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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 40–Jan./Fev.. 2006
Ano VI

EDITORIAL ÍNDICE

H á no meio maçônico nacional uma grande angústia com a responsabilidade dos maçons
Pág. 2 a 4
 Notícia Relevante
diante da sociedade que clama por mais moralidade, perante este quadro caótico em que vivemos,
Pág. 5
com nossos líderes políticos se envolvendo neste mar de lama, nesta corrupção deslavada, nesta falta
de ética e muita “cara de pau”. Então os próprios maçons se cobram:.E a Maçonaria nada faz? Nos Arquivos de Nicola
É muito difícil falar deste assunto, pois podemos ou nos tornar piegas ou mesmo ser tachados de Aslan
reacionários. Mas, como formadores de opinião e, também, como maçons e cidadãos cientes de seus Pág. 6
direitos e deveres, preferimos “enfrentar” e emitir nossa opinião, pois preferimos pecar por erro, do
que por omissão.  Curiosidades
O Ir.: Valter Manoel Gomes foi muito feliz no seu artigo lido no 3° Congresso da Maçonaria
Catarinense (outubro de 2005), quando disse (parte extraído do texto): “O maçom, sendo um Pág. 7
construtor social, um arquiteto social, é também um advogado da sociedade: pensa nos problemas
sociais ligados à ecologia, à saúde pública (tanto a relativa à Medicina, quanto a que se refere aos
 Para Pensar
costumes) e ainda é funcionário do ‘Tribunal de Contas da Decência das Despesas’ custeadas pelos
cofres públicos. E faz isso isoladamente ou associado a outros Irmãos profanos.” (o grifo é nosso). Pág. 8
Pedimos vênia ao Ir.: Valdemar Sansão para reproduzir algumas de suas palavras (do seu artigo:
 Gr. Dic.Enciclopédico de
“Uma História se Interrompe”): “Estamos vivendo momentos de contestação e de busca de
modificações profundas em todos os níves da nacionalidade. A ânsia de mudanças, como não Maç. e Simbologia
poderia deixar de acontecer, vem se refletindo também na Maçonaria... Mas as tão procuradas (Nicola Aslan)
modificações da Maçonaria deverão ser iniciadas no maçom. A Sublime Instituição não está sujeita  Biblioteca
ao modernismo das épocas que sempre levaram o maçom a confundir a Maçonaria com organizações
e organismos profanos, justamente àqueles que deverão ser transformados pelo trabalho maçônico. Pág. 9
A Maçonaria, como escola iniciática, que tem como objetivo o aprimoramento e o enriquecimento
espiritual do homem, não tem similares”.  Polindo a Pedra Bruta
Como cidadãos, formados ética e moralmente dentro dessa fantástica escola, sim, temos o dever  Pílulas Maçônicas
de combater toda essa hipocrisia, esses desmandos, essa crise a que a nação assiste incrédula e,
muitas vezes, impotente. Cumpramos o nosso dever! E que o GADU nos dê força e sabedoria, para Pág. 10 e 11
separar o joio do trigo.
 História Pura
Carlos Alberto dos Santos/ M. .M. .
. .

Pág. 12
 Viagem ao nosso interior

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O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001
 Depoimento
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.: Pág. 14 à 26
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J • CADERNO DE
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade TRABALHOS – De
de seus autores. Estudos e Pesquisas
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ) – CEP: 28.908 - 235
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
NOTÍCIA RELEVANTE 1
ANIVERSÁRIO DA LOJA RENASCIMENTO

Caríssimos Irmãos e Leitores

A Loja Renascimento, jurisdicionada ao Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro (COMAB), foi
fundada em 25 de dezembro de 1980 na cidade de Cabo Frio / RJ.
Com as presenças do Grão-Mestre do GOIRJ, Irmão Héliton Gomes Teixeira, vários Veneráveis Mestres
e Irmãos de Lojas co-irmãs da região, bem como cunhadas, sobrinhos e amigos, comemorou-se, no último dia
15 de dezembro, o seu Jubileu de Prata, havendo que ser destacada, igualmente, a visita de ex-membros da
Loja que, por motivos diversos, se ausentaram da convivência maçônica.
O Templo foi aberto aos visitantes, recepcionou-se as autoridades maçônicas presentes e procedeu-se
a entrada solene do Pavilhão Nacional sob os acordes do Hino Nacional Brasileiro.
Um jogral, lido por três Irmãos, narrou, de maneira sucinta, a história da Loja Renascimento, desde a
sua fundação propriamente dita, em 25/12/1980, até o lançamento da Pedra Fundamental de seu Templo atual,
ocorrida em 2 de maio de 1982.
O final dessa festividade ficou marcado por um coquetel servido aos convidados, tudo ocorrido em clima
de grande emoção, confraternização e saudosas lembranças.

Ítalo Aslan:.

Abaixo, seguem algumas fotos

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NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN

A MAÇONARIA E A LIBERDADE DE PENSAMENTO

(Nicola Aslan)

A Liberdade de Pensar constitui para o Maçom a condição “sine qua non” que lhe dá o direito à qualificação de
homem livre.
Outrora, quando existiam donos de seres humanos, a Maçonaria profissional exigia que o Aprendiz, que
pretendesse exercer a honrada profissão de Pedreiro, fosse livre de nascimento. Hoje, porém, abolidas que foram a
escravidão e a servidão, que degradam o homem, a Maçonaria especulativa faz esta exigência com relação à liberdade de
consciência e, conseqüentemente, à Liberdade de Pensamento.
E, de fato, a nossa consciência é um Sanctus Sanctorum que a ninguém é lícito invadir.
Lembra-nos o Ritual de Mestre Maçom que, apenas uma vez por ano, no dia da Expiação, e depois de proceder
as abluções e purificações, é que o Sumo Sacerdote podia penetrar no Kodesh Kodashim, o Sanctus Sanctorum. E,
queimando incenso em honra e glória do G:. A:. D:. U:., rogava-Lhe paz e tranqüilidade para a nação israelita.
Por analogia, a nossa consciência somente poderia ser perscrutada ou vasculhada, excepcionalmente, por um
ministro da religião ou pelo médico, mas somente com a nossa expressa autorização e com a única finalidade de nos ser
devolvida a paz e a tranqüilidade do espírito ou da matéria.
Em nossa consciência está situada a sede da inteligência e do pensamento que dirige o nosso ser. Lá está o
quartel general do ser humano, a parte mais sensível e nobre de sua personalidade, a mais recôndita também e,
conseqüentemente, a mais sagrada. Não seria admissível, portanto, que outros interferissem no comando - a não ser por
solicitação nossa – nem se entenderia que fosse a nossa consciência violentada, como normalmente se fazia outrora com
base em interpretações teológicas capciosas, e como hoje se faz em matéria de política.
E como poderia ditar-nos regras alguém, seja em matéria religiosa, seja em política, se o próprio sábio, no dizer de
Gustavo Le Bon, em matéria religiosa e política pode ter as mesmas opiniões que a sua modesta criada?
Os homens, hoje, nascem livres, mas nunca usufruem de uma liberdade total e absoluta. A sociedade, em nossa
defesa, exerce sobre eles direitos que não podem ser discutidos. Desde a infância, o homem acha-se submetido a uma
disciplina que lhe molda o caráter e a personalidade. De um lado, erguem-se os seus direitos, do outro, estão os seus
deveres. No mais, como a manter um equilíbrio lógico e necessário, o seu livre arbítrio e a sua liberdade de pensar e de
agir. É o Sanctum Sanctorum diante do qual a própria sociedade perde os seus direitos. É a propriedade exclusiva do
nosso Eu, domínio no qual ninguém pode penetrar e diante do qual é nulo de pleno direito qualquer mandato judicial.
E este domicílio do nosso Eu, da nossa personalidade íntima, deve ser defendido a qualquer custo, e com unhas e
dentes, se preciso for.
A história está cheia de nomes de santos e de heróis que defenderam, até o holocausto de sua própria vida, o
direito de suas convicções, o direito à Liberdade de Pensar. Foram eles os pioneiros que abriram caminho aos direitos da
pessoa humana e às liberdades que a valorizam e a engrandecem. Estes direitos são aqueles que diferenciam os povos
cultos dos povos atrasados, os povos civilizados dos povos selvagens.
E a Maçonaria, desde os seus primórdios, fez da Liberdade uma bandeira, colocando-a em primeiro plano na sua
trilogia, visto que, sem Liberdade, jamais poderia haver Igualdade e Fraternidade. Pelo menos na Maçonaria francesa, de
onde procede a trilogia citada, a Liberdade de Pensamento é tão cultuada que, para não feri-la por levemente que fosse,
chegou-se ao ponto de ficar à margem da regularidade maçônica. Foi por esta razão que Jules Boucher escreveu:
“A Liberdade de Pensar é, na Maçonaria francesa, um landmarque fundamental e, paradoxalmente, este
landmarque não tem limite”
5
N.R.: Artigo inédito. Para maiores esclarecimentos, ler explicações na edição de nº 39.

