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Tutoria

Mediação Pedagógica Em Ead

Leila Medeiros
Margarete Macedo 31 1
Sérgio Amaral
Vera Ribeiro

Iniciando a reflexão sobre EAD e a Tutoria

Quando refletimos sobre educação a distância (EAD), como costuma ocorrer em


qualquer processo de aprendizagem, procuramos pontos comuns com a educação presencial.
Isso porque, está é a modalidade que conhecemos melhor e da qual fazemos ou já fizemos
parte como alunos e/ou como professores. Assim, com base no conceito de aprendizagem com
o qual mais nos identificamos, comparamos os processos típicos da EAD com o que ocorre na
educação presencial. E podemos perceber que, em geral, os pontos de contato são muitos.

Por exemplo: ambas se preocupam em criar um ambiente (físico ou virtual) que


estimule a aprendizagem e facilite o acesso à informação. Para ambas, o material didático, as
leituras, a pesquisa e as atividades precisam estar alinhadas à proposta pedagógica que
orientará também as estratégias, os procedimentos, os conhecimentos e as capacidades a
serem desenvolvidos. Além disso, a preocupação com as trocas de informação e de saberes
construídos estão presentes nas duas modalidades de ensino e a qualidade da aprendizagem é
um dos aspectos fundamentais.
Tanto na EAD quanto na educação presencial, a tarefa mais importante do professor
consiste em mediar a relação dos alunos com os saberes envolvidos no processo. Mas é neste
ponto que uma importante distinção se apresenta: enquanto na educação presencial esse
contato do professor com os alunos é direto, na EAD ele precisa ser mediado por recursos
didáticos. Ou seja, na EAD as informações chegam aos alunos sob a forma de materiais
didáticos que utilizam diversas mídias, suportes e tecnologias disponíveis. Através dos meios de
comunicação disponíveis, as considerações, os questionamentos e, em geral, a produção dos
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alunos também retornam.

De maneira geral, do ponto de vista da elaboração dos materiais de estudo – os


materiais didáticos –, quanto mais ricos e disponibilizados em diversos formatos de mídias,
como textos, esquemas e audiovisuais, por exemplo, maiores são as chances de promover a
aprendizagem. Mas, sabemos que os materiais dificilmente conseguem prever todas as
dificuldades envolvidas no ato de aprender, quer se trate de uma operação simples ou
conceitos mais complexos. Os manuais que acompanham os aparelhos eletrônicos são um bom
exemplo disso. Quer ver um exemplo bem prático?

Atividade 1 – Caminho das pedras...

Pense na sua receita culinária favorita: aquela


que você já executa quase sem pensar. Ou, se
preferir, pense em um conserto que você costuma
fazer: uma tomada, a manutenção de uma torneira,
algo que você costume fazer sem muito sofrimento.
Agora, descreva, minuciosamente, a receita
ou o procedimento em um texto explicativo. Pode
lançar mão de esquemas, ilustrações, o que achar
necessário. Não se esqueça de nomear e quantificar ingredientes, elementos, equipamentos e
instrumentos necessários. Garanta que seja um texto inteligível por qualquer pessoa capaz de ler e
decodificar uma mensagem, para que a leitura em si não se transforme em uma dificuldade
adicional.
Feito isso, entregue seu “manual de operação” ou receita a uma pessoa que atenda aos
requisitos anteriores, mas não tenha experiência prévia com a execução da receita ou do conserto
proposto. Veja se ela, sem informações adicionais ou “dicas” de última hora, consegue dar conta da
tarefa proposta. Se ela conseguir, pergunte se teve dificuldades.
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Resposta comentada

É bem possível que a pessoa que dependeu exclusivamente do seu “manual” tenha tido
alguma dificuldade para executar a ação. Sabe por quê? Porque um texto, mesmo que
adequadamente escrito, ilustrado, apresentado sob a forma de vídeo ou áudio ou utilizando todos
esses recursos juntos, sempre dá margem a interpretações diferentes. Quem o “lê” traz para a leitura
seus pressupostos, hipóteses anteriormente testadas, experiências afetivas, juízos de valor e
bagagem cultural que, certamente, poderão interferir na interpretação, na compreensão e no
entendimento do material que, para quem criou, estava bastante claro.
Provavelmente, até este ponto da leitura, minha compreensão e a sua sobre o que escrevi já
devem ter se distanciado algumas vezes. Pense nisso!
Na melhor das hipóteses, tarefa concluída! Na pior delas, a pessoa que leu o manual ou
receita, provavelmente terá sérias e reveladoras críticas sobre seu “material didático! Mas isso faz
parte de um preocupado processo de produção.
Breve anatomia da aula

E se, ao invés de preparar o material de estudos (receita ou manual), você fosse


convidado a dar uma aula a respeito do assunto? O que você poderia fazer para aumentar as
chances de seus alunos alcançarem o objetivo proposto? Uma possibilidade seria preparar a
receita ou mesmo executar o conserto... 34 4

Se a sua concepção de ensino e aprendizagem for centrada no ensino mais tradicional,


provavelmente executará as operações envolvidas, esperando que o aluno memorize e as
reproduza. Para esse tipo de concepção, o aluno aprende copiando, repetindo, memorizando,
exercitando um padrão.

Se sua concepção enfatizar a aprendizagem, as operações que o aluno precisa realizar


para se apropriar do conhecimento devem partir da forma como ele interage, confronta o que
já sabe com o novo conhecimento. Nesse caso, provavelmente você criará situações para que
ele ensaie, a partir dos materiais disponíveis – preparados ou não por você – complementados
por perguntas, identificação de dúvidas, comparações e até mesmo demonstrações, a melhor
forma de dar conta da tarefa e – quem sabe? – de modo mais criativo e competente do que o
previsto.

Claro que uma situação real de aprendizagem não é assim tão simples. O objetivo é
fazer pensar que se você se identifica com a segunda opção, denota uma atitude interacionista,
próxima ao pensamento de Paulo Freire. Na concepção pedagógica desse importante educador
brasileiro, aprender é um ato de cooperação entre pessoas com diferentes saberes e, como
também afirmava Vygotsky, fortemente baseada na linguagem, que possibilita a aproximação e
o compartilhamento de saberes de distintos níveis de complexidade, gerando aprendizagem.
Multimídia

Para saber mais sobre Paulo Freire, assista o vídeo “Paulo Freire
contemporâneo” disponível no Portal Domínio Público do MEC, no
endereço:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraFor
35 5
m.do?first=50&skip=0&ds_titulo=Paulo&co_autor=&no_autor=&co_categ
oria=102&pagina=1&select_action=Submit&co_midia=6&co_obra=&co_id
ioma=&colunaOrdenar=null&ordem=null

MAIS...
Para uma breve aproximação da concepção sócio-interacionista de Vygotsky na Educação, você pode
ler o texto “Afetividade, interatividade e aprendizagem”, disponível no endereço:
http://penta2.ufrgs.br/edu/intera/cap1-afet-interat-aprend.htm#teovigo

Nosso exemplo, embora simples, mostra que em uma aula, o professor atento pode
ajudar os alunos a superar dificuldades que ultrapassem o material de estudos ou que não
possam ser por ele previstas, sob pena de o tornar extremamente denso e complexo para
quem traz saberes menos elaborados do que o novo conhecimento exige ou redundante, para
quem já avançou em suas construções sobre o tema em estudo.

