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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 31 – julho/agosto 2004
Ano IV

EDITORIAL
ÍNDICE

Ei
Pág. 2
M recente reunião maçônica, numa Loja de nossa Região, onde se
 O que a imprensa noticiou
encontrravam diversos maçons, representando pelo menos seis Lojas, por ocasião das
Pág. 3

E
palestras proferidas em função do VI FÓRUM MAÇÔNICO DE CABO FRIO E REGIÃO,  Aconteceu
alguns dos Irmãos presentes pediram a palavra e passaram a mostrar seu  Para Pensar
descontentamento com o corrente uso do termo “pretérito” nos feitos maçônicos (“falamos
Pág. 4 e 5
muito no que a Maçonaria fez no Brasil – e no mundo – ao longo de mais de três
séculos.... Hoje em dia, estamos “reclusos e omissos” etc.). Aparentemente, uma “crítica  Curiosidades
construtiva”, mas, no meu modesto ponto de vista, aí é que mora o “perigo” e a Pág. 6
incongruência, posto que se só criticarmos mas não oferecermos soluções (mesmo que a  Gr. Dic.Enciclopédico de
sua eficácia dependa do coletivo e não somente do esforço individual do proponente), não Maç. e Simbologia (Nicola
chegaremos a nenhum lugar, efetivamente, em que pese a justificada tese da Aslan)
necessidade de uma maior atuação da Maçonaria na sociedade hodierna, com ênfase na  Biblioteca
insatisfação com os rumos sócio-econômicos e políticos do Brasil. Pág. 7
Reproduzo, entretanto, parte de artigo recente do nosso Irmão LUIZ DA SILVA
 Polindo a Pedra Bruta
MUZI, sobre “A CRÍTICA”, por julgá-lo importantíssimo para nossa reflexão:
 Pílulas Maçônicas
“Em geral, toda crítica busca influenciar, operar na opinião de outras pessoas ou
criar o descrédito para algo ou alguma coisa que outra pessoa, além do crítico, pretendia Pág. 8 à 15
ou vinha fazendo e que desagrada ao crítico. Dizer o que se pensa e formular propostas  Trabalhos Maçônicos
é se expor e às vezes não interessa a quem quer opinar contrariamente, mesmo porque Pág. 16
toda crítica é contrária e a única forma de não sê-lo, ainda que falsamente, é declará-la
 História pura
construtiva.”.
Estaremos preparados para criticar? Pág. 17
De qualquer maneira, a preservação dos maravilhosos preceitos da SUBLIME  Viagem ao nosso interior
ORDEM devem ser mantidos e defendidos, pois deles, sem dúvida ou arrogância, Pág. 18
dependem o futuro do mundo.
 Biografia do mês

Carlos Alberto dos Santos/ M...M... Pág. 19


 O nosso planeta
Pág. 20 e 21
• Depoimento
O Pesquisador Maçônico
Pág. 22 à 25
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.: • Classificados
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: M.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133
Braga – Cabo Frio (RJ) e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br
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O QUE A IMPRENSA NOTICIOU

SINAIS DE UM NOVO TEMPO

Na recente Assembléia da COMAB, realizada no Rio de Janeiro, no dia 10 deste mês, estiveram presentes
renomados jornalistas vinculados à ABIM e pertencentes aos seguintes jornais, revistas e boletins: O Delta (RS), O
Vigilante(RS), A Trolha(PR), Alavanca(MT), GOP em Revista(SP), O PESQUISADOR MAÇÔNICO(RJ), Boletim do
GOMG(MG), Novo Tempo(PE), Informabim(BR), O Tradicional(PE), Unidade(PE), Vozes do Templo(RN), Novos
Rumos(RN), Confrade(MA), Jornal do GOAM(MA) e União Maçônica(BR).
A Confederação Maçônica, nesta Assembléia, deu posse à sua Diretoria para o anuênio que se estende até junho
de 2005, integrada pelos Grão-Mestres Ward de Souza Gusmão (Presidente), Antônio do Carmo Ferreira (Vice-
Presidente), José Carlos Almeida (Secretário) e José Ferreira Leite (Tesoureiro).
Sinal de um novo tempo marcou esta Assembléia. A paz de convivência evidente na presença dos três maiores
líderes atuais que dirigem a Maçonaria no País: Grão-Mestres Laelso Rodrigues (Grande Oriente do Brasil), Pedro Manuel
Ramos (CSMB) e Ward de Souza Gusmão (COMAB).
É como James Anderson deixou escrito nas Constituições de 1723, ainda vigentes: “A Maçonaria é um centro de
união”.
Publicado no INFORMABIM nº 121, de 30/06/2004.

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ACONTECEU

O Templo da ARLS RENASCIMENTO Nº 08 (GOIRJ/COMAB), localizado à Rua Nicola Aslan, 133, no Oriente de
Cabo Frio, recebeu a visita de vários Irmãos, de Obediências diferentes, que vieram prestigiar a Sessão Magna de Posse
do nosso Irmão MANUEL AGRIPINO FORTES PERES, que assume o malhete para o biênio 2004/2006, assim como
também prestigiar ao Irmão ALFREDO PEDRO CUNHA, que brindou aos IIr.: da Loja com uma administração eficiente e
com sabedoria, como deve ser a condução de um Verdadeiro Venerável Mestre.
O GRANDE ORIENTE INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO (GOIRJ) fez-se representar por uma comitiva de
IIr.:, liderada pelo Grão-Mestre Adjunto JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA.

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PARA PENSAR
A FERRAMENTA DO DIABO

Foi anunciado que o diabo deixaria seus trabalhos e ofereceria suas ferramentas para qualquer um que pagasse o preço.
No dia da venda, elas foram expostas de uma maneira atraente: malícia, ódio, inveja, ciúme, fraude... todos os
instrumentos do mal estavam lá, cada um marcado com seu preço. Separada do resto, se encontrava uma ferramenta de
aparência inofensiva que, apesar de estar muito usada, tinha preço superior ao de todas as outras.
Alguém perguntou ao diabo o que era (?).
_ “É o desânimo!”, respondeu ele.
_ “Nossa! Mas por que está tão cara?”
_ “Porque – respondeu o diabo – ela me é mais útil do que todas as outras ferramentas. Com ela, eu sei entrar em
qualquer homem e, uma vez no interior dele, eu posso manobrá-lo da maneira que melhor me convém. Esta ferramenta está tão
usada porque eu a utilizo com muitas pessoas e pouquíssimas pessoas sabem que ela me pertence”.
É supérfluo acrescentar que o preço fixado pelo diabo para o desânimo era tão alto que a ferramenta nunca foi vendida.
O diabo é sempre o proprietário, e ele continua a utilizá-la...

3
N.R.: Colaboração do Ir.: ALFREDO Pedro Cunha, da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

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CURIOSIDADES
ESPERANTO – O IDIOMA UNIVERSAL
Valdemar Sansão

É preocupação do Humanismo e de todos os seus


profitentes o futuro da espécie humana e o destino de nosso
Planeta.
A humanidade como um todo sofre de grande mal que é
da comunicação.
A globalização veio também para somar aos aspectos
humanos em que enseja a aproximação dos povos, dando-lhes
oportunidades de conhecer as suas diferentes raças, seus
costumes, enfim suas diversas culturas.
A Europa descobriu a importância de se adotar uma
única moeda, o “euro”, facilitando sobremaneira lidar com a
moeda. A chegada do euro, no entanto, significa muito mais do
que uma simples mudança de moeda. Envolve indivíduos e
empresas não só nos países que aderiram à moeda única, mas
também em todo o mundo.
Com o firme propósito de contribuir para a fraternidade e
unidade dos povos, um polonês visualizou uma peça que,
segundo ele e seus seguidores, deveria ser fundamental na
“Doktoro Esperanto” (Doutor que tem esperança), construção de um mundo novo: um idioma universal: o
pseudônimo do Irmão Zamenhof, que deu origem ao Esperanto, Língua internacional efetivamente neutra,
nome do idioma. democrática, além de fácil, flexível e sonora, bem como a sua
ideologia impregnada de fraternidade entre os povos,
aproximação de diferentes culturas que, se aninhariam com facilidade no coração invariavelmente idealista da juventude.
Lázaro Luis Zamenhof foi o gênio, como é tido por uns, ou visionário, por outros, que ousou criar um idioma
artificial e neutro para ser o segundo idioma de cada homem. Isso se deu em 14 de junho de 1887 e completou, portanto
117 anos de existência, tendo origem o nome no pseudônimo “Doktoro Esperanto” (Doutor que tem esperança) utilizado
pelo médico e poliglota maçom Zamenhof. A idéia de língua universal começou a surgir desde cedo em Zamenhof, quando
este intentou solucionar o problema de sua cidade natal onde se falava quatro idiomas: polonês, russo, alemão e Iídiche.
Diz-se que ele ia a uma cidade cerca de 50 km da sua, nada mais entendia, pois eram dialetos diferentes. Por essa
razão imaginou criar uma língua neutra que não substituiria nenhuma já existente, tendo como base termos diversos de
todos outros países, e adotando flexibilidades, veio a tornar uma língua de fácil acesso como pode se verificar na prática.
Ela se propunha a ser uma alternativa para uso em caso de encontros de vários cidadãos de línguas diferentes no sentido
de facilitar essa comunicação.
O pai convenceu-o a deixar a idéia de lado até que completasse seus estudos de Medicina em Moscou e ele
acedeu, mas, ao retornar, já formado, o pai havia destruído todos os seus esboços da nova língua, ao alcance de qualquer
pessoa.
Na Áustria, o irmão Zamenhof casou-se com Clara Zilbernich e o sogro, grande incentivador de seu trabalho, que
muito o admirava pela sua cultura e luta na busca do ideal, financiou-lhe a brochura “Língua Internacional” editada em
1887. Em pouco tempo aquele opúsculo espalhou-se pelo mundo correspondendo e promovendo o grande ideal do médico
polonês – a união dos povos. Resolução da UNESCO, aprovada em 1954, reconheceu a utilidade do Esperanto para a
aproximação pacífica entre os povos. No Estado de São Paulo, a Lei nº 505, de 18 de novembro de 1974, instituiu o Dia da
Língua Internacional Esperanto, comemorada em 15 de dezembro.
Ela é acima de tudo uma língua que prega a paz entre os povos, no que coincide com um dos postulados da
Maçonaria Universal qual seja, trabalhar pela felicidade do gênero humano, até conseguir sua emancipação progressiva e
pacifica, fazendo-nos filhos comuns do Universo e amigos de todos os Seres Humanos.
Muitas pessoas que falam esperanto interessam-se mais pela pessoa como ser humano, ou pela cultura e não por
qualquer outro interesse. Muitos desejam criar amizade, o que, com efeito, se torna realidade.
Se o interlocutor fala inglês com um brasileiro, ou com alguém cuja língua materna não é o inglês, sempre assume a
posição do professor diante do aluno ou um superior diante de seu subalterno. Se, ao invés, falassem a língua do
interlocutor, o português por exemplo, a situação seria a mesma, mas inversa. Essa desigualdade atrapalha a amizade.

