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FACULDADE CATÓLICA DE BELÉM

CURSO DE TEOLOGIA

JEFERSON VIEIRA FELIX

2º NPC DE LITURGIA

Ananindeua – PA
2020
JEFERSON VIEIRA FELIX

2º NPC DE LITURGIA

Atividade apresentada ao curso de teologia da


Faculdade Católica de Belém, para a avaliação
da disciplina de Liturgia, ministrada pelo
Profº. Mons. Raimundo Antonio da Silva.

Ananindeua – PA
2020
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1ª ATIVIDADE DO SEGUNDO NPC


1 – Eucaristia na história da salvação
ANTES DO TEMPO DENTRO DO TEMPO PLENITUDE DO ÚLTIMOS TEMPOS FORA DO TEMPO
TEMPO
Desde toda a Antigo Testamento Novo Testamento Tempo da Igreja
eternidade Preparação – Economia da Realização Continuação/Permanência
Salvação
Tempo do Pai Tempo do Filho Tempo do Espírito O Espírito e a Igreja
verdade Vida Vem Senhor Jesus
P
Páscoa Plena
Prefiguração Sinais prefigurativos e Memorial Consumação
Instituição Graça
Virtudes
Méritos
V
Sinais do pão e vinho – Gn Milagre da multiplicação A ceia pascal – Lc 22, 14-20; O vinho novo no Reino
E
14,18 dos pães – Mt 14,13-21; 1Cor 11,23-25 dos Céus – Mt 26,29; Mc
Pães ázimos – Ex 12,8 15,32-39; Mc 6,30-44; Comunhão fraterna, fração do 14,25
Comunhão de vida: O maná do deserto – Dt 8, 3 8,1-10; Lc 9,12-17; Jo pão e orações – At 2,42-46; 20,7
Trindade O servo sofredor que justifica 6,5-15 Dom do Espírito Santo plenitude
muitos – Is 53,11-12 Jesus o Pão da Vida – Jo do mistério pascal – At 2,16ss
Dom/Acolhimento A oferenda pura da era 6,31-35 Ensinamentos dos Padres da
messiânica Ml 1,11 As bodas de Caná – Jo Igreja – São Justino de Roma
2,1-12 Apologia 1,65
Projeto divino – A instituição da Eucaristia Remédio de imortalidade –
Arcano – O mistério – Mt 26,26-29; Mc14,22- Inácio de Antioquia (carta aos
25; Lc 22,19-20; efésios 20,2);
Pão de Deus e carne de Jesus
Cristo – Inácio de Antoquia
(carta aos romanos 7,3).
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2ª ATIVIDADE DO SEGUNDO NPC

2 – Palestra sobre a Carta Apóstolica Dies Domini – Dies Domini; Dies Christi; Dies
Ecclesiae; Dies Hominis; Dies Dierum
Para conscientizar grupos, pastorais e comunidades sobre a centralidade do Domingo
como dia do Senhor as ideias iluminadoras provém do que ensina os próprios documentos da
Igreja. Contudo, esta exposição limita-se a apresentar o que ensina carta apostólica Dies
Domini.
Na carta apostólica Dies Domini de São João Paulo II, apresenta-se logo na introdução
o contexto em que os grupos, pastorais e comunidades se encontram em relação a centralidade
do domingo. Discorre-se que o dia do Senhor na história da Igreja, desde os tempos
apostólicos, tem consideração privilegiada devido a estreita ligação ao núcleo do mistério
cristão, a ressurreição de Cristo, sendo, portanto, a Páscoa semanal. É dia de alegria em que se
é convidado a reviver esse dado primordial da fé cristã, que se insere na história dos homens e
se coloca no centro do mistério do tempo, tanto referente a origem como ao destino final. O
dia do Senhor é senhor dos dias e os que creem no Ressuscitado deve acolher o significado
deste dia semanal. O Concílio Vaticano II reafirmou a sua importância e no terceiro milênio
se é convidado a redescobrir o seu sentido no tocante ao seu mistério, o valor da sua
celebração, o seu sentido para a existência cristã e humana. Em alguns países de tradição
cristã, num passado recente, a santificação do domingo era facilitada, porém, atualmente,
devido à evolução das condições sócio-econômicas, a fisionomia deste dia se modificou para
um costume de fim de semana, como um momento de distensão. Com efeito, ao perder o seu
significado original, “pode acontece que o homem permaneça cerrado num horizonte tão
restrito, que não mais lhe permite ver o céu”. Entretanto, o discípulo de Cristo, pede-se, não
confunda a celebração do domingo como tempo de mero repouso ou de diversão, pois em
muitos fiéis parece enfraquecer esse sentido. Por isso, atualmente urge recuperar as profundas
motivações doutrinais que fundamentam o preceito eclesial, para que resplandeça aos fiéis o
valor imprescindível do domingo na vida cristã. “Não tenhais medo de dar o vosso tempo a
Cristo! [...] O tempo dado a Cristo, nunca é tempo perdido, mas tempo conquistado para a
profunda humanização das nossas relações e da nossa vida”.
Para se compreender o sentido do domingo e o dever de o santificar, faz-se
considerações acerca das diversas dimensões deste dia em cinco capítulos: o primeiro Dies
Domini, o segundo Dies Christi, o terceiro Dies Ecclesiae, o quarto Dies Hominis e o quinto
Dies Dierum. Explica-se a seguir cada uma delas.
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O primeiro, Dies Domini, trata-se da celebração da obra do Criador. Apesar do


domingo, na experiência cristã, ser uma festa pascal iluminada pela glória de Cristo
ressuscitado (celebração da nova criação), a mensagem da Escritura já apresenta esse caráter,
pois “tudo começou a existir por meio d’Ele” e a presença ativa do Filho na obra criadora de
Deus revelou-se plenamente no mistério pascal de Cristo. A perspectiva cristocêntrica já
estava presente quando no fim de sua obra em que Deus abençoou o sétimo dia e o santificou.
É necessário aprofundar a teologia do sábado para se chegar a plena compreensão do
domingo.
A narração do Gênesis “no princípio, Deus Criou os céus e a terra” (Gn 1,1) manifesta
a admiração do homem diante da grandiosidade da criação levando-o ao sentimento de
adoração ao Criador de todas as coisas, um significado religioso que exalta o Criador como
único Senhor diante da tentação de divinizar o próprio mundo, projetando, sobre cada
elemento do mundo uma luz positiva, porém é contratado pela queda do homem, que abre no
mundo o cenário obscuro do pecado e da morte. A evocação antropomórfica do
completamento da obra/trabalho de Deus repousando no sétimo dia do trabalho realizado,
abre o mundo ao trabalho do homem, pois projeta luz sobre a missão do homem para com o
universo (um exemplo para o homem), que é chamado a habitar e construir o mundo como um
colaborador de Deus, reconhecendo Ele como Criador universal.
Como o trabalho é exemplo para o homem, o repouso de Deus no sétimo dia também
o é. Porém o repouso de Deus não uma inatividade de Deus, o ato criador em sua natureza é
permanente e Deus não cessa nunca de agir, pois o repouso no sétimo dia destaca a plenitude
do que foi realizado, é um olhar contemplativo lançado sobre todas as coisas, mas
principalmente sobre o homem que é ponto culminante da criação. No desígnio criação há
uma distinção, mas também uma íntima conexão entre as ordens da criação e da salvação,
porque o Antigo Testamento põe o mistério do shabbat em relação a salvação dada por Deus
na libertação da escravidão do Egito. Por isso, para se captar o núcleo do shabbat é preciso
“captar a densidade esponsal que caracteriza, do Antigo ao Novo Testamento, a relação de
Deus com o seu povo”.
O preceito do sábado é entendido na profundidade do desígnio de Deus, não é norma
puramente cultual, mas está situado dentro do Decálogo (que está inscrito no coração de cada
homem) e é considerado “uma qualificante e imprescindível da relação com Deus”, porém é
pela fé que se capta o seu sentido profundo, pois sem ela se corre o risco de banaliza-lo e trai-
lo. É dia de repouso primeiramente porque é abençoado e santificado por Deus, separado para
ser o dia do Senhor, porém toda a realidade tem a ver com Deus, tudo Lhe pertence, por isso
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Ele não é Deus só de um dia, mas de todos os dias. Com efeito, o sétimo dia é santificado com
uma bênção especial para ser o seu dia por excelência, isso é entendido na dinâmica do
diálogo da aliança (diálogo esponsal), em que esse amor embora seja constante e não tem
interrupções, não é monótono, há várias tonalidades (ordinárias e mais intensas). O homem
deve sempre louvar e agradecer ao seu Criador, contudo, a sua relação com Deus precisa de
momentos mais explícitos de oração, de diálogo mais intenso que envolve toda a pessoa e o
dia do Senhor é esse dia. É também dia de repouso para que se reconheça que tudo é de Deus
(nós e o universo) e o homem não pode colaborar com o Criador sem reconhecer isso, e o
domingo afirma este princípio.
Antes de pedir algo para praticar, pede-se para recordar, primeiramente a criação em
que se é convidado não só repousar como o Senhor, mas repousar no Senhor. Ademais, o
preceito tem seu fundamento não só na obra da criação, mas também a libertação realizada no
êxodo. Assim, há uma teologia unitária da criação e da salvação, em que o preceito não é a
simples interrupção do trabalho, mas a celebração das maravilhas realizadas por Deus, e esta
lembrança cheia de gratidão e louvor faz o repouso do homem no dia do Senhor assumir o seu
pleno significado.
A passagem do sábado para o domingo se deu porque os cristãos perceberam a
originalidade do tempo novo e definitivo inaugurado por Jesus Cristo, então assumiram como
dia festivo o domingo, porque foi nele que Cristo ressuscitou, revelando plenamente o
mistério das origens, pois o que Deus realizou na criação e no êxodo tem na morte e
ressurreição de Cristo o seu cumprimento. Em Cristo o sentido do sábado é realizado
plenamente, o dies Domini se torna dies Christi.
O segundo capítulo, dies Christi, trata-se do dia do Senhor ressuscitado e do dom do
Espírito Santo. Acentua-se a páscoa semanal, em que a ligação do domingo com a
ressurreição do Senhor é seguida por todas as Igrejas (Ocidental e Oriental) como o centro de
todo o culto, pois a ressurreição de Jesus aconteceu no primeiro dia depois do sábado (e a sua
aparição aos apóstolos) e também o dia de Pentecostes (dia do primeiro anúncio e dos
primeiros batismos). Ademais, o primeiro dia da semana, desde os tempos apostólicos,
começou a caracterizar o ritmo da vida dos discípulos de Cristo, pois este dia era atribuído no
seu sentido que vem da mensagem pascal, em que a fidelidade a ele estava fundamentada no
Novo Testamento e ligado à revelação do Antigo, exprimindo toda a novidade do mistério
cristão. A progressiva distinção do sábado foi se dando nas catequeses dos primeiros séculos,
porém em certos períodos históricos se vê a tendência a sabatizar o domingo, ou então setores
da cristandade em que o domingo e o sábado eram observados como dias irmãos. A
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comparação do domingo cristão com a concepção do sábado mobilizou aprofundamentos