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CURIOSIDADES
A LENDA DE TUBAL-CAÍM
SEUS FUNDAMENTOS BÍBLICOS, MÍTICOS E LENDÁRIOS

Ir.: A. R. Schmidt Patier(*)

Um dos fundamentos do relato alegórico de Tubal-Caím é a lenda que Gerard de Nerval (1808 – 1855) colheu no
bairro dos fundidores e ourives da velha Istambul, da boca de um cantor profissional de estórias populares. A versão do
escritor francês, em sua obra VOYAGE EM ORIENT (1851), segue de perto o ritual dramatizado que, a partir de 1723,
acompanha a investidura no Grau de Mestre Maçom.
Este precedente concretamente documentado prova que o ritual da morte de Hiram Abif (descendente de Tubal-
Caím) não foi simplesmente inventado pelos fundadores da então Grande Loja da Inglaterra, como muitos escritores –
maçônicos e profanos – acreditam. Como acabamos de ver, a lenda de Tubal-Caím existe de fato e de forma espontânea,
como conto popular na tradição das mais diversas culturas. Além dessas referências meramente lendárias e míticas,
existem fontes mais consistentes sobre o assunto, como o Velho Testamento e o ZOHAR, compêndio de filosofia
cabalística, que compartilha com o SEPHER YETZIRAH a reputação de ser o mais antigo tratado sobre as doutrinas
esotéricas do povo hebreu.
A única referência a Tubal-Caím pode ser encontrada no Gênesis – IV, 22 “E Zila teve também a Tubal-Caím, mestre
de toda obra de cobre e de ferro; e a irmã de Tubal-Caím foi Naema”.
É oportuno lembrar aqui que o relato do Gênesis é mítico e necessita de um comentário. Recapitulemos, portanto, os
dados do Antigo Testamento da Bíblia: o pai de Tubal-Caím é Lamech (que foi, também, pai de Noé), filho de Metuchael,
filho de Menchael, filho de Irade, filho de Enoque, filho de Caim. São, portanto, sete gerações. Mas quem é o pai de Caim,
ancestral de nosso Hiram?
Eis aqui uma informação que fará tremer muitos francos-maçons cândidos, para os quais Hiram é uma espécie de
Cristo: “Por filhos de Elohim designa a Escritura os filhos de Caim. Pois quando Samael coabitou com Eva, comunicou-lhe
sua corrupção, da qual tornou-se grávida. Foi então que ela pariu Caim, cujo o rosto era completamente diferente dos
outros homens, e todos que descenderam de sua estirpe foram chamados filhos Heloim (ZOHAR, I – 37 a).
Assim, Tubal-Caím constitui a sétima geração nascida de Samael e Eva. Trata-se, portanto, de um filho adúltero. O
leitor familiarizado com a Cabala (ZOHAR e SEPHER YETZIRAH)) e sua árvore sefirótica, poderá projetar aí essa filiação
e, naturalmente, irá compreender muita coisa.
Assim, Hiram, por seu pai Ur, descendente de Tubal-Caím e, por ele, em linha reta, de Caím e de Samael. Este, na
tradição judaica, é o Anjo Rebelde, o Tentador, o Grande Adversário, a respeito de quem o profeta afirma: “Fui eu quem
criou o obreiro que sopra os carvões de fogo dos quais necessitam para a sua obra”. (Isaías, LIV, 16).
A lenda de Tubal-Caím é, pois, um mito metalúrgico e, a partir desta constatação, podemos medir a responsabilidade
assumida pelos ferreiros e artífices em metais ao intervirem no obscuro processo de crescimento mineral. Cumpria-lhes, a
qualquer preço, justificar a sua intervenção e, para isso, deviam pretender substituir e apressar, com os processos
metalúrgicos, a obra da Natureza. Ao acelerar o processo de crescimento dos metais, o ferreiro e o ourives precipitam o
ritmo temporal. O tempo geológico é transformado em tempo vital. Essa audaciosa concepção metalúrgica se prestaria
muito mais à Simbologia Maçônica do aperfeiçoamento moral da Humanidade do que o mito arquitetônico, afinal, preferido
pelos primeiros maçons aceitos.
Hiram, como sabemos, não era arquiteto, mas ferreiro, isto é, metalúrgico (Reis 7,7 – 1 /Crônicas II, 4-16). Mas os
fundadores da Grande Loja da Inglaterra quiseram-no arquiteto. Pelo rito da recepção no Grau de Mestre Maçom, ele
renasce no novo Mestre Arquiteto, quando este se levanta do túmulo simbólico. E, então – acredita-se - , este recebe
verdadeiramente o espírito Maçônico, espírito de tolerância, espírito adogmático.
O leitor racionalista terá, necessariamente, alguma dificuldade em admitir essa lenda edificada com fragmentos
bíblicos, cabalísticos e outros de origens várias.
Mesmo para um espírito tolerante torna-se bastante claro que não se pode basear uma conclusão racional num relato
mítico, sem raízes históricas demonstradas, por mais antigo, tradicional e venerável que ele seja. Só os adeptos das
religiões reveladas – o Judaísmo, o Cristianismo e o Islã, em cuja tradição a Maçonaria se inclui necessariamente - não
discutirão essa fundamentação.

7
(*) Membro da Academia Maçônica de Letras do DF e da ARLS MIGUEL ARCHANJO TOLOSA

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PARA PENSAR
AMAR É...

Há uma queixa recorrente e consensual entre as mulheres. Atualmente, está se tornando uma missão quase
impossível encontrar um homem que reúna características como cavalheirismo, inteligência e intelectualidade aos atributos
de um autêntico Don Juan, tais como masculinidade, sensualidade e beleza física. Tudo o que elas querem é alguém
capaz de tirar-lhes o fôlego, surpreendê-las, fazê-las perder a racionalidade. Mas que depois as traga de volta ao plano
terreno, à objetividade e pragmatismo necessários, sem deixar esvair o encantamento.
Há também um consenso entre os homens. Nos dias de hoje, há mulheres para se curtir e mulheres para se
namorar. E raramente são as mesmas. A expressão usual assemelha-se a: “Uma garota como esta não se encontra por
aí... Cuide bem dela, mantenha este relacionamento. E aproveite para se divertir com as mulheres erradas, enquanto isso”.
Entre um universo e outro o que os une é a solidão. Mulheres de um lado, homens de outro, compartilhando a vida
com amigas e amigos, à espera de serem “tirados para dançar”. Parece que a sociedade moderna nos robotizou, tornou-
nos tão mecânicos que perdemos a capacidade de nos apaixonar. E, mais ainda, de amar. Construímos um muro em
nosso redor com tijolos de intolerância. Ficamos tão seletivos que ficamos sós.
Amar é olhar para outra pessoa e mais do que admirá-la, contemplá-la, observando seus traços, suas feições,
seus movimentos e não desejar perder nem um milésimo de segundo, negando-se até mesmo a piscar. É ver a imagem da
pessoa amada refletida em outdoors, estampada no rosto de personagens da televisão. É ter uma música em comum que
marca um momento especial ou que se tornou especial por apenas representar a lembrança de um momento. Lembro-me
de Mário Quintana: “Amar é mudar a alma de casa”.
Amar é dialogar, o que significa falar, mas também saber ouvir. Ter a sensibilidade para perceber quando o outro
precisa apenas dizer tudo e de todas as formas, muitas vezes sem a preocupação de que você esteja ouvindo. Basta sua
presença. Olhos que sinalizam atenção, silêncio que pronuncia respeito. Acolhimento, conforto, generosidade. Dar como
alimento o carinho.
Amar é descoberta. É desvendar sem pressa o passado de quem se gosta não pela neurose de uma investigação,
mas pelo prazer de apreciar aquela história como quem ouve um pequeno conto infantil ditado pelos pais ao lado da cama.
Amar é tolerância, é concessão. Não significa mudar e nem exigir que se mude, mas estar disposto a se adaptar e
esperar que se faça o mesmo. Ajustar expectativas, alinhar propósitos. È caminhar lado a lado, olhando juntos na mesma
direção, ainda que com visão periférica apurada. Maiakovski pontuou acertadamente: “Amar não é aceitar tudo. Aliás, onde
tudo é aceito, desconfio que haja falta de amor”.
Amar é transparência, é dizer o que se pensa, sabendo a hora de falar. É não praticar a omissão achando ser
possível empurrar conflitos para sob o tapete até que um dia o vento espalhe tudo, maculando o que foi construído.
Transparência que gera credibilidade, que leva à confidencialidade, que conduz à lealdade. A lealdade que surge não como
um dever, mas como resultado da satisfação do exercício da plenitude, de sentir-se completo.
Amar é tocar. É beijo que acelera o pulso. Sexo com longas preliminares e aconchego posterior. Dormir abraçado,
acordar junto. Filme com pipoca, chuva romântica do lado de fora. Cuidar e ser cuidado. Promessas insanas de juras
eternas – a eternidade que se perde num instante. É dividir a liberdade.
Amar é superar adversidades, enfrentar o desafio da geografia que, às vezes, distancia fisicamente dois corações.
È sentir a saudade como fruto da partida.
Amar é intensidade, é compreender a impermanência do tempo, sua relatividade. Significa rasgar os estúpidos
calendários, quebrar os imponentes relógios e compreender que o tempo tem uma outra dimensão. É preferível um amor
intenso de 48 horas a uma vida insípida compartilhada por uma década.
Amar é se mostrar um grande espelho e permitir que o outro possa mirar-se em você. Ver a si próprio enxergando
aquilo que é mais virtuoso, mais nobre. É ver de maneira perfeita uma pessoa imperfeita. É buscar o equilíbrio, tomar
cuidado com a ansiedade, a angústia, a incompreensão e as cobranças. É ter coragem de também sofrer.
Amar é tudo isso e um pouco mais. Ação que não se descreve, mas que se pratica. Coisas que sabíamos fazer
quando adolescentes, aos quinze anos, quando éramos mais intrépidos, menos racionais e, por isso, capazes de sermos
mais felizes.

(*)Colaboração do Ir.: Sérgio Magalhães, do Oriente do Rio de Janeiro

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. DE BIBLIOTECA
O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA
MAÇONARIA E SIMBOLOGIA Ir.: Valdemar Sansão