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Os esperantistas podem desfrutar de uma rica cultura, fazer contato com inúmeras pessoas de diferentes aspectos
e intimamente conhecer suas vidas, culturas, lares, pensamentos etc.
O esperantista é levado a uma maior criatividade. Graças à sua grande flexibilidade, se liberta ao escrever ou falar
em Esperanto. Quase não há limites para a criação de novas expressões em Esperanto, pesquisá-las e encontrar aquelas
mais adequadas, usando os elementos já existentes é uma experiência valiosa.
Quem não é esperantista pode imaginar que o mundo é cheio de estrangeiros – homens muito diferentes e
inacessíveis, e que não se pode efetivamente manter um alto grau de simpatia para com “estranhos” pelo simples fato de
que são exatamente estranhos.
Entretanto, graças ao uso do Esperanto, descobrem que esse pensamento está errado. O mundo é formado não por
estrangeiros mas por seres humanos iguais a nós e aos nossos familiares. E mais: grande número dessas pessoas
desejam ser amigos, havendo oportunidade de se verem e se conhecerem. Não são, portanto, estrangeiros, mas amigos
ou futuros amigos.
Faz enorme diferença nos ligarmos a todos os homens do mundo, não mais nos achando acorrentados a uma única
língua, a uma única cultura. E ai sim, seremos livres para interagir com todos os membros da Humanidade, porque em
todos os lugares encontram-se pessoas dispostas à amizade e porque o esperanto nos proporciona os meios de
comunicar-nos facilmente com todos os Irmãos da Terra.
A Maçonaria, que propugna pelos mesmos princípios de fraternidade e união dos povos do Irmão Maçom
Zamenhof, deve estar atenta a estes canais que contribuem para essa aproximação, como é o caso do Esperanto.
É claro que o Esperanto sozinho não resolverá todos os problemas do mundo, mas ele efetivamente pode ajudar os
homens a construir as soluções.
Se os homens puderem comunicar-se livremente, como iguais, com certeza o mundo se tornará melhor, mais
simpático, mais justo e perfeito.

O PAI NOSSO

A 12 de abril de 1898, Arthur Azevedo publica no Jornal “O Paiz” o texto “Patro Nia” (o Pai Nosso) traduzido por
Zamenhof, a escolha se deveu ao fato de a oração ser bastante conhecida, facilitando a comparação com o texto em
português.

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E MAÇONARIA E PODER
- O Silêncio Estilhaçado-
SIMBOLOGIA Ir.: Luiz da Silva Muzi

NICOLA ASLAN
EA– Deus da Sabedoria entre os babilônios, o seu
nome significa “casa da água”. Era o mesmo deus ENKI
dos sumérios, os quais acreditavam que a Terra tivesse
a forma de uma bacia e flutuasse sobre o abismo das
águas, o Ab-zu, palavra que foi transformada em apsú.
O Ab-zu (morada do saber) era considerado o domínio
de toda a ciência, além do seu caráter aquático, o apsú
sobre o qual reina ENKI-EA é o das águas doces, que
dá nascimento às fontes, aos riachos e aos rios. Em “La
Magie chez lês Assyriens et lês Babyloniens”, diz o
Dr. G. Contenau a esse respeito:

 A importância do elemento aquático era


primordial no culto por um simbolismo fácil;
transportou-se sobre o plano moral as
virtudes da água que limpa as manchas; as
lustrações purificavam do pecado, como as É um livro CORAJOSO!
abluções tornavam limpo o corpo; por isso os Usando de algumas palavras do Ir.: Júlio Alves Simões
Templos possuíam um apsú, bacia sagrada Filho, que prefacia a obra, “ (...) é muito bom para a
mais ou menos extensa , algumas vezes Instituição Maçonaria que milhares de ardorosos Maçons
reduzida a uma tina, para conter as águas se posicionem segundo suas livres consciências como
lustrais fossem elas consideradas águas de podemos sentir com clareza neste fortíssimo livro que ,
fontes ou tiradas na foz dos grandes rios se a um tempo descreve uma situação fática, em outro,
Tigre e Eufrates.“Os reis construtores de demonstra que não devemos simplesmente nos calar em
Templos lembram os apsú que neles violento e inaceitável constrangimento à nossa
colocaram, o “mar de bronze” do Templo de consciência de homens livres e de bons costumes”.
Salomão em Jerusalém era um apsú de Ainda: “É um belo livro e com certeza servirá de exemplo
bronze contendo água para o serviço do aos pálidos pelo poder, àqueles que se calam com medo
culto; era suportado por touros de metal que ou por timidez permitindo que suas anti-maçônicas
tinham a parte anterior do corpo saliente. atuações encorajem a tantos outros que , pelo poder, de
Esta disposição permaneceu clássica na arte tudo são capazes, mesmo os atos mais escabrosos que
oriental. “Visto ser o apsú o domínio da nossa vã imaginação sequer possa imaginar”.
sabedoria, dela EA era o deus, como Obviamente que nem o autor nem nenhum outro Maçom,
também o era das artes... Tornou-se o deus que ame a Sublime Ordem, gostaria que o assunto
padroeiro de todos aqueles que, de perto ou enfocado no livro em questão, tivesse necessidade de vir
de longe, se ocupavam de ofícios artísticos a ser exposto, como TEM DE SER , posto que se o
ou relacionados com a água: cantores, problema existe, ele tem que ser examinado e divulgado,
marinheiros, jardineiros, tecelões etc....” para que possamos acreditar que não existem déspotas
(proposta. 60-61) na Maçonaria e podermos somente nos dedicarmos aos
estudos e à prática da fraternidade entre todos.
Leiam, tirem suas conclusões (os documentos – alguns
históricos - não deixam dúvidas), exercitem sua razão.
Impresso por : GRÁFICA E EDITORA EFICAZ
-Rio de Janeiro-

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POLINDO A PEDRA BRUTA

Reportando-nos ao artigo inicial, recordamos que o homem se congrega em ORGANIZAÇÕES, que


buscam o ESCLARECIMENTO e que tal esclarecimento se consegue através do SILÊNCIO mental.
Este estado silencioso, silencioso mas superlativamente dinâmico, percebe a mensagem, o objeto da
comunicação, “in totum”, num “insigth”. Estabelece-se um contato com o mistério substantivo que já não precisa
definir-se, refém do SILÊNCIO.
Toda explicação é abortada, toda particularidade é cerceante e desnecessária. A tensão entre os
antípodas se harmoniza e se equilibra.
Estamos dentro e não diante do mistério. Sujeito e objeto da percepção se confundem num amplexo
complexo.
E, quando procuro explicar, definir tal experiência para apreendê-la, catalogá-la, - não simplesmente vê-la
e ouvi-la,- para dela dispor quando necessário, então, acenante, esvoaça!

Renato em Cabo Frio.

Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS

OS CHIFRES

Muitos Irmãos desconhecem o porquê dos chifres que, em algumas Lojas, ornamentam os quatro cantos do Altar
dos Juramentos, altar este que tem suas origens no Antigo Altar dos Holocaustos construído por Moisés, em obediência às
ordens de Deus, conforme está na Bíblia Sagrada, Livro do Êxodo, capítulo XXVII, versículo 1 a 8 que diz: “Farás também o
altar de madeira de Acácia: de cinco côvados será o seu comprimento, e de cinco côvados a largura; será quadrado o Altar,
e de três côvados sua altura”.
_dos quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais farão uma só peça com o Altar, e o cobrirás de
bronze”.
O Altar dos Juramentos da Maçonaria se identifica com o Antigo Altar dos Sacrifícios que lhe serviu de paradigma,
pois é nele que o neófito fará seu juramento e ali deixará todos os seus vícios e as suas paixões, em holocausto ao GADU.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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TRABALHOS MAÇÔNICOS
A História da Maçonaria na História
Ir.: CARLOS ALCINO VALADÃO LOPES (*)

A palavra MAÇONARIA, derivada do inglês MASONRY e do francês MAÇONERIE, causou ao povo antigo uma dificuldade quanto ao
entendimento. A mesma só era verdadeira se a referência fosse a ARTE DE CONSTRUIR. Assim, temos relatos de que vários povos
antigos já praticavam a maçonaria, cada qual com suas técnicas e conhecimentos. Contudo, em se tratando de uma estrutura
organizacional, não havia evidências de um grupo atuando continuamente através dos tempos.
Para alguns autores, a origem da maçonaria está ligada às corporações de construtores surgidas no período medieval.
Havia na época um grupo de carpinteiros, pedreiros e canteiros (escultores de pedra) que acompanhavam as cruzadas e eram
responsáveis pela restauração das edificações destruídas nas batalhas. Assim, introduziram na França uma geometria usada no
corte da pedra, a estereotomia (Arte de dividir e cortar com rigor os materiais de construção).
Com isso, deu-se origem a uma sociedade, onde tinham seus ritos especiais de iniciação e uma preocupação
fundamental com o comportamento dos seus membros. Foi a chamada SOCIEDADE DOS COMPANHEIROS, que se expandiu por todo
período medieval. Havia nela uma hierarquia que se iniciava com o aprendiz, que após algum tempo, e com a aprovação de seu
mestre, ascendia ao nível dos oficiais (Companheiro). O companheiro candidato a mestre, após apresentar seu trabalho e
executá-lo, tornava-se então Mestre, o grau mais elevado na hierarquia das corporações. A ele, pertenciam todos os
instrumentos de uma oficina, assim como a própria oficina para que ele pudesse iniciar seus aprendizes. Todavia, em referência
às práticas iniciáticas, havia sempre o costume de se manterem em segredo os deveres de todas as corporações.
Porém, dentre os deveres o que mais provavelmente estaria ligado às origens da maçonaria seria o “Dever de
Igualdade”, que reunia os canteiros, que nas lojas trabalhavam a pedra mole, a pedra de cantaria, que era trazida das pedreiras
pelos pedreiros rudes. Tinham entre suas fábulas iniciáticas uma que fala da morte de um personagem chamado Mestre
Jacques, Hiram, ou Adonhiram, numa história de crime e castigo, onde se fazem referências à construção do templo de Salomão
com suas duas colunas JAKIN e BOAZ, conforme narra o texto bíblico.
Mas a primeira vez que se tem registro da utilização da palavra Maçom foi na Idade Média - Período histórico compreendido
entre o começo do séc. V e meados do séc. XV – portanto são fantasiosas as afirmativas que foram os Maçons que construíram
as Pirâmides, o Templo de Salomão e por aí afora.

o Salomão, rei do antigo Israel (reinou entre 961-922 a.C.), segundo filho de Davi e Betsabá (II Sam. 12,24), foi o
último rei do Israel unificado. Na literatura judaica e muçulmana posterior aparece não apenas como o mais sábio
dos sábios, mas, também, como personagem capaz de dirigir os espíritos do mundo invisível. Ocupa lugar
destacado na literatura e na história e foi o construtor do templo de Jerusalém. Grande administrador, manteve o
reino unido, melhorando as fortificações e estabelecendo alianças com Tiro e outras nações vizinhas.

