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MAÇÔNICO
n.º 36 – Maio/Jun. 2005
Ano V
EDITORIAL ÍNDICE
Brasília é o maior sítio arquitetônico moderno do mundo atual. Um gigantesco aglomerado de prédios da escola
moderna de arquitetura num só local geográfico. Cada coisa tem seu lugar adrede para abrigar a máquina administrativa
dos poderes da República. Em 1987 a cidade foi tombada pela UNESCO, patrimônio cultural da humanidade, como obra
importante para o planeta, que é.
A tradição oral e o imaginário esotérico mostram uma construção criada com base em concepções faraônicas. As
semelhanças de tempo e espaço nas construções de Akhenaton, capital do Antigo Egito (1350 A.C.) e de Brasília, Capital
do Brasil (1960), existem. A primeira fundada por Akhenaton, faraó do Egito e a segunda por Juscelino Kubitschek,
presidente do Brasil. O faraó e o presidente são de idênticas personalidades.
Um novo monumento em Brasília revela outro ícone maçônico: a ponte JK (2002), no Lago Sul. Apresenta, a
escultura da ponte – a mais bela do mundo – uma simbologia da Marcha do Mestre em sua entrada na Câmara do Meio.
Marcha é a disposição dos passos que devem ser dados para se adentrar no solo sagrado. Varia segundo os
graus e ocasiões em quase todos os Ritos. A Marcha do Mestre invoca a retidão de costumes, o direito de locomover-se
em direções múltiplas. É transposição de obstáculos. Nada impede ao Mestre de progredir no terreno. Não há dificuldade
que não possa ser vencida em qualquer direção. No Caminho da Vida. Na Teia da Vida. O construtor, eventualmente
governador da Cidade, é um Mestre Maçom.
Brasília tem dois elementos básicos no seu plano de construção que se cruzam: o Eixo Rodoviário na posição
norte-sul, e o Eixo Monumental, na posição leste-oeste. O traçado inicial de uma cruz que, aliás, mais se assemelha a um
pássaro, dada a ligeira curvatura das asas (norte-sul).
Numa visão panorâmica do Eixo Monumental, o espaço físico entre a Estação Rodoviária até a Praça dos Três
Poderes, identificam-se todos os pontos representativos do Templo de Salomão na versão de uma Loja Simbólica da
Maçonaria. A Rodoviária ao Ocidente da Cidade, sob a forma de um homem deitado, é a porta de entrada; à esquerda
dela, o Teatro Nacional, réplica da grande pirâmide de Kéops, com suas formas externas piramidais em disposição
irregular, é o trono do Primeiro Vigilante, a coluna da Força; à direita e ao sul, está a Catedral, posição do Segundo
Vigilante, a coluna da Beleza. As fileiras dos prédios de Ministérios, formam as colunas do Norte e do Sul.
Os edifícios dos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, diferenciados das demais construções no
aspecto arquitetônico, um de cada lado, são os tronos do Orador e do Secretário da Loja Maçônica. O primeiro, como
guardião da Lei. O segundo, as relações da Loja com o Mundo exterior e vice-versa.
O ponto ao Oriente da cidade, simbolicamente, representa a Altar de uma Loja, lugar do Venerável Mestre, a
coluna da Sabedoria. Aí, na Praça dos Três Poderes, ergue-se o Congresso Nacional, Perspectiva de um homem em pé. O
sol nasce no Oriente, ritualisticamente, à parte leste da cidade, iluminando a Praça como um Delta Luminoso.
O fundador da cidade, um insigne Maçom, Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, um construtor de Templos.
Seus restos mortais estão depositados no Memorial JK, edifício de forma piramidal egípcia, situado no Eixo Monumental,
ao lado do Cruzeiro onde foi rezada a primeira missa de Brasília, em 1960. Antes, uma instituição filosófica e de culto a
Deus se fixou aqui, neste imenso cerrado – foi a Maçonaria. A fundação da Loja Primaz Estrela de Brasília em 15 de maio
de 1957, isto é, três anos antes, da inauguração da Cidade. O herói desta empreitada foi o bravo Maçom Dirceu Torres,
ajudado por um punhado de valorosos obreiros da Ordem. Para os aspectos místicos da cidade, leiam “Brasília Secreta”,
de Iara Kem.
Há muitos anos vimos dizendo que uma Loja, uma Potência e a Ordem, como um todo, para ser forte, precisa que os seus
membros sejam fortes.
Como podemos pensar em fazer filantropia extra-templos, se intra-templos existem tantos Irmãos, cunhadas e sobrinhos
necessitados?
Recentemente lemos - e não tivemos oportunidade de conversar com ele - um artigo do pranteado Irmão Xico Trolha em
que ele, com a sua costumeira erudição maçônica e elevada sensibilidade humanitária, aborda e conclama os Irmãos para
um retorno às origens.
Dizia ele: "A Maçonaria da corrente latina, dentre ela a Maçonaria Brasileira, teve início como Maçonaria política, conforme
sua Mãe, a Maçonaria Francesa. Todavia, após 1877, quando a Maçonaria Francesa perdeu o reconhecimento da
Maçonaria Inglesa (o que, na verdade, não lhe fez nenhuma falta), a Maçonaria Brasileira abandonou sua Mãe de sangue e
alguns de seus costumes, menos o Rito e o seu Sistema de Caridade Maçônica,para adotar a Maçonaria Inglesa e para
não ser excomungada pela mesma. Sistema este que era, e é, somente maçônico mesmo; só e unicamente para os
maçons e seus familiares.
A Maçonaria Brasileira passou todo o século XX fazendo uma coisa que não faz parte da Tradição Maçônica; isto é,
fazendo Filantropia Profana.
Enquanto ficamos dando essas "esmolinhas", arrecadadas nos nossos Troncos, para Entidades Filantrópicas, estamos
sendo hipócritas, pois essas "esmolas" matam de vergonha quem as entrega e de raiva quem as recebe. Maçom não pode
e não deve ser hipócrita, com sua Loja, nem com seus Irmãos.
O Tronco da Viúva é para ajudar as Viúvas dos Maçons! As Lojas e as Potências precisam ter:
1- Um fundo para Bolsas de Estudo (destinado a Irmãos, cunhadas e sobrinhos);
2-Um fundo para empréstimos aos Irmãos e Lojas;
3-Um fundo para criação de Lares Maçônicos;
4- Um fundo para a Caridade Maçônica."
Sugestão: Estabelecer um óbolo de 1 a 5 reais, por Irmão presente à Sessão, e "multas" no mesmo valor, para os
ausentes, debitadas junto com sua mensalidade.
Meus Irmãos, a Maçonaria atual está afastada dos seus valores antigos e tradicionais, sendo estes totalmente distorcidos;
resgatemo-los.
Shakespeare em Hamlet, no conselho dado por Polonius a seu filho Laertes, quando este partiu da Dinamarca em seu
retorno para a França:- "Acima de tudo, seja verdadeiro; siga a verdade como a noite segue o dia e não seja falso com
qualquer homem" e aí eu parafraseio:"com qualquer Irmão".
Em podendo fazer filantropia, que o façamos, mas, principalmente, Filantropia Maçônica para Maçons.
