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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 48–Maio/Junho 2007
Ano VII

EDITORIAL ÍNDICE

P OLÍTICA . Lamentavelmente, é um assunto que vamos tornar a abordar, pois


Pág. 2
 Nos Arquivos de Nicola
não podemos nos omitir diante de situação tão escabrosa, porque temos passado neste
aslan
nosso Brasil.
Os mais diversos (para não dizer todos) setores de atividades sócio/políticas e Pág. 3
econômico/financeiras estão sofrendo uma verdadeira “onda” endêmica de corrupção, onde
políticos desonestos e empresários, não menos que os primeiros, se locupletam na
 Curiosidades
Pág. 4
dilapidação das riquezas do nosso país. É uma calamidade pública!
Nós, cidadãos, já nem sabemos pra quem apelar, ou em quem confiar.  Notícia Relevante
Os corruptos formaram verdadeiras “máfias” tão engendradas e incrementadas de
corrupção (ativa, passiva, ideológica...), que fazem corar os da “Cosa Nostra” italiana, de tão Pág. 5 a 8
despudorada que é nos seus atos. Lá, na Itália, ao menos, o Estado combateu (e combate)
 Para Pensar I e II
tenazmente; aqui temos instituído um “estado corrupto” oficial, em que - vá lá – raríssimas
seriam as exceções.
Pág. 9
E as exceções, quando aparecem, são imediatamente “excluídas” – até mesmo por seus
pares. Isso quando não são eliminadas.  Gr. Dic.Enciclopédico de
A população brasileira, pacífica, ordeira e honesta manifesta uma total perplexidade e Maç. e Simbologia
indignação com toda essa situação. Mas, nós, Maçons, somos parte dessa população. E por (Nicola Aslan)
que não nos manifestamos de fato (não estou falando de manifestos públicos)?  Biblioteca
A nossa Instituição tem a sua história marcada por significativas conquistas de liberdade,
soberania e defesa dos direitos da sociedade e das pessoas; aí incluídas as conquistas na Pág. 10
área política, pois cabe-nos – livres pensadores – analisar os problemas que afetam nossa  Polindo a Pedra Bruta
sociedade e apresentar solução para os mesmos, pois, embora a Maçonaria não se  Pílulas Maçônicas
apresente para tal empreitada como instituição que é, nós, os obreiros da Arte Real, temos
obrigação de fazê-lo.
Pág. 11 e 12
Propostas já existem, sendo divulgadas. Analisemo-las e apoiemos as que melhor se
coadunarem com a nossa consciência e dever moral para com a nossa Pátria.  História Pura

Carlos Alberto dos Santos/ M...M... Pág. 13


 Viagem ao nosso interior

O Pesquisador Maçônico
Pág. 14
Fundação: Janeiro/2001
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.:  Depoimento
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: I.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J Pág. 17a 28
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade • CADERNO DE
de seus autores. TRABALHOS – De
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e Estudos e Pesquisas
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ) – CEP: 28.908 - 235
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br 1
NOS ARQUIVOS DE NICOLA ASLAN

O FOGO E AS LUZES NA LITURGIA MAÇÔNICA


(5ª PARTE e última parte)
(Como devem ser acesas as Velas da Loja)
Nicola Aslan

As maneiras de se acender as velas nas Lojas são as mais variadas possíveis, o que certamente indica a pouca
importância que se concede geralmente a este ato litúrgico. É tarefa secundária entregue, em algumas Lojas, ao Arquiteto,
em outras ao Mestre de Cerimônias, e em outras, enfim, ao Hospitaleiro ou a qualquer outro oficial ou obreiro. Mas, se for
respeitado o simbolismo, o acendimento das velas deve obedecer a um ritual adequado.
Eis o ritual Maçônico adequado, segundo é apresentado por Jules Boucher em sua excelente obra intitulada “La
Symbolique Maçonnique”, para ser executado numa Loja do Rito Escocês Antigo e Aceito:
“O Templo deve ser simbolicamente iluminado por chamas. Deveriam ser encontradas três velas no grau de
Aprendiz, cinco velas no grau de Companheiro e sete no grau de Mestre.
“No grau de Aprendiz, o Venerável e os dois Vigilante deveriam ter, cada um, um candelabro sobre o seu
triângulo; no de Companheiro, o Orador e o Secretário igualmente; no grau de Mestre, o Tesoureiro e o Chanceler também.
“Antes da abertura dos trabalhos, somente o Venerável tem a sua vela acesa; no decorrer da abertura, ele dá a
luz aos dois Vigilantes. E, munidos de suas velas, o Venerável e os dois Vigilantes vêm acender as velas colocadas sobre
os candelabros que lhes são destinados.
“Existem assim seis velas dentro do Templo: três no mundo dos arquétipos (o quadrilongo) e três no mundo
realizado. Mas, para respeitar o simbolismo tradicional, deveriam ser acesas, primeiro, as velas dos três candelabros e que
o Venerável e os dois Vigilantes viessem cada um tomar a Luz em seu candelabro respectivo, já que estes oficiais são o
reflexo do mundo dos arquétipos. As seis velas devem estar acesas durante toda a duração da sessão.
“As velas dos três candelabros deveriam, pela lógica, ser acesas antes mesmo que os Irmãos penetrassem no
Templo e apagadas somente depois que tivessem saído, já que a Luz, emanando do quadrilongo, espalha-se sem
descontinuar.
“Seria desejável que todas as Lojas compreendessem e adotassem este simbolismo e o mantivessem; assim
seria nitidamente acentuada a transcendência do Simbolismo Maçônico”.
Acrescentaremos, como explicação, que arquétipo é uma palavra grega que significa protótipo ideal das coisas,
idéia que serve de modelo em relação a outras. Efetivamente, como afirma Jules Boucher: “O simbolismo é uma
verdadeira ciência que tem as suas regras precisas e cujos princípios emanam do mundo dos arquétipos. Em Maçonaria o
símbolo é constante e latente em todas as suas partes. É preciso portanto pacientemente penetrar-lhe o significado”.
A Maçonaria é, pois, uma ciência que é preciso estudar, que comporta pesquisas e interpretações esotéricas, que
possui uma filosofia, que é preciso entender, que tem uma história que é preciso conhecer, que encerra uma moral que é
necessário praticar.
Lamentando o desinteresse a que o simbolismo tinha sido relegado, Henry Thirlet escrevia: “Não consigo
explicar-me, a não ser como enfermidade do espírito, que se possa negar o valor e a necessidade do simbolismo em nossa
Ordem. Aqueles que se obstinam nesta atitude não se apercebem que negam, ao mesmo tempo, o caráter filosófico da
Maçonaria e que a decapitam de sua virtude essencial”.

Niterói, 30 de maio de 1964.

N.R.: Artigo inédito. Para maiores esclarecimentos, ler explicações na edição de nº 39.

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CURIOSIDADES
O TAMANHO DO UNIVERSO
Por: André Chaves de Melo, Jornal da USP(*)

Um grupo de físicos integrado pela brasileira Angélica de Oliveira Costa, formada no Instituto de Física (IF) da
USP e atualmente na Universidade da Pensilvânia (EUA), anunciou novas evidências sobre o tamanho do Universo. Por
meio dos dados sobre radiação cósmica, fornecidos pelo satélite da NASA Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (Wmap),
a pesquisadora, em conjunto com o inglês Andrew Hamilton e o sueco Mark Tegmark, revelou que o formato do Universo,
curvado, esférico e espalhado por quatro dimensões, dificulta a determinação precisa de seus limites.Especialista em
Radiação Cósmica de Fundo (RCF), elemento originado na explosão primordial ou Big Bang, responsável pela criação do
Universo, Angélica e seus colaboradores analisaram as imagens e dados obtidos pelo satélite Wmap, criado para detectar
as flutuações de temperatura da RCF. O estudo permite definir o tipo de Universo em que vivemos e como os diversos
modelos de interpretação cosmológica podem ser desenvolvidos, incluindo informações sobre o funcionamento do
Universo no início da sua existência, a origem das galáxias e sua estrutura atual.Angélica de Oliveira Costa relata que o
grupo encontrou um novo eixo de distribuição da radiação, compatível com um modelo de Universo finito. Os cientistas
conseguiram determinar algumas características do cosmos, como as quantidades de matéria e energia que o formam, sua
geometria (curvatura local do espaço), topologia (formato geral) e de que forma ocorreu a inflação, súbita expansão do
Universo ocorrida quando ele tinha cerca de 300 mil anos (hoje tem 13,7 bilhões), que permitiu a posterior formação dos
atuais corpos celestes.
Segundo Angélica, a visão de um observador dentro de um universo finito é parecida com a que teria se morasse
em uma sala de espelhos. "Olhando para a direita, o observador veria a sala do mesmo modo que enxergaria se olhasse
para a esquerda, a frente ou atrás", explica. Mas esse universo não é infinito e todas as imagens observadas são, na
verdade, reflexos da mesma sala onde reside o observador".
As primeiras grandes observações da RCF foram feitas pelo satélite Cobe. No fim dos anos 90, uma equipe
formada por cientistas de diversos países criou o projeto Boomerang, baseado no uso de balões para produzir medições 40
vezes mais precisas do que as do Cobe. Em 2000, o grupo concluiu que o Universo está em expansão e provavelmente
continuará se ampliando. "Na prática, os dados do Wmap confirmaram os do Boomerang", afirma Angélica. "A diferença é
que a descoberta de um eixo de distribuição da radiação permite trabalhar com a teoria de que o Universo é finito", explica.
Os resultados do Wmap e as observações de supernovas distantes sugerem que o universo está se expandindo
de forma acelerada, o que implica na existência de uma forma de matéria com pressão negativa, também chamada de
matéria ou energia escura. "Se ela tiver uma presença importante na evolução do Universo, então este se expandirá para
sempre", afirma Angélica. O satélite foi colocado em uma órbita situada a 1,6 milhão de quilômetros da Terra e a Nasa
espera poder contar com seus serviços por mais três anos. Com a observação da radiação cósmica, os cientistas
acreditam que poderão conseguir novos dados sobre a natureza da matéria escura que compõe o cosmos, a inflação e o
formato do Universo.

(*)Enviado por: Ir.: Marco Guimarães, do Or. De Curitiba (PR)

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NOTÍCIA RELEVANTE
A Importância de Uma Academia Maçônica!
Francisco Feitosa(*)

“Um país se faz com homens e livros”

A histórica frase proferida por um dos mais influentes escritores do século passado – José Bento Renato Monteiro
Lobato sintetiza a grandeza do momento atual da Maçonaria Carioca. Quando este ilustre brasileiro imortalizou esta frase
em seus escritos despertou em seus leitores a importância da leitura, sublimou o trabalho dos literatos e enalteceu a
cultura.
A Maçonaria é uma instituição que tem como objetivo a felicidade humana e investe para isso, especialmente, no
aperfeiçoamento de costumes. Combatendo a ignorância, glorificando a Verdade e a Justiça, elevando a criatura humana
aos mais altos patamares evolucionais.
Nossa Ordem como uma escola de aperfeiçoamento de homens por excelência, exalta e promove os movimentos
culturais e sempre, na vanguarda dos acontecimentos, estimula o progresso e a evolução humana em todos os sentidos.
O Rio de Janeiro, ao longo de sua história, tem sido palco de vários eventos culturais e abriga um número sem
conta de instituições que promovem a cultura em nosso estado. Dentro deste escopo, a GLMERJ que sempre primou por
esses valores e, preocupada em incrementar o estudo e a pesquisa nas Lojas jurisdicionadas, levará a efeito a fundação da
Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do Rio de Janeiro.
Está previsto para o último sábado do mês de agosto, dia 25 e, com certeza, será o mais novo centro cultural
carioca espargindo a luz de seus excelsos ensinamentos da Arte Real para todo o mundo maçônico.
Valorosos literatos da Maçonaria Carioca estarão reunidos nessa egrégia Academia, muitos deles já bem
conhecidos na literatura maçônica que, com certeza, enriquecerá ainda mais a Maçonaria brasileira com suas excelsas
obras, estimulando o estudo e a pesquisa.
Uma Academia é muito mais que um prédio onde reúne pessoas. É uma sacrossanta Casa onde se congrega os
pensamentos dos maiores expoentes da cultura de uma sociedade que, inspirados por seus ilustres patronos e intuídos
pelo Grande Arquiteto do Universo cria, ao longo de sua história, um egrégora poderosíssimo e suas influências interagem
positivamente junto ao coletivo humano.
O Povo Maçônico congratula-se à Maçonaria do Rio de Janeiro com a criação do mais novo pólo da cultura
maçônica!
O Rio de Janeiro, privilegiado por sua beleza natural inconteste; pela escolha do Cristo Redentor como a mais
nova maravilha do mundo contemporâneo; por ser a sede dos Jogos Pan-americanos, registra ainda em sua história nesse
ano de 2007, mais uma efeméride com a fundação da Academia Maçônica de Letras, Ciências e Artes do Estado do
Rio de Janeiro.
Um país se faz com homens e livros e a GLMERJ bem soube interpretar e colocar em prática esta sábia frase de
Monteiro Lobato, pois pautando-se em sua doutrina estimula fervorosamente o aperfeiçoamento do homem e, com a
criação dessa Academia, o induz ainda mais à cultura.
Que o Pai Celestial projete sua divina Luz nas mentes desses valorosos Acadêmicos a fim de produzirem, através
de seus escritos, Obras que ilumine e enalteça a cultura em todo o mundo maçônico.

(*)Membro da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes

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PARA PENSAR 1
DIFERENÇA RELIGIOSA
Ir.: Gilson (*)

“Para mim, as diferentes religiões são lindas flores, provenientes do mesmo jardim. Ou são ramos da mesma
árvore majestosa. Portanto, são todas verdadeiras". A frase que você acabou de ouvir foi dita por uma das mais
importantes personalidades do século vinte: o Mahatma Gandhi.
Veja quanta sabedoria nas palavras do homem que liderou a independência da Índia sem jamais recorrer à
violência! Nos tempos atuais, são raros os que realmente têm uma posição como a de Gandhi, que manifestava um
profundo respeito pela opção religiosa dos outros.
Muitas pessoas acreditam que sua religião é superior às demais. Acreditam firmemente que somente elas estão
salvas, enquanto todos os demais estão condenados. Pouquíssimas pensam na essência da mensagem que abraçam, já
que estão muito preocupadas em converter almas que consideram perdidas. E, no entanto, Deus é Pai da Humanidade
inteira. Todos nós temos a felicidade de trazer, em nossa consciência, o sol da Lei Divina. Ninguém está desamparado.
De onde vem, então, essa atitude preconceituosa, exclusivista, que nos afasta de nossos irmãos? Vem de nosso
pensamento limitado e ainda egoísta. Quase sempre o homem acredita que tem razão.
Imagina que suas opiniões, crenças e opções são as melhores. Você já notou que a maior parte das pessoas acha
que tem muito a ensinar aos outros? É que, em geral, as pessoas quase não se dispõem a ouvir o outro: falam sem parar,
dão opiniões sobre tudo, impõem sua opinião. São almas por vezes muito alegres, expansivas, que adoram brincar.
Chamam a atenção pela vivacidade, pelos modos espalhafatosos, pelas risadas contagiantes e pelas conversas em voz
alta. Mas são raras as vezes em que param para escutar o que o outro tem a dizer. São como crianças um tanto egoístas,
para quem o Mundo está centrado em si ou na satisfação de seus interesses.
É uma atitude muito semelhante a que temos quando acreditamos que o outro está errado, simplesmente por ser
de uma religião diferente. É que não conseguimos parar de pensar em nossas próprias escolhas. Não estudamos a
religião alheia, não nos informamos sobre o que aquela religião ensina, que benefícios traz, quanta consolação espalha.
Se estivéssemos envolvidos pelo sentimento de amor incondicional pelo próximo, seríamos mais complacentes e
mais atentos às necessidades do outro. E então veríamos que, na maioria dos casos, as pessoas estão muito felizes com
sua opção religiosa. A nossa religião é a melhor? Sim, é a melhor. Mas é a melhor para nós.
É óbvio que gostamos de compartilhar o que nos faz bem. Ofertar aos outros a nossa experiência positiva é uma
atitude louvável e natural. Mas esse gesto de generosidade pode se tornar inconveniente quando exageramos. Uma coisa
é ofertar algo com espírito fraternal, visando o bem. Mas diferente quando desejamos impor aos demais a nossa convicção
particular. Se o outro pensa diferente, respeite-o! Ele tem todo o direito de fazer escolhas. Quem de nós lhe conhece a
alma? Ou a bagagem espiritual, moral e intelectual que carrega?
Deus nos deu nosso livre arbítrio e o respeita. Por que não imitá-Lo?
Enquanto não soubermos amar profundamente o próximo, respeitando-lhe as escolhas, não teremos a atitude de
amor ensinada por todas as religiões e pelos grandes Mestres da Humanidade..
___
N.: E.: (1) Artigo recebido pela “REDE COLMÉIA”

CLÍNICO E CARDIOLOGISTA

Vilar dos Teles “Capital do Jeans”

Direção: Ir.: ROSELMO Dr. Renato Figueiredo de Oliveira


CRM 52 / 02130-7
Av. Automóvel Clube, 2560
Vilar dos Teles – Rio de Janeiro (RJ) Horário de Atendimento – 15 horas
Galeria São José Tel.: (21) 2751.8264 Marcar consulta a partir de 14 horas pelo telefone
(22) 2643.3741

Consultório:
Rua Silva Jardim, 78 Centro - Cabo Frio - RJ
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PARA PENSAR 2
“Pérolas” Maçônicas
Coré*)

Trabalho pesquisado por Coré  e dedicado a todas as Grandes Lojas Estaduais Brasileiras (CMSB) que têm a
Maçonaria dos EUA como paradigma de “regularidade maçônica”, sendo compostas por maioria de
NEGROS ou descendentes de NEGROS.
Cutucando os “leões com vara curta”: Quero ver as opiniões individuais das Grandes Lojas, ou farão ouvidos
moucos e ficarão na delas, ficando igual ao Lula que não sabe de nada, não viu ou ouviu?

Neste item busca-se apresentar os procedimentos normativos, do passado e do presente, sobre os negros, na sua
maioria, como também alguns sobre índios e amarelos, existentes na maçonaria, coletados pelos pesquisadores Prince Hall. Tais
procedimentos servem como indicadores preciosos do grau de conflito racial que age como uma cunha na sociedade norte-
americana. Tal fratura, apesar de ter causado uma cruenta guerra civil, ainda mantém um potencial explosivo nos dias de hoje. A
tolerância maçônica inter-racial ainda não foi medianamente absorvida pelos maçons dos EEUU.
Possam estes procedimentos, chamados ironicamente de pérolas maçônicas, servir de advertência aos maçons de
outras plagas sobre os perigos do conflito racial e tomada de consciência sobre o abismo que separa os negros dos brancos na
América do Norte. A tolerância maçônica, nos EEUU, se mostra ainda incapaz de servir como amortecedor entre as duas tribos.
As principais pérolas coletadas são as seguintes:
1) Da Grande Loja de Iowa, Procedimentos Normativos de 1852: "Exclusão de pessoas da raça negra está de acordo
com a lei maçônica e as Antigas Obrigações e Regulamentos".
2) Grande Loja de Louisiana, decisão do Grão-Mestre, 1924: "Uma mistura de sangue branco e negro torna um homem
inelegível para os graus da maçonaria".
3) Grande Loja da Carolina do Norte, Constituição, edição de 1915, seção 110, p. 50: "Um candidato tem que ser um
homem branco nascido livre".
4) Grande Loja do Mississippi, Procedimentos Normativos para 1899, p. 43, e Constituição da Grande Loja, edição de
1914, estatui que: "Um Maçom que discute Maçonaria com um Negro deve ser expelido da sua Loja".
5) Grande Loja de Ohio, Procedimentos Normativos para 1857: "Admissão de pessoas de cor seria inconveniente e
tende a estragar a harmonia da fraternidade".
6) Grande Loja de Idaho, Procedimentos Normativos para 1916, p. 16, decisão de Francis Jenkins, aprovada pelo
Comitê de Jurisprudência Maçônica: "Estatui que um candidato deve ser um homem branco".
7) Grande Loja da Carolina do Sul, o "Ahiman Rezon", compilado por Albert G. Mackey, Grande Secretário, afirma:
"...que o candidato deve ser de pais livres brancos."
8) Grande Loja de Nova Iorque,
(a) Procedimentos Normativos para 1851: "I. Não é adequado iniciar nas nossas Lojas, pessoas da raça Negra; e sua
exclusão está de acordo com a lei Maçônica e as Antigas Obrigações e regulamentos, por causa de sua condição social
deprimente; a falta geral de inteligência, que os impossibilita, como um corpo, a trabalhar ou adornar a Maçonaria; a
impropriedade em fazê-los nossos iguais em algum lugar, quando pela sua condição social, e as circunstâncias pelas quais cada
um quase se liga a eles, não acontecendo o mesmo com outros, por não terem de um maneira geral NASCIDO LIVRES..."
(b) Procedimentos Normativos para 1890: "Iniciar Negros em Loja pode quebrar a Fraternidade através do país".
9) Grande Loja de Kentucky
(a) Procedimentos Normativos para 1914, p. 39: "Um homem possuindo 1/8 a 1/16 graus de sangue Negro não pode
ser Maçom".
(b) Constituição, edição de 1919, p. 28: "Um candidato tem de ser um homem branco nascido livre".
(c) Procedimentos Normativos para 1947, p. 139, o Secretário da Loja nº 228 perguntou: "Pode um Católico juntar-se ao
Maçons?". A decisão de Albert C. Hanson, Grão-Mestre, em Opinião nº 45, responde: "Seção 105 do Livro das Constituições
determina que um candidato para a iniciação deve ser um homem branco nascido livre, de 21 anos ou mais e de boa folha
corrida".
10) Grande Loja do Texas, Constituições e Leis, 1948, Artigo XV, p. 34: "Esta Grande Loja não reconhece como legal
ou Maçônico qualquer organização de Negros trabalhando sob qualquer Carta de Reconhecimento nos EEUU, sem acatar o
organismo que outorgou tal Carta, considerando todas as Lojas de Negros como clandestinas, ilegais e não-Maçônicas, e, além
do mais, julgam como altamente censurável o procedimento de qualquer Grande Loja nos EEUU que reconheça tais organismos
Negros como Lojas Maçônicas".
11) Grande Loja de Delaware, Procedimentos Normativos para 1867: Iniciação ou visitação "...de qualquer Negro,
mulato ou pessoa de cor nos Estados Unidos é proibido".
12) Grande Loja de Illinois
8
(a) Procedimentos Normativos para 1851: Uma resolução foi adotada proibindo qualquer iniciação ou visitação de um
Negro em qualquer Loja.

(b) Procedimentos Normativos para 1852: "...que esta Grande Loja se opõe totalmente à admissão de Negros ou mulatos nas
Loja sob sua jurisdição".
(c) Procedimentos Normativos para 1899: "Por esta razão ter Lojas exclusivamente de Negros, poderia ser perigoso
para a boa fama de nossa Ordem. E, associá-los em Lojas com irmãos brancos, seria impossível".
13) Grande Loja do Mississippi
(a) Procedimentos Normativos para 1909: A um candidato foi negado aumento de salário em sua Loja porque ele tinha
sido instruído em seu grau anterior por um Negro.
(b) Procedimentos Normativos para 1914: Porque ele não sabia que era errado, e assim explicou para a Loja, que tinha
visitado uma Loja de Negros por ignorância, um membro da Loja nº 34 foi inocentado de qualquer erro. Por causa deste perdão,
o Grão-Mestre apreendeu a Carta da Loja determinando que o membro deveria ser punido.
14) Grande Loja de Illinois
(a) Procedimentos Normativos para 1846: O Venerável Mestre de uma loja foi punido por ter conferido graus a um
senhor cuja mãe tinha sido uma índia Cherokee e seu pai um mulato
(b) Procedimentos Normativos para 1852: "A Grande Loja de Illinois reprovou um de seus corpos subordinados por ter
admitido um índio meio-sangue americano como visitante, e passou uma resolução proibindo, sob severa penalidade, a repetição
de tal ofensa".
(c) Procedimentos Normativos para 1912: Um Past Master de uma loja, conjuntamente com um ex-Primeiro Vigilante e
outro membro assistiram, como carregadores do caixão, ao funeral de um Maçom Negro. O Past Master foi expulso de sua loja e
os outros dois, suspensos por um ano.
15) Grande Loja de Nova Iorque, Procedimentos Normativos para 1851: Uma resolução foi adotada declarando que
homens da raça Índia na América eram material impróprio para a Maçonaria.
16) Grande Loja de Indiana, Procedimentos Normativos para 1945: O Grão-Mestre da Grande Loja recusou-se a
permitir a iniciação de um senhor chinês sob o pretexto de que ele não era um cidadão dos EEUU.
17) Grande Loja da Província de Quebec
(a) Procedimentos Normativos para 1923: Charles McBurney, Grão-Mestre, informou à sua Grande Loja que recusou
permissão para um grupo de Negros que desejavam estabelecer uma loja na cidade de Montreal.
(b) Procedimentos Normativos para 1927: William J. Ewing, Grão-Mestre, recusou permissão para um grupo de Negros
para erigir uma loja em Montreal.
18) Grande Loja do Texas
Constituição, edição de 1876: Artigo XXXVI, declarou que todas as lojas de Negros eram clandestinas e ilegais.
19) Grande Loja do Mississippi
(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1899: Visto que a Grande Loja de Washington têm declarado que
se Negros estabelecerem lojas e subseqüentemente uma Grande Loja neste Estado, aqueles não considerarão tal fato como
sendo uma invasão deste território Maçônico, a Grande Loja do Mississippi cortou relações fraternais com a Grande Loja de
Washington.
(b) Procedimentos Normativos para 1873: Embora o Grão-Mestre, W.H. Hardy, advertisse sua Grande Loja que em
Nova Jersey permitiu a formação de uma loja em Newark, N.J., cujos membros eram brancos e negros, o alto corpo do
Mississippi não tomou nenhuma ação neste ano, mas o fez em 1909.
(c) Procedimentos Normativos para 1909: Durante o mês de agosto de 1908, Edwin J. Martin, Grão-Mestre, descobriu
que a Loja Alpha nº 116, trabalhando sob a jurisdição da caucasiana Grande Loja de Nova Jersey na cidade de Newark,
funcionava com brancos e negros e visto que o Grão-Mestre de Nova Jersey não renegou a Loja o Grão-Mestre do Mississippi
cortou relações com o alto corpo de Nova Jersey.
20) Grande Loja de Oklahoma
(a) Procedimentos Normativos para 9 de fevereiro de 1910: Simpatizando com a ação da Grande Loja do Mississippi,
como descrito acima, esta Grande Loja cortou relações com a Grande Loja de Nova Jersey por causa da composição racial da
Loja Alpha nº 116, sob a jurisdição da última. Mais tarde, Oklahoma reatou relações, baseado no entendimento de que todos os
maçons de Nova Jersey seriam bem vindos às lojas de Oklahoma, exceto os membros da Loja Alpha nº 116.
(b) Procedimentos Normativos para 14 de fevereiro de 1940: A Grande Loja de Oklahoma, novamente, descobriu a
existência da Loja Alpha nº 116, em Newark, e mais uma vez, cortou relações fraternas com a Grande Loja de Nova Jersey mas
que também foram reatadas a partir de 11 de fevereiro de 1942.
21) Loja Arizona em Phoenix, Arizona: Em 5 de janeiro de 1952, a Associated Press noticiou que o corpo de um
soldado negro, morto na Coréia, tinha sido mantido no necrotério da cidade de Phoenix por cinco semanas, visto que o cemitério,
propriedade da e operado pela Loja Arizona, não teria permitido que o corpo fosse enterrado a menos que três cartas de
requerimento de sepultamento, registradas em cartório, fossem submetidas à consideração se poderia ser enterrado ao lado dos
veteranos brancos no cemitério desta loja Maçônica.
E para encerrar, com chave de ouro, uma pérola do general confederado da guerra civil americana e Sob\Gr\Com\do
Supr\Cons\Jur\Sul dos EEUU - Albert Pike -, considerado o Platão moderno da maçonaria universal, autor do afamado Morals
9
and Dogma, uma das bíblias do Rito Escocês Antigo e Aceito. Seu mais famoso biógrafo e apologista - Duncan - relata que, em
1858, Albert Pike e 11 de seus colaboradores emitiram uma circular conclamando a expulsão dos Negros libertos e mulatos do
Arkansas, citando "a preguiça e bestialidade de uma raça degradada", sua "imoralidade, imundície e indolência" e chamando o
negro "tão desprezível e depravado como um animal".[14]
Walkes afirma que "Albert Pike serviu como Chefe de Justiça da Ku Klux Klan quando era Soberano Grande
Comendador. Tendo sido, também, Grande Dragão para o Arkansas".[15] "Este senhor muitas vezes admitiu como sua opinião
que a Maçonaria Prince Hall era tão regular como a sua e, em algumas circunstâncias, mais ainda, mas era incapaz de
ultrapassar seu preconceito de cor, como expresso na seguinte linguagem: "Eu tomei minhas obrigações para com homens
brancos, não para com Negros. Quando eu tiver que escolher entre Negros como Irmãos ou abandonar a Maçonaria, eu
abandonarei a Maçonaria".[16]
Albert Pike não é estranho ao Grande Oriente do Brasil, pois o arguto Kurt Prober relata que "no correr do ano de 1887
o Grande Oriente do Brasil mandou cunhar uma Medalha em homenagem ao Sob\Gr\Com\Albert Pike do Supr\Cons\Jur\ Sul dos
EEUU, que vai aqui ilustrada, pois é quase desconhecida entre nós, e totalmente desconhecida aos colecionadores estrangeiros.
Nenhum documento foi jamais encontrado alusivo a esta medalha, e nenhuma explicação sobre os motivos que teriam
induzido o Gr. M. Sob. Com. do GOB\Vieira da Silva, a mandar cunhar esta peça na Casa da Moeda do Rio de Janeiro, sabendo-
se apenas, pelas anotações daquela Repartição, que se cunhou UM EXEMPLAR ÚNICO em OURO, certamente mandado para
os EEUU ao Ir\Pike que ainda no princípio de 1887 estivera seriamente doente, de um ataque de "gota", que já não mais lhe
permitia viajar, a ponto de estar morando com sua filha no prédio do Supremo Conselho de Washington, no que chamava de
"THE HOUSE OF THE TEMPLE" (A casa do Templo).
Não há dúvida de ter sido uma homenagem merecida, a prestada a Albert Pike pelo GOB e pelo S.C.BRAS., pois fora
ele, que em horas difíceis lhes tinha dado pleno apoio, em diploma de 5.7. de 1869 (em meu arquivo, veja Nota 76, pg. 142)
declarando publicamente, que se tinha enganado "reconhecendo o Supr\Cons\(irregular) do Gr. Or. dos Beneditinos", e indicando
para representante do S.C.BRAS. nos EEUU o Ir\ John Quincy Adams Fellows, que foi imediatamente confirmado pelo GOB, e
nomeando Pike depois o Ir\Francisco Leão Cohn para seu representante.
O Ir\Albert Pike, nascido na cidade de Boston em 29.12.1809, pode ser considerado, juntamente com George
Washington, como um dos maiores maçons da nação americana, de todos os tempos. Era Jornalista, Editor, Advogado além de
nas guerras dos Estados do Norte contra o México ocupou o cargo de General. Foi o único americano, durante os 244 anos de
história maçônica daquele país, que mereceu o título de GRÃO MESTRE VITALÍCIO. A sua cultura era quase fenomenal, lendo
ele corretamente o Grego, Latim, Sânscrito, Francês e Espanhol, além de falar Alemão, Italiano, Português e diversos dialetos
indus. Os seus poemas eram altamente estimados pelo seu contemporâneo Edgar Allan Poe.
Pois foi Albert Pike que lançou a pedra fundamental para a importância da maçonaria americana e, ao falecer em
2.4.1891, com a idade de 82 anos, recebeu com justiça o cognome de "Patriarca da Maçonaria". E foi este personagem que, em
1.7.1884, escreveu a famosa réplica à bula papal de 20.4.1884 de Leão XIII, conhecida pelo nome de Encíclica HUMANUS
GENUS, que condenava a Maçonaria com toda a violência. Esta resposta revista, foi em 1.8.1884 publicada oficialmente pelo
Supr\Cons\e Pike foi tão acertado e feliz em suas contra-provas, mostrando a inoportunidade e a sem razão da aludida bula que
desde então o Vaticano não mais tomou atitude tão frontal contra a maçonaria universal através de suas bulas papais,
resumindo-se a combater os maçons pela legislação canônica ou outras declarações esporádicas. Portanto, fora bem justa a
homenagem que o GOB e a SCBRAS estavam prestando a Alberto Pike.