teológicos, os quais evidenciaram a ligação que há entre a ressurreição e a criação, em que a
ressurreição era visa como início de uma nova criação, lembrando sobretudo o batismo que
torna o homem novo em Cristo (e a liturgia essa dimensão no domingo). Há um simbolismo
complementar destaca o dia do Senhor como o oitavo dia, imagem da eternidade, assim, além
de ser o primeiro é o oitavo, evocando não só o início do tempo, mas também o seu fim no
século futuro, orientando o cristão para a sua meta que é a vida eterna. É ainda dia de Cristo-
luz, pois Cristo é o verdadeiro sol da humanidade, a luz do mundo e São Justino o chamava
dia do sol. É também dia do dom Espírito Santo, grande dom do Ressuscitado aos discípulos
no dia da Páscoa, que não é um acontecimento das origens, mas mistério que anima
perenemente a Igreja na Páscoa da semana, tornando-se Pentecostes da semana. É o dia da fé
por excelência, no qual a primeira manifestação do Senhor ressuscitado é renovada no hoje de
cada um dos discípulos de Cristo, sendo previsto e salientado na liturgia dominical e
solenidades a profissão de fé. Por fim, o domingo é um dia irrenunciável, porque sua
identidade deve ser salvaguardada e vivida profundamente no contexto e dificuldades de
nosso tempo, pelo fato de que a celebração do domingo cristão continua sendo um elemento
que qualifica a identidade cristã.
No capítulo três, dies ecclesiae, trata-se da assembleia eucarística como alma do
domingo. Além de ser a recordação do dia da ressurreição do Senhor, o domingo é celebração
da presença viva do Ressuscitado em nosso meio, e para esta presença seja anunciada e vivida
adequadamente é importante que os discípulos de Cristo se reúnam, exprimindo a própria
identidade da Igreja, não basta rezar individualmente e recordar interiormente. A realidade
eclesial tem na Eucaristia o seu lugar fontal, pois ela nutre e plasma a Igreja, a dimensão
eclesial se realiza todas as vezes que a Eucaristia é celebrada, mas isso se expressa com maior
enlevo quando na Missa dominical, revivendo-se a ressurreição do Senhor. A Eucaristia
dominical não tem um estatuto diferente da celebrada em qualquer outro dia e não é separada
do conjunto da vida litúrgica, com efeito, por ser o dia em que o Senhor venceu a morte e nos
fez participantes de sua morte, ela destaca mais a dimensão eclesial, tornando-se modelo para
as demais celebrações eucarísticas. O dia do Senhor é também o dia da Igreja, dentre as várias
atividades realizadas por uma paróquia “nenhuma é tão vital ou formativa para a comunidade,
como a celebração dominical do dia do Senhor e da sua Eucaristia”, pois é lugar privilegiado
de unidade que caracteriza a Igreja, unindo-se grupos, movimentos, associações e as
comunidades religiosas que integram uma paróquia, por isso ao domingo não se deve
promover as missas dos pequenos grupos, mas que a vida de unidade seja promovida e
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salvaguardada na comunidade eclesial. Ademais, a ressurreição de Cristo e sua memória no


ritmo semanal recordam o caráter de peregrino e a dimensão escatológica do povo de Deus, a
expectativa da vinda do Senhor está incluída no mistério da Igreja e se faz visível em cada
Missa, com efeito, o dia do Senhor evoca com mais intensidade a glória futura de seu
regresso, antecipando “de algum modo a realidade escatológica da Jerusalém celeste”. Por
isso, o domingo, além de ser dia da fé é também dia da esperança cristã (antecipa o banquete
escatológico das núpcias do Cordeiro. Além do mais, o Encontro com o Ressuscitado na
assembleia dominical (e em toda missa) se dá através da participação na mesa da Palavra e na
mesa do Pão da vida, pois é Ele que fala ao ser lida a Sagrada Escritura e na mesa eucarística
se tem a sua presença real, substancial e constante no memorial de sua paixão e ressurreição,
ambas formam um só ato de culto. Não obstante, a Palavra de Deus ao ser proclamada deve
ser vivenciada, e para isso precisa-se ter conhecimento apropriado das Escrituras e promove-
lo para que a influa na vida de todos os que participam da Eucaristia. Ademais, “a
proclamação litúrgica da Palavra de Deus” é um diálogo de Deus com o seu povo, e a sua
proclamação no domingo adquire tom mais solene.
Em continuidade, na Eucaristia dominical com seu caráter solene, a mesa da Palavra
leva à mesa do Corpo de Cristo, a qual se apresenta mais visivelmente como grande ação de
graças que está ligado à ressureição, mas que é fruto do movimento do mistério da kénosis de
Cristo com uma viva atualização do sacrifício de Cristo no Gólgota, que é sacrifício também
da Igreja por ela está unida a Ele. A Eucaristia é tipicamente banquete pascal e encontro
fraterno, em que o próprio Senhor se faz alimento e a participação na ceia é sempre comunhão
com Ele, além do mais, a comunhão com Cristo está profundamente ligada à comunhão com
os irmãos, pois a assembleia eucarística dominical é um acontecimento de fraternidade. Ao
participarem da Missa, os discípulos do Ressuscitado com sua força e do seu Espírito se
preparam para enfrentar as obrigações que os esperam na sua vida ordinária, pois a Missa não
se exaure no interior do templo, chama a se tornar evangelizadores e testemunhas. Quanto ao
preceito dominical, ele tem o seu coração na Eucaristia e desde os primeiros séculos recorda-
se sempre essa necessidade dos fiéis, e de tal forma era seguido que, nas perseguições, muitos
preferiam morrer a faltar à Eucaristia dominical, a Igreja sempre afirmou esse preceito em que
os fiéis têm a obrigação grave de participar. Porém, atualmente, em muitas regiões do mundo
isso é dificultado para os que desejam viver coerentemente a sua fé, por esse motivo é preciso
convencer da importância decisiva deste dia para a vida da fé. Dada essa importância, é
necessário que a celebração dominical seja jubilosa, expressando o caráter festivo que convém
a comemoração ao dia da ressurreição do Senhor, e animada pelo canto da assembleia,
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preocupando-se com sua qualidade no tocante aos textos e às melodias, de acordo com as
disposições litúrgicas e com a dignidade da tradição eclesial. É necessário que a celebração
seja cativante e participativa, para que todos os presentes se interessem promovendo o
desenvolvimento nas diversas maneiras de participação que a liturgia sugere e recomenda.
Ademais, o domingo cristão tem outros momentos além da participação na Eucaristia,
obrigando os discípulos de Cristo a conferir à vida de família, às relações sociais, às horas de
diversão, etc. um estilo de vida que transpareça a alegria do Ressuscitado no ordinário da
vida. Na ausência do sacerdote, as assembleias dominicais são convocadas para se fazer a
celebração da Palavra, de acordo com as diretrizes da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil, no documento 52 das orientações para a celebração da Palavra de Deus, recomendada
pela tradição litúrgica. Por fim, quanto às transmissões radiofônicas e televisivas, em caso de
doenças, infortúnio ou outra razão grave que impede de ir à Missa dominical, oferecem
possibilidade de se unir a uma Celebração eucarística no mesmo tempo em que é realizada,
porém, por si mesmo não permite satisfazer o preceito dominical, mas produz abundantes
frutos e se pode viver o domingo como dia do Senhor, contudo, com desejo da Eucaristia.
O quarto capítulo, dies hominis, trata do domingo como dia de alegria, repouso e
solidariedade. Antes de ser vivido como dia de repouso os cristãos o vivem como dia de
alegria, que é manifestado na liturgia, conservando a alegria dos discípulos ao acolherem o
Mestre, sendo dom e fruto do Espírito Santo. Para apreender de modo pleno o sentido deste
dia é preciso ver nessa dimensão (a alegria) que o dia do Senhor ressuscitado é especialmente
um dia de alegria, que do ponto de vista cristão, é mais duradouro e consolador do que os
fúteis sentimentos de saciedade e prazer, resistindo a própria dor. Com efeito, não há oposição
entre a alegria cristã e as verdadeiras alegrias humanas, mas essas últimas são enaltecidas e
encontram o seu fundamento último na alegria de Cristo glorificado. Ademais, o domingo
cristão põe em evidência a sua dimensão do cumprimento do sábado do Antigo Testamento,
em que a celebração da criação e da libertação, em perspectiva cristocêntrica, encontra a sua
perfeita realização, desenvolvimento e plena expressão na história da salvação, que tem o seu
ponto culminante em Cristo. Essa teologia do sábado é recuperada “sem causar dano ao
caráter cristão do domingo”. Com efeito, o sétimo dia no qual se conclui a obra da criação,
tem ligação direta com o sexto dia quando Deus fez o homem, pois Deus fez o homem e então
repousou, havendo direta relação com o dia de Deus e o dia do homem, lembrando-o de sua
dependência vital ao Criador e sua vocação de colaborador na sua obra, assim, honrando o
repouso de Deus ele se encontra plenamente a si próprio. Embora superada as modalidades do
sábado judaico, os motivos da base de sua santificação permanecem válidos, mas
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interpretados à luz da teologia e da espiritualidade dominical, pois Cristo realizou um novo