Equipamentos de Informática
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Cabeamento Estruturado
Armazenamento de Dados
Manutenção e Suporte Técnico HW/SW
Networking
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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
COMPANHEIRO
DE MAÇONARIA E
SIMBOLOGIA
NICOLA ASLAN
ELEMENTAR – Ser espiritual, consciente e pessoal,
formado de todos os elementos que constituem o Ego
humano e que se desenvolve no plano astral. É o
inconsciente superior – o Si – que se desenvolve no
plano físico. O elementar corresponde, segundo PEM,
ao que se chama “um espírito” na Doutrina Espírita.
Segundo os teosofistas, é uma entidade oculta
proveniente de um homem desencarnado, antes dele
ter sofrido a segunda morte que deve libertá-lo do corpo
astral.
Às vezes, são simples cascas kama-rúpicas,
abandonadas pelo Ego superior e capazes de se
revificarem ao contato psíquico dos vivos para
realizarem fenômenos mágicos.
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ELEMENTOS – Os quatro elementos da tradição O 2º do Simbolismo Maçônico (COMPANHEIRO) é,
hermética foram incorporados no simbolismo maçônico. via de regra, pouco estudado, pouco pesquisado e
Estes elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, representam os onde menos sessões maçônicas são feitas – apesar
quatro tipos primordiais das manifestações naturais. do seu rico simbolismo . Talvez por isso – ou em
Cada um desses elementos simboliza a união de duas conseqüência disso - existem poucos livros sobre o
qualidades: Frio-Seco, Frio-ùmido, Quente-Úmido, assunto. E, quando existem, ocupam-se mais da
Quente-Seco, qualidades elas mesmas derivadas da parte alegórico/histórico (estudos das ferramentas e
noção de Qualidade-Quantidade. Os elementos
símbolos), sem procurar penetrar na prática esotérica
reproduzem, assim, o ciclo das manifestações naturais.
– sem, no entanto, se afastar da razão, que é
Na Iniciação Maçônica, as purificações se processam por
elemento primordial à Maçonaria.
meio dos quatro elementos. J. Boucher vê nisso “um
provável resíduo de uma simbolização totêmica do O autor, apesar de conclamar aos maçons a saírem
desenvolvimento da Vida com o auxílio e através dessas do “sono letárgico “ em que se encontram os
entidades elementares primordiais”. maçons brasileiros – buscando não perdermos o
O primeiro elemento é a Terra, domínio subterrâneo onde sentido de modernidade e globalização – “convida”
se desenvolvem germes e sementes e que o aos leitores a voltarem no tempo e fazerem parte de
Recipiendário encontra na Câmara das Reflexões, onde é uma Guilda, ser um personagem dela. E, com isto
encerrado. A primeira viagem é relacionada com o Ar, a “vivenciarmos” cada um dos segnificados dos
segunda com a Água, a terceira com o Fogo. símbolos e ferramentas do Grau de 0ompanheiro
De acordo com Ragon, os quatro elementos da natureza Maçom.
representam, simbolicamente, em Maçonaria, o papel que Podemos concluir, concordando o parágrafo final dos
todos eles desempenham na vida do homem. A Água, o editores, quando da apresentação do livro:
Ar e o :Fogo são três companheiros que abandonam o “Um livro que estimula o Maçom a conhecer mais
homem (o Mestre) quando morre, mas em suas exéquias profundamente a interpretação do simbolismo do
lhe são devolvidos por meio da água lustral, do incenso Grau de Companheiro, já que muitas ‘lendas’ têm
e dos círios. sido criadas envolvendo a Maçonaria, devido a uma
O quarto elemento, a Terra, é o seu ponto de partida que incompreensão generalizada acerca de sua discrição
se parece ao do braço ou da perna aberta em compasso, e origem”.
a qual, depois da revolução circular – símbolo da vida Editora Maçônica “A TROLHA “ Ltda.
humana – volve ao mesmo ponto de partida de onde havia
Londrina, 2005.
saído e para onde vai novamente. O globo terrestre
sofrerá as mesmas terríveis revoluções por abandono dos
Carlos Alberto dos Santos
três elementos: Água, Ar e Fogo.
Comenta J. Boucher de que certas comparações e outros Editor
comentários de autores maçônicos, bastante banais, não
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POLINDO A PEDRA BRUTA
“Toda organização que busca o esclarecimento do homem, busca o SILÊNCIO (o estado de silêncio)”.
A organização é uma entidade. Tem uma individualidade própria das instituições.
Precisa ter história, arquivos e normas controláveis. Tendem a uma determinada produção e utiliza os
homens como meios para consecução dos seus fins por mais torpes ou nobres que sejam. Mas quando a
produção se confunde com os meios, quando o objeto da organização é o próprio homem estabelece-se uma
profunda confusão, principalmente se a forja é alimentada por eflúvios de liberdade (“germe de autodestruição”) e
então se processa um movimento de implosão já que o objeto não se destina a consumidores externos, mas é um
impulso para a ansiada fonte primeva, descartando todas as amarras que nos tolhem por séculos: o mergulho
reparador.
E o que sobra - lânguidos e desanimados espectros, pois sem o élan motivacional - digladiam-se
tristemente em porfia de afirmação inencontrável.
“O maçom que é maçom, não é MAÇOM!”
OUROBOROS!
PÍLULAS MAÇÔNICAS
GHANDI
Quando disseram a GHANDI que ele era um dos maiores nomes surgidos na História Universal,
modestamente, ele respondeu:
“Nada tenho de novo para ensinar ao mundo. A verdade e a não-violência são tão antigas quanto as
montanhas. Tudo o que tenho feito é tentar praticá-las na escala mais vasta que me é possível. Ao fazer isso, errei
algumas vezes e aprendi com meus erros”.
“Os que acreditam nas verdades simples que expus, só podem propagá-las se viverem de acordo com elas.
Estou absolutamente convencido de que qualquer homem ou mulher pode realizar o que realizei, se fizer o mesmo
esforço e cultivar a mesma esperança e fé”.
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HISTÓRIA PURA
A MAÇONARIA BRASILEIRA ANTES DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
Ir.: Nicola Aslan
Durante toda a Idade Média, as Corporações de Talhadores de Pedra espalharam pela Europa o esplendor das
maravilhosas jóias arquitetônicas que, ainda hoje, despertam a maior admiração e proclamam, bem alto, a imperecível
glória da Maçonaria Operativa. Esta chegou, porém, ao seu termo no decorrer do século XVII e, desses admiráveis
operários, geniais e modestos ao mesmo tempo, apenas subsistiram algumas confrarias que tinham sob os seus cuidados
a parte social das corporações.
Abrindo as portas a elementos estranhos à profissão, os Maçons aceitos, essas confrarias estendiam sobre eles
uma proteção valiosa, naquela época, recebendo em troca um reforço de influência e de contribuições para a caixa de
socorros.
Tal era a situação, em princípios do século XVII, quando estas fraternidades de socorros mútuos criaram um poder
central regulador, a Grande Loja de Londres, e a Maçonaria, transformando-se em Especulativa, assumiu, desde logo, o
aspecto de uma associação empenhada na reforma dos dissolutos costumes da sociedade daquele período, aflitivo
problema do momento.
No Novo Mundo, no entanto, o problema cruciante apresentava características diferentes. O continente americano
encontrava-se fracionado em colônias dominadas por diversos países europeus e os anseios gerais voltavam-se, com
ardente ansiedade, para a libertação e a independência das várias pátrias.
