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Aula 1

Reposicionando a Mídia Impressa no cenário de tecnologias


utilizadas em Educação a Distância

Ana Paula Abreu-Fialho


1

Objetivo
Ao terminar de estudar esta aula e de participar da atividade relacionada a ela
(o fórum desta semana do curso), a ideia é que você esteja apto a identificar e analisar
características da mídia impressa, reconhecendo vantagens e desvantagens no uso
desta mídia.

Introdução

“A televisão de tubo catódico já era uma invenção consolidada. A fita de


VHS também. O gládio romano era incrível. Mas nada disso existe mais.
Tudo acabou substituído por coisas mais eficientes. Não vai existir razão
para preferir o papel que não seja o fetiche (...).” Quem afirma é
Alexandre Versignassi, editor da revista Superinteressante desde 2006 e
especialista em jornalismo científico (...). De acordo com Versignassi, o
livro de papel está com os dias contados. “Porque as vantagens dos
eletrônicos sobre eles são tão grandes quanto as de um avião em
relação ao cavalo: eles serão absurdamente mais portáteis e fáceis de
ler”. (PRADO, 2011)

Opiniões como a do jornalista Alexandre Versignassi têm sido cada vez mais
reproduzidas na mídia como antecipação de um futuro bastante próximo para a mídia
impressa. Mas, a despeito do enorme desenvolvimento que sofreu a indústria
tecnológica nos últimos anos, o mercado editorial, no Brasil, vem experimentando um
crescimento interessante (FERRARI, 2010).

O que, em meio a tantas tecnologias, continua mantendo a mídia impressa em


voga no cenário cultural? Qual é o seu papel no cenário educacional em meio a tantas
novas tecnologias?

É um pouco sobre isso que vamos conversar nesta aula e no fórum desta
semana, no ambiente virtual. Para isso, vamos começar pensando um pouco sobre as 2
novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

As novas Tecnologias de Informação e Comunicação e a EAD

Figura 1: A evolução da Web é acompanhada (ou cunhada) pelo surgimento de muitas


ferramentas que possibilitam, dentre outras coisas, a autoria na rede e uma
comunicação muito mais veloz, trazendo alterações dos costumes das pessoas em
diversos campos.
Nos últimos anos, a incorporação das novas tecnologias de informação e
comunicação (TIC) ao cotidiano das pessoas vem causando grandes mudanças nas
formas de as pessoas realizarem determinadas tarefas (como pagar uma conta no
banco, por exemplo) e de se comunicarem (e-mail, MSN, Skype, Facebook). Uma nova
lógica vem surgindo a partir dessa incorporação das TIC e a Educação não se manteve
alheia a essas transformações.

A incorporação do uso das TIC na escola é algo que vem sendo gradualmente
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implementado, e que depende de diversos fatores, dentre os quais elenco como
majoritários (1) a renovação de uma infraestrutura muitas vezes precária e (2) a
formação dos professores para o uso contextualizado e valoroso para o processo
pedagógico, para o processo de ensino e aprendizagem dos alunos. Nos dois casos,
enxergamos a necessidade de o Governo participar deste processo.

Algumas iniciativas já foram tomadas e vêm sendo encaminhadas. Para


melhoria da infraestrutura, temos o PROINFO; no segundo ponto, mais complexo, há
diversos cursos sendo promovidos pelo governo com foco no uso das Tecnologias na
Educação.

Saiba MAIS...

O PROINFO (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) é um programa


educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na
rede pública de educação básica.

O programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos


educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem
garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os
educadores para uso das máquinas e tecnologias. Para mais informações,
acesse o site do MEC, de onde retirei essas informações, disponível em
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=244&Itemi
d=462&msg=1.

Em relação à formação de professores, temos algumas ações sendo realizadas.


O PAR (Plano de Ações Articuladas) tem, em uma de suas dimensões, a
formação de professores em suas áreas específicas, com foco em uma
atualização de conteúdos e práticas pedagógicas via inclusão de tecnologias no
ensino em sala de aula.