êxodo, libertando o homem de uma escravidão mais radical, que é a escravidão do pecado. O
dia do Senhor também é dia do descanso, entretanto, durante alguns séculos esse caráter não
foi vivido, mas somente como dia de culto, reconhecendo-se civilmente esse caráter somente
no século IV no Império Romano. A ligação do domingo e o descanso na sociedade civil tem
importância e significado que vai além do significado cristão, porque está inscrita na natureza
humana a alternância entre trabalho e descanso, sendo condição necessária para se subtrair do
ciclo das atividades terrenas retomando a consciência de tudo é obra de Deus, além de que,
para muitos ainda hoje, o trabalho é uma escravidão, devendo-se buscar para todos conhecer
que a liberdade, o descanso e relaxe são necessários a dignidade humana. Pois é graças ao
descanso dominical que “as preocupações e afazeres quotidianos podem reencontrar a sua
justa dimensão, pois os cristãos devem buscar que a legislação civil possa reconhecer de
santificar o domingo, tornando-se, autenticamente, o dia do Senhor também dia do homem. O
dia do Senhor é, por fim, dia de solidariedade, dando aos fiéis oportunidade de se dedicarem
às atividades de misericórdia, caridade e apostolado, pois, desde os tempos apostólicos, a
reunião neste dia constitui para os fiéis um momento de partilha fraterna com os mais pobres,
promovendo-se uma cultura da solidariedade, sendo também vigorosas indicações dos Padres
da Igreja. Por ser acontecimento e projeto de caridade, da Eucaristia, principalmente da Missa
dominical, brota uma “onda de caridade destinada a estender-se a toda a vida dos fiéis,
começando por animar o próprio modo de viver o resto do domingo”, onde os cristãos
mostram que a sua alegria, em atitudes concretas, não pode ser vivida sozinho. Dessa forma, a
Eucaristia dominical e todo o domingo se torna uma grande escola de caridade, de justiça e de
paz.
Por último, no quinto capítulo, dies dierum, trata-se do domingo como festa
primordial, reveladora do sentido do tempo. Apresenta-se Cristo como o Alfa e Ómega do
tempo, pois nele o tempo se torna uma dimensão de Deus, nos anos de sua existência terrena
constitui o centro do tempo que tem o seu ápice na ressurreição, por esse motivo na Vigília
Pascal Cristo é posto como Senhor do tempo. Assim, por ser a Páscoa semanal, o domingo
revela o sentido do tempo e prefigura a parusia, que de algum modo é antecipado pela glória
do Senhor no acontecimento da ressurreição, por isso não se deve esperar outro tempo de
salvação, porque o mundo, independentemente de sua duração cronológica, já vive o último
tempo, em que a Igreja, o universo e a história são continuamente dominados e guiados por
Cristo glorificado. Apresenta-se ainda o domingo no ano litúrgico. O domingo constitui um
ritmo semanal e a ano litúrgico um ritmo anual, em que se celebra os principais
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acontecimentos de salvação, distribuindo todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, com


efeito, as celebrações mais solenes são a da Páscoa e do Natal. Venera-se com especial amor
no decorrer do ano a bem-aventurada Virgem Maria, introduzindo também a memória dos
mártires e dos outros santos. O domingo ritma inteiramente os tempos do ano litúrgico,
constituindo o modelo natural para ser compreendido e celebrado as solenidades do ano
litúrgico. Contudo, deve-se ter cuidado com determinadas situações nas quais as tradições
populares e culturais típicas de um ambiente ameaçam invadir as celebrações dominicais e
outras festas litúrgicas incrementando no espírito da fé cristã autêntica elementos que não lhe
pertencem e poderiam desfigurá-la.
Na conclusão se ressalta a importância do domingo que tem grande riqueza pastoral e
espiritual, em que a totalidade de seus significados e implicações é uma síntese da vida cristã
e uma condição necessária para vivê-la bem, de tal forma que, sem tomar parte regularmente
na assembleia eucarística dominical, não se vive a fé na plena participação da vida da
comunidade cristã. Esta convicção de fé está acompanhada pela consciência de valores
humanos presentes na prática dominical, mas se é dia de alegria e descanso, o é pelo fato de
ser o dia do Senhor ressuscitado e ao ser vivido dessa forma ele se torna a alma dos outros
dias. Ele também adquire valor de testemunho e anúncio, é um testemunho da esperança cristã
da vinda de Cristo anunciando que o tempo não é túmulo das nossas ilusões, mas berço dum
futuro sempre novo. Quem sustenta e anima isso na Igreja é o Espírito Santo, atualizando para
cada geração de crentes o acontecimento da ressurreição. A Virgem Maria, por ser Mãe do
Senhor e Mãe da Igreja está sempre presente em cada domingo. Assim, o dia do Senhor
continuará a “ritmar o tempo da peregrinação da Igreja até ao domingo sem ocaso”, por isso o
valor desse dia sagrado deve ser reconhecido e vivido cada vez melhor.
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Referência:
JOÃO PAULO II. Carta Apostólica Dies Domini. Disponível em:
<<http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_letters/1998/documents/hf_jp-
ii_apl_05071998_dies-domini.html>>. Acesso em: 11 de novembro de 2020.
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3ª ATIVIDADE DO SEGUNDO NPC

3 - As modalidades da presença de Cristo na liturgia segundo a Sacrosanctum Cocilium 7


Conforme a Sacrosanctum Concilium 7, acerca da presença de Cristo na liturgia
afirma-se que está presente no sacrifício da missa na pessoa do ministro e nas espécies
eucarísticas, está presente pela sua virtude nos sacramentos, na sua palavra e quando a Igreja
ora e canta.