NICOLA ASLAN
NIRVANA– Palavra sânscrita designando a beatitude
budística, que consiste na extinção da individualidade e
sua absorção no supremo espírito do Universo. Segundo
Papus, esta palavra designa, no Esoterismo Búdico, o
estado em que Bohdi (conhecimento, espiritualidade,
personalidade inconsciente) acabando de se subjetivar, a
individualidade abisma-se no nada.
O Budismo ensina que sendo imperfeita a nossa
existência atual e o mundo material (sâmsara ) uma ilusão
dos nossos sentidos, temos a necessidade de libertar a
nossa alma desse mundo perecível, para conduzi-la à
salvação (nirvana), ou seja, para dar-lhe entrada no
mundo imaterial e verdadeiro, onde se confunde com o
Buda supremo, razão perfeita, situada acima do espaço
luminoso, numa região eterna e indestrutível.
De acordo com o “DICTIONNAIRE RHÉA”, nirvana
significa, em sânscrito, sem madeira, isto é, sem O Ir.: VALDEMAR SANSÃO é – como ele mesmo
combustível, extinto, acrescentando, porém: confessa - um “escrevinhador”. Mas – acrescento – um
 “Em vista da confusão que se faz entre a vida do excelente escrevinhador. E não no sentido que ele o aplica –
Espírito e a forma, os orientalistas definiram o de quem escreve “mais ou menos”- mas no sentido de que
Nirvana como uma aniquilação do ser no seio da ele escreve muito bem, além de escrever proficuamente.
beatitude nirvânica. Esta interpretação é errônea. Basta acompanhar a quantidade enorme de artigos com que
 “O Nirvana é um estado de consciência , cuja este Irmão abrilhanta um grande número de periódicos
beleza, intimidade e potência não podem ser maçônicos espalhados por este Brasil afora, inclusive o
reproduzidas por nenhuma expressão terrestre. nosso...
É a vida do Espírito sobre seu plano, mas uma O seu livro, lançado em fins do ano de 2005, é um
vida onde tudo o que tiver relação com as formas exemplo desta facilidade de escrever que tem Valdemar
não mais existe. É o Atma submerso em sua luz Sansão.
que é a de todos. E é, acima de tudo, um livro escrito com amor e
 “Não se pode censurar ao Nirvana de ser inútil – coragem. Sim, coragem, pois o tema é sensível, uma vez
como já o fizeram alguns, pois lá existe um que escrito – principalmente – para profanos; para que
grande mistério e não sabemos a quem ou a que entendam e desmistifiquem o que é esta nossa sublime
são destinadas as torrentes de vida espiritual de instituição. Tudo o que se quer e precisa saber sobre a
tais alturas”. Maçonaria você encontra neste livro. E ele é, também,
M.F. dos Santos também diz à respeito do Nirvana: corajoso, pelo fato de expor praticamente tudo sobre a
 “Sânscrito (apagar). Simbolizava Buda o nossa Ordem, sem deixar “margem” a que os “puristas”
nirvana pela chama da vela que, apagada, não (retrógrados?) possam criticá-lo e acusá-lo de revelar
é mais chama, nada de chama. Desse modo, o “segredos” maçônicos.
nirvana é a ausência de consciência, que é Afinal de contas, acreditamos que quem entrar na
dolorosa, a extinção da consciência na Ordem conhecendo-a é porque está certo deste desejo e,
beatitude, liberada dos limites, no ilimitado, é a muito provavelmente, este será um indivíduo que não
consecução do summum bonum, do supremo “engordará” as estatísticas de saída da Ordem, por
bem, a cessação de todo sâmsara. desencanto ou decepção.
“Contudo, sempre fez questão de frisar Buda A importância deste livro – a nosso ver – é tão grande
que jamais havia pregado o mero nada. Dizia ele que, desde que NICOLA ASLAN escreveu “Uma
que falsamente, baixamente e com maligna Radioscopia da Maçonaria” (livro escrito em 1979,
intenção, haviam seus adversários (como ainda principalmente, também, para quem quer conhecer a
o fazem hoje) afirmado que ele pregara o nada. Maçonaria), não havia aparecido nenhuma obra publicada
O que na verdade ele pregara fora a extinção da com o mesmo objetivo e com tanta qualidade!
dor, do sofrimento, e esta só pode desaparecer Editora Maçônica “A TROLHA”
quando desaparece o que limita, o que Londrina, PR – 2005.
obstaculiza, e os limites são os obstáculos para
Carlos Alberto dos Santos
a plenitude do ser. Nirvana é, assim, a
Editor

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POLINDO A PEDRA BRUTA
NINGUÉM SABE COMO SE FAZ

Na aceitação de que o FENÔMENO MAÇÔNICO encerra uma receita de explicação simbólica dos mistérios
que envolvem o sentido do existir, desiderato do “iniciado”, como fazer para que isso se transforme em
REALIDADE quando tal explicação é veiculada por uma “instituição”?
Em nossa experiência o mais comum e confortável é contentarmo-nos com os relevos externos, com
preocupações sobre origem de “símbolos”, signos, emblemas e quejandos; com os relatos históricos da entidade
em seus aspectos formais; com o que essa mesma entidade pode fazer coletivamente pelo mundo em que
vivemos etc. Lustra-se a casca sem saborear-se a amêndoa que encerra.
Quantos de nós verão a obra maçônica sob o primeiro enfoque?
Se você a vê assim, o que sugere para que a nossa ritualística, os nossos ensinamentos, sejam de fato
fonte viva do ideal que parecem encerrar?

Renato em Cabo Frio (*Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08).


Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS
A INVESTIDURA

A cerimônia da Investidura do novo maçom consta de duas partes: a primeira, a investidura espiritual que
é feita através da Consagração; e a segunda, a material, quando o neófito é investido do avental e das luvas.
De tamanha importância é este ato que somente o Venerável deve executá-lo, pois apenas ele tem os
poderes litúrgicos, simbólico-esotéricos de fazê-lo.
Infelizmente, o que se costuma ver é tal transcendental atribuição ser transferida pelos Veneráveis a
outros Irmãos.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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HISTÓRIA PURA
FRANCISCO DE ASSIS
Ir.: Humberto Bertola de Almeida (*)

Francisco Bernadone nasceu em 26 de setembro de 1182, na cidade de Assis, na província de Úmbria, vizinha à
Toscana, no centro-norte da Itália. Era filho de um rico comerciante de tecidos; e seu pai sonhava fazê-lo um grande homem de
negócios, como ele.
Em 1202, aos vinte anos, Francisco lutou na guerra entre Assis e Perusa e, ao partir para a luta, jurou retornar
consagrado cavaleiro, mas logo caiu prisioneiro e passou um ano na prisão de Perusa, onde contraiu grave enfermidade. Seu
pai pagou seu resgate e ele retornou para Assis; no período em que se restabelecia, caminhava pelas cercanias da cidade e um
dia viu um leproso vindo em sua direção. Inicialmente ficou apavorado pois, na época, as pessoas tinham muito medo dos
leprosos, mas lembrou-se de que também estivera doente e estava sendo curado e, assim, dirigiu-se ao doente, beijou-lhe o
rosto e as mãos e encheu-lhe a bolsa com moedas. Sentiu uma profunda paz e, após retirar-se, voltou-se em direção ao leproso
mas não viu ninguém na estrada!
Dois anos depois, quando orava numa velha e abandonada capela de São Damião, na região rural de Assis, ouviu uma
voz que lhe disse: “Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Restaura-a para mim”. Acreditando que a voz referia-
se à capela, empregou um pequena fortuna de seu pai para restaurá-la, pelo que, seu pai, desgostoso com a sua atitude, levou-o
até o bispo de Assis, D. Guido III, acusando-o de furto. Francisco devolveu ao pai tudo que este lhe havia entregado para gerir,
inclusive as roupas do corpo, e abandonou a cidade de Assis vestido com uma bata de lã rústica, uma corda à cintura e
descalço. Francisco adotou então os votos de pobreza, caridade e castidade, saindo a pregar pela região, com tanto fervor que
até os animais procuravam ficar ao seu lado, tamanho era o seu amor por todos os seres vivos. Conta-se que certa vez, ao
caminhar em direção ao cemitério do Monte Alverne viu um homem montado num jumento que padecia de sede naquele lugar
árido, cheio de pedras e cascalho e, ajoelhando-se, fez fervorosa oração e logo disse ao homem: “Corre atrás daquela pedra e
ali encontrarás água viva”.Este fato é muito comentado porque naquela região nunca existira água!
Em 1208, Francisco restaura a igreja de Santa Maria de Angelis e São Pedro, em ruínas, com suas próprias mãos e
materiais que esmolava. Um ano após, recebe como companheiros Bernardo de Quintavalle, homem de grande fortuna que tudo
distribui para seguir Francisco; Pedro Cattani, cônego em Assis e homem de esmerada inteligência e cultura; e o Irmão Leão que
foi, para sempre, seu fiel companheiro. Em breve outros lhes seguiram. Em 1210 vai à Roma, acompanhado de onze seguidores,
todos vestidos apenas com o hábito marrom, com uma corda à cintura e descalços, para levarem ao Papa Inocêncio III as regras
da Ordem Primeira Franciscana, as quais assustaram o Papa por sua rigidez: nelas estavam previstos votos de absoluta
pobreza, onde os franciscanos não poderiam possuir nada, a não ser seu hábito e seu cordão; votos de total obediência às
regras da Ordem, de infinita caridade para com todos os seres vivos, que Francisco acreditava serem todos filhos de Deus; e
total castidade, inclusive nos pensamentos. O Papa Inocêncio III ficou indeciso e resolveu esperar, somente aprovando
verbalmente a criação da Ordem Franciscana.
Em 1212, a Ordem Beneditina oferece a Francisco e a seus seguidores a pequena igreja de Santa Maria dos Anjos, na
minúscula localidade de Porciúncula e lá seria o berço da Ordem Franciscana que Francisco denomina de Ordem dos Frades
Menores por deverem ser sempre pobres e humildes. Os membros da Ordem trabalhavam com suas próprias mãos para
alcançarem seus meios de subsistência e, somente em último caso, pediam ajuda ou esmolas; os votos de caridade faziam-nos
muitas vezes tirar o pão da própria boca e despojarem-se de suas míseras vestes para socorrerem os que estivessem com fome
ou frio.
Em 1213, o Conde Orlando de Chuizi oferece à Ordem Franciscana o monte Alverne para, no ermitério ali existente,
instalarem seu monastério de retiro e oração.
De 1217 a 1219, Francisco visita o santuário de São Tiago de Compostela, na Espanha, e após vai de navio até o
Marrocos e o Egito.No Egito, atravessa as linhas inimigas e vai até o acampamento do Sultão do Egito, Melek el Kamel, guerreiro
temido por sua crueldade, que comandava as forças islâmicas nas cruzadas contra os cristãos. O Sultão fica surpreso com o
destemido visitante e com ele mantém longas conversas, no final pedindo-lhe que permaneça com ele. Francisco lhe responde:
“De bom grado ficaria convosco se te convertesses ao cristianismo”.
Ao retornar do Oriente, conhece Antônio de Lisboa, também conhecido como Antônio de Pádua, que era cônego de
Santo Agostinho, um grande estudioso das Sagradas Escrituras e um grande orador. Francisco lhe pede que ensine Teologia a
seus frades, para que não se lhes extinguisse a devoção.
Em 1221, Francisco funda a Ordem Terceira, destinada aos leigos, uma vez que, juntamente com Clara de Assis, havia
fundado a Ordem Segunda das Pobres Damas, destinada às mulheres que desejassem deixar o mundo profano para dedicar-se
exclusivamente a uma vida de oração e pobreza. Tal ordem passou a ser conhecida como a Ordem das Irmãs Clarissas.
Em 1224, Francisco retira-se para o monastério do monte Alverne, já bastante doente e passa os dias e as noites em
oração, somente sustentado por um pedaço de pão que o Irmão Leão lhe levava. Neste período, Francisco tem várias visões e,
14
em setembro, são lhe imprimidas no corpo os sagrados estigmas da Paixão, sendo-lhe transpassados os pés, as mãos e o lado
direito do peito com as chagas de Cristo. Em 03 de outubro de 1226, morre Francisco de Assis enquanto recitava o salmo 141 e seu
corpo foi sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis, sendo, em 1230, transladado para a nova basílica da Ordem
Franciscana, em Assis.
Em 1228, dois anos após a sua morte, o Papa Gregório IX vai a Assis declarar Francisco um Santo da Igreja Católica
Apostólica Romana.
Francisco de Assis tem como data referencial o dia 04 de outubro e, dentre as inúmeras orações que escreveu, consta s
seguinte:
Senhor,
Fazei-me instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz;
Ó Mestre,
Fazei com que eu procure mais consolar, do que ser consolado;
Compreender, do que ser compreendido;
Amar, do que ser amado.
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo, que se vive para a vida eterna.

