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e, enquanto tal, refiete a ideologia como mágica, e, do outro, o corpo de cnfermeiros O que marca esss
te e o responsável pela mistificação, sobre certa relação, imagos é uma espécie de inumanidade, uma maneira de cristalizar cada
classe. A mistificação incide propriamente
desua homem do doente.Acho
fundada em certa concepção do mundo, do e
um em seu lugar, encarregando-se o médico de todo lado espiritual. o
às classes, mas
e.o enfermeiro, da disciplina e coisas do genero. Pode-se faiar da reiação
tocante
o problema não deve ser tão marginal no
que entre o médico e a
aparentes entre médicos e entermeiros como se ela resumise a atutude da sociedade
totalmente fundamental. Se há diferenças
entre a polícia diante da transcendencia, a maneira como a sociedade reage, o modo
parece-me que são
do tipo que distingue
administração,
mas, na verdade, é bem como divide o trabalho, como evita o problema ou foge dele. para não
e a justiça, entre as boas obras e os presídios;
tipo de relações, de enxergar o problema da loucura e da singularidade.
se trata, de um mesmo
ou de exigências
de benevolência, ou OURY E de fato preciso situar
falar de exigências psicológicas
no plano histórico, e ao mesmo
o que me parece tempo no transcendente, as relações entre aquilo a que se dá o nome de
em seu sentido pleno,
então se vai colocar o problema
divis o do trabalho e, do outro,
a
loucura, de loucos, e a sociedade. Seria tedioso refazer mais uma vez o
de um lado, a uma singular
remeter,
normalidade. histórico do modo como a sociedade encara os loucos.Vamos nos limitar
uma "anomalia" da
ao que sucede hoje:a sociedade delega a certas
pessoas a tarefa de corviver
determinado para o médico é o de com os loucos, o que cria uma espécie de barreira humana, barreiras de
OURY E evidente que o papel
Estado o incumbe da função de cabeças, de braços e pernas, para se proteger dos loucos. Que os loucos
defensor das instituiçoes do Estado. O
sem intervir em
sua estrutura arrebentem
fazer respeitar o regulamento do hospital
se comoo quiserem, desde que a sociedade fique
tranquila.
economico-social. Esse seu papel implica obrigatoriamente
que ele se Eéforçoso que, nessa espécie de barreira que faz parte da
sociedade,se
faça respeitar, a fim de que apresentese aos enfermos própria imagem
a achem implicadas todas as suas lutas.
respeito, da honra. Há por conseguinte
do
uma espécie de pantomima
sociedade em que trabalha FÉLIX Além
representativa, dado que é a imagem mesma da disso, essa barreira condiciona o quadro de doenças.
o entermeiro. E um fatoinegável, sobretudo nos hospitais psiquiátricos,
investido pelo Estado, e que este último, ao mesmo OURY Por isso falei
aquilo a que se dá o nome de loucos, no
que o médico é
minimo apoio; e se tomar consciência disso o mné- sentido de que essa ou aquela doença existe porque a barreira a en-
tempo, não lhe dá o
e detestado
dico fica numa situaço bem difícil: desprezado pelo Estado cerra. No fundo, as nosologias existem tão-somente para encerrar os
de várias soluções: a de se loucos. Elas são registradas nos livros como se fossem uma coleção
pelo enfermeiro. Ele tem, portanto, diante si,
então a solução ditatorial, horrível, ou ainda de borboletas. Um livro de
psiquiatria não passa disso: quais as carac-
apagar completamente ou
a solução paternalista, todas
elas soluções que respeitam a estrutura na teristicas das borboletas, qual sua classificação... para conservá-los (os
ele vive enfermeiros. doentes mentais) é preciso mergulhá-los em formol: para observá-los,
qual com os
mantè-los em cômodos de janelas hermeticamente fechadas...E vai-
FÉLIX O importante na relação entre médicos e enfermeiros é, -Se longe: agora é necessário ocupá-los, pô-los a operar máquinas,
mais
sobretudo, sua implicação na relação curadores-doentes. Há uma espé- dar-lhes ferramentas, mas tudo isso dá na mesma. Por conseguinte, há
uma espécie de dialética entre as
cie de cisão na maneira como os auxiliares do curador são
apresentados pessoas que vão desempenhar a função
dos tipos que se de loucos e aquelas que terão o papel de vigiar os loucos. e tudo isso
aos médicos. Têm-se de um lado as imagos médicas,
fenômeno da loucura
FELIX Acho que podemos considerar o
-
para encerrar os
inercia burocrática, um velho estilo da burgues1a
outra maneira: Porque se começa
loucos mas por que quer agir de
se FÉLIX Cumpre distinguir entre as diferentes modalidades de
loucura é um fenomeno
essencial justamente a nossa alienação no complexo hospitalar. Existe com efeito uma interação
a perceber que a
necessário rever os velhos arcabou-
sociedade contemporânea, sendo bastante complicada entre modalidades de alienação. Costumamos
médicos e enfermeiros, ocupar-nos mais particularmente do doente alienado da sociedade. O
Fos de pensamento,
as antigas relações entre
diferentes etc. condiçoes de trabalho, bem como o do médico, muito mal situado
no âmbito da administração; e, por fim, a alienação da empresa. da
OURY 1sso não está muito claro. Nesse enquadranmento dos loucos, pessoa moral do hospital em seu conjunto, com respeito ao Estado.
