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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

A Transformação Digital na Educação no


Mundo Globalizado
1/2

Contextualização
Caro(a) aluno(a),
Nesta unidade, abordaremos a temática atual acerca da transformação digital na educação no
mundo globalizado.
O principal objetivo é entender como esse processo vem mudando a atuação no setor educacional
na última década. Observaremos os desafios e oportunidades importantes para esse segmento de
atuação.
Não se esqueça de acessar os demais materiais, onde encontrará o conteúdo e as atividades
propostas.

Orientações para Leitura Obrigatória com Comentários sobre


as Indicações
Transformação digital e a nova globalização
LOPES, M. A. 
Abrir artigo
O artigo traz o exemplo de um serviço que, através do uso da tecnologia digital, revolucionou o
mercado. Oferecendo uma prestação de serviço existente de modo mais econômico, ágil e cômodo
para o cliente, apresentando um custo inferior ao praticado, foi possível fazer melhor e com menos.
Dessa forma, o artigo traz uma realidade possível, que empresas buscam a todo o tempo para terem
sucesso no mercado.
Fazendo uma correlação direta com o espaço educacional (que mais nos interessa nesse momento
de estudo), da mesma forma, instituições de ensino têm alterado o conceito de
ensino/aprendizagem, inserindo, por exemplo, a educação a distância ou híbrida no mercado a
custos mais baixos, proporcionando ao estudante acesso à formação de forma mais barata, prática e
facilitada.
Esse movimento é fruto da globalização e do uso em massa dos telefones celulares e computadores
por parte dos consumidores, que passam, através dessas ferramentas, a consumir serviços e produtos
de forma digital, como é o caso da educação. 
Assim, esses avanços têm levado o setor educacional a ser redesenhado sob uma nova realidade e
um novo paradigma estratégico que veio para ficar.

CRYPTOID

Transformação digital na Saúde e na Educação são debatidos


no último dia do Futurecom Digital Summit | CRYPTOID
Mais de 11 mil pessoas, com participação de internautas de todas as regiões do Brasil e de 22
países, tiveram acesso às discussões virtuais em oito dias de jornada O legado deixado pela
pandemia do coronavírus já aponta para as grandes mudanças que o mundo globalizado tem
absorvido em poucos meses de um aprendizado exponencial em todas as camadas sociais e
corporativas.
Leia mais CRYPTOID
A notícia traz informações recentes sobre a temática da transformação digital na educação, que foi
discutida no Futurecom, maior evento de tecnologia, telecomunicação e transformação digital da
América Latina. 
Considerando o atual cenário do Coronavírus, o texto aponta as transformações rápidas e
emergenciais necessárias para uma adaptação educacional imediata frente à condição imposta de
isolamento social.
Ao discutir questões de saúde e de trabalho desafiadoras, colocadas pelo cenário da pandemia,
destacou-se o impacto da tecnologia no campo da educação. Modificou-se a forma de interação com
os estudantes, as quais passarão a ser a prática rotineira a ser seguida, ainda que sem restrições
impostas pelo Covid-19. O ensino online trouxe uma nova forma de ensinar e de aprender, fazendo
uso de tecnologias diversas.

Pyxis Educacional

Tendências na educação digital: as previsões do Horizon


Report
O relatório Horizon Report - Edição para o Ensino Superior é publicado anualmente com as
perspectivas de adoção das tecnologias digitais na educação superior. As análises consideram
cenários de curto, médio e longo prazo e projetam de que forma tal tecnologia poderá ser utilizada
na educação. Mas será que as previsões vêm se concretizando?
Leia mais Pyxis Educacional
PORVIR