É a razão por que, na América, a Maçonaria assumiu tendências nitidamente política e, por isso, quase todos os
libertadores das nações americanas, a começar por Washington, foram maçons.
Em sua nova fase de fraternidade iniciática, a Maçonaria Especulativa passara a recrutar homens bons e
sociáveis, aos quais apontava, como principais objetivos, a fraternidade e a solidariedade humana, o aperfeiçoamento dos
indivíduos, a fim de transformá-los em cidadãos responsáveis e pensadores de escol. E para que fosse possível realizar
tão importante tarefa e para que a harmonia das Lojas não fosse perturbada por discussões estéreis, que sempre trazem
em seu bojo o desentendimento e a desagregação, com muita sabedoria, quando se tratou de estabelecer a sua Lei
Orgânica, a Maçonaria baniu do interior de seus templos todo debate sobre política e religião.
Não obstante, em 1776, apareceu na Alemanha um Rito apresentando características diferentes. O Rito dos
Iluminados da Baviera foi, sem dúvida, o primeiro a possuir, dentro da Ordem Maçônica, preocupações políticas.
Organizados fora da Maçonaria, os seus membros, encontraram numa Loja maçônica, que invadiram, através de
iniciações sucessivas, o ambiente propício para a expansão de seus ideais políticos. O Rito teve existência efêmera, pois
não chegou a durar dez anos; deixou, porém, dentro da Maçonaria, raízes muito profundas. Cabe-lhe a responsabilidade
de ter aberto as comportas à proibida política, que se alastrou, principalmente entre as nações latinas, subjugadas pelo
absolutismo.
O movimento pela independência teve início, no Brasil, no seio das sociedades secretas políticas que evoluíram,
paulatinamente, até se transformarem em Lojas maçônicas. Conservaram, porém, os seus objetivos e ideais políticos
iniciais, aos quais acrescentaram as características maçônicas.
A primeira notícia que se tem de uma Loja maçônica no Brasil, data do ano de 1800. As “Efemérides” do Barão do
Rio Branco consignam o testemunho do capitão francês Landolphe, o qual, aprisionado, graças à sua qualidade de
Maçom, fora convidado pelo filho do Vice-Rei Conde de Resende, a assistir a uma festa maçônica na Loja União. Segundo
o relato de Landolphe, entre os que compareceram, “estavam presentes no meio dos primeiros chefes militares e
administradores da colônia, personagens revestidos das primeiras dignidades da Igreja”.
Esta Loja União, que cinco maçons dispersos constituíram em 1800, trabalhava em Niterói “no antigo rito dos doze
graus”, presumivelmente o Rito Adonhiramita. Porém, em 1801, ela se transformou na Loja Reunião, recebendo por
intermédio do Ir.: Laurent, a Carta Constitutiva e os Estatutos e Reguladores do Grande Oriente da Ilha de França, hoje
denominada Ilha Maurícia, Potência Maçônica fundada em 1776 e subordinada ao Grande Oriente de França.
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Já em 1802, Maçons portugueses instalaram em Salvador, na Bahia, a Loja Virtude e Razão, que adotou o Rito
Moderno, não se subordinando, porém, a qualquer Obediência Maçônica.
Todavia, chegando ao conhecimento do Grande Oriente Lusitano que a próspera Loja Reunião tinha se vinculado
a uma Obediência de origem francesa, aquele Alto Corpo conferiu poderes a três Delegados para que submetessem a Loja
à jurisdição portuguesa e criassem novas Lojas. Não conseguindo a primeira parte da missão de que foram imcumbidos, os
delegados fundaram as Lojas Constância e Filantropia, sob os auspícios do Gr.: Or.: Lusitano.
Tendo enviado a Lisboa um emissário para um entendimento com o Gr.: Or.: Lusitano, objetivo que não foi
alcançado, a Loja Reunião, em 1805, abateu colunas. Quanto às Lojas Constância e Filantropia, foram, em 1806, proibidas
de funcionar pelo Vice-Rei Conde de Arcos.
Consta, todavia, que mais duas Lojas maçônicas estavam funcionando no Rio, por aquela época: Beneficência e
São João de Bragança, esta última, ao que se diz, no próprio Paço Real; teria sido ordenado o seu fechamento pelo próprio
D. João VI quando o rei tomara conhecimento de sua existência.
Surgiu ainda em Niterói, em 1812, a Loja Distintiva, cuja vida foi muito efêmera.
Na Bahia, a Loja Virtude e Razão foi desmembrada e doze de seus obreiros fundaram, em 1807, a Loja Virtude e
Razão Restaurada que, em 1808, passou a denominar-se Humanidade. Posteriormente, em 1813, outros dezoito obreiros
da Loja Virtude e Razão fundaram a Loja União. E com a reunião das três Lojas baianas foi, então, fundado o Grande
Oriente Brasileiro, cujo Grão-Mestre foi Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.
É, também, mencionada, entre os anos 1809 e 1816, a existência de várias Lojas de Pernambuco. Quatro delas,
entre as quais as Lojas Restauração e Patriotismo, chegaram a formar uma Grande Loja Provincial. Cita-se ainda as Lojas
Guatimozim, Pernambuco do Oriente, Pernambuco do Ocidente entre outras.
Todas essas Lojas tinham, porém, um cunho essencialmente político e preparavam uma revolução de caráter
republicano. O movimento emancipacionista encabeçado pelos maçons, entre os quais padres, malogrou por ter eclodido
prematuramente. Nesta Revolução Pernambucana de 1817, muitos brasileiros patriotas perderam a vida.
Finalmente, a 15 de novembro de 1815, foi fundada no Rio de Janeiro, também com objetivos políticos, a Loja
Comércio e Artes que, adotando o Rito Adonhiramita, subordinou-se ao Grande Oriente Lusitano.
Numa tentativa que tinha em vista debelar os movimentos libertários contra o absolutismo, D. João VI editou o
Alvará de 30 de março de 1818, que teve curso tanto em Portugal como no Brasil. O decreto declarava criminosas e
proibidas todas as sociedades secretas, quaisquer que fossem as suas denominações, punha termo às atividades
maçônicas no Brasil; aparentemente, pelo menos, pois as Lojas continuavam o seu trabalho político em outros locais e sob
novas denominações. Pode ser citado, por exemplo, o “Clube Recreativo e Cultural da Guarda Velha”, formado por
Joaquim Gonçalves Ledo e outros patriotas, o qual manteve acesa a chama por um Brasil independente.
N.E.: Texto extraído do Livro “UMA RADIOSCOPIA DA MAÇONARIA”, de Nicola Aslan; Editora NICOLA Aslan Ltda; Rio de
Janeiro
Administração de Condomínios
Venda e Aluguel
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Viagem ao nosso interior
QUALIDADES DA PRECE
D. Villela
Nasceu no Rio de Janeiro, em 26/07/1787, sendo filho do Mal. de Campo José Joaquim de Lima e Silva 1}
e D. Joana Maria da Fonseca Costa (Era tio do Duque de Caxias).
Em 06/10/1790 – aos três anos de idade – José Joaquim assenta praça de Cadete no 1º Reg. de Linha.
Quinze anos após (15/08/1805) é promovido a Alferes.
Foi promovido, respectivamente a Tenente em 17/02/1806; a Capitão em 12/10/1808; a Major em
17/12/1814; a Tenente-Coronel em 06/02/1818; a Coronel graduado em 24/06/1822.