pode-se dizer que há uma "visão do exterior", uma "visão do interior", uma conjugação de modalidades de
Existe, portanto, alienação que
além de uma "visão da parte dos loucos". O exemplo da visão exte- tem uma evidente repercussão na própria alienação da loucura: e
rior tradicional é a ideia de que, quanto maior a instrução que se tem, é desse ângulo que se deve poder considerar todos os aspectos do
quanto maior a frequência à escola, tanto maior a compreensão que se
problema.
tem do louco; logo, tem-se de ser médico. Em contrapartida, num nível
inferior da escala, o enfermeiro, em princípio deseducado, nada pode OURY E interessante situar o
problema como problema de epo-
compreender. Há um racionalismo da sociedade que é muito mais uma
ca; em vez de substituir relações racionais de sujeito com objeto e de
racionalização da má-fé, da maldade. A visão do interior são as relações objeto com sujeito, estudam-se relações antropológicas. O que dizenmos
com os loucos nos contatos cotidianos, desde que se tenha rompido com
aqui, por exemplo, não faz o menor sentido para pessoas que viveram
um "contrato" com o tradicional. Pode-se então dizer, em certo sentido, ha cem anos, ou mesmo que vivem hoje, num contexto tradicional. Há
que saber o que e estar em contato com os loucos é ao mesmo tempo
um salto
dado, como aquele de que acabamos de falar, o do roupi-
a ser
ser progressista.
mento do contrato: o de substituir relaçòes administrativas racionais de
Sujeito a objeto por relações existenciais de pessoa a pessoa; a noçio de
FELIX Seria até considerar que a tomada de consciencia
possível alienação só faz sentido no plano antropológico. Tenho a impresio de
com relação a esse "contrato com o tradicional" e a decisão de
rompê-lo quue a alienação marxista é antes de tudo antropológica; seria ridiculo se
constituem condição de
a um acesso
fenomenológico à loucura. fosse uma alienação de objeto. O que nos interessa é a noção basal de
Psicanálise e Transversalidade
26 Sobre as relaçoes eritre os entermeios e os médico
27
enfermeiro e o médico Temos de
relaçao de pessoa a pessoa: unma relação entre o
OURY chegar dizer que o problema das relaçöes entre
a
enfermeiro
relação entre um funcionário
e
nao e semelhante a uma asmédicos e os enfermeiros é um falso problema. Não existe um médico
Falo das
um pouco mais complexo. nem 14m enfermeiro, mas pessoas
um tuncionário médico, mas algo que estão com os loucos, pessoas
entre pessoas; é justo
que
relações entre papéis para diferenciá-la da relação se encontram la, mas nao se acham presentes, mistificadas em seu mito.
ou do médico, que
eles ocultem
E as únicas relações verdadeiras que tem entre si deveriam ser as
a0 desempenhar esses papéis, do louco relações
a relação entre pessoas. E isso
constitui forçosamente algo que reage à técnicas competencias especificas para curar os loucos, loucos
de
de tudo, quais são responsáveis e de que são constituintes.