Toda essa argumentação tem por objetivo fazer com que você reflita sobre a
importância da atuação do professor em uma aula presencial. Agora, é hora de trazer essa
reflexão para a EAD, objeto de nosso estudo.

Suponhamos que um professor especialista em um determinado tema, além de possuir


experiência construída no ensino presencial, tenha elaborado um bom material didático,
levando em conta os processos mentais dos estudantes e com alto poder de antecipar as
dúvidas mais freqüentes. Suponhamos, ainda, que uma equipe de especialistas em desenho
didático (ou designer instrucional) e nas mídias escolhidas trabalhou para apresentá-lo ao aluno
de forma interessante e instigante. Isso será suficiente para que possa atender àqueles que
enfrentam o desafio de estudar por conta própria? A interação do aluno com o material pode
dar conta de propiciar a aprendizagem pretendida?

É possível que não, sobretudo quando os estudantes em questão não desenvolveram


ainda certa autonomia para estudar por conta própria. Para estabelecer uma dinâmica de 36 6
comunicação verdadeiramente bidirecional, dialógica, semelhante a que pode existir na
educação presencial, um dos personagens mais importantes da EAD constitui também uma
especificidade sua: o tutor.

Assim, a mediação professor-aluno que em EAD se dá através dos materiais de estudos,


se beneficia da mediação do tutor, que tem por objetivo principal facilitar a apropriação do
material por quem estuda.

Talvez agora você esteja se perguntando:

Essas questões são conseqüência das novas demandas da ação docente, sobretudo na
EAD.
Com a palavra, o professor

Vamos imaginar um professor responsável por uma disciplina em um curso presencial.


Antes de iniciar as aulas, ele deverá elaborar o planejamento da disciplina. Para isso, ele
precisa, em primeiro lugar, conhecer minimamente o perfil dos alunos, contextualizar a
disciplina no curso e dimensionar a profundidade e a distribuição dos temas de estudo à
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duração prevista. Precisa também pesquisar textos, selecionar recursos didáticos e estratégias
de ensino e aprendizagem, relacionar os materiais didáticos e de apoio que serão utilizados, o
tipo e a forma de avaliação da aprendizagem.

Nas aulas, este professor poderá orientar leituras, debates, pesquisas, projetos, enfim,
as atividades que planejou e as que surgirão em decorrência da relação com os alunos e com os
temas de estudo que emergirão do processo. Provavelmente, seu objetivo como professor será
o de provocar nos alunos o interesse e a reflexão crítica sobre os temas tratados e atividades
didáticas que deverão se desenvolver no decorrer do curso.

O professor deverá, por assim dizer, orientar o percurso de aprendizagem dos


estudantes, lançando mão dos múltiplos recursos disponíveis. Deverá ajudar os estudantes a
superar dúvidas e limitações, além de liderar movimentos de avaliação e de autoavaliação,
ajudando a turma a vencer as dificuldades que, certamente, surgirão.
Não seria exagero afirmar que, na EAD, o professor é, na verdade, um conjunto de
profissionais que partilham e realizam as tarefas descritas para o professor do curso presencial.
Você quer conferir essa afirmação? Então, vamos preencher juntos o quadro comparativo com
o resumo das ações docentes nas duas modalidades. Você está convidado a completar a coluna
referente ao professor na EAD.

Tabela 1: Quadro comparativo entre a atuação do professor nas duas modalidades de


ensino: presencial e a distância.
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Professor presencial Professor na EAD

1. Desenvolve a ementa de sua disciplina.

2. Planeja sua disciplina, seleciona os temas e os


materiais de estudo.

3. Planeja as aulas e distribui os temas, os


materiais e as estratégias de ensino e
aprendizagem em encontros presenciais.
4. Apresenta os temas, esclarece dúvidas sobre
os pontos mais complexos e orienta as atividades
de estudo presencialmente.

5. Elabora e aplica as estratégias de avaliação


presencialmente.

Provavelmente, nos dois primeiros itens, a atuação do professor na educação presencial


e a distância se mostrará bastante semelhante. No entanto, a partir do item 3 podem ter
surgido algumas dúvidas.

Na educação presencial, como o professor interage com os alunos na sala de aula,


quaisquer lacunas ou dúvidas poderão ser sanadas por ele no momento em que surjam, ou
seja, no decorrer das aulas. A dinâmica da turma o ajudará a redimensionar, complementar ou
suprimir temas, atividades e materiais de estudo.

Já na EAD, essa é uma etapa crucial. O professor, em geral um especialista no conteúdo,


terá que antecipar dúvidas, propor previamente alternativas e construir textos e atividades de
tal modo que, sem a sua presença, o aluno seja capaz de, a partir das leituras, pesquisas e
atividades propostas, compreender, se apropriar e re-elaborar os conteúdos para, enfim,
construir os conhecimentos esperados. Daí a importância da elaboração dos materiais na EAD.
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Dependendo dos objetivos, do tipo e da complexidade da aprendizagem e do conjunto


dos materiais que serão utilizados (áudio, vídeos, textos, multimídia, sites na WEB),
especialistas em desenho instrucional ajudarão a formatar o percurso de estudos, as estratégias
didáticas para EAD e, dentre os recursos tecnológicos disponíveis, aqueles que melhor atendam
ao que for proposto pelo professor especialista, responsável pelo conteúdo. Profissionais de
diagramação e editoração de textos, captação e edição de áudio e vídeo, WEB Design e
programadores ajudarão a tornar a produção do professor especialista tão interessante,
instigante, interativa e adequada à aprendizagem quanto possível. Assim, mesmo a distância, o
material de estudo poderá efetivamente mediar, aproximar professor, conteúdo e alunos.

É interessante observar aqui, um aspecto importante da EAD. Segundo Myrtes, Alonso e


Sonia Algretti (2003):

O fato de as relações aluno-professor serem mediatizadas pelo recurso


tecnológico, (...) não significa eliminar ou subestimar a interação
pedagógica, mas condicioná-la a um novo tipo de ambiente; e são os
cuidados que se tem com esses dois elementos, interação e ambiente,
que definem a qualidade da Educação a distância.

As etapas 4 e 5 do quadro representam um novo desafio. Mesmo em materiais e


ambientes virtuais de alta qualidade, os estudantes possivelmente terão dúvidas ou
dificuldades inerentes à metodologia, à modalidade, à forma de conduzir os estudos e de
avaliar os avanços e as falhas. E é aí que se faz presente outro importante ator da EAD: o tutor.

Com a palavra, o tutor


Professor e tutor não são sinônimos em EAD e esse é um tema que gera grandes
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discussões. Vamos pensar um pouco em algumas atribuições de cada um deles.

Analise o quadro síntese a seguir. Observe que as atribuições do tutor podem variar um
pouco em diferentes modelos de EAD. A própria estrutura da tutoria também varia em cada
programa em EAD.

Tabela 2: Atribuições do professor especialista e do tutor na EAD.

Professor especialista em EAD Tutor em EAD


1- Desenvolve e elabora os objetivos e conteúdos 1- Estuda os conteúdos elaborados pelo
temáticos de sua disciplina. professor especialista.

2- Acompanha o processo de conversão de 2- Colabora na validação dos materiais.


conteúdos nas mídias e suportes escolhidos.

