Você está na página 1de 24

O PESQUISADOR

MAÇÔNICO
n.º 26 / Set. – Out./2003
Ano III

EDITORIAL ÍNDICE

Pág. 2 e 3
Vi iolência! Esta é a palavra que mais tem invadido o nosso cotidiano e,
 O que a imprensa
noticiou

E
cada vez, com maior conotação de brutalidade e irascibilidade.
Pág. 4
A humanidade parece estar perdendo o bom senso, uma vez que, hoje
 Curiosidades
em dia, é muito difícil distinguirmos o marginal “tradicional” do marginal
“travestido de autoridade”. E, uma vez que a autoridade não se impõe pela Pág. 5 e 6
lei, que se corrompe, caminhamos para o caos (onde não há a verdadeira  Um exemplo de irmão
Luz).
Pág. 7
O estado de insegurança que hoje nos assola é alguma coisa que vem
 Para pensar
sendo segregada a muitos e muitos anos, fruto direto do descaso das
autoridades que sempre se preocupam mais em se servir, do que realmente Pág. 8
servir àqueles a quem deveriam prestar contas dos seus atos.  Gr. Dic.Enciclopédico de
O marginal “tradicional” perdeu o medo de ser preso; perdeu o Maç. e Simbologia
respeito às autoridades. Ele sabe que, mesmo preso, continuará a comandar o (Nicola Aslan)
 Biblioteca
seu “negócio” e que, quando quiser (basta ter como pagar o preço exigido
pelo “marginal-autoridade”), poderá sair. Pág. 9
Tudo é motivo hoje em dia para se matar: simples animosidade, falta  Saúde é coisa séria
de dinheiro ou de perspectiva, razões religiosas, razões políticas ou simples  Pílulas Maçônicas
ódio de tudo e de todos. Pág. 10 à 14
É um assunto tão vasto quanto polêmico. E a nós, como Maçons, e não  Trabalhos Maçônicos
como entidade, cabe-nos agir na sociedade, influenciando de todas as formas
Pág. 15
possíveis, mesmo aqueles de nós que não possuam cargos representativos.
Façamos, cada um, a nossa parte, como o belo exemplo do beija-flor.  História pura

Mas... façamos alguma coisa!!!! Pág. 16


Carlos Alberto dos Santos/ M. .M. .
. .  Viagem ao nosso interior

Pág. 17 e 18
 Biografia do mês

Pág. 19 e 20
 O nosso planeta
O Pesquisador Maçônico
Fundação: Janeiro/2001 Pág. 21 e 22
Editor: Ir.: Carlos Alberto dos Santos/M.: M.: • Depoimento
Revisor: Ir.: Ítalo Barroso Aslan/ M.: M.:
Registrado na ABIM sob o n.º 060-J
Informativo Cultural da SOCIEDADE DE ESTUDOS ANTHERO
BARRADAS, e A... R...L...S... Renascimento n.º 08
Rua Nicola Aslan, 133
Braga – Cabo Frio (RJ) e-mail: carlosalberto@cabofrio.psi.br
1
O QUE A IMPRENSA NOTICIOU
SOBRE A RESTAURAÇÃO PERNAMBUCANA

O Governador de Pernambuco, Doutor Jarbas Vasconcelos, vem de editar o Ato nº 2705, já


publicado, designando comissão para coordenar os festejos comemorativos do 350º aniversário da
Restauração Pernambucana, ocorrida, precisamente, em 27 de janeiro de 1654..
A Restauração Pernambucana representa uma das páginas mais brilhantes da história daquele
Estado e de profundo significado para o Brasil. Ao longo de um quarto de século, como destaca o
historiador Manuel Correia de Andrade, fomos presa, numa disputa de colonizadores, em que, de um
lado, estava a Espanha (então Portugal se encontrava sob o domínio espanhol) e, de outro, figurava a
Holanda, ostensivamente representada pela Companhia das Índias Ocidentais, aqui dirigida pelo
competente executivo Maurício de Nassau.
Os batavos preferiram se instalar em Pernambuco, naqueles idos já opulento e próspero, onde,
além de incendiarem Olinda, “locupletaram-se , durante 24 anos, das nossas riquezas, intimidando os
nossos antepassados, apossando-se do fruto do nosso trabalho e constrangendo os donos da terra comum,
que plantavam cana de açúcar, algodão, gêneros de subsistência e criavam gado.
A Restauração a que nos reportamos, e que tanta honra dá ao povo pernambucano, significa a
expulsão dos flamengos do Nordeste, onde pretenderam, por quase três décadas, instalar a Nova
Holanda.
Nossa vitória resultou de uma luta sangrenta e desigual (do nativo de poucos recursos contra o
invasor muito bem armado), através de várias batalhas (especialmente Tabocas e Guararapes), nas quais
destacaram-se os patriotas Felipe Camarão, Henrique Dias e Vidal de Negreiros (presença do índio, do
negro e do branco), consolidando a UNIDADE NACIONAL, não somente das raças, mas também do
território que, mercê da brava pernambucanidade exercitada naqueles feitos, não se repartiu e se logrou
definitivamente indivisível.
Há quem registre que, nessa guerra, os pernambucanos teriam sido largados à própria sorte, pois
“enquanto no Brasil lavrava a guerra de libertação, tratava-se na Europa oficialmente de se manter a paz,
esforçando-se Portugal em dar à Holanda demonstrações de lealdade ao tratado de tréguas de 1641,
atribuindo o movimento pernambucano à obstinação de um pequeno grupo de rebeldes que, mais cedo
ou mais tarde, haveria de ser castigado” (Flávio Guerra, em História de Pernambuco, pág. 64, Editora
ASA, Recife).
O “Diário de Pernambuco”, o mais antigo jornal em circulação na América Latina, hoje dirigida
pelo maçom Joezil Barros, vem publicando, toda segunda-feira, em caderno especial, a respeito da
presença batava entre nós, nos tempos de 1630 a 1654. No dia 27 de janeiro de 2004, é bom fazermos uma
reflexão sobre este fato histórico ou uma visita ao Forte de Cinco Pontas, porque foi ali que, há 350 anos,
“Van Schkope entregou (devolvendo) as chaves do forte e paióis a nossos restauradores”.

FonteINFORMABIM nº 98 de 15/07/2003

*************************************************************************************************

O DESAFIO DAS MUDANÇAS

Por elogiável iniciativa do Grande Oriente de Santa Catarina, será realizado o 1º Congresso da
Maçonaria Catarinense, no período de 24 a 26 de Outubro , na encantadora cidade de Blumenau.
Uma programação vasta e rica para os ensinamentos maçônicos, não somente à luz do “pensamento
pensado”, mas também e, sobretudo, sob a ótica do “pensamento pensante”, definido este como a geração
de novos conceitos, corajosos, inovadores, respeitando as teses geniais, porém não se cingindo a seus
limites. Será o tempo da discussão de outras formas de conhecimento. É o que nos parece sugerir os
Organizadores do Congresso com o título “o desafio das mudanças”.
Santa Catarina se configura, assim, um fecundo pólo de crescimento da “Arte Real” que vem de
raízes fincadas no governo do Grão-Mestre Carlos Pacheco (um dos fundadores da ABIM) e se consolida
sob o amparo desse inigualável pensador contemporâneo, que é o Grão-Mestre Octacílio Schüller
Sobrinho.
2
A revista maçônica “O PRUMO” tem feito ampla divulgação do Congresso, disponibilizando todos
os dados aos que desejarem participar do evento.

Fonte: INFORMABIM nº 102 de 15/09/2003

*********************************************************************

SOBRE O AERÓPAGO DE ITAMBÉ

No dia 30 de setembro comemorou-se, em Pernambuco, a reinstalação do Aerópago de Itambé.


Recordamos que, no inverno de 1796, um grupo de sábios, sob coordenação do botânico Manuel Arruda
da Câmara, instalou o Aerópago, para cuidar da doutrinação do povo da região em favor de se lutar por
uma pátria para os brasileiros.
Em 1801, já se conspirava neste sentido. A História registra, naquele ano, a “Conspiração de
Suassuna”, com a qual se buscava implantar uma república, sob a proteção napoleônica. A tentativa foi
frustrada e o Aerópago fechado. Mas as sementes estavam lançadas e o terreno era fértil, tanto que, em
torno de uma década após, os remanescentes do Aerópago estavam agrupados em Lojas Maçônicas do
Recife e de lugarejos vizinhos, dentre elas as Academias de Suassuna e do Paraíso, dirigidas pelo Coronel
Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque e pelo Padre João Ribeiro Montenegro Pessoa, e se fez a
Revolução de 1817.
Cumprimentamos o Grande Oriente Independente de Pernambuco por haver restabelecido a
história do Aerópago e, em 1996, comemorado seu bicentenário na presença das Academias Maçônicas de
Letras, da Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, das Lojas de Pesquisas e Estudos, da Editora
maçônica “A TROLHA”, e por vários Grão-Mestres do GOB, da CSMB e da COMAB.
A respeito do Aerópago, sugere-se a leitura dos livros “ITAMBÉ – Berço da Maçonaria no Brasil” e
“A Maçonaria Revolucionária no Brasil”, ambos publicados pela Editora Maçônica “A TROLHA”.

