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O OUTRO, A FAMÍLIA E

A COMUNIDADE
A relação entre profissional e paciente é crucial para o
tratamento

Quando se fala em pessoas doentes e que precisam de acompanhamento médico, seja no hospital
ou em domicílio, a relação entre técnico em enfermagem e paciente é de suma importância para
uma recuperação mais rápida e tranquila.

O processo de relacionamento interpessoal enfermeiro-paciente fundamenta-se na comunicação


terapêutica em que são indicadas estratégias para estabelecer o contato com o paciente. O modo
como vem ocorrendo a tecnificação do setor de saúde contribui para que muitos enfermeiros
negligenciam o objetivo principal que é o de cuidar e manter um relacionamento que possa
proporcionar uma melhora nos cuidados de enfermagem, e assim, obter resultados benéficos que
ajudam no tratamento do paciente.

A comunicação que ocorre entre enfermeiro e paciente deve proceder de forma objetiva e clara,
baseada na empatia e no respeito constante à pessoa que necessita de cuidados por parte do
enfermeiro.

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A relação entre profissional e paciente é crucial para o
tratamento

A comunicação que ocorre entre enfermeiro e paciente deve proceder de forma objetiva e
clara, baseada na empatia e no respeito constante à pessoa que necessita de cuidados por
parte do enfermeiro.

Por enfrentar o árduo desafio de estarem impossibilitados de realizar seus afazeres, os


pacientes precisam bastante de cuidado humano. Vale ainda ressaltar a importância de
técnico em enfermagem também para os familiares do paciente, pois ele passa a ser um
grande aliado e apoio humanizado e profissional.

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Relação entre familiares e técnico de enfermagem

O técnico em enfermagem deve ter um bom relacionamento não só com os pacientes, mas
também com os familiares destes. Uma família que possui algum ente querido que carece de
cuidados médicos tem no técnico de enfermagem uma ponte de ligação com o restante da
equipe de saúde.

Então, a comunicação é o grande fator positivo na relação equipe-paciente-familia. O


equilíbrio emocional deve permear a assistência e possibilitar o desenvolvimento de
estratégias de promoção à saúde. É importante que o enfermeiro reconheça os gestos
adaptadores presentes no familiar, no momento da orientação, porque auxiliam na
percepção de seus aspectos emocionais.

Além de que, os familiares também passam a ser um elo entre o técnico de enfermagem e o
paciente. Por meio de orientações dadas pelos profissionais da saúde, os familiares
sentem-se mais tranquilos, influenciando positivamente o paciente na recuperação plena.
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Humanização do profissional da saúde

O ofício do profissional da saúde vai além de cumprir horário, de respeitar as normas de


trabalho, entre outras responsabilidades. Lidar com a vida humana demanda, acima de tudo,
um posicionamento individualizado com estima e preço.

Ao técnico em enfermagem compete respeitar a individualidade de seus pacientes, não os


vendo somente como mais uma pessoa para cuidar. O profissional deve buscar uma
proximidade ao tratar cada um, considerando sempre suas necessidades físicas e
emocionais.

Sendo assim, cabe ao profissional reconhecer sua vocação para demonstrar humanização
em seus relacionamentos com os pacientes, como também colocar em prática todo o
aprendizado adquirido em sua formação ética.

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Humanização

A humanização na enfermagem significa acolher todas as variáveis que estejam interferindo


no prognóstico do paciente, sejam clínicas, sociais, psicológicas, financeiras, psiquiátricas
ou religiosas. A forma humanizada de tratar um paciente não é apenas um diferencial para
quem recebe o atendimento, mas também para o profissional que consegue captar fatores
imperceptíveis aos olhos focados na doença.

Essa percepção pode ser uma característica necessária aos enfermeiros e bem
representativa diante dos demais profissionais que lidam diretamente com o paciente, de
forma a ser um modelo a ser seguido. Humanização na enfermagem é um processo
necessário e importante no contexto da saúde do paciente. Por meio de atitudes
acolhedoras e eficientes, os enfermeiros absorvem as principais queixas físicas e
emocionais e fazem intervenções, considerando todas as variáveis relacionadas à
efetividade do tratamento. No entanto, esse processo requer capacitação contínua e
experiência para lidar com as diversas questões ao longo da trajetória profissional.

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A comunidade, suas crenças e valores

A crença, faz parte da história das pessoas, portanto faz parte da história de um povo. O
significado de seus conteúdos é importante para nós, profissionais da saúde. É a nossa
busca do outro, seu pensar que pode ser parte de suas crenças. As crenças dentro do
conhecimento de saúde, são pontes que podem facilitar a aproximação do cuidador com
o ser que é cuidado.

Em função disso devemos estar sempre em alerta à linguagem do outro, esse outro que é
alvo do nosso cuidado. No que ele diz, pode está o que queremos saber, pode está o que ele
sabe, o que ele faz. Na verdade somos aquilo que conhecemos. Muitas vezes até nos
distanciamos da racionalidade, para expressarmos o que pensamos, como nos vemos, ou
melhor buscamos formas plásticas, para traduzir esse sentimento.

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A comunidade, suas crenças e valores

A crença está frequentemente presente nas manifestações das pessoas; as crenças em


saúde são verificadas constantemente, sempre que se fala da doença e dos tratamentos ou
cuidados realizados. Isto pode ocorrer nas consultas, nas interlocuções em grupos, quando
o contexto permite.

Crenças, um termo muito “desconhecido”, mas que faz transformações na vida de um ser
humano e que traz para hoje relações com o passado, presente e futuro. O que desconheço
do passado influencia no meu presente e limita meu futuro. Somos hoje seres humanos com
histórias e acontecimentos da vida, fruto de nossas emoções, família, amigos e até daqueles
que simplesmente passaram pela sua vida, mesmo que tenha sido por um dia, uma hora, um
momento, mas que fizeram parte.

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A comunidade, suas crenças e valores

Crença é a forma como você vê o mundo, onde você projeta a sua imagem da forma em que
você acredita que seja e a partir desse momento tem como verdade única. As crenças e os
valores, se interligam um com outro, pois com o passar do tempo que temos nossas crenças
determinantes, são criados também nossos valores, como por exemplo: ética,
responsabilidade, cuidar do próximo, respeito, entre outros.

Valores é tudo que vivencio na vida e na sociedade, são as normas, princípios ou os padrões
sociais aceitos ou mantidos por um indivíduo, classe ou sociedade, que definem sua conduta
e sua forma de se comportar na sociedade.

Ter sua espiritualidade respeitadas é direito do paciente. A cultura, valores e crenças


interferem em hábitos como alimentação, higiene, visão sobre tratamentos ( transfusão
sanguínea, transplantes), rituais durante a vida e a morte.

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O estigma

A vida em sociedade revela uma disparidade de características e de comportamentos


tomados pelos indivíduos que se relacionam dentro do tecido social. Ocorre que a própria
estrutura social estabelece, por parte de seus participantes, um padrão de hábitos e
posturas que é mais aceito pelo grupo social dominante, que costuma vir de tempos muito
antigos e é difícil de ser quebrado. E quem não adota as mesmas práticas e posições da
cultura imposta, acaba sendo estigmatizado dentro da sociedade.

É assim que surge o conceito de estigma social, que, conforme a Sociologia, depende da
classificação de um grupo por outro. Em geral, o grupo social hegemônico considera
qualquer comportamento ou hábito distinto do dele como diferente, levando a estigmatizar
os que não são seus semelhantes. Neste artigo, aprofundaremos o entendimento sobre
esse conceito e também trataremos dos vários tipos de estigma social, citando exemplos
práticos para guiar a compreensão.

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O estigma

O estigma social é como uma marca ou um sinal imposto ao indivíduo que acaba ficando
com um status inferior em comparação às demais pessoas, consideradas normais diante da
sociedade, o que não é o caso do sujeito estigmatizado. Diante dessa desvalorização, a
pessoa nem chega a ser aceita socialmente, devido a essa marca que é imposta nela e à
diferença dos demais.

