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VIDA DE LOUVOR
SEMINÁRIO TEOLÓGICO CARISMA
Professorª: Nathalie Kollen

(Resumo)

ADORAÇÃO
(João 4.23, 24)

1) shachah – ‫( – שָׁ חָׁ ה‬Strong’s Concordance - H7812)


- Prostrar-se;
- deitar no chão com seu rosto em terra;
- prostrar-se em reverência.
Rendição: entrega, ceder, dar-se por vencido.
A adoração bíblica começa com um coração rendido, entregue, que escolhe viver a dor
da renúncia, da perda do controle. O verdadeiro adorador é obediente e completamente
dependente de Deus.

2) proskyneo – προσκυνέω – (Strong’s Concordance G4352):


- (pros) Mover-se em direção a; aproximar-se de;
- (kyneo) beijar a mão em sinal de reverência;

A verdadeira adoração, no Novo Testamento, mantém o coração rendido, a


obediência e a dependência de Deus. Mas agora, com o privilégio de aproximação e
intimidade, como a possibilidade de tocar o próprio Deus, pela relação de filiação e
paternidade. O verdadeiro adorador vive uma vida de INTIMIDADE com Deus.

3) latreuo – λατρεύω – (Strong’s Concordance: G300)


- Servir, ministrar a, oferecer dons;
- servir por ter sido comprado;
- usado tanto como um escravo quanto como um homem que é livre.
A verdadeira adoração só é completa quando oferecemos tudo o que somos em serviço
a Deus, não importando como servimos, mas sim a plenitude da nossa entrega.

O verdadeiro adorador, procurado por Deus, é:


(3 ações da Adoração Bíblica)
- REVERENTE: rendido - obediente/dependente;
- ÍNTIMO do Senhor , e
- SERVO, útil para seja lá o que dele for requerido.

ATENÇÃO: MÚSICA NÃO é significado bíblico de Adoração, e sim de Louvor. Música só


se torna Adoração se o que cantamos coloca nosso coração na posição de REVERÊNCIA
(prostração/entrega + admiração e exaltação da Pessoa de Deus).
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Os LEVITAS
Ex 32.25,26: “quem é do Senhor, venha a mim. E todos os filhos de Levi se juntaram a
ele.”
Nm 8.14: “E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas sejam
meus.”
= O que causou a separação NÃO foram talentos, mas o arrependimento que os Levitas
manifestaram em atitude.

2 Cr 34.13
“Estavam também sobre os carregadores e dirigiam todos os que trabalhavam em
alguma obra; e dentre os levitas havia escrivães, oficiais e porteiros.”

1 Cr 9.26-28
“Porque havia naquele ofício quatro porteiros principais que eram levitas, e tinham o
encargo das câmaras e dos tesouros da casa de Deus.
E de noite ficavam em redor da casa de Deus, cuja guarda lhes tinha sido confiada, e
tinham o encargo de abri-la cada manhã..
Porque deles havia alguns que tinham o encargo dos objetos e de todos os utensílios do
santuário; como também da flor de farinha, do vinho, do azeite, do incenso, e das
especiarias.”

1 Cr 15:16
“E disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem, de seus irmãos, cantores, para
que com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, se fizessem ouvir,
levantando a voz com alegria.”

1 Cr 25. 7
“E era o número deles, juntamente com seus irmãos instruídos no canto ao Senhor, todos
eles mestres, duzentos e oitenta e oito.”

Levita NÃO era só quem tocava e cantava. Mas todo aquele que provinha da Tribo de
Levi. Exerciam várias funções para o Senhor:
- Sacerdotes
- Porteiros
- Tesoureiros
- Guardas/oficiais
- Zeladores (encarregados dos utensílios e móveis)
- Carregadores
- Escrivães
- Instrumentistas/cantores

Na realidade do Novo Testamento, não há mais uma tribo ou classe específica para
SERVIR e cuidar das coisas de Deus. Não há mais necessidade de ser Levita para fazer
isso, porque todos os filhos de Deus são feitos sacerdotes por Jesus Cristo.

Louvor NÃO é prerrogativa de Levita.


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O CULTO
Rm 12.1,2

Culto RACIONAL (entrega completa) = TRANSFORMAÇÃO constante (aspecto


subjetivo/individual)

Culto COLETIVO: reunião da congregação = TRANSFORMAÇÃO causada pelo bom uso


da LITURGIA (repetição das mesmas práticas, de forma intencional, moldando os
desejos do nosso coração e nossos hábitos).

