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Leila Medeiros
Margarete Macedo 31 1
Sérgio Amaral
Vera Ribeiro
Resposta comentada
É bem possível que a pessoa que dependeu exclusivamente do seu “manual” tenha tido
alguma dificuldade para executar a ação. Sabe por quê? Porque um texto, mesmo que
adequadamente escrito, ilustrado, apresentado sob a forma de vídeo ou áudio ou utilizando todos
esses recursos juntos, sempre dá margem a interpretações diferentes. Quem o “lê” traz para a leitura
seus pressupostos, hipóteses anteriormente testadas, experiências afetivas, juízos de valor e
bagagem cultural que, certamente, poderão interferir na interpretação, na compreensão e no
entendimento do material que, para quem criou, estava bastante claro.
Provavelmente, até este ponto da leitura, minha compreensão e a sua sobre o que escrevi já
devem ter se distanciado algumas vezes. Pense nisso!
Na melhor das hipóteses, tarefa concluída! Na pior delas, a pessoa que leu o manual ou
receita, provavelmente terá sérias e reveladoras críticas sobre seu “material didático! Mas isso faz
parte de um preocupado processo de produção.
Breve anatomia da aula
Claro que uma situação real de aprendizagem não é assim tão simples. O objetivo é
fazer pensar que se você se identifica com a segunda opção, denota uma atitude interacionista,
próxima ao pensamento de Paulo Freire. Na concepção pedagógica desse importante educador
brasileiro, aprender é um ato de cooperação entre pessoas com diferentes saberes e, como
também afirmava Vygotsky, fortemente baseada na linguagem, que possibilita a aproximação e
o compartilhamento de saberes de distintos níveis de complexidade, gerando aprendizagem.
Multimídia
Para saber mais sobre Paulo Freire, assista o vídeo “Paulo Freire
contemporâneo” disponível no Portal Domínio Público do MEC, no
endereço:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraFor
35 5
m.do?first=50&skip=0&ds_titulo=Paulo&co_autor=&no_autor=&co_categ
oria=102&pagina=1&select_action=Submit&co_midia=6&co_obra=&co_id
ioma=&colunaOrdenar=null&ordem=null
MAIS...
Para uma breve aproximação da concepção sócio-interacionista de Vygotsky na Educação, você pode
ler o texto “Afetividade, interatividade e aprendizagem”, disponível no endereço:
http://penta2.ufrgs.br/edu/intera/cap1-afet-interat-aprend.htm#teovigo
Nosso exemplo, embora simples, mostra que em uma aula, o professor atento pode
ajudar os alunos a superar dificuldades que ultrapassem o material de estudos ou que não
possam ser por ele previstas, sob pena de o tornar extremamente denso e complexo para
quem traz saberes menos elaborados do que o novo conhecimento exige ou redundante, para
quem já avançou em suas construções sobre o tema em estudo.
Toda essa argumentação tem por objetivo fazer com que você reflita sobre a
importância da atuação do professor em uma aula presencial. Agora, é hora de trazer essa
reflexão para a EAD, objeto de nosso estudo.
Essas questões são conseqüência das novas demandas da ação docente, sobretudo na
EAD.
Com a palavra, o professor
Nas aulas, este professor poderá orientar leituras, debates, pesquisas, projetos, enfim,
as atividades que planejou e as que surgirão em decorrência da relação com os alunos e com os
temas de estudo que emergirão do processo. Provavelmente, seu objetivo como professor será
o de provocar nos alunos o interesse e a reflexão crítica sobre os temas tratados e atividades
didáticas que deverão se desenvolver no decorrer do curso.
Analise o quadro síntese a seguir. Observe que as atribuições do tutor podem variar um
pouco em diferentes modelos de EAD. A própria estrutura da tutoria também varia em cada
programa em EAD.
Dentre as atribuições do tutor, talvez a mais importante seja facilitar o estudo dos
materiais, estimulando a autonomia do aluno. Podemos dizer que o tutor não é professor, mas
desempenha uma parte das atribuições daquele. O tutor dedica-se, ainda, ao controle
acadêmico, tais como notas de avaliação e acompanhamento e outros registros que se façam
necessários.
