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Objetivo
Ao terminar de estudar esta aula e de participar da atividade relacionada a ela
(o fórum desta semana do curso), a ideia é que você esteja apto a identificar e analisar
características da mídia impressa, reconhecendo vantagens e desvantagens no uso
desta mídia.
Introdução
Opiniões como a do jornalista Alexandre Versignassi têm sido cada vez mais
reproduzidas na mídia como antecipação de um futuro bastante próximo para a mídia
impressa. Mas, a despeito do enorme desenvolvimento que sofreu a indústria
tecnológica nos últimos anos, o mercado editorial, no Brasil, vem experimentando um
crescimento interessante (FERRARI, 2010).
É um pouco sobre isso que vamos conversar nesta aula e no fórum desta
semana, no ambiente virtual. Para isso, vamos começar pensando um pouco sobre as 2
novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
A incorporação do uso das TIC na escola é algo que vem sendo gradualmente
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implementado, e que depende de diversos fatores, dentre os quais elenco como
majoritários (1) a renovação de uma infraestrutura muitas vezes precária e (2) a
formação dos professores para o uso contextualizado e valoroso para o processo
pedagógico, para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Nos dois casos,
enxergamos a necessidade de o Governo participar deste processo.
Saiba MAIS...
Outra ação, que pude acompanhar mais de perto, foi realizada pela PUC-Rio em
parceria com a extinta SEED/MEC para oferta de uma pós-graduação lato sensu
para mais de seis mil professores da rede pública em todo o país, voltada
também para inserção de tecnologias em sala de aula. Para mais informações,
acesse http://web.ccead.puc-rio.br/SISTEMA/site/pg.jsp?uid=AA556972-47E8-4DB5-
BA1F-AB7CA5071517.
Fomentado por:
Assim, utilizar o mais recente software para criação de materiais não é garantia
de que esse material será para os alunos algo mais que um “show pirotécnico” de
artifícios tecnológicos, e devemos estar atentos a essa armadilha que muitas vezes se
nos apresenta, especialmente no espaço corporativo, onde vemos iniciativas que, em
boa parte, são lamentáveis do ponto de vista pedagógico e eficientes do ponto de vista
de custos e lucros...
Para não utilizar a tecnologia pela tecnologia, mas sim como suporte a uma
ideia pedagogicamente valorosa para os alunos, é importante termos em mente que
essas novas tecnologias demandam novos saberes dos professores e da equipe
multidisciplinar que atua no auxílio a este na produção de cursos a distância.
PNAD 2008
[...] Segundo a PNAD 2008, 104,7 milhões de pessoas com dez anos ou
mais de idade não utilizaram a Internet nos três meses anteriores à
data da entrevista, ou seja, 65,2% do total. Os motivos de não
utilização foram concentrados em três: não achavam necessário ou
não queriam (32,8%); não sabiam utilizar a Internet (31,6%) e não
tinham acesso a computador (30,0%) - sendo que no Norte e no
Nordeste, o motivo mais citado foi não saber utilizar a Internet (38,7%
e 40,1% respectivamente). (grifos da autora)
PNAD 2009
Em 2009, 67,9 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade
declararam ter usado a Internet, o que representa um aumento de 12
milhões (21,5%) sobre 2008. [...] O Sudeste se manteve com o maior
percentual de usuários (48,1% em 2009 e 26,2% em 2005). As regiões
Norte (34,3% em 2009 e 12% em 2005) e Nordeste (30,2% em 2009 e
11,9% em 2005) apresentaram os menores percentuais em cada ano,
mas registraram os maiores aumentos percentuais nos contingentes
de usuários (respectivamente, 213,9% e 171,2%). (IBGE, 2009) (grifos
da autora)
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Esses dados nos mostram que, embora o acesso à internet tenha crescido
bastante nos últimos anos (dobrando em 2008 em relação a 2005), ele ainda é
bastante pequeno se levarmos em consideração a população total do país. Em 2009,
67,9 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade usou a internet, quando a
população total do país estava em torno dos 190 milhões.
Quando falamos de EAD, então, essa contribuição fica mais óbvia, relevante e,
diria até, fundamental. Numa modalidade em que o ouvir e falar síncronos são
substituídos pelo ler e escrever assíncronos (para usar os termos de Otto Peters, 2002),
a velocidade na comunicação e nas trocas possibilitada (eu diria até imposta) pela
internet torna o processo de ensino e aprendizagem muito mais rico. Fica possível a
um aluno do Rio Grande do Sul, por exemplo, conversar e construir seus
conhecimentos a partir das trocas com pessoas do Maranhão, do Mato Grosso ou (por
que não?) de Portugal (para não entrar nas questões da barreira idiomática).
A Mídia Impressa
A escolha da mídia por meio da qual uma instituição de ensino oferta seus
conteúdos aos aprendizes é diretamente influenciada pelo projeto político pedagógico
da instituição e é determinante do impacto social do projeto educacional. A opção pela
mídia impressa acaba acontecendo em um grande número de instituições,
especialmente aquelas que são voltadas para projetos de inclusão social (levando em
consideração o que foi discutido na seção anterior), como é o caso, no Brasil, da
maioria das instituições que compõem o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Saiba MAIS...
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um sistema integrado por
universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da
população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do
uso da metodologia da educação a distância. O Sistema UAB foi instituído
pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para "o desenvolvimento da
modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar
a oferta de cursos e programas de educação superior no País".
Para mais informações, acesse o site que consultei para elaboração deste box:
http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6
&Itemid=13
Algumas características dessa mídia merecem ser comentadas e exploradas e a
minha proposta é de que façamos isso juntos, atingindo o segundo objetivo desta aula.
No ambiente virtual do curso, você encontra o fórum Características de Materiais
Impressos. Participe colocando uma característica e comentando pelo menos uma
mensagem de um colega. Vamos estabelecer lá o diálogo que nos permitirá construir
esta seção da aula.
Ao final do fórum, seu tutor compilará o que foi discutido pelo grupo e postará
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uma nova Aula 1, incorporando ao seu texto o conteúdo redigido por
todos.
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ATIVIDADES
- construção do conhecimento
- habilidades cognitivas diversas;
- com respostas comentadas
Figura 4: O tripé que alicerça o design instrucional (ou design didático) dos materiais
didáticos impressos para EAD é calcado em Planejamento, Informação e Atividades.
Por fim...
A mídia impressa é mais amigável e mais acessível para muitos dos alunos que
procuram a EAD. Provavelmente esse perfil, com o tempo, apresentará diferenças,
mas, até o momento, os alunos da modalidade (em cursos de graduação da UAB, por
exemplo), não são, em sua maioria, nativos digitais.
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Refiro-me ao tempo de conexão em um ambiente virtual de aprendizagem ou de presença no polo
para, por exemplo, assistir a uma vídeo-aula ou web conferência. Não que esses recursos não devam ser
utilizados, mas a proposta em jogo aqui neste texto é do uso concomitante de diversos recursos,
reposicionando a mídia impressa em destaque para a oferta de conteúdo e mantendo as demais
tecnologias para interação (fóruns, chats etc) ou complementação (web conferências, vídeo-aulas etc).
Bibliografia consultada
BARRETO, CC. Desenho instrucional em materiais didáticos impressos – uma boa idéia! In:
BARRETO, C.C. (org.). Planejamento e Elaboração de Material Didático Impresso para
Educação a Distância. Rio de Janeiro, Fundação CECIERJ, 2007.
BUCCHI, M. Science and the Media: Alternative Routes in Scientific Communication. London:
Routledge, 1998.
COLLIS, B; MOONEN, J.. Flexible learning in a digital world. London, Kogan Page, 2001. 14
Comunicação social do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a Pesquisa
Nacional de Amostra em Domicílios (PNAD), 2010. Disponível em
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1708.
Acesso em 29 out 2011.
FELDER, RM; SILVERMAN, LK. Learning and teaching styles in engineering education.
Engineering Education, 78: 674-681, 1988.
FERRARI, M., 2010. Mercado editorial tem momento de vitalidade. Página do Observatório da
Imprensa. Disponível em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/mercado-
editorial-tem-momento-de-vitalidade. Acesso em 29 out 2011.
MOORE, MG. Independent study. In: BOYD, R; APPS, J and associates (eds). Refining the
discipline of adult education. San Francisco, Jossey-Bass: 16-31, 1980.
PRADO, LA, 2011. O livro impresso vai acabar. Página da Empresa Municipal de Multimeios –
MULTIRIO. Disponível em
http://multirio.rio.rj.gov.br/aluno/index.php?option=com_k2&view=item&id=153%3A%E2%80
%9Co-livro-impresso-vai-acabar%E2%80%9D&Itemid=17. Acesso em 29 out 2011.
RIBEIRO, VM.; VÓVIO, CL.; MOURA, MP. Letramento No Brasil: Alguns Resultados Do Indicador
Nacional De Alfabetismo Funcional. Educ. Soc., 23 (81): 49-70, 2002.
WILLIS, BD., Distance education - strategies and tools. New Jersey, Educational Technolgy
Publications Englewood Cliffs, 1994.