Conclusão: independente da crença religiosa que venhamos a professar, a figura humana de Francisco de Assis é ímpar. Sua
percepção de que todos os seres vivos são filhos de Deus, independente de suas formas externas, é algo de sublime e, ao mesmo
tempo, um conceito totalmente fora do tempo e do ambiente onde viveu. Sua clara percepção de que a caridade é um dos mais
elevados sentimentos que pode alcançar qualquer criatura, ao mesmo tempo que seu conceito de que a posse material é apenas um
paliativo para as pessoas, quando não alcançam a verdadeira riqueza humana, que é o amor, a fraternidade e a sua filha direta, a
caridade, tornam Francisco de Assis um dos maiores humanistas que a civilização ocidental gerou. Ao lado do Mahatma Ghandi e de
Madre Tereza de Calcutá, Francisco de Assis forma a tríade da perfeição humana, até onde o ser humano pode alcançar a perfeição
enquanto ser vivente.

M.:M.: da ARLS Pioneiros do cabo, no Oriente de Arraial do Cabo.

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Viagem ao nosso interior
ESPAÇO-TEMPO NA ESPIRITUALIDADE
Carlos De Brito Imbassahy

Sem dúvida, há uma interpretação errônea a respeito do Tempo, que muitos têm como sendo a quarta dimensão.
Na verdade, o Tempo, no Espaço sideral, vem a ser o quarto parâmetro de posição de um ponto imóvel contido no
referido espaço.
Segundo a posição atual da Astrofísica, nosso Universo, composto de uma energia fundamental que Newton
pensou que se tratasse de um fluído, encontra-se em expansão e, assim, a cada movimento, um ponto fixo dentro dele vai
se afastando do centro desse Universo e, como tal, o Tempo é que definirá sua posição naquele instante.
Podemos assimilar a idéia a uma bola de borracha inflável, dessas conhecidas como balão de festa. Conforme
vamos insuflando ar em seu interior, se marcarmos um ponto do balão, vamos ver que ele irá mudando de posição, por
afastamento, sem sair do seu lugar onde fora desenhado.
De fato, a idéia presa ao relógio e às horas só tem sentido em nosso planeta porque se afere pelo seu movimento
de rotação, como é sabido.
Por isso, torna-se difícil assimilar o novo conceito de Tempo como parâmetro de posição e não como segundos,
minutos ou horas de existência. Todavia, é preciso que se compreenda o Tempo da forma universal para que se possa
entender o que esta idéia vem a representar para a Espiritualidade. E o porquê de os Espíritos no domínio dos
desencarnados conceituarem-no sempre como posição.
Cabe, ainda, lembrar que, depois das pesquisas de Murray Gell Mann no Acelerador de Partículas admitindo a
existência de um agente estruturador responsável pela existência, até mesmo de subpartículas atômicas, a Espiritualidade
passou a ser comparada com o aludido domínio de existência desses agentes.
A hipótese baseia-se no fato de que a energia amorfa do Universo, por sí só, não pode se alterar e, como tal, para
se condensar e se transformar em partícula material há que existir algum agente externo a ele, para que seja capaz de
atuar sobre sua energia e que, em sua ação, estruture essas partículas.
No caso, para os espiritualistas, o domínio dos estruturadores seria a dita Espiritualidade e esses estruturadores
as suas formas. Com isto, o que se pode admitir é que os mesmos venham a ser a mais primitiva forma de alma, sem os
predicados de vida biológica.
Atualmente, os estruturadores também são conhecidos como frameworkers.
Admitindo-se que a Espiritualidade esteja próxima da concepção científica, ela seria a grande responsável por
todas as formas, inclusive as biológicas, existentes dentro do Espaço Cósmico.
Dessa forma, analisando o conceito de Espaço-Tempo, o que se tem em vista é que, como o domínio dos
estruturadores se apresenta como responsável pela formação de tudo o que existia, esta posição de cada ponto, definida
pelo Tempo (como parâmetro), nada mais é do que a posição espiritual de desenvolvimento do Universo.
Explicando dentro de nossa linguagem: os Espíritos, em si, seriam os grandes responsáveis pela formação e
estruturação do Uiverso e estariam atuando sobre sua energia amorfa a fim de modulá-la e dar-lhe vida a cada momento. E
esta sequência observaria uma ordenação a fim de que tais ocorrências se dêem conjuntamente com a posição certa na
expansão do nosso Universo. Afinal, esta seria a perfeição do Criador – como agente supremo – perante sua Criação.
O Universo, como necessidade de existência para que os Espíritos progridam, se desenvolveria de acordo com a
referida atuação dos seres espirituais, e tal desenvolvimento, obedecendo a uma seqüência natural, definiria o Tempo, ou
seja, o momento de cada ocorrência.
Que importância teria este raciocínio para a Codificação Espírita?
Primeiramente, explicaria o motivo pelo qual os conhecimentos humanos se dão gradativamente, segundo o
processo evolutivo do planeta; a seguir, faria com que o homem entendesse como é possível a Espiritualidade atuar em
nossa esfera material de vida. Finalmente, justificaria a hipótese científica para o conceito de “Aceleração do Tempo”, que
explicaria uma série de fenômenos físicos, correlacionando-a como sendo atuação espiritual, pois só eles teriam o poder
sobre o tempo para modificar sua velocidade de ocorrência.
E aí, estaríamos a um pequeno passo da Ciência para provar as teses espíritas relativas ao processo encarnatório
e reencarnatório, enquadrando este último caso como particularidade da lei física de repetição (todo fenômeno realizado
por um agente físico se repete).

Publicado no Boletim SEI, nº1805.

16
DEPOIMENTO
O MAL QUE SE CHAMA INVEJA

Queria falar de inveja, um assunto e demonstrações que mais vezes apareceu na minha caixa postal e nos sites que
visito normalmente.
O meu vocabulário diz: o sentimento de angústia por aquilo que outros possuam. Sofrimento: sentir dor pelo
sucesso alheio.
Talvez todos, alguns mais, outros menos, tenham sentido essa sensação desgostosa pelo menos uma vez na vida.
Mas porque nasce esse sentimento? Talvez da presunção de ter o mesmo valor (que o felizardo) e não ter as
mesmas oportunidades e os mesmos bens.
Talvez, quem sabe por se achar melhor do que o felizardo, que pode aproveitar esses bens injustamente (na opinião
do invejoso).
Mas talvez, ainda mais, a inveja nasce apenas da predisposição de alma das pessoas. E isso porque se pode ter
inveja de tudo: da beleza, da liderança, da saúde, da facilidade de argumentos, da juventude, da serenidade, de pessoas
extrovertidas e, por fim, duma camisa comprada a bom preço, dum carro que mesmo velho nunca se quebra, dum relógio que
não atrasa um segundo, de tudo o que de bom acontece prá outros e não prá nós.
Eu penso que a inveja nasce também da incapacidade de nós sabermos olhar dentro e enxergar o que de bom temos
em nosso interior.
Sente-se inveja quando os olhos só se ocupam em ver fora de nós mesmos e se comparam com a exterioridade do
outro.
Mas é obvio que não se pode invejar a felicidade dum amigo e de um Irmão.
É difícil acontecer, porque a felicidade que nos é próxima, vem transmitida para nós e não se pode negar que seja
um prazer ficar perto de quem aproveita a vida, perto de quem está em paz consigo mesmo. Uma estrela ilumina, e dá calor prá
quem está perto dela.
E nem se pode negar que ficar perto de pessoas tristes não nos dá nenhuma felicidade. Por isso o felizardo sempre
estará perto de pessoas felizes, ou tentará dar felicidade aos que estiverem em seu redor.
É preciso ter compaixão dos invejosos. O sentimento deles é doloroso, escondido e tolo. Doloroso e escondido
porque é obvio que traz um sofrimento consigo, uma impotência que só se pode mostrar interiormente.
Bobo e tolo porque cada um de nós sempre tem um pouco dessas riquezas, que podem ter vários nomes: família
bem estruturada, amizades sinceras, serenidade, alegria de viver, uma crença de fé e esperança e disposição sempre, em tocar
projetos e o mais importante, realizá-los .... Riquezas que podem faltar naquelas pessoas que são chamadas de "felizardos". E
se estes "felizardos" têm também esses bens... então não resta senão aprender com essas pessoas e, forçosamente, deixar de
lado a inveja.
Um ditado da Itália, diz: "A inveja engorda quem a recebe". E isso porque é melhor a inveja que a compaixão para
qualquer um de nós. Se alguém nos inveja, é porque algo de bom temos, sem dúvida alguma.
Não lembro onde Dante Alighieri colocava os invejosos. Mas com certeza no inferno, que é local mais adequado para
esse tipo de pessoa que só deseja o mal alheio...
Colab: Ir.'. Weber Varrasquim

