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CURSO DE TEOLOGIA
Ananindeua- PA
2021
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DANIEL NASCMENTO
DANIEL LOPES NOÉ
ERENILSON ALVES
JEFERSON VIERA FÉLX
WESLEY OLIVEIRA
Ananindeua - PA
2021
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Maria pintado por São Lucas) que foi roubado de uma Igreja na ilha de Creta, na Grécia, por
um homem que vivia como comerciante, cuja intenção era vender em Roma. Com efeito, na
travessia do Mar Mediterrâneo, enfrentou violenta tempestade que quase naufragou o navio, e,
chegando a Roma, ficou doente. Arrependendo-se, contou sua história a um amigo, pedindo
que devolvesse o ícone a uma Igreja para que os fiéis o venerassem. Porém, a esposa do
amigo não quis devolver. Assim, após a morte do marido, Nossa Senhora aparece a sua filha
de seis anos dizendo para colocar o quadro em uma igreja, ou na de São João de Latrão ou na
de Santa Maria Maior. Com efeito, o ícone foi entronizado na igreja de São Mateus em 27 de
março de 1499 e ficou lá por mais de 300 anos. Contudo, no século XVIII, Roma foi invadido
pelos franceses e a Igreja da São Mateus foi destruída, mas os agostinianos, que guardavam o
ícone, o levaram para um lugar escondido, ficando esquecido por mais de 30 anos. Mas um
monge agostiniano, muito devoto a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, contou, antes da
morte, a história da devoção a um coroinha, que depois se tornou padre redentorista e ajudou
a encontrar o ícone. Com a redescoberta do ícone, é entregue aos redentoristas, no começo de
1866, a guarda da imagem pelo Papa Pio IX. “Na ocasião, o papa fez a eles esta
recomendação: ‘fazei com que todo o mundo conheça esta devoção’”
(CRUZTERRASANTA). Após essa missão, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se tornou
oficialmente a padroeira dos redentoristas, sendo comemorada sua festa em 27 de junho. Após
sua restauração, o ícone foi depositado na igreja de Santo Afonso de Ligório, sendo venerado
pelo povo. Atualmente, dentre os ícones bizantinos é o mais venerado em todo o mundo.
O ícone é uma pintura em madeira e rica de simbolismos e significados. Ela mede 41,5
por 53 cm com um fundo foleado a ouro e está na igreja de Santo Afonso de Ligório desde
1499. “Na Igreja Ortodoxa o ícone é conhecido como a Virgem da Paixão ou ‘Theotokos’
(Mãe de Deus) da Paixão, por causa da mensagem contida na imagem”.
Significado dos símbolos da imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro:
- Véu e manto de Maria na cor azul: a cor azul representa o céu e a verdade; o manto e o véu
azul em escuro representam a virgindade de Nossa Senhora, sendo este, em Israel, o traje que
identificava as virgens;
- A túnica da Virgem Maria em vermelho escuro: representa a maternidade, pois as mães
usavam uma túnica assim para identifica-las na Palestina, com isso, Maria é representada no
ícone como virgem e mãe;
- A estrela no topo do véu: mostra que Maria é a Estrela do Mar, onde o mar representa todos
os não judeus que se tornaram cristãos;
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- A túnica verde do Menino Jesus: representa a vitória da vida sobre a morte, pois na história
do cristianismo o verde é a cor da vida;
- O manto amarelado do Menino Jesus: representa a sua divindade, pois, como o ouro, é a cor
da luz e da divindade;
- A expressão do Menino Jesus: está olhando para os arcanjos Gabriel à direita e Miguel à
esquerda, que lhe apresentam os instrumentos da paixão, por isso, assustado, busca socorro na
mãe, que é representado pelas mãos apoiadas na mão direita de Maria;
- As mãos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: apoia e dão segurança ao filho e aponta
para ele simultaneamente, representando que ela não quer atenção para si, mas para ele;
- As mãos do Menino Jesus: estão voltadas para baixo sobre as mãos da Mãe para significar
que concede à sua Mãe o poder de dispensar graças aos que pedirem a ela;
- A expressão de Nossa Senhora: ao socorrer o filho não olha para ele, mas para os que olham
para o ícone, significando que “Maria olha para nós e aponta com as duas mãos para Jesus,
como que dizendo: ‘Olhem para Jesus e sigam seus ensinamentos’” (CRUZTERRASANTA);
- Semblante de Nossa Senhora: é sereno e pacífico e revela que quem está com Jesus tem paz,
além disso revelar a santidade de Maria;
- Os olhos de Nossa Senhora: são grandes e olham para quem a olha, mostrando que ela tem
olhar atento as nossas necessidades e problemas;
- a boca pequena de Nossa Senhora: revela que Maria é a Virgem do silêncio;
- O Arcanjo Gabriel: no canto superior direito, sua túnica vermelha representa a paixão de
Jesus e as asas verdes a vitória da vida sobre a morte, apresenta a cruz e os cravos a Jesus
segurados através da túnica, simbolizando que são objetos sagrados, assim anuncia o
sofrimento de Cristo e também sua glória;
- O Arcanjo Miguel: no canto superior esquerdo, com as cores vermelho e verde também se
anuncia a paixão e a vitória de Cristo sobre a morte, segura através do pano (para mostrar a
sacralidade) a lança que perfurará o lado de Cristo e a esponja com vinagre que lhe será dado
antes da morte;
- As letras no ícone: no topo MP (lado esquerdo) e ӨV (lado direito) é a abreviação de Mãe de
Deus em grego; OAM (abaixo de MP) é abreviação de Arcanjo Miguel e OAG (abaixo de
ӨV) é abreviação de Arcanjo Gabriel; e IC XC é abreviação de Jesus Cristo;
- O ouro ao fundo: todo o quadro é dourado e dele saem reflexos simbolizando a alegria do
céu, para onde se caminha levado pelo Perpétuo Socorro de Maria;
- A sandália pendurada no pé direito do Menino Jesus: possui dois significados,
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Portanto, são esses simbolismos que o ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
apresenta.
