filhos, netos e bisnetos das gerações que
viveram naquele tempo. O que fora importante para a geração do pós-guerra
já não era entendido nem sentido como tal pelas gerações subsequentes.
A Maçonaria, assim como as instituições religiosas, clubes de serviço e
entidades filantrópicas em geral, vem sofrendo processo de evasão. Todas
estas entidades, indistintamente, vêm declinando sensivelmente, não só em
termos quantitativos, mas em qualidade. Passaram a ser vistas como algo
desnecessário e até mesmo ultrapassadas em defesa de seus valores e
princípios. Portanto, não adianta ignorarmos esta realidade. O
desenvolvimento no campo da Ciência, da Tecnologia, no Social, Político e
Econômico, é o grande desafio que a nossa Instituição enfrenta hoje frente à
modernidade. Necessário se faz urgentemente, ajustarmos nossos conceitos,
regulamentos, usos e costumes diante desse novo mundo; sem, contudo,
macular nossas tradições.
Com a escolaridade a aumentar exponencialmente, quando os jovens
passam anos e anos a preparar-se para a vida ativa, e está cada vez mais
competitiva, de forma geral não só a maçonaria, mas as instituições em geral,
muitas vezes são vistas como algo ultrapassado.
O mundo tecnológico, com esses avanços vêm provocando o
distanciamento espiritual das pessoas e a grande luta hoje está em TER e não
no SER. Isso tem causado a evasão das instituições que se mantêm no seu
conservadorismo, sem encontrar meios e forma de adequação às mudanças
que possam motivar e promover interesse por elas.
Essa nova geração entende que tem muito a fazer na vida. As
oportunidades de distração e envolvimento criam o sentimento de que não dá
para perder tempo falando em princípios e defendendo ética, sem que haja
sinal de retorno real. É óbvio que estão redondamente enganados, mas como
são jovens e sequer atingiram a maturidade, teríamos que dispor de meios
para combater essa tendência. Do contrário, será reconhecida como algo
obsoleto e desinteressante, fadada a sua própria extinção. Portanto, insisto na
tese de que não há como a Maçonaria continuar relevante no século XXI sem
que haja a promoção de mudanças substanciais. Temos que agir
278
urgentemente, para que em questão de anos não entremos nas estatísticas de
mais uma instituição fracassada e medíocre, sobrevivendo de glórias
passadas. A responsabilidade de assegurar a sustentação dessa Ordem milenar
é dessa geração. Façamos uma breve retrospectiva: que iniciativa relevante da
nossa instituição ocorreu nos últimos 50 anos? Hoje, carregamos o orgulho de
tudo que a nossa Ordem construiu em milênios. E nós, com essa guinada do
século XXI, o que estamos fazendo para impedir esse declínio? Que legado
deixaremos aos nossos sucessores?
Existe uma corrente em nossa Ordem que acredita que este século XXI
apresentou um ciclo favorável, em que o declínio cessou e o crescimento
recomeçou. Ledo engano! Em uma Peça de Arquitetura elaborada pelo Irmão
Grande 1˚ Vigilante da GLMMG - Sérgio Quirino, bem como, uma pesquisa
realizada pela Confederação Maçônica Interamericana – CMI sobre
“Maçonaria no Século XXI, demonstra de forma inconteste que os
indicadores apontam que na maioria dos países, há um visível decréscimo do
número de Maçons”.

Em conversa com alguns irmãos de diferentes Lojas, pude constatar que


em algumas delas e com raríssima exceção, em termos quantitativos o quadro
tem sido compensado com a iniciação de novos candidatos, porém, muitos
deles sem o perfil adequado para tal.

EVASÃO MAÇÔNICA:
No dia 24/11/2020, a ARLS Dr. Pedro Germano Costa N 2349 – GOB
-Oriente de Natal-RN, promoveu uma sessão virtual. A palestra foi
apresentada pelo Irmão Emanoel Lundberg. O tema foi o deste subtítulo –
Evasão Maçônica. O referido irmão, com muita propriedade fez sua
apresentação baseado em pesquisas e estatísticas, onde demonstrou a redução
de maçons ativos em países berços da maçonaria especulativa como França e
Inglaterra. Nos Estados Unidos e Alemanha, nada diferente. Aqui no Brasil,
enfrentamos nitidamente alguns problemas que deveriam ser alvo de muita
preocupação de nossa parte: a redução do número de maçons, a qualidade, o
baixo nível na formação dos iniciados devido à deficiência de mestres
instrutores e o elevado número de evasões. Isso, sem entrar no mérito da
média geral de idade dos ativos. Segundo o irmão palestrante, apontada em
pesquisa ultrapassa os 60 anos, o que é extremamente alto.

É de se supor que a redução significa que não estamos repondo a altura


dos remidos, dos que falecem e das evasões. A baixa qualidade implica que
falta olho clínico quando da indicação. Sabe-se que ninguém trás estrela na
testa, mas um mínimo de sensibilidade dos proponentes que por sua vez
conhece a instituição, pelo menos deveria saber que o candidato deve ter um
perfil mínimo para ser um dos nossos. Quanto à deficiência de mestres
279
instrutores, pode-se dizer que tem sua origem no próprio recrutamento. O
mestre na condição de instrutor tem que ter um mínimo de didática para
ensinar, transmitir conhecimentos e passar credibilidade ao aprendiz e
companheiro. Isso exige do irmão o gosto pela pesquisa, leitura e, sobretudo,
gostar da maçonaria. Infelizmente, o que se observa hoje é certo comodismo
para não dizer preguiça. O quarto de hora de estudos, que já é pouco, é mal
utilizado. Muitas vezes ocupado com leitura de instruções e quando um irmão
se propõe a apresentar um Trabalho ou Peça de Arquitetura; diga-se de
passagem, está ficando raro, nota-se no geral a preocupação de não passar dos
15 minutos, para não atrasar o término da sessão. Não que o irmão esteja
preocupado com o retorno para o lar, mas vai comprometer os “comes e
bebes” que já estão sendo preparados para após a sessão. As evasões, muito
provavelmente, provém da ausência de perfil e de desestímulo para continuar
na Ordem. E aqui deveria ser a nossa grande frustração e a razão maior para
nos incomodar e tomar iniciativa. Devemos cerrar fileiras no combate a esse
mal. É extremamente desagradável para a Ordem, e acredito que para
qualquer irmão, saber que um elevado número de irmãos, depois de algum
tempo entre nós, optou por afastar do nosso convívio. E se o seu afastamento
foi motivado por quimeras, pior ainda, uma vez que este não mais vai
defender a Ordem no mundo profano. Quando ocorre uma evasão, seja lá qual
for o motivo, devemos sempre fazer a nós mesmos a seguinte pergunta: Onde
falhamos?

Diante desta realidade, não nos cabe, como OBREIROS, a simples e


passiva observação da situação. Lembremos que ela não ocorre nas Potências
ou Obediência. A evasão se concentra nas Lojas vinculadas a estas formas
administrativas e representativas. Não há como negar esta realidade e a
responsabilidade desse declínio está em nós mesmos, os Mestres Maçons!
Repito, não estamos sabendo conservar os irmãos que temos e, segundo,
errando na captação de novos candidatos.
Portanto, para fazer frente à evasão maçônica no presente, temos que
nos conscientizar que a solução correta é melhorar a qualidade das sessões
maçônicas, uma obrigação de todos os obreiros, independentemente de graus
a que estão e cargos que ocupam.

DA CAPTAÇÃO MAÇÔNICA:
A dedicação durante a captação maçônica é a ação preventiva mais
eficaz contra a evasão no futuro. O roteiro básico passa pela instrução do
Padrinho.
Antes de fazer o convite ao candidato, ele deve, primeiramente, falar
um pouco da Maçonaria, os valores que nos são preciosos, nossas grandes

280
obrigações morais e éticas e, principalmente, informá-lo que a Irmandade na
Maçonaria não é dada, é conquistada.
O Mestre Maçom proponente, deverá manter uma observação atenta no
sentido de captar se o candidato terá, realmente, algo a agregar a nossa
Sublime Ordem e, principalmente, se há sintonia entre o que o profano aspira
e o que a Loja pode lhe oferecer. Todos nós Mestres Maçons devemos ter em
mente que O FUTURO É UMA CONSTRUÇÃO DIÁRIA. É PRECISO
SABER QUEM CAPTAR!
Não menos relevante, o profano deverá ter consciência de que estará
vinculado a uma Loja, mas, será membro de uma grande Instituição, que tem
outras organizações em seu entorno, chamadas Para-maçônicas e que ele
precisará conhecer.
Tão logo iniciado ele deverá ser informado de que a convivência
semanal apenas com os mesmos irmãos não basta. Deverá ser estimulado e
conscientizado de que, frequentemente, deverá comparecer a outras Oficinas
para aprender e ensinar.

FAMÍLIA, INTEGRAÇÃO COM A LOJA:

Os maçons devem voltar seu olhar para uma maior integração da


família junto a Loja. Essa participação da Família seja em Loja, como no dia a
dia, é fundamental para que possamos satisfazer nossas prerrogativas sociais.

Para nós maçons, a família não pode ser considerada apenas como
célula mater da sociedade, mas, sobretudo, como esteio em nosso meio
maçônico. Não podemos agir de forma segmentada a obediências ou lojas,
realizando trabalhos de forma isolada sem participar e influenciar feitos junto
às coirmãs.
A grande maioria das Lojas deixa a desejar quando se refere a sua
integração com as demais ordens paramaçônicas. Aqui, me refiro
especificamente a “Fraternidade Feminina”, o “Capítulo DeMolay” e as
“Filhas de Jó”. Estamos falando da família maçônica: obreiros, cunhadas e
sobrinhos. Por que não inserir as cunhadas em parceria, de tal forma a exercer
um trabalho mais efetivo no social? Quem diz que uma vez inserida, elas
próprias não poderiam nos ajudar na captação, sugerindo ao esposo e irmão,
candidatos em potencial, resultado de contatos com outras esposas de suas
relações no mundo profano?
Quanto aos DeMolays, todas as Lojas têm tido a preocupação de olhar
com carinho e apoio a esses jovens, vendo e estimulando-os como futuros
maçons? Ou simplesmente os admiram como jovens que compõem uma

281
extensão relevante da instituição? Não teriam eles também muito a contribuir
como fontes de captação, da mesma forma que as nossas cunhadas?
Os mesmos questionamentos acima valem para as “Filhas de Jó”. No
entanto, o nosso conservadorismo nos impede de abrir a guarda e
trabalharmos conjuntamente para bem reforçar com qualidade nossas colunas,
uma vez que ninguém melhor que estes para sugerir candidatos, cuja relação
no mundo profano, por si só, já tem proximidade com os nossos costumes,
princípios e valores.
Temos que nos conscientizar de que não mais vivemos nos tempos em
que a Maçonaria lutava pela abolição, independência ou mudança de regimes
governamentais à base de lutas corporais. Esta fase foi vencida. A história nos
mostra que muitos dos nossos antecessores deram a própria vida em defesa
das benesses gozadas por nós, hoje. As épocas sucedem-se, as modas vêm e
vão, os tempos mudam. Estamos na Era do conhecimento e as lutas hoje
acontecem com a imposição da inteligência - mas os Valores essenciais, esses,
são perenes e cultivá-los com equilíbrio é Arte verdadeiramente Real!
Concluindo, é necessário se fazermos uma autocrítica. Estamos de fato
trabalhando para nos adaptarmos a essa nova Era? O que estamos fazendo
para o sucesso na captação de candidatos, frente a uma geração que pensa e
age totalmente diferente de nós? O que de fato você irmão está fazendo pela
Maçonaria? Somos realmente irmãos e falamos a mesma língua? Existe uma
SINERGIA nos unindo em busca do bem comum? Uma maior integração da
família maçônica (Maçons, Fraternidade Feminina, DeMolay, Filhas de Jó),
pode ou não ajudar a fazer a diferença frente às dificuldades desses novos
tempos?

Pensemos nisso neste recesso de final de ano. Quiçá, ao retornarmos


aos trabalhos em 2021, já teremos refletidos sobre o assunto no sentido de
sairmos do discurso e partirmos para uma ação efetiva. Portanto, “IRMÃOS
À OBRA”!

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Fonte: Peças – “A Maçonaria nos dias de hoje” – autor: Irmão Rui Bandeira e “Captação Maçônica” – autor:
Irmão Sérgio Quirino / Relatório de Pesquisa – CMI – “Maçonaria no Século XXI” / Palestra virtual:
“Evasão Maçônica” – Irmão Emanoel Lundberg em 24/11/2020 / Revista Universo Maçônico – edição 29 /
Palestra virtual: “A Força da Palavra e a Relação com a Maçonaria”.

282
*MAÇONARIA E RELIGIÃO, UMA LIGAÇÃO INDISSOLÚVEL*.
(Caminham de Forma, Propósitos e Objetivos diferentes, mas na mesma
direção visando o Bem-estar dos humanos.)

O tema em questão por si só é instigante. Pois, estamos aqui abordando


duas instituições de tradição milenar que traz semelhanças, cujo foco é
direcionado para o bem-estar do ser humano. Ambas pregam o amor, a
liberdade, a solidariedade, fraternidade e, sobretudo, crença em Deus. Porém,
a grande diferença e geradora de muitas controvérsias decorrem no
entendimento do que é Maçonaria e do que é Religião. Primeiramente, vale
ressaltar que o descompasso da Religião em relação à Maçonaria sempre
existiu e existirá, uma vez que cada uma delas tem objetivos e propósitos
distintos. Somando-se a isso, o fato da Religião ser aberta e a Maçonaria,
fechada, abre-se espaço para que no mundo profano surjam achismo,
distorções, e ideias equivocadas em relação à Maçonaria.

O ser humano por natureza é essencialmente espiritual e o seu instinto é


buscar a completude em Deus. Ao perceber a intensa necessidade de Deus,
busca na Religião (Re-ligare) a razão existencial e o sentido real de viver.
Com isso, de modo geral em qualquer cultura, ao nascer o Ser humano já é
levado a acreditar em um Deus.

As religiões com o tempo se multiplicaram, mas seja ela qual for,


conduz o Ser humano para Deus e esse é o seu papel. Por ser uma instituição
aberta, recebe o fiel que se propõe a seguir a sua doutrina. Tanto é que ao
procurarmos o conceito ou significado de religião vamos confirmar essa
afirmação, ou seja: “É a crença na existência de um poder sobrenatural, do
qual depende o destino do Ser humano” ou “É um conjunto de símbolos e
rituais que possui significados amparados pela crença de fiéis que se
identificam com a organização religiosa”.

Para estudar e definir DEUS foi criada uma ciência, a Teologia, que
estuda DEUS e suas manifestações através de deduções intrínsecas de cada
um, tornando, por conseguinte o teólogo um iluminado. Ele procura explicar
tudo pelos esquemas religiosos que possui. Portanto, a preocupação com os
mistérios da vida e da morte é comprovada pela extensa variedade de cultos e
religiões, onde se busca a necessidade básica da fé, atributo imprescindível
para se acreditar nas verdades religiosas.

283
Em relação à Maçonaria, é diferente. Para bem definir, entender e
opinar sobre Maçonaria não há outra maneira senão dela fazer parte, sabendo
ainda que para iniciar na Maçonaria, não basta simplesmente querer, mas ser
convidado por um Mestre Maçom. Desde iniciado, o que o Maçom mais ouve
é o verdadeiro conceito do que é Maçonaria. É através do ritual que esse
entendimento começa a se consolidar e ao mesmo tempo fazê-lo sentir que
para bem entender a Maçonaria faz-se necessário, comprometimento,
dedicação, muita leitura e pesquisa.

Um profano pode perfeitamente ter uma ideia do que vem a ser


Maçonaria, embora uma enciclopédia inteira não seja suficiente para explicar
as origens, os rituais e a simbologia maçônica. A sua definição clássica e
resumida é:

“Maçonaria é uma Instituição que tem por objetivo tornar feliz a


humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela
tolerância, pela igualdade, pelo respeito à autoridade e à religião de cada
um”. É uma instituição DISCRETA SIM, SECRETA NÃO.

As reuniões são exclusivas para seus membros. Embora seja vista por
muitos como uma sociedade secreta, há realmente, uma grande diferença
entre estes dois conceitos. Como secreta dever-se-ia entender que se encobre
na Maçonaria algo que não pode ser revelado, quando por discreta, entende-se
que se trata de ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela
participam. Essa ação reservada, que pode ser interpretada como segredo, é
impossível ser explicada e comunicada ao mundo profano. Dele fazem parte,
por exemplo, o simbolismo dos ritos, dos sinais, toques e de palavras. Esse
simbolismo pode ser revelado e explicado, mas só os iniciados conseguem
verdadeiramente compreendê-lo. Por outro lado, o segredo maçônico não é
material, é um sentimento e o resultado do processo de aperfeiçoamento
pessoal. Por ser íntimo, individual e do domínio do transcendente e do sentir,
considera-se que é um mistério incomunicável, interior.

A Maçonaria se reveste de seis características básicas que a diferenciam


de qualquer outra instituição. É uma ordem iniciática (porque só entra quem
se sujeitar a uma cerimônia de iniciação), ritualística (porque assenta em ritos
e simbolismo), universal e fraterna (o objetivo último é o estabelecimento de
uma fraternidade universal), filosófica (por procurar responder às
interrogações profundas do Ser humano) é progressista (porque visa o
progresso da humanidade). Todos estes princípios assentam no livre
pensamento e na tolerância, permitindo o aperfeiçoamento do homem, a
edificação de uma sociedade justa e igualitária e o progresso da humanidade
através da elevação moral e espiritual. Suas raízes são antigas. A Maçonaria é
herdeira das associações de artistas do mundo antigo, especialmente do Egito,
284
Grécia e Roma; estando também ligadas às corporações de pedreiros da Idade
Média. Porém, o movimento que deu origem à Maçonaria moderna recua a
1717, quando quatro Lojas de Londres se juntaram numa especial de
federação: Grande Loja de Londres.

Historicamente, as lojas maçônicas foram palcos de conspirações, tanto


pelo lado político como também religioso. Ainda que a Maçonaria descenda
da tradição Judaico-Cristã, os pensamentos são substancialmente distintos. A
Igreja Católica é dogmática, enquanto na Maçonaria vale o livre pensamento.
Coube ao Papa João XXIII eliminar do direito canônico a norma que
determinava a excomunhão direta dos membros da “seita maçônica”. E na
maioria dos templos maçônicos o livro sagrado adotado é a Bíblia, que para
os Maçons é o Livro da Lei. A influência da Bíblia reflete-se em várias
situações e tem inspirações por analogia simbólica no Tabernáculo Hebreu e
no Templo de Jerusalém, mesmo que indiretamente. Esta associação de
imagens tem reflexos das raízes operativas da Maçonaria agrupadas na visão
dos construtores de catedrais da Idade Média, cuja corporação era uma das
mais organizadas e fechadas da época. O Livro da Lei ou o Livro Sagrado
utilizado em determinadas sessões é aquele representativo da orientação
religiosa do obreiro, podendo optar-se, nos casos de juramentos iniciáticos,
quando o candidato faz a promessa da sua obrigação, pelo uso do Alcorão ou
da Torá, quando se tratar de mulçumanos ou judeus, respectivamente, dentre
outros livros básicos de natureza religiosa. Não oferecer esta alternativa seria
negar a universalidade da Maçonaria.

A história nos mostra que Maçonaria e Igreja Católica são as duas


instituições mais antigas da humanidade e traz muitas semelhanças (atos,
gestos, ritos, cargos, etc...). Qualquer Maçom, que seja da Religião Católica
pode afirmar de forma inconteste as semelhanças entre uma sessão maçônica
e a santa missa. E aqui não há nenhuma pretensão de igualar uma à outra, mas
sim ilustrar a LIGAÇÃO INDISSOLÚVEL entre estas instituições. Vejamos
então onde estão tais semelhanças:

• O último grau do Rito Escocês é a mesma idade de Cristo quando


crucificado;
• Tanto uma missa solene, como numa sessão maçônica usa-se: velas,
incensos, altares;
• O ritual de abertura dos trabalhos (Maçonaria) e da missa (Igreja) se faz,
com o Livro da Lei (Bíblia);
• O Tronco de Solidariedade (sessão) e as doações na hora do ofertório
(missa);
• Ambas pregam a libertação dos vícios e a busca da virtude, além da crença
inabalável num Ser Supremo;
• O Livro da Lei está posto nos altares das duas instituições.
285
Poderíamos destacar outras mais, a lista é extensa. Porém, necessário se
faz destacar também os pontos conflitantes, ou seja, as fronteiras que as
delimitam, bem como, os princípios Maçônicos incompatíveis com a
doutrina da Igreja.

A *RELIGIÃO* Crê em Deus e nos dogmas, estabelece uma conexão


divinal entre o Homem e DEUS no sentido transcendental, místico, divinal e
revelador e a sua natureza é a de um amortecedor para os sofrimentos,
vicissitudes e necessidades. A essa doutrina dá-se o nome de TEÍSMO. A
*MAÇONARIA* estabelece uma conexão que busca entender a relação entre
o Homem e o Universo a partir do exercício contínuo da ESPECULAÇÃO e
do PENSAMENTO e a sua natureza é antropocêntrica, nominal e intelectual.
Admite a existência de um Deus criador, mas questiona a ideia da revelação
divina ou dogmas, não considera ou crê em intervenções sobrenaturais.
Considera a razão como paradigma para assegurar a existência de Deus, como
princípio criador do Universo. A essa corrente filosófica dá-se o nome de
DEÍSMO.

Ao aprofundarmos nessa linha de comparação, vamos deparar com


dezenas de princípios Maçônicos incompatíveis com a doutrina da Igreja.
Apenas como ilustração vale destacar alguns mais relevantes:

O conceito maçônico de Religião em que todas elas, em última análise,


são tentativas entre si competitivas, de enunciar a verdade divina, a qual é
relativa, não pode conciliar-se com a convicção cristã, que pretende ter a
exclusividade da verdade divina;

O conceito maçônico de Deus – o Grande Arquiteto do Universo – é


uma concepção Deísta, ou seja, um “Ser” neutro, indefinido e aberto a toda
compreensão possível e impessoal, quando a concepção da Igreja é Teísta, de
um Deus bem definido, que a todos interpreta e julga;

A Religião busca o aperfeiçoamento visando o Além, enquanto a


Maçonaria busca o aperfeiçoamento do Aqui e o Agora;

A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e


teorias filosóficas, e acima de tudo as suas controvérsias, para fazer da
liberdade de pensamento, o seu fundamento;

No seio da Maçonaria, os homens de todas as Religiões podem


reunir-se sem se hostilizam e, numa atmosfera de paz e serenidade, trocar as
suas ideias em busca do aperfeiçoamento moral da humanidade;

286
A Maçonaria é a única associação que reúne, sob todas as abóbadas, os
adeptos de todos os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto
do Universo que é Deus, idéia que encerra: na ordem física, a expressão do
Equilíbrio Universal; na ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo
rege e prevê; e na ordem moral, a Justiça Imanente;

A Maçonaria não tolera a hipocrisia;

A Maçonaria condena o fanatismo e a obsessão religiosa.