3.1 – A presença de Cristo na pessoa do ministro


Comecemos com a presença de Cristo na pessoa do ministro. Cristo Senhor para
apascentar e aumentar o povo de Deus, instituiu vários ministérios que se destinam ao bem de
toda a Igreja. Assim, os ministros revestidos do poder sagrado estão a serviço para que todos
os membros do povo de Deus e que tem a dignidade cristã, tendam todos, livre e
ordenadamente, para o mesmo fim e cheguem à salvação. Cristo ao instituir a Igreja enviou
seus apóstolos desejando que os sucessores deles, os bispos, “fossem pastores de sua Igreja
até o fim do mundo” (LUMEN GENTIUM, n.18), estabelecendo Pedro como chefe, que, na
sua figura o Romano Pontífice, é princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade da fé e
comunhão da Igreja. Como a missão divina confiada por Cristo aos apóstolos de transmitir o
Evangelho, princípio de toda a vida da Igreja em todos os tempos, continuará até o fim dos
séculos, os apóstolos constituíram os seus sucessores para que essa missão tivesse
continuidade despois que morressem, confiando o seu ministério a homens experimentados,
recomendando-os que atendessem a toda a grei na qual o Espírito Santo os estabelecera para
apascentarem a Igreja de Deus.
Assim, entre os vários ministérios que se exercem na Igreja, conforme a tradição,
ocupa o primeiro lugar o múnus dos bispos, que conservam a semente apostólica por uma
sucessão ininterrupta desde a origem. Estes tem o encargo de servir a comunidade com os
presbíteros e diáconos, seus colaboradores “e presidem em nome de Deus à grei, de que são
pastores, como mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo da
Igreja” (LUMEN GENTIUM, n.20), dessa forma, que os ouve está ouvindo a Cristo, quem os
despreza está desprezando a Cristo e aquele que o enviou. Pois “na pessoa dos bispos,
coadjuvados pelos presbíteros, é o próprio Senhor Jesus Cristo, pontífice supremo, que está
presente no meio dos fiéis. [...] não se ausenta da comunidade dos seus pontífices” (LUMEN
GENTIUM, n.21). É principalmente pelo ministério episcopal que Cristo prega a palavra de
Deus a todos os povos, continua a administrar os sacramentos da fé aos crentes e por meio da
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sabedoria e prudência dos bispos Ele dirige e orienta o povo da Nova Aliança em sua
peregrinação para a eterna bem-aventurança. Eles são ministros de Cristo e administradores
dos mistérios de Deus. Assim como os apóstolos, para poderem exercer tão excelso ofício,
foram enriquecidos por Cristo com a efusão especial do Espírito Santo, da mesma forma, pela
imposição das mãos, os apóstolos transmitiram aos seus colaboradores este dom do Espírito
Santo, e que chega até nós pela consagração episcopal, imprimindo nos bispos um caráter
sagrado de tal forma que, de maneira eminente e visível, eles fazem as vezes do próprio Cristo
Mestre, Pastor e Pontífice, agindo em seu nome.
Ademais, Cristo, por meio dos apóstolos, fez os bispos participarem da sua
consagração e missão, e os bispos legitimamente confiaram, em graus diversos, o cargo de seu
ministério a várias pessoas em graus diversos, sendo, portanto, o ministério eclesiástico
exercido nas ordens dos chamados bispos, presbíteros e diáconos. Não obstante, os presbíteros
não têm a plenitude do sacerdócio e dependem dos bispos no exercício de seus poderes, mas
estão unidos aos bispos na dignidade sacerdotal comum, sendo consagrados “para pregar o
Evangelho, apascentar os fiéis e celebrar o culto divino, como verdadeiros sacerdotes do
Novo Testamento, à imagem de Cristo, sumo e eterno Sacerdote” (LUMEN GENTIUM, n.
28), participando, no grau do seu ministério, da função Cristo anunciam a Palavras de Deus a
todos. Assim, o ministério dos presbíteros é exercido principalmente no culto ou assembleia
eucarística, pois agem na pessoa de Cristo proclamando o seu mistério, juntando as orações
dos fiéis ao sacrifício do Senhor, renovando e aplicando o único sacrifício do Novo
Testamento. Isso pelo fato de serem assinalados com um caráter especial de poderem agir na
pessoa de Cristo cabeça, sendo configurados a Cristo sacerdote. Assim, desempenham na
medida da sua autoridade, a função de Cristo pastor e cabeça, como prudentes cooperadores
da ordem episcopal (em um único presbitério), santificando e dirigindo a porção da grei do
Senhor que lhes foi confiada. Pois “é pelo ministério dos presbíteros que o sacrifício espiritual
dos fiéis se consuma em união com o sacrifício de Cristo” (PRESBYTERORUM ORDINIS,
n. 2).
Com efeito, no exercício de seu ministério, os presbíteros têm a função de: serem
ministros da palavra de Deus; ministros dos sacramentos, especialmente da eucaristia; e serem
educadores do povo de Deus. Como ministros da palavra de Deus, destaca-se que, como
ninguém pode se salvar sem antes crer, os presbíteros têm como primeiro dever anunciar a
todos o Evangelho, pois “é pela palavra da salvação que é suscitada no coração dos infiéis e
alimentada no coração dos fiéis a fé” (PRESBYTERORUM ORDINIS, n. 4), e é graças a isso
que tem início se desenvolve a assembleia dos fiéis. É próprio deles ensinar a palavra de Deus
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e convidar a todo momento todos à conversão e à santidade. Já enquanto ministros dos


sacramentos e principalmente da eucaristia, por serem sacerdotes, eles estão unidos à obra de
santificação de Deus, em que os demais sacramentos se harmonizam com a eucaristia e se
ordenam a ela, pois “na santíssima eucaristia está contido todo o bem espiritual da Igreja, isto
é, o próprio Cristo” (PRESBYTERORUM ORDINIS, n. 5), por isso ela se mostra como fonte
o coroa de toda evangelização e centro da assembleia dos fiéis presidida pelo presbítero. Por
fim, enquanto educadores do povo de Deus, os presbíteros exercem a sua autoridade conferida
pelo múnus de Cristo cabeça e Pastor, o qual foi dado para a edificação, ensinando e
admoestando como a filhos caríssimos para que cada fiel consiga a maturidade Cristã,
constituindo assim uma genuína comunidade cristã, que tem a sua raiz e o seu centro na
celebração da santíssima eucaristia, da qual começa toda a formação do espírito comunitário.
Já os diáconos estão em um grau inferior da hierarquia, recebendo a imposição das
mãos “não para o ministério sacerdotal, mas para o ministério” (LUMEN GENTIUM, n.29),
servindo o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e da caridade, estando em
comunhão com o bispo e o seu presbitério.
A partir do que foi apresentado, pode-se colher como se dá a presença de Cristo na
liturgia na pessoa do ministro. Pois, com o sacramento da Ordem, os ministros sagrados
recebem um caráter próprio para exercerem o seu ministério, segundo o grau de cada um:
estando diretamente ligado a Cristo pela sucessão apostólica, no caso dos bispos; pela
cooperação à ordem episcopal estando unidos na dignidade de sacerdote aos bispos, no caso
dos presbíteros; ou recebendo a graça sacramental pela imposição das mãos não para serem
sacerdotes, mas para servirem ao povo de Deus, em comunhão com o bispo e seu presbitério,
no serviço (a diaconia) da liturgia, da palavra e da caridade, no caso dos diáconos.

3.2 – A presença de Cristo na liturgia nas espécies eucarísticas


Cristo está presente na liturgia nas espécies eucarísticas. De fato, na Eucaristia a
promessa do Senhor de que estará sempre conosco até o fim do mundo tem uma intensidade
sem igual. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, que é o próprio Cristo, e ao
olhar para o Senhor no sacramento do altar a Igreja descobre a plena manifestação do seu
grande amor.
Com efeito, o cenáculo, lugar da instituição deste santíssimo sacramento, foi pedido
que o realizasse em sua memória, porém o significado das palavras ditas por Jesus só foi
esclarecido plenamente no fim do Triduum Sacrum, dias nos quais está contido o mysterium
paschale e também o mysterium eucharisticum. Do mistério pascal nasce a Igreja e da
15

Eucaristia, sacramento por excelência do mistério pascal, está colocado no centro da vida
eclesial desde os seus primórdios até os dias de hoje. “[...] De fato, a instituição da Eucaristia
antecipava, sacramentalmente, os acontecimentos que teriam lugar pouco depois, a começar
da agonia no Getsêmani [...]” (JOÃO PAULO II, n. 3), pois a agonia no Getsêmani foi
prelúdio da agonia na cruz de Sexta-feira Santa, a hora santa, a hora da nossa redenção. “[...]
Até aquele lugar e àquela hora se deixa transportar em espírito cada presbítero ao celebrar a
santa missa, juntamente com a comunidade cristã que nela participa” (JOÃO PAULO II, n.4).
No dom eucarístico, Cristo entregou à sua Igreja a atualização perene do mistério pascal
(Triduum Paschale), o que deve invadir sempre a assembleia eclesial, mas que deve inundar
de modo especial o ministro da Eucaristia que realiza a consagração e pronuncia as palavras
ditas por Cristo no Cenáculo, colocando a sua boca e a sua voz à disposição dEle. Deve-se
contemplar e reconhecer Cristo onde quer que se manifeste, mas sobretudo no sacramento
vivo de seu corpo e sangue, pois a Igreja vive de Jesus eucarístico e é nutrida e iluminada por
Ele. “A Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis e seu alimento
espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja n seu cominho ao longo da história [...]”
(JOÃO PAULO II, n. 9), por isso, ela sempre reservou cuidadosa atenção ao mistério
eucarístico, sobressai com autoridade do magistério dos Concílios e dos Sumos Pontífices.
Na noite em que foi entregue, Jesus instituiu o sacrifício eucarístico do seu corpo e
sangue, tendo indelevelmente inscrito neste o evento de sua paixão e morte, e não é apenas
uma evocação, mas a sua presença sacramental que se perpetua através dos séculos. A Igreja
recebeu a Eucaristia do seu Senhor como o dom por excelência, sendo dom dEle mesmo, da
sua Pessoa na humanidade e da sua obra de salvação, sendo esta a fé da Igreja reafirmada ao
longo dos séculos. A Igreja vive deste sacrifício redentor não só através da lembrança, mas
com contato atual, que está presente e perpetua-se sacramentalmente, de modo que “[...] o
sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício [...]” (JOÃO PAULO
II, n. 12), não é mais um, nem é multiplicado, pois o que se repete é a celebração memorial. É
sacrifício em sentido próprio, sendo primariamente um do ao Pai, mas que foi entregue à
Igreja na qual Cristo quis assumir o sacrifício espiritual dela, oferecendo-se a si juntamente
com o sacrifício de Cristo, por isso, pela participação do sacrifício eucarístico de Cristo os
fiéis oferecem ao Pai juntamente com a vítima divina e a si mesmos.
Ademais, “A Páscoa de Cristo inclui, juntamente com a paixão e morte, a sua
ressurreição [...]” (JOÃO PAULO II, n.14), por isso na missa está presente o mistério da
paixão, morte e ressurreição do Salvador, dando a coroação do sacrifício, pois é por estar vivo
e ressuscitado que pode se ternar pão da vida. Com efeito, nessa reprodução sacramental
16