Práticas ou Elementos bíblicos do Culto Coletivo:

- Adoração (expressa principalmente no momento de Louvor através da Música)


A Música tem o papel de envolver nossa alma (mente, sentimentos e vontades). Ela
ensina e doutrina nosso coração.

- Pregação (deve ser ao máximo expositiva DAS ESCRITURAS)

- Oração em Comunidade

- Entrega de Dízimos e Ofertas

- Celebração dos Sacramentos: Ceia e Batismo

LOUVOR

O que é Louvor?

A seguir, analisaremos os termos e conceitos (da palavra LOUVOR) utilizados


ao longo da Bíblia, extraídos do original, do Hebraico e do Grego. As palavras serão
expostas com os respectivos significados, que são surpreendentes.
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STRONG’S Concordance – Dictionary:

1) yadah (hebraico: ‫)יָדָ ה‬ (H3034 - Strong’s Dictionary)


a. Atirar (como uma arma), atirar flechas (2 Cr 20.21);
b. Dar graças a Deus (2 Cr 7.3; Jr 33.9);
c. Confessar (o nome de Deus);
d. Fazer algo aparecer, como se estivesse jogando alguma coisa. (p.e.: uma vara de pescar, que
é atirada na água e logo traz um peixe à tona.)

2) hilluwl (hebraico:
‫()הִ ּלּול‬H1924 - Strong’s Dictionary)
a. Regozijar

3) halal (hebraico:
‫( )הָ לַל‬H1984- Strong’s Dictionary)
mahalal (hebraico:
‫( )מַ ֲהלָל‬H4110 - Strong’s Dictionary)
a.Pronunciar algo de que você se orgulhe e goste de contar para as pessoas (Jr 31.7; Sl 63.3)
b. Falar com orgulho e satisfação sobre alguém conectado a você. (Sl 150.6)
c. Brilhar.

4) towdah hebraico:
( ‫( )ּתֹודָ ה‬H8426 - Strong’s Dictionary)
ainesis
(grego: αἴνεσις) (G133 - Strong’s Dictionary)
a. Confissão (Sl 56.12);
b. Ações de graças;
c. Ações de graças em canções ou hinos de louvor;
d. Oferta de gratidão, sacrifício de ações de graças (Hb 13.15).

5) shabach hebraico:
( ‫)שָ בַ ח‬ (H7623 - Strong’s Dictionary)

shĕbach (aramaico)
(hebraico: ‫)שבַ ח‬
ְׁ (H7624 - Strong’s Dic.)
a. Gritar;
b. Acariciar, adoração;
c. Fazer com que algo pare de se mover ou fique calmo, fazer com que algo aconteça de
repente, fazer um ferimento se tornar menos doloroso, fazer com que alguém pare de se
preocupar (Sl 145.4).
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6) tĕhillah hebraico:
( ‫)ּתהִ ּלָה‬
ְׁ (H8416 - Strong’s Dictionary)
hymneō grego:
( ὑμνέω) (G5214 - Strong’s Dictionary)
a. Canção ou cantar hinos de louvor (Sl 66.2);
b. Ato público de louvor focado nas qualidades ou atributos de Deus (Sl 22.5);
c. Reconhecimento, fama, glória a Deus.

7) zamar
(hebraico: ‫( )זָמַ ר‬H2167 - Strong’s Dictionary)
a. Cantar, fazer música, tocar um instrumento musical (Sl 108.1; 57.7; 9.2; 2 Cr 23.13).

8) ainos(grego: αἶνος) (G136 - Strong’s Dictionary)


aineō (grego: αἰνέω) (G134 - Strong’s Dictionary)
a. Fazer um discurso;
b. Cantar alto em honra a Deus;
c. Recomendar; magnificar.

(
9 ) epainos grego: ἔπαινος ) (G1868 - Strong’s Dictionary)

(
epaineō grego: ἐπαινέω) (G1867 - Strong’s Dictionary)
a. Aprovação, aprovar (Rm 15.11)

10) doxa (grego: δόξα) (G1391 - Strong’s Dictionary)


a. A expressão de uma boa opinião que resulta em dar honra e glória a Deus.
b. Expressar o brilho, o esplendor, a excelência, a dignidade, a graça, a majestade que pertence
a Ele como Rei e aquele que faz todas as regras e leis, majestade no sentido de perfeição
absoluta da divindade, a majestade absolutamente perfeita de Cristo – O Messias (Rm 5.2 – “nos
gloriamos/regozijamos na esperança...”)