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CADERNO DE
TRABALHOS

18
GANDHI
Ítalo Aslan / M.:M.: (*)

MOHANDAS KARANCHAND GANDHI, nasceu em Portbandar, cidade a noroeste de Bombaim (atual Mumbai) em
2 de outubro de 1869. Tornou-se MAHATMA, Grande Alma, pelo que fora ao longo de sua vida.
Seu pai, Kaba Gandhi, exercia, na ocasião, o cargo de primeiro-ministro em Portbandar, tendo sido o pequeno
Mohandas, sexto e último filho, de temperamento muito tímido e retraído, bastante influenciado pelo caráter místico e
introspectivo de sua mãe.
Casou-se o jovem Mohandas Gandhi aos 13 anos de idade, como era comum na Índia da época. Sua esposa,
Kasturbai, de mesma idade, jamais o tivera visto até então. O casal teve vários filhos.
Com a idade de 18 anos seguiu para Londres e iniciou os seus estudos de Direito. Os primeiros contatos com o
mundo ocidental foram extremamente difíceis para o jovem indiano, desde os hábitos e a alimentação até as vestimentas.
O seu temperamento o tornara solitário e dificultava o aprendizado da língua inglesa. Chegou a advogar pequenas causas
na Inglaterra com bastante dificuldade
Mas, evidentemente, o grande destaque que fez com que Gandhi fosse conhecido e respeitado em todo o mundo
aconteceu por força de sua atuação política orientada por sua doutrina de “não-violência”.
Os séculos imediatamente anteriores à chegada da Inglaterra, e outros países europeus, à Índia mostravam ser
este um dos países mais prósperos e florescentes do globo, bastante diferente e distante da idéia que se tem hoje do
mesmo, como um país de extrema miséria, mendigos e excessivamente populoso e atrasado. Seu povo era próspero e
ordeiro. Os viajantes europeus retornavam aos seus países de origem maravilhados com o que viam. A Índia exportava
especiarias raras, tecidos finíssimos, sedas, trabalhos em bordados, tapetes, objetos de arte em marfim e pedras
preciosas. Os navios e estaleiros da Índia, em inícios do século XIX, serviram de modelo para embarcações mercantes e
de guerra da Inglaterra. A agricultura era tida como um trabalho sagrado. Os impostos eram revertidos em benfeitorias
públicas. Magníficos monumentos de arquitetura embelezavam suas cidades. Estradas de rodagem e canais ligavam as
várias regiões do país em todas as direções. Qualquer aldeia possuía as suas escolas. Testemunhos de viajantes
afirmavam a simplicidade e alegria do povo, seu vigor, sua saúde e sua grande hospitalidade.
Mas os países ricos ocidentais, principalmente a Grã-Bretanha, descobriram esse paraíso, como muitos o
consideravam, e começaram ali a se estabelecerem, ao longo do século XIX. Dominaram, então, aquele povo de índole
essencialmente pacífica, iniciando um rigoroso controle comercial, depois político, culminando com o total domínio militar.
O início do século XX já denunciava a extrema miséria que começava a se abater sobre o outrora
próspero povo indiano. O império britânico decretou para aquele país tão pesados impostos que, ao final de algumas
dezenas de anos, milhares de famílias foram expulsas de suas propriedades as quais foram, posteriormente, confiscadas e
leiloadas. Seus antigos proprietários não estavam mais em condições de saldar as enormes obrigações exigidas pelo
opressor. Grande parte desse imenso país de cerca de 3,3 milhões de km2 transformou-se em terras abandonadas e seus
donos condenados à miséria e à mendicância.
No meio desse contexto tão cruel, imposto por um país cristão, surge a figura franzina e inacreditavelmente
poderosa de Mohandas Gandhi, o Mahatma, líder político e espiritual daquele povo sofrido.
O censo de 2000 acusa uma população para a Índia de cerca de um bilhão de pessoas. Em 1971 possuía um
pouco mais de 547 milhões . Quase que dobrou em 30 anos. Por volta de 1920, quando Gandhi começou a sua luta
pacífica de libertação de seu povo, quantas almas deveriam compor a população indiana? Não temos dados oficiais, no
momento, mas seriam, sem dúvidas, algumas centenas de milhões de pessoas esfomeadas e revoltadas com o destino
que lhes fora determinado, situação essa muito fácil de ser conduzida por um líder a uma luta armada de guerrilhas e
sistemas de sabotagem que tornaria impossível a permanência do espoliador em seu território. Mas não foi esse, todos
sabemos, o caminho escolhido por Gandhi.
O Mahatma optou, consoante a sua filosofia espiritual, o caminho da não-violência, “ahimsa”, e o da força da
verdade, “satyagraha”, fortalecidos pelo conceito e cultivo da “brahmacharya” , isto é, da disciplina diária, da continência, da
abstinência sexual, da prática do silêncio e das orações, buscando um total e completo domínio de si mesmo.
Toda a vida e ação desse grande líder se fundamenta nos conceitos desses 2 pólos: ahimsa e satyagraha. Um
não é possível sem o outro. Quem pratica a violência não consegue completar-se na verdade metafísica.
Atingir o pleno estado de ahimsa não se resume, segundo Gandhi, tão somente à não-violência física. Essa não-
violência é física, não fazendo mal ao malfeitor, é mental, não falando ou pensando mal dele, é espiritual, não lhe querendo
mal, e, muito além ainda, é querer bem a quem nos quer e faz mal. É, em resumo, o pleno estado do AMOR.
Gandhi lembrava e citava com alguma freqüência o Sermão da Montanha (capítulos 5 a 7 do Evangelho segundo
S. Mateus), o primeiro dos cinco grandes discursos de Jesus Cristo. “Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e, como
19
se assentasse, aproximaram-se os seus discípulos, dizendo:” (Mt 5,1). Passa, então, Jesus nesse sermão a discorrer sobre
os bem-aventurados, fala dos homicídios, do adultério, dos juramentos, da vingança, do amor ao próximo, da prática da
justiça etc, etc. Vale a pena reler e refletir. E Gandhi encontrou nessas palavras do Sermão da Montanha a coincidência
com o seu entendimento sobre o amor que brotava dentro dele. Chegou a dizer uma vez a alguém que tentava convertê-lo:
“Aceito o Cristo e o Evangelho, mas não aceito o vosso Cristianismo”.
Pacífica e serenamente, sem se desviar um átimo sequer de sua doutrina, Gandhi e milhares de seguidores
conseguem, finalmente, libertar a Índia de seus opressores.
Essa libertação foi proclamada em 14 de agosto de 1947, em Nova Delhi. Nesse dia Gandhi encontrava-se
distante, do outro lado da Índia, pacificando muçulmanos do Paquistão. Só mais tarde tomou conhecimento da libertação
de seu país. Logo após o Paquistão conseguiu seu desmembramento da Índia, e Gandhi apoiava essa separação pacífica,
em total discordância de muitos de seus patrícios. Violentos confrontos aconteceram entre os habitantes dos 2 países. Mas
Gandhi, incansável, lutava, a seu modo, pela pacificação da região. Em 30 de janeiro de 1948 foi violentamente
assassinado por um de seus antigos seguidores. Ainda vivo, agonizante, conseguiu, com voz débil, pedir que não
castigassem o autor de sua morte. Não foi atendido. O assassino, Nathuram Vinayak Godse, condenado à forca, confessou
tê-lo morto por patriotismo, pois considerava-o o inimigo número 1 da Índia.
Curiosamente, no entanto, a morte do grande líder serviu para selar a amizade e a paz entre os dois países,
pranteado que fora pelos dois povos.

Frases de Mahatma Gandhi

“O amor de um único homem pode neutralizar o ódio de milhões”.

“O que pensais, passais a ser.”

“O homem não tem que obedecer a ninguém senão ao seu próprio EU”.

“O silêncio é um grande auxílio para quem, como eu, está em busca da verdade”.

“O amor à verdade supõe a vontade de querer entender sempre o ponto de vista do adversário”.

“Foi sempre um mistério para mim o fato de alguns homens se sentirem satisfeitos com a humilhação de seu semelhante”.

“Aquele que não for capaz de governar a si mesmo, não será capaz de governar os outros”.

“A fé – um sexto sentido – transcende o intelecto sem contradizê-lo”.

“Deus é amor e verdade. Está para além da palavra e do intelecto”.

“Acredito que Deus Se revela ao homem em cada dia. Mas nós somos surdos à Sua voz pequenina e silenciosa”.

“A tolerância é fácil para quem busca sinceramente a verdade e obedece de coração à lei do amor”.

BIBLIOGRAFIA

ROHDEN, Huberto; “Mahatma Gandhi – O Apóstolo da Não-Violência”;Ed. Martin Claret; SP; 2004.

A Bíblia Sagrada (Antigo e Novo Testamento); Trad. João Ferreira de Almeida; Soc. Bíblica do Brasil; RJ: 1960.

Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda: SP/RJ; 1976.

Almanaque Abril – O Mundo; Ed. Abril; 2001.

MESTERS, Carlos; “Deus, Onde Estás?”; Ed. Veja AS; BH/MG; 4ª Ed; 1974.

(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08

20
BEM-VINDO À MAÇONARIA
5ª PARTE

Em igualdade de circunstâncias, é meu dever


preferir um Irmão, sempre que para fazê-lo não cometa
uma injustiça, que fira minha consciência.

Dos grandes ensinamentos contidos na 5ª


Instrução do Grau I – Aprendiz Maçom, nos permite
priorizar a Solidariedade justa, pura e fraternal, que
deve existir entre nós onde estiver uma causa justa.
No intuito de não cometer injustiças
procuramos relatar o que definimos como justiça.

a) JUSTIÇA
O que é justiça? O que significa ser justo?
Eternas, constantes, necessárias e permanentes indagações que a humanidade já fez, faz e fará ao longo de toda sua
existência.
A melhor definição de justiça, que comporta muitos conceitos, é ter cada um o que é seu. Assim, agir com
justiça é dar a cada qual o que lhe pertence. É a absoluta imparcialidade na concessão, distribuição e manutenção de
qualquer vantagem, bem ou interesse de toda espécie, ao ser humano.
Impossível ao homem agir com plena justiça, porque lhe faltam condições morais suficientes para ter total
imparcialidade. Seu estágio na Terra é incompatível com a perfeição, único fator que lhe iria conferir tal requisito.
Não sendo perfeito o individuo, não possui plena imparcialidade. Não a tendo, impossível se lhe torna ser
integralmente justo. E quem não o é, jamais poderá agir com absoluta justiça.
Enfim, não é difícil perceber que somente o Grande Arquiteto do Universo está apto a agir com Justiça
Absoluta, entendida esta como a plenitude do dar a cada um o que é seu, sem erros, nem equívocos de qualquer espécie.
Só Aquele que tudo vê e tudo sabe não comete enganos, pois tudo conhece. A Justiça Divina tem esse
caráter: não erra jamais.
Crendo nisso, o homem deve pacificar o seu âmago e encarar os fatos do cotidiano com naturalidade. Nada
lhe acontece por acaso. Nenhum obstáculo chega à sua frente por engano.
Deus é, por isso, Sábio. Deu à criatura conhecimento limitado e, a partir desses parcos dados que ela
consegue reter em sua mente e utiliza em seu raciocínio, deve desnudar-se de suas falsas aparências e de sua pretensão
de ser o centro do universo, acatando o que a Justiça Divina lhe confere.
Deus é também Justo porque exige de Seus filhos exatamente aquilo que cada um pode dar, nem mais, nem
menos. Muito conhecimento implica maior responsabilidade. Quanto mais alguém souber, mais lhe será cobrado. O ser
humano precisa aquietar o seu interior, vivenciando justiça em suas reflexões e em seus atos, coroando a sua existência
com resignação diante da Magnitude Divina.
A ação causa reação. Há algo mais justo?
21
Por que o indivíduo contesta, nesse sentido, o óbvio? Se faz algo positivo, natural que provoque uma reação
de igual teor. Produzindo o negativo, o mesmo lhe advém. Deve o Maçom conhecer a regra da ação e reação.