pelos
o esquizofrënico, apesar
nosologia: sob seu "papel" de louco,
tem relações de pessoa a pessoa.
mas ninguém sabe realmente FELIX- Poderíamos assumir uma posição
Todos podem aceitar o que se disse aqui, paradoxal e nos
perguntar
existem num contexto relações fundamentais com os loucos: são enfermeiros. Ora.
como e onde apreender essas relações que não quem tem os
devido espécie
a uma de falha, de fenda enfermeiros são em sua maioria alienados inaptos para trabalho
dado. Se existem, é por infiltração, Os e o
é a existëncia própria, pessoal. afetivo de aproximação e de compreensão dos loucos. Hi uma corrente
no contexto tradicional, algo
que
modernista que gostaria de transtormar os enfermeiros em
pequenos
de médicos, quando o que estaria mais em questão é a transformação dos
FéLIx A perspectiva central é, portanto, desaparecimento o
uma vez que se veja claramente o que não se deve fazer, os perigos de Senti no entanto alguma resistência, da parte dos mais destacados
um atendimento, se ele deve estar voltado para a produtividade, para a membros do citado PPEjustamente quando solicitei que pessoas não
readaptação ou para a relação social, se vai trabalhar para a ciência, para médicas fizessem parte dele. Portanto, trata-se de algo bem arraiga-
a Psicologia ou para curar o doente. Porque não deve perder de vista a do, mesmo nos melhores dentre eles. Eles dizem: "Em que isso vai
ideia de uma pessoa constituinte, constituída na raiz de uma linguagem, se transformar? Vai degenerar ete.". E é justo nesse ponto que está
uma pessoa que, em vez de se perder em relações sociais e situações o problema: é preciso que haja médicos ai, porque são eles que tèm
médicas estereotipadas, deve se reconstituir no mundo, com um míni- mais a aprender lá
dentro. No fundo precisamos estudar uma espécie
mo de normalidade em termos de linguagem e de comportamento. E de manifesto de todo o grupo de imbecis que são médicos por
acaso
nessas circunstâncias que se poderá manifestar de fato a anormalidade entermeiros por acaso, psicólogos por acaso, que estão por acaso em
de base do sujeito, ou, se se preferir, é então que os Contato com os loucos.
problemas vão se
mostrar de modo mais
flagrante. E assim que entendo o que voce disse
agora mesmo: "Trata-se na verdade de loucos!"
UO PPE era um projeto humoristico de fundação de um "partido psuquiätricofrances
Psicanálhse e Transversalidade
28 Sobre as relaçoes entre os enterimeiros e os médico%
FÉLIX Acho que mesmo assim podemos, se quisermos uma ilus- FELIX Portanto, resumindo, é preciso
expor as possibilidades con
tração desse gênero, exemplo Saint-Alban,
dar o de rigor, chamar ou, a
cretas de detonar os papéis cristalizados entre médicos e
entermeiros numa
a atenção para a completa transformação dos enfernmeiros aqui mesmo. equipe, na qual existem naturalnmente trabalhos diferentes, mas trabalhos
Damos-lhes o nome de"monitores" e não fazemos distinções. Como se que acabam por contribuir para uma espécie de unidade do ambiente de
reconhecem os enfermeiros em La Borde? trabalho, no qual todos são diferenciados, não em função de seu estatuto,
do dinheiro que entra em seu bolso nem de seu
prestigio. tendo
mas em
OURY Pode-se dizer que, aqui, basta ser enfermeiro diplomado vista uma repartição de tarefas feita a
partir de considerações estritamente
para ser praticamente expulso da casa;" é uma coisa muito estranha; o técnicas, práticas, com o
objetivo de criar uma atmosfera de tratamento.
mesmo acomtece com os médicos: basta dizer "sou psicólogo, médico etc" de socialização dos doentes.
para ser incluído no Index. Pode-se dizer que apresentamos uma equipe
técnica que amadurece o tempo inteiro, cada qual se especializando em OURY Exato. E necessário distinguir dois problemas: a maneira
seu camp0; e não só em seu
campo, próprio grupo,
mas no plano num como se
pode pôr isso prática, que requer uma revisio geral da admi-
em
de, digamos, "sintalidade" (personalidade). São importantes essas relações nistração, e, do outro lado, aquilo que já foi posto priica quadro
em no
de sintalidade do grupo. Há nele pessoas que se fixam como as plantas tradicional. Tudo o que acabamos de dizer nio passa de specie de uma
herbáceas no vaso, enquanto outras, que são os doentes, passam. Dizemos introdução; talvez devessemos apresentar problema de base: para que
o
serve isso?
