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Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Tecnologias e Contemporaneidades
na Avaliação Educacional
• Introdução;
• Possibilidades Contemporâneas na Educação;
• Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Competências Digitais;
• O Uso de Tecnologias em Avaliações.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Discutir a tecnologia do ponto de vista educacional e avaliativo; entender o papel do professor,
aluno e da instituição escolar nesse cenário;
• Entender, à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as competências e habilidades
que devem ser trabalhadas e verificadas na Educação em seus diferentes níveis.
UNIDADE Tecnologias e Contemporaneidades na Avaliação Educacional
Introdução
Avaliar é um processo constante e complexo, que envolve conceitos, instrumentos,
vivências e trajetórias. No contexto educacional, as funções da avaliação precisam ser
consideradas sob uma ótica estratégica, que se manifesta nas práticas realizadas para a
criação de atividades avaliativas em diferentes momentos educacionais.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Assim, nesta Unidade abordaremos a tecnologia e seus dois aspectos dentro da Edu-
cação: como competência necessária à formação dos alunos e, portanto, passível de
avaliação; como instrumento para avaliação de outras competências dentro do cenário
contemporâneo em que vivemos.
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O aluno possui um papel protagonista em seu processo de ensino-aprendizagem, já
que ele constrói o conhecimento à medida que tem contato com conceitos, atividades,
teorias e aplicações. Esse processo extrapola os “muros da escola”, já que se mistura
com suas vivências particulares e coletivas.
Nas escolas, o computador aparece nas salas de informática. Mais de 60% das esco-
las públicas de Ensino Fundamental e Médio do Brasil possuem laboratório de informá-
tica, enquanto o acesso à internet é realidade em 95,1% das escolas de Ensino Médio.
Os dados são do Censo Escolar de 2018, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Fora da escola, estima-se que 74% dos domicílios tinham acesso à internet em 2019,
de acordo com o TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). O destaque, nesse caso, vai para o fato de que 49%
das residências brasileiras conectam-se à internet por meio de dispositivos móveis, tor-
nando-se a principal forma de acesso da população à rede.
Pela primeira vez, mais da metade da zona rural e classes mais baixas têm acesso à
internet, diz pesquisa.
O acesso à internet nas residências brasileiras cresceu em 2019, com 74% da população já
conectada, segundo a pesquisa TIC Domicílios, que afere informações sobre conexão à
internet no País. Em 2018, o percentual da população que se dizia conectada era de 70%.
Com o avanço do indicador, agora são 133,8 milhões de usuários de internet no Brasil, apon-
tou a pesquisa divulgada nesta terça-feira (26). O levantamento, um dos principais no País,
é feito todos os anos pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade
da Informação (Cetic). Leia a matéria na íntegra, disponível em: https://glo.bo/2H6qSho
Note, assim, que um em cada quatro brasileiros não têm acesso à internet e que me-
tade da população não possui computador em casa. Por isso, é preciso considerar que
o conhecimento prévio dos alunos pode ser bastante heterogêneo e que a forma como
cada um vê a tecnologia provavelmente difere entre si.
Um ponto importante a ser investigado nesse momento é a relação entre família e escola.
A maneira como os pais lidam e entendem a tecnologia é importante para a construção da
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própria ideia que o aluno terá sobre o tema; por isso, entender como se dá a dinâmica em
âmbito familiar deve ser um dos objetivos da avaliação diagnóstica desenvolvida.
Figura 2
Fonte: Getty Images
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Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
e as Competências Digitais
Em 2017, a base nacional comum curricular trouxe um novo olhar sobre a tecnologia
ao inseri-la no contexto educacional como parte da vida cotidiana e, portanto, como um
elemento fundamental no processo de ensino-aprendizagem.
A Competência Geral 5 da BNCC traz em seu texto que o aluno de Educação Bá-
sica deverá:
Note que a tecnologia, neste caso, não é somente o suporte para a aprendizagem de
outros conteúdos, mas um próprio universo de conhecimento que deve ser desenvolvido
pelos alunos.
Assista ao vídeo a seguir, que aborda a Competência 5 da BNCC e de que maneira ela se
relaciona à vivência escolar. Disponível em: https://youtu.be/appNaWPyb6
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No âmbito digital, significa que o estudante deve utilizar a aprendizagem dos elementos
da cultura digital para embasar o seu processo de entendimento, utilização e aperfeiçoa-
mento das práticas e tendências digitais.
Deletar, virar meme, viralizar. Em que medida a abordagem em sala de aula de palavras
e termos próprios da internet contribui para o processo de alfabetização digital do aluno?
Para que isso aconteça efetivamente, a BNCC propõe o uso ativo das TDIC no cur-
rículo escolar. Para isso, foi desenvolvido, em 2018, um documento denominado Currí-
culo de referência em tecnologia e computação, prevendo o que deve ser abordado
em relação a esse tema em cada etapa da vida escolar.
Tecnologia Representação
e Sociedade de Dados
Cidadania Hardware
Digital e Software
Cultura Tecnologia
Digital Digital
Pensamento
Reconhecimento Computacional
Abstração
de Padrões
Decomposição Algoritmos
Figura 3
Fonte: Adaptado de CIEB
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Cultura Digital
A BNCC entende como cultura digital tudo aquilo que se relaciona às tecnologias e
à maneira como elas atuam no cotidiano. As tecnologias e o meio digital mediam rela-
ções, criando um contexto único e particular. De acordo com a BNCC, a cultura digital
aproxima-se de conceitos como sociedade da informação, cibercultura e revolução digital.
Sob a ótica avaliativa, a linguagem pode ser mesclada a outras formas narrativas para
ser passível de interpretação dos alunos. O eixo da cultura digital, assim, compreende:
• Letramento digital: aprendizagem necessária para entender o que é dito, narrado
e apresentado no segmento digital. A avaliação sobre este aspecto engloba a che-
cagem desses conceitos e suas aplicações;
• Cidadania digital: a responsabilidade para com a tecnologia e seus usos. A disse-
minação de notícias falsas – fake news – é um exemplo de comportamento inade-
quado do ponto de vista da cidadania digital. Saber pesquisar e entender a busca de
fontes confiáveis é uma boa maneira de avaliar essa competência;
• Tecnologia e sociedade: aborda a tecnologia de maneira transversal, entendendo-a
como um agente modificador das relações de trabalho, educação, comunicação etc.
Este segmento pode ser trabalhado em estudos de Geografia, Ciências e História,
para que o aluno concilie os conceitos estudados com a tecnologia e seja, assim,
avaliado de maneira abrangente.
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Tecnologia Digital
O eixo da tecnologia digital refere-se a elementos mais técnicos, relacionados ao uso
da internet, suas redes e seus dispositivos de acesso – o desenvolvimento de ideias acer-
ca da computação, dos sistemas, bancos de dados e equipamentos.
Pensamento Computacional
Já entendemos de que maneira a tecnologia modificou a Educação e suas avaliações.
Contudo, precisamos considerar que a tecnologia também criou uma lógica própria de ra-
ciocínio e funcionamento, o que é denominado, na BNCC, pensamento computacional.
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um campo de conhecimento recente e em construção acelerada, a tecnologia envolve
um processo de aprendizagem que considera justamente esta característica: é pratica-
mente impossível acompanhar todos os desenvolvimentos tecnológicos de nossa era;
por isso, é preciso construir um pensamento adequado a essa lógica, que esteja relacio-
nado aos avanços que acontecem.
Leia a entrevista com o professor Paulo Antonio Pasqual Junior sobre o pensamento compu-
tacional e as suas implicações, disponível em: https://bit.ly/3kA2p1O
As aulas de Artes, por exemplo, podem ganhar novos ares quando os alunos podem
utilizar softwares de criação e de desenho. O trabalho com mapas pode ser conjugado
com o Google Earth, enquanto a Matemática pode ser feita na ponta do lápis e nas
planilhas eletrônicas.
O processo avaliativo, nesse ínterim, deve contemplar também o uso das tecnologias.
Elas não devem ser vistas como um apoio ou um recurso esporádico, mas como uma
parte necessária e importante do conhecimento.
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Em Síntese
Ao longo desta Unidade vimos a maneira como a tecnologia se relaciona com a Edu-
cação e, consequentemente, com as práticas avaliativas. Neste contexto, é preciso ter
em mente sempre que o conhecimento digital deve ser visto como um campo próprio
ao mesmo tempo em que a tecnologia é uma ferramenta de outras práticas. Conforme
descrito na BNCC:
É preciso repensar os projetos pedagógicos com o olhar de utilização das tecnologias e
recursos digitais tanto como meio, ou seja, como apoio e suporte à implementação de
metodologias ativas e à promoção de aprendizagens significativas, quanto como um fim,
promovendo a democratização ao acesso e incluindo os estudantes no mundo digital.
Para isso, é preciso fundamentalmente revisitar a proposta pedagógica da escola e inves-
tir na formação continuada de professores.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Ludo Escola
Com cores chamativas e atividades divertidas, Ludo Escola é um aplicativo desenvol-
vido a partir de uma iniciativa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo (Fapesp), e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com
participação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp),
Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Universidade de São Paulo (USP) e
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O objetivo é trazer atividades
dinâmicas e divertidas para alunos em etapa de alfabetização, mesclando conheci-
mentos de Língua Portuguesa com cultura digital.
https://bit.ly/3f3BfPH
Especialização em Educação na Cultura Digital
O Ministério da Educação (MEC) oferece Especialização em Educação na Cul-
tura Digital para trabalhar novas formas de construção de conhecimento na Era
da Informática. Para entender melhor o assunto, vale a pena conferir o livro base
do curso.
https://bit.ly/3kzpAsV
Catálogo Educação na Cultura Digital
Catálogo de materiais do “Curso de Especialização em Educação na Cultura Digital”.
https://bit.ly/3lP2Ruc
Vídeos
Documentário Juventude Conectada | #Educação
O documentário aborda de que maneira a internet e as novas tecnologias relacionam-
se no contexto educacional.
https://youtu.be/CFX3qA7-3aY
Leitura
Entenda como a competência de Cultura Digital da BNCC dá suporte à aprendizagem a distância
A matéria aborda a maneira como a cultura digital e seu domínio é importante
para atividades de ensino a distância e de que maneira isso se aplica em nosso
contexto atual.
https://bit.ly/32O1Knc
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Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília, DF,
2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_
site.pdf>. Acesso em: 05/11/2020.
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