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Seminário Teológico Rogate

Administração da
Igreja

Pr. Satyrio Storbem Filho


Rolândia, 2020
Seminário Teológico Rogate
Administração Eclesiástica / Administração da Igreja

DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO: Ação de Administrar; Gerenciamento; Governo; Direção. Precisamos


entender que esta definição de Administração deve ser exercida nos seguintes níveis:
• Pessoal
• Familiar
• Igreja
A Igreja recebeu de Jesus autoridade para governar, administrar (Mt. 16:18, 19) e também foi posicionada
em destaque (Ef. 2:6), para que desta posição tivesse a visão da abrangência de sua atuação. A Igreja está
“sobre todas as coisas” (Ef. 1:22), ela precisa administrar a partir desta posição.

A Administração Eclesiástica precisa ser vista nos seguintes aspectos:


A) Princípios Espirituais
B) Administrativo e organizacional

A) PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS

1. EXEMPLOS E ENSINOS BÍBLICOS SOBRE ADMINISTRAÇÃO:


a) Na Criação – Gn. 1 até 2:1-3
• Numa perfeita administração do tempo, Deus traçou um plano na criação e a realizou em sete
dias. Nestes sete dias ele providenciou:
- O Trabalho (toda a criação)
- Deu forma a algo que era vazio e que tinha trevas - v. 1, 2
- Organização e separação das águas - v. 6-8
- Organização e separação da Terra e mares - v. 9-13
- Governo para o dia e noite, estações, dias e anos - v. 14-19
- Provisões na terra e mares (ecossistema) - v. 29, 30
- Administrador (v. 26-28) - Descanso (2:2, 3)
* Na criação Deus teve um planejamento estratégico, uma sequência, um projeto, um fim.
b) Com Moisés – Ex. 18:13-26
O caso de Moisés é interessante. Deus o chamou para tirar o povo dEle das mãos de Faraó e
conduzi-lo à Canaã, este era o chamado de Moisés. No cumprimento desse chamado o povo deu
muito trabalho a Moisés, e ele estava próximo de uma exaustão. Jetro seu sogro vem visitar-lhe,
repreende-o e lhe recomenda algumas coisas, vejamos:
• Permanecer diante de Deus – v. 19
• Ensinar e repassar – v. 20
• Escolher homens capazes e qualificados – v. 21
• Organizar divisões por maiorais – v. 21
• Delegar, estabelecer juízes, distribuir – v. 22
• Descanso – v. 23
• Direção – v. 23
• Comando de Deus – v. 23

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c) Com o Rei Ezequias – II Re. 18-20 e II Cr. 29-32
O Rei Ezequias foi o mais notável rei de Jerusalém. As escrituras declaram que “depois dele, não
houve semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele”. No seu reinado
Israel passou por um “avivamento espiritual” que trouxe vários benefícios ao país, observemos os
pontos altos de sua administração:
• Retidão diante do Senhor – II Cr. 29:2
• Restauração da Casa do Senhor – II Cr. 29:3
• Une os Sacerdotes e Levitas – II Cr. 29:4
• Dá ordens para santificação, conserto e restauração – II Cr. 29:10, 11
• Restabelece o culto a Deus – II Cr. 29:20-36
• Restauração da Páscoa – II Cr. 30
• Restauração das Primícias, dízimos e ofertas – II Cr. 31:4-7
• Resgate da autoridade e posição de Israel, fortaleceu o muro e seu exército – II Cr. 32:1-8
• Resgate da autoridade espiritual de Israel – II Cr. 32:18-21 Em decorrência destes atos, Israel
teve (II Cr. 32): - Riqueza e glória aumentadas – v. 27
- Crescimento estrondoso na agricultura – v. 28
- Aumento grandioso na criação de animais, rebanhos, ovelhas e vacas – v. 28,29
- Crescimento de cidades – v. 29
- Novo plano de irrigação e abastecimento de água – v. 30.

d) Em Atos
A Igreja em Atos historicamente é citada como a Igreja “modelo” praticamente em todas as áreas.
O que aconteceu naquela época que é necessário resgatar? Como era a administração da Igreja?
Por mais que se estude e busque que “métodos” de administração a Igreja em Atos utilizava, o mais
notável na Igreja em Atos era a simplicidade em todas as coisas, logo a primeira coisa a ser
resgatada é a simplicidade. Vejamos:
• Seus Ministros: Os apóstolos, profetas, pastores, evangelistas, mestres, bispos, presbíteros,
diáconos e cooperadores eram de todas as classes sociais, condições e capacidades.
• Seus seguidores: de todas as classes, condições e capacidades.
• Sua liderança – no sentido humano, em nenhum momento no livro de Atos há alguma
preocupação em citar este ou aquele como “o líder”, pelo contrário. Não havia alguém que tivesse
um cargo que sobrepusesse a outro ou se impusesse sobre os demais. A liderança era claramente
feita pelo Espírito Santo, que liberava dons aos homens para ministrar a Igreja. O dom ministrava
a Igreja, não um homem com cargo ou função, a Igreja em contrapartida reconhecia aqueles que
lhe ministravam pelo Espírito Santo. Também é claro que os apóstolos exerciam liderança e
tinham iniciativas para ministrar a Igreja, até porque eram testemunhas oculares de Jesus,
autorizados por Ele, e então fundadores de princípios para a Igreja.
• Administração dos Apóstolos:
- Perseveravam na oração e Palavra (At. 6:4)
- Resolviam logo as situações (At. 6:1)
- Determinaram escolha de diáconos e suas qualificações (At. 6:3)
- Liberavam o Espírito Santo (At. 6:6)
- Recebiam os recursos (At. 4:34, 37)
- Sinais e maravilhas (At.2:43) Local de reuniões, nas casas. Suas estruturas e recursos:
- Não tinham local específico
- Não tinham sequer a bíblia
- Ofertavam, dizimavam
- Suas propriedades eram de uso comum (ou vendidas e ofertadas)
• Tinham um ministério organizado para órfãos e viúvas (arrolados e domésticos)
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• Ministravam continuamente o partir do pão, cultos, orações, batismos, sua unidade, repartiam
com todos indistintamente, comiam juntos, perseveravam na doutrina dos apóstolos
• Os recursos eram destinados para o sustento:
- Dos ministros, os apóstolos
- Órfãos e viúvas
- Para o envio de ministros a outras nações
Obs.: Não há uso do dinheiro para construção de estruturas físicas.
• Jerusalém a sede – Em virtude da questão da circuncisão, em Atos 15 mostra um ajuntamento
(assembleia ou concílio) em Jerusalém para tratar a questão. Também Paulo e Pedro em suas
cartas se referem a Jerusalém. Isso não era relevante, tratar e levar “a mensagem” que Jerusalém
era a sede, mas respeitavam porquê de lá foram enviados.

2. OS MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE JESUS


O maior administrador de todos os tempos foi Jesus Cristo. Basta olhar para o que ele realizou.
Qualquer que seja o processo de avaliação, a evidência dos fatos atesta que Jesus é o mais bem-
sucedido administrador de todos os tempos. Longevidade? Dois mil anos. Riquezas? Incalculáveis.
Números? Impossível avaliar. Lealdade de seus membros? Muitos chegam a dar a vida pelo Seu
projeto. Distribuição? No mundo inteiro, em todas as nações. Diversificação? Integrada com grande
sucesso em todo tipo de empreendimento. Eis o resultado final: Jesus Cristo reina supremo, como o
maior administrador que o mundo já conheceu.
Se você realmente deseja ser bem-sucedido, estude, aprenda e aplique os princípios gerenciais de
Jesus Cristo.
Jesus não ensinou técnicas administrativas em si, Ele não veio para isso. Ele ministrou muito mais do
que isso. O que é impressionante e que causa grande impacto é que a vida, o ministério e o ensino de
Jesus mostram sim um excelente método de administração que deve ser observado por todo aquele
que está em função administrativa. Observe os seguintes itens:

2.1. TENHA UM PLANO. É espantoso como bem poucos ministérios têm um plano pelo qual possam
acompanhar seu desempenho e medir seu progresso. Até mesmo são raras as pessoas que
tenham elaborado um plano para a vida com objetivos a serem alcançados em curto, médio e
longo prazos. Esse é um erro fundamental.
Jesus tinha um plano e obedeceu a ele fielmente. Essa foi a razão maior de seu sucesso. Ele sabia
para onde ia e permanecia naquela direção. Nada o detinha. Sabendo que a última etapa de seu
plano seria executada em Jerusalém e ainda que o sacrifício final seria exigido dele ali, ele fez seu
rosto como um seixo, como diz a Palavra em Isaías 50:7, ou seja, Jesus foi firme como uma rocha,
inflexível, resoluto. Fossem quais fossem as consequências, ele iria a Jerusalém e executaria seu
plano.
Um princípio administrativo básico, válido tanto para indivíduos como para ministérios, é ter um
plano a que você se entregue completamente e agir com determinação para executá-lo. Sem um
plano, você não tem para onde ir, não tem um alvo para onde canalizar suas energias. Sem um
plano, você apenas reagirá em face das circunstâncias. Um plano faz que você assuma o controle
sobre seu potencial, tempo e atividades. Você se torna proativo e não reativo.
2.2. ESTEJA PREPARADO.
Num enfoque celestial, a preparação de Jesus não teve princípio. Foi eterna. Mesmo num enfoque
temporal, Jesus preparou-se durante trinta anos antes de dar início à execução de seu plano.
Como seres finitos, nós não temos trinta anos para formular nosso plano, mas o exemplo de Jesus
é, como sempre, excelente. Para assegurarmos a máxima eficácia e a completa realização de
nossos planos, temos de nos preparar primeiramente.
Nem sempre estamos bem preparados, em consequência disso os resultados alcançados não são
bons. Preparo inadequado produz resultados inadequados.

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Foi em sua compreensão do Antigo Testamento que Jesus baseou muito de sua abordagem para
executar seu plano. Ele tinha uma base de conhecimento na qual fundamentava suas ações, e ele
as executou brilhantemente. Para sermos bem-sucedidos, temos de fazer a mesma coisa.
Precisamos aprimorar nosso conhecimento para fundamentar nossas ações!
Sem preparo, sem êxito.
Jesus ensina-nos eficientemente a respeito do preparo, tanto por meio de seu próprio exemplo
como de seu ensino. Muitas das parábolas que ele usou para explicar seus princípios nos advertem
de que devemos estar bem preparados. Por exemplo, a parábola das dez virgens (Mt. 25:1-13) –
em que as cinco insensatas foram apanhadas sem azeite em suas lâmpadas no momento em que
o noivo chegou, perdendo o casamento – ensina-nos a respeito do preparo adequado. Assim
também é com a parábola dos servos que não desempenharam bem as tarefas que lhes foram
atribuídas, sendo reprovados por seu senhor, após seu regresso. Eles julgaram que seu senhor
estaria fora por um longo período e então desperdiçaram todo o tempo. Quando da volta
inesperada do Senhor, os servos sofreram a ira dele.
Quer você esteja formando a base de seu ministério, quer fazendo uma apresentação, aula ou
sermão, nada substitui o preparo. Dê-lhe a atenção e o tempo necessários. Jesus assim o fez.
Seu espantoso sucesso é um testemunho da importância disso.