Que utilidade tem curar, criar o PPF? Não seria isso mera
imbecilidade, uma espécie de reunião de jovenzinhos impetuosos? Na
2 Trata-se do hospital de Saint-Alban, localizado bem na extremidade da região administrativa de
onde teve qualidade de psiquiatras. já somos considerados jovenzinhos inpetuosos
Lozère, inicioa
corrente de renovação da psiquiatria na França. Sob a liderança do
doutor François Tosqueles revolucionário catalão refugiado na França, inúmeras gerações de por todos os senhores experientes: impetuosos jovens que se eunem.
una excepcional experiència de transformação de um
psiquiatras realizaram hospital tradicional.
Da luta contra a fome em 1941, da transformação material do hospital, até a aplicação de técnicas
uma coisa verdadeiramente adorível! Claro que eles nos estimulam, awim
psicanaliticas na instituição, passando pela aplicação das teorias de Herman Simon acerea da er- Como estimulam a todos, a começar pelos escoteiros, Imas..
goterapia, a organização da vida social, a fundação do primeiro "clube terapéutico", a elaboração
de uma politica local de setor, uma nova abordagem do problema da criança
psicótica e pela
de etc., não há hoje um só dominio na ordem do dia que não tenha sido FÉLIx Os outros já tèm de nós a imagem de um grupo dotado
formação enfermeiros
explorado em Saint-Alban.
de certa particularidade, mas a coisa não para por ai. E preciso aind.a
3
Na época,a
Seguridade Social ainda não exigia o respeito à manutenção de uma porcentagem
de enfermeiros diplonmados em instituições oficiais na composição do corpo de funcionários dos quue o PPE tenha uma posição original no plano da politica psiquiitr ica.
estabelecimentos.
Psicanálise e Transversalidade
30 entre os enfermeiros e os médicos
Sobre as relações
necessidade se faz sentir
Vem à existència política psiquiátrica cuja
uma
aquilo que faz falta nos grupos de esquerda e nos grupos
comunistas da
estalinistas não tëm politica; eles se sentido do PPF pois
precisamente porque os psiquiatras
ser uma psi-
perspectiva psiquiátrica. Esse é o único verdadeiro
alinhanm com a tradição em vez de buscar o que poderia uma franco-maçonaria nos hospitais.
do contrário ele apenas iria criar
o PPF não deve faz-lo
quiatria progressista. Acho que, se deve chocar, Trata-se de uma política que só vai ter de fato
sentido à medida que situar
politica bastante séria, embora não siga nosso caminho, mas bastante séria
do ponto de vista de renovação das atuais bases da psiquiatria. Claro que
OURY Estudar as relações entre enfermeiros e médicos ou as
é dificil admitir psiquiatras filiados a um partido, isso é um problema, no relações entre grupos terapëuticos e loucos, requer estudar antes de
sentido de uma espécie de traição, de fuga. tudo a relação entre o grupo e a sociedade. E isso que torna necessário
FELIX Acho que podemos compararisso como movimento Frei- cendental do louco.
net, no qual havia stalinistas que aplicavam os melhores nmétodos atuais
do ponto de vista pedagógico, e que tiveram de deixá-lo por exigência Há diferentes estabelecer: polo metafisico:
FELDX posições a um
do Partido. Parece evidente que, se tivesse sido um movimento bem um polo político, no sentido de uma estratgia contra a administração,
avançado, o movimento Freinet teria tido posições mais claras do ponto contra os grupos sociais constituídos; e um
polo elaboração teórica
de
de vista politico que teriam permitido aos comunistas que faziam parte a
partir de grandes autores; de um lado o
polo Lacan, se você preferir, e
dele não serem obrigados sair. E dos mestres comunistas
a o
conjunto do outro, o polo Tosquelles, que já é mais político.
