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O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 36 – Maio/Jun. 2005
Ano V

EDITORIAL ÍNDICE

D Esde a sua fundação em 2001 – quando lançamos o Nº 0 desse nosso


informativo - o objetivo principal ainda é o mesmo: INFORMAR! Pág. 2
Mas, entre o nº de lançamento e o atual, houve uma espetacular modificação, no sentido  Curiosidades
prático de a quem se destinava esta informação: No início, o objetivo era motivar os Iir.: da
nossa Loja (ARLS RENASCIMENTO Nº 08) para o gosto da boa leitura – em particular, pela
Cultura Maçônica – e, para atingir este objetivo, o informativo foi recheado de diversas Pág. 3
seções (inclusive humor) curtas, para não “cansar” os leitores; além da reprodução de  Para Pensar
trabalhos maçônicos – na sua maioria tirados de outros informativos.
O que aconteceu neste período? Houve divulgação de, Ir.: para Ir.: (sempre Pág. 4
preferencialmente, para aquele que possui e-mail, pois a sua distribuição é gratuita) além do  Gr. Dic.Enciclopédico de
conhecimento do informativo por várias Lojas – da nossa região e de diversas partes do Maç. e Simbologia
Brasil – o que redundou (hoje) em, aproximadamente, 1000 informativos enviados (Nicola Aslan)
bimestralmente (800 por e-mail e o restante na forma impressa).
Comparativamente a qualquer outro informativo (maçônico ou profano) isto é irrisório –  Biblioteca
não contestamos – mas, para nós é uma grande satisfação!
Por outro lado – na sua formatação e editoração (ainda de forma amadora) – a cada
nova edição, o informativo foi ficando mais técnico, com apresentação de trabalhos de Pág. 6 à 7
estudos e de pesquisas de IIr.: do nosso quadro ou de outras Lojas (muitos inéditos), que  História Pura
vêm enriquecendo este nosso trabalho.
Algumas seções foram suprimidas para dar lugar a mais trabalhos, sobre assuntos
maçônicos – o que está totalmente condizente com o seu título. E, nesta linha editorial, as Pág. 8
mudanças vêm acontecendo, conforme poderão ver nesta edição.  Viagem ao nosso interior
Queremos –e iremos – nos tornar uma referência em informar e divulgar Trabalhos
Maçônicos de Estudos e Pesquisas. E, para isto, contamos com o apoio de todos, inclusive – Pág. 9
além dos trabalhos enviados – com a colocação de anúncios (de suas Lojas ou Empresas)  Biografia do bimestre
no nosso informativo.

Carlos Alberto dos Santos/ M...M... Pág. 10 à 12


 Depoimento

O Pesquisador Maçônico Pág. 13 à 26


Fundação: Janeiro/2001 • CADERNO DE
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.: TRABALHOS – De
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: M.: Estudos e Pesquisas
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
Os conceitos emitidos nos artigos aqui apresentados são de exclusiva responsabilidade
de seus autores.
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO BARRADAS, e
A... R...L...S... e de Instrução Renascimento n.º 08 1
Rua Nicola Aslan, 133 / Braga – Cabo Frio (RJ)
e-mail: opesquisadormaconico@ciclodagua.com.br
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CURIOSIDADES
BRASÍLIA, TRAÇO DE MESTRE
Colaboração do Ir.: Valfredo Melo e Souza (*)

Brasília é o maior sítio arquitetônico moderno do mundo atual. Um gigantesco aglomerado de prédios da escola
moderna de arquitetura num só local geográfico. Cada coisa tem seu lugar adrede para abrigar a máquina administrativa
dos poderes da República. Em 1987 a cidade foi tombada pela UNESCO, patrimônio cultural da humanidade, como obra
importante para o planeta, que é.
A tradição oral e o imaginário esotérico mostram uma construção criada com base em concepções faraônicas. As
semelhanças de tempo e espaço nas construções de Akhenaton, capital do Antigo Egito (1350 A.C.) e de Brasília, Capital
do Brasil (1960), existem. A primeira fundada por Akhenaton, faraó do Egito e a segunda por Juscelino Kubitschek,
presidente do Brasil. O faraó e o presidente são de idênticas personalidades.
Um novo monumento em Brasília revela outro ícone maçônico: a ponte JK (2002), no Lago Sul. Apresenta, a
escultura da ponte – a mais bela do mundo – uma simbologia da Marcha do Mestre em sua entrada na Câmara do Meio.
Marcha é a disposição dos passos que devem ser dados para se adentrar no solo sagrado. Varia segundo os
graus e ocasiões em quase todos os Ritos. A Marcha do Mestre invoca a retidão de costumes, o direito de locomover-se
em direções múltiplas. É transposição de obstáculos. Nada impede ao Mestre de progredir no terreno. Não há dificuldade
que não possa ser vencida em qualquer direção. No Caminho da Vida. Na Teia da Vida. O construtor, eventualmente
governador da Cidade, é um Mestre Maçom.
Brasília tem dois elementos básicos no seu plano de construção que se cruzam: o Eixo Rodoviário na posição
norte-sul, e o Eixo Monumental, na posição leste-oeste. O traçado inicial de uma cruz que, aliás, mais se assemelha a um
pássaro, dada a ligeira curvatura das asas (norte-sul).
Numa visão panorâmica do Eixo Monumental, o espaço físico entre a Estação Rodoviária até a Praça dos Três
Poderes, identificam-se todos os pontos representativos do Templo de Salomão na versão de uma Loja Simbólica da
Maçonaria. A Rodoviária ao Ocidente da Cidade, sob a forma de um homem deitado, é a porta de entrada; à esquerda
dela, o Teatro Nacional, réplica da grande pirâmide de Kéops, com suas formas externas piramidais em disposição
irregular, é o trono do Primeiro Vigilante, a coluna da Força; à direita e ao sul, está a Catedral, posição do Segundo
Vigilante, a coluna da Beleza. As fileiras dos prédios de Ministérios, formam as colunas do Norte e do Sul.
Os edifícios dos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, diferenciados das demais construções no
aspecto arquitetônico, um de cada lado, são os tronos do Orador e do Secretário da Loja Maçônica. O primeiro, como
guardião da Lei. O segundo, as relações da Loja com o Mundo exterior e vice-versa.
O ponto ao Oriente da cidade, simbolicamente, representa a Altar de uma Loja, lugar do Venerável Mestre, a
coluna da Sabedoria. Aí, na Praça dos Três Poderes, ergue-se o Congresso Nacional, Perspectiva de um homem em pé. O
sol nasce no Oriente, ritualisticamente, à parte leste da cidade, iluminando a Praça como um Delta Luminoso.
O fundador da cidade, um insigne Maçom, Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, um construtor de Templos.
Seus restos mortais estão depositados no Memorial JK, edifício de forma piramidal egípcia, situado no Eixo Monumental,
ao lado do Cruzeiro onde foi rezada a primeira missa de Brasília, em 1960. Antes, uma instituição filosófica e de culto a
Deus se fixou aqui, neste imenso cerrado – foi a Maçonaria. A fundação da Loja Primaz Estrela de Brasília em 15 de maio
de 1957, isto é, três anos antes, da inauguração da Cidade. O herói desta empreitada foi o bravo Maçom Dirceu Torres,
ajudado por um punhado de valorosos obreiros da Ordem. Para os aspectos místicos da cidade, leiam “Brasília Secreta”,
de Iara Kem.

(*) Membro da Academia Maçônica de Letras do DF

Novos Tempos - Serviços & Contabilidade Ltda.

“Contabilidade Geral - Serviços de Despachante – Assessoria Fiscal

Certidões Negativas – Marcas e Patentes – Imposto de Renda”.


PARA PENSAR

CARIDADE MAÇÔNICA E/OU FILANTROPIA MAÇÔNICA

Ir.: Jorge Levi S. Pereira / MI

Há muitos anos vimos dizendo que uma Loja, uma Potência e a Ordem, como um todo, para ser forte, precisa que os seus
membros sejam fortes.
Como podemos pensar em fazer filantropia extra-templos, se intra-templos existem tantos Irmãos, cunhadas e sobrinhos
necessitados?
Recentemente lemos - e não tivemos oportunidade de conversar com ele - um artigo do pranteado Irmão Xico Trolha em
que ele, com a sua costumeira erudição maçônica e elevada sensibilidade humanitária, aborda e conclama os Irmãos para
um retorno às origens.
Dizia ele: "A Maçonaria da corrente latina, dentre ela a Maçonaria Brasileira, teve início como Maçonaria política, conforme
sua Mãe, a Maçonaria Francesa. Todavia, após 1877, quando a Maçonaria Francesa perdeu o reconhecimento da
Maçonaria Inglesa (o que, na verdade, não lhe fez nenhuma falta), a Maçonaria Brasileira abandonou sua Mãe de sangue e
alguns de seus costumes, menos o Rito e o seu Sistema de Caridade Maçônica,para adotar a Maçonaria Inglesa e para
não ser excomungada pela mesma. Sistema este que era, e é, somente maçônico mesmo; só e unicamente para os
maçons e seus familiares.
A Maçonaria Brasileira passou todo o século XX fazendo uma coisa que não faz parte da Tradição Maçônica; isto é,
fazendo Filantropia Profana.
Enquanto ficamos dando essas "esmolinhas", arrecadadas nos nossos Troncos, para Entidades Filantrópicas, estamos
sendo hipócritas, pois essas "esmolas" matam de vergonha quem as entrega e de raiva quem as recebe. Maçom não pode
e não deve ser hipócrita, com sua Loja, nem com seus Irmãos.
O Tronco da Viúva é para ajudar as Viúvas dos Maçons! As Lojas e as Potências precisam ter:
1- Um fundo para Bolsas de Estudo (destinado a Irmãos, cunhadas e sobrinhos);
2-Um fundo para empréstimos aos Irmãos e Lojas;
3-Um fundo para criação de Lares Maçônicos;
4- Um fundo para a Caridade Maçônica."
Sugestão: Estabelecer um óbolo de 1 a 5 reais, por Irmão presente à Sessão, e "multas" no mesmo valor, para os
ausentes, debitadas junto com sua mensalidade.
Meus Irmãos, a Maçonaria atual está afastada dos seus valores antigos e tradicionais, sendo estes totalmente distorcidos;
resgatemo-los.
Shakespeare em Hamlet, no conselho dado por Polonius a seu filho Laertes, quando este partiu da Dinamarca em seu
retorno para a França:- "Acima de tudo, seja verdadeiro; siga a verdade como a noite segue o dia e não seja falso com
qualquer homem" e aí eu parafraseio:"com qualquer Irmão".
Em podendo fazer filantropia, que o façamos, mas, principalmente, Filantropia Maçônica para Maçons.