Quadro resumido: Conceitos Bíblicos de LOUVOR (Hebraico e Grego)


SIGNIFICADOS COMUNS: são aqueles que já fazem parte de nossa rotina,
facilmente ensinados pelo senso comum.
1) Dar graças a Deus;
2) Regozijar;
3) Ações de graças; ações de graças em canções ou hinos de louvor;
4) Oferta de gratidão, sacrifício de ações de graças;
5) Gritar;
6) Canção ou cantar hinos de louvor; cantar, fazer música, tocar um instrumento
musical; cantar alto em honra a Deus;
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SIGNIFICADOS EXTRAORDINÁRIOS: aqueles que produzem resultados


sobrenaturais.
7) Atirar (como uma arma);
8) Fazer com que algo pare de se mover ou fique calmo; fazer com que algo
aconteça de repente; fazer um ferimento se tornar menos doloroso; fazer com que
alguém pare de se preocupar; fazer algo aparecer, como se estivesse jogando
alguma coisa (p.e.: uma vara de pescar, que é atirada na água e logo traz um peixe à
tona.) [Ideia de uma ação que traz à existência algo que já está pronto mas ainda
não é visto.];
9) Acariciar; adoração;

SIGNIFICADOS ESSENCIAIS: são aqueles que expressam a mensagem central do


Louvor.
10) Confissão; confessar (o nome de Deus);
11) Pronunciar algo de que você se orgulhe e goste de contar para as pessoas; falar
com orgulho e satisfação sobre alguém conectado a você.
12) Ato público de louvor focado nas qualidades ou atributos de Deus;
13) Reconhecimento, fama, glória a Deus; a expressão de uma boa opinião que
resulta em dar honra e glória a Deus;
14) Recomendar; elogiar, aprovação, aprovar; magnificar;
15) Expressar o brilho, o esplendor, a excelência, a dignidade, a graça, a majestade
que pertence a Ele como Rei e aquele que faz todas as regras e leis, majestade no
sentido de perfeição absoluta da divindade, a majestade absolutamente perfeita de
Cristo – O Messias.

“Todo ser que respira


louve ao Senhor...”
(Sl 150.6)
LOUVE (Sl 150.6), no hebraico: halal
- Brilhar/Expressar o brilho
-Falar com orgulho e satisfação sobre alguém conectado a mim

Tão importante quanto respirar para o ser, é, para o cristão, expressar o brilho do
Senhor.

Em resumo:

Louvor é uma expressão de aprovação ou admiração e devoção. O Louvor é


o reconhecimento das perfeições de Deus, de Suas obras e sacrifícios. O Louvor é
centrado na Pessoa de Deus por causa de suas excelências e perfeições naturais. É o ato
pelo qual confessamos e admiramos seus diversos atributos.

LOUVOR: É o ato público através do qual mostramos quem Deus é.


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Como temos visto, a mensagem essencial do significado do Louvor, de


acordo com a Palavra de Deus, pode ser entendida da seguinte maneira: “Louvor é uma
expressão de aprovação, admiração e veneração. O Louvor é o reconhecimento das
perfeições de Deus, de suas obras e sacrifícios. O Louvor é centrado na pessoa de Deus,
por causa de Suas excelências naturais; é o ato através do qual contemplamos e
confessamos Seus diversos atributos, tornando-os publicamente conhecidos.”

Importante: Louvor está diretamente ligado a PUBLICIDADE.


O objetivo primário do Louvor é mostrar quem Deus é. E mostrar é tornar
público. (Romanos 15.6,9; 1 Coríntios 6.20; Salmos 67.3,5; Mateus 5.16)

Quando Deus é conhecido, consequentemente, Ele é glorificado. A Criação


glorifica a Deus, e isto é algo inerente à sua existência. “Os céus proclamam a glória de
Deus e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos.” (Provérbios 19.1) “Todas as Tuas
obras te louvarão, ó Senhor, e os Teus santos Te bendirão.” (Salmos 145.10)

O fato é que quando Deus é glorificado por nós, Seu caráter é aperfeiçoado
em nós. Quanto mais dEle tornamos conhecido, mais dEle é visto em nós. Isto porque é
impossível glorificar a Deus e torná-lO conhecido, se não temos nada dEle em nós.

