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O Senhor como líder, delegou autoridade aos seus comandados, que chamou de
apóstolos, ele abriu os espaços para que as potencialidades dos mesmos fossem
utilizadas ao máximo. Vemos isso, quando Ele os capacitou com o poder do Céu para
expulsarem demônios e curarem todo o tipo de enfermidades. A delegação de
autoridade foi tão grande que chegou a ponto de autorizá-los a perdoarem pecados.
“Aqueles a quem perdoardes os pecados lhe serão perdoados; aqueles a quem o
retiverdes lhe serão retidos.” Jo 20.23.
A delegação de autoridade é a via crucis de um líder com características autocráticas. A
pessoa que tem esta característica resiste delegar autoridade, muitas vezes por causa
de ciúme e muitas vezes por medo de diminuir ou perder o poder. Este pensamento
mesquinho, que alguns líderes têm, é a causa básica do fraco crescimento que existe
em muitas comunidades evangélicas, e do sufocamento de muitas lideranças
promissoras.
O verdadeiro líder delega autoridade, pois sabe que à medida que o trabalho cresce
não conseguirá fazer tudo sozinho. Sabe ele também que as pessoas que recebem
delegação de autoridade sentir-se-ão importantes, valorizadas, e que trarão uma
importante contribuição à instituição da qual fazem parte.
O Senhor Jesus como líder deu uma ênfase extraordinária à execução da tarefa. Era
exigente com aqueles que trabalhavam com Ele. “O que lança mão do arado e olha
para trás, não é apto para o Reino dos Céus.” Lc 9.62. Certa feita, Ele convocou um
homem para o trabalho e não aceitou a sua escusa. “Deixa os mortos sepultar os seus
mortos e tu vai e prega o Reino de Deus.” Lc 9.60. Jesus, na parábola dos talentos,
mostrou que não admitia pessoas na Sua seara, sem o dinamismo necessário para o
desenvolvimento do Seu trabalho. Censurou rispidamente o servo que recebeu um
talento e o escondeu, com medo do seu senhor.
Jesus não somente exigia trabalho dos outros, mas dava o exemplo. Era um trabalhador
incansável. “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também.” Jo 5.17. “Uma comida
tenho que vós não conheceis: A minha comida é fazer a vontade do meu Pai e realizar
a Sua Obra.” Jo 4.32,34.
A preocupação do Senhor Jesus como líder em relação a Sua equipe de trabalho não
foi só com a produção, com a execução da tarefa, mas também com os Recursos
Humanos, isto é, com o homem que executava o trabalho. Jesus sabia que um homem
treinado, motivado e capacitado, teria condições de realizar a tarefa a contento.
Durante três anos, o Senhor treinou os Seus apóstolos, motivou-os e capacitou-os para
o serviço cristão. De maneira que, após a capacitação plena, que veio no dia de
Pentecostes, aquele pequeno grupo de discípulos, direta ou indiretamente, fez a
mensagem do Evangelho conhecida de todo o mundo de então.
A preocupação de Jesus com os Seus discípulos não era só na área da capacitação para
executar a tarefa, mas também com o suprimento de suas necessidades. Os discípulos
que trabalhavam com afinco, sem tempo para descansar, dado o volume do trabalho,
Ele os chamou à parte para repousar (Mc 6.31). As necessidades básicas de
alimentação, vestimenta, segurança, etc., foram objetos da atenção do Amado Mestre
(Mt. 6.25-34). Quando das duas multiplicações dos pães, todos os apóstolos, além de
comerem fartamente, ainda levaram pães para uma boa parte da caminhada (Mc. 6.43;
8.8). Os discípulos, em certa ocasião, depois de passarem a noite toda pescando sem
sucesso, seguiram a orientação de Jesus e pescaram cento e cinqüenta e três grandes
peixes, a ponto de o barco quase soçobrar. Quando chegaram à praia encontraram
brasas, peixes assados e pão. Era a provisão divina para as suas necessidades materiais.