presente na missa, dá-se uma presença especial de Cristo que “[...] chama-se ‘real’, não a
título exclusivo como se as outras presenças não fossem ‘reais’, mas por excelência, porque é
substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem [...]” (JOÃO
PAULO II, n.15), é uma verdade que estimulou a teologia empregar árduos esforços de
compreensão, mas que independentemente do entendimento, depois da consagração, o pão e o
vinho deixaram de existir, sendo, a partir de então, o corpo e o sangue do Senhor presentes
nas espécies sacramentais.
Com efeito, “A eficácia salvífica do sacrifício realiza-se plenamente na comunhão, ao
recebermos o corpo e o sangue do Senhor [...]” (JOÃO PAULO II, n.16), realizando a união
íntima dos fiéis com Cristo, na qual Cristo se oferece como alimento no verdadeiro banquete
que é a Eucaristia. Por meio da comunhão Cristo comunica o seu Espírito, aumentando o dom
do mesmo Espírito, já infundido no Batismo e recebido no sacramento da Confirmação como
selo. Além disso, a celebração eucarística expressa uma tensão escatológica nas palavras
“Vinde Senhor Jesus”, pois ela é a celebração na ardente expectativa da vinda do Senhor.
“[...] Quem e alimenta de Cristo na Eucaristia não precisa de esperar a Além para receber a
vida eterna: já a possui na terra, como primícias da plenitude futura, que envolverá o homem
na sua totalidade [...]” (JOÃO PAULO II, n.18). Por conseguinte, essa tensão escatológica
exprime e consolida a comunhão com a Igreja celeste, sendo, portanto, um pedaço do céu que
se abre sobre a terra. Além do mais a tensão escatológica dá ainda estímulo à caminhada na
história, como semente lançada que ativa a esperança na dedicação diária de cada um aos seus
próprios deveres, lavando a olhar para o novo céu e a nova terra, estimulando o sentido de
responsabilidade pela terra presente.
Em vista do que foi apresentado acerca da presença de Cristo na liturgia nas espécies
eucarísticas, nota-se que esta presença é a presença real por excelência dos Senhor, no qual
está contido o mistério pascal do Redentor em sua totalidade (paixão, morte e ressurreição),
estando presente o Cristo vivo. A Eucaristia é dom por excelência, porque é dom do próprio
Cristo, humano e divino (corpo, sangue, alma e divindade). Com efeito, destacou-se também
o que implica essa presença, que além de ser evento da páscoa do Senhor, é sacramento que
realiza eficácia salvífica plenamente na comunhão, comunica o Espírito Santo, expressa
tensão escatológica em sua dimensão de comunhão com a Igreja celeste e estímulo na
caminha da história no sentido de responsabilidade pela terra presente.

3.3 – A presença de Cristo na liturgia pela virtude dos sacramentos


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Cristo também está presente na liturgia pela virtude dos sacramentos, em que a
eficácia deles se dá porque neles age o próprio Cristo, de modo que “[...] é ele quem batiza, é
ele quem atua em seus sacramentos, a fim de comunicar a graça significada pelo sacramento
[...]” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1127) pelo poder do Espírito Santo. Por
isso, os sacramentos atuam pelo próprio fato da ação ser realizada, devido à obra salvífica de
Cristo realizada uma vez por todas.
“[...] Daí segue-se que o ‘sacramento não é realizado pela justiça do homem que o
confere ou o recebe, mas pelo poder de Deus’. A partir do momento em que um
sacramento é celebrado em conformidade com a intenção da Igreja, o poder de
Cristo e de seu Espírito agem nele e por ele, independentemente da santidade
pessoal do ministro. Contudo, os frutos dos sacramentos dependem também das
disposições de quem os recebe” (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1128).

Além disso, a Igreja também afirma aos crentes que os sacramentos são necessários à
salvação, pois a graça deles é dada por Cristo pelo Espírito Santo, conforme o caráter peculiar
de cada sacramento.
Entretanto, é preciso entender como se consolida essa presença da Cristo pela virtude
dos sacramentos. Os sacramentos foram todos instituídos pelo próprio Senhor Jesus Cristo,
pois suas palavras e gestos, tanto da vida oculta como da vida pública, eram salvífica,
antecipando o poder do mistério pascal. Por isso, os “[...] mistérios da vida de Cristo são os
fundamentos daquilo que agora, por meio dos ministros de sua Igreja, Cristo dispensa nos
sacramentos, pois ‘aquilo que era visível em nosso Salvador passou para seus mistérios”
(CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1115). Assim, “Os sacramentos são ‘forças que
saem’ do corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante; são ações do Espírito Santo operante no
corpo de Cristo, que é a Igreja; são ‘as obras-primas de Deus’ na Nova Aliança”
(CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, n. 1116), sendo a Igreja a dispensadora desses
mistérios. Por isso, os sacramentos são da Igreja, porque ela é o sacramento da ação de Cristo
que opera nela graças ao Espírito e são os sacramentos que fazem a Igreja. Ela forma com
Cristo-cabeça uma única pessoa mística. O ministério ordenado garante que é Cristo que age
pelo Espírito para a Igreja nos sacramentos, pois o ministro que recebeu o sacramento da
ordem “[...] é o elo sacramental que liga a ação litúrgica àquilo que disseram e fizeram os
apóstolos, e, por meio destes, ao que disse e fez Cristo [...]” (CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA, n. 1120), que é a fonte e o fundamento dos sacramentos.
Portanto, é da maneira apresentada que Cristo se faz presente nos sacramentos. É o
próprio Cristo que age nos seus sacramentos pelo Espírito Santo comunicando sua força
salvadora, sendo operados por meio da Igreja, seu corpo místico. E é o ministério ordenado o
18

elo que liga, sacramentalmente, ao disseram e fizeram os apóstolos, e, por meio desses
enviados de Cristo, ao que disse e fez o próprio Cristo, fundamento de todos os sacramentos.

3.4 – A presença de Cristo na liturgia na Palavra


A presença de Cristo na liturgia se dá ainda na Palavra de Deus, pois é o próprio Cristo
que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura, é uma contínua, plena e eficaz proclamação
da Palavra de Deus, permanecendo viva e eficaz pela força do Espírito Santo, que a torna
fundamento da ação litúrgica, norma e sustentáculo da vida inteira. De fato, “[...] a
hermenêutica da fé relativamente à Sagrada Escritura deve ter sempre como ponto de
referência a liturgia, onde a Palavra de Deus é celebrada como palavra atual e viva [...]”
(BENTO XVI, n. 52), seguindo o ritmo do ano litúrgico, em que a Palavra de Deus é
distribuída ao longo do tempo, de modo particular na eucaristia e na Liturgia das Horas.
Ademais, para melhor entender a presença de Cristo na liturgia e o valor da liturgia
para a compreensão da Palavra de Deus, destaca-se ainda alguns temas significativos de
âmbitos da vida litúrgica em relação à Palavra de Deus. A primeira relação destacada é entre a
Sagrada Escritura e os sacramentos, que estabelece vínculo na ação pastoral e na investigação
teológica, pois a liturgia da Palavra é elemento decisivo na celebração de cada um dos
sacramentos, devendo os sacerdotes e diáconos, principalmente quando os administram, pôr
em evidência a unidade formada por Palavra e Sacramento no ministério da Igreja.
A segunda relação é entre Palavra de Deus e Eucaristia, pois é na celebração
eucarística que a relação entre Palavra e sacramentos ganha maior profundidade, estando
radicada na Escritura, atestada nos Padres da Igreja e reafirmada pelo Concílio Vaticano II.
Nota-se que a figura do“[...] discurso sobre o pão evoca o dom de Deus que Moisés obteve
para o seu povo com o maná no deserto, que na realidade é a Torah, a Palavra de Deus que
faz viver [...]” (BENTO XVI, n. 54), Jesus o torna verdade em si mesmo, pois Ele é o pão de
Deus que desce do Céu e que dá vida ao mundo, assim a Lei se torna Pessoa, porque no
mistério da Eucaristia se mostra o verdadeiro pão do céu. Na narração dos discípulos de
Emaús em Lucas há uma reflexão sobre o vínculo entre a escuta da Palavra e a fração do pão.
Nessas narrações, nota-se a Escritura revelando o seu nexo indissolúvel com a Eucaristia, o
que é observado na liturgia, em que Palavra de Deus lida e proclamada conduz ao sacrifício
da aliança e ao banquete da graça como se se tratasse da sua própria finalidade. Assim,
Palavra e Eucaristia correspondem-se tão intimamente que uma não se compreende sem a
outra, porque a Eucaristia nos abre a inteligência da Escritura, e esta ilumina e explica a o
19

mistério eucarístico, é incompleta a compreensão da Escritura sem o reconhecimento da