(Texto extraído do “Arquivos do Core”).

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10
GRANDE DICIONÁRIO ENC. DE BIBLIOTECA
“CHAVES DA ESPIRITUALIDADE MAÇÔNICA”
MAÇONARIA E SIMBOLOGIA Fernando César Gregório

NICOLA ASLAN

EN-SOF– Palavra cabalística que, na Metafísica judaica,


indica o Absoluto, o Ser do qual nada pode ser dito nem
pensado. Dele emanam os dez Sefirot. Esta palavra é
também escrita sob a forma de Ain-Suf e In-Sof. Em sua
obra “Le Grand Secret”, Maurício Maeterlink escreve a
esse respeito:
“Ao Jehovah da Bíblia, deus único, pessoal, antropomorfo
e criador direto do Universo, o Zohar substitui, ou antes,
superpõe o En-Sof, quer dizer o infinito, o Ayin, isto é, o
Nada, o Antigo dos Antigos, o Misterioso dos Misteriosos,
o Rosto Comprido. O En-Sof é Deus em si, tão Como já afirmava o escritor inglês William
incognoscível, tão inconcebível como a causa ou o Shakeaspeare...”Entre o céu e a terra existem mais
Espírito Supremo dos Vedas, do qual não é mais do que
mistérios que supõe a nossa vã filosofia”; estudar a
uma réplica modificada pelo gênio judaico. Ele mesmo é
espiritualidade e procurar compreender esses “mistérios”,
mais próximo do nada do que o espírito dos hindus, a sua
primeira manifestação, a primeira Sefira, a “Coroa”, é
que vão além da razão, é de fundamental importância.
ainda o nada; é o Ayin dos Ayin, o nada do nada. Não Estimular os obreiros da Arte Real (Maçonaria) a pensar
chamamos nem mesmo “Isto”, como na Índia. nos conceitos de vida e morte é primordial.
“Quando tudo ainda estava envolto nele, diz o Zohar, A Maçonaria, conforme a conhecemos, tem o seu lado
Deus era o misterioso entre os misteriosos. Então, ele prático – exotérico – e o seu lado introspectivo, de
estava sem nome. O único termos que lhe convinha teria estudos reflexivos do comportamento ético/moral, mas –
sido o interrogativo: Quem?” principalmente - do estudo da alma humana (quem
“Não se lhe pode dar outras descrições senão negativas e somos? De onde viemos? Qual o nosso papel neste
contraditórias. “Ele está separado visto ser superior, e não mundo?), ou seja, seu lado esotérico.
está separado. Tem uma forma e não tem forma. Tem O autor faz neste livro uma abordagem muito feliz sobre o
uma forma enquanto estabelece o Universo e não tem tema “espiritualidade” e sua inter-relação com a
forma porque nele não está encerrado”. Maçonaria, deixando de lado um pouco a razão (só um
“Antes do desenvolvimento do Universo, ele não era ou pouco, porquanto a razão tem sempre que prevalecer, de
não era mais do que um ponto de interrogação dentro do forma a evitarmos fanatismos ou conclusões de fundo
nada. Encontramos, portanto, aqui, de saída, a confissão unicamente emotivo, evitando-se a criação dos dogmas
de uma ignorância absoluta, invencível, irredutível. de cunho religioso, ou mesmo filosófico) e segue o lado
O nm-Sof não é mais que um crescimento ilimitado do intuitivo, numa busca contínua do homem na
incognoscível; o Deus da Bíblia é absorvido e desaparece compreensão de sua relação com o divino.
numa imensa abstração; daí a necessidade do segredo. Um livro para ser lido por todos os maçons (de todos os
“Mas esta negação inconcebível, impenetrável, imóvel,
Graus), porquanto não inculca dúvidas, mesmo ao
eterna, precisava, como a Causa suprema das religiões
neófito, que possam suscitar questionamentos e dúvidas,
da Índia, fazê-la sair do seu nada e de sua imobilidade,
quanto ao posicionamento deste tópico sensível para o
fazê-la passar do infinito ao finito, do invisível ao visível, ,
e é aqui que começam as dificuldades. Deus é infinito, isto “homem maçom”, um livre-pensador e, como tal, um ser
é, preenchendo tudo, como, ao lado do En-Sof, o infinito, muito racional.
haveria lugar para o Sof, o finito? Ao contrário, mostra nos diversos tópicos que aborda a
“O Zohar está visivelmente embaraçado e suas necessidade de nos “voltarmos para o nosso interior” e
explicações o desviam longe da humilde e grandiosa descobrirmos como fazer acontecer o crescimento do
simplicidade da teosofia hindu. Repugna-lhe confessar a nosso “Templo interior”, para sermos seres humanos
sua ignorância, quer tudo explicar e, apalpando no melhores.
incognoscível, confunde-se em interpretações muitas A Maçonaria apregoa a crença na eternidade da alma.
vezes inconciliáveis e, quando o solo falta sob os seus Você crê?
pés, recorre a alegorias ou a metáforas para disfarçar a EDITORA Maçônica “A TROLHA” Ltda.
impotência do pensamento ou para dar uma saída Londrina - 2007
aparente ao impasse onde se internou.
Carlos Alberto dos Santos
Editor

11
polindo a pedra bruta

DA TOLERÂNCIA

Com freqüência discutimos o conceito de “tolerância maçônica”. Perdemo-nos


nos meandros das explicações de “até onde vai nossa tolerância” em relação aos atos
praticados por esse ou aquele irmão.
A decantada tolerância maçônica, penso, é a tolerância ligada à liberdade de
pensamento, mormente no que se refere historicamente à liberdade de crença religiosa
que agitava as consciências no período de consolidação das atuais normas da organizada
maçonaria especulativa.
Sem delongas, remeto os companheiros á “Epistola de tolerantia” publicada em
1689, da lavra de John Locke, filósofo empirista inglês, Iluminista (1632/1704).

Renato em Cabo Frio (*Membro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08)..

PÍLULAS MAÇÔNICAS
PRAXES E USOS

• É praxe, pouco usada, que, quando estiverem presentes IIr.: Visitantes, o Chanceler, no momento que a
palavra estiver circulando em sua Col.: (Sul), os nomear e às suas Lojas, cabendo então ao Ir.: Orador, no
final, apenas agradecer suas presenças, sem citar nomes;
• Também é pouco observado que, a partir do fechamento do Livro da Lei, com a palavra de encerramento
do Ir.: 1º Vig.:, não é mais permitido fazer o Sinal de Ordem;
• Somente como último recurso deve-se abrir ou fechar uma sessão,por um só golpe de Malhete, por não
ser este ato ritualisticamente maçônico;
• É impróprio dizer-se que a circulação no Oriente “é feita no sentido horário, circulando o Pav.: Mosaico”,
pois este, a rigor, deve cobrir todo o piso do Templo. O correto é: “circulando o Painel do Grau”.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS E DE INSTRUÇÃO RENASCIMENTO N º 08

Nota do Editor: “In Memoriam”

12
13
HISTÓRIA PURA
História da F.U.D.O.S.I.
(Federação Universal de Ordens e Sociedades Iniciáticas)
Ir.: Valter Sérgio de Abreu

Em Junho de 1908, sob a inspiração do Grão Mestre Gerard Encausse (Papus), com o auxilio do Grão Mestre Victor
Blanchard, se organizou em Paris, um Congresso Espiritualista com o fim de reunir num foro comum, os representantes de
distintas Tradições Iniciáticas (FUDOSI).
Papus era então Grão Mestre da Ordem Martinista e tinha altos cargos em muitas outras organizações Iniciáticas de
tradições Rosa-cruzes, Martinistas, Maçônicas, Iluministas, etc. Este Congresso Espiritualista contou com Paul Veux como
Secretario e ao Monsieur Chacornac como Tesoureiro.
O Congresso se levou a cabo durante as semanas de 7 a 19 de Junho de 1908 no "Palácio das Sociedades Sábias", no
nº 8 da Rua Danton. Distintas publicações esotéricas, tais como "O Véu de Isis", o "Periódico do Magnetismo" e "A Iniciação" se
dedicaram a chamar a atenção sobre a idéia primordial deste Congresso, que era o de reunir pela primeira vez as Ordens
Iniciáticas que, mesmo diferindo em suas técnicas, coincidiam na elevação da alma do ser humano.
Esse Congresso reuniu a Ordem Martinista, a Ordem Cabalística da Rosa Cruz, o Rito Maçônico de Mizraim e outras
fraternidades, constituindo um Secretariado na cidade de Paris. Lamentavelmente, esse Secretariado não pode funcionar por
muito tempo, devido a Primeira Guerra Mundial de 1914. Pior ainda, o motor e líder do Secretariado, o Grande Mestre Papus,
falecia em 1916 devido a tuberculoses que o atacou no campo de batalha.

APÓS A PRIMERA GUERRA MUNDIAL


Logo depois da morte de Papus, o Grande Mestre Victor Blanchard tentou manter aquilo que havia sido começado.
Para isso ele se colocou em contato com Emille Dantinne (Sar Hieronymus), que era o Imperator da Ordem Rosacruz da Europa,
e lhe propôs o estabelecimento de uma associação mundial de todas as organizações de caráter espiritual e iniciático. Desta
maneira, largas negociações se realizaram entre os anos 1930 e 1934 entre os dignitários de diversas Ordens e Fraternidades,
entre outras, com o responsável da Ordem Rosacruz da América do Norte, o Dr. Harvey Spencer Lewis (Sar Alden), quem
sugeriu, no transcurso de uma viagem à Europa, a criação de um corpo organizativo que defenderia as sociedades místicas
reconhecidas como autênticas.
Em 11 de janeiro de 1933, o Grande Mestre Jean Mallinger, aconselhado pelo Grande Mestre Francois Wittemans,
escreveu ao Imperador H. Spencer Lewis da AMORC: "Nos sentimos muito honrados de poder afiliar-nos à eminente Ordem
Rosacruz, da qual você é o chefe e o Guia... Sentiremos-nos muito honrados de poder colaborar com as atividades da AMORC.
Sob a liderança de Sar Hieronymus se organizou um Congresso na cidade de Bruxelas, Bélgica, durante a semana de 8
a 17 de Agosto de 1934. As catorze ordens e sociedades representadas foram as seguintes:
1. Ordem Da Rosa+Cruz Universal
2. Ordem Da Rosa+Cruz Universitária
3. Ordem Pitagórica
4. Ordem Martinista
5. Ordem Rosacruz A.M.O.R.C.
6. Ordem Martinista Tradicional
7. Igreja Gnóstica Universal
8. Sociedade De Estudos e Investigações Templárias
9. Ordem Kabalística Da Rosa+Cruz
10. Ordem De Estudos Martinistas
11. União Synárquica Da Polônia
12. Ordem Da Milícia Crucífera Evangélica
13. Sociedade Alquímica Da França
14. Ordem Da Lys e Da Águia
Depois de 1934, outras convenções confidenciais se levaram a cabo. Em 13 de agosto de 1939 a FUDOSI se reuniu
para tratar o tema da FUDOSFI, organização similar e antagônica liderada por Swinburne Clymer, diretor da Fraternitas Rosae
Crucis. A Segunda Guerra Mundial, que começou em Setembro de 1939, impediu que essas ordens e fraternidades
colaborassem ativamente, assim pagando o preço de extremas dificuldades e perseguições do regime Nazista.

APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Em 1946 se realizou um grande conclave outra vez em Bruxelas, com a presença de inúmeras Ordens Iniciáticas.
Transmitiram-se sublimes mensagens de paz e luminosa esperança pela reconstrução do mundo que emergia da espantosa
guerra. Durante este conclave, tratou-se da necessidade de dirigir em todos os países as Ordens Martinistas e reempossar o
muito ilustre Grão Mestre Agustin Chaboseau, falecido em 2 de janeiro de 1946.

14
Em 14 de agosto de 1951 os Imperadores Grãos Mestres da FUDOSI se reuniram pela última vez. Ficaram plenamente
satisfeitos, reconhecendo que a meta da Federação se havia alcançado. Preparou-se uma proclamação que foi firmada pelos
dignitários executivos da FUDOSI e se anunciou oficialmente a dissolução da citada organização.

O NOME DA FEDERAÇÃO
O nome adotado pelos congressistas foi, em língua francesa, o de "Federation Universelle Des Ordres Et Societés
Iniciatiques" e, em latim, de "Federatio Universalis Dirigen Ordines Societatesque Initiationis", cujas siglas deram lugar à popular
FUDOSI.
A abertura e o fechamento de cada sessão do congresso implicavam em que todos os oficiais, legados ou
representantes, levassem suas regalias, pompas ou insígnias de sua função e que tivessem lugar diferentes saudações e formas
de proceder ritualísticas, participando de toda uma série de iniciações. A maior parte dos oradores e de todos os dirigentes da
convenção era de homens que desempenhavam altas e importantes posições em seus diferentes países, já foram em
instituições de educação, tribunais de justiça e professores, homens e mulheres.
Este grande conclave internacional foi uma ocasião de excepcional contato entre alguns dos representantes visíveis da
Grande Irmandade Branca, por intermédio de seus mais altos oficiais, Imperadores, Hierofantes, Grãos Mestres e membros dos
Conselhos Supremos. Entre os oradores da reunião estava Fr. Wittemans, membro do Senado belga, e autor de uma importante
obra sobre a tradição Rosacruz, denominada "Nova e Autêntica Historia dos Rosa-cruzes".

SIMBOLOGIA DO EMBLEMA DA FUDOSI


O símbolo da FUDOSI foi desenhado pelo Imperator Spencer Lewis da AMORC e aprovado pelos restantes
congressistas. Representa o ovo místico, que no Egito guardava em seu seio todos os mistérios. Levava em seu centro os dois
imãs bipolares representando os dois hemisférios unidos em uma mesma fraternidade espiritual. O emblema agrupa em seu
centro um triângulo e um quadrado inacabados, já que todas as iniciações tradicionais, longe de combater-se, se complementam
admiravelmente para dar ao neófito uma luz única. No meio, a cruz representa a corrente cristã da iniciação, como o quadrado
simboliza a iniciação helênica e o triângulo a Iniciação Martinista.

NOSTALGIA DA FUDOSI
A FUDOSI não existe mais, sem embargo, seu espírito imortal assim segue iluminando porque ela representa um
momento fugaz na história do Esoterismo (1934 a 1951), durante o qual a Grande Loja Branca do Cósmico teve sua contraparte
no mundo material, representada pelos mais altos dignitários.
Por que atrai imediatamente a atenção dos estudantes a menção da FUDOSI? Que misterioso influxo produz esta
palavra no coração dos Iniciados? É que ela mostra a Irmandade que existiu uma vez sobre a Terra entre distintas fraternidades,
e os Iniciados anelam nostalgicamente essa idade de Ouro de congressos esotéricos e conventículos espirituais que mostraram
brevemente que:

OMNIA AB UNO.
_

(*)Texto enviado pelo Ir.: RONALDO COSTA.

15
16
Viagem ao nosso interior
SÓCRATES E A IMORTAALIDADE DA ALMA
Ir.: SÉRGIO MAGALHÃES (*)

No ano 399 antes da era cristã, o Tribunal dos Heliastas, composto por representantes das dez tribos que compunham
a democrata Atenas, reunia-se com seus 501 membros para cumprir uma obrigação bastante difícil.
Representantes do povo, escolhidos aleatoriamente, estavam ali para julgar o filósofo Sócrates.
O pensador era acusado de recusar os deuses do Estado, e de corromper a juventude.
Figura muito controversa, Sócrates era admirado por uns, criticado por outros.Tinha costume de andar pelas ruas com
grupos de jovens, ensinando-os a pensar, a questionar seus próprios conhecimentos sobre as coisas e sobre si mesmos.
Sócrates desenvolveu a arte do diálogo, a maiêutica, este momento do “parto” intelectual, da procura da verdade no
interior do homem.
Seus dizeres “Só sei que nada sei” representam a sapiência maior de um ser, reconhecendo sua ignorância,
reconhecendo que precisava aprender, buscar a verdade. Por isso foi sábio, e além de sábio, deu exemplos de conduta moral
inigualáveis.Viveu na simplicidade e sempre refletiu a respeito do mundo materialista, dos valores ilusórios dos seres, e das
crenças vigentes em sua sociedade.
Frente a seus acusadores foi capaz de lhes deixar lições importantíssimas, como quando afirmou: “Não tenho outra
ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens
do que da perfeição de vossas almas.”
O grande filósofo foi condenado à morte por cerca de 60 votos de diferença. A grande maioria torcia para que ele
tentasse negociar sua pena, assumindo o crime, e tentasse livrar-se da punição capital, com pagamento de algumas moedas.
Com certeza, todos sairiam com as consciências menos culpadas.Todos, menos Sócrates que, de forma alguma, permitiu-se ir
contra seus princípios de moralidade íntimos. Assim, aceitou a pena imposta.
Preso por cerca de 40 dias, teve chance de escapar, dado que seus amigos conseguiram uma forma ilícita de dar-lhe a
liberdade.Não a aceitou. Não permitiu ser desonesto com a lei, por mais que esta o houvesse condenado injustamente.
Mais uma vez exemplificou a grandeza de sua alma. E foram extremamente tranqüilos os últimos instantes de Sócrates
na Terra. Uma calma espantosa invadia seu semblante, e causava admiração em todos que iam visitá-lo.
Indagado a respeito de tal sentimento, o pensador revelou o que lhe animava o espírito: “Todo homem que chega
aonde vou agora, que enorme esperança não terá de que possuirá ali o que buscamos nesta vida com tanto trabalho! Este é o
motivo de que esta viagem que ordenam me traz tão doce esperança.”
Sim, Sócrates tinha a certeza íntima da imortalidade da alma, e deixou isso bem claro em vários momentos de seus
diálogos.
A perspicácia de seus pensamentos e reflexões já haviam chegado a tal conclusão lógica.O grande filósofo partia, certo
de que continuaria seu trabalho, de que prosseguiria pensando, dialogando, e de que desvendaria um novo mundo, uma nova
perspectiva da vida, que é uma só, sem morte, sem destruição.
O Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, indagou aos imortais: “No momento da morte, qual o sentimento que
domina a maioria dos homens? A dúvida, o medo ou a esperança?”
Ao que os Espíritos lhe respondem:“A dúvida para os descrentes endurecidos; o medo para os culpados; a esperança
para os homens de bem.”
Que possamos todos, a exemplo de Sócrates, deixar este mundo com o coração repleto de esperança.

(*) Membro da Loja “União Barão de Pilar” (GOIRJ)

__._,_.___

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DEPOIMENTO
PROCURA-SE UM VENERÁVEL... OU UMA VENERÁVEL
Ir.: Coré

Procura-se um Venerável - Não precisa ser perfeito, mas que não seja medíocre. Não precisa ser Gr .'. 33, basta
ser Mestre Maçom. Não precisa ter imensa cultura geral, mas que tenha sabedoria, força e beleza maçônicas. Precisa
gostar de aprender e ter imensa vocação para ensinar. Não precisa ser um eloqüente tribuno, mas deve saber falar, calar e
principalmente agir certo nos momentos certos . Precisa saber sorrir e não ter pejo de chorar pela infelicidade e a dor
alheia. Deve conhecer e reconhecer suas limitações e fazer de tudo para superá-las.
Procura-se um Venerável - Que não seja infiel, vazio ou libertino; que ame a liberdade. Que goze com moderação
e sem ostentações dos prazeres da vida. Que tenha infinita crença em Deus, devotamento à Pátria e infinito amor à família.
Procura-se um Venerável - Com disposição indomável para combater o vício, a corrupção, o crime, o lucro fácil e
suas próprias ambições pessoais. Que seja sempre encontrado ao lado dos enfermos, fracos e famintos de pão e de
justiça. Que respeite seu próximo, independentemente de cor, posição social, credo ou idealismo político. Que respeite e
que lute pelo respeito ao meio-ambiente, como a única forma de garantir a existência da vida no planeta.
Procura-se um Venerável - Para amparar e ouvir seus Irmãos, guardando como segredo suas confissões e
fraquezas, mas enaltecendo para todos as suas virtudes. Que conheça e goste de cumprir a ritualística maçônica do seu
Rito. Que combata o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os erros, as más lendas e invencionices
maçônicas.
Procura-se um Venerável - Que não encerre os trabalhos com "um só golpe de malhete", para não golpear a
egregóra (?) da Loja. Que faça Pompas Fúnebres para os Irmãos que partiram para a Maçonaria Celeste; que faça Adoção
de Lowtons, se preocupando com os mesmos; que realize Loja de Mesa, Confirmações de Casamentos e Sessões Magnas
Cívicas, com a presença de não maçons, para difundir ao mundo o ideal maçônico.
Procura-se um Venerável - Não precisa ter alto "status", mas que seja despido de tolas vaidades. Deve saber
perdoar e muito mais saber pedir perdão.
Procura-se um Venerável - Para incentivar com seu próprio exemplo de trabalho os trabalhos filantrópicos, sociais
e educativos da Maçonaria junto à coletividade. Que procure inteirar-se da educação e cultura dos nossos sobrinhos que,
incentivados e conscientizados, deverão ser os maçons do amanhã, para que a Maçonaria sobreviva altaneira e útil, no
tempo e no espaço.
Procura-se um Venerável - Não precisa ser financeiramente rico, mas não pode ser espiritualmente pobre. Precisa
ser puro de sentimentos e deve ter como o grande ideal de sua vida a Maçonaria. Deve prestar auxilio e socorro por
intermédio da sua Loja aos Irmãos visitantes, fazendo com que eles se sintam como se estivessem em suas própria Lojas.
Procura-se um Venerável - Que não valorize os paramentos luxuosos. Que goste muito mais de encargos do que
de cargos e altas pompas e que desempenhe com abnegação e fidelidade todos os encargos do cargo.
Procura-se um Venerável - Que imitando o apóstolo Pedro, seja e ensine a seus obreiros serem pescadores de
homens no mundo não maçônico, para transformá-los em Construtores Sociais e Cidadãos do Mundo. Que não viva preso
às lendas e histórias da Maçonaria no passado, mas que a ajude a escrever hoje a mais bela página do presente a serviço
do nosso povo.
Procura-se um Venerável - Que aceite abertamente em sua Loja, como princípio fundamental da Maçonaria
Universal, Irmãos e Irmãs em igualdade de direitos e deveres, independentemente de tratados e acordos internacionais ou
não, visto que todos eles foram igualmente iniciados nos TEMPLOS DO G.'. A.'. D.'. U.'. e neles receberam Sua LUZ. Que
entenda e que faça seus obreiros entenderem que reconhecimentos maçônicos, landmarques e outras paranóias só
servem para manter brasileiros separados por tolos preconceitos, exatamente no momento em que o Brasil está mais do
que nunca precisando da sua Maçonaria ativa, forte e vigilante como o era no passado.
Procura-se um Venerável - Que após o término do seu mandato, decline de ficar no Oriente, dando palpites ao
lado do novo eleito, e se ofereça com toda a humildade para ser o Cobridor da Loja, tendo em vista que é quem melhor
conhece os Irmãos do quadro.
Procura-se um Venerável ou uma Venerável - Que nos abrace por três vezes três, sorrindo ou chorando conosco,
ou ainda, enxugando nossas lágrimas, mas nos dando a todo instante a inabalável certeza que a Maçonaria é realmente a
iluminada Escada de Jacó, que eleva o homem da Pedra Bruta à Presença da Mente Cósmica Universal, recebendo e
distribuindo LUZ!

18
GR∴OR∴INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO
FILIADO A CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL
Personalidade Jurídica em 25 de Fevereiro de 1975
Rua Teotônio de Brito, 360 - 1º andar – CEP:21.073-080 – Olaria – RJ Telefax: 2260-1998 /
e-mail:goirjgm@yahoo.com.br
G∴O∴I∴R∴J∴ 30 Trinta Anos de Fundação
NOTÍCIAS DO GOIRJ
Palavra do Grão Mestre do G. .O. .I. .R...J... (Triênio 2005-2008)
. . .

HÉLITON GOMES TEIXEIRA


No dia 24 de junho de 2005 recebemos a grande responsabilidade de darmos
seqüência aos 31 anos de sucesso da nossa querida e amada Potência Maçônica que como
podem observar percorreu todo esse período com destaque e principalmente com o cumprimento
de nossa missão precípua que é tornar feliz a humanidade pela tolerância, pelo aperfeiçoamento
do homem, pelo respeito as leis e as autoridade constituídas, pela crença do G...A...D...U....
Das metas traçadas; faltando ainda um ano para o término no nosso governo:
1 - ADMINISTRAÇÃO
1-1) Informatização das rotinas e procedimentos das secretarias – Já implantados, inclusive com a
compra de novos computadores etc;

1.2) Aperfeiçoamento do sistema de identificação dos Irs... – Implantado com sucesso;


1.3) Elaboração de metas e objetivos para grandes secretarias e reuniões periódicas para análises e cumprimentos – Implantadas inclusive
reuniões nas Lojas da Obediência dando conta do trabalho e recolhendo sugestões.
Todas as METAS foram implantadas com sucesso, desde a aquisição de modernos equipamentos, até as modificações da parte física
das secretarias, bem como móveis e utensílios;
2 – RITUALISTICA
2-1) Manter em estoques rituais dos graus simbólicos à disposição das Lojas;
2-2) Incentivar e incrementar a participação de Ir... do GOIRJ e de POTÊNCIAS regulares a promover instruções e palestras constantes;
2-3) Incentivar os órgãos de assessoramento ritualístico;
2-4) Apoiar, incentivar e incrementar as ordens paramaçônicas, tais como BETHEL e CAPÍTULO DEMOLAY;
2-5) Apoiar, incentivar e incrementar o crescimento dos graus filosóficos;
Também cumpridas as METAS, inclusive com sessão de instalações tanto de secretarias, bem como Templos para o trabalho dos
graus Filosóficos, DEMOLAY e FILHAS DE JÓ (BETHEL);
3 – FINANÇAS
3-1) Elaborar em conjunto com órgãos competentes, um melhor ordenamento mensal das receitas e despesas da potência;
3-2) Criação e reavaliação de fontes de receitas alternativas para o GOIRJ;
Perfeitamente cumpridas, mostrando inclusive a viabilidade financeira e econômica da instituição com transparência total na prestação
de contas, se necessário, diária, através da Internet;
4 – PATRIMÔNIO
4-1) Elaborar um plano de estudo do melhor aproveitamento do espaço de nossa sede;
4-2) Criar e executar um plano de conservação e manutenção da nossa sede;
4-3) Estudar a viabilidade de alternativas para mudança da sede;
Visivelmente cumpridas, com reformas e um grande investimento em mão de obra e material, sem custo adicional para nenhuma loja
jurisdicionada, com exceção do 3º item que até o momento não pudemos viabilizar;
5 – DESENVOLVIMENTO
5-1) Incentivo à criação de novas lojas, sem redução de quadro de Irs... e de lojas existentes;
5-2) Manter e incrementar o relacionamento de mútua convivência com as potencias regulares;
5-3) Incrementar o relacionamento mais dinâmico e atuante entre os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) da Potência;
Consideramos esse item no principal e efetivo crescimento da GOIRJ, pois conseguimos colocar em funcionamento 03 (três) Lojas já
existentes que estavam adormecidas, como a fundação de outras 8 (oito) Lojas.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE OBREIROS:
Julho de 2005-Dezembro de 2006= 37,79%; Dezembro de 2006-Abril de 2007= 58,90%;Julho de 2005-Dezembro de 2007(projeção com novas
Lojas)= 162,40%.
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE LOJAS:
Julho de 2005-Dezembro de 2006=43,47%; Julho de 2005-Abril de 2007= 43,47%; Julho de 2005-Dezembro de 2007(Com instalação de novas
Lojas)=73,91%.
Assim sendo, nesses 33 anos, número tão expressivo e importante na nossa filosofia maçônica, parabenizamos, desde os Grão-Mestres, Grão-
Mestres Adjuntos, Veneráveis Mestres, Vigilantes e todos os Irmãos, componentes de todas as Lojas jurisdicionadas, desde a nº 01
(LIBERTADORES) até a nº39 (HELIÓPOLIS), inclusive às diversas outras que estão em fase de instalação.
Parabéns a todos, e agradecimentos fraternais e sinceros pelo trabalho, apoio e presteza que sempre emprestaram ao Grão-Mestrado.
Fraternalmente,
19
HÉLITON GOMES TEIXEIRA