( ) Planejar as intervenções da tutoria tendo como foco o estímulo à autonomia e o apoio aos
estudos dos alunos;
( ) __________________________________________________
É provável que você tenha sentido certa dificuldade para definir a importância das
atribuições. Não se preocupe: você pode retomar a lista no decorrer da leitura. O mais
importante nessa atividade é provocar uma reflexão sobre o papel do tutor, do ponto de vista
do apoio aos estudos, do estímulo à autonomia, do esclarecimento de dúvidas, da promoção da
interatividade e até do acompanhamento das rotinas de estudo. Em torno dessas funções pode
ser delineado o papel do tutor e o modelo de tutoria que se queira estruturar.
Não na concepção de aula que conhecemos no presencial. O tutor apoia, ajuda o aluno
a organizar seus estudos, orientando-o nas dúvidas com o material e nas atividades propostas.
Provoca debates, estimula a cooperação, o trabalho em grupos presenciais ou virtuais e,
quando há tutores a distância no mesmo sistema, trabalham em conjunto, de forma 31414
cooperativa.
É preciso ter em mente que estudo a distância e isolamento são conceitos bem
diferentes. O tutor estimula a interação e interage com os alunos demonstrando que não estão
sós.
O tutor presencial deve tornar uma sessão de tutoria um espaço aberto e atraente que
seja capaz de despertar interesse, levando em consideração alguns aspectos importantes na
educação para que a aprendizagem seja efetiva, tais como o diálogo, a cooperação e a
convivência. Assim, ele consegue atrair alunos com diferentes propósitos, como por exemplo:
esclarecimento de dúvidas;
vontade de se comunicar;
desejo de conhecer mais sobre os conteúdos das aulas;
reflexão com os colegas e com o tutor sobre conceitos desenvolvidos nas aulas;
discussão de questões referentes às avaliações, prazos etc
relacionamento com colegas na mesma situação ou em ritmos diferentes de
estudo.
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Figura 1: O tutor Benjamim Carvalho atende aos alunos do curso de Biologia do CEDERJ no Pólo
de Paracambi. (Foto: CEDERJ)
Ministrar ATIVIDADES
PROGRAMADAS
Trabalhos individuais
e em grupo
ESCLARECER AS DÚVIDAS dos
estudantes
Maggio (2001) comenta que diante da situação de um aluno que leu o material
bibliográfico e anotou algumas perguntas para discussão com o tutor, o tutor pode ter várias
atitudes. Dentre elas, citamos:
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Um bom tutor é aquele que tem consciência dessas alternativas, de suas múltiplas
combinações e seguramente de mais outras que poderiam ser citadas. Deve ter claro que o
sentido pedagógico de cada uma dessas intervenções é diferente e, portanto, a opção por uma
delas ou por uma combinação de opções deve ser feita de acordo com cada momento.
Trabalhos e discussões em grupo podem ser muito importantes, pois ajudam o aluno a
interagir mais e, com isso, tornar o aprendizado mais fácil e colaborativo.
Tutoria a distância: presença virtual
Quem vai iniciar agora sua atuação como tutor a distância começa
seu trabalho em um momento privilegiado, tecnologicamente falando. A
disseminação de computadores multimídia
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conectados à Internet trouxe a EAD novas
possibilidades de interação. Proporcionou à
tutoria a distância, em programas de EAD, uma
dinâmica há muito desejada: tutor e aluno podem, hoje, interagir em
tempo real. Podem, ainda, respeitados os tempos e ritmos próprios,
cooperar, estabelecer debates, disponibilizar contribuições, comentários, exemplos, links,
questões, explicações, enfim, o que for necessário para melhorar as condições de
aprendizagem, O tempo e o espaço não precisam mais separar tutores e alunos.
Multimídia
Veja o que nos diz a música Aviso aos Navegantes, de Lulu Santos. Perceba o tema e que tipo
de sentimento move o narrador ao lançar essa mensagem. O que essa música nos diz a respeito do
nosso aluno de EAD?
Essa canção poderia representar a ansiedade e insegurança que muitas vezes o aluno que
inicia um curso a distância sente.
Considerando o que conversamos aqui e o que você ainda pode acrescentar, indique algumas
atitudes importantes que um tutor deve tomar para conduzir o aluno a condições confortáveis ao
seu aprendizado. Pense em condutas ou comportamentos simples que podem fazer a diferença no
sentido de criar laços afetivos com e entre os alunos, através da plataforma de aprendizagem.