presença real do Senhor na Eucaristia, dando-se por isso à palavra de Deus e ao mistério
eucarístico a mesma veneração, embora não o mesmo culto.
Outro tema tratado é acerca da sacramentalidade da Palavra, que tem na sua origem o
mistério da encarnação (o Verbo se fez carne), pois a Palavra se torna perceptível à fé por
meio do sinal de palavras e gestos humanos, sendo esse horizonte sacramental da revelação
“[...] a modalidade-histórico salvífica com que o Verbo de Deus entra no espaço e no tempo
[...] Assim é possível compreender a sacramentalidade da Palavra através da analogia com a
presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho consagrados” [...] (BENTO XVI, n.
56). Como Cristo está realmente presente nas espécies do pão e do vinho, está presente do
modo analógico na Palavra proclamada na liturgia.
Ressalta-se, como aspecto da celebração inseparável do serviço da Palavra, a
importância do Lecionário. A sua estrutura atual, com mais rico acesso à Sagrada Escritura
principalmente na liturgia dominical, apresenta os textos mais importantes da Escritura
possibilita a compreensão da unidade do plano divino por meio da correlação entre as leituras
do Antigo e Novo Testamento, tendo em Cristo e no seu mistério pascal a sua centralidade.
Além do mais, o atual Lecionário do rito latino tem significado ecumênico, sendo apreciado e
utilizado por confissões que ainda não estão em plena comunhão com a Igreja Católica.
Outro ponto sublinhado é a proclamação da Palavra e o ministério do leitorado, no
qual há necessidade de cuidar com adequada formação para o exercício de leitor na
celebração litúrgica. É preciso que os leitores, mesmo que não tenham recebido a instituição,
sejam idôneos e preparados com empenho, não só em relação a formação bíblica e litúrgica,
mas também técnica (tanto na voz natural, como com os instrumentos de amplificação
sonora).
Há de se destacar a importância da homilia, na exposição da Palavra de Deus, função
que compete aos ministros ordenados (bispos, presbíteros e diáconos), que é parte integrante
da ação litúrgica e favorece uma compreensão e eficácia mais ampla da Palavra de Deus na
vida dos fiéis. Ela é uma atualização da mensagem da Sagrada Escritura e deve levar a
compreensão do mistério que se celebra, por isso, os incumbidos dessa tarefa a tenham
verdadeiramente a peito, evitando homilias genéricas e abstratas e divagações inúteis, atraindo
mais atenção ao pregador do que para o centro da mensagem evangélica, pois a finalidade da
pregação e centro da homilia é mostrar Cristo. Para isso, é necessário que os pregadores
tenham familiaridade e contato assíduo com a Escritura, preparando-se na meditação e oração
para pregarem com convicção e paixão, deixando ser o primeiro a ser interpelado pela Palavra
20

de Deus que anuncia, cuidando especialmente da homilia dos domingos e solenidades, não
deixando de oferecer, nas missas da semana com o povo, breves reflexões. Por isso, é
conveniente um diretório homilético, que sirva de instrumento e subsídio para ajudar os
ministros a desempenharem melhor maneira possível essa tarefa.
Apesar de ser a Eucaristia que esteja no centro da relação entre Palavra de Deus e
sacramentos, ressalta-se também a sua relação com os outros sacramentos, particularmente a
Reconciliação e a Unção dos Enfermos, nos quais muitas vezes é negligenciada a referência à
Escritura, porém é necessário dar-lhe o espaço que lhe compete. Na Reconciliação a Palavra
de Deus ilumina o fiel para que possa reconhecer os seus pecados, chamando-o à conversão e
à confiança na misericórdia de Deus. Na Unção dos Enfermos a Palavra de Deus tem uma
força salutar e é um apelo vivo a conversão pessoal constante do ouvinte, além de ter páginas
de conforto.
Há ainda a relação da Palavra de Deus e a Liturgia das Horas, a qual exalta a Sagrada
Escritura, constituindo “[...] uma forma privilegiada de escuta da Palavra de Deus, porque põe
os fiéis em contato com a Sagrada Escritura e com a Tradição viva da Igreja [...]” (BENTO
XVI, n. 62). Na Liturgia das Horas a Igreja exerce a função sacerdotal de Cristo, sua cabaça,
oferecendo a Deus ininterruptamente o sacrifício de louvor, e, enquanto oração pública da
Igreja, manifesta o ideal cristão de santificação do dia inteiro. Os que são obrigados a rezar a
Liturgia das Horas, em virtude do próprio estado de vida, vivam fielmente esse compromisso
em benefício de toda a Igreja.
Também no cerimonial das bênçãos é previsto a proclamação, escuta e a explicação da
Palavra de Deus, por meio de breves advertências. Ademais, o gesto da bênção não deve
aparecer isolado e si mesmo, mas relacionado com a vida litúrgica do Povo de Deus no grau
que lhe é próprio.
Por fim, dado os elementos fundamentais da relação entre Liturgia e Palavra de Deus,
e a presença da Palavra de Deus na Liturgia, há algumas sugestões e propostas concretas para
a animação litúrgica para favorecer uma crescente familiaridade com a Palavra de Deus no
âmbito das ações litúrgicas ou que estejam relacionadas com ela de alguma forma, são elas: a
celebração da Palavra de Deus, que é ocasião privilegiada de encontro com o Senhor, sendo
um elemento importante da pastoral litúrgica, porém ela é vivamente recomendada nas
comunidades onde não é possível a celebração eucarística nos dias festivos de preceito,
devido à escassez de sacerdotes; a Palavra e o silêncio, em que o silencio tem importante
valor para a recepção da Palavra de Deus, porque ela é pronunciada e ouvida no silêncio
interior exterior, devendo a liturgia, particularmente na liturgia da Palavra, facilitar a escuta
21

autêntica, sendo também previstos momentos de silêncio como parte da celebração; a


proclamação solene da Palavra de Deus, sobretudo em ocorrências litúrgicas relevantes,
especialmente do Evangelho, ajudando o Povo de Deus a reconhecer que a sua leitura é o
ápice da liturgia da Palavra, utilizando o Evangeliário e proclamando-o com o canto; a
Palavra de Deus no templo cristão, valorizando-se os meios que ajudem os fiéis a prestar
maior atenção, como a acústica, a localização do ambão em lugar visível, fixo,
esculturalmente em harmonia com o altar representando visivelmente o sentido teológico da
dupla mesa da Palavra e da Eucaristia e também um local de honra para se colocar a Sagrada
Escritura fora da celebração; exclusividade dos textos bíblicos na liturgia, não sendo
substituídas por outros textos as leituras tiradas da Sagrada Escritura, sendo também o Salmo
Responsorial Palavra de Deus e por isso não deve ser substituído por outros textos; conto
litúrgico biblicamente inspirado, exprimindo a beleza da Palavra divina através de um
harmonioso acordo entre as palavras e a música; por fim, a particular atenção aos cegos e aos
surdos, que tem dificuldade de participar ativamente na liturgia, providenciando-se
instrumentos adequados para ir ao encontro das dificuldades deles.

3.5 – A presença de Cristo na liturgia na Igreja que ora e salmodia


Cristo, por fim, está presente na liturgia na Igreja que ora e salmodia. Com efeito, a
liturgia é a Igreja em oração, pois a ações litúrgicas são ações que pertence a todo o corpo da
Igreja, não são celebrações privadas, tendo o próprio Senhor afirmado que onde dois ou três
estiverem reunidos em seu nome Ele estaria no meio deles. Concebe-se os modos de celebrar
a liturgia na Liturgia das Horas, nos sacramentos, na Palavra e nas bênçãos, dentro do quadro
do Ano Litúrgico, no qual se celebra o mistério de Cristo. Assim, quando a comunidade cristã
se reúne para celebrar o culto divino, principalmente na assembleia eucarística, manifesta-se
mais evidentemente Igreja, que é sinal eficaz, sacramento fundamental, porque é corpo de
Cristo, pois “[...] quem opera nela e através dela é Cristo, sacramento originário [...]”
(CORDEIRO, p. 209). De fato, “[...] na liturgia da Igreja, na sua oração, na comunidade viva
dos crentes, nós experimentamos o amor de Deus, sentimos a sua presença e aprendemos
deste modo também a reconhecê-la na nossa vida quotidiana” (CORDEIRO, p. 211).
Portanto, na Igreja que ora na liturgia, encontra-se a presença de Cristo.
De fato, o Ofício Divino ou Liturgia das Horas é obra de Cristo e da Igreja, pois
Cristo, o sumo sacerdote da nova e eterna aliança, é primeiro liturgo, continuando esse múnus
sacerdotal por meio da Igreja, que louva o Senhor ininterruptamente e intercede pela salvação
do mundo todo. Isso se dá não somente com a celebração eucarística, mas de outros modos,
22

de modo especial pela recitação do Ofício Divino, consagrando pelo louvor a Deus o curso
diurno e noturno do tempo.

“[...] E quando são os sacerdotes que cantam esse admirável cântico de louvor, ou
outros para tal deputados pela Igreja, ou os fiéis quando rezam juntamente com o
sacerdote segundo as formas aprovadas, então é verdadeiramente a voz da esposa
que fala com o esposo, ou melhor, é a oração que Cristo unido ao seu corpo eleva ao
Pai” (SACROSANCTUM COCILIUM, n. 84).

Portanto, ao se fazer esta oração se cumpre a obrigação da própria Igreja e se participa


da sua imensa honra, pois se está em nome da Igreja diante do trono de Deus a louvá-Lo.
A liturgia é fonte indispensável do verdadeiro espírito cristão, na qual se realiza o
exercício do sacerdócio de Cristo total (cabeça e membros) e o meio mais eficaz de transmitir
a vida de Cristo aos homens. Ela constitui a espiritualidade da Igreja, recebida de Cristo e da
Igreja apostólica, na qual bebe do Espírito do Senhor que a plenifica de vigor e sinergia para
todas as suas atividades. A liturgia é instrumento de santificação e fonte de sólida e verdadeira
espiritualidade cristã. Nela se realiza a obra de salvação da humanidade e “contribui em sumo
grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a
autêntica natureza da verdadeira Igreja” (CORDEIRO, p. 210). Assim entendida, ela constitui
uma obra teândrica no espaço e no tempo, unindo o homem a Deus, na qual os homens
participam da obra divina inseridos em Cristo, tendo na caridade o elemento imprescindível
para a verdade do culto cristão e na fé o elemento que confere plena atuação.
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Referências:

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Vozes, 2000.

CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium. In:


Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 1997.

CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Decreto Presbyterorum Ordinis. In: Documentos


do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 1997.

CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Sacrosanctum Concilium. In:


Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 1997.

CORDEIRO, José Manuel Garcia et al. Liturgia da Igreja. Lisboa: Universidade Católica
Editora, 2008. p. 207 – 217.

JOÃO PAULO II. Carta Encíclica Ecclesia de Eucaristia. 2ª ed. São Paulo: Pulinas, 2003.

BENTO XVI. Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum Domini. Disponível em: <<
http://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/apost_exhortations/documents/hf_ben-
xvi_exh_20100930_verbum-domini.html>>. Acesso em: 17 de julho de 2020.
24

4ª ATIVIDADE DO SEGUNDO NPC

BERGAMINI, Augusto. Cristo, Festa da Igreja – história, teologia, espiritualidade e


pastoral do ano litúrgico. Paulinas, São Paulo, 1997. Pág. 177-194.

4 – A teologia e espiritualidade do Tempo do Advento


Como esse trabalho visa discorrer acerca da teologia do Tempo do Advento e da sua
espiritualidade, tratar-se-á primeiramente da teologia desse tempo e em seguida da sua
espiritualidade.

4.1 – A teologia do Tempo do Advento


Esse tempo litúrgico possui rico e original conteúdo teológico, pois considera a
totalidade do mistério da vinda do Senhor na história, até porque os diversos aspectos do
mistério se exigem mutuamente formando uma unidade. A teologia do Advento possui quatro
dimensões ou elementos: a dimensão histórica da salvação; a dimensão escatológica do
mistério cristão; dimensão missionária da vinda de Deus na carne; e Isaías apresenta o Deus
da libertação e da consolação, fiel e realizador da promessa.
Na dimensão histórica da salvação, destaca-se que apesar da Bíblia levar em conta o
conhecimento de Deus através da história, o primeiro e principal caminho de encontro com o
divino não é esse, porque Deus age dentro dos acontecimentos em sentido salvífico, onde o
tempo torna-se como o sacramento do seu agir, tendo a com Jesus a plenitude do tempo em
que o Reino se torna próximo. Assim “ O Advento é o tempo no qual é lembrada a grande
verdade como lugar da atuação do plano salvífico de Deus”.
Na dimensão escatológica do mistério cristão, destaca-se que na revelação bíblica
Deus se manifesta como aquele que realiza a salvação e está sempre presente para salvar.
Com efeito, o Advento possibilita passar de uma visão das coisas últimas, os novíssimos, em
visão individualista e estática para uma visão escatológica dinâmica, vendo na história o lugar
do agir de das promessas de Deus numa perspectiva da consumação dos séculos no dia do
Senhor.
Na dimensão missionária da vinda de Deus na carne, ressalta-se o Advento de Cristo
na Igreja e por meio dela atua mediante a missão, fundada no mistério da participação e
continuação da missão de Cristo. Por isso, o Advento é tempo de aprofundamento do
significado da missão, revelando que o anseio missionário é elemento essencial da vida cristã.
Por fim, os textos de Isaías que apresenta o Deus da libertação, que protege a causa
dos pobres e oprimidos. Com isso, a missão, no mistério desse tempo, volta-se inteiramente
25

para suscitar a esperança dos humildes e fracos, que podem apoiar-se somente no poder do
Deus de Jesus, que se manifesta na fraqueza, mas que manifesta o seu senhorio e sua grandeza
régia principalmente em benefício das vítimas do egoísmo humano. Assim, a celebração do
tempo do Advento é indispensável para compreender o mistério da salvação.

4.2 – A espiritualidade do Tempo do Advento


Ao se tratar da espiritualidade do Tempo do Advento, nota-se que a liturgia apela para
se viver alguns comportamentos essenciais do cristão: a expectativa vigilante e alegre, a
esperança, a conversão e a pobreza. Abordar-se-á cada um desses comportamentos abaixo.
O primeiro deles, a expectativa vigilante e alegre, é uma característica do cristão e da
Igreja. Pois o Deus da revelação é o Deus da promessa e na liturgia do Advento ressoam as
suas promessas, especialmente por Isaías que transmite anuncia a esperança de Israel, que é a
esperança da Igreja, mas já realizada em Cristo, esperando o cumprimento final na vinda
gloriosa do Senhor. Acompanha a expectativa vigilante o convite à alegria, pois aquilo que se
espera certamente acontecerá. “A alegria caracteriza os tempos messiânicos”, assim a vinda
do Salvador gera um clima de alegria que na liturgia do Advento é relembrada e quer que seja
vivida.
O segundo comportamento desse tempo é a esperança, pois o Deus da revelação de
Jesus é o Deus da esperança, e ao entregar Cristo ao mundo o Pai dá simultaneamente
esperança ao mundo, porque Ele é a nossa esperança, sustento e fundamento da esperança na
vida eterna. Ademais, o Advento é um tempo que educa à esperança e confiança no Senhor.
Por buscar a cidade futura e permanente, a Igreja é lugar, sinal e instrumento da salvação
escatológica, e pelo mistério do Advento é chamada a se tornar sinal concreto de libertação
integral do homem, que é simultaneamente graça de Deus e livre resposta humana. É mais
forte e urgente esse apelo à Igreja “diante das grandes áreas vazias de esperança, que se
registram no mundo contemporâneo”.
O terceiro comportamento, Advento como tempo de conversão, está relacionado aos
dois anteriores, pois não é possível esperança e alegria “sem retornar ao Senhor de todo o
coração, na expectativa da sua volta”, lutando contra o torpor e negligência, estando de
prontidão e desapegado dos prazeres e bens terrenos. Por isso, esse comportamento exige
sobriedade, renúncia aos excessos noturnos e o que pode desviar da espera do Senhor. No
segundo domingo do Advento a pregação de João Batista é apelo à conversão. Há intima
ligação entre os comportamentos do tempo do Advento, de modo que, sem a conversão não se
vive a expectativa, a esperança e a alegria na vinda do Senhor. Com efeito, o espírito de
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conversão do Advento tem tonalidades diferentes da que é relembrada na Quaresma, porque,


embora a substância seja a mesma, a Quaresma é marcada pela austeridade de reparação do
pecado e o Advento é marcado pela alegria da vinda do Senhor.
Por fim, o quinto e último comportamento que caracteriza a espiritualidade desse
tempo é a do pobre, porém não o pobre em sentido econômico, mas em sentido bíblico, que
tem por disposições fundamentais a humildade, o temor de Deus e a fé, objeto do amor
benevolente de Deus e primícias do povo humilde. No Advento a Igreja e todo cristão são
chamados a verificar esse comportamento essencial. Maria aparece como modelo dos pobres
do Senhor, que espera a vinda do Senhor, pois espera a promessa de Deus, confia nele e está
disponível com docilidade à atuação do plano de Deus.
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5ª ATIVIDADE DO SEGUNDO NPC

5 – O que a Igreja ensina e celebra sobre o culto à Virgem Maria, aos Mártires e aos
Santos, comente uma solenidade ou festa a partir dos textos bíblicos e eucológicos.
A partir do que é pedido pelo comando da questão, este texto apresenta a seguinte
estrutura: primeiramente o que a Igreja ensina e celebra sobre o culto à Virgem Maria; o que a
Igreja ensina e celebra acerca ao culto dos Mártires e dos Santos; por fim, o comentário da
solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, a partir dos textos bíblicos e eucológicos.