teria estado envolvido. O mesmo acontece com os
psiquiatras comunistas
os
que tem uma boa posição sâão minoritários, e mesmo alguém como OURY É complicado envolver nomes nisso. Trata-se de consoli-
Le Guillant' está longe de fazer
poder e dizer o que quiser. Não só por dar uma dada ordem, o que é uma coisa dificil, porque parece excluir
causa do estado atual da administração também por
como causa da ati- radicalmente certas posições políticas; é uma espécie de consolidação
tude dos psiquiatras estalinistas. Cada um fazer que puder é uma coisa, o da posição do grupo pela via negativa (grupo é uma palavra melhor do
mas uma verdadeira política é algo bem diferente, é ter uma
perspectiva que partido). Exclui-se um tipo porque ele não "religioso B°"- nio
coerente; duvido que sejam muitos os
psiquiatras que tenham uma, e tem, por exemplo, a visão universal inspirada de Lacan, ou entio o
que seja não somente marxista completa do ponto de vista de
mas
seu pressuposto político do lado Tosquelles... Mas não acredito que se posa
campo de trabalho. Seja como for, trabalho que fazemos é precisanmente
o definir o grupo como trotskista, anarquista, sabe-se lá o què. Acabamos
direção de
hospitais psiquiátricos sentido. Até
na
França e teve
grande influência na área. N.T. contrato com as estruturas tradicionais que já perderam o
Psicanáhse c Transversalidade
32 Sobre as relaçòes entre os entetmeri e on médic os
de originalidade; não devemos ter modo colecionadorex de imagens colecionadores de borbolctas, cles
o francés.Trata-se de uma dimensão
mudar.." colecionaram falsas borboletas que eles mesmos chamaram de loucos, e
medo, mas dizer: "E como é, e não há por que
eu
que eles sequer queriam chamar de loucos, mas de "doentes".
FELIX- Há uma coisa que deveria especificar um grupo de militantes FELIX Cumpre redefinir o objeto da psiquiatria, no mesmo sen-
no domínio psiquiátrico, o fato de estarem engajados na luta social, e
tido em que Politzer tentou redefinir o objeto da Psicologia, de uma
ver a possibilidade
claro, mas igualmente o serem loucos o bastante para Psicologia concreta.
de estar com loucos; ora, há pessoas nunma excelente posiçao no plano
politico que não tém mínima condiço de fazer parte desse grupo. E
a
OURY Poderíamos chamá-lo de grupo da psiquiatria concreta.
eXiste, por outro lado, essa dimensão kierkegaardiana do "religioso B".
Temos ainda de tomar uma posição a respeito dessI grande
FÉLLX
OURY Esta é uma dimensão fundamental no sentido de ser preciso
primeiro passar pela loucura, ter digerido a loucura; é preciso ser louco farsaque éa Psicologia Social, a microsociologia, Moreno e todos eses
assumido, ser nmais louco que os loucos. Essa noção de loucura transcen
tipos que caem justamenteno mesmo circuito mistificado do pequeno
dental é negada de maneira absoluta por certos grupos políticos: "iso é
grupo. Nosso questionamento do estatuto social do hospital deve ser
distinguido, do ponto de vista ideológico, de muitas posiçòes.
um coisismo (materialismo vulgar) ridículo, um desvio do pensamento
de Marx" etc.
OURY Questionar o hospital é algo que deve precisamente de-
finir um grupo que se interessa pelo problema de sua natureza e 1 suas
FÉLIX A
partir do momento em que se percebe essa dimensão relaçoes com a sociedade. E
preciso usar esse grupo cono terrarnenta.
metafisica, principal perigo que se está exposto é ser identificado com
o a
não comno instrumento de pesquisa. Ele ter necessariannente repercus-
os
partidários do idealismo com classe que defende tradicionalmente
e a
soes sobre pesquisa. Mas é necessário
oidealisnmo. Esse
a
apresenti-lo. en pruneiro lugir.
problema coloca para a corrente "Tempos
mesmo se
como ferramenta.
Modernos": pessoal o
esforça para manter uma dimensão nmetafisica
se
minima e
1955
permanecer ao mesmo tempo no interior do movimento
progressista, que é tradicionalmente materialista.