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GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
COMPANHEIRO
DE MAÇONARIA E
SIMBOLOGIA
NICOLA ASLAN
ELEMENTAR – Ser espiritual, consciente e pessoal,
formado de todos os elementos que constituem o Ego
humano e que se desenvolve no plano astral. É o
inconsciente superior – o Si – que se desenvolve no
plano físico. O elementar corresponde, segundo PEM,
ao que se chama “um espírito” na Doutrina Espírita.
Segundo os teosofistas, é uma entidade oculta
proveniente de um homem desencarnado, antes dele
ter sofrido a segunda morte que deve libertá-lo do corpo
astral.
Às vezes, são simples cascas kama-rúpicas,
abandonadas pelo Ego superior e capazes de se
revificarem ao contato psíquico dos vivos para
realizarem fenômenos mágicos.
************************************
ELEMENTOS – Os quatro elementos da tradição O 2º do Simbolismo Maçônico (COMPANHEIRO) é,
hermética foram incorporados no simbolismo maçônico. via de regra, pouco estudado, pouco pesquisado e
Estes elementos: Terra, Água, Ar e Fogo, representam os onde menos sessões maçônicas são feitas – apesar
quatro tipos primordiais das manifestações naturais. do seu rico simbolismo . Talvez por isso – ou em
Cada um desses elementos simboliza a união de duas conseqüência disso - existem poucos livros sobre o
qualidades: Frio-Seco, Frio-ùmido, Quente-Úmido, assunto. E, quando existem, ocupam-se mais da
Quente-Seco, qualidades elas mesmas derivadas da parte alegórico/histórico (estudos das ferramentas e
noção de Qualidade-Quantidade. Os elementos
símbolos), sem procurar penetrar na prática esotérica
reproduzem, assim, o ciclo das manifestações naturais.
– sem, no entanto, se afastar da razão, que é
Na Iniciação Maçônica, as purificações se processam por
elemento primordial à Maçonaria.
meio dos quatro elementos. J. Boucher vê nisso “um
provável resíduo de uma simbolização totêmica do O autor, apesar de conclamar aos maçons a saírem
desenvolvimento da Vida com o auxílio e através dessas do “sono letárgico “ em que se encontram os
entidades elementares primordiais”. maçons brasileiros – buscando não perdermos o
O primeiro elemento é a Terra, domínio subterrâneo onde sentido de modernidade e globalização – “convida”
se desenvolvem germes e sementes e que o aos leitores a voltarem no tempo e fazerem parte de
Recipiendário encontra na Câmara das Reflexões, onde é uma Guilda, ser um personagem dela. E, com isto
encerrado. A primeira viagem é relacionada com o Ar, a “vivenciarmos” cada um dos segnificados dos
segunda com a Água, a terceira com o Fogo. símbolos e ferramentas do Grau de 0ompanheiro
De acordo com Ragon, os quatro elementos da natureza Maçom.
representam, simbolicamente, em Maçonaria, o papel que Podemos concluir, concordando o parágrafo final dos
todos eles desempenham na vida do homem. A Água, o editores, quando da apresentação do livro:
Ar e o :Fogo são três companheiros que abandonam o “Um livro que estimula o Maçom a conhecer mais
homem (o Mestre) quando morre, mas em suas exéquias profundamente a interpretação do simbolismo do
lhe são devolvidos por meio da água lustral, do incenso Grau de Companheiro, já que muitas ‘lendas’ têm
e dos círios. sido criadas envolvendo a Maçonaria, devido a uma
O quarto elemento, a Terra, é o seu ponto de partida que incompreensão generalizada acerca de sua discrição
se parece ao do braço ou da perna aberta em compasso, e origem”.
a qual, depois da revolução circular – símbolo da vida Editora Maçônica “A TROLHA “ Ltda.
humana – volve ao mesmo ponto de partida de onde havia
Londrina, 2005.
saído e para onde vai novamente. O globo terrestre
sofrerá as mesmas terríveis revoluções por abandono dos
Carlos Alberto dos Santos
três elementos: Água, Ar e Fogo.
Comenta J. Boucher de que certas comparações e outros Editor
comentários de autores maçônicos, bastante banais, não
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POLINDO A PEDRA BRUTA

DO PAPEL DO RITUAL (Final)


Renato em Cabo Frio.

“Toda organização que busca o esclarecimento do homem, busca o SILÊNCIO (o estado de silêncio)”.
A organização é uma entidade. Tem uma individualidade própria das instituições.
Precisa ter história, arquivos e normas controláveis. Tendem a uma determinada produção e utiliza os
homens como meios para consecução dos seus fins por mais torpes ou nobres que sejam. Mas quando a
produção se confunde com os meios, quando o objeto da organização é o próprio homem estabelece-se uma
profunda confusão, principalmente se a forja é alimentada por eflúvios de liberdade (“germe de autodestruição”) e
então se processa um movimento de implosão já que o objeto não se destina a consumidores externos, mas é um
impulso para a ansiada fonte primeva, descartando todas as amarras que nos tolhem por séculos: o mergulho
reparador.
E o que sobra - lânguidos e desanimados espectros, pois sem o élan motivacional - digladiam-se
tristemente em porfia de afirmação inencontrável.
“O maçom que é maçom, não é MAÇOM!”
OUROBOROS!

Extraído dos escritos do “Decifra-me ou te devoro” (em organização).

PÍLULAS MAÇÔNICAS
GHANDI

Quando disseram a GHANDI que ele era um dos maiores nomes surgidos na História Universal,
modestamente, ele respondeu:
“Nada tenho de novo para ensinar ao mundo. A verdade e a não-violência são tão antigas quanto as
montanhas. Tudo o que tenho feito é tentar praticá-las na escala mais vasta que me é possível. Ao fazer isso, errei
algumas vezes e aprendi com meus erros”.
“Os que acreditam nas verdades simples que expus, só podem propagá-las se viverem de acordo com elas.
Estou absolutamente convencido de que qualquer homem ou mulher pode realizar o que realizei, se fizer o mesmo
esforço e cultivar a mesma esperança e fé”.

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

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HISTÓRIA PURA
A MAÇONARIA BRASILEIRA ANTES DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
Ir.: Nicola Aslan

Durante toda a Idade Média, as Corporações de Talhadores de Pedra espalharam pela Europa o esplendor das
maravilhosas jóias arquitetônicas que, ainda hoje, despertam a maior admiração e proclamam, bem alto, a imperecível
glória da Maçonaria Operativa. Esta chegou, porém, ao seu termo no decorrer do século XVII e, desses admiráveis
operários, geniais e modestos ao mesmo tempo, apenas subsistiram algumas confrarias que tinham sob os seus cuidados
a parte social das corporações.
Abrindo as portas a elementos estranhos à profissão, os Maçons aceitos, essas confrarias estendiam sobre eles
uma proteção valiosa, naquela época, recebendo em troca um reforço de influência e de contribuições para a caixa de
socorros.
Tal era a situação, em princípios do século XVII, quando estas fraternidades de socorros mútuos criaram um poder
central regulador, a Grande Loja de Londres, e a Maçonaria, transformando-se em Especulativa, assumiu, desde logo, o
aspecto de uma associação empenhada na reforma dos dissolutos costumes da sociedade daquele período, aflitivo
problema do momento.
No Novo Mundo, no entanto, o problema cruciante apresentava características diferentes. O continente americano
encontrava-se fracionado em colônias dominadas por diversos países europeus e os anseios gerais voltavam-se, com
ardente ansiedade, para a libertação e a independência das várias pátrias.
É a razão por que, na América, a Maçonaria assumiu tendências nitidamente política e, por isso, quase todos os
libertadores das nações americanas, a começar por Washington, foram maçons.
Em sua nova fase de fraternidade iniciática, a Maçonaria Especulativa passara a recrutar homens bons e
sociáveis, aos quais apontava, como principais objetivos, a fraternidade e a solidariedade humana, o aperfeiçoamento dos
indivíduos, a fim de transformá-los em cidadãos responsáveis e pensadores de escol. E para que fosse possível realizar
tão importante tarefa e para que a harmonia das Lojas não fosse perturbada por discussões estéreis, que sempre trazem
em seu bojo o desentendimento e a desagregação, com muita sabedoria, quando se tratou de estabelecer a sua Lei
Orgânica, a Maçonaria baniu do interior de seus templos todo debate sobre política e religião.
Não obstante, em 1776, apareceu na Alemanha um Rito apresentando características diferentes. O Rito dos
Iluminados da Baviera foi, sem dúvida, o primeiro a possuir, dentro da Ordem Maçônica, preocupações políticas.
Organizados fora da Maçonaria, os seus membros, encontraram numa Loja maçônica, que invadiram, através de
iniciações sucessivas, o ambiente propício para a expansão de seus ideais políticos. O Rito teve existência efêmera, pois
não chegou a durar dez anos; deixou, porém, dentro da Maçonaria, raízes muito profundas. Cabe-lhe a responsabilidade
de ter aberto as comportas à proibida política, que se alastrou, principalmente entre as nações latinas, subjugadas pelo
absolutismo.
O movimento pela independência teve início, no Brasil, no seio das sociedades secretas políticas que evoluíram,
paulatinamente, até se transformarem em Lojas maçônicas. Conservaram, porém, os seus objetivos e ideais políticos
iniciais, aos quais acrescentaram as características maçônicas.
A primeira notícia que se tem de uma Loja maçônica no Brasil, data do ano de 1800. As “Efemérides” do Barão do
Rio Branco consignam o testemunho do capitão francês Landolphe, o qual, aprisionado, graças à sua qualidade de
Maçom, fora convidado pelo filho do Vice-Rei Conde de Resende, a assistir a uma festa maçônica na Loja União. Segundo
o relato de Landolphe, entre os que compareceram, “estavam presentes no meio dos primeiros chefes militares e
administradores da colônia, personagens revestidos das primeiras dignidades da Igreja”.
Esta Loja União, que cinco maçons dispersos constituíram em 1800, trabalhava em Niterói “no antigo rito dos doze
graus”, presumivelmente o Rito Adonhiramita. Porém, em 1801, ela se transformou na Loja Reunião, recebendo por
intermédio do Ir.: Laurent, a Carta Constitutiva e os Estatutos e Reguladores do Grande Oriente da Ilha de França, hoje
denominada Ilha Maurícia, Potência Maçônica fundada em 1776 e subordinada ao Grande Oriente de França.
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Já em 1802, Maçons portugueses instalaram em Salvador, na Bahia, a Loja Virtude e Razão, que adotou o Rito
Moderno, não se subordinando, porém, a qualquer Obediência Maçônica.
Todavia, chegando ao conhecimento do Grande Oriente Lusitano que a próspera Loja Reunião tinha se vinculado
a uma Obediência de origem francesa, aquele Alto Corpo conferiu poderes a três Delegados para que submetessem a Loja
à jurisdição portuguesa e criassem novas Lojas. Não conseguindo a primeira parte da missão de que foram imcumbidos, os
delegados fundaram as Lojas Constância e Filantropia, sob os auspícios do Gr.: Or.: Lusitano.
Tendo enviado a Lisboa um emissário para um entendimento com o Gr.: Or.: Lusitano, objetivo que não foi
alcançado, a Loja Reunião, em 1805, abateu colunas. Quanto às Lojas Constância e Filantropia, foram, em 1806, proibidas
de funcionar pelo Vice-Rei Conde de Arcos.
Consta, todavia, que mais duas Lojas maçônicas estavam funcionando no Rio, por aquela época: Beneficência e
São João de Bragança, esta última, ao que se diz, no próprio Paço Real; teria sido ordenado o seu fechamento pelo próprio
D. João VI quando o rei tomara conhecimento de sua existência.
Surgiu ainda em Niterói, em 1812, a Loja Distintiva, cuja vida foi muito efêmera.
Na Bahia, a Loja Virtude e Razão foi desmembrada e doze de seus obreiros fundaram, em 1807, a Loja Virtude e
Razão Restaurada que, em 1808, passou a denominar-se Humanidade. Posteriormente, em 1813, outros dezoito obreiros
da Loja Virtude e Razão fundaram a Loja União. E com a reunião das três Lojas baianas foi, então, fundado o Grande
Oriente Brasileiro, cujo Grão-Mestre foi Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.
É, também, mencionada, entre os anos 1809 e 1816, a existência de várias Lojas de Pernambuco. Quatro delas,
entre as quais as Lojas Restauração e Patriotismo, chegaram a formar uma Grande Loja Provincial. Cita-se ainda as Lojas
Guatimozim, Pernambuco do Oriente, Pernambuco do Ocidente entre outras.
Todas essas Lojas tinham, porém, um cunho essencialmente político e preparavam uma revolução de caráter
republicano. O movimento emancipacionista encabeçado pelos maçons, entre os quais padres, malogrou por ter eclodido
prematuramente. Nesta Revolução Pernambucana de 1817, muitos brasileiros patriotas perderam a vida.
Finalmente, a 15 de novembro de 1815, foi fundada no Rio de Janeiro, também com objetivos políticos, a Loja
Comércio e Artes que, adotando o Rito Adonhiramita, subordinou-se ao Grande Oriente Lusitano.
Numa tentativa que tinha em vista debelar os movimentos libertários contra o absolutismo, D. João VI editou o
Alvará de 30 de março de 1818, que teve curso tanto em Portugal como no Brasil. O decreto declarava criminosas e
proibidas todas as sociedades secretas, quaisquer que fossem as suas denominações, punha termo às atividades
maçônicas no Brasil; aparentemente, pelo menos, pois as Lojas continuavam o seu trabalho político em outros locais e sob
novas denominações. Pode ser citado, por exemplo, o “Clube Recreativo e Cultural da Guarda Velha”, formado por
Joaquim Gonçalves Ledo e outros patriotas, o qual manteve acesa a chama por um Brasil independente.