b) SOLIDARIEDADE E JUSTIÇA

Há quem acuse os Maçons de progredirem no mundo profano, graças ao nosso sistema de recíproca
proteção. São afirmações dos que, não conhecendo a razão das coisas, julgam incondicional nossa solidariedade. Se há
Maçons que galgam posições elevadas e de grandes responsabilidades sociais, a razão se oculta, evidentemente, na
seleção dos candidatos profanos para serem Iniciados na Ordem, entre os cidadãos dignos de serem aproveitados na
conquista do seu progresso pessoal e da felicidade da humanidade.
Para o profano ingressar na Ordem é exigida do padrinho (apresentante) muita responsabilidade,
compreensão e tolerância. Nada se justifica, após o desfecho negativo, sem boas e justas razões, revoltar-se e renunciar,
brigando com seus IIr.’. por causa de um inconveniente apresentado no julgamento das aptidões do mérito e do valor
moral, intelectual ou de qualquer outra ordem, do cidadão indicado.
Antes dever-se-á, com muito cuidado e rigor, apurar as qualidades do indicado: com vizinhos, amigos íntimos
e no local de trabalho. Em especial, o seu comportamento familiar, considerando o ingresso de interesse da Loj.’. e da
Ord.’..
O padrinho, obcecado, só vê virtudes no “amigo”, sem distinguir os lados negativos, defeitos visíveis e
identificados com muita facilidade por outro Ir.’..
A recusa do candidato, por homens livres e de bons costumes, causa ao padrinho despreparado um
sentimento de revolta que o leva a afastar-se do convívio fraterno. Deveria este espelhar-se no passado e constatar as
inúmeras decepções de aceitos que, sem motivos justos e aparentes, abandonam a Ordem sem cumprirem suas
obrigações, embora conhecendo os principais deveres do homem Maçom.
A indignação não deve existir, pois a soberana assembléia descobriu imperfeições no candidato e, no
momento, não o considerou apto. Por que então rebelar-se no ato do impedimento e considerar normal quando o afilhado
se desvia dos ideais da Ordem?
A pior decepção é, concluído todo o demorado e exaustivo processo, no dia da iniciação o afilhado não
comparece, ou então apenas é iniciado e em seguida, se afasta em definitivo da Ordem.
Reflitamos bem antes de tomarmos alguma atitude intempestiva na apresentação de candidatos. Casamento
apressado se desfaz na lua-de-mel. Vamos ler e reler com calma e independência a quinta instrução do Grau de Aprendiz,
e sejamos tolerantes com a Loja, com os IIr.’., para que reine harmonia no quadro de obreiros.

Ir.’. Valdemar Sansão


E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

Consultado:
- O Ritual do Aprendiz Maçom.

22
O SIGNIFICADO DA ESTRELA DE DAVID
Ir.: Rogério Clavello

A estrela de David (chamada de Escudo de David - Magen David) é um símbolo real, um selo de realeza
representativo do reinado de David sobre a Terra, e por extensão do futuro Reino Messiânico sobre a Terra.
Quando as nações pagãs iam à guerra, muitas vezes pintavam figuras para inspirar medo aos adversários
nos escudos dos seus próprios soldados (tais como dragões, cobras etc). No entanto, em Yisrael, o símbolo é o
escudo de David.
O nome David em hebraico é composto de três letras na seguinte ordem: Dálet-Vav-Dálet. No hebraico
antigo, a letra Dálet tinha a forma semelhante a um triângulo com vértice para cima.
Quando este símbolo foi gerado, não sabemos ao certo, no entanto sabemos que este símbolo é
geometricamente construído em forma de estrela com as duas letras Dálet que compunham o nome David
(entrelaçando-as, e girando uma das letras em 180 graus para que seu vértice se colocasse para baixo). Com o
tempo, este símbolo tornou-se o símbolo da nação de Yisrael e do povo Judeu, estando presente na própria bandeira
de Yisrael.
No entanto, há um significado maior na Estrela de David, que gostaria de comentar. A estrela de David é um
símbolo do Messias de Yisrael, a saber, Yeshua Há Mashiach (Jesus Cristo). Ele mesmo diz em Apocalipse 22:16:
Eu, Yeshua, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às congregações. Eu sou a Raiz e a Geração de
David...
O próprio Messias Yeshua é da linhagem de David e se assentará no Trono de David no Seu Reino Milenar
na Terra, sendo então que o escudo de David representa por assim dizer o futuro Reino Messiânico de Yeshua sobre
a Terra.
O que é mais tremendo no fato da estrela de David em sua representação do Messias Yeshua é o
testemunho da Sua natureza. Nas palavras do Rabbi Shaul:
Colossenses:2.8,9
8 - Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens,
conforme os rudimentos do mundo e não segundo o Messias;
9 - porquanto, nEle, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.
O ensino da Palavra de Deus é [claro] quando diz que Yeshua, o Messias, é homem [pois nasceu nesta terra
como homem, gerado no ventre de Miryiam pela união da semente da Palavra de Deus com Ruach HaKodesh - é
evidente que Ele não veio do espermatozóide de Yosef, nem do óvulo de Miryiam, mas de acordo com o relato de
Lucas 1.30-38, a Palavra de Deus foi enviado do Trono do Eterno por meio do anjo e Miryiam acolheu esta Palavra
(Lc1. 38), deixando que Ruach HaKodesh se unisse a esta Palavra gerando vida, a saber, Yeshua, que no hebraico
quer dizer, Há Shem é Salvação. Embora tenha sido gerado da união da Palavra com Ruach HaKodesh, Yeshua é
filho do homem, pois nasceu na Terra como homem, pois entrou na Terra pelo nascimento físico, nascendo de
mulher].
Mas também a Palavra ensina que o Messias é Deus. Ele é Filho de Deus, pois o Filho herda a semente de
seu pai, e Yeshua não veio da semente de Yosef, mas sim da semente de HaAv (do Pai, que é Deus), semente esta
que é a própria Palavra de Deus.
A palavra de Deus é clara ao dizer que nEle habita corporalmente (isto é, num corpo físico glorificado) toda a
plenitude da Divindade (Cl. 2.9). Além disso, a Escritura é clara ao ensinar que Yeshua é o único mediador de Deus e
os homens (I Tm. 2.5). Ora, nós sabemos que um Mediador precisa se identificar com ambas as partes mediadas
para produzir a Paz (Shalom) entre ambas. Para ser um mediador entre Deus e os homens, Ele precisa entender as
reivindicações de Deus, e ao mesmo tempo, as necessidades do homem. Ele precisa ser capaz de colocar as mãos
no ombro do homem e reivindicar o que Deus pede, mas também precisa ser capaz de colocar as mãos no ombro de
Deus e levar as necessidades do homem. Somente alguém que seja ao mesmo tempo Deus e homem é que pode se
colocar nesta posição de trazer Shalom e reconciliação entre ambas as partes. É por isso que o Messias Yeshua é o
único mediador entre Deus e os homens pois, como Deus, tem condições de colocar as mãos no ombro de Deus, e
como homem, tem condições de colocar as mãos no ombro do homem, e reconciliar ambas as partes entre si pelo
Seu precioso sangue derramado no madeiro.
A pergunta que fica é: que relação tem o fato de Yeshua ser ao mesmo tempo homem e Deus com a Sua
representação na estrela de David? É porque a estrela de David é composta de DOIS triângulos. Um representa
Yeshua como homem [sendo que os três lados representam a tríplice divisão do homem: ele é um espírito, que possui
uma alma (mente natural) e que habita num corpo físico]. E o outro triângulo representa Yeshua como Deus. Os três
23
lados deste outro triângulo falam na manifestação de Deus nas Pessoas de HaAv, HaBen e HaRuach HaKodesh. A
união dos dois triângulos fala da tarefa do Messias Yeshua de ser o Mediador e Reconciliador entre Deus e o homem.
Assim, todas as vezes que os filhos de Yisrael olham para a estrela de David, estão olhando e vendo um
testemunho de Deus quanto ao próprio Messias.
Então, que possamos ver claramente na Estrela de David, a Pessoa de Yeshua, o Messias, e que venhamos
a conhecê-Lo pessoalmente, deixando que por meio dEle sejamos reconciliados com Deus.

Bibliografia:
• Mansoor, Menahem. Biblical Hebrew Step by Step - Volume 1. Grand Rapids: Baker Book House,
Chapter 4: Origins of the Hebrew Alphabet, pags 23-25.

• Moore, Philip N. The End Of History - Messiah Conspiracy. Atlanta: Ramshead Press, Chapter 5:
Which Prophecies Did Jesus Fulfill?, pag 139.

• Milhomens, Pra. Valnice. Apostila do Centro de Treinamento Bíblico (CTB).

