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ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
Propósitos da Igreja
A igreja, como organização, tem propósitos estabelecidos e preocupa-se com o que
necessita ser feito e os meios para atingir tais propósitos. Nesse prisma são
identificáveis as atividades fim e meio da igreja. A atividade fim deve ser
compreendida como ensino da Bíblia para edificação dos membros da igreja,
adoração a Deus e evangelismo. A atividade meio são as atribuições de cada
departamento para garantir que tenham condições de concretizar a atividade fim.
para cuidar de todos os objetos do Templo... O rei Davi disse: — Tudo o que
está nestas plantas foi escrito de acordo com as instruções que o Senhor me
deu, explicando como tudo deve ser feito. E disse ao seu filho Salomão: —
Seja forte e corajoso e mãos à obra! Não desanime, nem tenha medo, pois o
Senhor, meu Deus, estará com você. Ele não o abandonará, mas ficará com
você até terminarem todas as obras da construção do Templo. Os sacerdotes
e os levitas foram escalados para cuidar dos serviços do Templo.
Trabalhadores que sabem fazer todos os tipos de serviço estão prontos para
ajudá-lo, e todo o povo e os seus líderes estão às suas ordens.
Importância do Planejamento
A Bíblia apresenta uma diversidade de práticas administrativas. Mesmo sendo a
administração eclesiástica inspirada na Palavra de Deus, isso não se torna um
impeditivo para que princípios administrativos possam ser observados para o melhor
desempenho das atividades da igreja. Elaborar um bom planejamento é requisito
básico da administração eclesiástica ou da administração em outros segmentos.
Planejamento é descrever no papel o que se deseja realizar. De maneira que os
objetivos ou metas da organização estejam determinados, respaldados por
estratégias para atingi-las e de coordenação das suas atividades.
É proveitoso para a igreja, assim como para outras organizações, ter objetivos e
metas bem definidas para que seja possível reunir esforços para que o objetivo final
seja alcançado.
b) Planejamento tático
O planejamento tático, diferente do planejamento estratégico, abrange apenas uma
determinada unidade da organização, que pode ser um departamento. É o
planejamento que desenvolve a sua operacionalidade em tempo de médio prazo,
geralmente um ano. Esse planejamento descreve a maneira de como os objetivos
gerais da organização serão alcançados. Ele é desenvolvido em departamentos
específicos da organização e deve ser atualizado continuamente para que os
desafios que surgirem sejam superados.
As igrejas possuem vários departamentos: evangelismo, assistência social,
tesouraria, louvor, etc. Todos têm uma equipe de colaboradores e um líder que
administra as atividades que são desenvolvidas dentro da esfera do planejamento
tático.
c) Planejamento operacional
O planejamento operacional é focado nas tarefas do dia a dia, curto prazo.
Preocupa-se no que fazer e como fazer as atividades quotidianas da organização.
Seu propósito é desenvolver os objetivos do planejamento tático.
Pessoa
Pessoa é o ser físico ou coletivo sujeito a direitos e obrigações. Seu sinônimo
é o sujeito de direito, que é sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou
titularidade jurídica. O sujeito do direito tem o poder de fazer valer, através de ação,
a sua intenção na produção de uma decisão judicial.
O sujeito de direito é representado pelas entidades abstratas, criadas pelo
homem, e conhecidas como as pessoas jurídicas, que assim como as pessoas
físicas, são criações do direito.
Pessoa jurídica
Entende-se como pessoa jurídica todo o agrupamento de pessoas que,
reunidas para um fim, cuja realização procuram, mostra ter vida própria, distinta da
dos indivíduos que a compõe, e necessita, para a segurança dessa vida, de uma
proteção particular do direito.
Os requisitos básicos para uma pessoa jurídica são:
Organização de pessoas ou bens.
Propósitos lícitos.
Capacidade jurídica reconhecida por norma.
O Código Civil Brasileiro classifica as pessoas jurídicas como de direito
público (interno ou externo - fundações públicas e autarquias) e de direito privado
(associações e organizações religiosas).