3- Planeja e realiza as intervenções e estratégias


3- Planeja as aulas distribuindo os temas e os
de interação com os alunos em encontros
materiais pelo período de duração do curso.
presenciais ou a distância.
4- Esclarece dúvidas metodológicas, de
compreensão, e encaminha dúvidas de conteúdo
4- Esclarece dúvidas técnicas dos conteúdos. ao professor especialista. No CEDERJ, o tutor,
que tem formação na disciplina, também
esclarece dúvidas técnicas dos conteúdos.
5- Colabora na elaboração, aplicação, correção,
5- Elabora as estratégias de avaliação e verifica a
registro e controle da avaliação da
aprendizagem.
aprendizagem.
Você deve ter verificado uma certa divisão de trabalho entre professor e tutor. O
professor tem uma ação mais voltada à seleção e à produção de conteúdos. A ação do tutor é
mais voltada à operação, à aplicação de estratégias pedagógicas durante o curso, ao uso de
instrumentos de comunicação e à criação de clima favorável aos estudos. Essa divisão de
trabalho não limita as possibilidades de ações interativas, mas requer uma harmonia perfeita
entre os objetivos propostos pelo professor e a atuação do tutor para que esses objetivos se
concretizem. Professor e tutor devem, portanto, estabelecer um constante diálogo durante o
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processo de aprendizagem dos alunos.

Dentre as atribuições do tutor, talvez a mais importante seja facilitar o estudo dos
materiais, estimulando a autonomia do aluno. Podemos dizer que o tutor não é professor, mas
desempenha uma parte das atribuições daquele. O tutor dedica-se, ainda, ao controle
acadêmico, tais como notas de avaliação e acompanhamento e outros registros que se façam
necessários.

Nesse sentido, e por sua formação especializada, poderíamos considerar o tutor do


Consórcio CEDERJ como um professor tutor.

Como já falamos anteriormente, a autonomia para estudar é, na EAD, um requisito


muito importante. Mas estudar a distância não deve ser sinônimo de abandono, solidão. Contar
com a ajuda de um tutor para superar eventuais dificuldades, para ajudar na organização dos
estudos, na interação com outros estudantes, na pesquisa e no uso adequado dos ambientes
virtuais de aprendizagem pode ser fundamental para a continuidade e o progresso dos alunos
no curso. O tutor, mais do que um profundo conhecedor do assunto, precisa ser um
especialista em estimular pessoas a superar dificuldades e limites. Uma boa tutoria e um bom
material de estudos são ingredientes essenciais para um curso de qualidade em EAD. A partir
do que vimos até aqui, vamos tentar hierarquizar as principais atribuições do tutor. Assinale,
então, as atribuições listadas a seguir, de acordo com o nível de importância que você identifica
para cada uma delas, usando a seguinte legenda:
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Deixamos um espaço para que você inclua e classifique mais alguma atribuição que
considere relevante.

São atribuições do tutor:

( ) Conhecer e estudar os materiais para antecipar possíveis dúvidas;

( ) Planejar as intervenções da tutoria tendo como foco o estímulo à autonomia e o apoio aos
estudos dos alunos;

( ) Promover o cumprimento das agendas do curso, incluindo eventos presenciais ou virtuais,


datas limite para atividades e avaliações, registros e controles acadêmicos, entre outros;

( ) Orientar e dinamizar atividades previamente definidas e propor atividades complementares;

( ) Encaminhar dúvidas específicas aos especialistas e as respostas destes aos alunos;

( ) Estimular a formação de grupos para as tarefas cooperativas;

( ) Utilizar os recursos tecnológicos disponíveis para promover a comunicação e a


interatividade.

( ) __________________________________________________
É provável que você tenha sentido certa dificuldade para definir a importância das
atribuições. Não se preocupe: você pode retomar a lista no decorrer da leitura. O mais
importante nessa atividade é provocar uma reflexão sobre o papel do tutor, do ponto de vista
do apoio aos estudos, do estímulo à autonomia, do esclarecimento de dúvidas, da promoção da
interatividade e até do acompanhamento das rotinas de estudo. Em torno dessas funções pode
ser delineado o papel do tutor e o modelo de tutoria que se queira estruturar.

Retomando nossa lista, é interessante agora refletir sobre o profissional capaz de


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realizar as tarefas listadas. Que características do tutor serão mais importantes? Que tipo de
formação ele deve ter?

Para ajudar a sua reflexão, lembremos que um ou vários especialistas já transformaram


os conteúdos e temas em materiais e atividades de estudo. Agora, o mais importante é
potencializar e contextualizar esses materiais, de modo a construir uma dinâmica de estudos
assistida, interativa e, ao mesmo tempo, autônoma. Um aspecto indispensável ao tutor é,
certamente, o compromisso com a aprendizagem autônoma e interativa. O tutor ajuda os
alunos a construírem, eles mesmos, suas estratégias de aprendizagem.

As experiências em EAD também têm mostrado que a colaboração entre um professor


especialista, que elabora um bom material e apoia as ações da tutoria nas questões mais
específicas dos alunos, e um tutor cuidadoso, que se mostra disponível para apoiar as
atividades dos alunos, facilita a aprendizagem e faz da EAD uma experiência bastante
prazerosa. Pense nisso!
Tutoria presencial é aula?

Não na concepção de aula que conhecemos no presencial. O tutor apoia, ajuda o aluno
a organizar seus estudos, orientando-o nas dúvidas com o material e nas atividades propostas.
Provoca debates, estimula a cooperação, o trabalho em grupos presenciais ou virtuais e,
quando há tutores a distância no mesmo sistema, trabalham em conjunto, de forma 31414
cooperativa.

É preciso ter em mente que estudo a distância e isolamento são conceitos bem
diferentes. O tutor estimula a interação e interage com os alunos demonstrando que não estão
sós.

O tutor presencial deve tornar uma sessão de tutoria um espaço aberto e atraente que
seja capaz de despertar interesse, levando em consideração alguns aspectos importantes na
educação para que a aprendizagem seja efetiva, tais como o diálogo, a cooperação e a
convivência. Assim, ele consegue atrair alunos com diferentes propósitos, como por exemplo:

esclarecimento de dúvidas;
vontade de se comunicar;
desejo de conhecer mais sobre os conteúdos das aulas;
reflexão com os colegas e com o tutor sobre conceitos desenvolvidos nas aulas;
discussão de questões referentes às avaliações, prazos etc
relacionamento com colegas na mesma situação ou em ritmos diferentes de
estudo.
31515

Figura 1: O tutor Benjamim Carvalho atende aos alunos do curso de Biologia do CEDERJ no Pólo
de Paracambi. (Foto: CEDERJ)

Elencamos, aqui, alguns pontos importantes na atuação do tutor presencial:

Planejamento e criação de estratégias de atuação, com modificações sempre que


for necessário;
Aluno que tem dúvidas precisa de orientações para sanar suas dúvidas, não de
respostas rápidas;
Interatividade pressupõe dar voz ao outro e aprender com ele. Se o aluno não
conseguiu ainda se apropriar de um determinado conteúdo, certamente já se
apropriou de inúmeros outros e espera respeito pelo que já construiu;
Qualquer que seja, a dificuldade do aluno deve ser considerada sempre muito
importante;
Como o tutor presencial é a pessoa que vai estabelecer contato direto e mais
freqüente com o aluno e ser o mediador entre esse aluno, o professor e o material
didático, é fundamental que tutor e aluno se conheçam no seu contexto, que
estabeleçam uma confiança mútua e um perfeito entrosamento com o professor
coordenador da disciplina;
É importante ter o domínio do conteúdo específico e saber as questões gerais
relativas à disciplina para orientar bem os alunos. Assim, é necessário manter
comunicação freqüente com o coordenador/professor de disciplina e com o tutor
a distância, trocando com eles informações valiosas ao bom andamento do
trabalho;
O tutor deve sanar todas as suas dúvidas que tiver. Não há nenhum problema em
não conhecer todos os temas tratados nos materiais didáticos. No entanto, haverá
problema em continuar a não saber. Por isso, é importante estudar o material
didático e procurar esclarecer suas dúvidas com o professor coordenador do curso
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ou com o tutor à distância;
Visitar o ambiente online com freqüência, pois lá estão disponíveis informações
sobre o curso e a disciplina, como por exemplo, calendários, material para
download, mudanças de datas, eventos gerais, etc;
Algumas recomendações simples sobre metodologia de estudo podem ajudar
bastante o aluno. O gerenciamento do tempo dedicado ao estudo e o local
apropriado para isso, por exemplo, são de extrema importância para que a
aprendizagem ocorra. Se o aluno não gerenciar adequadamente o seu tempo,
corre o risco de não conseguir terminar suas tarefas nos prazos estabelecidos. Não
é suficiente somente colocar o estudo em horas regulares previamente definidas.
É preciso ter certeza de que o tempo está sendo bem utilizado. Onde estudar
melhor? Em que dias/horários estudar melhor? É melhor estudar sozinho/com
amigo/em grupo? A tutoria presencial ajuda a dar uma temporalidade ao estudo,
na medida em que ela ocorre dentro de um cronograma pré-estabelecido com
conteúdos dosados pelo professor coordenador da disciplina;
É necessário orientar o aluno no sentido de como estudar o material didático
impresso que já deve chegar lido à sessão de tutoria. O estudante deve fazer uma
leitura acadêmica, atividade metódica que engloba percepção/decodificação e
compreensão intelectual, para que haja a devida apropriação do conhecimento.
Tutoria CEDERJ
Identificar as aulas e seus objetivos

As atividades Após a sessão de tutoria 31717


Fazer um RESUMO do conteúdo Relatório de presença dos alunos
da semana (situar o aluno no Relatório pedagógico

Recursos: exposição oral, uso do quadro Atenção: importância do estudo de


de giz, quadro branco, computador, TODO o conteúdo para as avaliações
internet etc

Ministrar ATIVIDADES
PROGRAMADAS
Trabalhos individuais
e em grupo
ESCLARECER AS DÚVIDAS dos
estudantes

Figura 2: Esquema da dinâmica de uma sessão de tutoria presencial no CEDERJ.

Maggio (2001) comenta que diante da situação de um aluno que leu o material
bibliográfico e anotou algumas perguntas para discussão com o tutor, o tutor pode ter várias
atitudes. Dentre elas, citamos:

1. dar respostas pontuais às perguntas formuladas;


2. explicar os fundamentos das respostas;
3. remeter aos textos ou às fontes bibliográficas;
4. sugerir aos alunos que comparem suas perguntas e as categorizem;
5. analisá-las como interrogações – quais, entre os pressupostos que envolvem, são
centrais para a disciplina em questão; que concepções prévias puseram em jogo;
quais são os erros de compreensão;
6. sugerir estratégias gerais para a abordagem de questões – análise das perguntas,
formulação de hipóteses acerca de possíveis respostas, comparação de materiais
diversos, busca de fontes alternativas de informação, etc.

31818

Um bom tutor é aquele que tem consciência dessas alternativas, de suas múltiplas
combinações e seguramente de mais outras que poderiam ser citadas. Deve ter claro que o
sentido pedagógico de cada uma dessas intervenções é diferente e, portanto, a opção por uma
delas ou por uma combinação de opções deve ser feita de acordo com cada momento.

Ainda segundo Maggio (2001), na modalidade a distância, tempo, oportunidade e risco


são dimensões importantes a serem consideradas para a intervenção do tutor. O tutor não
deve dizer “amanhã continuamos”. Amanhã, na modalidade a distância, pode ser “nunca” se o
aluno desistir ou se ele não comparecer à sessão de tutoria seguinte.

Considera também um risco quando se privilegia o tempo (escasso nas sessões de


tutoria) e não se aproveitam as oportunidades (também escassas). É arriscado não ensinar a
compreender os conteúdos ou resignar-se a não fazê-lo, confiando que, para isso, há os
materiais didáticos. Não podemos saber o que os alunos “fazem” com os materiais, mas
podemos perceber como pensam quando estão diante de nós.

Trabalhos e discussões em grupo podem ser muito importantes, pois ajudam o aluno a
interagir mais e, com isso, tornar o aprendizado mais fácil e colaborativo.
Tutoria a distância: presença virtual

Quem vai iniciar agora sua atuação como tutor a distância começa
seu trabalho em um momento privilegiado, tecnologicamente falando. A
disseminação de computadores multimídia
31919
conectados à Internet trouxe a EAD novas
possibilidades de interação. Proporcionou à
tutoria a distância, em programas de EAD, uma
dinâmica há muito desejada: tutor e aluno podem, hoje, interagir em
tempo real. Podem, ainda, respeitados os tempos e ritmos próprios,
cooperar, estabelecer debates, disponibilizar contribuições, comentários, exemplos, links,
questões, explicações, enfim, o que for necessário para melhorar as condições de
aprendizagem, O tempo e o espaço não precisam mais separar tutores e alunos.

Entretanto, o maior distanciamento físico aluno-aluno e aluno-professor pode, em um


primeiro momento, tornar difícil o desenvolvimento da afetividade tão necessária a qualquer
ser humano no desempenho de suas tarefas. A sensação de isolamento que o aluno pode
experimentar se estudar seu material impresso na WEB com pouca ou nenhuma interatividade
com colegas ou tutores, pode representar uma barreira de difícil transposição para sua
continuidade. É preciso que o tutor atue no sentido de facilitar a criação e o fortalecimento de
vínculos afetivos entre todos. Nesta questão em particular, tanto a conduta desse tutor quanto
os tipos de atividades propostas por ele, são de grande importância.
Atividade 2 – Soltando o pensamento...

AVISO AOS NAVEGANTES (Lulu Santos)

Se existe alguém na linha, Se tem alguém no ar


32020
Por favor, responda agora Não me faça esperar...
Há uma certa urgência, Alô informação!
Aqui sou eu sozinho, Do outro lado, Não sei não
Instalei uma antena E lancei um sinal
Há nada no radar Procuro no dial...
Aviso aos navegantes, tem mais alguém aí?
Só ouço o som da minha Própria voz a repetir...Ô!
S.O.S. Solidão!

Multimídia

Caso não se lembre da música, veja um vídeo de um show ao vivo


do cantor em http://www.youtube.com/watch?v=huqWwfskIxI

Veja o que nos diz a música Aviso aos Navegantes, de Lulu Santos. Perceba o tema e que tipo
de sentimento move o narrador ao lançar essa mensagem. O que essa música nos diz a respeito do
nosso aluno de EAD?
Essa canção poderia representar a ansiedade e insegurança que muitas vezes o aluno que
inicia um curso a distância sente.
Considerando o que conversamos aqui e o que você ainda pode acrescentar, indique algumas
atitudes importantes que um tutor deve tomar para conduzir o aluno a condições confortáveis ao
seu aprendizado. Pense em condutas ou comportamentos simples que podem fazer a diferença no
sentido de criar laços afetivos com e entre os alunos, através da plataforma de aprendizagem.
Registre a seguir.