O Coronel Lima e Silva assume o comando em chefe do Exército Brasileiro que sitiava a Bahia, em
27/05/1823.
O Coronel Lima e Silva é nomeado, por decreto, Ajudante de Campo junto à pessoa do Imperador, em
17/02/1824.
Em 09/08/1824, Lima e Silva é promovido a Brigadeiro graduado. E agraciado pelo Imperador com a
Dignatária da Ordem do Cruzeiro do Sul.
Após a abdicação de D. Pedro I, Lima e Silva é nomeado pela Regência Comandante das Armas da Corte e
da Província do Rio de Janeiro (a seu pedido, seria exonerado deste cargo, em 01/09/1831).
Em 24/06/1831, instalado oficialmente o GRANDE ORIENTE BRASILEIRO, posteriormente denominado de
GRANDE ORIENTE DO PASSEIO, José Joaquim de Lima e Silva ocupa o cargo de Gr.: Chanceler Interino, na
administração do Grão-Mestre Senador Vergueiro, até 18 de junho membro da Regência Trina Provisória.
Em 02/02/1834, Lima e Silva é nomeado secretário de guerra.
Entre 1834 e 1843, Lima e Silva é eleito Deputado Geral pela Província do Piauí, nas 3ª, 4ª e 5ª
Legislaturas.
A Constituição do GRANDE ORIENTE BRASILEIRO é “...Selada e Timbrada por nós, Chanc.: Inter.: do Gr.:
Or.: Brás.:, José Joaquim de Lima e Silva” (07/11/1834).
Lima e Silva recebe o título de Conselheiro de Estado, em 12/07/1841. E, em 1845, é nomeado Conselheiro
de Guerra.
Atingiu o topo da carreira militar, em 17/01/1852, obtendo a reforma solicitada no posto de Marechal do
Exército.
Em 02/12/1854, o Marechal Lima e Silva é agraciado com o título de Visconde de Magé, com honras de
grandeza.
Faleceu em 24/08/1855, na Cidade do Rio de Janeiro, coberto de prestígio e de honraria.
Sobre ele, escreveu Maciel da Silva: “Era tido como um dos mais instruídos generais do nosso exército; e
seus conhecimento técnicos, demonstrados no parlamento, lhe valeram ser chamado ao Conselho de Estado.
Seus serviços à causa da independência nacional sobrelevam a quaisquer outros, contudo. À testa do Exército
libertador da Bahia, houve-se como chefe de real valor, pela coragem e capacidade, dedicação e patriotismo
acendarados”.
Fonte: “PEQUENAS BIOGRAFIAS DE GRANDES MAÇONS BRASILEIROS”, Ed. Maçônica – Rio de Janeiro, 1973; de NICOLA ASLAN
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DEPOIMENTO
VALOR DA VIDA
Deixar para ser feliz amanhã é uma forma de ser infeliz!
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os meus tesouros, em meu beneficio, mas sobretudo em proveito de meus familiares, de meus Irmãos, que devo guardar
dentro de um porta-jóias, trancar e perder e chave.
O simples desejo, sincero e firme, de me tornar útil, não magoar ninguém, de sorrir para quem esqueceu
como se faz isso, e se preciso for voltar, que eu VOLTE! Se perceber que devo seguir que eu SIGA! Se estiver tudo errado,
que eu COMECE NOVAMENTE! Se estiver tudo certo que eu CONTINUE meu caminho em busca da realização da
construção de uma sociedade melhor! E assim serei feliz!
Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402
CADERNO DE
TRABALHOS
Apesar de estarmos submetidos a diversas condições que nos impedem de
alcançar a felicidade absoluta, enquanto a verdadeira felicidade não chega,
podemos, dentro das nossas limitações, ter uma felicidade relativa, fazendo o
Consultoria
bem e aprendendo a ficarmos felizes com a felicidade do próximo. Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
Vilar dos Teles “Capital do Jeans”
De Estudos; Rua Raul Veiga, 708 - grupo 102 Centro - Cabo Frio
Tel: (22) 2647.2457 Cel: (22) 9971.3805
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AMACLE
ACADEMIA BRASILEIRA MAÇÔNICA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS
“Ser imortal é trivial; com exceção do homem, todos os
seres o são, pois ignoram a morte; o divino, o terrível, o
incompreensível é saber-se imortal”.
Jorge Luis Borges, em “O Imortal” conto de “O Aleph”.
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Cabe, portanto, ao Maçom de hoje, antecipar-se; combater os obstruídores da estrada da Humanidade, para
que ela siga livremente a sua trajetória, rumo à eternidade.
Concluindo, serão justos e merecidos nossos votos de aplausos aos Irmãos Raimundo Rodrigues, fundador
e 1º Presidente, generoso, criador de novos saberes e transmissor da filosofia maçônica, das idéias, dos conceitos,
exemplos do mais puro conhecimento maçônico, que com amor nos transmite, sem “criações ou inovações”; Hermes Elias
de Moura, Presidente nos dois últimos mandatos. Tal mecenas, foi o patrocinador generoso, que arcou com alugueis e
praticamente com tudo que a Academia possui de móveis, computador, etc. e ao atual Presidente Francisco Gomes da
Silva, que com dedicação e sabedoria, a vem dirigindo para a manutenção dessa entidade protetora das Artes, Ciências e
Letras.
Rogamos ao Grande Arquiteto do Universo e aos Mestres que, no passado, estiveram fisicamente ligados à
Maçonaria, que continuem a apoiar este centro de Arte, Ciência e Literatura para que possa realizar a grande obra que lhe
foi confiada.
Valdemar Sansão
1º Tesoureiro da AMACLE
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A INTOLERÂNCIA CLERICAL NO BRASIL.
Ir.: RAIMUNDO SILVA PEREIRA (*)
I - INTRODUÇÃO.
O tema da presente preleção para ser facilmente compreendido faz-se mister reportarmo-nos ao movimento militar
cristão contra os mulçumanos, denominado CRUZADAS, iniciado no ano de 1095 sob o comando de GODOFREDO DE
BOUILLION para libertar o SANTO SEPÚLCRO, o que foi conseguido em 1099 e posteriormente reconquistado pelos
mulçumanos.
Surgiu durante as Cruzadas a Ordem Iniciática dos CAVALEIROS TEMPLÁRIOS fundada por HUGO DEI PAGANI que
obteve do rei Balduino II um palacete nas proximidades do TEMPLO DE SALOMÃO para sede da Ordem, advindo desse fato sua
designação TEMPLÁRIOS. Os Templários foram obrigados a abandonar essa sede no ano de 1291 e se refugiarem na Ilha de
Chipre devido às perseguições movidas contra eles pelo Rei de França, Filipe IV, cognominado “O Belo”, acusados de heresias e
outras torpezas, acarretando sua extinção no ano de 1312 por decisão do Concílio de Viena.
A Ordem dos Cavaleiros Templários distinguiu-se em inúmeros combates ao lado dos combatentes Cruzados e devido
às suas atividades de assegurar proteção, construção de Palácios, Fortalezas, Pontes e outros apoios logísticos às Cruzadas,
conseguira amealhar considerável fortuna, embora todos os seus componentes fizessem votos de pobreza, chegara a
desenvolver atividades bancárias, guardando dinheiro de quem se dispusesse a confiar na sua honestidade.