GR∴OR∴INDEPENDENTE DO RIO DE JANEIRO


FILIADO A CONFEDERAÇÃO MAÇÔNICA DO BRASIL
Personalidade Jurídica em 25 de Fevereiro de 1975
Rua Teotônio de Brito, 360 - 1º andar – CEP:21.073-080 – Olaria – RJ Telefax: 2260-1998 /
e-mail:goirjgm@yahoo.com.br
G∴O∴I∴R∴J∴ 30 Trinta Anos de Fundação

NOTÍCIAS DO GOIRJ

GOIRJ Comemora 33 Anos de Fundação

Com uma belíssima cerimônia e uma festa excelente, os IIr.: do quadro do GOIRJ, assim como diversos
II.: visitantes, puderam comemorar os 33 anos de fundação deste Grande Oriente Independente do Rio de
Janeiro.
Sua história começa, quando diversos Maçons fundaram a Loja “Libertadores”, fato este ocorrido em
12 de setembro de l973 (foi instalada em 8 de dezembro do mesmo ano).
Por ATHOS VIEIRA DE ANDRADE, Grão-Mestre do Grande Oriente de Minas Gerais e Presidente do
Colégio de Grãos-Mestres da Maçonaria Brasileira, foi a Loja “Libertadores” adotada por aquela Potência.
Em seguida, mais duas Lojas foram fundadas: A “Luz da Razão” e “Independência ou Morte”,
dando assim condições para a criação do Grande Oriente Independente do Rio de Janeiro, já que o Grande
Oriente de Minas Gerais, desligara as três Lojas para que fosse fundada a nova Potência.
No dia 24 de maio de 1974, na sede dessas Lojas, sob a Presidência do Maçom ROMULADO
SANTOS COSTA, foi fundado o “Grande Oriente Estadual Autônomo, Independente e Soberano do Rio
de Janeiro”.
Na mesma reunião, foi distribuída a minuta dos estatutos desse novo Grande Oriente e suspensos os
trabalhos para que os presentes, dele pudessem inteirar-se; reiniciados os mesmos, após discussão, foram os
estatutos aprovados. Ficou consignado, em resumo: Potência Maçônica de direitos privados, autônoma, podendo
filiar-se a outras organizações confederadas. Segue-se por uma constituição própria, posteriormente promulgada
no cartório de registro civil.
Por esta ocasião, foi escolhido e eleito como o primeiro Grão-Mestre provisório, PAULO RODARTE
DE FARIAS MACHADO, cuja posse solene ocorreu no dia 26 de julho.
O GOIRJ cresce quali / quantitativamente em termos exponenciais, com a preocupação de dar
regularidade a si mesmo, às Lojas filiadas e aos obreiros, tanto pela Origem quanto pelo Princípio.
É regular de origem, pois foi adotado inicialmente, com a primeira Loja fundada – a “Libertadores” -,
pelo “Grande Oriente de Minas Gerais”; é maçonaria Regular perante grande número de Grandes Lojas e
Grandes Orientes de outros Estados Internacionais, e seus membros foram iniciados regularmente.
O GOIRJ tem poderes Autônomos, Independentes, Soberanos e Jurisdicionais sobre as Lojas Filiadas, e
é o único a Governar os três Graus Simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
O Palácio Maçônico do GOIRJ ocupa na Rua Teotônio de Brito, 360- Olaria / TJ (SEDE PRÓPRIA),
1.435m2 no 1º andar, compreendendo Hall – com 170m2 -, salas de Depto. Feminino – 40m2 -, Capítulo
DeMolay – 20m2 -, Capítulo Bethel “Susie Holmes” – 20m2 -, Gabinete do Grão-Mestre e Grão-Mestre Adjunto
– 30m2 -, conjunto de salas para Grandes Secretários – 80m 2 -, cantina – 95m2 -, três Templos Sagrados, a saber:
Templo GINO GAUDIOSO – 140m2- Templo Ir.; JOACIR PERDIGÃO – 115m2 – e Templo Ir.: PEDRO
CORREIA PORTO – 95m2 -, salão de festas – 330m2, além de banheiros, Câmara de Reflexão e 17 salas para
secretarias das Lojas que aqui funcionam, com um total de 300m2.
A aquisição desse precioso patrimônio foi feito através da compra por preço simbólico do nosso 2º
Grão-Mestre ISAÍAS DE SOUZA MACIEL, a quem muito agradecemos, pois só assim, com certeza, pudemos
alcançar tamanho sucesso, nesses 33 anos!

20
CADERNO DE
TRABALHOS

21
PROPONDO FUTUROS IRMÃOS
(2ª Parte)
(Perfil de um Proposto)
Ítalo
Aslan/M.:M.:
Instado a delinear o perfil de alguém que poderá vir a ser um possível candidato à Iniciação, esbarramos nos conceitos
psicológicos de “personalidade” e “caráter”.
Os traços de personalidade e de seu caráter são importantes para uma futura admissão aos nossos chamados “augustos
mistérios”. E para penetrar e fazer parte desses “mistérios” há que ser um Iniciado, um “muste” , alguém que virá participar de segredos
e coisas secretas, tendo, para tal, que “fechar a boca”, “muein”, palavra grega exatamente com este sentido, “fechar a boca”, e que,
provavelmente, deu origem à palavra “mustirion”, rito religioso em que só um “muste” tomava parte, em busca de salvação.
Para se descobrir uma possível tendência a essa “busca”, não há outro método a empregar que não seja o da entrevista, o
da conversa “olho no olho”. A exemplo dos médicos que examinam seus pacientes e lhe perscrutam o âmago, ou do psicólogo que
investiga com minúcias a mente de seus clientes, invadindo-lhes a alma, o proponente de um profano deve se “travestir” de médico ou
psicólogo. É evidente que as nossas intenções são mais modestas, sem a pretensão de descobrir futuros santos. Queremos
simplesmente achar ou reconhecer possíveis futuros Irmãos, na tentativa de “reunir o que está esparso” e, juntos com eles, tornarmo-
nos menos imperfeitos, exercitando a fraternidade que sempre brota com naturalidade entre seres de índole honesta e boa vontade.
Diferentemente do que acontece na seleção de candidatos a um emprego, seja em que setor de atividades for, a escolha de
nossos candidatos não segue um método científico pré-estabelecido. Não nos vemos aplicando testes de personalidade como o famoso
teste de Rohrschach (e suas curiosas manchas de tintas) a um profano. Seria bem engraçado e com risco de se chegar às raias do
ridículo. Impensável! O nosso método está ligado mais à intuição. É intuitivo por excelência. E dependerá muito do “analista” que existe
em cada um de nós. As chances de errar são grandes, como o são as dos testes científicos. Estaremos então desafiando a
personalidade de nosso possível afilhado. Vamos tentar descobrir o que pode haver debaixo de sua “persona”, radical que em latim
designava a “máscara” que o ator de teatro usava na antiguidade no desempenho de seu papel. Em nossa atuação na sociedade,
todos estamos revestidos com a nossa “máscara”, a nossa “persona”. Não é tarefa fácil revelá-la. Mudamos ao longo de nossa vida,
modificando a personalidade, imposta pela situação social, evoluindo sempre, desde a infância até a velhice, trocando as “máscaras”,
mudando as “personae”.
Quanto ao caráter, esta palavra vem do grego “kharakter” e dá a idéia de uma letra, de um distintivo, de um sinal gravado ou
cunhado, servindo também, por extensão, para identificar o perfil psicológico da individualidade, expondo seus aspectos e traços
particulares.
Segundo os psicólogos, personalidade e caráter variam ao longo da vida de um indivíduo, desde a sua infância até a velhice.
Isto é verdadeiro, segundo eles, mesmo para os casos em que situações patogênicas não são consideradas, quer dizer, para
indivíduos que não foram afetados por qualquer alteração de sua personalidade ou de seu caráter por situações graves de
enfermidades. Evidentemente que pessoas acometidas de disfunções hormonais importantes têm o seu traço de caráter alterado, bem
como aqueles que passaram, em algum período de suas vidas, por determinadas situações de desconforto ou turbulência social, as
quais imprimiram em seu caráter ou personalidade traços específicos que poderão ser negativos.
É claro que, em nossa busca por futuros Maçons, nem sempre conhecemos ou podemos conceber a intimidade de suas vidas
pregressas e suas nuances mais delicadas, mas poderemos saber dos seus efeitos, se eles tiverem sido perniciosos. Um malfeitor, um
criminoso ou um estelionatário geralmente deixa rastros, além do mais em se tratando dos nossos objetivos e do cuidado que devemos
ter nesse aspecto.
Observando ainda que a escolha sempre se faz, e não deve ser de outro modo, no âmbito de nossos conhecidos mais
próximos, pois a possibilidade de conhecer o âmago de sua alma, de sua personalidade e de seu caráter é maior. Pequenos defeitos,
desde que não sejam de aspecto moral, não devem ser considerados, se é que somos capazes de julgar o que são “defeitos”. Quem
não os tem que “atire a pedra”. O nosso velho jargão “livre e de bons costumes” é um bom parâmetro que pode ser usado. E é bom
lembrarmos outra vez: não estamos à procura de santos. Estes não mais precisam da Maçonaria.
Hipocrisias à parte, convidemos os pecadores, como nós, os pequenos pecadores. E que pecadores seriam esses que os
mais radicais poderiam condenar e apontar o dedo inquisitorial? Seriam aqueles que possuem pequenas vaidades? Ou aqueles que,
por serem mais idosos, vez por outra são mais irascíveis? Ou os fumantes? Ou aqueles que por vezes falam demais? Ou os que
gostam, com moderação, de tomar sua cervejinha ou seu copo de vinho? E aqueles nos quais a inveja ou o ciúme enublam um pouco,
só um pouco, o seu espírito por vezes muito competitivo? E aqueles de discursos fáceis e cheios de idéias, mas que na hora de
ajudar...? Eis aí os “pecados” mais freqüentes, pecadilhos, convenhamos. Todos conhecemos, Maçons e profanos, os sete pecados
capitais. Sem querer, lá foram, quase todos eles, aparecendo ao longo dessa descrição, aos quais ousamos chamar de pecadilhos. E a
Maçonaria, instituição constituída de seres humanos, dotados de virtudes e vícios, admite essa dicotomia.
Diferenças à parte, temos, na maioria das vezes, excelentes Irmãos. Ajudam, são fraternos, preocupam-se com o destino de
nossa Ordem e da sociedade de um modo geral. Apesar desses pecados, estão entre nós... somos nós. E é bom que estejam. É
saudável que vivamos juntos. Há uma permuta proveitosa nessa simbiose. Amenizam-se os vícios e realçam-se as virtudes. É como se
fora uma membrana semipermeável entre dois recipientes: através dela passam as virtudes que enobrecem um lado; os vícios, retidos
no outro, são posteriormente descartados.
A chance que temos de nos aprimorar é grande em nossa Instituição. A Maçonaria surgiu, todos sabemos, há algumas
centenas de anos, numa época de completa degradação moral, intelectual e espiritual. Apareceu com o propósito de ser uma
Sociedade para Reforma de Conduta, e continua sendo, ensinando-nos a “morrermos para o vício, os erros e as paixões”, objetivo do

22
Mestre Maçom, “consagrado à firmeza de caráter, à moral que não transige com o dever e faz do Iniciado um ser que se sobrepõe a si
mesmo”, como ensina o nosso ritual.
O GRAU DA MARCA
Ir.: Wagner Veneziani Costa (*)
Irmãos, recebam as minhas Cordiais Saudações!!!
O Grau da Marca tornou-se uma Ordem Independente (Regular) na Inglaterra.
Podemos afirmar que o Grau da Marca é uma seqüência do terceiro grau, contendo profundos significados simbólicos e
filosóficos e está ligado à construção do Templo do Rei Salomão. Apesar que a escolha da Marca era uma parte importante em
acréscimo ao Grau de Companheiro.
Na construção do Templo do rei Salomão foram empregados mais de 110 mil operários e para que eles pudessem ser
identificados por seus Oficiais Superiores - para que cada porção de seu trabalho pudesse passar pelo mais cuidadoso exame e
para que cada Artífice pudesse receber com pontualidade a recompensa pela sua obra e habilidade - esse grupo imenso de
trabalhadores foi dividido em 1.100 Lojas de Companheiros e de Aprendizes, estando estes últimos sob a superintendência dos
primeiros, que lhes ensinavam o ofício; e a todos estes presidiam 3.000 Menatschim, Supervisores ou Mestres - Três em cada
Loja.
Cada um desses homens (Aprendizes, Companheiros e Mestres) recebia um salário. E para que não recebessem em
duplicidade, ou que não recebessem mais do que lhes era devido, criaram uma Marca para cada um dos operários e esses por
sua vez, tinham que esculpí-las ou gravá-las numa pedra talhada. Os Mestres da marca eram conhecidos como "Artífices
Perfeitos". Deste seleto grupo eram escolhidos os Supervisores. Adoniran, que era Supervisor, foi selecionado para preencher a
vaga decorrente da morte de Hiram Abiff. Adoniran era, de fato, o Supervisor Chefe dos operários empregados nas florestas do
Líbano.
Tantos os Artífices como os demais, certamente, recebiam seus salários no Templo: Os Aprendizes recebiam seus
pagamentos em trigo, vinho e óleo; os Artífices em espécie.
O Supervisor conhecia "bem" a Marca de cada um dos seus operários. Era assim, que o exame do trabalho
apresentado era comparado com as plantas. Se a pedra estivesse correta e em conformidade às plantas, o Supervisor apunhava
sua própria Marca sobre a peça examinada e aprovada. Que logo era içada e instalada em seu lugar. Além da Marca do
Supervisor indicar a exata localização da pedra, um malho de madeira era tudo o que era necessário para alinhá-la, firme e
permanentemente, em sua devida posição.
Assim, as Marcas dos Maçons (pedreiros) representavam uma ajuda fundamental no gerenciamento das funções
administrativas, financeiras, produtivas e de controle de qualidade. A Marca era portanto a identidade (assinatura) daquele
operário específico. Os progressos e a eficiência na construção dependiam então, de uma boa comunicação e de bom
relacionamento entre os trabalhadores, do respeito aos administradores, além do entusiasmo e prazer no trabalho. Todas estas
qualidades dependiam, por sua vez, da Marca dos Maçons.
A história antiga nos dá conta de que a colocação de uma marca em um produto acabado não era uma prática restrita
aos pedreiros. Podemos encontrá-las facilmente nas Cerâmicas gregas, egípcias, romanas; em obras de ouro e de prata etc. Na
Irlanda, Inglaterra e País de Gales, Marcas de Maçons podem ser encontradas em pedras de Catedrais, Igrejas, Castelos e
outras edificações medievais.
Douglas Knoop descreveu: "Ponte entre a Maçonaria (da Marca) Operativa e a Especulativa, com uma das pontas - a
do lado Operativo - bem apoiada na Escócia, e a outra - a Especulativa - na Inglaterra."

