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JUSSARA – GO
2008
Joelma Ribeiro dos Santos
JUSSARA – GO
2008
A todos que contribuíram para que este trabalho pudesse chegar a seu estágio final. É
verdade que todos que passam por nós deixam um pouco de si e levam um pouco de nós. Vou
embora, mas ficará a saudade e a lembrança, por que longe é um lugar que não existe.
AGRADECIMENTOS
Fazer agradecimentos não é uma tarefa fácil após quatro anos de convivência. São
tantas pessoas que merecem ser agradecidas que palavras se tornam pouco para fazê-los.
Neste momento agradecer ganha um novo sentido, ou seja, se torna despedir de anônimos que
representam figuras importantes nesta jornada. E para aqueles que conviveram com nossa
ausência e nós com a deles, chegou o momento de desfrutar da companhia um do outro. Desta
Este trabalho busca analisar aspectos gerais sobre a maçonaria, fazendo um estudo sobre o seu
surgimento, sua introdução no Brasil e a criação da primeira loja maçônica em Goiás, a qual
foi construída na então capital do estado, Cidade de Goiás. Ainda abordaremos na pesquisa, a
loja maçônica de Montes Claros de Goiás, Vale do Rio Claro, bem como a arquitetura e
simbologia que envolve as lojas maçônicas, para desta forma obtermos um melhor
entendimento sobre o assunto. Pretendemos também, compreender porque a maçonaria é vista
como uma instituição que no imaginário coletivo da sociedade dá a seus membros status
social, levando-a, por esse motivo ao topo da hierarquia social. Assim, o objetivo desta
pesquisa é compreender o que realmente vem a ser uma loja maçônica e o maçom.
INTRODUÇÃO 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64
ANEXOS 67
INTRODUÇÃO
correspondente aos anos de 1977 a 2007. Este tema foi escolhido por se tratar de um assunto
interessante, que desperta a nossa curiosidade, pois quando era criança sempre ouvia as
ser a cidade onde nasci e cresci. Quanto ao período, este foi selecionado por compreender o
espaço de tempo de existência da loja maçônica na referida cidade. Ela foi inaugurada em 07
citada acima. Dentre outros objetivos, desejamos compreender a maçonaria em Montes Claros
de Goiás, analisar sua arquitetura e simbologia, discutir a ligação da mesma com a elite social
Mas, se tratando de um tema como a maçonaria é fato ser difícil falar sobre ela, devido
ao seu caráter secreto ou mesmo sigiloso. Portanto, existem alguns problemas que nortearam
nossa pesquisa os quais nós buscamos responder no decorrer do trabalho, dando a eles mais
sentido. São eles: Como a maçonaria chegou a Montes Claros de Goiás? Qual o significado da
arquitetura e simbologia nas lojas maçônicas? Por que a maçonaria é vista como algo da elite
envolvem a maçonaria de um modo geral, assim como os conceitos das palavras maçonaria,
Tatiana Almeri (s d, p. 38) comenta sobre o fato de pessoas quererem manter secreta
uma instituição que hoje não passa de discreta. Este é um fato importante que deve ser
analisado em virtude de que isto fez com que ela se tornasse pouco conhecida ou até ignorada
pela grande maioria das pessoas que, não conhecendo sua participação nos acontecimentos
mundiais, criaram uma forma de prevenção devido ao não conhecimento do que realmente
vem a ser a maçonaria. Assim, dentro desta pesquisa buscaremos fazer alguns esclarecimentos
Definir o que é a maçonaria não é uma tarefa fácil, pois ela vem sendo ao longo de sua
não-secreta. O que se pode afirmar é que existe um segredo que ela foi capaz de guardar e que
apenas os iniciados compartilham. É este segredo ou sigilo que a torna tão interessante. Como
analisa Barata: “estudar a maçonaria é como caminhar em um pântano, pois ela possui um
estudos acadêmicos sobre o tema e vasta historiografia maçônica” (BARATA, 1994, p. 79).
Para conceituar maçonaria, foi utilizada a autora Ângela Vianna Botelho, que a define
como “associação caracterizada pelo espírito de fraternidade que, liga entre si os maçons de
todo o mundo” (BOTELHO, 2002, p. 111). Desta forma a maçonaria se torna universal e
buscar uma definição acerca da palavra instituição. Ela já foi definida como “um padrão de
(BERGER; BERGER, 1981, p.193). Assim, qualquer grupo de pessoas que se organize entre
si, pode ser considerado como uma instituição. Mas quando se trata da maçonaria esta tarefa
parece ser mais complicada, pelo fato de que a mesma está envolta de um véu sigiloso, sendo
Para a definição de instituição, Peter Berger e Brigitte Berger que diz que ela é uma
“organização que abranja pessoas” (BERGER; BERGER, 1981, p. 193). Assim, a maçonaria
é o lugar onde os homens maçons se reúnem para discutir vários assuntos e para a realização
autoridade e do poder” (BACZKO, 1996, p. 310). Sendo, que a maçonaria tem o poder de
não maçons, assim como alguns textos e artigos retirados de sites da internet e outros. Além
No que diz respeito à estrutura da monografia, ela está dividida em dois capítulos. No
primeiro refere-se aos aspectos gerais da maçonaria, discutindo vários assuntos que dizem
Goiás, levantando todos os tipos de dados para fazer uma análise sobre a fundação da loja
comparando as visões das pessoas que integram a maçonaria e as que não a integram. Ainda
relacionados à maçonaria que estiverem ao nosso alcance, não só para nós, mas para aqueles
que se interessarem pelo tema. Sendo importante destacar sempre que a maçonaria ainda
Neste capitulo, serão trabalhados aspectos que tratam da maçonaria de um modo geral,
seu surgimento e a sua introdução no Brasil. Para isto, utilizaremos leituras bibliográficas que
contribuíram de forma significativa para este trabalho, nos fornecendo dados e informações
É uma tarefa difícil para qualquer pesquisador que não seja maçom falar sobre a
maçonaria devido ao fato de existirem poucas referências de autores não maçons. Alguns
pesquisadores colocam que o que se sabe sobre a maçonaria e sua origem diz respeito às
corporações de mestres pedreiros, na Idade Média. Com isto, iniciamos nossa pesquisa
maneira mais clara, além dos fatores que impulsionaram o seu desenvolvimento.
José Carlos de Almeida Filho define a loja maçônica como “uma associação de caráter
poderá visar finalidades lucrativas” (ALMEIDA FILHO, 2000, p. 06). Nela é proibido
qualquer tipo de discussão político-partidária, racial ou religiosa. O autor usa no intuito de
Com estes postulados, o autor Almeida Filho vem reafirmar a maçonaria como ela se
define, ou seja, uma instituição de caráter filosófico, educativo e sem fins lucrativos que age
pensando no outro sem querer se promover, seguindo os ensinamentos daquele que ela chama
1
Princípio não demonstrado de um argumento ou teoria.
1.2 O surgimento da maçonaria
1510 como o ano em que foi conhecida uma entidade mística na Ásia com o nome de
Cavaleiros de São João, sendo que já existiam várias sociedades secretas possuindo o caráter
maçônico. Um dos registros que causou grande discussão entre os maçons era o “Registro de
Este documento testemunha também que esta era uma sociedade secreta,
conhecida em várias partes do mundo, e já existente antes de 1440, sob o
nome de “Fraternidade de São João,” e desde então, até 1535, tivera o título
de Ordem de Maçonaria de São João ou Fraternidade Maçônica (COOPER-
OAKLEY, s.d, p. 37).
surgimento da maçonaria que temos hoje, já havia várias sociedades secretas espalhadas pelo
mundo com o mesmo caráter secreto, os quais foram se moldando com o tempo e se
transformando até se tornar a instituição tal qual a conhecemos hoje. Em 1717, a maçonaria é
materialistas, não místicos. Ela se torna, contudo mais ateísta, deixando um pouco de lado sua
Contudo, “a origem da palavra maçom vem do inglês, mason, que quer dizer pedreiro”
independentes acreditam que a origem da maçonaria moderna está nas corporações de oficio,
uma “associação caracterizada pelo espírito de fraternidade que, através de uma cadeia
universal, liga entre si os maçons de todo o mundo" (BOTELHO, 2002, p. 111). Sendo que
sua origem, ao que tudo indica, está ligada às corporações de mestres pedreiros e construtores
A maçonaria começa a se espalhar pela Europa, a partir do século XVIII, onde ela era
moldada de acordo com cada sociedade em que era introduzida. Mas foi na França que ela
encontrou o lugar perfeito para divulgar seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade,
devido às transformações sociais pelas quais passava a sociedade neste momento. Surgia a
moderna maçonaria segundo Ângela Vianna Botelho, onde eram purificados os ritos, os
cargo eletivo. A partir do 4º grau, existem graus de estudos filosóficos, onde o “irmão”
Mas é sabido que até a maçonaria chegar a ser o que hoje ela é, teve que passar por
Assim, como ressalta o autor Cláudio Roque Buono Ferreira, no que se refere à maçonaria, no
caso a Operativa os autores são divergentes quanto a sua data de aparecimento. De inicio, era
composta por corporações operárias que se ocupavam das construções de edifícios sacros,
como as catedrais.
Continuando, o mesmo autor diz que os maçons operativos possuíam seus segredos.
Sendo eles exclusivos para os membros associativos, onde alguns eram relacionados aos seus
onde estavam os direitos e as obrigações de cada um. Seu ritual era voltado para a harmonia
do trabalho e preservação dos direitos de oficio, assim a loja era prioridade dos pedreiros.
Operativa para Especulativa foi marcada pela criação da Grande Loja Unida da Inglaterra,
mas até chegar a este ponto, a mudança foi lenta e gradual, marcada pela adesão de membros
Aceito por uma Loja ainda operativa foi a de John Boswell, Lord Auchinleck em 8 de junho
de 1600, na St. Mary’s Chapell Lodge (Loja da Capela de Santa Maria), em Edimburgo,
Ainda referindo a Ferreira, ele coloca que a Grande Loja da Inglaterra foi criada em 24
rapidamente pela Inglaterra, Europa e América. Seu objetivo agora não é mais a construção
material pregada pela maçonaria Operativa, mas a construção humana em sua perfeição,
educação. A partir de então, a maçonaria deixa suas origens ligadas às confrarias de pedreiros
da época medieval, e passa a permitir a admissão de novos elementos sem que estes façam
parte das corporações de ofício: eram os chamados maçons aceitos, ou fase da maçonaria
Especulativa, voltada para o conhecimento filosófico e que está viva até nos dias de hoje.
Segundo o autor, duas décadas após a formação da Grande Loja de Londres, foi feita
mesmo feito em 1751 por Bento XIV. Portanto, na Inglaterra houve uma aliança com o
Estado, sendo, que o mesmo não aconteceu nos países latinos, onde a maçonaria, devido ao
fato de sofrer perseguições por se identificar com a luta pela liberdade e fosse contra o
mesmos objetivos ligados ao movimento ilustrado, como as academias e os clubes, por ter um
caráter de sociedade iniciática, com uma rígida hierarquia e por rituais influenciados pelo
esoterismo.
O crescimento da maçonaria atraía, como coloca o artigo A Ordem, nobres pelo fato de
ser considerados “chiques” os encontros que mais pareciam um sarau secreto. Assim, também
Inglaterra, no ano de 1717, surgiram lojas, sendo que quatro delas se reuniram para fundar a
Na colônia a primeira sociedade secreta foi fundada em 1797 por alguns membros da
comandante francês. Segundo Botelho, nas lojas maçônicas estavam presentes parte da
intelectualidade brasileira, que viam nelas o lugar certo para se fazer reflexões e elaborar
No final do século XVIII, foram fundados no Brasil alguns clubes secretos, mas sem
Grande Oriente da França com o nome de Reunião. Mas, segundo Barata, foi graças à
formação intelectual depois de passarem pela Universidade de Coimbra onde eles se tornaram
para a Inglaterra e para França, com o intuito de completar seus estudos, principalmente na
Faculdade de Medicina de Montpellier, que era um dos focos maçônicos franceses. “Arquivos
do Grande Oriente de França, em Paris, apontam à existência de duas lojas dos estudantes
Joaquim Roberto Pinto Cortez afirma que, em 1815, foi fundada a importante
brasileira. “Todas as sociedades secretas passaram por dificuldades sérias, em 1818, com o
alvará de D. João VI interditando todas elas, chegando essas dificuldades até 1821, quando
Cortez ainda ressalta que no Rio de Janeiro, foram formadas duas facções políticas que
Este fato fez com que a rivalidade latente entre os dois grupos viesse à tona,
definitivamente. “Se, até a elevação de D. Pedro ao Grão-Mestrado do
Grande Oriente, as duas facções mantinham uma aparente cordialidade, após
este acontecimento, rompeu-se o tênue elo, que ligava Ledo a Bonifácio,
declarando-se, abertamente, a guerra entre os dois grupos” (CORTEZ, 2004,
p. 49).
Segundo Moacyr Flores (2004, p. 374), em 1822, José Bonifácio de Andrada e Silva
fundou o Grande Oriente do Brasil, sendo fechado por D. Pedro I e só ressurgiu em 1831,
tendo José Bonifácio como grão-mestre, passando a se chamar Grande Oriente do Lavradio
por ser este o nome da rua onde foi instalado. Como conseqüência deste fechamento, Cortez
coloca que Bonifácio começou a perseguir seus inimigos, fazendo com que eles buscassem
No século XVIII, como diz Botelho, a maçonaria se difunde pela Europa, moldando-se
de acordo com cada sociedade. Na França, a maçonaria difunde seus ideais de liberdade,
mesmo caráter libertador que assumiu nas demais colônias americanas. No que se refere à
data da penetração, não há um consenso sobre ela, sendo encontradas várias datas. Tanto
Holanda como Barata concordam que a maçonaria veio para o Brasil juntamente com idéias
burguesia como classe impede um processo semelhante. O que a maçonaria atinge no Brasil
não é a classe mais acessível no Velho Mundo. Aqui, os privilegiados são os filhos dos
aristocratas da terra que vão a universidades européias. “Só estes, por conseguinte, terão a
De acordo com Holanda, não podemos nos esquecer do objetivo libertador que a
maçonaria adquiriu nas colônias americanas, se tornando interessante aos colonos ir à Europa
ilustrar-se, e conhecer também as sociedades secretas, não só pelo fato de isso lhes dar
Emília Viotti da Costa afirma que “A elite educada nos princípios da ilustração,
Independência e, mais tarde, quando se tratou de organizar a nação” (COSTA, 2007, p. 30).
Desta forma, para a autora a abertura dos portos, em 1808, e a entrada de estrangeiros que
organizarem. Assim, além de um Grande Oriente a nível nacional, no Brasil, existem também
os Grandes Orientes Estaduais que são responsáveis pelas lojas do estado ao qual pertence.
Além deles temos as lojas, em determinadas cidades, que estão ligadas as demais obedecendo
a uma hierarquia. Esses Grandes Orientes Nacionais ou Estaduais são órgãos pelas as quais as
lojas se comunicam.
do Grande Oriente do Brasil. Assim como nos diz Barata, sete lojas com aproximadamente
mil e quinhentos membros, formaram uma nova obediência, ou seja, o Grande Oriente dos
Beneditinos. P ara o cargo de grão-mestre foi eleito Joaquim Saldanha Marinho, que era um
político e jornalista conhecido por ter posições anticlericais e defender o regime republicano.
“Mas é preciso ressaltar que o grupo liderado por Saldanha Marinho sofria grande influência
filantropia, ou seja, enquanto a inglesa aceitava que as idéias da maçonaria eram exclusivas da
filantropia, a francesa discordava. Para esta além da filantropia também era de extrema
maçonaria, uma das instituições mais organizadas do país, passava a sofrer fortes ataques da
segundo Barata, a distância entre Saldanha Marinho e o visconde do Rio Branco, e desta
forma dos dois grupos maçônicos. “Se as lojas maçônicas européias interferiram
excessivamente nos aspectos ligados à religião e à política dos Estados, as lojas brasileiras se
condenações dirigidas a maçonaria pela Igreja Católica contribuiu, segundo Barata, para
reforçar no imaginário coletivo, em especial, entre os católicos, uma visão identificada com o
Igreja, visto que ela descende da Ordem dos Templários e atua sobre a proteção do
87).
2
Movimento dirigido pela hierarquia eclesiástica no inicio do segundo reinado em 1840, que visava desvincular
a Igreja da coroa luso-brasileira e colocá-la sob as ordens diretas da Santa Sé.
A maçonaria assume a “existência de um discurso maçônico dividido em duas
discurso maçônico que dizia ser necessário haver uma separação entre Igreja e Estado. Do
outro lado, estava Rio Branco, que não queria abandonar as idéias liberais, estando
identificada com o regalismo, ou seja, doutrina que defende a ingerência do chefe de estado
em questões religiosas. Contudo, a identificação dos maçons brasileiros com a elite ilustrada,
ocorreu em ritmo bastante peculiar. Nos anos de 1860 a 1920 variou muito o número de lojas
no Brasil, tendo apresentado quatro fases bem definidas. Na primeira fase, que vai de 1860-
80, como o autor coloca, há um crescimento do número de lojas, o que pode ser atribuído a
duas causas.
Na segunda fase 1880-90 temos um período de união dos dois círculos maçônicos,
efetivada em 1883. Já na terceira fase, entre 1890 e 1910, o número de lojas em atividade em
todo o país aumentou cerca de 54% em relação ao período precedente. Na quarta fase 1910-20
Portanto, estando a maçonaria espalhada por todo o país, ela se manifestava de forma a
maçonaria, foi marcado por separações entre seus membros e o movimento da ilustração
brasileira.
Ele ainda conclui que o discurso maçônico se estrutura na universalidade da natureza
compromisso das luzes de combater as trevas, representadas pela ignorância, pela superstição
Existem espalhados pelo mundo vários Ritos3 maçônicos, alguns com muitos
seguidores outros com poucos. De maneira geral, os mais praticados são: “o Rito de York, o
Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito Moderno e o Rito de Schröeder. No Brasil, podemos
notar, ainda, a prática do Rito Adoniramita e do Rito Brasileiro” (CORTEZ, 2004, p. 85).
Cortez trata dos ritos citados anteriormente, colocando como data oficial da criação do
primeiro Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito é de 31/05/1801, sendo que
suas raízes são muito anteriores a esta data. Sobre o Rito de York, ele comenta que a criação
da Grande Loja de Londres, em 1717, provocou a resistência de inúmeras lojas inglesas, que
permaneceram livres e independentes. O centro desta resistência foi a Loja de York que
acabou por fundar uma Grande Loja chamada de Grande Loja dos Maçons Aceitos ou Grande
1761. Devido sua simplicidade e racionalidade, se espalha pela Europa e chega ao Brasil. O
Rito de Schröeder foi criado a partir de 29/06/1861, na Alemanha, por Frederic Ludwig
Schröeder. Sendo associado à Magia, à Teosofia, à Alquimia e demais ciências ocultas, hoje
O Rito Adoniramita, de acordo com Cortez, foi introduzido na França pelo Barão de
Rito Brasileiro aparece com o forte sentimento nativista, no século XIX. Possui alguns traços
3
Qualquer cerimônia de caráter sacro ou simbólico que segue preceitos estabelecidos.
dos Ritos Adoniramita e Moderno, mas também é influenciado pelo Rito Escocês Antigo e
Aceito.
Segundo o autor maçom Elias Mansur Neto, a maçonaria produz suas leis e cada
de lojas de sua jurisdição. Uma potência e suas lojas são regidas por uma constituição que
Regulamento Geral baseado nas leis contidas na constituição que rege a potência e é usado no
dia a dia do maçom. “As Lojas têm suas atividades baseadas na constituição, no Regulamento
Geral e no Manual do Rito de Trabalho que escolheu” (MANSUR NETO, 2002, p. 20).
Como observamos, a maçonaria possui normas que a regem de acordo com o rito do
qual ela faz parte se baseando para este na constituição. Desta forma, cada maçom teve
liberdade de pensamento para agir, mesmo que a ordem não tenha formado um grupo
uniforme. “Cada país teve autonomia para definir seus rumos e caminhos, o que fez a ordem
ter inclinações diferentes ao redor do globo: na Inglaterra e no Brasil, era ligada à aristocracia
Dentro da maçonaria existem ritos distintos, mas com objetivos iguais como é o caso
rituais, sendo que para se tornar um maçom, como ressalta o artigo A Ordem, o pretendente
precisa ser convidado por outro maçom, passar por uma entrevista e ter a sua vida investigada
por maçons. Na maçonaria são aceitos apenas homens que acreditam em Deus e têm pelo
menos 21 anos.
4
Artigo da revista Superinteressante, edição 217, ano 2005.
Para ser admitido ao Templo, o candidato deve ser apresentado vendado,
“nem nu, nem vestido” e despojado de seus “metais”. No ato da retirada dos
metais, podemos sentir outra vez a frase pintada nas paredes de Câmara de
Reflexões: “Se és apegado às distinções mundanas, retira-te, nós aqui não as
conhecemos.” Os metais, vistos como riquezas, simbolizam a vaidade
existente entre os homens e que deve ser deixada de lado antes do ingresso
no Templo (CORTEZ, 2004, p. 25).
Através das palavras do autor, vemos que para adentrar as portas de uma loja
maçônica primeiro é necessário abrir mão de algumas coisas. Embora que, às vezes, isso se dê
de maneira simbólica. Afinal, a admissão de alguém na maçonaria não se trata apenas de atos
significados.
maçônicos, faz uma referência ao autor Gaston Martin, que afirma em relação à permissão da
Não entra quem quer; é preciso que seja aceito; toda iniciação é uma escolha
e um favor. Na loja, todos são iguais, mas convém de início que os eleitos
reconheçam o profano digno dessa igualdade. A maçonaria é uma
democracia, mas é uma democracia dentro de uma elite. É importante insistir
sobre este ponto e deixar de confundir a aristocracia incontestável do
recrutamento com a igualdade fundamental do governo interior (MARTIN
apud ASLAN, s.d, p. 75).
Desta forma, o autor Nicola Aslan vem colocar que, a maçonaria durante o século
discursos. Todos os discursos e todas as circulares vinham para afirmar os deveres do maçom.
O artigo A Ordem ainda coloca que as sessões maçônicas, ou seja, reuniões das quais
os maçons fazem parte são feitas em templos carregados de símbolos, onde não há janelas e
sua entrada encontra-se voltada para o ocidente, onde a pintura é mais escura. Do outro lado,
no oriente é mais claro, e dali vem o conhecimento, nele fica o altar de onde à autoridade mais
alta dirige a sessão. “Nas paredes, há 12 colunas, uma corda com 81 nós e outros símbolos
como as pedras bruta e polida, que representam os momentos pré e pós-iniciação” (A
ORDEM, 2005).
entrega do avental e das luvas deve ser feita pelo Venerável5, simbolizando o trabalho e a
pureza da maçonaria. Esses Aventais serão usados durante as cerimônias para venerar o
É sabido que em toda Sociedade Iniciática, existem segredos e com a maçonaria não
foi diferente. “Em tempos de Maçonaria Operativa6, era absolutamente necessário que os
Especulativa7 herdou estes famosos segredos que, outrora, serviram de base para as grandes
Levando em consideração o artigo A Ordem, ele nos coloca que o segredo maçônico
está também em palavras reduzidas e acrescidas de três pontos em forma de delta o mesmo da
plural. E existem inscrições que devem ser lidas da direita para a esquerda, como referência
5
Cargo mais importante dentro da maçonaria.
6
Compunha-se de corporações destinadas à construção de edifícios sacros, principalmente catedrais.
7
Diferente da Maçonaria Operativa, seu objetivo é a construção humana em sua perfeição
CAPITULO 2 UM OLHAR SOBRE A MAÇONARIA E O MAÇOM
Goiás, a Loja Vale do Rio Claro, em Montes Claros de Goiás. Também analisaremos o
imaginário e a simbologia com relação à maçonaria, para isto utilizaremos além de pesquisas
Goiás, foi a Loja Azilo da Razão, na Cidade de Goiás, sendo ela fundada em 1º de agosto de
1835. De lá até a década de 1930, só mais duas lojas foram fundadas no Estado: a Loja Paz e
Amor III, na cidade de Catalão e a Loja Paz e Amor IV, na cidade de Ipameri. Entre os anos
de 1934 a 1940 foram fundadas mais nove lojas. “Coincidiu esse surto de crescimento da
maçonaria em Goiás, com a fundação da cidade de Goiânia, que se constituiu, portanto, num
8
Jornal maçônico do Estado de Goiás, nº 20 de setembro/outubro de 1997.