Qualquer pessoa que pretende divulgar um produto ou outra pessoa, com


uma publicidade eficaz, deve conhecer e ressaltar as particularidades, os detalhes a
respeito do objeto ou sujeito da divulgação. Porque é esse conhecimento de
peculiaridades que desperta o interesse de outras pessoas pelo objeto ou sujeito que
está sendo apresentado. A mesma sistemática se aplica ao Louvor. Se desejo glorificar a
Deus, é impossível torná-lO conhecido se eu mesmo não O conheço.

Assim, o Louvor eficaz é aquele que é fruto de experiência pessoal. Isto é, eu


conheço a Deus, experimento Seus atributos, e porque eu O conheço tenho propriedade
para mostrá-lO em público, tornando-O conhecido. E quanto mais eu O conheço, mais
dEle é forjado em mim. (Oseias 6.3a) Um ciclo maravilhoso se forma, nos tornamos mais
parecidos com Deus e O tornamos mais visto em nós.

LOUVOR PUBLICIDADE
CONHECIMENTO de QUEM DEUS É
ADORAÇÃO INTIMIDADE
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CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA DE LOUVOR:


O HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS (1 Sm 13.14)
O que fez com que Davi fosse chamado HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS? (Sl 89.20-37)

a. Sinceridade

Sinceridade: franqueza; ausência de hipocrisia; lisura de caráter; palavras ou


observações sinceras. (Dicionário Michaellis)

O primeiro aspecto da sinceridade diz respeito ao próprio Deus. Muitas


vezes estamos com o coração tão atribulado, e quando vamos orar utilizamos palavras
lindas ou agimos como se nada estivesse acontecendo e como se Ele não tivesse
conhecimento do que estamos sentindo.
Sinceridade também tem a ver com lisura de caráter. Um caráter reto é o
mesmo diante de muitas ou poucas pessoas, de determinadas ou de quaisquer pessoas.
Um caráter íntegro não tem do que se envergonhar e não tem nada a temer.
Sinceridade está diretamente ligada ao apego à verdade. Em uma vida de
Louvor, mostramos quem Deus é, quando somos íntegros, verdadeiros e honestos.
Em nossa cultura, a honestidade e integridade ser tornaram tão raras, que
quando alguém encontra uma quantia em dinheiro e devolve, chega a virar notícia dos
telejornais. A que ponto chegamos? Nossa sociedade precisa ver homens e mulheres
que escolhem não mentir, não se apropriarem do que não é seu, e serem corretos em
tudo o que fazem.
A sinceridade nos aproxima de Deus, porque nos torna mais parecidos com
Aquele que é A Verdade. Não existe tesouro mais valioso que estar tão perto de Deus
como só amigos podem estar.
“O Senhor está perto de todos os que o invocam, de todos os que o invocam
com sinceridade.” (Salmos 145:18)