N.E.: Texto extraído do Livro “UMA RADIOSCOPIA DA MAÇONARIA”, de Nicola Aslan; Editora NICOLA Aslan Ltda; Rio de
Janeiro

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Viagem ao nosso interior
QUALIDADES DA PRECE
D. Villela

Afirmando a existência de muitas divindades, no politeísmo, ou de um Poder Supremo, que estabeleceu


diretrizes para nossa vida, a religião sempre admitiu a possibilidade de nos dirigirmos a Ele, endereçando-Lhe nossos
pedidos, sendo esta, aliás, a finalidade quase que exclusiva desse relacionamento.
No passado – e ainda hoje para muita gente – essa comunicação se caracterizava por acentuada
materialidade, tanto na forma, que incluía rituais e oferendas, quanto nos objetivos, essencialmente terrenos e
imediatos (saúde, riqueza etc.). Era normal, também, a presença de intermediários, os sacerdotes, que orientavam o
indivíduo comum em sua prática religiosa, dirigindo-a ou até realizando-a em lugar dele.
Jesus modificou radicalmente esses conceitos, referindo-se várias vezes à oração em seus ensinamentos,
mostrando como fazê-la e asseverando, categoricamente, sua eficácia para os que soubessem utilizá-la.
O Mestre recomendou, assim: “Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai ao
vosso Pai em segredo...” (Matheus, 6:6). “Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra
alguém, perdoai-lhe...” (Marcos, 11:25) e, em outra ocasião, contrastou as atitudes de um fariseu (tido por modelo de
religiosidade) e de um publicano (considerado desprezível na sociedade judaica), que foram ao templo orar,
conservando-se o primeiro cheio de orgulho enquanto o segundo se humilhava reconhecendo-se fraco e pecador,
afirmando, então, que somente este último alcançara os benefícios da oração (Lucas, 18:9 a 14).
O caráter simbólico da primeira passagem é claro, pois Jesus e seus colaboradores mais próximos não
dispunham de recintos materiais para a prece, que deveria se um ato íntimo, realizado no “quarto” de nossa
consciência. Além disso, apesar de nossa inferioridade, era indispensável a busca de harmonia interior, de sintonia
com o bem, impossível de obter-se mantendo no coração animosidade contra alguém. Deveríamos, ainda, estar
conscientes de nossas fraquezas e necessidades espirituais que, com exceção da hostilidade contra o próximo, não
impediriam nosso acesso à Bondade Infinita.
A Doutrina Espírita nos permite compreender a razão dessas recomendações quando descreve a
modificação vibratória que se opera na pessoa que, ao orar, procura segui-las, habilitando-se ao contato com os
planos superiores.
O Espiritismo veio mostrar, igualmente, que a prece assim realizada, jamais fica sem resposta, que não raro
é diferente daquela que imaginamos ou desejamos mas que, invariavelmente, é a melhor para a nossa felicidade.
Outra conseqüência, esta imediata, da oração, é o acréscimo de forças físicas e morais que ela proporciona.
Em resumo, independentemente de hora ou local, podemos entrar em nosso “quarto” interior e, de forma
simples e sincera, dirigir-nos ao nosso Pai, que nos oferecerá, sempre, aquilo de que estejamos realmente
necessitando.

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1814.

Laboratório Indústria e Comércio Ltda.

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BIOGRAFIA DO bimestre
MAGÉ (Marechal José Joaquim de Lima e Silva, Visconde de)

Nasceu no Rio de Janeiro, em 26/07/1787, sendo filho do Mal. de Campo José Joaquim de Lima e Silva 1}
e D. Joana Maria da Fonseca Costa (Era tio do Duque de Caxias).
Em 06/10/1790 – aos três anos de idade – José Joaquim assenta praça de Cadete no 1º Reg. de Linha.
Quinze anos após (15/08/1805) é promovido a Alferes.
Foi promovido, respectivamente a Tenente em 17/02/1806; a Capitão em 12/10/1808; a Major em
17/12/1814; a Tenente-Coronel em 06/02/1818; a Coronel graduado em 24/06/1822.
O Coronel Lima e Silva assume o comando em chefe do Exército Brasileiro que sitiava a Bahia, em
27/05/1823.
O Coronel Lima e Silva é nomeado, por decreto, Ajudante de Campo junto à pessoa do Imperador, em
17/02/1824.
Em 09/08/1824, Lima e Silva é promovido a Brigadeiro graduado. E agraciado pelo Imperador com a
Dignatária da Ordem do Cruzeiro do Sul.
Após a abdicação de D. Pedro I, Lima e Silva é nomeado pela Regência Comandante das Armas da Corte e
da Província do Rio de Janeiro (a seu pedido, seria exonerado deste cargo, em 01/09/1831).
Em 24/06/1831, instalado oficialmente o GRANDE ORIENTE BRASILEIRO, posteriormente denominado de
GRANDE ORIENTE DO PASSEIO, José Joaquim de Lima e Silva ocupa o cargo de Gr.: Chanceler Interino, na
administração do Grão-Mestre Senador Vergueiro, até 18 de junho membro da Regência Trina Provisória.
Em 02/02/1834, Lima e Silva é nomeado secretário de guerra.
Entre 1834 e 1843, Lima e Silva é eleito Deputado Geral pela Província do Piauí, nas 3ª, 4ª e 5ª
Legislaturas.
A Constituição do GRANDE ORIENTE BRASILEIRO é “...Selada e Timbrada por nós, Chanc.: Inter.: do Gr.:
Or.: Brás.:, José Joaquim de Lima e Silva” (07/11/1834).
Lima e Silva recebe o título de Conselheiro de Estado, em 12/07/1841. E, em 1845, é nomeado Conselheiro
de Guerra.
Atingiu o topo da carreira militar, em 17/01/1852, obtendo a reforma solicitada no posto de Marechal do
Exército.
Em 02/12/1854, o Marechal Lima e Silva é agraciado com o título de Visconde de Magé, com honras de
grandeza.
Faleceu em 24/08/1855, na Cidade do Rio de Janeiro, coberto de prestígio e de honraria.
Sobre ele, escreveu Maciel da Silva: “Era tido como um dos mais instruídos generais do nosso exército; e
seus conhecimento técnicos, demonstrados no parlamento, lhe valeram ser chamado ao Conselho de Estado.
Seus serviços à causa da independência nacional sobrelevam a quaisquer outros, contudo. À testa do Exército
libertador da Bahia, houve-se como chefe de real valor, pela coragem e capacidade, dedicação e patriotismo
acendarados”.

Fonte: “PEQUENAS BIOGRAFIAS DE GRANDES MAÇONS BRASILEIROS”, Ed. Maçônica – Rio de Janeiro, 1973; de NICOLA ASLAN

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DEPOIMENTO
VALOR DA VIDA
Deixar para ser feliz amanhã é uma forma de ser infeliz!

Hoje, 5 de maio de 2005, tornei-me setuagenário. Ao


acordar fiz o que chamamos de exame de consciência.
Não foi preciso passar em retrospecto a minha vida. Foi
bastante reconhecer as graças que me foram concedidas.
Entre os cumprimentos e votos de felicidade e de
saúde, que é o que mais busca o “setentão”, alguém perguntou:
“VOCÊ É FELIZ”?
O que é felicidade? – Podemos definir como o estado
completo de saúde física, de harmonia sensitiva e intelectual, e de
força moral. A verdadeira felicidade é rara de se encontrar na Terra,
por causa do estado espiritual da humanidade, na qual predomina o
mal, em relação ao bem.
Não é o que tem mais avultada fortuna, nem o que goza
a mais robusta saúde, nem o que tem mais elevada posição social,
nem o que desfruta as mais nobres honrarias, que é O MAIS FELIZ.
A idéia de felicidade aceita uma série de interpretações, dependendo da cultura e desenvolvimento
psicológico da pessoa. Uns situam na obtenção de bens materiais e nos prazeres sensoriais. Outros, ao contrário, na
aquisição das qualidades de espírito.
O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, ao nascer, entra na posse desta riquíssima herança
chamada Natureza. O que fez para merecê-la? É de se supor que coisa nenhuma; apenas trouxe os elementos para poder
ser digno dela de futuro, sendo pois um herdeiro a quem foram dados previamente, por adiantamento, os tesouros que
ainda iria merecer.
Mas, para entrar na posse e no gozo de tantos bens, foi-lhe presenteado cinco sentidos corporais, cuja ação
simultânea constitui uma fortuna de valor infinito.
Quanto daria um multimilionário cego, para recuperar a sua visão? Só a contemplação da magnificência de
um Céu estrelado, nos faz admirar a lua, sonhar com ela. Uma floresta adornada de cascatas, adormecida pelo canto
melodioso das aves, despertada por um sol luminoso e quente, que acaricia a todos, pobres e ricos, pecadores e santos. E
o vento a correr por toda a parte, a farfalhar na folhagem das árvores. E o mar ondulante, em fluxo e refluxo, agasalhando
no infinito do seu bojo uma multidão de habitantes. E os rios serpenteando entre montes e planícies que se perdem no
horizonte se agitando na luta de aparar a chuva que cai e molha muitos rostos. Tal grandiosidade, dizíamos, não poderá
ser avaliada jamais!
O caríssimo Irmão e amigo ainda não refletiu maduramente nos desgostos inenarráveis que o assaltariam, se
sem saber explicar como, ficasse privado, temporariamente, do uso da palavra?
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Querer desabafar os seus pesares ou exprimir os seus entusiasmos de viva-voz e sentir o vácuo produzir-se
na garganta?
Entretanto, a privação desta mais inteligente e mais linda maneira de correspondência com o próximo, nunca
nos fez calcular a quantia fabulosa do preço de sua voz.
E se o paladar não acusasse o mais ligeiro gosto, a mais tênue sensação?
E o tato, se fossemos privados desse sentido através do qual se percebem as sensações mecânicas,
dolorosas, térmicas, de contato. A habilidade de apalpar, tatear, sentir o aperto das mãos, o abraço. Quanto vale?
E sem o sentido do olfato, com que se percebe os odores?
Precisamos falar também de outras faculdades, dentre as quais destacamos a razão pela qual conhecemos
e compreendemos a retidão em nossas crenças e em nossa conduta, que nos encaminha pelas veredas do Amor, que
implica a tolerância compreensiva e a humildade que nos põe em comunicação com o Grande Arquiteto do Universo
pelas idéias do verdadeiro, do bom e do belo.
Não podemos avaliar o que é ser privado do bom senso, da inteligência, e da consciência do bem e do mal.
O que é perder a faculdade de reter as idéias, impressões e conhecimentos adquiridos anteriormente. O que seria de
nossas lembranças, reminiscências, recordações?
E os sentimentos? O amor, a gratidão, a esperança, a fé? Quem não os possuísse e quisesse adquirí-los,
quanto pagaria para os conseguir?
O sorriso que devemos segurar, não deixá-lo ir embora; até as lágrimas que precisam correr em todas as
faces?
Como se vê, não há fortuna monetária que pague os bens que de graça recebemos e possuímos!
Mas, então basta estar na posse de tais bens e usá-los, para se ter realizada a aquisição da felicidade? Não!
– necessário é que o ser humano saiba dar aplicação adequada e razoável aos tesouros que recebeu.
Entretanto, infeliz será aquele que, tendo olhos e gozando as inefáveis doçuras da visão, jamais se lembrou
dos cegos, que nem sequer podem contemplar com ternura os próprios filhos, seus pais, seus irmãos e assim, resta-lhes
apenas enviar aos Céus, ao Criador dos Mundos, uma prece de compensação por não terem eles, seus amados, a sua
desventura.
Infeliz será todo aquele que, falando e ouvindo, nunca emitiu um oportuno conselho, ou que escutando uma
queixa ou uma lamentação, a deixasse sem o amparo da sua caridade.
Desventurado o que nunca agonizou de dor por um Irmão, e só saiu dessa agonia quando conseguiu tirá-
lo também.
Infeliz será ainda o gozador, que em farta mesa, não se lembre que as migalhas que lhe sobram do
banquete, fariam a abastança dos famintos que morrem à míngua, por não terem o que comer.
E mais infeliz será o que não dedicar o seu amor, a sua amizade, às coisas justas, às idéias nobres, às
causas justas e perfeitas.
Então, ajoelhado dirigí uma prece ao Infinito e Eterno Criador do Universo, breve, silenciosa, porém ardente e
contrita, para que minha ingratidão seja perdoada, não por sete e sim por dez vezes sete, ou seja, por setenta, número de
anos de vida que Ele por Sua misericórdia me concedeu até hoje, fazendo em seguida o juramento íntimo de melhor aplicar