O tesouro dos Templários aguçou a cobiça de Filipe, o Belo, que, em decorrência do estado falimentar da França, já
houvera tentado apoderar-se da riqueza dos Templários à época do Papa Bonifácio VIII, que por não haver concordado, foi
aprisionado e, depois de libertado em conseqüência de revolta popular, foi excomungado por esse Pontífice que depois foi
assassinado. O sucessor de Bonifácio VIII foi o Papa Bento IX que também ficou pouco tempo no poder ensejando a Filipe IV, o
Belo, influenciar na eleição do Papa Clemente V, em 1305 e, por conseqüência, transferindo a sede do Papado para Avignon na
França de 1305 a 1415, fato que passou para a história como “O Novo Cativeiro da Babilônia”, proporcionando inclusive, durante
certa época, duplicidade de Papas em Roma e Avignon (quando de 1415 a 1449 com o Antipapa Felix V), tendo o Papa
Clemente V feito várias concessões ao Rei, inclusive à extinção da Ordem dos Cavaleiros Templários, com a condenação por
heresia e outras acusações de seu Grão-Mestre Jacques de Molay, a morrer queimado na fogueira em 1312.
O destemido Grão-Mestre Jacques, no momento da sua execução elevou os olhos para o céu e, clamando por justiça,
pediu ao G:. A:. D:. U:. para que o Papa e o Rei, dentro de um ano e três meses,comparecessem à sua presença para prestar
contas de seus atos criminosos, tendo Filipe, o Belo, durante uma caçada haver caído do cavalo e morrido, estraçalhado pelos
dentes de um javali, e o Papa Clemente V morrido dentro desse mesmo prazo, padecendo de dores abdominais horríveis.
II - O JESUITISMO.
Os remanescentes da Ordem dos Templários procuraram refúgios nos Mosteiros em diversas partes da Europa e Ásia
e, posteriormente, sua grande maioria ingressou na Maçonaria, tendo inclusive os Graus Filosóficos dos Ritos de York e Escocês
Antigo e Aceito dedicado diversos títulos em homenagem aos Templários.
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Escritores maçônicos há, como o ilustre e saudoso Ir:. Jorge Buarque de Lira, que afirmam Ignácio de Loiola, fundador
da Companhia de Jesus haver pertencido à Ordem dos Cavaleiros Templários e durante a reunião que decidiu pela incorporação
dos Templários à Maçonaria na Abadia de Montserrat na Espanha, juntamente com mais seis irmãos optado por fundar a
Companhia de Jesus nos mesmos moldes regulamentares dos Templários e juntá-la ao Vaticano, onde passaram a exercer
enorme poder de dominação sobre os Papas.
A Companhia de Jesus fundada em 1534 por INÁCIO DE LOIOLA, PEDRO LEFÈVRE,FRANCISCO SAVERIO,
JACOPO LAYNEZ, AFONSO SALMERON, NICOLAU AFONSO E SIMÃO RODRIGUES, sendo oficializada pelo Papa Paulo III
no ano de 1540. Com pouco tempo de existência ela tornou-se rica e poderosa, mercê das atrocidades e falcatruas cometidas
por seus membros contra a paz pública, a moral e a ética nos países onde existia, como por exemplos: induzir pessoas doentes
a firmar testamentos legando seus bens à igreja, bem assim, os faltosos em troca do perdão pelos seus pecados e destarte,
acarretando tornar-se dona de grandes extensões de terras em diversos países por onde se estabelecera com o propósito de
catequizar e desenvolver a Igreja Católica Apostólica Romana.
Tendo em vista as atuações desastrosas e desumanas de seus membros a Companhia de Jesus, passou a ser odiada,
perseguida e expulsa de diversos países como a França, a Itália, a Suíça, a Espanha e Portugal, acarretando sua extinção por
diversas vezes sendo a última em 1773 pelo Papa Clemente XIV e, restaurada em 1814 pelo Papa Pio VII, após a Revolução
Francesa e as guerras napoleônicas.
A Companhia de Jesus chegou ao Brasil em 1549 chefiada pelo jesuíta Padre Manuel da Nóbrega, seguido por Padre
José de Anchieta e pelo Padre Antonio Vieira e, expulsa em 1760 pelo grande maçom SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E
MELO, Marquês de Pombal, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra do Rei de Portugal Dom José I de 1750 a 1777,
aboliu a escravatura em Portugal e suas Colônias, promoveu o desenvolvimento do Brasil e, após deixar o poder sofreu insana
perseguição dos jesuítas que dominavam a Rainha D. Maria II e seu esposo o Rei Dom Pedro III, o Marquês de Pombal foi
proibido por Decreto Real em 1781 de residir a menos de vinte léguas do Passo de Lisboa, sendo em 1782, julgado e condenado
a enforcamento e depois esquartejado.
Os jesuítas no Brasil, além da catequese, tornaram os índios cativos e aceitaram escravos como herança, utilizando-os
para construírem Igrejas, Conventos, Colégios e residências e, também fizeram fortunas incalculáveis em bens materiais, terras e
escravos decorrentes de espólios recebidos em troca de perdões de pecados e sepultamentos nas Criptas das Igrejas, em razão
do que foram expulsos pela coroa portuguesa sob iniciativa do grande maçom, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês
de Pombal.
Maçonaria, mesmo não sendo uma religião, é reconhecida como “Filha da Ciência e Mãe da Caridade”, sempre foi e
continuará sendo uma Instituição Humanitária enquanto existir o ser humano sobre a face da terra, tendo por finalidade tornar
feliz a humanidade pelo congraçamento entre os povos, sem preocupação de fronteiras e de raças, credo religioso ou concepção
político – partidária.
A Igreja Católica Apostólica Romana, antes de ser dominada pelo jesuitismo, quando era totalmente espiritual e não
temporal, teve na Maçonaria uma franca e leal aliada, bem como, uma protetora contra o despotismo, pois, segundo o escritor e
saudoso Ir:. Joaquim Teixeira Lino em sua magistral obra “Históricos Maçônicos”, a Maçonaria teve como obreiros, só na Europa,
pelo menos dois Papas, cinco centenas de Cardeais, mais de um milhar de Bispos e quase vinte milhares de sacerdotes.
Houve períodos da história em que a Igreja Católica, por interesses políticos de alguns Papas, se fizera aliada da
Maçonaria, principalmente do século X ao início do século XIII quando predominou a influência da Igreja Latina e o Papa
necessitava de apoio para manter a sede do papado em Roma. Todavia, em face de conduta reprovável de vários Papas a
Maçonaria foi gradativamente retirando seu apoio.
Durante o reinado do Papa Gregório VII, conhecido também pelo nome de Papa Hildebrando e que era maçom, a Igreja
Romana teve algum prestígio e poder, porém, não conseguiu conservar esse prestígio religioso e moral que era o alicerce de sua
força e poder.
Depois, face à conduta pouco recomendável de alguns Papas a Maçonaria foi gradativamente divorciando-se do
convívio com a Igreja Católica e lhe negando apoio, visto que esta teimava em afastar-se da base de seu poder que era a fé a
qual requer tolerância. A Igreja Católica, em seu afã de hegemonia religiosa, passou a combater até o entusiasmo religioso e a
Maçonaria que nos áureos tempos da Igreja Cristã foi sua aliada, passou a ser perseguida por questões de consciência ou
mesmo de escrúpulo como todos os que deixassem de aceitar sem discussão as decisões doutrinárias de Roma que chegou a
proibir a leitura e comentários sobre as Escrituras Sagradas.
