Você está na página 1de 3

Mensagem do Presidente,

Queridos pastores da Associação Norte do Pará, que a paz de Cristo seja sempre
abundante em sua vida e que a experiência da santificação seja uma realidade em nosso
corpo de obreiros. Minha gratidão sincera a cada de vocês pelo compromisso de ser um
homem segundo o coração de Deus e estar sempre pronto a fazer coisas extraordinárias
para expandir o Seu reino e consolidar o processo de discipulado em nosso território.
Antes da leitura do texto, quero lembrá-los que nossa missão é fazer discípulos por meio
da comunhão, do relacionamento e da missão. Nossa visão, cada membro praticando o
método evangelístico de Cristo, sendo um discipulador QS1 e conduzindo uma pessoa a
Cristo ao longo do ano.
Quero dizer da minha alegria em ser seu amigo e companheiro de ministério.
Estou contando com sua liderança, foco, disposição e animo para fazer a implementação
do processo de discipulado em todas as congregações do seu distrito! Hoje temos
liberdade para fazer algo que todos sonhavam. “Vamos aproveitar esse momento
concedido por Deus”. Como líder deste campo, tenho orado e trabalhado intensamente
para que o sonho de Deus seja compreendido e vivenciado por pastores, líderes e
membros. Não posso dizer que estamos no auge do processo, minha alegria é que todos
nós estamos crescendo e caminhando! Precisamos apressar os passos, temos muito que
aprender e fazer e não podemos desanimar! Conto com sua liderança e amor a obra do
Senhor. Em breve vamos colher frutos de uma igreja mais espiritual, que cuida uns dos
outros e que vive para fazer discípulos para Cristo! Que o Senhor o abençoe hoje e
sempre!

Gerenciamento e Pastoreio

Especialistas em crescimento de igreja têm enfatizado a importância de resgatar a


metodologia bíblica do pastoreio dada por Deus a Moisés, utilizada por Cristo na
formação da igreja cristã e vivida pelos apóstolos no primeiro século. Uma das atividades
do pastoreio é a delegação de tarefas. Segundo o pastor Elias Brasil [i], o ideal de
comunidade também foi utilizado com o propósito de descentralizar tarefas. Quando
Moisés estava sobrecarregado com a tarefa de liderar o povo de Israel e lidar com seus
problemas, seu sogro Jetro sugeriu um plano providencial. “Que é isto que tu fazes ao
povo? Por que te assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã até à
tarde? ”(Ex 18:14). O conselho de Jetro continuou: “Não é bom o que fazes. Certamente
desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo; porque isto te é pesado demais;
tu só não o podes fazer. ... Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus,
homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes
de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez” (Ex 18:17, 18 e 21).
Cada indivíduo no acampamento de Israel pertenceria a um grupo de dez, dirigido
por algum oficial (Ex 18:13-23). Outras passagens do Antigo Testamento também
reforçam a ideia de descentralizar tarefas e responsabilidades através da divisão do povo
de Deus em grupos (Nm 4:1-20; 21-28, 29-33). “No calor e no caos das exigências da
liderança, muitas pessoas falham ao optarem por fazer aquilo que traz somente o benefício
imediato. Elas não pensam adiante e não tentam ver as coisas sob a perspectiva de Deus.
Mas um grande líder, como Moisés, sempre investe na próxima geração porque sabe que,
se não ajudar a reproduzir sua liderança, a geração seguinte terá problemas. Ele entende
que, através do processo de mentorear ou discipular líderes potenciais de hoje, estará
liderando para além de sua própria vida.”[ii]
O exemplo vivido por Cristo e Seus apóstolos no primeiro século e no início do
movimento adventista atesta a excelência e a eficácia da estrutura estabelecida por Cristo
para evangelizar o mundo. A sociedade nos dias de Cristo era violenta, imoral, com
tremendas desigualdades sociais, mística, politeísta, sanguinária, corrupta, materialista e
preconceituosa[iii]. A despeito de tudo isso, Jesus ascendeu ao Céu seguro da explosão de
crescimento que Sua nascente igreja experimentaria. O crescimento geográfico e
numérico que se seguiu foi tão espantoso que seria impossível manter a unidade,
conservar e discipular os novos membros se não fosse a estrutura dos pequenos grupos
nos lares e os pastores leigos cuidando das novas ovelhas.
John R.W. Stott destaca que o incidente de Atos 6:1-7 ilustra um princípio vital
que é de importância urgente para a igreja de hoje. Deus chama todo o Seu povo para o
ministério, chama pessoas diferentes para ministérios diferentes. Todos os cristãos, sem
exceção, sendo seguidores dAquele que veio “não para ser servido, mas para servir”, são
chamados para ministrar, ou melhor, para dar a vida em ministério. Se membros e pastores
não compreenderem suas funções, a igreja não alcançará a maturidade em Cristo, e o
pastor sempre estará sobrecarregado, tendo um ministério superficial [iv].
As igrejas modernas estão cheias de homens e mulheres frustrados. Infelizmente,
sem o modelo de igreja estabelecida por Cristo a grande maioria dos
membros nunca poderá viver um ministério para Deus. Como, então, uma igreja pode se
transformar em um lugar onde cada membro tenha condições de viver o seu ministério e
cumprir a grande comissão? Muitas igrejas estão descobrindo a resposta nos Pequenos
Grupos, pois ali o membro é pastoreado, transformado e encontra um ambiente propício
para desenvolver seus dons, o sacerdócio de todos os crentes, e experimenta o poder do
Espírito Santo em sua vida. O pequeno grupo é o lugar em que pessoas são discipuladas,
equipadas para servir; o lugar em que os membros se edificam mutuamente e se
organizam para alcançar a comunidade. O grupo serve como comunidade em que os
cristãos podem prestar contas uns aos outros e manter total transparência entre si [v].