A título de curiosidade, o termo “estigma” foi recebendo significados distintos ao longo da


história. Na Grécia Antiga, o seu uso era aplicado para indicar marcas nos corpos de criminosos
e escravos. Já na Idade Média, a expressão passou a designar as marcas que apontam para
uma graça divina ou então sinais físicos provocados por doenças graves. Hoje em dia, o
estigma acabou sendo focalizado mais nas análises sociais, ainda que popularmente possa ser
utilizado de várias maneiras.

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O estigma

No âmbito da Sociologia, o estigma social diz respeito à classificação de um grupo feita por
outro, que confere ao primeiro um status social inferior aos demais. Trata-se de algo muito
comum atribuir um estigma baseado em preconceitos, estereótipos ou então pelo medo do
desconhecido.

O conceito de estigma como processo social: uma aproximação teórica a partir da literatura
norte-americana, Ranyella de Siqueira e Hélio Cardoso afirmam que “as pessoas normais
preveem as categorias e os atributos de um estranho que se aproxima. Essas pré-concepções,
elaboradas pelos normais, são transformadas em ‘expectativas normativas, em exigências
apresentadas de modo rigoroso’. No entanto, os normais, cotidianamente, ignoram essas
preconcepções até o surgimento de uma questão que seja efetiva para a realização de suas
exigências. É neste momento que os normais podem perceber que fazem afirmações daquilo
que o outro deveria ser”.

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Tipos de estigma social
De acordo com Erving Goffman, o estigma social pode ocorrer a partir de três tipos, que iremos
apresentar a seguir:

Anomalias e deformidades corporais que fugiriam ao padrão normativo e que podem levar à
estigmatização do indivíduo pela sociedade;

Especificidades de caráter individual, como a falta de vontade, as crenças muito rígidas, a


desonestidade, as paixões inaturais, entre outros, que levariam à culpa e poderiam ser
atribuídos a partir de comportamentos e questões, como alcoolismo, comportamento político,
doença mental, encarceramento, homossexualidade, tentativas de suicídio, vício etc., que são
vistos, muitas vezes, com repulsa pela maioria das pessoas;

Estigmas tribais motivados por raça, religião, nação e até mesmo por classe, que fazem com
que grupos sociais estigmatizem sujeitos de outras nacionalidades, raças ou até mesmo por
professarem outra fé, algo que pode ser bastante visto hoje em dia, por exemplo, em relação
aos imigrantes, que têm sido discriminados em diversos países.
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Conclusão

Como foi possível demonstrar, o estigma social é algo criado pela própria sociedade, que
padroniza comportamentos, hábitos e até mesmo portes físicos, para manter o ambiente
confortável aos indivíduos nomeados como “normais”. Por outro lado, qualquer situação
que destoa do padrão considerado correto por essas mesmas pessoas é criticado,
marginalizado, ridicularizado, enfim, estigmatizado. O estigma, portanto, sintetiza os
preconceitos e as várias formas de discriminação por parte da humanidade.

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Referências

ESCOLA DE ENFERMAGEM DA PAZ. Relação entre técnico em enfermagem e paciente é


crucial para o tratamento. 2018. Disponível em:
https://www.escoladapaz.com.br/blog/relacao-entre-tecnico-em-enfermagem-e-paciente-e-c
rucial-para-o-tratamento/#:~:text=V%C3%ADnculo%20entre%20familiares%20e%20t%C3%A9cn
ico%20em%20enfermagem&text=Por%20meio%20de%20orienta%C3%A7%C3%B5es%20dadas,p
aciente%20na%20sua%20recupera%C3%A7%C3%A3o%20plena. Acesso em: 01 maio 2023.

GUIMARÃES, Cátia. Crenças e Valores! O quão suas crenças impactam no seu resultado?
(Palestra). Rio de Janeiro, 2018. Disponível em:
https://www.sympla.com.br/evento/crencas-e-valores-o-quao-suas-crencas-impactam-no-se
u-resultado/232857. Acesso em: 01 maio 2023.

LOPES, Rodrigo Herrera. Estigma social – O que é? Tipos e Exemplos. Gestão Educacional,
2023. Disponível em: https://www.gestaoeducacional.com.br/estigma-social-o-que-e/. Acesso
em: 01 maio 2023.

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