Para sermos mais exatos, a primeira vez que a palavra Maçom aparece escrita foi em 1077. O termo usado era em latim
– CAEMENTARIUS – que significava Pedras Brancas. Em 1212, isto é, 135 anos depois, esse termo volta a aparecer, mas desta
vez no plural – CAEMENTARII – Esse vocábulo foi agregado a uma expressão formando um novo termo – SCULPTORES
LAPDUM LIBERORUM – que se traduzia por ESCULTORES DE PEDRA LIVRE.
Mas a base, do que é a Maçonaria de hoje, foi iniciada em 2 de fevereiro de 1356, comandada pelo Mestre-de-Obras do
Rei britânico Edward III, Henry Yevele, em Londres, onde está localizada a GUILDHALL (palacete britânico de grande porte).
Embora os documentos que representam a trajetória da Maçonaria sejam poucos, podemos destacar:

• Rascunho de um Estatuto, feito por Henry Yevele, de 1356, que se enontra na Biblioteca da Prefeitura de Londres;
• “Poema Régius” , ou Manuscrito de Haliwell (J. Haliwell) um não-Maçom, que conta com 754 versos, só foi
redescoberto em 1840;
• “Manuscrito de Cooke” , de 1410, que leva esse nome por ter sido descoberto pelo Maçom e pesquisador inglês
Matew Cooke, em 1861;
• “Estatuto de Schaw”, de 1598, escrito pelo Mestre-de-Obras William Schaw;
• Cópia da Primeira Ata Maçônica, da Loja Operativa “Capela de Santa Maria”, na cidade escocesa de Edimburgo,
também de 1598;

A pouca literatura à respeito, deve-se ao simples fato de que os pedreiros, nossos antepassados, eram na sua quase
totalidade, analfabetos.
Muito embora a Maçonaria tenha nascido na Inglaterra, o seu século de Evolução – da Maçonaria Operativa, para a
Maçonaria Simbólica - começou e se desenvolveu na Escócia. Londres, por ser a metrópole da Grã-Bretanha, colheu frutos
fundando a Primeira Grande Loja dos Aceitos.
De 1600 para cá, os Maçons Aceitos ou Simbólicos, vêm pontilhando o mapa da História Universal, com seus nomes,
atos e feitos e para não ser prolixo citarei adiante, apenas alguns nomes de Irmãos brasileiros que foram famosos em suas
respectivas áreas:
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Monarca
Imperador D.Pedro I (1798-1834)

Estadistas
Barão do Serro Azul (1845-1894)
Barão do Rio Branco (1845-1912)
Barão de Itambaracá (1804-1868)
Barão de Jaceguai (1843-1914)
Barão de Paranapiacaba (1827-1915)
Barão do Triunfo (1807-1891)
Barão de Ramalho (1807-1869)

Presidentes
Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892) 1° Presidente da República
Marechal Floriano Peixoto (1839-1895) 2° Presidente da República
Prudente de Morais (1841-1902) 3° Presidente da República
Campos Salles (1841-1913) 4° Presidente da República
Rodrigues Alves (1848-1919) 5° Presidente da República
Nilo Peçanha (1867-1924) 6° Presidente da República
Marechal Hermes da Fonseca (1855-1923) 7° Presidente da República
Wenceslau Brás (1868-1966) 8° Presidente da República
Washington Luiz (1870-1934)
Julio Prestes (1882-1946) - Embora vitorioso nas eleições, Júlio Prestes foi impedido de tomar posse
pela eclosão da Revolução de 1930 – de Getulio Vargas.
Nereu Ramos (1888-1958)
Jânio Quadros (1917-1992)

Militares
General Osório (1808-1879)
General Benjamim Constant (1838-1891)
General David Canabarro (1796-1867)

Cientistas
Arruda Câmara (1752-1810) – Botânico

Literatos
Julio Ribeiro (1845-1890)
Álvares de Azevedo (1831-1852)
Casimiro de Abreu (1839-1860)
Viriato Correia (1884-1967)
J. G. de Araújo Jorge (1914-1987)

Músicos
Antônio Carlos Gomes
Luiz Gonzaga
Vicente Celestino
Jorge Veiga
Lamartine Babo
Pixinguinha
Bob Nelson
Francisco Carlos
Luiz Vieira
Trio Irakitan

Sertanejos
Tonico
Sulino
Dalvan
Jacó e Jacozito
Jararaca

Palhaços
Carequinha
Piolim
Arrelia
10
(Nem todos os Maçons são Palhaços, mas todos os grandes palhaços foram Maçons)

Teatro
João Caetano
Rodolfo Mayer
Manoel da Nóbrega
Milton Gonçalves
Manoel Pêra
Procópio Ferreira

Cinema
Anselmo Duarte

Atleta
Ademar Ferreira da Silva

Religiosos
Azeredo Coutinho – Arcebispo de Olinda e Recife
Padre Diogo Feijó
Vocabulário

Estereotomia - [De estereo- + -tom(o)- + -ia1.] S. f.


1. Arte de dividir e cortar com rigor os materiais de construção.

Canteiro - [De canto3 + -eiro.] S. m.


1. Operário que lavra a pedra de cantaria.
2. Escultor de pedra.
Bibliografia

Ponte para a Liberdade – Xico Trolha – Londrina. Abril de 2004 – 1ª Edição – Editora Maçônica “A Trolha”, pgs 35 a 48
Internet – Várias Fontes – Irmãos e Grupos de estudos maçônicos

(*) Pertencente ao quadro da ARLS Sergio Goldhar – nº 3.427

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AUTO-DE-FÉ
Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

A Inquisição, conjunto dos tribunais permanentes, distinto do ordinário, encarregado pelo papado de lutar contra a
heresia, teve sua ação ampliada por toda a cristandade. No século XIV dedicou especial atenção aos judeus convertidos ao
cristianismo, os criptojudeus (marranos na península Ibérica), que mantinham uma dupla existência, por isto, condenados como
“infratores recorrentes”: os que fingiam aceitar o catolicismo mas continuavam fiéis às suas crenças. Expulsos da Espanha no
século XV, ocuparam o Norte da África, América do Sul, Itália e Holanda, conhecidos como sefraditas, com idioma próprio – o
ladino – mistura de hebraico e espanhol. Prosperaram.
O auto-de-fé, instrumento manipulado discricionariamente pelo Santo Ofício, complementava o sentido físico da
excomunhão. O réu excomungado perdia, além do reino dos céus, o terrestre, com seus amigos, familiares, assistentes
espirituais. Afastamento total da Igreja. E no elenco de pecadores foram incluídos os Maçons como praticantes de hediondos
crimes, tais como, livre pensamento, ateísmo, satanismo, laicismo, heresia, deísmo, blasfêmia, apostasia e tantos outros
imaginados pelas perversas mentes dos inquisidores. Graças à proteção do Grande Arquiteto do Universo o fogo da intolerância
não destruiu a Verdade. Os Maçons são de uma fidelidade indescritível.
O auto-de-fé era a proclamação do veredito da Inquisição contra esses pecadores. Os que fossem considerados culpados
dos “crimes” mortais eram entregues imediatamente às autoridades seculares para serem executados – queimados vivos na
estaca – pois a Santa Igreja não queria executar, ela mesma, a sentença. O auto-de-fé tornava-se um triunfo para os inquisidores
e todos deveriam concorrer para o seu brilhantismo. Convidavam-se para a terrível cerimônia os bispos e mais dignidades
seculares e eclesiásticas. Convidavam-se os familiares do Santo Ofício e mandava-se ao rei a participação com a lista dos
sentenciados. Tudo pronto, abriam-se as portas do Palácio da Inquisição e começava o dantesco espetáculo. Os condenados
iam no cortejo pela ordem de suas abjurações. Por último, iam os que sofriam maiores penas, vestidos em “sambenitos” (a bata
dos condenados). Depois dos homens, caminhavam as mulheres, que não podiam levar nada que lhes encobrisse os rostos ou
as vestes. Seguiam-se os universitários do Hospital Real, o capelão do cárcere da penitência, que levava o grande crucifixo entre
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seis familiares da nobreza, que iam todos, de tocha em punho. Os condenados iam amordaçados e de mãos amarradas por
debaixo das batas. Os jesuítas acompanhavam o cortejo em número suficiente para ajuda-los a bem morrer. ÁGUA milícia Real
dava toque marcial à procissão. No meio da praça ou da nave, levantava-se um alto tablado onde se colocava o crucifixo e se
abriam alguns missais. Alguns condenados, alquebrados, ficavam em cadeiras de braços. Depois da última pergunta feita aos
réus, o inquisidor tocava-lhes no peito, o que a Santa Igreja os expulsava do seu seio e ficavam entregues ao braço secular, isto
porque, as sentenças da Inquisição não condenavam, e sim impunham a pena de morte. Amarrados às estacas iam aos poucos
sendo consumidos pela fogueira no meio de cânticos sagrados e dos gritos de dor dos pacientes, em presença da multidão
curiosa. Fim de um grandioso espetáculo teatral bem montado e produzido pelo Alto Clero.
O último auto-de-fé que se tem notícia aconteceu em 1826, em Valência, Espanha.
Os tempos mudaram. As perseguições continuaram séculos afora. Hoje, não mais se queimam homens nas fogueiras,
queimam apenas suas idéias. E a Maçonaria Universal, impoluta, segue sua trajetória histórica.

(*) Pertencente à Academia Maçônica de Letras do DF

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MISTAGOGIA E VENERALATO
Ir.: José Soares (*)

A Mistagogia na linguagem especializada, quer dizer “iniciação ao mistério”; refere-se aos ritos de iniciação em uso nas
antigas celebrações mistéricas cujos cultos eram prevalentemente secretos. Naqueles mistérios antigos prevalecia uma
realidade escondida, por isso, atingível por meios de particulares comportamentos iniciáticos.
Por isto, mistagogo é aquele que inicia alguém em um mistério; é o Venerável Mestre de Mistérios. É aquele que pervade
os mistérios do mistério. Os ritos antigos dão testemunho do exposto.
O mistério da vida é o enigma diante do qual a humanidade ainda se detém, toda vez que tenta aprofundar sua pesquisa
em qualquer campo científico e humano; desde as práticas mágicas até as litúrgicas se associa símbolos que visam intuir aquilo
que o mistério esconde.
Se considerarmos a grande difusão das religiões mistéricas nos primeiros séculos depois de Jesus, como, por exemplo, o
culto de Mitra, espalhado no Mediterrâneo e em Roma, a mistagogia assumirá, no caso, o significado de “pedagogia do mistério
revelado” por meio da experiência litúrgica.
Por conseguinte, a ação litúrgica é a expressão do mistério vivido em si, um estar em relação contínua, caracterizada por
momentos “extraordinários”, com os da celebração do rito. O mistagogo é, então, aquele que é capaz de conduzir uma
celebração profunda do mistério, através da ação litúrgica, em suas múltiplas manifestações.
Por isso o mistagogo ou o Venerável Mestre dos Mistérios deve ser uma pessoa que, de maneira particular, entenda, por
inteiro, este processo fundamental. Em conseqüência, não somente um especialista em catequese litúrgica, e sim, um
especialista da vida espiritual, convicto do que diz e faz do objetivo que tem em vista e pretende comunicar aos outros. O
mistagogo deve ser, antes de tudo, um sábio. Deve ter uma boa capacidade filosófica, uma forte capacidade de atenção às
mudanças culturais e às exigências que dela derivam de “atualizar” e de “adaptar” a mensagem, superando as crises e os
anacronismos que entravam o avanço da cultura iniciática. O mistagogo deve ter o conhecimento das exigências que o mundo
moderno impõe. Deve ter bom conhecimento de psicologia moderna, uma boa capacidade de comunicação, sobretudo verbal,
para expor com clareza a mensagem. Finalmente, importa também saber conduzir as catequeses, assimilando as técnicas
pedagógicas e didáticas e adaptando os métodos de capacidade dos iniciados. O Mistagogo com estas qualidades, por certo,
conseguirá criar formas novas de revitalização dos rituais e se tornará um mensageiro vivo dos mistérios da iniciação.
O Padre Huberto Rohden, que considero um grande mistagogo, define bem o homem iniciado. Diz-nos que somente o
sábio é que deixou de ser profano ao ser iniciado. O iniciado, contudo, não é um finalizado; abandonou as dúvidas e pôs o pé na
reta iniciática, em busca da verdade, desejo de passar das trevas à luz: reflexo da experiência mística.
Na Maçonaria o iniciado experimenta o vendamento, o despojamento, o descalçamento, o desnudamento e, novamente,
o desvendamento. No despojamento começa o abandono de todo material. Na antiga Babilônia a deusa Istar nos é mostrada
despojada de seus adornos, a fim de deixar o mundo da vaidade e comparecer diante de sua irmã, a Rainha das Moradas dos
Deuses; pois o ouro e a prata fazem o papel de agentes da corrupção. É a retirada das escórias de todo o metal que lhe está
agregado; inicia-se o polimento da pedra bruta. Depois disto é desvestido, ficando com o peito e os braços descobertos, nem nu
nem vestido. Os pés descalços representam Jasão empreendendo a corrida para a conquista do “velo de ouro”. Sem o
despojamento dos metais, descalçamento e o despimento, a iniciação perderia completamente o seu caráter iniciático.
Do vendamento da câmara mortuária ao desvendamento, o iniciado rompe a casca, se transforma em novo homem,
recebe a luz, passa à glória, se transforma e entra em cheio no Sermão do Monte: “Sic transit gloria mundi”.
O mistagogo, que é um verdadeiro Venerável dos Mistérios deve, por conseguinte, estar pleno de conhecimentos,
capazes de colocá-lo diante do mistério-projeto de Deus a respeito da humanidade. O mistagogo deve ter uma personalidade
rica em “empatia”, atitude que reproduz em si os ensinamentos dos outros, com a finalidade de compreender a outra pessoa. O
mistagogo é, então, aquele que é capaz de conduzir à compreensão e à aceitação profunda do mistério, através de diferentes
formas e, particularmente, por meio de ação litúrgica, em suas múltiplas manifestações.

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(*) Faz parte da ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS DE JUIZ DE FORA.
A SAGA DOS MAZOMBOS
Ir.: ANTÔNIO DO CARMO FERREIRA (*)

Comemora-se, durante todo este ano de 2004, a partir de 27 de janeiro, o 350º aniversário da “restauração
pernambucana”, ou seja, o fim do domínio holandês, por 24 anos, no Brasil.
A “restauração pernambucana” representa uma das páginas mais brilhantes da história desse Estado e de profundo
significado para o Brasil. Ao longo de um quarto de século, como destaca o historiador Manuel Correia de Andrade, foi presa,
numa disputa de colonizadores, em que, de um lado, estava a Espanha (então Portugal se encontrava sob domínio espanhol) e,
de outro, figurava a Holanda, ostensivamente representada pela Companhia das Índias Ocidentais, aqui dirigida pelo competente
executivo Maurício de Nassau.
Os batavos preferiram se instalar em Pernambuco, naqueles idos já opulento e próspero, onde, além de incendiarem
Olinda, “locupletaram-se, durante 24 anos, das nossas riquezas, intimidando os nossos antepassados, apossando-se do fruto do
nosso trabalho e constrangendo os donos da terra comum, que plantavam cana-de-açúcar, algodão, gêneros de subsistência e
criavam gado”.
A “restauração” a que nos reportamos e que tanta honra dá ao povo pernambucano, significa a expulsão dos flamengos
do Nordeste, onde, por quase três décadas, instalaram a Nova Holanda. A vitória pernambucana resultou de uma luta sangrenta
e desigual (do nativo de poucos recursos contra o invasor muito bem armado), através de várias batalhas (especialmente as
travadas nos montes Tabocas e Guararapes), nas quais destacaram-se os comandantes Felipe Camarão, Henrique Dias e Vidal
de Negreiros (presença do índio, do negro e do branco), consolidando a UNIDADE NACIONAL, não somente das raças, mas
também do território que, mercê da brava pernambucanicidade exercida naqueles feitos, não se repartiu e se tornou
definitivamente indivisível.
Nessa guerra, os pernambucanos foram largados à própria sorte, pois “enquanto no Brasil lavrava a guerra de libertação,
tratava-se na Europa oficialmente de se manter a paz, esforçando Portugal em dar à Holanda demonstrações de lealdade ao
tratado de tréguas de 1641, atribuindo o movimento pernambucano à obstinação de um pequeno grupo de rebeldes, que mais
cedo ou mais tarde haveria de ser castigado”.
A história registra uma porção da colônia abandonada pela Metrópole, e a presença de um novo colonizador, possuindo e
arrasando a região, que a denominou de Nova Holanda, sendo portanto o Brasil holandês uma realidade.
Depois das batalhas e da expulsão dos batavos, Pernambuco religou-se à Portugal, mas não nos mesmos moldes com
que o resto da colônia se vinculava à Coroa. A vassalagem não era de absoluta submissão, cobrava respeito. Era uma
vassalagem política. A partir de então, Pernambuco era “uma nova Roma de bravos guerreiros”. E foi este espírito de
independência, forjado na bravura, que falou altaneiro em novembro de 1710, em Olinda com Bernardo Viera de Melo; no
Aerópago de Itambé, em 1796 com Arruda Câmara; em 6 de março de 1817; na Convenção de Beberibe; na Confederação do
Equador...
Logo caiu no vazio a insistência portuguesa, quanto à resistência do Brasil holandês, ao querer vender Pernambuco à Companhia
das Índias Ocidentais, após a sua expulsão daqui, como teimava a diplomacia da Coroa perante o mundo neerlandês.
O movimento da “Insurreição Pernambucana” foi realizado à revelia da Coroa Portuguesa, pelos moradores de
Pernambuco, e era destinado à expulsão dos holandeses do vasto território, situado entre o Rio São Francisco e a Capitania do
Maranhão. Vale ressaltar que antes das batalhas de Tabocas e Guararapes, os que nasciam no Brasil, mesmo sendo filhos de
portugueses, eram chamados, com menosprezo, de MAZOMBOS. O gentílico BRASILEIRO, do qual tanto nos orgulhamos, não
nos veio como maná caído do céu, foi conquistado mercê do sacrifício desses nossos ancestrais.
Os batavos fundaram aqui a Nova Holanda e a mantiveram durante 24 anos, de 1630 a 1654. Neste ano de 2004, a partir
de 27 de janeiro, é bom fazermos uma reflexão sobre este fato histórico, especialmente em visita ao Forte de Cinco Pontas, no
Recife, porque foi ali que, há 350 anos, o tenente-general “Von Schkoppe entregou as chaves do forte e os paióis a nossos
restauradores”, os MAZOMBOS “que à custa de seu sangue, de suas vidas e de suas fazendas lançaram as sementes de nossa
nacionalidade”.

RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS:
1. História do Brasil, de Hélio Viana, Edições Melhoramentos;
2. História de Pernambuco, de Flávio Guerra, Editora Asa, Recife;
3. Nova Lusitânia: História da Guerra Brasílica, de Francisco de Brito Freyre, Governo de Pernambuco – Secretaria de
Educação e Cultura- edição de 1977;
4. Rubro Veio – o imaginário da Restauração Pernambucana, de Evaldo Cabral de Mello, edição de Topbooks, Rio 1997;
5. Jornal do Commercio, Recife, edição de 27/01/2004, caderno: Os Holandeses em Pernambuco, uma história de 24
anos, edição de 28/03/2004 JC, pág. 11, 1º caderno.

(*) Presidente da ABIM

N.R.: Publicado no INFORMABIM –115, de 31/03/2004

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DE PROFANO A MAÇOM
Valdemar Sansão

“A Maçonaria é uma Instituição humanitária e sublime que exalta tudo o que une e repudia a tudo aquilo
que divide, porque aspira fazer da Humanidade uma grande família de irmãos”.