Em nossos dias, o que temos visto são os clérigos executando a maior parte do
ministério, enquanto que os leigos ficam apenas como espectadores [vi]. Temos uma igreja
voltada para si mesma, para suas próprias necessidades. Nas igrejas tradicionais, muitos
líderes foram ensinados apenas a se preocupar e cuidar da estrutura, muitos passam a
semana toda pensando o que farão no departamento “a”, “b”, ou “c”. Não fomos
ensinados a pensar em pessoas, amar, aconselhar e ajudar. Por isso, uma equipe é
contratada e remunerada para pastorear as pessoas. Geralmente, cada pastor é responsável
por dezenas ou centenas de cristãos. É impossível que somente um pastor cuide de tantas
pessoas. Como resultado, milhares de pessoas abandonam a fé, outros tornam-se cristãos
nominais, meros consumidores e participantes das suas igrejas e não estão preparados
para ministrar, multiplicar-se e influenciar a comunidade onde estão inseridos. O
individualismo tem se intensificado na religião do século XXI.

Na igreja em pequenos grupos as coisas não são assim. O pastor, o coordenador e


o supervisor acompanham e orientam os líderes de Pequenos Grupos através de reuniões
semanais ou quinzenais. Nessas reuniões, o líder recebe encorajamento, aprendizado,
oração, capacitação e direcionamento. Estes, por sua vez, dirigirão grupos de dez a quinze
pessoas. Neste modelo, todos os membros da igreja são cuidados por pastores leigos, uma
vez que o máximo que um clérigo ordenado consegue pastorear convenientemente é cerca
de cinquenta pessoas.
A igreja que alcançou maturidade e compreensão do sacerdócio de todos os
crentes e está convencida de que todos os crentes são chamados na tarefa de fazer
discípulos, não encontrará outro ambiente melhor para cumprir com a grande comissão
que os Pequenos Grupos para envolver os membros de acordo com os dons e ir além de
seus muros utilizando toda a sua estrutura, como instrumento poderoso de Deus para
testemunhar e fazer conhecidos entre as pessoas o amor e graça maravilhosa de Jesus [vii].

Dessa maneira, as necessidades do rebanho poderão ser sentidas e percebidas de


perto. Os dons de cada pessoa poderão ser desenvolvidos. Todo membro de pequeno
grupo se torna uma testemunha para outras pessoas. Na igreja primitiva e nos primórdios
da igreja adventista, os crentes eram ensinados a manter sua espiritualidade sem a ajuda
do clero. O clero deve estar livre para fazer a obra que Deus ordenou que fizesse:
aperfeiçoar e capacitar os santos para o desempenho do seu serviço (Ef 4:11-14), criar
ministérios, envolver pessoas, treinar, recrutar, delegar, supervisionar, evangelizar e
pregar. Russel Burril afirma: “O tempo do pastor deve ser gasto, não tanto na realização
de funções ministeriais, mas no treino, formação e supervisão [viii]”.

Perguntas para discussão:


1. Destaque três lições importante do texto?
2. Como você pode aplicar no seu dia a dia as lições extraídas do texto?
3. O que você pode fazer para tornar mais real o gerenciamento e o pastoreio na igreja
local?

Pr. Paulo Godinho


Presidente – ANPa

[i]
Miltom Torres. Pequenos Grupos, Grandes Soluções (Guarulhos, SP: Editora Parma, 2007), pág. 18
[ii]
John C. Maxwell. 21 minutos de poder na vida de um líder (Rio de Janeiro, RJ: Tomas Nelson Brasil,
2007), pág. 240
[iii]
Joachim Jeremias. Jerusalém nos tempos de Jesus (São Paulo, SP: Editora Paulus, 2005).
[iv]
John R. W.Stott. A Mensagem de Atos (São Paulo: ABU Editora, 2000), págs. 134 e 136
[v]
Wolfang Smson. Casas que Transformam o Mundo (Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2001),
pág. 263
[vi]
Russel Burrill. Revolução na Igreja (Portugal: Santos & Costa, Pedreiras, Porto de Mós, 1999), pág. 32
[vii]
Joel Comiskei. Crescimento Explosivo da Igreja em Células (Curitiba, PR: Ministério Igreja em Células no
Brasil, 2000), pág. 110.
[viii]
Russell Burril. Como Reavivar a Igreja do Século XXI (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), pág.
170

Você também pode gostar