Quando no século XII, o Papa Inocêncio III mandou perseguir os adeptos de Pedro Valdo no sul da França, conhecidos
pelo nome de Pobres de Lion, por salientarem a doutrina da fé em sua singeleza pregada por Jesus Cristo, impingindo-lhes
castigos crudelíssimos a Maçonaria que sempre combateu: o absolutismo, a intolerância, os preconceitos e os erros, ficando do
lado dos perseguidos, dos fracos e oprimidos, apoiando esse movimento como apoiara os franciscanos que também foram
presos, seviciados e até queimados vivos em Marselha em virtude da tirania que imperava no Vaticano, passou a ser perseguida
e condenada pelo clericalismo.
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IV – DIVERGÊNCIAS INCONTORNÁVEIS.
Nas primeiras décadas do século XIV houve a insurgência de cristãos contra a infalibilidade do Papa, que a Maçonaria
apoiou e o acúmulo de riquezas pelo clero obtidas de maneira pouco lícita e ética, tornando grande parte de terras de vários
países propriedades do clero, fizeram nossa Sublime Instituição ficar do lado dos perseguidos pelo desejo de hegemonia.
É lícito enfatizarmos as iniciativas de São Francisco e de Pedro Valdo que criaram seitas com fundamento na pobreza,
respectivamente a Ordem dos Franciscanos e os “Pobres de Lion” no sul da França e que repudiavam as riquezas ostentadas
pela Igreja Romana e, por isso tanto os franciscanos como os valdenses, foram tenazmente perseguidos, condenados,
encarcerados, dispersados, além de sofrerem castigos cruéis.
Para melhor compreensão vale ressaltar a luta travada pela Igreja Romana desde o século XI para conseguir exercer
concomitantemente, os poderes temporal e espiritual o que provocou sérios conflitos e desavenças com reis e príncipes de
diversas nações, os quais os Papas julgavam-se com direito de nomear e demitir conforme suas conveniências ou excomungá-
los em caso de contrariedades às suas diretivas.
Outro fato digno de consideração, além do excessivo zelo e abuso da força e usufruto de inadequados privilégios,
também concorreu para o declínio do prestígio da Igreja Romana na idade média, foi o processo sucessório dos Papas, bem
diferente do que ocorre atualmente, considerado um horroroso espetáculo em conseqüência da ação exercida pelas cortesãs
palacianas nas eleições, quando punham seus amantes no trono de São Pedro como ocorreu quando D. Maria Malachini,
conseguiu eleger o Papa Inocêncio X em 1644, que, segundo o historiador Oscar Argolo, em sua obra “O Segredo da
Maçonaria”, era seu amante.
N.E.: Como pode ter havido um lapso ao posicionar-se o articulista, esclarecemos que a chamada
“infalibilidade papal”, só foi definida, pelo papa PIO IX, em 1869!
V - O PROTESTANTISMO.
Fato é que a Igreja Romana, além da teimosia em acumular o exercício dos poderes temporal e espiritual em várias
partes do mundo, provocou inúmeras desavenças o que provocou o Movimento Protestante e, os Cismas constituíram-se no
estopim que detonou o desejo de predomínio supremo do poder autoritário do Vaticano, destruindo a muralha de perversão e
intolerância religiosa que a Maçonaria apoiou, dando guarida aos perseguidos. Esse procedimento adotado pela Maçonaria
ensejou desentendimentos irreconciliáveis entre a Igreja Romana e a Sublime Ordem Maçônica, entretanto, o mais sério
desentendimento adveio de o Papa Clemente XII pretender que a Maçonaria, que tanto houvera apoiado a Igreja Católica como
sua aliada nos áureos tempos, abrisse guerra contra os protestantes e a Igreja Anglicana, segundo o saudoso irmão maçom e
ministro evangélico, Jorge Buarque de Lira em sua obra “A Maçonaria e o Cristianismo”.
A Igreja Romana, por intermédio de diversos Papas utilizou Encíclicas para condenar à excomunhão as Sociedades
Secretas inclusive a Maçonaria, podendo ser citados: Clemente X; Benedito XIV; Pio VII; Leão XII; Pio VIII; Gregório XIV e Pio IX,
porém, tais condenações eram sempre ignoradas e na maioria das nações, todavia, o Papa Pio IX, Giovanni Maria Mastai Ferreti,
iniciado maçom e eleito Papa com apoio da Maçonaria, em renhida disputa com mais dois candidatos, editar a Bula “Quanta
Cura”.
A Maçonaria, representada por Giuseppe Garibaldi e Camilo Benso, o Conde de Cavour, haver lutado ao lado da
Carbonária e outras Sociedades Secretas pela unificação da Itália quando a Igreja Romana perdeu definitivamente na batalha de
Castelfidardo, os Estados Pontifícios compostos pelas regiões de Ravena e Pentápolis, que tornou o Papa Pio IX prisioneiro e
que após liberto, editou em 09 de novembro de 1846 a Encíclica “Quanta Cura” cujo famoso anexo “Syllabus” anatematizava a
Maçonaria e outras Sociedades Secretas, a qual mesmo não sendo aplicada em muitos países, foi confirmada pelo Papa Leão
XIII em 20 de abril de 1884 e que perdura até nossos dias.
Os Estados Pontifícios eram constituídos pelas regiões de Ravena e Pentápolis, exarcas oriundas das províncias
incorporadas pelo Império Bizantino ao Império Romano do Ocidente e que foram doadas à Igreja Católica Apostólica Romana
para formação do patrimônio de São Pedro, no Pontificado do Papa Estevão III no ano 754 pelo monarca franco Pepino, o Breve,
e, confirmado em 756 pelo Rei Carlos Mágno, os quais posteriormente em 1809 foram incorporados à França em decorrência
das guerras napoleônicas. No ano de 1815 retornaram ao papado e, em função da unificação da Itália foram novamente
incorporados à Itália. Todavia, em decorrência do Tratado de Latrão de 1929 foi criado o Estado do Vaticano, circunscrito ao
recinto do palácio pontifício, de onde o Papa passou a exercer a condição dupla de Chefe de Estado e Chefe Espiritual da Igreja
Católica Apostólica Romana, reconhecida atualmente pelo Direito Internacional Público que lhe concede manutenção de relações
diplomáticas com quase todas as nações do mundo.
O Papa Pio IX, além de haver publicado diversas Encíclicas dentre as quais a Quanta Cura e seu famoso anexo
Syllabus, favoreceu ao Partido Ultramontano (Movimento herético que se dizia inspirado pelo Espírito Santo pregando novas
revelações complementares às Sagradas Escrituras), proclamou o dogma da Imaculada Conceição e a Infalibilidade do Papa,
temas que a Maçonaria embora não aceitando jamais combateu tendo em vista tratar-se de assuntos religioso circunscrito à fé.
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Devemos nos conscientizar de que nossa Sacrossanta Instituição, jamais procurou estabelecer conflitos com quaisquer
religiões, sempre incentivou seus adeptos praticar a religião de suas crenças, incentivando a busca incessante da Verdade que
sempre existiu muito antes que alguém a procurasse, pois, um bom maçom jamais será um irreligioso e libertino.
A Sublime Ordem Maçônica Universal não é uma religião, mas tem por objetivo a felicidade humana mediante os
desenvolvimentos intelectuais, morais e espirituais, o aperfeiçoamento dos costumes visando à paz universal pela
confraternização dos povos. Crê em uma vida além túmulo e em um princípio criador que denomina GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO que é Deus, defende a liberdade de consciência e o livre arbítrio, sempre defendeu a causa da justiça e do direito
aos humildes contra a opressão, a tirania e a intolerância religiosa.
A Maçonaria sempre apoiou as causas de direto à liberdade de culto religioso e a separação da Igreja do Estado, bem
assim, o casamento civil, o divórcio e o ensino laico nas Escolas Públicas, dentre outras iniciativas evolucionistas do ser humano,
o que vai de encontro ao procedimento ortodoxo adotado pela Igreja Romana, haja vista, o divórcio, o desenvolvimento da
ciência no que concerne à pesquisa com células embrionárias para curar doenças hoje consideradas incuráveis, o aborto
decorrente de estupro e deformação congênita irreversível dentre outros possíveis benefícios ao ser humano que a Igreja
católica é contrária.
A Questão Religiosa, historicamente como ficou conhecida a intolerância clerical dos Bispos Dom Frei Vital e Dom
Macedo Costa, trouxera prejuízos irreparáveis à Ordem Maçônica no Brasil, tendo em vista a religiosidade do povo e a
campanha levada a efeito pela pregação clerical nos púlpitos das igrejas haverem influenciado o ingresso de novos membros em
nossa Sublime Ordem.
Esse acontecimento deplorável do passado acarretou inúmeros conceitos prejudiciais à nossa Sublime Ordem que,
ainda hoje é considerada, por muitos brasileiros, como entidade pagã, anticristã, anti-religiosa e satânica, embora eminentes
sacerdotes católicos tenham se expressado, com plena convicção, opiniões de que a Maçonaria é: “Filha da ciência e mãe da
caridade! Fossem as sociedades civis como tu, ó Santa Maçonaria, e os povos viveriam eternamente numa idade de ouro.
Satanás não teria o que fazer na terra e Deus teria em cada homem um eleito” (Cônego Januário da Cunha Barbosa); “A
Maçonaria foi, em todos os tempos, a maior propagandista dos direitos do homem. Por isso mesmo caminha sempre de acordo
com a Igreja de Cristo” (Monsenhor Muniz Tavares); “A Maçonaria tem para mim a grande virtude de esconder-se para fazer o
bem. É o contrário de outras sociedades que só se escondem para fazer o mal. Enquanto não fui maçom, eu cria como um cego;
depois que entrei na Maçonaria, creio como quem vê”. (Albino de Carvalho Lessa); “A Maçonaria teve o poder de fundar a mais
sã filosofia, fazendo germinar as doutrinas de São Vicente de Paulo, Santo Tomaz de Aquino e, mais tarde, Bossuet, Fenelon e
Chateaubriand, que inundam de pura luz o orbe interno”. (Padre Dr. Aniceto Gomes); “A Maçonaria é a escola de sublimes
verdades que, por meio de sublimes mistérios, toca o coração humano e o conduz ao exercício de todas as virtudes”. (Padre
Miranda); “Jesus Cristo instituiu a caridade; A Maçonaria apoderou-se dela e constituiu-a sua mestra. É sob os seus auspícios
que não morre a sua esperança e que se robustece a sua fé. Bendita seja esta irmã da Igreja e da virtude “. (Bispo Dom
Sebastião Pinto do Rego). (Expressões transcritas da obra “A Maçonaria e o Cristianismo” de autoria do Ministro Evangélico e
Maçom, Dr. Jorge Buarque de Lira).
O relacionamento atual entre a Maçonaria e a Igreja Católica no Brasil, em que pese ter havido algumas conversas
mediante convites de altos dignitários católicos, ainda é de expectativa de um bom convívio futuro, visto que alguns preceitos
estão sempre impedindo uma aproximação capaz alcançar uma concórdia, como por exemplos: além da crença no Grande
Arquiteto do Universo, o livre arbítrio, diversidade de Ritos praticados e a liberdade de pensamento existente na doutrina
Maçônica, a Igreja alega também a falta de uma autoridade universal e outra geral no Brasil, capaz de estabelecer uma forma de
entendimento mútuo, pois, no Brasil e no mundo, existe multiplicidade de Potências Maçônicas que não se relacionam e nem se
reconhecem.
(*)Pertencente aos quadros da ARGMLS REI SALOMÃO 41 nº 36 / GLMERJ
Alfredo P. Cunha
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Tel: (22) 2643.3504
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BENVINDOS À MAÇONARIA
(1ª PARTE)
Ninguém ama aquilo que não conhece bem e nem se
esquece daquilo que ama. Ninguém dá o que não tem.
a) SIMBOLISMO MAÇÔNICO
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Todo mundo compreende esses símbolos simples e banalizados. Mas existem outros símbolos
menos freqüentes, mais ocultos: filosofais, religiosos, iniciáticos. Durante seu tempo de aprendizado, a tarefa
exclusiva do Aprendiz consiste na observação e análise de tudo o que se passa num mundo inteiramente novo
para ele, devendo concentrar seus esforços por aprender, assimilar e adotar as posturas e atitudes
desconhecidas no mundo profano.
As vezes, sua casca é dura de ser quebrada, mas a semente, uma vez libertada, mostra-se tanto
mais deliciosa!
O iniciado deve romper a casca mental, isto é, fugir do racionalismo esterilizante, para atingir a
transcendência; somente depois de romper essa casca é que se torna possível o acesso á verdadeira iniciação.
Todos os símbolos abrem portas, sob a condição de não nos atermos apenas – como geralmente
acontece – às definições morais.
A iniciação “abre portas” até então proibidas ao recipiendário.
São determinados instrumentos profissionais, a maioria tirada da antiga arte arquitetônica, que a
Maçonaria simbólica usa como emblema de Virtudes e ensinamentos.
São os seguintes os principais instrumentos e utensílios do Aprendiz – Maçom e seus respectivos
significados morais:
a) A RÉGUA DE 24 POLEGADAS (precisão na execução durante 24 horas de cada dia);
b) O MAÇO (decisão na aplicação);
c) O CINZEL (discernimento na investigação).
A Régua de 24 polegadas figura nas Lojas simbólicas da Franco-Maçonaria como instrumento de
trabalho e medida do tempo, no sentido de que não se deve mal gastar as horas na ociosidade e egoísmo, mas
parte delas na meditação e estudo, parte no trabalho, e parte no recreio e repouso, “porém todas no serviço da
humanidade”;
O Maço (MALHO) com o cinzel, é o instrumento de trabalho do Aprendiz, para, alegoricamente,
“desbastar a pedra”, ou educar a agreste e inculta personalidade para uma vida ou obra superior. O malho
simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e superar os
obstáculos;
O Cinzel corresponde à penetração, discernimento e receptividade intelectuais, ou o aspecto
passivo da consciência, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade.
c) OUTRAS OBSERVAÇÕES
- Sois Maçom?
- MM. II. C. T. M. R.