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AS INCRÍVEIS FÉRIAS MAÇÔNICAS
Ir.: José Castellani

"Férias maçônicas" é uma invenção brasileira deste século e que vem sendo cada vez mais "esticada", para
satisfação daqueles que creem que trabalho maçônico é estafante. No Grande Oriente do Brasil temos, ultimamente,
o alentado período de 30 dias --- 20 de dezembro a 20 de janeiro --- para que "cansados" maçons repousem de seu
pesado trabalho...simbólico de operário. Isso, todavia, nem sempre aconteceu.
Consultando antigos livros de atas, pode-se constatar que as Lojas não paravam seus trabalhos nem no
Natal, ou na passagem de ano. Tomemos, para exemplo, alguns casos:
1 . Na Loja Amizade, de São Paulo, dois padres (padres, vejam bem!), Manoel Joaquim Gonçalves de
Andrade e José Joaquim dos Quadros Leite, foram iniciados a 25 de dezembro de 1832; e no dia 30 de dezembro, foi
iniciado o padre José Joaquim Rodrigues. E o templo da Loja, à rua Tabatinguera, foi inaugurado num dia 3 de janeiro
(de 1873).
2 . Na Loja Piratininga, de São Paulo, a 23 de dezembro de 1912, era aprovada a proposta de que se alugasse
o novo prédio da Loja, à rua Líbero Badaró, à firma Luiz Osório e Cia., por quatro contos de réis mensais, com
contrato por cinco anos. A 8 de janeiro de 1890, era aprovado, em sessão econômica, um voto de congratulações
pela escolha do marechal Deodoro da Fonseca para o Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil.
3 . A Loja Fé e Perseverança, de Jaboticabal, promoveu a sua sessão de regularização a 5 de janeiro de 1890.

4 . A Loja Monte Líbano, de São Paulo, realizava uma sessão magna para iniciação de Júlio dos Santos Martins,
português, agente comercial ,a 31 de dezembro de 1914.
5 . A Loja União Paulista, de São Paulo, iniciava, a 7 de janeiro de 1924, o negociante italiano Francisco
Maurano. A mesma Loja, a 27 de dezembro de 1928, iniciava o comerciante italiano Carlos Castellani.
6 . A Loja Fraternidade de Santos --- que, em 1915, fez fusão com as Lojas Renascença II e Cinco de Abril ,
formando a Fraternidade de Santos ---em sessão de 31 de dezembro de 1955, resolvia que, na procissão em louvor a
São Benedito, a Loja se faria representar com a imagem de S. João, a ela pertencente, a qual seria transportada e
acompanhada pelos obreiros do quadro. A partir do final do século passado, algumas Lojas começaram a fazer um
pequeno hiato em seus trabalhos, da véspera de Natal até ao dia de Reis, a 6 de janeiro. Posteriormente, porem, iria
haver um aumento, em uma Obediência --- que iria se estender às demais e até ser esticado --- de forma pitoresca: A
25 de janeiro de 1955 --- último dia dos festejos do 4o. Centenário da cidade de São Paulo --- era inaugurado o
Edifício-Sede do Grande Oriente de São Paulo, à rua São Joaquim, cuja construção fora iniciado em 1948. Para os
padrões da época, o prédio era opulento: 2.320 (dois mil trezentos e vinte) metros quadrados de construção; quatro
templos para trabalho de 24 Lojas e mais um templo nobre; um sub-solo e mais três andares, servidos por elevador
Atlas; templos aerificados, através de um sistema de insuflação de ar fresco, produzido por ventiladores centrífugos
de baixa pressão e rotação com motores elétricos de 5 a 10 HP, para expulsar o ar viciado e quente, que era aspirado
para o exterior através de ventiladores bi-helicoidais, com funcionamento automático; abastecimento de água através
de dois reservatórios de concreto, um no sub-solo, com capacidade para 10.000 litros e outro no último andar, com
capacidade para 4.000 litros; dez instalações sanitárias completas; oito Câmaras de Reflexão, com dispositivo para se
ver, de fora, o que se passa dentro, sem que, do interior, se perceba.
Evidentemente, um prédio tão grande e complexo é de difícil manutenção; e essa dificuldade é agravada pelo
grande número de pessoas que por ali circulam e que ajudam a deteriorar a construção. E foi isso que aconteceu, em
pouco tempo, pois, menos de três anos depois de sua inauguração, o edifício já necessitava de reparos. Diante disso,
o Grão-Mestre Benedito Pinheiro Machado Tolosa, professor de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de S. Paulo,
emitia, a 9 de dezembro de 1957, o Ato No. 146, estendendo as férias maçônicas --- que, então, iam de 24 de
dezembro a 6 de janeiro --- até ao dia 18 de janeiro, diante da necessidade de se proceder a reparos, limpeza geral e
pintura parcial do Edifício-Sede. Nos dois anos seguintes, pelo mesmo motivo, elas foram estendidas até ao dia 20.
E a coisa acabou, rapidamente, se tornando "tradicional", mesmo que os motivos tenham sido esquecidos e
mesmo que nem se pense em reparos e pinturas, chegando, mesmo, até às Constituições do Grande Oriente do
Brasil,as quais, antigamente, eram omissas, não fazendo qualquer alusão a férias. Acabou, alem disso, chegando a
outras Obediências, que, até, talvez adorando a idéia, esticaram mais ainda as tais "férias", dando, inclusive, um
"extra"no mês de julho, como se os maçons fossem aluninhos de escolas infanto-juvenis, com direito a férias de verão
25
e férias de inverno. Os maus exemplos, geralmente, frutificam; ou seja: passarinho que anda com morcego acaba
dormindo de cabeça para baixo.
E, até hoje, não apareceu ninguém para extirpar essa prática, que é esdrúxula, porque o trabalho maçônico é
constante e ininterrupto, como o de outras entidades filosóficas, iniciáticas, assistenciais e de aperfeiçoamento do
Homem (seria, realmente, cômico, se a Igreja, por exemplo, entrasse em férias). Coisas como essa é que desgastam
a Maçonaria brasileira, reduzindo-a à condição de simples clube, ou sociedade recreativa, o que contribui para corroer
a sua credibilidade pública.
Como, notoriamente, o uso do cachimbo faz a boca torta, será difícil acabar com essa invenção, pois as
justificativas são muitas: Uns alegam que é preciso dar férias aos funcionários da Obediência e das Lojas,
esquecendo-se de que qualquer empresa, ou sociedade, dá férias aos seus funcionários, sem fechar as suas portas.
Outros, no exercício do mais profundo egocentrismo, justificam as tais férias (inclusive as de inverno), com a
necessidade de aproveitar as férias escolares e viajar com a família, esquecendo-se --- intencionalmente, é claro ---
de que, se os filhos têm três meses de férias escolares, qualquer trabalhador tem, no máximo, 30 dias, a não ser que
seja um nababo miliardário, ou um desocupado crônico. Além disso, muitos maçons, já maduros e sem filhos em
idade escolar, gostariam de freqüentar os trabalhos maçônicos, constantemente, mas são tolhidos pela ditadura
egoísta dos que acham que, se eles não podem freqüentar, os outros também não podem.
É o caso de recorrer à velha expressão: "Vai trabalhar, vagabundo", pelo menos, na Maçonaria, já que a
indolência, hoje, é marca registrada nacional (basta ver os tais "feriados prolongados").

N.R.: Colaboração do Ir.: João Roberto

**************************************************************************************

PANTEÍSMO E MATERIALISMO
Aneide Valério

Panteímo
 PAN = tudo, todos
 TEÍSMO = doutrina que admite a existência de um deus pessoal, causa do mundo.

Panteísmo é uma doutrina segundo a qual só o mundo é real, sendo Deus a soma de tudo quanto existe.
Para o panteísta, a alma existe e é extraída, ao nascer, do todo universal, passa a ser independente, individualiza-
se em cada ser durante a vida. Com a morte do corpo, a alma volta ao todo universal, massa/matéria comum. Podemos
dizer, como exemplo, como as gotas da chuva vão para o oceano.
Nessa massa comum, nesse todo universal, a individualidade que antes existia, deixa então de existir após a
morte do corpo; é como se o ser não mais existisse de fato, perdendo a individualidade, a consciência de si mesmo. Acaba-
se!
A idéia panteísta nega Deus como ser distinto do Universo. Há um ser humano, mas não é o Deus divino dos
espiritualista. O deus panteísta é a soma de tudo que existe. É um deus material, apesar de toda a sua suprema
inteligência, formada pela reunião de todas as forças e inteligências. Sendo um deus material, está sempre se
transformando; é mutável, portanto, sem estabilidade. Não existe, assim, o atributo imutabilidade do Deus divino. Sugere
aos espiritualistas um caos universal, por serem leis tão mutáveis a reger tudo.
No panteísmo, quanto à parte moral, 1) qualquer laço moral é interrompido após a morte; 2) não há compensação
para a infelicidade ou desgraças do mundo; 3) o que freia a parte social é de fato a força material da lei civil.
Há, entretanto, alguns panteístas que admitem que a alma, ao ser tirada do todo universal quando nasce,
conserva a sua individualidade, como já dissemos, mas essa conservação é durante um tempo INDEFINIDO, e quando
chega aos últimos degraus da perfeição, mesmo assim volta à massa universal. Este pensar panteísta é uma variedade do
panteísmo. Mas as consequências desta variedade de crença são as mesmas que a da doutrina panteísta propriamente
dita, isto é, acumulam-se alguns conhecimentos, e perde-se todo o trabalho de os adquirir; perde-se a consciência e perde-
se a individualidade no final de algum tempo, e tudo volta à massa universal.

Materialismo
 Matéria = princípio fundamental de que procedem todos os seres do mundo físico e que, com a forma,
constitui os corpos, segundo Aristóteles.

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Da mesma maneira que há muitos séculos as doutrinas e crenças espiritualistas iam surgindo para encontrar
respostas à origem do mundo, o materialismo também se desenvolveu com essa finalidade, já naqueles idos de VI a. C.
O materialismo é uma doutrina filosófica que informa que só existe matéria em todo o Universo, existindo por si
mesma, sem interferência divina. A alma acaba com a morte do corpo, e o corpo nada mais é que uma engrenagem do
mecanismo universal.
Mesmo sofrendo algumas alterações no correr dos anos, o materialismo, podemos ainda dizer que: 1) se afirma
sobretudo ante o problema da origem do mundo; 2) dispensa a criação divina e se explica em termos evolutivos; 3) se
afirma no problema da ética (prazer individual e imediato, princípio e fim da vida moral – moral hedonística); 4) se afirma no
problema psicológico (psiquismo, reação do organismo versus estímulos ambientais); 5) se afirma no problema do
conhecimento (adequação da razão ao conhecimento do mundo num agitar de incessante progresso do conhecimento
científico).
Como já foi explicado, diremos, resumidamente, que as idéias materialistas:
 Negam Deus como divindade, como ser distinto, como Inteligência Suprema e Causa Primária do Universo;
 O mundo e o Universo são regidos por forças originadas pela própria matéria;
 Essas forças são forças sempre escravas da matéria inerte;
 Há evolução progressiva, com método seletivo, desde a formação do cérebro humano;
 Todas as propriedades instintivas e intelectuais são extraídas da matéria;
 Admitem que há ordem inteligente no universo, sim, mas influenciada pelas próprias leis da matéria;
 As leis que regem o Universo são as forças produzidas mecanicamente pela matéria;
 Essa matéria é um deus material, inteligente, sem ser divino e sem ser distinto;
 E as forças são efeitos que têm causa nessas forças materiais e mecânicas não inteligentes por si mesmas. “As
moléculas dos corpos inertes se agregam e desagregam sob o império dessas leis (do Universo)” – Gênese, cap.
2, item 6.