Relatório de tendências agora discute o que deu errado em


previsões para o ensino superior - PORVIR
por Fernanda Nogueira 20 de maio de 2019 Projetos de aprendizagem combinada e o redesenho dos
espaços de aprendizado, que se expandem do físico para o virtual, são tendências de curto prazo
para adoção da tecnologia no ensino superior, diz o relatório Horizon Report: 2019 Higher
Education Edition.
Leia mais PORVIR
Temos dois links de leitura que fazem uma breve análise sobre o Horizon Report 2019, tratando-se
de um relatório que possui tradição e excelência; é desenvolvido pelo New Media Consortium
(NMC) e compilado pela Organização Não Governamental (ONG) Educase desde 2018. O relatório
serve como referência e guia de planejamento de tecnologia para os educadores, gestores de Ensino
Superior, administradores, formuladores de políticas e profissionais de tecnologia.
A análise presente nos dois links está relacionado ao relatório de 2019, embora já tenhamos uma
nova publicação em 2020. Esse relatório foi desenvolvido com 98 especialistas da área e traz as
principais tendências de tecnologia e educação, de modo a guiar como instituições ou gestores a
acelerar a adoção das tecnologias e também trazer os principais desafios que impedem a adoção, ou
o porquê algumas tecnologias relatadas em versões anteriores falharam ou não tiveram sucesso na
aplicação em grandes escalas.
Seguem algumas das principais tendências que devem ter impacto significativo nas maneiras como
faculdades e pesquisas abordam sua missão principal de ensino, aprendizagem e pesquisa.
Assim, nenhum curto prazo (próximos um a dois anos) temos o seguinte:
• Redesenho dos espaços de aprendizagem;
• Projetos de blended learning, ou ensino híbrido.

Já no médio prazo (próximos três a cinco anos):


• Desenvolver culturas de inovação;
• Foco crescente na definição da aprendizagem.

E no longo prazo (por cinco ou mais anos):


• Repensar como as instituições funcionam;
• Cursos modularizados ou individualizados.

Quanto aos desafios desafios que impedem a adoção de tecnologia no Ensino Superior, são
organizados em três categorias relacionadas à dificuldade de resolução, vejamos: 
• Desafios de nível mais baixo de resolução: 
• Melhoramento da fluência digital;
• Aumento da demanda por experiência de aprendizado digital e especialização em
design instrucional.
• Desafios de difícil solução:
• Os papéis em evolução do corpo docente com as estratégias da edtech;
• Foco no sucesso do aluno.
• Desafios de alta complexidade: 
• Avanços na igualdade digital;
• Reflexão sobre a prática de ensino.

Quanto às tecnologias previstas para o futuro na Educação Superior, o relatório inclui possibilidades
que merecem destaque no ensino, na aprendizagem, pesquisa e investigação criativa no futuro, a
saber:
• Previsões para um ano ou menos:
• Mobile learning;
• Análise de dados.
• Previsões para dois a três anos:
• Realidade mista;
• Inteligência artificial.
• Previsões para quatro a cinco anos:
• Blockchain;
• Assistentes virtuais.

O relatório de 2019 se volta às opções anteriores, especificamente quanto às opções de tecnologia


que seria aplicada à educação e que não fosse necessariamente aplicada em escala; mereceram
destaques:
• Jogos e gamificação: as expectativas e realidades;
• Realidade aumentada e mista: por que, quando e como situar a aprendizagem em
contextos autênticos?
• Aprendizagem adaptativa: compreendendo o seu progresso e potencial.

Este assunto é extremamente importante para os estudantes e as instituições de ensino, pois mostra
quais são as tendências de tecnologia e/ou inovação na educação deve ser aplicada no futuro.
Seguem os links (em inglês) para aprofundamento da análise completa dos relatórios; vale destacar
que não se tratam de leituras obrigatórias:

Educause

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Veja em Educause

Educause

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Veja em Educause

YouTube

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Inovação na educação e as famílias
A inovação na educação é um tema muito presente e na maioria das vezes tratado pelo viés da
pedagogia, da tecnologia e das metodologias, mas ela será muito m...
Veja em YouTube
Assistiremos à entrevista do filósofo Mário Sergio Cortella, quem discute o tema de inovação na
educação e a relação com as famílias. Note que os alunos atuais não são os mesmos de 10, 15 ou 20
anos atrás e, por vezes, a educação tradicional sem inovação os trata como se fossem equivalentes.
Fazer como eu fiz não é fazer o que eu fiz, 
mas é fazer o que eu faria se eu estivesse agora.
Observemos que não podemos repetir exatamente como foi feito no passado, mas dar atualidade
para aquilo que está agora. As gerações que estão hoje no Ensino Fundamental, Médio ou Superior,
já nasceram com a tecnologia e nós, docentes e discentes, devemos compreender e nos adaptar a
esta nova realidade, trazendo isto para a educação.
As tecnologias não podem ser utilizadas apenas para a distração e o entretenimento, devendo ser
empregadas no contexto educacional, de modo que as famílias têm papéis importantes neste
processo.
Assista ao vídeo indicado e reflita sobre a nova realidade deste mundo conectado para, então,
estabelecer a relação com a educação e como você aprende.
Assim, tente relacionar o texto sobre o Horizon report, que mostra quais tecnologias serão
empregadas no futuro da educação, e reflita sobre como isto poderá impactar na sua maneira de
aprender e ensinar.
Bons estudos!
2 - Preservação da Saúde Mental no Mundo Globalizado