Registre a seguir.
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Resposta comentada
Como temos visto, várias são as formas de a tutoria a distância fazer-se virtualmente
presente. Contamos hoje com ambientes de EAD que constituem verdadeiras salas de aula
virtuais. Procuram organizar os materiais e as atividades de estudo, as ferramentas de
interação e as informações acadêmicas de forma que professores, tutores e estudantes 32222
reconheçam rapidamente, minimizando as dificuldades encontradas em situações novas. É
importante lembrar que, no espaço virtual, facilidade de uso e segurança constituem um
binômio complexo.
Além disso, o que pode ser considerado óbvio e intuitivo pode ser percebido de forma
diferente por usuários experientes e iniciantes. Assim, é necessário que tutores e estudantes
contem com um período de adaptação às operações de acesso, navegação e uso de
ferramentas em qualquer ambiente virtual de aprendizagem. Devemos lembrar ainda que,
quanto mais recursos disponíveis, maior a demanda pelo que chamamos de ambientação.
Deve-se considerar que um dos motivos que levam um estudante a participar de cursos
a distância costuma ser a dificuldade de estar fisicamente presente em um determinado local e
horário para estudar. Sendo assim, as atividades assíncronas devem contar com a preferência 32323
dos tutores a distância e, certamente, com uma maior participação dos alunos. Vamos começar
por essas então.
Um fórum deve ter data de início e fim e é interessante que o tutor lance uma boa
provocação inicial - sempre sob a orientação do professor da disciplina -, incentive e valorize as 32424
participações e faça uma consideração de encerramento, pontuando os aspectos mais
relevantes da discussão.
Pode haver vários fóruns em um mesmo percurso de estudos, inclusive, fóruns livres
para os estudantes proporem temas. Mas é preciso muito cuidado para que os alunos saibam
que tipo de informações encontrarão em cada um, sem se perder entre as possibilidades.
Registros dos alunos (Diário de Bordo) – ferramenta na qual os alunos podem fazer
anotações, rascunhos, registros e até mesmo tarefas para serem vistas pelo tutor.
Somente o aluno e o tutor terão acesso às informações ou poderão fazer comentários. É
uma espécie de caderno virtual. Um comentário eventual do tutor, ou quando
solicitado, é bem-vindo e demonstra cuidado com o aluno.
Envio de tarefas (Tarefa) – ferramenta pela qual o aluno elabora e encaminha tarefas ao
tutor. Somente o aluno e o tutor vêem as tarefas.
Lista de discussão – através da troca de mensagens por e-mail, permite discussões com
textos mais longos, que causariam desconforto para leitura se postados no fórum. Vários sites
de busca e provedores de conteúdo oferecem gratuitamente o serviço e as orientações para
criação e manutenção de listas de discussões, possibilitando restringir a participação e os temas
a serem discutidos. É também uma excelente ferramenta de ampliação e manutenção de
discussões e colaboração entre grupos virtuais.
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Todas as mídias – jornais, programas de rádio, filmes etc – migraram para o digital e,
constantemente, as formas de disponibilização estão sendo incrementadas a partir da
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ampliação das bandas de distribuição. Podemos dizer que as mídias se apresentam
disponibilizadas de duas formas. A primeira se constitui daquele espaço que reproduz
literalmente as experiências de transmissão não digitais até então disponíveis – sites de jornais,
de filmes, de literatura, etc – nos quais o owner, ou seja, o dono do espaço, é o único autor
presente. Como exemplo, temos os grandes portais de conteúdo do tipo UOL, Terra,
Globo.com, etc.
Talvez você esteja imaginando que o que acabamos de descrever constitui, na verdade,
um mundo ideal de tutoria. Mas... E se a tutoria e os alunos não contarem com todos esses
recursos?
Para nós o que interessa é o aluno esteja inserido em um ambiente previamente criado
para conduzi-lo a uma relação com os objetos de aprendizagem disponíveis, isto é, com o
conhecimento. Os elementos interativos são orientados para a aprendizagem e não são meros
comandos para consumo de uma informação. Possuem intencionalidade pedagógica, pois estão
seqüenciados para a construção de um ou mais percursos. Ou seja, os elementos interativos
estabelecem percursos que conduzem aos objetivos traçados. Esses elementos promotores de
interatividade podem convidar o aluno apenas a fazer escolhas de navegação pelos conteúdos
e o seu consumo ou, ainda, propor sua expressão mais efetiva e pessoal. É bom esclarecer que
a idéia de ambiente pode transcender as ferramentas contidas em um único endereço / link –
no caso de ambiente na WEB – e evolui para a utilização sistematizada de ferramentas e de
mídias disponibilizadas para o aluno.