b. Humildade
(Gl 6.3; 1Co 4.7; Tg 4.6; 1Pe 5.6)
“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e
humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.” (Mateus 11.29)
A humildade é uma das características mais inquestionáveis que precisa ser
inerente a qualquer cristão. Assim como a sinceridade, a humildade também possui dois
aspectos fundamentais. O primeiro deles é o reconhecimento da autoridade de Deus.
Davi reconhecia a autoridade de Deus, a ponto de perguntar a Ele se era para
ir a uma guerra. “E sucedeu depois disto que Davi consultou ao SENHOR, dizendo: Subirei
a alguma das cidades de Judá? E disse-lhe o SENHOR: Sobe. E falou Davi: Para onde
subirei? E disse: Para Hebrom.”
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(2 Samuel 2:1) (1Samuel 23.2,12; 30.8; 2 Samuel 5.19) Davi entendia claramente que
não adiantava tomar as decisões por si mesmo. Ele se submetia à autoridade de Deus.
Mesmo sendo o escolhido por Deus para assumir o trono, em momento algum ele
tentou pela força de seu braço, sendo um guerreiro tão bem sucedido, apressar o
cumprimento da promessa de Deus. Davi sabia que quem havia feito a promessa era
fiel, poderoso e sábio o suficiente para fazer tudo acontecer em seu devido tempo.
O humilde reconhece a autoridade de Deus e não tenta fazer contatos para
acelerar o processo da espera. O humilde se submete ao tempo do Deus que prometeu.
O humilde não tenta chegar do seu jeito à posição que Deus disse que ocuparia. O
humilde faz o que está em suas mãos no tempo de hoje, sem dar uma mãozinha a Deus
para ocupar logo um outro cargo.
A humildade faz com que nos rendamos à Palavra de Deus, seguindo o maior
exemplo que a história da humanidade presenciou e presenciará: Cristo. Ele não
usurpou ser igual a Deus, antes despojou-se de toda a glória que lhe era inerente, e foi
obediente até a morte, a morte de cruz. (Filipenses 2.8)
O segundo aspecto da humildade é o reconhecimento da autoridade que
Deus delega aos homens. O reconhecimento das autoridades instituídas por Deus, e o
respeito a elas, é um dos pilares mais importantes da vida cristã. Davi reconhecia e
respeitava os homens sobre os quais Deus derramou a unção de autoridade. Este
aspecto fica evidente, ao olharmos sua história, com relação ao rei Saul. Davi sabia que
o trono havia sido entregue a ele pelo próprio Deus. E várias foram as oportunidades
para que Davi matasse Saul, mas a consciência da autoridade de Deus sobre ele não
permitia que Davi levantasse sua mão contra o ungido do Senhor. (1 Samuel 26.9, 23; 2
Samuel 1.14)
O respeito à liderança instituída por Deus é uma das características que mais
demonstram a maturidade cristã. E isso só pode ser fruto de um coração humilde.
Quando nos submetemos aos líderes que Deus estabeleceu, apesar dos erros que
possam cometer – por serem imperfeitos – a honra de Deus vem sobre nós. “...Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tiago 4:6) A bênção do Senhor está
sobre um coração humilde. Apesar dos milhares de erros de Davi, seu coração humilde
agradava ao Senhor. Que a nossa geração entenda que a diferença tão esperada pelo
mundo começa com cristãos mansos e humildes, como o próprio Jesus.

c. Lealdade
(1 Sm 18.1,3; 20.16,17,41; 2 Sm 9. 3, 21.7)
Se há uma característica rara em nossos dias é esta. Lealdade. Como é difícil
encontrarmos e cultivarmos pessoas leais em nossas vidas. Lealdade é a capacidade de
honrar compromissos. Em outras palavras, é a habilidade de honrar aquilo com o que
se comprometeu e cumprir aquilo que se diz. A lealdade se estabelece tanto pelo
sentimento afetivo com força inexplicável, quanto pela palavra proferida, que vincula o
compromisso que se deve honrar.
Quando entendemos o que é lealdade, paramos de apenas dizer coisas, sem
a intenção de cumpri-las. Quando nosso caráter é leal, aquilo que dizemos tem um peso
de responsabilidade tal que apenas não cumprimos o que dizemos se a morte nos
impedir. Isto é sério. Em nossos dias, a palavra falada não possui praticamente valor
algum.
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Davi também foi um exemplo de lealdade. Em 1 Samuel 18.3 vemos que


Jonatas e Davi fizeram uma aliança, um pacto. “E disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz; o
que nós temos jurado ambos em nome do Senhor, dizendo: O Senhor seja entre mim e
ti, e entre a minha descendência e a tua descendência, seja perpetuamente.” (1 Samuel
20:42) Ao longo da história, nas Escrituras, vemos que tantas coisas aconteceram para
abalar o vínculo que Jonatas e Davi haviam estabelecido. Todavia, aquilo que Davi havia
proposto em seu coração, em virtude da aliança com Jonatas, foi seriamente cumprido
por ele. “Porém, o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do
juramento do Senhor, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.” (2
Samuel 21:7)

d. Generosidade
(1 Sm 24)
Generoso: 1 Dotado de caráter nobre. 2 Que tem qualidades ou
sentimentos nobres. 3 Que tem grandeza de alma. 4 Liberal, franco, benevolente.
(Dicionário Michaellis) 5 Capacidade de dar sem esperar nada em troca.