Outra ação, que pude acompanhar mais de perto, foi realizada pela PUC-Rio em
parceria com a extinta SEED/MEC para oferta de uma pós-graduação lato sensu
para mais de seis mil professores da rede pública em todo o país, voltada
também para inserção de tecnologias em sala de aula. Para mais informações,
acesse http://web.ccead.puc-rio.br/SISTEMA/site/pg.jsp?uid=AA556972-47E8-4DB5-
BA1F-AB7CA5071517.

Ao mesmo tempo, a Educação a Distância (EAD) vem despontando cada vez


mais no cenário das estratégias educacionais. Isso acontece devido a dois fatores
importantes: (1) em grande parte, a EAD se beneficia do surgimento, uso e
popularização das tecnologias; (2) de outro lado a flexibilidade intrínseca da
modalidade atende a um público que encontra dificuldades de dedicar um horário fixo
e pré-determinado aos seus estudos.

Fomentado por:

Surgimento e Ferramentas Flexibilização dos Flexibilização


melhoria de melhores de espaços de dos tempos de
Ambientes comunicação (e- aprendizagem aprendizagem
Virtuais de mail, chats e (aluno estuda em (estudo em
Aprendizagem conferências ambientes físicos horários
(AVAs) online) diversos e encontra controlados pelo
seu grupo de aluno, e não
estudos e determinados
professores no AVA pela instituição)

Figura 2: Esquema sintetizando elementos que fomentaram o crescimento da EAD nos


últimos anos.
Por vezes, a maneira como alguns autores e/ ou entusiasmados com a
modalidade descrevem a EAD atribui a ela (para usar as palavras de Barry Willis, 1994)
um caráter revolucionário, quando estamos apenas diante de uma evolução provocada
e fomentada por novas formas de comunicação, por novas interfaces disponíveis.

Isso é importante porque, embora na EAD a comunicação seja mediatizada e,


por óbvio, haja dependência da existência de mídias e de tecnologias (as mais
variadas) para sua existência, a tecnologia em si não sustenta a modalidade, na medida
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em que são as propostas pedagógicas por trás do uso dessas tecnologias que
constroem parte do processo de ensino e aprendizagem (a outra parte é o aluno).

Assim, utilizar o mais recente software para criação de materiais não é garantia
de que esse material será para os alunos algo mais que um “show pirotécnico” de
artifícios tecnológicos, e devemos estar atentos a essa armadilha que muitas vezes se
nos apresenta, especialmente no espaço corporativo, onde vemos iniciativas que, em
boa parte, são lamentáveis do ponto de vista pedagógico e eficientes do ponto de vista
de custos e lucros...

Para não utilizar a tecnologia pela tecnologia, mas sim como suporte a uma
ideia pedagogicamente valorosa para os alunos, é importante termos em mente que
essas novas tecnologias demandam novos saberes dos professores e da equipe
multidisciplinar que atua no auxílio a este na produção de cursos a distância.

Figura 3: Você tem resposta para essa pergunta?


Analisando o contexto nacional: elementos socioeconômicos para a
nossa reflexão

Para além das questões pedagógicas, fundamentais, em relação ao uso de


tecnologias na Educação, temos questões de ordem socioeconômicas que não devem
ser, de forma alguma, negligenciadas.
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Apresento a seguir trechos de notícias publicadas pelo IBGE em seu site


relatando o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD, com
resultados de 2008 e 2009.

PNAD 2008

Em três anos, o percentual de brasileiros de dez anos ou mais de idade


que acessaram ao menos uma vez a Internet pelo computador
aumentou 75,3%, passando de 20,9% para 34,8% das pessoas nessa
faixa etária, ou 56 milhões de usuários, em 2008. (grifo da autora)

[...] Segundo a PNAD 2008, 104,7 milhões de pessoas com dez anos ou
mais de idade não utilizaram a Internet nos três meses anteriores à
data da entrevista, ou seja, 65,2% do total. Os motivos de não
utilização foram concentrados em três: não achavam necessário ou
não queriam (32,8%); não sabiam utilizar a Internet (31,6%) e não
tinham acesso a computador (30,0%) - sendo que no Norte e no
Nordeste, o motivo mais citado foi não saber utilizar a Internet (38,7%
e 40,1% respectivamente). (grifos da autora)