Assim, o jornal coloca que junto com a cidade de Goiânia, surgiram novas lojas como
a Liberdade e União, em 24 de junho de 1937. Esta foi à primeira loja da nova capital, que
tinha como seus membros personalidades, os quais não são citados os nomes. Sabemos que
maioria das vezes por intermédio desta loja, que se tornou a referência da maçonaria goiana e
Para que se criasse o Grande Oriente do Estado de Goiás, existiam vários obstáculos,
Estado, fosse necessário a existência de pelo menos três ritos diferentes, sendo que os ritos
maçônicos são as regras e cerimônias que acontecem dentro da loja maçônica. Como em
Goiás ainda não existia, as lojas que foram criadas logo após adotaram diferentes ritos para
Reuniões foram realizadas e comissões formadas de 1948 até 1957 e de acordo com o
jornal, elas tinham o objetivo de possibilitar a fundação do Grande Oriente. Embora não
alcançassem os resultados esperados para viabilizar a fundação, foram de grande valia no que
se refere à criação do Oriente Estadual, pois a cada reunião eram dados passos preciosos.
9
Órgão máximo da maçonaria brasileira. Fundado em 17 de junho de 1822.
10
Uma instituição Maçônica, Simbólica, Regular e Soberana que preside as Lojas Simbólicas que a constituem.
1957, foi criado o Grande Oriente do Estado de Goiás, contando com representantes das 30
mútuo reconhecimento entre o Grande Oriente do Brasil e a Grande Loja Maçônica do Estado
de Goiás, que é outra vertente da maçonaria. Esse fato se deve as mudanças pelas as quais ela
passou no decorrer dos anos. O referido tratado foi assinado em 07 de março de 1959, pelos
Uma das pessoas de maior importância na criação do Grande Oriente do Estado, como
relata o jornal, foi Nasseri Gabriel, o qual assume o comando interino da ordem e realiza a
primeira eleição e por meio desta o mesmo é eleito como Grão-Mestre e Waltrudes Cunha,
como Grão-Mestre Adjunto. No decorrer da história da maçonaria, fazem parte alguns nomes
fundamentais para que se consolidasse tanto o Grande Oriente do Brasil, como o do Estado de
Goiás eles são: Osíris Teixeira e Jair Assis Ribeiro. Osíris Teixeira, fazendo a mudança do
Poder Central para Brasília e Jair Assis Ribeiro, consolidou essa mudança, com a construção
do Palácio Maçônico.
É necessário para que haja uma boa compreensão sobre a maçonaria em Montes
Claros de Goiás, conhecer também, mesmo que de forma rápida como se deu a formação do
próprio município, ao qual ela faz parte. Sendo a cidade emancipada em 23 de outubro de
1963, e após alguns anos, ou seja, em 07 de setembro de 1977 é fundada na cidade a Loja
originou-se da doação feita pelo advogado Afonso Borges de oito alqueires de terra que
povoado. Em setembro de 1956, alguns homens fizeram, nesta fazenda, uma picada, onde
seria aberta a primeira rua do povoado. Estes homens eram: Neemias Lino de Oliveira,
Registro do Araguaia, distrito da Cidade de Goiás, desde 1902, que na época ainda era
conhecida como Goiás Velho. Portanto, através da Lei nº 244, de 30 de janeiro de 1958, da
dezembro de 1958, Diorama se emancipa e Salobinha passa a ser seu distrito municipal.
através da Lei nº 4717 e passa a se chamar Montes Claros de Goiás, sendo que sua instalação
se deu no dia 1º de janeiro de 1964. “A origem do seu nome se encontra nos montes que
possui, no Rio que o banha e, para diferenciá-lo da cidade mineira de idêntica denominação,
Segundo este autor, o município de Montes Claros de Goiás, possui uma área de 2.909
Km2 e se localiza na Região do Nordeste Goiano, Médio Araguaia. Possui quatro distritos que
são: “Aparecida do Rio Claro, Lucilândia, Ponte Alta do Araguaia e Registro do Araguaia.
Possui, ainda, as Comunidades Nossa Senhora da Guia (na Região do Sertãozinho) e Serra
Nova, Arenópolis, Bom Jardim de Goiás e Aragarças. Os principais rios que banham o
município de Montes Claros de Goiás são: Araguaia, Caiapó, Claro, das Almas ou dos Bois,
8.196 habitantes, sendo 4.337 do sexo masculino e 3.859 do sexo feminino. Sua densidade
Leon Diniz Linhares um dos fundadores da Loja Vale do Rio Claro, em Montes Claros
loja. Este histórico está contido em uma agenda maçônica dos anos de 2000 a 2001, a qual
tivemos acesso por intermédio do atual Venerável Mestre Oscar Pereira da Costa e a
De acordo com as palavras Linhares, a Loja Vale do Rio Claro nasceu do interesse de
alguns homens que eram integrantes da Loja União de Iporá – GO, onde muitos deles tinham
sido iniciados, embora residissem em Montes Claros de Goiás. A idéia inicial de se fundar a
loja em Montes Claros de Goiás, partiu do já maçom Divino Martins da Cunha, sendo
compartilhada pelos demais. Então a idéia foi levada até à Loja União de Iporá, que deu todo
maçom Dadir Carvalho Maia, médico da cidade. A reunião contava com a presença de
quatorze maçons que pertenciam as Lojas União de Iporá e Plenitude do Sigilo de Jussara,
nela ocorreu à votação para a escolha do nome da loja. Dos nomes sugeridos, o que teve um
maior número de votos foi “Vale do Rio Claro”, sugerido pelo maçom Ivan Brandão
Maranhão, Venerável eleito da Loja União de Iporá. Quanto aos outros nomes sugeridos não
foi possível ter conhecimento, pois alguns dos fundadores da loja se mudaram de Montes
fato que se deve aos mesmos motivos que levaram a escolha do nome da cidade, todos se
dirigiram ao local onde seria feito o lançamento da pedra fundamental do templo. Lá estavam
presentes algumas autoridades, como a do “Ir. Tobias José Ribeiro, Ven. da Loja União de
Iporá; do Ir. Laerte Ricardo Borges, Ven. da Loja Plenitude do Sigilo do Or. de Jussara e do
Sigilo de Jussara. Houve um fato marcante para os maçons, este foi quando o “Ir. José Sátiro
do Or. de Jussara disse que no momento em que a direção da Loja estava preste a entregar os
malhetes a seus sucessores, preferiram entrega-los aos Irs. de Montes Claros de Goiás, os
quais ainda são utilizados na condução dos seus trabalhos” (LINHARES, 2000).
A Loja Vale do Rio Claro, foi fundada no dia 7 de setembro de 1977, em Montes
Claros de Goiás, tem a Carta Constitutiva, documento de regularização da loja, datada do dia
08 de novembro de 1977, sendo o seu endereço, Avenida Santos Dumont, 1837 – Centro –
Os fundadores da Loja Vale do Rio Claro 1992, foram: Antônio Rodrigues Amorim,
Adelício Leite, Divino Martins da Cunha, Dadir Carvalho Maia, Ezequias Dias de Sousa,
Leon Diniz Linhares, Paulo Roberto Leão, Rugles Barbosa e Wolney Domingues. É
importante destacar que outros membros como Alvair Vilela Ribeiro, Benedito Queiroz da
Silva e Benedito Carlos dos Santos, já faziam parte da ordem, mas eram aprendizes e por isso
não foram considerados como fundadores. Para este fato não nos foi revelado nenhum dado.
11
Rito dentro da Maçonaria que deriva de Heredom e da época da fuga dos Cavaleiros Templários para a
Escócia.
Os maçons seguiram entusiasmados com a construção do templo em Montes Claros de
Goiás, colocando mãos a obra cujo resultado pode ser visto na foto 1 a seguir, bem como a
simplicidade do mesmo.
Embora o templo construído em Montes Claros de Goiás seja descrito por Linhares
como o mais humilde templo maçônico que se tinha notícia, para os maçons ele poderia ser
informações, foi ou talvez seja a única loja a iniciar seus trabalhos em templo próprio”
(LINHARES, 2000). Com o inicio dos trabalhos, a loja passa a conquistar a simpatia de
compreensível, pois como uma instituição que permite a entrada de poucos, isto faz com que a
mesma não tenha uma aceitação total das pessoas que ouvem falar sobre ela. Outra questão é
o imaginário, ou seja, são atribuídos à maçonaria pelos maçons alguns valores e esses valores
são desconhecidos pelas pessoas que não integram este grupo, comprometendo-se assim seus
reais significados.
No dia 19 de setembro de 1977, a Loja Vale do Rio Claro em Montes Claros de Goiás,
realizou a primeira sessão econômica relatada em ata. Nesta sessão, que é a reunião que os
maçons fazem semanalmente, foram discutidos assuntos como à fundação da loja em questão,
documentação da mesma, sugestões de nomes para a ocupação de cargos, gasto para a compra
de materiais, irregularidades de alguns membros, sendo que na ata não há a descrição para
estas irregularidades.