Concluindo, podemos afirmar que apesar das incompatibilidades entre


as duas instituições, ambas sempre tiveram e terão uma ligação indissolúvel.
Caminham de forma, propósitos e objetivos diferentes, mas na mesma
direção, visando o bem-estar dos humanos.

Quanto a nós Maçons, devemos nos concentrar e continuar nossa


missão.

Nosso trabalho é de consolidação na luta de preparar homens, combater


a ignorância em todas as suas manifestações. É uma escola mútua que impõe
este programa: obedecer às leis do país, viver segundo os ditames da honra,
praticar a justiça, amar o próximo, trabalhar incessantemente pela felicidade
do gênero humano e para conseguir a sua emancipação progressiva e pacífica.
Este é o nosso Norte!

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287
“O EXERCÍCIO DA LIDERANÇA E GESTÃO EFICAZ, A BEM DA
ORDEM EM GERAL E DO AUGUSTO QUADRO, EM
PARTICULAR”.

O novo ano se inicia e chegou a hora de colocarmos as mãos na massa.


Em 2020 tudo começou bem e ainda no primeiro trimestre fomos surpreendidos
com a pandemia da COVID-19, gerando transtornos políticos, sociais e
econômicos em todo o planeta.

A verdade é que tudo continua indefinido: o vírus continua presente, vidas


humanas sendo ceifadas, conflitos políticos e o mercado à deriva. Cada
seguimento à sua maneira, tenta se reinventar. Pois, ninguém se atreve a dizer
“quando” se chega ao fim, uma vez que não se sabe “como.” Há quem afirme
que o “como” é através de uma vacina. Porém, para os entendidos e sensatos, só
o tempo dirá.

Com isso, a roda gira e a vida continua. Não podemos admitir que esse
vendaval nos leva ao desespero ou ao desânimo. O momento exige de nós a
esperança e, sobretudo, confiança de que após a tempestade, a bonança se fará
presente. Porém, cabe a cada um de nós, olhar pra frente e ver onde nos
encaixamos nessa engrenagem para não deixar a roda parar de girar.

Diante dessa situação atípica, nós maçons não podemos nos furtar de olhar
para as consequências que tudo isso acarretará à nossa instituição maçônica. Será
que as coisas voltarão ao normal por si só ou teremos que nos movimentar de
alguma forma? Há quem diga que com o tempo tudo se ajeita. Eu não o vejo
assim. Esse período 2020, passando pela abstinência das sessões presenciais;
foram muitas as consequências danosas e não há como recuperá-las. Aqui vale
ressaltar apenas uma que considero a mais séria: iniciativas que deixaram de
acontecer em nível nacional. Lógico, que a convivência, a prática do ritual,
instruções e trabalhos, seja em loja ou fora dela, no social, também passaram em
branco e tudo isso significa atraso em nossa missão de construtores. Mas nesse
particular não podemos ignorar a iniciativa bastante promissora de muitos
irmãos, ao fazer uso da reunião virtual. De certa forma há que se reconhecer o
lado positivo da oportunidade advinda dessa modalidade, ou seja, permitiu que
irmãos de Lojas e Orientes distantes se conhecessem.

Convenhamos, o momento requer reflexão e exige atitude. Com ou sem


pandemia, mais do que nunca se faz necessário um planejamento de tal forma
com que a loja não permaneça inerte. Se por um lado, nossa instituição já vem
enfrentando desafios impostos pela modernidade, agora, soma-se a isso uma
crise que além dos problemas (político, social e econômico) adversos, envolve
morte.

288
Além de planejamento, requer a liderança do Venerável e coesão com seus
auxiliares diretos: primeiro e segundo Vigilantes. Partindo desse princípio, é
fundamental procurar o irmão certo para ocupar o cargo certo. Assim agindo, é
possível que seu objetivo de fazer com que os irmãos façam o que mais desejam
fazer em benefício da loja, seja atingido mais rapidamente. A liderança maçônica
só diverge da empresarial, em um detalhe: na empresarial, confunde-se “Líder”
com “Chefe”. Em nossa instituição inexiste “chefe”. No mais, tudo se assemelha
porque estamos falando de hierarquia, pessoas, estímulo, influência, metas,
objetivos, etc...

Quando vemos histórias das religiões, grandes empreendedores, gurus e


infelizmente até de ditadores, observamos que todos que se lançam a frente,
possuem essas características que os capacitam e permitem influenciar e
conquistar adeptos e seguidores. Contudo, há que se ressaltar que o verdadeiro
líder maçom se reveste de tais características a serviço do bem. Primeiramente,
ele já terá conseguido avançar na lapidação da sua pedra bruta, tem que ter
disposição de servir e jamais empregar recursos e artifícios para se servir da sua
condição de maçom. A marca de sua liderança se espelha no exemplo, não só
lutando pelos seus ideais, mas reafirmando continuamente os compromissos para
com a instituição. O mínimo de conhecimentos de convivência humana e social
se faz necessário, porque a loja é composta de pessoas e por incrível que pareça,
embora reconhecidos como irmãos, é mais complexa que a de nossa casa, devido
à diversidade de formações e crenças religiosas.

O verdadeiro líder maçom é humilde, é desprovido de vaidade e status


pelo cargo que ocupa e tem consciência de que aquilo é momentâneo e
passageiro.

Portanto, sejamos realistas quanto aos desafios que as organizações,


entidades religiosas, instituições e clubes de serviços terão que enfrentar; umas
para resgatarem o que perderam e outras para sobreviverem. Assistimos em 2020
a um número elevado de falências, que infelizmente não mais se recuperam. Ao
entrar em 2021, o que se percebe são investidores na retaguarda. Para os que já
estão em campo, o desespero bate e conduz para o “salve-se quem puder”. Daí é
que deve entrar em cena o exercício da liderança e a necessidade de uma gestão
eficaz. De nada adianta dispor de ferramentas, tecnologia de última geração e
mão-de-obra qualificada, se não houver a ação do ser humano, para dizer qual,
onde, quando e como aplicar tais recursos.

Foquemos agora em nossa instituição. Temos que ser realistas, refletir


sobre as dificuldades de adequação à modernidade que já vínhamos enfrentando,
as consequências sofridas pela pandemia em 2020 e as que virão no transcorrer
deste novo ano.

A título de reflexão, destacamos alguns pontos que requer nossa atenção


para trabalhar em benefício da ordem e da Loja, em particular:
289
• Captação de Candidatos – O ano de 2020 foi desastroso para a Ordem em
termos de busca de reforços às suas colunas. Este ano de 2021 também não será
diferente. Assim que os trabalhos presenciais recomeçarem, muitas lojas estarão
com Veneráveis reconduzidos e outras com iniciantes. Algum tempo demandará
para se reorganizar pela paralisação inesperada e prolongada. A maioria sequer,
não teve a iniciativa de através da sua Diretoria, se reunir em paralelo e discutir
ações a serem tomadas pós-pandemia. Tal iniciativa se faz necessária para o bom
êxito dos nossos trabalhos e progresso da nossa instituição.

• Frequência em Loja – Tudo indica que será sofrível pós-pandemia. Dentre o


número de irmãos ativos, sabe-se que a média de idade é alta. Muitos se
enquadram no grupo de risco. Como não se sabe ao certo quando ocorrerá de
fato o fim da pandemia, um grande número de irmãos ficaram retraídos e
automaticamente a loja se privará de suas presenças. Sem contar com os irmãos
que sabidamente não se arrogam de encontrar um motivo para faltar às sessões.
Esse efeito negativo deve ser combatido com criatividade.

• Evasão Maçônica – Continua uma constância, porém, as estatísticas nesse


interregno não mostram a realidade. Continuará mascarada até algum tempo
depois do retorno aos trabalhos. O irmão que traz a intenção de se afastar da
instituição, goza neste momento de um bom álibi ao se confundir com os que
efetivamente anseiam pelo retorno das reuniões presenciais. Independentemente
do grau e do cargo, é dever de todos os irmãos conscientes de sua
responsabilidade como maçons, contribuir para estancar a evasão; pelos efeitos
danosos a Ordem em geral e do Augusto Quadro, em particular.

Poderíamos destacar aqui outros pontos que interfere negativamente


(desestímulo com as sessões, aplicação do regulamento em relação a irmãos que
excedem em absenteísmo e em débito com a tesouraria, incoerência entre o que
se prega e o que se pratica; preocupação maior com o ágape que virá após a
reunião, do que com a sessão em si, etc...) para a manutenção de uma loja
operante e de clima harmonioso; mas apenas os três acima citados já é o
suficiente para exigir do Venerável, atenção especial. Pois, qualquer dos quesitos
acima, se mal geridos, compromete o ambiente e a sustentabilidade da loja.

Quando nos referimos ao Venerável, obviamente ele não está só nessa


missão. Como já dissemos: o Venerável conta com os irmãos primeiro e segundo
vigilantes, onde se exige deste trio: coesão e entendimento. Porém, o mestre
maior é o venerável e nele é que os demais irmãos mantêm o foco. Sua figura
tem que ser exemplo de pessoa, líder e autoridade. Como tal, não pode vacilar de
usar os poderes inerentes ao cargo do qual está investido. Quando as questões
ordinárias e pequenas de uma loja começam a procrastinar indefinidamente cabe
ao venerável usar o malhete para que a loja possa evoluir. É na pessoa do
Venerável Mestre que está a sustentação espiritual, o sucesso ou fracasso de uma
loja. Ele tem que ser altivo, sem ser arrogante; ser humilde, mas fazer valer sua
290
autoridade e ter pulso em suas decisões, sem a preocupação de ferir sentimentos
de um irmão e contrariá-lo em sua opinião. Até porque, pressupõe-se que a
relação de confiança e respeito deve prevalecer e ser recíproca entre o Venerável
e seus obreiros.

Reportando especificamente na Gestão de uma loja, vale destacar que


temos muito a aprender. Há muito caminhamos preocupados com coisas
pequenas, tanto no social, filantrópico e administrativo. Raramente se vê uma
loja chegar ao final do ano e apresentar um balanço em que expresse realmente
se avançou, retraiu ou ficou na mesmice. Da mesma forma não se vê nenhum
plano de ação para o próximo ano, com metas e objetivos com vistas ao
progresso da ordem e do Quadro, em particular. Você meu irmão, que conta com
alguns anos de maçonaria, voltou na data de sua iniciação. Faça uma
retrospectiva mental sem ser excessivamente precioso. Vai perceber que nós
maçons estamos presos à mesmice. Sem entrar muito nos detalhes, tem loja, cujo
número de obreiros continua o mesmo que há exatamente 10 anos, ou seja, os
irmãos que se mudaram para outro oriente, faleceram, evadiram ou saíram por
placet ex-ofício; o quadro mal foi recomposto por iniciados. Portanto, essa loja
não está bem, mal está se sustentando. Com certeza não há planejamento. Está
praticando uma Gestão empírica e aí cai naquele velho ditado: “Se você
continuar fazendo o que sempre fez, continuará obtendo o que sempre obteve”.

As estatísticas no geral demonstram certo declínio no número de maçons e


tudo indica que a causa está mesmo na modernidade. A verdade é que ainda não
nos adequamos ao século XXI. Para complicar, mais precisamente em março de
2020, o mundo foi surpreendido com a COVID-19 e toda a humanidade foi
afetada. Ninguém pode afirmar até quando isso vai interferir em nossas vidas.
Todos buscam alternativas para não ficar para trás. Nossa instituição, através de
algumas Lojas e potências até o momento vem se fazendo presente através de
algumas reuniões virtuais, o que demonstra simplesmente que a maçonaria
continua existindo. Precisamos ser mais ousados e prepararmos para o
pós-pandemia. Não se pode imaginar que tudo voltará a se ajustar
automaticamente. Temos que contabilizar as iniciativas, elevações e exaltações
que deixaram de acontecer em 2020. As que não acontecerão em 2021. O tempo
que vamos levar para dar a formação adequada aos irmãos aprendizes e
companheiros que tiveram interrompidos os seus ensinamentos, de irmãos que
deixarão de retornar, seja por idade, falecimento, evasão e sem captação de
candidatos. Temos que ter consciência que para reestruturar nosso quadro de
obreiros de forma a compensar estes dois anos, requer um mínimo de
planejamento. Lojas com menos de 30 obreiros no início da crise, muito
provavelmente terão sérios problemas de frequência, pós-pandemia, caso não
haja uma iniciativa de trabalho mais efetiva. Estamos atravessando uma crise
atípica e temos que pensar grande. Para alcançar as grandes coisas é necessário
transcender as pequenas. Portanto as lojas que se enquadram nessas condições,
mais que outras bem estruturadas, têm que se mexer!

291
Os desafios são hercúleos aos Veneráveis Mestres. Vale ressaltar que as
Potências por sua vez, através da alta administração, tem que entrar no jogo
dando suporte de Gestão, sugerindo e estabelecendo diretrizes. Muitas lojas por
si só não estão preparadas e parecem ter terminado o ano de 2020, sem que suas
diretorias se reunissem uma vez sequer para discutir essa realidade.

Quando recorremos à história da nossa instituição, veremos que o desafio


universal enfrentado pela força dos novos tempos no século XVIII, foi buscar a
adaptação, como recurso à sobrevivência, aceitar em suas organizações aqueles
que, mesmo não sendo pedreiros, porém, livres e de bons costumes. Daí a
Maçonaria Operativa para Especulativa. Talvez neste século XXI, é chegada a
hora de se reciclar e tomar novos rumos através das melhores práticas de
lideranças. Precisamos encarar a realidade de um novo tempo, momento em que
estamos mergulhando na destruição dos valores de família. Sem qualquer
presunção somos a única instituição, cujos obreiros são dotados de
SABEDORIA, FORÇA E BELEZA e que tem como princípio trabalhar com o
firme propósito de tornar feliz a humanidade.

Concluindo, conclamo primeiramente aos dirigentes das Potências e


Lojas, e em seguida, obreiros, a refletirem. Este trabalho iniciou comentando a
crise atual gerada pela COVID-19. Os transtornos causados é um fato e exige-se
liderança e gestão eficaz em nossas organizações. Do contrário é difícil ver como
podemos moldar um futuro mais desejável e promissor para nossa Ordem. A
ausência ou falta de efetividade na liderança implica a ausência de visão, uma
maçonaria sem sonhos; na melhor das hipóteses, isto resultará na manutenção do
status quo, e na pior, a desintegração, começando pelas lojas, por falta de
propósito e coesão.

A título de sugestão, para reforçar a necessidade de desenvolvermos um


trabalho profícuo neste ano de 2021, conclamo aos valorosos irmãos que leiam e
reflitam a Peça do sapiente Irmão Sérgio Quirino – Grande Primeiro Vigilante –
GLMMG. Nela, “Ano 15 – Artigo 01 – Número Sequencial 806 – 03 de janeiro
de 2021 – O ENSINAMENTO DO MAÇO PARA 2021”, o irmão resume com
profundidade e sabedoria; quão fundamental é o uso adequado do maço para
bem cumprir o nosso trabalho de construtores sociais. Uma vez associando essa
ferramenta à busca por um novo modelo de liderança como prioridade dentro da
Ordem; o que pode ter mais resultados e ser mais inspirador quando pensamos
em legado, sustentabilidade e perenidade da nossa milenar instituição?

Pensemos nisso!

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292
*57˚ ANIVERSÁRIO DO MOVIMENTO CÍVICO MILITAR
31 DE MARÇO DE 1964 - (1964 – 2021)*

(Por longos anos a história vem sendo distorcida e contada de forma


errada).

Introdução
A história não pode ser apagada nem reescrita. Saibam os
desinformados que, desde o retorno dos civis ao poder, foram grandes as
tentativas e sem exceção de quaisquer governos, prostituir a verdadeira
história Militar e do Brasil. O clima caótico, os desmandos, a corrupção e
outros descalabros que reinavam no País e, diga-se de passagem, não muito
diferente dos dias atuais, levou a população brasileira a apelar às Forças
Armadas, para que evitassem a tragédia que se desenhava. Vale aqui ressaltar
a reação popular dos paulistas demonstrada nas manifestações contrárias
àquela desordem na “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”,
realizada na capital de São Paulo em 19 de março de 1964. Fica evidente,
portanto, que as Forças Armadas não tomaram o governo de graça, mas sim
para estabelecer a ordem e, sobretudo, rechaçar a política socializante temida
pelo povo brasileiro e que tomava conta do País.

Por longos anos a história vem sendo distorcida e contada de forma


errada. Nada tão absurdo, considerando as balelas que ouvimos sobre o
"descobrimento" do Brasil ou a forma como as pessoas fazem vistas grossas
para as mortes e as torturas perpetradas pela Igreja Católica durante séculos.
Mas, ainda assim, simplesmente não entendo como é possível que esse
assunto seja tão parcial e levianamente abordado pelos que viveram aqueles
tempos e, o que é pior, pelos que não viveram. Nenhuma pessoa dotada de
mediano senso crítico vai negar que houve excessos por parte do Governo
Militar. Nesta seara, os fatos falam por si e por mais que se tente vislumbrar,
certos aspectos sob um prisma eufemístico, tortura e morte são realidades que
emergem de maneira inegável.

Ocorre que é preciso contextualizar as coisas. Porque analisar fatos


extirpados do substrato histórico-cultural em meio ao qual eles foram forjados
é um equívoco dialético (para os ignorantes) e uma desonestidade intelectual
(para os que conhecem os ditames do raciocínio lógico). E o que se fez até
antes do atual Presidente assumir o Poder, com relação aos Governos
Militares do Brasil é justamente ignorar o contexto histórico e analisar seus
atos conforme o contexto que melhor serviu ao propósito de denegri-los.

Poucos se lembram da Guerra Fria, por exemplo. De como o mundo era


polarizado e de quão real era a possibilidade de uma investida comunista em
293
território nacional. Basta lembrar, de Jango e Jânio; da visita à China; da
condecoração de Guevara, este, um assassino cuja empatia pessoal abafa sua
natureza implacável diante dos inimigos.

Nada contra o Comunismo, diga-se de passagem, como filosofia. Mas


creio que seja desnecessário tecer maiores comentários sobre o grau de
autoritarismo e repressão vivido por aqueles que vivem sob este sistema.
Porque algumas pessoas adoram Cuba, idolatram Guevara e celebram
Chávez. Mas esquecem do rastro de sangue deixado por todos eles; esquecem
as mazelas que afligem a todos os que ousam insurgir-se contra esse sistema
tão "justo e igualitário". Tão belo e perfeito que milhares de retirantes,
aventuram-se todos os anos em balsas em meio a tempestades e tubarões na
tentativa de conseguirem uma vida melhor, no caso de Cuba por exemplo.
Outro que vem chamando a atenção do mundo inteiro e atual é o Chavismo na
Venezuela, onde a população já não tem mais o que comer; e o ditador
Maduro, por mero capricho, insiste em não aceitar ajuda humanitária.

Período (1964 – 1985)

Os 21 anos de governos militares – especialmente nos mandatos de


Castelo Branco, Costa e Silva, Médici e João Figueiredo – revelaram um
grande grupo de brasileiros ilustres. Todos preparados e eficientes para o
exercício de altas funções no Executivo.

Foram eles que modernizaram o Brasil, na legislação, nas grandes


obras, restaurando a autoridade, a disciplina e a moralidade no trato da coisa
pública. Tudo começou com Castello Branco, entregando plenos poderes a
dois homens de reputação ilibada como Roberto Campos e Otávio Gouvêa de
Bulhões. Que ministério! Brigadeiro Eduardo Gomes, Pedro Aleixo,
Raimundo de Brito, Luiz Vianna Filho, Vasco Leitão da Cunha.

Com Costa e Silva, a revelação do extraordinário Mário Andreazza, que


foi ainda o braço mais realizador de Médici e de João Figueiredo. Homem de
coragem para fazer, que mais movimentou verbas na história e que vale
ressaltar aqui diante dos descalabros ocorridos nos últimos 30 anos de
governo civil, morreu pobre. Revelou-se também, com seus 37 anos, o gênio
Delfim Netto. Vale lembrar ainda Magalhães Pinto, nas Relações Exteriores;
Hélio Beltrão, Nestor Jost, no Banco do Brasil, Rondon Pacheco, na Casa
Civil. Foi um suceder de notáveis.

Médici encontrou bons ventos, proporcionou o maior crescimento da


nossa história, criou o primeiro plano ousado no campo social, que foi o
FUNRURAL, fundou a EMBRAPA, começou a Itaipu, em brilhante trabalho
do Itamaraty, comandado por Gibson Barbosa. João Figueiredo tocou grande
294
plano energético, triplicou a produção nacional de petróleo, que de lá para cá
pouco evoluiu, consolidou o Proálcool, com a dupla João Camilo Pena –
César Cals, um incentivando a produção e o outro promovendo a distribuição
e consumo. Homens que chegaram, como toda a imensa máquina pública, aos
cargos ocupados pelo mérito e não por indicações aleatórias.

Na política, o que havia de bom no Congresso estava com os governos.


Daniel Krieger, Petrônio Portela, Gilberto Marinho, Tarso Dutra, Nei Braga,
Magalhães Pinto, Milton Campos, Gustavo Capanema, Paulo Sarazate,
deputados como Rondon Pacheco, Bilac Pinto, Murilo Badaró, Francelino
Pereira. E, na oposição, Paulo Brossard, Tancredo Neves, Franco Montouro e
Marcos Freire.

E que grandes obras ocorreram com os militares no poder? Que legado


foi deixado ao Brasil, comparado aos governos civis pós 1985 até os dias
atuais? Como é comum dizer que brasileiro tem memória curta, vale aqui
enumerá-las com um toque de ironia, com o propósito de chamar mesmo a
atenção e fazer com que as evidências sobrepõe a omissão e a injustiça em
relação ao passado honesto e de eficiência executiva dos 21 anos de governos
militares, quando brasileiros ilustres acima citados, de inquestionável
capacidade, modernizaram o Brasil, restaurando a moralidade no trato da
coisa pública.

► Vamos então aos destaques das realizações do Governo Cívico-Militar


– 1964-1985:

‫٭‬ECONOMIA
• O Brasil passa de 47 ª para 8ª economia mundial.
• É alcançado o PIB de 14%.
• Exportações crescem de 1,5 bilhões para 37 bilhões de dólares.
• Redução da inflação de 100% a.a. para 12% a.a. sem controle de preços a
pleno emprego e sem massacre do funcionalismo público.
• PAEG – Programa de Ação Econômica do Governo.
• Código Tributário.
• Código de Mineração.
• Zona Franca de Manaus.
• IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.
• Banco Central – criado em Dezembro de 1964.
• ICM – IPI – ISS.
• Banco da Amazônia.
• SUDAM – Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.