32121

Resposta comentada

Dentre tantos comportamentos, você pode ter destacado:

Conhecer melhor o contexto do aluno;


Orientar o aluno quanto às especificidades da EAD como modalidade de ensino;
Estabelecer uma comunicação contínua e efetiva, utilizando uma linguagem clara
e informal;
Esclarecer, sempre que necessário, as funcionalidades do ambiente virtual;
Implementar estratégias motivacionais de trabalho colaborativo em grupo e, ao
mesmo tempo, apontar os caminhos que promovam a aprendizagem autônoma;
Sempre comentar alguma informação pessoal que o aluno tenha dado durante
uma postagem em um fórum, por exemplo;
Nas mensagens para os alunos, despedir-se de uma maneira mais amistosa e
menos formal, desejando bom fim de semana, mandando um abraço, por
exemplo;
Usar uma linguagem respeitosa, porém informal, dando um tom mais dialógico a
uma mensagem;
Nas avaliações, sempre destacar os aspectos positivos dos trabalhos realizados.

Como temos visto, várias são as formas de a tutoria a distância fazer-se virtualmente
presente. Contamos hoje com ambientes de EAD que constituem verdadeiras salas de aula
virtuais. Procuram organizar os materiais e as atividades de estudo, as ferramentas de
interação e as informações acadêmicas de forma que professores, tutores e estudantes 32222
reconheçam rapidamente, minimizando as dificuldades encontradas em situações novas. É
importante lembrar que, no espaço virtual, facilidade de uso e segurança constituem um
binômio complexo.

Além disso, o que pode ser considerado óbvio e intuitivo pode ser percebido de forma
diferente por usuários experientes e iniciantes. Assim, é necessário que tutores e estudantes
contem com um período de adaptação às operações de acesso, navegação e uso de
ferramentas em qualquer ambiente virtual de aprendizagem. Devemos lembrar ainda que,
quanto mais recursos disponíveis, maior a demanda pelo que chamamos de ambientação.

Figura 3: Luciana Pessoa, tutora a distância do curso de Introdução à Informática do CEDERJ,


trabalha no computador ou no atendimento ao telefone, no laboratório de Tecnologias de
Ensino da UFF. (Foto: CEDERJ)
Seja como for, o fato é que há, hoje em dia, várias ferramentas de comunicação e de
autoria disponíveis. Citaremos aqui as mais utilizadas, com suas aplicações mais imediatas. Para
facilitar nosso estudo, podemos dividir as ferramentas em síncronas (em tempo real, todos
conectados ao mesmo tempo) e assíncronas (cada um conectado no seu tempo).

Deve-se considerar que um dos motivos que levam um estudante a participar de cursos
a distância costuma ser a dificuldade de estar fisicamente presente em um determinado local e
horário para estudar. Sendo assim, as atividades assíncronas devem contar com a preferência 32323
dos tutores a distância e, certamente, com uma maior participação dos alunos. Vamos começar
por essas então.

Fórum – é a ferramenta mais utilizada para refletir,


demonstrar, explicar, iniciar e concluir estudos. Nela,
estudantes, tutores e convidados podem postar pequenos
textos, comentar, complementar e replicar comentários,
anexar informações e produções, enfim, estabelecer um
diálogo no qual todos os envolvidos podem “ter a palavra”.
Cada um lê e posta, a seu tempo, as contribuições, o que
permite fazer leituras e refletir antes da publicação. O fórum
promove o desenvolvimento de habilidades de estudo, comunicacionais e de cooperação entre
os participantes. Todos os autorizados podem ler e postar comentários.

É bom lembrar o papel da cooperação na aprendizagem, como destacam Campos,


Santoro, Borges e Santos (2003):

A cooperação como apoio ao processo de aprendizagem enfatiza a


participação ativa e a interação tanto dos alunos como dos professores.
O conhecimento é considerado um construtor social, e dessa forma, o
processo educativo acaba sendo beneficiado pela participação social em
ambientes que propiciam a interação, a colaboração e a avaliação.
A ação do tutor é de mediador do fórum, propondo temas, alimentando-o com
instigações, sempre que necessário, e cuidando para que as discussões não se desviem dos
temas propostos. A participação criteriosa do tutor no fórum é fundamental para que seja
produtivo e para que os estudantes se sintam apoiados pelo tutor para ousar em suas
reflexões.

Um fórum deve ter data de início e fim e é interessante que o tutor lance uma boa
provocação inicial - sempre sob a orientação do professor da disciplina -, incentive e valorize as 32424
participações e faça uma consideração de encerramento, pontuando os aspectos mais
relevantes da discussão.

Pode haver vários fóruns em um mesmo percurso de estudos, inclusive, fóruns livres
para os estudantes proporem temas. Mas é preciso muito cuidado para que os alunos saibam
que tipo de informações encontrarão em cada um, sem se perder entre as possibilidades.

Aqui, apresentamos duas ferramentas derivantes do conceito do fórum, criadas para


atender às especificidades do processo educativo:

Registros dos alunos (Diário de Bordo) – ferramenta na qual os alunos podem fazer
anotações, rascunhos, registros e até mesmo tarefas para serem vistas pelo tutor.
Somente o aluno e o tutor terão acesso às informações ou poderão fazer comentários. É
uma espécie de caderno virtual. Um comentário eventual do tutor, ou quando
solicitado, é bem-vindo e demonstra cuidado com o aluno.
Envio de tarefas (Tarefa) – ferramenta pela qual o aluno elabora e encaminha tarefas ao
tutor. Somente o aluno e o tutor vêem as tarefas.

Voltemos às ferramentas assíncronas mais usuais:

Lista de discussão – através da troca de mensagens por e-mail, permite discussões com
textos mais longos, que causariam desconforto para leitura se postados no fórum. Vários sites
de busca e provedores de conteúdo oferecem gratuitamente o serviço e as orientações para
criação e manutenção de listas de discussões, possibilitando restringir a participação e os temas
a serem discutidos. É também uma excelente ferramenta de ampliação e manutenção de
discussões e colaboração entre grupos virtuais.

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Figura 4: Marcelo Sobreira atende aos alunos do curso de Administração do CEDERJ na


Universidade Federal Rural (UFRRJ). (Foto: CEDERJ)

Blog (e fotolog) – permite, além do diálogo, a publicação da produção individual e


coletiva dos alunos, comentários e contribuições de visitantes. São importantes para uma
abordagem sóciointeracionista do ensino e da aprendizagem, já que possibilitam a coautoria,
conceito que Medeiros (2007) apresenta:

O trabalho de autoria se transformará, então, em um trabalho de


coautoria, e a conjugação de esforços e competências contribuirá para a
formação de valores essenciais à formação de uma consciência mais
solidária, mais voltada para a construção coletiva e para o
compartilhamento de informações, desde a escola.
Destacamos, agora, uma ferramenta de comunicação síncrona cujo uso pedagógico
ainda carece de maiores reflexões. Lembramos que a necessidade de que todos os
participantes estejam conectados à Internet (online), ao mesmo tempo, limita o uso desse
recurso.