Também aparece relatado na ata a satisfação dos maçons pela realização dos primeiros
É importante deixar claro que todas as sessões maçônicas, desde a sua fundação até os dias
atuais estão documentadas em atas. Muito bem organizadas as quais não tivemos dificuldades
de acesso.
Um fato interessante contido nos relatos das atas das sessões da Loja Vale do Rio
Claro é a expressão Quarto de hora de estudos, para os maçons esta é a parte principal de uma
filosofia e dos simbolismos na maçonaria, que através dos tempos, de geração em geração,
chegou até nós e é nossa responsabilidade transferi-la para o futuro” (LEÃO, 1980, p. 28). Em
simbolismo.
Os primeiros membros iniciados na Loja Maçônica Vale do Rio Claro, foram: José
Leotásio Pinto e Jacó Ribeiro da Silva, sendo eles hoje inativos, ou seja, maçons que se
desligam das lojas portando documento de regularidade. Isso ocorre quando por algum
motivo o maçom se afasta da loja sem ter quebrado suas regras, tendo possibilidades de
obreiros passou por uma grande movimentação, isto se deve ao fato de que alguns irmãos
iniciaram-se, regularizaram, filiaram e outros foram embora. Mas mesmo com essa
movimentação a loja alcançou vinte e quatro membros, e isto não impediu que ela passasse
Sempre que conversamos com pessoas que não fazem parte da maçonaria, percebemos
que além do preconceito por parte de uns há admiração ou curiosidade por parte de outros que
sentem vontade de fazer parte do grupo, mas ainda não foram convidados. Esta vontade pode
ser explicada pela ligação que as pessoas no imaginário, fazem entre maçonaria e elite social,
Para que se evitasse o abatimento da Loja Vale do Rio Claro, em um encontro das
membros. A partir daí os maçons da referida loja encontraram ajuda novamente na Loja
União de Iporá, que atendendo aos pedidos, inicia um trabalho de apoio e assistência em todas
as reuniões que aconteciam na Loja Vale do Rio Claro. Para isto eles vinham participar das
sessões dando aos maçons que ainda restavam, força e ânimo para continuar os trabalhos.
Como afirma Linhares, logo após a eleição do Venerável Rugles Barbosa, que era e
que passava por dificuldades, procurou-se acabar com qualquer tipo de problemas pelos quais
a Loja Vale do Rio Claro enfrentava como a falta de membros e o desânimo dos que ainda
restavam. Dando a ela outra roupagem frente à sociedade de Montes Claros de Goiás.
É importante esclarecer que os cargos maçônicos podem ser eletivos e de nomeação
conforme a Constituição do Grande Oriente do Brasil, sendo que o candidato deve ser um
maçom efetivo. Os cargos são exercidos por dois anos, podendo haver a reeleição de um
chega a atingir 100% de freqüência de seus membros. A partir desta data passam a fazer parte
da instituição integrando seu quadro de obreiros e sua história os seguintes cidadãos: Adão
A partir deste momento estaremos trabalhando também com a memória, por se tratar
de uma pesquisa especifica de uma loja que não possui todos os dados históricos registrados.
É necessário que tomemos cuidado na hora de analisar os dados coletados, pois “a memória,
como qualquer outra fonte histórica, sofre de uma fraqueza, que é o seu desgaste ao longo do
tempo” (DIEHL, 2002, p. 117). Esse desgaste pode ao mesmo tempo fazer com que dados
Depois de passar por momentos conturbados e logo após, entrar em boa fase, a
templo. De acordo com o atual Venerável da Loja Vale do Rio Claro, Oscar Pereira da Costa,
a decisão de construir um novo templo se devia a falta de espaço do mesmo, pois era a menor
visitaram a loja da cidade de Fazenda Nova – GO, pois é comum entre os maçons a visitação
de outras lojas. Os maçons que participaram da visita foram: Rugles Barbosa, Wilian C.
Lopes, Luciano L. Guimarães e José G. do Nascimento. Segundo o Venerável citado acima, a
loja visitada já se encontrava dentro dos padrões exigidos. Esses padrões dizem respeito aos
símbolos e a própria arquitetura, já que eles possuem todo um significado para os maçons.
Para a construção do novo templo da Loja Vale do Rio Claro, em Montes Claros de
Goiás, os maçons contaram com a ajuda do Grande Oriente de Brasília, e principalmente com
seus próprios recursos, dispondo de um caixa. Após a elaboração do projeto da loja, começa a
sua construção no ano de 1999, ao lado da primeira loja, sendo inaugurada no dia 06 de
novembro de 2004.
Ao contrário do antigo templo que era pequeno e não dispunha dos padrões exigidos já
citados anteriormente, o novo templo dispõe de um espaço maior e além da simbologia que
padrão de construção que todas as lojas devem seguir, salientando que os significados
sagração do templo, ou seja, ele passa a ter um caráter sagrado para aqueles que o freqüentam,
já que para a instituição abordada há uma gama de rituais a serem executados. Além da
sagração, houve neste mesmo dia, a iniciação de Ailton N. Siqueira e Deusdédio Ribeiro,
Podemos observar o novo templo na foto 2, assim como a sua nova estrutura que
As instalações da primeira loja se tornaram um lugar para festas, é alugado para quem
deseja realizar sua festividade no local, não sendo exclusivo para maçons.
Um fato curioso é que há alguns anos atrás, quando se falava em uma festa na maçonaria a
impressão que se tinha era de algo fora dos padrões do povo montesclarense e algumas
Para poder suprir as necessidades com relação ao salão de festas e acomodar melhor as
pessoas, está sendo feito atualmente uma reforma. Neste local também são realizadas as festas
maçônicas, como por exemplo, quando há uma iniciação e se comemora com um jantar, onde
Cobridor Interno, Cobridor Externo e Expertos. As comissões são formadas por: Comissão de
apenas os que existem na Loja Vale do Rio Claro em Montes Claros de Goiás, e pra isso
usaremos o Regulamento Geral da Federação, emitido pelo Grande Oriente do Brasil. Sendo
assim, temos:
expediente, mantendo a ordem e não influindo nas discussões. Na Loja Vale do Rio Claro, em
Montes Claros de Goiás, de 1977 a 2009 o cargo de Venerável foi ocupado pelos seguintes
Vigilante. Orador: cabe a ele observar, promover e fiscalizar o rigoroso cumprimento das Leis
Maçônicas e dos Rituais. Secretário: compete a ele lavrar as atas das sessões da loja nos livros
realizar, de acordo com a liturgia do Rito respectivo, todo o cerimonial das sessões da loja;
Deputado Federal e Estadual que representam sua respectiva Loja perante as Assembléias
sendo considerados um dever pela constituição maçônica. Assim, tais critérios são usados
pela administração da Loja Vale do Rio Claro tem como forma de controle e organização, um
livro de registro de presença dos maçons que fazem parte daquela loja. Existe um livro para os
maçons que pertencem à outra loja e os visitam e há também um livro para aqueles que não
freqüência nas sessões por mais de noventa dias consecutivos sem apresentar uma justa causa.
A justificativa também não pode ultrapassar cento e vinte dias já que se isso acontecer o
Barbosa Orador, José Geraldo do Nascimento; Secretário, Izael da Luz Carlos, Mestre de
Cerimônia e Deputado Estadual, José Vilas Boa Deputado Federal, ressaltando-se que um
mesmo membro pode exercer mais de um cargo dentro de uma loja maçônica.
segue, podendo variar de acordo com o número de membros que a loja possui.
A Constituição do Grande Oriente do Estado de Goiás deixa claro que para ser
econômico-financeira que lhe assegure subsistência própria e a de sua família, sem prejuízo
anteriormente poderemos concluir que esse fato é levado a sério por seus membros, podendo
ser este um dos motivos pelo qual ela é vista por algumas pessoas como uma instituição da
elite social.
alguns nomes, bem como suas respectivas datas, estando citados apenas os freqüentes como
observamos no quadro 2.
Dos maçons citados no decorrer deste trabalho, a data de iniciação dos mesmos é
Goiás tinha, sua iniciação em Iporá - GO. Também não estão inclusos nesta lista alguns
maçons, devido ao fato de alguns já terem se afastado da loja, mudado para outra cidade, ou
maioridade. Ele precisa ter pelo menos 21 anos de idade, mas poderá ser aberta uma exceção
para os que têm 18 anos, se esses iniciantes forem filhos de maçons regulares, que pode ser
ativos são aqueles que pertençam a uma loja da Federação e nela cumpram todos os seus
deveres e exerçam todos os seus direitos. Os inativos são os que se desligarem das lojas,
de seguro, que segundo o próprio site do Pecúlio Maçônico do Estado de Goiás – PEMEG,
tem por finalidade amparar as famílias maçônicas. Este órgão foi criado em 05 de março de
1955 que repassa aos beneficiados a arrecadação dos maçons filiados, cumprindo o que está
Grande Oriente do Estado de Goiás, Tocantins e Distrito Federal, como as ligadas às Grandes
Lojas. Este modelo estatuário do pecúlio, escolhido por Waltrudes Cunha Barbosa é
considerado como eficaz, pois até o 1º semestre de 2008 foram pagos 2.957 pecúlios. A Loja
Vale do Rio Claro não está fora deste seguro, sendo que se algum maçom preferir pode pedir
tópico especificamente, buscamos uma definição a cerca da palavra imaginário, pois ela nos
à maçonaria e ao maçom, para que, assim possamos ter um bom entendimento sobre eles.
Bronislaw Baczko (1996, p. 310), coloca que o imaginário social é uma peça
também meio de autoridade e poder. Ele pode ser ao mesmo tempo o lugar e o objeto dos
conflitos sociais. Assim, todas as sociedades precisam não só de imaginar, mas de inventar o
que será legitimo quando se tratar de poder, então esse poder buscará essa legitimação através
de reivindicações.
coletivos, mostrando as possíveis vitórias de suas buscas. “Os sistemas simbólicos em que
assenta e através do qual opera o imaginário social são construídos a partir da experiência dos
agentes sociais, mas também a partir dos seus desejos, aspirações e motivações” (BACZKO,
1996, p. 311).
Uma das funções dos imaginários sociais segundo Baczko, está na organização e no
controle do tempo coletivo no plano simbólico. Eles agem ativamente na memória coletiva,
enquadram. “Os imaginários sociais operam ainda mais vigorosamente, talvez, na produção
As influências dos imaginários sociais vão depender da difusão e dos meios que
Os meios de comunicação em massa vão possibilitar que um único emissor atinja uma
audiência enorme, ainda não conhecida. São informações recebidas por toda parte, diversas
vezes por dia, que afetam os domínios da vida social. “Devido tanto à sua quantidade como à
representação coletiva que os homens, em todas as épocas, construíram para si, dando sentido
idéias e imagens, ou mais especificamente de símbolos, que possuem toda uma representação
para a maçonaria e seus membros. Essa representação foi capaz de perdurar durante os anos,
datado. Para cada período vivido pelos homens, são construídas conseqüentemente
Pensando nesta variedade de sentido, quando se fala de imaginário, foi elaborada uma
entrevista em forma de questionário para ser respondida por pessoas que integram a
maçonaria. O mesmo questionário foi respondido por pessoas que não faziam parte da
maçonaria, e com eles elaboraremos uma análise para conhecer o imaginário da sociedade de
Segundo Sandra Jatahy Pesavento (2003, p. 44), Jacques Le Goff entende o imaginário
como uma forma de realidade, para ele tudo o que o homem vê como sendo algo real é na
acontecimentos que envolvem as pessoas. Desta forma analisaremos as respostas dos maçons
responder o questionário. Os não maçons entrevistados são de ambos os sexos, estando entre
20 e 50 anos de idade, sendo as profissões pedreiro, desempregado, do lar, frentista e agente
significativo, pois representa uma família, uma sociedade de grande valor. Ela é considerada
como uma entidade filantrópica, um lugar onde pouco se fala e muito se faz. Serve também
para o crescimento do homem como filosofia de vida e construtora da moral. Foi possível
Os não maçons responderam de forma unânime quando disseram que a maçonaria não
representa nada para eles, mas alguns fizeram alguns comentários dizendo que a maçonaria é
uma reunião oculta, onde a família não participa e nem as esposas conhecem o segredo dos
maridos maçons. Ela também é considerada por eles, um grupo de reunião e uma seita
religiosa. As respostas divergem muito, isso pode ser efeito da falta de conhecimento, pois a
maçonaria possui um caráter secreto ou pela própria interpretação que as pessoas fazem sobre
A segunda pergunta feita: Quando você ouviu falar da maçonaria pela primeira vez? A
Pelas respostas dos maçons, percebe-se que para se chegar a uma conclusão
relacionada à maçonaria é preciso avaliar as pessoas que fazem parte dela, pois são pessoas
sérias que possuem um bom relacionamento social e familiar, citando até a sua participação
torna possível conhecê-la melhor. Aqui podemos concluir que a relação da maçonaria com a
não tinham nenhuma conclusão sobre ela, embora eles sempre deixem transparecer suas
opiniões. Dizem que se a família não participa da reunião, a maçonaria poderia ser uma coisa
que não pertence a Deus. Também há a afirmação de que ela é um bicho de sete cabeças, ou
uma seita, devido ao segredo que não pode ser revelado. De todas as respostas observamos
que a maçonaria não é vista com bons olhos, e as pessoas têm restrições ao falar sobre ela.
A terceira pergunta: seu ponto de vista em relação à maçonaria mudou com o passar
dos anos?
Para esta pergunta houve uma variedade de respostas dos maçons, alguns colocam que
seu ponto de vista mudou, pelo fato de pensarem que a maçonaria fosse um lugar bom,
considerando-a atualmente como ótima. Outros dizem que não mudou, mas que foi uma
grande surpresa descobrir o que tinha na Loja. Também foi possível conhecê-la melhor e por
meio da mesma realizar trabalhos de ajuda aos necessitados. É de fácil conclusão que para os
maçons a maçonaria é algo de grande valor que vem se aperfeiçoando no decorrer dos
tempos.
Quanto ao ponto de vista, alguns não maçons dizem que mudou e outros dizem que
não. Mudou, pois descobriram que a maçonaria é uma religião, onde os integrantes se ajudam.
E não mudou pelo fato de não participar dela. Nas respostas dadas a esta questão eles deixam
um vazio, por demonstrarem não ter uma definição sobre a maçonaria, ficando confusa a
A quarta pergunta: Pelo que você sabe o que é necessário para integrar a maçonaria?
O que prevaleceu em todas as respostas dos maçons foi acreditar em Deus. Também é
preciso valorizar a família, respeitar a pátria, ser honesto, humilde, ter uma boa conduta e
seguir os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Então, torna-se fato de que para
fazer parte de uma instituição maçônica é necessário primeiramente ser temente a Deus e
A maioria dos não maçons disse que é preciso ter dinheiro. Continuando, ressalta a
importância de um bom emprego, ser bem visto pela sociedade, possuir status social, ser um
cidadão sério e responsável. Diferente do que foi dito pelos maçons que primeiramente é
preciso acreditar em Deus para se tornar membro da loja maçônica, os não maçons dizem que
características. Ressaltamos aqui que essas afirmações possuem alguns significados, pois as
constituições maçônicas colocam como requisito para a iniciação condições financeiras capaz
Foram interessantes as resposta desta pergunta, todos os maçons disseram que não
concordam com a afirmação, mas que é preciso o homem ter condições de manter o
entrevistados cita até o fato de existirem membros que são funcionários públicos para afirmar
que não é preciso fazer parte da elite, se esquecendo que alguns deles integram este grupo. Ao
mesmo tempo, colocam que o homem está sendo moldado para assumir seu papel de cidadão
e atuar na sociedade com caráter e honestidade, pois há uma vigilância da sociedade sobre as
Todos os não maçons disseram que concordam com a afirmação, justificando que
nunca ouviram falar de pessoas pobres ou de baixa renda façam parte dela. Mas, pelo
contrário só a elite social, ou seja, a classe média e os ricos são convidados a participarem da
maçonaria. É nítido como a maçonaria está associada à elite, por mais que os maçons não
concordem com esse fato, dizendo ser necessário apenas ter um emprego que consiga suprir
A sexta pergunta: Você conhece ou faz parte de algum trabalho desenvolvido pela
Amazônia como soberania nacional, casa de apoio a saúde com ambulância e refeição, contra
a pobreza e pelo bem estar da população, independente de ser maçom ou não. Todos
Apenas uma pessoa não maçom respondeu que conhece o trabalho desenvolvido pela
analisarmos a quantidade de trabalhos citados pelos maçons ficará uma lacuna, pois se eles
são desenvolvidos, por que as pessoas não têm conhecimento sobre eles? Será que falta
divulgação ou interesse dos que não são maçons? Ou a maçonaria conserva em suas ações o
resposta os três pontos usados pelos maçons, seguidos das palavras igualdade, liberdade e
fraternidade. Ele segue dizendo que os símbolos maçônicos são símbolos de retidão do ser
humano, e significa que o maçom tem que procurar ser o mais reto possível nas ações morais,
com a família, com a pátria, com Deus, com seus irmãos maçons e com a sociedade que ele
chama de profana.
Outra resposta dos maçons foi que os significados são muitos e de vários tipos como a
arquitetura do templo, que é como uma igreja para os maçons, as colunas representam o
maçom resume os símbolos a toques, palavras e sinais. E outro diz não está autorizado a falar
sobre eles. Concluímos que há uma variedade de símbolos e cada um tem uma interpretação
total. Todos afirmaram não conhecer os significados, isso já era esperado, pois pouco se sabe
sobre ela, e a maioria só se sabe parte do senso comum. Também falta uma abertura da
própria maçonaria para que as pessoas possam entendê-la melhor. Cada grupo de indivíduos
possui uma maneira de traduzir o valor simbólico das coisas, isto se deve ao imaginário
maçonaria colocando-a como uma instituição que muito faz pelas pessoas em geral, buscando
aprimorar o homem e seu caráter, preservar a família e a família maçônica. São movidos por
uma força superior que é Deus, para eles O Grande Arquiteto do Universo. Do outro lado,
estão as pessoas que não fazem parte dela, e têm uma visão muito diferente. Para eles é uma
instituição elitista que despreza o menos favorecido, que esconde da própria família segredos,
próprias idéias, símbolos, toques, palavras e sinais. Tendo uma representação que perdura
com o passar dos anos, para aqueles que não fazem parte dela essa representação perde o
significado. “O imaginário é capacidade humana para representação do mundo, com o que lhe
capacidade de representação que leva as pessoas a criar e recriar as coisas, dando a elas
sentido.
Da análise feita das entrevistas percebemos a força e amplitude do imaginário.
Usamos as mesmas perguntas para grupos diferentes, o valor que recebe a instituição por
aqueles que a compõe é totalmente diferente do dado pelos que não a conhecem. No
imaginário dos maçons a maçonaria é algo bom que propicia o crescimento da pessoa em
todos os aspectos, sendo este o valor dado a ela pelos maçons no decorrer dos anos. No
imaginário dos que não fazem parte da maçonaria ela é uma instituição que exclui pessoas.
significados e a sua importância dentro de uma loja maçônica. É importante neste tópico
trabalhar o imaginário, pois ele trata de simbologias. E como sabemos os símbolos também
são uma forma de imaginário usado por pessoas que os designam e dão significados. Assim,
como ressalta Baczko e já citamos anteriormente, uma das funções dos símbolos é introduzir
Sabemos que a maçonaria é carregada por simbologias, cada um desses símbolos, com
seus próprios significados representando uma idéia a qual lhe deu origem. Explicar ou
interpretar um símbolo pode ser muito difícil, sendo que ele deve ser analisado sob vários
conhecimentos, sua tradição, sua filosofia, a todos os seus iniciados, através de uma variada
irá depender de vários fatores, como o conhecimento e nível cultural de quem a busca.
Com o surgimento da maçonaria especulativa no século XVIII, na Inglaterra,
ressurgiu também uma releitura dos simbolismos religiosos que se
encontravam deturpados pela ignorância eclesiástica medieval. Os maçons
especulativos começaram a estudar os simbolismos religiosos e iniciáticos,
dando origem a simbologia mística, dos maçons operativos, alquímicos e
outros símbolos tradicionais (CASTRO, s.d).
maçonaria Operativa em Especulativa nos séculos XVIII e XIX, ela ganhou muito no sentido
intelectual. Mas esta intelectualidade trouxe com ela a vaidade e a ambição, havendo
principalmente na França e na Alemanha uma enorme expansão de Ritos e Altos Graus, quase
Juntamente com estas correntes, veio também uma grande reunião de idéias e
símbolos. Com isso, o autor Cortez coloca que um símbolo analisado segundo uma linha de
pensamento terá um determinado valor. E se mudarmos essa linha, ele mudará o seu
significado e assim passará a um novo valor. Portanto, no século XVIII, a maçonaria irá
como símbolos maçônicos, estando eles presente na sociedade até os nossos dias.
Cortez coloca que: “A Maçonaria nos submete à determinadas provas durante a realização do
cerimonial. Estas provas foram, no passado, físicas e reais. Em nossos dias, o seu significado
é, meramente, simbólico” (CORTEZ, 2004, p. 25). O intuito das provas pelas quais o
candidato se submete, segundo o autor, tem a função de alertar-lo para tudo o que está a seu
redor.
discute a questão do templo e da loja observando que elas também estão impregnadas pela
simbologia que envolve a maçonaria. Ele inicia seu trabalho denominando “Loja, a sociedade
vivemos, representa o grande infinito. Por isso ela deve seguir algumas exigências
e branco, com a estrela flamígera e a borda dentada, símbolos usados nas sessões. A luz
penetra por três janelas, ao Oriente, ao Sul e a Oeste; mobiliário, jóias, móveis e imóveis, a
Carta Constitutiva e um mínimo de sete obreiros, Oficiais, para a abertura dos trabalhos.
Nos trabalhos realizados dentro da maçonaria, seus membros usam algumas vestes ou
paramentos mais jóias e ferramentas. A função das vestes assim como das jóias, segundo
Leão (1980, p. 04), é de identificar o grau ou cargo que o mesmo executa. As ferramentas
representam o desempenho da obra a ser feita. Todos esses itens são símbolos que compõem
os rituais maçônicos são indispensáveis em suas reuniões pelo fato de possuir significados
para o mesmo.
das Reflexões, local onde fica a pessoa antes de entrar no templo, pessoa esta designada pelos
maçons como profano, um prédio maçônico compõe-se de três partes: A Sala dos Passos
Oliveira explica que a Sala dos Passos Perdidos é lugar que ficam os irmãos e
visitantes antes do inicio das sessões. Neste ambiente pode-se conversar livremente, além de
realizar atividades de recreação dos maçons. A Sala é “onde os Maçons se revestem com seus
paramentos e ornam-se com suas jóias” (LEÃO, 1980, p. 03). O Átrio ou Vestíbulo é o local
que precede ao Templo, nele ficam as estrelas para recepção das autoridades onde é fixado
especiais e sob autorização, a loja poderá se reunir fora do templo mantendo simbolicamente a
mesma denominação. João Cristovan Leão (1980, p. 03), levanta a questão da existência de
mais uma sala. Ela recebe o nome de Sala das Meditações, sendo um cubículo localizado no
subsolo, local onde os candidatos ficam para refletir e se prepararem para a iniciação, além de
mente do maçom, isto é no corpo e na alma, para o recolhimento do bem, do amor fraternal,
como referência algumas partes da Bíblia como: João, cap. 2, 18-21 e Coríntios, cap. 3, 16-17.
Assim, Oliveira explica que os símbolos estão associados à humanidade desde o seu
surgimento, pois os povos primitivos comunicavam e registravam sua historia a partir deles,
eles se constituem de sinais produzidos conscientemente pela sua presença no planeta. Para
um mesmo símbolo pode haver várias interpretações, da mesma maneira que uma coisa pode
ser representada por diferentes símbolos. Isto se deve ao fato de como as pessoas os
(CASTRO, s.d). Contudo, como o próprio autor afirma o verdadeiro símbolo é aquele que
pode ter diversas interpretações, vista por vários ângulos, sendo que estas interpretações
podem ser feitas de acordo com as capacidades intelectuais e emocionais que cada indivíduo
Nos templos maçônicos são encontrados inúmeros símbolos, alguns se destacam mais
pelo seu uso constante e conhecimento entre os maçons. O autor citado revela em um texto
se encontra em anexos.
Ainda falando sobre a simbologia maçônica, o maçom Arnaldo Sato, comenta sobre
outros símbolos ainda não trabalhados, mas que merecem serem dados seus significados
devido a sua importância para a maçonaria. Observaremos o teto da Loja Vale do Rio Claro, e
os símbolos que dela fazem parte e que definimos neste tópico, segundo autores maçons.
trevas, em oposição ao sol, para mostrar a escalada iniciática do obreiro, das trevas em
direção à luz.
espiritual.
Estrela Flamígera – A pentagonal que tinha raios ou pontas ondulantes, tal qual ainda
O astro que ilumina a loja de companheiros, onde figura no oriente acima do venerável ou no
ocidente entre as duas colunas ou ainda acima do pedestal do segundo vigilante, a sudoeste
rituais de encontros é possível perceber o que a autora Tatiana Almeri (s.d p.39) chama de
espiritual. Nas lendas maçônicas que abordam a questão com relação à imortalidade da alma,
espírito e da eternidade.
É importante destacar que neste tópico não foram trabalhados todos os símbolos e
significados maçônicos. Foram apresentados os que mais se destacam pela sua repercussão e
conhecimento no que diz respeito à maçonaria. Devemos ainda frisar que seria um erro da
nossa parte, pensar que poderíamos discutir todos os aspectos envolvidos à maçonaria, pois
por mais que hoje seu caráter não chegue a ser secreto, mas discreto, a questão “segredo”
ainda continua indecifrável para aqueles que não penetrem suas portas.
12
Entidades autônomas regulares e soberanas que congregam as lojas simbólicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Montes Claros de Goiás, pelos membros que pertenciam a Loja União de Iporá – GO, mas
que residiam em Montes Claros de Goiás. Esse fato fez com que fosse despertado o interesse
de fundar uma loja na cidade, então com o auxilio da loja de Iporá, os maçons tomaram as
Assim, como todas as lojas maçônicas a de Montes Claros de Goiás, Vale do Rio
Claro, é repleta de símbolos, sendo que a própria arquitetura possui significados simbólicos e
há um padrão arquitetônico ao qual às lojas devem seguir na sua construção. Estes símbolos
são partes integrantes dos rituais, e é através deles que são realizadas as sessões, pois para
cada um dos cargos exercidos dentro da loja existe um símbolo que o representa.
sociedade montesclarense, está relacionada à elite social. Isto é mais amplo do que se pode
imaginar, pois de certa forma ela está realmente ligada a uma elite, já que para se tornar um
condições financeiras de se manter, manter a sua família e ainda os gastos com a loja. Ainda
que os maçons não concordem com esta idéia, insistindo em que o requisito mais importante
Portanto, a loja maçônica é uma instituição onde se reúne apenas homens, após passar
pelo processo de iniciação, e com a Vale do Rio Claro, isto não é diferente. Segundo
informações durante as sessões os maçons discutem assuntos relacionados à sociedade em
personalidade, à justiça social e a mais estreita solidariedade entre os homens. Ostenta o seu
religiosas. Porém, ela tem passado por evolução nos tempos e segundo os países. A maçonaria
não tem preconceito de poderes, e nem admite em seu seio, pessoas que não tenham um
Como vários autores colocam, estudar a maçonaria não é nada fácil, pois devido a seu
caráter secreto é complicado dizer se realmente algo é verdadeiro ou não. O nosso intuito
nesta pesquisa não é elencar todos os dados e aspectos sobre a maçonaria, sendo isso
comuns e sobre o que as pessoas, mesmo pela falta de conhecimento, já ouviram falar e têm
uma concepção formada. Para nós a conclusão deste trabalho é de grande valia, tendo ele nos
esclarecidos grandes duvidas referentes à maçonaria, esperamos que ele possa ser de grande
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MANSUR NETO, Elias. O que você precisa saber sobre maçonaria. São Paulo: ieditora,
2002.
Acácia era a árvore que fornecia sua madeira aos povos hebreus, a sagrada e aromática
trabalho. É o único que dá ao maçom o direito de entrar nos templos e participar das reuniões.
Sua forma e cores variam de acordo com os graus e ritos, mas seu significado místico é o
mesmo. O avental branco, sem adornos do 1º grau indica a pureza da alma, que se supõe tê-la
alcançado neste grau. O azul celeste está associado com a dedicação espiritual. Nos graus 1º e
2º não aparecem nenhum metal, pois o maçom esteve teoricamente se despido de todos os
equilíbrio, a lealdade e a sabedoria. Esta é a cor que figura nos graus 3º, 4º e 14º do Rito
Escocês e Aceito. É a cor celeste que caracteriza as Lojas Simbólicas e os maçons dos três
primeiros graus.
corresponde ao Venerável Mestre da Loja que significa sabedoria. A Dórica que corresponde
ao primeiro Vigilante e que representa a força. Por último, a Coríntia que corresponde ao
segundo Vigilante e representa a beleza. Na porta do templo são colocadas duas colunas
efetivas que são chamadas Boaz e Jachim. A primeira, Boaz se localiza à esquerda e a
coloca sobre o altar da loja enlaçado com o esquadro para simbolizar a macrocosmo, e a
Bíblia para significar a sabedoria que ilumina e dirige tanto o macrocosmo como o
primeiro polígono. Tanto nas Igrejas Judaico-cristãs como nos templos maçônicos está
geralmente envolvido por um “glória”, centrada pela letra G. É o símbolo da tripla força
indivisível e divina que se manifesta como vontade, amor e inteligência cósmicos ou ainda os
pólos positivo e negativo e o efeito de sua união. É às vezes figurado por três pontos.
espiral, ela representa a dificuldade em subir, aprender e auto aperfeiçoar-se, mostrando que a
evolução não se desenvolve de uma forma constante e retilínea. Sua persistência em busca da
Escada de Jacó – A escada mística vista por Jacó (Gênesis 28: 12,13), simboliza o
ciclo evolutivo da vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimentos e mortes, a
significado consta de quatorze degraus. Na verdade seus degraus são tantos quantos são as
virtudes necessárias ao aperfeiçoamento de cada um. A três mais importantes são a fé, a
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Figura simbólica, insígnia; símbolo.
Espada – Acessório muito usado nas cerimônias maçônicas, geralmente como símbolo
Espada Flamígera – A que tem a lâmina ondulada, qual língua de fogo serpentino. É
emblema mais conhecido dos maçons. Simboliza a equidade, justiça e retidão, e constitui a
jóia do cargo do venerável mestre, porque este deve ser o maçom mais reto e justo da loja. Em
conjugação com o compasso, que representa Deus ou o Eu superior, para o qual deve o
recorda ao maçom que deve buscar unir-se à sua fonte de origem e desprender-se das ilusões
terrenas.
Fogo – O mais sutil, ativo e puro dos quatro elementos (terra, ar, água e fogo) é o
principio animador, masculino em oposição à água e fonte de energia. Nas lojas maçônicas
mantém-se aceso sob a Estrela Flamígera, onde o primeiro diácono leva a luz aos seus irmãos.
Letra “G” – Sétima letra do alfabeto maçônico. Chama-se gimel em hebreu, e em geral
Luvas – Tem sido usada pelos maçons como uma marca de distinção e pureza. Depois
de sua recepção, o aprendiz recebe dois pares de luvas brancas, dos quais um se destina a ele e
o outro “à dama que mais ele amasse”. A luva branca recebida no dia de sua iniciação tem
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Abreviação maçônica para Grande Arquiteto do Universo (Deus).
Malho – É a ferramenta de trabalho do aprendiz, para alegoricamente, desbastar a
pedra, ou educar a agreste e inculta personalidade para uma vida ou obra superior. O malho
simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e
superar os obstáculos.
Nível – É a jóia móvel usada pelo primeiro vigilante das lojas maçônicas simbólicas
e pretos. Simbolizam seres animados e inanimados que decoram e ornamentam a criação, bem
como o enlace do espírito e matéria da vida e forma por toda a parte a união dos maçons do
rude do Aprendiz, cujas arestas ele aplana, e a ele cabe disciplinar, educar e subordinar à sua
vontade.
auxilio do esquadro, nível e prumo, torna-a polida em forma cúbica. Desde os velhos tempos
Romãs – Emblema que coroam as colunas J e B dos templos e cujos grãos significam
Trolha – É adotada pela maçonaria como instrumento simbólico com o qual se aplica a
argamassa humana destinada a realizar a unidade. Tal qual o pedreiro cimenta as várias pedras
com um nó central acima da cadeira do venerável mestre. Tendo de cada lado quarenta nós,
que se estendem pelo norte e sul, terminando seus extremos, em ambos os lados da porta
corda significa que a maçonaria é dinâmica, progressista estando sempre aberta às novas
idéias que possam contribuir para a evolução do homem e para o progresso racional da
humanidade.
templo; a pedra bruta, a pedra cúbica e a prancha de traçar, símbolos dos três graus
desbastamento da pedra bruta; três janelas simbolizando a marcha do sol; a corda de nós; e
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Grande sala de circulação com o teto sustentado por colunas ou pilares.
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Substitui o Venerável Mestre caso ele não compareça as sessões maçônicas.
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Substitui o Venerável Mestre e o 1º Vigilante caso os dois não compareçam as sessões maçônicas.