A proporção de pessoas que disseram não acessar a Internet porque


não tinham acesso a computador (30,0%) reduziu em relação à
pesquisa de 2005 (37,2%), bem como o motivo custo elevado do
computador (9,1% em 2005 e 1,7% em 2008). Já o percentual de
pessoas que não usavam a Internet porque não achavam necessário ou
não queriam foi o que mais aumentou (de 20,9%, em 2005 para 32,8%,
em 2008). Cresceu também o percentual de pessoas cujo motivo
declarado foi não saber utilizar a Internet (de 20,6%, em 2005 para
31,6%, em 2008). (IBGE, 2010)

PNAD 2009
Em 2009, 67,9 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade
declararam ter usado a Internet, o que representa um aumento de 12
milhões (21,5%) sobre 2008. [...] O Sudeste se manteve com o maior
percentual de usuários (48,1% em 2009 e 26,2% em 2005). As regiões
Norte (34,3% em 2009 e 12% em 2005) e Nordeste (30,2% em 2009 e
11,9% em 2005) apresentaram os menores percentuais em cada ano,
mas registraram os maiores aumentos percentuais nos contingentes
de usuários (respectivamente, 213,9% e 171,2%). (IBGE, 2009) (grifos
da autora)

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Esses dados nos mostram que, embora o acesso à internet tenha crescido
bastante nos últimos anos (dobrando em 2008 em relação a 2005), ele ainda é
bastante pequeno se levarmos em consideração a população total do país. Em 2009,
67,9 milhões de pessoas com 10 ou mais anos de idade usou a internet, quando a
população total do país estava em torno dos 190 milhões.

É claro que a internet pode ter um papel importantíssimo na Educação, por


permitir um universo de navegações e possibilidades de pesquisa, de busca de
informações para solução de uma problematização, por exemplo, dentre muitas outras
estratégias de incorporação do seu uso em processos educacionais. É inegável a
contribuição que ela pode trazer.

Quando falamos de EAD, então, essa contribuição fica mais óbvia, relevante e,
diria até, fundamental. Numa modalidade em que o ouvir e falar síncronos são
substituídos pelo ler e escrever assíncronos (para usar os termos de Otto Peters, 2002),
a velocidade na comunicação e nas trocas possibilitada (eu diria até imposta) pela
internet torna o processo de ensino e aprendizagem muito mais rico. Fica possível a
um aluno do Rio Grande do Sul, por exemplo, conversar e construir seus
conhecimentos a partir das trocas com pessoas do Maranhão, do Mato Grosso ou (por
que não?) de Portugal (para não entrar nas questões da barreira idiomática).

O objetivo desta discussão não é, em absoluto, desmerecer o papel de


determinadas tecnologias (as ditas novas TIC) no processo educacional, mas sim
pensar criticamente nos contextos em que iremos realmente nos beneficiar delas e
nos contextos em que elas serão promotoras de uma aprendizagem rica para muitos e
não para poucos, como historicamente acontece, infelizmente, em nosso país.

É nesse sentido que proponho que a mídia impressa, bastante mais


democrática no quesito acesso, seja reposicionada no cenário das mídias utilizadas em
Educação a Distância e seja utilizada em concomitância com outras tecnologias.

A Mídia Impressa

A escolha da mídia por meio da qual uma instituição de ensino oferta seus
conteúdos aos aprendizes é diretamente influenciada pelo projeto político pedagógico
da instituição e é determinante do impacto social do projeto educacional. A opção pela
mídia impressa acaba acontecendo em um grande número de instituições,
especialmente aquelas que são voltadas para projetos de inclusão social (levando em
consideração o que foi discutido na seção anterior), como é o caso, no Brasil, da
maioria das instituições que compõem o sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Saiba MAIS...
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) é um sistema integrado por
universidades públicas que oferece cursos de nível superior para camadas da
população que têm dificuldade de acesso à formação universitária, por meio do
uso da metodologia da educação a distância. O Sistema UAB foi instituído
pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para "o desenvolvimento da
modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar
a oferta de cursos e programas de educação superior no País".