Fonte: Informabim- 1002, de 10/08/2003.

*******************************************************

Alfredo P. Cunha
Cirurgião Dentista – CRO 4679
Dr. Wagner Buono
Glaicy M. Cunha Ginecologista e Obstetra
CRM 52.27620-8
Periodontia e Endodotia –

 Acompanhamento Pré-Natal
Atendimento:  Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis
2ª, 3ª, 5ª e 6ª  8h às 11h – 14h às 17h  Prevenção do Câncer de Colo
 Prevenção do Câncer de Mama
 Avaliação Hormonal na Peri-Menopausa e Menopausa

Rua Prof. Miguel Couto, 257 Centro - Cabo Frio - RJ


Consultório:
Tel: (22) 2643.1786
Tel: (22) 2647.2164
(manhã)Clínica Santa Helena:
Tel: (22) 2643.3504
(tarde)

3
CURIOSIDADES
UM POUCO DA HISTÓRIA SOBRE O NATAL

A celebração do Natal antecede o cristianismo em cerca de 2000 anos. Tudo começou com um
antigo festival mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro, o Zagmuk. Para os
mesopotâmios, o Ano Novo representava uma grande crise. Devido à chegada do inverno, eles
acreditavam que os monstros do caos enfureciam-se e Marduk, seu principal deus, precisava derrotá-
los para preservar a continuidade da vida na Terra.
O festival de Ano Novo, que durava 12 dias, era realizado para ajudar Marduk em sua
batalha. A tradição dizia que o rei devia morrer no fim do ano para, ao lado de Marduk, ajudá-lo em
sua luta. Para poupar o rei, um criminoso era vestido com suas roupas e tratado com todos os
privilégios do monarca, sendo morto e levando todos os pecados do povo consigo. Assim, a ordem
era restabelecida.
Um ritual semelhante era realizado pelos persas e babilônicos. Chamado de Sacae, a versão
também contava com escravos tomando lugar de seus mestres.
A Mesopotâmia, chamada de mãe da civilização, inspirou a cultura de muitos povos, como os
gregos, que englobaram as raízes do festival, celebrando a luta de Zeus o titã Cronos. Mais tarde,
através da Grécia, o costume alcançou os romanos, sendo absorvido pelo festival chamado Saturnália
(em homenagem a Saturno ). A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de janeiro,
comemorando o solstício do inverno. De acordo com seus cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se
encontrava mais fraco, porém pronto para recomeçar a crescer e trazer vida às coisas da Terra.
Durante a data, que acabou conhecida como Dia do Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram
fechadas e ninguém trabalhava; eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares eram oferecidos aos
amigos e árvores verdes ornamentadas com galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas;
enfeitavam-se as salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos objetos eram usados
para presentear uns aos outros.
Apenas após a cristianização do Império Romano, o 25 de dezembro passou a ser a celebração
do nascimento de Cristo. Segundo a Bíblia, um anjo, ao visitar Maria, disse-lhe que daria a luz ao filho
de Deus e que seu nome seria Jesus. Quando Maria estava prestes a ter o bebê, o casal viajou de
Nazaré, onde viviam, para Belém a fim de realizar um alistamento solicitado pelo imperador,
chegando na cidade na noite de Natal. Como não encontraram nenhum lugar com vagas para passar
a noite, eles tiveram de ficar no estábulo de uma estalagem. E ali mesmo, entre bois e cabras, Jesus
nasceu, sendo enrolado com panos e deitado em uma manjedoura (objeto usado para alimentar os
animais).
Pastores que estavam com seus rebanhos próximo ao local foram avisados por um anjo e
visitaram o bebê. Três reis magos, que viajavam há dias seguindo a estrela guia, igualmente
encontraram o lugar e ofereceram presentes ao menino: ouro, mirra e incenso, voltando depois para
seus reinos e espalhando a notícia de que havia nascido o filho de Deus.
A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro Natal, como conhecemos hoje, foi
celebrado no ano de 336 d.C.. A troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três reis
magos ao menino Jesus.

(*) Colaboração enviada pelo Ir.: Roberto Gomes,


da Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro

4
um exemplo de irmão

CELSO EMERICH DO ESPÍRITO SANTO

O Irmão Celso Emerich do Espírito Santo, membro ativo e regular da ARLS Pioneiros do Cabo
nº 1821, filiada ao GOB – GOERJ, completou, em 06 de novembro de 2003, cinqüenta anos de
atividade maçônica.
Iniciado, Elevado e Exaltado na ARLS Pátria e Família, do Oriente de Cordeiro (RJ), lá exerceu
quase todos os cargos administrativos, tendo sido eleito Venerável Mestre no período de 1967 a 1969;
naquele período realizou sete Sessões Magnas de Iniciação, tornando maçons vinte e um profanos;
ainda em sua gestão como Venerável Mestre, lançou a Pedra Fundamental de um novo e belíssimo
Templo, do qual iniciou a construção.
Transferido para a cidade de Rio Bonito pelo banco em que trabalhava, freqüentou como
visitante, por mais de dois anos a ARLS Guanabara Segunda, filiada às Grandes Lojas do Estado do
Rio de Janeiro, já que nela não se podia filiar, por não desejar desligar-se do Grande Oriente do Brasil.
Movimentado mais tarde para a cidade de Cabo Frio, passou a freqüentar a ARLS AMIZADE
FRATERNAL II, na época a única Loja Maçônica da Região. Pouco depois, uniu-se a um grupo de
Irmãos pertencentes ao Grande Oriente do Brasil para planejarem a criação de uma Loja Maçônica na
cidade de Arraial do Cabo, então distrito de Cabo Frio. Tal Loja, que tomou a denominação de ARLS
Pioneiros do Cabo, foi fundada em 21 de Abril de 1972 e o Irmão CELSO EMERICH DO ESPÍRITO
SANTO a ela pertence até os dias de hoje, tendo exercido, ao longo desses trinta e um anos,
praticamente todos os Cargos Administrativos em Loja, tendo sido seu primeiro Mestre de
Cerimônias e havendo sido eleito Venerável Mestre no período de 1993 a 1995.
5
O Irmão Celso participou também do planejamento e fundação da Loja ARLS Obreiros de
Canaã, da cidade de Rio das Ostras.
Contando setenta e quatro anos de idade, o Irmão Celso nasceu na cidade de Bom Jardim,
próxima a Nova Friburgo(RJ); sua ascendência materna provém de imigrantes suíços, que povoaram
a região.
Formado em Contabilidade, exerceu a profissão por algum tempo, tornando-se posteriormente
funcionário do então Unibanco, aposentando-se em 1988.
Maçom ativo, interessado e participante, sempre brilhou em qualquer das atividades que
exerceu dentro e fora da Maçonaria; casado há quarenta e sete anos com a Senhora Maria Dulce Viana
do Espírito Santos, natural da cidade de Cordeiro, próxima a Bom Jardim; o casal possui quatro
filhos, duas moças e dois rapazes.
O Irmão Celso e sua esposa transmitem a todos que convivem com eles a melhor das
impressões, tanto no plano conjugal e afetivo como no plano social; na verdade, o casal aparenta ser
um modelo de vida em comum e de cidadania.
A Maçonaria, enquanto Ordem Universal, acima das diferenças eventuais de potência,
localização geográfica, ritos etc orgulha-se, com justiça, por deter em seus quadros cidadãos da
qualidade do Irmão Celso Emerich do Espírito Santo.
Que o Grande Arquiteto do Universo, em sua infinita sapiência, conserve-o ainda por muitos
anos entre nós e, como sempre, pleno de entusiasmo e espírito fraterno.
Vida longa, meu Irmão!

Quer comprar, vender ou alugar um imóvel ?


Nós temos as melhores opções, para que você só se preocupe com a praia, o mar, o sol...
Insatisfeito com a administração de seu condomínio ?
Procure-nos.