Preservação da Saúde Mental no Mundo


Globalizado
2/2

Contextualização
Caro (a) aluno (a),
Você já percebeu como o termo pandemia tornou-se comum em nossa linguagem em função das
implicações da propagação do novo coronavírus? As consequências da covid-19, de proporção
intercontinental, acarretaram mudanças nos padrões de comportamento de muitos, a ponto de nos
vermos obrigados a criar novos padrões de comportamento, os quais inclusivos nomeamos de “o
novo normal”.
Mas o fato é que, a despeito da inegável gravidade das sequelas do novo coronavírus em todo o
mundo, temos vivido, há tempos, uma epidemia oculta, que, lamentavelmente, não tem repercutido
em mudanças tão irrelevantes no estilo de vida das pessoas. Trata-se dos distúrbios de saúde mental.
Não é por acaso que esse é o mal do século. Apesar de oculta, a abrangência têm sido cada vez
maior. De acordo com o estudo publicado pela Our World In Data, entidade que reúne dados de
estudos mundiais, estimava-se em 2018[1], que pouco mais de uma em cada 10 pessoas no mundo
(10,7%) sofria de alguma forma de transtorno mental. Entre os mais jovens os dados são mais
alarmantes, segundo como Nações Unidas, até 20% dos adolescentes em todo o mundo, de distúrbio
de saúde mental[2].
Convido-o, por meio da leitura dos textos, à reflexão sobre quais os esforços tem sido feito para
preservação da saúde mental no mundo globalizado em que vivemos. O primeiro texto reflexão
mais global considerando o contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O
segundo, traz a ótica da realidade brasileira para o cuidado da saúde mental. Aproveite para pensar
sobre o que você tem feito para preservar a sua saúde mental. Lembre-se de que ela é fundamental
para que alcance todos os demais objetivos que você tem.
Então, boa leitura e boa reflexão.
[1] RITCHIE, H. e ROSER, M. (2018) Mental Health. OurWorldInData.org. Disponível em:
<https://ourworldindata.org/mental-health>. Acesso em: 04/08/2020.

[2] ONUBR. (2019) Agências da ONU discutem como reduzir transtorno de saúde mental em crianças e adolescentes.
Nações Unidas Brasil . Nov. 2019. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agencias-da-onu-discutem-como-reduzir-
transtornos-de-saude-mental-em-criancas-e-adolescentes/>. Acesso em: 04/08/2020.

Orientações para Leitura Obrigatória com Comentários sobre


as Indicações

Lisboninstitutegmh

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Veja em Lisboninstitutegmh
A leitura atribuída ao artigo publicado pela Rede de Inovação em Saúde Mental do relatório
elaborado pela comissão da revista Lancet sobre uma agenda global de saúde mental no contexto
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Passada uma década da série Lancet de 2007 sobre saúde mental global, uma comissão de 28
pesquisadores da revista The Lancet reavaliou uma agenda global de saúde mental considerando o
contexto das 17 metas globais comuns pela Geral das associações das Nações Unidas (ONU):
• 1

1
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
• 2

2
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a
agricultura sustentável;
• 3

3
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
• 4

4
Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos;
• 5

5
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
• 6

6
Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos;
• 7

7
Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos;
• 8

8
Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e
produtivo e trabalho decente para todos;
• 9

9
Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e
fomentar a inovação;
• 10

10
Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
• 11

11
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
• 12

12
Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;
• 13

13
Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos;
• 14

14
Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável;
• 15

15
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma
sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e
deter a perda de biodiversidade;
• 16

16
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e
inclusivas em todos os níveis;
• 17

17
Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento
sustentável.
O resultado deixa evidente, entre os vários aspectos que, não há desenvolvimento sustentável sem
saúde mental, e que, não se trata somente da questão humanizadora e moral, mas que olhar para
saúde mental é olhar também para saúde econômica.
A indicação da leitura obrigatória traz o resumo do material da The Lancet, produzido pela Rede de
Inovação em Saúde Mental e, traduzido para Língua Portuguesa, mas para aqueles que desejam
ter interesse, segue a indicação do relatório, completo em inglês:
Liverpool

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Veja em Liverpool
A pesquisa em prevenção em saúde mental 
no Brasil: a perspectiva de especialistas
ABREU, S.; MURTA, S. G. A .
ler artigo
A proposta da segunda indicação de leitura obrigatória é complementar a reflexão acerca do tema
“preservação da saúde mental no mundo globalizado em que vivemos”, voltando nosso olhar para a
realidade nacional.
O artigo apresenta, a partir do uso da técnica Delphi, experiências e recomendações de pesquisa
com prática contínua de prevenção em saúde mental.
Além de apresentar os principais impactos complicadores considerando a realizada do País e como
políticas públicas, discutem como os profissionais se posicionam em relação às melhorias nas
condições que são acometidos com alguma forma de doença mental, bem como apontam maneiras
de prevenir adotadas no País.
O artigo comenta ainda sobre as 1021 solicitações urgentes para a melhoria dos serviços de saúde
mental no Brasil decorrente da IV Conferência Nacional de Saúde Mental, a penúltima realizada no
País, que gerou o último relatório de sugestões de melhorias de serviços de saúde mental no
Brasil. Seguem os dados para os interessados em acessar o relatório da IV Conferência Nacional de
Saúde Mental:

Saude

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Veja em Saude
Orientações para Leitura Obrigatória com comentários sobre
as indicações

Google Books
Saúde mental e atenção psicossocial
O objetivo central do livro é contribuir para o entendimento das dimensões e estratégias do campo
da saúde mental e atenção psicossocial, bem como para a análise dos caminhos e tendências das
políticas brasileiras nessa área.
Leia mais Google Books
AMARANTE, P. Saúde mental, territórios e fronteiras. In .: _______. Saúde mental e atenção
psicossocial . 2. ed. Boné. 1. São Paulo: Fiocruz, 2008.
Para Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é, em linhas gerais, um estado de completo
bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou enfermidades. Ou
seja, fale de saúde não é só fale da doença, e por isso a visão da OMS é bem moderna, mesmo essa
descrição do conceito tendo surgido por volta de 1946, pois abarca o sujeito com um todo,
individual e não coletivo.
E Saúde Mental? Esse termo não tem uma definição determinada pela OMS, assim como a saúde,
mas podemos estabelecer uma relação entre a ideia de doença, enfermidade também e tratar dele. E
também estabelecer a conclusão de que falar de Saúde Mental seria muito mais do que seu negativo,
ou seja, muito mais do que falar de transtornos e doenças mentais. 
Mas seria então falar do que exatamente?
Para chegarmos em alguma resposta, primeiro, como nos traz Paulo Amarante no Capítulo 1 da
obra apresentada, temos que compreender que não existe uma só forma de ver o mundo, ou seja, um
modo correto e um errado de apreender a existência. A partir daí, refletir o quanto é complicado
estabelecer um só conceito de normalidade. 
E por que pensar sobre normalidade? 
Porque, no geral, ao pensarmos no adoecimento mental, nos deparamos com o tema daquilo que não
é normal, tendo no seu ponto máximo, por exemplo, a loucura. O louco seria, em teoria, o ponto
máximo da ausência de saúde mental.
Mas o que é a loucura? Ou seja, o que é ser mentalmente normal? 
Diante dessas questões, Amarante evoca que vários teóricos, partindo nessa direção, deparam com
outra questão: quem define o que é normal? 
E assim, chegamos cada vez mais perto de compreender que, quando pensamos nisso, percebemos
que falar de Saúde Mental não é falar de um conceito em si, mas de um campo de conteúdos em
movimento. Tratamos em si de uma luta por definir o modo correto ou o modo errado de viver nas
sociedades, ou seja, o que é ou não normal. Sendo sem desvio que surge, então, o adoecimento, o
transtorno e a loucura.
Seria, então, pensar saúde mental um modo de controlar o pensamento das pessoas?
Não só. Porque há sim um bem-estar, algo que é palpável quando cuidamos de nosso estar mental,
que se reflete no psíquico e também no físico. Mas isso varia conforme o contexto no qual estamos
inseridos. Nem tudo que traz bem-estar o é em qualquer lugar do mundo. Isso é tão claro que, por
exemplo, em algumas culturas, ouvir vozes não é tido como um problema de saúde mental,
entende? Enquanto em outras, é sinônimo de insanidade. Ou seja, o que temos por normalidade,
loucura e, sendo assim, saúde mental é uma construção social e cultural – e, muitas vezes, política.
Outro exemplo da importância dessa discussão é muito próximo de nós. Em um mundo onde
devemos produzir o tempo todo, trabalhar muito mais do que nossas moldes, qualquer indício de
tristeza ou de cansaço é denominado depressivo e, logo, tido como depressão. Não que a depressão
não exista, mas por que ela surge em destaque em um mundo onde não se pode descansar? É de se
pensar.
E por que pensar sobre isso para refletir sobre a saúde mental em um mundo globalizado?
Acreditamos que fica claro que, primeiro, porque precisa compreender o como se comum o que
seria esse campo da saúde mental, suas regras, o que é normal, o motivo desse normal ser o que é,
para então entender que ele varia conforme a realidade das culturas e das sociedades, como dito. 
O normal está o tempo todo sendo questionado por nós, de forma consciente ou não, pois ele
prejulga uma rigidez da mente que não existe na prática. O texto de Amarante é sucinto, como toda
essa obra, porque apresenta um panorama da transformação desse campo, que envolve questões
sobre adoecimento mental, loucura, internação, bem-estar, principalmente no contexto do Brasil.
Essa leitura é passo inicial fundamental para pensarmos globalmente sobre os cuidados médicos em
Saúde mental daqui para frente, partindo do ponto inicial de compreensão esse amplo conceito. 