A Maçonaria não divide os homens senão em duas


categorias: bons e maus. Não faz diferença na cor da pele.
Somente admite os que tenham qualidades virtuosas e passa a
estimá-los sobremaneira, segundo os méritos que demonstrem.
São semelhantes, qualquer que seja a sua origem.
A responsabilidade na conduta social constitui um dos
requisitos cogitados pela Maçonaria antes de conceder ao profano
a iniciação nos seus Augustos Mistérios.
A Maçonaria não é uma religião, mais exige de seus
membros a crença em Deus e numa vida futura após a morte. A
observância de rígidos princípios éticos e morais, destacando-se a
fraternidade entre os homens, a tolerância, o respeito às leis e às autoridades constituídas e a busca incessante da
verdade.
Seu objetivo sempre é o desenvolvimento – em todas as suas esferas – do potencial humano de cada um dos seus
membros e a constante melhoria da humanidade no seu todo. A Maçonaria encoraja os seus membros, bem como seus
familiares, a serem bons cidadãos e escolherem os seus meios próprios e legais de expressão política. A Ordem, todavia,
não é uma organização política.
É, pois, um sistema e uma escola não só de moral, como também de filosofia social e espiritual, revelada por
alegorias e ensinadas por símbolos, guiando seus adeptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais elevados deveres do
homem para com a Pátria, a Sociedade e a Família.
Tradicionou essas exigências muito judiciosamente porque, depois de iniciado através de processo regular, o
profano torna-se um legítimo representante da Ordem.
Os Irmãos regulares que abonam as propostas de iniciação, assumem perante a Ordem e a Loja, toda
responsabilidade pelo proceder dos apresentados. Será de bom senso, que antes de conduzir propostas para as Lojas,
estejam bem convencidos acerca dos propósitos e costumes dos pretendentes. É preferível evitar-se a admissão de um
candidato indigno ou duvidoso que ter de suportar decepções e aborrecimentos posteriores.
Os patriarcas das Antigas Instituições, por essa razão extremamente importante, só revelavam os segredos
da iniciação aos que fossem julgados de antemão dignos para aquilo.
O mistério em que a Ordem se envolve tem por único fim assegurar aos iniciados as vantagens que a Associação
lhes concede de um ao outro extremo do mundo. Tanto assim é que nos países onde ela funciona sem nenhuma

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perseguição, como em França, ao contrário de se ocultar, publica pela imprensa, em folhas periódicas, em folhetos ou
livros, suas leis e regulamentos, seus trabalhos e história.
Para orientação de uma proposta para iniciação, sempre procurou sindicar a respeito dos candidatos, seus
costumes, seus sentimentos e tendências. As sindicâncias preliminares constituíam, como continuam constituindo, uma
verdadeira “garimpagem” maçônica na vida dos pretendentes. Assemelham, nos cuidados, à escolha das “pedras
preciosas” que assim deverão continuar sendo os diamantes que serão transformados pela lapidação.
Todas as pessoas que se candidatam, e posteriormente procuram efetivar a iniciação na Ordem Maçônica,
durante o interregno que vai desde o momento em que apõem suas firmas nas propostas até que venha a receber a
proclamação do ritual, tomam, consecutivamente, quatro designações distintas, a saber: Candidato, Postulante,
Recipiendário e Neófito.
A palavra “candidato” provém do latim “canditus”, que significa “branco”. Identifica o pretendente que, nos
tempos dos romanos, vestia-se de branco quando pleiteava um cargo publico, em concurso legal. Com o evoluir dos anos,
o vocábulo “candidato” passou a designar todos os pretendentes a quaisquer lugares, situações ou honrarias. Ninguém
pode, entretanto solicitar diretamente sua admissão a uma Loja maçônica. Um maçom, e somente este, é quem
regularmente encaminha à sua Loja o pedido de iniciação de um Candidato. Julgando-o isento de falhas que possam
macular o seu conceito público e particular, e que seja sinceramente desejoso de chegar à verdade e por esta orientar-se.
Assim, se alguém deseja ser admitido na Ordem Maçônica, deve procurar um maçom e através deste
solicitar o ingresso. Por meio deste procedimento, o interessado receberá todas as instruções necessárias ao
encaminhamento do pedido formal de admissão. A Loja do maçom que apresenta o candidato é a porta natural de ingresso
do interessado na Ordem.
Para poder ser candidato, urge que concorram na pessoa do interessado, estes requisitos principais:
1º - ter 21 anos de idade ou ser emancipado;
2º - independência moral e econômica;
3º - reputação ilibada no meio social e familiar;
4º - estar em pleno gozo da capacidade civil;
5º - ter instrução suficiente para compreender os fins da Ordem e a energia moral necessária para cumpri-
los;
6º - não professar ideologia que se oponha aos princípios maçônicos;
7º - gozar perfeita saúde e não possuir defeito físico que o impeça de cumprir os futuros deveres maçônicos;
8º - crer num Ser Supremo;
9º - ter pelo menos seis meses de residência no Oriente onde funcionar a Loja escolhida;
10º - obrigar-se ao pagamento dos encargos pecuniários estabelecidos nos regulamentos;
11º - ser proposto por dois Irmãos da Ordem, que o conheçam.
A partir do exato instante da entrada da proposta em Loja, o profano é considerado, pois, como Candidato.
Logo que a Oficina consinta a sua admissão para integrar o quadro de seus associados, passando a ser o que aguardava
na sua proposta, fica qualificado como postulante.

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O ato solene de admissão de um novo membro na Maçonaria é feito através de um cerimonial tradicional e
muito solene denominado INICIAÇÃO. Ninguém é recebido na Ordem, como maçom, senão pelo tradicional cerimonial da
INICIAÇÃO.
Postulante é dessa maneira o candidato já aceito, porém não iniciado. Adquire o profano essa segunda
designação porque alcançando decisão favorável já será considerado na conta de um futuro membro da Oficina.
Conseguiu o direito de se iniciar dentro de um prazo prefixado no Regulamento Geral. É preciso não se esquecer
entretanto que esse direito pode decair por dois motivos: pela prescrição ou pela verificação posterior de motivos graves
que autorizem a sua cassação.
No dia determinado para a iniciação, uma vez recolhido às dependências da Loja, o postulante toma o novo
qualificativo de Recipiendário. Naquele momento, começa a sua recepção oficial na Loja. Admitido às provas com este
qualificativo, atravessa todo o cerimonial da iniciação, até o momento da proclamação final.
Ao ser feita tal proclamação, de recipiendário passa a ser maçom legítimo e toma então o tratamento de
Neófito, que quer dizer “maçom-novo” ou “recém-iniciado”, nascido de novo. É o termo justo e, aplicável ao ato. Nesta
qualidade, é que, pela primeira vez, assina o Livro de Presença da Loja e toma assento entre os demais maçons regulares.
O Neófito compartilha necessariamente do encerramento dos trabalhos, instalado no lugar que lhe estava
reservado. Esse encerramento é solenizado com a palavra oficial do Irmão Orador. Caso o deseje, o Neófito poderá
responder a qualquer discurso, na linguagem mais conveniente.
Ao terminar a sessão, quando o Neófito toma parte na Cadeia de União a fim de receber a palavra semestral, passa
a representar o elo mais recente dela. Constituindo isto o último movimento da iniciação, o Neófito torna-se alvo dos
cumprimentos dos demais irmãos e um maçom permanente para todas as horas.
A Loja pela qual logrou ingresso nas fileiras da Ordem, recebendo a luz, passa a ser a sua Loja-Mãe. É um
dever sagrado de consciência a ser considerado pelo maçom o pertencer como membro ativo da sua Loja-Mãe.

Bibliografia:
“O Despertar para a Vida Maçônica” (aguardando publicação)

e-mail: vsansao@bol.com.br
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O CLIMA DA TERRA

Ir.:Italo Aslan (*)

Os cientistas e pesquisadores que se ocupam com o estudo do meio ambiente já deixam transparecer alguma
preocupação com relação ao clima de nosso Planeta. Suas previsões não são das consideradas otimistas. Comedidos e
“apaziguadores” em suas conclusões, quando se trata de más notícias, deixam eles agora transparecer ligeira preocupação
ao lado de tranqüila resignação. Não há muito mais o que fazer, segundo eles. É aguardar e torcer para que, o pior que
está por vir, chegue de modo menos violento.
Os dados que chegam ao público leigo, por meio de revistas e jornais, já não conseguem mais disfarçar:
aquecimento global, enchentes, cidades ribeirinhas tomadas pela água do mar, furacões e tornados atuando em locais
onde antes eram desconhecidos, países isolados no meio do oceano desaparecendo, plantas florescendo antes da época
e de forma desproporcional, corais perdendo suas características filtrantes etc., etc. Cenas dignas de filmes futuristas que,
assistidos das poltronas do cinema, ou no conforto aconchegante do lar, são mais fáceis de suportar pois logo nos
lembramos: “é apenas um filme de ficção”.
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Mas as provas e dados científicos já existem e não se trata de ficção. Existem de fato. Já estão quase batendo às
nossas portas. Às vezes, por acontecerem em lugares distantes, os vemos como mais uma desgraça ocorrida do outro lado
da telinha. É só desligar o aparelho e ir dormir. Pronto. Acabou.
Mas essas provas, de caracteres contundentes, já estão aparecendo na vida real, não só nos laboratórios, com
dados estatísticos argumentando de maneira inquestionável, como na prática, mostrando ao leigo a sua presença
devastadora, arruinando casas, derrubando árvores, matando velhinhos que não conseguem suportar os mais de 45º C do
verão europeu.
O físico e ecologista austríaco Fritjof Capra, autor dos livros “Tao da Física” (1975), “Ponto de Mutação” (1982) e o
mais recente “Conexões Ocultas”, já admite a tese de que a humanidade já teria ultrapassado o “ponto de não-retorno”.
Mas esse é o epílogo de um filme que começou entre 200 e 100 mil anos atrás com o aparecimento do “homo
sapiens”.
Há 10 mil anos foi concluída a última glaciação. Logo após, as primeiras grandes civilizações começaram a se
desenvolver ao longo do rio Nilo e dos rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia. O avanço dos povos primitivos marcou o início
das alterações na geografia da Terra: pastagens e campos destinados à agricultura substituíram as florestas; retificaram-se
margens de rios, alterando seu curso e seu fluxo; construíram-se barragens para conter inundações; dispuseram-se canais
de irrigação para a agricultura; multiplicaram-se os caminhos e as estradas; indústrias e meios de transportes mais
modernos foram surgindo; a população do mundo cresceu vertiginosamente e somos hoje 6 bilhões de pessoas,
aproximadamente; os recursos do Planeta (água, solo, minérios, petróleo, animais e plantas) têm sido intensamente
explorados e utilizados de maneira irresponsável. A partir do século XIX tem início uma perigosa redução da
biodiversidade, os recursos hídricos são gravemente afetados e, por conseqüência da intensa industrialização e
urbanização, as mudanças climáticas são cada vez mais sentidas.
A intensa industrialização e a urbanização descontrolada citadas acima agravaram as conseqüências do “Efeito
Estufa”, um fenômeno natural e necessário, que inicialmente apresentava proporções adequadas dos chamados “gases
estufa” (gás carbônico, metano e óxido nitroso) sem os quais o Planeta seria 30º C mais frio. As várias atividades do
mundo moderno em busca de energia diminuíram essa proteção natural ao liberar gás carbônico em excesso proveniente
da queima do carvão, do petróleo e do gás natural, bem como das queimadas em florestas, abrindo clareiras, para campos
de pastagens ou plantações. Desequilibrou-se assim as proporções desses “gases estufa” que, ao invés de se
comportarem como uma proteção à vida, permitindo a manutenção de uma temperatura adequada através da troca de
energia com o espaço, essas novas e elevadas concentrações desses gases passaram a funcionar como um isolante em
torno da Terra, impedindo que a energia recebida do sol retornasse ao espaço. Daí em diante os efeitos são previsíveis e já
foram citados acima, no início.
Prevê-se que, até 2100, a temperatura média do Planeta deverá crescer de 1,4 a 5,8º C.
Segundo Carlos Nobre (um dos maiores especialista em clima no Brasil e pesquisador-titular do Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC – do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE), “se todos os
países do mundo parassem de emitir “gases estufa” imediatamente, esses gases permaneceriam ativos na atmosfera
durante décadas e a temperatura do planeta aumentaria de 0,5 a 1,0 º C nos próximos 100 anos”. Isto se “parassem de
emitir “gases estufa” imediatamente” ...
O Protocolo de Quioto, tratado internacional que estimula ações e fixa sanções para que países desenvolvidos
reduzam, entre 2008 e 2012, as emissões em pelo menos 5%, em relação aos níveis de 1990, é um tratado natimorto. Os
EUA, que emitem mais de 25% dos “gases estufa”, o rejeitam integralmente.
James Lovelock, cientista inglês, autor da “hipótese de Gaia” , teoria que propõe ser a Terra um organismo vivo,
capaz de se regular automaticamente para garantir as condições de vida no Planeta Terra, considera o Protocolo de Quioto
uma “solução meramente cosmética”. “Poder-se-ia reduzir o impacto da catástrofe se a queima de combustíveis fósseis
fosse drasticamente reduzida e substituída por outras formas alternativas de energia”, sonha Lovelock, um tanto o quanto
conformado e não querendo parecer trágico.
Enfim, eis aí. Este não é um artigo anunciando boas novas ou trazendo informações enriquecedoras aos nossos
leitores. Receio que ele esteja um pouco pessimista, acompanhando a opinião daqueles que conhecem o assunto,
parecendo mais a lembrança da proximidade do “fim dos tempos”. Mas, o que fazer? Certamente nós, com a idade que
temos, hoje, não presenciaremos os rigores da hecatombe. Mas e os nossos netos? E os filhos de nossos netos? As
gerações do futuro...? Que terrível legado é esse que se transfere para a humanidade? Talvez os responsáveis por essa
situação consigam salvar a pele, sei lá. Mas a maioria dessas 6 bilhões de pessoas que vive neste Planeta conturbado
sucumbirá. “Aqueles que viverem prefeririam estar mortos”...
Perdoe-me, caro leitor, o pessimismo, mas confesso que estou preocupado. Que Deus nos socorra. Quem sabe,
lembrando a teoria de James Lovelock, a própria Terra reaja à sua doença e nos salve dessa enrascada. Tudo seria como
um pesadelo do qual acordaríamos. Quem sabe? Que o Grande Arquiteto do Universo nos ajude, reconstruindo a Sua
obra, para o bem de Seus filhos.