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Isso porque um Aprendiz Maçom deve duvidar de si mesmo e da fragilidade de seus conhecimentos
maçônicos. Ele deve, portanto, evitar de dar uma opinião sem antes recorrer às luzes da sabedoria de seus
Irmãos.
- De que forma vos fazeis reconhecer como Maçom?
- Através dos Sinais, Palavras e Toque.
Um Maçom se reconhece pelo seu modo de agir, sempre eqüitativo e sincero (sinais); sua
linguagem leal e sincera (palavras); enfim, pela atitude fraternal que manifesta com todos aqueles que está
unido pelos laços de solidariedade.
- A que horas os Maçons costumam começar e terminar seus trabalhos?
- Os trabalhos começam ao meio-dia e terminam à meia-noite.
Estas horas convencionais indicam que o homem atinge parte de sua maturidade, na metade de
sua vida, antes de poder ser útil a seus semelhantes; mas que, deste instante, até a sua hora final, deve
trabalhar sem descanso para o bem estar comum!
d) AMOR FRATERNAL
O grande mistério maçônico está na simplicidade que se configura na palavra amor. O amor e
respeito a tudo e a todos.
Agora, como Maçom, tem por missão eliminar de dentro de si o egoísmo, daí a necessidade de
cultivar seu espírito de coletividade através do Amor Fraternal. E não é por acaso que em Loja de Aprendiz, o
Livro Sagrado é aberto sobre o altar no Salmo 133 (A excelência da União Fraternal – Cântico de Romagem de
Davi):
Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os Irmãos, - traduz a satisfação e a alegria do
Amor Fraternal.
Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402
Fontes consultadas:
- “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher;
- Instruções Complementares Para Maçons 1º Grau – GOP);
- “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA”
Da Primeira à Sétima Instrução – Grau I
Valdemar Sansão (aguardando publicação)
Estamos a 17 anos do bicentenário da Independência, intervalo que, sem análise, parece longo. E é, se alguém,
apressadamente, repara apenas na contagem, um a um, dos anos.
Talvez, olhando deste ângulo, é que algum crítico fez beicinho, ao tomar conhecimento de que um dos
parlamentares, representantes de Pernambuco no Senado, apresentou projeto naquela Casa do Congresso, a respeito da
criação de grupo de trabalho para cuidar do 2º centenário de nossa emancipação política.
Ao Senador sobram razões, enquanto que à crítica lhe faltam.
O grande percentual da população brasileira, que viverá ao tempo do bicentenário – 2022 - será composto por
pessoas que terão 22 a 30 anos.
Estas pessoas estão, agora, ingressando nos estudos de história, como matéria integrante dos cursos, em que se
encontram matriculadas. Então é o momento ideal, para que se lhes diga que há partes dessa história que padecem
dúvidas.
O projeto, sem ser este o seu propósito, inspira uma abertura para a reformulação de nossos registros no campo
da história, sabido que estes, pelo menos os relativos à Independência, foram feitos sonegando a verdade e dando glórias
aos que nem tantas mereciam.
Os maçons sabem do sofrimento de 1817 e 1824, para que fosse dada uma pátria aos brasileiros. A história finge
que não sabe. Omite-se nos registros, como se o sangue derramado em Pernambuco, por exemplo, nada valesse.
Passa-se a estória de que a maioridade política teria sido presente de algum personagem que, em face de seu
prestígio internacional (quem sabe!), por ter vencido mais de mil batalhas (sic), erguera a espada e esbravejara: “!
independência”. Aí, o mundo todo vergara, ratificando: “independência”.
Este presentinho a que nossa história se reporta, da forma como se reporta, é um implante. Até afronta as
inteligência. Em 1817, tudo contra. Mata-se toda uma geração formada na Europa e Seminário de Olinda. Esquarteja-se
Pernambuco e lhe tiram as férteis planícies das Alagoas e os fecundos cerrados do São Francisco. Pouquíssimos anos
depois, os mesmos que eram contra, já estão todos a favor. Independência ou morte. Só não mais mortes, porque estas já
haviam sido feitas aos montões.
A lembrança do Senador pernambucano, em seu curso, abre a oportunidade de se rever isto. Mas demandará
muito esforço, sobretudo junto aos professores da matéria, para que eles despertem para isto e, na medida do possível,
colaborem com o resgate da verdade.
A Maçonaria pernambucana, se assim o desejar, terá 17 anos para corrigir a mesquinhez da história que, ao ser
escrita, não deu o relevo devido aos feitos da Ordem no processo de nossa Independência.
O Senador Maciel propôs as idéias ao momento certo, porque há muito que fazer, de modo que, ao segundo
centenário de nossa Independência, não seja por escassez de tempo, que lhe falte a glória na dimensão a que faz jus.
Agora, mãos à obra (*grifo do editor), pois “se riscar no papel é fácil, difícil é na vida riscar”.
(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)
"O OLHO"
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O olho, órgão da percepção visual, tornou-se naturalmente e quase universalmente o símbolo da percepção
intelectual.
Ponto de recepção de imagens materiais torna-se obviamente em indispensável ponto de ligação ao mundo
exterior, com trânsito nos dois sentidos, e também local de síntese e de memória.
Daí se passa à noção simbólica de Fonte e de Essência, de Conhecimento e Percepção sobrenaturais.
Assim, ironicamente, um OLHO único, aberto e sem pálpebra é símbolo da Essência e do conhecimento divino.
Inscrito num triângulo, é, neste sentido, um símbolo simultaneamente cristão e maçônico.
"Na tradição maçônica, o olho simboliza, no plano físico, o Sol visível, donde emanam a Vida e a Luz; no plano
intermediário ou astral, o Verbo, o Logos, o Princípio criador; no plano espiritual ou divino, o Grande Arquiteto do Universo".
Encontramos, aliás, no Dicionário da Maçonaria Portuguesa de A. H. de Oliveira Marques (ed. Delta, Lisboa, 1986,
vol. II, pág. 1049/50) a seguinte definição simbólica para OLHO:
"O olho inscrito no delta ou no triângulo luminoso, cuja origem se encontra na arte católica barroca,
simboliza o Sol visível, fonte da luz e da vida; simboliza igualmente o Verbo, o princípio criador, a presença
omnisciente de Deus, a onisciência da razão superior, a onisciência do dever e da consciência. Corretamente
desenhado, o olho não deve ser direito nem esquerdo, mas sim impessoal e abstrato".
De fato, é assim que o descobrimos pintado na cúpula da Catedral de Santiago de Compostela na Galiza.
É de notar que o olho é por vezes utilizado como símbolo do conjunto das percepções exteriores, e não apenas da
visão.
"Para alguns povos, aliás, o sentido da vista é aquele que resume, que substitui todos os outros.
O olho, de todos os órgãos dos sentidos, é o único que permite uma percepção que se possa revestir de um
caráter de "integridade"
Para além da associação, que a cultura islâmica (e não estamos assim tão longe dela...) faz do olho (símbolo) às
noções de magia, perigo, embriagues, pode-se aceitar, por outra via, e metaforicamente, que ela recobre também as
noções de Beleza, Luz, Mundo, Universo, Fecundidade, Origem e Vida.
É curioso surpreender em certas imagens, fornecidas pelo quotidiano ou procuradas pelo poder associativo da
imaginação, a produtividade da forma e da simbologia do olho.
CLÍNICO E CARDIOLOGISTA
O PESQUISADOR
MAÇÔNICO
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