“O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.” (Sl 37:21)
“A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido.” (Pv 11:25)

A generosidade é o antônimo da avareza. Avareza é o apego demasiado e


sórdido ao dinheiro; o desejo imoderado de adquirir e acumular riquezas; mesquinhez.
Uma pessoa avarenta e mesquinha prefere sofrer privações que gastar o que tem.
(Dicionário Michaellis)
Em uma sociedade como a que vivemos, o desapego aos bens materiais é
como uma agulha em um palheiro, infelizmente. O que mais vemos em nossos dias são
pessoas egoístas, cada vez mais mesquinhas e perdidas na corrupção por terem tanto e
quererem sempre mais. Em nossos dias, temos ficado perplexos com o nível de avareza
dos que tanto já possuem, enquanto pessoas ainda vivem, em pleno século XXI, abaixo
do nível da pobreza.
A Bíblia diz que Deus ama àquele que dá com alegria. (2 Coríntios 9.7) A
generosidade é uma tradução do coração de Deus. A habilidade de dar, sem esperar
nada em troca foi personificada através de Jesus Cristo. E este é o exemplo que
precisamos seguir.
Davi foi generoso, mantendo-se leal à aliança que havia feito com Jonatas.
(2 Samuel 9:1,7,11)
Assim como Davi, e mais ainda, como Jesus Cristo, precisamos exercitar a
habilidade de dar sem esperar nada em troca. Afinal, esta é a base do MINISTÉRIO que
recebemos de Cristo Jesus. A escolha de vivermos a generosidade nos eleva à sublime
realidade da nobreza de caráter.

e. Compaixão

Compaixão: dor que nos causa o mal alheio (Dicionário Michaelis)


Compaixão é fruto de GENEROSIDADE.
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Compaixão é a característica que mais nos torna parecidos com Cristo. A


sensibilidade de sentir dor ao ver a necessidade de alguém é o que traduz o Ministério
de Jesus Cristo sobre a terra.

O sentimento que movia Jesus era a COMPAIXÃO.

“Tenho compaixão da multidão, porque há já três dias que estão comigo, e


não têm o que comer.” (Marcos 8:2)

“Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e logo seus
olhos viram; e eles o seguiram.” (Mateus20:34)

(Lucas 7:13-15) (Mateus 9:36) (Mateus 14:14) (Marcos 1:41)

Infelizmente, em nossos dias, o conceito de “Ministério” tem sido


completamente deturpado.
Ao analisarmos o significado da palavra “Ministério” utilizada pelo Apóstolo
Paulo em Atos 20.24, percebemos:
“Mas em nada tenho minha vida como preciosa, contanto que cumpra com
alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para
dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”

Ministério – Grego: diakonia (Strong’s Concordance – G1248)


I. serviço, ministrar, especialmente aqueles que executam as
responsabilidades de ordens;
II. daqueles que, pela ordenança de Deus, proclamam e promovem a religião
entre os homens;
III. a ministração daqueles que oferecem os ofícios da afeição cristã,
especialmente daqueles que ajudam a suprir necessidades recebendo ou
doando;
IV. o ofício do diácono na igreja;
V. o serviço daqueles que preparam ou servem alimento.

Em nossos dias, o “Ministério” ganhou um glamour que não vemos em


nenhum texto das Escrituras. Pessoas, hoje, se matriculam em Seminários e Cursos
Teológicos com a expectativa de que, ao final dos estudos, recebam convites para pregar
em grandes Congressos, Conferências e em turnês internacionais. As gerações
confundiram o conceito de Ministério com ser artista e estar em evidência.
A questão central nem é estar ou não em evidência, apesar de boa parte dos
significados bíblicos de Ministério estarem relacionados a bastidores. A questão é qual
tem sido a motivação da evidência. O Apóstolo Paulo ficou em evidência, inclusive e
principalmente seus sofrimentos e as perseguições que sofreu pela causa de Cristo.
Infelizmente, hoje, o glamour do Ministério não coloca em evidência
renúncias, mas quantidade de livros publicados, CDs e DVDs gravados, viagens por ano...
A triste realidade de uma geração que ama holofotes e redes sociais.
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O conceito bíblico de Ministério só pode ser entendido quando olhamos


para aquele que deu origem ao próprio Ministério: Jesus Cristo. O que foi Ministério
para Jesus?

Quando pensamos maduramente a respeito de sua vida, percebemos que


Jesus:
I) constatou uma necessidade alheia
Jesus olhou para o homem e entendeu que havia uma sentença de
condenação eterna, que separaria o homem definitivamente do Pai Celestial.

II) decidiu suprir a necessidade alheia


Jesus disse SIM ao Pai. Ele decidiu ser o instrumento para que o homem
fosse reconciliado com Deus.