Fonte: https://santhatela.com.br/obras-de-arte/nossa-senhora-do-perpetuo-socorro/
Por fim, o sentido da devoção está contido no próprio ícone, o qual deu origem à
mesma. Assim, a devoção consiste em recorrer sempre e com toda confiança ao socorro da
Mãe amorosa e cheia de carinho como o Menino Jesus, em todos os momentos da vida,
recorrendo ao abraço carinhoso e socorro perpétuo da Mãe do Senhor que está sempre
presente. Pode-se fazer isso por meio da oração confiante, em especial o terço, e da
contemplação do ícone, que ajuda a mergulhar no mistério do socorro perpétuo da Virgem
Maria, pois a contemplação conduz aos braços da Mãe e leva a Jesus e ao encontro com Deus.
A contemplação dá forças para suportar os sofrimentos que se tem que enfrentar nesta vida. A
Virgem do Perpétuo Socorro não livra dos sofrimentos, mas dá força, socorro e amor para que
se possa enfrenta-los e vencê-los. Por isso, a devoção se espalhou tanto pelo mundo e toca
muitos corações, mostrando o amor de Deus que não nos deixa órfãos, mas nos dá uma Mãe
que abraça, socorre, acalenta, alivia e dar a vitória.
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Foralosso, quem era o padroeiro da diocese para colocar na ladainha da ordenação, foi quando
o Bispo percebeu mais notoriamente que não havia clareza quanto a questão, embora a
paróquia da parte mais antiga da cidade fosse dedicada a São Félix de Valois, e fosse provável
que fosse ele o eleito, inclusive pela piedosa vontade de dois padres da ordem dos pregadores,
padre Cesar e Padre Manuel, que por aqui ainda permaneciam em missão. Nesse interim, o
ordenando, de formação redentorista, pois na época as vocações eram enviadas para
congregações ou dioceses amigas, sugeriu a padroeira da Catedral, que é um título mariano e
muitos mais popular que São Félix. Dom José fez uma consulta, a maioria dos padres e dos
fiéis concordaram e lá estava Nossa Senhora do Perpétuo Socorro sendo proclamada
padroeira da diocese de Marabá numa ladainha de ordenação, para a ira de algumas e euforia
de muitos.
Em Parauapebas a devoção começou no ano de 1987 com a iniciativa de uma fiel, dona
Maricota, nessa época havia poucos padres na região e as missas demoravam acontecer.
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Depois de alguns anos com a criação da Paróquia São Sebastião na cidade, a novena começou
a ser rezada dentro da missa todas as terças-feiras, aberto à comunidade. O modelo da novena
aplicado vem sendo o mesmo que os redentoristas rezam no santuário de Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro em Belém. Pois verificamos que em Goiânia reza-se de uma forma diferente
a novena.
Recentemente foi criada uma paróquia na mesma região (Parauapebas), sendo o seu
território desmembrado da paroquia São Sebastião e tendo como padroeira Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro. A escolha foi motivada por haver uma comunidade nas proximidades com
esse título e por ser uma forma de atrair as pessoas. Nas primeiras reuniões queriam que fosse
Nossa Senhora Aparecida, porém nas análises foi observado que a data coincide com o
período do Círio de Nazaré na cidade, outra devoção que está crescendo bastante na região.
Assim, optaram pelo título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Nessa paróquia a novena
ocorre dentro da missa, pois é um costume já na cidade.
Na catedral diocesana a devoção foi motivada por uma missão dos redentoristas logo
no início da criação da diocese. Nessa igreja a novena é feita dentro da missa nas terças feiras
à noite. Já aconteceu algumas vezes em horários diferentes os fiéis rezarem apenas a novena.