Para mais informações, acesse o site que consultei para elaboração deste box:
http://uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=6
&Itemid=13
Algumas características dessa mídia merecem ser comentadas e exploradas e a
minha proposta é de que façamos isso juntos, atingindo o segundo objetivo desta aula.
No ambiente virtual do curso, você encontra o fórum Características de Materiais
Impressos. Participe colocando uma característica e comentando pelo menos uma
mensagem de um colega. Vamos estabelecer lá o diálogo que nos permitirá construir
esta seção da aula.

Ao final do fórum, seu tutor compilará o que foi discutido pelo grupo e postará
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uma nova Aula 1, incorporando ao seu texto o conteúdo redigido por
todos.

[aqui será inserida a produção coletiva do grupo]

Mídia impressa e uma outra questão...

Algumas desvantagens da comunicação mediatizada que envolve texto, como é


o caso de materiais didáticos impressos, estão relacionadas ao fato de que os
aprendizes precisam ter domínio da linguagem escrita para obter sucesso. Em outras
palavras, precisam ter um grau de letramento significativo para que os conteúdos
impressos no papel sejam compreendidos.

Alguns estudos (como os de Vera Masagão Ribeiro, publicados em 2002 e 2006)


mostram que a população brasileira, amostrada aleatoriamente por todo o país, possui
baixa capacidade leitora, baixo grau de letramento, de compreensão e apropriação de
conteúdos obtidos por meio de textos. É claro que isso sofre variações de acordo com
regiões, grau de escolaridade e outras características socioeconômicas. No entanto, é
uma informação que deve ser levada em consideração quando pensamos em cursos a
distância, por exemplo, voltados para a interiorização do ensino superior. Nesta
situação, pode ser que a distância da capital seja relacionável a algum nível de
comprometimento da formação básica, por vezes no campo da leitura e escrita e,
comumente, no campo das ciências exatas, como matemática, física e química. Isso é
explicado por um outro contexto, que tem relação direta com a formação que esses
professores que lecionam nas escolas básicas do interior tiveram (ou, muitas vezes,
não tiveram, como indicam dados do MEC, que vem se preocupando cada vez mais 10
com a formação de professores – isso, inclusive, justifica as escolhas/ preferências de
fomento da UAB a cursos de licenciatura).

A relação disso com a EAD é direta: se precisamos da palavra escrita para


ensinar um conteúdo, uma dificuldade na interpretação de textos por parte dos alunos
deve ter impacto direto na maneira de estruturarmos nossos textos.

Isso torna a produção de materiais didáticos impressos um enorme desafio


para os professores que enveredam por esse caminho, assim como para a equipe
multidisciplinar que normalmente os acompanha nesta produção.

Dado o recente da modalidade a distância para oferta de cursos de graduação,


via universidades, no Brasil, os professores envolvidos na elaboração de disciplinas de
cursos a distância, freqüentemente, atuam no Ensino Presencial e não possuem
experiência, ainda, nesta modalidade. Estão acostumados a escrever artigos
científicos, relatórios de pesquisa, pareceres ou até mesmo seus materiais de apoio às
suas aulas presenciais, mas não materiais voltados para alunos que estudarão a
distância e que dependem, majoritariamente, do texto para entender um determinado
conteúdo (claro que há a figura importante do tutor, mas a responsabilidade de oferta
de conteúdo é do professor via material didático).

Há especificidades na produção de materiais para EAD em relação a outros


materiais impressos, devido à função que esses materiais desempenham no processo
educativo. Resumimos algumas na tabela a seguir.
Tabela 1: Distinções entre livros-texto convencionais e materiais didáticos utilizados
para Educação a Distância. (Adaptado de LOCKWOOD, 1998)

Livros-texto Materiais didáticos para EAD

Escrito especificamente para


Escrito para um público genérico
determinado público

Raramente explicitam objetivos de Sempre explicitam objetivos de


aprendizagem aprendizagem
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Raramente antecipam elementos de Antecipam elementos de organização
organização prévia ao estudo de prévia ao estudo de determinado
determinado conteúdo conteúdo