III) escolheu se identificar com o necessitado


Jesus, mais que literalmente, se colocou no lugar do homem, assumindo a
dor e a culpa como se fossem suas.
“Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens”... (Filipenses 2:7)

IV) não esperou nada em troca


Jesus não exigiu uma contraprestação. Ele não impôs condições para suprir
a necessidade do homem. Ele não disse que faria apenas por aqueles que o amariam.
Ele morreu por Judas, que o traiu. Ele morreu por mim.
Em resumo, quando olhamos para Jesus, entendemos que MINISTÉRIO é:
identificar-se com alguém em necessidade, escolhendo suprir essa necessidade, sem
esperar nada em troca.

f. Continuidade (Salmos 84.4)

A definição da palavra “continuamente” utilizada nesse trecho das Escrituras


é: sem interrupção.
Algumas pessoas passam por momentos difíceis e tendem a simplesmente
entregar os pontos, se deixando vencer pelas emoções. E como a alma precisa ser
dominada pelo espírito, realmente, se ela ficar desenfreada, sem que lutemos para
aquietá-la, não vamos sentir vontade de orar ou ler a Palavra. O problema é que quando
não colocamos nossa alma no devido lugar, muitas vezes, interrompemos nossa
comunhão com Deus. Às vezes, deixamos de congregar (com as desculpas mais
esfarrapadas que existem!), enquanto colocamos a culpa no pastor, no líder, na
distância, no clima e etc. E aí ficamos em casa, “curtindo” a depressão, e nos tornamos
cada vez mais fracos espiritualmente, porque quando estamos assim, a última coisa que
queremos é dobrar os joelhos para orar ou pegar a Bíblia para estudar.
A questão determinante nesse estado é, mais uma vez, a DECISÃO. Nossa
alma precisa entender quem é que manda. E a decisão de fazê-la entender isso é nossa.
Em momentos como esse, mais que nunca, precisamos decidir colocar nossos olhos no
Senhor e trazer à nossa memória aquilo que pode nos dar esperança. Quando decidimos
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tirar nossos olhos das circunstâncias e colocá-los no caráter do nosso Deus, nada nem
ninguém podem interromper a nossa comunhão com Deus. Nada nem ninguém podem
calar nossa confissão de quem o nosso Deus é. Não é o nosso chefe, nem a pressão do
trabalho, não é o término de um relacionamento, nem o adiamento de algo que nós
queríamos muito e não aconteceu... Nada nem ninguém podem interromper o nosso
louvor. Nós louvamos ao Senhor continuamente, sem interrupção, pelo simples fato de
que Ele é... Deus.
Vamos mudar nossos hábitos. Ao invés de reclamarmos e nos afundarmos
cada dia mais no poço da depressão, escolhamos louvá-lo, escolhamos sempre entregar
nosso fardo a Ele, porque Ele é o único que alivia os cansados e sobrecarregados, e faz
novas todas as coisas.

g. Constância (Salmos 71.6)

Já a palavra “constantemente”, empregada no texto acima, traz o significado


de: imutável, inalterável, invariável, incessante, certo, indubitável, unânime,
uníssono; aquilo que não está sujeito a alteração quanto ao estado ou ação, mas
ocorre sempre.
Enquanto algumas pessoas bruscamente interrompem sua comunicação
com Deus, deixando de ler a Palavra e orar, outras, por sua vez, vivem altos e baixos nos
ciclos e nas estações da vida.
Nos momentos de dificuldade, precisamos tomar muito cuidado para não
ficarmos suscetíveis às circunstâncias. Uma das características que mais precisamos
buscar, enquanto cristãos, é o EQUILÍBRIO. Quanto tempo de nossas vidas passamos tão
inconstantes. Em alguns momentos nos mostramos tão apaixonados por Deus e Sua
obra. Em outros, estamos tão apáticos e desanimados com tudo.
A questão é que isso é inerente ao ser humano. Inconstância. O ser humano
é frágil, dependente, vulnerável. Por mais que os céticos tentem ser independentes,
qual deles consegue impedir ou adiar a hora de sua morte? E, por mais chato que pareça,
uma vez mais preciso bater na mesma tecla. A experiência de uma vida de equilíbrio
também é uma DECISÃO.
Quando nos lembramos que estamos aqui de passagem, tudo ao nosso
redor se torna secundário. Quando escolhemos manter o foco em Deus,
experimentamos dessa vida de louvor, que traz para o nosso caráter a estabilidade e o
equilíbrio, que nos leva sempre, independente do nosso estado, a exaltarmos o nome
do Senhor. Quando decidimos louvar a Deus constantemente, o nosso louvor é certo,
não muda, não varia porque sabemos em quem nós temos crido, ainda que as coisas
não estejam como gostaríamos que estivessem. Nós não deixamos de louvá-lo porque
as coisas não aconteceram como imaginamos. Nós o louvamos constantemente, porque
ELE é Soberano.
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Princípio básico para uma Vida de Louvor: Gratidão.


