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Após quase 12 meses de estágio nas residências, percebemos que embora haja
atividades inseridas no hospital Candido Ferreira, muitos dos moradores não sentem à
vontade de participar e acabam ficando presos em uma monotonia diária, onde todos
os dias são iguais e nada pode sequer acontecer. Os cuidadores são totalmente
atenciosos mesmo com a grande demanda e o quadro reduzido de funcionários, todos
os moradores sempre estão bem cuidados. Percebemos que nas residências,
considerando as várias demandas inclusive das características psiquiátricas dos
usuários, é mais difícil realizar atividades mais dirigidas, seja relacionada ao bem-estar
ou até mesmo algo lúdico, o que poderia garantir algum tipo de descontração com os
moradores, assim mesmo com todo o cuidado dispensado pela equipe, vemos que a
patologia está totalmente inserida nesse contexto.
uma “coisa” onde seus conhecimentos técnicos-científicos são aplicável, pois este
segundo tipo de relação Bubber a compreende como uma relação EU-ISSO, tomando
o outro como algo, ocorre uma reificação do sujeito. Nas residências terapêuticas
pode-se notar nas relações entre usuário e profissionais a prevalência de serem
construídas e constituídas a relação EU-TU.”
que não possuem uma escuta terapêutica. Faz-se necessário enfatizar a relevância
das Residências Terapêuticas que contribuem para a implantação dos indivíduos com
transtornos mentais na comunidade, resgatando sua identidade, além de proporcionar
um atendimento mais humanizado aos pacientes. Essas moradias inseridas na
comunidade, destinadas a pessoas que em algum momento de suas vidas foram
chamadas de “loucas” e se tornaram pacientes de um hospital psiquiátrico, exclusas
do mundo social e do direito de ir e vir. Através das residências é reconstruído laços
sociais e afetivos onde as pessoas possam se sentir em casa e nesse ambiente não
são mais considerados pacientes e sim moradores.
Referências Bibliográficas
BARIONI, Paula Montanheiro Residências Terapêuticas no “Serviço de Saúde Dr.
Cândido Ferreira”: estratégia, avanços e desafios para as Políticas de Saúde Mental
em Campinas/ Paula Montanheiro Barioni, São Paulo, 2013. 98p.
BUBER, Martin. Eu e Tu. São Paulo: Centauro,2001
HEIDEGGER, Martin. (1988). Ser e tempo. (Parte I). Petrópolis: Vozes. (Col.
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LANE, M. T. S. O que é psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 2006.
PERLS, Frederick S. Gestalt terapia explicada. Vol. 2. 2ª ed. São Paulo. Ed.
Summus, 1977
ROGERS, Carl. Tornar-se pessoa. São Paulo. Ed. WMF Martins Fontes, 2010.
SERVIÇO DE SAÚDE CÂNDIDO FERREIRA (2018). (Org.). Unidades:
SRT's. Disponível em: <http://candido.org.br/portal/unidades/srt/>. Acesso em: 26 nov.
2018.