Administração de Condomínios
Venda e Aluguel

Belo Horizonte www.portorealimoveis.com.br


Av. Nossa Senhora do Carmo, Av. Assunção, 680 – Centro
1650 – Sl. 11/13 (22) 2643-3220
(31) 3286-3099

6
PARA PENSAR
A ORIGEM DO PODER PARALELO
Professora Sandra Cavalcanti (*)

A expansão caótica das favelas nos grandes centros urbanos ocorre há décadas, como conseqüência
do desrespeito às normas e às posturas legalmente obrigatórias para qualquer edificação urbana. É como
se a lei não existisse para todos. Basta ser na favela, para que cada um faça o que quiser, construa do jeito
como deseja e ocupe de modo como lhe convém.
Espantosamente, todos os poderes, de todos os níveis, se omitem ou se dobram.
É o caso das autoridades federais, responsáveis pela preservação da Mata Atlântica, das margens de
rios, lagos, lagoas e praias. Não tomam conhecimento de coisa alguma. E não se ouve qualquer reclamação
vinda das famosas entidades ambientalistas, com suas ONGs verdes, azuis ou amarelas. Só muito depois,
as áreas já devastadas, começam elas a delirar em torno de projetos comunitários de recuperação da
natureza.
As autoridades estaduais, responsáveis pelas redes de água, esgoto, transporte coletivo, educação e
saúde, dão a impressão de que sumiram do mapa. Só quando a desordem urbana já se instalou é que elas
aparecem. Mais aí é para pôr em prática a velha politicagem do assistencialismo populista: Bicas, postos de
saúde, teleféricos.
Quanto às autoridades municipais, exatamente as que devem zelar pelas licenças de edificação, se
conformam com a humilhada postura de meras espectadoras do processo de degradação urbana. É
incrível a falta de capacidade para impedir, para investir, para reassentar ou pra exercer poderes fiscais,
apesar de sua insaciável gula arrecadadora.
Experimente um morador da Barra, ou da Tijuca, ou de Ipanema, ou de Copacabana, construir uma
pequena cobertura na última laje do seu prédio, sem pedir licença à egrégia autoridade municipal! Vai se
dar muito mal. Se tem a audácia de acrescentar uns metros quadrados à sua casa, dentro de seu próprio
terreno, a punição vem rápida e severa no imposto predial, logo aumentado.
Fica difícil para o transgressor entender o espírito da coisa, se a menos de 50 metros de seu prédio
ou de seu terreno, bem ao lado, uma favela cresce livre e fagueira. Quem viu o Vidigal de 1980 e vê aquilo
hoje, nem acredita!
Quem passa pela Rocinha, pensa que está sonhando. Um amontoado de prédios, muitos com mais
de 8 pavimentos, colados uns aos outros, sobrando por cima de calçadas, num indecifrável emaranhado.
Os grandes centros urbanos estão divididos entre a cidade legal e a cidade não-legal. O morador
legal, para construir, deve primeiro provar que é proprietário do terreno. Nas favelas, essa exigência não
existe. Desse modo, sempre que um terreno é invadido, e ali se erguem as primeiras edificações, nasce
uma comunidade de exceção.
É aí que mora o perigo! Quando uma comunidade percebe que pode dispensar a lei em certos casos,
acaba dispensando em todos. Se alguém pode construir onde quiser e como quiser, também pode ocupar o
que quiser onde quiser. Se alguém pode usar um serviço público sem pagar, por que vai querer pagar? Se
alguém pode inventar um pagamento para garantir a segurança, por que vai deixar de cobrar?
Esse sentimento anárquico de desnecessidade da lei faz, da favela, o local perfeito para as cidadelas
do crime organizado.
O favelado hoje, em qualquer grande favela, vive sem a lei. Não que ele seja um fora da lei, não! A
maioria é gente trabalhadora, pobre, lutadora. Mas a lei não faz parte de seu comportamento quotidiano.
Onde ele vive, não existe o poder legal.
Um dia, o poder legal fechou os olhos para a invasão da propriedade, privada ou pública. Omitiu-se
diante do não cumprimento das exigências urbanas de edificação. Explorou demagogicamente o
desamparo das pessoas, fingindo protegê-las. Aceitou todas as exceções. Agora tem de enfrentá-las !
Há décadas, nessas favelas, as comunidades pobres vivem em pleno regime de exceção, sob o
comando e o controle de outras autoridades, submetidas a outras regras, atendendo a outras exigências e
obedecendo a outro poder.
O poder paralelo nasceu desse processo de exceção. Só quando esse processo for interrompido,
pode-se pensar em acabar com essa situação.

(*) Professora e ex-parlamentar.


7
GRANDE DICIONÁRIO ENC. BIBLIOTECA
DE MAÇONARIA E
A MAÇONARIA: USOS & COSTUMES,
SIMBOLOGIA Volume 3

NICOLA ASLAN Autor: Francisco Assis Carvalho (Xico Trolha)

A recomendação deste bimestre é para


SISTEMA– Grupo de teorias que constituem este 3º volume da série “Usos & Costumes”, do
os princípios fundamentais de uma nosso Ir.: Xico Trolha, que passou para o
concepção unitária, dentro do campo de uma Oriente Eterno recentemente e que muita falta
ciência ou do conhecimento geral.
está fazendo à nossa Ordem, dado a sua
Em Maçonaria, a palavra sistema foi definida
proficuidade e dedicação à mesma, sempre
por Lenning como sendo a doutrina da
Maçonaria apresentada como organização e valorizando o MAÇOM e as LOJAS,
como Cerimonial das Lojas. Esta definição independentemente da Potência à qual
não satisfaz a Mackey, o qual considera que pertença.
sistema, em Maçonaria, é um plano ou um Embora os outros três capítulos do livro
esquema de doutrina pretendendo sejam de leitura indispensável, queremos
desenvolver um ponto de vista particular
destacar (até com ênfase) o capítulo III, que
relativamente à origem, finalidade e caráter
da instituição. versa sobre “Os Landmarques”.
A palavra é usada, freqüentemente, como Muito se tem escrito e falado sobre este
sinônimo de Rito; porém as duas palavras polêmico tema; muita “baboseira” e teses
nem sempre expressam o mesmo sentido. infundadas, que aumentam a confusão a quem
Um sistema, com efeito, nem sempre se não pesquisa e pouco lê; Mas, também,
desenvolve dentro de um Rito, podendo excelentes obras de autores, como as do nosso
ainda o mesmo sistema dar origem a dois ou
eterno Mestre NICOLA ASLAN. Mas o mérito
mais Ritos diferentes. Todo aquele que
apresenta um conjunto característico de do Xico é exatamente ter pesquisado muito e
doutrinas ligadas entre si inventa um colocado à nossa disposição esta variedade de
sistema. Este, depois, pode organizar-se ou opiniões, para que possamos tirar nossas
não em Rito que será, entretanto, uma próprias conclusões.
simples conseqüência e não uma necessidade Ele não se furta, entretanto, a colocar a
do sistema.
sua opinião, uma vez que ele sempre pautou
Sistema é, portanto, o conjunto de regras ou
pela desmistificação e pela fidelidade à
princípios sobre determinada matéria.
Transformada em especulativa, tornou-se a realidade da Verdadeira Maçonaria Universal.
Maçonaria um sistema filosófico, cujo lema Leiam o livro e se deliciem!
principal foi o estudo da ciência e da
investigação da verdade. Tendo-se lançado
ao estudo de todas as escolas e de todos os Editora “A TROLHA LTDA”.
princípios, grupos de maçons formaram
numerosos sistemas, levando o
desenvolvimento das idéias ao terreno da
prática. Formaram-se, assim, durante o
século XVIII, mais de duzentos Ritos, dos
quais muito poucos ainda subsistem e são
reconhecidos.

8
SAÚDE É COISA SÉRIA

A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de
maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem
interferências psíquicas, é positivamente diminuto.
A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser. Não nos reportando à
imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas,
referimo-nos tão-somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.
Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados
vibratórios da mente em desequilíbrio?
Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável. Um
experimentar-lhe-á os efeitos do fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.
Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja
causa repousa no mundo mental.
O Grande apóstulo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a
aproximação recíproca e a assistência mútua como remédio salutares (Tiago, 5: 16). O ofensor que
revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno;
quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual e, embora
não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo
“sem-fio” do pensamento.
A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário, e, quem deseje melhoras
positivas, aplique o conselho de Tiago; nele, possuímos remédio salutar para que saremos na qualidade
de enfermos encarnados ou desencarnados.

Fonte: Boletim SEI, nº 1856

PÍLULAS MAÇÔNICAS

• Alguém disse: “O Livro da Sabedoria diz que uma geração passa e outra vem, mas a Terra subsiste.
O sol se levanta no Oriente e se põe no Ocidente. O vento, ora sopra de terra e ora sopra do mar. Os
rios correm todos para o oceano e este não transborda. A vista não se farta de ver e o ouvido não se
sacia de ouvir. A humanidade existiria certamente sem a Maçonaria, mas podemos ter a certeza de
que nós a fazemos um pouco mais feliz”;
• O cargo de Grão-Mestre foi criado em 1717, precisamente, em 24 de junho (dia de São João).
As quatro Lojas existentes em Londres, reunidas na “Taberna do Ganso e da Grelha”, em
que assumiu a presidência o Mestre mais antigo, que apresentou uma lista de candidatos,
da qual foi escolhido, pela maioria, o Mestre ANTHONY SAWYER, que passava a ser o 1°
Grão-Mestre da Maçonaria Universal.;

Colaboração do Ir.: ANTHERO BARRADAS/ M.:M.(*)


(*) Membro da ARLS RENASCIMENTO N º 08

9
TRABALHOS MAÇÔNICOS

“SÃO JOÃO E OS SOLSTÍCIOS”


Ir.: Carlos Alberto Lins(*)

Quase todas as solenidades maçônicas são justificadas pelas tradições herdadas da antiguidade.
Fazendo uma pequena busca nos estudos da instituição, encontramos os Solstícios e os Equinócios
que eram chamados de “portas do céu”, por onde o Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso, em
cada círculo tropical. considerava-se que o Sol, ao passar por elas, trazia nova quantidade de luz e
vida para a Terra. Estas portas aconteciam em 21 de março, 21 de junho, 21 de setembro e 21 de
dezembro.
Depois de haverem os sábios da época fixado seus olhares no firmamento e estudado o
movimento dos astros, colocaram o Sol acima de tudo e de todos, gerador de luz e dissipador das
trevas que atuando nas portas celestiais despertava e animava os seres.
A crença de que o Sol procedia das “portas do céu”, era pacífica e generalizada e as portas
consideradas mais importantes era a de 21 de junho, Solstício de Câncer ou da Esperança, alusivo a
São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul, período em que a Terra está
em afélio, cerca de 152 milhões de quilômetros distante do Sol), é a porta cruzada pelas almas mortais
e, por isso, chamada “Porta dos Homens”, consagrada ao Deus egípcio Anúbis. a outra é a de 21 de
dezembro, Solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno
no hemisfério norte e verão no hemisfério Sul, período em que a Terra está em periélio, cerca de 148
milhões de quilômetros distante do Sol). é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, chamada
“Porta dos Deuses”, consagrado ao Deus grego Hermes. Anúbis e Hermes eram na concepção
daqueles povos, os encarregados de conduzir as almas ao mundo extraterreno. Isso é o que faz o
Ir∴Experto nas iniciações: conduz o candidato que, simbolicamente, morre, Na Câmara de Reflexões,
ao Templo, onde recebe a luz e renasce para o mundo maçônico.
Grandes festejos em honra ao Sol, com a denominação de festas juninas eram promovidas pelo
povo no início desses períodos. O dia 25 de dezembro é considerado como data sagrada. Os povos o
festejavam como sendo a data do nascimento dos seus Deuses salvadores, que nada mais eram do
que o Sol, o senhor do nosso sistema planetário. Estas festas eram desprovidas de cunho religioso. as
antigas corporações dos construtores romanos adotaram-nas nos seus costumes.
Com o advento do cristianismo, aquelas festividades começaram a ser combatidas sob a
alegação de que haviam sido idealizadas pela mentalidade pagã. O povo não aceitava a explicação e
automaticamente praticava as cerimônias seculares. Os próprios cristãos, contaminados por aquela
usança popular, acabaram por adaptarem-se, mudando apenas o título das festividades para “festas
dos santos”.
Um pouco mais tarde, na impossibilidade de poder suprimi-las, os neocristãos passaram a
dedicá-las a duas figuras que haviam se salientado e projetado na história da religião recém-
implantada: João Batista e João Evangelista.
O nome João é riquíssimo na facilidade de adaptação aos diversos idiomas, sendo Juan para os
hispânicos, Giovanni para os italianos, Jean para os franceses, John para a língua inglesa, Johann para
os germânicos, Ivan para os russos etc.
João Batista foi aquele que mais se assemelhou a Cristo, seu parente, visto que seu nascimento
se deu de forma semelhante ao de Jesus, ou seja, mediante anúncio do Arcanjo Gabriel. Lutou
firmemente por seus propósitos, enfrentando inclusive Herodes, o governante da época, tendo como
grande obra de vida a pregação da humildade, sendo o ápice de tal virtude o Batismo de Cristo,
sendo dito pelo próprio filho do Senhor que dentre todos os homens nascidos de uma mulher não
existiu nenhum maior que João Batista.
João Evangelista, juntamente com seu irmão consangüíneo Tiago, foi um dos primeiros
discípulos de Cristo, tendo sido convocado por Jesus para ser seu “pescador de homens”, passando a
ser um dos mais fiéis e fervorosos discípulos. Tornando-se seu apóstolo, presencia a vida de Cristo,
10
inclusive a Transfiguração (estado glorioso em que, segundo a Bíblia, Cristo apareceu a três de seus
discípulos) e a agonia em Getsêmani, chegando a ser conhecido por “discípulo do amor”, pois, em
seu Evangelho e nas três Epístolas, pregou com veemência o amor a Deus. Alguns autores apregoam
que o texto correto para a abertura dos trabalhos em Loja de Aprendizes seria o Capítulo I de seu
Evangelho, versículos do 1 ao 5 onde consta “e a luz resplandeceu nas trevas e as trevas não a
compreenderam... no REAA, assim como faz o Rito Adonhiramita que executa a leitura do mesmo
Capítulo, versículos de 6 a 9 onde consta “ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao
mundo”
Os Franco-maçons da época, ao invés de homologarem os festejos como de São João, os
denominaram de solsticiais por coincidirem com a passagem do Sol naqueles pontos. As festas dos
solstícios são, de um ponto de vista, as festas de São João Batista e de São João Evangelista.
A semelhança entre as palavras Janus e Joannes (João, que em hebraico é Ieho-hannam = graças
ou favor de Deus) facilitou a substituição de Janus pagão pelo João cristão, com a finalidade de por
fim a uma tradição pagã, que se chocava com o cristianismo. Os dois São João formam uma relação
com o Deus romano Janus que era um Deus bicéfalo, com duas faces simetricamente opostas, cujo
significado simbolizava a tradição de olhar, uma das faces para o futuro e outra para o passado, o
futuro que deve ser construído à luz do passado.
Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio; diante dos dias
mais longos do verão, os dias mais curtos do inverno; diante de São João do inverno com as trevas,
Capricórnio e a Porta dos Deuses, o São João do verão, com a luz, Câncer e a Portas dos Homens (vale
lembrar que para os maçons, as condições geográficas são as do hemisfério Norte).
E foi desta maneira que os dois São João foram associados aos solstícios e presidem as festas
solsticiais.
A figura de São João Batista foi homologada convencionalmente como sendo a do padroeiro da
Maçonaria. A preferência dos iniciados aconteceu porque no século em que viveu foi um dos mais
belos ornamentos das corporações e o mais amado e venerado elemento dos Templários. Quando as
antigas corporações de construtores se transformaram na atual Maçonaria, ficou definitivo que fosse
observado o dia 24 de junho como o do padroeiro da Ordem.
De onde vindes, meus irmãos? De uma Loja de São João, justa e perfeita. A expressão “Loja de
São João”simboliza toda a união ou agrupamento de iniciados, sendo estes homens considerados
iluminados ou agraciados por Deus espiritualmente, o que significa, de uma maneira geral, todos que
são admitidos nos mistérios da Maçonaria, particularmente os verdadeiros irmãos de São João.
Consta nos Rituais: “À glória do GADU e de São João nosso padroeiro”. Todo iniciado na
Ordem deve buscar entender seu significado, pois traz consigo uma simbologia própria, qual seja o
início, a transformação, a passagem para algo melhor. Se fizermos uma analogia à Mística do
Cristianismo, teremos as duas datas comemorativas de São João representativas das transformações
da natureza, simbolizando as modificações que devem nortear nossa vida Maçônica, bem como
também no mundo profano.
Nesse dia, 24 de junho, as Lojas abrem seus Templos com o melhor espírito de cordialidade,
proporcionando aos seus obreiros a oportunidade de se abraçarem. Nesse dia a Maçonaria está
desejosa da reconciliação de todos os seus filiados desavindos. É o dia das trocas amistosas de
simpatias, dia em que os maçons se mantêm juntos nos movimentos e unidos nos ideais, dia
preceptivo da fraternidade, dia em que deve ser passada a trolha em todas as desavenças. Nesse dia
não haverá nenhum maçom que não transporte uma recordação agradável, que não leve consigo um
conhecimento útil ou um conforto espiritual, fortalecendo-lhe, cada vez mais, a vontade de trabalhar
pelo futuro da Ordem e pelo bem e felicidade de seus irmãos.

“Que a paz seja profunda para todos”

(*) Presidente do Conselho de Vven.: e MM.: II.: do GOIRJ

11
VERTENTES LENDÁRIAS DA MAÇONARIA
Irm. Antônio do Carmo Ferreira (*)

Acredito que não resta nada mais a esclarecer, a respeito da gênese da Maçonaria, depois do que
pesquisaram e passaram para a história escrita os Irmãos José Castellani, Raimundo Rodrigues, Octacílio
Schüller e Ambrósio Peters. Tanto no que se refere à Maçonaria de ofício (operativa), como ao período em
que se deu a transição para a Maçonaria Especulativa, marcado e alimentado por injunções que
debilitaram a humanidade européia de então. Mas também, não há que negar, ensejou o laboratório de
escolas e instituições que iluminaram e fecundaram o surgimento de um evoluído mundo novo.
Todavia, sempre me indaguei sobre o porquê daquelas inserções efetuadas por James Anderson, nas
Constituições de 1723, levando a Maçonaria aos tempos adâmicos e paradisíacos (1), estórias que não
resistiram às edições seguintes do documento jurídico básico da Ordem. Certamente, porque, é de se
concluir, não tinham nada a ver (2). Porém, mesmo assim, sempre quis me aprofundar na motivação
daquelas razões.
Socorreu-me, nessa peregrinação, o admirável pesquisador e historiador NICOLA ASLAN (*grifo
do editor) (3), em cujos ensinamentos creio ter encontrado as vertentes daquele intróito lendário para a
Ordem. ASLAN confessa que a tarefa de narrar a História da Maçonaria se tornara “difícil e complexa”
(4), porque escritores contemporâneos da formação da Ordem não eram historiadores, favorecendo, em
face desta condição, uma intrincada e confusa mistura da lenda e história.
Justifica que, na fase operativa, a Maçonaria não fazia “iniciação”, pois o advento desta cerimônia
veio a ocorrer já no período especulativo, em pleno século XVIII. O que se dava, realmente, era a
“recepção”. Quando o candidato havia cumprido o tempo de aprendizado dos rudimentos do ofício, era
recebido na Guilda e desta cerimônia de recepção constava, inclusive, a leitura de um texto referente à
história da arte da edificação.
Recorda-se que, no medievo, era praxe as nações, cidades e corporações adotarem um santo
protetor. E, em torno desse santo, se escrevia a história, ou, se não houvesse, inventava-se. Mas, decerto, o
trabalhador daqueles tempos não participava das escrituras, porquanto fosse analfabeto. E como decorria
a Idade Média (idade da fé, das catedrais, da Igreja), quando, em tudo, assomava a religiosidade, o
trabalhador era um ser religioso e, provavelmente, muito supersticioso.
Os textos eram produzidos, então, pelos monges (padres) que, detentores do saber escrever,
secretariavam as Corporações, e, por força disto, naturalmente, os textos se tornavam veículos dos
assuntos que mais interessavam à Santa Madre Igreja. Quando se desconheciam os fatos, mais fáceis que a
sua pesquisa eram a invenção e a inserção da lenda. Aí, lá vem as conexões com a construção do Templo
de Salomão e da Torre de Babel, e os caminhos do Éden, lindas narrações, sem dúvida, mas sem qualquer
compromisso com a verdade da formação da Maçonaria Operativa.

NOTAS:
1. “O livro (Constituições de Anderson) continha as seguintes partes: 1- Síntese da História da
Maçonaria, desde a criação do mundo; 2- Os Antigos Deveres ou Leis Fundamentais;3- As 39
Obrigações ou Regulamentos Gerais; 4- Quatro Cânticos maçônicos, o hino do mestre, o hino
dos vigilantes, o hino dos aprendizes e o hino dos companheiros.” JOSÉ Castellani e
Raimundo Rodrigues, ANÁLISE DAS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON, pág, 27 Editora a
Trolha.
2. “A primeira parte das Constituições, descritiva, relata a história da Arquitetura nos diversos
países da Antiguidade, exaltando principalmente a arte romana, o estilo de Augusto. Trata-se
de um texto muito discutível à luz dos conhecimentos modernos até os tempos de Adão.”
(João Nery Guimarães, na INTRODUÇÃO ÀS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON DE 1723.
3. “O velho amigo e extraordinário Ir.: NICOLA ASLAN foi um dos grtandes autores autênticos
do Brasil, tendo trazido, para a nossa literatura, muitos documentos sobre Maçonaria, através
da pesquisa bibliográfica, enterrando um pouco da mistificação que se fazia em torno da
História.” (Castellani, Revista Maçônica “A TROLHA” nº 194, pág, 37, Londrina PR).
4. Nicola Aslan, HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA, Ed. Maçônica “A Trolha”, Londrina/
PR.

(*) Presidente da ABIM (Associação Brás. De Imprensa Maçônica)


12
A TORRE EIFFEL E A MAÇONARIA
Padre Valério Alberton S.J.(*)

Todos sabem que a famosa torre-símbolo da França foi construída pelo engº Gustav Eiffel, que
teve seu nome consagrado por sua monumental obra.
Sua inauguração ocorreu num domingo, dia 31/03/1889, em solenidade presidida pelo
presidente do Conselho Francês, o maçom Pierre Emmanuel Tirard que, no cume do majestoso
monumento de ferro de 300,51 m. de altura, condecoraria o engº Eiffel com a Legião de Honra da
França, de acordo com a programação do evento, que, como os elevadores da torre ainda não estavam
em funcionamento, e os 62 anos de Tirard não lhe permitiam passar do 1º andar, ao qual chegou
ofegante e sem condições de prosseguir a escalada, a missão coube ao Ministro do Comércio, Edouard
Lockroy, de 49 anos, que era, também, Primeiro Comissário da Comissão Organizadora da Exposição
Internacional, em homenagem a qual tinha sido construída a torre.
Anos depois, por ocasião da construção do Canal do Panamá, surgiu um escândalo no qual se viu
envolvido e engº Eiffel, o que veio a se constituir num “prato cheio” para os contumazes detratores da
Maçonaria, que apresentavam Eiffel como maçom, cujo nome verdadeiro era, segundo eles,
Bonnickausen.
Foi então que apareceu na França uma publicação com o título de “Le Loque Noire” (O Farrapo
Negro), em que o vocábulo “loque” era traduzido como “o estandarte dos Cavaleiros de Kadosh, ou
seja, os maçons do 30º Grau, afirmando terem sido estes, em sua fúria satânica, os verdadeiros
construtores da torre, com a finalidade de desafiarem o Sagrado Coração. Prosseguindo em sua sanha
de ódio à Ordem Maçônica, o autor da malfadada publicação, desfia um rosário de inverdades
maldosas e tendenciosas, concebidas em sua mente contaminada pelo vírus anti-maçônico: que um fato
suspeito era o de ter sido a torre construída em base quadrangular (Norte,Sul,Leste,Oeste) o que,
deduzia, foi orientação da Maçonaria; que durante a construção da mesma, ritos diabólicos e
misteriosos eram realizados pelos Cavaleiros de Kadosh e que a inauguração da mesma tinha tido
cunho eminentemente maçônico. Por fim, a conclusão do autor: que a malfadada torre fosse
imediatamente destruída e, num brado patético, conclamava histericamente, porquê:

• “Ela é anticristã”;
• “Ela é antinacional”;
• “Ela é antifrancesa”;
• “Ela é antiartística”
• “Abaixo a torre!”

(*) Estraído de artigo publicado na edição nº 19 (1985) da Revista “A TROLHA”


(**) Colaboração do Ir.:Anísio Anthero Barradas, pertencente ao quadro da ARLS RENASCIMENTO Nº 08, do
Oriente de Cabo Frio

***************************************************

O TÚMULO DE HIRAM E AS QUATRO COLUNAS QUE O CIRCUNDAM


Ir Humberto Bertola de Almeida (*)

A Maçonaria, como qualquer ordenamento filosófico (seja ele metafísico-doutrinário – isto é,


religioso ou não), utiliza-se, em seus processos cotidianos, de rituais e ensina a pesquisa ritualística,
que é o conhecimento dos relacionamentos entre os atos rituais e as intenções que lhes estão por trás.
Do mesmo modo, a Maçonaria utiliza-se de símbolos e, consequentemente, estuda as relações entre
tais símbolos e as realidades ou mitos que eles descrevem e ao mesmo tempo os encobrem: é a
Simbologia.
13
Dentre os muitos símbolos que ocorrem na filosofia maçônica – sejam de forma material, sejam
de modo virtual – o conceito de comparar o Universo ao templo físico da Loja e também ao ser
humano, enquanto templo do Espírito Santo, é um dos mais profundos. Para compreendermos bem
tal conceito é necessário que conheçamos um pouco da Cabala Hebraica; o que é Cabala? É um
conjunto de conhecimentos esotéricos que buscam analisar esotericamente os cinco primeiros livros
do Antigo Testamento (a Tora), através das regras eternas que balizam os relacionamentos entre o
Criador e as Criaturas, em todos os níveis do Universo, desde o germinar de uma semente até a
blasfêmia proferida por um sábio.
De acordo com a opinião dos estudiosos da filosofia esotérica contida na Tora, a Cabala pode
ser interpretada de quatro formas:
1. Pelo significado literal e histórico – que simbolicamente corresponde ao corpo físico do
homem e ao átrio do Templo construído por Salomão;
2. Pelo significado alegórico ou figurado - que simbolicamente corresponde à mente do
homem e área do Templo onde se situavam os altares dos holocaustos;
3. Pelo significado moral e ético – que simbolicamente corresponde à alma (na terminologia
egípcia, o “KA”) do ser humano e, no Templo de Salomão, ao Lugar Santo; e
4. Pelo significado místico e esotérico – que simbolicamente corresponde ao espírito do ser
humano (isto é, a centelha de Si próprio, colocada por Deus em cada ser Humano) e, no
Templo, ao Santo dos Santos.
A Cabala trabalha com um símbolo muito interessante, que é a Árvore da Vida, a “OTZ CHAIM
“, onde estão identificados os diversos atributos de Deus, através de dez representações denominadas
“SEPHIROT”. Por outro lado, a Maçonaria afirma que o templo maçônico representa o Universo e,
como tal, contém dentro de si os “SEPHIRATH”.
Especificamente em relação à área central do piso da Loja, encontramos, no espaço entre as duas
colunas – a dos Aprendizes e a dos Companheiros, um retângulo de mosaicos quadriculados em
branco e negro; este retângulo simboliza o túmulo do maior dos arquitetos, o mestre HIRAM ABIF,
construtor do Templo de Salomão em Jerusalém, por isso, tal retângulo não deve ser calcado por
nenhum pé humano e sempre contornado respeitosamente; em cada quina desse retângulo
encontram-se quatro colunas.
A PRIMEIRA COLUNA – No canto oriental esquerdo de quem olha para o trono do Venerável
Mestre, é virtual (e invisível aos olhos humanos) e representa o G.:A.:D.:U.:, simbolizado pelo
primeiro “SEPHIROTH” a coroa do poder infinito – em hebraico: KETHER. Refere-se ao cargo de
Venerável Mestre;
A SEGUNDA COLUNA - No canto oriental direito, representa os atributos divinos da
sabedoria e da inteligência infinitas e é simbolizada pelos “SEPHIRAT” “CHOKMAST” (a sabedoria –
Orador) e “BINAH” (a inteligência – o Secretário);
A TERCEIRA COLUNA – No canto ocidental esquerdo, representa a força e a misericórdia
infinitas de Deus e é simbolizada pelos “SEPHIRAT” “GEBURATH” (a força – o Primeiro Vigilante)
e “CHESED” (a misericórdia – o Tesoureiro); e
A QUARTA COLUNA – No canto ocidental direito, representa a beleza, a glória e a graça
infinitas de Deus e é simbolizada pelo “SEPHIROTH” “TIPHARETH” (A BELEZA – O Segundo
Vigilante) e pelos “SEPHIRATH” inferiores: “NETZATH” (a vitória), “HOD” (a glória), “YEGOD”
(os fundamentos do Universo) e “MALKULT” (o Reino, a Matéria de que é composto o Universo).
Como se pode concluir do que foi dito, o túmulo de Hiram e as quatro colunas que o circundam
são o centro receptor das energias enviadas ao templo pelas forças superiores que o protegem: o
Poder, para que a Loja não trabalhe de maneira acéfala e de modo que as decisões sejam tomadas da
melhor forma; a Sabedoria, para que os trabalhos sejam Justos e Perfeitos; a Inteligência, para que o
bom senso prevaleça; a Força, para que a ordem e a disciplina sejam mantidas; a Misericórdia, para
que não falte à Loja os meios para promover o Bem, a Beleza, para que nunca percamos de vista a
infinita perfeição da Obra de Deus!
Assim, esperemos que os símbolos descritos sejam compreendidos por todos os II.: como
aqueles que, esotericamente, tenham o mais profundo significado dentro de uma Loja Maçônica.