(*) V.; M.: da Loja de Marca “Madras nº 3”


Wagner@madras.com.br
N.:E.: (1)-Bibliografia: O Grau da Marca de David Mitchell - Madras Editora 2005;
(2)- Artigo enviado pelo Ir.: Ronaldo Costa (M.:I.: da Loja “Antônio Monteiro Martins / GLMERJ)

Novos Tempos - Serviços & Contabilidade Ltda.


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23

Direção Ir ∴ Wilson Santos - Loja Adonai 1377 - GOERJ


O ARCO REAL E O REAL ARCO
Ir.: Carlos Alberto Azevedo Lins(*)
Segundo o Ir.: Gilson da Silveira Pinto, numa tradução a um artigo do Ir.: Michel L. Brodsky, é universalmente conhecido
que até a metade dos anos 1720, somente eram trabalhados dois Graus da Maçonaria Operativa na Inglaterra. Um terceiro Grau
é detectado por alusão em alguns documentos, e aparece pela primeira vez – quase que da forma atual – em 1730, com a
famosa revelação “A MAÇONARIA DISSECADA”, escrita por Samuel Pritchard.
O Ir.: João Guilherme C. Ribeiro, em um artigo para a revista “Engenho & Arte”, nº 5, escreveu que, na publicação,
Pritchard fez um relato dos procedimentos completos da Iniciação de novos membros, nos três Graus da Maçonaria.
Temendo a infiltração de impostores nas Lojas, a Primeira Grande Loja da Inglaterra produziu mudanças nos trabalhos
ritualísticos. Essas mudanças abandonavam a inspiração cristã, tão enraizada nos costumes, e causaram desagrado a muitos,
tanto que resolveram permanecer afastados. Daí, para a formação de grupos opositores foi um pulo. Surgiram, entre outros, a
“Grande Loja de Toda a Inglaterra em York”, “Os Maçons Honorários”, “Os Maçons Reais”e “Os Miseráveis Maçons Casca de
Ferida”.
Mas a maior opositora da “Primeira Grande Loja” (nota: “Grande Loja de Londres) foi a “Grande Loja da Inglaterra”,
de acordo com as Antigas Instituições – Os “Antigos” – que foi formada pelos irlandeses e demais classes que tiveram a
admissão recusada pela Primeira Grande loja.
Na verdade, as diferenças entre a ritualística dos “Antigos” e dos “Modernos” não eram profundas, a não ser pelo fato
dos “Antigos” adotarem o Arco Real.
O Ir.: Gilson da S. Pinto diz que as alusões ao Arco Real apareceram antes de 1750, mas as primeiras referências
definitivas foram achadas nos anos 1750, e em 1766 foi criado o Grande Capítulo do Arco Real, provendo os Capítulos do
Arco Real – que vieram sob sua autoridade a partir de 1769 em diante – com um corpo governamental, e uma existência
administrativa autônoma.
Os manuscritos dos Rituais do Arco Real, que estão em nosso poder hoje em dia, foram escritos depois de 1780, mas
o conteúdo da lenda, ou alguns de seus fragmentos, como são narrados agora, já eram conhecidos e usados muito antes
daquela data, e em outros Rituais Maçônicos, embora não fossem necessariamente aqueles comumente usados e conhecidos
na Inglaterra.
Na continuação do relato do Ir.: João Guilherme C. Ribeiro, a origem do Arco Real tem sido atribuída à Irlanda, à
França, à Escócia e à própria Inglaterra.
Desde o início, o Grau de Maçom do Real Arco é tido como a complementação do Grau de Mestre maçom. Laurence
Dermott considerava o Real Arco como “raiz, coração e cerne da Maçonaria, a perfeição e a consumação do Terceiro Grau.
A Grande Loja dos antigos adotou de tal maneira o Grau que passou a ser conhecida como a “Grande Loja dos Quatro
Graus”.
O Ir.: Leo Zanelli, MI, numa tradução de JW Kreuzer-Bach, no trabalho intitulado “Três que são Quatro...”, publicado
pela “Engenho & Arte”, nº 7, escreveu que devemos ter em mente que a introdução dos Graus e Ordens estava tornando-se um
verdadeiro “fenômeno”. Os Graus que chegaram até nós, ou aqueles dos quais conhecemos alguma coisa sobre seus rituais,
parecem encaixar-se, na sua maioria, numa cronologia bíblica. E são similares na sua construção.
Na continuação, diz ele que a introdução do Real Arco pode ter sido algo extremamente simples: se aceitarmos que foi
a Primeira Grande Loja quem introduziu o Terceiro Grau, no qual a Palavra é perdida, então, dentro da progressão lógica, o
próximo passo seria encontrá-la, daí a Câmara e o Real Arco.
O Ir.: Leo Zanelli menciona que Wallace McLeod, notável historiador, em uma palestra intitulada “O Grau da Marca e o
Real Arco”, escreveu que “na verdade, a história [...] vem do antigo historiador grego FILOSTÓRGIO DA CAPADÓCIA, que
escreveu um história da Igreja. Conta ele que o Imperador Juliano ordenou que se reconstruísse o Templo de Jerusalém. [...]
Quando as fundações estavam sendo preparadas, uma pedra, que havia sido colocada no fundo das carreiras de tijolos, foi
deslocada, revelando uma caverna esculpida na rocha. [...] Não se podia ver o que havia dentro. [...] Os supervisores queriam
descobrir a verdade e, para isso, amarraram uma corda comprida a um dos trabalhadores e deixaram que ele descesse. [...]
Tateando à sua volta, ele descobriu um bloco de rocha projetando-se no centro. [...] Quando ele pôs a mão sobre o bloco,
encontrou um pergaminho [...] O pergaminho surpreendeu a judeus e gentios, porque, ao ser aberto, dizia: ‘No início era a
Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus’...”
O Ir.: Zanelli, não viu outra alternativa além de presumir que os Antigos, desesperados para manter uma influência
cristã na Maçonaria, esbarraram com essa história grega e imediatamente adotaram-na para preencher a perda descrita no
Terceiro Grau, recém criado. [...] Nesse Quarto Grau, os Antigos teriam descoberto a Cristandade, podendo, daí por diante,
entregar-se à prática dos outros Graus cristãos.
Mesmo não sendo reconhecido pela Grande Loja dos Modernos, o Real Arco era tão popular entre os maçons que,
acabou tendo em seus quadros mais Modernos que Antigos. Foi entre os Modernos que surgiu o primeiro Grande Capítulo do
Arco Real, já citado, e que prosperou como um corpo distinto da Grande Loja dos Modernos. Para não perder terreno para os
Modernos, em 1771, foi criado o Grande Capítulo dos Antigos o qual nunca se separou de sua Grande Loja.

24
É importante dizer que os Antigos tinham o apoio das Grandes Lojas da Irlanda e da Escócia. Essas três Grandes Lojas
afirmavam praticar o Antigo Rito de York.
O primeiro franco-maçom a chegar à América foi o imigrante escocês John Skene, desembarcando em Nova Jesrsey
em 1688. O primeiro a ter um registro confiável foi Jonatham Belcher, governador de Massachussets e de Nova Jersey, que foi
iniciado em 1704, quando de uma visita à Inglaterra.
Às vésperas da Independência americana, 55% das Lojas pertenciam à turma da tradição – Grande Loja dos Antigos,
da Irlanda e da Escócia – e a Franco-maçonaria reorganizou-se predominando a chamada Antiga maçonaria de York. Nestas
condições, o Real Arco, seu grande pólo de atração, ganharia preeminência ainda maior na nova República.
A Franco-maçonaria americana desligou-se da inglesa antes da união que iria acontecer entre as duas grandes
correntes inglesas, isto quer dizer que quando os Antigos e Modernos reuniram-se para revisar sua ritualística, os americanos já
estavam praticamente organizados, inclusive no Real Arco, que ainda levaria décadas para ser organizado na Inglaterra.
Quando Antigos e Modernos decidiram-se pela união, o Real Arco já era aceito pelos Modernos - como já foi dito, o
Primeiro Grande Capítulo surgiu entre os Modernos em 1767 – mas persistira um impasse: como harmonizar as posições das
duas facções, se os Modernos só admitiam três Graus Simbólicos e os Antigos não abriam mão do Arco Real? Resolveu-se a
divergência colocando-se os Capítulos do Arco Real inglês como um Grau lateral, ou seja, deixaram de ser algo além dos Graus
Simbólicos e passaram a ser ligados às Lojas Simbólicas.
O Arco Real espalha-se por toda parte do mundo; os mais influentes são:
• O Arco Real inglês é um único Grau lateral (Maçom do Arco Real), mas dentro dos Graus Simbólicos e
subordinado à Grande Loja Unida da Inglaterra;
• O Real Arco americano divide-se em quatro Graus Capitulares (Mestre de Marca, Past Máster, Mui
Excelente Mestre e Maçom do Real Arco) e está subordinado ao GRANDE CAPÍTULO GERAL DE
MAÇONS DO REAL ARCO;
• O Real Arco escocês está subordinado ao SUPREMO GRANDE CAPÍTULO DO REAL ARCO. Possui três
Graus: Mestre de Marcas, Excelente Mestre e Real Arco;
• O Real Arco irlandês está subordinado ao SUPREMO GRANDE CAPÍTULO DO REAL ARCO, embora os
Capítulos sejam ligados às Lojas Simbólicas. Possui dois Graus: Mestre de Marcas e Maçom do Real Arco
Alguns materiais posteriormente achados no Arco Real apareceram em manuscritos da França, no ano de 1750. Um
Grau chamado L’Arch Royale existiu lá. Algumas idéias e símbolos descritos naquele manuscrito foram achados posteriormente
na Inglaterra.
No Brasil, os Capítulos do Arco Real, de origem inglesa, são subordinados diretamente ao Grande Capítulo Distrital
desde a sua fundação em 1968. São agregados às Lojas Simbólicas e têm geralmente o nome delas. No Rio de Janeiro, temos
dois Capítulos: Guanabara nº5557 e James Anderson nº 7766. Em São Paulo, temos quatro Capítulos: Silver Jubilee nº 5560,
Centenary nº5564, Campos Sales nº5565 e Santo Amaro Fênix nº 7250. E, em Santos, SP, o Capítulo Wanderer nº 5562.
Os Capítulos do Real Arco de origem americana são subordinados ao GRANDE CAPÍTULO GERAL DE MAÇONS DO
REAL ARCO. O primeiro a ser fundado foi o Capítulo Jerusalém, no Paraná em 1990. Mas o primeiro a receber a Carta
Constitutiva definitiva e receber o Nº 1 foi o Capítulo José Guimarães Gonçalves, fundado no Rio de Janeiro em 1993; e o
Capítulo Thomas Smith Webb, de Porto Alegre, fundado em 1997, pertencente à COMAB, foi o que recebeu o Nº 2.
A Maçonaria do Real Arco é tão ou quase tão antiga quanto à Francomaçonaria organizada, mas é relativamente
pouco conhecida no Brasil.
Vale citar como detalhe escrito pelo Ir.: João Guilherme - entre americanos – ao se falar em Rito Escocês Antigo e
Aceito, estamos falando dos trinta Graus (do 4º ao 33º); ao se falar em Rito de York, estamos falando de três conjuntos:
Maçonaria Capitular (quatro Graus do Real Arco), Maçonaria Críptica (três Graus) e Ordens da Cavalaria (três Graus).
O Ir.: Carlos F. Foltz, M.:I.:, MRA, escreveu em “A Maçonaria Críptica” (Revista Engenho & Arte, nº7), que o Mestre
Maçom, em perene busca da Verdade, ao ingressar nos Altos Graus do Rito de York, terá a sensação de estar construindo algo
absolutamente novo. Pelo menos em termos de Brasil. Provavelmente, será o último caminho regular a ser descoberto pelos
Maçons brasileiros. No Real Arco, aquilo que foi perdido será descoberto.
No primeiro Grau Capitular, Mestre da Marca, antes parte do Grau de Companheiro, “uma das tradições operativas
mais singelas e significativas da Idade Média” é resgatada. O Maçom que o recebe passa a identificar-se por uma marca,
pessoal e intransferível, tal como nossos ancestrais construtores de catedrais.
No segundo Grau, Past Máster, ele ganha um privilégio, porque o Real Arco era prerrogativa dos Mestres Eleitos ou
Instalados.
No terceiro Grau, Mui Excelente Mestre, ele vê terminada a Grande Tarefa. Este é o único Grau Maçônico que fala da
terminação e dedicação do Templo do Rei Salomão.
No último Grau Capitular, Maçom do Real Arco, recupera o que foi perdido, coroando a Lenda de Hiram de forma
magnífica.
A seguir vem os degraus da Maçonaria Críptica ou Secreta, Mestre Real, Mestre Escolhido e Super Excelente
Mestre.
Se com o Real Arco, o Maçom recuperou o que foi perdido, num Conselho de Maçons Crípticos irá aprender como
preservá-lo.

25
Lembra ainda o Ir.: João Guilherme que o Escocês e o York são dois caminhos que nunca se excluem. Pelo contrário,
somam-se extraordinariamente.
(*)Membro da Loja “Libertadores” – GOIRJ.