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Em tempo:Ao fechar este número de “O PESQUISADOR MAÇÔNICO”(em 4/9/2004), os meios de comunicação informam
sobre a presença devastadora do furacão Francis, na Flórida, com ventos de 150 Km/h, já tendo deixado um milhão e meio
de pessoas sem energia elétrica, com boa parte da população refugiada em abrigos.

(*) Pertencente à Loja RENASCIMENTO Nº 08, Oriente de Cabo Frio.

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HISTÓRIA PURA
O MANUSCRITO COOKE

O segundo manuscrito em antiguidade da Maçonaria Operativa é o MANUSCRITO COOKE, tendo recebido o


nome do Maçom Matthew J. Cooke, que foi o primeiro a divulgá-lo,publicando-o em 1861 em Londres.
Segundo os peritos do British Museum, foi possível copiar o pequeno trabalho em sua forma completa. O
original pode ser encontrado entre os demais manuscritos, naquela coleção nacional, onde se acha catalogado sob o
nº 23.198.
“Julgando pelos caracteres da escrita à mão e pela forma das contrações empregadas pelo copista, é muito
provável ter sido ele escrito na primeira parte do século XV, e pode ser considerado como um espécime muito claro
da caligrafia daquele período.
Por quem e para quem teria sido ele originalmente escrito, não foi possível averiguar; mas pelo estilo, é
possível conjecturar ter ele pertencido a algum Mestre do Ofício, e ter sido usado em Assembléias de Maçons como
compêndio de história tradicional e das leis da Fraternidade” (A. G. Mackey – artigo: Cooke’s Manuscript).
Analisando o Manuscrito Cooke, o Ir.: Rev. Joseph Fort Newton observa:
“Aplicando as leis da mais elevada crítica a este documento ancestral, descobrem-se nele muitas coisas
interessantes, pois ele não é somente a cópia de anais mais antigos, mas parece que nele reside a intenção de fundir
dois documentos ou, senão, a primeira parte deve ser considerada como preâmbulo do manuscrito da segunda, visto
que as duas são em estilo e método completamente diferentes. A primeira é difusa e abunda em citações de autores
célebres, ao passo que a segunda é simples, clara e sem qualquer enfeite, não aludindo nem mesmo à Bíblia”.
“Observa-se também que o compilador, que é Maçom, trata de harmonizar as duas tradições da origem da
Fraternidade, uma das quais fixa o seu nascimento no Egito e a outra na Judéia. Com isto duplica-se a história
tradicional e dá motivo a uma mescla estranha de nomes e datas, às vezes tão absurda como a de que Euclides foi
discípulo de Abraão.
O que parece evidente é que o autor tem idéia de escrever um comentário ao manuscrito de uma antiga
Constituição que encontrou, acrescentando provas e ilustrações de sua própria colheita, embora seja preciso
confessar que não tenha manejado os seus materiais com verdadeiro êxito (J.F.Newton)”.
Trata-se, na realidade, de uma nova história da Maçonaria-Arquitetura, mas desta vez em prosa, transcrita de
um compilador anterior. Nela encontramos uma série de prescrições relativas à assembléia, instruções para a
admissão de “homens novos”, uma referência à jurisdição do xerife e a declaração que a assembléia tinha sido
fundada para que o mais humilde, como o mais elevado, fossem bem servidos nesta arte, por todo o reino da
Inglaterra, e termina pela fórmula sacramental das Antigas Obrigações (Old Charges): “Amém... so mote it be, isto é,
que assim seja”.
“Este manuscrito compõe-se de uma nova história da Maçonaria com intervenção de Lamec, Jabal, Jubal,
Tubalcaim, Pitágoras e Hermes, Nemrod e a Torre de Babel, Abraão que ensina a geometria a Euclides e este ensina
aos egípcios a arte de construir.
Mistura de lendas ingênuas de contos simplórios sem qualquer pretensão histórica; é assim que as duas
colunas J e B que vão desempenhar no futuro um papel tão importante na Maçonaria, teriam sido feitas por Jabal e
mais tarde encontradas por Pitágoras e por Hermes (J. Marquès-Rivière)”.
Depois de 1860, muitos outros manuscritos foram encontrados em várias bibliotecas públicas e particulares e
em arquivos dos mais variados, formando eles, agora, uma coleção importante que possibilita ao estudioso o material
necessário para a formação de uma opinião objetiva sobre a mentalidade da Maçonaria operativa neste particular.

N.R.: Extraído do livro: “A MAÇONARIA OPERATIVA”, de Nicola Aslan, Editora AURORA, Rio de Janeiro.

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Viagem ao nosso interior
PRESCIÊNCIA

D. Vilela

A crônica e a tradição religiosa antigas referem-se numerosas vezes à profecia, ou seja, a


capacidade de predizer o futuro. Em nossa cultura ocidental, é muito conhecido o episódio bíblico de José
(Gênesis: 41), um dos filhos de Jacó, elevado à condição de primeiro-ministro da corte egípcia por haver
decifrado corretamente o sentido de um sonho do Faraó. Este, algum tempo antes, sonhara com sete vacas
gordas, seguidas por sete vacas magras, situação interpretada pelo jovem hebreu como sendo sete anos de
fartura seguidos por sete anos de grande seca. Alertado pela previsão – que se realizou – aquele
governante determinou fossem estocadas provisões no período inicial, que permitiram, depois, suportar bem
os anos difíceis.
Ninguém contesta a possibilidade de se fazer suposições sobre o amanhã a partir de dados e
condições atuais, admitindo-se que evoluam dentro de certos limites. A profecia, contudo, envolvendo
fatores desconhecidos e até o acaso, nunca foi aceita pela ciência, sendo classificada como simples
superstição, contribuindo para isso, sem dúvida, a linguagem simbólica com que geralmente ela se
apresenta, o que a torna de difícil entendimento ou, em alguns casos, mesmo indecifrável.
Conhece-se, no entanto, um número expressivo de exemplos desse gênero, bem documentados,
desde simples pressentimentos, que vêm a realizar-se, até o registro e a descrição de acontecimentos de
muito maior complexidade, que posteriormente ocorrem conforme foram antevistos, donde é forçoso concluir
que o fato existe, cabendo-nos estudá-lo para determinar as condições em que se verifica. É o que faz a
Doutrina Espírita mostrando que ele decorre de uma disposição natural do Espírito que se manifesta,
sobretudo estando este desencarnado – quando é diferente da nossa sua percepção de tempo e espaço –
desaparecendo, praticamente, durante sua encarnação. Tal capacidade depende, ainda, do grau de
elevação atingido, sendo amplamente desenvolvida nos Espíritos Superiores e quase nula naqueles ainda
imaturos ou ignorantes. Entidades esclarecidas podem, assim, quando julgam conveniente e utilizando a
mediunidade, sobretudo a inspiração, transmitir-nos informações acerca do futuro.
A propósito do assunto é oportuno consignar que há cerca de 60 anos, na Universidade de Duke, na
Carolina do Sul (EUA), a pré-cognição foi estudada pelo Dr. Joseph Rhine e sua equipe que, empregando
métodos estatísticos, demonstraram sua existência. Vale mencionar, igualmente, a observação de Allan
Kardec quanto à presença do profetismo na época moderna, quando escritores, poetas, historiadores ou
filósofos, empregando linguagem comum, ou simbologia clara, destituída de ambigüidades, fizeram
previsões sobre a marcha vindoura dos acontecimentos, que vieram a realizar-se, sendo bem conhecidos os
casos de Aldous Huxley (“Admirável Mundo Novo”, publicado em 1932) e George Orwell (“1984”, lançado
em 1949) que, com décadas de antecedência, apresentaram em suas obras as principais características da
sociedade atual.
Importa lembrar, por fim, de Jesus que, em sua condição de Espírito Puro, dispunha, a esse
respeito, de possibilidades que não nos é possível compreender e que Lhe permitiram, com dezoito séculos
de antecipação, afirmar que o Pai enviaria à Terra outro Consolador, que nos ensinaria todas as coisas e
recordaria tudo o que Ele havia dito (João, 14:26).