O conhecimento de quem Deus é, por meio de Sua Palavra, nos leva a
conhecê-lO e admirá-lO com tanta gratidão, e admirá-lO nos leva a torná-lO conhecido.
Esse é o propósito final. Um coração grato nos leva a cumprir o objetivo do louvor:
tornar Deus conhecido. Nós falamos com orgulho e satisfação sobre alguém conectado
a nós. (H1984- Strong’s Dictionary)
Há vários textos nas Escrituras que nos alertam para a Gratidão. (Salmos
50.14,23; 92.1,2; 100.4; 136) Gratidão é reconhecer. Quanto mais conhecemos a Deus,
através de Sua Palavra, mais real tudo o que Ele é e o que fez por nós se torna como
experiência pessoal para cada um de nós. E quanto mais experimentamos do caráter de
Deus, mais gratos somos. Gratidão nos leva a uma vida de contentamento, ainda que
algumas coisas nos faltem.
A falta de gratidão tem nos levado à um grande perigo: o descontentamento.
A falta de gratidão é perigosa. Ela nos deixa suscetíveis a pecar, por exemplo, através da
murmuração.
Murmurar: resmungar; falar com voz baixa; falar mal de alguém ou de
alguma coisa. “Fazei todas as coisas sem murmuração nem contendas.” (Filipenses 2.14).
A murmuração é pecado. É comparada ao pecado da feitiçaria (I Samuel 15.23).
Murmurar é tão ruim, que tira a alegria e satisfação do coração de qualquer pessoa. Os
murmuradores nunca estão satisfeitos, sempre encontram falhas em algo ou alguém.
(Números 14).
O povo de Israel murmurou:
• Na beira do mar – Ex 14.11-12
• Quando faltou água – Ex 15.24
• Quando faltou carne – Ex 16.2-3
• Quando, novamente faltou água – Ex 17.13
• Quando Moisés subiu ao monte para orar – Ex 32.1
• Ao longo do deserto – Nm 14.

“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para
convosco.” (1 Tessalonicenses 5.18)
A gratidão é o antídoto para a insatisfação que ronda o nosso coração. Não
importem as circunstâncias! Que no meio de tudo, possamos dar graças! Esta é a
vontade do nosso Senhor.

O poder disponível no Louvor

- yadah – Gn 29.35 (hebraico: ‫)יָדָ ה‬ (H3034 - Strong’s Dictionary)


a. Atirar (como uma arma) (2 Cr 20.21);
b. Dar graças a Deus (2 Cr 7.3; Jr 33.9);
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A maioria de nós nunca havia imaginado que o Louvor teria um significado


como: atirar (como uma arma). O texto de 2 Crônicas 20 nos relata um episódio intenso,
com resultados sobrenaturais, e que, mais uma vez nos ensina como Deus espera que
nos comportemos à altura de nossa identidade e fé nele.

I) 2 Crônicas 20:1-2
II) 2 Crônicas 20: 3-6, 10-12
III) 2 Crônicas 20: 13-17
IV) 2 Crônicas 20: 18
V) 2 Crônicas 20: 19-23

- shabach (hebraico:
‫)שָ בַ ח‬ (H7623 - Strong’s Dictionary)
shĕbach (Aramaico) (hebraico:
‫)שבַ ח‬
ְׁ (H7624 - Strong’s Dic.)
a. Gritar
b. Acariciar
c. Fazer com que algo pare de se mover ou fique calmo, fazer com que algo aconteça
de repente, fazer com que alguém pare de se preocupar (Sl 145.4).

Existe um poder disponível no Louvor. O poder que faz circunstâncias


ficarem mais calmas, ou mesmo que coisas aconteçam de repente. Mas precisamos
perceber que há uma profundidade nestes significados. Não é apenas saber quem Deus
é, é expressar, declarar, confessar, proclamar. Há poder no que sai de nossa boca em
exaltação ao Senhor.

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