5.1 – O que a Igreja ensina e celebra sobre o culto à Virgem Maria


Sabe-se que na celebração dos mistérios de Cristo no ano litúrgico, a Igreja venera
com especial amor a Mãe de Deus, por estar unida indissoluvelmente à obra de salvação de
seu Filho, admirando e exaltando nela o mais excelente fruto da redenção e contemplando
com alegria nela uma imagem puríssima daquilo que a própria Igreja anseia e espera ser. De
fato, o ano litúrgico é do Senhor Jesus Cristo, e é do mistério de Cristo que as festas de Nossa
Senhora e dos santos recebem luz e adquirem significado, ocupando precioso lugar na
celebração do ano litúrgico.
Ademais, a Igreja ensina que há quatro motivos pelos quais venera com especial amor
a Virgem Maria durante o ano litúrgico, já apresentados no parágrafo precedente, que são: por
ser mãe de Deus; por estar indissoluvelmente unida à obra da salvação do seu Filho; porque
nela admira e exalta o fruto mais excelso da redenção; e por contemplar nela, como numa
imagem puríssima, aquilo que deseja e espera ser.
A primeira motivação, por ser mãe de Deus (Theotókos), a Igreja celebra, como uma
das primeiras festas marianas, a maternidade divina da Santíssima Virgem, pois aí está a
origem de todo o privilégio de Maria, culto que cresceu, por parte do povo de Deus, a partir
do Concílio de Éfeso (431). É uma dignidade única, porque “[...] Ela não é mãe do corpo do
seu Filho, mas é, a pleno título, a Mãe do seu Filho: Mãe desse Filho que é Deus [...]”
(BERGAMINI, p. 448), estabelecendo uma relação pessoal com Deus em nível único de
profundidade, a mais alta pensável entre uma criatura e o seu Criador. Por isso, Maria está
acima de qualquer criatura, sendo venerada e amada pela Igreja.
A segunda motivação, unida indissoluvelmente à obra da salvação do seu Filho, se dá
pelo fato dela ser inseparável de seu Filho e por ela ser entendida somente em função de
Cristo na obra de salvação, ligação essa fortemente expressa na liturgia. Dessa forma, com a
reflexão acerca da celebração dos mistérios de Cristo se desenvolve a veneração para com a
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Virgem Maria, Mãe do Redentor, pois: Deus a envolveu com a sua graça desde o primeiro
momento de sua concepção, preservando-a da mancha do pecado; em fatos salvíficos
realizados no nascimento e na infância de Cristo Maria foi intimamente associada,
participando e ocupando lugar neles; nos fatos salvíficos realizados durante a vida pública de
Jesus, a Virgem Maria também tomou parte; e no mistério pascal de Cristo se encontra Maria
intimamente unida ao Filho (no sacrifício da cruz, na sua ressurreição e depois da ascensão
em oração com os apóstolos implorando o dom do Espírito Santo).
A terceira motivação, nela a Igreja admira e exalta o fruto mais excelso da redenção,
está o mistério de Maria, que é “[...] mistério da iniciativa de misericordiosa de Deus para a
salvação do mundo [...]” (BERGAMINI, p. 450). É filha de Adão e salva por Cristo de
maneira sublime, pois foi preservada do pecado original desde a sua concepção em vista dos
méritos de Jesus Cristo, sendo o fruto mais excelso da redenção.
A quarta e última motivação, contemplando em Maria como uma imagem puríssima
daquilo que deseja e espera ser, a Virgem Santíssima é honrada como ícone da santa Igreja.
Assim, pelos vínculos que unem a Igreja à Maria, a Igreja quer viver o mistério da Cristo com
ela e por ela, pois ela é modelo e mãe da Igreja e sinal de esperança e consolação.
Por fim, como se nota, no ano litúrgico, na celebração dos mistérios de Cristo, a Igreja
venera Maria, Mãe de Deus, unida inseparavelmente à obra de salvação de seu Filho, não em
um ciclo mariano paralelo ao de Cristo.

5.2 – O que a Igreja ensina e celebra acerca do culto dos Mártires e dos Santos
Tratando-se do que a Igreja ensina e celebra sobre o culto do Mártires e dos Santos,
destaca-se que os primeiros santos cultuados foram santos que sofreram o martírio, e o
primeiro testemunho do culto de um mártir foi o de São Policarpo, mártir em 155, e em Roma
na metade do século III há testemunhos da veneração e invocação dos santos apóstolos Pedro
e Paulo. O primeiro culto a surgir ao lado da celebração da Páscoa foi o dos mártires, mas
como um aspecto do mistério pascal, de tal maneira que no aniversário de martírio se fazia
memória do testemunho heroico do evangelho dado por eles, mas o momento central da
comemoração era a celebração da eucaristia, durante a qual se pronunciava o nome do mártir.
Inicialmente, o culto dos mártires era estritamente local, ligado ao dia da morte e o lugar onde
o corpo tinha sido depositado.
Com efeito, há que se destacar que o culto dos mártires eram diferentes dos costumes
de prestar honras fúnebres aos defuntos conservando as seguintes características: os cristãos
se reuniam perante o túmulo para celebrar o “dies natalis” como nascimento para vida do céu
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e não para o dia do nascimento para vida terrena, como os pagãos faziam para os defuntos; a
comemoração era feita em espírito de alegria, de vitória e esperança, não restringindo a
participação ao círculo de parentes, mas tinha a participação de toda a Igreja que estava no
lugar, diferente do costume pagão; e o culto dos mártires não se limitava à primeira geração
dos que os tinham conhecido, mas se prolongava nas gerações sucessivas, diferente do culto
pagão aos defuntos. Num primeiro momento o culto dos mártires era somente local, mas
sucessivamente se estendeu para as Igrejas vizinhas até se tornar universal.
Em relação ao culto de outros santos não mártires, entende-se o alargamento do culto a
eles na Igreja da seguinte forma: do culto aos que derramaram o sangue, passou-se ao
daqueles que confessaram a fé publicamente, sofrendo torturas, prisão e exílio (os
confessores); depois a consideração dos santos e o seu culto alargou-se quando entrou a ideia
de martírio espiritual, que são os que não foram mártires por falta de ocasião do martírio;
entraram ainda no número dos santos as grandes figuras de bispos que ensinavam
eminentemente a fé cristã com a sua doutrina e exemplo da vida; vem também a categoria,
dentro da ideia do martírio espiritual, dos ascetas, das virgens, dos monges, “[...] até chegar a
todo fiel que tenha dado testemunho heroico de vida cristã em qualquer situação”
(BERGAMINI, p. 482).
Por fim, como se nota, houve um progressivo alargamento no culto aos mártires e
outros santos, ampliando-se a ideia de santidade cristã, mas que tem as suas raízes e autêntica
justificação no martírio, pois os mártires são os perfeitos imitadores de Cristo, assimilando-se
ao Cristo morto e ressuscitado, deixando, assim, o mistério pascal no centro da celebração
cristã do ano litúrgico. Os outros santos são considerados como tal porque seguiram a Cristo
com força e heroísmo equivalentes. “[...] O conceito de santidade cristã conserva, assim, uma
referência radical e íntima com o martírio e o mistério pascal de Cristo [...]” (VISENTIN apud
BERGAMINI, p. 483). Portanto, quando a Igreja ao celebrar as festas dos santos, no fundo
celebra o único mistério pascal de Cristo, revivido em seus membros.

5.3 – Comentário da solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, a partir dos textos
bíblicos e eucológicos
A solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, acontece, no rito romano, em 1º de
janeiro, durante o Tempo do Natal, especificamente na oitava da Natal, manifestando a íntima
ligação de Maria ao mistério do Natal do Senhor. Todas as Igrejas recordam o título de Mãe
de Deus, estando presente nas orações eucarísticas diárias e durante o ano, principalmente nas
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solenidades do Natal, porém em alguns ritos são celebradas em datas diferentes. Em Roma ela
é a mais antiga liturgia mariana (550-595).
Os textos bíblicos usados na liturgia dessa solenidade são: na primeira leitura Nm
6,22-27; salmo 67 (66); na segunda leitura Gl 4,4-7; Evangelho de Lucas 2,16-21. A primeira
leitura contém a fórmula da bênção usada pelos sacerdotes de Israel sobre o povo no fim das
cerimônias litúrgicas, de modo especial na festa do ano novo, assim a referência a Maria é
indireta, referindo-se à solenidade no sentido de que a autêntica bênção é Cristo e Maria é de
modo privilegiado objeto dessa bênção. O salmo também traz como conteúdo o tema da
bênção. Na segunda leitura, o texto permite ver a mulher da qual Jesus nasceu, a primeira a
ser beneficiada por tudo aquilo que há de graça e de alegria no mistério do abaixamento do
Filho de Deus, além disso, o “texto deve ser lido à luz dos dois primeiros capítulos do
Evangelho de Lucas”. O Evangelho, que trata de quando os pastores encontraram Maria, José
e o recém-nascido, é lido colocando acentos naquilo que se refere à Mãe de Deus, onde ela é
apresentada pelo evangelista como aquela que acolhe a palavra e crê, não sabendo como será
no futuro, com isso, à luz da fé, Maria é atenta é medita cada detalhe que acontece ao redor de
seu Filho.
Nos textos eucológicos dessa solenidade destaca-se o seguinte: na oração da coleta se
ressalta que Deus pela virgindade fecunda da Maria dá à humanidade a salvação eterna; na
oração sobre as oferendas, pede a Deus que leva seus dons à perfeição, conceda aos seus
filhos alegrar-se com as primícias da graça podendo alcançar a perfeição; no prefácio o
motivo de ação de graças é a maternidade divina de Maria enquanto maternidade virginal; na
oração depois da comunhão se proclama a Virgem Maria Mãe de Deus e Mãe da Igreja; por
fim, as antífonas de entrada e comunhão se referem, respectivamente, a uma saudação à Mãe
de Deus que dá a luz o Rei eterno do céu e da terra ressaltando-se títulos aos quais Cristo e
denominado e a passagem da carta aos Hebreus “Jesus Cristo ontem e hoje e por toda a
eternidade.
Portanto, nesse comentário à solenidade de Maria Santíssima, Mãe de Deus, nota-se forte
referência ao mistério do tempo litúrgico em que está inserida no rito romano, o Natal, dando
sempre enlevo que o mistério da maternidade divina de Maria está diretamente ligado ao
mistério de Cristo. Isso ganha mais destaque ainda quando se analisa medita os textos bíblicos
e eucológicos da solenidade.
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Referência:

BERGAMINI, Augusto. Cristo, Festa da Igreja – história, teologia, espiritualidade e


pastoral do ano litúrgico. Paulinas, São Paulo, 1997. Pág. 447-485.

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