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1840 (05/07/2003)

20
BIOGRAFIA DO bimestre
INHAÚMA (Almirante Joaquim José Inácio, Visconde de)

Nasceu em Lisboa, Portugal, em 30/07/1808. E, com apenas dois anos de idade, emigra para o Brasil
em companhia dos pais.
Fez seus estudos assentando praça na Marinha, aos 14 anos, cursando a seguir a Escola de Marinha.
Em 1824, Joaquim José Inácio distingue-se no combate aos rebeldes do Norte.
Em fevereiro de 1828, como Segundo Tenente e imediato da canhoneira Grenfell, toma parte no
combate naval de Barracas, perto de Buenos Aires. Neste mesmo ano, torna-se membro da Loja Integridade
Maçônica, do Rio de Janeiro (ignora-se, porém, a Loja e a data em que foi Iniciado).
Em 1836, de passagem por Natal, Inácio encoraja outros maçons e é fundada a Loja Sigilo Natalense
(21/03)
Joaquim Inácio combate ao lado do Governo nas revoluções de 1837, na Bahia, e de 1838, no
Maranhão.
Em 1838, por seu intermédio, a Loja Sigilo Natalense consegue sua Carta Capitular.
Em 09/09/1850, toma posse no Grande Oriente do Brasil, como Grão-Mestre, o Visconde de Abrantes.
Nesta administração, Inácio toma posse, também, como 1º Grande Vigilante.
Em 1863, Inácio toma posse, como Grão-Mestre Adjunto, no Grande Oriente fundado por Joaquim
Saldanha Marinho e que, posteriormente, seria conhecido sob a denominação de Grande Oriente do Vale dos
Beneditinos.
Em 03/10/1866, Joaquim José Inácio recebe o título de Membro Honorário da Loja Estrela do Rio.
Membro efetivo da Loja Dois de Dezembro, quando esta Oficina passou a jurisdição do Grande Oriente de
Saldanha Marinho, Inácio a acompanhou.
Em 22/12/1866, Joaquim Inácio é nomeado comandante em chefe da esquadra brasileira em operações
no Paraguai, em substituição ao Almirante Tamandaré.
Em 08011867, o Vice-Almirante Joaquim Inácio faz um reconhecimento a bordo da canhoneira Magé.
Em 02/02/1867, o Almirante Joaquim Inácio ordena o bombardeio de Curupaiti pela frota sob seu
comando, composta de vários encouraçados e outros navios.
Em 29/05/1867, a frota brasileira sob o comando do Almirante Inácio submete Curupaiti a novo
bombardeio.
Em 15/08/1867, o Almirante Joaquim Inácio força a passagem de Curupaiti com a esquadra sob seu
comando.
Em 1867, por seus feitos heróicos, o Almirante Joaquim José Inácio é agraciado com o título de Barão
de Inhaúma.
Depois da vitória de Humaitá (1868), o Almirante Joaquim José Inácio, Barão de Inhaúma, é agraciado
com o título de Visconde de Inhaúma.
Em 16/01/1869, o organismo do Visconde de Inhaúma já não resiste a tantos abalos. Gravemente
enfermo, o Visconde de Inhaúma deixa o comando da esquadra brasileira em operações no Paraguai, retirando-
se com licença para o Brasil.
Em 10/02/1869, quase moribundo, o Visconde de Inhaúma desembarca no Rio de Janeiro.
Morre no Rio de Janeiro, no dia 8 de Março de 1869, o Almirante Joaquim José Inácio, grau 33 da
Maçonaria. O Visconde de Inhaúma era membro da Loja Integridade Maçônica da jurisdição do Grande Oriente
Brasileiro, do Passeio, que, em 1852, passara para o Grande Oriente do Brasil.

Fonte: Retirada do livro “PEQUENAS BIOGRAFIAS DE GRANDES MAÇONS,”, de Nicola Aslan, publicado pela
Editora Maçônica

21
O Nosso Planeta

O relatório anual das Nações Unidas faz terríveis projeções para o futuro da humanidade. A ONU prevê que em
2050 mais de 45% da população mundial não poderá contar com a porção mínima individual de água para necessidades
básicas. Segundo dados estatísticos, existem hoje 1,1 bilhão de pessoas praticamente sem acesso à água doce. Estas
mesmas estatísticas projetam o caos em pouco mais de 40 anos, quando a população atingir a cifra de 10 bilhões de
indivíduos.
Os dados que são utilizados pela mídia mundial são: de toda a água disponível na Terra 97,6% está concentrada
nos oceanos. A água fresca corresponde aos 2,4% restantes. Você acha 2,4% pouco? Então ouça isto: destes 2,4%
somente 0,31% não está concentrado nos pólos na forma de gelo. Resumindo: de toda a água na superfície da Terra,
menos de 0,02% está disponível em rios e lagos na forma de água fresca pronta para consumo.
A partir destes dados projeta-se que a próxima guerra mundial será pela água e não pelo petróleo. Mas antes de
polemizar o assunto, é muito importante dizer que, apesar de termos a impressão de que a água está desaparecendo, a
quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Ou seja, a quantidade de água
permanece a mesma; o que muda é a sua distribuição e seu estado. Um exemplo é a Amazônia, o lugar que contém
apenas 20% da população brasileira e detém mais de 70% da água potável superficial do Brasil.
A distribuição da água no mundo é muito desigual, cabendo aos países, em caráter de urgência, desenvolver
tecnologias que permitam a captação, armazenamento e preservação da água e de seus mananciais. Soluções imediatas
para essa questão seriam:
 Dessalinização: a dessalinização das fontes com salinidade elevada será a solução para vários
países que tenham capital, a tecnologia e o acesso à água salgada;
 Tratamento de águas servidas: no processo de gerenciamento de águas este é um ponto
fundamental. No Brasil, cidades como Brasília estão se destacando no tratamento e
reaproveitamento dessas águas;
 Captação das águas das chuvas: em países com estações chuvosas é possível maximizar os
reservatórios e estoques de água pelo uso inteligente da água de precipitação.
A água somente passa a ser perdida para o consumo basicamente graças à poluição e à contaminação. São estes
fatores que irão inviabilizar a reutilização, causando uma redução do volume de água potável da Terra.
O principal uso da água é, sem dúvida nenhuma, na agricultura. E a agricultura, quando mal praticada, contribui
para a contaminação. A prática da agricultura deve seguir preceitos de conservação dos recursos naturais. Nunca se
esquecer que a prática da agricultura tem influência direta e indiretamente na qualidade de vida e no futuro da população.
O nosso país é privilegiado. Temos gigantescas reservas de água praticamente em todos os Estados, com
exceção dos situados no semi-árido do Nordeste. Existem reservas simplesmente gigantescas, maiores ainda que aquelas
contidas nos rios e lagos de superfície. São as reservas dos aqüíferos subterrâneos. O maior aqüífero conhecido do
mundo, o Aqüífero Guarani, está localizado em rochas da Bacia Sedimentar do Paraná. Este super-aqüífero estende-se
pelo Brasil (Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com 840.000 Km2.
Porém estima-se que, por ano, o Aqüífero Guarani receba 160 quilômetros cúbicos de água adicional, vindas da
superfície. O que pode ser considerado um problema, se estas águas superficiais estiverem contaminadas. Mas, se
começarmos logo a agir de maneira a extinguir a poluição e a contaminação das águas, esse fato pode ser um alívio para o
fantasma da escassez.
A água da Terra não está acabando. O valor da água deverá aumentar consideravelmente pois existem países
carentes que terão que utilizar tecnologias caras ou importar água de países ricos. O Brasil poderá não ter problema de
falta de água, se os governantes investirem adequadamente no gerenciamento, armazenagem, tratamento e distribuição de
águas. E se nós, cidadãos, evitarmos a poluição das águas e cobrarmos dos Governantes ações enérgicas para os
poluidores do meio ambiente.

Fonte: ABAS informa, edição de Maio de 2004.

22
DEPOIMENTO
Meus queridos Irmãos DeMolays e Maçons:

Usei uma frase proferida pelo Tio e meu Irmão Luiz Eduardo (MG) durante o XI Congresso Nacional da Ordem DeMolay
PARA O BRASIL, tentando assim definir o quanto estamos felizes, todos nós, pelas vitórias que atingimos com a realização
efetiva do nosso Congresso. Desculpem-me pelo tamanho desta mensagem, mas ela reflete o que estou sentindo após uma
semana de lutas, derrotas e muitas, mas muitas vitórias, em prol de uma Ordem DeMolay Brasileira a cada dia mais grandiosa e
soberana.
Todos sabemos que tentaram de todas as formas nos boicotar, sabotando os bravos irmãos da Comissão Organizadora
original às vésperas da realização do Congresso, bravos líderes estes, que mesmo ameaçados, se fizeram presentes no
Congresso Nacional e auxiliaram a todos dando o máximo de sua ajuda, principalmente no transporte de irmãos pela cidade em
seus carros particulares.
Assim que a Grande Loja de Brasília sabotou nosso Congresso, entrou em ação a Alumni Brasil, com seus seniores
DeMolay espalhados por todo o Brasil. A Grande Loja de Brasília deixou a Comissão Organizadora original literalmente órfã (sem
"paitrocínio" nenhum), pois retirou todos os apoios financeiros e estruturais que haviam prometido e garantido durante um ano
inteiro, inclusive desfazendo os acordos comerciais com hotéis, empresas de transportes e, principalmente, cancelando a reserva
do local original onde seria realizado o evento, assinando assim uma sentença para que nós DeMolays e Maçons de todo o
Brasil pagássemos o preço pela irresponsabilidade de uns poucos Grãos Mestres que se acham no direito de mandar em tudo e
em todos, esquecendo-se de que o DESPOTISMO é um VÍCIO combatido ferozmente pela maçonaria.
Nunca imaginei que iria organizar um Congresso Nacional, ainda mais em tão pouco tempo e sem recurso nenhum na
mão, sem patrocínio, uma verdadeira batalha travada na última hora. O Maida teve razão em suas palavras: trata-se de um
milagre o que presenciamos no último final de semana, uma graça ofertada diretamente pelo Pai Celestial, nosso G.: A.: D.:
U.:!!!!!!!!! Obrigado meus irmãos por permitirem que este sonho se realizasse!!!!! Não nomearei os membros da Comissão
Organizadora Emergencial, pois posso ser injusto e esquecer algum irmão, portanto nosso Pai Celestial acompanhou a tudo e a
todos o que nos dá a certeza de que nossos trabalhos foram bem feitos e de que NOSSAS CERIMÔNIAS NÃO SÃO
FÓRMULAS VAZIAS!!!!!
Neste momento de dificuldades, entrou em ação a belíssima equipe da Associação Alumni Brasil, que em conjunto com
muitos DeMolay's ativos, principalmente dos Capítulos do próprio DF (Coração de Estudante - 428 e Capítulo Lealdade e
Tolerância - 546), que se desdobravam a cada minuto para buscar material e pessoas para o bom andamento do Congresso. Os
MEC's deram o seu recado e demonstraram que são totalmente contra arbitrariedades e proibições. Dos 26 MCE's que exercem
funções em nosso País, 17 estiveram presentes e outros 7 Estados estiveram representados por seus Secretários Estaduais,
agora promovidos pela nova Constituição ao também honroso cargo de Mestres Conselheiros Estaduais Adjuntos. Ou seja, os
DeMolays foram sim a Brasília, pois além dos representandes legítimos e eleitos de cada Estado brasileiro presente, mais de 400
DeMolays ativos, Seniores e Tios Maçons se inscreveram e participaram do Congresso, demonstrando que a ORDEM
DEMOLAY é DOS DEMOLAYS!!! Não será intervenção externa de qualquer um que irá prejudicar o bom funcionamento de
nossa Ordem.
Temos ainda que ressaltar o apoio total do Grande Oriente do Brasil, na figura do Soberano Grão Mestre Geral do Brasil,
meu Irmão e Tio Laelso Rodrigues, que nos recebeu pessoalmente na sexta-feira e ofereceu tudo o que era necessário para que
o evento ocorresse com toda a grandeza merecida, pois afinal de contas somos a maior organização DeMolay do Mundo.
Durante a organização do Congresso contamos com o apoio de muitos Irmãos e Tios, mas quero ressaltar o carinho e
atenção oferecidos pelo Tio Luís Pinto, Grande Secretário de Administração do GOB, que acompanhou tudo de perto e ainda
representou oficialmente nosso Soberano Grão Mestre na maravilhosa Cerimônia Magna que se realizou na noite do sábado
(24.07.2004). É bom ressaltar também o apoio dado pela ARLS Estrela de Brasília, que nos fez um delicioso almoço, onde todos
comeram muito bem, com direito a repetir quantas vezes quisessem e beber quanto refrigerante coubesse na barriga
(eheheheh), tudo a preço justo, por apenas R$10,00, no refeitório do GOBinho. Durante o dia, os DeMolays e Tios presentes,
liderados pelo Mestre Conselheiro Nacional Mark Monteiro e pelo Tio Mansur, mudaram definitivamente a história da Ordem
DeMolay!!! Um feito inédito no mundo. Logo de manhã foi apresentada e promulgada a nova Constituição DeMolay, com uma
belíssima aula do Irmão Saulo Ferreira (até então, Presidente da ALUMNI Brasil); uma verdadeira vitória de todos nós, que
lutamos pela democratização da Ordem DeMolay Brasileira e hoje temos a Constituição mais democrática da Ordem DeMolay
MUNDIAL! Os presentes gritavam emocionados que a Lei deveria ser cumprida e que o Supremo Conselho era a única
instituição DeMolay legítima para o Brasil.
Enquanto muitos almoçavam, os MCE's foram chamados à sede da CMSB pelo "interventor" nomeado por ela (tio Kalil
Charter, ex Grão Mestre da GLDF) onde puderam OFICIALMENTE repudiar a atitude dos Grãos Mestres da CMSB, dizendo
diretamente na cara do suposto "interventor" que não aceitam imposição externa na Ordem DeMolay, muito menos se for para
dividí-la. Deixaram claro que as mudanças realizadas pela Comissão Constituinte são o que esperam todos os DeMolays
brasileiros e que desejam que o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil continue sendo a única organização central
de nossa Ordem. Solicitaram ainda que os mesmos tios que forçaram a retirada do reconhecimento do Supremo Conselho
Internacional peçam agora que este seja devolvido ao verdadeiro Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil. Após o
23
almoço, foram realizadas as sessões anuais do Supremo Conselho, da Alumni Brasil e a Eleição do Mestre Conselheiro
Nacional. Na Sessão do Supremo Conselho, o Tio Mansur fez sua última declaração e seu último balanço anual como Grande
Mestre da Ordem DeMolay. Foram eleitos dois novos Tios para os cargos da linha sucessória, que ficariam vagos com a
transmissão do cargo do Tio Mansur para o Tio Toshio pois, infelizmente, o Irmão e Tio Sandro Romero, que ocuparia o cargo de
Grande 1º Conselheiro após a transmissão de cargo histórica e em 2006 tornaria-se o primeiro Sênior DeMolay a ocupar a
função de Grande Mestre em nossa Ordem, renunciou (forçado pela Grande Loja da Bahia); bem como foram eleitos os
Suplentes para todos os cargos, pois deve-se respeitar o sistema de alternância anual em relação às obediências maçônicas
brasileiras no exercício das funções na linha sucessória.
A composição da linha sucessória ficou a seguinte: Grande Mestre (COMAB): Tio Toshio Furukawa (SP) - suplente: Tio
André Cabral(SP) Grande Mestre Adjunto (GOB): Tio Fuad Hadad (MG) - suplente: Tio e Sênior JeanLiberato(SP) Grande
Primeiro Conselheiro (Grandes Lojas): Tio e Sênior Paulo Heitor (RJ) - suplente: Tio e Sênior Marcelo Brito (SP) Grande
Segundo Conselheiro (COMAB):Tio Luiz Eduardo (MG)-suplente:Tio Luizão (MT). Portanto, teremos o nosso Grande Mestre
Senior DeMolay no ano previsto (em 2006) que será o Irmão e Tio Paulo Heitor Guglielmo, membro da GLMERJ. Parabéns PH e
conte conosco para o que precisar, bem como parabenizamos também o Tio Luiz Eduardo eleito para o honroso cargo de
Grande 2º Conselheiro que será o Grande Mestre em 2007, o Tio Luiz foi o presidente da Comissão Constituinte que mudou a
história de nossa Ordem no Brasil!!! Parabéns Luiz, conte conosco também.
Já no aspecto de Seniores DeMolays, foi eleita a chapa encabeçada pelo nosso valoroso Irmão Marcus Maida (SP), que
terá a tarefa de dar continuidade ao grande trabalho com Seniores DeMolay que está sendo realizado já há um bom tempo.
Parabéns Maidinha, manda ver meu velho!!!!E para o grandioso "encargo" de Mestre Conselheiro Nacional foi eleito o Irmão
Marquinhos que era o Ex-MCE de PE. Também foi candidato o Irmão Fabinho do DF que, corajosamente, se fez presente no
Congresso e defendeu sua plataforma, mesmo tendo sido proibido de realizar o Congresso sob patrocínio da Grande Loja de
Brasília. Parabéns aos dois Irmãos e Marquinhos, conte conosco para o que bem precisar pois nossa Ordem deve se manter
forte e unida para sempre! E, à noite, realizou-se a Cerimônia Magna mais linda e simbólica que já vi em toda a minha vida
DeMolay! Simplesmente inesquecível! Mais de 500 pessoas reunidas no templo nobre do Grande Oriente do Brasil (este templo
somente é aberto para as 3 sessões anuais da Soberana Assembléia Federal do GOB), um templo maravilhoso (o mais belo que
já vi) disponível para a cerimônia mais linda e importante que a Ordem DeMolay já presenciou no Brasil. Todo o cerimonial,
comandado e escrito pelo Presidente da Comissão de Ritual, Liturgia e Jóias de nosso Supremo Conselho (Irmão e Tio Marcelo
Brito), sem nos esquecer do "Grande" Mestre de Cerimônias nosso Irmão e Tio Fábio Ursaia que fez por merecer a fama de
cicerone oficial da Ordem DeMolay; não tenho muitas palavras para definir o que presenciei. Foram 2 horas e meia de muita
emoção que ficarão gravadas em minha alma pela eternidade. Todos os eleitos foram empossados em seus cargos e a
transmissão de cargo mais esperada foi a do Tio Mansur para o Tio Toshio. Um cerimônia simples em seu conteúdo escrito, mas
imensa em seu simbolismo e em sua concepção! Nosso Fundador, que muitos diziam que não sairia em hipótese nenhuma do
cargo, transmitiu a presidêcnia nacional da Ordem DeMolay para o nosso grande Tio Toshio Furukawa, que foi aclamado por
todos como o nosso novo Grande Mestre - será que um dia alguém irá se esquecer de todos os DeMolays gritando
incessantemente: AUA AUA AUA Toshio Furukawa; AUA AUA AUA Toshio Furukawa; AUA AUA AUA Toshio Furukawa!!! E o Tio
Mansur de Capa DeMolay, presenteada a ele como o inesquecível Grande Mestre e Fundador da Ordem DeMolay no Brasil
(ótima idéia dos Irmãos e tios de MG). Simplesmente inesquecível.
Para finalizar esta longa mensagem, parabenizo e agradeço a todos os irmãos que se fizeram presentes em Brasília, DF
nos dias 23 e 24 de Julho de 2004, pois se vocês não estivessem presentes, o XI Congresso Nacional DeMolay não teria o brilho
majestoso que teve. PARABÉNS DEMOLAYS DE TODO O BRASIL, somos uma Ordem que deseja se manter fraterna e unida
em torno de nossos ideais e não será a intransigência que nos ameaçará e nos barrará! Lutemos juntos contra o DESPOTISMO
e os ERROS, principalmente contra pessoas que se acham donos do mundo e não passam de interesseiros, desejando aparecer
como "salvadores da pátria" na última hora, pois nunca contribuiram com a grandeza da ORDEM DEMOLAY BRASILEIRA com
seus mais de 50.000 membros e mais de 600 capítulos.
VIDA LONGA AO SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL!!! BOA SORTE MAIDA, Presidente
da Associação de Seniores DeMolay ALUMNI Brasil! BOA SORTE MARQUINHOS, Mestre Conselheiro Nacional!
BOA SORTE TIO TOSHIO FURUKAWA, novo Grande Mestre da Ordem DeMolay Brasileira! MUITO OBRIGADO MEU
SOBERANO IRMÃO LAELSO RODRIGUES, GRÃO MESTRE DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL, QUE DISPONIBILIZOU
TODA A ESTRUTURA NECESSÁRIA, PARA A REALIZAÇÃO DE MAIS ESTE SONHO DA ORDEM DEMOLAY BRASILEIRA!
Esperamos que seja o primeiro de muitos feitos conjuntos entre o GOB e a Ordem DeMolay Brasileira. MUITO OBRIGADO MEU
TIO E IRMÃO ALBERTO MANSUR, POR TUDO O QUE FIZESTE PELA ORDEM DEMOLAY BRASILEIRA NOS ÚLTIMOS 25
ANOS, POIS SE NÃO FOSSE POR VOCÊ, A ORDEM DEMOLAY BRASILEIRA NÃO EXISTIRIA! Continuemos todos a sonhar
juntos, pois a realidade está mudando e ficará a cada dia mais próxima do que idealizamos!!!! Que o Pai Celestial nosso Grande
Arquiteto do Universo ilumine e guarde a todos nós!!! Saudações em DeMolay!!!

Jean Liberato Sênior DeMolay Grande Oficial Executivo de SP


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