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os meus tesouros, em meu beneficio, mas sobretudo em proveito de meus familiares, de meus Irmãos, que devo guardar
dentro de um porta-jóias, trancar e perder e chave.
O simples desejo, sincero e firme, de me tornar útil, não magoar ninguém, de sorrir para quem esqueceu
como se faz isso, e se preciso for voltar, que eu VOLTE! Se perceber que devo seguir que eu SIGA! Se estiver tudo errado,
que eu COMECE NOVAMENTE! Se estiver tudo certo que eu CONTINUE meu caminho em busca da realização da
construção de uma sociedade melhor! E assim serei feliz!
Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

CADERNO DE
TRABALHOS
Apesar de estarmos submetidos a diversas condições que nos impedem de
alcançar a felicidade absoluta, enquanto a verdadeira felicidade não chega,
podemos, dentro das nossas limitações, ter uma felicidade relativa, fazendo o
Consultoria
bem e aprendendo a ficarmos felizes com a felicidade do próximo. Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família
Vilar dos Teles “Capital do Jeans”

Direção: Ir.: ROSELMO

Av. Automóvel Clube, 2560


Vilar dos Teles – Rio de Janeiro (RJ)
- Gilberto de Souza Jotta
Advogado

Galeria São José Tel.: (21) 2751.8264

De Estudos; Rua Raul Veiga, 708 - grupo 102 Centro - Cabo Frio
Tel: (22) 2647.2457 Cel: (22) 9971.3805

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AMACLE
ACADEMIA BRASILEIRA MAÇÔNICA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS
“Ser imortal é trivial; com exceção do homem, todos os
seres o são, pois ignoram a morte; o divino, o terrível, o
incompreensível é saber-se imortal”.
Jorge Luis Borges, em “O Imortal” conto de “O Aleph”.

ACADEMIA (do gr. Academia, jardim de Academos) – Sociedade de


homens de letras, sábios ou artistas. Parque situado a NO de Atenas onde, no
ginásio e no jardim doados pelo herói Academos, Platão, célebre filosofo grego, em
388 a.C., ministrava ensinamentos aos seus alunos no jardim de Academus. Foi
deste nome (ACADEMUS) que derivou o vocábulo academia.
Em 1634, na França, por iniciativa do Cardeal Richelieu, surge a
Academia Francesa que serviu de modelo a muitas outras.
A Academia Brasileira de Letras, Instituição literária brasileira, foi
fundada em novembro de 1896 segundo o modelo da Academia Francesa. Esta,
entretanto, só se concretizou pela intervenção de Machado de Assis, que liderou o
movimento e foi escolhido seu primeiro presidente. Essa Academia compõe-se
atualmente de 40 membros efetivos.
A Academia Brasileira Maçônica de Artes, Ciências e Letras
(AMACLE), vem realizando profícuo trabalho em prol da Maçonaria no Brasil e tem
que dizer aos seus membros de onde veio e o que veio fazer. Não basta construir, é preciso que se diga por que e para
que construímos.
Ela é formada por Maçons que embora saibam que continuarão aprendizes até o fim, tem todavia a longa
experiência de vida maçônica; e o seu objetivo é que esses Maçons mostrem à sociedade a alma maçônica, usando a
linguagem que todos compreendem, a linguagem do amor, que faz com que sejamos todos irmãos independentes de
Obediências, Lojas ou Ritos.
O Ir.’. Professor Raimundo Rodrigues, recebeu a inspiração para que criasse a Academia (AMACLE). Sua
mente prestigiosa sentiu a necessidade de conceber e fundar um organismo superior, para aprofundamento dos princípios
sagrados, contidos nos postulados herméticos da tradição maçônica. Essa louvável idéia materializou-se no dia 27 de
janeiro de 1996, graças à força propulsora e dinâmica desse Mestre, jornalista, cronista, escritor, poeta e trovador, verbete
na Enciclopédia de Literatura Brasileira, edição do MEC, 1990.
Nessa data memorável, foram lidos e aprovados os Estatutos por ele elaborados, sendo ele também, eleito
por unanimidade o primeiro presidente da Academia. Desde então a AMACLE vem caminhando rumo ao destino desejado.
E neste caminho está a VERDADE e na VERDADE está a VIDA e a VIDA é a LUZ dos homens.
Em tempos imemoráveis foi dito que o “conhecimento liberta o homem”. Ao longo dos milênios, cada
civilização que surgiu recebeu dos Seres iluminados a atualização desta mensagem, convidando o homem a uma
constante reflexão.
Estamos, agora, num período difícil e decisivo para a espécie humana. O único caminho para evitarmos um
retrocesso no desenvolvimento das civilizações ou, até mesmo, um holocausto é o do conhecimento...
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Conscientes do processo evolutivo do qual a humanidade está sujeita, e pelo fato de ser guardiã e portadora
dos meios para se atingir o conhecimento superior sobre o mistério das estranhas leis que regem a evolução social neste e
em outros mundos habitados, surgiu a Academia Brasileira Maçônica de Artes, Ciências e Letras (AMACLE).
A finalidade da AMACLE é trabalhar pela cultura e aprimoramento dos éticos ensinamentos maçônicos,
funcionando sob a imortal trilogia: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
A escolha dos Membros, é feita por votação em escrutíneo secreto, por maioria de votos dos presentes à
sessão. Poderão ingressar como Membros Efetivos vitalícios os Iniciados na Arte Real, com reconhecidos méritos.
As Cadeiras da Academia deverão ter como Patronos maçons já falecidos, vultos eminentes da História do
Brasil e Universal e da literatura maçônica, sempre com primazia aos que tenham pertencido à Ordem.
Os nossos estudos abrangem os deveres do Maçom, vistos sob a ótica do HOMEM-MAÇOM, o INICIADO,
aqueles que estão explícitos tanto na Constituição, quanto no Ritual, para que possamos ter uma visão mais ampla do
dever em Maçonaria.
A AMACLE não tem a pretensão de trazer à tona verdades, certezas, mas reflexões sobre nossos deveres
de Maçom, para que possamos em cumprindo-os, tornar a nossa Ordem capaz de cumprir com a sua missão, frente aos
seus filiados, frente à sociedade profana.
E a preocupação com a noção do dever do ponto de vista ético, para uma melhor atuação da Ordem, em seu
próprio ambiente e no ambiente da sociedade profana onde está encravada. Não basta que pertençamos à Ordem, é
necessário que sigamos a sua teologia, absorvamos a sua axiologia e que pratiquemos a sua ética.
Assim é que, como acadêmicos, deveremos ter um conhecimento eclético, capaz de absorver os vários
ensinamentos, que nos conduzem ao cumprimento do ideário do cidadão-maçom em suas atividades na vida maçônica,
para que a mensagem da Nobre Instituição possa ser assimilada por todos e com isso contribuir para o aperfeiçoamento da
Humanidade, meta última de Maçonaria.
No dia 28 (sexta-feira) comparecemos à uma Reunião de Diretoria da AMACLE, onde observamos existir em
cada Acadêmico presente, um incontrolável impulso e desejo de forçar a Maçonaria a retomar seu destino em busca da
perenidade, rompendo os horizontes do ano de 2005.
Sem o desejo de criticar, diríamos que os Maçons operativos elevaram, na prática, aquilo que a sabedoria de
Salomão criou para sublimar a imaginação, o próprio talento do homem, que o futuro haveria de gerar.
Quando nossos antepassados imaginaram a Maçonaria Especulativa certamente pretendiam que a obra
Maçônica seguisse um segmento inverso ao trabalho dos operativos. Pretendiam que os Maçons passassem a criar coisas
imateriais, intangíveis, transcendentais. Em outras palavras: queriam que os Maçons de nossa era passassem a usar a
cabeça, o cérebro; não mais as mãos. Que nós, Maçons desta era, produzíssemos idéias e não mais Templos.
Salomão desejava que, através do templo, o homem chegasse à divindade, ou seja, à perfeição. Os Maçons,
entretanto, rumando em sentido contrário, chegaram simplesmente ao Templo.
A Maçonaria foi criada para conduzir a Humanidade. Ela é especulativa para examinar, observar , perscrutar,
ou seja, formalizar idéias surgidas da exata interpretação dos fenômenos naturais, que nos parecem mistérios.
Só assim, os Maçons do nosso momento, poderão conduzir a Maçonaria. Só assim estaremos sendo o
verdadeiro condutor da Humanidade.

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Cabe, portanto, ao Maçom de hoje, antecipar-se; combater os obstruídores da estrada da Humanidade, para
que ela siga livremente a sua trajetória, rumo à eternidade.
Concluindo, serão justos e merecidos nossos votos de aplausos aos Irmãos Raimundo Rodrigues, fundador
e 1º Presidente, generoso, criador de novos saberes e transmissor da filosofia maçônica, das idéias, dos conceitos,
exemplos do mais puro conhecimento maçônico, que com amor nos transmite, sem “criações ou inovações”; Hermes Elias
de Moura, Presidente nos dois últimos mandatos. Tal mecenas, foi o patrocinador generoso, que arcou com alugueis e
praticamente com tudo que a Academia possui de móveis, computador, etc. e ao atual Presidente Francisco Gomes da
Silva, que com dedicação e sabedoria, a vem dirigindo para a manutenção dessa entidade protetora das Artes, Ciências e
Letras.
Rogamos ao Grande Arquiteto do Universo e aos Mestres que, no passado, estiveram fisicamente ligados à
Maçonaria, que continuem a apoiar este centro de Arte, Ciência e Literatura para que possa realizar a grande obra que lhe
foi confiada.