Chat (Bate-papo) – recurso utilizado para promover o


“encontro virtual” dos participantes. Sua característica mais
interessante é que, como em uma conversa nos intervalos das 32626
aulas, pode-se postar comentários, idéias e questões que
provocam réplicas e respostas imediatas. Não existe o rigor do
fórum e, assim, as intervenções são mais livres, há espaço para ludicidade, descontração e para
estreitamento do contato entre participantes que, talvez, nunca se encontrem
presencialmente. Por esse motivo, seu uso no início e ao final de atividades complexas ou do
percurso de estudos, auxilia a criação e o fortalecimento de vínculos afetivos e de confiança
aluno-aluno e alunos-tutor, fundamentais ao processo educativo. No entanto o chat não é, de
maneira alguma, um substituto para o fórum, mas o tutor observador poderá extrair dele
insumos importantes para utilizar nos fóruns abertos.

Diante dessas alternativas, é recomendável que o tutor a distância:

Planeje estratégias de promoção da interatividade alinhadas aos objetivos do curso;


Explore as ferramentas de interatividade e permita que os alunos experimentem diferentes
formas de comunicação e interação;
Colabore para que os alunos superem eventuais dificuldades;
Explore cada ferramenta, considerando sempre vantagens e limitações;
Reconheça as contribuições e o esforço dos alunos no uso das ferramentas e no avanço dos
estudos.
Nas situações em que a tutoria pode contar com recursos de Internet, o trabalho do
tutor pode se tornar ainda mais rico, isto é, dispor de mais recursos. As ferramentas de
comunicação permitem que ele organize atividades síncronas, como chat e/ou assíncronas,
como fórum, comunidades e grupos de estudo virtuais e listas de discussão com comunicação
por e-mail, visitas virtuais a museus, centros de pesquisa, videotecas, entre outras.

Todas as mídias – jornais, programas de rádio, filmes etc – migraram para o digital e,
constantemente, as formas de disponibilização estão sendo incrementadas a partir da
32727
ampliação das bandas de distribuição. Podemos dizer que as mídias se apresentam
disponibilizadas de duas formas. A primeira se constitui daquele espaço que reproduz
literalmente as experiências de transmissão não digitais até então disponíveis – sites de jornais,
de filmes, de literatura, etc – nos quais o owner, ou seja, o dono do espaço, é o único autor
presente. Como exemplo, temos os grandes portais de conteúdo do tipo UOL, Terra,
Globo.com, etc.

A outra forma é aquele espaço em que há plena possibilidade de comunicação e


publicação por parte dos usuários da Internet. Há cada vez mais, uma maior apropriação das
ferramentas de publicação que transforma simples usuários em autores que disponibilizam
suas criações.

Blogs, Fotologs, páginas da WEB e ambientes de aprendizagem cooperativa ajudam os


estudantes a se sentirem efetivamente participando de uma turma, com atividades individuais
e compartilhadas. É possível desenvolver tarefas mais complexas que poderão ser publicadas e
avaliadas pela comunidade virtual da qual os alunos passam a fazer parte. Você consegue
imaginar o quanto participar de um curso com essas características pode ser estimulante?
Pense na diferença que uma boa tutoria pode fazer em um curso estruturado dessa forma.
Segundo Campos, Santoro, Borges e Santos (2003):

Os ambientes que desenvolvem modelos de trabalho mais elaborados


disponibilizam interações de mais alto grau e combinam técnicas
provenientes de outras áreas de pesquisa. A memória de grupo e
formas de representação de conhecimento são características presentes
na maioria dos sistemas.
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A cada dia, os equipamentos digitais, como câmeras e gravadores vão se tornando mais
acessíveis. Programas gratuitos facilitam a tarefa de editar vídeos e imagens que poderão ser
disseminados pela Internet. Pense na riqueza da produção de cursos virtuais. Pense no quanto
um tutor, com um mínimo de conhecimentos de informática e comprometido com seu
trabalho, pode ajudar seus alunos a encontrar formas cada vez mais criativas e instigantes de
mostrar o que aprenderam. Vale ressaltar que isso pode ser feito presencialmente ou a
distância.

Talvez você esteja imaginando que o que acabamos de descrever constitui, na verdade,
um mundo ideal de tutoria. Mas... E se a tutoria e os alunos não contarem com todos esses
recursos?

Claro que os recursos facilitam o trabalho, mas a criatividade e o desejo de interagir


nasceram alguns milhares de anos antes das TIC (tecnologias de informação e comunicação). O
professor que der uma busca nos depósitos das escolas vai acabar coletando material muito
rico para sua atuação. A atitude de ampliar as oportunidades dos alunos precede e até supera o
arsenal tecnológico vigente. Mas não prescinde de um professor criativo.
A interatividade do sistema de tutoria e a construção da

autonomia do estudante: significados e dimensões

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos


Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
32929
Quando terá sido o óbvio

Um índio (Caetano Veloso)

Para iniciarmos uma conversa sobre interatividade relacionada a um


sistema de tutoria e construção de autonomia, é necessário
resgatarmos algumas idéias para podermos delimitar a qualidade da
interatividade que nos interessa abordar.

Ao falarmos de qualidade da interatividade, estamos apontando para os


diferentes níveis que ela pode assumir. Aqui não nos interessará os níveis mais
simples de interatividade, nos quais a relação interativa se reduz a clicar em um
botão e passar para a próxima etapa. A partir dessa característica, todo sistema de
escolhas simples passou a ser considerado interativo, banalizando o conceito e, até
mesmo, gerando certa confusão de entendimento. Não entraremos no mérito do que é ou não
interativo. Vamos considerar um ambiente que acolha um sistema de tutoria e a autonomia do
estudante.
33030
Para tentarmos responder, vamos às obviedades.

Primeira obviedade importante: a ideia de ambiente.

Para nós o que interessa é o aluno esteja inserido em um ambiente previamente criado
para conduzi-lo a uma relação com os objetos de aprendizagem disponíveis, isto é, com o
conhecimento. Os elementos interativos são orientados para a aprendizagem e não são meros
comandos para consumo de uma informação. Possuem intencionalidade pedagógica, pois estão
seqüenciados para a construção de um ou mais percursos. Ou seja, os elementos interativos
estabelecem percursos que conduzem aos objetivos traçados. Esses elementos promotores de
interatividade podem convidar o aluno apenas a fazer escolhas de navegação pelos conteúdos
e o seu consumo ou, ainda, propor sua expressão mais efetiva e pessoal. É bom esclarecer que
a idéia de ambiente pode transcender as ferramentas contidas em um único endereço / link –
no caso de ambiente na WEB – e evolui para a utilização sistematizada de ferramentas e de
mídias disponibilizadas para o aluno.

Vamos tomar como exemplo o nosso velho amigo mural. Sim, aquele espaço de
divulgação de informações em que são colocados avisos, comunicados, convites, folders, etc.
Ele nos ajudará, de uma maneira simples, a entender como se estabelece essa construção de
um ambiente interativo. Agora, vamos imaginar que alguém coloque nesse mural uma poesia
com o título: Poetas vivos. Nada de interativo, apenas divulgação de uma informação.
Mas imaginemos que, ao final da poesia, leia-se: “Caso deseje, entre em contato com os
dois telefones a seguir e deixe uma mensagem dizendo se gostou da minha poesia.” Ainda, nada
de interativo para o “usuário”, apenas um canal de feedback para o autor.

Acrescentemos mais um comando à poesia: “Caso deseje conversar


comigo, entre em contato com o telefone 2222-2222 ou envie uma carta para o
seguinte endereço ou, ainda, para o e-mail poesia@poesia.com.br. Sugerimos
que assista ao filme Sociedade dos Poetas Mortos antes de entrar em contato
33131
e/ou leia o livro Baú de Espanto de Mário Quintana”. Aqui se estabelece um
menu de opções: ver um filme e/ou uma poesia; entrar em contato por telefone,
via postal ou e-mail.

Através desses comandos, o mural passa a oferecer escolhas de acesso a outras


informações – filme e poesia – que agreguem entendimento à estrutura básica – a poesia
Poetas Vivos –, além de oferecer possibilidades de comunicação e troca de informações via
telefone, carta ou e-mail.

Como último comando, imaginemos que o autor tenha escrito: “Caso deseje sugerir
alterações na poesia, por favor, encaminhe-as via e-mail, que avaliarei e publicarei a poesia
novamente na próxima semana, aqui nesse mural, com as diversas sugestões.” Esse comando
estabelece a possibilidade de co-autoria e construção colaborativa, ou seja, o ambiente do
mural alcança um alto grau de interatividade.

Nosso mural torna-se, portanto, um ambiente interativo, pois contém alguns elementos
básicos promotores de interatividade:

Menu de opções;
Via de comunicação e feedback com possibilidade de diálogo (bidirecionalidade);
Coautoria;
Publicação.
Segunda obviedade importante: a presença humana.

O ambiente interativo que nos interessa é habitado por indivíduos – os alunos e o tutor,
a princípio. Não é (e nem deve ser!) um espaço de solidão e isolamento. Além de realizar a
mediação com os conteúdos – que podem ser acessados por meio de diferentes mídias –, o
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ambiente interativo ainda viabiliza a mediação com o tutor e demais colegas e,
conseqüentemente, estabelece espaços de interação humana nos quais as competências
interpessoais são altamente requisitadas e necessárias. Há, podemos dizer, um agrupamento
de individualidades que, muitas vezes, precisarão se adequar rapidamente aos critérios e regras
de relacionamento sugeridos no ambiente e essenciais para a construção não apenas de
autonomia, mas também de colaboração.

Há casos em que as competências interpessoais vão sendo construídas ao longo do


percurso. Por isso, é necessário haver clareza de como deve ser a contribuição de cada um.
Cabe ao tutor ajudar os participantes a usufruírem adequadamente do ambiente e, quando
acionado, responder de forma acolhedora e positiva os questionamentos que forem
apresentados.

É nessa obviedade importante – a presença humana – que ocorre os grandes e


definitivos entraves de continuidade. Um descuido na relação – que pode não ter sido
promovida diretamente pelo tutor –, resulta num processo de inibição do participante que
transforma a distância em isolamento e desinteresse. Portanto, clareza e atenção são
características que devem ser altamente desenvolvidas por parte da tutoria. Clareza na
comunicação e atenção para o feedback – são as bases para a interatividade específica da
relação aluno/tutor. É costume se falar que “uma imagem diz mais do que mil palavras”. Em um
ambiente interativo, um silêncio, uma ausência, um atraso numa atividade, pode dizer mais do
que mil imagens.
Terceira obviedade importante: a expressão do aluno.

Não há sentido em abrir espaços de expressão e colaboração se, ao longo do percurso,


esse espaço se transforma em espaço de inibição. A inibição não se dá apenas por uma
intervenção inadequada de um integrante do grupo ou mesmo do tutor. Ela pode ser
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promovida pela falta de atenção ou cuidado numa resposta recebida pelo aluno. É tarefa do
tutor mediar com atenção e cuidado o fluxo de comunicação que se estabelece no ambiente.
Incluem-se aqui as mensagens que ele próprio produzir. Poucas coisas são mais inibidoras do
que uma resposta econômica em excesso do tipo: “OK” ou “Atividade recebida” ou “Esse não é
o espaço para esse assunto”, sem um esclarecimento maior. Não há motivação nem ambiente
de interatividade que resistam a isso. Sabe-se que, muitas vezes, há muita dificuldade por parte
do aluno de se expressar na forma escrita tanto no que se refere à parte ortográfica quanto ao
conteúdo. Em muitas situações, tudo é muito novo. Em todo caso, a expressão do aluno deve
ser respeitada como esforço de participação que ele produz para ser incluído no processo de
colaboração e de autonomia nos estudos. Acolher essas dificuldades e utilizar-se de estratégias
de motivação para que o aluno possa aprimorar-se estabelece, com propriedade, o fluxo de
inclusão desejado.

Quarta obviedade importante: a tutoria é elemento promotor de interatividade.

Tudo que foi falado até aqui em relação à interatividade tem na tutoria um dos seus
alicerces básicos. São as ações e atitudes do tutor que irão reforçar as intencionalidades
interativas do ambiente. Sem a assunção do tutor à interatividade proposta não há como
receber a adesão dos alunos.
Em alguns momentos, para que os alunos usufruam a interatividade do ambiente a fim
de potencializar seus estudos autônomos, é necessária a presença intensa do tutor indicando
caminhos e formas de melhor utilizar o ambiente. A princípio, poderíamos ver um paradoxo
entre o sistema de tutoria e a autonomia do aluno, se nossa idéia de autonomia estiver apenas
fundada no conceito do auto-estudo. De certa forma, a idéia básica é essa mesma – quanto
mais liberto da tutoria, mais imerso na autonomia.

Para que tutoria e autonomia do aluno fluam de forma harmônica, é importante que o
33434
tutor conheça perfeitamente que posicionamento lhe reserva o ambiente interativo específico
onde irá encontrar com seus alunos. Assim como ao chegar a um auditório está bem definido o
local fixo do palestrante – essa é a posição do professor tradicional –, em um ambiente com
potencial de interatividade, há possibilidades de interações e circulações que coloca o tutor, de
certa forma, mais exposto e, também, mais acessível. As formas de comunicação e,
conseqüentemente, de questionamentos disponibilizadas pelas TIC são muito mais ricas e estão
incorporadas pelo ambiente interativo.

O ambiente interativo convida ao diálogo, fundado na possibilidade de bidirecionalidade


síncrona e assíncrona. Não aceitar o convite ou utilizar a bidirecionalidade de forma precária é
criar uma desarmonia facilmente percebida pelo aluno. Na verdade, a acessibilidade da relação
tutor/aluno provém de uma questão atitudinal. É preciso que haja uma sintonia entre o
ambiente interativo e as ações e atitudes da tutoria. Ou seja, em um ambiente interativo, o
tutor precisa se posicionar como mais um elemento de interatividade, o mais sensível
elemento.

Atividade 3 – Interagindo...
Como um exercício bem simples de reflexão sobre interatividade, podemos pegar uma
música muito conhecida de todo torcedor de futebol, principalmente no Estado do Rio de
Janeiro. O título dela é Domingo, composta por Neguinho da Beija-Flor.
Domingo (Neguinho da Beija-Flor)

Domingo, eu vou ao Maracanã


Vou torcer pro time que sou fã,
Vou levar foguetes e bandeira
Não vai ser de brincadeira,
33535
Ele vai ser campeão

Não quero cadeira numerada,


Vou ficar na arquibancada
Prá sentir mais emoção

Porque o meu time bota pra ferver,


E o nome dele são vocês que vão dizer
E o meu time bota pra ferver,
E o nome dele são vocês que vão dizer, ô, ô, ô...
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô [o cantador grita o nome do
seu time bem forte]!
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô [o cantador grita o nome do
seu time bem forte]!