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ASPECTO NUMENAL DO COMPASSO
Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)
Numenal (do latim numen, relativo à número) é um conceito desenvolvido por Imannuel Kant (1724-1804) a partir da
expressão nooúmena (do grego), usada por Platão ao falar de idéia; considera a realidade visualizada em si mesma (a coisa em
si), independente da relação do conhecimento, podendo ser pensada, mas não conhecida. É incognoscível. Opõe-se a fenômeno
que, sendo objeto sensível, pode não apenas ser pensado, mas conhecido (comprovação experimental). O conhecimento
científico tem limites; está confinado ao plano dos fenômenos. Ao se falar de limites é de se supor que se pode pensar algo “para
lá desses limites”. A existência de coisas tais como são em si mesmas, é o número que, não sendo possível determina-lo
(conhecê-lo) é, no entanto, pensável.
É necessário um bom entendimento do numenal para uma perfeita absorção da simbologia maçônica. O Compasso (do
latim compassare), ou “medir com o passo”, representa as radiações da inteligência e da consciência do homem. Traçar círculos.
Tomar e transportar medidas. Medir os mínimos valores até completar a circunferência e o círculo: eis suas utilidades. Uma das
Grandes Luzes da Maçonaria. A figura nos apresenta um ângulo móvel e um vértice d’onde partem os lados que, quanto mais se
afastam da origem, mais se separam; é a dualidade: ativo (espírito) e passivo (matéria).
Por ser de um aspecto superior é o emblema do céu e representa o oriente ( o próprio céu), o mundo da realidade
transcendente. Apresenta-se à nossa consciência por meio da faculdade compreensiva da mente, que conduz ao estudo das
analogias, à indução e à generalização das idéias que se manifestam do oriente para o ocidente, do domínio da realidade ao da
aparência, da essência à substância, do Ser à forma, do espírito à matéria. O progresso iniciático procede em sentido contrário,
desde o ocidente para o oriente, ou seja, desde os extremos do ângulo, para a sua origem. Justo como progride o neófito.
Neste aspecto numenal o Compasso representa o espírito evoluído. Sempre que colocado sobre o Esquadro simboliza
o domínio do espírito sobre a matéria. Já o Esquadro, sobreposto ao Compasso, representa a matéria que domina o espírito
(pedra bruta). Ambos entrelaçados revelam a evolução do espírito.
Assim, no 1º Grau, estando o Compasso colocado sob o Esquadro, revela o domínio da matéria sobre o espírito,
indicando que nesse Grau não se pode exigir mais do neófito além do que, sinceridade e confiança. No 2º Grau, o Compasso
entrecruzado com o Esquadro, matéria e espírito se equilibram. Aí se relaciona com o Selo de Salomão (o hexagrama da
deambulação) se visto numa figura aberta formada por dois ângulos (e não dois triângulos), evocando a idéia do Infinito. No 3º
Grau, o Compasso colocado sobre o Esquadro, significa que o Espírito sobrevoa a Matéria e a transcende; pode ser visto como
uma figura do Pentagrama (a estrela de cinco pontas). Esta ascendência do espírito sobre a matéria se desenvolve enquanto o
afastamento dos seus braços fique superior a 180º. Com esta abertura (180º), o Compasso se torna uma linha reta, sem
nenhuma possibilidade efetiva. Nos trabalhos simbólicos o Compasso deve ser aberto em 45º, isto é, metade de um ângulo reto
(o ângulo do Esquadro) porque neste ângulo de abertura o Compasso é estável e não corre o risco de se abrir inopinadamente
durante o traçado. Revela também que o domínio do Espírito sobre a Matéria é relativo. No mais, é uma tradição de Oficina.
Em alguns Graus Filosóficos a abertura varia para 60º e 90º. Em 90º , o Compasso transforma-se num “Esquadro justo”
e indica os limites que o homem não seria capaz de ultrapassar. Sendo o Esquadro o símbolo da matéria e o Compasso o
símbolo do Espírito, é nesse campo de “conhecimento” – o círculo com o ponto no centro – simbolizando o Grande Arquiteto do
Universo em sua dupla manifestação (visível e invisível) que devemos trabalhar. E lembrem-se: campo ingognoscível. Numenal.
Inefável por excelência.

(*)Membro da Academia Maçônica de Letras do DF.

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
CRM 52.27620-8
Periodontia e Endodotia –

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(tarde)
COMENTÁRIOS DE UM EX-VENERÁVEL

Tudo para que os futuros Veneráveis encontrem-se aptos e preparados!


Ir.: Valdemar Sansão

Desde nossa primeira Instalação como Venerável Mestre,


verificamos uma série de dificuldades para assimilação, não só de informações,
como na própria forma de transmiti-las. Seria de se cogitar a sugestão do
estabelecimento de programação sólida em âmbito da Ordem, na formação das
novas gerações de futuros Veneráveis Mestres.
Verificamos que parte importante da formação de um Maçom para se
habilitar ao bom desempenho do cargo de Venerável Mestre, não recebe a
profundidade dos cuidados indispensáveis, seja por falta de tempo, seja por falta
de uma estruturação verdadeiramente pedagógica, concentrada exclusivamente
e dedicada à formação compreendida no rol de próximos candidatos ao honroso
cargo.
É indiscutível verdade que, nem todos tem a coragem ou desenvolturas
suficientes para apresentarem suas dúvidas, além do fato de que muitas dúvidas
surgem já no exercício do mandato.
Em classes (encontros) onde todos estão no mesmo grau de
conhecimento, as dúvidas são esclarecidas, ao mesmo tempo para todos, além
das informações sábias ditadas pela experiência de Ex-Veneráveis, mestres de
experiência comprovada em cada área do programa de ensino, especialistas em pontos complicados dos rituais. Sua experiência os
obriga apresentar sugestões que, por certo poderão trazer grandes discussões e irão incomodar e até provocar os “donos” da verdade.
Por tal forma a perseguir-se uma uniformidade dos gestos, das ações, dos procedimentos e interpretações das partes da doutrina
consideradas sagradas e fundamentais.
Em quase todas as reuniões que assistimos, nestes quase trinta anos de Ordem, observamos que há sempre indecisões em
determinados procedimentos ritualísticos e até nas interpretações do Regulamento e da Constituição, inclusive entre os Irmãos mais
antigos da Loja. Quantas vezes é preciso o toque do Malhete do Venerável para por fim às dúvidas e discussões de Irmãos, quanto às
práticas ritualísticas e outras mais da mesma natureza.
A Ordem nos ensina a expormos as idéias que julgarmos válidas e boas para a coletividade.
Como luz que vem do Oriente, pedimos permissão para fazer alguns esclarecimentos de maneira simples aos Veneráveis
recém-empossados, sem qualquer desejo maior de esclarecer o óbvio, mas, como dissemos, há sempre indecisões nas interpretações
simbólicas e ritualísticas. Para fazer uma seleção e afastar a tentação de valorizar o que não tem valor, eliminar preocupações por
pequenas coisas, confiar em si mesmo o suficiente para agir de forma firme, mansa e tranqüila.
Dada a necessidade do grande número informações a serem apresentadas, as respostas serão sucintas.
Alertamos igualmente que nos louvamos no Rito Escocês Antigo e Aceito e no que é observado pela Grande Loja do Estado
de São Paulo (GLESP). Mesmo que o Ritual esteja errado em alguns pontos, ele tem de ser seguido, pois não fazê-lo é delito
maçônico. Algumas coisas, porém, não estão nos Rituais, e sim nos manuais de procedimentos (quando existem).
Palavra Semestral – Jamais a Palavra Semestral poderá ser transmitida fora da Cadeia de União, pois esta é a única forma
válida de transmiti-la, sendo ilegal fazê-lo de qualquer outra maneira. No caso do recém-iniciado, na sessão seguinte à sua admissão, o
Venerável mandará, ao final da sessão, formar a Cadeia de União e procederá a transmissão formal da Palavra Semestral.
Juramento de Silêncio e Postura no Encerramento dos Trabalhos – O Juramento de silêncio é um procedimento
ritualístico e ao prestá-lo devemos todos (inclusive as Luzes – pousando o Malhete sobre o altar e o Guarda do Templo –
embainhando ou colocando a Espada sobre sua cadeira), estender o braço direito para frente, formando um ângulo de 90° em relação
ao corpo, com os dedos unidos, e a palma da mão voltada para baixo e os dedos unidos, o braço esquerdo caído verticalmente junto à
perna esquerda dizendo “EU O JURO”, em atendimento à solicitação do Venerável.
Falar sem estar à Ordem – Todo Obreiro que fizer uso da palavra à bem da Ordem em geral e do Quadro em particular
deverá fazê-lo estando de pé e à Ordem, no máximo por 3 (três) minutos, excetuando-se os casos previstos: “O Venerável, os
Vigilantes, o Orador e o Secretário falam sentados. Os demais, falam em pé e à Ordem”. “Os Mestres Instalados que não ocuparem
cargos podem falar sentados”.
Devemos ter em mente que somos uma Ordem de origem militar e a observação de certas posturas são importantes para que
sejam evitados inconvenientes como gestos exagerados com as mãos, o prolongamento desnecessário da palavra, a eloqüência
exagerada e etc. Alguns Veneráveis, por uma deferência toda especial, permitem que os Mestres Instalados, que não estiverem
ocupando cargos, falem de pé sem estarem à Ordem, sendo que nestes casos o Sinal só pode ser desfeito após as devidas
saudações.

28
Se o Obreiro estiver, por algum motivo, impossibilitado de compor o Sinal, deve pedir permissão para falar à vontade. Fora
disso, deve aguardar, sem pedir, que o Ven. ‘. o desobrigue do Sinal. O Ven.’.M.’. pode dispensar o Sinal de Ordem quando um Irmão
estiver falando.
Resultado de votação – O M.’. de CCer.’., em qualquer processo de votação a descoberto, após a ordem do Ven.’. para que
“Os Obreiros que votem o Balaústre (ou a proposta) que acaba de ser lido, pela forma convencional ou não), deve ficar de pé e a
Ordem, verificar a votação (incluindo o seu voto, sem declará-lo) e comunicar diretamente ao Ven.’. o resultado. Caso o resultado não
seja unânime, deve declarar a contagem numérica a favor e contra.
Recepção ao Delegado (da Região ou do Distrito a que a Loja pertence) ) – O Venerável o esperará junto à Grade do
Or.’. e lhe oferecerá o Malhete. No entanto, em se tratando de Delegado de outra região ou distrito, o Venerável lhe dará o abraço
fraternal e o convidará (se possível) a tomar assento no Trono.
Circulação das Bolsas – Durante a circulação das Bolsas, não é permitido que se abra a porta do Templo, para entrada e
saída de IIr.’..Se por motivo imperioso e inadiável, a porta tiver que ser aberta, a Bolsa interrompe o seu giro.
Estando presente o Delegado do Grão-mestre (Regional ou Distrital), quando da circulação das Bolsas, estas lhe serão
oferecidas em primeiro lugar (desde que o Delegado integre a Região ou o Distrito da Loja).
Quando das Coletas, se o Grão-mestre estiver presente, ocupando sua cadeira, ao lado do Ven.’., ele (Grão-mestre) terá
precedência sobre este.
Lugar do Ex-Venerável mais recente – Na Loja, o lugar do Past Máster mais recente é à direita do Venerável Mestre.
Quando o Delegado (Regional ou Distrital) do Grão-mestre estiver presente na sessão deve ocupar o lugar à direita do Ven.’.M.’.,
ocupando nesta ocasião o Past Máster o lugar à esquerda do Ven.’.M.’.
Solicitação de “aparte” ou “questão de ordem” – Nas sessões de Aprendiz e Companheiro, na Ordem do Dia, somente
assuntos pertinentes ao Grau serão tratados. Em sessão do terceiro grau, a Comissão de Liturgia desaconselha o uso de “apartes”,
porém, se o assunto assim o requerer, em caráter excepcional, o Ir.’. que solicitar o Aparte dirigir-se-á ao Ven.’.M.’. qu,e após consulta
ao Ir.’. que está fazendo uso da palavra, concederá ou não. Na “questão de ordem”, o Ir.’. de pé e à Ordem, dirigir-se-á diretamente ao
Ven.’.M.’..
A QUESTÃO DE ORDEM, em qualquer Assembléia, tem prioridade. Mas só pode ser levantada quando a Ordem da Sessão
é alterada, ou são suprimidos certos procedimentos.
Quando é levantada a Questão de Ordem, o presidente de qualquer Assembléia passa a palavra, imediatamente, a quem a
levantou, para que este justifique o seu ponto de vista (ou seja: ALTERAÇÃO DA ORDEM DOS TRABALHOS). O que ocorre é que
muitos Maçons, ingenuamente, ou por ignorância, acreditam que pedir as palavras “pela ordem” é pela Ordem Maçônica e não uma
questão de ordem, desatando a falar sobre assunto que nada tem a ver com a ordem dos Trabalhos. Se, pelo desenvolvimento das
discussões algum Obreiro das Colunas necessitar fazer uso da palavra, novamente (ou pela primeira vez), para algum esclarecimento
e complementação, ele pedirá, ao seu Vig.’., que solicite, ao Ven.’.M.’., o retorno da palavra às Colunas. Se o Ven.’.M.’. aquiescer, a
palavra voltará a ter tramitação normal.
Acesso ao Oriente – O Aprendiz ou Companheiro, mesmo quando ocupando cargo em Loja, não têm acesso ao Oriente;
tanto que se necessário, ao exercerem os cargos de Secretário ou de 1° Diácono permanecerão em suas respectivas Colunas. Quando
exercem o cargo de Mestre de Cerimônias, só terão acesso à grade do Oriente.
Escrutínio Secreto - Votação secreta por meio de bolas brancas e negras, recolhidas em uma urna. Esta espécie de
votação secreta é obrigatória na admissão de profanos, de filiados e de regularizados. De maneira alguma pode haver abstenção
(recusa de participar da votação). Os IIr.’. presentes deverão participar do escrutínio. Quem quiser se abster, deverá pedir cobertura do
Templo; nesse caso, o Chanceler deverá ser advertido para que confira o número de presentes, o qual será, então, diferente do
número dos que assinaram o Livro de Presenças.
Pé descalço – Rigorosamente, na Iniciação, o candidato deverá ter o pé esquerdo descalço; isso provoca uma marcha
claudicante, simbolizando o difícil e áspero caminho em direção à Luz.
Abertura ou fechamento da Loja a um só Golpe de Malhete – A Sessão aberta a um só golpe de Malhete não é maçônica.
Fechada pode, desde que uma situação excepcional se apresente (tumulto na Sessão, acontecimento que exija imediato
encerramento, etc.) e com permissão do Orador. Tal procedimento só é admitido na Sessão Ordinária de Eleição.
Luvas – Na Maçonaria, as luvas são brancas e são entregues, em nossos dias, dois pares ao Aprendiz, no dia de sua
Iniciação. Um para a mulher que mais estima e outro para o seu próprio uso. Deve ser usado em Loja, durante os trabalhos
ritualísticos. Para ser digno deles participar, o Maçom deve ter as mãos limpas de toda mancha...
Hoje, embora certas Lojas tenham deixado cair este costume no esquecimento, a grande maioria das Oficinas espalhadas
através do mundo, não admitiriam em seus trabalhos um Ir.’. que não estiver enluvado de branco.
A Luva, na Maçonaria, é símbolo de pureza e de candura e também de inocência. Por isso devem ser brancas. Usadas pelo
homem, devem relembrar-lhe a mansidão e a pureza a que está obrigado, e aquelas entregue à mulher simbolizam que o Maçom deve
ter consideração pelo belo sexo, presenteando-as não à mulher que mais ama, mas àquela que considera mais digna de ser amada
(esposa, ou mãe, ou filha, ou irmã, ou companheira, ou protetora, ou qualquer outro elemento feminino da família). A entrega deste par
de luvas deve ser um ato reservado, pois só interessa ao Obreiro e a mais ninguém.
Circulação no Oriente – A circulação destrocêntrica (no sentido horário) no espaço entre as Colunas do Norte e do Meio-dia
simboliza o caminho do Sol e o período de trabalho do Homem, da aurora ao crepúsculo. No Oriente brilha a Luz em sua plenitude não
havendo circulação padronizada.
Abertura da Loja com apenas 7 (sete) Irmãos – Cargos a serem ocupados pelos sete IIr.’.: Venerável Mestre; 1° e 2°
Vigilantes; Orador; Mestre de Cerimônias; Guarda do Tempo; e Secretário. Os Vigilantes fazem as falas dos Irmãos ausentes em suas
respectivas Colunas. A fala do 1° Diácono será feita pelo Secretário ou Orador (indiferente). Abertura do Livro da Lei: apenas Mestre de
Cerimônias e Orador.
29
Valdemar Sansão – M.’.M.’.
vsansao@uol.com.br