2.3. ESCOLHA SUA EQUIPE.


Se você quer ter “sucesso” na administração de seu trabalho, tenha as ferramentas certas para
poder trabalhar. E lembre-se de que as ferramentas mais importantes de um administrador são
as pessoas que trabalham com ele.
Tenha a oportunidade de escolher seus subordinados diretos. Se você não tiver essa
oportunidade, é provável não permanecer muito tempo a frente dessa equipe. Administrar já é
tarefa bastante difícil, e estar com uma equipe que não foi escolhida por você, ou rejeitarem sua
liderança, a tarefa se torna mais difícil ainda.
Jesus, naturalmente, escolheu seus próprios discípulos e fez isso de maneira cuidadosa. É verdade
que um dos doze o traiu, mas quem de nós teria a capacidade de escolher o empregado certo
onze vezes em cada doze? A história demonstra que Jesus fez um trabalho extraordinário ao
selecionar sua equipe. E se você entender bem o plano dele, saberá que até mesmo Judas, o
traidor, fazia parte desse plano.
Lembre-se do exemplo que Jesus nos deu. Escolha seus subordinados diretos e permita que eles
façam o mesmo. É a melhor maneira de aumentar suas chances para o sucesso.

2.4. OUSADIA NO “CONTRATO” DE PAULO.


Mesmo tendo aqueles doze homens valorosos (Matias tomou o lugar de Judas), Jesus viu a
necessidade de acrescentar mais uma pessoa. Alguém de alto nível. Dizer que ele fez todo o
possível para poder dispor dessa pessoa seria pouco. Quando Saulo de Tarso viajava pela estrada
em direção a Damasco, Jesus literalmente o arremessou ao solo e o cegou com uma luz do céu.
Ele se identificou e disse a Saulo - que depois viria a ser o grande apóstolo Paulo - o que ele teria
de fazer. Isso é que é um recrutamento agressivo! Podemos afirmar com segurança que o
alistamento de Paulo à causa de Jesus é um dos recrutamentos mais brilhantes e bem-sucedidos
da administração dEle. Paulo tornou-se um executivo recrutador, um levantador de fundos, um
desbravador de novas frentes e, o mais importante, um fiel e poderoso disseminador da
mensagem de Cristo. Ele foi aquele que melhor contou a história de Jesus, com a maior frequência
e com o maior sucesso a mais pessoas do que qualquer outro. Por meio de suas grandes cartas,
ele continua fazendo isso! Paulo foi o derradeiro "homem-chave", e seu "recrutamento" oferece
muitos ensinamentos para os que tencionam administrar ministérios nos dias de hoje.
Em primeiro lugar, quando há uma posição-chave a preencher e você já identificou a pessoa certa
para assumi-Ia, vá e ‘recrute-a’. Não permita que qualquer limitação, restrições ou dificuldades
aparentes possam impedir a consecução do plano. Você não pode cegar com uma luz do céu a
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pessoa que está sendo recrutada, mas poderá e deverá ofuscá-la com o que você pode lhe
oferecer, participar de uma grande visão. Quando se trata de uma posição-chave, e a pessoa é
precisamente aquela capaz de exercê-la, não perca tempo, vá e busque-a.
Em segundo lugar, não desconsidere uma pessoa chave por causa de uma inquietante
preocupação sobre o que sua equipe vai pensar. Todos os primeiros discípulos de Jesus,
particularmente Pedro, Tiago e João, que estiveram com ele desde o princípio de seu ministério
e que chegaram a ter certo cuidado com sua própria posição, bem poderiam ter se ressentido,
tanto com a maneira pela qual Paulo foi recrutado como pelo status quase imediato que ele
alcançou dentro da organização da Igreja primitiva. Os discípulos tinham passado três duros anos
com Jesus, viajando pelas estradas poeirentas da Palestina, dormindo onde quer que se
encontrassem, e experimentado a cruciante prova da prisão, do julgamento e da crucificação de
Jesus. Bem que eles poderiam ter dito: "Ninguém em tempo algum veio até nós com uma luz do
céu. De qualquer modo, quem é este indivíduo chamado Paulo?" Contudo eles não agiram desse
modo, provavelmente porque o chamado de Jesus, "vinde após mim", lhes foi tão impressionante
e precioso como uma ofuscante luz do céu. (Este é então outro princípio de administração que
temos de aprender de Jesus: Adapte os métodos de recrutamento à pessoa que você pretende
atrair. Apenas um "vinde" foi suficiente para Pedro, um simples pescador junto ao mar da Galileia.
Mas o orgulhoso, graduado e farisaico Saulo tinha de ser jogado por terra por uma luz do céu).
Depois de alguma desconfiança e tendo passado pelo teste, Paulo foi totalmente integrado à
organização. Quando há uma posição crucial a ser preenchida, faça o que for necessário, de um
modo honrado, para preenchê-la com a melhor pessoa.
Em terceiro lugar, Jesus nos ensinou a não ignorarmos nossos concorrentes na busca da melhor
pessoa. Paulo era o mais enérgico, o mais loquaz, o mais temido e o mais eficiente dentre os
adversários da recém-criada “organização” estabelecida por Jesus. Ele era, de fato, seu principal
concorrente. Jesus o recrutou e fez dele um homem-chave dentro da organização. Ao admitir uma
pessoa qualificada que veio de um concorrente, você realiza duas coisas: fortalece a sua
organização e enfraquece a concorrência. Com Paulo na Igreja, ele não representava mais uma
ameaça a ela. Jesus foi um brilhante estrategista organizacional. Aprenda com ele.

2.5. ENSINE, ENSINE, ENSINE


Um ditado popular diz: "Seja um professor. Seja um herói". Também diríamos a cada
administrador: "Seja um professor. Seja um sucesso". Muitos dos grandes empresários, como
Henry Ford, Tom Watson e Ross Perot, foram professores persistentes e incentivadores.
Provavelmente receberam inspiração de Jesus Cristo, o maior de todos os professores. Jesus
frequentemente era chamado de rabi, que significa mestre, pois ele estava sempre ensinando. O
brilho de seu ensino revela-se nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, os quais estão
cheios de suas notáveis revelações. Sua habilidade como professor também é demonstrada pelo
sucesso de seus alunos, de seus discípulos, à medida que eles executavam seus programas e
planos de trabalho.
Os grandes líderes não se escondem planejando secretamente suas estratégias. Eles descobrem
meios de ensinar, de inculcar naqueles que estão a seu redor suas aspirações e sua visão. Seja
como Jesus. Seja um professor. Seja um sucesso.
2.6. DIRIJA-SE A CADA UM EM PARTICULAR
Jesus ensinou em todas as situações. Ele falou a grandes multidões, aos presentes em jantares
festivos e a grupos eclesiásticos (das sinagogas). Entretanto, o seu ensino mais importante e
significativo foi reservado a pequenos grupos, particularmente àqueles amigos mais chegados e
que conviviam com ele em maior intimidade: Pedro, Tiago e João. Quando queria certificar-se de
que tinha sido bem entendido, Jesus dirigia-se a cada um, individualmente. O irmão de Jesus,
Tiago (não o discípulo), tinha uma grande e compreensível dificuldade para aceitar a divindade de
Jesus, até que os dois passaram algum tempo juntos. Depois disso, Tiago tornou-se líder e dirigiu
as atividades da organização de Jesus em Jerusalém. Possivelmente Tiago acabou sendo
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sentenciado à morte por crer em Jesus. Isso é que é um ensino eficaz! É importante que os líderes
dediquem qualidade de tempo e de ensino a seus colaboradores diretos. Isso renderá grandes
dividendos aos que assim procedem.
2.7. ESTABELEÇA AUTORIDADE
Jesus não dirigia uma organização democrática. Ele nunca chamou seus discípulos para votar
quanto ao que deveriam fazer. Ele assumiu a responsabilidade. Jesus baseava sua autoridade nas
Escrituras e na incumbência que recebera de seu Pai. De fato, ele se submetia a uma autoridade
"maior": "Não se faça a minha vontade, e, sim, a tua" (Lucas 22:42). Mesmo hoje, quando a
liderança não-autoritária é enaltecida em toda parte, é importante observar que nenhuma
organização bem-sucedida é construída ou mantida sem uma base firme de autoridade. A tomada
de decisões pelo processo participativo pode ser válida até certo ponto, mas desde que haja uma
autoridade real, firme e decisiva no topo da organização. Esteja certo de que não há qualquer
dúvida sobre os limites de autoridade em sua estrutura organizacional. Conheça a extensão de
sua autoridade e exerça-a. Estabeleça e mantenha uma cadeia de autoridade em seu ministério.
2.8. INSISTA NOS ABSOLUTOS
Alguns dizem: "Da verdade à justiça, todas as coisas são relativas; o que importa é o que
sentimos". Afirmam ainda que "dois pensamentos diametralmente opostos podem ser
verdadeiros, porque não há uma verdade absoluta”. Por favor, não tente administrar seu
ministério com tal contrassenso. Jesus insistiu em dizer que certas coisas são verdadeiras e outras
falsas, que algumas são corretas e outras erradas, que algumas são boas e outras más. Ele ainda
insistiu em que há apenas um único caminho para sermos reconciliados com Deus, e este caminho
é pela fé nele, o Cristo. Que firmeza! Quão dogmático ele foi! Jesus nunca se equivocou. A
sinceridade nada valia para ele se aquilo em que você cresse com toda sinceridade fosse errado.
A falta de absolutos pode levar-nos a todo tipo de problemas ministeriais, de pequenos furtos a
grandes crimes, de “pecadinhos” a “ pecadões”. Pode levar-nos de pequenos desvios a práticas
de heresias. "Eu não pensei que estivesse fazendo algo errado" é uma desculpa comum e
frequente, aliás trocando pecado por erro. Tanto em seu ministério como individualmente, na
condição de ministro, ensine o modo certo, insista na maneira correta, seja um exemplo de
correção ao ministrar. Siga o exemplo de Jesus.
2.9. CUIDE DE SUA PROGRAMAÇÃO
Como era de esperar, Jesus programava com perfeição o tempo certo para suas ações. Nada
acontecia casualmente. Tudo tinha um propósito. Por sua programação ter sido sempre tão
primorosa, cada evento em particular causou um grande impacto. Não foi por acaso que ele
escolheu o momento de uma boda para realizar seu primeiro milagre público. Por meio disso ele
mostrou aprovação para o matrimônio, enfatizando sua importância. A programação de sua
entrada triunfal em Jerusalém e sua subsequente crucificação e ressurreição, ambas ocorridas
durante os festejos da páscoa, foi uma das estratégias mais brilhantes de todos os tempos.
Durante a páscoa, judeus de todas as nações vinham a Jerusalém. Ali testemunharam os
surpreendentes eventos desencadeados pela pessoa de Jesus. Mais importante ainda, muitos se
convenceram de seus pecados pela inspirada e instigadora pregação de Pedro e voltaram
convertidos para sua terra natal. Assim, quando Paulo e outros apóstolos começaram a se
espalhar ao redor de Jerusalém para pregar a palavra, encontraram aliados que os aguardavam e
que lhes deram boas-vindas. Eles não tiveram de partir do zero para construir organizações locais.
Brilhante programação. Resultados tremendos! A programação de atividades deve ser sempre
considerada em seu planejamento ministerial. Comunicações importantes devem ser
programadas de modo a provocar o máximo impacto. Novos projetos devem ser lançados na hora
mais oportuna. Quando apropriado, vincule-os à datas importantes e a feriados notórios. Pense
que a programação também deve ser feita de modo a estabelecer o momento certo para divulgar
as inevitáveis más notícias, no momento da ceia comunicou a traição. Fazer tudo no tempo certo
foi a chave do sucesso de Jesus. Deve ser assim também com você.