Houve uma modificação recente pelo novo pároco, colocando a novena para ser rezada no
final da missa, antes era feita por partes dentro da missa. E na pesquisa não conseguimos
encontrar uma explicação coerente referente ao padre que começou a rezar a novena dentro da
missa. Pois, numa visão dentro do âmbito litúrgico novena é novena e missa é missa, só que
foi uma devoção que popularizou acontecendo dentro da missa.
Em outra localidade, na paróquia Jesus misericordioso, a novena foi iniciada com
padre Manuel (veio da Espanha) o terceiro pároco após a criação da paróquia. Ele escolheu
uma leiga chamada Luci para ficar a frente na liderança e ajudar a organizar a novena que era
rezada dentro da missa. Porém, depois, com a mudança do pároco, ficou a critério de quem
assumia a paroquia, às vezes a novena foi rezada sem missa outras vezes com a missa, tendo a
participação principalmente do grupo do apostolado da oração. Atualmente é rezada sem a
missa.
Nas demais paróquias da diocese não é tão difundida a devoção a Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro. Em algumas até foi iniciada essa devoção, mas, assim como muitas outras
devoções, com as transferências de padres não se têm tanta continuidade e fomento da
mesma, como, por exemplo, deixar de celebrar missas no dia e horário da novena.
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formas de culto que são as práticas de piedade do povo cristão, que são recomendadas
vivamente na Constituição Sacrosanctum Concilium. Contudo, essas práticas de piedade
devem ter em conta os tempos litúrgicos e se harmonizarem com a liturgia, de modo a derivar
dela e a ela se ordenar, pois a liturgia tem uma natureza muito superior. Porém, a
harmonização das práticas de piedade com a liturgia nem sempre é fácil, porque exige “[...]
dos responsáveis pelas comunidades locais, esforço, tato pastoral e constância; e da parte dos
fiéis, prontidão para aceitar as orientações e propostas [...]” (PAULO VI, n.31), já que às
vezes comportam de usos arraigados, nos quais a sua natureza se havia obscurecido. Diante
disso, há duas atitudes que podem tornar vã na prática pastoral a harmonização entre liturgia e
práticas de piedades: a primeira é a atitude de alguns aos quais se confia a cura de almas que
desprezam os exercícios de piedade, assim criam um vazio o qual não procuram preencher; a
segunda são os que misturam, sem critério litúrgico e pastoral, simultaneamente os exercícios
piedosos e atos litúrgicos, numa celebração híbrida. Assim,
“[...] algumas vezes, acontece que na própria celebração do Sacrifício Eucarístico
são inseridos elementos que fazem parte de novenas ou de outras práticas piedosas,
com perigo de o Memorial do Senhor não constituir o momento culminante do
encontro da comunidade cristã, mas ser como que a ocasião para algumas práticas
devocionais [...]” (PAULO VI, n.31).
Diante disso, como se observou acima quando se trata da devoção a Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro nas paróquias e da diocese de Marabá e na catedral, nota-se que esse
exercício de piedade não tem tanta difusão e uma uniformidade na sua realização na diocese.
Nem todas as paróquias realizam a novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e em
alguns lugares é rezada dentro da missa, o que, conforme o documento Marialis Cultus, não é
o modo correto de realiza-la, pois se torna uma celebração híbrida em que se corre o perigo de
o Memorial do Senhor não constituir o ponto culminante do encontro da comunidade.
Contudo, deve recordar que já é uma prática arraigada na piedade dos fiéis. Por outra parte,
em alguns lugares, como a catedral, começou-se a ordená-la numa harmonização com a
celebração eucarística, conforme orienta o já citado documento. Porém, em outras paróquias
não é fomentada por partes dos padres, o que não é a atitude conforme a orientação conciliar,
porque se deve esforçar para fomentar em harmonia com a liturgia, não desprezá-la. Portanto,
observa-se que a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro na diocese de Marabá precisa
ser melhor ordenada (segundo as orientações do Magistério acerca dos exercícios de piedade)
e mais difundida, sendo uma riqueza para a piedade dos fiéis.
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Referências
LIMA, José Vieira de. Padroeira diocesana. [Entrevista concedida a] Daniel Nascimento
Martins. Marabá, 28 set. 2021.
PAULO VI. Exortação Apostólica Marialis Cultus, para a reta ordenação do culto à Bem-
aventurada Virgem Maria. Roma, 1974. Disponível em:
<<https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/apost_exhortations/documents/hf_p-
vi_exh_19740202_marialis-cultus.html>>. Acesso em: 13 de setembro de 2021.
PENA, Frei Alano Maria. Padroeira diocesana. [Entrevista concedida a] Daniel Nascimento
Martins. Marabá, 27 set. 2021.