(*) Pertencente ao quadro de obreiros da ARLS PIONEIROS DO CABO nº 1821


14
HISTÓRIA PURA
A CARBONÁRIA

A Carbonária foi uma das mais poderosas e famosas sociedades secretas do século XIX. Tinha
uma organização excelente e o seu objetivo era a luta pela liberdade contra a opressão.Muitos foram
os seus componentes devotadamente sacrificados pela Liberdade, mas foram sementes benditas que
germinaram e frondeceram. Em muitos países, os direitos dignificadores do Homem, foram impostos
ou reconquistados graças à Carbonária, à abnegação de seus filiados.
Adelino de Figueiredo Lima, pertinaz estudioso das sociedades secretas, escreveu o seguinte
sobre a Carbonária, às págs. 11 e 12 do seu livro “Nos Bastidores do Mistério...
“Nenhuma sociedade secreta fascinou tanto as multidões sequiosas de sua liberdade, ou da
independência política conquistada à custa de sangue e lágrimas, quanto a Maçonaria Florestal, mais
conhecida em todo o mundo pelo nome de “Carbonária”, por ter sido fundada pelos carvoeiros do
Hanover como associação de defesa e de ação contra os agressores e assaltantes da sua classe.
Constituída no último quartel do século XV, ela só veio a entrar na História como organização
de caráter político após a Grande Revolução Francesa.
Na Itália, adquiriu fama de violenta e sanguinária; e é introduzida em França por ordem de
Napoleão mas não tardou em converter-se na mais poderosa força oposicionista aos expansionismos
do grande corso, lutando contra ele na França, na Áustria, na Espanha e em Portugal.
O nome de “Maçonaria Florestal” veio-lhe depois que irrompeu na Itália e na França.
“Maçonaria”, porque os maçons a propagavam e protegiam; “florestal”, porque as iniciações dos
seus membros lembravam as dos antigos carvoeiros do Hanover, realizadas nas florestas mais densas,
a coberto das vistas estranhas.
Os carbonários, antes de serem investidos nos segredos da Ordem, passavam por duras provas
e prestavam os mais terríveis juramentos, como este, que eram assinados com o próprio sangue:
“Juro, perante esta assembléia de homens livres, que cumprirei as ordens que receber sem as discutir
e sem hesitar, oferecendo o meu sangue em holocausto à libertação da Pátria, à destruição do inimigo
e à felicidade do povo. Se faltar a este juramento ou trair os desígnios da Poderosa Maçonaria
Florestal, que a língua me seja arrancada e o meu corpo submetido ao fogo lento por não ter sabido
honrar a pátria que me foi berço”.
Só depois deste juramento é que o candidato recebia as insígnias de “Bom Primo”, e se tornava
carbonário ou executor das ordens da “Alta Venda”.
Em cada país a organização da Maçonaria Florestal obedecia ao esquema italiano: “Alta
Venda”, corpo deliberativo superior, composto de um delegado de cada “Cabana”, e as “cabanas”
compostas de um delegado de cada “Choça”. Acima da “Alta Venda”, estava porém o “Jovem Itália”,
composta de um triunvirato que, nas lutas pela unificação e pela queda do poder temporal dos papas,
era constituído por Mazzini, Cavour e Garibaldi”.
Havia grandes afinidades entre a Maçonaria e o Carbonarismo, no tocante aos objetivos. As
duas instituições lutavam pela Liberdade do Homem contra os agressores. Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, lema da Maçonaria, foi adotado pelos carbonários. Aquelas três palavras sintetizavam
um programa de dignificação do Homem.
Distinguiam-se pelos processos seguidos, pelo sistema de ação. A Maçonaria preferia e prefere
persuadir mas sempre de acordo com o seu principal princípio de Tolerância. É bem verdade que
tem participado de todos os grandes movimentos revolucionários, de alguns foi mesmo a promotora,
mas somente em casos extremos, quando a tolerância excessiva servia de incentivo ao opressor,
favorecia-lhe a barbárie ou já o povo estava escravizado, os direitos sagrados do Homem
conculcados.

(*) Fonte: O livro “SOCIEDADES SECRETAS” (A. Tenório de Albuquerque) – Editora Aurora.

15
Viagem ao nosso interior
MUNDO ESPIRITUAL
D. Vilela

Retornando à matéria através da reencarnação, o indivíduo comumente perde a consciência de sua


dimensão espiritual. A vida é exclusivamente aquela que ele percebe através dos sentidos, começando no
berço e terminando no túmulo, à qual, por isso, ele atribui importância máxima, nele concentrando seu
interesse e seus objetivos.
A idéia da vida após a morte parece-lhe vaga e inconsistente por não existirem, em geral, dados
confiáveis a respeito dela mas apenas especulações, não raro absurdas.
A concepção cristã tradicional, por exemplo, apresenta o mundo espiritual como uma espécie de
conseqüência do mundo físico, pois as almas seriam criadas ao ensejo da concepção de novos corpos,
povoando-se a Espiritualidade à medida que as pessoas fossem morrendo, para encontrarem, então,
situações definitivas de felicidade ou desgraça conforme houvessem empregado sua existência – única –
sobre a Terra, não importando se longa ou muito breve.
A Doutrina Espírita veio esclarecer esse ponto mostrando que sucede exatamente o oposto, como se
observa nas respostas seguintes, dadas a Allan Kardec:
Pergunta: - qual dos dois, o mundo espiritual ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das
coisas?
Resposta: - O mundo espiritual, que preexiste e sobrevive a tudo.
Pergunta: - O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a
essência do mundo espiritual?
Resposta: - Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação entre ambos,
porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.
Com o espiritismo, sobrevivência e condições de vida na Espiritualidade tornam-se fatos que é
possível observar e descrever graças ao emprego da mediunidade.A ênfase quanto a importância da vida
espiritual não implica, por outro lado, em desapreço pela experiência na carne, também valiosa por ser
indispensável ao nosso progresso. A mensagem doutrinária nos convida à responsabilidade e ao equilíbrio
ante as pressões da vida social, colocadas, agora, numa perspectiva muito mais ampla.
Demonstrando – e não apenas afirmando – a nossa dimensão espiritual, bem como o funcionamento
das leis de progresso e causa e efeito, o Espiritismo oferece base sólida à moral, permitindo constatar que as
conseqüências do bem são sempre felizes ao passo que desilusão e sofrimento decorrem invariavelmente de
nosso afastamento das Leis Divinas.

Publicado no boletim semanal “SEI”, nº 1804 (26/10/2002)

AUGUSTA E RESPEITÁVEL LOJA SIMBÓLICA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO “NICOLA ASLAN”

(Fundada em 25/08/1995)
LOJA ITINERANTE
Reuniões trimestrais (meses de : Março, Junho, Setembro e Dezembro)

16
BIOGRAFIA DO MÊS
CAXIAS (Luís Alves de Lima e Silva, Barão,
Visconde, Conde, Marquês e Duque de)

Nascido na Fazenda de São Paulo, Arraial do Porto da Estrela, na Província do Rio de Janeiro,
em 25/08/1803, sendo filho de Francisco de Lima e Silva, que foi Regente do Império, e de D.
Mariana Cândida de Oliveira Belo.
Em 22/11/1808, de acordo com os usos e privilégios das famílias militares de alta linhagem,
Luís Alves assenta praça, como cadete, aos 5 anos de idade, no 1º Regimento de Infantaria de Linha
(Regimento de Bragança), que tinha o comando do Coronel José Joaquim de Lima e Silva, seu tio, e
em cujas fileiras seguiu todos os postos até alcançar o comando da unidade. A história de sua vida
militar, suas conquistas etc. dariam um livro a parte; em razão disto, além de alguns destaques nesta
área, nos concentraremos em relatar os principais fatos de sua vida maçônica.
Em 10/11/1823, Caxias recebe a primeira bandeira verde-amarela do Brasil independente.
Em 18/10/1829, recebeu o título de Cavaleiro da Rosa.
Casou-se com D. Ana Luísa Carneiro Viana em 2/2/1833.
Em 12/12/1839, nomeado Comandante em Chefe das forças incumbidas de dominar a rebelião
dos balaios (“A Balaiada”), Luís Alves, então Coronel, é, ao mesmo tempo, investido das funções de
Presidente do Maranhão.
Em 30/06/1841, Luís Alves regressa à Corte. É durante a sua estada no Rio de Janeiro, que se
prolongou por um ano, que se supõe ter sido Iniciado na Maçonaria, possivelmente numa das Lojas
do Supremo Conselho: 23 de Julho, São Pedro de Alcântara e Dois de Dezembro, do qual o seu chefe
e amigo, o Conde de Lages, era Sob.: Gr.: Com.:.
Também não está afastada a hipótese de sua Iniciação se ter verificado na sua permanência na
Corte, após o seu casamento, quando o seu tio e comandante no Batalhão do Imperador, José Joaquim
de Lima e Silva, futuro Visconde de Magé, exercia o cargo de Grande Chanceler Interino no Grande
Oriente Brasileiro, no Grão-Mestrado do Senador Vergueiro.
Na coroação do Imperador D. Pedro II (18/07/1841), foi promovido a Brigadeiro e, no mesmo
dia, o Governo lhe confere o título de Barão de Caxias. Tinha 38 anos incompletos.
Em 15/08/1843, Luís Alves é agraciado com o título de Visconde.
Além das promoções recebidas como prêmio da pacificação da Província do Rio Grande do Sul
(Guerra dos Farrapos), o Visconde de Caxias é agraciado com o título de Conde (02/3/1845).
Em 11/3/1846, o Conde de Caxias toma posse da cadeira de Senador pelo Rio Grande do Sul,
ao lado do seu pai, o Brigadeiro e ex-Regente Francisco de Lima e Silva, também eleito Senador, em
1837, pela Província do Rio de Janeiro.
Com as Lojas fiéis ao Supermo Conselho legítimo, o Conde de Caxias abandona a sede da rua
do Conde do Grande Oriente Brasileiro, declarando-se independente, sendo empossado no cargo de
Sob.: Gr.: Com.: do M.: P.: Supr.: Cons.: do REAA do Gr.: Oriente Brasileiro, título adquirido na
União de 1842 e que o Gr.: Or.: do Passeio, ao fundar o seu Supr.: Cons.: irregular, não declarara
extinto (N.R.: A prolongada doença do 4º Sob.: Gr.: Com.: do Supr.: Cons.: do Brasil de
Montezuma, Conde de Lages, tinha deixado aquele Alto Corpo em completa desordem e em mãos
do ambicioso Gr.: Sec.: Geral, que pretendia o cargo de Gr.: M.:, para o qual, no entanto, foi eleito o
Senador Manoel Alves Branco, futuro 2º Visconde de Caravelas.
Não conseguindo entender-se, porém, com o ambicioso Gr.: Sec.: Geral, e pressionado pelas
Lojas da Obediência, o Grão-Mestre Alves Branco resolveu então fundar um Supr.: Cons.: irregular.
Estando no fim da vida, e não tendo uma pessoa de confiança que lhe sucedesse e
restabelecesse a ordem, o Conde de Lages teria nomeado o Conde de Caxias na vaga de Lugar-
Tenente Sob.: Gr.: Com.:, deixada aberta com a demissão de Araújo Viana, futuro Marquês de
Sapucaí. Havia grande necessidade de uma direção equilibrada e forte no Supremo Conselho
durante este período difícil e não muito conhecido de sua história).

17
Em 22/2/1847, a fim de poder organizar o Grande Oriente que serviria de base ao Supr.:
Conselho, o Conde de Caxias pede licença do Comando das Armas da Corte, a ele só voltando em 11
de maio. Este Grande Oriente, denominado Grande Oriente Caxias, foi composto primeiro com as
Lojas 23 de Julho e 2 de Dezembro, às quais se juntaram, logo depois, a União Escocesa e a Triunfo
do Brasil.
Em 17/07/1849, o Conde de Caxias encarrega o Conselheiro João Fernandes Tavares, futuro
Visconde de Ponte Ferreira, ex-médico assistente de D. Pedro I, que acompanhara a Portugal, de
tratar com o Senador Araújo Viana, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico, e futuro Marquês
de Sapucaí, da fusão do Supremo Conselho legítimo com o Grande Oriente do Brasil. O documento,
que se encontra na Biblioteca-Museu do Gr.: Or.: do Brasil, é assinado pelo Conde de Caxias e pelo
Secr.: do Sacro Império, Dr. Antônio José de Araújo.
Durante este ano, o Supremo Conselho dirigido pelo Conde de Caxias fornece várias Cartas
Constitutivas, assinadas pelo mesmo como G.: M.: G.: Com.: e pelo Secr.: do Sacro Império, Dr.
Antônio José de Araújo, que se acham conservadas no Grande Oriente do Brasil.
Em 03/03/1852, Caxias é elevado à dignidade de Marquês.
Em 02/12/1853, falece o Senador Francisco de Lima e Silva, pai de Caxias.
Em 18/06/1862, faleceu seu filho Luís.
Em 02/12/1862, Caxias é promovido a Marechal graduado do Exército.
Em 23/03/1870, Caxias recebe o título de Duque, único a ser concedido pelo Império.
Em 23/03/1874, faleceu a Duqueza de Caxias, sua companheira de 41 anos.
Apesar da intransigência de D. Pedro II, Caxias consegue (17/09/1875) a anistia dos dois bispos
responsáveis pela famosa “Questão Religiosa”, à qual é posto, assim, um fim: “Ou a anistia ou a
demissão do Gabinete”. Nesta data é assinado o decreto de anistia.
Em 07/05/1880, morre o Marechal Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias, na Fazenda
Santa Mônica, próximo a Vassouras. O seu corpo está enterrado no cemitério do Catumbi, no Rio de
Janeiro.

Fonte: NICOLA ASLAN

Consultoria Jurídica
Causas cíveis, trabalhistas e vara de família

Gilberto de Souza Jotta


Advogado

Rua Raul Veiga, 708 - grupo 102 Centro - Cabo Frio


Tel: (22) 2647.2457 Cel: (22) 9971.3805

18
O Nosso Planeta

EXISTIU VIDA EM VÊNUS?

O clima infernal de Vênus pode ter surgido muito mais recentemente do que o imaginado. Se
isso realmente for provado, condições agradáveis como as da Terra persistiram no planeta por mais
de 2 bilhões de anos após o seu nascimento -tempo mais do que suficiente para a vida ter se
desenvolvido.
A revelação foi feita por David Grinspoon, do departamento de estudos espaciais do Instituto
de Pesquisa do Sudoeste, no Texas, durante encontro anual da Sociedade Americana de Astronomia.
De acordo com o estudo apresentado por Grinspoon, as estimativas anteriores não
consideraram o período de formação de nuvens sulfUrosas espessas que bloquearam os raios solares
e contribuíram para a mudança na atmosfera de Vênus, transformando o planeta em um local infernal
onde a vida é improvável.
Vênus tem virtualmente o mesmo tamanho da Terra e é o seu vizinho mais próximo. Hoje, suas
temperaturas atmosféricas são quentes o bastante para derreter chumbo e há uma chuvinha de ácido
sulfúrico caindo continuamente das espessas nuvens que bloqueiam totalmente os raios solares.
Apesar desse cenário caótico, o planeta já teve clima semelhante ao da Terra e vastos oceanos.
Cientistas planetários concordam que esse período acabou quando Vênus perdeu sua água devido a
um efeito-estufa descontrolado. A questão é quando isso ocorreu.Até agora, a melhor estimativa,
calculada há 15 anos por Jeffrey Kargel, da US Geological Survey, foi de 4 bilhões de anos atrás
-apenas 600 milhões de anos depois do nascimento do Sistema Solar.