Vamos tomar como exemplo o nosso velho amigo mural. Sim, aquele espaço de
divulgação de informações em que são colocados avisos, comunicados, convites, folders, etc.
Ele nos ajudará, de uma maneira simples, a entender como se estabelece essa construção de
um ambiente interativo. Agora, vamos imaginar que alguém coloque nesse mural uma poesia
com o título: Poetas vivos. Nada de interativo, apenas divulgação de uma informação.
Mas imaginemos que, ao final da poesia, leia-se: “Caso deseje, entre em contato com os
dois telefones a seguir e deixe uma mensagem dizendo se gostou da minha poesia.” Ainda, nada
de interativo para o “usuário”, apenas um canal de feedback para o autor.
Como último comando, imaginemos que o autor tenha escrito: “Caso deseje sugerir
alterações na poesia, por favor, encaminhe-as via e-mail, que avaliarei e publicarei a poesia
novamente na próxima semana, aqui nesse mural, com as diversas sugestões.” Esse comando
estabelece a possibilidade de co-autoria e construção colaborativa, ou seja, o ambiente do
mural alcança um alto grau de interatividade.
Nosso mural torna-se, portanto, um ambiente interativo, pois contém alguns elementos
básicos promotores de interatividade:
Menu de opções;
Via de comunicação e feedback com possibilidade de diálogo (bidirecionalidade);
Coautoria;
Publicação.
Segunda obviedade importante: a presença humana.
O ambiente interativo que nos interessa é habitado por indivíduos – os alunos e o tutor,
a princípio. Não é (e nem deve ser!) um espaço de solidão e isolamento. Além de realizar a
mediação com os conteúdos – que podem ser acessados por meio de diferentes mídias –, o
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ambiente interativo ainda viabiliza a mediação com o tutor e demais colegas e,
conseqüentemente, estabelece espaços de interação humana nos quais as competências
interpessoais são altamente requisitadas e necessárias. Há, podemos dizer, um agrupamento
de individualidades que, muitas vezes, precisarão se adequar rapidamente aos critérios e regras
de relacionamento sugeridos no ambiente e essenciais para a construção não apenas de
autonomia, mas também de colaboração.
Tudo que foi falado até aqui em relação à interatividade tem na tutoria um dos seus
alicerces básicos. São as ações e atitudes do tutor que irão reforçar as intencionalidades
interativas do ambiente. Sem a assunção do tutor à interatividade proposta não há como
receber a adesão dos alunos.
Em alguns momentos, para que os alunos usufruam a interatividade do ambiente a fim
de potencializar seus estudos autônomos, é necessária a presença intensa do tutor indicando
caminhos e formas de melhor utilizar o ambiente. A princípio, poderíamos ver um paradoxo
entre o sistema de tutoria e a autonomia do aluno, se nossa idéia de autonomia estiver apenas
fundada no conceito do auto-estudo. De certa forma, a idéia básica é essa mesma – quanto
mais liberto da tutoria, mais imerso na autonomia.
Para que tutoria e autonomia do aluno fluam de forma harmônica, é importante que o
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tutor conheça perfeitamente que posicionamento lhe reserva o ambiente interativo específico
onde irá encontrar com seus alunos. Assim como ao chegar a um auditório está bem definido o
local fixo do palestrante – essa é a posição do professor tradicional –, em um ambiente com
potencial de interatividade, há possibilidades de interações e circulações que coloca o tutor, de
certa forma, mais exposto e, também, mais acessível. As formas de comunicação e,
conseqüentemente, de questionamentos disponibilizadas pelas TIC são muito mais ricas e estão
incorporadas pelo ambiente interativo.
Atividade 3 – Interagindo...
Como um exercício bem simples de reflexão sobre interatividade, podemos pegar uma
música muito conhecida de todo torcedor de futebol, principalmente no Estado do Rio de
Janeiro. O título dela é Domingo, composta por Neguinho da Beija-Flor.