ARTE REAL – A ARTE DE CONSTRUIR

Ir.: Robson Rodrigues (*)

Arte Real é um termo utilizado hoje com alguma freqüência nos meios maçônicos como uma espécie de sinônimo de
Maçonaria. Assim, referir-se à Arte Real é praticamente o mesmo que falar em Maçonaria.
Esta associação, no entanto, nem sempre tem sido claramente esclarecida e, talvez por isso, muito pouco
compreendida.
Por que Arte Real? Estaria essa arte e, conseqüentemente a Maçonaria, de alguma forma, ligada no passado à
realeza?
Para Alec Mellor “a verdadeira explicação é que a Maçonaria é bem uma arte, mas que para o Iniciado é mais ainda:
entendida no sentido especulativo é a arte por excelência. Daí o adjetivo de real. Outros sustentaram que a expressão era uma
alusão ao Templo do rei Salomão. As duas versões são conciliáveis, pois é num sentido alegórico e moral que o Iniciado
concebe esse Templo.”
Na verdade, a origem do termo está primeiramente ligada à alquimia, pois foram os alquimistas os primeiros a utilizá-lo
para designar o trabalho a que se dedicavam, ou seja: a busca do ouro, pela transformação dos metais inferiores. Para os
alquimistas, os metais eram considerados segundo uma espécie de escala de enobrecimento. Assim, num ponto mais inferior
estaria o ferro, seguido pelo cobre, o chumbo, o estanho, o mercúrio, a prata e, por fim, o ouro.
“Os alquimistas tinham dois métodos de Trabalho em sua ‘Arte’, diz Nicola Aslan. Segundo ele, “a operação que se
fazia por meio do cadinho era chamada a ‘via seca’ ou ‘via sacerdotal’; a outra, que era realizada por meio de balões de vidro,
era denominada ‘via úmida’, ou ‘via real’. Pela ‘via real’, efetuava-se a união (o casamento) do Rei e da Rainha, isto é, dos dois
princípios masculino e feminino que acreditavam existir em todos os corpos; por isto, os alquimistas designavam a sua ‘arte’,
quando realizada por ‘via real’, sob o nome de ‘Arte Real’.”
Na Maçonaria, a expressão “Arte Real” veio a ser utilizada pela primeira vez por James Anderson, nas constituições
de 1723, denotando a idéia de arte de construir. Já aí, com a decadência das corporações operativas, iniciada no século XVI, a
fraternidade dos Franco-Maçons não se dedicava mais a antiga arte de construir Templos físicos, edifícios materiais. À época,
com a progressiva aceitação nas corporações de ofício de pessoas não ligadas à arte de construir, como filósofos, hermetistas e
alquimistas -- cuja linguagem simbólica guardava uma ligeira semelhança com a dos Francos-Maçons -- germinava a idéia de
uma outra forma de construção ou de edificação de templos, ou seja, a construção do próprio homem, o Maçom, que deveria se
edificar a si mesmo, notadamente nos aspectos moral e intelectual, ajudando a edificar ainda – por extensão – a própria a
sociedade como um todo.
A Maçonaria não passou a partir daí de Arte de Construir para Arte de Pensar, como a classificação consolidada e
hoje mais aceita (Maçonaria Operativa para Maçonaria Especulativa), mas, por força das circunstâncias e pelo advento do
Renascimento, para uma nova forma de pensar a construção.
O mesmo Aslan, em “Comentários ao Ritual do Aprendiz-Maçom – Vade-Mécum Iniciático”, chama a atenção para o
fato de que “o período em que surgiu a Maçonaria dita Especulativa foi marcado, na Inglaterra, pela mais abjeta imoralidade
pública e a devassidão mais desenfreada”.
Não é de estranhar assim que a moderna Maçonaria nascesse e prosperasse principalmente sob o signo da mais
estrita observância à Lei Moral. Ela mantinha vivo o vínculo com a chamada Maçonaria Operativa ou de Ofício e
conseqüentemente com a antiga arte de construir ao enfatizar a importância da construção moral como esteio para a elevação
individual e social.
É assim que os mesmos instrumentos de trabalho utilizados pelas antigas corporações de ofício em suas obras, como a
colher de pedreiro, a trolha, a régua, o esquadro, o compasso, o nível, o prumo e tantos outros, passaram a ter na Maçonaria
moderna, a dos Aceitos, uma utilização revestida de um simbolismo específico para a nova e nobre arte de construir. Tanto a
colher de pedreiro como a trolha, utilizadas na construção civil para alisar a argamassa, servem hoje simbolicamente para
apaziguar os Irmãos em litígio, aparando as arestas; a régua e o esquadro, para simbolizar a retidão, a conduta reta do Maçom;
o compasso, para representar a Justiça pela qual devem ser medidos os atos do homem; o nível para simbolizar a igualdade que
deve reinar, principalmente entre os maçons; o prumo, para simbolizar a retidão de caráter.
A Maçonaria hoje ao ensinar a arte de construir o templo espiritual, assim como a Arquitetura o faz em relação à
construção de um templo material, é a arte por excelência, a Arte Real, segundo Albert Mackey.
Tal como a alquimia, no passado, através da Arte Real, buscava a concretização da Grande Obra, a Obra do Sol,
pela transmutação dos metais tidos por inferiores em ouro puro, a Maçonaria hoje busca o aperfeiçoamento interior do
homem, a transmutação, passo a passo, das suas qualidades e sentimentos mais inferiores no Ouro Puro do Amor e da
Amizade Fraternal. Ela busca ainda, através de sua Arte, a construção de um mundo melhor, de Amor, Respeito, Harmonia
e Paz entre todos os homens, povos e nações. Nisso consiste a moderna arte de construir, a Arte Real da Maçonaria
filosófico-especulativa.
30
N.:E.: Artigo extraído do livro “Maçonaria e Virtude – O Ideal Ético em Dezoito virtudes (obra do autor)
(*) Membro da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes

Maçonaria: Até Quando?

Ir.: Carlos Alberto dos Santos(*)

Há quem sustente que as origens da Maçonaria “se perdem nas brumas do tempo”, outros que suas origens
advêm desde os tempos dos Mistérios Egípcios (aprox. 4000 a.C.) e outros até afirmam que suas origens são
Adâmicas...
Obviamente, discordamos totalmente, uma vez que são argumentos que não resistem ao mínimo de provas
documentais e dados históricos autênticos.
Mas, quando dizemos que a Maçonaria se propõe a edificar um mundo ideológico perfeito, do qual nós,
através do constante aperfeiçoamento e busca pela incorporação de atitudes virtuosas, seremos, ao mesmo tempo, os
organizadores e os beneficiários; quando nos propomos a buscar um comportamento de elevado cunho moral, de
conduta ilibada; quando propomos um mundo mais igualitário, mais justo, mais fraternos, com mais liberdade, aí
poderemos afiançar que estes são desejos do ser humano que se perdem “nas brumas do tempo”. E que a Maçonaria
procura manter viva esta chama, a despeito da inexorabilidade do tempo. Este é o “Espírito Maçônico”.
Mas, até quando poderemos manter viva esta chama?
Ao longo deste arrazoado, procuraremos demonstrar o nosso pensamento.
Para responder à pergunta formulada, deixaremos de lado considerações históricas sobre as origens da
Maçonaria.
Antes de 24/06/1717 – com a criação da Grande Loja de Londres – já desde a existência da Maçonaria
Operativa, a prática da moralidade era estritamente praticada pelos Maçons. Quando começaram a evoluir (em
número e conhecimento) e a se expandir para diversos países do continente europeu, começaram a sentir o peso da
inveja, procurando assegurar a ordem em suas comunidades com a elaboração de um sistema de autogoverno,
tornando-se conhecidos como “Maçons livres e Aceitos”.
Os papas de Roma, que originalmente patrocinavam e encorajavam os maçons – inclusive, com a emissão de
bula que os tornou independentes da autoridade dos soberanos em cujos reinos podiam residir temporariamente etc. –
começaram paulatinamente a persegui-los com rigor, que buscava até a aniquilação de suas existências como
corporação; tudo porque a Igreja via com alarme e terror o crescimento (em número e intensidade) de poder dos
maçons.
Mas a Ordem resistiu e continuou crescendo!
Documentalmente, o “Poema Régius” é o manuscrito maçônico mais antigo que se conhece (datado de
aproximadamente 1390).
Destacamos do seu texto (15 artigos e 15 contos) a lenda dos “Quatro Coroados” (Quatuor Coronati), na
qual narra-se – aqui de forma sucinta – a história da perseguição sofrida por quatro Maçons (operativos) que foram
colocados vivos em caixões e jogados em um rio, por terem se recusado – em função de sua fé – a construir imagens
sacras encomendadas por um rei.
A publicação “Masonry Dissected”, de Samuel Pritchard, dada a conhecer em um jornal profano de Londres
em 20/10/1730 (apenas 13 anos após a criação da Grande Loja de Londres) visava revelar os “segredos” da
Maçonaria e destruir nossa Ordem. Mas o que aconteceu? – Não só não a destruiu (sequer abalou-a seriamente),
como teve um resultado oposto, apesar do escândalo que causou, uma vez que, como não existiam rituais impressos,
passou aquela publicação a servir de base para a orientação dos VVen. .. da época, além de servir aos estudos para a
criação de novos rituais escritos.
Outras publicações “reveladoras” ou satanizadoras foram sendo divulgadas ao longo dos anos. Mas nada
disto abalou os alicerces da Maçonaria.
Acreditamos que a fraternidade e a tolerância cultivadas ao longo de mais de três séculos são fontes
primordiais no forte embasamento da Ordem em todo o mundo.
Apesar do racionalismo a que todo maçom deve se propor em suas decisões de livre pensador, o esoterismo,
incluído desde sua concepção especulativa (simbólica), acreditamos, é um fortíssimo componente no “cimento” que
ajuda a manter coeso o “Espírito Maçônico”.
Já no século XVIII, o maçom e pensador alemão J.G.FICHTE (1762-1814), afirmava que “a Verdade
Maçônica só se atingirá pela busca incessante e pelo conhecimento das fontes esotéricas, as quais deveriam ser
transmitidas pela tradição oral e não pelas fontes exotéricas...”.
A busca da Verdade Maçônica é um fator preponderante, que faz com que o maçom interessado e estudioso
volte sempre à sua Loja, na esperança de encontrá-la, a despeito de nunca conseguir.
31
Os que buscam na Maçonaria satisfazer seus desejos e se servir dela, nela não permanecem.
A Maçonaria é para poucos; e são esses poucos que a sustentam e continuam fazendo com que o interesse, a
busca pela Verdade, esta chama que arde perenemente, permaneça constantemente viva.
Nem os enxertos ritualísticos, nem as dissidências, nem as criações de novas “Potências”, nem os dirigentes
déspotas (sim, eles existem dentro da Maçonaria) abalam os alicerces maçônicos, posto que somos livres pensadores
e não aceitamos passivamente o cerceamento das liberdades (principalmente, a liberdade de expressão).
A Maçonaria não discute política partidária dentro de seus Templos, pelo seu cunho desagregador. Mas o
Maçom é e deve ser politizado, pois tem que influenciar sempre nos desígnios dos povos e das nações a que pertence.
Críticos atuais discursam às mancheias que “a Maçonaria nada faz”; que, no passado, sempre atuou
politicamente, favorecendo independências, abolições, revoluções, e outros; o que está correto. Mas a Maçonaria não
foi criada com o propósito de substituir as instituições profanas. E os tempos são outros.
Não concordamos com que a Maçonaria desfralde seus estandartes em passeatas de protesto e outras que tal.
Mais eficiente seria, por exemplo, exigir dos Maçons que exercem cargos públicos o fiel cumprimento aos rígidos
preceitos morais e éticos pregados pela Maçonaria, sem o que deveríamos execrá-los do seio da Ordem.
Concordamos, outrossim, que podemos e devemos, como homens maçons que somos – imbuídos do
“Espírito Maçônico” de fraternidade, igualdade e liberdade – tentar debelar as desigualdades e destituir os maus do
poder, que tantos malefícios causam.
Os principais males da Maçonaria, atualmente, são o desinteresse dos iniciados, a baixa freqüência e as
deserções freqüentes.
É claro que há um somatório de motivos que levam a essa situação. E eles devem ser apurados e enfrentados.
Podemos começar por uma melhor seleção dos candidatos: nada de amigos (até pode ser, desde que este não
seja o fator principal) ou de pessoas de que se conhece pouco ou quase nada, ou por sua posição social/empresarial.
Há que se perscrutar para ver se ele possui o “perfil” do maçom, se é interessado, se é “buscador” etc.
Devemos priorizar sempre o ensinamento aos IIr... em Loja, para que se sintam motivados, “antenados” e
com vontade de “contaminar” aos seus pares com as magnânimas atitudes maçônicas, principalmente de amor
fraternal ao seu próximo (mesmo aos não tão próximos). E estar motivado, entre outras nuances, é ir à Loja por amor
e não por obrigação.
E o maior responsável, na nossa opinião, por grande parte dessa motivação, pela harmonia da Loja, pela
valorização do obreiro etc., é o Venerável Mestre. A Loja que tem um bom Venerável tem tudo para ser uma Loja
harmônica e feliz, na qual se destaca o interesse de seus OObr..., reconhecido até pelos IIr... de outras Lojas.
Ao contrário, no entanto, é comum vermos ou termos notícias de dissidências, de “rachas” por disputas de
cargos e até mesmo “adormecimento”, por faltar liderança, coerência e harmonia. Quando uma Loja (ou mesmo uma
“Potência”) tem um dirigente fraco (sem conhecimento e –pior- sem sabedoria), é motivo para provocar as citadas
dissensões.
O ideário de uma Loja, que é o ideário da Maçonaria Universal, é a de uma Loja unida, onde todos vivam em
comunhão, em união fraterna, compartilhando seus ideais, onde ninguém critica ninguém – ao contrário, respeita-se a
opinião dos demais (sem subserviência) -, onde todos trabalham procurando levar ao maior número possível de
pessoas os princípios maçônicos supracitados.
Quem se entranhou na Maçonaria sabe o quanto ela é grande dentre todas as organizações humanas. E por
ela devemos lutar sempre, pois pode até existir entidade semelhante, mas não existe nenhuma melhor.
E a Maçonaria se fará presente até o “fim dos tempos”, ou, ao menos, enquanto perdurarem as desigualdades.
Para a glória do Grande Arquiteto do Universo!
(*)Membro da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes

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