19
Mas o trabalho de Grinspoon sugere que essa transição crucial pode ter ocorrido muito mais
tarde. Ele indica que a estimativa de Kargel estava no limite mínimo de quando a mudança ocorreu,
porque não inclui o efeito das nuvens a atmosfera venusiana.
Nuvens refletem a luz solar de volta para o espaço e, conseqüentemente, esfriam a superfície do
planeta. Segundo o site da revista "New Scientist", os cálculos preliminares de Grinspoon indicam
que o efeito desse bloqueio pode ser drástico -mantendo a atmosfera 100 graus Kelvin (-173,15 graus
centígrados) mais fria do que sem a presença das nuvens.
Embora seja necessário desenvolver um modelo mais detalhado da teoria, Grinspoon diz que a
diferença poderia significar que oceanos e temperaturas agradáveis podem ter persistido em Vênus
por pelo menos 2 bilhões de anos (e não 600 milhões de anos, como sugere Kargel).
Esse fato também sugere uma outra transformação global em Vênus cerca de 700 milhões de
anos atrás -em que toda a superfície do planeta parece ter derretido e regenerado- pode, na verdade,
ter sido uma continuação do mesmo aquecimento por efeito-estufa que secou o planeta.
Uma vez sem água, Grinspoon diz, as placas tectônicas pararam completamente, e, com elas, o
modo mais eficiente de o planeta dispersar seu calor interno. Isso pode ter levado ao
desenvolvimento do que provocou o derretimento de toda a crosta e sua subseqüente regeneração.
De forma geral, se essa análise estiver correta, significa que a "zona habitável" dos planetas em
torno de outras estrelas pode ser muito mais ampla do que o presumido, já que pensava-se que Vênus
estivesse muito além disso.

Fonte: UOL Notícias

CLÍNICO E CARDIOLOGISTA

Água pura é mais saúde

Estações de tratamento de água;


Bombas dosadoras; Filtros centrais;
Dessalinização; Limpeza de caixas
Dr. Renato Figueiredo de Oliveira
CRM 52 / 02130-7
d’água e cisternas
Visite nosso site: www.decol-lagos.com.br
Horário de Atendimento – 15 horas
Rua Itajurú, 267 / lojas 4 e 5 Centro - Cabo Frio (RJ) Marcar consulta a partir de 14 horas pelo telefone
Tel./Fax: (22) 2645-5059 / 2647-4895 (22) 2643.3741

Consultório:
20
Rua Silva Jardim, 78 Centro - Cabo Frio - RJ
21
DEPOIMENTO
SER OU ESTAR MAÇOM
Ir.: João Lages Neto/ M.: M.: (*)

Atualmente podemos afirmar que “Ser ou Estar alguma coisa” está se tornando uma expressão
bastante difundida, que é utilizada para identificar se uma pessoa assumiu ou não seu
posicionamento correto com respeito a qualquer organização da qual participa, como por exemplo –
quando desempenha-se um cargo público ou legislativo, tal qual o de “Estar Ministro”, entre outros
exemplos, sendo inclusive utilizado com personagens em programas humorísticos.
Absorvendo este conceito e aplicando-o no seio de nossa Fraternidade percebemos que todos nós
“Estamos Maçons” ao procedermos nossa Iniciação.
Estamos Maçons ao freqüentarmos a Loja e pagarmos as suas mensalidades e taxas. Estamos
Maçons quando participamos de uma atividade organizada pela loja, uma atividade filantrópica, uma
palestra, uma visita a outra Loja. Ou até mesmo Estamos Maçons quando meditamos sobre o nosso
papel e partimos em busca da meditação interior em busca da verdade.
Mas o que é Ser Maçom ? O verbo SER não poderia ser considerado sinônimo do verbo ESTAR.
A caracterização mais expressiva é de que estar é um verbo que indica um certo estado, portanto, há
como que embutido em seu conteúdo uma certa passividade, enquanto que o verbo ser é ativo,
representa ativação. Ser Maçom é um estado de espírito que deve caracterizar o membro presente a
toda situação em que pode ajudar e cooperar para que o mundo torne-se de alguma forma melhor.
Ser Maçom é compreender que por mais poderosas que sejam as forças externas elas devem ser
dominadas pela energia que tem sede em sua própria personalidade.
Ser Maçom é ter consciência que sua presença discreta pode dar apoio a novos projetos úteis à
comunidade e constituir-se num valoroso pilar de sustentação de valores mais nobres do indivíduo.
Ser Maçom é ser o eterno estudante que busca o ensinamento diário, tirando de cada situação uma
lição, e aplica com êxito os princípios estudados. Desenvolve em toda oportunidade de sua intuição,
sua força de vontade, sua capacidade de ouvir e entender os outros.
Temos que considerar que o Ser Maçom deve, como livre pensador, questionar o porquê de
determinados acontecimentos entendendo e vivenciando nos nosso aprendizado que palmilhamos
lentamente, com passos firmes para não tropeçar nos erros e vícios do passado, mesmo que em
momentos saiamos da trajetória para poder compreender o mundo com uma visão holística de suas
nuances.
O Maçom que se limita a ler ou estudar as instruções dos graus ou a literatura disponível e não
procura aplicar em sua vida diária os conceitos que lhe são transmitidos, na busca do desbaste da
Pedra Bruta, e em erigir o Templo Interno, perde excelentes oportunidades de ampliar seus
conhecimentos e de verificar como o saber do aprendizado da Arte Real pode ser útil para o seu bem-
estar na busca de seu retorno ao Cósmico.
O Ser Maçom é aquele estado em que, sem abandonar os hábitos de disciplina racional, a mente
busca uma abrangência do universo, o conhecimento intrínseco dos fenômenos que estão ocorrendo,
procurando desenvolver a sensibilidade e a compreensão das razões de estudo. O Maçom que
desenvolveu sua mente para estar atenta e acompanhar a evolução dos fatos, sabe como conhecer as
sutilezas que envolvem sua origens, é como um oleiro que dá formas sutis ao barro bruto, enquanto
que o Maçom modela sua própria consciência num confronto com sua própria personalidade.
Vivemos juntos e cruzamos com diferentes seres humanos que pensam e agem de maneira
diversa da nossa. Isto nos propicia excelentes oportunidades de nos adaptarmos a estas
personalidades e, sobretudo, de aprimorarmos as formas de inter-relacionamento. A sabedoria do
bem viver é despertada quando nos conscientizamos dessas diferenças e procuramos compreender o

22
indivíduo através de suas particularidades. Ser Maçom é despertar este sentido de compreensão do
indivíduo e estar preparado para assisti-lo nos momentos de dificuldades.
O exemplo de uma atitude mental moderada, sincera e cooperativa caracteriza muito o Ser
Maçom. E todos notam, que sob muitos aspectos, o Ser Maçom diferencia-se como indivíduo entre
todos os outros. No aprendizado inicial aprendemos que além dos SS.’. , TT.’. e PP.’. o Maçom deve
ser reconhecido pelos atos e posturas dentro da sociedade e no meio onde vive, traduzindo de
maneira diuturna os nosso aprendizado e a filosofia dos postulados da Arte Real. Sentimos que temos
que desempenhar um papel mais complexo na sociedade e dar uma contribuição positiva para que
ela se torne superior.
Ser Maçom implica em alguma renúncia,
Laboratório Indústria e Comércio Ltda.
mas a compensação que advém deste estado de
espírito especial é muito agradável. Sentimo-nos Análise de água, produtos
como se fôssemos os autores da novela e não químicos de processos e para
tratamento de águas industriais
apenas os personagens passivos, criados pelos (Biocidas, dispersantes, anti-
mesmos. Temos uma participação presente e incrustantes, inibidores de
atuante, embora que, aparentemente o Maçom corrosão, alcalinizantes,
floculantes, etc.)
apresente-se um tanto reservado. Já se disse que
nos colocamos muito mais em evidência, quando
Ildo Aranha de Souza
nos mantemos como observadores e damos a Diretor
colaboração somente quando é solicitada pelos
outros, do que aqueles que procuram apresentar-se Praça Porto Rocha, 37 - sala 109 – Centro – Cabo Frio - RJ
como os donos da festa. Cep: 28.905-250 - Tel/fax: (22) 2643.4878
Considerem, sobretudo, que encontramos e-mail: labolagos@uol.com.br

muitas pessoas evoluídas e que podem ser


consideradas possuídas de elevado espírito
Maçom. Têm uma expressiva vivência das coisas
do mundo e utilizam grande sabedoria em suas
decisões, mesmo se nunca se tornaram Maçons.
JAVS – Assessoria Contábil
Escritório Contábil
Nós estamos Maçons ao entrarmos na Ordem e
Somos Maçom quando o espírito dela entrar em
nós. A diferença é muito grande,mas facilmente José Augusto Vieira dos Santos
perceptível. TC – CRCRJ 28.476-2
Irmãos unamo-nos na trilha que leva ao
Templo ideal e tomemos o cuidado para não
Estarmos Maçons,para não trilharmos a Maçonaria
simplesmente cumprindo rituais, envergando a Praça Tiradentes 115, São Bento, Cabo Frio, RJ CEP. 28.906-290

mera condição de um “Profano de Avental”.Desejo (22) 2647.2931 Fax: (22) 2647.4285

que todos avaliem como é bom SER MAÇOM! e-mail: javs@levendula.com.br

A.R.L.S. Jacques de Molay n.º 33 Oriente de Maruipe – Vitória / ES

Repassando do site: esquadroecompasso@grupos.com.br

O PESQUISADOR
23
MAÇÔNICO
24

Você também pode gostar