Multimídia

Caso não se lembre da música, veja um vídeo em


http://www.youtube.com/watch?v=OMr7n4tTEUQ
Nele, a Velha Guarda da Escola de Samba Vila Isabel apresenta esse
samba.
Ao ler ou ouvir a letra, procure pensar nas seguintes questões:

Podemos afirmar que há interatividade presente nessa música?

Podemos afirmar que há possibilidade de co-autoria? Há convite para co-autoria?

Podemos afirmar que há um menu de escolhas/opções? Que menu é esse?

Podemos afirmar que há possibilidade de colaboração?


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Resposta comentada

Feita a sua reflexão, vejamos se ela fez o seguinte percurso:

Podemos afirmar que a interatividade está presente nessa música?

Sim.

Podemos afirmar que há possibilidade de co-autoria?

Sim. Há um convite para expressão particular de quem canta, concorda?

Podemos afirmar que há um menu de escolhas/opções? Que menu é esse?

Sim, o menu está implícito. Fogô!! Mengô!! Vascô!! Nensê!! Pode até ser aquele que é
considerado o pior time do mundo: Íbîs!! (circunflexos nossos).

Podemos afirmar que há possibilidade de colaboração?

Bem, sabemos que nenhum torcedor colabora com outro de outro time. A não ser que a
escolha seja comum: Brasîl!!
A interatividade em um ambiente de tutoria se comporta de forma semelhante. É
necessário que o tutor, antes de iniciar os trabalhos com um novo grupo, saiba as
respostas para as seguintes questões:

Que escolhas o ambiente propicia (menu);

Que perfis diferenciados de alunos (torcedores) estão presentes no ambiente;

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Que espaços de co-autoria são privilegiados;

Que opções de colaboração são oferecidas;

Que possibilidades de intervenção do tutor estão disponibilizadas.

A construção do tutor interativo passa pela apropriação dessas questões,.

Considerações finais
Construímos aqui um material para servir de base ou reforçar a atuação da tutoria
presencial ou a distância. Os temas tratados podem e devem ser aprofundados. Vamos deixar
algumas considerações finais, recomendações que deverão se tornar focos de reflexão e
adequação à realidade de cada tutor, presencial ou a distância. Vamos a elas:

A parte mais difícil de estudar a distância é não se sentir apoiado diante das dúvidas. A
autonomia para estudar é uma conquista individual. O tutor deve colaborar para que os
alunos sintam esse apoio;
Mais do que responder às questões dos alunos, o tutor precisa ajudá-los a formular as
questões corretas e descobrir por eles mesmos as respostas. Na maioria dos casos, elas
estarão no material didático;
O tutor deve caminhar ao lado dos alunos: não empurrá-los ou puxá-los, ou eles não
desenvolverão a autonomia nem se sentirão capazes de avançar e superar as
dificuldades. É importante respeitar os limites dos alunos, mas também é necessário
ajudá-los a superar as dificuldades ou eles se sentirão incapazes de prosseguir. Ou pior:
acharão que não existem dificuldades a serem superadas no processo de aprendizagem;
O material didático é a ferramenta de trabalho principal do tutor. Toda contribuição
que der será para melhorar a compreensão dos alunos e não criar atalhos. É importante
33838
lembrar que um professor especialista é responsável por ele e o tutor seu colaborador,
esclarecendo pontos que, porventura, não tenham ficado tão claros quanto deveriam
para o grupo de estudantes que seu trabalho apóia;
As ferramentas de interação e comunicação disponíveis devem ser sempre utilizadas
pelo tutor que ao apropriar-se delas, criará situações para que os alunos as utilizem,
mesmo na tutoria presencial;
Os alunos necessitam de orientações para organizarem os tempos de estudo face ao
cronograma do curso e para descobrirem formas pessoais de estudar, alcançando
melhores resultados;
É fundamental estabelecer uma comunicação contínua e efetiva utilizando uma
linguagem clara e informal.

Por último, e o mais importante: o tutor deve ter claro que o trabalho consciente e
competente da tutoria tem feito a diferença na qualidade dos cursos a distância.

Certamente, como você deve ter percebido, o tutor presencial ou a distância, cada um
por meio dos recursos e oportunidades disponíveis, tem um papel de extrema relevância ao
lidar com este aluno que chega ao sistema de EAD com um perfil muito diferente daquele que
julgamos necessário para ter sucesso em um curso a distância. Entretanto, como também já
dissemos, este é o perfil que foi delineado por um sistema educacional fortemente presencial.
Sistema esse que é, também, nossa própria referência de formação, como alunos ou
professores e no qual ainda estamos ou estivemos inseridos. É necessário, portanto, uma
mudança também no perfil do professor e do tutor. Alunos, tutores e professores precisam
mudar, precisam se reconstruir como companheiros nesta nova comunidade de aprendizagem.

Referências
ALONSO, M; ALEGRETTI, S. M. Introduzindo a pesquisa na formação de professores a distância. 33939
In: VALENTE, J. A.; PRADO, M. E.; M. E. ALMEIDA, M. E. (Org). Educação a distância via Internet.
São Paulo: Avercamp, 2003.

CAMPOS, F., SANTORO, F., BORGES, M. e SANTOS, M. Cooperação e aprendizagem on-line. Rio
de Janeiro: DP&A, 2003.

MAGGIO, M. 2001. O tutor na educação a distância. In Litwin, E. (org.). Educação a distância –


temas para o debate de uma nova agenda educativa. Artmed Editora, Porto Alegre.

MEDEIROS, L. Políticas públicas face à inserção das TICs no espaço pedagógico. In: Educação a
distância e formação de professores: relatos de experiências. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2007.

MEC-PORTAL DOMÍNIO PÚBLICO. Paulo Freire contemporâneo. Paulo Freire contemporâneo


Vídeo. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do?first=50&skip=0
&ds_titulo=Paulo&co_autor=&no_autor=&co_categoria=102&pagina=1&select_action=Submit
&co_midia=6&co_obra=&co_idioma=&colunaOrdenar=null&ordem=null Acesso em: 23 nov.
2011.

UFRGS. Afetividade, interatividade e aprendizagem. Disponível em:


http://penta2.ufrgs.br/edu/intera/cap1-afet-interat-aprend.htm#teovigo. Acesso em: 23 nov.
2011.
Ilustrações

Daniel Ribeiro

Ingredientes: http://www.flickr.com/photos/foodthinkers/4300282733/ - Autor: Food Thinkers

Nota musical: http://www.sxc.hu/photo/1229642 - Autor: Robert Proksa

Computador: http://www.sxc.hu/photo/1208423 - Autor: Ariel da Silva Parreira


34040
Balão de fala: http://www.sxc.hu/photo/1108003 - Autor: Christian Ferrari

Carta/email: http://www.sxc.hu/photo/1215930 - Autor: Stephanie Hofschlaeger

Torcida: http://www.flickr.com/photos/heyplaygirl/2033204405/ - Autor: Ana Carolina

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