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2.10. ENFRENTE A CORRUPÇÃO IMEDIATAMENTE
Veja o exemplo de Jesus ao lidar com os cambistas no templo, em Jerusalém. Assim que constatou
as atividades daqueles extorsionários e agiotas na casa de Deus, Jesus não convocou nenhuma
comissão para tratar do assunto. Ele não pôs o problema na agenda para a próxima reunião da
diretoria. Ele não chamou renomados doutores para discutir o melhor meio de tratar da situação.
Nada disso. Imediatamente, e com toda a energia, pôs para fora aqueles impostores. Esta é uma
poderosa lição para todos os administradores. Nem sempre temos agido desse modo em nosso
ministério. Freqüentemente temos esperado muito, perdendo tempo, indo de um lado para
outro, arrastando os pés, com as mãos enfiadas nos bolsos, mesmo depois de termos sido
informados com clara e incontestável evidência de que "há pessoas desonestas fazendo coisas
erradas" em nosso ministério. Quase sempre poderíamos e certamente deveríamos ter agido
com mais rapidez, e teríamos obtido resultados bem mais positivos. O exemplo de Jesus é muito
forte. Quando houve uma clara e incontestável evidência de corrupção, agiu imediatamente.
Nunca, jamais tente encobri-la. Isso não funciona, e aqueles que participam do processo de
encobrir os erros em geral são tratados mais duramente do que os que de fato o perceberam. O
primeiro reflexo é quase sempre ver se o problema pode ser corrigido sem uma ação forte e
rápida. Agora, agir com pulso e rapidez não significa agir precipitadamente. A decisão de Jesus de
tirar os vendilhões do templo não se baseou em boatos nem em infundados relatórios. Ele sabia
o que estava acontecendo. Ele viu. Analise os fatos e, em seguida, aja! Não adie sua ação. Acabe
com o problema, acabe com o mal pela raiz e vá em frente.

2.11. NÃO DOURE A PÍLULA


Jesus falou muitas vezes a seus discípulos sobre os dias difíceis que ele e sua equipe enfrentariam
em futuro próximo. Ele não lhes prometeu um caminho fácil.
Expectativas irrealistas prejudicam nosso desempenho e motivação. A maioria das pessoas pode
encarar qualquer situação se tiver sido preparada para enfrentá-la e se nada lhe tenha sido
encoberto. Procure saber de antemão tudo a respeito de seu ministério pessoal. Quando estiver
em liderança faça seus liderados saberem de todas as coisas, todos os riscos, todas as bênçãos!
Aqueles que você realmente quer ter ou manter consigo apreciarão o desafio e sua honestidade.
Faça que seus colaboradores saibam exatamente o que lhes espera. Se forem muitas horas de
ministrações, muitas viagens, poucos recursos façam-nos saber. Dê a eles a oportunidade de
aceitarem o desafio de enfrentar tempos difíceis. Dirija-os ao futuro mantendo-os de olhos bem
abertos, prontos a enfrentar o que estiver pela frente.

2.12. DEIXE TUDO E DESCANSE


A pesar de tudo o que Jesus tinha para realizar durante a sua curta permanência na Terra, ele
ainda dedicava um bom tempo para descansar. Ele fazia questão de reservar um tempo a sós para
orar e refletir. Ele tinha hora para dormir. Houve ocasiões em que todos os discípulos estavam
acordados, mas Jesus dormia.
Como sempre, Jesus é um grande exemplo para nós. Talvez nos pareça uma postura politicamente
inteligente, e até mesmo uma postura "de macho", ser visto como alguém dinâmico, que nunca
para para descansar, que nunca reserva um tempo para si. Mas alguém descansado sempre faz
mais do que um cansado e estressado. Tire férias, férias de verdade, férias em que você
realmente se desligue do que faz. Assim como é importante para você deixar tudo para
descansar, é também igualmente importante para seus subordinados. Um bom administrador vai
assegurar o bem-estar de sua equipe. Por acaso conhece líderes estafados, estressados, cansados
e que já passaram por tratamentos e internamentos? Jesus deu valor ao tempo de descanso, o
tempo a sós. Você deve fazer o mesmo.

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2.13. TESTE SEU PESSOAL
Se sua equipe vai fazer o melhor que puder para você, e se você também pretende fazer o melhor
para ela (o que deve ser inclusive um de seus alvos gerenciais), de vez em quando você terá de
permitir que sua equipe teste a si mesmos no campo de atuação ministerial, mas longe de sua
presença e supervisão. Dê-lhes tarefas específicas e deixe que as executem. Se você os treinou
bem e concedeu-lhes instruções claras e precisas, estes momentos serão próprios para o
aprendizado e crescimento, bem como uma oportunidade para o progresso de seu
empreendimento.
Jesus fez isso e obteve grande resultado quando enviou os doze apóstolos uma vez, e setenta
discípulos em outra ocasião. Ele os enviou de dois em dois, o que também é uma técnica que
deveríamos considerar. Jesus deu-lhes instruções bem específicas quanto ao que fazer e preveniu-
os das adversidades que encontrariam. Aqui há também princípios importantes que devemos
aprender. Jamais seja vago ou genérico ao delegar responsabilidades. Seja tão específico quanto
a situação permitir. Compartilhe também com seu pessoal tudo o que for de seu conhecimento
com respeito às dificuldades que ele encontrará pela frente. Solte-o com o melhor preparo
possível. Jesus fez isso.
Quando os setenta regressaram a Jesus, dizem as Escrituras que retomaram "possuídos de
alegria” (Lucas 10: 17). Eles descobriram lá por onde passaram, lá com seus adversários, lá onde
não tinham nenhuma supervisão que o que tinham "funcionava”! E Jesus, seu mestre e líder, ficou
tão emocionado pelo que eles fizeram que, conforme declara a Bíblia, exultou de satisfação. Os
discípulos não foram mais os mesmos depois disso. Eles ainda tinham lições que aprender e
crescimento que experimentar, mas aquela experiência no campo, longe do "local de
treinamento", foi de grande valia.

2.14. SEJA HUMILDE


A imagem de alguém intolerável e arrogante que alguns grandes administradores têm afastam as
pessoas. Jesus tem um poder de atração muito forte. O esvaziamento da Sua posição já nos atrai.
Não caia na armadilha da arrogância. Ela não é somente intolerável, mas um mau negócio. Um
meio de combatê-la é ter em mente aquela cena da vida de Jesus Cristo, quando ele, sendo o
perfeito Filho de Deus, ajoelhou-se diante de homens humildes, seus discípulos, e lavou os pés
deles. Com essa cena em mente é difícil ser arrogante.

2.15. SAIBA ELOGIAR


Uma das passagens mais comoventes e impressionantes dos evangelhos se acham aquelas em
que Jesus louva João Batista. Jesus foi pródigo no elogio público àquele seu servo devotado (Mt.
11, Lc. 7). João Batista possivelmente foi martirizado por causa de sua devoção a Jesus. Veja esse
exemplo: Numa faculdade cujo reitor não era um brilhante acadêmico ou administrador, ele teve
um dos mais bem-sucedidos mandatos na história da instituição. Uma das razões, talvez a
principal, pela qual ele foi tão bem-sucedido consistia em que o corpo docente e os funcionários
faziam quase qualquer coisa por ele, não mediam esforços para satisfazê-lo. Tal atitude pode ser
entendida principalmente porque o reitor quase sempre atribuía todo o crédito a seus
funcionários. Ele procurava meios de elogiá-los. Em cada reunião do conselho e na maior parte
dos encontros públicos o reitor não deixava de enaltecer sua equipe, e ela então não deixava de
se esforçar por ele. Isso era bom para todos.
Lembre-se de Jesus e de João Batista. Elogie os que trabalham para você. Faça isso publicamente.
É um bom negócio.

2.16. SAIBA DIZER “OBRIGADO”.


Você sabe que Jesus sempre deu graças pelo alimento antes de comer. Ele agradeceu muitíssimo
a seu Pai pelo poder que os discípulos demonstraram quando os enviou de dois em dois. Seu
reconhecimento pela demonstração de amor dado pela mulher que lhe banhou a cabeça com um
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bálsamo caríssimo e que lhe lavou os pés com as lágrimas dela é outro bom exemplo de sua
gratidão.
Em sua caminhada de líder saiba dizer “obrigado”. Faça como Jesus. Agradeça com frequência.

2.17. PRONTIDÃO NAS RESPOSTAS


Em nenhum lugar dos relatos dos evangelhos encontramos Jesus pedindo a alguém que espere.
Ele nunca disse: "Falo com você depois" ou "Não precisa chamar, deixe que eu chamo você". Ele
nunca deixou ninguém esperando. Jesus cuidava de seus assuntos no momento em que surgiam.
Ele respondia perguntas, transformava água em vinho, alimentava multidões e curava doentes de
corpo e de alma instantaneamente. Nós devemos nos esforçar ao máximo para seguir seu
exemplo. A falta de respostas e de ação tem constantemente se tornado uma frustração tanto
para quem espera quanto para quem deve responder. Parece que cada vez menos
administradores retornam telefonemas ou respondem a correspondência com um mínimo de
celeridade. Esta situação apresenta uma ótima oportunidade para aqueles que seguem o exemplo
de responsividade de Jesus. Ao retornar telefonemas, responder a correspondência prontamente
e fornecer às pessoas as informações requeridas no menor tempo possível, você começará a se
diferenciar dos administradores comuns. Mais uma vez o exemplo de Jesus significa não apenas
bom senso, mas também boa fluência ministerial.

2.18. NÃO NEGLIGENCIE O FALAR EM PÚBLICO


Jesus foi de fato um orador público magistral. Ele atraía grandes multidões por onde quer que
passasse. Seu Sermão do Monte deveria constar de toda relação sobre os grandes discursos
públicos. É um clássico em beleza poética e em seu forte conteúdo.
Nós ministros não podemos ser oradores desinteressantes, cansativos e entediantes. Muitos
falham no uso dos recursos que sua posição lhes confere tanto para exercer influência como
para fornecer informações. Descubra você mesmo alguém de seu nível ministerial e espiritual
que esteja disposto e seja capaz de criticar honestamente seu desempenho. Assegure-se de que
ele saiba que você deseja melhorar, e não ser bajulado. Não desperdice suas oportunidades para
falar em público.

2.19. ELIMINE SEUS PREJUÍZOS


Em várias ocasiões os evangelhos contam que Jesus deixou um lugar em que ele sabia não ser
bem-vindo, como aconteceu em Gadara (Mt. 8:34), onde as pessoas pediram-lhe que fosse
embora, e ele as atendeu de imediato. Jesus instruiu os discípulos a fazer o mesmo. Deveriam
abandonar cada localidade que não os recebesse bem e "sacudir o pó" de seus pés.
Isso nos dá uma dica valiosa para nosso ministério: Não deixe que o orgulho ou a teimosia o
prendam a uma situação ao qual você não pertence, ou a um assunto ou ministração que não
vai fluir ou dar certo. Não estou falando de desistir das coisas e abandonar tudo ao primeiro sinal
de problemas ou dificuldades. Significa analisar cuidadosamente toda situação em que há perdas
e assegurar-se de que você não está se recusando a interrompê-la por obstinação ou orgulho.
Elimine os prejuízos. Jesus agiu assim.

2.20. APRENDA A REPREENDER


Repreender é uma palavra fora de moda. Não a ouvimos nem usamos muito na sociedade atual.
No entanto, há ocasiões em que uma boa repreensão, ou "disciplina”, como nos tempos antigos,
é a medida acertada. Uma repreensão precisa ser usada, obviamente, com muito cuidado e bom
senso, mas há momentos em que ela é relevante. Jesus efetivamente mostrou-nos como
repreender. Ele reservou suas repreensões mais severas para os intoleráveis, arrogantes e
orgulhosos fariseus. Mas, surpreendentemente, ele também repreendeu seus discípulos mais
chegados quando eles demonstraram orgulho e arrogância. Concentremos nossa atenção nas
repreensões que Jesus fez a seus discípulos. A primeira lição, e a mais óbvia, é que de vez em
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quando até os mais próximos de nós necessitam de repreensão. A exemplo do que ocorreu com
Jesus e sua equipe, muitas vezes também deverá acontecer conosco quando o orgulho e a
arrogância se interpuserem no caminho de alvos e objetivos justos. Outra importante lição que
aprendemos sobre as admoestações de Jesus é que elas não geram deslealdade. Nenhum dos
discípulos que Jesus repreendeu abandonou-o depois. Até mesmo Pedro, a quem Jesus disse:
"Arreda! Satanás" (Mateus 16:23), jamais o deixou. De fato, aqueles a quem Jesus censurou mais
severamente tornaram-se os mais bem-sucedidos na vida. A lição para nós é que Jesus construiu
um tipo de relacionamento com os discípulos que podia sobreviver e mesmo tirar proveito de
uma severa repreensão. Devemos estar seguros de que investimos em relacionamentos que
aceitam repreensão, que será proveitosa, ainda que dolorosa. A pessoa repreendida deve saber
que há uma reserva de boa vontade e respeito maior e mais duradoura do que a repreensão. De
fato, deveria ser óbvio que suas repreensões são reservadas àqueles com quem você se preocupa
e a quem mais respeita. Siga o exemplo de Jesus. Saiba fazer uso de uma boa repreensão.

2.21. CUIDADO COM BAJULADORES


Quanto mais alta for sua posição ministerial, maior será a tentação de se deixar rodear de
"bajuladores". Há sempre uma grande tentação de crermos na conversa deles. Isso é bastante
perigoso. Tenha sempre em mente que quanto maior forem suas responsabilidades, maior será
sua necessidade de opiniões e informações firmes, verdadeiras, sugestões de aperfeiçoamento,
isso é vital. Se você permitir a “bajulação”, a exaltação do seu “ego” corre solta – e os mesmos
que te bajularem perderão o respeito por você! Não procure bajulação, faça sempre um bom
trabalho. Você precisa ser um líder que aprecie e recompense aqueles que lhe dizem a verdade,
não importando quão desagradável ela possa ser. Mais uma vez Jesus nos provê com o maior de
todos os exemplos. Ele sempre dispensava os lisonjeadores insinceros, mas aceitava
graciosamente o louvor honesto. Temos de fazer o mesmo em nossos relacionamentos,
particularmente no ministério. Quando aquele jovem e rico administrador veio a Jesus chamando-
o de "bom", Jesus o interrompeu porque sabia que ele não era sincero em sua palavra de louvor.
A mesma coisa aconteceu com o escriba que disse a Jesus: "Mestre, seguir-te-ei para onde quer
que fores". Jesus acabou com a frieza hipócrita dos fariseus ao citar Isaías: "Este povo honra-me
com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Mateus 15:8). Mas quando as pessoas
vinham com um louvor honesto e sincero, ele não poderia ter respondido de forma mais positiva.
Temos de nos assegurar de que discernimos a diferença que há entre um elogio honesto e uma
bajulação insincera e egoística. Temos de agir como Jesus: buscar a verdade em todas as coisas e
em todas as pessoas.

2.22. SEJA UM SERVO


Durante todo o tempo em que Jesus estabelecia sua organização – a Igreja - ele enfatizou
repetidamente que devemos ser servos, ressaltando que o caminho para o sucesso é dar a
primazia aos outros. A sabedoria prevalecente é ser o número um, é esforçar-se para ser o
número um em tudo. O fato, entretanto, é que o caminho mais seguro para o êxito de um
ministro é pôr os seus discípulos em primeiro lugar - ou seja, servi-los indo ao encontro das
necessidades deles. Bem poucos se dispõem a aprender com Jesus, “quem quiser ser o maior que
seja o servo” (Mt. 23:11). Esse tipo de conduta que procura servir exige a disposição de perguntar:
"Qual é a melhor maneira de cuidar de meus discípulos fazendo-os crescer e cooperar com a
expansão do ministério? Para ser bem-sucedido, use o modelo de Jesus. Cuide bem de seus
discípulos. Em Mateus 23: 11, ele fez uma afirmação de um princípio pela qual todo ministério
deve viver e prosperar.

2.23. DESENCORAJE A DISPUTA POR POSIÇÕES


Os discípulos de Jesus, exibindo tendências puramente humanas, quase sempre se preocupavam
com seus respectivos lugares na hierarquia. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas registram
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as discussões entre os discípulos sobre qual deles seria o maior no reino de Deus. A mãe de Tiago
e João, provavelmente a pedido dos filhos, chegou a solicitar de Jesus um grande favor: dar aos
seus dois filhos duas honrosas posições. Nós não devemos lutar por posições, mas jamais deixar
de lutar pela causa do Mestre, pela Igreja de Jesus! Jesus não tolerava esse tipo de tolice. Ele
acabou com toda essa discussão declarando: "Quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse
o que vos sirva" (Mateus 20:26). Ele disse à mãe de Tiago e João que ela não sabia o que estava
pedindo. Uma paráfrase dessas palavras de Jesus para nós ministros seria: "Apenas faça o seu
trabalho. Sirva aos seus discípulos, cumpra seu ministério, e você estará agindo corretamente”.
Saiba discernir nos seus discípulos quem está lutando pelo Reino de Deus ou pela sua posição e
corte o mal pela raiz com o mesmo tipo de resposta que Jesus deu.

2.24. PARE DE PREOCUPAR-SE


Jesus tinha muito o que dizer a respeito da preocupação. Ele a considerava improdutiva e uma
evidência de falta de fé. Jesus nos disse firmemente que jamais nos preocupássemos. Há uma
grande diferença entre planejamento e preocupação. Somos admoestados a planejar
cuidadosamente e mesmo "encarar as pequenas coisas". Planejar e prestar atenção nos detalhes
são atividades positivas porque nos permitem obter resultados positivos. A preocupação, por
outro lado, é por definição afligir-se inutilmente com coisas sobre as quais não temos nenhum
controle, além de não produzir resultados positivos. Muitos homens bem-sucedidos atestam que
concentram toda sua atenção nos negócios durante as horas de trabalho, mas que não se
preocupam com eles durante a noite. Isso está coerente com o ensino de Jesus. Em Mateus 6:34
ele nos diz: "Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus
cuidados".

2.25. ACEITE RISCOS


Estamos dispostos a investir alto em pessoas, liberar-lhes autoridade e recursos e ausentar-nos?
Foi o que Jesus fez. Observe a parábola dos talentos em Mateus 25:13-30. Nessa história, Jesus
relata que um senhor, saindo de viagem, confiou certas quantias de dinheiro a seus servos para
que eles as aplicassem em sua ausência. Ele confiou a maior quantia àqueles com maior
capacidade. Os que investiram os fundos e os multiplicaram receberam os elogios do patrão.
Aquele, porém, que enterrou a quantia que lhe fora confiada e devolveu só o valor que lhe fora
dado recebeu a ira do senhor. A lição dessa parábola é que devemos multiplicar nossos fundos,
investindo-os com sabedoria. Jesus, é claro, sabia que há riscos envolvidos em todo investimento,
mas os servos que duplicaram os recursos a eles confiados são destacados como bons exemplos.
O servo que enterrou o dinheiro que lhe fora confiado foi chamado de "mau" e "negligente". Foi-
lhe dito que o mínimo que ele poderia ter feito teria sido pôr o dinheiro a juros num banco e assim
teria ganho algum rendimento. Na condição de ministros e responsáveis pela administração dos
recursos do Reino, nossa tarefa não é a de “preservar o Reino”, mas de fazê-lo crescer. Isso
significa investir alto em pessoas, em novos ministros, em novos projetos do Reino. Passaremos
sim por riscos. No Reino de Deus, como em nossa vida pessoal de fé, somos chamados a fazer um
bom uso de nossos recursos e habilidades.

2.26. PAGUE SEUS IMPOSTOS


Uma das frases de Jesus mais lembradas é: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é
de Deus" (Lucas 20:25). Não se trata apenas de uma frase de efeito, mas ela nos dá uma clara
instrução. Entre outras coisas, ela nos diz que devemos pagar os impostos. Não conheço ninguém
que goste de pagar impostos, seja como pessoa física, seja como jurídica. Alegrar-se com isso não
é o ponto em questão. É a obediência. Obediência à lei terrena, assim como à lei de Deus. Evite o
constrangimento, manchetes na mídia, ou o arruinamento de um ministério por não terem pago
seus impostos. Alguns chegam a ser presos. Tenha o melhor assessoramento fiscal possível. Não

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pague impostos além do devido, mas tampouco sonegue. Tanto "César" como Deus ficarão
satisfeitos. E você vai dormir tranquilo.

2.27. DEIXE QUE OS RESULTADOS FALEM POR VOCÊ


Num determinado momento João Batista enviou alguns de seus discípulos até Jesus para fazer-
lhe uma pergunta-chave, a questão mais importante que lhe poderia ser levantada. Ela está
registrada em Lucas 7:20: "És tu aquele que estava para vir, ou esperaremos outro?" Jesus poderia
ter respondido com indignação. Poderia ainda ter dado exatamente a informação pedida.
Contudo, em vez disso, ele disse: "Ide, e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem,
os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos
pobres anuncias-lhes o evangelho" (Lucas 7 :22). Jesus deixou que os seus atos falassem por ele.
Em sua vida ministerial, haverá momentos em que suas credenciais e sua experiência serão
questionadas. Quando isso acontecer, mencione, tanto quanto possível, os resultados que você
obteve. Diga o que você fez, não o que você pensa a seu próprio respeito. Não fique na defensiva,
mas deixe que o seu desempenho fale por você. De qualquer forma, no final vai ser ele mesmo
que vai falar.

2.28. NÃO LANCE PÉROLA AOS PORCOS


Infelizmente existem pessoas que são irritantes, provocativas e roubadoras de ministros e
ministérios. Muitas delas jogam fora grande investimento a elas destinado, e ainda assim são
pessoas questionadoras de tudo. Nós como ministros precisamos pôr em prática a discrição e o
bom senso quanto a "lançar ante os porcos as suas pérolas" (Mateus 7 :6). Cada um merece ter a
sua questão analisada, mas apenas perguntas convincentes, feitas com boa intenção requerem
respostas. Muitos ministros estão sujeitos a dedicar muito de seu tempo respondendo a
questões, comentários e críticas que na realidade não valem o tempo despendido. Precisam ter
cuidado para que seu tempo seja empregado apenas no que merece atenção. Mais uma vez, veja
o que Jesus disse: "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas"
(Mateus 7:6). Este é um bom conselho no ambiente ministerial.

2.29. SEJA UM LÍDER INSPIRADOR


“Porventura não nos ardia o coração, quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha
as Escrituras?" (Lucas 24:32). Essa bela passagem do evangelho de Lucas nos atesta a atração
carismática de Jesus. As pessoas eram levadas a ele e à sua causa e ficavam impressionadas
porque ele "ensinava com autoridade". Na linguagem de hoje, diríamos que ele realmente sabia
do que estava falando. A base para todo o ensino de Jesus e o que lhe deu "autoridade" foi seu
conhecimento das Escrituras. Elas forneceram a base histórica e conhecimento de seu
empreendimento, a Igreja. O sucesso de Jesus ao articular sua visão é demonstrado dois mil anos
depois com grande força pela sua Igreja. Para passar sua visão e mensagem Jesus teve: carisma,
ardor, atração, compromisso, energia, autoridade, conhecia o que falava e transmitia esse
conhecimento com entusiasmo. Isso é inspirador!
Precisamos imitar o "ardor" que Jesus despertou naqueles dois homens a caminho de Emaús. Não
deixe de conhecer mais sobre Deus, e de como Deus pode abençoar as pessoas, saiba mais sobre
o Reino de Deus e porque ele é importante. Saiba apresentá-lo com sensibilidade e entusiasmo.
Seja ao mesmo tempo o chefe da torcida e o técnico do time.
2.30. AVALIE OS FRUTOS, É NECESSÁRIO PODAR
Na administração ministerial esse é um dos pontos de grande relevância: avaliar constantemente
os frutos. Não podemos perder tempo, energia, recursos, onde não está tendo frutos, ou deixar
de investir onde produz frutos.
Jesus diz que "toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus"
(Mateus 7: 17). Siga o conselho de Jesus: Avalie os frutos. Nesta avaliação incluem-se ministros,
departamentos, ministérios e organização administrativa.
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Tanto por suas ações como por seus ensinos, Jesus demonstrou que esperava que seus seguidores
fossem frutíferos e produtivos. Ele não deixou dúvidas quanto a isso. No poderoso e profundo
capítulo quinze do evangelho de João, lemos as seguintes palavras de Jesus: "Eu sou a videira
verdadeira, e meu pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta;
e todo o que dá fruto, limpa, para que produza mais fruto ainda" (João 15:1-2). Como ministros
responsáveis pela saúde do ministério, constantemente temos de cortar e podar. As pessoas
envolvidas sempre devem ser consideradas importantes e de valor, mas elas têm de ser avaliadas
por sua produtividade. Assim como Jesus disse que a figueira estéril e os ramos improdutivos da
videira deveriam ser eliminados, as partes improdutivas de um ministério devem ser deixadas de
lado e eliminadas. Igualmente importante é a lição de Jesus de que todo ramo produtivo tem de
ser podado para fazê-lo produzir ainda mais frutos. Ficar satisfeito com as glórias do passado é
chamar o fracasso para o presente. Não seja vítima de uma administração que não persiste em
"podar" para obter uma produtividade cada vez maior.

2.31. FIQUE CALMO NA TEMPESTADE


Em todos os acontecimentos da vida de Jesus registrados nos evangelhos, quando forças externas
criaram tumulto, ele permaneceu calmo. (Algumas vezes, é claro, ele agiu com muito vigor e ira.
Mas mesmo então ele permanecia calmo. Esse tipo de reação, contudo, foi uma rara ocorrência
e era parte de seu plano. O exemplo mais evidente disso foi quando ele se irritou no templo,
expulsando os cambistas e trapaceiros que lá agiam). Quando a tempestade desabou no mar da
Galileia, os discípulos de Jesus tiveram de acordá-lo de um sono tranquilo, para que ele em
seguida acalmasse as águas. Todos que correram até Jesus com terríveis notícias de doenças ou
de morte foram sempre recebidos por ele com comentários tranquilizadores. Os atos de Jesus
eram ponderados e demonstravam o propósito de ajudar aquelas pessoas. Mesmo nas horas de
maior tumulto em sua vida, durante os eventos que culminaram com sua crucificação, Jesus
permaneceu calmo, enquanto outros se deixaram cair emocionalmente. O mais vívido exemplo
disso foi o comportamento de Jesus no jardim do Getsêmani, um pouco antes de sua prisão.
Quando uma turba armada com paus e espadas veio para prendê-lo, Pedro exaltou-se,
desembainhou sua espada e cortou a orelha de um daqueles que procuravam levar Jesus em
custódia. Em vez de reagir com palavras ásperas, Jesus imediatamente acalmou a situação. Em
situações de tempestade o verdadeiro líder deve permanecer calmo e exercer uma liderança
efetiva, positiva e tranquilizadora. Para a maioria de nós a serenidade e a firmeza não são inatas
de modo a demonstrar a calma automaticamente ante a evidência de uma tempestade.
Entretanto, é necessário o seguinte cuidado: manter a calma não significa alienar-se. Você pode
manter-se calmo e ainda assim estar totalmente engajado e ativamente envolvido nos
acontecimentos. É importante manter a equipe treinada para a eventualidade de uma crise, e
cada participante da equipe saber perfeitamente o papel que terá de desempenhar. Esse tipo de
planejamento contribui para assegurar um clima sereno.
Outra atividade importante para produzir um clima de serenidade é a oração. A oração produz
calma. A história também está cheia de evidências de casos verídicos do poder da oração em
momentos de crise. Não é uma simples coincidência Jesus ter passado em oração as horas que
antecederam sua prisão. Seja como Jesus. Seja um líder calmo e eficiente, mesmo em meio a uma
tempestade.

2.32. FAÇA REFEIÇÕES JUNTO COM A TROPA


Quando se considera quantas coisas de suprema importância foram transmitidas por Jesus a seus
discípulos enquanto comiam, é impossível deixar de notar a importância das horas de refeição
para estruturar uma equipe. Compartilhar refeições em conjunto cria uma atmosfera especial
para construir relacionamentos. A última ceia é o exemplo bíblico mais óbvio, mas não é o único.
Em muitas ocasiões, a hora da refeição teve um papel importante no trabalho de Jesus com os
discípulos. Um momento de refeição esteve presente nas inúmeras vezes em que Jesus apareceu
14
a seus discípulos depois da ressurreição. Essas horas de refeição eram especialmente importantes
para Jesus compartilhar seus pensamentos e sua visão, cujo impacto ele queria maximizar. Fazer
refeições com seus discípulos contribuiu para isso. Mas participar de refeições com sua equipe
tem que estar em sua agenda. Num momento particularmente incitante, após a ressurreição,
Jesus preparou um desjejum para os discípulos, que haviam pescado a noite toda. Que bela cena
deve ter sido para eles ver seu Senhor ressuscitado, ali na praia, preparando-lhes uma refeição.
Como deve ter sido bom o tempo de companheirismo e aprendizado que certamente aconteceu
em seguida. Se você oferecer um churrasco ou uma refeição a sua equipe, servi-los pode ser uma
boa ideia. Se você não puder fazer isso, pense em outros meios pelos quais possa usufruir de uma
refeição em companhia da equipe. Mas não deixe de compartilhar refeições com sua tropa. Isso
os tornará melhores soldados.

2.33. ESTOU SENDO ENTENDIDO?


Jesus verificava constantemente se seus discípulos o entendiam. Queria certificar-se de que
estavam absorvendo de fato tudo aquilo que ele se esforçava em lhes ensinar. Jesus fazia isso por
meio de perguntas. E foi assim durante todo o tempo de seu convívio com os discípulos. Muitas
vezes ele se desapontou com as respostas e descobriu que tinha mais coisas a ensinar. Nunca
assevere que a comunicação foi de fato estabelecida. Assegure-se de que aqueles que trabalham
com você compreendem tanto a missão, como os métodos para alcançá-la. Formulando
perguntas e deixando que o pessoal responda por si mesmo, você terá como determinar o grau
de compreensão deles e identificar as áreas que precisam ser reforçadas. A avaliação não deve
ser ocasional, mas uma prática constante e frequente. Fazer perguntas deve constituir-se numa
de suas ferramentas administrativas de maior uso. "Quando se fazem perguntas certas, quando
se acompanha a execução das atividades e se avalia o que é importante, o desempenho sempre
melhora".

2.34. DEFENDA SUA EQUIPE


Quando pessoas de fora criticam sua equipe, indiretamente estão criticando você. Assim, quando
você defende sua equipe de toda crítica, está desenvolvendo lealdade e camaradagem e, ainda,
defendendo a si próprio. Jesus sempre defendeu seus discípulos. Quando os fariseus os
criticavam, Jesus sabia que ele mesmo era o alvo final do desprezo deles. Os discípulos certamente
foram tomados por um forte sentimento quando seu Senhor veio defendê-los.
Quando sua equipe está fazendo o melhor que pode, quando ela é honesta em seus esforços
defenda-a diante de qualquer crítica externa. Isso não quer dizer que você deve negar as falhas.
Mas é possível reconhecer um erro honesto sem denegrir a pessoa que infelizmente o cometeu.
"Foi um erro do qual todos participamos. Nós iremos tratar este problema” - eis aí o tipo de
resposta que serve bem num caso desses. Jesus demonstrou grande lealdade para com seu
pessoal. Siga o exemplo dele!

2.35. ESTABELEÇA PRIORIDADES


De muitas maneiras, toda a vida e todo o ministério de Jesus girou em torno do estabelecimento
de prioridades e sua firmeza em não se desviar delas. Quando ele disse: "Deixa aos mortos o
sepultar os seus próprios mortos", Jesus referiu-se à necessidade de não sermos desviados da
meta real e mais importante, mesmo em situações de emergência que reclamam nossa atenção
(Mateus 8:22). Talvez seu ensinamento mais famoso e expressivo, "buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino (de Deus) e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus
6:33), seja um brilhante resumo de toda a sua mensagem. Em outras palavras, atenda às suas
prioridades e tudo o mais se encaixará em seu devido lugar. Normalmente, a questão não está
em estabelecer prioridades. O problema ocorre quando nos desviamos delas, saindo pela
tangente e deixando as coisas "boas" tomar o lugar das coisas "ótimas". Como sempre, Jesus é

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aquele que tem as ideias certas para nossa vida pessoal e para nosso ministério. Estabeleça
prioridades. Não se esqueça delas. Nunca.

2.36. PREPARE SEU SUCESSOR


Praticamente desde o primeiro dia em que Jesus esteve com seus seguidores, ele lhes disse que
estaria com eles apenas por um pequeno período. De tempos em tempos eles discutiam com
Jesus sobre sua curta permanência entre eles, mas Jesus continuava a afirmar que sua estada com
eles seria muito breve. Embora seja quase um lugar comum nas escolas de administração dizer
que o primeiro dever de todo administrador é preparar e treinar seu sucessor, na realidade bem
poucos cumprem isso. Mesmo diante do fato óbvio de possíveis mudanças ocorrerem sejam de
que ordem for, muito poucos administradores preparam-se para essas eventualidades a tempo,
de maneira adequada, sistemática, ponderada e consciente. É como a morte: todos sabem que
um dia ela chegará, mas ninguém quer falar a respeito. Alguns ministros tendem a perpetuar o
mito de que são imortais e de que sua presença é permanente. Seja realista. Admita que você,
mais cedo ou mais tarde, um dia vai deixar sua posição. Discuta isso aberta e francamente com
seu pessoal. Mantenha um plano de ação caso você tenha de deixar seu posto inesperadamente.
Tenha um plano disponível mesmo que a transição possa ocorrer de forma mais ordenada e
planejada. O plano de Jesus para a transição foi o mais bem-sucedido na história. Ele tinha
preparado seus seguidores muito bem, discutindo com eles abertamente sua inevitável partida.
Seus colaboradores não queriam que ele partisse, mas foram avisados. Eles se saíram muito bem
depois que Jesus os deixou. Seguiram em frente, rumo a um sucesso inimaginável. Jesus planejou
muito bem sua sucessão. Você também deveria fazê-lo. Seu ministério e seus discípulos merecem
isso.

B. ADMINISTRATIVO ORGANIZACIONAL

1. SISTEMAS DE GOVERNO E SUAS ESTRUTURAS


Diz-se de Sistemas de Governo a forma como algumas denominações são governadas e de como suas
estruturas são compostas. Os sistemas de governo mais conhecidos são: Episcopal, Presbiterial e
Congregacional, mas abordaremos também aqui o Teocrático e o Convencional.
1.1. TEOCRÁTICO – Era o governo que Deus exercia sobre Israel. Deus falava com Moisés, Moisés falava
a Aarão e Aarão ministrava ao povo. Aarão contava com os levitas como apoio ministerial. Toda
ministração, direção e governo era feita por Deus diretamente ao Seu povo, através de Moisés. É
interessante observar que não havia nenhuma instância de governo humano, por isso o governo
era Teocrático.

1.2. CONVENCIONAL – ou governo de Convenções. Existem denominações que se organizam em


Convenção. O sistema de Convenção prevê um Presidente representativo diante dos organismos
externos sociais e políticos e internamente este Presidente é apenas um executivo das decisões
da Convenção que são estabelecidas em uma Assembleia Geral. Os ministérios têm governo local,
independente um do outro. A sua união se resume aos assuntos tratados em Convenção. Não
interferem nas localidades. Cada localidade tem governo, administração, estatuto local, regimento
local. As questões de patrimônio ou capital, são definidos em seus estatutos, não existe uma
administração direta da convenção sobre as localidades. O sistema de convenção é apenas
representativo e referencial. No sistema de Convenção não há um “gerenciamento” das questões
espirituais locais, isso só ocorrerá se os ministérios filiados infringirem aos Artigos de Fé definidos
em Convenção. A Convenção é dirigida por uma Diretoria ou Conselho composto de: Presidente e
Vice, Secretário e vice, Tesoureiro e vice, Vogal e Conselheiro. O órgão máximo deliberativo de
uma Convenção é sua Assembleia, nestas Assembleias convenciona-se seus rumos, projetos e

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planos. No intervalo das Assembleias cumpre-se e faz-se cumprir o Estatuto, Regimento Interno e
Artigos de Fé da Convenção. Alguns ministérios livres seguem este modelo.

1.3. EPISCOPAL – Significa: O que se refere a bispo; bispal. Sistema de governo executado por uma
corporação de Bispos, ou jurisdição de Bispos. Os Bispos se reúnem por definição de seu Estatuto,
e definem as questões espirituais e administrativas. Além de administrarem diretamente neste
sistema de governo, também são responsáveis pelas questões espirituais a nível nacional, regional
e local, tanto a pastores como aos ministérios ligados a este sistema. Normalmente tem em sua
estrutura o Bispo Nacional, Bispos estaduais, Bispos regionais e até locais dependendo o tamanho
desta localidade. Tem um orçamento nacional, levantam e administram um recurso a nível
nacional. Estabelecem eventos espirituais a nível nacional, regional, estadual e local. Com relação
às suas inter-relações são maiores e mais frequentes, tanto organizacional, administrativo e
espiritual. Seu estatuto, regimento interno e artigos de fé são únicos. De maneira geral seu
governo está estabelecido nos Bispos e Pastores, por isso sistema Episcopal. Um exemplo de
ministério que segue este modelo são os Metodistas.

1.3. PRESBITERIAL – Sistema de governo oriundo do calvinismo. Neste sistema, o governo é exercido
por uma liderança representativa, ou seja: requisitos são estabelecidos aos seus componentes,
uma eleição é estabelecida, e escolhido o Presbitério (também chamados de anciãos). Nem
sempre nesta liderança existem pastores, pelo contrário em sua maioria são presbíteros, sem o
conceito de presbítero bíblico. Quem está nesta liderança por si só é chamado de presbítero. Este
presbitério é que governa tanto administrativa quanto espiritualmente em todas as áreas, na sua
estrutura tem presidente e os outros cargos. Inclusive decidem sobre os pastores também, além
dos seus seguidores. Administram os recursos, orçamentos, questões espirituais, programas e
projetos de suas denominações. São organizados em distritos. O governo é estabelecido
basicamente pelos presbíteros, por isso sistema Presbiterial. Um exemplo de ministério que segue
este modelo são os Presbiterianos.

1.4. CONGREGACIONAL – Sistema de governo exercido pelos pertencentes a sua organização. Se


reúnem em assembleia. Requisitos são estabelecidos para ser participante deste sistema,
cumprindo os requisitos o participante pode votar, decidir, ser eleito, opinar. Todos que cumprem
os requisitos administram e governam através da assembleia. Os planos de ação, projetos, rumos,
recursos, são decididos por todos (ministros, pastores e seguidores), inclusive as questões
espirituais de todos os âmbitos. Existe uma certa organização a nível local, estadual, regional e
nacional, e em virtude desta organização também se inter-relacionam assim. Com relação as
Assembleias estaduais, regionais e nacional, elas ocorrem de maneira representativa, ou seja: nas
estaduais, são representadas pelas locais; nas regionais, pelas estaduais; na nacional, pelas
regionais. Como todos participam, ou seja a congregação toda, é chamado sistema
Congregacional. Um exemplo de ministério que segue este modelo são os Batistas.

2. OS 5 MINISTÉRIOS

Ultimamente a Igreja está buscando e restaurando o governo dos cinco ministérios: Apóstolos,
Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Baseado nas cinco colunas que sustentavam o Tabernáculo
(Ex. 26:36, 37), na orientação de Paulo a Igreja em Éfeso (Ef. 4:11) e com a colaboração do dom de
presidir (Rm. 12:8), os ministérios emergentes atuais estão estabelecendo este sistema de governo. A
parte ministerial e espiritual, fica diretamente ligada ao governo dos 5 ministérios. A parte
administrativa organizacional fica subordinada aos 5 ministérios, mas nas mãos de ministros com o
dom de presidir. Este é o sistema de governo emergente no momento.

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3. ORGANOGRAMAS

Governo TEOCRÁTICO

MOISÉS

JOSUÉ

Arão

Sacerdotes Levitas

Homens Capazes Guerreiros e


Valentes

ISRAEL

CONVENCIONAL

ASSEMBLÉIA GERAL

DIRETORIA
OU COMITÊ

MINISTÉRIOS LOCAIS

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EPISCOPAL

CONSELHO DE BISPOS
NACIONAL

DIRETORIA
NACIONAL
EPISCOPAL
REGIONAL

EPISCOPAL ESTADUAL

EPISCOPAL LOCAL

PRESBITERIAL

PRESBITÉRIO NACIONAL

DIRETORIA NACIONAL

PRESBITÉRIO ESTADUAL

PRESBITÉRIO DISTRITAL

PRESBITÉRIO LOCAL

CONGREGACIONAL

ASSEMBLÉIA
NACIONAL

DIRETORIA NACIONAL

ASSEMBLÉIAS
REGIONAIS

ASSEMBLÉIAS
ESTADUAIS

ASSEMBLÉIAS LOCAIS
19
4. DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA NA IGREJA LOCAL
Para efeitos jurídicos e representativos diante da sociedade e governo são necessários os seguintes
documentos:
4.1. Estatuto.
4.2. CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
4.3. Alvará de Funcionamento – solicitado anualmente junto a Prefeitura Municipal.
4.4. Licença Sanitária e Vistoria do Corpo de Bombeiros.
4.5. Título de Utilidade Pública – este documento é solicitado tanto ao município como ao Governo
Federal. Este documento é feito se o ministério local tem entidades de assistência social.
4.5.1. Deverá fazer prestação de contas junto ao Tribunal de Contas das verbas públicas liberadas.
4.6. Livro Atas
4.7. Livro Caixa
4.8. Regimento Interno
4.9. Artigos de Fé

5. DOCUMENTAÇÃO FISCAL E CONTÁBIL


Além de ter uma tesouraria (inclusive que sejam levitas – I Cr. 26:20-28), é bom que haja uma assessoria
contábil. Contrate um contador, é importante que este contador conheça a lei de código civil,
principalmente os itens relacionados a Igreja e entidades assistenciais (Art. 114 e 135 do Código Civil,
Lei regulamentar nº 6015/73). Também é necessário ter um bom arquivo com os seguintes
documentos:
5.1. Livro de Registro de empregados.
5.2. Livro Ponto, ou apontamento eletrônico.
5.3. Declaração do Imposto de Renda (Isenta de impostos, não da declaração).
5.4. CAGED – Cadastro Geral de Empregados.
5.5. Declaração da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais).
5.6. Declaração de Rendimentos Pagos aos seus funcionários registrados, ou autônomos com retenção
do imposto de renda (anual).
5.7. Livro Caixa, notas fiscais, recibos, contratos.
5.8. Comprovantes das guias de INSS, IR, FGTS, de funcionários registrados (INSS especial específico,
ver SITE da Previdência).
5.9. Comprovantes das guias de INSS, IR, para pagamento de autônomo.

6. O QUE É O ESTATUTO?
O Estatuto é o documento que rege como são as formalidades de um ministério local, nas suas relações
com a sociedade e governo. Também é auxiliador de definições do aspecto jurídico e legal.
O Estatuto de um ministério local, regional ou nacional deve conter os seguintes itens:
6.1. Denominação.
6.2. Sede e Foro (endereço completo).
6.3. Finalidades.
6.4. Tempo de Duração.
6.5. Patrimônio.
6.6. Membros e Filiação.
6.7. Se os membros e filiados respondem ou não subsidiariamente.
6.8. Quem Administra.
6.9. Quem responde judicialmente.
6.10. Quando poderá ser feita a reforma do Estatuto.
6.11. Dissolução.

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6.12. No caso de dissolução quem fica com o patrimônio.

7. REGISTRO DO ESTATUTO
Após elaborar o Estatuto tomam-se os seguintes procedimentos:
a) No Livro Atas, redigir Ata da Assembleia Geral de fundação (com breve histórico), com transcrição
do Estatuto e sua aprovação, bem como eleição da 1ª Diretoria. A Ata deve estar assinada pelo
presidente e secretário da Diretoria, mais lista dos presentes.
b) Requerimento dirigido ao Serviço Registral (Cartório de Títulos e Ofícios), solicitando o Registro do
Estatuto (assinado e com firma reconhecida por quem a representa ativa e passivamente, judicial
e extrajudicialmente), em uma via, solicitando também a Certidão do Estatuto.
c) Também no Serviço Registral, levar Livro Atas, mais 3 (três) cópias do Estatuto (todas as folhas
rubricadas e no final assinado por quem a representa ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente), mais 2 (duas) cópias autenticadas da Ata da Assembleia Geral da fundação,
aprovação do estatuto e eleição da 1ª diretoria assinada pelo presidente e secretário da mesma,
mais lista de presenças.
d) Relação da Diretoria com indicação de nacionalidade, estado civil, profissão e residência de cada
um, mais fotocópia do RG. e CPF.
e) Visto de um advogado com o número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
f) Certidão negativa dos outros 3 (três) Cartórios de Registro de Títulos e Documentos, em nome da
entidade a ser registrada.
OBS: O Serviço Registral (Cartório de Títulos e Ofícios), de posse de toda essa documentação expedirá
o Registro, Certidão do Estatuto. Para efeitos legais está constituído um ministério (gastos e taxas
variando de R$ 95,00 a R$ 250,00).
8. CNPJ
O Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) é solicitado junto a Receita Federal, e para tal são
necessários os seguintes procedimentos:
8.1. Requerimento do CNPJ, no balcão da Receita.
8.2. Levar cópia do Estatuto registrado, e Certidão do Estatuto.
8.3. Quem solicita é o representante legal, previsto no Estatuto, de posse de documentos pessoais
(CPF, RG, comprovante de residência), juntamente com comprovante de endereço do local do
ministério.
9. AUTENTICAÇÃO DO LIVRO DE REGISTRO DE EMPREGADOS
Para autenticação do Livro de Registro de empregados é necessário que se registre o primeiro
empregado, fazendo as anotações no Livro. De posse do Livro com o 1º registro, mais CNPJ, dirigir-se
ao Ministério do Trabalho e solicitar a autenticação do Livro.
10. ATAS
O Livro Atas registrará todas as Atas das reuniões da Assembleia. Nas Atas são transcritas as decisões
finais das pautas das reuniões. As Atas devem ser lidas e aprovadas para serem assinadas pelo
Presidente e Secretário. Veja este Modelo de Ata:
ATA da Assembleia Geral Ordinária do Ministério Águas que Fluem do Trono, realizada em
_____/____/____, às 20:30 horas em segunda convocação, presentes os senhores pastores ___________,
___________, os membros do comitê (conselho, ou diretoria) _____________, ____________,
_______________, os quais já assinaram livro de presença. A Assembleia ocorre nas dependências da
sede do Ministério, rua “tal”, sala “tal”. Foi dado início a presente Assembleia Geral Ordinária, com leitura
do texto “_______” e meditação pelo pastor ___________. O presidente ___________________, dirige a
Assembleia, secretariada por ___________. Composta a mesa, o Sr. Presidente colocou em apreciação os
itens da reunião:
A) Aquisição de chácara para Acampamento dos Jovens; B) Autorização e ajuda financeira para equipe da
Jocum, viajar a China. Após os devidos comentários, sugestões, e esclarecimentos, foi aprovado por
unanimidade: A) a aquisição da chácara “tal”, no endereço “tal”, no valor de R$ 42.500,00 (quarenta e
21
dois mil e quinhentos reais); e, B) Autorização e ajuda de R$ 6.800,00 (seis mil e oitocentos reais) a equipe
da Jocum (com os seguintes integrantes: “fulano”, “sicrano” e “beltrano”) na viagem missionária a China.
Nada mais havendo a tratar e ninguém mais querendo fazer uso da palavra, o Sr. Presidente deu por
encerrados os trabalhos da presente Assembleia Geral Ordinária, lavrando-se a presente ata que após lida
e aprovada vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim, 1º Secretário que a lavrei.
______________________(ass. Presidente) _______________________(ass. Secretário).
10. OFÍCIOS, CARTAS, DECLARAÇÕES, REQUERIMENTOS
A secretaria do ministério deve ter em seus arquivos livros normativos sobre estes documentos e
correspondências. Outro meio fácil de apoio são os modelos de ajuda em sites na internet (Google, e
outros).
10.1. Ofício – correspondência com teor oficial dirigida a autoridades públicas municipais, estaduais e
federais. Exemplo: Convite para inauguração do novo templo.
10.2. Carta – correspondência com teor informal, dirigida as pessoas em geral, ou aos membros de um
ministério.
10.2. Declaração – correspondência de teor oficial, com fim específico, solicitada por alguém, para
comprovação de documentação. Exemplo: Um funcionário solicita que trabalha no templo há 3
anos.
10.3. Requerimento – correspondência de teor oficial, dirigida a autoridades públicas, solicitando seus
serviços, ou autorização. Exemplos: 1). Solicitando roçada nos terrenos ao lado do templo; 2)
Autorização para teatro na praça. O requerimento deve atender normas da ABNT, e ter
embasamento legal.

11. FUNÇÕES DA SECRETARIA


A secretaria de um ministério deve ser um setor de excelente organização e funcionalidade. É um setor
de apoio e subsídio ao cotidiano da estrutura do ministério.
As pessoas envolvidas na Secretaria devem ser de fácil comunicação, terem noção de organização e
arquivo, e terem iniciativa para intermediações entre a estrutura a que serve e as pessoas. Uma
Secretaria deve:
11.1. Atender seus líderes;
11.2. Manter em dia os contatos (endereços, telefones, e-mails), principalmente dos pastores, líderes,
membros;
11.3. Informar com um dia de antecedência os compromissos do ministério aos seus líderes;
11.4. Manter em dia os arquivos de correspondências (recebidas e expedidas);
11.5. Manter em dia e com fácil acesso os documentos de autorização legal (como: CNPJ, Alvará,
Licença Sanitária, Título de Utilidade Pública);
11.6. Fazer as correspondências de convocação para reuniões da Diretoria ou comitê; e também das
Assembleias;
11.7. Manter em fácil acesso o Livro Atas, e Livro de presença das reuniões;
11.8. Manter em dia os contatos (endereços, telefones, e-mails), dos órgãos públicos e do contador.

12. COMO FAZER UM ORÇAMENTO


O primeiro orçamento é feito com base nas informações que o plano de ação determina. Então de
posse do planejamento faz-se o orçamento. Passado o primeiro semestre ou ano, compara-se o
orçamento com as despesas realizadas. Para o segundo ano e os posteriores, deve-se observar sempre
o plano de ação juntamente com o comparativo do orçado versus real do ano anterior, para se
estabelecer o novo orçamento. O comparativo do orçado versus realizado, ajuda em duas coisas: 1)
para aprimoramento de como usar bem os recursos; 2) para até se necessário alterar o plano de ação!

13. BOLETINS e CONTRÔLES


Com relação a Boletins, calendário de oração, controle de presença dos eventos do ministério, mapas
de localização dos membros na cidade, não queremos estabelecer modelos, mas é importante que de
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alguma maneira isto seja apontado. Podem ajudar em como melhorar algo, o que deve ser
interrompido, o que deve ser continuado e apoiado, ajuda a estabelecer possíveis mudanças no plano
de ação. Servem para “leitura” do que efetivamente deu resultado. Muitos ministérios não sabem
quantas cerimônias de casamento fez, quantos batismos, evangelismo em praça, quantos seminários,
quantos morreram, ou quantos nasceram!

14. COMO DIRIGIR REUNIÕES DA DIRETORIA (ou Conselho), E DA ASSEMBLÉIA


Cada ministério tem sua forma de governo estabelecida no Estatuto e Regimento Interno. Para efeito
legal e cumprimento do Estatuto e Regimento as reuniões têm que cumprir o que está prescrito nestes
documentos. Sugerimos para as questões de praxe das reuniões, que deem treinamento a diretoria e
liderança sobre regras parlamentares. (As regras são simples – disponíveis em livretos nas livrarias ou
sites).

C. INFORMAÇÕES TÉCNICAS, LEGAIS e JURÍDICAS

1. INTRODUÇÃO:
O QUE É 1º SETOR, 2º SETOR e 3º SETOR?
PRIMEIRO SETOR: É o Estado, representado pelas prefeituras municipais, governos dos estados e a
presidência da república, além das entidades (autarquias) a estes ligadas. Ou seja, denominamos de
Primeiro Setor o "setor público".

SEGUNDO SETOR: É o setor privado que é constituído pelo conjunto das empresas que exercem
atividades privadas, ou seja, atuam em benefício e interesse próprio e particular.

TERCEIRO SETOR: É formado por organizações sem fins lucrativos, atuando nas lacunas deixadas pelos
setores públicos e privados, buscando o bem-estar social da população. No caso, o Terceiro Setor não é
nem público nem privado.

Em termos financeiros, o Primeiro Setor (Estado) aplica o dinheiro público em ações para a sociedade.
O Segundo Setor (mercado) investe o dinheiro privado nas suas próprias atividades.
Já o Terceiro Setor (“ONGs”) utiliza o dinheiro privado e público em atividades públicas que beneficiam
a sociedade.
Em resumo, pode-se afirmar que os três setores funcionam da seguinte forma:
Primeiro Setor - dinheiro público para fins públicos;
Segundo Setor - dinheiro privado para fins privados;
Terceiro Setor - dinheiro privado para fins privados, nada impedindo, que o setor público transfira
verbas para o terceiro setor, que nos dias atuais, movimenta mais de um bilhão de dólares por ano, o que
o coloca na posição de oitava economia mundial, quando comparada ao PIB das nações mais ricas do
planeta.

2. TERCEIRO SETOR
O terceiro setor, composto de entidades de interesse social, instituídas na forma de associações e
fundações, surge do estreitamento das relações entre o Estado e a Sociedade Civil como alternativa para
a proteção das minorias, dos excluídos do mercado de trabalho, dos abandonados, auxiliando o Estado
no desempenho de atividades socialmente relevantes. Desse modo, conjuga o exercício dos direitos
sociais elencados no art. 6°, da Constituição Federal e a participação direta do cidadão nos assuntos de
interesses das massas, seja de forma individual ou através do associativismo.
Ocupa o terceiro setor o denominado espaço público não estatal em decorrência das políticas
reformistas do Estado, na busca da eficiência dos serviços públicos de caráter social. O objetivo é viabilizar

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condições de plena habitabilidade, o acesso da população “a segurança, ao lazer, ao trabalho digno, aos
serviços de saúde, de proteção” a criança e do adolescente, do idoso, do deficiente, e preservação do
meio ambiente e demais serviços coletivos. Esse é o desafio do terceiro setor.
As organizações sem fins lucrativos existem desde o Brasil colônia, inicialmente na figura de entidades
ligadas a igreja católica, como é o caso da fundação da Santa Casa de Misericórdia de Santos em 1543,
marco do nascimento do terceiro setor no Brasil.
O aumento exagerado do número de entidades não governamentais, que inclusive “recebem verba
pública chama a atenção de todos, havendo necessidade de dar maior publicidade” a utilização dos
recursos, inclusive tornando acessíveis as informações a qualquer pessoa do povo.
Os órgãos de controle e fiscalização como Ministério Público, os Tribunais de Contas da União e do
Estado, Controladoria Geral da União CGU, Controladoria Geral do Estado - Conger, Conselhos de políticas
Públicas, os Órgãos Financiadores, Ministérios e Secretaria de Governo devem proceder a uma
concatenada e harmônica fiscalização do itinerário percorrido pelos recursos públicos recebidos pelas
entidades civis até o cumprimento de suas legítimas finalidades.
A transparência deve ser pedra de toque da execução dos contratos de gestão, termos de parceria,
convênios, subvenções parlamentares ou instrumentos congêneres, devendo-se lançar mão da técnica da
auditoria contábil e demais mecanismos administrativos e jurídicos para assegurar a lisura nas prestações
de contas antes, durante e após a extinção dos liames celebrados com as entidades de interesse social.
O órgão financiador seja público ou privado somente deve repassar recursos se não houver
irregularidades nas prestações de contas e nas atividades das organizações não governamentais sob pena
de responsabilidade solidaria pelos danos causados.
A procura de novas formas de gerenciamento e controle, tanto do Estado (Primeiro Setor), quanto pelo
o mercado (segundo setor) enquanto fomentadores de recursos “as organizações sem fins lucrativos tem
sido a meta a ser alcançada.
Somente através de um labor conjunto entre os que fazem o Estado e participam da sociedade civil,
pode-se “a credibilizar as instituições íntegras, que cumprem honestamente o papel a que se propõem,
contribuindo para erradicar a miséria, mitigar a pobreza de grande parte de nossa população,
concretizando o Estado Solidário, calcado na cidadania e sacramentado nos princípios constitucionais da
legalidade, impessoalidade, da moralidade administrativa e da eficiência do serviço público.
Todos que fiscalizam e interagem com o terceiro setor deve fazer sua parte, para que dignidade da
pessoa humana seja sempre respeitada, objetivo fundamental do Estado Democrático de Direito, não se
tolerando a permanência no seio da sociedade civil de algumas organizações não governamentais
maculadas pela corrupção, que mantém o povo na conhecida condição de massa de manobra, manchando
o tecido social com as tintas escuras da injustiça, da ignorância e do subdesenvolvimento.
CONCLUSÃO: O terceiro setor são as entidades sociais como as fundações, associações (ONGs) no qual
elas quando são desempenhadas de forma séria e com perfeita integridade são um excelente instrumento
para auxiliar o Estado e bem como também as leis que regem cada uma das entidades do terceiro setor.

3. LEI DE OSCIP E TERCEIRO SETOR


A Lei nº 9.790/99, também denominada Lei do Terceiro Setor, estabeleceu uma nova disciplina jurídica
às entidades (associações, sociedades civis e fundações) sem fins lucrativos, possibilitando a sua
qualificação, pelo Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP’s,
bem como a possibilidade de firmar, com os governos federal, estadual e municipal, acordos de
cooperação denominados termos de parceria. A referida lei engloba todas as entidades que apresentam
objetivos sociais no campo da assistência social, cultura, educação, saúde, voluntariado, desenvolvimento
econômico e social, da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia, além da defesa,
preservação e conservação do meio ambiente.
Assim, nos termos do artigo 1º, podem qualificar-se como OSCIP, as pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos
requisitos instituídos na Lei. Considerando-se sem fins lucrativos, a pessoa jurídica de direito privado que
não distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores,

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eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica
integralmente na consecução do respectivo objeto social.
O artigo 2º estabelece, por um critério negativo, quais as entidades que não podem ser qualificadas
como OSCIP. Segundo o entendimento doutrinário, essa relação é taxativa, não se permitindo incluir mais
nenhuma espécie de entidade:
• As sociedades comerciais;
• Os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
• As instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais;
• As organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
• As entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito
de associados ou sócios;
• As entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
• As instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
• As escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
• As Organizações Sociais;
• As cooperativas;
• As fundações públicas;
• As fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por
fundações públicas;
• As organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
O artigo 3º determina que a qualificação como OSCIP será conferida às pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenha pelo menos uma das seguintes finalidades: 
promoção da assistência social;
 Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
 Promoção gratuita da educação;
 Promoção gratuita da saúde;
 Promoção da segurança alimentar e nutricional;
 Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
 Promoção do voluntariado;
 Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
 Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
 Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de
Interesse suplementar;
 Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais;
 Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades ora
mencionadas.
Atendido um dos objetivos sociais acima citados, para qualificação como OSCIP é necessário estar
expressamente disposto no estatuto social sobre:
A observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e da eficiência;

25
 A adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de
forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação
no respectivo processo decisório;
 A constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre
os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas,
emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade.
 A previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será
transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei, preferencialmente que tenha o
mesmo objeto social da extinta.
 A previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída de OSCIP, o
respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em
que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada na Lei,
preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
 A possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade, que atuem efetivamente
na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos
os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente à sua área de atuação;
 As normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão no mínimo:
 A observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;
 Que se dê publicidade, por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório
de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de
débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão;
 A realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação
dos eventuais recursos objeto do Termo de Parceria, conforme previsto em regulamento;
 A prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas OSCIP será
feita nos termos do parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal.
Como se pode verificar, a lei permitiu expressamente a remuneração aos dirigentes, de forma
totalmente inovadora, sem estabelecer limites máximos para tal remuneração, apenas estabelecendo
como parâmetro o critério do valor de mercado.
Além dessa inovação, a lei trouxe como outra grande novidade, a formação de parcerias entre as
entidades qualificadas como OSCIP e o Poder Público, sob a ótica dos princípios da transparência a,
competição, cooperação e parceria, sendo dispensada a licitação. Uma vez qualificada como OSCIP, a
entidade poderá firmar termo de parceria com o Poder Público para fomento de suas atividades, sendo
necessário apenas o seu reconhecimento pelo Ministério da Justiça estando, portanto, dispensada a
Declaração de Utilidade Pública e o Registro no CNAS. a) Regime da OSCIP X Regime antigo

Vantagens Desvantagens

Regime de OSCIP Possibilidade de Dúvida: garantia de imunidade


remunerar diretores permanece

- Dispensa dos Registros no -

CNAS e Declaração de
Utilidade Pública
- Firmar termos de parceria Perda dos benefícios fiscais:
doações dedutíveis do IR, isenção do
FGTS e da quota patronal do
INSS

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Regime antigo Isenção para o FGTS Convênios com Poder
público: proibição?
- Doações dedutíveis do IR -

- Convênios com o Poder -

Público

As entidades podem optar pela qualificação como OSCIP simultaneamente à qualificação


anteriormente prevista na legislação, pelo prazo de dois anos, a contar da edição da Lei nº 9.790/99. Findo
este prazo, a pessoa jurídica interessada em manter a qualificação como OSCIP deverá optar por esse
regime, o que implicará na renúncia automática das qualificações anteriores. Caso contrário, a entidade
perderá automaticamente a qualificação como OSCIP.

4. COMO FUNDAR UMA ASSOCIAÇÃO (ONG) - ONG O QUE É?


No direito brasileiro não há qualquer designação de ONG. Se procurarmos no código civil ou em outra
lei a sigla ONG, não vamos encontrar.
A sigla ONG não caracteriza uma legalização ou formação de pessoa jurídica. Não há uma espécie de
sociedade chamada ONG no Brasil, mas um reconhecimento supralegal, de cunho cultural, político e
sociológico que é conhecida mundialmente e que por si só significa que não pertence ao Governo (ONG-
organização-não governamental).
Quando pessoas (físicas ou jurídicas) se unem de forma organizada em busca de objetivos que não
visem lucratividade para elas, e que persigam interesses demandados pela coletividade, estarão
construindo uma associação
A lei não define o número mínimo de pessoas que seriam necessárias à constituição de uma associação,
mas, por dedução, pode-se afirmar que é preciso de no mínimo dez pessoas, sendo elas: PRESIDENTE,
VICE-PRESIDENTE, TESOUREIRO, SECRETÁRIO(A), TRÊS CONSELHEIROS FISCAIS E 03 SUPLENTES DOS
CONSELHEIROS, firmando os mesmos propósitos de interesse coletivo, para que validamente, possa
existir uma entidade sem fins lucrativos (ou fins não econômicos). O desejo de constituir uma associação
deve ser documental e publicamente formalizado.
1º Passo

Assembleia de Constituição, registrada em ata, deverá:


a) Caracterizar a organização (denominação, missão, objetivos, endereço da sede, membros e outros);
b) Aprovar o Estatuto Social (as regras para a existência e funcionamento da associação) * Ver abaixo
lista de exigências para um estatuto;
c) Eleger a diretoria (as pessoas que serão responsáveis pela direção da associação).
*Ata – como elaborar
A ata é um registro escrito onde são relatados os fatos mais importantes que se passaram em uma
reunião, registrada em livro próprio para este fim. No caso da reunião para comprovar a constituição da
ONG, a ata deverá conter:
a) Data, local e horário onde se deu a reunião;
b) Qualificação completa dos membros eleitos que participarão da diretoria; c)
motivo da reunião;
d) Bases que orientarão o funcionamento e a administração da entidade pretendida;
e) Designação daqueles que ficarão encarregados de efetivar os demais atos de instituição da pessoa
jurídica (estatuto, registro em cartório, etc.); f) assinaturas dos participantes da reunião;

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g) não deve conter espaços em branco, rasuras no corpo do texto e se houver deverá haver ressalva
ao final da mesma, para não haver dúvidas no registro.
*Estatuto Social – regras fundamentais
Cada entidade terá somente um Estatuto, que é o conjunto de regras que orientam a vida de uma
entidade. A elaboração do Estatuto Social deve obedecer aos comandos legais decorrentes do Código Civil
e da Lei de Registros Públicos, sendo obrigatório conter:
a) A denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
b) Os requisitos para admissão, demissão e exclusão de associados;
c) Os direitos e deveres dos associados;
d) As fontes de recursos para sua manutenção;
e) Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e
administrativos
(Como: assembleia geral, conselho diretor, conselho fiscal);
f) As condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução;
g) A forma como se dá a representação da entidade;
h) Os critérios de eleição dos administradores;
i) Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais;
k) O destino do patrimônio em caso de dissolução;
l) A forma e quórum para convocação da assembleia geral.

2º Passo
*Registro em Cartório
Os atos constitutivos (ata da assembleia, estatuto e eventuais procurações) deverão ser levados ao
Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Comarca onde terá sede a nova pessoa jurídica, em, no
mínimo, duas vias. A ata deve ir assinada por todos os que participaram da assembleia e o estatuto deve
ir firmado pelo representante legal da associação e por um advogado.
Obs.: No momento da constituição, o Representante Legal deverá juntar ao registro do estatuto,
certidão criminal do 1º, 2º, 3º e 4º distribuidores.

3º Passo
*Registro fiscal, trabalhista e local
a) Registro fiscal - Secretaria da Receita Federal - solicitar o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –
CNPJ.
b) Regularização trabalhista – mesmo sem empregados deverá apresentar documentos e
informações anuais, sendo RAIS – Relação Anual de Informações Sociais e GFIP – Guia do Fundo de
Garantia e Informações à Previdência. E com empregados acrescentar o registro no INSS – Instituto
Nacional de Seguridade Social.
c) Espaço Físico– para o funcionamento deverá ser solicitado a Prefeitura da Cidade da sede o Alvará
de Localização e Funcionamento e o Cadastro de Contribuintes Mobiliários (CCM).

4º Passo
*Registro em Conselhos e outros órgãos
a) Registro no CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social Esplanada dos Ministérios bloco c , 5º
andar, Brasília - DF - CEP 70.046.900 Site: www.mds.gov.br/cnas
b) Registro no CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social.
c) Registro de Utilidade Pública (âmbito Federal, Estadual e Municipal) Federal: Ministério da Justiça,
Secretaria Nacional de Justiça, Departamento de Justiça, Classificação, Título e Qualificação, Esplanada

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dos Ministérios, Anexo II Sala 313 Brasília, DF CEP 70064.901. Estadual: Coordenadoria Especial de
Utilidade Pública. Municipal: verificar no município da sede da entidade.
d) CEAS OU CEBAS – Certificado de Entidade (Beneficente) de Assistência Social Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate a Fome, CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social, Esplanada
dos Ministérios, Bloco F, Anexo A, 1º andar, Brasília DF CEP 70059.900.
e) Registro em Conselhos de Defesa e de Direitos, de acordo com o público a ser atendido, como:
Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho de Defesa da Pessoa Idosa, Conselho da
Pessoa Portadora de Deficiência e outros de instância Municipal e/ou Estadual.

5º Passo
*Das obrigações e fiscalização
Toda associação, anualmente, deve obrigatoriamente prestar informações a diversos órgãos públicos,
a saber:
a) Declaração de Informações da Pessoa Jurídica (DIPJ) que deve ser prestada à Receita Federal,
contendo o balanço contábil e patrimonial anual da organização, assim como as fontes de recursos
recebidos, em categorias como: contribuições associativas; venda de bens e prestação de serviços;
rendimentos de aplicações financeiras; doações e subvenções.
b) Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que deve ser entregue ao Ministério do Trabalho
com informações e o perfil de cada empregado;
c) Qualquer alteração estatutária ou eleição de novos/as dirigentes deve ser obrigatoriamente
informada ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, inclusive com a qualificação completa dos
dirigentes e representantes legais.
d) Outras informações decorrentes dos registros e títulos adquiridos pela entidade, que terão
exigências próprias, como: relatório anual de atividades; atualização dos dados cadastrais; publicação do
balanço contábil e patrimonial, etc.

*Da fiscalização:
Devem estar abertas às fiscalizações do Ministério Público, que tem a competência de zelar pelo
patrimônio e por suas finalidades públicas, devido à previsão legal expressa no Código Civil e por demais
órgãos em que solicitou registro/ inscrição ou título, como Conselhos, por exemplo.

NOTA IMPORTANTE: Todas as informações técnicas, legais e jurídicas desta apostila, podem sofrer
alterações a qualquer momento. É preciso atenção para estas alterações. O conteúdo desta apostila serve
para o momento presente (Julho/2010).

FIM!

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LIVROS SUGERIDOS:

1. A Bíblia 2. Sabedoria e Negócios, Administração de Jesus (Bob Briner – Ed. Mundo Cristão)
3. Reuniões, da Agenda ao Trabalho (Ed. Esperança).

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