‫٭‬EDUCAÇÃO / SAÚDE
• Estatuto do Magistério Superior.
295
• Matrículas no ensino superior de 100 mil em 1964 para 1,3 milhão em 1981.
• Mais de 10 milhões de estudantes nos bancos escolares.
• Estabelecimentos de assistência médica-sanitária aumentaram entre 1970/84,
de 6 mil para 28 mil.
• Crédito Educativo – Projeto Rondon – MOBRAL.
• Fomento e financiamento da pesquisa: CNPq, FINEP e CAPES.
• Cursos de Mestrado e Doutorado.
• Construção dos maiores estádios, ginásios, conjuntos aquáticos e complexos
desportivos em diversas cidades e nas principais universidades federais.
• Projeto Rondon.

‫٭‬EMPREGO / TRABALHO SOCIAL


• Criação de 13 milhões de empregos.
• Conselho Nacional de Poluição Ambiental.
• INDA – Instituto de Desenvolvimento Agrário.
• SFH – Sistema Financeiro Habitacional.
• BNH – Banco Nacional de Habitação.
• Construção de 4 milhões de moradias.
• Leis do Inquilinato, dos Condomínios e Edificações.
• Regulamentação do 13˚ salário.
• INPS – IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM e o INAMPS.
• FUNRURAL – Uma das maiores obras sociais do século XX no Brasil,
beneficiando 8 milhões de trabalhadores rurais.
• Programas de merenda Escolar e Alimentação do Trabalhador – PAT.
• Criação do FGTS, PIS, PASEP.

‫٭‬ENERGIA / TELECOMUNICAÇÕES
• Criação da Eletrobrás, Nuclebrás e subsidiárias, Embratel, Telebrás.
• Instalação da Usina Nuclear em Angra dos Reis (Angra I e Angra II).
• Pró-álcool (95% da frota nacional de automóveis e álcool).
• Construídas mais de 30 usinas hidrelétricas, entre as quais as maiores do
mundo: Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá, Itaipú...
• Prospecção de petróleo em grandes profundidades na bacia de Campos, com
exportação de tecnologias.
• Telebrás implanta 12 milhões de linhas telefônicas; micro-ondas interligam
todas as capitais; estação de satélite interliga o Brasil com o mundo todo; TV
em cores em todo o País; transmissão de dados e internet; cabos submarinos
de fibra ótica para os Estados Unidos e Europa; DDD e DDI no País e para o
mundo.

‫٭‬POLÍTICA / ADMINISTRATIVA
• É restabelecida a autoridade por 20 anos.
• Extensão do mar territorial de 12 para 200 milhas marítimas.
• SNI – Serviço Nacional de Informações.
296
• Polícia Federal.
• LSN – Lei de Segurança Nacional.
• Reforma do TCU,
• Reformas Administrativas, Agrária, Bancária, Eleitoral, Habitacional,
Política e Universitária.

‫٭‬PRODUÇÃO / INDÚSTRIA / INFRAESTRUTURA


• Construção de 4 portos e expansão e recuperação de 20 outros,
destacando-se Tubarão/ES e Sepetiba/RJ.
• Indústria aeronáutica, naval, bélica e automobilística.
• Rede asfaltada ampliada de 3 mil para 45 mil km.
• ferrovia da soja (Roca Sales – Passo Fundo) – Transamazônica.
• Rede ferroviária ampliada em 3 mil km e remodelada em 11 mil km.
• Frota mercante de 1 para 4 milhões de TDW (1974-1980).
• Corredores de exportação em Vitória, Santos, Paranaguá e Rio Grande.
• Produção de 70 milhões de toneladas de grãos. Criação da EMBRAPA.
• Duplicação da Rodovia Rio / Juiz de Fora e da via Dutra (Rio – São Paulo).
• Criação da EBTU; Implementação do metrô nas regiões metropolitanas de
São Paulo, Rio de Janeiro, belo Horizonte, Recife e Fortaleza.
• Construção de eclusas na hidrovia Tietê-Paraná; em Sobradinho (São
Francisco); início em Tucuruí (rio Tocantins) e Boa Esperança (rio
Paranaíba).
• Criação da Infraero proporcionando a construção, modernização e ampliação
dos principais aeroportos brasileiros, destacando-se Galeão, Guarulhos,
Brasília, Confins, Viracopos, Salvador, Manaus e particularmente na
Amazônia (COMARA).
• Implantação dos pólos petroquímicos em São Paulo (Cubatão) e na Bahia
(Camaçari).
• Construção de porto no Maranhão para a exportação de minério de ferro da
serra de Carajás (CVRD).
• A Petrobrás aumenta a produção, de 75 mil para 750 mil barris/dia de
petróleo.
• Estruturação das grandes construções nacionais.
• E muitas, muitas outras mais...

Como mineiro que sou não poderia deixar de destacar aqui as realizações que
ocorreram no Estado de Minas Gerais. Apesar da “ditadura”, Israel Pinheiro é
eleito em 1965, e dá início ao crescimento econômico de Minas. Em seguida,
os governos de Rondon Pacheco e Aureliano Chaves, fizeram decolar a
economia mineira, com a criação dos Distritos Industriais, destacando-se os
de Uberlândia, Itajubá, Pouso Alegre, Juiz de Fora, Varginha e Contagem.
Destacamos ainda:

297
• Aprovação da lei 5261 de incentivos fiscais, Escola Superior de Agricultura
de Lavras, levando o Estado de Minas a ter o maior desenvolvimento de sua
história, gerando milhares de empregos.
• Projetos são alavancados no BG, IND, Finepe, Fundação João Pinheiro,
BNDE e na empresa privada.
• Betim recebe a FIAT Automóveis, promovendo o bem estar social e
fortalecendo seu distrito industrial.
• São implantadas em Ouro Branco, a Açominas e em Juiz de Fora, a
Siderúrgica Mendes Júnior.
• A CEMIG, sempre presente no desenvolvimento de Minas, constrói
hidrelétricas, destacando-se São Simão, Emborcação, Volta Grande e a
ampliação da capacidade de Três Marias, gerando energia para as indústrias,
particularmente para as cimenteiras que se instalam em território mineiro e
permitindo o crescimento da agroindústria nos campos do cerrado.
• Telemig, Ceasa, Camig, Casemg, instalações industriais na área da Sudene
em Montes Claros, Rural Minas que desenvolve o projeto do Vale do Jaíba.
• Somente nos governos de Rondon, Aureliano e Francelino, são expedidos
48.144 títulos de propriedade rural, mais do que o dobro dos governos de
Tancredo, Garcia, Cardoso e Azeredo, com 22.706 títulos.
• As Construtoras Mendes Júnior e Andrade Gutierrez exportam sua
tecnologia.
• A Companhia Vale do Rio Doce, torna-se a maior exportadora mundial de
minério de ferro.
• Empresas crescem junto com Minas: MBR, Usiminas, Cenibra, Helibrás,
Valep, Valefértil, Florestas Rio Doce, Acesita, Belgo-Mineira, Mannesmann,
Samitri, Ferteco, Arafértil, Paraibuna, Alcoa e outras.
• O BEMGE – Banco do Estado de Minas Gerais é reestruturado e passa a ser
respeitado nacionalmente.

‫٭‬Especificamente em Belo Horizonte


• Canalização do rio Arrudas.
• Construção do Fórum.
• Implantação do trem de superfície (metrô).
• Via expressa e Anel Rodoviário.
• Construção do CEU – Centro Esportivo Universitário da UFMG.

Pois bem, destacamos aqui os grandes feitos ocorridos no período


1964-1985, bem como, dos brasileiros ilustres, que ajudaram os militares a
promover ampla modernização das nossas estruturas materiais, bem como o
avanço no campo social.

Pergunta-se: Erros foram praticados durante o regime militar? Sim,


afinal eram tempos difíceis. Gente para descer o cacete é o que mais se via e
vemos até hoje. Aliás, isso é fácil. Basta dizer que existiu até uma comissão
298
da verdade para desvendar as torturas e mortes, apenas de um lado, sem
considerar que em 1967 eclodiram as guerrilhas comunistas. E que na
“guerra suja”, crueldades foram praticadas de ambos os lados. Fica para o
historiador minimamente consciente e sensato emitir a sentença.

O que não é justo é omitir uma evidência que salta aos olhos sobre os
protagonistas que fizeram parte desse período histórico. Para bem elucidar a
diferença entre os cinco Generais, dos demais civis que governaram o Brasil
até 2018, descrevem abaixo alguns fatos que por si só, demonstram quais
governaram pensando no Brasil e quais usaram do cargo em benefício
próprio. Lembro ainda que não sou e não tenho parente militar. Também o que
aqui relato, não foi porque somente li ou ouvi, mas porque vivenciei tanto
aquele período de 21 anos (1964-1985), como estes últimos 33 anos
(1986-2018). Aqui me refiro à honestidade pessoal de cada um deles! Senão
vejamos:

Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os


herdeiros que seu patrimônio, limitava-se a um apartamento em Ipanema e
umas poucas ações de empresas públicas e privadas.

Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o


privilégio de permanecer até o desenlace no Palácio das Laranjeiras, deixando
para a viúva a pensão de Marechal e um apartamento em construção, em
Copacabana.

Garrastazu Médici dispunha, como herança de família de uma fazenda


de gado em Bagé, mas quando adoeceu precisou ser tratado no Hospital da
Aeronáutica, no Galeão.

Ernesto Geisel, antes de assumir a Presidência da República, comprou


o Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder
manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio.

João Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas


do Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a
propriedade. Sua viúva deixou um apartamento em São Conrado que os filhos
colocaram à venda, ao que parece em estado de lamentável conservação.
Obs.: Foi operado no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio.

Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até podem


ter cometido erros, mas não se meteram em negócios espúrios, não
enriqueceram nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante
seus governos. E olha que nos 21 anos, o legado de obras deixadas por eles, é
de causar inveja, comparadas às concluídas em 33 anos pelos civis! Sequer
criaram institutos destinados a preservar seus documentos ou agenciar
299
contratos para consultorias e palestras regiamente remuneradas. Bem
diferente dos que vieram até 2018, não é?
Acrescento ainda:

*Nenhum deles mandou fazer um filme pseudo biográfico, pago com dinheiro
público, de auto exaltação e culto à própria personalidade!

*Nenhum deles usou dinheiro público para fazer um parque homenageando a


própria mãe. *Nenhum deles usou o hospital Sírio-Libanês.

*Nenhum deles comprou avião de luxo no exterior.

*Nenhum deles enviou nosso dinheiro para “ajudar” outro país de ditaduras
comunistas.

*Nenhum deles saiu de Brasília, ao fim do mandato, acompanhado por 11


caminhões lotados de toda espécie de móveis e objetos roubados.

*Nenhum deles exaltou a ignorância.

*Nenhum deles falava errado.

*Nenhum deles apareceu embriagado em público. Nenhum deles passou a


apoiar notórios desonestos depois de tê-los chamado de ladrões.

*Nenhum deles tiveram sequer inquéritos abertos por suspeitas de corrupção,


quanto mais condenações de primeiras e segundas instâncias, que beiram a 30
anos de prisão.

A grande verdade é que o golpe ou revolução, chame como queira,


talvez tenha livrado seus pais, avós, tios e até você mesmo e sua família de
viver essa realidade. E digo talvez, porque jamais saberemos se isso, de fato,
iria acontecer. Porém, na dúvida, respeito a todos os que não esperam
sentados para ver o Brasil virar uma Cuba, ou a Venezuela de hoje.

A esquerda brasileira, por outro lado, adora tratar os seus guerrilheiros


como heróis. Guerreiros que pegaram em armas contra a opressão; que
sequestraram, explodiram e mataram em nome do seu ideal. E aí eu pergunto:
os crimes deles são menos importantes que os praticados pelos militares? O
sangue dos soldados que tombaram é menos vermelho do que o dos
guerrilheiros? Ações equivocadas de um lado desnaturam o caráter nebuloso
das ações praticadas pelo outro? Penso que não. E vou além. A lei de Anistia
é um perfeito exemplo da nobreza, porque o lado vencedor (sim, quem fica 20
anos no poder e sai porque quer, definitivamente é o lado vencedor) concedeu
300
perdão amplo e irrestrito a todos os que participaram da luta armada. De lado
a lado. Sem restrições. Como deve ser entre cavalheiros. E por pressão de
Figueiredo, ressalto, desde já. Porque havia correntes pressionando por uma
anistia mitigada.

Esse respeito, entretanto, só existiu de um lado. Porque à esquerda,


amargurada pela derrota e pela pequenez moral de seus líderes, nada mais fez
nos anos que se seguiram, do que pisar na memória de suas Forças Armadas.
E assim seguiram fazendo, a exemplo da Comissão Nacional da Verdade,
Jogando na lama a honra dos que tombaram por este país nos campos de
batalha. E contaminando a maneira de pensar daqueles que cresceram
ouvindo as tolices ditas pelos nossos comunistas. Comunistas que amam
Cuba e Fidel, mas que moram nas suas coberturas e dirigem seus
carrões. Bem diferente dos nossos militares, diga-se de passagem.

Graças a eles, nossa juventude sente repulsa pela autoridade. Acha


bonito jogar pedras na Polícia e acha que qualquer ato de disciplina encerra
um viés repressivo e antilibertário. É uma total inversão de valores. O que
explica, de qualquer forma, a maneira como vínhamos tratando os professores
e os idosos no Brasil. Então, neste dia 31 de março, devemos celebrar
aqueles que se levantaram contra o mal iminente. Celebraremos os que
serviram à Pátria com honra e abnegação. Celebraremos os que
honraram suas estrelas e divisas e não deixaram nosso país cair nas mãos
da escória moral que, anos depois, o povo brasileiro resolveu por bem
colocar no Poder. Completados 16 anos no poder, o que se viu foi a
deterioração social, política e econômica do nosso Brasil, justamente por
aqueles que outrora diziam defender o bem-estar dos brasileiros.

Como se vê... esses militares eram mesmo incompetentes, tão


incompetentes, que nenhum deles conseguiu ficar rico. Que pena que a grande
maioria dos eleitores de hoje, não tiveram a oportunidade que eu tive de
conhecer e conviver com a incompetência dos militares!

E aqui deixo um lembrete aos que não gostam das Forças Armadas
porque elas torturaram e mataram, então, seja, pelo menos, coerente. E passe
a nutrir o mesmo dissabor pela corja que explodiu, sequestrou e justiçou, do
outro lado. A mesma corja que nos 16 anos (2002-2018), conseguiu
desconstruir o Brasil.

Tenha a certeza, que se um dia for necessário sacrificar a vida para defender
nosso território e nossas instituições, você só verá um desses lados ter honradez
para fazê-lo. Desnecessário dizer aqui, qual deles!

301
*DIA DO TRABALHADOR*
(Servilismo, Dignidade, Nossa Trincheira).

Hoje, primeiro de maio – “Dia do Trabalhador”. As comemorações e as


homenagens que ocorreram nesse dia em nada mudaram. E esta geração que está
entrando no mercado de trabalho, está mesmo pronta para se adaptar às
exigências dos novos tempos? Tem esta geração uma mínima ideia da influência
que o trabalho terá na sua vida? Faz ideia que é através do trabalho que se
consolida a sua verdadeira identidade? Em que pese todos os sacrifícios que a
vida nos impõe, o trabalho ainda é o meio seguro de conduzir o homem à
felicidade.

Todo indivíduo ao estruturar sua personalidade, tem consigo uma necessidade


básica que é a de auto realização. É uma necessidade que leva a pessoa a tentar
realizar seu potencial e se desenvolver continuamente como criatura humana ao
longo de sua vida. Essa tendência se expressa e por meio do impulso da pessoa
em tornar-se mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser.

● Conta-se que foi perguntado a um sábio:

- Qual era a tarefa mais importante do mundo?


- Respondeu o sábio: “Não é aquela que você desejaria executar, mas
aquela que você deve fazer”.

Por isso, pode ser que o seu trabalho não seja o mais agradável e bem
remunerado do mundo, mas é aquele que lhe permite o próprio
sustento e da sua família. É aquele que lhe permite desenvolver as
potencialidades que existem dentro de você. É aquele que lhe permite
exercitar a paciência, a compreensão e a fraternidade.

Se você não tem o que ama, é importante que ame o que tem. A
mínima tarefa é importante. Se você falhar, omitir, ninguém a
executará em seu lugar, exatamente da forma e da maneira que você o
faria.

Contraditoriamente, às vezes deparamos com pessoas que veem o trabalho


como um meio de pagar seus “pecados” e não como fonte de prazer. A razão
disso quase sempre se explica que em pleno século XXI, vergonhosamente
deparamos com a existência de formas análogas à escravidão.

Estima-se que ainda existam centenas de pessoas em nosso Brasil,


especialmente nas áreas rurais, são submetidas ao trabalho escravo, suprimindo
do indivíduo o seu direito de ir e vir.

302
● A escravidão por dívida é a mais comum: o empregado se vê forçado
a trabalhar para pagar por equipamentos de trabalho, moradia e
alimentos fornecidos pelo patrão.
● A outra menos desumana, porém, ofensiva à lei, a moral e a ética, é a
forma degradante, que se concretiza pelo desrespeito às normas
trabalhistas, sem que isso implique algum tipo de aprisionamento.
A Maçonaria abomina a tirania, o servilismo ou qualquer forma que reprima
o homem do seu direito à liberdade. O universo não foi dado a ninguém e
ninguém o comprou. Por que então admitimos que hajas donos do mundo, que
uns tenham de servir aos outros e não possamos como donos transitórios, nos
utilizar do pedaço da natureza de que necessitamos? – Este é o princípio que a
Maçonaria defende: o princípio da liberdade para todos, em todos os lugares.
Este é o princípio fisiológico da vida sem o que todo o desenvolvimento e
evolução não são possíveis.

Ao defender esse direito sagrado de trabalho a todos os homens, sem


distinção de raça, credo ou cor, é nosso dever também mostrar o lado bom e
prazeroso dele poder se realizar dignamente.

Como trabalhador, não paute a sua vida no dinheiro. Ame seu ofício com
todo o coração. Seja fascinado pelo realizar. Quem pensa só em dinheiro não
consegue sequer ser um grande bandido.

O trabalho não deve ser compreendido apenas como um meio para o homem
ganhar a vida, mas um meio para que possa expressar a sua atividade criativa.
● Existe uma passagem bíblica que diz:
“Seja quente, ou seja, frio; não seja morno que eu te vomito.” Isso
significa que é preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O
escândalo, ao vazio.
Já tivemos oportunidade de ver grandes livros e filmes sobre a
tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a
acomodação, o não fazer. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor,
não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter
vivido.

Todo homem veio ao mundo para fazer história. Não passe pela vida como
analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano.
Trabalho com dignidade não mata. Ocupe o tempo. Evite o ócio, porque aí é a
morada do demônio.

303
*PELO FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL*
(Muito além da Princesa Isabel, seis brasileiros que lutaram pelo
fim da escravidão no Brasil).

O fim da escravidão no Brasil completa hoje – dia 13 de maio, 133


anos. Antes, porém, vale aqui destacar a relevância desta data histórica aos
brasileiros nascidos em Cristina-MG. Pois, aos menos informados, o dia 13 de
maio de 1774 foi consagrado como sendo a fundação do primitivo arraial do
Espírito Santo dos Cumquibus. Em homenagem à Imperatriz Thereza
Cristina, esposa de Dom Pedro II, em 1˚ de dezembro de 1868 a Vila
Christina (que se denominava Espirito Santo dos Cumquibus), recebe a visita
da Princesa Isabel e seu esposo, o Conde D’Eu, a convite do Conselheiro
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz, para conhecer a terra que recebera o nome
de sua mãe. Não menos relevante, cabe destacar que naquele ano de 1868
viria a nascer no dia 07/11 Delfim Moreira da Costa Ribeiro, na Fazenda da
Pedra, que mais tarde tornou-se Governador de Minas Gerais e Presidente da
República. Assim, os Cristinenses comemoraram neste dia 13 de maio, não só
os 133 anos da abolição; mas em especial os 245 anos do aniversário de sua
fundação. Aprofundando um pouco mais, há que se considerar ainda, os 149
anos que foi elevada à categoria de cidade no dia 15/07/1872, bem como, os
153 anos do aniversário de nascimento do ilustre cidadão cristinense no dia
07/11/1868 e a estada da Princesa Isabel aqui em Cristina no dia 01/12/1868.

Retornando aos idos de 1888, vinte anos depois de ter estado aqui em
nossa cidade, princesa Isabel, filha do imperador do Brasil Pedro II, assinou a
Lei Áurea, decretando a abolição - sem nenhuma medida de compensação ou
apoio aos ex-escravos.

A decisão veio após mais de três séculos de escravidão, que resultaram


em 4,9 milhões de africanos traficados para o Brasil, sendo que mais de 600
mil morreram no caminho.

Mas a abolição no Brasil está longe de ter sido uma benevolência da


monarquia. Na verdade, foi resultado de diversos fatores, entre eles, o
crescimento do movimento abolicionista na década de 1880, cuja força não
podia mais ser contida. Aqui vale ressaltar as centenas de maçons que se
engajaram na luta pela abolição da escravidão, batendo de frente com a
poderosa aristocracia escravagista, os quais não ocupam lugar de destaque nos
livros escolares. São eles: Antônio Rodrigues do Prado Júnior, Antônio Bento
de Souza e Castro, Francisco Barbosa Gê Acayaba Montezuma, Adolfo
Bezerra de Menezes e muitos outros mais. Importante ressaltar que a lei
Áurea, assinada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888 e que extinguiu a
304
escravidão no País, também foi assinada pelo maçom Rodrigo Augusto da
Silva, então Ministro da Agricultura.

Entre as formas de resistência, estavam grandes embates parlamentares,


manifestações artísticas, até revoltas e fugas massivas de escravos, que a
polícia e o Exército não conseguiam - e, a partir de certo ponto, não queriam -
reprimir. Em 1884, quatro anos antes do Brasil, os Estados do Ceará e do
Amazonas acabaram com a escravidão, dando ainda mais força para o
movimento.

A disputa continuou no pós-libertação, para que novas políticas fossem


criadas destinando terras e indenizações aos ex-escravos - o que nunca
ocorreu.

Conheça abaixo as histórias de sete brasileiros que se destacaram na


luta pelo fim da escravidão e defensor dos oprimidos, tendo como
protagonista o negro, poeta, escritor, jornalista, advogado e membro na
Ordem Maçônica - Loja América.
• Luís Gama, o ex-escravo que se tornou advogado.

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 1830, em Salvador, filho de


mãe africana livre e pai branco de origem portuguesa. Quando o menino tinha
quatro anos, sua mãe, Luísa, teria participado da revolta do Malês, na Bahia,
pelo fim da escravidão.

Uma reviravolta ocorreu quando Gama tinha dez anos: ficou sob os
cuidados de um amigo do pai, que o vendeu como escravo. O menino
"embarcou livre em Salvador e desembarcou escravo no Rio de Janeiro",
escreve a socióloga Ângela Alonso no livro Flores, Votos e Balas, sobre o
movimento abolicionista. Depois, foi levado para São Paulo, onde trabalhou
como escravo doméstico. "Aprendi a copeiro, sapateiro, a lavar e a engomar
roupa e a costurar", escreveu o baiano.

Aos 17 anos, Gama aprendeu a ler e escrever com um estudante de


direito. E reivindica sua liberdade ao seu proprietário, afinal, nascera livre,
livre era.

Em São Paulo, Gama se tornou rábula (advogado autodidata, sem


diploma) e criou uma nova forma de ativismo abolicionista: entrava com
ações na Justiça para libertar escravos. Calcula-se que tenha ajudado a
conseguir a liberdade de cerca de 500 pessoas.

Gama usava diversos argumentos para obter a alforria. O principal


deles era que os africanos trazidos ao Brasil depois de 1831 tinham sido
305
escravizados ilegalmente. Isso porque naquele ano foi assinado um tratado de
proibição do tráfico de escravos. Mais de 700 mil pessoas entraram no país
nessas condições. Apenas em 1850 o tráfico de escravos foi abolido
definitivamente.

Pobre por opção gastava seus honorários nas despesas de alforria para
os escravos libertos. Os seus escritos incomodavam e ultrapassaram
fronteiras. As sucessivas vitórias no Tribunal do júri e no foro fizeram-no ser
respeitado por todos. A sua luta maior era contra os clérigos e magistrados.
Os padres e freiras usavam, sem nenhum pudor, os serviços dos escravos.
Conta-se que num convento havia 300 escravos. Os magistrados, por sua vez,
impregnados de laivos preconceituosos, relutam em reconhecer direitos aos
escravos. Luís Gama morreu em 1882, com 52 anos de idade, seis anos antes
da edição da Lei Áurea, porém, deixando como legado a sua coragem e a sua
intelectualidade em livros e jornais daquela época. São do conhecimento de
todas as críticas ácidas de suas poesias e a famosa carta deixada ao filho,
pouco antes de sua morte.

O advogado ainda entrou com diversos pedidos de habeas corpus para


soltar escravos que estavam presos, acusados, sobretudo, de fuga. Ainda
trabalhou em ações de liberdade, quando o escravo fazia um pedido judicial
para comprar sua própria alforria - o que passou a ser permitido em 1871, em
um dos artigos da Lei do Ventre Livre.

Luís Gama morreu em 1882, sem ver a abolição. Seu funeral, em São
Paulo, foi seguido por uma multidão. "Quanto galgara Luís Gama, de
ex-escravo a morto ilustre, em cujo funeral todas as classes representavam-se.
Comércio de porta fechada, bandeira a meio mastro, de tempos em tempos,
um discurso; nas sacadas, debruçaram-se tapeçarias, como nas procissões da
Semana Santa", relata Alonso.
Na hora do enterro, alguém gritou pedindo que a multidão jurasse sobre o
corpo de Gama que não deixaria morrer a ideia pela qual ele combaterá. E
juraram todos.

• Maria Tomásia Figueira Lima, a aristocrata que lutou para adiantar a


abolição no Ceará.

Filha de uma família tradicional de Sobral (CE), Maria Tomásia foi


para Fortaleza depois de se casar com o abolicionista Francisco de Paula de
Oliveira Lima. Na capital, tornou-se uma das principais articuladoras do
movimento que levou o Estado a decretar a libertação dos escravos quatro
anos antes da Lei Áurea.

306
Segundo o Dicionário de Mulheres do Brasil, ela foi co-fundadora e a
primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras que, em 1882,
reunia 22 mulheres de famílias influentes para argumentar a favor da
abolição.

Ao fim de sua primeira reunião, elas mesmas assinaram 12 cartas de


alforria e, em seguida, conseguiram que senhores de engenho assinassem mais
72.

As mulheres conseguiram, inclusive, o apoio financeiro do Imperador


Pedro II para a iniciativa. Juntamente com outras sociedades abolicionistas da
época, elas organizavam reuniões abertas com a população, promoviam a
libertação de escravos em municípios do interior do Ceará e publicavam
textos nos jornais pedindo a abolição em toda a província.

Maria Tomásia estava presente na Assembleia Legislativa no dia 25 de


março de 1884, quando foi realizado o ato oficial de libertação dos escravos
do Ceará, que deu força à campanha abolicionista no país.

• André Rebouças, o engenheiro que queria dar terras aos libertos.

André Rebouças nasceu na Bahia, em 1838, em uma família negra,


livre, e incluída na sociedade imperial. Quando jovem, estudou engenharia e
começou a trabalhar na área. Foi responsável por diversas obras de engenharia
importantes no país, como a estrada de ferro que liga Curitiba ao porto de
Paranaguá. Conquistou posição social e respeito na corte. A Avenida
Rebouças, importante via em São Paulo, é uma homenagem a André e a seu
irmão Antônio, também engenheiro.

Em uma das obras de que participou, outro engenheiro pediu que


Rebouças libertasse o escravo Chico, que era operário e tinha sido
responsável pelos trabalhos hidráulicos. "Foi quando sua atenção recaiu sobre
o assunto", escreve Ângela Alonso, também em Flores, Votos e Balas. Chico
foi, então, libertado.

"Sou abolicionista de coração. Não me acusa a consciência ter deixado


uma só ocasião de fazer propaganda para a abolição dos escravos, e espero em
Deus não morrer sem ter dado ao meu país as mais exuberantes provas da
minha dedicação à santa causa da emancipação", discursou certa vez
Rebouças, na presença do Imperador Pedro II.

Na década de 1870, Rebouças se engajou na campanha pelo fim da


escravidão. Participou de diversas sociedades abolicionistas e acabou se
tornando um dos principais articuladores do movimento. Um de seus papéis
307
foi fazer lobby - uma ponte entre os abolicionistas da elite e as instituições
políticas, para quem executava obras de engenharia.

As ideias de Rebouças incluíam não apenas o fim da escravidão. Ele


propunha que os libertos tivessem acesso à terra e a direitos, para serem
integrados, não marginalizados. "É preciso dar terra ao negro. A escravidão é
um crime. O latifúndio é uma atrocidade. (...) Não há comunismo na minha
nacionalização do solo. É pura e simplesmente democracia rural", proclamou
Rebouças.

O engenheiro também se opunha ao pagamento de indenização para os


senhores de escravos em troca da liberdade - para Rebouças, isso seria uma
forma de validar que uma pessoa fosse propriedade da outra. Apoiador da
monarquia e da família real brasileira, Rebouças foi ainda um dos
responsáveis pela exaltação da Princesa Isabel como patrona da abolição.

• Adelina, a charuteira que atuava como 'espiã'.

Filha bastarda e escrava do próprio pai, Adelina passou a vender


charutos que produzia nas ruas e estabelecimentos comerciais de São Luís
(MA). Suas datas de nascimento e morte não são conhecidas. Seu sobrenome,
também não.

Como escrava criada na casa grande, Adelina aprendeu a ler e escrever.


Trabalhando nas ruas, assistia a discursos de abolicionistas e decidiu se
envolver na causa.

De acordo com o Dicionário da Escravidão Negra no Brasil, de Clóvis


Moura (Edusp), Adelina enviava à associação Clube dos Mortos - que
escondia escravos e promovia sua fuga - informações que conseguia sobre
ações policiais e estratégias dos escravistas.

Aos 17 anos, Adelina seria alforriada, segundo a promessa que seu


senhor fez a sua mãe. Mas, segundo o Dicionário, isso não aconteceu.

• Dragão do Mar, o jangadeiro que se recusou a transportar escravos


para os navios.

O jangadeiro e prático (condutor de embarcações) Francisco José do


Nascimento (1839-1914), um homem pardo conhecido como Dragão do Mar,
foi membro do Movimento Abolicionista Cearense, um dos principais da
província, a primeira do Brasil a abolir a escravidão.

308
Em 1881, o Dragão do Mar comandou, em Fortaleza, uma greve de
jangadeiros que transportavam os negros, escravizados; para navios que iriam
para outros Estados do Nordeste e para o Sul do Brasil. O movimento
conseguiu paralisar o tráfico negreiro por alguns dias.

Com o comércio de escravizados, impedido nas praias do Ceará,


Nascimento foi exonerado do cargo, segundo o registro de Clóvis Moura. E se
tornou símbolo da batalha pela libertação dos escravos.

Depois da abolição, ele tornou-se Major Ajudante de Ordens do


Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do
Ceará e morreu como primeiro-tenente honorário da Armada, em 1914.

• Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora abolicionista.

A maranhense Maria Firmina (1825-1917) era negra e livre, "filha


bastarda", mas formou-se professora primária e publicou, em 1859, o que é
considerado por alguns historiadores o primeiro romance abolicionista do
Brasil, Úrsula. O livro conta a história de um triângulo amoroso, mas três dos
principais personagens são negros que questionam o sistema escravocrata.

A escritora assinava o livro apenas como "Uma maranhense", um


expediente comum entre mulheres da época que se aventuravam no mercado
editorial, e que só recentemente veio à tona pelas universidades, segundo a
professora de literatura brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) Constância Lima Duarte.

Maria Firmina também publicava contos, poemas e artigos sobre a


escravidão em revistas de denúncia no Maranhão.

De acordo com o Dicionário de Mulheres do Brasil: de 1500 até a


atualidade (Ed. Zahar), ela criou, aos 55 anos de idade, uma escola gratuita e
mista para crianças pobres, na qual lecionava. Maria Firmina morreu aos 92
anos, na casa de uma amiga que havia sido escrava.

Como se vê meus irmãos, a verdadeira história do banimento da


escravidão no Brasil vai muito além do que uma simples canetada da princesa
Isabel na assinatura da proclamada lei Áurea no dia 13 de maio de 1988.

___________________________

309
*DIA NACIONAL DO MAÇOM*
Há realmente o que se comemorar? Não seria mais prudente se valer
desta data para uma reflexão? O que nossa geração de Maçons tem feito
para tornar a Maçonaria sustentável?
Hoje, 20 de Agosto de 2021, é a data que se comemora o Dia do
Maçom. Não fosse a Pandemia da COVID-19, que aflige toda a humanidade
desde março de 2020, certamente estaríamos comemorando esta data em mais
uma sessão especial. Com a suspensão das reuniões presenciais, as menções
relativas a este dia certamente ocorrerão pelas redes sociais, através de
reuniões virtuais.

Segundo a história, o dia do maçom é uma homenagem ao movimento


de maçons brasileiros, principalmente de Gonçalves Ledo e José Bonifácio de
Andrada e Silva, que visava libertar o Brasil de Portugal. Esta data, portanto,
simboliza a luta maçônica em favor do povo brasileiro e da Independência do
nosso Brasil.

Vale ressaltar que em relação a esta data, a história nos revela que
houve um equívoco, quando se leva em conta o calendário gregoriano. Mas
aqui não entraremos nesse detalhe, uma vez que o dia 20 de Agosto foi
acolhido por todas as potências e já se disseminou como data comemorativa
como Dia do Maçom.

Como pessoa, na data de nosso aniversário, fazemos uma retrospectiva


do ano de vida que se completa. No íntimo, é de bom alvitre aferir se nossos
objetivos foram alcançados, se progredimos, seja no campo pessoal ou
profissional. Assim também, devem acontecer nas empresas, instituições,
clubes de serviços, etc. É o momento de se fazer um balanço geral e aferir os
resultados.

A Maçonaria enquanto instituição tem lá seus objetivos. E como uma


sociedade universal tem como objetivo primeiro, orientar seus adeptos para
um humanismo nobre, ético, exercitar a tolerância e persistir na busca da
verdade. Todos os Maçons se consideram como irmãos, e são orientados a
combater a tirania, aspirar à paz e à justiça social. Admite para seus quadros,
homens de todas as crenças, contanto que aceitem seus postulados; não
combate, nem pretende combater, ou suprimir, qualquer religião existente. Em
suas sessões, não permite debates de temas políticos partidários e religiosos,
não só para evitar discórdia, bem como, para manter o respeito mútuo entre os
irmãos. O Maçom pode manter suas ideias filosóficas, religiosas ou políticas,
porém, deve reexaminar com olhos da razão, e não considerá-las como
verdades intangíveis.

310
Resumindo, a Maçonaria para alcançar seus objetivos, reúne em Loja,
fraternalmente, seus adeptos, a fim de promover o seu aperfeiçoamento
recíproco, elevando a condição humana, pela prática efetiva do amor ao
próximo, o cumprimento inflexível do dever, o respeito à autoridade
constituída e a investigação constante da verdade. Portanto, nós maçons,
devemos envidar nosso máximo esforço, tanto na assimilação da doutrina da
Ordem, quanto na prática de seus ensinamentos, tanto em Loja, quanto fora
dela. O maçom, em síntese, deve ser um homem íntegro, integrado e
vinculado.

Quanto ao papel social da Maçonaria, nós Maçons temos que admitir


que nos últimos tempos, vivenciamos um paradoxo: pregamos em prosa e
verso que “A Maçonaria é uma instituição que tem por objetivo tornar
feliz a humanidade”. No entanto, na prática, não há ações efetivas que
demonstrem isso.

É sabido e a história nos mostra que no Brasil a gestão pública, sempre


foi gerida de forma não republicana, longe dos princípios democráticos,
cívicos e honestos. Mas não vamos aqui tecer críticas a nenhum dos poderes
constituídos, porém, não há como ignorar a decadência moral, dos costumes e
a praga da corrupção incrustada em todos os setores da administração pública.
O que se vê são políticos defendendo interesses próprios, sem os perfis
necessários para cumprir a missão que lhes foi confiada pelo povo.

A Maçonaria tendo como divisa a Liberdade, Igualdade e Fraternidade;


procura enfim melhorar a condição social do homem, por todos os meios
lícitos. No entanto, nós Maçons temos que ter consciência de que não haverá
o tão sonhado e proclamado desenvolvimento sustentável, se estamos
convivendo com os atuais índices de diferenças sociais. Afinal, somos
Maçons! É bem verdade que nós também somos cidadãos e estamos inseridos
na sociedade, portanto, também somos vítimas de toda esta situação. Não
podemos assistir de forma indiferente, como se fôssemos impotentes perante
toda esta situação. Daí, necessário se fazer levantarmos a nossa bandeira de
mudanças, para combater este quadro que distorce e maltrata a nossa
sociedade.

Antes, porém, diante destas evidências, façamos a seguinte reflexão e


respondamos para nós mesmos as perguntas abaixo:

✔ “A Maçonaria é ou não é, a instituição que, tem também, por


objetivo tornar feliz a humanidade?”

✔ “A Maçonaria deve desempenhar na sociedade os seus ideais?”


311
✔ “Estamos a cumprir a nossa missão como Maçons?”

✔ “O nosso trabalho tem gerado mudanças benéficas à estrutura


desta sociedade?”

✔ “O que temos feito para solucionarmos ou pelo menos


abordarmos os problemas sociais?”

A Maçonaria, tal como hoje a conhecemos e com as poucas alterações


que foi sofrendo ao longo do tempo, é a mesma que nasceu da constituição da
Grande Loja de Londres, em 1717, pela reunião das quatro lojas que a
fundaram. Desse ato fundador da Maçonaria Moderna, também designada de
especulativa, relevam três características fundamentais que a definem: a
variedade de profissões a que pertencem os seus membros, a tolerância
religiosa e política entre si e em relação aos outros e, finalmente, a adoção de
um ritual e de um conjunto de normas estatutárias, derivadas das antigas
corporações de ofícios da Idade Média.

Ora, são justamente nessa Era da Maçonaria Moderna que a história nos
revela diversos fatos, em que os Maçons foram os principais protagonistas.
Poderíamos citar como exemplos a Revolução Francesa, a Independência
Americana e de diversos países da América. Mas vamos nos limitar ao nosso
Brasil. Somente no século XIX, tivemos três vultos de dimensão Nacional,
cujas estratégias foram debatidas dentro de Loja, a saber: Independência do
Brasil (1822), Abolição da Escravatura (1888) e Proclamação da República
(1889). Diga-se de passagem, todos bem sucedidos por heróis Maçons (Dom
Pedro I, Manoel Deodoro da Fonseca e Luiz Gonzaga Pinto da Gama,
respectivamente).

No entanto, atravessamos todo o século XX e já na segunda década do


século XXI, sem que houvesse qualquer envolvimento da Maçonaria em
defesa dos interesses da Pátria, Sociedade ou Bons Costumes. E olha que o
Brasil atravessou revezes tenebrosos! Citaremos apenas dois momentos do
século XX em que a Maçonaria permaneceu muda e calada: década de 30, que
o Brasil passou pela Ditadura Vargas e 1964, em que João Goulart, amante de
Cuba, quase implantou o comunismo no Brasil. Nas duas últimas décadas,
convivemos com uma decadência política e social, sem precedentes. Todas as
tentativas até 2018 foram feitas para desconstruir o nosso Brasil. Todas as
empresas e bancos públicos foram saqueados, as universidades públicas
transformadas em verdadeiros antros de prostituição, as famílias na mira para
ser também desconstruídas; iniciando pelas escolas, com a implantação de
cartilhas com ideologia de gênero, Kit gay e pedido de Projeto na Câmara
sobre Casamento Entre Pais e Filhos. Enfim, ainda assistimos um Presidente
312
isolado, sem Poder para exercer sua governabilidade; preso a uma
constituição de viés socialista; com o Congresso, a Suprema Corte e a Grande
Imprensa, buscando todos os meios de enquadrá-lo num Impeachment. Tudo
porque acabou com o toma-lá-dá-cá no Congresso, fechou as torneiras da
corrupção na imprensa, da classe artística, das empresas públicas. Para somar
a isso tudo, fala uma língua diferente de todos os outros que passaram pelo
Planalto: fala em moralidade, fala em Deus, Família e defende a Bandeira
Verde e Amarela.

Estamos vendo o povo reagir contra todas essas mazelas, se amparando


no artigo da constituição socialista: “O poder emana do povo”. O
movimento previsto para o próximo dia 7 de setembro é dos brasileiros que
não mais aguentam ver o Congresso e o STF reescrever a constituição e
obstaculizar a governabilidade do País. A CPI da COVID-19 e o voto
impresso, dois exemplos clássicos. Parlamentares corruptos procurando pelo
em ovo, perseguindo uns e acobertando outros, tudo conforme suas
conveniências. Os togados, contra o voto impresso e firmando a
confiabilidade da urna eletrônica, que não se usa em nenhum país de primeiro
mundo. Quem ousa dizer algo contra, é preso, típico de ditadura. Quando se
faz alguma nota de repúdio, a exemplo do que fez os militares da reserva e
algumas potências maçônicas contra o Fundo Eleitoral, bastou o ministro
Barroso fazer uma reunião com os líderes partidários, até os que
declaradamente eram contra, milagrosamente viraram a cabeça, ignorando
totalmente a vontade do povo. Sabe-se lá o que discutiram naquela reunião!
Certamente, o destino das notas de repúdio foram os cestos de lixo. A
conclusão a que se chega é que com boas maneiras, todos os esforços serão
inócuos, pois, a Corte Suprema é composta por onze advogados de toga que
fazem o papel de legisladores. O Congresso, podre, não revida, pois, à grande
maioria dos parlamentares, estão envolvidos em processos de corrupção.

Aí vem a pergunta que não quer calar: onde estão os maçons dentro do
Congresso Nacional? Será que só ao entrar naquela instituição, são tomados
pelo vício? Vemos naquela pocilga: bancadas de ruralistas, de mulheres, da
bala, de evangélicos; onde seus membros votam juntos, em matéria dos seus
interesses. Por que não uma Bancada Maçônica, pelo menos para combater a
Corrupção e Defender Valores Morais, a Família, o Bem Estar Social e outros
de interesse Nacional? Afinal, como Maçons, temos a responsabilidade de
defender a Pátria. Será que ainda há dúvidas de que não corremos o risco de
cair na mesma vala da vizinha Argentina?! Fica a pergunta!

Outro equívoco que nos causa espanto, é de que na Maçonaria não se


discute Política e nem Religião. O que não se deve discutir em nome da ética
é “Política Partidária e Religião Sectária”. Também não se pode permitir que
numa reunião ordinária, abra espaço para se discutir Política ou Religião,
313
senão vira bagunça. Temos que partir do princípio: Nem o meu partido
político é melhor que o seu e nem a sua religião é melhor que a minha, ponto.
Por outro lado, não há como negar que é no território da Política e da Religião
que o Ser humano age e tem tudo a ver com Liberdade, Igualdade e
Fraternidade. Como defender e conquistar o Bem Estar Social sem agir no
campo da Política? Como falar em Igualdade num País ditatorial? Tem que se
estabelecer a Política Democrática. Enfim, tem que estabelecer regras e
ordem. Infelizmente, para conforto de muitos irmãos, alguém um dia disse
que em Maçonaria não se discute Política e nem Religião! E para não ficar
nenhuma dúvida de que Maçonaria, Política e Religião, tem uma ligação
indissolúvel e até se confundiam, aos olhos dos profanos, basta recorrermos à
história!

✔ “Ainda em 1822, o próprio Grão Mestre, D. Pedro I, por


desentendimentos com os maçons, fechou o Grande Oriente do
Brasil. Entretanto com a abdicação do Imperador em 1831, este
seria restaurado e novamente José Bonifácio elevado ao cargo de
Grão-Mestre. Seguiram-se novas divisões e subdivisões, até que
em 1863 se tornou mais profunda a dissidência entre algumas
lideranças, dividindo o Grande Oriente do Brasil em: Grande
Oriente do Lavradio e o Grande Oriente dos Beneditinos (MOREL
& SOUZA, 2008, p.15).”

✔ “Não obstante, durante todo o Segundo Reinado teve a Maçonaria


grande prestígio e influência política, contando entre os seus
membros altas personalidades e não poucos sacerdotes.
Infiltrou-se profundamente na Igreja, através das irmandades,
chegando a ter, em alguns casos, as chaves do sacrário, diante
desse avanço maçónico muitas autoridades clericais passaram a
adoptar um discurso cada vez mais radical no sentido de
desmoralizar os maçons (MOREL & SOUZA, 2008, p.16)”.

O que nos leva ao seguinte questionamento: Então estavam errados os


Irmãos que debateram e se envolveram diretamente na Inconfidência Mineira,
Revolução Pernambucana, Independência do Brasil, Abolição da Escravatura,
Proclamação da República? Quais das duas Maçonarias e quais Irmãos estão
certos? Os séculos XVIII e XIX ou os do século XX e XXI? Os primeiros
participaram ativamente nos movimentos políticos citados acima e nos dois
últimos séculos, simplesmente permaneceram e permanecem em silêncio. Há
que se esclarecer qual é a verdadeira Maçonaria e, dependendo, faz-se
necessário reescrever seus princípios. Aqueles Maçons debatiam, se
envolviam e tinham atitudes. Estes impõem retóricas que não se discute, não
se misturam e se silenciam.

314
Revivendo o nosso passado, não há como negar as inúmeras ações
relevantes de notórios irmãos que imbuídos do mais alto sentimento
maçônico, deixaram seu registro defendendo seus ideais como tal. São
legados que a história não apaga. Além de ter elevado a nossa Sublime
Ordem, permanecerão para sempre como exemplo para nós e as futuras
gerações.

Mesmo com exemplos do passado, nossa postura tem sido como meros
expectadores dos descalabros que vem ocorrendo em nossa Pátria. Não se vê
nenhuma reação contundente de Irmãos e da Instituição, que demonstre
preocupação com as consequências que recairão em nós mesmos e na
sociedade. Se não reagirmos, a tendência é que tudo ficaria de mal a pior. Daí
as perguntas para reflexão, retiradas do texto que o Irmão Leonardo Parreira
Reis de Lima – M.’. I.’., Oriente de Capinópolis-MG, circulou recentemente
via WhatsApp, cuja preocupação comunga com a minha:

✔ “Até quando iremos assistir inertes, impávidos e inoperantes os


fatos acontecerem e não tomaremos uma posição ativa de
embate, de ação concreta para marcarmos e registrarmos nossa
participação nos acontecimentos?”

✔ “Será preciso que venham a sobrepor e a imperar sobre os


princípios democráticos de direito, os beligerantes e inaceitáveis
preceitos da ditadura, do absolutismo, da tirania, do anarquismo,
para que venhamos a nos lembrarmos da valorosa importância
dos ideais supremos que nos foram deixados pelos nossos
antecessores, com muita luta e sacrifício, constantes da trilogia:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade?”

✔ “Qual o último episódio histórico relevante e preponderante em


que foi registrada a participação de um Maçom ou da
Maçonaria”?

✔ “O que estamos fazendo, cada um, para conter o aumento


intolerante e demasiado da pobreza e da miséria humana, diante
da ganância incomensurável do capitalismo selvagem e no
comunismo desproporcional; da latente justiça social diante da
imposição arrogante de políticos antidemocráticos; da falta de
distribuição de renda, diante da insaciável sede de corrupção e
ganância desenfreada, que se sobrepõe, nos diversos setores da
sociedade predadora; da morte lenta e agonizante do planeta
terra; diante da exposição desmedida e incontrolável dos já
escassos recursos e fontes naturais e do óbito lento e agonizante
da biodiversidade; do desprezo pela prevalência da moral e da
315
ética nas relações humanas, diante da ignorância e desatenção
aos sagrados valores espirituais”?

✔ “Que legado nós deixaremos aos nossos sucessores, filhos, netos


e a sociedade, em geral”?

É muito comum, fazer críticas, apresentar meios e sugestões depois dos


fatos e problemas acontecerem. Mas ocorre também delas serem previstas
antes dos fatos se consumaram, porém, não serem levadas em conta. Nos idos
de 1997, quando minha Loja-mãe “União Sertaneja” n ̊ 8 – Oriente de Sete
Lagoas-MG, completava 100 anos de sua fundação, tive a honra de ser
convidado para falar aos irmãos sobre o histórico do seu centenário. Pra mim
foi demais, gratificante. Ao pesquisar, tomei conhecimento de fatos
interessantes e curiosos. Um deles, foi de encontrar registros que comprovam
a brilhante iniciativa de irmãos daquela Loja, no ano de 1905, ter apresentado
a proposta do casamento civil ao congresso nacional, para corrigir uma
situação constrangedora a que os irmãos se deparam frente ao clero, por não
permitir a realização do casamento de um maçom. Essa proposta se constituiu
numa emenda ao código civil brasileiro, em vigor até o momento. Nas minhas
pesquisas, pude compreender a velocidade da evolução de cem anos passados
e o que estava despontando a partir daquele momento. Os fatos mostravam
com evidências, o quanto a maçonaria estava inerte. Minha fala não se limitou
ao histórico da Loja, mas, sobretudo, lançou um alerta sobre o avanço
frenético das mudanças que se anunciavam. Abaixo, alguns destaques do meu
pronunciamento naquela oportunidade:
✔ “...A previsão é de que nos próximos 10 anos, a humanidade terá
à sua disposição, conhecimentos de novas tecnologias em
quantidade muito maiores do que a obtida em toda a sua história.
A maçonaria do ano 2000 tem que estar afinada com as suas
tradições e, sobretudo, acompanhar a evolução do tempo para não
se submeter à mais remota hipótese de decadência institucional.
Faz-se necessário crescermos como obreiros; estudando,
assimilando e praticando com sabedoria os princípios maçônicos,
para que o nosso discurso tenha eco e coerência...”.

✔ “... A humanidade atravessa uma fase de decadência geral dos


costumes. Os valores morais e espirituais decresceram com o
afrouxamento dos laços familiares e a falta de espírito público.
Nós maçons que, inspirados no passado deveríamos ser os
vanguardeiros dos movimentos sociais, cívicos e políticos, temos
sido os grandes ausentes nos últimos movimentos sociais. O
mundo está girando mais depressa, vivemos um misto de
ansiedade e ressentimento. É a febre da globalização, onde o
processo capitalista se acelera num ritmo jamais visto,
316
provocando um grande movimento de transformação social e de
produção. Como maçons, temos toda a abertura de firmar nossa
posição nesse contexto porque os valores como a democracia e a
liberdade tornaram-se universais. A maçonaria tem que repensar
seriamente o conceito da formação do lar. Até agora seguimos os
mesmos princípios dos nossos antepassados de milhares de anos
atrás. Toda a evolução, neste sentido, se deve indiretamente ao
cômputo geral do progresso da civilização...”

✔ “... Bem sabemos que a nossa ordem prima pela evolução e


aperfeiçoamento da humanidade, em um ritmo que não quebre a
rotina, pois ela sabe que a natureza não dá saltos, e que todo salto
é seguido de resultados nem sempre aceitáveis. Urge, portanto, a
necessidade de uma profunda reflexão sobre a velocidade das
grandes transformações tecnológicas, científicas e sociais, uma
vez que estas exigirão de nós respostas imediatas. Não podemos
continuar apenas com soluções parciais e isoladas. A nossa
potencialidade nos permite caminhos muito mais largos. É
imprescindível, todavia, que o espírito fraternal e de solidariedade
entre os obreiros, sejam revitalizados. Temos que fazer prevalecer
entre nós a unidade...”.

✔ “... Grandes acontecimentos se afloram e mexem profundamente


com os valores e a ética maçônica: o “clone”, por exemplo, uma
revolução científica que em pouco tempo sairá da esfera animal e
passará para a humana. É a cópia idêntica de outro ser vivo
produzida artificial e assexuadamente. Na prática, a clonagem
significa que as mulheres no futuro poderão ter filhos sem a
participação dos homens, uma ousadia científica que dispensa
gerar filhos sem prazer e sem espermatozóide. Para nós maçons, a
formação de uma Pátria vigorosa começa na família. Do
equilíbrio dos pais, e da sua união amorosa, nascerão filhos
geneticamente definidos. A regulamentação civil da “união de
pessoas do mesmo sexo” é outro acontecimento que se refere ao
comportamento em sociedade, cujo prenuncio de reconhecimento
pela sociedade se vislumbra - choca e deturpa os princípios dos
bons costumes: é imoral, vergonhoso e inadmissível para os
padrões atuais. Tomemos apenas estes dois exemplos. Imaginem
meus irmãos, a sindicância de um profano candidato a ingressar
em nossa ordem, tendo sido ele originado de um “clone”; fruto de
um lar incompleto, que não houve a participação de um homem e,
portanto, a inexistência da conjugação amorosa - homem e
mulher. Por outro lado, um candidato que preenche todos os
requisitos para ingressar em nossos mistérios, homossexual
assumido, vivendo em união com outro do mesmo sexo, e
socialmente amparado por Lei civil. Como a maçonaria irá tratar
317
estas questões? Temos que ser ágeis, pois, ao mesmo tempo, que
somos defensores da evolução humana, temos que nos adequar a
corrida tecnológica e mudança dos costumes, sem, contudo,
macular as nossas tradições. Estamos em festa pelos 100 anos e
numa retrospectiva superficial imaginem a dimensão destas
mudanças...”.

✔ “... Com certeza meus irmãos, quando nossa loja estiver no


jubileu dos seus 200 anos, tudo irá acontecer numa magnitude
que foge a imaginação de qualquer um de nós. Daí a grande
responsabilidade que temos de legar a nossos sucessores, uma
oficina constituída por homens que compreendem o que seja a
maçonaria...”.

Apesar das considerações acima, recebida por muitos como exageradas e


até polêmicas, o meu anseio e aspiração era de que a Maçonaria, enquanto
instituição, já na entrada do século XXI, estaria se mobilizando para se ajustar
aos novos tempos. Ledo engano! Vieram as mudanças a todo vapor na área das
comunicações e especialmente, dos costumes. As Lojas por sua vez, sem
nenhuma diretriz de suas potências, continuavam na mesmice: mesmo padrão de
sindicâncias de anos atrás; com raríssimas exceções, o Secretário lavrando Atas
em Livros; sem planejamento e critério de gestão; escolhendo Veneráveis sem
perfil de Liderança e outras iniciativas obsoletas que demonstra claramente o
distanciamento da nossa instituição em relação ao avanço no mundo profano.

Muito incomodado, precisamente no ano de 2005, elaborei um trabalho


intitulado: “MAÇONARIA – VISÃO 2020”, tendo assim definidos como
objetivos o seguinte:

✔ Demonstrar a necessidade de se estabelecer um Plano de


adequação dos propósitos maçônicos a uma nova era que se
desponte com profundas mudanças para a humanidade.

✔ Alertar da necessidade de se estabelecer um senso de urgência


para projetar a maçonaria que se deseja edificar para as próximas
gerações.

✔ Conclamam os irmãos a defender a criação de um Projeto de


coalizão administrativa, com visão de futuro, que permita à
instituição interagir com o bem-estar da humanidade, frente à
evolução social, científica e tecnológica.

No bojo do referido trabalho – “Maçonaria – Visão 2020” reiterei e dei


ênfase em tudo que já vinha defendendo há anos, uma Maçonaria mais atuante,
determinada e ajustada aos novos tempos. Transcrevo abaixo alguns destaques:
318
✔ “... Um projeto de visão futurista exigirá como premissa, uma
fotografia do histórico de nossas ações e a percepção da sociedade
moderna em relação à instituição...”.

✔ “... Os jovens nascidos a partir da década de 80, serão muito


diferentes da geração anterior, pois, nasceram juntamente com o
maior salto tecnológico registrado até então: a era digital em
substituição à analógica...”.

✔ “... Se fizermos uma breve retrospectiva de como foi o


comportamento da maçonaria brasileira no mundo profano
durante todo o século XX, vamos perceber nitidamente que
nenhum feito nos foi legado por aqueles irmãos que antecederam
a nossa geração...”.

O ano de 2020 chegou com a pandemia da COVID-19. Se por obra da


natureza ou dos chineses, poucos sabem. O estrago é planetário, mas nos
limitamos aqui, olhar para nossa instituição. Vamos completar dois anos, na
indefinição de reuniões presenciais. A evasão não está sendo sentida, pois, os
ausentes estão nas mesmas condições que os frequentes. O comodismo e a
passividade são visíveis em nosso meio. Neste período de Pandemia, a maioria
dos irmãos, sequer participou de uma palestra virtual; Aprendizes e
Companheiros estagnados nas suas instruções. Reposição dos quadros, somente
no transcorrer de um ano após o efetivo retorno aos trabalhos. Ainda assim, se
houver um bom planejamento e uma gestão eficaz, não é o forte da maioria das
Lojas. Algo avançou dentro dos propósitos que tanto defendemos? NÃO.

Dou-me por vencido, não me coaduno com a postura apática de irmãos e


instituição frente aos descalabros das últimas décadas, que degradam os bons
costumes. Hoje, “Dia Nacional do Maçom”! Pergunto: Há realmente o que se
comemorar? Não seria mais prudente se valer desta data para uma reflexão? O
que nossa geração de Maçons tem feito para tornar a Maçonaria sustentável? O
que deixaremos como legado aos nossos sucessores? Eis a questão!

Para concluir, faço aqui algumas considerações: apesar de tudo, se tivesse


que iniciar novamente na Ordem, não pensaria duas vezes. Foram 36 anos, 10
meses e 10 dias de dedicação, dando o melhor de mim. Tenho plena convicção
de que a Maçonaria foi uma das melhores realizações que aconteceu em minha
vida. Especialmente aos irmãos que conviveram presencialmente comigo,
minhas desculpas por vezes ser insistente em meus propósitos, causando
incômodo em alguns a ter que sair da zona de conforto. Tomei consciência disso,
quando um irmão certa vez me perguntou: “Tem algum trabalho hoje para
apresentar no Quarto de Hora?” Respondi: SIM. Ao que ele cochichou no ouvido
de outro irmão: prepare-se que aí vem o Ricardo Boechat; em alusão ao

319
jornalista e comentarista da BAND que faleceu de acidente de avião. Ainda bem
que eu o tinha como um grande talento!

Reconheço que meu prazo de validade está vencido! Não quero me tornar
um “chato”. Continuarei me lapidando, porém, estou saindo de cena! Como
homem livre, doravante, me coloco como mero expectador, convencido de que
propósitos isolados não prosperam, ainda que bem intencionados.

Despeço da família Maçônica com um Fraternal Abraço!

______________________________

320
*MODERNIDADE – O DILEMA DA MAÇONARIA*
O foco tem que ser:
Por que muitos irmãos, afastam-se da Fraternidade ou, perdidos e
desiludidos?
Existe, atualmente, uma crise na nossa Fraternidade? Se sim, como
posso ajudar? Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se
vem contando os Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade
sempre oscilou, subindo e descendo.
Na atualidade, muitos se mostram preocupados com a redução do
número de maçons em países onde a Maçonaria era tradicionalmente muito
presente na sociedade, tal como muitos mais se mostram constantemente
surpresos com a percentagem de Irmãos que abandonam a prática regular dos
trabalhos em Loja. Portanto, torna-se prudente ser alvo de longas e profundas
reflexões, sob o risco de nunca se atalhar ao verdadeiro problema.
Há quem afirme que o verdadeiro problema consiste na integração da
Maçonaria no mundo, na sua deriva social e redução museológica. Isto é, a
Maçonaria, ou se tornou espaço e lugar de reunião solidária, potencialmente,
de negócios, ou se tornou completamente desfasada do tempo, não
contemporânea, peça de museu em que os ritos nada dizem aos iniciados –
repetem-se porque é suposto serem repetidos.
O que falta, na reunião desses dois pontos de inquietação, é uma efetiva
contemporaneidade maçônica, colocá-la no mundo, com toda a complexidade
que ela apresenta e com a qual desafia cada um dos Irmãos. Ser Maçom tem
de implicar à detenção de metodologias ou conteúdos que sejam importantes
para a relação com o mundo – a Maçonaria tem de estar no mundo, assim
como o mundo tem de estar na Maçonaria, acolhendo, por exemplo, a
diversidade cultural da sociedade, para não falar nos jovens.
Um abraço contemporâneo à Maçonaria implica uma ampla reflexão
partindo do que é a essência de uma metodologia filosófica e iniciática com
centenas de anos, do que é um quadro simbólico e ritualístico que, por
natureza, é imóvel, e uma antropologia existencial que, no limite, tudo em
forma, na medida em que o alvo do trabalho maçónico é o Homem, não os
ritos ou os símbolos – esses são a metodologia do trabalho.
A busca da solução tem de ser usada para pensar e debater, nem que
seja para ficar tudo igual, mas após uma tomada de consciência – se o futuro
for igual, que o seja por opção e não por apatia. E é neste quadro que devemos
lançar algumas questões que, obviamente, não se resolverão num tempo curto.
Mas é este o momento para pensar e para refletir.
321
O foco tem que ser: Por que muitos irmãos afastam-se da Fraternidade,
perdidos e desiludidos? A resposta certamente virá se tivermos abertura
suficiente para aceitar a realidade do contexto da época em que consolidou a
tradição, com a necessidade de tornar contemporânea a Maçonaria.

Vale destacar aqui que em 2018, a Confederação Maçônica


Interamericana – CMI realizou uma pesquisa buscando uma resposta para: “O
que mais desagrada os Irmãos na Maçonaria Atual?” Listaram 17
respostas, mas destaco abaixo apenas seis que mais desagradam, para que
possamos ter uma ideia de comparação com o nosso próprio sentimento:

● Conflitos entre as Potências;


● Brigas por poder na Loja ou Grande Loja / Oriente;
● Profanos de avental;
● Donos da Loja;
● Falta de conteúdo das reuniões;
● Falta de preparo dos dirigentes.

É lógico que temos que considerar a faixa etária. Obviamente, os mais


jovens recriminam aqueles que dão palpite em tudo e se apresentam como
donos da Loja, a falta de conteúdo e falta de preparo dos dirigentes, até
porque, normalmente tem boa formação escolar. Já os mais antigos, olham
pelos conflitos entre as Potências, brigam por poder e conhecem os ditos
“Profanos de avental”.
A faixa etária média dos irmãos na pesquisa foi de 52 anos de idade.
Pode-se afirmar que é alta. Portanto, faz-se necessário trabalhar na redução
arrebanhando profanos mais jovens e mantê-los no quadro. A Maçonaria
precisa seduzir o jovem pelo discurso de Instituição preocupada com as
questões da Sociedade e participante de suas soluções. E com a oferta de que
é uma Instituição que faz as pessoas crescerem enquanto seres humanos,
agregando felicidade. Precisa mostrar que atua na sociedade no sentido de
melhorá-la para todos! Esse é o nosso norte!
A verdade é que apesar destas respostas indicarem as razões que mais
desagradam e causam o afastamento de Irmãos, talvez, devêssemos olhar de
forma mais holística, para depois, descer a este nível da pesquisa e se chegar à
solução.
Para que não se transforme em museu ou rejeição, num quadro de grandes
mudanças civilizacionais, a tradição terá de ser apresentada, compreendida,
objeto é fruto de uma didática que a atualize, tornando-a “nossa” porque é
significativa, criadora de identidade e de futuros.

322
As Lojas devem aprofundar o ensino, as Obediências devem criar
espaços de efetivo debate e de aprendizagem. Nada pior que repetir gestos,
sem se saber por que o fazemos. Há uma historicidade na definição dos gestos
e das palavras, tal como há uma cosmovisão e uma antropologia na forma
como se entende que esses gestos e palavras são atuantes em quem os realiza.
Agarrados ao tempo em que foram estabelecidos. Há que ligar os Ritos ao
presente sem os esvaziar do passado. O ensino é o primeiro caminho.
Mas, temos que ir mais longe, no campo de uma Maçonaria “Liberal”.
Num processo de atualização vivencial da tradição, ela não pode apresentar
incongruências face à evolução semântica que as palavras e os conceitos
sofreram na sociedade. Por exemplo, se «igualdade» é mesmo ser-se igual,
então há que encontrar caminhos simbólicos e rituais que afirmam esse
princípio, sob o risco de se criarem imensas fragilidades e rupturas, quer
internas, quer externas.
Neste campo, a multiplicidade das formas de crença, assim como as
questões de gênero, são dimensões onde a Maçonaria não pode ter
comportamentos em tudo semelhantes às confissões religiosas mais criticadas,
sob pena de receber em si, as mais indefensáveis e justas acusações.
E não se trata apenas de um debate que deve ter lugar porque toda a
sociedade o está a ter aos mais variados níveis, seja o religioso e o espiritual,
o familiar ou o profissional. Não, o nosso debate terá de ter lugar no campo
do simbólico.
Num tempo que é diverso e prenhe de mudanças, a vivência dos
símbolos e dos Ritos caminhará, seguramente, para modelos de
adaptabilidade, respondendo às especificidades de cada ecossistema, de cada
Loja. A liberdade das Oficinas deve ser a dominante que organiza a forma
como cada grupo, num reconhecimento universal, vive e afirma a diferença,
base de uma igualdade. A manutenção de normas que se suportam através de
argumentos de autoridade que residem na leitura literal de textos de inícios do
século XVIII, colocam-nos num patamar de incapacidade hermenêutica, lado
a lado com os grupos religiosos mais fundamentalistas que foram incapazes
de assimilar a Modernidade e avançar para leituras contextualizadas dos seus
textos fundadores.

As Constituições de Anderson, de 1723, bem como Os Landmarks,


nunca poderão ser “Textos Sagrados”, muito menos, autoridade a ser seguida
de forma literal, sob o risco de destruir a base da Maçonaria: a liberdade
crítica e a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Homem e
Mulher, felizmente, não são hoje os mesmos que eram nesse distante ano do
século XVIII, o mesmo se podendo afirmar sobre a concessão de Deus ou do
divino, assim como de crença ou de revelação. Sendo que a letra de um texto
323
não muda, deverá mudar o enfoque da leitura, a forma como se interpreta,
recusando-se fundamentalismos.

Nunca a Maçonaria pode ser um “produto acabado”, encerrado na sua


formulação e apenas aberto para se assistir, como que uma “missa” carregada
de dogmas e de interditos. O Maçom tem de ser importunado, inquietado com
o mundo e, com as ferramentas da fraternidade, responder a ele.

Para isso, para que a liberdade hermenêutica não seja degeneração dos
princípios e total abandono da tradição, as Obediências devem lançar mãos de
sólidos programas de formação, de debate e de aprofundamento das idéias
maçônicas, garantindo que a referida tradição não anula a liberdade.
A metodologia da Maçonaria encontra-se na vivência do ritual e na
hermenêutica dos símbolos. Saindo de um tempo e de um espaço profanos, o
momento dessa sacralização dos gestos, das palavras e dos signos, é
modificador dos sujeitos que a essa metodologia de conhecimento esotérico se
dedicam. Numa dimensão antropológica, o ritual permite um salto qualitativo.
No entanto, o salto qualitativo será alcançado desde que o profano
reúna requisitos básicos, já muito bem definidos e compatíveis com as
exigências também requeridas pelas organizações no mundo profano. Um
mínimo de escolaridade deve existir para ingressar na Ordem. É um fato é
inegável: melhores níveis educacionais fornecem pessoas mais qualificadas
para qualquer atividade humana. A Maçonaria precisa rastrear na sociedade
os valores humanos de destaque para enriquecer as suas Colunas. Sem dúvida,
sem novos Maçons a nossa Ordem está fadada ao enfraquecimento e ao
desaparecimento.
É uma questão muito séria e merece nossa reflexão cuidadosa. É uma
preocupação também porque são incontáveis as histórias de profanos que se
tornaram Maçons e depois nos decepcionaram, ou nos envergonharam com
comportamentos muitas vezes completamente inesperados.

Alguns profanos imaginam que a Maçonaria lhes daria o status social


(ou até econômico) que até então não haviam alcançado através de sua própria
competência em suas atividades profanas.

Abandonam-nos, quando concluem que a Maçonaria não confere poder


gratuito e muito menos faz milionário. Vários são os neófitos que pouco
tempo depois de ingressos não mais frequentam a sua Loja e desaparecem
sem qualquer satisfação. Já ouvi de um desses que a Maçonaria é
decepcionante!

324
Muitos também são aqueles em que "a Maçonaria entrou neles", como
costumamos dizer, e que estão de pé e à ordem conosco, nos trazendo
orgulho, alegria, fraternidade e realizações.

Cristo acolheu apenas doze apóstolos. Doze de sua confiança, que d’Ele
se aproximaram pela fé e sob sereno despojamento. Uma iniciação puríssima,
pois se plasmou a partir de uma escolha divina. Pois é, e não é que um desses
apóstolos escolhidos O traiu!

Já pensaram se numa Loja de 25 membros tivéssemos a mesma


proporção de 8,0% de traidores? Seriam dois Irmãos de uma mesma safra...
seriam muitos! Será que a Loja sobreviveria?

Até hoje não conseguiram consolidar um método justo e eficiente. Um


bom exemplo de fracasso em matéria de seleção é o Vestibular. Todos nós
sabemos há muito tempo que nem sempre são os melhores alunos que são
aprovados. No Vestibular as Universidades avaliam os candidatos através de
apenas uma oportunidade de verificação.

Não há ainda um processo histórico de avaliação que possa aferir os


alunos durante os seus estudos de primeiro e segundo grau, acumulando
conceitos que ao final do curso médio se transformam em um indicativo da
vocação, da aptidão e da competência de cada aluno para a Universidade.

A Maçonaria também avalia os profanos por um processo curto antes


de iniciá-los. É um questionário, exige vários documentos (alguns
dispensáveis se questionarmos sua finalidade como item de avaliação),
pública os dados dos candidatos (será que os Maçons regulares e ativos
examinam essas informações com atenção?) e procede a três visitas de
sindicatos, que na maioria das vezes dão o seu parecer a partir das
informações colhidas em apenas uma visita ao profano. É o que dispomos no
momento, por isso não temos que nos preocupar com a obrigação de acertar
em todos os casos.

Infelizmente, não temos a receita para nos adequarmos à modernidade


sem sofrer as consequências que dela advêm, mas se a Maçonaria for só um
mistério que atrai o profano, que depois de iniciado compreende que não foi
exatamente o que esperava, continuaremos fracassando em nosso “processo”
de seleção e estaremos fadados ao declínio da nossa Instituição. Portanto,
trabalhemos, trabalhemos, trabalhemos!

_______________________________________

325
“A ALEGRIA DE PARTILHAR”
Um dia alguém perguntou a um mestre dotado de profunda sabedoria,
qual era o homem mais importante, a ação mais importante é o momento mais
decisivo. Ele disse:
- O homem mais importante é sempre o próximo. A ação mais
importante é sempre o amor. E o momento mais decisivo é sempre o
agora.
E quando me interrogaram sobre o sonho maior de minha vida,
respondi espontaneamente:
- Restituir às pessoas a felicidade e a esperança que elas perderam.

A felicidade começa onde o egoísmo termina. Nossa vida se


transforma radicalmente quando deixamos de pensar apenas em nossa alegria
e felicidade para presenteá-las aos outros.
Quem se volta apenas sobre si mesmo joga fora as chaves do sucesso,
do convívio sadio e construtivo. Não passa de um refinado egoísta que se
preocupa tão somente com seus problemas, seus interesses, suas coisas, seus
caprichos e veleidades.
Solidários, de mãos dadas, somando esforços e partilhas, somos mais
fortes, mais plenos e equilibrados.
A união faz a força, mantém a harmonia, a coesão. Quatro braços
rendem mais no serviço. Dois ou mais cérebros operando juntos encontram
caminhos, respostas e soluções com maior rapidez e segurança.

Demo-nos as mãos, aproximando nossos ombros, comungando ideias,


projetos, fé e vida. Por que palmilhar às estradas do tempo, isolados,
distanciados; se nascemos para crescer, desabrochar e viver irmanados, em
comunidade?
Ser é participar, construir, partilhar. Reter e isolar-se no egoísmo é
perecer.
Ame a vida, valorizando ao máximo seus
mínimos detalhes. Sorrindo, cantando,
agradecendo. Não deixe escapar pelos dedos o
maior tesouro que o próprio Deus nos deixou: a
existência.

__________________________________

326
*POR QUE AS LOJAS MORREM?*

1- Por não assistir as reuniões.

2- Por falta de energia do venerável.

3- Por falta de atividade do Secretário.

4- Por falta de empenho do Tesoureiro.

5- Por não obedecer nunca a horário.

6- Por não querer aceitar cargos.

7- Por estar sempre disposto a criticar e nunca a trabalhar.

8- Por procurar sempre um defeito nos trabalhos dos funcionários e dos


oficias.

9- Por desgostar-se se não o fazem membro de alguma comissão.

10- Por não desempenhar nunca sua obrigação. “Por não negar-se algum
cargo” em Loja.

11- Por não emitir franca e leal opinião, nos assuntos em que é consultado e
depois dizer que as coisas deveriam ser feitas desta ou daquela
maneira.

12- Por pensar e dizer que a Loja é comandada por uma “camarilha”,
quando os funcionários trabalham no cumprimento de seu dever.

13- Por ser intempestivo, áspero, vaidoso e muito cheio de amor próprio
para reconhecer seus erros.

14- Por fazer uso da palavra para agredir, ou tratar de assuntos políticos ou
religiosos, que são proibidos.

15- Por crer ser perfeito, infalível e superior aos demais.

16-Por aspirar todos os direitos e não cumprir jamais com nenhum dos
deveres.

17-Por não observar na vida civil, a conduta que devemos observar com os
irmãos.
327
18-Por não respeitar todos os direitos maçônicos, civis, econômicos e
sociais de todos os irmãos.

19-Por crer que só nosso irmão tem obrigação, e nós só temos direitos.

20-Por semear ressentimentos entre os membros.

21-Por bajular a vaidade de um irmão com prejuízo de outro irmão.

22-Por discutir sem esclarecer.

23-Por trabalhar sempre em família. (não seguir ritualística)

24-Por fazer monótonas as sessões.

25-Por negar sistematicamente todo esforço para o Bem da Loja.

26-Por falta de disciplina.

27-Por transformar a Loja numa Sala de Bate Papo, após abertos os


trabalhos.

28-Por fazer eco de versões contrárias a um irmão em vez de defende-lo.

29-Por transformar em semeadura de rivalidades e ódios o que deve ser


um Sulco de Fraternidade e Perene harmonia.

30-Por dizer hipocritamente em Loja “o querido irmão fulano” e na rua


dizer “aquele irmão patife”

31-Ser intransigente em tudo, até para pagar a mensalidade.

32-Por querer sempre ser o Venerável da Loja, porém nunca ser


Tesoureiro, Secretário ou Guarda do Templo.

33-Por apatia e falta de lealdade ao Juramento.

_______________________________

Fonte: Extraído de: Prontuário Dialogado de la Masoneria. Autor - Luis Umbert Santos.
Tradução: ir.´. Laurindo R. Gutierrez- Loja Pesquisas Maçônicas Brasil –Londrina-PR

328
*A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL*

A Maçonaria, a exemplo da Independência do Brasil, sempre teve muito


a ver com os capítulos mais importantes da História deste país, quer
enquanto Instituição; quer pela atuação isolada de alguns virtuosos
irmãos de nossa Sublime Ordem.
Desde sua descoberta em 1500, o Brasil foi uma colônia Portuguesa,
sendo explorada desde então pela sua metrópole. Não tinha, portanto,
liberdade econômica, liberdade administrativa e muito menos liberdade
política. Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não
tinham o direito de protestar, cresceu e descontentamento dos brasileiros.
Iniciam-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos
Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil.
Estampava-se em nosso país o ideal da liberdade.
A primeira delas foi a Revolta de Beckman em 1684, no Maranhão. No
início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da
colônia, alguns grupos pensaram na independência política do Brasil, de
forma que os brasileiros pudessem decidir sobre seu próprio destino. Ocorreu,
então, a Inconfidência Mineira (1789) que marcou a história pela têmpera de
seus seguidores; depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução
Pernambucana (1817), todas elas duramente reprimidas pelas autoridades
portuguesas.
Em todos estes movimentos a Maçonaria se fez presente através das
Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais
como: Cavaleiros da Luz, na Bahia e Areópago de Itambé, na divisa da
Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos de
maçons.
Embora tenha, a Maçonaria brasileira, se iniciado em 1787, com a Loja
Cavaleiros da Luz, criada na povoação da Barra, em Salvador, Bahia, só em
1822, quando a campanha pela independência do Brasil se tornava mais
intensa, é que iria ser criada sua primeira Obediência, com jurisdição
nacional, exatamente com a incumbência de levar a cabo o processo de
emancipação do país.
Com as Lojas "Constância" e "Filantropia", filiou-se em 1800 ao
Grande Oriente Lusitano. Separou-se, porém, por terem surgido discórdias e
filiando-se ao Grande Oriente da França, adotando o rito Moderno. Em 1802 é
instalada na Bahia a Loja "Virtude e Razão", da qual saíram, em 1807, a Loja
"Humanidade" e, em 1813, a Loja "União". Em 03 de março 1807, ressurge a

329
Maçonaria no Brasil com a instalação da Loja "Virtude e Razão Restaurada",
na Bahia.
No ano de 1808, D. João e toda família real refugiam-se no Brasil, em
decorrência da invasão e dominação de Portugal por tropas francesas,
incitadas pelo jugo napoleônico. Este fato trouxe um notável progresso para a
colônia, pois esta passou a ter uma organização administrativa idêntica à de
um Estado independente. D. João assina o decreto da Abertura dos Portos,
que extinguiu o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil
começa a adquirir condições para ter uma vida política independente de
Portugal, porém sob o aspecto econômico, passa a ser cada vez mais
controlado pelo capitalismo inglês.
Em 1809, D. João, Príncipe Regente, ao receber uma longa lista de
nomes de maçons, para serem presos, respondeu nesses termos: "Foram estes
que me salvaram". Também em 1809 funda-se em Pernambuco uma Loja da
qual fizeram parte os padres Miguel Joaquim de Almeida e Castro, João
Ribeiro Peixoto e Luiz José Cavalcante Lins. Esta Loja teve intuitos
puramente políticos e os padres que faziam parte do seu Quadro tinham sido
iniciados em Lisboa em 1807.
No ano de 1810 ocorre a expulsão dos franceses por tropas inglesas,
que passam a governar Portugal com o consentimento de D. João. Em 1812
funda-se, na freguesia de São Gonçalo, Niterói, a Loja "Distintiva". Essa Loja
tinha sinais, toques e palavras diferentes das outras Lojas, tendo por emblema
um índio vendado e manietado de grilhões e um gênio em ação de desvendar
e desagrilhoar. Era ela republicana e revolucionária. Denunciada, foi
dissolvida, sendo lançada no mar, nas alturas da ilha dos Ratos, seus arquivos
e alfaias.
Em 1813, na Bahia, é fundado o primeiro Grande Oriente com as Lojas
"Virtude e Razão", "Humanidade" e "União", que adormeceu devido à
desastrosa revolução de 1817. No ano de 1815, D. João, adotando medidas
progressistas, põe fim à situação colonial do Brasil, criando os Reinos Unidos
de Portugal, Brasil e Algarve, irritando sobremaneira os portugueses.
Em 12 de dezembro de 1815, na residência do Dr. João José Vahia, é
instalada a Loja: “Comércio e Artes", que logo depois adormeceu. Existia no
Recife, em 1816, uma Grande Loja Provincial reunindo as Lojas
"Pernambuco do Oriente", "Pernambuco do Ocidente", "Restauração e
Patriotismo" e "Guatimozim".
Em 1820, cansados da dominação e da decadência econômica do país,
os portugueses iniciaram uma revolução na cidade do Porto culminando com
a expulsão dos ingleses. Estabelecem um governo temporário, adotam uma
constituição provisória e impõem sérias exigências a João (agora já com o
330
título de rei e o nome de D. João VI), ou seja: Aceitação da constituinte
elaborada pelas cortes; nomeação para o ministério e cargos públicos e sua
volta imediata para Portugal. O ano de 1821 começa para D. João VI como
principiara o de 1807. O Grande Oriente Lusitano levou-o, quinze anos antes,
a transferir a sede do governo monárquico da Nação Portuguesa de Lisboa
para o Rio de Janeiro.
Decorrido três lustros (15 anos), esse mesmo grande Oriente
obrigá-lo-ia a transferir a sede do seu governo do Rio de Janeiro para Lisboa.
Com receio de perder o trono e sem alternativa, face às exigências da Corte
(Parlamento português), D. João VI regressa para Lisboa (Portugal) em 26 de
abril de 1821, deixando como Príncipe Herdeiro, nomeado Regente do Brasil
pelo Decreto de 22 de abril de 1821, o primogênito com então 21 anos de
idade – PEDRO DE ALCANTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO
CARLOS XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ
GONZAGA PASCOAL CIPRIANO SERAFIM DE BRAGANÇA E
BOURBON.

O Príncipe Dom Pedro, jovem e voluntarioso, aqui permanece, não


sozinho, pois logo se viu envolvido por todos os lados de homens de bem,
Maçons, que constituíam a elite pensante e econômica da época. Apesar de
ver ser aceitas suas reivindicações, os revolucionários portugueses não
estavam satisfeitos.

As cortes de Portugal estavam preocupadas com as perdas das riquezas


naturais do Brasil e previam sua emancipação, como ocorria em outros países
sul-americanos. Dois decretos, em 29 de setembro de 1821, de números 124 e
125 emanados das Cortes Gerais portuguesas, são editados na tentativa de
submeter e inibir os movimentos no Brasil. Um reduzia o Brasil da posição do
Reino Unido para a antiga condição de colônia; com a dissolução da união
brasílico-lusa, o que seria um retrocesso, o outro, considerando a permanência
de D. Pedro, desnecessário em nossa terra, decretava a sua volta imediata.
Os brasileiros reagiram contra os decretos através de um forte discurso
do Maçom Cipriano José Barata, denunciando a trama contra o Brasil. O
Maçom, José Joaquim da Rocha, funda em sua própria casa o Clube da
Resistência, depois transformado no Clube da Independência. Verdadeiras
reuniões maçônicas ocorrem na casa de Rocha ou na cela de Francisco de
Santa Teresa de Jesus Sampaio, Frei Sampaio, no convento de Santo Antônio,
evitando a vigilância da polícia. Várias providências foram tomadas, dentre
elas: consultar D. Pedro; convidar o Irmão, Maçom, José Clemente Pereira,
Presidente do Senado a aderir ao movimento e enviar emissários aos maçons
de São Paulo e Minas Gerais.

331
Surge o jornal, “Revérbero Constitucional Fluminense”, redigido por
Gonçalves Ledo e pelo Cônego Januário, que circulou de 11 de setembro de
1821 a 08 de Outubro de 1822, e que teve a mais extraordinária influência no
movimento libertador, pois contribuiu para a formação de uma consciência
brasileira, despertando a alma da nacionalidade.
Posteriormente a 29 de julho de 1822 passa a ser editado o jornal
“Regulador Brasílico-Luso”, depois denominado, “Regulador Brasileiro”,
redigido pelo Frei Sampaio, que marcou também sua presença e atuação no
movimento emancipador brasileiro. Na representação dos paulistas, de 24 de
dezembro de 1821, redigida pelo Maçom José Bonifácio de Andrada e Silva,
pode-se ler o seguinte registro: “É impossível que os habitantes do Brasil, que
forem honrados e se prezam de ser homens, possam consentir em tais
absurdos e despotismo... V. Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que
sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral,
mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza
Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29
de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de
príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá
que responder, perante o céu, pelo rio de sangue que, decerto, vai correr pelo
Brasil com a sua ausência...”.
Nessa época, funcionava no Rio de Janeiro a Loja Maçônica “Comércio
e Artes”, da qual eram membros vários homens ilustres da corte como o
Cônego Januário da Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e José
Clemente Pereira entre outros. Esses maçons reunidos e após terem obtido a
adesão dos irmãos de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, resolveram fazer um
apelo a D. Pedro para que permanecesse no Brasil.
Em 09 de janeiro de 1822, na sala do trono e interpretando o
pensamento geral, cristalizando nos manifestos dos fluminenses e dos
paulistas e no trabalho de aliciamento dos mineiros, o Maçom José Clemente
Pereira, presidente do Senado da Câmara, antes de ler a representação,
pronunciou inflamado e contundente discurso pedindo para que o Príncipe
Regente Permanecesse no Brasil. Após ouvir atentamente, o Príncipe
responde: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou
pronto, diga ao povo que fico”. A alusão às hostes maçônicas era explícita e
D. Pedro conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o recado e
permanecendo no Brasil. Este episódio, conhecido como o “Dia do Fico”,
marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira. Em 13
de maio de 1822, os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim
Gonçalves Ledo, e por proposta do brigadeiro Domingos Alves Branco, da
loja “Comércio e Artes”, resolvem outorgar ao Príncipe Regente o título de
“Príncipe Regente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reino Unido do
Brasil”, oferecido pela Maçonaria e pelo Senado, que acabou por acirrar ainda
332
mais os ânimos entre os portugueses e nativistas. Ainda em maio de 1822,
aconselhado pelo então seu primeiro ministro das pastas do Reino e de
Estrangeiros, o maçom José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro assina o
Decreto do Cumpra-se, segundo o que só vigoraram no Brasil as Leis das
Cortes portuguesas que recebessem o cumprimento do príncipe regente. A 21
de maio, em plena sessão das Cortes, em Lisboa, o Maçom Monsenhor Muniz
Tavares diz que talvez os brasileiros se vissem obrigados a declarar sua
independência de uma vez.
Em 02 de junho de 1822, em audiência com D. Pedro, o Irmão José
Clemente Pereira leu o discurso redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves
Ledo e Januário Barbosa, que explicaram a necessidade de uma Constituinte.
D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes.
Desta forma, convoca a Assembleia Constituinte para elaborar uma
Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro passo importante em direção
à independência. A 02 de junho, José Bonifácio, com outros maçons, fundou a
sociedade secreta "Nobre Ordem dos Cavaleiros de Santa Cruz", melhor
conhecida com o nome de "Apostolado", da qual fez parte D. Pedro, com o
título de Arconte-Rei. Em 17 de junho de 1822, a Loja Maçônica, “Comércio
e Artes” em sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo
desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim
as Lojas “Esperança de Niterói” e “União e Tranquilidade”, se constituindo
nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do “Grande Oriente
Brasílico ou Brasiliano”, que depois viria a ser denominado de “Grande
Oriente do Brasil”. José Bonifácio de Andrada e Silva (O Patriarca da
Independência) é eleito primeiro Grão-Mestre, tendo Joaquim Gonçalves
Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande
Orador.
O objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria
como Instituição, na luta pela independência política do Brasil, conforme
consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras reuniões, onde só
se admitia para iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se
comprometesse com o ideal da independência do Brasil.
No dia 02 de agosto (13º do 5º mês maçônico, conforme o historiador
Hélio Viana), por proposta do Grão-Mestre da Maçonaria, José Bonifácio, foi
D. Pedro, o Príncipe Regente, aprovado e recebido maçom, no primeiro grau
na forma regular e prescrita pela liturgia, adotando o nome histórico de
Guatimozim (último imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte
do Quadro de Obreiros da Loja Comércio e Artes. No dia 05 de agosto, por
proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência dos
trabalhos, foi aprovada a exaltação ao grau de Mestre Maçom, com a dispensa
do interstício, que possibilitou, posteriormente, em 04 de outubro de 1822,
333
numa jogada política de Ledo, o Imperador ser eleito e empossado no cargo
de Grão-Mestre, do GOB.
Porém, foi no mês de agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçom,
tomou a medida mais dura em relação a Portugal, declarando inimigas as
tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento.
Em 14 de agosto parte em viagem, com o propósito de apaziguar os
descontentes em São Paulo, acompanhado de seu confidente Padre Belchior
Pinheiro de Oliveira e de uma pequena comitiva. Faz a viagem pausadamente,
percorrendo em 10 dias, 96 léguas entre Rio e São Paulo. Em Lorena, a 19 de
agosto, expede o decreto dissolvendo o governo provisório de São Paulo. No
dia 25 de agosto chega a São Paulo sob salva de artilharia, repiques de sino,
girândolas e foguetes, se hospedando no Colégio dos Jesuítas. De São Paulo
se dirigiu para Santos em 5 de setembro de 1822, de onde regressou na
madrugada de 7 de setembro.
Encontrava-se na colina do Ipiranga, às margens de um riacho, quando
foi surpreendido pelo Major Antônio Ramos Cordeiro e por Paulo Bregaro,
correio da corte, que lhes traziam notícias enviadas com urgência pelo seu
primeiro ministro José Bonifácio. D. Pedro, após tomar conhecimento dos
conteúdos das cartas e das notícias trazidas pelos emissários, pronunciou as
seguintes palavras: “As Cortes me perseguem, chamam-me com desprezo de
rapazinho e de brasileiro. Verão agora quanto vale o rapazinho. De hoje em
diante estão quebradas as nossas relações; nada mais quero do governo
português e proclamo o Brasil para sempre separado de Portugal.
Independência ou Morte!”. A independência do Brasil foi realizada à sombra
da acácia, cujas raízes prepararam o terreno para isto.
A Maçonaria teve a maior parte das responsabilidades nos
acontecimentos literários. Não há como negar o papel preponderante desta
instituição maçônica na emancipação política do Brasil. Desde 1815, com a
fundação da Loja Maçônica “Comércio e Artes”, que daria origem às Lojas
União e Tranquilidade e Esperança de Niterói e a posterior constituição do
Grande Oriente do Brasil em 17 de Junho de 1822, o ideário de independência
se fazia presente entre seus membros e contagiava os brasileiros.
À frente do movimento, enérgica e vivaz, achavam-se a Maçonaria e os
Maçons. Entre seus principais Obreiros, pedreiros livres, de primeira hora
podem destacar: Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrada e
Silva, José Clemente Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José
Joaquim da Rocha, Padre Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira
Brant, o Bispo Silva Coutinho, Jacinto Furtado de Mendonça, Martim
Francisco, Monsenhor Muniz Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos
outros. Faz-se necessário também alçar a figura do personagem que se
destacou durante todo o movimento articulado e trabalhado pela Maçonaria, o
334
Príncipe Regente, Dom Pedro. Iniciado Maçom na forma regular prescrita na
liturgia e nos rituais maçônicos, e nesta condição de pedreiro livre no grau de
Mestre Maçom, aos 24 anos de idade, proclama no 07 de setembro a nossa
INDEPENDÊNCIA.
Posteriormente, no dia 04 de Outubro de 1822, D. Pedro comparece ao
Grande Oriente do Brasil e toma posse no cargo de Grão-Mestre (havia sido
investido no cargo de Grão Mestre no dia 14 de setembro), sendo na
oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
Brasil. 10 Neste mesmo dia, D. Pedro oferece a Gonçalves Ledo o título de
marquês da Praia Grande que é por este recusado, com a declaração de ser
muito mais honroso o de brasileiro patriota e de homem de bem. No mesmo
dia, Joaquim Gonçalves Ledo, redigiu uma nota patriótica ao povo Brasileiro,
a primeira divulgação, depois da independência, que dizia: “Cidadãos! A
Liberdade identificou-se com o terreno; a natureza nos grita
Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede;
resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos
Brasileiros. Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado
nacional...”. A 21 de outubro, D. Pedro, Grão-Mestre, manda a Gonçalves
Ledo que suspenda os trabalhos no Grande Oriente. A 25, em decreto, D.
Pedro determina o encerramento das atividades maçônicas. Diversos maçons
são presos. Ledo consegue fugir para a Argentina. Em 1823, a 25 de março o
Apostolado aprova o projeto da Constituição Brasileira. A 23 de julho, o
Apostolado é violentamente fechado. A 20 de outubro, D. Pedro, Imperador
proíbe as sociedades secretas do Brasil, sob pena de morte ou de exílio. A 23
de novembro de 1831, o Grande Oriente do Brasil restabelece suas atividades,
adormecidas desde 1822, sendo reeleito José Bonifácio de Andrada e Silva
para o cargo de Grão Mestre. Nesta oportunidade é lançado um manifesto a
todos os Corpos Maçônicos Regulares do mundo contendo subsídios de
extraordinária importância para a História do Brasil.
Ninguém pode negar. A Maçonaria, a exemplo da Independência do
Brasil, sempre teve muito a ver com os capítulos mais importantes da História
deste país, quer enquanto Instituição, quer pela atuação isolada de alguns
virtuosos irmãos de nossa Sublime Ordem. Comemoremos, pois, o
bicentenário da Independência da nossa Pátria Amada Brasil no próximo dia
sete de setembro.
Fontes: PEÇA DE ARQUITETURA – GRAU DE APRENDIZ MAÇOM
Título: A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
-Bibliografia: - FILHO, Theobaldo Varoli. Curso Maçonaria Simbólica 1º Tômo
(Aprendiz) 2ª edição, São Paulo, SP – Brasil, Editora A Gazeta Maçônica S.A. -
CASTELLANI, José - Os Maçons na Independência do Brasil. - FAGUNDES, Morivalde
Calvet - A Maçonaria e as Forças Secretas da Revolução. -PINTO, Teixeira - A Maçonaria
na independência do Brasil. - FERREIRA, Tito L. e Manoel Rodrigues

335
*UMA HISTÓRIA DE SABEDORIA*

Um jovem advogado foi indicado para inventar os pertences de um


senhor recém-falecido. Segundo o relatório do seguro social, o idoso não
tinha herdeiros ou parentes vivos. Suas posses eram muito simples. O
apartamento alugado, um carro velho, móveis baratos e roupas puídas. “Como
alguém passa toda a vida e termina só com isso?”, pensou o advogado.
Anotou todos os dados e ia deixando a residência quando notou um
porta-retratos sobre um criado mudo.

Na foto estava o velho morto. Ainda era jovem, sorridente, ao fundo um


mar muito verde e uma praia repleta de coqueiros. À caneta escrita bem de
leve no canto superior da imagem lia-se “sul da Tailândia”. Surpreso, o
advogado abriu a gaveta do criado e encontrou um álbum repleto de
fotografias. Lá estava o senhor, em diversos momentos da vida, em fotos em
todo canto do mundo.

Em um tango na Argentina, na frente do Muro de Berlim, em um tuk


tuk no Vietnã, sobre um camelo com as pirâmides ao fundo, tomando vinho
em frente ao Coliseu, entre muitas outras. Na última página do álbum há um
mapa, quase todos os países do planeta marcados com um asterisco vermelho,
indicando por onde o velho tinha passado. Escrito à mão no meio do Oceano
Pacífico uma pequena poesia:

Não construí nada que me possam roubar.


Não há nada que eu possa perder.
Nada que eu possa trocar,
Nada que se possa vender.
Eu que decidi viajar,
Eu que escolhi conhecer,
Nada tenho a deixar
Porque aprendi a viver...

_____________________________________

336
*EXERCÍCIO DA CIDADANIA*
Faz parte dos ensinamentos maçônicos a orientação sobre a obrigação de
cada um cumprir com o seu dever de cidadão, de participar das eleições e
dar seu voto com a convicção de agir a bem da pátria e da sociedade.

No próximo domingo (02/10) o povo brasileiro estará através do voto


direto, exercendo o seu direito democrático de cidadão com as eleições para
Presidente, Governadores, Senadores e Deputados. Trata-se de uma data cívica
de extrema importância na vida de todos nós. Contudo, com a turbulência e
politização espalhada por todos os lados, principalmente dos doutores da lei da
nossa Corte Suprema, que deveriam zelar pelo cumprimento da carta magna,
percebe-se no ar a incerteza do que o povo brasileiro pode esperar no amanhã. É
nessa hora que a consciência política se faz valer, não cedendo espaço a
candidatos cujo propósito não se coaduna com os interesses da sociedade e
soberania do nosso Brasil. O voto consciente é o exercício de direito pleno de
cidadania e a expressão máxima de um estado democrático.

Nós no Brasil ainda convivemos com a desconfiança mútua entre o


cidadão e o poder, onde ainda assistimos uma ação sistemática controlada do
Estado. Melhorou bastante, mas persiste por parte dos admiradores de países
totalitários, a queda de braço para fazer do Brasil uma cópia fiel dos países
vizinhos que vem caindo nessa armadilha, tais como: Venezuela, Chile,
Argentina e outros mais da América Latina. Tudo isso para satisfazer a
ingerência dos poderes na nossa vida particular e também econômica e jurídica.
Pelo menos em tese, o voto é a grande arma do povo brasileiro, daí a importância
da “conscientização” de escolher o candidato certo; que traz consigo espírito de
liderança, valores morais e que ponham o bem-estar da sociedade acima dos
interesses eleitoreiros.

A vez do cidadão chegará com as eleições. É um direito inalienável, que


se for exercido de forma consciente, muita coisa pode mudar. Vamos então nos
valer desta oportunidade e pensar em construir o Brasil de amanhã. Vamos
escolher bem, a fim de preservarmos o que de mais precioso o povo já tem como
conquista absoluta: a LIBERDADE. Não podemos subestimar direitos como: o
de “ir e vir”, “de empreender”, “cultivar e produzir”, com paz social e
respeito à lei.

Numa retrospectiva não muito distante vamos constatar que em se


tratando de consciência política, o povo brasileiro já progrediu muito, mas está
longe do ideal. Cabem às instituições regularmente constituídas, estar em alerta,
colocando-se sempre como agente de mudanças; apoiando e contribuindo com o
EFETIVO aprimoramento das pessoas enquanto cidadãos.

E a Maçonaria, onde entra nessa história? Para nós obreiros é sabido que a
Instituição pugna pelo princípio de mudar a humanidade por intermédio de sua

337
Filosofia Simbólica, que somente poderá ser superada mediante a capacidade do
“raciocínio independente”. De maneira inteligente a Maçonaria não toma
partido de qualquer agremiação e não dá preferência a nenhum partido político.
Ela somente se coloca em defesa da Independência da Pátria, da Soberania da
Nação e dos Direitos do Homem. Faz parte dos ensinamentos maçônicos a
orientação sobre a obrigação de cada um cumprir com o seu dever de cidadão, de
participar das eleições e dar seu voto com a convicção de agir a bem da pátria e
da sociedade.

A maçonaria no passado foi protagonista de muitas mudanças. Hoje,


prevalecem os princípios, mas infelizmente, ela mal se destaca como
coadjuvante em ações efetivas. No entanto, vale destacar que nas últimas
eleições houve sim um trabalho efetivo em forma de manifesto por parte da
Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil em relação ao voto consciente.
Pelo sim, pelo não, o que vimos nas últimas eleições foi à prevalência do voto
consciente. O povo deu seu recado através das urnas reduzindo a estatura de
alguns políticos, que prevendo não obter votos necessários para se elegerem
como senadores, candidataram como deputados. Muitos caciques tentaram se
reeleger e foram simplesmente defenestrados e convidados a tomarem o caminho
de casa. Uma mostra cristalina e inequívoca de que o “VOTO CONSCIENTE”
prevaleceu e o povo fez a sua parte.

Quanto aos candidatos, no geral, eles sabem “quais” são os anseios


maiores e imediatos do povo, porém, quase sempre não são nada transparentes e
tão pouco precisos, em mostrar o “como” atingi-los. Por isso, é que devemos
nos fazer presentes nessa hora, e, jamais nos colocarmos indiferentes a toda essa
movimentação que antecipa a ida dos nossos representantes à condução de nosso
país. As verdadeiras mudanças ocorrem por opção da sociedade. Por isso,
enquanto cidadãos, devemos: refletir, questionar e sugerir ações que possam
melhorar a vida de muitos brasileiros que ainda anseiam por dignidade.

A Ordem maçônica se não contribui, pelo menos, defende o


desenvolvimento da vida política do país, e na condição de maçons temos como
princípio combater tudo que possa prejudicar a construção de um Brasil onde o
seu povo tenha um mínimo de dignidade, goze do máximo de liberdade e justiça
social, sem que seja desrespeitada a autoridade e a hierarquia necessárias para o
convívio de todos os cidadãos.

Para concluir, rogamos as luzes do GADU para que no próximo dia 02/10,
o VOTO CONSCIENTE, venha mais uma vez prevalecer. O Brasil que
queremos só depende de nós!

Conclamo aos irmãos a refletirmos sobre esse momento!

338
*MAÇONARIA E A GERAÇÃO “Z”*
Precisamos sim, de algumas mudanças, uma vez que estamos no século
XXI e certos Landmarques, não mais se coadunam com as nossas
necessidades atuais.

A moderna Maçonaria se identificou nos últimos 300 anos com causas


nobres, lutas sociais e movimentos cívicos, revolucionários e libertários, que a
fizeram prosperar até nossos dias, continuamente combatendo a intolerância, os
preconceitos, os privilégios e defendendo novas ideias.

Por isso angariou a antipatia de poderosos e de pessoas que simplesmente


ignoram como ela funciona de fato.

Não obstante os percalços enfrentados até então, aliados ao respeito que a


sua história inspira e é sobejamente decantada pelos seus obreiros mais
dedicados e orgulhosos do status conferido pelo sentimento de pertencimento, a
Maçonaria ainda é desconhecida por significativa parte da população brasileira e
é vista por muitos com certo grau de desconfiança, apesar de todo o capital
intelectual e consciência de sua importância para as transformações necessárias à
promoção da justiça social.

Entre seus pontos fortes, cabe destacar o desenvolvimento de uma


resiliência conferida pelo empenho na valorização do seu papel perante a
sociedade, fazendo-se reconhecer como Oficina do saber, onde ideias e opiniões
circulam sem nenhuma restrição, com estímulo ao livre debate, não deixando de
exaltar suas características de acolhimento e sociabilidade.

No trabalho denominado “Evasão Maçônica: Análise da situação da


GLMMG” (Silva, 2018, p.2) é enfatizado que “toda organização necessita estar
se reavaliando constantemente com a finalidade de conhecer suas
potencialidades e suas fraquezas, de forma a continuar se mantendo perante a
sociedade e, principalmente, a cumprir com os objetivos a que se propõe”.

Com a Maçonaria não poderia ser diferente. Cabe, portanto, aos atuais
membros ativos da Ordem honrar o legado recebido dos irmãos do passado e
concentrar o foco nos enormes desafios que ela enfrenta na atualidade,
notadamente em relação aos reflexos da pandemia do CORONAVÍRUS em 2020
e 2021, bem como a guerra neste início de ano entre Rússia e Ucrânia, e que
deverão balizar suas ações para o futuro, com vistas a reter seus atuais
colaboradores e tornar-se atraente para o cidadão educado e com amplo acesso às
informações, em função dos crescentes avanços tecnológicos.

O momento atual enseja uma sociedade e um tempo onde tudo é volátil e


adaptável, contrapondo-se a um recente período no qual imperava a modernidade
sólida, que se apresentava ordenada, coesa, estável e previsível.

339
“Essa transição afetou os mais variados aspectos de nossa vida”. Com o
advento do telefone celular serve bem como ‘golpe de misericórdia’ simbólica
na dependência em relação ao espaço: o próprio acesso a um ponto telefônico
não é mais necessário para que uma ordem seja dada e cumprida. Não importa
mais onde está quem dá a ordem, a diferença entre próximo e distante, ou entre o
espaço selvagem e o civilizado e ordenado, está a ponto de desaparecer.
Testemunhamos uma crescente “elite dos residentes do ciberespaço que
prosperam na incerteza e na instabilidade de todas as coisas mundanas…”.

Está demonstrado com o advento das redes sociais e os avanços científicos


e tecnológicos que determinam novos feitios de interação, como o uso e abuso
no tempo presente das videoconferências e do trabalho remoto, com o destaque
para a atuação das gigantes: Google, Facebook, Zoom e assemelhados, que
aceleram a destruição de formas tradicionais de emprego, de comercialização de
produtos, serviços, formas de ensino e aprendizagem, acelerando a obsolescência
de hábitos, valores, dogmas, instituições e o surgimento de novos paradigmas.

Nessa “era da informação”, a única certeza é a de que inovações hoje


consideradas promissoras certamente desaparecerão antes de atingirem o
potencial a que se propõem. O protagonismo desse cenário cabe à “Geração Z”,
compreendendo pessoas nascidas a partir de meados dos anos de 1990,
considerada totalmente digital, e que demonstra valores profundamente
diferentes, com demandas sociais e ambientais específicas e maior capacidade de
reinventar a forma como trabalhar e solucionar problemas, comunicar-se e
reunir-se, impondo diferentes hábitos de vida e de consumo, com apoio a
modelos econômicos alternativos e desenvolvimento sustentável.

Esses nativos digitais não conhecem o mundo sem os meios de


comunicação atuais e o veem de uma forma pequena e sem fronteiras, exigindo
agilidade e praticidade em tudo na vida, como relacionamentos, educação e
relações de trabalho. Na área da educação, demonstram maior conhecimento
quando comparado às gerações anteriores. Concordando ou não com essa
realidade, não se enxerga possibilidade de retorno.

Para a professora e neurocientista britânica Susan Greenfield (apud


Novaes, 2016), “estamos diante de uma mudança mental global”.

Citando matéria da Revista Exame (2006), a pesquisa de Novaes (2016)


confirma que pelo lado profissional a Geração Z é multitarefa, ou seja, consegue
fazer e entender várias coisas simultaneamente, habilidade essa que nenhuma
geração anterior demonstrou, realizando tarefas online ou não, sem perder a
atenção. Outra característica importante é que essa geração é caracterizada pelo
imediatismo e chega ao mercado procurando empresas que valorizem a
conectividade, a abertura ao diálogo, a velocidade e a globalidade.

340
Não restam dúvidas de que é nessa safra de novas cabeças que a
Maçonaria deverá depositar suas esperanças e garimpar seus futuros obreiros,
cabendo aos dirigentes atuais ter em mente que esses jovens encaram a
diversidade de uma forma natural e essencial na sociedade e enxergam além do
que parece ditar o momento, ensejando, em certas situações, ausência de
orientação ideológica clara. Têm o perfil flexível, adaptável e criatividade como
habilidade principal, aliando tecnologia e aprendizado. A questão é: Estamos
preparados para recrutá-los e recebê-los em nossas Oficinas?

Nessa toada, a perspectiva futura da Maçonaria demanda um novo olhar e


contínua inquietação do pensamento, em busca dos progressos necessários,
envolvendo todo um universo que espera ser explorado. Precisamos
efetivamente valorizar um ponto forte que a Maçonaria aprimorou ao longo da
sua caminhada e contempla em seus fundamentos, que é o do protagonismo dos
indivíduos, do papel do Maçom junto à sociedade e que se consubstancia nos
novos tempos como tendência das organizações do século XXI, que para
manterem-se competitivas investem em programas de ajuda aos profissionais
para o desenvolvimento das habilidades de liderança embasadas na busca da
autoconsciência e da reflexão.

Isso é uma realidade e não podemos ficar indiferentes a esse valor da


Ordem, que se vislumbra como um fortíssimo apelo para encantar a Geração Z.
A proposta cativante de trabalho da Maçonaria para atrair e engajar essa nova
geração deverá demonstrar uma série de desafios e oportunidades de crescimento
pessoal, voltados para a formação de lideranças, da ampliação de conhecimentos,
de educação cidadã e de desenvolvimento de capacidades que expandem o poder
de visão, análise e discernimento, que lhes permitirão lidar com situações da
vida cotidiana e conscientização acerca de ações decisivas e transformadoras
para que façam a efetiva diferença no seu meio social, em benefício da Família,
da Pátria e da Humanidade.

Não é segredo maçônico que em algumas Lojas dirigentes com deficiência


na habilidade de gestão não permitem que obreiros se destacam, principalmente
os mais jovens, esses da tal Geração Z. Alguns veteranos, não especificamente
mais adiantados em idade, contaminados pela síndrome do “esse cara sou eu”,
ensejando uma pompa sabichona, têm dificuldades em continuar a aprender e
sair da zona de conforto, pois fazem o que fazem da mesma maneira há anos e
continuam a gozar de relativo sucesso entre os pares.

Precisam de uma Loja para chamar de sua. E são felizes nesse auto
engano, em especial quando ouvem que são repositórios de incomensurável
saber maçônico e festejados exemplos a serem seguidos. Possuindo um fraco por
elogios, e por vezes protagonizando momentos de fofura, adoram afagos e
sempre esboçam um sorriso brejeiro e uma falsa expressão de entablamentos.
Pesquisas no mundo corporativo revelam que o fator idade não é determinante

341
para indicar competência ou a sua falta. Quando bem administrado, o choque de
gerações pode ser positivo, notadamente pelo intercâmbio de conhecimentos.

Ademais, não existe uma geração melhor que outra, sabendo-se que
atitudes, mentalidades abertas e flexíveis compõem os requisitos para superação
de adversidades. O importante é não se acomodar e ficar atento às inovações.

Não são raras as situações em que alguns veteranos quando questionados


por um Aprendiz ou Companheiro da Geração Z, sobre alguma questão
específica, respondem com ar triunfalista que não chegou a hora do consulente
saber.

Na realidade não sabem exatamente como responder, criando um clima de


constrangimento e desânimo daqueles que se mostram inicialmente
entusiasmados e ávidos pelo saber maçônico.

Em nossa realidade dinâmica, temos a concorrência de Lojas que atraem


bons obreiros por estarem acima da média e não se contentam com pouco,
sabendo aproveitar as oportunidades na divulgação de suas atividades, como a
recente onda de convites e mais convites para reuniões em videoconferências,
com uma variedade de temas em discussão.

Isso ocorre porque são bem geridas, disciplinadas, ricas nas atividades e
observam o cumprimento das regras. Como as notícias correm, e impedidos de
chegar ao ótimo individual, muitos iniciados recentes, em especial da Geração Z,
munidos de coragem e em busca de desafios, quando possível, procuram outras
Oficinas, como acontece frequentemente no mercado de trabalho.

O pior é quando, desiludidos, abandonam a Ordem, pois uma eventual


propaganda negativa desmotiva a captação de candidatos potenciais.

É reiteradamente repercutida a situação de novos irmãos que demandam


mudanças e recebem críticas por sonharem com melhorias e sofrem do
descrédito daqueles que apenas desejam uma Loja tranquila, com sessões
rápidas, sem muitos desafios e, de preferência, que elimine aqueles que de uma
forma ou de outra incomodam com suas presenças ou não sejam lá muito
simpáticos, por serem visionários e portadores de um espírito crítico mais
aguçado.

Tudo muito bem articulado e reverberado na cabeça do Venerável por um


restrito grupo dominante, que tenta de todas as formas manter o nível de
influência e controle dos destinos da Loja. Nesse grupo temos aqueles que
ameaçam frequentemente deixar a Loja, mas não escondem a carência de
bajulação. Esse grupo é incansável e sempre recebe novos adeptos, para
desespero do Venerável da vez que começa logo a sonhar com o término de sua
gestão.
342
Mas a história não termina aqui. Como toda moeda tem dois lados, não
poderíamos deixar de registrar a situação daqueles irmãos que não conseguem
acompanhar o ritmo das Lojas de alto desempenho e logo saem à procura de uma
Loja tradicional, amiga, sossegada, que não exige trabalhos e estudos, para se
acomodarem à sombra das colunas e apenas curtir o lado social da Maçonaria, o
companheirismo.

Não raras vezes irmãos com esse perfil costumam levar junto outros que
já deram o que tinham que dar ou perderam o prestígio, restringindo-se a
decantar feitos do passado, e não se sentem à vontade junto às novas gerações
que entram com toda força e vigor. Sem preconceitos e com todo o respeito, que
sejam ambos felizes, pois continuamos irmãos! A prática da Maçonaria
Especulativa ensina que o debate é essencial, tanto em Loja quanto nas redes
sociais ou círculos de estudos presenciais ou online. Instruções ministradas
burocraticamente, apenas para cumprir tabela e textos lidos eventualmente em
nossas reuniões não agregam valor se não são sucedidos de reflexões.

Ao não incrementar e valorizar os temas para estudos e debates,


restringimos a perenidade da ritualística e expectativa da ágape que vem após as
reuniões presenciais, deixando de explorar toda a base de conhecimentos e
instruções disponíveis, que representam um riquíssimo tesouro colocado à
disposição de todos.

Pensando na força da Geração Z que dará continuidade aos nossos


trabalhos, o Quarto de Horas de Estudos em Loja e as Instruções Maçônicas
merecem atenção mais disciplinada por parte dos atuais gestores, dado o alcance
e a importância no sentido de preparar o quadro de obreiros, vez que
disponibilizam todo um sistema onde se permite explorar variados assuntos,
mediante promoção de debates sobre questões sociais de relevo, por meio de
ensinamentos que levem ao aprendizado e ao progresso por meio da troca de
experiência, que variam de acordo com as competências individuais e em face
das vivências e descobertas proporcionadas pelos trabalhos apresentados.

Precisamos estar antenados. É um caso a pensar… Outro assunto de suma


importância no mundo real e que causa arrepio no meio maçônico é a questão
Política. Esse tema pode ser, ao contrário do que se pensa, agregador e cativar a
Geração Z, se bem estruturado e conduzido com sabedoria.

A Maçonaria, como instituição, não pode continuar na velha cantilena de


que não deve envolver-se diretamente em temas políticos e nas decisões de
interesse do Brasil, candidamente delegando aos Maçons que o façam
individualmente, pois um regramento de 1723, editado em outro momento
histórico, impede ações mais decisivas em pleno século XXI.