Outra preocupação que Jesus tinha com os seus discípulos, era quanto à proteção e o
cuidado que demonstrava para com eles. Em certa ocasião, perguntou aos escribas o
que é que eles discutiam com os seus discípulos (Mc 9.14-16). Em outra ocasião, o
Senhor revelou a Pedro que Satanás tinha pedido permissão a Deus para cirandar com
ele, mas disse Jesus, Eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça (Lc 22.31).
O líder verdadeiro se preocupa com o bem-estar daqueles que estão sob a sua
liderança.
O estilo de liderança que dá alta ênfase ao trabalho e alta ênfase a pessoa que executa
o trabalho, é o estilo ideal, segundo a opinião dos estudiosos sobre o assunto,
inclusive, isso já foi testado em laboratório. No Grid Gerencial (uma das técnicas de
desenvolvimento de lideranças) esse é o estilo conhecido como 9.9, o melhor de todos
para qualquer organização produtiva. Há mais de dois mil anos atrás, o Senhor Jesus já
usava esse estilo e o enfatizava.
Muitos administradores modernos falham justamente nessa área. Uns dão ênfase só à
produção, ao trabalho. Esses acham que o homem é apenas uma peça numa
engrenagem, que deverá ser substituída quando falhar. Outros só dão ênfase aos
recursos humanos sem se preocupar com a produção, com o trabalho. São
paternalistas. Não corrigem, não disciplinam, não chegam a lugar nenhum. Mantêm o
grupo inoperante, sem efetiva ação.
O ideal como vimos, é o estilo de liderança empregado por Jesus, resumido em alta
produtividade e alta satisfação das necessidades humanas.
Cada coisa no seu devido lugar. Jesus não gostava de nada desorganizado; fazia as
coisas com ordem e decência. Um exemplo vivo disso, é encontrado na primeira
multiplicação dos pães, registrada em Lc 9.10-17. O Senhor mandou que todos os
presentes se assentassem em grupos de cinquenta. Os pães e os peixes multiplicados
foram entregues aos discípulos e eles os entregaram a multidão. Imaginem se Jesus
pegasse os pães e os jogassem ao povo. Seria um verdadeiro pandemônio e
certamente muita gente iria ferir-se e talvez até morrer pisoteada. Outro exemplo claro
na área de organização, foi à distribuição dos talentos. O primeiro recebeu cinco
talentos, o segundo dois talentos e o terceiro um talento, cada um de acordo com a
sua capacidade.
A organização é uma necessidade muito grande para aqueles que ocupam posição de
liderança nas Igrejas. Muitos falham nessa área. Quantos líderes evangélicos que
existem hoje em dia com pouquíssima noção de organização! Isso nós vemos a partir
das mensagens e estudos bíblicos proferidos. Faz-se necessário que o líder cristão,
organize seu mundo interior, suas idéias, seus compromissos, sua família, etc. O
universo, criação do Senhor, é acima de tudo um universo organizado. As leis que o
regem, estabelecidas e organizadas pelo Criador, são eternas e imutáveis. Tudo se
move no Universo com precisão milimétrica. Há um equilíbrio fantástico na criação do
Senhor. Toda essa organização esplendorosa saiu da mente do Santo Filho de Deus. “…
Sem ele nada do que foi feito se fez!.” Jo 1.3.
BIBLIOGRAFIA
BLAKE & Monton – O Grid Gerencial – Biblioteca Pioneira de Adm. e Negócios – 1964
FARIAS, A. Nogueira de. Chefia e Liderança – Livros Tec. e Científicos. Editoro, 1982
HAGGAI, John. Seja um Líder de Verdade, Editora Betânia, 1990
Bob Briner & Ray Pritchard. Lições da Liderança de Jesus. Editora United Press Ltda –
2000.
Fonte; https://estudos.gospelmais.com.br/o-estilo-de-lideranca-de-jesus-2.html