Domingo (Neguinho da Beija-Flor)
Multimídia
Resposta comentada
Sim.
Sim, o menu está implícito. Fogô!! Mengô!! Vascô!! Nensê!! Pode até ser aquele que é
considerado o pior time do mundo: Íbîs!! (circunflexos nossos).
Bem, sabemos que nenhum torcedor colabora com outro de outro time. A não ser que a
escolha seja comum: Brasîl!!
A interatividade em um ambiente de tutoria se comporta de forma semelhante. É
necessário que o tutor, antes de iniciar os trabalhos com um novo grupo, saiba as
respostas para as seguintes questões:
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Que espaços de co-autoria são privilegiados;
Considerações finais
Construímos aqui um material para servir de base ou reforçar a atuação da tutoria
presencial ou a distância. Os temas tratados podem e devem ser aprofundados. Vamos deixar
algumas considerações finais, recomendações que deverão se tornar focos de reflexão e
adequação à realidade de cada tutor, presencial ou a distância. Vamos a elas:
A parte mais difícil de estudar a distância é não se sentir apoiado diante das dúvidas. A
autonomia para estudar é uma conquista individual. O tutor deve colaborar para que os
alunos sintam esse apoio;
Mais do que responder às questões dos alunos, o tutor precisa ajudá-los a formular as
questões corretas e descobrir por eles mesmos as respostas. Na maioria dos casos, elas
estarão no material didático;
O tutor deve caminhar ao lado dos alunos: não empurrá-los ou puxá-los, ou eles não
desenvolverão a autonomia nem se sentirão capazes de avançar e superar as
dificuldades. É importante respeitar os limites dos alunos, mas também é necessário
ajudá-los a superar as dificuldades ou eles se sentirão incapazes de prosseguir. Ou pior:
acharão que não existem dificuldades a serem superadas no processo de aprendizagem;
O material didático é a ferramenta de trabalho principal do tutor. Toda contribuição
que der será para melhorar a compreensão dos alunos e não criar atalhos. É importante
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lembrar que um professor especialista é responsável por ele e o tutor seu colaborador,
esclarecendo pontos que, porventura, não tenham ficado tão claros quanto deveriam
para o grupo de estudantes que seu trabalho apóia;
As ferramentas de interação e comunicação disponíveis devem ser sempre utilizadas
pelo tutor que ao apropriar-se delas, criará situações para que os alunos as utilizem,
mesmo na tutoria presencial;
Os alunos necessitam de orientações para organizarem os tempos de estudo face ao
cronograma do curso e para descobrirem formas pessoais de estudar, alcançando
melhores resultados;
É fundamental estabelecer uma comunicação contínua e efetiva utilizando uma
linguagem clara e informal.
Por último, e o mais importante: o tutor deve ter claro que o trabalho consciente e
competente da tutoria tem feito a diferença na qualidade dos cursos a distância.
Certamente, como você deve ter percebido, o tutor presencial ou a distância, cada um
por meio dos recursos e oportunidades disponíveis, tem um papel de extrema relevância ao
lidar com este aluno que chega ao sistema de EAD com um perfil muito diferente daquele que
julgamos necessário para ter sucesso em um curso a distância. Entretanto, como também já
dissemos, este é o perfil que foi delineado por um sistema educacional fortemente presencial.
Sistema esse que é, também, nossa própria referência de formação, como alunos ou
professores e no qual ainda estamos ou estivemos inseridos. É necessário, portanto, uma
mudança também no perfil do professor e do tutor. Alunos, tutores e professores precisam
mudar, precisam se reconstruir como companheiros nesta nova comunidade de aprendizagem.
Referências
ALONSO, M; ALEGRETTI, S. M. Introduzindo a pesquisa na formação de professores a distância. 33939
In: VALENTE, J. A.; PRADO, M. E.; M. E. ALMEIDA, M. E. (Org). Educação a distância via Internet.
São Paulo: Avercamp, 2003.
CAMPOS, F., SANTORO, F., BORGES, M. e SANTOS, M. Cooperação e aprendizagem on-line. Rio
de Janeiro: DP&A, 2003.
MEDEIROS, L. Políticas públicas face à inserção das TICs no espaço pedagógico. In: Educação a
distância e formação de professores: relatos de experiências. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2007.
Daniel Ribeiro