343
O cuidado é não se envolver no círculo vicioso da politicagem tradicional
e sim na Política com “P” maiúsculo. Precisamos sim, de algumas mudanças,
uma vez que estamos no século XXI e certos Landmarques não mais se
coadunam com as nossas necessidades atuais. Precisamos, nós, os Maçons,
envidar esforços para evitar o marasmo. Não podemos esquecer que até a própria
Igreja Católica está avaliando mudanças de rumo para não perder fiéis. A postura
de somente caprichar na retórica e bradar que alguém tem que tomar uma
providência é muito confortável. Esse comodismo e o obsequioso silêncio
político da Maçonaria do Brasil precisam ser quebrados. Afinal, sabemos ou não
dialogamos? Temos medo de expor nossas ideias e vê-las contestadas? Se sim,
então tudo é um faz de conta. Falta o básico, a essência. Aqueles gestores que
são lentos, míopes ou orgulhosos demais para enfrentar a realidade e
adaptarem-se aos novos tempos certamente serão responsabilizados pelas
sequelas que deixarão como herança.

Sem sofisma, equívoco ou reserva mental que possam criar obstáculos à


revisão de conceitos, é chegada a hora de a Maçonaria repensar sua atuação,
decretar a sua independência e de agir com responsabilidade, assumindo o papel
que já foi sua marca registrada e encantou a juventude no seu passado glorioso:
revolucionária, decisiva, incomodativa, marginal em outros momentos. Defender
que a Maçonaria seja apenas uma escola de pensamento recheada de sábios,
onde se cultive exclusivamente moral e ética e acalenta o sonho de que seus
princípios e valores sejam amplamente conhecidos e que forças do além
inspirem os tomadores de decisão, sem se envolver diretamente, apenas
divulgando moções de censura ou de apoio, e ficando na torcida para que a
justiça e os bons costumes prevaleçam, é mais do mesmo.

Portanto, para atrairmos a atenção das novas gerações impõe-se fixar


nossas esperanças e expectativas no potencial dos nossos quadros de obreiros,
que representam a força da qual dispomos neste momento e que precisam ser
mantidos, reforçados e motivados constantemente, para fazerem o trabalho de
recrutamento junto a essa força jovem que viceja em nossa sociedade e
enfrentarem as provocações que teremos pela frente.

Para isso precisamos sair da nossa caverna confortável e aquecida e


mostrar a cara, pois ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma
vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que
todos os que entram vejam a luz” (Lc 8, 16). Levemos, portanto, nossa luz ao
mundo. Enfim, está em nossas mãos pavimentar o caminho que será trilhado
pelos futuros obreiros.

______________________________

344
*SALMO 133*

“Oh! Quão bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo


precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Aarão, e
desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermon, que desce
sobre os montes de Sião. Ali ordena o senhor a sua benção e a vida para
sempre”.

Israel, assim como seu povo creem que de forma especial, são
abençoados por Deus. Dizem em histórias populares, que é o povo escolhido,
situado entre a cadeia de montes de Sião, de onde se destaca majestosamente
o monte Hermon, um verdadeiro oásis, contrastando com os países vizinhos;
Cortado por diversos e importantes rios, dentre eles o mais famoso, o rio
Jordão, às suas margens estende-se verdejantes videiras e oliveiras assim
como produz tudo o que se planta.

Como Jerusalém está situada na meseta central da Palestina, para


chegar à cidade santa de qualquer parte da terra, é preciso “subir”, o que
explica bem a razão de ser da expressão “das subidas”, circundada pelos
montes de Sião, onde o senhor escolheu para morar, de onde se destaca
majestosamente o monte Hermon.

O monte Hermon por sua vez, destaca-se por sua magnitude, de tão
alto, há neve em seu cume o tempo todo, e é de lá, que após que vem o
orvalho santo junto com as bênçãos; A neve derretida forma os rios e os
lençóis de água, e por sua importância é que no salmo 133, destaca de forma
tão bela.

Quando Davi falava “Oh! quão bom e agradável vivermos unidos os


irmãos!” importância que dava aos povos de diversas aldeias que iam aos
templos de Jerusalém para rezar, e Jerusalém por sua vez, tratava a todos
dessa forma, acolhia quem quer que fosse, viesse de qualquer lugar.

E o óleo citado “...é como o óleo precioso...” era um perfume raríssimo


à base de mirra e oliva, usado para ungir os reis e sacerdotes, e ou aqueles
neófitos que aspiravam a alguma iniciação; Importante a ponto de comparar
com os irmãos unidos e sua grandiosidade.

Agora quando fala “...é como o orvalho do Hermon, que desce sobre
os montes de Sião...” refere-se ao monte em sua pujança, sua importância
para a existência de Israel, dos montes vem o orvalho e o orvalho é a água, a
vida, a natureza, o bem mais precioso.

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Para situarmos melhor na história, falo agora do significado de cada
citação, de onde podemos refletir e só assim, entendermos o que Davi Dizia:

OS IRMÃOS

Quando o Salmo 133, sugere “...que os irmãos vivam em união...”


estamos traçando um programa de convivência amena e construtiva, e se
voltarmos no tempo, veremos que a palavra “irmão” se revela uma
necessidade entre os homens, e era mesmo. Com toques divinos, não menor
necessidade que temos dela hoje, basta que encaramos o panorama humano
dos nossos dias atormentados pelas divergências e alimentados pelo ódio mais
profundo.

O ÓLEO
“Os óleos vegetais são produtos de secreção das plantas, que se obtém
das sementes ou frutos dos vegetais, são substâncias gordurosas das quais
muitas comíveis líquidas e de temperatura ordinária”. Bem, podemos ver que
não se trata de nova tecnologia, o óleo citado acima, usado para unção
sagrada, era uma das espécies, porém muito especial.

AARÃO
O membro destacado da tribo de Levi, irmão mais velho de Moisés e
seu principal colaborador, possui um peso próprio na tradição bíblica, devido
ao seu caráter de patriarca e fundador da classe sacerdotal dos judeus.

A BARBA
Pêlos espalhados pelo rosto adornam a face do homem desde os mais
remotos tempos, a barba mereceu dos mais variados, novos semitas e não
semitas da antiguidade, um trato especial, destinaram-lhe grandes cuidados.
Não apenas um símbolo de masculinidade e podemos exemplificá-la com os
varões que engrandeceram o império Brasileiro, figuras imponentes pela
conduta e em particular, símbolo de austeridade moral.

Os Israelitas a que pertencia Aarão, evidenciaram especial estima pela


barba, a ela conferiam forte merecimento, apreciável atributo do varão, que
externava pela sua aparência, sua própria dignidade.

Os Israelitas por si mesmos, pelo que ela representava; raspá-la e


eliminá-la do rosto, demonstrava sinal de dor profunda.

AS VESTES

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De especial significado litúrgico e ritualístico, eram as vestes daqueles
que tinham por missão exercitar atos religiosos, como a unção, o sacrifício, o
culto e variava de conformidade com os diversos ofícios religiosos para
invocação da divindade.

Havia especial preferência pela cor branca nas vestes sacerdotais, nas
representações egípcias contemporâneas ou posteriores ao médio império. Os
sacerdotes usavam um avental grosseiro e curto, já o sacerdote leitor, usava
uma faixa que lhe cobria o peito como distintivo de sua categoria, enquanto
que o sacerdote vinculado ao ritual de coroação exibia uma pele de pantera.

No velho testamento presume-se o uso de um avental quadrado, quando


se fala na proibição de aproximar-se do altar através das grades, talvez um
precursor do avental maçônico. Então o óleo sagrado era jorrado sob a cabeça
da pessoa a ser ungida, descia pela barba e escorria à orla de suas vestes.

O ORVALHO

O esplendor da natureza oferece à magia do orvalho, que desce das


alturas para florir de viço as plantas, nada mais belo e nada mais sedutor do
que o frescor das manhãs, ver como as folhas cobrem-se de uma colcha unida,
onde vão refletir os raios avermelhados do sol que traz luz. No capim
deposita-se o orvalho, cama verde e amiga, em gotículas que, juntando-se
umas às outras, vão nutrir a terra ávida de alimento, parece espadas de aço ao
calor do dia, nas pétalas florias, formando-se pérolas do líquido cristalino,
espelho da vida que exulta ao redor.

O MONTE HERMON

Trata-se de um maciço rochoso situado ao sul-sudeste do Anti-Líbano,


do qual se separa um vale profundo e extenso. Apresenta-se de forma de um
círculo, que vai de nordeste a sudeste. Explicando um pouco mais, para
entender a geografia dessa região que viu nascer a história do mundo bíblico:
O Anti-líbano é a cordilheira que se estende paralelamente ao Líbano,
separando das planícies de Bekaa. De todas as cadeias montanhosas, é a que
se estende mais ao oriente, pois, desenvolve-se no nordeste ao sul-sudeste, por
quase 163 quilômetros, suas extensões e alturas são visíveis a partir do
mediterrâneo. Seu ponto culminante é o monte Hermon, com mais de 2.800 m
de altitude, possui neve em seu cume e de lá o vento traz o orvalho.

O MONTE SIÃO

Também chamado de monte de Deus, o monte Sião não é santo por si


mesmo, mas porque o Senhor o escolheu para ser sua morada. Para todos: o
347
monte será um refúgio seguro e inabalável. O orvalho que escorre de Hermon
para os montes de Sião, como o senhor ali mora, é dele que escorre o orvalho
abençoado, toda a sua complacência. Em Salmos 2:6 vemos que Deus mesmo
instalou seu rei sobre o monte santo, “Eu, porém constituí meu rei sobre o
monte Sião” no mesmo lugar em que Abraão ia sacrificar o filho conforme (2
Cr 3:1 e Gen. 22:2).

A BENÇÃO

Tudo que é bom e lhe é agraciado; Em Hebraico, seu significado é


“berakak” palavra que deriva de “Berek” que por sua vez significa joelho.
Nota-se a relação entre uma e outra palavra, porque, sendo a benção a
invocação das graças de Deus sobre a pessoa que a recebe, deve ser colhida
com humildade e unção, portanto, de joelhos em terra, reverenciado e
respeitosamente.

Para os Semitas, a benção possui força própria, e por isso, é capaz


despertada a sua potencialidade energética de produzir a saúde, palavra que se
acha envolvida por vibração, carregada de energia dinâmica e magia.

Assim “...Porque ali o senhor ordena a benção e a vida para


sempre...”.

CONCLUSÃO:

Diante disso meus irmãos, notei que seria bom escrever dois versículos
encontrados no livro do Eclesiástico, capítulo 4, versículos 9 e 10:

“Dois homens juntos, são mais fortes que um isolado, porque obterão um
bom salário de seu trabalho.”

“Se um vem a cair, o outro o levanta. Mas ai do homem solitário: se ele cair
não há ninguém para levantá-lo.”

____________________________

FONTES:
- Trabalho de nosso Ir .’. M.’. M.’. Jesuel Rosa de Oliveira - Or.’. de Jaru/RO (Internet)
- Sagradas Escrituras

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*ADMINISTRAÇÃO DE UMA LOJA*

Tendo em vista que a Maçonaria é uma Escola e, como tal, visa ao


aperfeiçoamento moral e intelectual dos Maçons, é de vital importância que
os Obreiros de uma Loja se conscientizem de seu papel.

Os irmãos devem imbuir-se de suas qualidades de LÍDERES


NATURAIS DA SOCIEDADE e trabalhar, decidida e eficazmente, tanto em
Loja como nas suas áreas de atuação.

No nosso entender, a administração de uma Loja Maçônica deve


pautar-se basicamente por dois pontos:

ADMINISTRAÇÃO FIM
Sendo a Maçonaria uma Escola Filosófica e Humanista, deve visar
única e exclusivamente ao homem. Este ensinamento é feito através do estudo
dos símbolos e alegorias visando ao aperfeiçoamento moral e intelectual do
homem-maçom. Proporciona o conhecimento de si mesmo e a evolução
traduzida em mudança comportamental exteriorizada em equilíbrio, tolerância
e paz.

É a mais importante e nela reside todo o fundamento da Ordem


Maçônica como Instituição Iniciática. Para atingir seus objetivos, é necessário
que dela participem não só a Administração da Loja como também todos os
Mestres Instalados e demais Mestres.

Deve haver uma direção única, evitando divergência; espírito de trabalho,


iniciativa e cooperação desinteressada. Mesmo que haja pensamentos
diferentes de como administrar a Loja, o comportamento deve ser marcado
pela tolerância e o bom senso. Não pode haver formação de blocos ou grupos
dentro de uma Loja.

ADMINISTRAÇÃO MEIO
Ela é representada e exercitada pela administração da Loja, ou seja,
pelas Luzes e Oficiais, os quais devem primar pelo bom desempenho de seus
cargos regulamentares e pelo conhecimento, formando assim uma base sólida
para que a Loja alcance sua finalidade.

Na escolha do Venerável Mestre deve ser seguida a tradição da Loja,


mas alguns pontos merecem ser observados:

349
Um Venerável Mestre deve ser pessoa imbuída dos princípios de amor e
fraternidade; profundo conhecedor da simbologia e filosofia dos três graus
simbólicos, como também dos Rituais e do regulamento Geral.
Todo Mestre Maçom pode e deve aspirar ao Trono de Salomão, mas é
recomendável que já tenha alguns anos de experiência e conheça o
desempenho de cargos e funções; ser um irmão que favoreça à união, afável,
gentil e extremamente tolerante. É um líder nato, fiel da balança, equilibrado
(apenas dirige os trabalhos) e cujo malhete jamais será pesado.

Um candidato a V.M. deve exercer atividade profana que lhe


proporcione o tempo indispensável ao pleno exercício do Veneralato. De igual
maneira, deverá ter disponibilidade financeira a fim de que esse cargo não
represente um ônus a prejudicar-lhe inclusive a família.

Um Venerável deve estar ciente de que, além da distinção do cargo, será


o representante de sua Loja em todos os eventos e situações.

Os vigilantes devem ser escolhidos entre aqueles que sobressaem entre


os demais, pelo saber, pela fraternidade e união; pela liderança e por uma
virtual possibilidade de serem guindados a V.M.; deve ser conhecedores dos
Rituais e da filosofia dos Graus, ter capacidade e iniciativa de ministrar
instruções aos Irmãos de suas Colunas, em horários fora das Sessões.

O Orador deve ser profundo conhecedor das Leis Maçônicas e do


Regulamento Geral da Obediência, ou seja, deve ser mais Guarda da Lei do
que Orador. Em suas considerações, não prolongar muito, a fim de não atrasar
os trabalhos. Quando no exercício de seu cargo, falar sempre em nome da
Loja (dizer a tendência é dar o seu parecer) e não no seu nome pessoal.

O secretário deve ser pessoa muito organizada, com boa redação e


capacidade de síntese, de maneira que as Atas sejam fiéis e concisas. As
correspondências sempre devem estar em dia e em ordem.

O Mestre de Cerimônia deve ser profundo conhecedor dos Rituais e


deve ser escolhido entre os mais desembaraçados e com grande capacidade de
iniciativa.

Os demais cargos devem ser escolhidos sempre visando ao Irmão mais


talhado para os mesmos e cujo perfil possibilite um trabalho eficiente,
produtivo e incentivador de crescimento pessoal.

350
IDEIAS BÁSICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS:

A Loja deve trabalhar dentro de programação preestabelecida. Os


trabalhos devem ser desenvolvidos nos três graus simbólicos, com instruções
e trabalhos de grau. Os Mestres, Companheiros e Aprendizes devem ser
estimulados a que apresentem pequenos trabalhos (15 minutos) no Quarto de
Hora de Estudos. Em todas as sessões deve ser apresentado pelo menos um
trabalho.

Incentivar aqueles que abordam fatos e histórias da Maçonaria, sobre


patriotismo e civismo, bem como sobre personagens e vultos da Pátria e da
Maçonaria.

Seguir à risca o horário de início e procurar ter um para os términos dos


trabalhos, sem que os mesmos sejam apressados ou suprimidos em algum
período.

Todos os Irmãos do Quadro devem ser estimulados à leitura privada dos


Rituais e Instruções, como também de livros maçônicos. Visa a sedimentar o
conhecimento dos símbolos e alegorias, de maneira que haja uma modificação
comportamental do seu modo de pensar e agir.

Recomendar aos irmãos detentores de cargos que procedam a uma


leitura e estudo prévio às iniciações, elevações e exaltações.

O irmão Arquiteto deve verificar com antecedência necessária a


arrumação do Templo e todos os materiais necessários.

Estimular os Irmãos do Quadro para que participem da comunidade,


tomando conhecimento dos problemas que a afligem, em cumprimento assim
ao preceito de auxiliar os pobres e os necessitados. Pode ser: Participando de
clubes de serviço, associações de caráter filantrópico ou educacional,
associações de tratamento ou auxílio a deficientes, etc.

Pode-se enquadrar neste item a própria participação na Bolsa para o


Tronco de Solidariedade. Não esquecer, no entanto, que a finalidade
primordial da Loja é preparar e instruir o Maçom.

Convidar irmãos, ou profanos, de reconhecida capacidade e saber, para


proferirem palestras especializadas ou sobre determinado assunto.

Participar de seminários e simpósios maçônicos e, após, escolher um


Irmão que faça uma síntese para a Loja.

351
Estudar e preparar convenientemente teses ou noções da Loja, se for o
caso, para apresentá-las em seminários ou encontros, quando isso for
permitido.

Finalmente, conscientizar a todos os Maçons dos altos propósitos de


que devem estar imbuídos.
OUTROS ASPECTOS PARA OBSERVAR

Todos os componentes da Administração devem estar motivados e


comprometidos para um bom desempenho de seus cargos ou funções, de
maneira que sejam evitadas falhas.

Assuntos administrativos, quando tiverem de ser trazidos para reunião,


já deverão vir estudados, esmiuçados e com pré-decisão da Administração
exclusivamente com sua Diretoria.

Evitar o atraso na leitura das Atas, evitando ler mais de duas delas na
mesma sessão.

Sintetizar a leitura de boletins e correspondências, a fim de não


prolongar em demasia o expediente.

As Comissões deverão conhecer exatamente suas funções e o programa


de governo da Administração da loja, de maneira que desempenhem seus
papéis dentro da expectativa da Administração.

Finalmente, não só a Administração como também todos os Irmãos


devem estar unidos e coesos em torno de seu V.M., para que seja cumprida a
finalidade primordial da Maçonaria, que é tornar o homem melhor, mais feliz,
de maneira que ele compreenda melhor sua existência, espalhe amor e
fraternidade em prol de toda a humanidade.

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352
*POSTURA DE UM MAÇOM, DENTRO E FORA DA INSTITUIÇÃO*
Ser maçom é estar sempre em atividade nas Lojas, em trabalho ativo e
fora dela.

Vivemos sobre os impactos do momento. Daí a diversidade de


orientação, filosófica ou política. Isto, em parte, não deixa de ser uma parcela
do evoluir, pois, é da diversidade de opiniões que surgem os processos
evolutivos – seguir o profano fielmente essas orientações, é um direito que lhe
assiste, especialmente, se as suas ideias com elas se coadunam.
Para o Maçom, contudo, não há necessidade de andar às cegas,
abraçando esta ou aquela doutrina, esta ou aquela filosofia. A Maçonaria
dispõe de uma orientação. É defensora intransigente da trilogia: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade. Defende valores de família, morais e éticos.
Defende a Pátria, a existência de um Supremo Criador que denominamos
GADU. É paladina da Justiça, com seus movimentos discretos e silenciosos.
Nossa trincheira é burilarmos o espírito, incentivamos o progresso e
reforçamos a moral. Precisamos de homens de caráter que tenham confiança
naquilo que pregamos. Ser maçom é estar sempre em atividade; nas Lojas em
trabalho ativo e fora dela.
Fora da Instituição, os problemas são mais cruciais, pois, a ignorância é
quase total; seja na esfera política, social e religiosa. Nós que defendemos o
direito inalienável do homem de adquirir instrução, cultura, liberdade pessoal
e consciência, não podemos ficar parados. Precisamos enfrentar a luta, pois,
nosso grande inimigo – a ignorância, não mais se arma, presentemente, com
cárceres e masmorras. Ela vem agora camuflada com outras armas e se
aproveita da nossa tolerância para imperar.
Não é possível seguir, ao mesmo tempo, duas orientações que se
chocam. Ir para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo. Temos que nos
resolver quanto a nossa preferência. Ou lutamos pelo nosso ideal de maçons
ou pelos ideais alheios. Se pelos ideais alheios, não fiquemos dentro das
colunas. Se não podemos ser livres pensadores, ou não quisermos investigar o
porquê das coisas, então deixemos a Maçonaria, porque sua orientação não
nos serve.
A Maçonaria é para poucos, mas, esses poucos muito se esforçam em
fazer o bem pela Humanidade. Sejamos então muitos em prol desse mesmo
bem.

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353
Considerações Finais:

*POSTURA DE UM MAÇOM, DENTRO E FORA DA


INSTITUIÇÃO*, FOI O ÚLTIMO TRABALHO APRESENTADO EM LOJA – DEUS E
FRATERNIDADE N.292 – ORIENTE DE CRISTA CRISTINA-MG, A
QUAL ESTIVE FILIADO DE AGOSTO/211 A AGOSTO/2023.

APRENDI AO LONGO DE 38 ANOS QUE A MAÇONARIA TEM PRINCÍPIOS.

TAIS COMO: DEFENDE ALIBERDADE, VALORES DE FAMÍLIA, A PÁTRIA, O RESPEITO A


TODAS AS RELIGIÕES, DEMOCRACIA, SUPREMO CRIADOR E TUDO MAIS QUE DIZ
RESPEITO AOS BONS COSTUMES.

NESTAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES - 2022, EMBORA CONSCIENTE DE QUE A IDEOLOGIA


“ESQUERDISTA” ESTÁ INFILTRADA EM TUDO E TODAS AS INSTITUIÇÕES EXISTENTES NO
BRASIL, COMO: (RELIGIÃO, IMPRENSA, EMPRESAS PÚBLICAS, ESCOLAS E
UNIVERSIDADES, ETC...), ME SENTI PROFUNDAMENTE DECEPCIONADO COM UM IRMÃO,
ONDE ELE EXIBIA NA SUA CASA A PROPAGANDA DE UM CANDIDATO ESQUERDISTA,
LADRÃO E EX-PRESIDIÁRIO. JUSTO O LADO QUE DEFENDE ABORTO, IDEOLOGIA DE
GÊNERO, AMIGO DE DITADORES, PISOTEIA E PÕE FOGO NA BANDEIRA VERDE E
AMARELA E EXALTA A BANDEIRA VERMELHA. ENFIM, TUDO QUE CONTRARIA OS
PRINCÍPIOS DA NOSSA INSTITUIÇÃO.

ANUNCIEI MEU AFASTAMENTO DA LOJA, MUITO EMBORA SENDO REMIDO,


EXPONDO TODO O MEU SENTIMENTO COM A PRESENÇA DA PESSOA EM QUESTÃO, O QUAL
A PARTIR DAQUELE MOMENTO EU NÃO O CONSIDERAVA MAIS COMO IRMÃO.

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