Explicando ainda, no Materialismo, o homem nada é antes, nem depois, da vida corporal. É só matéria, que está
sempre em movimento. A inteligência é propriedade da matéria, nasce e morre com o organismo. Para o materialista são
normais: gozos materiais; as afeições morais e os laços morais são destruídos pela morte; não há compensação para as
misérias da vida; o suicídio é o final racional e lógico, quando não se podem atenuar os sofrimentos; cada um deve viver
para si o melhor possível; sendo estupidez sacrificar o repouso, bem-estar, por causa dos outros; os deveres sociais sem
fundamento (bem e mal) são meras convenções; o freio social se baseia na lei civil etc.
Para alguns materialistas, a alma humana é feita de átomos e sujeita à decomposição e à morte ao extinguir a
vida no corpo humano.
E, finalmente, concluindo:
Materialismo e Panteísmo se parecem no tocante à negação de Deus como ser distinto e divino. Os deuses de
ambas as filosofias são resultado de forças existentes no Universo.

1. N.R.: A autora faz parte do GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS ESPÍRITAS DO CENTRO ESPÍRITA
TRABALHADORES DE JESUS (De Cabo Frio).
2. Colaboração do Ir.: MATUSALÉM, da Loja Simbólica Estudos e Pesquisas “MONTES DE SIÃO”.

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COMPORTAMENTO E POSTURA MAÇÔNICOS

“Velar para que todos os IIr.’. se conservem nas CCol.’.


com o devido respeito disciplina e ordem”
(dever do 2º Diácono – Ritual)

O autor, dirigindo os trabalhos de sua Loja “Washington Pelucio, 326” GLESP (São Paulo)

a) COMPORTAMENTO ADEQUADO

Quando iniciados trazemos em nosso âmago uma carga de valores agregados no decorrer de nossas vidas.
Valores esses que nos fazem sempre referendar nossas atitudes para com o próximo em qualquer lugar, em qualquer
situação, sobre as mais variadas circunstâncias. Estamos sempre coordenados em função de Leis e Conceitos
estabelecidos pela sociedade no decorrer dos anos.
Dentro da Ordem temos também nossos mandamentos, nossos códigos, nossos costumes, comportamentos,
enfim, a indicação do nosso norte. A ordem, o amor e o progresso são, ao mesmo tempo, a causa e o objetivo de nossas
reuniões. Quando examinamos os conceitos de ordem, logo vislumbramos a necessidade da ritualística bem executada.
Em especial em nossos trabalhos temos um ritual a ser seguido, nosso cerimonial deve seguir todos os cânones,
meticulosamente, estabelecendo uma unidade de doutrina, a antítese seria a anarquia.
Todo Irmão estará convencido de que haverá de ter um comportamento adequado em todo o momento e lugar,
não só Maçônico, mas durante vinte e quatro horas de seu dia. Conceitos impessoais, deduções subjetivas, pensamentos
menores e pré-conceitos sem fundamentação são razões mais que suficientes para demonstrar o quão vazio será o
relacionamento deste Ir.’. para com seus pares. “Se tiverdes acesso a tão alta condição, não esqueçais que existiram
outros antes de ti, e que se pensares ver os outros menores estará demonstrando como queres ser tratado”.
Ao fazermos o Sinal de Ordem, bem como a Saudação Ritualística, devemos estar perfeitamente eretos, altivos
formando um Esquadro com os PP.’. quando executarmos o sinal de ordem que por si só representa um ângulo reto. É

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símbolo da postura que deve presidir o discurso do Maçom, respeitando-se rigorosamente E.’., N.’. e Pr.’.. Dessa forma, só
são realizados quando o Obr.’. estiver de pé e parado, ou praticando a Marcha Ritualística.
Portanto, os Sinais e Saudações jamais podem ser feitos por quem esteja sentado, andando, ou portando
Instrumentos de Trabalho (Malhete, Bastões, Espadas, Livros, etc).
O Ven.’. M.’. e os VVig.’. respondem às Saudações com um leve meneio de cabeça.
Nossas palavras, gestos e atitudes, são cartões de visita do nosso comportamento. Temos momentos de
incorreção, mas não se julga ninguém pelo tombo e sim pelo modo como ele se levanta.
Meus queridos Irmãos digam suas palavras, pratiquem corretamente a ritualística com a postura e seriedade que
requer o respeito, a ética e o comportamento dentro e fora do Templo.

b) COMPORTAMENTO INADEQUADO

Um dos problemas que às vezes ocorrem, é o falatório nas Colunas, além de prejudicar o ensinamento aos
AApr.’. e CComp.’. durante as instruções ou apresentações de trabalhos, são péssimos exemplos. Nesse caso o Ven.’. M.’.
deve solicitar ao 2º Diácono que é o responsável pela ordem em ambas as colunas, que verifique o murmúrio que está
chegando ao Or.’. vindo do Norte e do Sul. O 2º Diácono deve ser preparado para responder mais ou menos assim: “Ven.’.
M.’. houve realmente murmúrios na Coluna do Norte e do Sul, mas já terminaram e de agora em diante a reunião
prosseguirá reinando silêncio nas Colunas”.

c) POSTURA

O homem, comunica-se com o Grande Arquiteto do Universo e com seus semelhantes de diversas formas, tais
como, palavras, escrevendo, pintando, esculpindo, no entanto faz uso freqüente de Posturas e atitudes do corpo.
Importante é que o faça bem feito, de modo uniforme para que tenha um significado adequado.
As Inclinações de cabeça e do corpo, são fundamentalmente posturas de reverência, de respeito, de devoção ou
de saudação.
Posturas com as mãos – o homem ao falar costuma fazer posturas com as mãos procurando desta forma
comunicar melhor a sua mensagem. Muitas vezes, mesmo não acompanhado de palavras eles são mais eloqüentes do
que as próprias palavras. As mãos falam. Expressam sentimentos, os mais diversos.
1) Mãos elevadas ou estendidas – é a postura típica do celebrante nas orações.
2) Impor as mãos – é sinal de benção e de reconciliação, de transmissão do Dom do Espírito.
3) Dar as mãos – sinal de saudação fraterna, de unidade.
Elevar os olhos ao céu – é usado em momentos solenes de intensa expressão religiosa, como se o homem
estivesse vendo ao Pai, face a face.
O ósculo ou beijo – sinal de reverência de comunhão, de amor; demonstra afeto.
O sopro – simboliza a força, a ação do Espírito de Deus. Aquele sopro que fez o homem um ser vivente, o sopro
no Livro da Lei representa a presença ativa do Grande Arquiteto do Universo no homem.
A genuflexão – por excelência um ato de adoração na Liturgia Latina, na Igreja Católica, a genuflexão perante a
cruz não significa adoração a esta e sim ao Cristo ali representado, ela pode ser simples ou dupla, isto é, com um ou dois
joelhos.
A prostração – é utilizada nas ordenações de Bispos, Presbíteros e Diáconos, bem como na profissão perpétua
dos religiosos, quando o homem tem consciência de sua fragilidade, de sua pequenez e incapacidade de corresponder à
vocação por suas próprias forças.
O andar – existem modos e modos de andar. O andar litúrgico não é mera finalidade de locomoção de um lugar
para outro. É antes um andar significativo, respeitoso, composto. Convém que tais ações seja realizadas com dignidade,
sem agitação, nada de correria. Com as paradas nos locais adequados para saudação, quando estiver em Loja.
Algumas posições do corpo merecem considerações especiais. Elas devem expressar atitudes de todos. São
elas: o estar de pé, o estar de joelhos e o estar sentado.
O estar de pé expressa sobretudo respeito, prontidão, disposição de ação; o Irmão deve estar sempre com a
coluna ereta, se estiver à Ordem, não esquecer as posições dos braços e membros inferiores, se estiver perfilado, não
deve se apoiar sobre um só pé, e sim estar com uma postura sempre digna.
O estar sentado expressa bem o acolhimento e a meditação. Daí o estar assentado para ouvir, durante grande
parte das Sessões, entretanto o ideal é também estar com a coluna ereta, preferencialmente com as mãos apostas aos
joelhos, nunca cruzar os braços ou os membros inferiores durante as Sessões.

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O ajoelhar-se, exprimem o respeito a humildade, o arrependimento, a adoração. Daí sua oportunidade durante a
consagração, nas bênçãos solenes, em certos ritos penitenciais. Em nossas Sessões há momentos em que se solicita que
um ou outro Irmão o faça, isto deve ser feito também de forma respeitosa.
O que importa é que haja unidade. Isso exige espírito de desprendimento, de superação dos próprios gostos e
preferências pessoais. Exige atitude de obediência. Nisso não é possível que cada qual faça o que acha melhor ou de seu
gosto. Nós temos uma linguagem comum também através da Postura do nosso corpo.
Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

Apoio:
- Ritual do Aprendiz Maçom;
- “O Despertar para a Vida Maçônica” (Valdemar Sansão – Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda).

Disciplina – É a observância de preceitos e normas para a ordem que convém


ao funcionamento duma organização. A Maçonaria induz sua prática aos seus
adeptos.

Alfredo P. Cunha
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Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
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Periodontia e Endodotia –

 Acompanhamento Pré-Natal
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Tel: (22) 2643.1786
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Tel: (22) 2643.3504
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Consultoria Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
Vilar dos Teles “Capital do Jeans”

Direção: Ir.: ROSELMO


Gilberto de Souza Jotta
Av. Automóvel Clube, 2560 Advogado
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Galeria São José Tel.: (21) 2751.8264
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Tel: (22) 2647.2457 Cel: (22) 9971.3805

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MAÇÔNICO

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