Valdemar Sansão
1º Tesoureiro da AMACLE

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A INTOLERÂNCIA CLERICAL NO BRASIL.
Ir.: RAIMUNDO SILVA PEREIRA (*)

I - INTRODUÇÃO.
O tema da presente preleção para ser facilmente compreendido faz-se mister reportarmo-nos ao movimento militar
cristão contra os mulçumanos, denominado CRUZADAS, iniciado no ano de 1095 sob o comando de GODOFREDO DE
BOUILLION para libertar o SANTO SEPÚLCRO, o que foi conseguido em 1099 e posteriormente reconquistado pelos
mulçumanos.
Surgiu durante as Cruzadas a Ordem Iniciática dos CAVALEIROS TEMPLÁRIOS fundada por HUGO DEI PAGANI que
obteve do rei Balduino II um palacete nas proximidades do TEMPLO DE SALOMÃO para sede da Ordem, advindo desse fato sua
designação TEMPLÁRIOS. Os Templários foram obrigados a abandonar essa sede no ano de 1291 e se refugiarem na Ilha de
Chipre devido às perseguições movidas contra eles pelo Rei de França, Filipe IV, cognominado “O Belo”, acusados de heresias e
outras torpezas, acarretando sua extinção no ano de 1312 por decisão do Concílio de Viena.
A Ordem dos Cavaleiros Templários distinguiu-se em inúmeros combates ao lado dos combatentes Cruzados e devido
às suas atividades de assegurar proteção, construção de Palácios, Fortalezas, Pontes e outros apoios logísticos às Cruzadas,
conseguira amealhar considerável fortuna, embora todos os seus componentes fizessem votos de pobreza, chegara a
desenvolver atividades bancárias, guardando dinheiro de quem se dispusesse a confiar na sua honestidade.
O tesouro dos Templários aguçou a cobiça de Filipe, o Belo, que, em decorrência do estado falimentar da França, já
houvera tentado apoderar-se da riqueza dos Templários à época do Papa Bonifácio VIII, que por não haver concordado, foi
aprisionado e, depois de libertado em conseqüência de revolta popular, foi excomungado por esse Pontífice que depois foi
assassinado. O sucessor de Bonifácio VIII foi o Papa Bento IX que também ficou pouco tempo no poder ensejando a Filipe IV, o
Belo, influenciar na eleição do Papa Clemente V, em 1305 e, por conseqüência, transferindo a sede do Papado para Avignon na
França de 1305 a 1415, fato que passou para a história como “O Novo Cativeiro da Babilônia”, proporcionando inclusive, durante
certa época, duplicidade de Papas em Roma e Avignon (quando de 1415 a 1449 com o Antipapa Felix V), tendo o Papa
Clemente V feito várias concessões ao Rei, inclusive à extinção da Ordem dos Cavaleiros Templários, com a condenação por
heresia e outras acusações de seu Grão-Mestre Jacques de Molay, a morrer queimado na fogueira em 1312.
O destemido Grão-Mestre Jacques, no momento da sua execução elevou os olhos para o céu e, clamando por justiça,
pediu ao G:. A:. D:. U:. para que o Papa e o Rei, dentro de um ano e três meses,comparecessem à sua presença para prestar
contas de seus atos criminosos, tendo Filipe, o Belo, durante uma caçada haver caído do cavalo e morrido, estraçalhado pelos
dentes de um javali, e o Papa Clemente V morrido dentro desse mesmo prazo, padecendo de dores abdominais horríveis.
II - O JESUITISMO.

Os remanescentes da Ordem dos Templários procuraram refúgios nos Mosteiros em diversas partes da Europa e Ásia
e, posteriormente, sua grande maioria ingressou na Maçonaria, tendo inclusive os Graus Filosóficos dos Ritos de York e Escocês
Antigo e Aceito dedicado diversos títulos em homenagem aos Templários.
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Escritores maçônicos há, como o ilustre e saudoso Ir:. Jorge Buarque de Lira, que afirmam Ignácio de Loiola, fundador
da Companhia de Jesus haver pertencido à Ordem dos Cavaleiros Templários e durante a reunião que decidiu pela incorporação
dos Templários à Maçonaria na Abadia de Montserrat na Espanha, juntamente com mais seis irmãos optado por fundar a
Companhia de Jesus nos mesmos moldes regulamentares dos Templários e juntá-la ao Vaticano, onde passaram a exercer
enorme poder de dominação sobre os Papas.
A Companhia de Jesus fundada em 1534 por INÁCIO DE LOIOLA, PEDRO LEFÈVRE,FRANCISCO SAVERIO,
JACOPO LAYNEZ, AFONSO SALMERON, NICOLAU AFONSO E SIMÃO RODRIGUES, sendo oficializada pelo Papa Paulo III
no ano de 1540. Com pouco tempo de existência ela tornou-se rica e poderosa, mercê das atrocidades e falcatruas cometidas
por seus membros contra a paz pública, a moral e a ética nos países onde existia, como por exemplos: induzir pessoas doentes
a firmar testamentos legando seus bens à igreja, bem assim, os faltosos em troca do perdão pelos seus pecados e destarte,
acarretando tornar-se dona de grandes extensões de terras em diversos países por onde se estabelecera com o propósito de
catequizar e desenvolver a Igreja Católica Apostólica Romana.
Tendo em vista as atuações desastrosas e desumanas de seus membros a Companhia de Jesus, passou a ser odiada,
perseguida e expulsa de diversos países como a França, a Itália, a Suíça, a Espanha e Portugal, acarretando sua extinção por
diversas vezes sendo a última em 1773 pelo Papa Clemente XIV e, restaurada em 1814 pelo Papa Pio VII, após a Revolução
Francesa e as guerras napoleônicas.
A Companhia de Jesus chegou ao Brasil em 1549 chefiada pelo jesuíta Padre Manuel da Nóbrega, seguido por Padre
José de Anchieta e pelo Padre Antonio Vieira e, expulsa em 1760 pelo grande maçom SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E
MELO, Marquês de Pombal, Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra do Rei de Portugal Dom José I de 1750 a 1777,
aboliu a escravatura em Portugal e suas Colônias, promoveu o desenvolvimento do Brasil e, após deixar o poder sofreu insana
perseguição dos jesuítas que dominavam a Rainha D. Maria II e seu esposo o Rei Dom Pedro III, o Marquês de Pombal foi
proibido por Decreto Real em 1781 de residir a menos de vinte léguas do Passo de Lisboa, sendo em 1782, julgado e condenado
a enforcamento e depois esquartejado.
Os jesuítas no Brasil, além da catequese, tornaram os índios cativos e aceitaram escravos como herança, utilizando-os
para construírem Igrejas, Conventos, Colégios e residências e, também fizeram fortunas incalculáveis em bens materiais, terras e
escravos decorrentes de espólios recebidos em troca de perdões de pecados e sepultamentos nas Criptas das Igrejas, em razão
do que foram expulsos pela coroa portuguesa sob iniciativa do grande maçom, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês
de Pombal.
Maçonaria, mesmo não sendo uma religião, é reconhecida como “Filha da Ciência e Mãe da Caridade”, sempre foi e
continuará sendo uma Instituição Humanitária enquanto existir o ser humano sobre a face da terra, tendo por finalidade tornar
feliz a humanidade pelo congraçamento entre os povos, sem preocupação de fronteiras e de raças, credo religioso ou concepção
político – partidária.
A Igreja Católica Apostólica Romana, antes de ser dominada pelo jesuitismo, quando era totalmente espiritual e não
temporal, teve na Maçonaria uma franca e leal aliada, bem como, uma protetora contra o despotismo, pois, segundo o escritor e
saudoso Ir:. Joaquim Teixeira Lino em sua magistral obra “Históricos Maçônicos”, a Maçonaria teve como obreiros, só na Europa,
pelo menos dois Papas, cinco centenas de Cardeais, mais de um milhar de Bispos e quase vinte milhares de sacerdotes.

III - PARCEIRIA COM A IGREJA CATÓLICA.

Houve períodos da história em que a Igreja Católica, por interesses políticos de alguns Papas, se fizera aliada da
Maçonaria, principalmente do século X ao início do século XIII quando predominou a influência da Igreja Latina e o Papa
necessitava de apoio para manter a sede do papado em Roma. Todavia, em face de conduta reprovável de vários Papas a
Maçonaria foi gradativamente retirando seu apoio.
Durante o reinado do Papa Gregório VII, conhecido também pelo nome de Papa Hildebrando e que era maçom, a Igreja
Romana teve algum prestígio e poder, porém, não conseguiu conservar esse prestígio religioso e moral que era o alicerce de sua
força e poder.
Depois, face à conduta pouco recomendável de alguns Papas a Maçonaria foi gradativamente divorciando-se do
convívio com a Igreja Católica e lhe negando apoio, visto que esta teimava em afastar-se da base de seu poder que era a fé a
qual requer tolerância. A Igreja Católica, em seu afã de hegemonia religiosa, passou a combater até o entusiasmo religioso e a
Maçonaria que nos áureos tempos da Igreja Cristã foi sua aliada, passou a ser perseguida por questões de consciência ou
mesmo de escrúpulo como todos os que deixassem de aceitar sem discussão as decisões doutrinárias de Roma que chegou a
proibir a leitura e comentários sobre as Escrituras Sagradas.
Quando no século XII, o Papa Inocêncio III mandou perseguir os adeptos de Pedro Valdo no sul da França, conhecidos
pelo nome de Pobres de Lion, por salientarem a doutrina da fé em sua singeleza pregada por Jesus Cristo, impingindo-lhes
castigos crudelíssimos a Maçonaria que sempre combateu: o absolutismo, a intolerância, os preconceitos e os erros, ficando do
lado dos perseguidos, dos fracos e oprimidos, apoiando esse movimento como apoiara os franciscanos que também foram
presos, seviciados e até queimados vivos em Marselha em virtude da tirania que imperava no Vaticano, passou a ser perseguida
e condenada pelo clericalismo.

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IV – DIVERGÊNCIAS INCONTORNÁVEIS.
Nas primeiras décadas do século XIV houve a insurgência de cristãos contra a infalibilidade do Papa, que a Maçonaria
apoiou e o acúmulo de riquezas pelo clero obtidas de maneira pouco lícita e ética, tornando grande parte de terras de vários
países propriedades do clero, fizeram nossa Sublime Instituição ficar do lado dos perseguidos pelo desejo de hegemonia.
É lícito enfatizarmos as iniciativas de São Francisco e de Pedro Valdo que criaram seitas com fundamento na pobreza,
respectivamente a Ordem dos Franciscanos e os “Pobres de Lion” no sul da França e que repudiavam as riquezas ostentadas
pela Igreja Romana e, por isso tanto os franciscanos como os valdenses, foram tenazmente perseguidos, condenados,
encarcerados, dispersados, além de sofrerem castigos cruéis.
Para melhor compreensão vale ressaltar a luta travada pela Igreja Romana desde o século XI para conseguir exercer
concomitantemente, os poderes temporal e espiritual o que provocou sérios conflitos e desavenças com reis e príncipes de
diversas nações, os quais os Papas julgavam-se com direito de nomear e demitir conforme suas conveniências ou excomungá-
los em caso de contrariedades às suas diretivas.
Outro fato digno de consideração, além do excessivo zelo e abuso da força e usufruto de inadequados privilégios,
também concorreu para o declínio do prestígio da Igreja Romana na idade média, foi o processo sucessório dos Papas, bem
diferente do que ocorre atualmente, considerado um horroroso espetáculo em conseqüência da ação exercida pelas cortesãs
palacianas nas eleições, quando punham seus amantes no trono de São Pedro como ocorreu quando D. Maria Malachini,
conseguiu eleger o Papa Inocêncio X em 1644, que, segundo o historiador Oscar Argolo, em sua obra “O Segredo da
Maçonaria”, era seu amante.
N.E.: Como pode ter havido um lapso ao posicionar-se o articulista, esclarecemos que a chamada
“infalibilidade papal”, só foi definida, pelo papa PIO IX, em 1869!
V - O PROTESTANTISMO.