YouTube

Object 7

Live "A pandemia e a produção de atitudes: da negação ao


medo coletivo."
Paulo Amarante Médico psiquiatra, Ex-coordenador do Laboratório de Atenção Psicossocial da
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (LAPS/ENSP/Fiocruz)...
Veja em YouTube
Saúde Mental tem tudo a ver com o tempo e o espaço. O tempo, porque é nele que se dá a vida,
caracterizada por um recorte no tempo do mundo. O espaço, porque é nele que se dá a existência, o
ser no tempo se localiza em algum lugar.
A pandemia de 2020, por conta do Covid-19, veio colocar em várias questões elementos que se
relacionam diretamente com o tempo e o espaço. Primeiro, porque dialoga diretamente com nossa
permanência neste mundo, com a vida e, por assim dizer, com a morte. A fragilidade de manter esse
recorte por vontade própria, ou seja, por manter a vida ficou evidente. Do espaço, porque
percebemos que o mundo inteiro está mais conectado do que nunca e um problema que,
aparentemente, não tem “nada a ver” com certa sociedade porque está acontecendo do outro lado do
planeta, pode, sim, afetar todo o planeta. Nunca estivemos tão conectados, e não é só da internet
que estamos falando.
Neste vídeo, o Psicólogo e Mestre em Ciências Sociais Aldo Zaiden, a Médica psiquiatra doutora
em Filosofia e Ativista da Luta Antomanicomial Ana Marta Lobosque, o Doutor em Psicologia
Social Marcos Garcia e o Médico Psiquiatra Paulo Amarante refletem sobre o impacto
transformações em nossa história, em nossas vidas. Como lidar com o luto? Com o medo? Com
ansiedade que esse momento trouxe e que ainda ressoará por muitos anos em nossa cultura? Na
cultura do mundo? Como prevenir seus impactos? É possível fazer isso?
Pensar Saúde Mental hoje é pensar um campo vasto, que abarca muito mais do que medicina. É se
debruçar sobre as relações, sobre as incertezas e sobre o que nos é mais humano: a razão e os
afetos. É escolher o que fazer com o tempo que nos é dado, no espaço em que habitamos e com
aqueles com os quais nos relacionamos. Tudo isso diante da possibilidade de que o que aí está pode
mudar a qualquer momento, pois é da vida a transformação e a impermanência.
Como leitura extra para este tópico, indicamos ainda acessar o site do Hospital Albert Einstein, que
apresenta um complemento prático do que foi tratado nas duas leituras desta unidade, acesse aqui.

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