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A Relação Terapêutica em Enfermagem

Sem o estabelecimento de uma boa relação Relação de ajuda


terapêutica nós não conseguimos prestar
Devemos sempre promover a autonomia do
cuidados ao nível da saúde mental
doente para que este não se sinta um sujeito
Regulamento do Perfil de passivo e para que este se sinta bem e capaz

Competências do Enfermeiro de Relação entre um ajudado, que passa


Cuidados Gerais experiência dum problema, dum sofrimento, e
que sente dificuldade em o enfrentar sozinho,
Domínio da Prestação e Gestão de Cuidados em encontrar os meios de o aceitar, de se
O enfermeiro tem competência de estabelecer adaptar ou de sair deste, e um ajudante, que
uma comunicação e relações interpessoais em dado momento o ajuda a encará-los e a
eficazes. O enfermeiro estabelece relações encontrar em si próprio os recursos
terapêuticas com o cliente e/ou cuidadores, necessários para lhe fazer face
através da utilização de comunicação Troca tanto verbal como não verbal que
apropriada e capacidades interpessoais. ultrapassa a superficialidade e permite criar o
Os cuidados de enfermagem caracterizam-se clima de que a pessoa necessita para
por: reencontrar a sua vontade de fazer as coisas,
tornar-se autónoma e evoluir para um melhor
 Terem por fundamento uma interação
bem-estar físico ou psicológico perante a
entre enfermeiro e utente, individuo,
adversidade ou mesmo diante da morte.”
família, grupos e comunidade;
 Estabelecimento de uma relação de “Para poder ajudar de forma adequada, a
ajuda com o utente” enfermeira deve saber e acreditar que o
cliente é o único detentor dos recursos básicos
Fundamentos da Relação o papel da enfermeira é oferecer ao cliente,
Enfermeiro / Cliente sem os impor, os meios complementares que lhe
permitam descobrir ou reconhecer os recursos
Conhecer esta evolução é importante porque
pessoais a utilizar como quiser, para resolver o
até então o enfermeiro era praticamente um
seu problema. Não toma decisões por ele nem
capacho
deve substituí-lo em aspetos relativos à sua
Helena Render (1947) participação na ação”

 O relacionamento entre enfermeiro e Nos so estamos ali para dar suporte para
cliente é de um potencial terapêutico substituí-lo em algumas tarefas que ele não
significativo consiga fazer mas sempre promovendo a
autonomia do doente e respeitando as suas
Hildegard Peplau (1952)
decisões
 Focalizou o potencial terapêutico do
Componentes da relação de ajuda:
relacionamento pessoa para pessoa
Cliente
Joyce Travelbee

 A relação acontece quando cada


indivíduo vê o outro como um ser humano
único – Experiência mutuamente
significativa
 Ser humano único e irrepetível, numa  Qualquer que seja o ambiente físico, o
perspetiva sistémica, sendo que é a mais importante é que o enfermeiro crie
particularidade da pessoa que deve as condições que facilitem a troca de
ditar a adaptação da intervenção de informação e respeitem o seu carácter
enfermagem confidencial
 Apresenta uma necessidade de ajuda e
EX: ambiente enquanto espaço físico, se a
que, em resposta a um ou mais eventos
enfermaria tem muitos utentes, se há muitas
stressantes, começa a sentir-se
vistas …
incapaz de fazer uso da sua tendência
atualizante e/ou do seu sistema de O relacionamento terapêutico visa o
autorregulação.
crescimento do indivíduo/grupo
Enfermeiro cuidado
 Características individuais ligadas à sua Apos passarmos por um problema de saúde não
hereditariedade e ao seu ficamos iguais nem a níveis emocionais nem a
desenvolvimento; somos todos níveis de conhecimento da própria doença e a
diferentes forma de lidar com um problema de saúde.
 Conhecimentos de si, do seu papel, dos
O que significa que nos crescemos/evoluímos
conceitos teóricos necessários às suas
apos termos tido um problema de saúde, mas
intervenções e do funcionamento dos
isto só acontece se existir um relacionamento
processos em curso numa relação
terapêutico adquado
 Competências de contacto com o outro,
de reconhecimento e interpretação das  Autorrealização, autoaceitação, e
mensagens (concetuais e afetivas, de autorrespeito aumentados.
comunicação verbal e não verbal) e de  Senso claro de identidade pessoal e da
acompanhamento de processos como integração pessoal melhorada.
entrevista, relacional e terapêutico;  Capacidade de capacitar a pessoa de
 Atitudes de compreensão empática, de formar relacionamentos íntimos,
respeito, de autenticidade, de interdependentes e interpessoais com
compaixão e de esperança (temos de nos capacidade de dar e receber amor.
compadecer do sofrimento das pessoas,  Melhoria da função e capacidade
não fica insensível); aumentada de satisfazer as
 Comportamentos intencionais (falar com necessidades e alcançar objetivos
intenção). pessoais realistas

Contexto Objetivos

 Variáveis relacionadas com o cliente,  Dependem das situações vividas pelos


com o enfermeiro e com a instituição – clientes;
todas têm influência sobre as  São, idealmente, definidos entre
modalidades e tipo de intervenção enfermeiro e cliente;
disponibilizada.  Frequentemente têm a ver com a
promoção da aprendizagem e do
Ex: qual é o serviço, problema de saúde,
crescimento pessoal do cliente, num
como é que é a família, tudo aquilo que possa
esforço de fazer alguma alteração na
influenciar a prestação de cuidados
sua vida.
Ambiente
Exemplos
 Desenvolver uma autoimagem mais  Respeito caloroso
positiva;  Autenticidade
 Conhecer os recursos pessoais de que  Compreensão empática
dispõe para resolver as suas
O Enfermeiro como recurso da Relação
dificuldades;
Importante: pode pedir para comentar uma
Especificidade da Relação de fazer a explicar a importância do enfermeiro
Ajuda na comunicação