Fato é que a Igreja Romana, além da teimosia em acumular o exercício dos poderes temporal e espiritual em várias
partes do mundo, provocou inúmeras desavenças o que provocou o Movimento Protestante e, os Cismas constituíram-se no
estopim que detonou o desejo de predomínio supremo do poder autoritário do Vaticano, destruindo a muralha de perversão e
intolerância religiosa que a Maçonaria apoiou, dando guarida aos perseguidos. Esse procedimento adotado pela Maçonaria
ensejou desentendimentos irreconciliáveis entre a Igreja Romana e a Sublime Ordem Maçônica, entretanto, o mais sério
desentendimento adveio de o Papa Clemente XII pretender que a Maçonaria, que tanto houvera apoiado a Igreja Católica como
sua aliada nos áureos tempos, abrisse guerra contra os protestantes e a Igreja Anglicana, segundo o saudoso irmão maçom e
ministro evangélico, Jorge Buarque de Lira em sua obra “A Maçonaria e o Cristianismo”.

VI - A UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E OS ESTADOS PONTIFÍCIOS.

A Igreja Romana, por intermédio de diversos Papas utilizou Encíclicas para condenar à excomunhão as Sociedades
Secretas inclusive a Maçonaria, podendo ser citados: Clemente X; Benedito XIV; Pio VII; Leão XII; Pio VIII; Gregório XIV e Pio IX,
porém, tais condenações eram sempre ignoradas e na maioria das nações, todavia, o Papa Pio IX, Giovanni Maria Mastai Ferreti,
iniciado maçom e eleito Papa com apoio da Maçonaria, em renhida disputa com mais dois candidatos, editar a Bula “Quanta
Cura”.
A Maçonaria, representada por Giuseppe Garibaldi e Camilo Benso, o Conde de Cavour, haver lutado ao lado da
Carbonária e outras Sociedades Secretas pela unificação da Itália quando a Igreja Romana perdeu definitivamente na batalha de
Castelfidardo, os Estados Pontifícios compostos pelas regiões de Ravena e Pentápolis, que tornou o Papa Pio IX prisioneiro e
que após liberto, editou em 09 de novembro de 1846 a Encíclica “Quanta Cura” cujo famoso anexo “Syllabus” anatematizava a
Maçonaria e outras Sociedades Secretas, a qual mesmo não sendo aplicada em muitos países, foi confirmada pelo Papa Leão
XIII em 20 de abril de 1884 e que perdura até nossos dias.
Os Estados Pontifícios eram constituídos pelas regiões de Ravena e Pentápolis, exarcas oriundas das províncias
incorporadas pelo Império Bizantino ao Império Romano do Ocidente e que foram doadas à Igreja Católica Apostólica Romana
para formação do patrimônio de São Pedro, no Pontificado do Papa Estevão III no ano 754 pelo monarca franco Pepino, o Breve,
e, confirmado em 756 pelo Rei Carlos Mágno, os quais posteriormente em 1809 foram incorporados à França em decorrência
das guerras napoleônicas. No ano de 1815 retornaram ao papado e, em função da unificação da Itália foram novamente
incorporados à Itália. Todavia, em decorrência do Tratado de Latrão de 1929 foi criado o Estado do Vaticano, circunscrito ao
recinto do palácio pontifício, de onde o Papa passou a exercer a condição dupla de Chefe de Estado e Chefe Espiritual da Igreja
Católica Apostólica Romana, reconhecida atualmente pelo Direito Internacional Público que lhe concede manutenção de relações
diplomáticas com quase todas as nações do mundo.
O Papa Pio IX, além de haver publicado diversas Encíclicas dentre as quais a Quanta Cura e seu famoso anexo
Syllabus, favoreceu ao Partido Ultramontano (Movimento herético que se dizia inspirado pelo Espírito Santo pregando novas
revelações complementares às Sagradas Escrituras), proclamou o dogma da Imaculada Conceição e a Infalibilidade do Papa,
temas que a Maçonaria embora não aceitando jamais combateu tendo em vista tratar-se de assuntos religioso circunscrito à fé.

VII - A QUESTÃO DOS BISPOS NO BRASIL.


20
A Maçonaria entrou em desarmonia com a Igreja Romana no Brasil oficialmente no dia 02 de março de 1872,
quando o Grande Oriente do Brasil realizou uma solenidade comemorativa da Lei do Ventre Livre homenageando o Grão-
Mestre da Maçonaria Dr. José da Silva Paranhos, o Visconde de Rio Branco recém chegado do Paraguai, e nomeado
Presidente do Gabinete de Ministros Imperial de D. Pedro II.
Para essa magnífica homenagem, o GOB nomeou orador oficial o maçom padre Almeida Martins, convidou
representantes da Maçonaria Universal de diversos países, podendo ser citados: Estados Unidos da América, Inglaterra,
Gales, Argentina, Suíça e Uruguai, bem assim, todos os Corpos Filosóficos e membros das Cortes do Império.
O laudatório discurso do Padre e maçom Almeida Martins, publicado e comentado pelos diversos Jornais do Rio
de Janeiro, foi tido como provocação pelos dignitários eclesiásticos uma vez que a Igreja Romana formalmente já havia
condenado a Maçonaria e, em assim sendo, o Bispo do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda, convocou o prelado à
sua presença tentando fazê-lo abjurar a Maçonaria sem obter êxito. Contrariado, aplicou-lhe a pena de suspensão das
ordens eclesiásticas, acarretando reação da Maçonaria que nas Lojas e Jornais maçônicos passou a duelar com o jornal “O
Apóstolo” de Dom Lacerda e outros os jornais Católicos em diversos pontos do Brasil.
Houve também a interdição da Irmandade Nossa Senhora do Rodeio de Vassouras no interior do hoje Estado do
Rio de Janeiro, em razão da presença de Maçons em sua composição.
A Maçonaria, por sua vez, confiante no seu poderio e ciosa de seu prestígio fez publicar um Manifesto protestando
contra os atos de Dom Pedro Lacerda e desafiou-o a proibir uma Missa que mandaria celebrar e que celebrada foi, apesar
da proibição e o sacerdote celebrante não foi suspenso das ordens eclesiásticas, pois, esse Bispo, considerado de elevado
espírito cristão e abnegado negociador, resolveu considerar como melhor solução transigir a comprometer o prestígio da
Igreja Católica em uma questão de resultados imprevisíveis.
“Em 27 de dezembro de 1872, o Bispo de Olinda Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira, determinou ao
pároco da Igreja de Santo Antônio, no Recife, que exortasse o Doutor Costa Ribeiro, membro da Irmandade do Santíssimo
Sacramento e maçom conhecido, a abjurar a Maçonaria com a seguinte recomendação”: “Se, por infelicidade, este não
quiser retratar-se, seja expulso do grêmio da Irmandade, porquanto de tais instituições são excluídos os excomungados”.
Nesse mesmo sentido foram expedidas ordens aos vigários de outras freguesias, indicando outros membros de
Irmandades que eram maçons conhecidos.
No dia 05 de janeiro de 1873, Dom Vital lançou-se contra a Irmandade de Nossa Senhora da Soledade, na Boa
Vista, por haver se negado a cumprir a ordem contra o Doutor Costa Ribeiro, publicou um interdito contra essa Irmandade e
todos os maçons a ela pertencentes, porém, como Boa Vista era Matriz, o interdito alcançava todas as Capelas de Recife
que deixaram de oficiar culto público por tempo indeterminado.
Tais acontecimentos proporcionaram grande agitação em quase todo o Brasil tendo a Maçonaria até então
unificada, reagido, se levantado em protesto contra a ação de Dom Vital querendo afastar os maçons das missas nas
igrejas, o que em princípio todos os católicos julgavam um direito, contudo, o modo pelo qual estavam constituídas as
Irmandades e considerando que a Maçonaria no Brasil jamais tivera procedimentos anti-religioso ou contrário à Igreja
Católica no Brasil e mesmo assim foi perseguida com indignação e intolerância.
Caso a Maçonaria, considerada alhures como Sociedade Secreta anticatólica com tradições políticas
antagônicas e revolucionárias denunciadas em Bulas Papais, em nosso Brasil tal jamais aconteceu, inclusive, os fatos
relacionados com a unificação da Itália, a Reforma Protestante, os Cismas no seio da Igreja Católica, a impossibilidade de
unificação das Igrejas Cristãs e do surgimento da Igreja Anglicana, os maçons brasileiros desconheciam completamente
essas ocorrências e, os nossos Bispos sempre toleraram a participação dos Maçons nos cultos e nas Irmandades.
A Maçonaria brasileira, em se considerando agredida pelo gesto exacerbadamente fanático e intolerante do Bispo
Dom Vital, fez publicar em seus órgãos de divulgação e nos demais jornais pelo Brasil a fora, a relação dos Padres que
eram Maçons e dos Maçons leigos que eram membros das Irmandades religiosas em todo o país, tornando a par todo o
povo Pernambucano e de outros Estados, o quanto era grande o número de Sacerdotes na Maçonaria e de Maçons leigos
nas Irmandades religiosas.
Dessa forma teve início uma acirrada campanha na imprensa das duas partes, dirigidas a seus adeptos, ao lado
da Igreja Católica destacaram-se: “O Apóstolo” da Diocese do Rio de Janeiro, “A Boa Nova” da Diocese de Belém do Pará
e “O Bom Ladrão” da Diocese de Mariana em Minas Gerais que agitavam, convulsionando os fanáticos religiosos, fazendo
espraiar a odiosa questão das nacionalidades dos integrantes da Maçonaria que possuía em seu seio inclusive
portugueses, combatiam os padres Almeida Martins no Rio de Janeiro, Guilherme Dias no Rio Grande do Sul, de
nacionalidade portuguesa, e outros.
Alegando como pretexto a desobediência à Lei de Circunscrição e dos Pesos e Medidas, fanáticos católicos se
sublevaram em Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio Grande do Sul, Pará e Minas Gerais, onde foram
nomeados por “Rasga-Listas” e “Quebra-Quilos”.
A campanha na Imprensa católica no Estado do Pará contra a Maçonaria divulgava apelos desesperados tais
como: “Filho do povo batizado nas águas do caudaloso Amazonas, amando estremecidamente ao meu torrão natal, não
21
posso ver sem mágoa que portugueses aqui residentes tentam esmagar-nos por meio da Maçonaria”. “A Maçonaria que
recebe em seu seio, sem o menor pejo, assassinos, ladrões, devassos e bêbedos não podia deixar de pôr-se a soldo do
estado vergonhoso de colônia e fazer-nos escravos de portugueses”. “Estes estrangeiros têm o arrojo de pedir a expulsão
dos nossos patrícios para depois entrarem em nossas Igrejas de avental e trolha na mão, derribar as nossas imagens
calcá-las aos pés, reduzi-las a cinzas e atirá-las ao vento”. “Os brasileiros briosos não entram para a Maçonaria, mas, dela
saem porque não querem estar sujeitos a uma vil e desprezível canalha”. “Viva a nacionalidade brasileira!”. “Abaixo a
Maçonaria!”.
O jornal maçônico “O Pelicano” de Belém do Pará, denunciou publicamente o jornal católico “A Boa Nova” como
responsável por essa insidiosa campanha sendo por este levado a juízo e, no dia da audiência, compareceu com todas as
provas de culpa, tendo “A Boa Nova” deixado de comparecer alegando que não se sujeitaria à sentença de Tribunais cujos
juízes eram maçons.
O estado de desinteligência assumiu proporções de caráter gravíssimo com o assassinato de cinco indefesos
portugueses em Macapá e saques incêndios e outras atrocidades em Vizeu, Gurupi e outras localidades do Estado do
Pará, onde ocorreram destruição de bens patrimoniais e mortes, quando fanáticos ensandecidos eram prestigiados e
insuflados pelo jornal católico “A Boa Nova”.
A Maçonaria que se conservou na defensiva, sempre tentando uma harmonização, jamais estabeleceu campanha
contra a Igreja Católica e, tentou sem sucesso um modo de convivência pacífica, pois, o que a Maçonaria sempre
combateu foi o fanatismo, a tirania e a intolerância religiosa, todavia, o jornal oficial da Diocese de Mariana, em Minas
Gerais, “O Bom Ladrão” de 02 de novembro de 1873, publicou Circular com linguagem ofensiva à Maçonaria, conforme
podemos constatar pelo seguinte trecho: “É bem conhecida a guerra infernal que nestes tempos move a impiedade contra
a religião católica neste Império”. “Pretendem avassalar a Igreja e seus ministros e humilhar todos os que professam o
catolicismo para entronizar a Maçonaria que já ousaram chamar de única religião verdadeira”. “Se chegarem a lograr seus
danados intentos, em breve teremos abolido o culto católico, estabelecido o casamento civil, fechados os seminários,
despojadas as igrejas, roubados os bens do clero, encarcerados ou desterrados os Bispos e sacerdotes, que não se
prestarem a uma infame e sacrílega apostasia como estamos vendo praticar na Alemanha, Suíça, Itália e na outrora tão
católica Espanha”. Nessa edição, “O Bom Ladrão” lançou as candidaturas dos senhores Bispos de Mariana e Diamantina,
bem assim, do Dr. Jerônimo Máximo Nogueira Penido, como representantes da Igreja ao Parlamento do Império,
respectivamente na Assembléia Legislativa e Senado, os quais foram fragorosamente derrotados.
A intransigente rebeldia e insubmissão de Dom Frei Vidal Maria Gonçalves de Oliveira e Dom Antônio Macedo
Costa, às Leis do Império do Brasil, do qual eram funcionários remunerados, negando-se cumprir a decisão do Imperador
D. Pedro II, mandando suspender as interdições impostas às Irmandades de Recife e posteriormente de Belém do Pará,
ocasionaram suas Prisões respectivamente no dia 02 de janeiro de 1874 e julgamento em 21 de fevereiro de 1874 e 28 de
abril de 1874 com julgamento em 27 de junho de 1874 quando foram condenados a quatro anos de prisão com trabalhos.
A sentença condenatória de Dom Frei Vital foi para ser cumprida em uma Unidade Militar do Exército, o Forte São
João, na Urca, enquanto a do Bispo Dom Macedo Costa, em uma Unidade Militar da Marinha de Guerra na Ilha das Cobras
de onde ambos continuaram exercendo suas prerrogativas governamentais em suas respectivas dioceses. Tal fato
inusitado forçou o Governo Imperial a determinar aos Cabidos de Recife e Belém que nomeassem vigários capitulares para
Governar essas Dioceses, porém, as mesmas, ainda sob autoridade dos Bispos condenados e cumprindo sentenças, se
negaram a cumprir as determinações legais do Governo Imperial, o que se estabeleceu uma situação esdrúxula de
vacância de direito, mas não de fato, pois, os Bispos condenados nomearam prepostos para seus lugares.
VIII – ANISTIA DOS BISPOS.
Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, católico praticante, maçom de alto grau, futuro Grão-Mestre do GOB e
patriota exemplar, ao tomar posse no cargo de Presidente do Conselho de Ministros do Império, constituído em sua maioria por
maçons, no dia 25 de junho de 1875, mesmo contrariando o desejo do Imperador Dom Pedro II, propôs o pedido de clemência
aos Bispos condenados com fulcro no desejo de corrigir as anomalias em diversas Paróquias onde os párocos suspensos não
deixaram que os substitutos nomeados assumissem ou dois padres exercendo o mesmo cargo em decorrência de os Bispos
condenados continuarem no exercício dos Governos Diocesanos de Recife e Belém.
Também exerceu influência na iniciativa de Duque de Caxias, os presidentes de Pernambuco, Piauí e Rio Grande do
Norte haverem paralisado o reconhecimento das provisões dos párocos emanados dos governadores Diocesanos, causando
grande perturbação nas consciências, anarquia no regime eclesiástico, o cisma em início de gestação, desordem entre Igreja e
Estado, bem assim, a possibilidade de os Bispos, após soltos, levantarem os interditos, conforme deixavam transparecer as
correspondências diplomáticas trocadas entre o Vaticano e o Império do Brasil.
Dom Pedro II, mesmo a contra gosto, em despacho de 17 de setembro de 1875, decretou a anistia aos Bispos de
Olinda e de Belém do Pará, governadores Diocesanos e outros eclesiásticos envolvidos nos conflitos que acarretaram interditos
a diversas Irmandades Religiosas dessas Dioceses, ficando em perpétuo silêncio os processos por esse motivo instaurados.
IX - CONCLUSÃO.