Presume interesse Desperta interesse

Conteúdo conciso Conteúdo desdobrado

Estilo impessoal Estilo pessoal

Normalmente uma rota de estudo Diversas rotas de estudo

Pode ser lido passivamente Requer respostas ativas a todo tempo

Poucas ou nenhuma oportunidade de Constante oportunidade de testar ou


testar ou monitorar o progresso na monitorar o progresso na aprendizagem
aprendizagem

É possível agrupar as diferenças existentes entre os livros utilizados como


materiais de apoio a cursos presenciais e os materiais utilizados para substituir a
presença do professor na EAD em três grupos: relativos ao planejamento, à
informação e uso da linguagem e relativos à participação do aprendiz ativamente no
seu processo de aprendizagem e utilização do material.
PLANEJAMENTO INFORMAÇÃO
- Objetivos de - clara, em tom de
aprendizagem conversa;
precisos; - arquitetura
- elementos de Design articulada;
organização prévia. Instrucional - mais de um tipo de
linguagem.

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ATIVIDADES

- construção do conhecimento
- habilidades cognitivas diversas;
- com respostas comentadas

Figura 4: O tripé que alicerça o design instrucional (ou design didático) dos materiais
didáticos impressos para EAD é calcado em Planejamento, Informação e Atividades.

O uso apropriado destes três grupos de elementos instrucionais são o alicerce


de um bom design instrucional para materiais didáticos voltados para a educação a
distância (BARRETO et al, 2007). Sobre esses elementos e suas funções no processo de
ensino e aprendizagem via mídia impressa em EAD nós vamos conversar na próxima
semana!

Por fim...
A mídia impressa é mais amigável e mais acessível para muitos dos alunos que
procuram a EAD. Provavelmente esse perfil, com o tempo, apresentará diferenças,
mas, até o momento, os alunos da modalidade (em cursos de graduação da UAB, por
exemplo), não são, em sua maioria, nativos digitais.

A escolha por oferecer materiais didáticos impressos em cursos a distância


como um dos recursos de aprendizagem é sugerida como uma forma de minimizar as
demandas por ambientes online e/ ou presenciais1, dadas as realidades socioculturais
e econômicas dos alunos (possibilidades de acesso à internet, domínio de tecnologias,
deslocamento entre cidades para comparecimento aos polos).
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É claro que esse material não é em si o todo de um curso ou disciplina, mas sim
parte importante dele(a). A figura do tutor, presencial ou a distância, é fundamental
para que os alunos possam enriquecer a sua experiência de aprendizagem. Os espaços
de interação são fundamentais, sejam presenciais ou via ambiente virtual de
aprendizagem (AVA), pois é nas trocas que acontecem nesses espaços que o
conhecimento ganha mais corpo e mais concretude.

Precisamos nos manter abertos a diversas possibilidades de integração entre as


mídias, incluindo a impressa – e, por que não, dando a ela uma importância expressiva
– para prover aos alunos um processo rico de construção de conhecimento. É o
somatório de todos os recursos que formos capazes de propiciar (material impresso de
qualidade + recursos disponíveis online e/ou nos polos + tutoria proativa), inseridos
dentro de uma proposta pedagógica coerente que poderá compor um bom curso a
distância.

1
Refiro-me ao tempo de conexão em um ambiente virtual de aprendizagem ou de presença no polo
para, por exemplo, assistir a uma vídeo-aula ou web conferência. Não que esses recursos não devam ser
utilizados, mas a proposta em jogo aqui neste texto é do uso concomitante de diversos recursos,
reposicionando a mídia impressa em destaque para a oferta de conteúdo e mantendo as demais
tecnologias para interação (fóruns, chats etc) ou complementação (web conferências, vídeo-aulas etc).
Bibliografia consultada
BARRETO, CC. Desenho instrucional em materiais didáticos impressos – uma boa idéia! In:
BARRETO, C.C. (org.). Planejamento e Elaboração de Material Didático Impresso para
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Imagens com licença Creative Commons, retiradas dos seguintes links: 15


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