 Tem como objetivo ajudar o outro, Os enfermeiros podem ser iatrogénicos


proporcionando um crescimento, (prejudicais para o doente) ou pode ser
desenvolvimento, maturidade, melhor terapêutico
funcionamento e uma melhor capacidade
 Habilidades e técnicas
de enfrentar a vida
 Autoconsciência (conseguir gerir as
Relação de ajuda VS Relação social emoções independentemente de
concordar ou não com as decisões dos
saber a diferença
utentes, tudo para benefício deles)
Relação de ajuda  Autoconhecimento
 Reconhecimento de crenças e valores
 É estabelecida para benefício do
(compreender)
cliente; visa a satisfação das
necessidades do cliente, ao contrário da O relacionamento terapêutico entre
relação social enfermeiro e paciente é uma experiência de
 visa ajudar o doente a alcançar e a aprendizagem mútua e uma experiência
manter um nível ótimo de saúde; emocional corretiva para o paciente. Nessa
 É diferente de uma relação de amizade, relação, a enfermeira utiliza a si própria e as
não por uma superioridade do técnicas clínicas especificadas no trabalho com
enfermeiro, mas sim porque este tem o paciente para gerar visão interna e alteração
uma responsabilidade profissional em comportamental do paciente
assistir os outros, que se deve
“O enfermeiro possui uma ferramenta singular
caracterizar por uma confiança mútua.
que pode ter mais influência sobre o cliente do
Relação social que qualquer medicamento ou terapia: ele(a)
mesmo” (pode ser esta frase para comentar)
 As relações entre familiares/amigos
visam a satisfação de necessidades A importância do autoconhecimento
mútuas
Porque é que o enfermeiro é tão importante no
Estratégias e Condições da Relação de Ajuda processo de prestação de cuidados na relação
 Presença (pode ser pergunta do teste)
 Vontade de não julgar Uso terapêutico de si próprio
 Não ser diretivo na entrevista
 A pessoa como o centro da nossa  Capacidade de utilizar de modo
atenção totalmente consciente a própria
 Consideração positiva (ter esperança personalidade para estabelecer vínculos
que o doente se vai curar) e estruturar as intervenções de
 Rapport enfermagem
 Confiança
Características que facilitam o
crescimento nos relacionamentos
Autoconhecimento
Tentar colocar a nós próprios
“Conhecer e entender-se a si próprio aumenta a
capacidade de formar relações interpessoais  Sou capaz de agir de modo que seja
significativas” (!! Pode perguntar/pedir para visto pela outra pessoa como digno de
comentar !!) confiança, responsável ou consistente?
 Sou capaz de ser suficientemente
Temos de nos conhecer a nós próprios para
expressivo, como pessoa, a ponto de
termos a capacidade de prestar bons cuidados
comunicar aquilo que sou sem
de saúde, principalmente a nível da saúde
ambiguidades?
mental, porque só se nós nos conhecermos é que
 Sou capaz de permitir a mim mesmo ter
conseguimos identificar as nossas lacunas e
atitudes positivas para com outra pessoa
aprimorar a nossa autoconsciência, o
- de carinho, de calor humano, de
reconhecimento de crenças e valores e ter
simpatia de interesse e de respeito?
habilidades e técnicas
 Sou capaz de ser suficientemente forte
Desenvolver a Consciência de Si como pessoa para sentir-me como
alguém à parte?
 Atitudes  Estou seguro de mim mesmo o suficiente
 Valores para permitir à outra pessoa essa
 Crenças separação?
Para que elas não influenciem a nossa prestação  Sou capaz de permitir a mim mesmo
de cuidados de forma negativa ingressar plenamente no mundo das
emoções e significado pessoal do
Autoanálise sujeito, e ver esse mundo como ele o vê?
 Sou capaz de aceitar cada faceta da
Análise SWOT (como instrumento de
outra pessoa como é apresentada a mim?
autoanálise)
Sou capaz de receber essa pessoa como
 Strengths (forças) ela é? Sou capaz de comunicar essa
 Weaknesses (fraquezas) atitude?
 Opportunities (Oportunidades)  Sou capaz de agir com sensibilidade
 Threat (ameaças) suficiente no relacionamento para que o
Autoconsciência (quem sou eu?) meu comportamento não seja percebido
como uma ameaça?
Esclarecimento dos valores (o que é
importante para mim?)

Exploração dos sentimentos (Quais são os


meus sentimentos?)

Capacidade de servir como exemplo

Sentido de ética e responsabilidade


(responsabilidade pessoal e pelo próprio
comportamento; justiça; reconhecimento das
limitações e pontos fortes)
Comenta as frases:

 “Se encontrares um homem com fome, não


lhe dês um peixe, ensina-o a pescar”
 “O enfermeiro possui uma ferramenta singular
que pode ter mais influência sobre o cliente do
que qualquer medicamento ou terapia: ele(a)
mesmo.”
 “Capacidade de utilizar de modo totalmente
consciente a própria personalidade para
estabelecer vínculos e estruturar as
intervenções de enfermagem”
 “Conhecer e entender-se a si próprio aumenta
a capacidade de formar relações interpessoais
significativas”

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