22
Devemos nos conscientizar de que nossa Sacrossanta Instituição, jamais procurou estabelecer conflitos com quaisquer
religiões, sempre incentivou seus adeptos praticar a religião de suas crenças, incentivando a busca incessante da Verdade que
sempre existiu muito antes que alguém a procurasse, pois, um bom maçom jamais será um irreligioso e libertino.
A Sublime Ordem Maçônica Universal não é uma religião, mas tem por objetivo a felicidade humana mediante os
desenvolvimentos intelectuais, morais e espirituais, o aperfeiçoamento dos costumes visando à paz universal pela
confraternização dos povos. Crê em uma vida além túmulo e em um princípio criador que denomina GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO que é Deus, defende a liberdade de consciência e o livre arbítrio, sempre defendeu a causa da justiça e do direito
aos humildes contra a opressão, a tirania e a intolerância religiosa.
A Maçonaria sempre apoiou as causas de direto à liberdade de culto religioso e a separação da Igreja do Estado, bem
assim, o casamento civil, o divórcio e o ensino laico nas Escolas Públicas, dentre outras iniciativas evolucionistas do ser humano,
o que vai de encontro ao procedimento ortodoxo adotado pela Igreja Romana, haja vista, o divórcio, o desenvolvimento da
ciência no que concerne à pesquisa com células embrionárias para curar doenças hoje consideradas incuráveis, o aborto
decorrente de estupro e deformação congênita irreversível dentre outros possíveis benefícios ao ser humano que a Igreja
católica é contrária.
A Questão Religiosa, historicamente como ficou conhecida a intolerância clerical dos Bispos Dom Frei Vital e Dom
Macedo Costa, trouxera prejuízos irreparáveis à Ordem Maçônica no Brasil, tendo em vista a religiosidade do povo e a
campanha levada a efeito pela pregação clerical nos púlpitos das igrejas haverem influenciado o ingresso de novos membros em
nossa Sublime Ordem.
Esse acontecimento deplorável do passado acarretou inúmeros conceitos prejudiciais à nossa Sublime Ordem que,
ainda hoje é considerada, por muitos brasileiros, como entidade pagã, anticristã, anti-religiosa e satânica, embora eminentes
sacerdotes católicos tenham se expressado, com plena convicção, opiniões de que a Maçonaria é: “Filha da ciência e mãe da
caridade! Fossem as sociedades civis como tu, ó Santa Maçonaria, e os povos viveriam eternamente numa idade de ouro.
Satanás não teria o que fazer na terra e Deus teria em cada homem um eleito” (Cônego Januário da Cunha Barbosa); “A
Maçonaria foi, em todos os tempos, a maior propagandista dos direitos do homem. Por isso mesmo caminha sempre de acordo
com a Igreja de Cristo” (Monsenhor Muniz Tavares); “A Maçonaria tem para mim a grande virtude de esconder-se para fazer o
bem. É o contrário de outras sociedades que só se escondem para fazer o mal. Enquanto não fui maçom, eu cria como um cego;
depois que entrei na Maçonaria, creio como quem vê”. (Albino de Carvalho Lessa); “A Maçonaria teve o poder de fundar a mais
sã filosofia, fazendo germinar as doutrinas de São Vicente de Paulo, Santo Tomaz de Aquino e, mais tarde, Bossuet, Fenelon e
Chateaubriand, que inundam de pura luz o orbe interno”. (Padre Dr. Aniceto Gomes); “A Maçonaria é a escola de sublimes
verdades que, por meio de sublimes mistérios, toca o coração humano e o conduz ao exercício de todas as virtudes”. (Padre
Miranda); “Jesus Cristo instituiu a caridade; A Maçonaria apoderou-se dela e constituiu-a sua mestra. É sob os seus auspícios
que não morre a sua esperança e que se robustece a sua fé. Bendita seja esta irmã da Igreja e da virtude “. (Bispo Dom
Sebastião Pinto do Rego). (Expressões transcritas da obra “A Maçonaria e o Cristianismo” de autoria do Ministro Evangélico e
Maçom, Dr. Jorge Buarque de Lira).
O relacionamento atual entre a Maçonaria e a Igreja Católica no Brasil, em que pese ter havido algumas conversas
mediante convites de altos dignitários católicos, ainda é de expectativa de um bom convívio futuro, visto que alguns preceitos
estão sempre impedindo uma aproximação capaz alcançar uma concórdia, como por exemplos: além da crença no Grande
Arquiteto do Universo, o livre arbítrio, diversidade de Ritos praticados e a liberdade de pensamento existente na doutrina
Maçônica, a Igreja alega também a falta de uma autoridade universal e outra geral no Brasil, capaz de estabelecer uma forma de
entendimento mútuo, pois, no Brasil e no mundo, existe multiplicidade de Potências Maçônicas que não se relacionam e nem se
reconhecem.
(*)Pertencente aos quadros da ARGMLS REI SALOMÃO 41 nº 36 / GLMERJ

Alfredo P. Cunha
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BENVINDOS À MAÇONARIA
(1ª PARTE)
Ninguém ama aquilo que não conhece bem e nem se
esquece daquilo que ama. Ninguém dá o que não tem.

a) SIMBOLISMO MAÇÔNICO

O símbolo é imagem, é pensamento... Ele nos faz captar,


entre o mundo e nós, algumas dessas afinidades secretas e dessas leis
obscuras que podem muito bem ir além do alcance da ciência, mas que
nem por isso são menos certas. Todo símbolo é, nesse sentido, uma
espécie de revelação.
Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente em todas as
suas partes. É preciso, portanto, penetrar pacientemente seu significado.
Somente pelo estudo dos símbolos é que se pode chegar
ao esoterismo. (Esoterismo opõe-se a Exoterismo; podemos traduzir
livremente esses dois termos por ensino secreto e ensino público. Hoje,
aliás de forma abusiva, a tendência é fazer da palavra esoterismo
sinônimo de ocultismo.
Não podemos nos gabar ou nos vangloriar de sermos um “Iniciado”, ou, em outras palavras, de
ser o único a estar de posse do Conhecimento e da Verdade.
“Iniciado” (de initium, começo) quer dizer simplesmente “colocado no caminho”, e o Maçom
sincero sabe, mesmo quando se tornou Companheiro e Mestre, que ele continua a ser um Aprendiz.
Seu acerto é nosso, seu insucesso reparte-se conosco. Abra seu coração, coloque-nos a par das
suas dificuldades, transmita-nos suas vivências, ensine-nos também a ser caminho.
Você já sentiu as transformações que opera. Já sentiu seus progressos?
O estudo aprofundado dos símbolos e, sobretudo, dos símbolos maçônicos pode levar muito longe.
Nesta terra, tudo é símbolo; as próprias palavras, na realidade, não passam de símbolos das idéias.
Na vida corrente, são muitos os símbolos de deferência, de amizade, de alegria, de luto etc. O
homem que saúda, tirando o chapéu ou inclinando a cabeça, simboliza com isso a deferência que ele quer
manifestar à pessoa saudada; o aperto de mão – que se transformou numa cortesia banal – é um símbolo de
afetividade, de cordialidade, de devotamento, de lealdade; sua recusa é símbolo de inimizade. O brinde é um
símbolo de amizade e de esperança em alguém ou em alguma coisa. Por que levantar a mão direita por ocasião
de um juramento senão para simbolizar a sinceridade? O anel de casamento não simboliza, acaso, a aliança
indefectível que deve unir os esposos? Etc.

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Todo mundo compreende esses símbolos simples e banalizados. Mas existem outros símbolos
menos freqüentes, mais ocultos: filosofais, religiosos, iniciáticos. Durante seu tempo de aprendizado, a tarefa
exclusiva do Aprendiz consiste na observação e análise de tudo o que se passa num mundo inteiramente novo
para ele, devendo concentrar seus esforços por aprender, assimilar e adotar as posturas e atitudes
desconhecidas no mundo profano.
As vezes, sua casca é dura de ser quebrada, mas a semente, uma vez libertada, mostra-se tanto
mais deliciosa!
O iniciado deve romper a casca mental, isto é, fugir do racionalismo esterilizante, para atingir a
transcendência; somente depois de romper essa casca é que se torna possível o acesso á verdadeira iniciação.
Todos os símbolos abrem portas, sob a condição de não nos atermos apenas – como geralmente
acontece – às definições morais.
A iniciação “abre portas” até então proibidas ao recipiendário.

b) INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO APRENDIZ-MAÇOM

São determinados instrumentos profissionais, a maioria tirada da antiga arte arquitetônica, que a
Maçonaria simbólica usa como emblema de Virtudes e ensinamentos.
São os seguintes os principais instrumentos e utensílios do Aprendiz – Maçom e seus respectivos
significados morais:
a) A RÉGUA DE 24 POLEGADAS (precisão na execução durante 24 horas de cada dia);
b) O MAÇO (decisão na aplicação);
c) O CINZEL (discernimento na investigação).
A Régua de 24 polegadas figura nas Lojas simbólicas da Franco-Maçonaria como instrumento de
trabalho e medida do tempo, no sentido de que não se deve mal gastar as horas na ociosidade e egoísmo, mas
parte delas na meditação e estudo, parte no trabalho, e parte no recreio e repouso, “porém todas no serviço da
humanidade”;
O Maço (MALHO) com o cinzel, é o instrumento de trabalho do Aprendiz, para, alegoricamente,
“desbastar a pedra”, ou educar a agreste e inculta personalidade para uma vida ou obra superior. O malho
simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e superar os
obstáculos;
O Cinzel corresponde à penetração, discernimento e receptividade intelectuais, ou o aspecto
passivo da consciência, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da personalidade.

c) OUTRAS OBSERVAÇÕES

- Sois Maçom?
- MM. II. C. T. M. R.
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Isso porque um Aprendiz Maçom deve duvidar de si mesmo e da fragilidade de seus conhecimentos
maçônicos. Ele deve, portanto, evitar de dar uma opinião sem antes recorrer às luzes da sabedoria de seus
Irmãos.
- De que forma vos fazeis reconhecer como Maçom?
- Através dos Sinais, Palavras e Toque.
Um Maçom se reconhece pelo seu modo de agir, sempre eqüitativo e sincero (sinais); sua
linguagem leal e sincera (palavras); enfim, pela atitude fraternal que manifesta com todos aqueles que está
unido pelos laços de solidariedade.
- A que horas os Maçons costumam começar e terminar seus trabalhos?
- Os trabalhos começam ao meio-dia e terminam à meia-noite.
Estas horas convencionais indicam que o homem atinge parte de sua maturidade, na metade de
sua vida, antes de poder ser útil a seus semelhantes; mas que, deste instante, até a sua hora final, deve
trabalhar sem descanso para o bem estar comum!

d) AMOR FRATERNAL

O grande mistério maçônico está na simplicidade que se configura na palavra amor. O amor e
respeito a tudo e a todos.
Agora, como Maçom, tem por missão eliminar de dentro de si o egoísmo, daí a necessidade de
cultivar seu espírito de coletividade através do Amor Fraternal. E não é por acaso que em Loja de Aprendiz, o
Livro Sagrado é aberto sobre o altar no Salmo 133 (A excelência da União Fraternal – Cântico de Romagem de
Davi):
Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os Irmãos, - traduz a satisfação e a alegria do
Amor Fraternal.

Valdemar Sansão
E-mail: vsansao@uol.com.br
Fone: (011) 3857-3402

Fontes consultadas:
- “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher;
- Instruções Complementares Para Maçons 1º Grau – GOP);
- “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA”
Da Primeira à Sétima Instrução – Grau I
Valdemar Sansão (aguardando publicação)

A Maçonaria nos dá a oportunidade do auto-conhecimento. É a realização do


“conhece-te a ti mesmo”. O homem precisa conhecer-se para entender-se. Quem
nunca repudiou um ato seu, após analisar sua conduta? Há uma inata necessidade
de dominar-se o microcosmo. A Maçonaria nos dá caminhos para esta realização;
cabe-nos aprender a trilhá-los.
26
REPENSANDO A HISTÓRIA
Ir.: Antônio do Carmo Ferreira/ MI(*)

Estamos a 17 anos do bicentenário da Independência, intervalo que, sem análise, parece longo. E é, se alguém,
apressadamente, repara apenas na contagem, um a um, dos anos.
Talvez, olhando deste ângulo, é que algum crítico fez beicinho, ao tomar conhecimento de que um dos
parlamentares, representantes de Pernambuco no Senado, apresentou projeto naquela Casa do Congresso, a respeito da
criação de grupo de trabalho para cuidar do 2º centenário de nossa emancipação política.
Ao Senador sobram razões, enquanto que à crítica lhe faltam.
O grande percentual da população brasileira, que viverá ao tempo do bicentenário – 2022 - será composto por
pessoas que terão 22 a 30 anos.
Estas pessoas estão, agora, ingressando nos estudos de história, como matéria integrante dos cursos, em que se
encontram matriculadas. Então é o momento ideal, para que se lhes diga que há partes dessa história que padecem
dúvidas.
O projeto, sem ser este o seu propósito, inspira uma abertura para a reformulação de nossos registros no campo
da história, sabido que estes, pelo menos os relativos à Independência, foram feitos sonegando a verdade e dando glórias
aos que nem tantas mereciam.
Os maçons sabem do sofrimento de 1817 e 1824, para que fosse dada uma pátria aos brasileiros. A história finge
que não sabe. Omite-se nos registros, como se o sangue derramado em Pernambuco, por exemplo, nada valesse.
Passa-se a estória de que a maioridade política teria sido presente de algum personagem que, em face de seu
prestígio internacional (quem sabe!), por ter vencido mais de mil batalhas (sic), erguera a espada e esbravejara: “!
independência”. Aí, o mundo todo vergara, ratificando: “independência”.
Este presentinho a que nossa história se reporta, da forma como se reporta, é um implante. Até afronta as
inteligência. Em 1817, tudo contra. Mata-se toda uma geração formada na Europa e Seminário de Olinda. Esquarteja-se
Pernambuco e lhe tiram as férteis planícies das Alagoas e os fecundos cerrados do São Francisco. Pouquíssimos anos
depois, os mesmos que eram contra, já estão todos a favor. Independência ou morte. Só não mais mortes, porque estas já
haviam sido feitas aos montões.
A lembrança do Senador pernambucano, em seu curso, abre a oportunidade de se rever isto. Mas demandará
muito esforço, sobretudo junto aos professores da matéria, para que eles despertem para isto e, na medida do possível,
colaborem com o resgate da verdade.
A Maçonaria pernambucana, se assim o desejar, terá 17 anos para corrigir a mesquinhez da história que, ao ser
escrita, não deu o relevo devido aos feitos da Ordem no processo de nossa Independência.
O Senador Maciel propôs as idéias ao momento certo, porque há muito que fazer, de modo que, ao segundo
centenário de nossa Independência, não seja por escassez de tempo, que lhe falte a glória na dimensão a que faz jus.
Agora, mãos à obra (*grifo do editor), pois “se riscar no papel é fácil, difícil é na vida riscar”.

(*) Presidente da ABIM

AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO “NICOLA ASLAN”

(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)

"O OLHO"
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O olho, órgão da percepção visual, tornou-se naturalmente e quase universalmente o símbolo da percepção
intelectual.
Ponto de recepção de imagens materiais torna-se obviamente em indispensável ponto de ligação ao mundo
exterior, com trânsito nos dois sentidos, e também local de síntese e de memória.
Daí se passa à noção simbólica de Fonte e de Essência, de Conhecimento e Percepção sobrenaturais.
Assim, ironicamente, um OLHO único, aberto e sem pálpebra é símbolo da Essência e do conhecimento divino.
Inscrito num triângulo, é, neste sentido, um símbolo simultaneamente cristão e maçônico.
"Na tradição maçônica, o olho simboliza, no plano físico, o Sol visível, donde emanam a Vida e a Luz; no plano
intermediário ou astral, o Verbo, o Logos, o Princípio criador; no plano espiritual ou divino, o Grande Arquiteto do Universo".
Encontramos, aliás, no Dicionário da Maçonaria Portuguesa de A. H. de Oliveira Marques (ed. Delta, Lisboa, 1986,
vol. II, pág. 1049/50) a seguinte definição simbólica para OLHO:
"O olho inscrito no delta ou no triângulo luminoso, cuja origem se encontra na arte católica barroca,
simboliza o Sol visível, fonte da luz e da vida; simboliza igualmente o Verbo, o princípio criador, a presença
omnisciente de Deus, a onisciência da razão superior, a onisciência do dever e da consciência. Corretamente
desenhado, o olho não deve ser direito nem esquerdo, mas sim impessoal e abstrato".
De fato, é assim que o descobrimos pintado na cúpula da Catedral de Santiago de Compostela na Galiza.
É de notar que o olho é por vezes utilizado como símbolo do conjunto das percepções exteriores, e não apenas da
visão.
"Para alguns povos, aliás, o sentido da vista é aquele que resume, que substitui todos os outros.
O olho, de todos os órgãos dos sentidos, é o único que permite uma percepção que se possa revestir de um
caráter de "integridade"
Para além da associação, que a cultura islâmica (e não estamos assim tão longe dela...) faz do olho (símbolo) às
noções de magia, perigo, embriagues, pode-se aceitar, por outra via, e metaforicamente, que ela recobre também as
noções de Beleza, Luz, Mundo, Universo, Fecundidade, Origem e Vida.
É curioso surpreender em certas imagens, fornecidas pelo quotidiano ou procuradas pelo poder associativo da
imaginação, a produtividade da forma e da simbologia do olho.

N.E.: Artigo retirado do site da Internet “Saúde, Força e União”

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