As pessoas jurídicas de direito público interno são os entes da administração
direta como a União, Estados, Distrito Federal e Territórios e Municípios; e entes de
administração indireta, como as autarquias (como o INSS) e as demais entidades de
caráter público criadas por lei, como as fundações públicas de direito público
(fundações públicas).
As pessoas jurídicas de direito público externo são representadas pelos
Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público. As nações estrangeiras, Santa Sé e organismos internacionais (ONU,
UNESCO, MERCOSUL, UNIÃO EUROPEIA, etc.) são exemplos concretos de
pessoas jurídicas de direito público externo.
As pessoas jurídicas de direito privado são as associações, as sociedades,
as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas
individuais de responsabilidade limitada (pode ter apenas um sócio). Elas são
instituídas por iniciativa de particulares e se dividem em duas categorias: as estatais
e as particulares. São estatais aquelas cujo capital tem contribuição do Poder
Público e particulares aquelas cuja formação do capital é apenas de iniciativa
particular.
Organização Religiosa
Organização religiosa é uma pessoa jurídica de direito privado e, para isso,
deve ser devidamente registrada nos órgãos competentes. Nessa qualidade é
possuidora de direitos e obrigações. Somente a partir de 2002, através do Código
Civil, houve a consolidação da Organização Religiosa; antes, as igrejas eram
classificadas como associações. Pode-se dizer que a natureza jurídica da igreja é a
pessoa jurídica de direito privado Organização Religiosa.
Módulo IV
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
O Estatuto da Igreja
O estatuto é o conjunto de normas que tem o objetivo de orientar o
funcionamento de uma organização. Através do estatuto a natureza jurídica da
instituição é revelada, sobretudo se organização religiosa, filantrópica ou empresarial
retratando a forma de governo e organização.
Para a igreja, um estatuto bem elaborado muito colaborará para o seu bom
funcionamento. Irá resguardá-la de problemas e vulnerabilidade a desvios
doutrinários, patrimoniais e de líderes desinformados ou mal-intencionados. O
estatuto averbado é como uma certidão de nascimento da organização religiosa,
fazendo com que a mesma tenha obrigações e direitos, inclusive na aquisição de
seu CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) na Receita Federal.
O estatuto deve ser redigido segundo as particularidades de cada instituição,
o governo (congregacional, episcopal, etc.) e a respectiva confissão de fé de cada
igreja. Adotar um estatuto que não traduza a realidade eclesiástica pode acarretar
consequências graves, podendo redundar em situações de irregularidade ou
nulidade dos atos de administração e governo por não observância das formas.
O Código Civil determina que os estatutos informem a denominação, os fins, a
sede, o tempo de duração; o nome e a individualidade dos fundadores, e dos
diretores; o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial
e extrajudicialmente; se o ato constitutivo é reformável no tocante a administração, e
de que modo; se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas
obrigações sociais; e as condições de extinção da instituição e o destino do seu
patrimônio, nesse caso.
As organizações religiosas devem inserir em seus estatutos as suas
respectivas confissões de fé, para que sempre possam comprovar que seus
posicionamentos e considerações não se direcionam a casos específicos, mas
decorrem de seus documentos de fé.
Inúmeras dificuldades advêm à uma organização religiosa em decorrência da
falta de um estatuto. Algumas são: a) inexistência no aspecto jurídico;
b) impossibilidade de ter inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ);
c) impossibilidade de possuir uma conta bancária;
d) impossibilidade de lavrar suas atas em cartórios;
e) impossibilidade de licenciar veículos automotores.
É de boa prática, para garantir que um estatuto se enquadre em todos os
requisitos e formalidades legais, ter o auxílio de um advogado na sua elaboração.
d) Atualização metodológica
Estatutos antigos continham normas que se tornaram obsoletas ou então eram
omissos em setores importantes na dinâmica da igreja.
e) Imposições legais
Os estatutos de igrejas devem se ajustar aos dispositivos legais, especialmente no
que se refere à imunidade tributária, que é um direito constitucional.
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
Módulo V
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA